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Sob a Autoridade Espiritual de Kyabje Kalu Rinpotche Comentários explicativos de Kalu Rinpotche Centro Budista Tibetano Kagyü Pende Gyamtso DF 425 Condomínio Jardim América Lotes F1/F3 G2/G4 Sobradinho II DF Cep: 73070 023 Fone: (61) 34 85 06 97 Site : www.kalu.org.br Email: [email protected]

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Sob a Autoridade Espiritual de Kyabje Kalu Rinpotche

  

Comentários explicativos de Kalu Rinpotche 

  

Centro Budista Tibetano Kagyü Pende Gyamtso ‐ DF 425 ‐ Condomínio Jardim América ‐ Lotes F1/F3 ‐ G2/G4  Sobradinho II ‐ DF ‐ Cep: 73070  023 ‐  Fone: (61) 34 85 06 97 ‐ Site : www.kalu.org.br ‐ Email: [email protected] 

  

A Meditaçao de Tchenrezig Comentários explicativos de Kalu Rinpoche 

   

      I ] Preliminares  

    1)  Refúgio      2)  Bodhicitta    

    II ]  Prática Principal  

    1)  Geração da Divindade     ‐ Geração da sílaba “HRI”     ‐ Descrição de Tchenrezig  ( União de todos os refúgios) 

     2)  Prece (três vezes)      3)  Meditação – Recitação     1. Recitação do Mantra     2. Fase sem forma 

     4)  Reaparição 

       III ]  Conclusão   

  1)  Dedicatória    2)  Prece para renascer em Dewatchen 

      

                                                                                                                                                                                                                                                                        KPG : 13‐10‐2011 

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Instruções necessárias à Prática Veneravel Kalu Rinpoche 

 

Devemos, inicialmente, imaginar que no meio do céu diante de nós se encontram os diferentes  aspectos do Refúgio:  as  três  jóias,  o Buddha,  o Dharma  e  o  Sangha,  e  as  três raízes, o lama, os Yidams (divindades) e os protetores.  

Pensamos que diante desses aspectos nós e todos os demais seres tomamos refúgio até atingirmos o estado de Buddha e nos remetemos às três jóias.  

Em seguida, desenvolvemos a motivação do espírito do despertar com o objetivo de liberar todos os seres de Samsâra e estabelecê‐los no estado de Buddha.  

Pensando  assim,  receberemos  as  instruções  sobre Tchenrezig  e praticaremos  esta meditação: 

Inicialmente, repetimos três vezes a parte do texto que corresponde ao refúgio:  

“SANG GYE TCHÖ DANG....” 

Depois,  imaginamos  que  sobre  nossa  cabeça  e  a  de  todos  os  seres  há  um  lótus branco, em cima do qual se encontra um disco luminoso e sobre este a letra branca “HRI”. 

  

Essa letra “HRI” irradia luz por todas as direções, atingindo a todos os Buddhas e se apresentando a eles como uma oferenda que os cobre. 

 Em seguida, essa  luz  irradia para as seis classes de seres, purifica os véus (karma, emoções conflituosas, apego ao eu e ignorância) que cobrem suas mentes e todas as ações nocivas.  

Finalmente, a luz é reabsorvida na letra “HRI”.  

A  letra  “HRI”  instantaneamente  se  transforma  no  aspecto  do  muito  nobre Tchenrezig, de cor branca. Ele possui uma face, quatro braços e duas pernas cruzadas na posição de vajra.  

- A posição vajra das pernas simboliza o  fato de Tchenrezig não  residir nem em Samsâra, nem na paz do Nirvana.  

- Os  quatro  braços  simbolizam  as  quatro  virtudes  incomensuráveis:  a compaixão  incomensurável,  a  alegria  incomensurável,  o  amor incomensurável, a equanimidade incomensurável.  

- A  cor  branca  simboliza  a  pureza  de  Tchenrezig  e  o  fato  de  que  suas manifestações  não  são  atingidas  pelos  véus  da  mente,  pelos  aspectos impuros, pelo karma impuro, etc. 

ÄÚ…;

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- Os  dois  olhos  de  Tchenrezig  simbolizam  a  conjunção  entre  os métodos  e meios (Thab) e o conhecimento transcendente (sherab).  

- Tchenrezig também está ornamentado com cinco adereços de seda e de oito jóias. As cinco sedas são: as  fitas que pendem de seu diadema, a  longa  fita que contorna seus ombros e braços, o xale que recobre o tronco, seu cinto e sua veste.  

- As oito  jóias são: o ornamento sobre sua cabeça que simboliza os Buddhas das cinco famílias, o brinco de pedra preciosa, o colar que ele usa no pescoço, o longo pingente, o cinturão de jóias, o pequeno ornamento sobre seu corpo, os braceletes em torno do braço e punho e os braceletes no tornozelo. 

- As cinco sedas simbolizam que em Tchenrezig culminam as cinco sabedorias supremas da mente dos Buddhas. 

- As oito jóias simbolizam que Tchenrezig possui perfeitamente os oito ramos do Caminho Óctuplo.  

  Tchenrezig está sentado sobre um disco que simboliza o fato de ele manifestar sua grande compaixão e  transmitir sua  influência espiritual a  todos, sem ser maculado pelas seis classes de seres.  

  Às  costas  de  Tchenrezig,  há,  como  espaldar,  uma  lua  branca  imaculada,  que simboliza  as  oferendas  e  louvações  que  todos  os  Buddhas  e  Bodhisattvas  fazem continuamente a Tchenrezig, bem como seu aspecto puro. 

No  alto  de  sua  cabeça,  encontra‐se  o  Buddha  Amitabha,  que  é  tanto  seu preceptor, mestre espiritual e lama, como o princípio do qual Tchenrezig emana.  

  Há  um  animal  mitológico  chamado  Trinasara,  uma  espécie  de  gazela, mansa  e gentil, que jamais faz o mal aos outros, cujos pés são como feltro e só se alimenta de ervas. Uma  pele  de  Trinasara  cobre  o  ombro  de  Tchenrezig  simbolizando  que  em  nenhuma circunstância ele faz o mal a alguém. 

Tchenrezig  trabalha contínua e perpetuamente para o bem dos seres por meio dos  cinco  corpos de Buddha, das  cinco  sabedorias, que  constituem  sua  essência. Esta  é simbolizada  pela  luz  que  irradia  de  seu  corpo.  A  luz  é  principalmente  branca,  mas composta  de  raios  brancos,  azuis,  verdes,  amarelos  e  vermelhos,  que  correspondem  às cores das cinco sabedorias.  

  Para simbolizar sua atitude de constante prece e desejo para que o bem chegue a todos os seres, as duas primeiras mãos estão juntas no mudrâ de prece.  

Por  sua atividade,  ele  salva primeiro os  seres nos  três mundos  inferiores e os leva à  liberação. Para simbolizar essa ação de  retirar os seres do sofrimento do Samsâra, Tchenrezig leva em sua mão direita um mala de 108 contas de cristal imaculado. 

Para simbolizar que Tchenrezig é puro e livre das emoções perturbadoras (todas as 84000) e que, em última instância, leva todos os seres ao estado perfeitamente puro de Buddha, ele segura com sua mão esquerda um lótus branco.  

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Para simbolizar que pelos meios  (upaya), pela compaixão, e por  intermédio do conhecimento  transcendente  (sherab)  trabalha  com grande  amor pelo bem dos  seres,  ele repousa seu olhar sobre todos os seres.  

 

Nós  imaginamos  Tchenrezig  dotado  de  todas  essas  qualidades  e  atributos situados sobre nossa cabeça. Nós pensamos que ele está realmente presente.  

DA SO KHA KHYAB ... 

Esse aspecto de Tchenrezig é essencialmente nosso lama‐raiz, quem quer que ele seja, isto é, o lama que nos transmite a iniciação, os lungs, as instruções. É o lama‐raiz sob o aspecto de Tchenrezig, o aspecto de  todos os  refúgios, Buddha, Dharma, Sangha, Lama, Yidam e Protetor.  

Pensamos que Tchenrezig possui todas as qualidades desses diferentes aspectos, dos quais ele é a essência. Pensamos que é a base e o fundamento do qual emanam todos os demais Yidams.  

 

Prece 

Dirigimos uma prece  a Tchenrezig,  como descrito  acima,  e pedimos que  faça com que todos que apreendem um ego possam ser liberados dessa percepção.  

Pedimos que nos ajude a compreender a  inexistência do ego, de uma entidade concreta, e também o sentido da vacuidade.  

Nós lhe dirigimos uma prece, pedindo que nos conceda sua influência espiritual e que em nós possa surgir e crescer a compaixão e amor por todos seres, que já foram, cada um, nosso pai e nossa mãe.  

Nós  lhe  solicitamos  que  nos  outorgue  sua  influência  espiritual  para  que compreendamos  o  conhecimento  transcendente  e  adquiramos  esse  conhecimento,  que consiste em  reconhecer  toda aparição  fenomenal como uma projeção, uma manifestação da mente, e reconheçamos que essencialmente a mente é vazia e não consiste no que quer que seja. 

Pensando assim, nós lhe dirigimos uma prece ardente, e recitamos: 

DJO WO KYÖN GYI ... 

Pensamos que essa prece ardente estimula e incita o Supremo Conhecimento de Tchenrezig e seu grande amor compassivo, que se manifesta sob a forma de irradiação de luz.  

Todos  os  seres  se  encontram  sob  o  domínio  das  aparências  ilusórias  e equivocadas, as quais são impuras.  

Se  essas  aparências  forem dissipadas,  atingirão  o Estado de Buddha,  que  é  o despertar.  

Nesse momento, reconhecerão a verdadeira natureza da mente. 

Visualizamos que a luz irradia e penetra todo o mundo e os seres aí contidos.  

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O mundo se transforma em Dewatchen. Tudo é belo, as florestas, os rochedos, a terra. Tudo é sem substância e ninguém pode fazer o mal.  

Todos os seres compostos de sangue, água (no total são 36 substâncias impuras) transformam‐se no corpo de Tchenrezig, que é a conjunção da aparência e da vacuidade.  

Tudo  o  que  pode  ser  ouvido  é  a  conjunção  do  som  e  da  vacuidade,  com  a natureza similar ao eco. Todos os sons são as palavras do mantra de Tchenrezig. 

Todos os aspectos impuros da mente – a apreensão de um ego, as emoções que a perturbam  (o  ódio,  a  inveja,  a  cegueira,  o  desejo,  a  estupidez,  o  orgulho)  –  são transmutados na conjunção do conhecimento e da vacuidade (Ric Tong). 

Todas as aparências exteriores são percebidas como uma miragem, destituídas de natureza substancial.  

Agora,  meditando  claramente  sobre  esse  aspecto,  devemos  ler  o  texto correspondente. 

Pensamos que  todo  o mundo  exterior  é Dewatchen,  o paraíso de Tchenrezig; que todos os seres possuem o aspecto de Tchenrezig; que as aparências e os sons e tudo o que surge na mente é indiferenciado da vacuidade. 

  <-U-P…-R+‰-> , OM MANI PADME HUNG 

Antes  de  terminar  a  sessão,  pensamos  que  o  mundo  exterior  se  dissolve  em 

Tchenrezig e, em seguida, na sílaba “HRI”.  ÄÚ…; Essa sílaba HRI se dissolve progressivamente na vacuidade e nós  fazemos a parte 

informal da meditação (silenciosa).  

Por fim, para terminar nossa sessão de meditação, fazemos a dedicatória e, em seguida, a prece para renascer em Dewatchen.  

 

 

 

  

 

 

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Meditação mais detalhada 

O  descrito  acima  é  a  maneira  mais  abreviada  de  fazer  a  meditação.  Se desejarmos  proceder  de maneira  detalhada, meditaremos  em  nós mesmos  como  sendo Tchenrezig, com todos os seus ornamentos e qualificativos. 

Quando  pensamos  que  somos  Tchenrezig,  de  nossa  boca  sai  o  som  de  sua palavra,  OM MANI  PADME  HUNG.  Podemos  também  orientar  nossa  mente  para  a ressonância desse som, OM MANI PADME HUNG.  

  Todos os seres do universo  foram nosso pai e nossa mãe. Todos são similares em desejar a  felicidade. Contudo,  todos esses seres possuem a mente encoberta pelo véu da ignorância.  

Os pais não reconhecem os filhos, e estes não reconhecem quem foram seus pais e todos erram nos seis mundos do ciclo da existência. Experimentam as condições infernais do  frio  e  do  calor,  a  sede  e  a  fome  dos  espíritos  ávidos,  os  sofrimentos  por  serem aprisionados ou devorados quando são animais.  

Os seres nas condições divinas experimentam o sofrimento da  transmigração e da queda para os estados de existência inferiores.  

Entre os semideuses, experimentam o sofrimento da  inveja e dos conflitos e, entre os humanos, o nascimento, a velhice e a morte.  

Pensamos em todos esses seres que acumularam uma atividade que os conduz às diferentes formas de sofrimento que experimentam nas diferentes classes de seres. 

Pensamos que esses seres não conhecem os meios de se liberarem dos ciclos das existências e desenvolvemos em nós uma grande compaixão e amor.  

Todos os seres querem evitar o sofrimento.  

Eles não sabem quais são as causas da felicidade e do sofrimento.  

Não sabem cultivar as primeiras e evitar as últimas.  

Assim,  sob  o  poder  da  ignorância,  todos  os  seres  têm  uma  conduta  que  é contrária à sua aspiração. Todos sofrem, todos transmigram.  

Novamente,  recitamos OM MANI PADME HUNG,  sentindo por  todos  os seres amor e compaixão.  

Pensamos  que  Tchenrezig,  indiferenciado  de  nosso  lama‐raiz,  encontra‐se  no alto de nossa cabeça e lhe fazemos uma prece para que possa liberar todos os seres do ciclo das existências e de seus sofrimentos.  

Pedimos para fazer com que todos os seres possam reconhecer o caráter ilusório da dualidade do sujeito e do objeto, da apreensão egocêntrica e de qualquer outra coisa. Pedimos que conceda sua influência espiritual para reconhecermos a aparência fenomenal como ilusória, a mente como sendo vazia.  

Pedimos sua influência espiritual para que possamos realizar o Mahâmudra em uma só vida, em um só corpo. 

OM MANI PADME HUNG  

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Havendo  terminado  essa prece, o aspecto de Tchenrezig que  está  sobre nossa cabeça dissolve‐se na luz, é reabsorvido em nós mesmos e nos tornamos Tchenrezig. Esse aspecto é real e chamado Yechepa, ou aspecto do supremo conhecimento, 

Assim, o aspecto real Yechepa e o aspecto imaginado Dantzigpa de Tchenrezig se tornam unidos e indiferenciáveis.  

Pensamos  que  somos  nós  mesmos  Tchenrezig,  o  aspecto  do  conhecimento supremo e o aspecto imaginado indiferenciados.  

Nossa aparência é Tchenrezig, a conjunção da aparência e da vacuidade.  

Em nosso coração, encontra‐se um lótus com seis pétalas, no centro do qual está a sílaba branca “HRI” e sobre cada uma das pétalas, as sílabas do mantra: 

 

OM MANI PADME HUNG  

Da sílaba “HRI”, sobre o lótus em nosso coração de Tchenrezig, irradia luz por todas as direções: os quatro pontos cardeais, os quatro pontos intermediários, o nadir e o zênite. Essa luz purifica todos os aspectos kármicos impuros.  

Essa  luz  chega  a  todos  os  Buddhas  e  Bodhisattvas  das  dez  direções  e  se apresenta  a  eles  como uma oferenda,  compreendendo os oito  emblemas auspiciosos, as diferentes substâncias de bons augúrios, os atributos da realeza. São assim oferendas de flores, água, alimentos, incenso, sons, visões e sabores de tudo o que pode ser agradável e bom.  

Pensamos que os Buddhas e Bodhisattvas de todas as direções estão plenamente satisfeitos com essas oferendas e que toda a graça e influência espiritual deles é absorvida em nós sob a forma de raios de luz.  

 

OM MANI PADME HUNG  

Novamente, pensamos que a luz irradia do lótus e da sílaba HRI e penetra nas dez direções, nas seis classes de seres e em todos os paraísos.  

O Karma impuro desses seres é purificado e todos se transformam no aspecto de Tchenrezig, a conjunção entre aparência e vacuidade, e todos recitam: 

 

OM MANI PADME HUNG  

Dependendo do  tempo que dedicamos à meditação, podemos  fazer diferentes formas de visualização, em várias fases, em cada sessão, ou nos concentrarmos no núcleo da meditação. 

Se quisermos fazer a meditação de forma extensa, pensemos que, da sílaba OM, sobre  a  pétala  do  lótus  em  nosso  coração  de  Tchenrezig,  irradia  uma  luz  branca  que purifica  o  karma  criado  pelo  orgulho  nos  seres  divinos  e  seu  resultado,  que  é  a 

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transmigração  aos  reinos  inferiores.  Essa  luz  purifica  o  orgulho  na  sabedoria  da equanimidade, uma das cinco sabedorias.  

Novamente, de HRI e da sílaba “MA”, em nosso coração, irradia uma luz verde sobre o mundo dos semideuses, purifica o karma criado pela inveja e o que resulta desta, o sofrimento da discórdia e das guerras, e os transforma no supremo conhecimento do que está por realizar‐se. 

         Novamente,  de HRI  e  da  sílaba  “NI”,  irradia  uma  luz  amarela  que  atinge  o mundo  dos  humanos,  purifica  as  emoções  perturbadoras  do  desejo  e  os  quatro sofrimentos  resultantes  e  os  transforma  no  supremo  conhecimento  que  surge espontaneamente. 

    Novamente, de HRI e da sílaba “PAD (PÊ)”, irradia uma luz azul celeste que purifica o mundo dos animais, a estupidez e o sofrimento que dela resulta (a cegueira, ser devorado, etc). A estupidez é transformada no supremo conhecimento do Dharmadatu. 

Da  sílaba  “ME”  irradia  uma  luz  vermelha  que  atinge  o  reino  dos  espíritos ávidos, purifica a avareza e o sofrimento que desta resulta, a fome e a sede,  e o transforma no conhecimento supremo da compreensão distinta.  

Da  sílaba  “HUNG”  irradia  uma  luz  azul  escura  que  atinge  o  mundo  dos infernos, purifica o ódio e o sofrimento que este cria, o frio e o calor, e os transforma no supremo conhecimento do espelho. 

Novamente  vamos  recitar  o  mantra,  pensando  que  todos  os  seres  dos  três mundos do desejo, da forma e sem forma possuem a aparência de Tchenrezig. 

 

OM MANI PADME HUNG  

Nesta  vida,  neste  momento,  temos  muitos  pensamentos  e  emoções.  Para purificar  e  transmutar  esses  diferentes  elementos,  passamos  em  revista  as  diversas visualizações da meditação de Tchenrezig. Além das aparências desta vida, há o fenômeno da morte. A morte não é algo confortável. No momento da morte, os diferentes elementos (terra, água, fogo, ar e éter) dissolvem‐se uns nos outros, depois na mente. Para purificar e transmutar o processo da morte, existe a fase de finalização da meditação.  

Nessa  fase,  enquanto Tchenrezig, do HRI,  em nosso  coração,  emana uma  luz que  abarca o mundo  exterior,  incluindo os  seres,  tudo  se dissolve  e  é  absorvido  em nós, Tchenrezig. Nós  somos  o  aspecto de Tchenrezig que  então  se dissolve no HRI  em nosso coração. O HRI  é  reabsorvido progressivamente na vacuidade, da mesma  forma que um arco‐íris desaparece no céu. Nesse momento, deixamos a mente em um estado natural, sem artifício e sem fabricação.  

A mente  é  essencialmente vacuidade. Sua natureza  é  a  lucidez  e  seu aspecto,  ilimitado. Essa mente não possui nenhuma característica e não consiste em nada tangível. Essa mente é vasta como o espaço. 

Nós a deixamos em seu estado natural, sem artifício, sem fabricação, tal qual ela é. Essa fase de finalização ou de perfeição se chama Dzog Rim.  

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        No momento  da morte,  os  elementos  se  reabsorvem  uns  nos  outros,  que  se reabsorvem no princípio  consciente, o qual  se  reabsorve no Dharmadatu, o domínio do Dharma, e cai na ignorância por três dias e meio. Essa fase de finalização é um meio para purificar esse processo.  

Depois de  três dias e meio no estado  intermediário, nessa primeira fase, novas aparências se manifestam e, pelo poder do Karma, toma‐se um novo nascimento. Caímos sob o poder das aparências ilusórias que serão aquelas de nossa existência ulterior.  

Para  purificar  esse  processo,  podemos  novamente  retomar  a  parte  formal  da meditação.  Pensamos  que,  por  um  instante,  a  partir  da  vacuidade,  como  um  arco‐íris aparece  no  espaço  celeste,  nós  e  todos  os  seres  somos  novamente  Tchenrezig  (sua aparência, palavra e mente).  

Benefícios  

A prática da meditação de Tchenrezig pode convir a diferentes  tipos de seres, quer possuam a faculdade superior, média ou  inferior. Aqueles que possuem faculdades superiores podem, mediante essa meditação, realizar o Estado de Buddha em uma só vida. Do contrário, podemos realizar o Estado de Buddha no momento da morte, no bardo, no momento do Sidpa Bardo, ou mesmo posteriormente.  

De  todo  modo,  trata‐se  de  uma  forma  muito  poderosa  de  acumular  karma positivo  e  dissipar  os  véus  da  mente,  sendo  portanto  uma  prática  extremamente importante.  

        Um  indivíduo possui  corpo, palavra  e mente. Podemos praticar  a  virtude  ou acumular ações nocivas por meio do corpo, da palavra ou da mente.  

Os três têm por raiz e fundamento a mente, mas, dado que o indivíduo é composto por corpo, palavra  e mente, quando  se pratica o Dharma ou  essa meditação de Tchenrezig, empregamos os três elementos. 

Há  muitos  benefícios  em  recitar  o  mantra  de  Tchenrezig,  os  quais  foram enunciados pelo Buddha em diversos Sutras.  

Entre  outras  coisas,  ele  disse  que  mesmo  que,  com  seu  conhecimento,  os Buddhas pudessem contar o número de gotas de uma chuva que durasse doze anos, não poderiam enumerar os benefícios da recitação de um único mantra 

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1

  

A meditação e a recitação de Tchenrezig  

           

No Buddha, no Dharma e na Sublime Assembléia,                         Tomo refúgio até  o Despertar.                        Pelo mérito resultante da minha prática da Generosidade                (e das demais Paramitas) 

Possa eu realizar o estado de Buddha               Para o benefício de todos os seres.                      (Recitar 3 vezes)   

                  Sobre a minha cabeça e a de todos os seres que preenchem o espaço,                        Sobre um lótus branco e uma lua está a sílaba HRI:             Que se transforma no supremo dos nobres, Tchenrezig.  

Branco, luminoso, irradia luz de cinco cores.  Sorri e fita com olhos compassivos. Os dois primeiros de seus quatro braços estão juntos;  Nos dois seguintes tem um rosário de cristal e um lótus branco. 

    Está vestido com sedas, jóias e uma estola de pele de gazela. O Buddha da Luz Infinita (Amitabha) adorna‐lhe a cabeça.   Suas duas pernas estão na posição vajra,   E tem uma lua imaculada como respaldo.   Ele é em essência a união de todos os refúgios.  

 

Pensamos que nós e todos os seres oramos em uníssono a Tchenrezig:  

Senhor imaculado de corpo branco,  Cuja cabeça está ornada por um Buddha perfeito, Que olha os seres com os olhos da compaixão,  A vós, Tchenrezig, rendo homenagem.                              (Recitar 3 vezes)  

ÄÚ…;

Primeiramente o refúgio 

e a bodhicitta :

 

Criação da Divindade:

2

Oração de Sete Ramos 

_Ao nobre Tchenrezig e a todos os Buddhas e Bodhisattvas que residem nas dez direções e  nos três tempos, com completa sinceridade, rendo homenagem. _Apresento  oferendas,  materiais  e  imaginárias,  de  flores,  incensos,  luzes, perfumes, manjares, música, e rogo à nobre Assembléia que as aceite. _Desde tempos sem princípio até agora, (cometi) os dez atos não virtuosos e os cinco atos hediondos de conseqüência  imediata. Confesso todos os atos nocivos cometidos com  minha mente dominada pelas emoções perturbadoras. _Regozijo‐me  com  o  mérito  acumulado  nos  três  tempos  por  Shravakas, Pratyekabuddhas, Bodhisattvas, seres comuns, etc. _Peço‐vos  que  gireis  a  roda  do  Dharma  dos  veículos  comuns  –  Hinayana  e Mahayana,  de  acordo  com  a motivação  e  as  faculdades  de  compreensão  dos seres. _Enquanto  o  Samsara não  se  esvaziar,  suplico‐vos que não vos  retireis para  o Nirvana, e, por compaixão, rogo‐vos que olheis para todos os seres submergidos no oceano de sofrimento. _Todos os méritos que acumulei, sendo causas do Despertar, possa a glória de um guia dos seres ser obtida sem demora. 

 Oração de Tchenrezi da prática do coração de Guelong Pema Karpo 

 Suplico‐vos, Tchenrezig, meu Lama;  Suplico‐vos, Tchenrezig, meu Yidam; Suplico‐vos, Tchenrezig, supremo dos nobres; Suplico‐vos, Tchenrezig, meu refúgio e protetor; Suplico‐vos,  Tchenrezig,  protetor  bondoso,  que  me  aceiteis  com  compaixão, Vencedor Compassivo! 

 

Os seres que erram sem cessar no Samsara sem fim e padecem de sofrimentos Insuportáveis, Protetor, fora de vós, não há outro refúgio. Abençoai‐me para que eu obtenha o estado onisciente de Buda. 

 

Devido aos atos negativos acumulados desde  tempos  sem princípio, por  causa do ódio se nasce nos infernos. Possam  todos os  seres que  sofrem  com o  frio e o  calor  renascer diante de vós, Divindade Suprema.  Om Mani Peme Hum 

 

Devido aos atos negativos acumulados desde  tempos  sem princípio, por  causa avareza se nasce espírito faminto. Possam todos os seres que sofrem com a sede e a fome renascer na terra suprema de Potala. Om Mani Peme Hum 

 

Devido aos atos negativos acumulados desde tempos sem princípio, por causa da ignorância se nasce animal. Possam  todos  os  seres  que  sofrem  com  a  estupidez  renascer  diante  de  vós, Protetor. Om Mani Peme Hum  

3

Devido aos atos negativos acumulados desde  tempos  sem princípio, por  causa do desejo se nasce humano. Possam  todos os  seres que  sofrem  com  a  atividade  incessante  e  a  sensação de carência, renascer na Terra da Suprema Felicidade. Om Mani Peme Hum  

Devido aos atos negativos acumulados desde tempos sem princípio, por causa da inveja se nasce titã. Possam todos os seres que sofrem com as disputas e confrontos renascer na terra de Potala.  Om Mani Peme Hum  

Devido aos atos negativos acumulados desde  tempos  sem princípio, por  causa do orgulho se nasce deus. Possam  todos  os  seres  que  sofrem  com  a  transmigração  a  estados  inferiores renascer na terra de Potala.  Om Mani Peme Hum  

Possa eu, nesta vida e em todas as seguintes, com atos iguais aos de Tchenrezig, Liberar  os  seres  dos mundos  impuros,  e  difundir  a  palavra  suprema  de  seis sílabas nas dez direções. Pela força desta prece dirigida a Vós, supremo dos nobres, possam os seres que devo disciplinar, respeitar a lei do karma, esforçar‐se nos atos virtuosos e, para o bem dos seres, dedicar‐se ao Dharma. 

Assim, tendo orado de modo concentrado,  do corpo do Nobre irradiam raios de luz. Os atos, as aparências impuras e os conhecimentos ilusórios são purificados.   O mundo receptáculo é a Terra da Suprema Felicidade.  A vida que ele contém ‐ o corpo, a palavra e a mente dos seres ‐ torna‐se  O Corpo, a Palavra e a Mente do poderoso Tchenrezig. Aparências, sons e conhecimentos tornam‐se indiferenciados da vacuidade.     

 

    Meditando no significado do que foi exposto, recitamos (o mantra) tantas vezes quanto possamos :   <-U-P…-R+‰-> ,                                                                                                     

  Para concluir, repousamos com equanimidade em nossa própria essência, sem conceitualização, nas três esferas.  

Minha aparência física e a dos demais seres são o corpo do Nobre.  Todos os sons, a melodia das seis sílabas,  Os pensamentos, a imensidão da grande sabedoria.  

Graças a esta virtude, tendo realizado rapidamente o poderoso Tchenrezig, Possa eu conduzir a este estado todos os seres sem exceção.   Assim, pelo mérito desta meditação e recitação,  Que eu e todos os seres vinculados a mim, Logo que deixemos esta existência impura,  Possamos renascer milagrosamente na Terra da Suprema Felicidade.   

Logo que (lá) nascermos, possamos percorrer completamente as dez terras   E, por meio de emanações, fazer o bem ao próximo nas dez direções. 

  OM  MANI PEME HUM

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Esta meditação do Grande Compassivo «O Bem dos Seres Preenche o Espaço » é um ensinamento do Mahasiddha Tang Tong Gyalpo  e está impregnada de sua influência espiritual. SARWA MANGALAM ‐ Que tudo seja auspicioso !                                 

Dedicatória e Desejos auspiciosos  

Graças a este mérito, tendo obtido a Onisciência  E vencido os inimigos que são as máculas,  Possa eu liberar todos os seres do oceano do samsara,  Agitado pelas ondas do nascimento, velhice, doença e morte.   Conforme todo o conhecimento do corajoso Manjushri,  Do mesmo modo que Samantabhadra, E seguindo seus passos,  Eu dedico perfeitamente todas estas virtudes.  Por esta virtude, possam todos os seres completar a acumulação de mérito e de sabedoria,  E possam eles rapidamente obter os dois corpos santos do Buddha,  Que resultam dessas duas acumulações.   Pela graça do Buddha, que obteve os Três Corpos;  Pela graça da imultável verdade do Dharma‐em‐si;  Pela graça da infalível aspiração da Sangha;  Possa esta súplica de dedicatória realizar‐se tal como ela é.        

 

KPG : 13‐10‐2011