como acompanhar uma partitura de linha melodica · da altura que sera ouvida, isto e, se as notas...

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Como Acompanhar Uma Partitura De linha Melodica Os dois aspectos na leitura de uma musica que mais ajudam a correlacionar 0 que se ve com 0 que se ouve sac a altura e 0 ritmo. A altura de uma nota diz respeito a maior ou menor extensao de seu som. Quanto mais alta a posi((aoda nota na pauta, mais alto (mais agudo) ira soar. 0 tipo de c1aveempregada expressa a extensao geral da altura que sera ouvida, isto e, se as notas estao na parte do baixo ou do alto. Nao ha necessidade de precisar a altura de qualquer nota. Isso, enquanto estiver ouvindo a musica, ira, naturalmente, chamar-lhe a aten((ao. E importante, contudo, que voce observe 0 "contomo" geral da musica, reparando quando a sonoridade sobe, quando desce, ou quando, no caso de notas seguidamente repetidas, se mantem na mesma altura. Antes de a musica ser tocada, voce deve preparar-se para 0 que vai escutar estudando cuidadosamente a partitura. Vma partitura deve ser observada da seguinte maneira: Primeiro, repare 0 andamento (a velocidade) que geralmente esta escrita em italiano. Ele lhe dara ideia do quanto seus olhos terao de ser rapidos para seguir a musica. Segundo veja a indica~ao numerica do compasso (a formula de compasso).Terceiro veja a arma~ao da c1ave. Quando voce estiver acompanhando a partitura, ira observar que 0 ritmo (mostrando, sobretudo, na diferenrraentre notas longas e breves) 0 ajudara a localizar- se na partitura. A Regencia A regencia e 0 ate de transmitir a urn conjunto instrumental ou \'ocal, por meio de gestos convencionais, 0 conteudo ritmico e expressivo de uma obra musical. A necessidade de se roanter em uniformidade ritmica e expressiva, todos os pIanos sonoros de uma obra , fez surgir a figura do regente. A complexidade de detalhes que encerra uma partitura modema, com seus ritmos profusos, suas harmonias dissonantes e sua exuberante dinfunica, exige do regente, outrora urn simples batedor de compasso, conhecimentos amplos de musica aliados a qualidade de comando que vamos identificar na sua gesticula((ao. Assim, 0 grau de cultura e a autoridade de comando qualificam 0 regente. A tecnica de gesticula((ao esta sujeita ao ternperamento artistico do regente e a interpreta~ao que cada urn deles entende de transmitir ao conjunto. Todavia, nem sempre as normas de conduta do regente sao necessariamente claras e precisas. Referimo-nos, aqui, a determinados gestos que causam uma execucyaofalha e imprecisa e muitas vezes imperceptivel ao publico em geral, mas sentida e condenada pelos musicos do conjunto. Por esse motivo diz-se, com rnuita razao, que 0 rnelhor critico do regente e 0 proprio conjunto que com ele conduz e que com ele convive constante e diretamente.

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ComoAcompanharUma PartituraDe linhaMelodica

Os dois aspectos na leitura de uma musica que mais ajudam acorrelacionar 0 que se ve com 0 que se ouve sac a altura e 0 ritmo. A altura de uma nota dizrespeito a maior ou menor extensao de seu som. Quanto mais alta a posi((aoda nota napauta, mais alto (mais agudo) ira soar. 0 tipo de c1aveempregada expressa a extensao geralda altura que sera ouvida, isto e, se as notas estao na parte do baixo ou do alto. Nao hanecessidade de precisar a altura de qualquer nota. Isso, enquanto estiver ouvindo a musica,ira, naturalmente, chamar-lhe a aten((ao. Eimportante, contudo, que voce observe 0"contomo" geral da musica, reparando quando a sonoridade sobe, quando desce, ouquando, no caso de notas seguidamente repetidas, se mantem na mesma altura.

Antes de a musica ser tocada, voce deve preparar-se para 0 que vaiescutar estudando cuidadosamente a partitura.

Vma partitura deve ser observada da seguinte maneira: Primeiro,repare 0 andamento (a velocidade) que geralmente esta escrita em italiano. Ele lhe dara ideiado quanto seus olhos terao de ser rapidos para seguir a musica. Segundo veja a indica~aonumerica do compasso (a formula de compasso).Terceiro veja a arma~ao da c1ave.

Quando voce estiver acompanhando a partitura, ira observar que 0ritmo (mostrando, sobretudo, na diferenrraentre notas longas e breves) 0 ajudara a localizar-se na partitura.

A Regencia

A regencia e 0 ate de transmitir a urn conjunto instrumental ou \'ocal,por meio de gestos convencionais, 0 conteudo ritmico e expressivo de uma obra musical. Anecessidade de se roanter em uniformidade ritmica e expressiva, todos os pIanos sonoros deuma obra , fez surgir a figura do regente.

A complexidade de detalhes que encerra uma partitura modema, comseus ritmos profusos, suas harmonias dissonantes e sua exuberante dinfunica, exige doregente, outrora urn simples batedor de compasso, conhecimentos amplos de musica aliadosa qualidade de comando que vamos identificar na sua gesticula((ao. Assim, 0 grau de culturae a autoridade de comando qualificam 0 regente.

A tecnica de gesticula((ao esta sujeita ao ternperamento artistico doregente e a interpreta~ao que cada urn deles entende de transmitir ao conjunto. Todavia,nem sempre as normas de conduta do regente sao necessariamente claras e precisas.Referimo-nos, aqui, a determinados gestos que causam uma execucyaofalha e imprecisa emuitas vezes imperceptivel ao publico em geral, mas sentida e condenada pelos musicos doconjunto. Por esse motivo diz-se, com rnuita razao, que 0 rnelhor critico do regente e 0proprio conjunto que com ele conduz e que com ele convive constante e diretamente.

"0 MAESTRO"

o MESTRE E AS SUAS RELA<;OES COi\10 GRtiPO

o maestro, lider, e aquele que faz com que as pessoas cresc;;am,aquele que yaloriza 0esforc;;ode cada elemento atraves de inter-rela90es pessoais, buscando uma unidadedentro do grupo. E s6 poderemos conseguir esta unidade pela fratemidade. nosconhecendo melhor em nossas aspirac;;5ese nos compreendendo melhor em nossaslimitac;;oes.Cada maestro deve sentir as necessidades de seus cantores e propiciar-Ihes momentos dedescoberta, fazendo com que cada urn se perceba uma pec;;aimportantissima dentro dengrenagemsocial.Os discipulos sac 0 reflexo de seu mestre, se ele iITadiaamor, paz, alegria, dinamismo,

entusiasmo, pelo que faz, todo 0 gropo sera movido e contagiado por esta beleza e poresta gra9a de levar as' comunidades a mllsica que sai da alma e que e vida intensamente.~ara tal, e preciso que a figura do maestro seja Utlltestemunho vivencial de sua filosofiade vida, porque suas atitudes influenciarao muito mais que 0 seu discurso.o seu serv190em prol do'bem comum, seu carisma pessoal contagiando as pessoas. sliacren9ana a9aOtransformadora evidenciando sua competencia humana e tccnica.Existem tres tipos de pessoas no mundo: "aquelas que nao sabem 0 que estaacontecendo; aquelas que observam 0 que esta acontecendo; e aquelas que fazem ascoisas acontecerem", afuma Nicholas MUITayButeer, ex-presidente da ColumbiaUniversity. Urna das caracteristicas basicas de urn lider, e fazer as coisas acontecerem.Ele consegue atingir objetivos significativos com a participa9aO entusiasta de outraspessoas.

o QUE FAZ UM LtDER?

1. Determina objetivos -Nao tern dllvidas sobre quando se deve atingir oque.

2. Planeja as atividades necessarias - Sabe 0 que deve acontecer a curto, medio e 10ngoprazo.

3. Organiza urn programa - Estabelece as prioridade e se pergunta: 0 que? Por que?Onde ? Quando? Quem? e Como?

4. Prepara urn cronograma -Pode assim, acompan.harseu planejamento.

5. Estabelece pontos de controle - Procura avaliar seu trabalho atraves de padroes dedesempenho.

6. Esclarece responsabilidade -Coordena atividades por sabia delegac;;ao.

-:. 'lantern abertos os canais de comunic3\3o - E accss1\-dComlll1ica-se com clareza.

8. Desenvolve a cooperaf;3o -Cna as condiyoes de trabalho em grupo.

9. Resolve problemas - 10ma decisoes sabias, a partir dos dados existentes.

10. Elogia a quem 0 merece - Valonza os seus liderados.

QUALIDADES DE UlVlB01\1 LiDER

I. Dedicaf;iio altruista - Ele acredita nos objetivos que deseja atingir e est~iprol1toapagar 0 preyo para atingi-Ios.

2. Coragem - Porque ele cre nos objetivos a serem atingldos, mantem a coragem. mesmoem circlIDstanciasadversas. Nao sede aos derrotistas.

3. Determina~3o - Ele toma decis5es, enquanto outros vacilam. Tomada ul11adecisao.volta a lutar os seus objetivos.

4. lVlotivaf;3o- Porque 0 !ider acredita nos objetivos do coral. ele inspira cmoti\'a seusliderados a se dedicarem tambem aos objetivos assumidos.

5. Humildade - Todos os grandes homens sac humildes. Existe um consenso univcrsalsobre esta qualidade. Eles sabem admitir os seus eITOSe aprender dos Olltros.Recebe,com naturalidade, os dons que the foram dados e os coloca a servi90. Isto requertambem reconhecimento dos seus limites - sou born em alguns aspectos - mas... emtodos ?

6. Competencia - Esta e a qualidade sine qua non. 0 lider exigc de si elcvados padroesde desempenho pessoal e prima por sua eficiencia profissional.

Urn lider coordena as atividadesde urn grupo, como aos objetivos assumidos. Ele ehomem de ayaO, mas tambem de participayao.

Mestre... aquele que aprende, vive, ensina com sua vida um caminho excelente, mas aochegar no alto da montanha, ve ainda grande estrada para trilar e continual' ensinando.atraves do seu exemplo.

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QUATRO AREAS QUE DEVEM SER DESEN\lOLVID::\SPARA 0 SUCESSO DE UM REGENTE

HABILIDADES FisICAS:1. Padr5es de regencia2. Gestos expressivos3. Uso da mao esquerda4. preparayao - ataques - Cortes5. Dinfunicae ag6gica6. Fraseologia

CONSIENCIA ACDIT"-A:

1. Afina~ao2. Consciencia tonal

3. Equilibrio/Unidade4. Consciencia Ritmica

COMUNICA(:AO:I. Correyao das faltas vocais2. Equilibriodo som3. Motivayao4. Exemplificayao- demonstrayao5. Uso de analogias e ilustrayoes6. Lideranya7. Relacionamentointer pessoal

INTERPRET A(:AO:I. Recriayao das inten90es do compositor

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2. Entendimento dos estilos e periodos I

hist6ricos I

3. ~x~cuvao da mllsica dentro do estilo I

propno I4. Vivencia da mllsica 'I

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MESTRE/REG ENTE

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Os meios expressivos do regente alcanvaram hoje em dia uma tecnicaque escandalizaria os compositores e regentes de outrora. Passou-se da simples marcacyaodocompasso, a principio rigida e inexpressiva, a uma serie de gestos que atende com maispropriedade as indicavoes expressa na partitura e que provoca maiores emovoes no publicoouvinte. A atuavao do regente tomou-se, atualmente, uma atividade artistica especializada.Se alguns regentes pretendem impressionar 0 publico com uma gesticulavao exagerada, semuma preocupacyao maior pela verdadeira concepvao do autor da partitura, outro, maissobrios, marcam discretamente 0 compasso com gestos elegantes, largos e as \"ezesvigorosos, as varias situavoes expressivas da obra, sem prejuizo das intenvoes do autor.

Aconselhamos na nossa didatica uma gesticulavoo discreta masenriquecida de lances que revelem 0 verdadeiro espirito emocional da trama sonora que sedesenvolve na partitura. A gesticulavao, urdida com fins sensacionais, deve ser abolida dometodo de qualquer aspirante a profissao de regente. Tal sensacionalismo pode agradar 0publico, que desconheee inteiramente as normas de regencia, mas causam repulsa aosmusicos, os quais sac vitimas constantes de regentes inescrupulosos, inconseqiientes eapressados em impressionar 0 publico falsa gesticulavao.

Infelizmente, muitos desconhecem essa verdade, aplaudindo eelogiando regentes exagerados em gestos espetaculares (muitas vezes sem conhecimentomusical algum) que nada tern a ver com 0 seguimento ritmico e expressive que deveriamassinalar.

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POSTURA DO REGENTE A FRENTE CO CONJUNTOINSTRUMENTAL OU CORAL

A posiyao do corpo do regente a &ente do conjunto influiseriamente na execuyao. Primeiro porque 0 regente deve conservar uma atitude deautoridade e de respeito diante de seus comandados e, segundo, porque seus gestosdevem estar ao alcance das vistas de qualquer integrante do conjunto, esteja esteproximo ou bem afastado daquele. Comevamos por reeomendar a seguinteso bservacyoes:

a) Corpo ereto, sem as earacteristicas da posivao militar de sentido.b) Bracyosacima da cintura, arqueados e em sentido horizontal, movimentando-os

livremente para a direita e para a esquerda e ainda para cima a altura da eabeva.o torax podera acompanhar os movimentos dos bravos, para a direita ou para aesquerda, porem, jamais devera ser curvado para &ente, em atitude de quem quertoear as maos no chao.

c) Constante relaxamento muscular dos bravos para facH tlexibilidade dosmovimentos.

d) Exercicios de dissociacyaode movimentos simultaneos dos bravos.

As recomenda«oes previstas nas letras «a» e «b» sac fundamentais, mas 0regente se afastanl delas, uma vez ou outra, quando 0 trecho a ser executado exigemaior relevo nos gestos. Essa liberdade se dara, naturalmente, em situa«oes diversas,mas a posi«ao fundamental devera ser retomada logo que a execu«ao permitir.o regente, a exemplo do pianista, devera disciplinar 0 movimento dos bra«os comexercicios especificos e metodicos ate atingir 0 automatismo. Come«ara pormovimenta-Ios lentamente, em varias dire«oes, com 0 minimo de esfor«o e compermanente relaxamento muscular.o movimento uniforme dos bra«os, aplicado com insistencia, e monotono einexpressivo. 0 exercicio racional e metodico libertara 0 regente dessa praticaunifonne e 0 livrara, ainda, de muitos outros inconvenientes. Os gestos commovimentos unifonnes de ambos os bra«os, devem ser dissociados, conservando-separa um dos bra«os as acentua«oes ritrnicase para a outra 0 colorido daquilo que aprimeira descreve ritrnicamente. Para analisar e corrigir sua propria gesticula«ao,recomendo aos alunos de regencia 0 estudo a :&ente de urn espelho que reflitatotalmente sua imagem.

DOS GESTOS E SUA APLICA<;AO

A marca«ao dos compassos simples, sujeita as recomenda«oesfundamentais, sao, naturalmente, a base para a conquista gradativa de uma gesticula«ao maisaprofundada, elaborada e arrojada, porem, coerente sempre com a interpreta«ao maisindicada.

Todo golpe inicial para ataque e precedido de urn gesto de caraterpreventivo que, logo de inicio, devera sugerir 0 andamento e a dinfunicaproprios do trechoa ser executado.

o EXECUTANTE E A TECNICA DA REGENCIA

Nao se pode compreender, hoje em dia, que urn musico de estante desconheva tecnicamentefalando, os principios elementares da arte de conduzir Orquestras, Bandas Fanfarras eCorais. Conhecendo esses principios e mesmo a mais avanvada tecnica moderna da regencia,atraves de uma obra especializada, 0 musico de estante ja nilo mais se submetera ao velhoprocesso de «ensaio e erro»durante 0 preparo de uma obra. Compreendera facilmente asobservavoes e a gesticulavao do regente, ja que este adota uma tecnica fundamentada emprincipios pre-estabelecidos. Desta forma 0 entrosamento entre ambos, regente-executanteira proporcionar economia de tempo e especialmente em proveito de uma interpretac;:aoracional e mais artistica.

AlNDA 0 GESTO PREVENTIVO

Ja mencionamos 0 emprego do gesto preventivo como norma para todo ataque inicial.Agora vamos analisa-Io e emprega-Io nos varios tempos do compasso.o gesto preventivo pode ocorrer no inicioda execuvao de uma obra ou no decorrer destaquando interrompida por pausas, fermatas, cadencias, mudanvas de andamentos, etc...

I. Comec;:andono tempo 12. Comec;:andono tempo 23. Comec;:andono tempo 34. comevando no tempo 4

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POSI<;::AoDA l\t1A.O

A mao, normalmente deve estar sempre descontraida, isto e, nao deixar 0 punho fechadocomo se fosse lutar "boxe", nem usar os dedos distendidos, escalTapachados. nemcolados entre si como se fosse uma pa de remo. 0 dedo indicador e 0 auricular (minimo)tambem nao devem vir apontados para cima, para 0 ar. Ao come~aL deixar 0 bra<;ocaidoe bem descontraido, levanta-Io ainda descontraido (como se fosse puxar algo pelo pulso)ate que a mao atinja mais ou menos a altura do ombro. Aproximadamente nesta alturafica a mao marcando a pulsa9ao, porem sem ficar "abanando". Cuidar para que a palmada mao nao fique voltada para fora. As vezes e aconselhavel juntar, tocando le\'emente 0dedo medio ou 0 indicador com a ponta do polegar para transmitir certa impressao deprecisao, seguran9a e apoio. Gtimo, fundamental, como ponto de partida, e cleixara maocomose estivessesegurandoas redeas e conduzindowna "biga" tantigo caITode cOlTidaromano). . - - .-- -

Postmas FWldameJltais na Regellcia

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Errado: 0 regente nao tem visao e dominio do coro. Certo: Visao equilibrada de ambos os polos: coro e partilura.

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If

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Area normal de mareali:io do regentc:

33

"I ' ,

o regente acha-se demasiado acima do coro, ro~do . vislo e 0 pes~o dos cantores, posi,ao cancra, hi equilibria de amba.~ as partes: cora e rc~enlc.dcixando.os em posi,ao desconCortivel.

o regente acha-se demasiado abaixo do pupo- Em rela~o ao cora. ex cantores tern umavisao lOado regente. Evitar posi,oes e movimcntos chcios de conua<;oes c riquc<

Posi;lIes bou, correras, renetem rumen e calma, conulDumllO pan uma condu,io segu-ra..

. Posi;io melbor, podendo em certas ocasiiics parccer caricala.

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Para urn inicio normal, a mao devera conservar sua posi~ao natural rela-xada. nUllcainuiferente. evitar os dedos colados uns aos outros.

Para urn inicio sereno, calmo.em intensidade piano, a palma da mao fl-cani levemente voltada pari' fora e urn pouco mais aberta.

a - Mao descontraida corretamente

b - Mao descontraida de modo errado

Em todas estas posi~oes e conveniente cuidar que 0 polegar forme umalinha reta com 0 antebracro. Reger com a mao fechada, com os punhos comose fosse lutar boxc. em regra geral. e conde!1:ivelporque sugerc urn efeito

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POSTURA DO REGENTE

Todo regente, devera criar sua postura propria, isto e, ter uma posic;ao para rcgcr d::fonna elegante.A seguir mostraremos algumas dicas para cada regente observar, afim de que possa rcgercom elegancia:

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I. Brac;osnaturahnente afastados do corpo.2. Bracrosesticados (nao totahnente), na altura do peito.3. Ombros naturalmente, sem tensao ou contrayoes musculares.4. Maos entreabertas em fonna de conchas.5. Pemas levemente afastadas wna da Olitra.6. nao ficar corcunda.

. 7. Expressao da face natural (sem caretas)8. movimentos de brayos sem exagerados.9. marcar os compassos finnemente.to. Atenyao nos ataques (inicio) e cortes (fim).

Cada regente devera treinar frente ao espelho as respectivas posturas e marcac;5esdefonnulas de compasso.Afimde que no dia de reger 0 coro, nao se atrapalhe.o mais importante no regente nao e saber gesticular maravilhosamente com os bra<;os.mas saber conduzir com seguranya0 corat demonstrando a quem canta e a quem olive.sendo estas as principaisvirtudesdo regente.

Gestos:

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Em todas estas posi90es e conveniente cuidar que 0 polegar tonne uma linha rew com (\antebra90. Reger com a mao fechada, com os punhos como se tosse lutar boxc. cm rCtc'Tageral e condemivel Porque sugere U111efeito am-essi\-o, deprillliJu t' brula1. 1sw n~h~'- , ,-.implica nao usar nunca este gesto. Tudo depende do cfelto e da lnten<;ao da mllsica.Finalmente, ainda a questao que detennina 0 limite de tempo necessario quc 0 regemc

deve pennanecer nessa posiyao fundamental a preparat6ria antes de iniciar a mtlsica.Como regra geral, deve ela demorar-se tanto quanto for necessario para conseguir-se aconcentra9ao do grupo, incluindo-se aqui tambem a concemra<;ao do oll\'imc. dl'Pllblico. Esta demora deve durar ate que sinta ter alcam;ado 0 maximo, 0 ponto critico daaten9ao.Quando este for atingido nao se deve esperar nem mais um poueo, pelo minimo que seja.po is a distensao, 0 relaxamento da aten9ao \'inl em seguida . rcsultado nova dispersao.Quando urn grupo come9a mal, a causa encontra-se gerahnente neste momento decisivo

que, uma vez ultrapassado, enfraquece 0 contato do regente com os cantorcs. Cada iniciosem tensao expressiva, sem interesse, ocorre porque 0 regente deixoll escapar aqllelemomenta decisivo, a ponto critico, ponto culminante da aten9ao. A culp<1nao recai sobreo cora, pois este depende da ordem emitida, da for9a de tensao irradiada pelo seucondutor.

Sob 0 ponto de vista pnitico, geralmente 0 ponto critico se da naquelc curto espa<;o detempo em que reina 0 silencio total, absoluto, tanto na plat6ia como no cora ou naorquestra. :E0 momento em que a tensao e todo interesse e expectativa convergcm para 0regente. Com urn pOllCOde pnltica, cada um por si mesmo vai descobrir 0 momentoexato para come9ar a reger. Importantissimo e nunca estcnder demasiado esraprepara9ao, porque a demora causa cansa90, enfado e, consequcntemente. pcrda deinteresse. 0 regente s6 deve erguer as maos quando 0 ambiente externo - paleo, platcia -estiver preparado e todos olhando-o atentamente. 0 levantar demasiadamente cedo dosbrayos e maos acostumam mal os cantofes e 0 pllblico. Todos devem scntir que estaatitude e de estrema importancia. :E 0 movimento que vai fazer iniciar a Il1llsica para aqual todos estao na expectativa. E tambem a partir dali que depende 0 bom deeurso daexecuyao de urn obra. Resumindo, e bom recordar 0 seguinte a respeito da posi(,7aouamaos:

A mao sempre deve estar descontraida, isto e, nao deixar 0 punho fechado como se fosselutar boxe, nem llsar os dedos distendidos, escarranchados, nem distendidos e coladosentre si como se fossem uma pa de femo.o dedo indicador e 0 minimo tambem nao devem vir apontados para cima, par<10 ar.No inicio, deixar 0 bra90 caido e bem descontraido, levanta-Io ainda descontraido comose fossepuxarate que a maoatinjaaproximadamentea altumdo ombro. Nessaaltumficaa mao marcando a pulsayao, porem sem ficar "abanando". Cuidar que a palma da maonao fique voltada para fora e jamais para dentra. As vezes e aconselhavel juntarlevemente 0 qedo medio ou indicador com a ponta do polegar para criar uma certaimpressao de seguranyae apoio.

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ANALISE DO MECANISMO DA REGENCIA

Os instrumentistas e os bailarinos submetem-se a intensos exerciciostecnicos para automatizar uma mecaruca muscular propria para exercer a sua atividadeprofissional. 0 pianista por exemplo. dedilha sobre 0 teclado observando a articulay80 dosdedos e mantendo os brayos em pOSiy80que faciliteaquela articulay80. Gradativamente eleadquire. atraves de estudos especializados. 0 controle muscular (automatismo) que lhefacilitara 0 mecanismo digital e llie poupara 0 excesso de esforyo mental e fisico inerente aqualquer ato improvisado. Nosso proposito consiste. pis em metodizar a aprendizagem dagesticulay80. para proporcionar aos alunos de regencia urn rapido e consciente processo deautomatizay80 de gestos. 0 musico de estante. por sua vez. muito lucrara com 0 simplesconhecimento desse mecanismo da regencia. muito embora n80 se the exija a pnhica dagesticulay80. Conhecendo os detallies atribuidos it tecnica da regencia. 0 executantecompreendera com mais facilidade a interpretay80 da obra. ditada pela gesticulay80 doregente.Para elaborar nosso sistema didatico. partimos do principio que em psicologia se denominacausa e efeito (estimulo e rea(80). No nosso caso teremos 0 conteudo rftmico e expressivoda partitura musical como estimulo e a gesticulay80, a mais apropriada para exprimir esseconteudo. como rea~ao.Assim teremos cinco gestos principais e caracteristicos. conforme demonstra abaixo:

1. ) Ligado2. ) Destacado3. ) Subdividido4. ) Isolado5. )Staccato da mao

Ligado

Este gesto descreve urn movimento ininterrupto e sem apoio sobre os tempos. Eempregadoem geral, nos andamentos lentos e moderados, mas pode servir aos andamentos vivos desdeque a linha mel6dica e seu acompanhamento assim 0 permitam.

DestacadoConservando a mesma dura<;:aoentre os tempos do compasso, 0 destacado difere do anteriorpelos acentos mais fortes e pelo repouso ligeiroem cada tempo que toea. Ha umapequenainterrup<;:aode movimento do bra<;:oap6s cadaacento, 0 que Ihe da 0 carater de gestoarticulado.

Subdividido

Fracionando-se cada tempo do compasso em duas ou mais partes, e empregando-se nasJiga<;:5esdos tempos e das partes destes. as gestos ja descritos, teremos 0 gesto subdividido.

IsoIado

Faz-se 0 isolado, assinalando-se, somente os valores positivos de uma seriegestos que nao tern seqiiencia como os precedentes. Foi classificadoespecialmente os «tutti», quando em acordes isolados.

de pausas. Saopara distinguir

<<Staccato» da mao

Oesto indicado para valores de curta dura<;:ao,isolados ou em serie, e quando subordinadosao sinal de «staccato»e tambem empregado para os efeitos de «pissicato». Pode seraplicado tambem nas subdivis5es dos tempos, mas empregando-se unicamente 0 movimentodas maos.

Compassos a.Jlernauos

-0-- --A Iinha pontHhada facilita aexecuyao dos gestos

lnlerprClayao:--um compasso de trestempos e outro de dois

"' G'P

1

-.- -----_.-o-=-- - --

Interpretayao:--um compasso de doistempos e outro de tres

A gesticula<;aopode ser leita de duas fonnas.

1

!J-lf-5

~ @ .

--'::-.=.=I=='--' Z=-=--=--' -. -

.- -.- --- . ---

--==:1.=== - :::::-.-==- ~=:: ---=-----.-

1.{-5

A gcsticula~ao para os compassos alternados dcpcndc como j,i fi'isamos,do andamcnlo da ohm c dadisposi~ao ritimica dos valol'cs distribuidos cntrc as barras do compasso. Ao intercssado cabe escolher agcsticula~ao que mclhor Ihc convicr ao caso, mediante mmliseacurada dc cada situa~ao.

A suprcssfio de alguns gestos, proporciona <'Irl'gcllcia lima gcsl icu!;u;i"iomCllos agilada c rigida c lorna-amais expressjva e graciosa.

ANDAMENTOS - FERMATA - DINAMICA - AGOGICA

Andamentos

o andamento de uma obra, quando indicado por vocabulos, naodetermina com exatidao 0 movimento imaginado pelo autor. 0 Andante Maestoso, porexemplo, deve ser mais lento e arrastado do que 0 Andante Expressivo. Todavia, pode dar-se 0 caso da inversao, isto e, 0 Andante Expressivo, apesar do sentido do adjetivo e emborao carater do trecho ser mais movimentado do que 0 Andante Maestoso. Hoje em diaemprega-se a escala metronomica para se determinar com precisao 0 andamento desejado.Graryas ao metronomo (aparelho inventado em 1816, por Johann MaeIzel, amigo deBeethovem) 0 tema andamento ja nao e mais assunto de polemica entre os interpretes dasobras que surgiram ap6s 0 aparecimento de tao precioso aparelho.

Ha compositores que, alem de determinarem 0 andamentometronomico, empregam ainda os vocabulos, pretendendo com isso exprimir com maispropriedade 0 carater do trecho subordinado as indicayoesmetronomicas.

A seguir, para ilustrar 0 assunto, a graduayao de andamentos e acorrespondencia em palavras italianas usualmente empregadas, segundo 0 quadro instituidopor Mathis Lussy e encontrado no metronome de MaeIzel.

Lento Largo ou Adagio de 40 a 60Larguetto ...de 60 a 72

Moderato Andante ou andantino de 72 a 84Allegretto """" ,....de 85 a 120

Vivo AIle gro .. . .. .. . .. . . .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . . .. .. .. . . . .. de 120 a I 50

.Presto de 150 a 180Prestisimo ..de 180 a 208

FERMATA

A deturpay80 de urn seguimento rftmico ou a interrUpy80 de movimento peloprolongamento de urn som, de urn acorde, de wna pausa ou ainda pela suspensao entretempos e compassos, e causada pelo sinal denominado FERMATA. Esse sinal, tern sidomotivo de controversias entre muitos regentes, numa infinidade de casos onde ele eaplicado. Para uns, a fennata conserva 0 valor do som que ela sustenta, acrescido de mais ametade deste valor, mas para outros, essa durayao e arbitniria, fugindo a qualquer sujeiyaometronomica. Aconselho a obediencia it relayao metronomica entre valor e seuprolongamento pelo efeito da fermata, para se estabelecer uma conduta comum entre osregentes. Todavia, haveni exceyoes, visto que, inumeras vezes, 0 prolongamento peladuplicayao de parte do valor da nota sob wna fermata, pode resultar muito exagerado e,tambem, inexeqiiivel, se considerarmos que 0 tempo de prolongamento de urn som numinstrwnento de sopro depende da resistencia respirat6ria do executante.

o Corte de uma Fermata

Entenda-se por cortar wna fennata a interrupyao que dela se faz ap6scessar 0 tempo de durayao que e atribuido. Eo ate de interrompe-la bruscamente quando selhe deu 0 tempo necessario de durayao. Na regencia significa interromper 0 seu valor ap6s 0tempo prescrito, com urn gesto brusco em direyao ao tempo ou parte deste seguinte. Adurayao da fermata conforme ja esclarece, varia de acordo com 0 valor metrico que elasustenta.

A DINAMICA

A dinfunicae 0 grau de intensidade que se imprime a urn som ou a urnacorde, tornado-os fortes, meio-forte &aco (piano) ou &aquissimo (pianissimo). Agraduayao da dinfunica e impossivel de se expressar com precisao na partitura, mas osregentes e os pr6prios executantes sabem gradua-la nos momentos em que se faz necessariait mudanya de intensidade.

ADINA-MICA DA REGENCIA

Para se graduar a dinamica de urn som ou de urn acorde, modifica-sea simetria da gesticulayao, assinalando-se, com maior ou menor vigor de gestos, aintensidade sonora que se deseja. No caso de todo um trecho musical, emprega-se uma

gesticulayao simetrica mas subordinada a intensidadeque se deve dar ao mesmo. Noprimeirocaso (urn som ou um acorde), emprega-se0 que cIassificamosde gesto isolado eno segundo,qualqueroutro gesto que se adaptea situayao,masem serie.

AGOGICA

o relaxamento ou a acelerayao de urn andamento musical, resulta noque se denominou ag6gica. Trata-se da modificayao do andamento por imposiyao dasexpress5es «ritardando» ou «rallentando», «a&etando», «tempo rubato»,«a tempo» ou «tempo primo», etc. Aparentemente isto nao apresenta dificuldade parao regente mas a sua analise torna-se necessaria para aplicarmos a sua mecclnica nosexercicios de automatizayao de movimentos. Se existe alguma dificuldade, esta reside namanutenyao do equilibrio dos bravos, os quais devem seguir, de urn para outro, gradativa eproporcionalmente em relayao ao andamento original (tempo primo ou a tempo).

Chegamos ao termino desse condensado curso, passando porcaminhos pouco ou quase nada explorados no aprendizado da regencia. Espero teresclarecido 0 suficiente para conduzir com seguranya um regente ao podium. Daqui pordiante, e claro, s6 a pratica exercida a ftente de urn conjunto, podera contribuir para modelardefinitivamente 0 futuro regente.

A REGENCIA COMO REALIZA<;AO ARTISTIC A

A regencia atinge toda a sua plenitude quando se liberta dauniformidade ritmica e emerge da imaginayao criadora do interprete numa descri<yaoaltamente expressiva da obra. Baseada neste conceito a regencia deixa de ser academica,livra-se do lugar comum, muito embora, no seu mecanismo gesticular, manifeste-sediscretamente as normas fundamentais que a disciplinam. Se assim proceder ao interprete(no caso 0 regeme) tem-se como resultado a verdadeira realiza~ao artistica. 0 interpreteregente mergulha na fantasia quando desmaterializa a rigidez da uniformidade ritmica .Cabe-lhe descrever gestos expressivos que induzam 0 musico a seguir fielmente ainterpretayao que ele, regente, concebeu para a obra programada.

EDUARDO STELLA

PLANO PARA 0 ESTUDO MI~1-'6DICO DA I~EGENCIA.

o pIano em questao esta dividido en1 tres etapas:

Primcira ctapa:

Leitura mctrica, con1 gesticula9ao, da seqUencia de sfnlbolos nlctricos parahabilitar 0 aluno nas Inudanvas sllbitas dos 111CSJll0S.C01110prilncira etapa dopIano, 0 adquire gradativaIllentc 0 autOinatis111oncccss{u'io parajogar COI11asl11aose bravos e111dire<;oes divcrsas. Passa de U111a outro C0111passoscn1 vacila

2 3 24-1 2 6 3 6 24 844 8 4 844 4

Segundu Et~.pu

J,\ hubilitado na regencia dos sin1bolosl11etricos,compete agora ao aluno seguitos valores ritmicos subordinados a aqueles simbolos. 0 aluno ira criar usando ~figuras ritmicas subordinado as fOfll1ulasde compasso da etapa anterior.

3r==~~ ~r-~==-===~~=-~ ~ =~- -~:==~ ~_.. ~ ~ ~

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Tcrccira ctapa

COll1a gcsticula9ao donlinada, a parte ritillica Illontada, cabe ao alullo criar lllll111clodia,concluindo assinl as tres etapas do piano de regencia.

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