comentário tabela matriz
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2º PARTE DA ACTIVIDADE
Análise fundamentada da Tabela Matriz da Formanda Aurélia Fernandes
A minha escolha incidiu sobre a tabela matriz da formanda Aurélia Fernandes,
na medida em que referencia um conjunto de aspectos que julgo importantes,
no tocante ao papel e à intervenção do professor bibliotecário nas BE e às
dificuldades, oportunidades e desafios que a nova concepção de BE nos coloca
actualmente. Também influenciou a minha escolha o facto de ambas
integrarmos o grupo interconcelhio das BE do concelho de Loulé, o qual
constitui para nós uma mais-valia pois apoia, enriquece e norteia, em grande
medida, a nossa acção enquanto professoras bibliotecárias.
A tabela matriz preenchida pela formanda Aurélia revela, tal como as dos
outros colegas, apresenta-se como uma análise SWOT (Strenghts,
Weaknesses, Opportunities and Threats), pois reflecte os pontos fortes, as
fraquezas, oportunidades e ameaças, inerentes ao nosso papel, competências
enquanto professores bibliotecários e ao funcionamento e gestão das nossas
BE.
Começa por destacar, tendo como base a literatura sugerida, o conjunto de
competências que deverão definir o actual perfil do professor bibliotecário, as
quais destacam um conjunto multifacetado de competências humanas e
profissionais, bem como o importante papel da biblioteca escolar como espaço
de aprendizagem, de construção de conhecimento, de articulação, cooperação,
dinamização, reflexão e inovação. Salienta no fundo, o facto da BE dever
afirmar-se como o cento fulcral de uma escola/Agrupamento, cuja prática se
centra na construção do conhecimento e na articulação com as estruturas
pedagógicas, com os docentes e os currículos.
Passando para os pontos fortes inerentes à BE onde a formanda Aurélia
exerce as suas funções, destaco as referências que faz ao importante
contributo, em termos de orientação, apoio e de partilha da Rede de Bibliotecas
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Escolares, do Grupo de Trabalho Concelhio, dos Coordenadores
Interconcelhios e do SABE.
No que concerne aos pontos fracos da BE, parece-me pertinente a alusão ao
facto do papel do professor ainda não ser devidamente reconhecido no seio da
escola. Esta opinião leva-me a pensar que apesar das conquistas já obtidas,
nomeadamente através da portaria nº 756/2009 de 14 de Julho, a qual salienta
a existência de uma biblioteca ou serviço de biblioteca em todas as escolas e a
importância de garantir a institucionalização do trabalho realizado pelas escolas
e pelos professores responsáveis pela gestão funcional e pedagógica das
bibliotecas em articulação com a Rede de Bibliotecas Escolares, bem como um
professor bibliotecário a tempo inteiro, que ainda temos um longo e árduo
caminho a percorrer. As necessidades de formação e de experiência na área
das bibliotecas escolares, que muitos dos professores bibliotecários
apresentam, a escassez de recursos financeiros e por vezes, as deficientes
condições físicas, documentais e tecnológicas que algumas BE apresentam,
dificultam o curso do processo de desenvolvimento que se impõe. O actual
momento que se vive nas escolas também não está a ser nada fácil, muitos
são os docentes que expressam o seu cansaço e desalento, perante tanta
burocracia, exigência, demasiado tempo dedicado ao preenchimento de
grelhas, de planos… em detrimento do que é mais importante, ou seja, a
planificação da sua prática pedagógica e o adequado e eficaz
acompanhamento do percurso escolar dos seus alunos, com vista ao seu
sucesso educativo e escolar. Mas apesar destes entraves, parece-me que
estamos no bom caminho, tomando em consideração o facto de já se poder ter
um professor bibliotecário a tempo inteiro, como refere a colega Aurélia,
constitui uma grande oportunidade para fazer a diferença, e se este tiver a
possibilidade de ter consigo uma equipa de coordenação heterogénea,
competente, com formação e que possa dar continuidade ao trabalho
desenvolvido, melhor ainda.
Muitos aspectos poderiam ser salientados nesta análise à tabela matriz da
formanda Aurélia, muitos deles se repetem aliás, na minha e em muitas das
outras tabelas que tive oportunidade de ler. Vou destacar por isso, os que se
referem às preocupações e necessidades de intervenção que todos
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expressamos face à implementação do Modelo de Auto-Avaliação das
Bibliotecas Escolares. É evidente que é importante objectivar a forma como se
está a efectuar o trabalho nas bibliotecas escolares e o impacto que as
actividades realizadas vão tendo no processo de ensino aprendizagem, bem
como o grau de eficiência dos serviços prestados e a satisfação dos seus
utilizadores para melhor planificar e melhorar o seu desempenho no futuro.
Este reconhecimento não deixa contudo, de trazer alguma preocupação face à
complexidade e exigência do modelo, dado que este não poderá ser uma
preocupação e um esforço isolado do professor bibliotecário, mas sim de toda
uma Equipa, da Direcção Executiva, das Estruturas Pedagógicas, dos docentes
em geral, de toda a comunidade educativa. Este esforço deve ser uma acção e
uma preocupação colectiva. Como acções prioritárias a implementar corroboro
com a opinião da professora Aurélia quando salienta que se deverá apostar na
sensibilização da comunidade escolar, relativamente à importância fulcral da
BE no contexto educativo/escolar bem como, no tocante ao importante
contributo que esta poderá dar, ao colaborar na recolha e na organização das
evidências inerentes à sua Auto-Avaliação
Para finalizar quero destacar ainda, a ideia de que se deve implementar na
Escola/Agrupamento uma verdadeira cultura de Biblioteca e que esta deve
abrir-se e envolver a comunidade envolvente, estabelecendo redes de trabalho
cooperativo e parcerias com entidades e instituições locais.
Estamos num contexto de mudança, com muitos desafios e oportunidades e
como o caminho se faz ao andar, não percamos tempo e caminhemos juntos,
de modo a que as nossas BE possam ter, efectivamente, um papel
informacional, transformativo e formativo.
Desejos de um Bom Trabalho para todos!
Ana Maria Palma