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Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território Parecer “Conta Geral do Estado do Ano de 2007” (Relator: Deputado, Luís Pita Ameixa) Índice Parte I – Considerandos …………………………………………………………. 3 I.1 – Relatório e Pareceres …………………………………………………………. I.2 – CGE 2007 ………………………………………………………………………. I.3 – OE 2007 ………………………………………………………………………… I.4 – Parecer do Tribunal de Contas ……………………………………………… I.5 – Parecer do CES ………………………………………………………………. 1

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Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território

Parecer

“Conta Geral do Estado do Ano de 2007”

(Relator: Deputado, Luís Pita Ameixa)

Índice

Parte I – Considerandos …………………………………………………………. 3I.1 – Relatório e Pareceres ………………………………………………………….

I.2 – CGE 2007 ……………………………………………………………………….

I.3 – OE 2007 …………………………………………………………………………

I.4 – Parecer do Tribunal de Contas ………………………………………………

I.5 – Parecer do CES ……………………………………………………………….

I.6 – Análise da UTAO ……………………………………………………………..

I.7 – Sectorial e Subsidiário ………………………………………………………..

I.8 – Prazo ……………………………………………………………………………

I.9 – Artigo 206º, nº 3 do Regimento ………………………………………………

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I.10 – De geral ……………………………………………………………………… 4

I.11 – Em especial ………………………………………………………………... 5I.11.1 – No Poder Local …………………………………………………………. 5I.11.2 – No domínio do Ambiente ……………………………………………… 9I.11.2.1 – Políticas com Despesa Fiscal em ISP ……………………………….

I.11.2.2 – Políticas com Despesa Fiscal em IA/ISV ……………………………

I.11.2.3 – Políticas com Despesa Fiscal em IRS ………………………………

I.11.3 – Ministério. MAOTDR …………………………………………………… 13I.11.3.1 – Serviços Integrados ……………………………………………………

I.11.3.2 – Serviços e Fundos Autónomos ……………………………………….

I.11.3.3 – Responsabilidades Plurianuais ……………………………………….

I.11.3.4 – PIDDAC ………………………………………………………………….

Parte II – Opinião do Deputado Autor do Parecer…………....................... 17II.1 – Histórico Descontinuado …………………………………………………

II.2 – Defeitos do Processo ……………………………………………………..

Parte III – Conclusões ………………………………………………………….. 22

Parte IV – Anexos ……………………………………………………………….. 24

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Parte

I

Considerandos

I.1) NOS termos do artigo 107.º da Constituição da República Portuguesa e do

artigo 205.º do Regimento da Assembleia da República, a Conta Geral do

Estado é apresentada à Assembleia da República, onde é remetida à comissão

parlamentar competente em razão da matéria (Comissão de Orçamento e

Finanças), para elaboração de relatório, e às restantes comissões

parlamentares permanentes, para efeitos de elaboração de pareceres sectoriais;

I.2) Considerando a Conta Geral do Estado de 2007 enviada pelo Governo a

esta Assembleia da República;

I.3) Considerando o Orçamento do Estado para 2007, aprovado pela Lei nº

53-A/2006, de 29 de Dezembro. E considerando o Decreto de Execução

Orçamental, o Decreto-Lei nº 50-C/2007, de 6 de Março;

I.4) Considerando o parecer do Tribunal de Contas, que foi enviado à

Assembleia da República a 22 de Dezembro de 2008;

I.5) Considerando o parecer do Conselho Económico e Social, por este

aprovado em 17 de Dezembro de 2008;

I.6) Considerando a análise da UTAO – Unidade Técnica de Apoio Orçamental, desta Assembleia da República;

I.7) Considerando a competência material da COMISSÃO DE PODER LOCAL,

AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO, e a natureza sectorial e subsidiária

do parecer que compete a esta Comissão;

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I.8) Observa-se que a apresentação da Conta Geral do Estado à Assembleia

da República, por parte do Governo, cumpriu as disposições legais a que está

sujeita em termos de prazos.

Esta circunstância é, tal como sucedeu no ano anterior, de saudar, uma vez

que este cumprimento de prazos de apresentação da Conta à Assembleia da

República não sucedeu nos exercícios anteriores;

I.9) Infelizmente, mais uma vez, não pode a Comissão beneficiar do apoio de

uma análise técnica sectorial que, nos termos do nº3 do artigo206º do

Regimento, deveria ter sido efectuada pelos serviços da Assembleia da

República.

I.10) De geral, pode-se afirmar que o ano de 2007 se enquadrou num

processo, que tudo condicionou, como não podia deixar de ser, de

consolidação das finanças públicas.

O Conselho Económico e Social dá, exactamente, conta disso ao referenciar,

a páginas 10 e 11 (sublinhados nossos), que “No âmbito das obrigações do

Estado português no seio da UE, nomeadamente no que respeita ao Programa

de Estabilidade e Crescimento, em Dezembro de 2006 o Governo enviou à

Comissão Europeia um programa actualizado destinado a prosseguir a redução

estrutural da despesa pública no período 2006-2010.

Como aspecto fundamental desse documento encontra-se, entre outros, o

objectivo da diminuição do rácio nominal entre o défice das contas públicas e

o PIB, que em 2005 se apurara ser de 6,1%, até atingir um valor inferior a 3%

em 2008.

Esta obrigação constituiu o pano de fundo da preparação e da execução do OE 2007 e, naturalmente, da apreciação da CGE 2007.”

E, mais adiante: “Utilizando a comparação das contas públicas referentes ao

Sector Público Administrativo na óptica da Contabilidade Nacional (considerada

para efeitos da contabilização do défice), conclui-se que a meta do défice foi

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largamente cumprida, pois assumiu o valor de -2,6% do PIB, que supera a previsão de -3.7% incluída no OE.”

Ao atingir um valor do défice inferior a 3% do PIB, neste ano de 2007,

Portugal, acaba por antecipar em um ano os compromissos que assumira no

âmbito da União Europeia, o que, como assinala o Tribunal de Contas, a

páginas 34 do seu Parecer, “…conduziu ao levantamento do procedimento dos défices excessivos.”.

Não obstante o aperto das contas públicas, a economia do País respondeu,

num ciclo de ascensão, o que é referido no Relatório da Conta (a páginas 7 do

volume I): “Em 2007, a economia portuguesa continuou a evidenciar uma

trajectória de aceleração, com o crescimento do PIB a situar-se em 1,8% (1,3% em 2006), o mais elevado desde 2001.”

Ainda assim, “Apesar da aceleração da economia portuguesa em 2007, o

diferencial de crescimento da economia portuguesa face à média da área do

euro continuou negativo, ainda que inferior a 2006.”

I.11) Em especial, no que toca a esta Comissão Parlamentar Permanente,

louvamo-nos na análise do Tribunal de Contas que, no seu Parecer (a páginas

34, 35, 36), tem o cuidado de elencar as mais relevantes políticas económicas

e medidas legislativas que influenciaram a execução orçamental de 2007, o

que se pode encontrar, naturalmente, plasmado na Conta, objecto da nossa

atenção, e que abrangem, entre outras:

(cit.do Parecer do Tribunal, com sublinhados nossos)

I.11.1) No Poder Local

cit: “A Lei de Finanças Locais (Lei n.º 2/2007, 15/01), mediante a qual foi

criado um novo modelo para a participação dos municípios nos impostos do

Estado e foram estabelecidas condições financeiras adequadas à transferência

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e atribuição de competências às autarquias. Também neste caso se destaca a

definição dos limites ao endividamento.

Tanto no caso das regiões autónomas como no das autarquias, foi

consagrado o princípio da não assunção pelo Estado das obrigações

assumidas por estas. Relativamente às primeiras, foi ainda estabelecido o

princípio da proibição de prestação de garantias pessoais do Estado ao seu

endividamento. A modificação do cálculo das receitas de IVA das Regiões

Autónomas, em aplicação da referida Lei de Finanças terá tido um impacto de

0,4 pp na receita fiscal do Estado. Se as transferências para a Administração Local aumentaram 1,56% em 2007, mantendo-se

praticamente inalterada a verba correspondente à Lei das Finanças Locais

desde 2005, já as transferências para as Regiões Autónomas aumentaram em

2007, 40,7% relativamente a 2006 e 35,1% relativamente a 2005.

Em matéria legislativa, há também que referir, pela sua importância, o

Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23/8, que procedeu à revisão do Regime Jurídico

do Sector Empresarial do Estado, bem como a entrada em vigor, em 1 de

Janeiro de 2007, do novo regime jurídico do Sector Empresarial Local, aprovado pela Lei n.º 53-F/2006, de 29/12.”

Por sua vez, a Conta Geral do Estado 2007 apresenta a Conta das Administrações Públicas, consta do quadro 3, a páginas 16 do relatório, vol.

I, e mostra, efectivamente, (terceira coluna) como o subsector da

Administração Regional e Local foi neutro (relativamente, ressalvadas as

transferências de um subsector deficitário) na formação do défice público, para

o que terão contribuído, evidentemente, as medidas políticas e legislativas

tomadas.

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Outrossim, do quadro 15 da CGE (Relatório, vol. I, página, 36), a seguir

apresentado, pode ver-se, dentro das grandes transferências financeiras do

Estado, aquela que é feita para a Administração Local (apenas na parte

referente à Lei das Finanças Locais, que é menos de 40 por cento do total da

receita do Poder Local), sendo 2.298,1 milhões de euros para os municípios e

193,8 milhões de euros para as Freguesias.

Vê-se também, com continuidade face a anos anteriores e na linha do que

tinha sido anunciado e orçamentado, uma diminuição das verbas transferidas

pela cooperação técnica e financeira, associada sobretudo aos chamados

contratos-programa, por sua natureza mais discricionários, montando apenas

37,8 milhões de euros, sendo que se tratará sobretudo de pagamentos de

compromissos anteriores, sob a designação de “Outras a cargo da Direcção-Geral das Autarquias Locais”.

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No ANEXO constante da Parte IV deste Parecer, pode ver-se a transferência

efectuada para cada um dos 308 Municípios portugueses, a qual se analise

em três parcelas fundamentais: O FEF - Fundo de Equilíbrio Financeiro

(1.826,6 milhões de euros), o FSM – Fundo Social Municipal (151,8 milhões de

euros), e a participação no IRS – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Singulares (319,9 milhões de euros)

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I.11.2) Logo a seguir, no domínio do ambiente é referido pelo Tribunal de

Contas (Parecer, paginas 35 e 36):

“Algumas medidas tomadas na defesa do meio ambiente tiveram, também, repercussões sobre o Orçamento:”

Vejamos alguns casos:

I.11.2.1) Para o TC: “O Decreto-Lei n.º 66/2006, de 22/4, que alterou o

Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo, permitiu a isenção parcial e

total do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) aos bio-combustíveis incorporados em gasolina e gasóleo usados em transportes –

esta medida acabou por ter efeitos em 2007 e representou um valor próximo

dos 20 milhões de euros;”

Na verdade a Conta Geral do Estado (relatório página 80) refere-se ao

Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), apresentando

o quadro seguinte:

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A CGE informa que a despesa fiscal em ISP ascendeu a 261 milhões de

euros, o que equivale a cerca de 8,2 por cento da receita líquida arrecadada

neste imposto.

Na parte que mais nos interessa, as justificações apresentadas na CGE vão

no seguinte sentido:

“a redução significativa em “Produção de energia” foi consequência de um

recurso menos acentuado a centrais que utilizam fuelóleo como combustível

para produção de energia eléctrica, nomeadamente por razões de índole

ambiental; e

o aumento substancial da despesa fiscal com a epígrafe de

“biocombustíveis”, teve a ver com a publicação do Decreto-Lei n.º 66/2006,

de 22 de Março, que alterou o Código dos Impostos Especiais sobre o

Consumo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 566/99, de 22 de Dezembro,

consagrando a isenção parcial e total do ISP aos biocombustíveis, quando

incorporados na gasolina e no gasóleo, utilizados nos transportes. A produção

de efeitos fez-se sentir, na íntegra, a todo o ano de 2007.”

Podemos ainda verificar que também diminuiu o benefício relativo à utilização de carvão.

I.11.2.2) Ainda, regressando ao Parecer do Tribunal de Contas (página, 35 e

36), voltamos a ler:

“A Lei n.º 22-A/2007, de 29/6, que aprovou o novo Código do Imposto Sobre Veículos e o Imposto Único de Circulação (IV), que entrou em vigor em

Julho de 2007, traduziu-se numa despesa fiscal de 13,1 milhões de euros;

As alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 33/2007, de 15/2, aos

beneficiários para abate de veículos, sobretudo a redução do tempo de

propriedade, levaram a uma despesa fiscal de 11,4 milhões de euros.”

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Na verdade o Imposto Automóvel, e, o Imposto Sobre Veículos, vieram a

evoluir num sentido amigável para o ambiente.

Isso pode ver-se do quadro seguinte, constante do Relatório da CGE (vol. I,

Página, 82):

Na verdade, no conjunto de isenções e benefícios referentes a veículos com

motor híbrido, abates de veículos em fim de vida, e, reduções por menor

emissão de partículas poluentes, o Estado, em 2007, suportou 33,7 milhões de

euros, o que significou mais 24,7 milhões de euros do que em 2006, o que

mostra bem o sentido e actualismo das políticas adoptadas.

Nas justificações apresentadas na conta (página 83 do relatório) pode ler-se

(sublinhados nossos):

“O CISV veio estabelecer uma redução de € 500 no ISV a veículos a gasóleo com emissão de partículas inferior a 0,005g/km. O número de

veículos em condições de beneficiar desta redução situou-se acima das

expectativas, ascendendo a 26.121 unidades, traduzindo-se, em termos de

despesa fiscal, em 13,1 milhões de euros. Esta isenção surgiu com a aplicação

do Código em 2007; e

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ao nível dos abates, isto é, como incentivo à compra de veículo novo como

contrapartida do abate de um veiculo em fim de vida (VFV) – traduzido,

consoante a idade do VFV, numa redução do IA/ISV até € 1 250 – refira-se a

republicação efectuada pelo Decreto-Lei n.º 33/2007, de 15 de Fevereiro, do

diploma base, Decreto-Lei n.º 292-A/2000, de 15 de Fevereiro, que veio agilizar

o procedimento da destruição de VFV, realçando-se, entre outras, a redução do

tempo de propriedade (de 12 para 6 meses), a possibilidade do veículo não ter

condições de circulação, e a entrega directamente num centro desmantelador

em alternativa aos actuais centros de inspecção. A agilização dos

procedimentos respeitantes aos VFV teve um impacto geral acima do

esperado. Assim, foram concedidos, em 2007, 16 025 benefícios, quando em

2006 se situaram nos 6 457, resultando numa variação da ordem dos 148,2 por cento.”

I.11.2.3) Por seu turno no imposto sobre o rendimento das pessoas singulares

(IRS) é de realçar a despesa fiscal derivada da utilização de equipamentos de

energias renováveis, a qual cresceu 13,8 por cento de 2006 para 2007,

fixando-se, neste anos, em 6,6 milhões de euros, tudo como melhor de pode

ver do quadro seguinte que consta a páginas da CGE:

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I.11.3) Da Conta Geral do Estado consta a receita e a despesa realizada no

âmbito do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR), que, como se sabe, abrange áreas

diversas, nem todas da competência desta Comissão Parlamentar.

Apresentam-se os quadros globais, que são os que constam do documento

em análise, devendo a sua leitura fazer-se com focagem no âmbito próprio

desta Comissão.

I.11.3.1) O MAOTDR, apresentou, em 2007, uma execução Orçamental de

213,7 milhões de Euros, nos Serviços Integrados, conforme melhor se pode

ver no quadro seguinte das despesas por classificação orgânica, especificadas

por capítulos:

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I.11.3.2) O MAOTDR apresentou, em 2007, uma execução Orçamental de

440,5 milhões de Euros na receita e de 381,6 milhões de Euros na despesa

dos respectivos Serviços e Fundos Autónomos, conforme melhor se pode

ver dos dois quadros seguintes por classificação orgânica, com especificação

das verbas globais de cada Serviço e Fundo:

MAOTDR.SFA - Quadro da Receita:

MAOTDR.SFA – Quadro da Despesa:

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I.11.3.3) O MAOTDR apresentava, no fecho de 2007, um valor de

Responsabilidades Plurianuais Contratuais de 119,9 milhões de Euros (sendo 23,3 milhões de euros através dos Serviços Integrados e 96,6 milhões

de euros pelos Serviços e Fundos Autónomos), conforme melhor se pode ver

no quadro seguinte:

I.11.3.4) O MAOTDR foi um dos cinco ministérios onde o PIDDAC (Plano de

Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central)

concentrou grande parte dos seus investimentos, tendo sido investidos mais de 167 milhões de euros, em 2007.

O quadro seguinte mostra o orçamentado inicial e o ajustado, bem como a

execução da despesa, e as fontes de financiamento, nacionais e comunitárias,

utilizadas.

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Parte

II

Opinião do Deputado Autor do Parecer

II.1) A análise da Conta Geral do Estado fazendo-se, como se está a fazer,

agora, no princípio de 2009, como é natural, tem, porém, um sabor a histórico descontinuado.

O que seria normal era enquadrar esta análise e discussão na continuidade

de uma política de consolidação das finanças públicas e de relançamento do

crescimento económico, na linha que vinha sendo seguida pelo executivo em

funções.

Mas a crise brutal de 2008 mudou todos os paradigmas e alterou todas as

trajectórias, razão pela qual a actualidade das análises é hoje outra.

Inverteu-se a política de redução do défice e da divida pública e investe-se a

todo o custo nos estímulos económicos e ampara-se o sistema financeiro.

Ainda assim, julgamos fundamental reconhecer que a disponibilidade dos

instrumentos financeiros que permitem hoje ao Governo responder a esta nova

conjuntura só é possível graças ao esforço contínuo que o Executivo e os

portugueses fizeram para que as contas do Estado se consolidassem, nos

anos de 2005, 2006, 2007 e 2008.

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II.2) No Parecer que elaborei e foi aprovado (CPLAOT, 11 de Março de 2008),

referente à Conta Geral do Estado de 2006, expendi várias considerações

sobre o que considero serem defeitos do processo político-parlamentar de apreciação da Conta e apresentei sugestões para o melhorar.

Como não se verificaram alterações nesses aspectos, volto a referi-las,

transcrevendo dali a seguinte parte:

“O conteúdo e natureza da Conta Geral do Estado têm sido e continuam a

ser muito focalizados nos aspectos quantitativos da execução orçamental.

A apresentação sobretudo numérica e a natureza contabilística são os

aspectos mais marcantes da Conta Geral do Estado.

A evolução recente tem vindo a fazer ganhar alguma ênfase ao

enquadramento e à discussão do quadro macroeconómico e aos aspectos

mais relevantes dos indicadores gerais das finanças públicas, partes que

ocupam, de facto, o grosso do debate em torno da Conta.

Porém, a meu ver, falta, paralelamente, aprofundar-se um caminho de

apreciação sectorial, sobre as várias áreas da execução, que é o mesmo que

dizer da governação, centrado no respectivo debate político.

Sem dúvida que é essa a “ratio legis” do Regimento da Assembleia da

República, desde logo quando defere a todas as Comissões Parlamentares a

emissão de pareceres, em razão da matéria da respectiva competência de

cada uma delas, e, por sua vez, à Comissão de Orçamento e Finanças, a

recepção de todos esses pareceres e a elaboração do relatório final global –

vd. artigos 205º e 206º.

Acrescenta ainda o Regimento que os Serviços da Assembleia procedem a

uma análise técnica da Conta Geral do Estado, discriminada por áreas de governação, remetendo-a à comissão parlamentar competente em razão da

matéria, o que tem, evidentemente, por escopo municiar as comissões

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parlamentares de informação técnica trabalhada para sustentar debates, em

cada uma, sobre o cumprimento das políticas respeitantes às suas áreas de

acompanhamento e fiscalização – artigo 206º nº 3.

O prazo assinalado no Regimento para a emissão dessa análise dos

Serviços Parlamentares é de noventa dias, contados a partir da entrega da

Conta, não sendo, porém, até ao momento em que se escreve, ainda

conhecida a existência deste documento. Não terá sido elaborado!

Parecendo que a análise que é feita pela Unidade Técnica de Apoio

Orçamental (UTAO), que trabalha junto da Comissão de Orçamento e

Finanças, não é (nem substitui) a análise técnica por áreas de governação a

que se refere o nº 3 do artigo 206º do Regimento.

Isso mesmo, aliás, faz questão de sublinhar a própria UTAO na sua

informação sobre a Conta Geral do Estado de 2006, datada de 14 de Janeiro

de 2008, sob a referência 3/COF/2008. E, efectivamente, tal análise não se

apresenta especificadamente organizada pelas diferentes áreas de

governação.

Recorde-se que, no que toca ao Orçamento do Estado, o Regimento manda

que os membros do Governo enviem às comissões parlamentares

competentes uma informação escrita acerca das propostas de orçamento das

áreas que tutelam – artigo 206º nº 5.

Na realidade, o debate útil sobre a actividade anual do Estado e, em

particular, da Administração a cargo do Governo (artigo 182º da Constituição),

deve requerer, da parte do Parlamento, um escrutínio político (e não meramente contabilístico) sobre o significado das inscrições financeiras da

Conta Geral do Estado.

E para essa utilidade também seria adequado que os membros do Governo,

a exemplo do que sucede quanto ao Orçamento, dessem a sua visão e

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justificação às comissões parlamentares respectivamente competentes, sobre

a execução plasmada em números na Conta Geral do Estado.

É curioso como se descortina aqui uma certa cultura que ainda impregna

excessivamente a vida política, vendo-se bem como, a respeito de um

exercício subjectivo de opções, de planeamento e de previsionismo – caso do Orçamento – é colocado um grande relevo, é objecto de aprofundada

regulamentação e motivo de extensos debates e mediatização mas, a

contrario, quando se toca no domínio objectivo, a verificar o concreto

cumprimento – caso da Conta – tende a postergar-se, para um exercício

menor e apressado, o debate político sobre a qualidade da execução, sobre as

causas de insucesso ou os ensinamentos do êxito, e sobre as

responsabilidades, positivas ou negativas, dos agentes!

Diga-se, em abono da verdade, que este ano se regista uma melhoria com o

debate havido na Comissão de Orçamento e Finanças com o Ministro das

Finanças e a sua equipa de Secretários de Estado, para além da habitual

sessão com o Tribunal de Contas.

Tal debate só ocorreu porque a Comissão de Orçamento e Finanças

prevalecendo-se das normas do novo Regimento, aprovado no âmbito da

chamada Reforma do Parlamento, resolveu utilizar uma das audições com o

Ministro, ao abrigo justamente do disposto no nº 2 do artigo 104º, para este

momento e para este efeito.

Mas – insisto - o sistema, no que tange ao processo parlamentar em matéria

de finanças públicas, não responde capazmente ao interesse – que julgo existir

e ser relevante – de exame político-financeiro da execução do Orçamento.

O Ministro das Finanças, bem como, o Ministro da Segurança Social (a

Segurança Social tem sua conta própria acoplada neste processo), deveriam,

claramente, ter a incumbência de se apresentar perante a Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, em similitude com o que se passa na

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discussão do Orçamento, como está estabelecido no nº6 do artigo 206º do

Regimento.

E, os restantes membros do Governo, deveriam, pelo menos, enviar uma informação escrita sobre a execução na sua área de governação,

simetricamente ao que fazem no âmbito do Orçamento como assinala o nº 5 do

artigo 206º do Regimento.

As Comissões Parlamentares respectivas, que assim o entendessem

necessário, poderiam depois suscitar a audiência presencial do competente

Ministro.

Admito que, em qualquer caso – seja com os Ministros das Finanças e da

Segurança Social, seja com os das restantes áreas sectoriais – as audições a

que houvesse lugar, contassem na calendarização a que se refere o artigo

104º nº 2 do Regimento.

A meu ver, quanto mais aprofundado for o debate da Conta Geral do Estado

melhores - em consequência - qualidade e rigor, se obterão, tanto na

elaboração e discussão dos Orçamentos, como no seu efectivo cumprimento.

Falta, portanto, dar passos de aperfeiçoamento e aprofundamento nas regras

do processo parlamentar de análise e exame da Conta Geral do Estado, e tal

não terá logo avançado mais, aquando da Reforma do Parlamento, porque

entre a Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças e o Ministério das

Finanças, está em curso um estudo para alterar o sistema neste aspecto (e

noutros) que deverá levar a uma revisão específica da Lei de Enquadramento

Orçamental.

O problema é que passa o tempo mas vamos sempre repetindo o trabalho

segundo regras procedimentais que já foram identificadas como ruins e que,

não obstante, vão permanecendo, de uns anos para os outros, como esta da

apreciação política da Conta Geral do Estado ou, para dar um exemplo ainda

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mais absurdo, o modo como é tratado o PIDDAC em sede de aprovação do Orçamento do Estado.

Ora, esse trabalho preparatório de revisão do sistema político-parlamentar

atinente às finanças públicas, parece carecer de lhe ser insuflada mais dinâmica o que só se conseguirá com um objectivo claro.”(fim de citação)

Parte

III

Conclusões

a) Os Serviços da Assembleia da República não dão cumprimento ao disposto

no nº3 do artigo 206º do Regimento, não dispondo assim a Comissão do apoio

de uma análise técnica sectorial.

b) Tal facto deve ser comunicado ao Presidente da Assembleia da República,

para os convenientes efeitos (Regimento, Artigo 12º, nº 1; Artigo 16º, nº 1,

alíneas d), e), t), u); Artigo 109º, nº 2).

c) No ano de 2007 o País deu passos de consolidação do crescimento

económico, que foi o mais elevado desde 2001, ainda que inferior à média da

euro-área.

d) No ano de 2007 o País deu passos de consolidação das finanças públicas,

com o défice a baixar dos 3 por cento (2,6 por cento), o que aconteceu um ano

antes do prazo estabelecido e veio permitir o levantamento do procedimento

por défice excessivo, existente na União Europeia, contra Portugal.

e) O contexto de disciplina das finanças públicas influenciou e condicionou

decisivamente a elaboração do Orçamento do Estado para 2007 e a sua

respectiva execução.

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f) As Autarquias Locais tiveram um pequeno aumento nas transferências

(1,56%) mantendo-se praticamente inalterada a verba correspondente à Lei

das Finanças Locais.

g) Houve continuidade do caminho de diminuição, com significado, do valor das

transferências por contratos-programa a cargo da Direcção Geral das

Autarquias Locais.

h) A Administração Local foi dotada com novos regimes jurídicos que

disciplinam a sua administração económico-financeira, designadamente, nova

Lei de Finanças Locais, e, novo regime jurídico do Sector Empresarial Local.

i) O Estado desenvolveu diversas políticas de estímulo à defesa do meio

ambiente, nomeadamente, quanto a produção de energia, biocombustíveis

para transportes, abate de veículos em fim de vida, redução da emissão de

partículas poluentes, energias renováveis, que vieram a gerar uma significativa

e acrescida despesa fiscal em 2007.

j) O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do

Desenvolvimento Regional, apresenta execução orçamental segundo os

serviços integrados (213,7 milhões de euros), segundo os seus serviços e

fundos autónomos (381,6 milhões de euros, de despesa), segundo os

compromissos plurianuais (119,9 milhões de euros) e segundo o PIDDAC

(167.1 milhões de euros).

l) O presente Parecer é remetido à 5ª Comissão Parlamentar Permanente –

Comissão de Orçamento e Finanças – nos termos e para os efeitos

regimentais, designadamente do artigo 205º, nº 3, e do artigo 206º, nº 1.

Lisboa e Palácio de São Bento,

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O Deputado Relator,

Luís Pita Ameixa

O Presidente da Comissão,

Ramos Preto

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Parte

IV

Anexos

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