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 DIREITO CIVIL (Prof° André Barros) LEI DE INTRODUÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO (LINDB) – antiga LICC Tem aplicabilidade sobre todo o ordenamento jurídico, (Norma de Direito Privado e  Norma de Direito Público), salvo disposiçã o em sentido contrário. 1. Conceito - LINDB é uma norma jurídica que tem por objetivo regular a aplicação das leis em nosso país no tempo e no espaço. - art. 1º ao 6º - no tempo - art. 7º ao 19 – no tempo. Lex Legum = lei sobre lei - Norma de sobre-direito ou norma de super-direito. 2. Interpretação das Normas Jurídicas (Hermenêutica  – ciência que estuda os meios de interpretação) - È buscar o sentido (significado) dos vocábulos e o alcance (âmbito de aplicação) da norma jurídica. Questão: Toda norma jurídica precisa ser interpretada? R – Na atualidade deve ser gabaritado que toda norma jurídica deve ser interpretada. - In c laris non fit interpretatio / In claris cenat inter pretatio R – Essas duas parêmias latinas não tem qualquer aplicabilidade atualmente. 3. Meios de Interpretaçã o 3.1 – Interpretação Gramatical ou Literal - É aquela que se baseia nas regras da lingüística. 3.2 – Interpretação Sistemática - É aquela que analisa o sistema em que está inserido o dispositivo legal. Verifica a lei, o capitulo, o titulo, etc. 3.3 – Interpretação Lógica - Utiliza a lógica. 3.4 – Interpretação Histórica a) Analise dos fatos históricos que antecederam a norma;  b) Analise do processo legislativo. Verifica a proposta legislativa, ou seja, o  projeto de lei, as emendas apresentadas, os vetos e suas razões, etc. 3.5 – Interpretação Teleológica ou Sociológica - É aquela que busca a finalidade social da norma. Ex.: Finalidade do CDC e da CLT.

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DIREITO CIVIL(Prof° André Barros)

LEI DE INTRODUÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO(LINDB) – antiga LICC

Tem aplicabilidade sobre todo o ordenamento jurídico, (Norma de Direito Privado e Norma de Direito Público), salvo disposição em sentido contrário.

1. Conceito- LINDB é uma norma jurídica que tem por objetivo regular a aplicação das leis em

nosso país no tempo e no espaço.- art. 1º ao 6º - no tempo- art. 7º ao 19 – no tempo.

Lex Legum = lei sobre lei- Norma de sobre-direito ou norma de super-direito.

2. Interpretação das Normas Jurídicas (Hermenêutica  – ciência que estuda os meios deinterpretação)

- È buscar o sentido (significado) dos vocábulos e o alcance (âmbito de aplicação) danorma jurídica.

Questão: Toda norma jurídica precisa ser interpretada?R – Na atualidade deve ser gabaritado que toda norma jurídica deve ser interpretada.

- In claris non fit interpretatio / In claris cenat interpretatioR – Essas duas parêmias latinas não tem qualquer aplicabilidade atualmente.

3. Meios de Interpretação

3.1 – Interpretação Gramatical ou Literal- É aquela que se baseia nas regras da lingüística.

3.2 – Interpretação Sistemática- É aquela que analisa o sistema em que está inserido o dispositivo legal.

Verifica a lei, o capitulo, o titulo, etc.

3.3 – Interpretação Lógica- Utiliza a lógica.

3.4 – Interpretação Histórica

a) Analise dos fatos históricos que antecederam a norma; b) Analise do processo legislativo. Verifica a proposta legislativa, ou seja, o

 projeto de lei, as emendas apresentadas, os vetos e suas razões, etc.

3.5 – Interpretação Teleológica ou Sociológica- É aquela que busca a finalidade social da norma.

Ex.: Finalidade do CDC e da CLT.

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- É a consagração do principio da igualdade material ou isonomiasubstancial. (proteção da hiposuficiente).

4. Aplicação da Norma Jurídica- Através da Subsunção

1 – Conceito Clássico: É o enquadramento do fato concreto ao conceito abstratocontido na norma (POSITIVISTAS)Obs.: No passado acreditava-se que o direito era ó o que estava na norma

 jurídica.(Direito = Lei de Hans Kelsen)

> Teoria pura do direito – pregava que o direito fosse contaminado pelosvalores.

2 – Conceito Moderno: É a aplicação da norma jurídica através da integração de trêssubsistema isomórficos entre-se.

ValoresMiguel Reale

Direito V  N (Escola Moderna =

Fatos Norma Jurídica F pós moderna)Direito Democrático

 Não é um dado pronto...

Questão: Qual a diferença entre a Teoria Tridimencional do direito e a Teoria Pura dodireito?

5. Lacuna (Lacuna de Omissão)- “Lacuna”, também conhecida como “Lacuna de Omissão” é a ausência de dispositivo

legal que regule determinado fato concreto.- art. 4º da LINDB=LICC- “Antinomia”, também conhecida como “Lacuna de Colisão ou de Conflito” – é o

conflito entre duas normas, dois princípios, ou entre uma norma e um principio na solução deum caso concreto.

Requisitos para existência de Antinomia1) Normas com soluções divergentes;

2) Normas sejam vigentes válidas.

A antinomia quanto a sua solução pode ser classificada em:a) Antinomia Aparente – É aquela que pode ser solucionado através da aplicação de

normas da própria hierarquia.Ex: Principio/Critério da hierarquia.

b) Antinomia Real – É aquela que não tem solução prevista no ordenamento.Solução: Critério do Justum.

5.1 - Conceito

Questão: O juiz pode deixar de julgar alegando lacuna?R – Não.

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Meios de suprir a lacuna (lacuna de omissão)- art. 4º da LINDB- De acordo com a doutrina clássica e majoritária o juiz deve seguir a ordem prevista no

art. 4º da LINDB:* Analogia;

* Costumes;* Princípios Gerais do Direito.

- A doutrina moderna e minoritária aponta que o art. 4º não deve ser visto como umaordem a ser seguida.

Suprir Lacuna = Sinônimo de Colmatar a lacuna.

1º - Meio: Analogia- Consiste na aplicação de uma norma prevista para uma hipótese distinta, porém

semelhante.

I – Analogia Legal (Legis): Utiliza apenas um dispositivo legal para solucionar a omissão legislativa.

Ex: art. 2º - CC – companheiro.

II – Analogia Jurídica (Juris): Consiste na utilização de um conjunto denormas com o objetivo de extrair uma regra/princípio comum.

Questão: Qual a diferença entre Analogia e Interpretação Extensiva?R - A analogia é meio de integração e a interpretação é meio de interpretação.

- Na analogia a interpretação da norma ocorre em uma hipótese que não estavacontemplada espírito).

Ex: art. 12, parágrafo único.

- Na interpretação extensiva, a aplicação da norma em hipótese que não estavaexpressa.

Ex: art. 422.

2º - Meios: Costumes- É a prática pública, longa e reinterada de uma determinada conduto com a convicção

de sua obrigatoriedade jurídica.

Elementos do Costume- Objetivo: É a conduta (ato reitegrado, etc)- Subjetivo ou Bicológica

- É a convicção de sua obrigatoriedade jurídica.

Classificação dos Costumes em relação a lei- Segundum Legem: 1 – É aquele que está de acordo com a lei.2 – É aquele que a própria lei determinou a sua observância.

Ex: art. 1.113, CC – negócio jurídico.

- Praeter Legem:- É aquele contrário a lei.

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Obs: Dos três tipos de costume o único que não pode ser aceito é o contra legem(doutrina tradicional). Em nosso país o desuso e o costume não revogam leis (principio dasupremacia da lei).

3º Meios: Princípios Gerais do Direito

- São regras norteadora do ordenamento jurídico.- Princípios Gerais são regras norteadoras universalmente aceitas. Não precisam estáexpresso em lei.

Ex: Princípio da Legalidade.

Princípios Gerais do Direito Romanoa) Honeste vivere: Viver honestamente

 b) Neminem teadere: Não causar dano a outrem (art. 186 – CP)c) Sum mique tribuere: dar a cada um o que é seu.

4.3 – Equidade

Maria Helena Diniz: - “A equidade não é meio de integração, mas exerce funçãointegrativa uma vez esgotado os meios do art. 4º - LINDB.

- art. 5º - LINDB - Equidade.

Equidade – é a busca do ideal de justiça.

Questão: Qual a diferença entre julgar com equidade ou por equidade?R – Todo juiz deve julgar com equidade, o juiz deve buscar uma solução justa, mas, só

deve julgar por equidade quando houver motivp.Ex: art. 20, $ 4º - CPC.

 

Crime Material Crime FormalArt. 1º , Caput – Lei 9.613 Art. 1º , §§ 1º e 2º – Lei 9.613Ocultação ou Dissimulação Para ocultar ou dissimular  

Em 18/02/11 – Continuação

5 - Interdição- É o procedimento judicial de jurisdição voluntária que tem por objetivo analisar o grau

de discernimento de uma pessoa e declará-la absolutamente ou relativamente incapaz.

Obs: Não possui lide, tendo em vista que se trata de jurisdição voluntária, pois ambosobjetivam a mesma finalidade.

Questão: Quem pode ser interditado?R – a) Maiores de 18 anos;

 b) Menor entre 16 e 17 anos;c) Menor de qualquer de idade emancipado.

Procedimento: 

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Na interdição será realizada uma pericia que deverá apontar o grau de discernimentodo interditando. Havendo discernimento reduzido ou ausência de discernimento será proferidasentença declarando a incapacidade e nomeando curador para representar ou assistir ointerditado.

É o juiz quem determina os poderes e deveres do curador.

5.2 – Natureza Jurídica da Sentença1ª Corrente: defende que a sentença tem natureza declaratória. (esta é a posição

majoritária entre os autores de direito civil).

2ª Corrente: defende que a sentença tem natureza constitutiva. (esta é a posiçãomajoritária entre os autores de direito processual civil).

3ª Corrente: defende uma natureza declaratória constitutiva.

Questão: Quais são os efeitos da Sentença?

R - 1ª Corrente: defende que a sentença produz efeitos não retroativos (ex nunc). (esta é a posição majoritária). Na prova gabaritar de acordo com a doutrina.

2ª Corrente: defende que a sentença pode ter eficácia retroativa (ex tunc). Na provagabaritar de acordo com a jurisprudência.

Obs: Os autores da primeira corrente entende que embora a sentença de interdição tenhaeficácia ex nunc, é possível a propositura de ação própria com objetivo de anular ou declarar nulo ato pretérito praticado pelo incapaz antes da interdição.

Requisitos para anular o ato pretérito a interdição:a) Incapacidade manifesta da época do negócio.

 b) A má-fé do contratantec) Se em prejuízo do incapaz.

Questão: E se o interditado praticou o ato em um intervalo de lucidez?R – A doutrina e a jurisprudência brasileira não aceita a alegação de que o ato foi

 praticado em um intervalo de lucidez pelo interditado com o objetivo de evitar a anulação oudeclaração de nulidade do ato.

A proteção conferida pela interdição é ininterrupta no tempo.

Caso a pessoa interditada recupere o seu discernimento deverá ser promovido um

 procedimento de desinterdição.

6. Cessação da Incapacidade- É a extinção da incapacidade de fato/exercício/ação- É gênero do qual decorrem duas espécies:a) Cessação da Causa;

 b) Emancipação.

6.1 – Cessação da Causa- É a hipótese em que desaparece o motivo pelo qual uma pessoa era considerada

incapaz.

Ex: Maioridade;Cura de uma doença (procedimento de desinterdição)

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Questão: (Direito Previdenciário) A redução da maioridade civil para os 18 anos refleteno direito à pensão previdenciária? Lei 8213.

R – A redução da maioridade civil para 18 anos, não afasta o direito a pensão previdenciária que vai até os 21 anos. Entretanto, deve ser lembrado se o menor de idade for emancipado cessará o direito de pensão.

Obs: O emancipado não tem direito a essa pensão.

6.2 - Emancipação- É a antecipação da capacidade civil a um menor de idade.- Só se emancipa menor de idade - IPC

Com a emancipação o menor pode praticar todos os atos da vida civil.

Questão: A Emancipação do menor gera responsabilidade criminal?R – Em regra os efeitos da emancipação estão restritos ao direito civil, logo, o menor 

emancipado não tem responsabilidade criminal e não pode tirar carteira de habilitação.

6.2.1 – Emancipação voluntária- É aquela realizada pelos pais (ambos) a favor do filho menor que tenha ao menos 16

anos completos.- É realizada através de escritura pública (a lógica é que você não deve homologar em

 juízo) que não precisa ser homologada judicialmente, mas deve ser registrada no Cartório deRegistro Civil das Pessoas Naturais.

Questão: Se os pais sejam separados, solteiros, divorciados?R – deve ser sempre praticada por amos os pais.

Obs: Só pode ser realizado por um dos pais na falta do outro. (Ex: morte, destituição do poder familiar)

Questão: Os pais tem responsabilidade civil pelo ato do menor emancipado?R – De acordo com a jurisprudência do STJ os pais tem responsabilidade civil pelo o ato

do menor emancipado voluntariamente.

Obs: O STJ presume a má-fé dos pais que emancipa seus filhos. Nesta hipótese os pais temresponsabilidade solidária junto ao filho emancipado.

 Nas demais hipóteses de emancipação (Judicial e Legal) o STJ entende que os pais nãotem responsabilidade.

6.2.2 – Emancipação Judicial- É aquela realizada pelo juiz a favor do menor tutelado que tenha 16 ou 17 anos.

Obs: O Tutor não tem os mesmos poderes dos pais e não pode se livrar do múnus publico queexerce sem uma decisão judicial.

Questão: Quem pode requer?

a) O Tutor; b) O Menor tutelado;c) O Menor e o Tutor conjuntamente.

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Obs: Independentemente de quem requeira a emancipação a oitiva do tutor é obrigatória. – IPC. 

A emancipação judicial também é aceita pela jurisprudência na hipótese de haver divergências entre os pais.

Atenção: - Se ambos os pais se negarem a emancipação, o menor não poderá solicitá-laao juiz.Segundo Caio Mário, o direito de emancipar os filhos é potestativo e exclusivos dos

 pais. (art. 5º, I a V – CC).

6.2.3 – Emancipação LegalÉ aquela que ocorre (art. 5º I a V – CC)

7 – Direito da PersonalidadeSão os direitos subjetivos do ser humano defender tudo que lhe é próprio, com exceção

d seu patrimônio.

- Sem você estiver defendendo a integridade física, moral ou intelectual, estarádefendendo a personalidade.

7.1 - Característicasa) São inatos.1ª Corrente: Defende que são direito inatos, isto é, não dependem do ordenamento

  jurídico – Direitos Naturais (Jus Naturalistas) – Maria Helena Diniz. Em concurso essacorrente.

2ª Corrente: Defende que não são direitos inatos pois dependem para sua proteção de previsão legal. (Positivistas)- Miguel Reale.

- São direitos vitalícios, pois surgem e desaparecem com o ser humano.

Obs: A possibilidade de pleitear indenização pela ofensa dirigida ao morto se dá em razão dosvivos sofrerem as conseqüências desta ofensa (dor, tristeza, angustia, etc). Há quem entendaque a possibilidade de indenização existe em virtude do reconhecimento de que a pessoa mortatem direitos da personalidade.

b) AbsolutoOs direitos da personalidade são direitos excludendi alios, isto é, geram um dever de

abstenção para toda a coletividade e também para o próprio titular.

c) IlimitadosPois o rol do CC (art. 11 a 21) e o da Constituição Federal não são exaustivos.

d) ExtrapatrimoniaisPois não são suscetíveis de valoração econômica.O Fato de ser atribuído um valor para a indenização por dano moral não afasta esta

característica.

e) Imprescritíveis

O direito da personalidade em se é imprescritível. (Ex: Direito a honra, etc)Também são imprescritíveis as medias de proteção e prevenção a lesões a direitos da

 personalidade. (Ex: ação judicial para recolher biografia não autorizada).

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Interesse publico x Interesse do publico

Contudo, no que diz respeito a medias de reparação a lesão de direito da personalidade(dano moral) doutrina e jurisprudência tem apontado a prescritibilidade.

Prescreve no prazo de:

- CC – 3 anos, art. 206, § 3º, V)- CDC – 5 anos, art. 27)

Exceção: Crime de Tortura – STJ e STF entendem que o direito a indenização é imprescritível. 

f) IntransmissíveisOs direitos da personalidade são intransmissíveis em vida e após a morte.

g) Indisponibilidade / Disponibilidade RelativaPara a doutrina majoritária os direitos da personalidade tem disponibilidade relativa.Ex: Cessão de direito de imagem.

h) IrrenunciáveisO titular pode não reivindicar sua proteção, mas não admite-se renuncia a direitos da

 personalidade.

i) Inexpropriáveis Não podem ser penhorados nem alienados judicialmente, mas pode ser penhorado orendimento obtido com a exploração de aspectos da personalidade. (renda obtida pelacessão da imagem de um atleta; morte)- art. 648 – CPC

8. Espécies de Morte

8.1 – Morte civil- É a extinção da personalidade jurídica de uma pessoa viva.- Não existe mais.- Existe apenas o resquício da morte civil no direito das sucessões: exclusão por 

indignidade. (Ex: Suzane Von Richthofen).

8.2 – Morte real- É aquela certificada através de atestado médico de óbito, ou seja, é feita a prova direta

da morte. (qual o requisito – o corpo do falecido).

Questão: Quantos médicos assina o atestado?R – Em regras apenas um medico assina o atestado.

Osb: Em caso de transplante são exigidas as assinaturas de dois médicos que não façam parteda equipe de remoção.

8.3 – Morte presumida- Na morte presumida estamos de uma situação em que o corpo não foi localizado. Deve

ser feita um prova indireta do morte.

Obs: No CC/02 – temos dois tipos de morte presumida:1ª – Morte presumida sem decretação de ausência:

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- É aquela que segue o procedimento de justificação e só pode ser invocada com há umaenorme probabilidade da morte. Isto ocorre, de acordo com CC, em duas hipótese:

- Catástrofe (Torres gêmeas, incêndio, naufrágio);- Guerra (dois anos após o fim).- art. 7º CC.

2ª – Morte presumida com decretação de ausência:- Deve ser utilizado quando uma pessoa desaparece de seu domicílio sem deixar/enviar 

noticias e não se enquadrar nas hipóteses de catástrofe e guerra.

Exceção: art, 11 – CC

Enunciado 4/CJF: 

Em 23/02/11 – 3ª Aula

Procedimento de Ausência- Esta previsto nos art. 22 a 39 do CC;

1ª Fase: Curadoria dos bens do ausente- É dos bens e não da pessoa.- Cura rei.- Nesta fase é nomeado um curador para administrar provisoriamente os

interesses patrimoniais do ausente.- A ordem de quem deve ser nomeado curador esta presente no art. 25-CC;- Duração: Pode ter duração de:a) Um ano: Quando o ausente desapareceu sem deixar mandatário.

  b) Três anos: Quando o ausente deixou mandatário, mas ocorreu algum problema (Ex: O mandatário faleceu, ficou incapaz, renunciou aos poderes, etc).

Obs: Cura personae, é feita na interdição e na tutela.Cura rei, quando se tratar dos bens.

2ª Fase: Sucessão provisória- Nesta fase tem fim a curatela dos bens do ausente, ou seja, desaparece a pessoa

do curador, é aberto o testamento e realizado o inventário dos bens.

- Os herdeiros recebem a posse dos bens. Se forem descendentes, ascendentes oucônjuge estão dispensados de prestar calção. Outros herdeiros estão obrigados a prestar calção.- Esta fase tem duração de 10(dez) anos.

3ª Fase: Sucessão definitiva- O ausente é declarado como morto.- As calções canceladas e os herdeiros recebem a propriedade resolúvel dos

 bens.

Obs: - Se o ausente retornar no período de até dez anos após a abertura da sucessão definitiva,receberá de volta os bens no estado em que se encontrarem, os sub-rogados em seu lugar, ou

 produto obtido com a venda destes.- Nesse período terá direito a recuperar tudo que perdeu.- É somente após este prazo que a sucessão é considerada inabalada.

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- No aspecto pessoal todos os efeitos da declaração de morte são cancelados com oretorno do ausente a qualquer momento.

Ex: Deve ser cancelado o registro de óbito. Quanto ao casamento a posição majoritária éno sentido de que o ausente volta a condição de casado, devendo ser considerado nulo osegundo casamento do cônjuge abandonado.

Pessoa Jurídica

1 - Conceito- É todo ente formado pela coletividade de pessoas, ou bens que adquiri personalidade

 jurídica própria

2 - Pessoa Jurídica intersubjetiva- É aquela formada pela coletividade de pessoasEx: - Sociedades, Associação

- Partidos políticos;

- Igrejas

3 - Pessoa Jurídica Patrimonial- É aquela formada pela coletividade de bensEx: Fundações.

4 – Classificação

4.1- Pessoa Jurídica de Direito Público:- São aquelas reguladas pelo direito público.

Podem ser de duas espécies

4.1.1 - Externo- São os Estados estrangeiros e as demais pessoas reguladas pelo direito internacional

 público.Ex: ONU, OIT, Santa Sé, Cruz Vermelha, Mercosul, União Europeia, etc

Questão: o Brasil é uma pessoa de direito publico externo, ou não?R – Sim, por existir nas relações exteriores, sendo regulado pelo direito publico externo.

4.1.2 - Interno- São divididas em administração publica direita e indireta- Administração Direta: União, Estados, DF e Municípios

- Administração Indireta: As autarquias, inclusive as associações públicas, asfundações publicas, os territórios federais e as demais entidades de caráter publico criado por lei.

Obs: Os territórios federais são chamados por Maria Helena Diniz, como PE

Questão Sociedade de econômica mista e empresas publicas são pessoas jurídicas de

direito privado?R – São consideradas pessoas jurídicas de direito privado embora integrem a adm

indireta.

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4.2 – Pessoas Jurídicas de Direito PrivadoSão aquelas reguladas pelo direito privado.- O CC/02, elenca 5(cinco) espécies:

Associações;Sociedades;

Fundações;Entidades Religiosas, ePartidos Políticos.

4.2.1 – Associações- São pessoas jurídicas de direito privado formadas pela coletividade de pessoas

sem intuito lucrativo.- Pode ter finalidade recreativa, educacional, assistencial(filantrópica), cientifica,

ambiental, etc- Deve ser licita e não lucrativa

4.2.1.1 – ConstituiçãoO direito de constituir uma associação é garantido pelo principio da liberdade de

associação (art. 5º XVII, CF). A constituição é feita através do registro no cartório de registro

Questão: Qual a natureza jurídica do contrato de associação?R – Tem natureza plurisubjetiva unidireicional. Pois, há uma manifestação de vontade

 por parte de várias pessoas com o mesmo objetivo.

4.2.1.2 – Composiçãoa) Associados:- direitos dos associados: Devem ter direitos iguais, mas o estatuto pode instituir 

categorias com vantagens especiais, seja em razão do tempo de associação, serviços prestados,méritos e etc.

Ex: Sócio remido.

- obrigações dos associados: o estatuto não pode estabelecer direitos eobrigações recíprocos e associados, mas pode estabelecer obrigações para os associados a favor da associação.

Ex: Pagamento de mensalidade no clube.

- transmissão da qualidade de associados: a qualidade de associado é

intransmissível, salvo disposição em sentido contrário no estatuto.

b) Diretoria- Tem a obrigação de regular o funcionamento da associação e de cobrar o

cumprimento das regras previstas no estatuto. (Com este propósito pode aplicar sançõesdisciplinares como multas, suspensões ou até mesmo expulsões. Para a exclusão de associadodeve ser respeitado um procedimento administrativo onde seja garantido o direito de defesa erecurso. Esse direito de defesa existe ainda que o estatuto seja omisso. Este processoadministrativo pode ser simples e resumido mais deve existir.

c) Assembléia Geral

- É considerada o órgão máximo dentro da associação. Entre outras atribuiçõeslhe compete de forma privativa, destituir administradores e alterar o estatuto. Qualquer alteração do estatuto sem anuência da assembléia geral.

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d) Extinção- Em caso de extinção os bens da associação devem ser encaminhados a uma

entidade não lucrativa designada no estatuto. Se o estatuto for omisso os bens devem ser destinados a instituição municipal, estadual, ou federal de fins idênticos.

4.2.2 – Sociedades- São pessoas jurídicas de direito privado, formadas pela coletividade de pessoascom o intuito lucrativo.  – Simples e Empresarial:

4.2.3 – Fundações- São pessoas jurídicas de direito privado formada pela coletividade de bens se

intuito lucrativo

4.2.3.1 - Ato de Constituição- É constituída através do registro do estatuto

4.2.3.2 - Requisitos do estatuto- São requisitos indispensáveis:

a) a dotação de bens livres; b) a indicação da finalidade.Enunciado 8 e 9-CJF

De acordo com o Código Civil a fundação somente pode ter finalidade religiosa, moral, culturalou de assistência. Contudo a doutrina é unânime em apontar que este rol é exemplificativo.

 Neste sentido enunciados 8 e 9 do CJF.

4.2.3.3 – Fiscalização do Ministério Público- art. 66, caput – CC -> com atuação em um Estado - MP Estadual onde é situada.- art. 66, § 1º - CC -> com atuação no DF e Território Federal - MP do DF e Territórios

 – MPDF e T. – STF, foi considerado inconstitucional.- art. 66, § 2º - CC -> com atuação em mais de um Estado – MP dos respectivos

Estados.

Obs: O MPF tem a obrigação de fiscalizar fundações públicas constituídas pela União.

5 - Entes despersonalizados:- São entes sem personalidade jurídica, isto é, não são pessoas jurídicas.

Ex: Família, Espólio, Herança, Massa Falida, Sociedade de Fato (não possui nadaescrito) e Sociedade Irregular (possui contrato, mais não foi levado a registro). Questão: Os condomínios edilícios são pessoas jurídicas?

R – Para efeito de concurso deve ser gabaritado que condomínios edilícios não são pessoas jurídicas.

- Saliente-se que a forte doutrina defendendo a tese de que são pessoas jurídicas. Neste sentido enunciado 246-CJF.

6 – Personalidade- No passado vários autores negaram a idéia de que pessoas jurídicas teria

 personalidade. (Teorias Negativistas). Contudo na atualidade a doutrina é unânime de que as  pessoas jurídicas tem uma personalidade jurídica própria que não se confunde com as personalidade jurídica dos seus sócios ou administradores (Teorias Afirmativistas).

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6.1 – Teorias Afirmativistas da Pessoa Jurídica

6.1.2 – Consideradas principais

6.1.2.1 – Teoria da Ficção Legal

- Defende que a pessoa jurídica é uma mera abstração legal, isto é, uma criação artificialdo legislador. É muito criticada pois apenas reconhece a existência ideal da Pessoa Jurídica;negando sua existência material

6.1.2.1 – Teoria da Realidade Orgânica - Também conhecida como teoria darealidade orgânica, orgânica, organizacionista,

- é aquela que defende exatamente o posto da Teoria da Ficção Legal. Esta teoriareconhece a dimensão sociológica da pessoa jurídica ao considerá-la um organismo vivo. A

 pessoa jurídica tem identidade organizacional própria. Esta corrente é criticada, pois reconheceapenas a existência material da pessoa jurídica

6.1.2.1 – Teoria da Realidade Objetiva- É a soma das duas anteriores, defende que a personalidade jurídica é fruto da

existência material (real) aliada à existência ideal. De acordo com esta teoria teria sido adotadano CC/02. Esta Teoria deve ser gabarita em concurso.

Inicio da personalidade jurídica

Direito Público: Em regra ocorre a partir da vigência da lei que a instituiu.

Direito Privado: Em regra ocorre a partir da inscrição do ato constitutivo = registro(art. 45-CC).

Questão: 1) É necessária prévia autorização do poder executivo?- Em regra não é necessária previa autorização do poder executivo para ser 

constituída uma pessoa jurídica de direito privado. (principio da livre iniciativa privada).Excepcionalmente pode ser exigida previa autorização. (Ex:Banco, Seguradores, Planos deSaúde, etc)

2) Qual é a natureza jurídica do registro das pessoas jurídicas ? (Qual aclassificação jurídica)

- Tem natureza constitutiva.

3) Quais os efeitos do registro das pessoas jurídicas ?- Ex nunc. Isto é, não retroage para convalidar atos pretéritos.

4) Quais os problemas enfrentados por uma sociedade despersonificada (soc.Irregular /soc. de fato ou soc. Que não se adequou ao CC)

- Primeiro: Os sócios tem responsabilidade pessoal ilimitada e solidária.- Segundo: São proibidas de participar de licitações publicas- Terceiro: São impossibilitada de obter inscrição no CNPJ;- Quarto: Impossibilidade de obter financiamento e empréstimos.

Obs: Vacio Legis Direta: É aquela que decorre da própria norma jurídica que foi publicada.Ex: o prazo de 01 ano do CC.

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Vacio Legis Indireta: É aquela imposta sobre uma norma jurídica já publicada por umaoutra norma jurídica posterior.

Ex: Lei do Desarmamento. Prorrogação de prazo para cadastro de armas.Art 231 – CC

Pessoas Jurídicas e Direitos da Personalidade1ª Corrente (majoritário): - Defende que Pessoas Jurídicas tem direito da personalidade(alguns), é por tanto pode sofrer dano moral. Neste sentido sumula 227-STJ.

2ª Corrente: - Defende que Pessoas Jurídicas tem direito extra-patrimoniais, mais estes devemser denominados de direitos institucionais. Para os defensores desta corrente PJ somente podemsofrer danos institucional (equivale ao dano moral)

3ª Corrente: - Defende que Pessoas Jurídicas não sofrem qualquer dano extra-patrimonial, poissó tem direito.

Em 18/03/11 – 4ª Aula (Continuação)

Em 25/03/11 – 5ª Aula

6 – Responsabilidade da pessoa jurídica

- De acordo com o CC/02 a pessoa responsável para praticar atos em nome da pessoa jurídica é o administrador, que deve estar determinado no estatuto ou contrato social. Tambémdeve estar determinado quais são os poderes do administrador.

- Se uma pessoa que não era administradora da pessoa jurídica ou sendo, não tinha poderes suficientes, assumir obrigações em nome da pessoa jurídica podem ser adotados dois posicionamentos:

a) Se o ato foi realizado de boa-fé o contrato será valido e a pessoa jurídica seráresponsável pelo seu cumprimento. Esta boa-fé (é a boa-fé subjetiva) é daquele que contratoucom a pessoa jurídica (Teoria da Aparência). Majoritário

 b) Defende que a pessoa jurídica não tem responsabilidade pelos atos praticados

 pelo falso administrador ou pelo administrador sem poderes. Minoritário.

6.1 – De que forma se da a responsabilidade da pessoa jurídica- Regra: Principio da Separação Patrimonial (art. 20 do CC x Desconsideração da

Personalidade Jurídica)As obrigações da empresa não se confunde com o patrimônio dos seus administradores.Ação contra a pessoa jurídica deve ter a pessoa jurídica com demandada, pois é a pessoa

 jurídica que responde pelas suas obrigações.

Exceção: É a desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica.- É a simples medida processual em que o juiz determina a inclusão dos

sócios ou administradores da pessoa jurídica no pólo passivo da demanda, para que respondamcom o seu patrimônio particular pelas dividas da pessoa jurídica. A desconsideração não gera aextinção, dissolução, liquidação ou anulação dos atos constitutivos da pessoa jurídica.

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- Desconsideração inversa da personalidade da pessoa jurídica é ahipótese em que a pessoa jurídica é chamada a responder pelas dividas pessoais dos sócios ouadministradores. Embora não tenha previsão legal é amplamente aceita pela jurisprudência.

 Neste sentido Enunciado 283-CJF.

6.2 – A desconsideração no Código Civil/02- art. 50, CC – Teoria Maior da Desconsideração => é aquela que exige um motivo para que seja decretada a desconsideração. Não é suficiente a simples inexistência de bens emnome da pessoa jurídica.

- De acordo com o código civil o motivo é o abuso da personalidade, caracterizado emduas hipóteses:

a) Desvio de finalidade: do licito para o ilícitoEx: venda de combustível. E venda de combustível adulterado.

b) Confusão patrimonial- Os sócios confundem o patrimônio da pessoa jurídica com o seu

 patrimônio.

Questões:1) Pode ser declarado de oficio a desconsideração?

- Com base no CC o juiz não pode decretar de oficio a desconsideração. No CDC, pode, pois deve ser protegido o consumidor.

2) A desconsideração deve atingir o patrimônio de todos os sócios?- De acordo com a jurisprudência a desconsideração deve atingir apenas o patrimônio

do sócio que praticou o ato irregular (interpretação restritiva de norma de exceção). Nestesentido enunciado 7 do CJF.

3) Pode haver desconsideração de pessoa jurídica sem intuito lucrativo?- De acordo com o enunciado 284-CJF, o administrador de uma pessoa jurídica sem

intuito lucrativo, pode responder pelas obrigações da pessoa jurídica.

6.3 – A desconsideração no Código de Defesa do Consumidor- art. 28, do CDC- Caput => apresenta 11 hipóteses/motivos para que seja decretada a desconsideração

(Teoria Maior da Desconsideração).

- Parágrafo 5º => apresenta mais uma hipótese para a desconsideração, mais não exigemotivo (Teoria Menor da Desconsideração). Para esta teoria basta que a pessoa jurídica nãotenha patrimônio suficiente para responder por suas obrigações.

Questão: O parágrafo 5º do art. 28 do CDC tem aplicabilidade autônoma?- De acordo com o STJ o § 5º do art. 28 do CDC tem aplicabilidade! (Caso: Osasco

Plaza Shopping)

7 – Teoria Geral do Negócio Jurídico

7.1 – Ato Jurídico Lato Senso (Manifestação de vontade licita)

- É toda manifestação de vontade humana que tenha importância para o ordenamento jurídico e que seja licita.

- Elementos essenciais: Volitivo e Licitude.

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7.1.1 – Ato Jurídico Stricto Sensu:- art. 185, do CC.- É a manifestação de vontade que produz efeitos impostos por lei. (por que tanto o

conteúdo e as conseqüências – LEI) – EFICÁCIA LEX LEGE. Você não pode escolher osefeitos.

Ex: Reconhecimento de filiação.Fixação de domicílio.7.1.2 - Negocio Jurídico

- art. 104 a 184, do CC.- É a manifestação de vontade que produz efeitos desejados pela partes e permitidos em

lei. (O conteúdo e as conseqüências do ato deriva da vontade –  autonomia privada) – EFICÁCIA EX VOLUNTATE. Você pode escolher os efeitos. Pode desenhá-lo.

Ex: - todo contrato.- testamento.

Obs: Quanto ao pagamento a doutrina diverge sobre a sua natureza jurídica: Negócio

ou Ato Jurídico Stricto Sensu. A favor da corrente que defende que pagamento é ato jurídicostrito sensu, estar o fato de que não se anula pagamento por vicio do negócio (erro, dolo,coação, etc). Em prova tem sido gabarita ADIVERGENCIA.

7.1.3 – Ato Fato Jurídico- art. 185, do CC- São os atos e negócios jurídicos em que os efeitos são produzidos independentemente

da capacidade civil da pessoa que realizou o ato.Ex: - a compra de água ou comida por um menor desacompanhado dos pais.

- o incapaz que pesca um peixe.

7.2 – Teoria Geral do Negócio Jurídico – Pontes de Miranda- Escada pontiana

Plano de Eficic;\áciaPlano de Validade

Plano daExistência

7.2.1 – Elementos EssenciaisPlano de Existência (Invalidade = Nulo ouAnulável)

Plano de Validade (Ineficaz)

1 – Partes - Capazes e legitimadas2 - Objeto - Licito (de acordo com o ordenamento

 jurídico = lei, moral, ordem pública e bonscostumes.- Possível = física(se no plano dos fatos éimpossível) ou jurídica- Determinado (esta individualizado) oudeterminável (será individualizado)

3 – Forma (em regra a forma é livre). Art.107, do CC.

- Prescrita ou não defesa em lei.

4 – Vontade - Livre (é uma vontade livre de todos os víciosdo negócio jurídico (erro, dolo, etc)

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Obs: O Código Civil não adotou 100% da teoria de Pontes de Miranda. Ficando de forao Plano de Existência. A construção é puramente doutrinária. Esse plano é definido peladoutrina. Não há artigos do CC que fale em Existência ou Inexistência.

7.2.2. – Tipos de Solenidades

a) AD SOLEMNITATEM: - É aquela exigida como requisito de validade do ato. Em regra quando o

Código Civil, fala em solenidade presume que é esse tipo de solenidade, pois caso não sejaobservada receberá a pena de nulidade. Art. 108, CC.

b) AD PROBATIONEM: - É aquela prevista no art. 227, do CC.- É um requisito processual.  Caso não seja observado esse requisito, terá

dificuldade de provar o ato.

7.2.3 – Elementos Acidentais (ACCIDENTALIA NEGOTTI)- Em REGRA o negócio jurídico que existe e é valido tem eficácia imediata.

Excepcionalmente pode ser inserida uma causa que irá alterar a eficácia natural do negócio:condição, termo e modo/encargo.

a) Condição: é a clausula que derivando exclusivamente da vontade das partessubordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto.

- Própria: é a verdadeira condição. É inserida pela vontade das partes. (art. 121a 130, do CC)

- Imprópria/Legal/ Conditio iuris: é falsa condição, posto que inserida pela lei.(Requisito legal).

- Classificação* Qto aos efeitos: - Suspensiva: é aquela que quando verificada dá inicio aos efeitos do negócio.Ex: 1º Momento 2º Momento

do contrato da condição Suspensiva(Existe e válido) (Chuva)

- Resolutiva: é aquela que quando verificada põe fim aos efeitos do negócio.

Ex: 1º Momento 2º Momento

do contrato da condição Resolutiva(Existe e válido) (Chuva)

Obs: Se não houve o implemento da condição o negocio jurídico existe, mais não é eficaz.

Quanto a Certeza

- Condição Incerta (INCERTUS AM INCERTUS QUANDO – Caio Mario)- E aquela que não se sabe se irá ocorrer e nem quando irá ocorrer.Ex: ( ... “quando você ganhar na loteria”)

(....”quando o Rubinho ganhar uma corrida”)

- Condição Certa (INCERTUS AM INCERTUS QUANDO – Caio Mario)

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-É aquela que não se sabe se irá ocorrer, mais se ocorrer deverá ser em um determinadomomento.

Ex: ( ... “se você ganhar no próximo concurso da mega sena”)(....”se o Rubinho ganhar a corrida Austrália em 2011”)

Questão: A venda a contento (é a venda em que tenho que ficar contente) é realizada sobcondição suspensiva ou resolutiva? R -

b) Termo: é a clausula que subordina a eficácia do negocio jurídico a um evento futuroe certo.

Pode ser: Legal ou Contratual.

Classificação:Quanto ao EfeitoSuspensivo: também conhecimento como inicial ou dies a quo => é aquele que quando

verificado dá inicio ao negocio

Resolutivo: também conhecimento como final ou dies ad quem => é aquele que quandoverificado põe fim aos efeitos.

Ex: Contrato de locação de um apartamento no dia 21/04(termo inicial) a 25/04(termofinal)

Prazo: É o lapso temporal existente entre um termo inicial e um termo final.

Questão: Qual a diferença entre condição suspensiva e termo suspensivo?R - a condição suspensiva suspende o exercício e a aquisição do direito, portanto gera

apenas expectativa do direito.- o termo suspensivo suspende o exercício mais não a aquisição do direito, portanto

gera direito adquiridoQto a certeza ou IncertezaCerto (certus an certus quando): é aquele certo que ocorrerá e se sabe quando

ocorrerá e se sabe quando ocorrerá.Ex: Data futura.

Incerto  (certus an incertus quando): é aquele certo que ocorrerá mais não se sabequando ocorrerá.

Questão: Chuva é exemplo de condição ou de termo?sem limitação de tempo ... quando chover.

R – É termo - incerto

com limitação de tempo ... ao final da aula.R – É condição - certo

Ex: Maioridade?- É condição ou Termo.- É condição - certa

6ª Aula – em 06/03/11d) Modo/Encargo

- consiste na pratica de uma liberalidade subordinada a um ônus.Ex: doação onerosa ou modal (liberalidade + ônus)

- como regra o modo ou encargo não tem eficácia suspensiva nem resolutiva.

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Questão: A parte que realizou a liberalidade pode pedir a sua revogação se o encargo nãofor cumprido?

R – se a pessoa que recebeu a liberalidade não cumprir o ônus a parte que realizou aliberalidade poderá pedir sua revogação.

Obs:  No capítulo do contrato de doação do Código Civil, também permite que a pessoa querealizou a liberalidade cobre o cumprimento do ônus em juízo. Isso transforma o ônus emobrigação.

Vícios dos negócios jurídicos- sempre vão atingir o plano da validade.

Vícios da Vontade ou do consentimento- Erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão

- nesse grupo o defeito está na formação da vontade (interna), por que a pessoa vairealizar o negócio jurídico acreditando que não

- o prejudicado é um dos contratantes.

Vícios sociais- Fraude contra credores e simulação- nesse grupo o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa), por que a

 pessoa que vai fazer o negócio- o prejudicado é sempre um terceiro.

Questão: o que diferencia os vícios da vontade e os vícios sociais.R- no primeiro grupo o defeito está na formação da vontade e no segundo grupo o

defeito está na manifestação da vontade.

Questão: quais as diferencias existentes entre os vícios do negócio jurídico(vontade/sociais) e os vícios redibitórios?

  Nos vícios do negocio jurídico # nos vícios redibitórios1 – defeito: vontade 1 – defeito: no objetoDe acordo com Pontes de Miranda De acordo com Pontes de Miranda- no plano de validade (nulo ou anu- - no plano de eficácia (abatimento propor-

lável) cional do preço ou refazimentoAção declaratória de nulidade Ação quanit minoris ou Ação redibitóriaOu Ação anulatória

a) Erro ou ignorância- erro é a falsa percepção da realidade- ignorância é o completo desconhecimento da realidade.- o código civil tratou como sinônimos o erro e a ignorância.

Consequências:- negócio jurídico anulável

- ação anulatória- prazo: de 4 anos – decadencial- inicio: a partir da celebração do negócio jurídico

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Legitimidade- da parte prejudicada

Questão: A escusabilidade(perdoável) para a anulação do negócio jurídicoR – 1ª Corrente: defende que a escusabilidade ainda é um requisito para a anulação do

negócio jurídico por erro. A escusabilidade consiste em se indagar se o homem médio incidiriano erro da pessoa que foi prejudicada. Esta corrente se sustenta na redação do art. 138 do CC.- É a doutrina majoritária.

- 2ª Corrente: defende que a escusabilidade não é mais um requisito e que o art. 138-CC, se refere a cognoscibilidade ou recognoscibilidade, isto é, deve ser analisado se o outrocontratante (o que não foi prejudicado) tinha condição de perceber que a outra parte estavaincidindo em erro.

- É a posição minoritária. (Autores de direito civil constitucional)

Enunciado 12/CJF – art. 138: na sistemática do art. 138.....

Classificação do erroErro Substancial (erro in substancia)- art. 139 do CC- é aquele que incide sobre aspectos determinantes do negócio.Ex: o material do qual é feito um jóia.

Consequência: o negócio é anulável.

Erro acidental- art. 139 do CC- é aquele que incide sobre aspectos não determinantes do negócio.Ex: o embrulho- o negócio não pode ser anulado.- a parte prejudicada não pode pedir indenização pelas perdas e danos (“quem erra, erra

sozinho” – A outra parte não teve culpa pelo erro)

Erro de cálculo- não permite a anulação do negócio jurídico, mas tão só a retificação do cálculo.

2. Dolo

- é o induzimento malicioso de uma pessoa a erro.- em quanto no erro a pessoa erra sozinho, no dolo a pessoa é levada a erra.Induzimento:- feito pela outra parte: é anulável- feito por terceiro: temos que verificar a conduta:

- se ele agiu em conluio com a outra parte: anulável.- se ele agiu sem conluio da outra parte: o negócio não é

anulável, mas a parte prejudicada por pedir indenização do terceiro

2.1 – Consequência - Efeito: negócio é anulável

- Ação: anulatória- Prazo: 4 anos – decadencial – da celebração do negócio jurídico- Legitimidade: parte prejudicada.

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Classificação do dolo quanto a determinaçãoEssencial e acidental

Essencial (dolus causam)- é aquele que incide sobre aspectos determinantes do negócio

- é aquele em que o negócio jurídico não teria sido celebrado se o outro contratantesoubesse da verdade.- negócio é anulável

Acidental:- é aquele que incide sobre aspectos secundários do negócio.- o negócio teria se realizado ainda que o contratante soubesse a verdade- não permite a anulação do negócio, mas a parte prejudicada pode pedir 

indenização.

2.3 – Classificação do dolo quanto a conduta

a) Dolo positivo ou comissivo- é aquele caracterizado por uma açãoEx: o vendedor fala que o relógio é de ouro mais sabe que não é.- o negócio é anulável

 b) Dolo negativo ou omissivo- é aquele caracterizado por uma omissão. O contratante omite informação de

que tinha conhecimento quando foi indagado.

c) Dolo bilateral ou recíproco- é aquele em que ambos os contratantes atuam com dolo.Consequência: o dolo de um compensa o dolo do outro, logo o negócio não pode

ser anulado e não pode ser pleiteada indenização proporcional.

2.4 – Classificação quanto a intençãoDolus Malus:- é aquele que há intenção de prejudicar.- Negócio é anulável

Dolus bônus: tem dois sentidos

1ª - Intenção de ajudar 2ª – É a lábia comum dos comerciantes (deve ser moderada)

Obs: Nos dois sentidos o negócio não é anulável por dolus bônus.

3. Coação- é a pressão exercida sobre uma pessoa para que realize um negócio jurídico.Pode incidir:- própria pessoa;- pessoa próxima;- bens

De acordo com a doutrina do CC/02 apenas regulamentou a coação relativaignorando a existência da coação absoluta

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3.1 –Coação relativa ou psicológica (vis compulsiva)- é aquela que deixa opção ao coagido.- é esta a prevista no código civil/02

Consequência- Efeito: anulável- Ação: anulatória- Prazo: 4 anos , decadencial, a partir do dia em que cessar a coação. 

3.2 – Coação absoluta (vis absoluta)- é aquela que não deixa opção ao coagidoEx: uma pessoa sob a mira de uma arma de fogo.- a doutrina entende que não há manifestação de vontade, logo o negócio é

inexistente.

Consequência- Efeito: inexistência do negócio- Ação: declaratória de inexistência- Prazo: imprescritível.

3.3 – Não caracteriza coação- art. 153/CC- Ameaça de exercício regular de direito (ato licito)Ex: ameaça de entrar com ação judicial.- Temor reverencial ou receio de desgosto: é a mistura de respeito e medoEx: relação entre pai e filho, patrões e empregados.

4 – Estado de perigoRequisito objetivo: Prejuízo considerável- uma pessoa realiza negócio jurídico assumindo prestação excessivamente

onerosas - art. 153/CC . (Grande prejuízo)

Requisito subjetivo- indagar o porquê?

- a própria pessoa

- parente próximo- amigo intimo- cônjuge ou companheiro

- Se encontram em uma situação de perigo de morte/vida ou grave dano moral(Maria Helena Diniz)

RATIO LEGIS: o que está por traz do perigo- Proteção de um direito da personalidade.

Consequência- Efeito: anulável

- Ação: anulatória- Prazo: 4 anos – decadencial – a partir da celebração do negócio- Legitimidade: parte prejudicada

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- Principio da conservação do contrato: o negocio não será anulado se a parte beneficiada oferecer em juízo a complementação do preço ou redução do proveito.

Obs:  Atenção: o negócio só pode ser anulado por estado de perigo se, além dosrequisitos estudados acima, for provado o dolo de aproveitamento, isto é, for provado que a

outra parte tinha conhecimento da situação de perigo.

5 – LesãoRequisito objetivo: Prejuízo considerável- uma pessoa realiza negócio jurídico assumindo prestação excessivamente

onerosas - art. 153/CC . (Grande prejuízo)

Requisito subjetivo- indagar o porquê?

- a pessoa agiu em situação de:

1ª – Premente necessidade (é a financeira $$)2ª – inexperiência (social, negocial, econômico , financeiro)

RATIO LEGIS: o que está por traz a lesão- Proteção de um direito patrimonial

Questão: Para que o negócio seja anulado por lesão é necessário provar que a outra partetinha conhecimento da situação do prejudicado?

R - na lesão não precisa ser provado o dolo de aproveitamento. Enunciado 150 - CJF

Consequência- Efeito: anulável- Ação: anulatória- Prazo: 4 anos – decadencial – a partir da celebração do negócio- Legitimidade: parte prejudicada

5.3 – Principio da conservação contratual- o negócio não será anulado se a parte beneficiada se oferecer para

complementar o preço ou reduzir o proveito.

Doutrina moderna: defende a possibilidade da parte prejudicada por estado de perigoou lesão ingressar com ação de revisão contratual ao invés de anulatória com base no princípioda conservação dos contratos; que decorre do princípio da função social. Neste sentido oenunciado 149/CJF.

6. Fraude contra credores- consiste na atuação maliciosa do devedor insolvente ou na iminência de assim

se tornar que se desfaz de seu patrimônio procurando não responder pelas obrigaçõesanteriormente assumidas.

Ex: João credor -----------------------R$ 100.000,00 --------- Paulo devedor (aliena o bem que possui com o objetivo de prejudicar o credor)

- Ação Pauliana (Revogatória)

6.1 – Requisitosa) Evento danoso (eventus damni)

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- o ato tachado(acusado) e fraudulento deve ter deixado o devedor sem patrimônio suficiente para responder pela dívida.

b) Conluio Fraudulento (Consilium fraudi)- deve ser provado o conluio entre o devedor e o adquirente (é provar a

má-fé de ambos). Na verdade o que importa é provar a má-fé do adquirente (Ex: provar que elesabia da insolvência do devedor). Deve ser quebrada a presunção estabelecida pelo princípio da boa-fé.

Obs: - atualmente a jurisprudência tem entendido que a simples existência de parentesco entre o devedor e o adquirente não é suficiente para provar a má-fé.

- ATENÇÃO: se a alienação do bem ocorreu a titulo gratuito o conluiofraudulento é presumido.

c) Anterioridade do crédito)- para que exista a fraude ao credor é necessário que a obrigação seja

anterior . o que importa é o momento da existência da divida e não o seu vencimento ou seu

reconhecimento judicial.

7ª Aula – em 12/04/11

d) Consequência da fraude contra credores - CC- Efeito: anulável- Ação: Pauliana ou Revocatória (tem como objetivo a declaração da

ineficácia da fraude contra credores)- Prazo: 4 anos (art. 148 do CC), a partir da celebração do contrato- Legitimidade: Credor prejudicado.

Para o STJ, ineficácia do negócio jurídico

Ex: Credor-----------------------------Devedor - Existe

Ação Pauliana FCC Negócio - VálidoIneficácia - Ineficácia

7- Simulação- é o desacordo entre a vontade interna (intenção) e a vontade

externa(manifestação).- Exige-se que este desacordo seja intencional e em concluiu com o destinatáriada manifestação de vontade (o outro contratante).

- A simulação não deve ser confundida com a reserva mental, caracterizadacomo uma manifestação de vontade não desejada em seu conteúdo, pois nesta não há concluiucom o destinatário.

- A segunda diferença consiste no fato de que a simulação gera a nulidade donegócio, a reserva mental não.

- A única hipótese em que a reserva mental invalida o negocio jurídico é quandoo destinatário da manifestação de vontade tem conhecimento da reserva mental.

Ex: exemplos dados em sala de aula.

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7.1 – Consequência- Efeito: torna o negócio jurídico nulo- Ação: Declaratória de Nulidade- Prazo: imprescritível- Legitimidade: Qualquer interesse na declaração desta nulidade.

Enunciado 294/CJF

Questão: Qual a natureza que a simulação diante de sua localização no CC/2002?R – em que pese o deslocamento da matéria para o capitulo da invalidade negocial a

doutrina continua considerando o instituto como espécie de vicio social do negocio jurídico.

7.2 – Classificação7.2.1 -Quanto ao conteúdoa) Simulação absoluta

- é aquela que tem aparência de um negocio mais na essência as partes

não desejam realizar qualquer negocio. (É aquele em que tudo é mentira, logo tudo é nulo)Ex: Separação do casal.

b) Simulação relativa- é aquela que tem a aparência de um negocio, mais na essência as partes

desejam realizar negocio diverso. (Nem tudo é mentira, logo nem tudo é nulo)- art. 167 do CC - IPCSubjetiva: é aquela em que o elemento falso no contrato é um dos

contratante. Ex: no contrato em que aparece um laranja. (utilização de interposta pessoa).

Objetiva: é aquele em que o elemento falso é elemento objetivo.Ex: - data, preço, objeto do contrato, natureza do negócio.

- compra e venda de imóvel.

7.2.2 - Quanto ao propósitoa) Simulação maliciosa

- é aquela que tem por objetivo prejudicar terceiro ou fraudar leiimperativa.

- gera a nulidade no negocio.

b) Simulação inocente

- é aquela que não tem por objetivo prejudicar terceiro ou fraudar a lei.

Questão: a simulação inocente invalida o negocio jurídico?1ª Corrente: defende que a simulação inocente não invalida o negocio

em que pese a omissão do legislador: não há nulidade sem prejuízo.- Nesse sentido Maria Helena Diniz e Caio Mario.2ª Corrente: defende que diante da omissão do legislador toda

simulação é invalidante. Inclusive a inocente (idéia de silencio )Enunciado 152/CJF

8. Distinção entre prescrição e decadência

8.1 – Prescrição- é a perda da pretensão de reparação de um direito violado em virtude da

inércia de seu titular no prazo previsto em lei.

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- Pretensão => é o poder de exigir de outrem de forma coercitiva ocumprimento de um dever jurídico originário, ou seja, a própria prestação, ou secundário, aindenização pelo descumprimento da prestação.

- Debito => é o dever jurídico de cumprir espontaneamente uma prestação de

dar, fazer ou não fazer (é a primeira parte é o débito)

- Responsabilidade civil => é a conseqüência jurídica e patrimonial dodescumprimento do debito (é a segunda parte é a responsabilidade civil).

- caso não seja cumprida a obrigação, você cai entrar com uma ação em juízo para forçar a execução ou vai pedir indenização pelo descumprimento.

Obs: toda vez que você esta em juízo por que alguém não cumpriu com suaobrigação, vai entrar com uma ação de indenização ou para cobrar o cumprimento de uma

 prestação.Atenção: nos dias atuais não se deve falar que prescrição põe fim a ação ou

direito de ação, pois este é um direito público, abstrato e indisponível que toda pessoa tem de

ter acesso ao poder judiciário. É garantido pelo principio da inafastabilidade da jurisdição (art.XXXV, da CF/88).

- Extingue: a pretensão- Direito: é sempre o direito subjetivo patrimonial. Em contraposição a um

direito subjetivo se apresenta um dever jurídico. É sempre uma obrigação.Ex: o credor tem o direito de cobrar, o devedor tem a obrigação de pagar.

Atenção: a prescrição fulmina a responsabilidade civil, nunca o débito.

(Ação de Repetição de In debito).

- Ação: as ações vinculadas a prescrição: condenatória(reparação de danos) eexecuções.

- Previsão: somente esta prevista em lei, não pode ser estipulada pelas partes.

Prescrição da exceção- art. 190 do CC => a exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Espécies de exceção1ª – exceção dependente ou autônoma => é aquela baseada em uma pretensão,

 pode ser utilização tanto como forma de defesa como forma de ataque. (art. 190 d0 CC)Ex: compensação de divida.- o art. 190 do CC, só se aplica as exceções dependentes.

2ª – exceção independente (autônoma)> é aquela que não esta fundamentada emuma pretensão. Não serve como matéria de ataque, mais como matéria de defesa. Ex: (alegar que a dívida já foi paga).

A exceção independente é imprescritível, não é aplicável o art. 190 do CC

Declaração de oficio da prescrição- antigamente a prescrição não podia ser declarada de oficio pelo juiz. Com as

reformas do CPC, em 2006 foi revogado o art. 194 do CC e alterado o art. 219, §5 ڃ do CPC, para dispor de que deve ser declarada de oficio.

Renuncia da prescrição

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- em que pese a possibilidade do juiz declarar de oficio a prescrição doutrinamajoritária compreende que a prescrição ainda pode ser renunciada pela parte interessada,.

Requisitos para a renuncia:I – inexistência de prejuízo de terceiros . Ex: um credor do renunciante. A

renuncia nessa hipótese caracteriza uma forma de fraude contra credores.II – o prazo já deve ter sido consumado. Não é admitida renuncia previa(antecipada) de prescrição.

Atenção: a renuncia da prescrição pode ser expressa ou tácita (ex: o pagamentode divida prescrita).

Questão: como compatibilizar a possibilidade de renuncia com o dever de declarar deoficio do magistrado?

R – doutrina majoritária defende que antes de declarar de oficio a prescrição o juiz deveintimar o réu para se manifestar e, eventualmente, renunciá-la.

Esta interpretação se deve ao fato de que a doutrina majoritária compreende que a

 prescrição no direito civil continua sendo matéria de ordem privada.

Obs: juiz pode declarar matéria de ordem pública ou matéria de ordem privada, sehouver pedido expressa.

Prazos de prescrição- Geral de Prescrição

- é aquele estipulado no art. 205 do CC e tem aplicação subsidiária. Éaplicável quando o caso concreto não se encaixa nas hipóteses do art. 206. O prazo geral é de10 anos.

- Geral Especial- são aqueles previstos no art. 206 do CC e tem aplicação preferencial,

 pois se referem a situações específicas. Variam de 1 a 5 anos. Somente há prazos em anos. 

Questão: pode ser alterado o prazo de prescrição? E Criado?R – por ter previsão legal não admite-se a criação, nem a alteração de prazo

 prescricional por força

Impedimento, suspensão e interrupção do prazoa) Prazo impedido: é aquele que nunca correu. Cessado o impedimento o prazo

começa a correr do zero.b) Prazo suspenso: é aquele que já correu uma parte. Terminada a suspensão, o prazo volta a correr de onde parou.

c) Prazo interrompido: é aquele que já correu uma parte. Interrompidorecomeça a correr do zero.

Impedimento e suspensão : art. 197, 198 e 199 do CC – Normalmente retratamuma situação.

Interrupção: art. 202 do CC – Normalmente retrata uma ação (conduta) docredor.

Obs: a prescrição só pode ser interrompida uma única vez.

8.2 – Decadência: 

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- é a perda efetiva de um direito potestativo pela falta de seu exercício no prazo previsto em lei ou em contrato .

direito potestativo: são aqueles que confere ao seu titular o poder de provocar mudanças na esfera jurídica de outrem de forma unilateral, sem que exista um dever jurídicocorrespondente, mas tão só um estado de sujeição.

Obs: - quando estiver de frente a um dir. subjetivo = dever jurídico (obrigação)- quando estive de frente a um dir. potestativo = estado de sujeiçãoEx: Direito de anular um contrato

Direito de reclamar de vício redibitório

- o prazo de 5 anos do CDC é para você pedir indenização.

Caracteristicas- Extingue: o direito potestativo- Ações: ações constitutivas, positivas ou negativas(Ex: anulatórias)

- Previsão: a decadência esta prevista em lei mais o legislador também admite acriação de novos prazos através da manifestação de vontade unilateral ou bilateral (decadênciaconvencional/contratual).

Ex: prazo de garantia.

Declaração de oficio e renuncia da decadência

Decadência legal: de acordo com Código Civil, deve ser declarada de oficio pelo juiz e não pode ser renunciada pela parte interessada.

Decadência convencional: de acordo com o Código Civil, pode ser renunciada,logo não pode ser declarada de oficio pelo juiz.

Prazos de decadência- os prazos de decadência estão espalhados no CC com exceção do art. 205 e 206

do CC.- Todo e qualquer prezo existente no CC que não esteja previsto nos art. 205 e

206, só pode ser prazo de decadência (principio da operabilidade: o legislador quis facilitar avida do operador do direito).

Questão: Existe prazo geral de decadência?

R – art. 179 do CC (para alguns autores ele é de decadência e para outros não).- Sumula 494 do STF => refere-se a anulação de venda de ascendente paradescendente sem o conhecimento dos demais.

- essa sumula deve ser entendida por superada com a vigência do Código Civilde 2002. Atualmente o prazo é de apenas dois anos e tem natureza decadencial.

- a doutrina diverge quanto a existência de um prazo geral de decadência, pois oart. 179 do CC tem aplicabilidade restrita as ações anulatórias. (É uma forma de prazo geral)

 R- em regra prazo decadência não pode ser impedido, suspenso ou interrompido.

Excepcionalmente poderá haver impedimento, suspensão ou interrupção. (Ex: não corre prazode prescrição, nem de decadência contra absolutamente incapaz. Art. 208 do CC.

4 – Direito Intertemporal

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- é o direito que tem por objetivo regular a transição entre normas jurídicas.- em especial a aplicação da lei nova a fatos pretéritos.- art. 2.028 do CC

4.1 – Se o prazo foi reduzido

- se já transcorreu mais da metade do prazo previsto no CC/1916 => continua sendoaplicado o prazo desse código.- deve ser analisado a data da entrada do CC/2002 (11 Jan 03).

Fato (10 anos) CC/02

11/Jan/90 11/01/03

- CC/16: 20 anosRep. de danos - CC/02: 3 anos

- se ainda não transcorreu mais da metade do prazo previsto no CC/16 => deve ser aplicado o prazo do CC/02. Nesta hipótese o prazo novo deve ser contado a partir da entradaem vigor do CC/02 (11 Jan 03).

Enunciado 50 do CJF

Fato (6 anos) CC/02 (3 anos)

11/Jan/97 11/01/03

- CC/16: 20 anosRep. de danos - CC/02: 3 anos

4.2 – Se o prazo foi aumentado- se o prazo de prescrição/decadência já estava consumado quando o CC/02 entrou em

vigor não haverá prorrogação do prazo, pois para a outra parte a prescrição da pretensão ou acaducidade do direito já estavam consumadas (ato jurídico perfeito/direito adquirido)

Fato 6 meses CC/02

11/abr/02 11/01/03

- CC/16: 6 mesesCobra divida de restaurante - CC/02: 1 anos

- se o prazo de prescrição/decadência ainda estava correndo quando o CC/02 entrou emvigor. Nesta hipótese a diferença de prazo deve ser acrescida ao prazo antigo beneficiando otitular da pretensão ou do direito.

Fato 6 meses CC/02 (prazo)11/10/03

11/out/02 11/01/03

- CC/16: 6 mesesCobra divida de restaurante - CC/02: 1 anos

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8ª Aula – em 12/04/11Direito das Obrigações

1 – Conceitos

1.1 - Conceito Clássico ou Estático- é a relação jurídica, pessoal e transitória, que confere ao credor o direito de exigir do

devedor o cumprimento de determinada prestação.- é pessoal por se desenvolver entre pessoas.- é transitória por ter inicio meio e fim.Ex: compra e venda entre João e Pedro

João Pedro

1.2 - Conceito Dinâmico

- a obrigação é vista como um processo dinâmico, isto é, como uma série de atosexigidos do credor e do devedor para que as suas pretensões sejam alcançadas.

- ao lado do núcleo da obrigação (prestações principais) são visualizados deveresanexos, também conhecidos como deveres laterais, colaterais, satelitários, secundários,fiduciários, etc. Esses deveres são impostos pelo principio da boa-fé objetiva.

Ex: lealdade, probidade, retidão, ética, confidencialidade, reciprocidade, etc.- a obrigação é vista como um processo, ou seja, vários atos para se chegar a um

resultado.

2 – Elementos constitutivos das obrigações

2.1 – Elementos Subjetivos- os sujeitos da obrigação (as partes)

- Sujeito ativo: credor - Sujeito passivo: devedor 

Questão: Quem pode ser credor ou devedor?R  - qualquer pessoa física o jurídica pode ser credora ou devedora, e até mesmo os

entes despersonalizados (massa falida, condomínio edilício, sociedade de fato, sociedadeirregular, etc).

- quanto as pessoas naturais (físicas), não importam se são capazes ou incapazes,

menores ou maiores, nascidas ou concebidas, nacional ou estrangeira.- quanto as pessoas jurídicas não importa se são de direito privado ou público,nacionais ou estrangeiras, com ou sem fim lucrativo, etc. Questão: Os sujeitos devem estar determinados?

- devem estar individualizados (determinados) em regra desde o início da relação jurídica obrigacional. Contudo admite-se a indeterminabilidade temporária (ex: promessa derecompensa) a um deles. Essa situação é momentânea e desaparecerá no momento documprimento da obrigação.

2.2 – Elementos Objetivos

- é a prestação (o conteúdo da obrigação)

Objeto direto ou imediato da obrigação- é a atividade a ser desenvolvida pelo devedor. Só pode ser de 3 tipos:

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1 – Dar, 2 – Fazer ou 3 – Não fazer 

Objeto indireto ou mediato da obrigação- é o conteúdo da atividade (prestação).- é o bem da vida.

Ex: na venda de um automóvel o objeto direto é “DAR” e o indireto é o“AUTOMOVEL”.

Questão: A presta precisão ter conteúdo patrimonial?=> Doutrina clássica:

- defende que para que a obrigação seja civil a prestação deve ter conteúdo patrimonial, ainda que o interesse seja extra patrimonial.

- está é a corrente majoritária.

=> Doutrina moderna:

- defende que a obrigação civil pode existir se conteúdo patrimonial, bastandoque o interesse seja digno de tutela.

Ex: - a obrigação de citar a fonte em uma monografia.- a obrigação de devolver uma carta de amor.

- esta é a corrente minoritária.

2.3 – Elemento imaterial ou elemento virtual ou espiritual- é o vinculo formado entre credor e devedor.

a) Concepção unitária (Monista ou Clássica)- defende a existência de um único vinculo entre credor e devedor, representado pelo

DEBITO. Para os defensores dessa concepção a responsabilidade civil não integra o conceitode obrigação.

Obrigação Civil(# resp. civil) -------- forma apenas débito.

b) Concepção binária (Dualista)- defende que existem dois vínculos entre credor e devedor: DEBITO e

RESPONSABILIDADE.- Débito => é o dever jurídico de cumprir uma prestação de dar/fazer/não fazer 

Obrigação (SCHULD)Civil

- Resp. Civil => é a conseqüência jurídica e patrimonial do descumprimento do(HAFTUNG) débito

Questão: Existe Schuld sem halftung (debitum sem obrigatio)?- existe débito sem responsabilidade => Teoria Dualista- existe obrigação sem responsabilidade => Teoria Monista.R – sim. As denominadas obrigações naturais.Ex: divida prescrita, divida de jogo.

Questão:Existe halftung sem schulde (obrigatio sem debitum)?

- existe responsabilidade sem debito => Teoria Dualista- existe responsabilidade sem obrigação => Teoria MonistaEx: fiador 

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Locador -------------------- Locatário - Débito- Resp. civil

Fiador 

Questão: Qual é a diferença entre a responsabilidade civil do locatário e do fiador?

R – a do locatário é primária.- a do fiador é secundária. (subsidiária), Assume responsabilidade solidária, isso

é exceção.- o fiador tem sempre subsidiário.....

3 – Classificação das obrigação de acordo com a sua natureza

3.1 – Obrigação civil- é aquela que pode ser cobrada em juízo. Gera DEBITO e RESPONSABILIDADE

CIVIL (Ex: divida não prescrita).

3.2 – Obrigação natural- é aquela que não pode ser cobrada em juízo. Gera DEBITO mais não gera

responsabilidade civil. (Ex: divida prescrita, divida de jogo, obrigações oriundas de ato ilícito,mútuo a menor).

Questão: A pessoa que cumpriu obrigação natural poderá cobrar de volta o que pagou?R – em caso de cumprimento voluntário de obrigação natural os solvens não tem

direito a repetição, operando-se a solut retentio.

- o solvenos não pode alegar qualquer modalidade de erro para reaver o que pagou.

Principais regras da obrigação natural

- Cumprimento parcial- ainda que o devedor cumpra parcialmente a obrigação natural, o credor não poderá

cobrar o restante.

- Remissão da dívida- caso o credor perdoe o devedor da obrigação natural haverá a renuncia do direito de

retenção por parte do credor.Ex: se uma pessoa pagou divida de jogo que havia sido perdoada poderá cobrar de volta

o que pagou.

- Novação- as obrigações naturais não podem ser objeto de novação, pois estar-se-ia admitindo a

substituição de uma obrigação não exigível por outra exigível.

- Fiança- as obrigações naturais não podem ser garantidas por fiança.

3.3 – Obrigação moral- são aquelas que surgem da nossa consciência. Ex: ser educado com as pessoas; não

trair o namorado.- não gera debito nem responsabilidade civil.

4 – Classificação da obrigação de acordo com a prestação (objeto da prestação)

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4.1 – Obrigação de dar (obligatio in dandum ou obligationes dandi)- é aquela que consiste na entrega de um determinado objeto.

Questão: Qual a diferença entre dar e entregar?

R – em regra as expressões devem ser tratadas como sinônimas. Entretanto algunsautores defendem que a obrigação de dar é aquela que tem por objeto a transferência da propriedade. (Ex: compra e venda).

- a obrigação de entregar é aquela que tem por objeto apenas a transferência da posse.

4.1.1 – Obrigação de dar coisa certa (ou obrigação específica) art. 233 a 237 do CC- é aquela que tem por objeto uma coisa totalmente individualizada/determinada.- não falta qualquer escolha quanto ao objeto.

Questão: A obrigação de dar gera direito pessoal ou direito real?

R – a obrigação de dar gera apenas direito obrigacional/pessoal (jus ad rem) e nãodireito real (jus in re)

- art. 481 do CP

- em nosso país o contrato (titulo translativo) nunca transfere a propriedade- se o bem for imóvel a transferência ocorre com o registro. Se for bem móvel a

transferência da propriedade ocorre com a tradição.

Principais regras:

- Coisa diversa- o credor não pode ser forçado a receber coisa diversa ainda que muito mais valiosa. Se

aceitar ocorrerá dação em pagamento.

- Principio da gravitação jurídica ou da acessoriedade- o bem acessório segue a sorte do bem principal.- esta regra vale no silencio do contrato.

- Cômodos obrigacionais- se a coisa se valorizar após a celebração do contrato em razão de melhoramento ou

acréscimo do devedor poderá exigir o aumento do preço.

Ex: a égua ficou prenha.- a outra parte não concordar com aumento poderá ser resolvido pelo vendedor. O

fundamento para a regra é o principio da equivalência das prestações

- Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa- havendo o perecimento ou a deterioração do objeto do contrato deve ser observado se

o devedor teve cumpa ou não ou não. So responderá pelas perdas e danos se agiu culposamente.- também deve ser observada a regra pela a qual “a coisa perece para o dono”.- aplica-se a regra “RES PERIT DOMINO”

4.1.2 – Obrigação de restituir – art. 238 a 242 do CC- é aquela em que o devedor assume o compromisso de devolver um bem que pertence

ao credor.

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Ex: a obrigação do locatário ou comandatário de devolver o bem a pós o fim docontrato.

A obrigação de restituir.

Principais regras:

- Inadimplemento- se o devedor não devolver o bem, o credor poderá ingressa com ação de busca e

apreensão (bem móvel) ou reintegração de posse (bem imóvel)

- Cômodos obrigacionais- Se sobrevier melhoramento ou acréscimo a coisa, sem despesa ou trabalho do devedor,

o lucro será do credor que não terá de pagar qualquer indenização. Se o melhoramento ou oacréscimo ocorreu com despesa ou trabalho do devedor este terá direito a um indenização deacordo com as regras previstas no CC quanto as benfeitorias.

- Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa.- o devedor só responde pelo perecimento ou deterioração da coisa se tiver agido

culposamente. Não obrigação de restituir também é aplicável a regra res peit domino.Ex: antes da devolução do automóvel o motorista foi roubado.

Obs: a regra da responsabilidade pode ser invertida. Isso é comum em locação dointeressado

4.1.3 – Obrigação de dar a coisa incerta (ou Obrigação genérica)- é aquela em que o objeto é determinável, isto é será individualizado em momento

futuro.

Principais regras:

- Concentração- é o ato de escolha da prestação (objeto) que será entregue. Para que a obrigação seja

determinável e não seja considerada indeterminável (que são nulas) o contrato deve ter aomenos indicação do gênero e da quantidade do objeto (Ex: uma caneta. Dez quilos de arroz) oque pode falta é a indicação da qualidade. No silencio do contrato e escolha (concentração)compete ao devedor.

 - Principio do meio-termo ou da qualidade de média- o devedor estar proibido de escolher o da pior qualidade mas não está obrigado a

entregar o da melhor.- se por força do contrato a escolha compete ao credor também deverá ser observado o

 principio do meio termo.

- Responsabilidade pela perda da coisa ou deterioração da coisa

- Gênero ilimitado- é aquela que não sofre uma restrição na sua delimitação por outra do mesmo

gênero, quantidade e qualidade.Ex: uma garrafa de vinho; uma vaga;

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- o devedor não se exonera de responsabilidade, alegando caso fortuito / forçamaior (genus nunquam perit)

- Gênero limitado- é a hipótese em que o objeto ainda que incerto é relativamente restringido.

Ex: uma garrafa de vinho de minha adega; Uma vaca da minha fazenda. Nesta hipótese se houver o perecimento do gênero por intereiro (Ex: todos osmeus vinhos/ minhas vaca de minha fazenda) o devedor estará exonerado.

4.2 – Obrigação de fazer (obrigatio ad faciendum ou obrigatio faciendi)- é aquela em que o devedor se compromete a realizar determinada tarefa fisica ou

intelectual) a favor do credor ou de outrem.

4.2.1 - Obrigação de fazer fungível (material ou impessoal)  - é aquela que pode ser cumprida por outras pessoas além do próprio devedor.

- em caso de urgência/emergência o CC/02 autoriza o credor a se valer da autotutela.

Isto é a mandar terceiro fazer ele próprio fazer a atividade independentemente de autorização.

Responsabilidade pelo inadimplemento- o devedor só responde pelo inadimplemento se tiver deixado de agir culposamente.- em caso de inadimplemento o devedor só terá responsabilidade se seja culposamente.- o credor não pode ser forçado a aceitar o cumprimento da prestação por terceiro, se o

credor aceitar depois não poderá cobrar indenização pela perdas e danos do devedor originário(a obrigação infungível se converteu em fungível)

Atenção: de acordo com a doutrina se o credor for compelido a aceitar o cumprimentoda prestação por terceiro em razão da urgência, poderá cobrar indenização do devedor originário.

4.2.2 - Obrigação de fazer infungível (imaterial ou personalíssima)- é aquela contratada em atenção a determinadas características/atributos pessoais do

deve. Normalmente o exemplo de prova envolve artista e pessoas famosa.

9ª Aula – 29/04/11

Continuação de Direito das Obrigações

4.3 – Obrigação de não fazer (- é aquela que consiste em um dever de abstenção.- conduta comissiva- contratoEx: Clausula de exclusividade

Não concorrência- Lei: obrigação de não causar dano (art. 186 do CC)

A doutrina divide a obrigação de não fazer:a) Obrigação de não fazer transeunte (irreversível)

- é aquele que não pode ser desfeita- Em caso de inadimplemento culposo, só resta ao credor requerer indenização

 pelas perdas e danos.

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b) Obrigação de não fazer permanente (reversível)- é aquela que pode ser desfeita- em caso de inadimplemento culposo, o credor pode exigir o desfazimento e

indenização pelas perdas e danos.Ex: obrigação de não construir acima de determinada altura.

Em caso de emergência/urgência o CC/02 autoriza o credor a se valer da auto tutela(fazer justiça com as próprias mãos) – art. 251, §1º do CC.

5. Classificação da obrigação de acordo com seus elementos

5.1 - Obrigação simples (obrigações mínima)- é aquela que apresenta todos os seus elementos no singular.- 1 credor + 1 devedor + 1 prestação

(dev.) (cred.)Ex: A B

(cred.) (dev.)

5.2 - Obrigação composta (obrigações complexa)- é aquela que apresenta um ou alguns dos seus elementos no plural.- 1 credor + 1 devedor + 2 prestação

Questão: O que é uma relação jurídica obrigacional complexa? - IPCR – é a hipótese que há pluralidade de obrigações

Ex: todo contrato bilateral. (compra e venda, locação, etc)

Classificação:a) Objetiva: são aquelas que apresentam mais de uma prestação

I – Obrigação Cumulativa (ou conjuntiva) - termo aditivo “e” - IPC- é aquela em que ambas as prestações são devidas e ambas devem ser 

cumpridas.Obs: se o devedor quiser cumprir apenas uma das prestações o credor não está obrigado

a aceitar 

II – Obrigação alternativa (ou disjuntiva) - termo aditivo “ou” - IPC

- é aquela em que ambas as prestações são devidas, mas apenas umadelas deve ser cumprida. (art. 252 a 256 do CC)

III – Obrigação facultativa (ou de faculdade alternativa) - termo aditivo“ou” - IPC

- é aquela em que uma das prestações é devidas e pode ser cobrada pelocredor. A outra prestação é facultativa e nunca pode ser cobrada pelo credor. É uma faculdadeexclusiva do devedor.

Obs: se a prestação devida for perdida culposamente e o devedor se recusar a entregar a prestação facultativa só restará ao credor pedir indenização pelas perdas e danos.

Questão: o contrato estimatório constitui hipótese de obrigação alternativa ou facultativa( ou de consignação) ?

1ª Corrente (alternativa)

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- defende que a obrigação do consignatário adquirir o bem ou devolvê-lo aoconsignante é alternativa

Caio Mário, Paulo Lobo...

2ª Corrente (facultativa)

- defende que a obrigação do consignatário adquirir o bem ou devolvê-lo aoconsignante é facultativaMaria Helena.

IPC- A principio deve ser gabaritada a divergência. Se não existir essa opçãorecomenda-se que seja gabaritada a segunda corrente.

 b) Subjetiva: são aquelas que apresentam ao menos um de seus sujeitos no pluralI – Obrigação Fracionária (não solidária)

- é a regra no ordenamento jurídico, pois solidariedade nunca se presume.

- quando a obrigação é fracionária deve ser observado se a prestação édivisível ou indivisível.

Divisível: é aquela em que a prestação pode ser fracionada sem que percaa sua utilidade, altere sua substancia ou diminua consideravelmente seu valor.

Ex: obrigação pecuniária.Regra: nas obrigações divisíveis qualquer um dos credores/devedores só

 pode cobrar/ser cobrado sozinho da sua cota parte. (regra do principio concurso partes fiunt  ) – 

IPC

Indivisível: é aquela que não pode ser fracionada em razão da suanatureza (utilidade, substancia ou valor), disposição contratual ou disposição legal.

Ex: a herançaRegra: qualquer um dos credores/devedores pode cobrar/ser cobrado

sozinho da totalidade da prestação.Ex: um touro reprodutor – IPC

7.2 - Obrigação solidária (in solidum)- é a exceção. Solidariedade resulta da lei (lembrar) ou da vontade das partes

(enunciado).Obs: quando falar no tipo de contrato é desse tipo.

7.2.1 – Obrigação solidária ativaRegra: qualquer um dos credores pode cobrar sozinho a totalidade da prestação não

importando se esta é divisível ou não.Ex: aquela que existe entre locadores

Principais regra (pegar no material...)

7.2.2 – Obrigação solidária passiva

Regra: qualquer um dos devedores pode ser cobrado sozinho da totalidade da prestaçãonão importando se esta é divisível ou indivisível.

Ex: 1 – Entre locatários (lei do inquilinato)2 – entre fiadores

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Locadores LocatáriosA CB D - são solidários

Fiadores (Resp. subsidiária)E

F são solidários entre si.

3 – entre comodatários (você vai ter o direito de restituir).

7.2.3 – Obrigação solidária mistaRegra: qualquer um dos credores pode cobra de qualquer um devedores a totalidade da

 prestação não importando se esta é divisível ou indivisível.

8 – Transmissão das obrigações

8.1 – Cessão de Crédito- é um negócio jurídico bilateral em que o credor de uma obrigação (o cedente) transfere

a outra pessoa (o cessionário) a totalidade ou a fração de um credito.Qual a diferença entre cessão (bens intangíveis, incorpórios ou imateriais. Ex: direitosautorais, herança, de credito e de debito) e alienação (bens corporios, bens materiais outangíveis Ex: compra e venda, doação).

- art. 286 do CC

Credor (cedente) Devedor (cedido) Novo credor(cessionário)8.1.1 – Principais características

a) Sujeitos: a cessão de créditos é realizado apenas entre o cedente(credor originário) eo cessionário (novo credor). O cedido (devedor) não é parte no negócio jurídico. - IPC

- Objeto: a cessão pode ter por objeto a totalidade ou parte do crédito. Pode se referir acrédito futura e até mesmo litigioso. Também pode ter por objeto créditos representados por 

 precatórios (art. 78/ADCT).

- Principio da gravitação jurídica: o acessório segue a sorte do principal. Ocessionário recebe além do crédito todos os direitos e garantias do credor originário (juros,clausula penal, hipotecas, fianças, etc).

- Eficácia perante o cedido: embora o consentimento do cedido não seja requisito para

a validade da cessão de crédito ele deverá ser notificado (extrajudicialmente ou judicialmente) para que tenha conhecimento da cessão.Ex: credores do credor originário.

- Eficácia perante terceiros: a cessão de credito é negocio não solene bastando simplesdeclaração de vontade. Com tudo para que tenha oponibilidade ERGA OMNES deve ser realizada através de escritura pública ou através de instrumento particular com as solenidadesdo art. 654, §1º do CC. Essa solenidade impede que credores futuros venham a penhorar ocredito que foi cedido. Como relação a credores pretéritos a solenidade não afasta acaracterização de fraudes contra credores.

8.1.2 – Classificação quanto as obrigações

- Cessão onerosa: é aquele em que o cessionário remunera o cedente pelo creditotransferido. Ex: contrato de factoring

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- Cessão gratuita: é aquele em que não há remuneração

8.1.3 – Classificação quanto aà responsabilidade

- Cessão pro soluto (in veritas nominis): é aquele em que o cessionário confere ao

cedente plena quitação, isto é, o cedente é exonerado de responsabilidade, caso o cedido não pague a divida. No silencio da cessão está é a regra.

- Cessão pro solvendo (in bonitas nominis): é aquele em que o cedente responde peloeventual inadimplemento por parte do devedor e pelo credito transferido. Ex:

2.2 – Assunção da dividida

2.3 – Principais característica

Consentimento do cedido: ao contrário do que ocorre na seção de credito, na assunção dedivida o consentimento do cedido é um requisito de validade do negócio.Principio da gravitação jurídica: a assunção jurídica abrange em regra a divida principalacrescida dos acessórios (juros, clausula penal, etc)

Classificação quanto a formaAssunção por expromissão: é aquela em que o devedor originário (cedente) não dá o seuconsentimento a assunção da divida.

Assunção por delegação: é aquela em que o devedor originário (cedente) anuiu com a assunçãoda divida. Nesta hipótese é realizado um negocio jurídico trilateral.

9 – Adimplemento das obrigações9.1 – Pagamento (adimplemento): é o cumprimento de toda e qualquer forma de obrigação.Qual é a natureza jurídica do pagamento?R – o tema é muito controverso, não podendo se falar em posição majoritária.1ª Corrente: defende que o pagto é um ato jurídico estrito senso. – produz efeitos impostos por lei (efeito do pagto é extinguir a obrigação). A favor da primeira corrente está o fato de que nãose anula pagto em razão de vicio do negocio jurídico. A ação cabível é a de repetição deindébito2ª Corrente: defende que o pagto é um negocio jurídico e que as partes podem determinar os

seus efeitos. (exercer no pagto autonomia privada)3ª Corrente: defende que a natureza jurídica do pagto depende da analise do caso concreto, podendo variar entre ato e negócio jurídico.DICA: a melhor posição é gabaritar a divergência. Se essa opção não existir recomenda-se a

 primeira corrente.

9.2 – Requisitos de validade do pagamento- Vinculo obrigacional: deve existir uma obrigação sobe pena de caracterização do pagamento

indevido.Pagto subjetivamente indevido: é aquele feito a pessoa errada.Pagto objetivamente indevido: é aquele em que não existe debito.

Cumprimento da prestação devida: se o cumprimento for exato ocorrerá pagamento direto. Se ocredor aceitar coisa diversa ocorrerá dação em pagto

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Animus(vontade) solvendi: é a intenção de pagar. Para a validade do pagto a vontade deve ser manifestada de forma livre e consciente

Sujeitos do Pagto:Ativo: é o solvens (pagador)

Passivo: é o accipiens (recebedor)

10ª Aula – 02/05/11

Continuação de Direito das Obrigações

 

Sujeitos do Pagamento

Devedor: é a pessoa que esta vinculada na relação jurídica base na qualidade de sujeito passivo. É o maior interessado no pagamento da divida.

Terceiro interessado: é a pessoa que tem interesse jurídico e patrimonial no cumprimento da prestação, pois pode ser responsabilizado em caso de inadimplemento do devedor.

Ex: fiador.

Fiança: é garantia de um contrato. A responsabilidade subsidiaria, o fiador tem em seu favor o beneficio de ordem.Aval: é a garantia de um titulo de credito. Garantia solidária.

Quando o terceiro interessado paga a divida ocorre a sub-rogação legal, isto é o terceiro assumea posição do credor originário com todos os seus direitos, privilégios e garantias.

Assim como o devedor o terceiro interessado pode forçar o pagto valendo-se da consignaçãoem pagamento.

Terceiro não interessado: é aquele que tem simples interesse moral no cumprimento daobrigação. Ele não tem responsabilidade em caso de inadimplemento do devedor. Ex: os paisque pagam a divida do filho maior de idade. A namorada que paga a divida do namorado.

Quando o terceiro não interessado paga a divida deve ser observado se a quitação foi dada(passada) em nome próprio ou em nome do devedor.

Em nome próprio => o terceiro pode cobrar do devedor o que pagou (atenção: não é sub-rogação, recebe apenas o direito de ser reembolsado).

Em nome do devedor => o terceiro nada poderá cobrar.

Questão: o terceiro não interessado pode forçar o pagamento em consignação?R - O terceiro não interessado só pode consignar em pagamento em nome do devedor.

(Automaticamente perde o direito de ser reembolsado).

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Quem pode receber?

Credor => é a pessoa esta vinculada a relação jurídica base na qualidade de sujeito ativo.

Representante => poder ser de três tipos:a) Representante legal: é aquele determinado por lei (pais, tutores e curadores = o processo é meio)

 b) Representante judicial: é aquele nomeado em razão de um processo. (inventariante e o administrador da falência = o processo é a razão de ser)

c) Representante convencional => é aquele nomeado através de contrato (mandat ário -Procuração Ad Negotia )

Credor putativo (credor aparente) => é um falso credor que se apresenta aos olhos de quem paga como verdadeiro e legitimo credor.

- Se o pagto foi feito de boa fé subjetiva (firme crença/ignorância), será considerado

valido e a obrigação extinta. Resta ao verdadeiro credor cobrar daquele que recebeu em seulugar (o credor putativo).

- Se o pagto foi feito com duvida o verdadeiro credor poderá cobrar o próprio devedor.Quando há duvida deve ser feita a consignação em pagamento (QUEM PAGA MAL, PAGADUAS VEZES).

4 - Lugar do pagamentoNo silêncio do contrato as obrigações devem ser cumpridas em regra no domicilio do

devedor (obrigação quesível / quérable). Se por força do contrato a obrigação tiver de ser cumprida no domicilio do credor ou em local diverso (a obrigação é portável / portable).

Se o contrato estipular dois ou mais locais para o cumprimento da obrigação a escolhacompetirá ao CREDOR. 

Se o cumprimento da obrigação ocorrer de forma reiterada em local diverso do previsto no contrato será presumida a renuncia do credor quanto ao seu direito de cobrar naquele local.

Para o credor ocorre a SUPRESIO: a supressão/perda do direito.Para o devedor ocorre a SURRECTIO: o surgimento de um direito.

5 – Principais modalidades de pagamento indireto

I – Consignação em pagamento  - é o deposito da coisa devida efetuado pelo devedor ou por terceiro com o objetivo deextinguir a obrigação. Pode ser feita judicialmente ou extrajudicialmente. A consignaçãoextrajudicial é mais restrita do que a judicial, pois só pode ter por objeto pecúnia (pois é feitano banco). Além disso não é cabível em todas as hipóteses listadas no art. 335 do CC .-IPC 

Obs: os incisos IV e V são exclusivos de consignação judicial.

Obs: de acordo com a doutrina o rol do art. 335 do CC, é exemplificativo (numerus apertus)

II – Novação

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- é a criação de uma obrigação nova com o objetivo de extinguir uma obrigaçãoanterior.

Requisitos:- existência de uma obrigação antiga- criação de uma obrigação nova com diferença substancial da anterior. (de

acordo com a doutrina moratória e parcelamento da divida não caracterizam novação.- animus novandi é a intenção de novar que pode ser expressa ou tácita.- art. 361 do CC.

  Espécies de novação:- Objetiva: é aquela em que há alteração do objeto/prestação.

Obs:  Na novação a alteração do objeto ocorre antes do momento do cumprimento. Na daçãoem pagamento a alteração do objeto ocorre apenas no momento do cumprimento. – IPC.

- Subjetiva: é aquela em que há alteração de sujeitos, pode ser de dois tipos:

- Novação subjetiva ativa => é aquela que altera o credor.- Novação subjetiva passiva => é aquela que aterá o devedor. Pode ser:

- Por Delegação => é aquela em que o devedor originário consentiu coma novação.

- Por Expromissão => é aquela que não contou com a anuência dodevedor originário.

  Atenção: ambas as formas são validas.

III – Dação em pagamento- é a entrega pelo devedor de coisa diversa da que estava estabelecida no contrato. Para

que ocorra a dação o consentimento do credor é indispensável.

A dação em pagamento pode ter por objeto qualquer tipo de obrigação (dar, fazer ounão fazer). Pode também ocorrer com alteração do tipo de obrigação (obrigação de dar substituída por obrigação de fazer).

  Obs: Se ocorrer a evicção (perda por força judicial) da coisa dada será restabelecida aobrigação original.

IV – Pagamento em Sub-rogação- é o pagto da divida efetuado por terceiro que assume a posição do credor origináriocom todos os seus direitos privilégios e garantias.

Tipos:- Legal: é aquela imposta pela lei. Não depende da vontade das partes. As hipóteses da

sub-rogação leal estão previstas no art. 346I - ....

II – o adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem comdo terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel.

Ex: O promitente comprador que paga a divida pretérita de condomínio.

III - do terceiro interessado, que paga a divida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte

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Ex: fiador e avalista.

- Convencional: é aquela que ocorre a partir de um acordo de vontade entre o credor eo terceiro, ou entre o devedor e o terceiro. Prevista no art. 347 do CC. Apresenta duashipóteses:

I – quando o credor recebe o pagto de terceiro e expressamente lhe transferetodos os seus direitos. Ex: pagamento de divida do namorado.

II – quando terceiro empresta ao devedor a quantia precisa para solver a divida,sob a condição expressa de ficar sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

V – Imputação em pagamento- é a indicação de qual divida esta sendo paga quando entre um mesmo credor e um

mesmo devedor existe mais de uma obrigação e apenas uma delas será cumprida.

Em regra a imputação em pagamento é feita pelo devedor (solvens). Se não fizer a

imputação competirá ao credor (accipiens). No silencio do devedor e do credor a indicação éfeita pela lei. Ex: havendo divida de capital e divida de juros imputa-se o pagto dos juros.

VI – Compensação- é a hipótese em que duas pessoas são credoras e devedoras entre si extinguindo-se a

obrigação de acordo com a proporção dos respectivos direitos.Pode ser:- Voluntário => é aquela que decorre de acordo de vontade entre as partes. Não tem

requisitos.

- Legal => é aquela imposta em juízo. Requisitos: (cumulativos)- as dividas devem ser liquidas (certas quanto a sua existência e determinadas

quanto ao seu valor/objeto).

- as dividas devem ser vencidas (exigíveis)- as dividas devem ser fungíveis entre si. (devem ter a mesma natureza)= se eu

tenho divida de dinheiro deve ser compensada com divida em dinheiro.

VII – Confusão- é a hipótese em que credor e devedor são qualidades que se reúnem numa mesma

 pessoa, extinguindo a obrigação.

Tipos:- Própria: é aquela em que a confusão abrange a totalidade do credito / credito.- Imprópria: é a hipótese em que a confusão atinge apenas parte do crédito.

VIII – Remissão da divida- é o perdão da divida concedido pelo credor. Para validade e eficácia do perdão o CC

exige o consentimento do próprio devedor.

Inadimplemento das obrigações- é também denominado de responsabilidade civil contratual.

1 – Inadimplemento absoluto Culposo /Imptuável- é a hipótese em que o cumprimento da prestação se tornou inútil ou impossível .

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A inutilidade se refere a perda do interesse por parte do credor. Esta perda deveser sempre analisada de forma objetivo.

Ex: o vertido da noiva entregue após o casamento.A impossibilidade pode se referir tanto ao cumprimento (devedor) quanto ao

recebimento (credor). Ex: a morte do touro reprodutor antes da entrega.

Quanto a responsabilidade:Fortuito: em regra não gera obrigação de indenizar para o devedor. Ex: a morte

do animal por força de raio um dia antes da entrega.

Há duas exceções:- se for expressamente convencionada a responsabilidade por caso fortuito e

força maior (clausula de assunção de responsabilidade) – art. 393 do CC.

- se o devedor estava em mora (inadimplemento relativo). (perpetuatioobligationis) – art . 399 do CC. Terá responsabildiade ainda que a impossibilidade resulte de

caso fortuito/força maior (Ex: o animal deverias ter sido entregue na sexta e pareceu nosábado). Exceção da exceção, o CC traza duas hipópete em que esta exceção deve ser afastada:

- quando o devedor não teve cumpa pelo atraso / mora. (Ex: o animal nãofoi entregue na sexta por que a ponte caiu)

- quando o devedor prova que o dano sobreviria ainda que a obrigaçãotivesse sido oportunamente cumprida. (Ex: a enchente atingiu a fazenda do credor e dodevedor).

- Culposo ou imputável: é a hipotese em que o devedor tem culpa pelaimpossibilidade ou inutilidade da prestação. Logo deve indenizar o credor nos termos do art.389 do CC. A indenização abrange:

a) Perdas e danos: - esta expressão é tradicionalmente associada apenas aos danos materiais

(danos emergentes e lucro cessantes). Segundo imterpretação avançada estão abrangidos danosmorais e estéticos.

O STJ: Tripartição11ª Aula – 25/05/11

b) Juros:- art. 389

- os juros referidos no art. 389 são os moratórios. Não devem ser confundidos com os juros compensatórios, que decorrem do consentido do capital (Ex:empréstimo de dinheiro).

- de acordo com o art. 406 do CC a texa d ejuros moratórios deve ser aquela prevista para a mora do pagto de impostos devidos a fazenda nacional.  – IPC

Qual é essa taxa?1ª Corrente: defende que deve ser utilizada a taxa selic. Atualmente, esta

é a posição majoritária no STJ. O uso da taxa selic. É criticado por se tratar de taxacomposta(juros mais atualização monetária) e variável (o que gera insegurança).

2ª Corrente: defende que deve ser utilizada a taxa prevista no art. 161,§1º do CTN.

- A vantagem dessa taxa decorre do fato de ser fixa (1% ao mês) enão ser composta.

c) Atualização monetária:

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- tem por objetivo devolver o poder de compra da moeda (afastar osefeitos da inflação do país).

d) Honorário advocaticios:- art. 389 do CC

- de acordo com a doutrina os honorarios referidos no art. acima, abrangetanto os contratuais como também os sucumbenciais.- a cobrança de honorarios advocaticio só é possivel quando há a efetiva

atuação do profissional. Logo cobrança efetuadas por empresas de tele-maketing não podemincluir honorários.

2 – Inadimplemento relativo / mora- Há inadimplemento relativo quando o cumprimento da prestação ainda é possível e

útil.- esse inadimplemento é apenas o atraso no cumprimento da prestação ou uma

inobservância do lugar ou da forma prevista no contrato pra sua execução.

Ex: pagamento de condomínio atrasado.- se a mora do devedor decorrer de caso fortuito/força maior, não haverá

responsabilidade em reparar os dados.- se a mora do devedor for culposa? terá que responder:

- perda e danos;- juros;- atualização monetária;- honorários advocatícios.

2.1 – Mora do devedor- também denominada de mora “DEBENDI, DEBITÓRIS OU SOLVENDI”- pode ser de dois tipos:

2.1.1 – Mora EX RE- também denominada de mora automática, é a hipótese em que o simples atraso

no cumprimento da prestação é suficiente para caracterização da mora, não exigindo anotificação do devedor. (aplicação da regra “DIES INTERPELLAT PRO HOMINE”). É aregra pela qual o simples decurso do tempo já constitui o devedor em mora.

- para que a mora seja EX RE devem estar presentes os seguintes requisitos:- a obrigação deve ser positiva (dar ou fazer); Se a obrigação for negativa

o seu descumprimento caracteriza inadimplemento absoluto e não mora.

- a obrigação deve ser liquida (certa quanto a sua existência edeterminada quanto ao seu objeto/valor);- deve haver uma data ou termo certo para o seu cumprimento.

2.1.2 – Mora EX PERSONA OU Mora PENDENTE- é aquela que para a sua caracterização o devedor precisa ser notificado. Não há

data ou termo certo para o seu cumprimento.

2.2 – Mora do credor / Mora credende / mora creditoris ou mora accipiendi- ao contrário do ocorre na mora do devedor, a mora do credor é simples ato ou fato que

independe da analise de culpa.

Questão: quais são os efeitos da mora do credor?

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- afasta do devedor isento de dolo a responsabilidade pela conservação da coisa. Isto ése o objeto se perder por imprudência, negligencia ou imperícia do devedor este não seráobrigado a reparar o dano.

Ex: Venda cavalo ------------------------- devedor 

- O animal fugiu por que o devedor esqueceu a porteira aberta (agiu comnegligencia, mais não teve dolo, portanto não terá responsabilidade)

- obriga o credor a reparar as despesas que o devedor efetuou para conservação da coisa.- obriga o credor a pagar o valor mais favorável ao devedor se houver variação no preço

da coisa entre o dia acertado para o cumprimento e o dia do efetivo cumprimento.

Ex: João (credor)------------------------- André (devedor)- ficou de ir buscar os bois. Mas só foi depois. E caso nesse intervalo de tempo

houve aumento no valor, João será obrigado a pagar a diferença. Caso ocorra diminuição nãoreceberá a diferença. (preço originalmente contratado)

- permite que o devedor realize a consignação judicial ou extrajudicial com o objetivode extinguir a obrigação.

2.3 – Mora simultânea- é a hipótese em que credor e devedor estão em atraso no cumprimento/recebimento da

 prestação. A mora de um anula/compensa a mora do outro, com ser nenhuma das parteestivesse em atraso.

3 – Purgação do mora (ou emenda da mora)

- art. 401 do CC- é o ato de afastar / neutralizar os efeitos decorrentes do atraso.

3.1 – Purgação da mora pelo devedor- deve se oferecer para o cumprimento da prestação acrescido de perdas e danos, juros e

atualização monetárias e honorários advocatícios.

3.2 – Purgação da mora pelo credor- deve se oferecer para receber a prestação suportando os efeitos da mora já produzidos.

(Ex: pagando as despesas que o devedor teve com a conservação do bem).

Obs: a purgação da mora decorre de um ato espontâneo de quem estava em mora e produz efeitos “ex nunc”. Não deve ser confundida com a cessação da mora que decorre de umfato extintivo com efeitos pretéritos e futuros (eficácia “ex tunc”)

Ex: a novação; a remissão da divida (ex de cessação da mora) 

REPONSABILIDADE CIVIL

1 – Conceito- é a conseqüência jurídica e patrimonial do descumprimento de uma obrigação prevista

em contrato ou na lei.

2 – Classificação de acordo com o sua origem/fonte

2.1 – Responsabilidade contratual ou Negocial ( ou ilícito contratual / relativa)

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- é aquela que surge quando há o descumprimento de uma obrigação prevista emcontrato.

Ex: a obrigação de pagar aluguel. 2.2 – Responsabilidade extracontratual ou aquiliana

  - é aquela que surge quando há o descumprimento de obrigação prevista na lei, ex:obrigação de não causar dano a outrem. (Art. 186 do CC)

Questão: Existe diferença entre a responsabilidade contratual e a responsabilidadeextracontratual

Responsabilidade Contratual # Responsabilidade Extracontratual- é denominada “inadimplementoobrigacional (art. 389 do CC e seguintes).

- é denominada “Responsabilidade civil”.(art. 186 a 188 + art. 927 e seguintes).

- exige relação jurídica anterior. - não há relação jurídica anterior.- é em regra: subjetiva - é em regra: subjetiva- é calcada na Teoria da culpa presumida=> presume-se que o devedor(réu) éculpado, competindo a ele fazer prova emsentido contrário.

- calcada na Teoria da culpa simples =>compete ao autor provar a culpa do réu.

- a responsabilidade do incapaz depende dadevida representação ou assistência nocontrato.

- a responsabilidade do incapaz nãodepende de representação ou assistência.(art. 928 do CC – IPC) = o menor respondese apenas os responsáveis não tiveremobrigação de fazê-lo....Ex: prodigo.

É NOVIDADE...Se for perguntado em  prova a responsabilidade seráEXCEPCIONAL E SUBSIDIÁRIO.

3 – Classificação da Responsabilidade Civil de acordo com os seus elemento

3.1 – Responsabilidade Subjetiva- é aquela que exige a presença de 4 elementos para que exista o dever de indenizar. No

CC continua sendo a regra, de acordo com o art. 186 do CC (que é uma cláusula geral deresponsabilidade subjetiva. Esse é o último artigo a ser utilizado quando tratar de resp. civilsubjetiva.

Nexo causalFato --------------------- dano + culpa (é o elemento subjetivo da resp. civil)

 Elementos Objetivos

3.2 – Responsabilidade Objetiva- é aquela que exige a presença de 3 elementos para que exista o dever de indenizar:

Fato / Nexo causal / Dano.- a culpa do réu é distinta da resp. objetiva.

Nexo causalFato --------------------- dano

No CC/02: foram transformada em resp. objetiva => afasta a presunção quanto aculpa.

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- na responsabilidade objetiva o réu não pode se exonerar dos deveres de reparar osdanos provando de que não teve culpa, mas pode provar outras excludentes deresponsabilidade. Ex: caso fortuito, força maior, fato exclusivo da vítima ou fato exclusivo deterceiro.

- No CC/02, a responsabilidade objetiva é exceção (art. 927, pú do CC => obrigação dereparar o dano independentemente de culpa).

Quando que será objetiva, art. 927, pú do CC:a) Nos casos especificados em lei (são hipótese construídas pelo legislador)

=> art. 187 do CC – abuso de direito;=> art. 734(transporte de pessoas) e 750 (transporte de coisa)=> art. 931 do CC – danos de produtos a venda=> art. 932 do CC – resp civil por atos de outrem – IPC=> art. 936 do CC – animal=> art. 937(prédio em ruína) e 938 (objeto lançado do prédio)

 b) atividade de risco- Critério quantitativo: vai analisar o número de danos

- Critérios qualitativo: vai analisar a gravidade dos danos causados.- para a posição da doutrina majoritária a aplicação da atividade de risco

só pode ocorrer quando a atividade for econômica. (art. 927, pú, 2ª parte – adotou a teoria dorisco proveito e a teoria do risco benefício = a idéia é que quem auferem o ônus e aceita o

 bônus).

- para a posição da doutrina minoritária defende que a atividade não precisa não ser econômica. (art. 927, pú, 2ª parte – adotou a teoria do risco criado). 4 – Elementos da responsabilidade civil4.1 - Conduta humana / fato 

- é o comportamento que da origem a responsabilidade civil, pode ser comissivo (ação)ou omissivo (omissão)

Obs: só existe responsabilidade por omissão quando o agente tinha o dever legal oucontratual de agir.  Ex: o dever dos pais em alimentar os filhos.

- a conduta que da origem a responsabilidade pode ser de três tipos:

Ato ilícito- é o comportamento contrário ao ordenamento jurídico. (Lei, Moral, Ordem

Pública e Bons Costumes)- para a doutrina majoritária, o dano integra o conceito de ato ilícito (art. 186 do

CC), (essa foi a opção do legislador no CC/02).• Ato ilícito penal;• Ato ilícito administrativo; e• Ato ilícito civil. (além da violação do direito é necessário que seja causado

dano a outra pessoa). É duplamente ilícito [por que é ilícito no conteúdo(por 

que representa violação a direito) e nas conseqüências(porque causa dano aoutrem)].

 A responsabilidade do ato ilícito é subjetiva.

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12ª Aula – 02/06/11

ABUSO DE DIREITO1 – Conceito

- é o exercício de um direito que excede os limites impostos pelos fins sociais oueconômicos, pela boa fé ou pelos bons costumes.

- Como regra o exercício regular de um direito é excludente de responsabilidade civil.- o abuso de direito é fonte de responsabilidade civil.

Abuso de direitoDireito (é uma espécie de ato ilícito, mas não é duplamente

Ilícito)

Exercício regular de um direito(é uma excludente de resp. civil.)

Licito: cont. exerce um direitoIlícito: consequência dano a outrem

Abuso de direito: gera responsabilidade objetiva.

Ato Lícito: é o comportamento que está de acordo com o ordenamento jurídico.Em regra: o ato lícito é excludente de responsabilidade civil. Ex: estado de necessidadedefensivo (é a hipótese em que a vitima do evento danoso era a responsável pela situação de

 perigo).

Excepcionalmente o ato licito pode ser fonte de responsabilidade civil. Ex: estado denecessidade agressivo (é a hipótese em que a vitima do evento danoso não era a responsável

 pela situação de perigo).

2 – Dano: é toda e qualquer forma de lesão a interesses. De acordo com o STJ pode ser de 3tipos:

- Material, Moral e Estético

2.1 – Dano material- é a lesão ao patrimônio de uma pessoa.

Pode ser de 2 tipos:

2.1.1 – Dano emergentes- é tudo o que a pessoa perdeu/gastou.- é a diminuição do patrimônio de uma pessoa.

2.1.2 – Lucro cessantes- é tudo que a pessoa razoavelmente deixou de ganhar.

Qual é o dano positivo e qual é o dano negativo?

R - Positivo=dano emergente. Negativo=lucro cessantes.

Atenção: Teoria da perda da chance (parte d’une chance):Dano certo Teoria da perda da chance Dano incerto (hipotético,

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eventual ou imaginário- é indenizável - a pessoa é indenizada não pelo

que deixou de ganhar, mas sim por ter perdido a chance de obter um ganho.

- não é indenizável- Dano emergente e lucrocessantes

Há uma certeza (de que perdeu uma chance) e uma incerteza (não se sabe se teriaganho).

Questão: Qual é a natureza jurídica da indenização por perda da chance?- 1ª Corrente: defende que a perda da chance é uma espécie de indenização por dano

material.- 2ª Corrente: defende que a perda da chance pode ter natureza material, moral ou

estética.Ex: 1) Show do Milhão (Dano material)

2) Perda da chance de cura de uma doença (Dano Moral)

2.2 – Dano moral- é toda e qualquer forma de lesão a direito da personalidade. (Dor, tristeza, angustia,

etc., são apenas conseqüências de dano moral).- Enunciado 159/CJF.

Questão: qual a diferença entre dano moral direto e dano moral indireto, reflexo ou emricochete?

2.2.1- Dano moral direto: é a lesão ao direito da personalidade de uma pessoa viva.2.2.2 - Dano moral indireto, reflexo ou em ricochete: é a lesão ao direito da personalidade deuma pessoa morta que produz conseqüências psicológicas(dor, tristeza, etc) em outras pessoasvivas. Ex: ofensa ao morto (art. 12, pú do CC). De acordo com interpretação do STJ, alegitimidade do cônjuge prevista no art. 12, pú do CC, não exclui a legitimidade dos parentesem linha reta, assim como a destes não exclui a legitimidade dos colaterais.

Obs: segundo Maria Helena Diniz, o dano moral indireto é a lesão a um interesse patrimonial com grande valor afetivo. (Ex: animal de estimação.), o que acaba gerandoconseqüências psicológicas (dor, tristeza e etc)

1ª Corrente: defende que a indenização somente pode ter função compensatória(compensatory damages).

2ª Corrente: defende que a indenização pode ter função punitiva/pedagógica, desde que existaum dano efetivo a ser compensado (Essa é a posição atual do STJ/STF)(AI 455.846/RJ –STF e REsp 295.175/RJ, 318.379/MG, )

3ª Corrente: defende que a indenização pode ter função exclusivamente punitiva/pedagógica – punitive damages (EUA/Europa).

Questão: o dano moral precisa ser provado?

3 – Dano moral provado (ou dano moral subjetivo)

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- é aquele em que a vitima precisa provar as consequências do dano moral (dor, tristezaetc)

- De acordo com a doutrina o dano moral provado é a regra.

4 – Dano moral presumido (dano moral objetivo ou IN RE IPSA)

- é aquele em que a vitima não precisa provar as consquências do dano moral.Ex: Sum 403/STJ. Sum 370 do STJ => CARACTERIZA DANO MORAL AAPRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO.

Questão: de direito tributário: incide imposto de ronda sobre indenização de dano moral?1ª Corrente (Min. Teori Albino Zavascki) Sim (REsp )defende que índice IR sobre a

indenização para por dano moral.Fundamento: a indenização representa acréscimo patrimonial.

2ª Corrente(Min. Herman Benjamin) Não (REsp 963.387): é a posição atual do STJ.Defende que não incide IR.

Fundamento: a indenização representa uma recomposição de direitos pela via patrimonial, não um acréscimo.

Obs: IR e Dano material:- Se o dano for emergente: não incide IR pois o patrimônio da pessoa

retorna ao status quo ante.

IR e Lucros Cessantes:- haverá incidência se ultrapassado os limites de isenção, por representar 

um acréscimo patrimonial.

2.3 – Dano estético 2.3.1 – Conceito:

- é toda ofensa/lesão a beleza externa de um ser humano. Não precisa ser bonita(o), nemtrabalhar com a própria beleza. Não importa se o local da lesão é socialmente visível.

Questão: o dano moral pode ser cumulado com o dano estético?R – Sim, os três tipos de danos podem ser cumulados.

3 – Nexo Causal

- é a relação de causa e efeito entre a conduta de uma pessoa e o dano causado.

3.1 – Teoria da Equivalência da condições (Conditio Sine Qua Non):- é aquela que considera como elemento causal todo antecedente que haja participado da

cadeia de fatos que resultaram no dano. Esta teoria não é aplica no direito civil.

3.2 – Teoria da causalidade adequada- é aquela que considera como elemento causal somente o fato apto (adequado) a

 produção do resultado danoso. Se o evento ocorreu por força de uma circunstância acidental acausa não era adequada.

3.3 – Teoria da causalidade direta ou imediata (necessária)- é aquela que considera como elemento causal somente o antecedente fático que

determine o resultado danoso como uma conseqüência . É defendida por MHD, por AgostinhoAlvim, Carlos Roberto Gonçalves, Gustavo Tepedino, etc.

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Obs: Recomenda-se a terceira corrente para concurso, pois de acordo com a doutrinaesta seria a do legislador do CC/02 – art. 403 do CC.

Qual foi a teoria adotada pelos tribunais superiores?

R – os tribunais superiores tem adotado a teoria da causalidade direta, como a teoria dacausalidade adequada.

4 – Culpa

4.1 – Espécies de culpa- é a inobservância de um dever de conduta imposto pela ordem jurídica. É a culpa

genérica lato sensu. Na Responsabilidade extracontratual subjetiva: é exigida a culpa lato sensu. Na Responsabilidade contratual subjetiva: deve saber se o contrato oneroso: ambas as

 partes respondem por culpa Lato Sensu.

Contrato gratuito/benéfico: a parte favorecida: responde mediante culpa lato sensu.- a parte que favoreceu, responde somente se agiu com dolo.Ex: o comodatário

4.2 – Culpa genérica- abrange o dolo e a culpa strito sensu- dolo- culpa sttrito sensu (imperícia, imprudência (temos falta de cuidado) e negligencia):

falta de cuidado + ação

4.4 – Graus de culpa

Lata é a culpa grave Leve: mediana Levissíma: qua-se inexist

Art. 944 = a indenização mede-se pela extensão do dano (principio da reparação integraldo dano) Restituitio in intergrum

O critério para redução é a equidade.

- a doutrina majoritária entende que o art, 944 pú, por ser aplicado a responsabilidadeobjetiva. Pos que a culpa não será analisada para de determinação do dever de indenizar...

13ª Aula – 10/06/11

CONTRATOS

1 – Conceito- É todo negocio jurídico bilateral que visa a criação, modificação, extinção...

 Negócio Jurídico: (número de participantes)Unilateral: realizado por uma só pessoa.

Ex: testamento

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Bilateral: realizado por mais de uma pessoa.Ex: todo contrato (compra e venda, doação, etc)

Contrato (quem assume obrigações)Unilateral: apenas um dos contratantes assume obrigações.

Ex: contrato de doação pura.

Bilateral: ambos os contratantes assumem obrigações.Ex: contrato de compra e venda.

Questão: O contrato de doação pura é negócio jurídico unilateral. Verdadeiro ou Falso?R – Falso. Observe que a pergunta refere-se a classificação do negócio jurídico.

2 – Princípios Contratuais2.1 – Principio da Autonomia Privada (da autonomia da vontade)

- a liberdade é da pessoa e não da vontade;

- esse principio traz um conteúdo que está preso ao passado. Liberdade de contratar daforma que era conveniente sem a observância de regras rígidas.

- é o principio pelo qual as pessoas são livres para contratar dentro de certos limites(dirigismo contratual) impostos pelo Estado.

Ex: CDC, CLT. Art. 423 e 424 do CC.

2.2 – Princípio da Função Social- art. 421 do CC - IPC

A função social não é razão é apenas limite a liberdade contratual.- art. 2.035 do CC- Liberdade de contratar (refere-se a capacidade civil) x Liberdade Contratual (diz

respeito ao conteúdo do contrato).

Questão: o principio da função social elimina o principio da autonomia contratual?R – não.

Enunciado: 23/CJF: traz um conceito da função social.Conceito:

- é o principio que limita a liberdade contratual (autonomia privada) quando presentes interesses metaindividuais (direitos difusos e coletivos => ex: proteção ao meioambiente), ou individuais relativos à dignidade da pessoa humana. (coisificação do ser humano)

A função social é norma de ordem pública (art. 2.035, pú do CC), logo suaviolação importa na nulidade absoluta do negócio jurídico (art. 166 do CC).

2.2.1 – Eficácia interna do princípio da função social (função intrínseca)- são efeitos do principio que incidem sobre os contratantes.

Ex: contrato entre A ----------------------B ( a função social vai agir de fora para dentro)

Ex: - mitigação da força obrigatória do contrato;- proteção da parte vulnerável da relação contratual (consumidor e aderentes – 

art. 423 e 424 do CC);

- vedação da onerosidade excessiva, que pode ocorrer na formação do contrato(art. 156.157 do CC), pode ocorrer durante a execução do contrato (art. 317 do CC).

- proteção de direitos individual relativos a dignidade da condição humana.

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2.2.2 – Eficácia externa do princípio da função social (função extrínseca) ou ainda comotutela externa do crédito

Ex: contrato entre A ----------------------B ( a função social vai agir de dentro para foraimpondo deveres a coletividade)

Obs: os direitos obrigacionais x direitos reais- relativos - absolutos- oponibilidade intra partes - oponibilidade erga omnes

- essas características já não são mais usada.- art. 608 do CC. Ex: processo das cervejarias...

2.3 – Principio da Boa-fé objetiva- art. 422 do CC- princípio da probidade + boa-fé (subjetiva) = boa-fé objetiva

2.3.1 – Distinção entre Boa-fé Objetiva e Boa-fé SubjetivaBoa-fé subjetiva # Boa-fé objetiva

- é interna (ela representa um estado de boaintenção ) – é um estado psicológico defirme crença ou ignorância.

Ex: - posse de boa-fé (art. 1.201 do CC);- credor putativo

- é externa ( ela representa uma boaconduta) – é um dever de bomcomportamento e não um estado

  psicológico. Ou como são chamadosDEVERES ANEXOS, LATERAIS,COLATERAIS, SATELITÁRIOS,FIDUCIÁRIOS, ETC. Deveres secundários.

Ex: dever de lealdade, probidade, retidão,ética, etc

Questão: o juiz pode aplicar de oficio o principio da boa-fé objetiva?R – Sim – a boa-fé objetiva é uma norma de ordem pública e o juiz pode suprir e corrigeo contrato de ofício.

Enunciado 26/CJF.

2.3.2 – Boa-fé e as fases processuais- art. 422 do CC => de acordo com a doutrina a boa-fé objetiva deve ser observada em

todas as fases contratuais, antes da formação, durante a execução e até mesmo após a extinçãodo contrato. (é o que a doutrina denomina “RESP POST PACTUM FINITUM”.

2.3.3 – Conceitos relacionados à boa-fé objetiva

Função ativa da boa-fé: é aquela que impõe os deveres de boa conduta. Ex: Lealdade, probidade, etc.

Função reativa da boa-sé: é a hipótese em que a boa-sé é utilizada como forma dedefesa – de resistir a uma pretensão.

a) Supressio (verwirkung): é a supressão/perda de um direito pela falta de seuexercício no tempo. Não prazo definido, cabendo ao juiz avaliar.

b) Surrectio (erwirkung): é o oposto da supressio.Ex: art. 330 do CC. Renuncia do credor (ocorre a supressio) e para o devedor 

(ocorre surrectio) nesse exemplo. IPC

É a suma da boa-fé com a

c) Venire contra facton proprium non potest

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- é exercício inadmissível da posição jurídica. – proibição do comportamentocontraditório (doutrina dos atos próprios)

- é a regra pela qual uma pessoa não pode alterar seu comportamento/posição narelação jurídica procurando obter um ganho e prejudicando a outra parte.

Ex: art. 180 do CC (é conhecida como a malícia supre a capacidade)

d) Tu quoque: (até tudo brutos)- é a regra que impede uma pessoa de se beneficiar do descumprimento de uma

norma jurídica por ela própria.- essa regra decorre da proibição de uma pessoa se beneficiar do locupletamento

ilícito / da própria torpeza.

e) Duty to mitigate the loss- é o dever de mitigar o próprio prejuízo.Ex: art. 771 do CCEx: automóvel furtado e o fato só foi comunicado 2 dias depois.

2.4 - Princípio da força obrigatória (Pacta sunt servanda – o contrato faz lei entre aspartes)

- é o principio pelo qual o contrato cria uma norma jurídica individual / particular entreos contratantes.

- este principio ainda tem aplicabilidade nos dias atuais, embora seja mitigado por outros princípios como função social e boa-fé objetiva.

Questão: ainda tem aplicabilidade da força obrigatória?R – 

3 – Formação dos contratos

3.1 – momento da formação

3.1.1 - Contrato entre presentes, ou Inter praesentes: - é aquele em que não há intervalo na comunicação (contrato em que as pessoas esteja

no mesmo local, ou por via de telefone, MSN, videoconferência).- o contrato entre presentes considera-se formado no exato instante em que a proposta é

aceita pelo Oblato.

3.1.2 - Contrato entre ausentes ou Inter absentes:- é aquele em que há intervalo na comunicaçãoEx: contrato realizado por carta, telegrama, faz, e-mail.

Regra: o CC adotou a teoria da cognição na subteoria da expedição.- art. 434, caput

Exceção: teoria da cognição na subteoria da recepção.- art. 434, I... do CC

3.2 – Fases da formação- por ter até três fases:

1ª Fase: negociações preliminares, também conhecida como fases de tratativasou de pontuação. Nesta fase nenhuma das partes assume o compromisso de contatar, estãoapenas iniciando um diálogo para um futuro e provável contrato.

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Embora não exista compromisso de não contratar se uma das partes prejudicar aoutra, haverá responsabilidade por violação ao princípio da boa-fé objetiva.

1ª Corrente: esta resp. é contratual. (fase pré-contratual2ª Corrente: esta resp. é extracontratual.

2ª Fase: Contrato preliminar - é o contrato em que as partes assumem o compromisso de celebrar ocontrato definitivo (obrigação de fazer). O contrato preliminar deve conter todos os requisitosdo contrato definitivo exceto quanto a forma (pode ser celebrado por instrumento particular ou

 público/particular – independentemente do valor). Ex: art. 462 do CC – IPC 463, pú do CC.O CC/02 exige o registro do contrato preliminar. Contudo o registro é requisito

apenas para a eficácia real do contrato (oponibilidade erga omnes) – gera direito de sequela emface de terceiros.

Sem registro o contrato tem apenas eficácia obrigacional (oponibilidade inter  partes). Onde você vai registrar:

Imóvel: Cartório de Registro de Imóveis

Móvel: Cartório de Registro TD

3ª Fase: contrato definitivo: deve conter todos os requisitos de existência evalidade do contrato, sem exceção.

4 – Vício Redibitório- é o vício ou defeito oculto da coisa que a torna imprópria ao uso que se destina, de

forma que o contrato não teria sido celebrado se o adquirente soubesse a verdade.

4.1 – Requisitos:- aquisição onerosa (Ex: compra e venda, doação onerosa etc).- o defeito deve ser desconhecido do adquirente.- o defeito deve ser anterior ao contrato/preexistentes.- o defeito deve ser considerável para que se possa reclamar.- o defeito além de ser considerável, não pode ser congênere (não pode decorre dos

desgaste natural do bem).

Consequências:- o adquirente pode reclamar:

- abatimento proporcional no preço (através da Ação quanti minoris;- pedir o desfazimento do negócio, ou seja, a redibição da coisa (ação

redibitória). Enjeitar a coisa.