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BOLETIM SEMANAL RESERVADO 1 N° 24/16 SEMANA: 18/07/16 a 22/07/16 ASSUNTOS: COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM IMPRESSÕES DIGITAIS NO DESBLOQUEIO DE SMARTPHONES ATUALIZAÇÃO DA REDE DE ACESSO COM FIOS DE COBRE O SMARTPHONE E AS CRIANÇAS NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES. 01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Índice Acionistas da Oi confirmam pedido de Recuperação Judicial Recuperação Judicial da Oi – questionamentos sobre Administradores Prazo adicional para AGE da Oi O Fator TCU Juizo da 7ª Vara Empresarial será ouvido sobre pedido de realização da AGE Opinião – o Bloqueio do WhatsApp O WhatsApp tem de ser punido O WhatsApp e a Operação Quijarro da PF Verizon compra o Yahoo Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo:

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N° 24/16

SEMANA: 18/07/16 a 22/07/16

ASSUNTOS:

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV A REVISÃO DO MODELO – O FOCO DA COMISSÃO DO MINICOM IMPRESSÕES DIGITAIS NO DESBLOQUEIO DE SMARTPHONES ATUALIZAÇÃO DA REDE DE ACESSO COM FIOS DE COBRE O SMARTPHONE E AS CRIANÇAS NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.

01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Índice

Acionistas da Oi confirmam pedido de Recuperação Judicial Recuperação Judicial da Oi – questionamentos sobre Administradores Prazo adicional para AGE da Oi O Fator TCU Juizo da 7ª Vara Empresarial será ouvido sobre pedido de realização da AGE Opinião – o Bloqueio do WhatsApp O WhatsApp tem de ser punido O WhatsApp e a Operação Quijarro da PF Verizon compra o Yahoo

Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo:

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Acionistas da Oi confirmam pedido de Recuperação Judicial

Foi realizada no dia 22/07/2016 uma Assembleia Geral Extraordinária dos Acionistas da Oi. Nessa reunião o pedido de Recuperação Judicial foi confirmado pelos acionistas. O clima da AGE foi tenso com discussões e, até, acusações pesadas realizadas entre os acionistas. O BS louva-se em matérias jornalísticas que tratam do assunto, entre elas reportagem do ESTADÃO assinada por Mariana Sallowicz que, assim parece, retrata bem os acontecimentos do evento. Por esta razão o BS a reproduz na sequência focando os leitores que eventualmente que não tiveram contato com a matéria.

No mesmo dia, o Juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, designou a PwC – Pricewaterhouse Coopers – e o Escritório de Advocacia Wald, como os Administradores Judiciais do processo de Recuperação Judicial da Companhia. Partindo do princípio de que nenhuma das duas tem conflitos que coloquem em dúvida a escolha, pelo lado profissional e qualificação não há nada a opor à indicação. Esta questão, no entanto, não está totalmente tranquila conforme reportagem do Jornal O GLOBO repercutida pelo Valor Econômico cujo texto é reproduzido no item seguinte deste BS.

Chamaram particularmente a atenção do BS as declarações do acionista Nelson Tanure, reproduzidas do texto da reportagem, depois de dizer que os Conselheiros portugueses “não contribuem para a companhia”: "A Oi foi atacada pelos acionistas (portugueses), não foi má gestão. É preciso que o conselho tenha pessoas que ajudem a Oi, brasileiros com trânsito em Brasília. A lei geral de telecomunicações precisa ser modernizada, sem isso não irá sobreviver".

Não é do estilo do BS elogiar ou criticar declarações de acionistas de Companhias. Apenas, tentar enquadrá-las em algum contexto conectado com algum assunto em evidência. Contudo, declarações deste tipo podem ser interpretadas de forma ambígua e criar alguns constrangimentos no encaminhamento do delicado processo em que está envolvida a Companhia.

Aliás, é de se registrar a maneira ativa e desenvolta como vem se posicionando Nelson Tanure que conseguiu posição acionária importante através do Fundo Societé Mondiale, da Gestora Bridge, que é ligado ao Empresário. Conforme havia sido comentado no BS anterior este Fundo havia solicitado a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária para discutir a situação econômico-financeira da Operadora e a possibilidade de destituir Membros do Conselho de Administração ligados à Pharol (antiga PT).

Sobre esta questão há algumas influências que estão refletidas no texto “A “velha 101” é acionada no caso Oi...”, publicado no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 23/16, naquilo que se refere a condições para situações de transferência de controle em Empresas Prestadoras de Serviços de Telecomunicações. E, também, no item “Prazo Adicional para AGE da Oi”, do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 24/16.

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Acionistas da Oi confirmam pedido de recuperação judicial Assembleia foi marcada por discussões entre os detentores de ações; PwC e escritório Wald serão administradores judiciais do processo

Mariana Sallowicz, O Estado de S. Paulo, 22 Julho 2016

Foto: Felipe Rau/Estadão Em reunião marcada por discussões e polêmica, os acionistas da Oi confirmaram em assembleia, nesta sexta-feira, 22, o pedido de recuperação judicial da operadora. A tele entrou com o pedido na Justiça do Rio no dia 20 de junho, aprovado no fim do mês passado pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio. Também nesta sexta-feira, Viana anunciou a PwC (PricewaterhouseCoopers) e o escritório Wald, que tem como sócio fundador Arnoldo Wald, como administradores judiciais do processo de recuperação judicial da empresa.

O presidente da tele, Marco Schroeder, afirmou após a aprovação do pedido de recuperação judicial pelos acionistas que a medida é fundamental e traz tranquilidade para clientes e fornecedores. Sobre as discussões, o executivo minimizou: "Discussões de acionistas são naturais em uma companhia de capital aberto".

Acionistas da Oi discutem sobre a composição do conselho de administração

Durante a assembleia, o empresário Nelson Tanure, que quer mudar o conselho de administração da companhia, fez duras críticas aos membros portugueses do conselho. Tanure disse que os conselheiros portugueses "não contribuem para a companhia". "A Oi foi atacada pelos acionistas (portugueses), não foi má gestão. É preciso que o conselho tenha pessoas que ajudem a Oi, brasileiros com trânsito em Brasília. A lei geral de telecomunicações precisa ser modernizada, sem isso não irá sobreviver", afirmou Tanure. Ele fez um apelo para que ocorra assembleia para definir um novo conselho de administração.

O colegiado se reúne nesta sexta-feira para apreciar o requerimento de convocação de assembleia apresentado pelo fundo Societé Mondiale, da gestora Bridge e ligado ao empresário Nelson Tanure. O acionista solicitou a assembleia para discutir a situação econômico-financeira da operadora, que está

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em recuperação judicial, e a destituição de membros do conselho de administração, bem como eleição de novos integrantes. O objetivo do empresário é reduzir o poder de decisão da Pharol (antiga Portugal Telecom), que hoje detém cinco dos nove assentos no conselho.

Tanure afirmou ainda que a única salvação para a Oi é a recuperação judicial e disse que é possível tornar a empresa líder de mercado em cinco anos. "A Oi tem um grande futuro ".

O presidente do conselho de administração da Oi, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, afirmou que a execução do plano de recuperação judicial é o principal desafio da tele. "O processo de recuperação judicial não é simples. O conselho deve dar apoio para que esse processo ocorra de forma saudável. Qualquer conselho quer dar apoio à gestão", disse.

DISCUSSÕES.

Logo no início da assembleia de hoje, houve um pedido de impedimento de voto da Pharol (antiga Portugal Telecom) por parte do representante da gestora Bridge, que tem participação de quase 7% por meio do fundo Sociétê na companhia. A mesa decidiu, no entanto, que todos deveriam votar.

O advogado João Mendes, representante da Bridge, alegou que a Oi é a maior acionista da Pharol e a Pharol da Oi. Por representar participação recíproca, a Pharol exerceria controle sobre a tele. "Se a Pharol votar ficará maculada a participação recíproca", disse Mendes.

A Pharol negou. "Os fundamentos não se sustentam. Não existe relação de controle, discordo plenamente", afirmou a advogada Maria Cristina Cescon, representante da Pharol. "Todos deveriam votar no interesse da companhia. Isso é uma manobra, não há participação recíproca".

Para Aurélio Valporto, vice-presidente da Associação de Investidores Minoritários do Brasil, o pedido de recuperação judicial não é resultado da crise, mas de uma fraude pelos portugueses, "que estão sendo presos em Portugal". "Essa quadrilha empurrou para a Oi bilhões de dívidas". Valporto defendeu ainda uma ação para responsabilizar os acionistas portugueses. "A empresa tem que ser ressarcida e eles devem responder criminalmente".

Os acionistas também aprovaram outro item da pauta, que autorizou a administração da companhia a tomar as providências e praticar os atos necessários em relação à efetivação da recuperação judicial. A Bridge defendeu que as providências fossem detalhadas.

Praticamente a totalidade dos acionistas presentes na assembleia da Oi ratificou o pedido de recuperação judicial. O porcentual foi de 99,05%. Outro item da pauta que também foi aprovado pelo mesmo porcentual foi o que prevê a autorização para que a administração da companhia tome providências e pratique os atos necessários com relação ao plano de recuperação judicial.

Participaram da assembleia acionistas que totalizam 82,89% das ações com direito a voto e 10,22% dos preferencialistas. Com isso, os presentes somaram um porcentual do capital social de 65,74%. Entre os presentes estavam BNDESPar, PetroRio, fundo Atlântico de Seguridade Social, o empresário Nelson Tanure, Norges Bank, QP Investimentos, entre outros.

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PROCESSO.

PwC e o escritório Wald foram as escolhas do juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio, para administradores judiciais do processo de recuperação judicial da Oi. Antes de fazer a escolha, o magistrado pediu para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a indicação de até cinco nomes para a função. A agência reguladora selecionou quatro nomes: PwC, Deloitte, consórcio BDO Pro e Alvarez & Marsal. Mas a palavra final era do magistrado.

A recuperação judicial da Oi é a maior na história do País, com dívida de R$ 65,4 bilhões. O processo inclui também as subsidiárias Telemar Norte Leste, Oi Móvel, Copart 4 Participações, Copart 5 Participações, Portugal Telecom International Finance e Oi Brasil Holdings Coöperatief.

Entre as suas funções, os administradores judiciais terão que apresentar relatório preliminar das atividades desempenhadas por cada uma das empresas do grupo. Também precisarão apresentar relatórios mensais individualizados sobre o desenvolvimento das atividades das empresas. Além disso, caberá a eles, ainda, fiscalizar e auxiliar no andamento regular do procedimento e no cumprimento dos prazos legais.

Recuperação Judicial da Oi – questionamentos sobre Administradores

Não seria uma grande surpresa o eventual questionamento das Empresas escolhidas para Administrar Judicialmente a Oi no contexto do processo de Recuperação Judicial ao qual está submetida a Companhia. O processo foi rápido e relativamente informal, conquanto que amplo e aberto a qualquer proponente que se julgasse habilitado a desempenhar a missão.

Mas, como há interesses comerciais importantes em jogo é natural que os interessados estressem a questão dentro das regras de um processo desta natureza, judicialmente conduzido.

A Anatel preparou uma relação das Empresas para atender à ordem do Juiz no sentido de indicar até 5 Empresas habilitadas. A Anatel sugeriu 4, mas enviou a relação de todas aquelas que atenderam as condições de habilitação que, diga-se de passagem, foram sumárias.

O Juiz Fernando Viana escolheu (decidiu) a PricewaterhouseCoopers e o Escritório de Advocacia Walde. O Jornal Valor Econômico repercutiu notícia de outro Jornal (O GLOBO) informando que a PwC pode ser impedida de exercer a função já que ela seria uma das credoras da Oi. O questionamento relativo ao Escritório Walde decorre do fato de ele não estar na relação encaminhada pela Anatel.

Por enquanto não se tem notícia de eventuais recursos ao Juiz da 7ª Vara Empresarial ou a qualquer Instância Superior. De qualquer forma, pelo menos de momento, é um elemento adicional a considerar entre tantos outros que pairam sobre o processo, desde os de ordem regulatória até às disputas duras que ocorrerão entre os Acionistas da Companhia.

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Segue, abaixo, o texto da matéria do Valor Econômico que proporciona detalhes adicionais sobre a questão.

PwC é credora da Oi e não pode administrá-la, diz jornal Valor Econômico

23/07/2016

SÃO PAULO - Anunciada ontem, sexta-feira, como administradora do maior processo de recuperação judicial do país, envolvendo a operadora de telecomunicações Oi, a PricewaterhouseCoopers (PwC) pode ser impedida de exercer a função. Segundo reportagem do jornal O Globo deste sábado (23), a escolha da PwC deverá ser contestada na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). De acordo com fontes do setor, o motivo é que a consultoria é uma das credoras da Oi, com pouco mais de R$ 1 milhão a receber, por meio de duas empresas (a PwC Contato e a PwC Eaq).

Ao todo, a Oi tem dívidas de R$ 65,4 bilhões, envolvendo cerca de 13 mil credores. O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial, definiu ontem à noite que a PwC e o escritório de advocacia Arnoldo Wald serão administradores judiciais da Oi. A escolha do escritório também é questionada por pessoas ligadas ao processo, segundo O Globo, uma vez que o Arnoldo Wald não estava na lista das quatro companhias indicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que selecionou, além da PwC, a Alvarez&Marsal, a Deloitte e a BDOPRO.

Procurada, a Oi não quis comentar.

Segundo uma fonte ouvida pelo jornal, a preocupação é que os outros credores questionem a PwC, já que a principal função do administrador judicial é justamente validar a lista de credores da companhia, que ainda não foi fechada. A previsão, diz uma fonte, é que a lista final seja concluída até o fim deste mês.

Em sua decisão, o juiz Fernando Viana disse que a PwC declarou “não possuir impedimento para atuar no presente processo”.

Do outro lado, a Anatel, em documento enviado à Justiça, afirmou que o “conselho diretor decidiu também recomendar à autoridade judiciária que avalie se as informadas relações contratuais entre as interessadas Deloitte e PwC e empresas ligadas ao Grupo Oi poderiam configurar impeditivo a uma eventual nomeação como administrador judicial”.

Prazo adicional para AGE da Oi

A Oi publicou FATO RELEVANTE dando conta que a Societé Mondiale Fundo de Investimento em Ações concedeu prazo até o dia 22 de julho de 2016 para a realização de Assembleia Geral Extraordinária tal como havia requerido no dia 7 de julho próximo passado. A Empresa também se reservou o direito de ela própria fazer a convocação da referida Assembleia.

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Conforme foi informado na edição anterior do BS objetivo da reunião é avaliar a situação da Companhia tendo em vista o pedido de Recuperação Judicial e a substituição da maior parte dos integrantes do Conselho de Administração da Companhia.

O BS reproduz o texto do referido Fato Relevante conforme está colocado no Site da Companhia.

Oi S.A. Companhia Aberta

FATO RELEVANTE

Carta de Acionistas acerca de Requerimento de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Companhia"), em cumprimento ao art. 157, §4º da Lei nº 6.404/76 ("Lei das S.A."), comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, em 14 de julho de 2016, o acionista Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações, que requereu, em 7 de julho de 2016, a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária da Companhia, na forma do art. 123, parágrafo único, alínea c da Lei das S.A. e conforme divulgado em Fato Relevante naquela mesma data, encaminhou ao Conselho de Administração da Companhia correspondência com o seguinte teor:

"SOCIÉTÉ MONDIALE FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 20.588.268/0001-01, neste ato representado por sua gestora Bridge Administradora de Recursos Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 11.010.778/0001-42 ("Acionista"), vem a V.Sa. informar que concede prazo adicional à companhia até 22 de julho de 2016 para convocação da Assembleia Geral Extraordinária, tal como requerida em 7 de julho de 2016. O Acionista, no entanto, se reserva o direito de convocar a referida Assembleia diretamente como lhe faculta a lei (LSA, art. 123, § único, alínea "c")."

A Companhia manterá seus acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste Fato Relevante.

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2016.

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial Flavio Nicolay Guimarães

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Juizo da 7ª Vara Empresarial será ouvido sobre pedido de realização da AGE

Tendo em vista o pedido do Acionista Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações, para aVa realização de uma AGE, conforme indicado no item anterior, o Conselho de Administração da Oi decidiu por ouvir o Juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que conduz o processo de Recuperação Judicial. Isto, em razão do pedido da Anatel de que ocorra prévia anuência da Agência

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no caso de haver mudanças no Controle da Companhia. Este ponto, conforme mencionado anteriormente, foi abordado no BS Nº 23/16.

O BS, como tem feito de costume, reproduz, na íntegra, o texto do COMUNICADO AO MERCADO conforme publicado no Site da Companhia.

OI S.A. - Em Recuperação Judicial COMUNICADO AO MERCADO

Reunião do Conselho de Administração

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Companhia" ou "Oi") comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que o Conselho de Administração da Companhia reuniu-se nesta data para apreciar o requerimento de convocação de assembleia geral extraordinária enviado por Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações.

Tendo em vista, principalmente, a decisão do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, onde tramita a ação de recuperação judicial da Companhia, que deferiu pedido formulado pela Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, a fim de determinar que ocorra a prévia aprovação por parte da ANATEL para, entre outras, eventual transferência do controle societário da Oi, inclusive com relação à troca dos membros do Conselho de Administração da Companhia, o Conselho de Administração da Oi, antes de deliberar pela eventual convocação de assembleia geral extraordinária, entende que deva ser dado integral cumprimento à citada decisão judicial do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, ouvindo-se o referido Juízo a respeito da oportunidade e pertinência da requerida convocação.

A Companhia manterá seus acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste Comunicado ao Mercado.

Rio de Janeiro, 22 de julho de 2016.

Flavio Nicolay Guimarães Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

O Fator TCU

Tem passado relativamente desapercebida no noticiário e comentários relacionados com a Recuperação Judicial da Oi a manifestação do TCU envolvendo, principalmente, a questão dos Bens Reversíveis. Este item, sem dúvida, é uma dos aspectos relevantes da questão por envolver valor patrimonial considerável sobre o qual existem interpretações as mais diversas desde o seu valor até

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à identificação da propriedade dos mesmos. Tal fato, deve ter um peso nas propostas que os Administradores da Recuperação devem fazer ao Juizado encarregado do caso.

O Tribunal publicou em seu Site informações relacionadas com o caso que o BS reproduz na sequência a título de informação aos seus leitores e sem maiores comentários até que a Agência se pronuncie em relação ao posicionamento do TCU.

TCU fiscaliza acompanhamento da Anatel sobre bens reversíveis nas concessões de telefonia fixa

20/07/16 13:05

Os bens reversíveis, em 2013, estavam avaliados em R$ 105 bilhões. A regulamentação de controle elaborada pela Anatel não assegura a conformidade e a atualidade das informações sobre esses bens. O processo de apuração de irregularidades e de eventual aplicação de penalidades é ineficaz.

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou auditoria, em 2015, para avaliar a atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quanto à regulamentação, ao controle, ao acompanhamento e à fiscalização dos bens reversíveis, no âmbito dos contratos de concessão de telefonia fixa (privatização no setor iniciado no final da década de 1990). Em decisão da quarta-feira (13), ao analisar recurso interposto pela Anatel, o tribunal esclareceu alguns pontos da decisão anterior.

Os bens reversíveis são aqueles afetados à prestação do serviço e que serão revertidos ao poder público ao término da concessão, independentemente de terem sido transferidos ao concessionário ou de terem sido por ele incorporados durante a execução do contrato. Em 2013, existiam mais de oito milhões de bens reversíveis, avaliados em R$ 105 bilhões.

Segundo o TCU, a reversibilidade é importante porque a conservação dos bens e seu efetivo controle garantem a atualidade e a continuidade do serviço público após o término do contrato de concessão, visto que esses bens serão devolvidos à União pelas concessionárias. Quando da sua reversão ao poder público, somente serão indenizados, na forma do contrato, os bens que ainda não tiverem sido amortizados.

O tribunal constatou que a regulamentação de controle elaborada pela Anatel não assegura a conformidade e a atualidade das informações sobre os bens reversíveis. A agência realizou poucas ações de regulamentação desses bens, há fragilidades nos procedimentos de análise e acompanhamento das alienações e a alocação de recursos humanos e tecnológicos na área responsável é inadequada. Além disso, o TCU verificou ineficácia no processo de apuração de irregularidades e na eventual aplicação de penalidades, existência de empecilhos para o controle social dos bens reversíveis e falhas na fiscalização desses bens. Em consequência, o tribunal concluiu que os atuais métodos de controle e acompanhamento de bens reversíveis pela agência não são suficientes para assegurar a continuidade e a atualidade do serviço de telefonia fixa.

O trabalho realizado destacou algumas fragilidades por parte da Anatel, como divergências na interpretação da regulamentação dos bens reversíveis, ausência de metodologia a ser observada no processo de controle e

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acompanhamento e falta de legitimidade e tempestividade na elaboração do regulamento desses bens. De acordo com o TCU, a demora pela Anatel na análise das solicitações de alienação de bens feitas pelas concessionárias traz impactos negativos a essas empresas, pois gera riscos ambientais, como no caso do armazenamento de baterias após o final das respectivas vidas úteis, além do aumento de custos com transporte e guarda temporária de bens tidos como sucata.

Essa análise feita pela Anatel, segundo a auditoria, pode variar de alguns meses a mais de sete anos. A título de exemplo, 26 solicitações de aprovação de operações com bens reversíveis, protocoladas pelas concessionárias entre três e sete anos atrás, ainda estavam em fase de análise pelo setor responsável da Anatel no final do ano de 2014.

Para o relator do processo, ministro Benjamin Zymler, “não parece razoável que o processo administrativo de aprovação de operações com bens reversíveis tramite por tantos anos dentro da mesma área na agência, sob pena de sujeitar tais bens ao risco de deterioração ou extravio”. Ao considerar o dinamismo tecnológico do setor de telecomunicações e o papel dos bens reversíveis na prestação do serviço de telefonia fixa, também comentou que “a demora da agência em decidir sobre os pedidos das concessionárias afeta a atualidade e a continuidade da telefonia fixa, a administração da concessão pelas empresas e o próprio controle dos bens reversíveis”.

A ineficácia no acompanhamento dos bens reversíveis pela Anatel também foi evidenciada, pela auditoria, a partir da existência de casos em que a agência somente teve ciência do descumprimento do seu regulamento por intermédio do Ministério Público Federal ou da imprensa.

O TCU constatou ainda que os métodos de controle e acompanhamento dos bens reversíveis pela Anatel restringem-se ao aspecto patrimonial, pois baseiam-se somente em verificação por item, sem considerar a importância e a relevância de cada bem na continuidade da telefonia fixa. Exemplo disso é que não há diferença de tratamento dado a bens de natureza diversa, como baterias em fim de vida útil e imóveis avaliados em milhões de reais. O ministro-relator lembrou que “ao aplicar o mesmo nível de controle para todos os bens, alguns itens de pouca relevância recebem um controle excessivo, enquanto itens primordiais para a continuidade e a atualidade do serviço recebem atenção inferior à que seria necessária”.

O controle realizado pela Anatel, segundo o tribunal, não exige tampouco a atualização do valor dos bens reversíveis no momento da solicitação de alienação feita pelas concessionárias, pois os imóveis são listados por custos de aquisição históricos. Para o TCU, isso acarreta a possibilidade de alienações de bens por valores não condizentes com os de mercado, o que pode impactar o adequado reinvestimento dos recursos financeiros obtidos nessas vendas e gerar prejuízos. O ministro-relator comentou, também, que “bens reversíveis superou subavaliados, em situações que envolvam o patrimônio vinculado à concessão, podem causar dano ao erário ou enriquecimento sem causa da União”.

Outro aspecto abordado na auditoria, quanto os procedimentos de apuração e aplicação de penalidades, revelou fragilidades como longo prazo de tramitação, de até 6,5 anos e baixo índice de quitação de multas e de instauração de processos frente aos descumprimentos do regulamento de bens reversíveis, que ultrapassam a quantidade média de dez mil por ano.

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O tribunal determinou à Anatel que encaminhe a apuração do valor total dos recursos obtidos por cada concessionária a partir das alienações de bens reversíveis realizadas desde 2007, data de início da vigência do atual regulamento sobre esses bens. A agência deverá, ainda, encaminhar plano de ação com vistas a concluir a instrução e o julgamento de todos os procedimentos de apuração de descumprimento de obrigações que versem sobre bens reversíveis instaurados entre 2010 e 2014. O TCU também determinou a adoção de medidas para divulgação dos bens reversíveis no site da Anatel.

Opinião – o Bloqueio do WhatsApp

Há determinados momentos em que se impõe uma opinião sobre determinado assunto que afeta a sociedade como um todo. Este é o caso do WhatsApp e de outros Aplicativos similares em que se possa observar o descumprimento e, mesmo, o desprezo por uma decisão judicial.

O Estadão publicou um editorial: “Há lei no País”, abaixo reproduzido, sobre o caso WhatsApp. O BS apoia integralmente o texto do editorial do Estadão!

Há lei no País Mais uma vez foi necessário a Justiça determinar o bloqueio do serviço do WhatsApp em razão de descumprimento de ordem judicial

O ESTADO DE S. PAULO, 20 Julho 2016

Mais uma vez foi necessário a Justiça determinar o bloqueio do serviço do WhatsApp em razão de descumprimento de ordem judicial. É a terceira vez que isso ocorre e o Facebook – proprietário do WhatsApp – ainda tenta se colocar como vítima, acusando o Poder Judiciário de prejudicar a população. Quem prejudica os usuários é a empresa que opera no País sem cumprir as leis brasileiras.

Proferida pela juíza Daniela Barbosa Assunção de Souza, da comarca de Duque de Caxias (RJ), a decisão determinou que o serviço fosse bloqueado até que o Facebook ceda as informações de conversas de suspeitos de crimes investigados no País, num processo que corre em segredo de Justiça. “A falta ou a negativa de informação por parte da empresa, deixando de atender a uma determinação judicial, impede aos órgãos de persecução de apurarem os ilícitos e alcançarem os autores dos crimes praticados”, afirma a juíza.

No ano passado, a Justiça determinou em duas ocasiões o bloqueio do WhatsApp por descumprimento de ordem judicial. Na segunda vez, Mark Zuckerberg, cofundador e presidente do Facebook, escreveu que era “um dia triste para o País. Até hoje o Brasil tem sido um importante aliado na criação de uma internet aberta. Os brasileiros estão sempre entre os mais apaixonados em compartilhar suas vozes online. Estou chocado que nossos esforços em proteger dados pessoais poderiam resultar na punição de todos os usuários brasileiros do WhatsApp pela decisão extrema de um único juiz. Esperamos que a justiça brasileira reverta rapidamente essa decisão. Se você é brasileiro, por favor, faça sua voz ser ouvida e ajude seu governo a refletir a vontade do povo”.

O texto reflete com acuidade a inversão de responsabilidades a que o Facebook tenta induzir, colocando-se como vítima da situação quando, na verdade, é a empresa a responsável pela interrupção do serviço. Ao oferecer serviços no País, o Facebook deve cumprir as leis brasileiras. Não pode se colocar acima da ordem jurídica do

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País. Menos ainda deve usar o fato de ter milhões de usuários para atribuir-se uma espécie de imunidade perante a Justiça.

É vergonhosa – e mostra a desmesurada altivez com que a empresa trata as instituições brasileiras – a disjuntiva que o Facebook tenta criar entre os “milhões de usuários” do serviço no País e a “decisão de um único juiz”. Zuckerberg diz-se chocado ao ver que uma pessoa afeta a vida de tanta gente. Mas não é isso que o dono de uma empresa comercial, cujo objetivo é maximizar o lucro, está fazendo em todo o mundo?

Tal raciocínio revela uma profunda ignorância do significado de uma decisão judicial. Sua relevância não está condicionada à qualidade pessoal de quem emitiu nem muito menos à quantidade de autores da decisão. Monocrática ou colegial, uma decisão judicial reflete por princípio a ordem jurídica, isto é, a vontade soberana da população expressa na lei. Toda e qualquer decisão judicial é expressão viva da democracia, não cabendo menosprezo pelo fato de ter sido emitida por um único juiz. Há decisões equivocadas que podem e devem ser revistas pelas instâncias superiores. Mas a correção desses equívocos se faz por argumentos jurídicos, e não partindo para o deboche das instituições, como se elas estivessem em oposição à população simplesmente por não atenderem aos caprichos de uma empresa.

Entre outros aspectos, a força de uma democracia está na sua capacidade de fazer com que todos – humildes ou poderosos – sejam iguais perante a lei. Ser empresa grande, que afeta a vida de muitos usuários, não é nem pode ser desculpa para não cumprir a lei. Ao contrário, seu porte acarreta ainda mais responsabilidade, tanto pela notoriedade de suas ações quanto pelos efeitos sistêmicos que elas provocam. Ter milhões de usuários deve ser um acicate para que o Facebook cumpra exemplarmente a legislação brasileira, e não para pleitear exceções.

N. da R. Após concluída a redação deste editorial, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, suspendeu a decisão da juíza fluminense

O WhatsApp tem de ser punido

O artigo de Filipe Vilicic, publicado na coluna A ORIGEM DOS BYTES na Vejaonline, abaixo reproduzido, fornece elementos adicionais a justificar a posição do BS concordando com o Editorial do Estadão. De forma clara, objetiva e tecnicamente correta Filipe Vilicic desmonta uma série de argumentos incorretamente utilizados pelo WhatsApp e pelos seus defensores.

Repito: o WhatsApp (e o Facebook) tem, sim, de ser punido. E há solução para acabar com essa história de repetidos bloqueios do app

Por: Filipe Vilicic 19/07/2016 às 20:11 Vejaonline Neste blog já falei bastante dos casos de bloqueio do WhatsApp. Não repetirei o que já foi escrito, como exemplo: neste link confira sobre como bandidos usam o serviço para a prática de delitos (com referência a esta reportagem de Veja); neste outro, detalhes de uma história anterior; e, aqui, mais um caso similar. Agora, falarei de dois pontos pertinentes à notícia de hoje (dia 19).

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Primeiro, o excesso de desinformação sobre essa pendenga.

Ao abrir hoje o Facebook, ou qualquer outra rede social, há muita gente reclamando da interrupção do WhatsApp, pedida por uma juíza do Rio de Janeiro. Você pode ser contra o bloqueio? Claro que sim. Eu, aliás, já declarei achar excessiva essa punição, por haver outras formas da Justiça multar o Facebook e o WhatsApp (como ao mirar no bolso da empresa, congelando suas contas bancárias no país). O problema está nos argumentos mais comuns contra o bloqueio. A eles:

– Derrubar o WhatsApp seria o mesmo que acabar com o serviço de uma operadora de telefonia apenas porque criminosos usam celulares para vender drogas, armas de fogo, ou algo que o valha A falha do argumento: quando a Justiça demanda o grampo de um número de telefone, ou a quebra de sigilo do mesmo, pela suspeita de um crime cometido por meio desse recurso, as empresas cumprem com esse pedido, o que acaba por afetar tão-somente quem está sendo investigado (não os tantos outros clientes). No caso do WhatsApp, pede-se o mesmo, por informações de uma conta específica, de um indivíduo (ou de um grupo de criminosos). Contudo, a companhia se recusa a passar esses dados. Apenas por isso há o bloqueio do aplicativo, como forma de punição.

– A atitude da Justiça prejudicaria 100 milhões de usuários brasileiros

A falha do argumento: as pessoas não estão impedidas de se comunicar, de se expressar, de falar o que for. O único afetado pela decisão judicial é o Facebook, dono do WhatsApp. Quem utiliza o aplicativo pode recorrer a outros meios de comunicação (inclusive, ao Messenger, do próprio Facebook). Ou seja, é besteira pensar que os tais 100 milhões foram realmente prejudicados.

– O bloqueio seria um atentado à liberdade de expressão

A falha do argumento: o erro é similar ao do ponto acima. Mesmo que alguns juízes tentem utilizar o caso, e essa desculpa, como forma de se promover, o argumento é falho. A Justiça não está censurando os usuários do WhatsApp. Ninguém está impedido de espalhar suas opiniões (inclusive, as contrárias ao pedido judicial). Qualquer um pode se manifestar, sobre o que for, na internet, ou nas ruas. Ou seja, não houve agressão à liberdade de expressão. O que ocorreu é (e só isso) o impedimento de um serviço. E ponto. Vamos ser sinceros: a grande maioria que se revolta contra o bloqueio só pensa no próprio umbigo, visto que daria “trabalho”, por exemplo, passar a dar bom dia pros familiares por telefone (ou, o que se torna cada vez mais raro, presencialmente), no lugar de fazer o mesmo por um grupo no “zapzap”.

– Esse tipo de discussão só ocorreria no Brasil, um paisinho “de terceira”

Pura mentira. O WhatsApp não aceita colaborar com investigações na Europa, e cogita-se até a expulsão da empresa de países como a Itália, como já relatei em posts anteriores. Nos Estados Unidos, o governo briga com o Facebook para que sejam fornecidas informações de delinquentes, principalmente de suspeitos de terrorismo, que usufruem do programa. No fim deste ano, deve começar a ser aplicada uma lei americana que exigirá essa colaboração (espera-se para ver como o WhatsApp reagirá ao governo dos EUA; será que encarará da mesma forma que faz no Brasil?).

O segundo ponto que abordarei: como solucionar o caso

Há um problema claro: o WhatsApp é, sim, utilizado por criminosos de toda sorte, como pedófilos e traficantes de drogas, para cometer delitos. Eles recorrem ao aplicativo justamente por se sentirem protegidos nele. Quem

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defende que a Justiça não pode ter acesso a informações que possam levar à captura desses indivíduos está, sim, se posicionando ao lado desses mesmos indivíduos, protegendo-os.

Mas como resolver o caso? Como foi discutido nesta reportagem de VEJA (abra o link para saber mais), o ideal seria achar um meio-termo.

Não se engane com releases espalhados pelo Facebook, dono do app. Há formas técnicas de se grampear uma conta do WhatsApp (como a de um suspeito de um crime) ou de resgatar dados de usuários específicos. A empresa dona do programa só não quer implementar esses recursos porque tal atitude demandaria gastos e a repercussão poderia não ser positiva pelo ponto de vista comercial. Ao adotar a atual atitude intransigente frente a demandas judiciais, acaba-se forçando o bloqueio do serviço. O Facebook sabe que sua escolha levou a essa decisão da Justiça.

Em outras palavras: os usuários honestos só são prejudicados porque a companhia que é proprietária do WhatsApp optou por não colaborar com investigações policiais. Se ela trabalhasse ao lado da Justiça, como fazem todas as outras empresas (como as operadoras de telefonia), os usuários brasileiros não estariam por aí enfezados, gritando, reclamando. O único afetado passaria a ser o bandido que utiliza o aplicativo. Ou seja, os únicos culpados pela situação são o WhatsApp e o Facebook (para lembrar mais uma vez: o dono desse app de troca de mensagens).

Conclusão: O WhatsApp (e o Facebook) tem se posicionado acima da lei (e como privilegiado, diante de outras empresas, inclusive concorrentes). Para ele, pouco importa a legislação, seja ela a brasileira, a americana ou a europeia. O WhatsApp acredita que só ele deve ter o poder de determinar o que vale, e o que não vale, no jogo virtual em que está metido. Isso, sim, é uma atitude autoritária. Do tipo “eu sou melhor que todo mundo”. Não a da Justiça, que apenas tem procurado impedir que criminosos continuem a utilizar o app para promover atos que acabam por, aí sim, prejudicar a todos os brasileiros.

O WhatsApp e a Operação Quijarro da PF

Como terceiro item da sequência comentada nesta BS envolvendo o WhatsApp é feito o registro de uma reportagem de Jennifer Ann Thomas, no Veja online, na qual ela apresenta com detalhes a ação policial que resultou na apreensão de uma soma recorde de cocaína. O detalhe está na forma de agir do Grupo policial que atuou na Operação Quijarro, depois que a Empresa ignorou as solicitações feitas por cerca de 11 meses.

Havia sido estabelecida uma multa de R$50.000,00 por dia caso os dados não fossem fornecidos. Quando o valor dessa multa atingiu R$35 milhões, foi solicitado o bloqueio deste valor em uma conta do Facebook que é o proprietário do WhatsApp. Neste momento, a Empresa resolveu responder à solicitação e manteve contato com a Vara Federal onde corre o processo. Como alegou não ter recebido alguns Ofícios relacionados com a referida multa o valor do bloqueio foi fixado em R$19,5 milhões.

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Este é um exemplo de uma ação efetiva que não teve efeito midiático pelo fato de não ter ocorrido a paralizaão do “serviço” como aconteceu em 3 casos anteriores. Neles os Juízes de 1ª Instância decidiram neste sentido sendo tal Decisão reformada em Tribunais de Instância Superior.

Então, pode-se estar diante de uma nova forma de lidar com o WhatsApp. Além disto, a reportagem faz menções a algumas formas de a Autoridade policial conseguir obter as informações independentemente da uma ação direta do Provedor do “serviço”.

A reportagem tem o título: “Como o WhatsApp ignorou a apreensão de 1.441 Kg de cocaína”. Uma parte dessa reportagem é abaixo reproduzido. A matéria completa pode ser acessada pelos leitores que tenham maior interesse no assunto por meio do link veja.abril.com.br/apreensao-de-1-441-quilos-de-cocaina/.

Como o WhatsApp ignorou a apreensão de 1.441 Kg de cocaína

A terceira maior apreensão de drogas da história do país, foi dentro de uma operação da PF que bloqueou contas do Facebook, dona do WhatsApp

Veja online – 23 de julho de 2016

Jennifer Ann Thomas

Desde o dia 29 de junho, 19,5 milhões de reais do Facebook, empresa proprietária do WhatsApp, estão bloqueados pela Justiça. A medida passou a valer depois que a empresa se negou a colaborar com a Operação Quijarro, da Polícia Federal do Paraná. Batizada em homenagem à cidade de Porto Quijarro, na Bolívia, ela investiga um esquema de tráfico internacional de drogas. Longe de causar o alarde que ocorreu no início desta semana, com o terceiro bloqueio nacional ao aplicativo de mensagens, essa operação foi responsável por interceptar 1 441 quilos de cocaína, a terceira maior apreensão de drogas da história do país em uma única ação.

Em andamento desde 2015, o episódio aconteceu em 25 de fevereiro daquele ano em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. No Brasil, a carga total foi avaliada em 30 milhões de reais. Na Europa, que seria seu destino final, valeria 21 milhões de dólares. Para seguir essa rota, os traficantes trabalhavam em três grupos. O de fornecedores era formado por bolivianos que usavam caminhões para transportar a droga pelo município do Centro-Oeste brasileiro. Outro contava com integrantes da região do norte do Paraná, principalmente de

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Londrina, cuja função era levar parte do carregamento para o interior de São Paulo. O terceiro garantia a chegada da carga ao porto de Santos, de onde partiria para a Espanha. Em média, duas toneladas de cocaína por mês eram vendidas para o país europeu.

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Segundo um especialista em segurança da Trend Micro, a criptografia de ponta-a-ponta pode ser comparada à fechadura mais segura possível para a porta da frente de uma residência. Não há como entrar naquela casa pela porta principal, a não ser que se tenha a chave. No entanto, nada impede que se quebre uma janela. Agências de inteligência ao redor do mundo usam recursos alternativos para monitorar sujeitos alvos de investigações – e não é recomendável que se enumerem quais são, pois a ideia é que ninguém tenha conhecimento deles. Mas é possível acessar câmera, microfone, teclado, dados pessoais, entre outras informações dos dispositivos eletrônicos. Quando se fala de tráfico internacional de drogas, as técnicas são extremamente avançadas e até mesmo arriscadas para os investigadores.

Então, por que a própria Justiça não monitora os criminosos sem a ajuda do WhatsApp? Na maioria dos casos, isso já acontece. A Operação Hashtag, deflagrada na quinta-feira, dia 21, monitorava grupos via WhatsApp e Telegram e prendeu 10 pessoas que preparavam atos terroristas para as Olimpíadas no Brasil. Mas há um limite para o que as polícias conseguem fazer sozinhas. Nos casos que envolvem tráfico de drogas, a intenção não é só prender quem transporta as drogas. Os investigadores querem desbaratar sistemas inteiros e, para isso, precisam de informações em tempo real da comunicação entre os integrantes das quadrilhas. No caso da Operação Quijarro, o objetivo era chegar aos compradores europeus, que realmente financiam o tráfico, e isso ainda não aconteceu. Com a possível colaboração do WhatsApp, a polícia ainda espera chegar lá.

À VEJA, o advogado-geral da empresa, Mark Khan, chegou ao ponto de afirmar: “Não conheço as leis brasileiras. Sou um advogado dos Estados Unidos e faço o que posso, dentro das leis do meu país, para ajudar os oficiais brasileiros”. À juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, que ordenou o mais recente bloqueio ao aplicativo, o representante do WhatsApp pediu respostas em inglês, sendo que a empresa tem um representante no Brasil, o próprio Facebook. Enquanto não se estabelecem canais de colaboração entre o app e a Justiça brasileira, quem perde é a sociedade como um todo e o menor dos problemas é passar algumas horas sem acesso ao aplicativo.

WRC-19 Uma parte dos leitores do BS tem conhecimento de que em 2019 será realizada a World Radiocommunication Conference; um evento patrocinado pela ITU – União Internacional de Telecomunicações - que é realizado a cada 4 anos. O Brasil, como de costume, estará representado pela Anatel e, para tanto, já vem participando de alguns encontros preparatórios.

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O evento é de muita importância para o mundo das Telecomunicações em um momento no qual estão em jogo – mais do que nunca – as Comunicações Sem Fio. Novas Faixas de Frequências estão sendo agregadas seja para comunicações comerciais seja para sistemas de uso geral, como é o caso das Bandas Não Licenciadas. Frequências acima de 30 GHz estão sendo consideradas neste sentido o que representa uma nova configuração de utilização dos Sistemas Rádio devido às características de propagação destas frequências. Neste sentido, permitem-se capacidades de transmissão elevadíssimas, porém com cobertura restrita a algumas dezenas de metros. É natural que os Países tecnologicamente mais avançados procurem tirar proveito das novas fronteiras que se abrem, tendo em vista as oportunidades que surgem para suas indústrias de bens e serviços inovadores. A chamada Internet das Coisas ou algo similar que a sucederá, mas que está relacionado com crescentes níveis de automação das atividades sociais, está no foco das atenções desse universo em desenvolvimento. No futuro, pouquíssimas atividades não dependerão de alguma forma direta de comunicação, considerando o nível de conectividade que existirá entre as máquinas e entre o homem e a máquina, no seu sentido mais amplo. Estes comentários são feitos a partir de um fato que chamou a atenção do BS: a designação pelo Chairman da FCCl, Tom Wheeler, do Presidente e do Vice-Presidente de uma Comitê de Assessoramento para a WRC-19. Tal Comitê será o responsável por prestar Assessoria, Suporte Técnico e Propostas de Recomendações em assuntos relacionados com a WRC-19. Como o evento deverá se realizar daqui a 3 anos é possível imaginar que os USA estão encarando com seriedade total o evento do que se pode concluir a importância que o mesmo terá. Sem dúvida os movimentos serão intensos a partir dos principais Blocos participantes, pois além dos USA devem ser considerados: a Comunidade Europeia, a China, o Japão, a Coreia, e outros que despontam de alguma forma como é o caso da Rússia, da Índia e do Brasil, além de Grupos Regionais (Oriente Médio, Oceania, África, América do Sul). Fica o lembrete do BS quanto às atividades nas quais o Brasil deve se envolver. Três anos parece um tempo longo, mas passa rapidamente quando estão em jogo negociações que, via de regra, não se resolvem de um dia para o outro.

Adiada mais uma vez a Licitação da Rede Móvel Mexicana

Foi adiado mais uma vez o processo de licitação da Rede Móvel que o Governo do México propôs ser construída para vender serviços por atacado na faixa de 700 MHz. A data prevista era 08/09/2016 tendo passado para 20/10/2016. Na verdade, é mais um adiamento entre outros anteriores relacionados com o mesmo processo. Isto, certamente, é um indicativo das dificuldades

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que o Governo daquele País vem enfrentando para implantar um Projeto que, desde o seu início, está cercado de incertezas e, em diversos aspectos, polêmicas devido à forma como está concebido.

O motivo alegado desta vez é que os proponentes necessitam de mais tempo para poderem estruturar os financiamentos que suportarão o Projeto. Vale registrar que originalmente a Rede deveria entrar em operação em 2014 como parte das ações desenvolvidas pelo Governo Mexicano visando reduzir o domínio da América Móvil na prestação do Serviço Móvel no País.

O Projeto envolve a utilização a custos reduzidos da Faixa de 700 MHz para a implantação de uma Rede Móvel 4G LTE, em uma espécie de Parceria Público-Privada com a duração de 20 anos. A Rede pode ser alugada por Operadoras Móveis convencionais para a oferta de seus Serviços ou, então, por MVNOs.

Os termos do Leilão somente foram tornados públicos em janeiro deste ano, inclusive definindo datas chave do processo os quais foram adiados em março. No momento, está previsto que o resultado do Leilão seria decidido em novembro de 2016 e o contrato assinado em janeiro de 2017. Mas, o mercado avalia que estas datas não devem ser alcançadas. Alguns segmentos, até consideram que o Projeto pode não ter o sucesso desejado diante do Modelo de negócio e das condições que foram colocadas pela inexistência de interessados.

Cabe registrar que as Operadoras atuais estão impedidas de participar do Processo o que obriga a entrada de novos Participantes no mercado Mexicano. Ao que parece os riscos são consideráveis e não será tarefa fácil convencer os investidores potencias a assumi-los.

Trata-se, ao que se sabe, da primeira tentativa em todo mundo de um Governo construir uma Rede única a ser alugado pelos Prestadores de Serviços interessados. Um Modelo de Negócio que segmenta claramente o Provedor da Infraestrutura e os Prestadores de Serviços que a utilizam. Isto, em um ambiente em que há outras Prestadoras prestando os Serviços com as suas próprias Redes. Não deixa de ser interessante acompanhar o desenrolar do processo.

Verizon compra o Yahoo

Confirmando rumores que rondavam o Mercado há algum tempo foi anunciado hoje, 25/07/2016, que a Verizon adquiriu o Yahoo. Na verdade, esta Companhia estava passando por algumas turbulências empresariais o que alimentava com mais força tais rumores.

A notícia foi divulgada por diversas Agências Internacionais e pela mídia especializada dos USA (WSJ, por exemplo). O BS reproduz, abaixo, o texto da Reuters. A observar a manchete indicando que a negociação envolve somente o “core” das operações do Yahoo já que ele tinha interesses diversificados. “O negócio, que se espera esteja fechado no início de 2017, marca o fim do Yahoo

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como uma companhia operadora, deixando-a com uma participação de 15 por cento na companhia chinesa de e-commerce Alibaba Group Holding Ltd e 35,5 por cento de participação na Yahoo Japan Corp”, menciona o texto da Reuters.

O BS dedica atenção ao assunto não tanto pela operação em si mesma que pode ser enquadrada entre tantas outras consolidações que ocorrem com alguma frequência no mercado de comunicações. No caso, a particularidade é que envolve a maior “Carrier” dos Estados Unidos e uma OTT de porte e renome consideráveis. Então, pode-se questionar se a operação é isolada ou pode indicar uma tendência, a partir do mercado norteamericano, de outras eventuais fusões envolvendo os dois segmentos (OTTs e Prestadoras de Serviços de Telecomunicações) que nos últimos tempos vêm travando acirradas disputas no campo comercial, mas, também, nos campos regulatório e judicial.

Vale registrar, somente a título de menção, que uma situação análoga já ocorria há algum tempo no Brasil em situações como a da Telefônica com o Terra e chegou a existir entre a Oi e o IG. Mas, estes casos nunca chegaram a ter a evidência que agora desponta em razão da operação da Verizon com o Yahoo.

O BS é compelido a considerar que a dinâmica do mercado é uma força fundamental a considerar no desenvolvimento do segmento das Telecomunicações.

Verizon to buy Yahoo's core business for $4.83 billion

Reuters, Technology | Mon Jul 25, 2016 7:56am EDT

(Reporting by Anya George Tharakan in Bengaluru; Editing by Bernadette Baum)

A combination photo shows Yahoo logo and a Verizon sign at a retail store Reuters/File Photos

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Verizon Communications Inc said Monday it would buy Yahoo Inc's core internet properties for $4.83 billion in cash to expand its digital advertising and media business, in a deal that ends a lengthy sale process for the fading Web pioneer.

The purchase of Yahoo's operations will boost Verizon's AOL internet business, which it bought last year for $4.4 billion, and give it access to Yahoo's ad technology tools, BrightRoll and Flurry, and assets such as search, mail and messenger.

The deal, expected to close in early 2017, marks the end of Yahoo as an operating company, leaving it with a 15 percent stake in Chinese e-commerce company Alibaba Group Holding Ltd and a 35.5 percent interest in Yahoo Japan Corp.

"The sale of our operating business, which effectively separates our Asian asset equity stakes, is an important step in our plan to unlock shareholder value for Yahoo," Yahoo Chief Executive Marissa Mayer said in a statement on Monday.

Yahoo will continue as an independent company until the deal receives shareholder and regulatory approval, the companies said.

In a Tumblr blog post, Mayer said she planned to stay at Yahoo, but Verizon's Marni Walden, who will head the combined company, told CNBC the new leadership team has yet to be determined.

The sale does not include Yahoo's cash, its shares in Chinese e-commerce giant Alibaba Group Holding Ltd, shares in Yahoo Japan, Yahoo's convertible notes, certain minority investments or Yahoo's non-core patents.

The Alibaba and Yahoo Japan investments are worth about $40 billion, while Yahoo had a market value of about $37.4 billion as of Friday's close.

Verizon prevailed over rival bidders for Yahoo, including AT&T Inc; a group led by Quicken Loans founder Dan Gilbert and backed by billionaire Warren Buffett; private equity firm TPG Capital LP; and a consortium of buyout firms Vector Capital and Sycamore Partners.

Under pressure from activist investor Starboard Value LP, Yahoo launched an auction of its core business in February after shelving plans to spin off its stake in Alibaba.

In premarket trading, shares of Verizon were up slightly at $56.30, while shares of Yahoo were down 1.5 percent at $38.80.

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02. UNIVERSALIZAÇÃO DA BANDA LARGA

O Programa Banda Larga para Todos não teve evoluções significativas pelas razões expostas nos BS editados até o Nº 13/16. Na verdade, dá agora para perceber que se tratava mais de um Plano “midiático” do que propriamente algo estruturado para um desenvolvimento consistente.

O anterior Ministro das Comnicaões parece ter percebido as dificuldades e tentou imprimir um status mais atual ao Programa procurando, quem sabe, marcar a sua administração. Neste sentido foi lançado o Programa “Brasil Inteligente” que, no entanto, foi “atropelado” pela sua saída da Pasta em razão das mudanças político institucionais pelas quais passa o País. O Programa certamente será “revisto” pelo Ministro Kassab se é que ele será simplesmente considerado.

A questão básica é que o PPA 2016 – 2019 não contemplava recursos significativos para este Programa. Agora, deve-se esperar o posicionamento do Ministério do Planejamento para se verificar os rumos que tal PPA tomará. Note-se que havia um potencial esforço dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento na administração anterior no sentido de dar um status diferenciado ao Setor de Telecomunicações procurando atrair investimentos da iniciativa privada.

Este enfoque parece ter sido mantido e, até, incrementado com as intenções estabelecidas no Programa PPI, do Governo em Exercício.

Merece registro a Portaria Nº 1.455, do Ministério das Comunicações, comentada no item inicial do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA, do BS Nº 10/16, que ainda está em vigor. Muito provavelmente tal Portaria será “revisitada” pelo novo Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

De qualquer maneira o BS manterá o texto que trata do PPA 2016 – 2019. Até para comparação com eventual revisão que vier a ser emitida. Não há dúvidas que algumas alterações devem ser introduzidas até para estabelecer níveis de prioridade que certamente serão distintas entre os dois Governos.

PPA 2016 - 2019

O DOU de 11/01/16 publicou o Plano Plurianual para o período 2016 - 2019. Nele estão contidas metas para o Setor de Telecomunicações. Surpreendentemente, há metas quantitativas para a Banda Larga Móvel e não estão incluídas para a Rede Fixa (Banda Larga Fixa; Backbone; e Backhaul). Para estes segmentos há apenas algumas metas de qualidade a serem perseguidas.

No caso da Banda Larga Móvel espera-se que ao final do período 90% dos usuários móveis (sem fio) tenham a ela acesso. Isto pode caracterizar uma aposta do governo no sentido de que a Banda Larga no País, principalmente, nas regiões do Interior seja provida pelas Redes Móveis e não pelas Fixas. Se este é o objetivo aumenta a necessidade de se acelerar a implantação das redes de 700 MHz bem

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como da construção de Backbones e Backhauls. Ocorre que as perspectivas de momento apontam de forma categórica em sentido contrário!

Também há metas relacionadas com a digitalização da TV; programas de inclusão digital em cidades do Interior; incentivo à produção nacional de conteúdo; estações de rádio comunitárias; emissoras educativas; incentivos ao desenvolvimento e produção de equipamentos e software nacionais; e outros de menor relevância.

Assim, pode-se concluir que o crescimento da Banda Larga no País, no período do PPA, estará mais condicionado às ações da iniciativa privada – portanto do mercado – do que, propriamente, por ações diretas do governo. Na visão do BS, em princípio, este não será um grande problema desde que sejam tomadas medidas para reativar a economia do País, criando-se mecanismos para sair da crise em que se encontra no momento. As perspectivas de curto prazo neste sentido não são animadoras.

Por outro lado, está contemplado o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas; lançamento do cabo submarino Brasil – Europa; implantação da Rede Privativa da Adminstração Pública Federal; e, realização de leilões reversos para a implantação de redes de transporte ópticas capazes de atender aos Pequenos Provedores. Claramente, estes projetos, estão relacionadas com atividades nas quais a Telebras estará envolvida. Uma outra incógnita, pois são de conhecimento geral as dificuldades de ordem econômica e financeira pelas quais pass a Empresa. Será um enorme desafio para a atual Diretoria conseguir equalizar este aspecto com a real necessidade da implementação dos projetos em causa.

Os fatos reais cada vez mais apontam no sentido de a Telebras enfrentar dificuldades de difícil transposição devido à falta de recursos. Muito dificilmente, ela disporá de recursos públicos para o desenvolvimento de novos projetos e as condições de acesso ao mercado financeiro, no momento são praticamente inexistentes.

No campo da gestão do Setor de telecomunicações estão previstas diversas medidas que fazem parte do Planejamento da Anatel para o período em questão, já divulgadas pelo BS em edição anterior. No entanto, as iniciativas para implementar tais medidas correm com velocidade reduzida.

03. NOVOS CABOS SUBMARINOS

Não houve comentários púbicos sobre este assunto na semana. O texto anterior é mantido como referência por se tratar de tema que tem um relativo interesse para o País por tratar de Backbones Internacionais que criam novas alternativas de interligação entre o Brasil (e o Continente Sul

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Americano) e as Américas do Norte e Central, bem como a Europa e a África diretamente e a Ásia, indiretamente.

A mais recente novidade foi o anúncio do lançamento de um novo Cabo Submarino interligando as Américas, com terminações no Brasil, em Fortaleza e Rio de Janeiro (Ver “Brusa – Novo Cabo Submarino entre Brasil (Br) e Estados Unidos (USA)” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 08/16. Nesta semana surge a informação da construção do Data Center da Telefónica em Virginia Beach, conforme posto no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 015/16.

Na semana anterior à emissão do BS Nº 10/16, foi anunciado o lançamento do Cabo Submarino entre o Brasil e Angola (ver ”Cabo Submarino Brasil – Angola” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 10/16). Um evento, realmente, importante em sendo efetivamente concretizado e posto em operação no contexto mundial das telecomunicações.

Não têm sido, divulgadas novas informações em relação ao Cabo Submarino que interligará o Brasil à Europa, em função de um investimento conjunto da IslaLink e da Telebras, objeto de comentarios em BS anteriores.

Debe-se registrar a noticia recente anotada no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA dO BS Nº 16/16 sob título: “Novo Cabo Submarino Transatlântico” com informações adicionais no BS Nº 17/16.

Sugere-se atentar também para o item “Compartilhamento de infraestrutura de Cabo Submarino” publicado no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 22/16).

04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL Este item é de importância relevante para as Concessionárias de Energia Elétrica e para as Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, em particular, as que oferecem Serviço Fixo. Assim mantém-se atual o texto do BS N° 18/15 com os comentários feitos nos BS 22/15 e BS 23/15.

Chama-se, no entanto, a atenção dos leitores para a leitura atenta do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013”. E, também, se sugere a leitura do item 11. “FIOS & POSTES – UMA SITUAÇÃO QUE INCOMODA”do BS 34/15.

Sugere-se a leitura do item “Jogos Olímpicos – Uma oportunidade perdida...em Telecom – O Case Avenida das Américas” inserido no BS 03/16 e sua complementação no BS 05/16, sob o título “Rede Aérea de Telecomunicações – Avenida das Américas – Rio de Janeiro – Trajeto Olímpico”. Tendo como referência as obras realizadas na Avenida das Américas devido à realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o BS aproveitou o caso para comentar a ausência de planejamento integrado em obras de grande vulto e o fato de ser mantida nos postes desta via uma cabeação instalada em condições precárias.

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Também deve ser objeto de leitura o item ”Os Postes, o SNOA, a Revisão do Modelo” que faz parte do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 10/16.

Sugere-se também a leitura do item “O Jogo do 5G na Europa e desdobramentos no mundo” publicado no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 22/16.

05. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

Este tema também continuará sendo mantido na forma de edições anteriores do BS por se tratar de assunto de interesse geral e multidisciplinar no contexto das Empresas Prestadoras de Serviços de interesse público.

A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites implantados de maio de 2009 em diante.

Espera-se a aprovação da regulamentação em que serão estabelecidas as situações dispensadas do compartilhamento obrigatório previsto na Lei No. 11.934/2015, conforme abordado no RELATÓRIO SEMANA No. 13/15.

Ver item “Compartilhamento de Infraestrutura” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 32/15 e sugere-se fortemente a leitura do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013” bem como o item 11 do BS 34/5, já identificado no item 04 acima.

Sugere-se, também, a leitura do item “Telefónica cria uma Empresa de Infraestrutura” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 04/16.

06. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei aprovada com os vetos da Presidente de República) que deverá colocar proposta de regulamentação em Consulta Pública.

A expectativa é que o assunto evolua na medida em que se tenta envolver algumas Prefeituras que já aprovaram legislação municipal aderente aos princípios desta legislação e outras que ainda têm dificuldades em fazê-lo.

No entanto, sugere-se aos leitores atentarem para o texto do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013” no qual são feitas referências relacionadas com a Lei das Antenas. Também se aconselha ler o item “Lei das Antenas - Mantido o Veto Presidencial” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 34/15.

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07. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL

Continuam as atividades para a migração em Brasília, nas Cidades Satélites do DF e Cidades do Entorno do DF, no Estado de Goiás. A previsão é que ocorra no final do ano. No Projeto Piloto de Rio Verde as atividades estão praticamente encerradas e o Projeto é dado como concluído.

08. A REVISÃO DO MODELO – O NOVO AMBIENTE DAS COMUNICAÇÕES

A Comissão do Minicom, na prática, encerrou os seus trabalho com a assinatura da Portaria Nº 1.455, de 8 de abril de 2016, que mereceu rápida referênia no item inicial do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS Nº 10/16.

Conforme mencionado, a referida Portaria estabeleceu diretrizes para a Anatel se posicionar em relação ao assunto. O BS continuará monitorando e irá fazendo os comentários na medida em que houver alguma divulgação sobre o andamento dos trabalhos. Com a nomeação do Ministro Gilberto Kassab para o Ministério que passa a cuidar dos assuntos de telecomunicações é bem provável que novas políticas ou novos rumos sejam aplicados ao Setor.

Há toda uma expectativa de que isto possa ocorrer no sentido de se criarem condições mais propícias à alavancagem dos investimentos em ampliação e inovação das Redes existentes. Comentários desenvolvidos nesta edição do BS são animadoras neste sentido. Somente assim será possível atender aos anseios e necessidades cada vez maiores da sociedade brasileira por Serviços mais abrangentes, com qualidade de padrão internacional e custos mais razoáveis dos que são atualmente praticados. A questão da Banda Larga Ilimitada introduziu um parâmetro adicional de discussão que, até então, não tinha tanta proeminência.

O encaminhamento das discussões que envolvam um possível equacionamento da elevada carga tributária incidente sobre a prestação de Serviços de Telecomunicações também é um elemento indispensável a ser considerado nem que seja numa visão escalonada de longo prazo.

De qualquer forma, mantém como referência alguns texto comentados em BS anteriores, de uma maneira ou outra, relacionados com o assunto. Por conveniência dos leitores, os mesmos estão abaixo indicados e relacionados.

REP1. MODELO REGULATÓRIO DO SETOR DE TELECOM 2025 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E CONSOLIDAÇÃO DO SETOR (BS 01/16)

REP2. O FUTURO DA REDE BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES E A TEORIA DOS $200 BILHÕES DE INVESTIMENTOS, EM 10 ANOS (BS 01/16)

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REP3. VoWiFI e VoLTE - UMA ABORDAGEM TECNOLÓGICA COM REPERCUSSÕES REGULATÓRIAS NO STFC e no SMP (BS 01/16)

REP4. A UNIVERSALIZAÇÃO E CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS EXPLORADOS EM REGIME PÚBLICO (BS 01/16)

REP 5. COMENTÁRIOS DA TELEFÔNICA NA CONSULTA PÚBLICA (BS 01/16)

08A. COMENTÁRIOS DA INTERVOZES NA CONSUTLA PÚBLICA (BS 02/16). 08B. COMENTÁRIOS DA Oi NA CONSULTA PÚBLICA (BS 02/16). 09. IMPRESSÕES DIGITAIS NO DESBLOQUEIO DE SMARTPHONES

O desbloqueio de um Smartphone utilizando as impressões digitais de seu proprietário passou a ser prática comum nos últimos anos. Desta forma, o título deste item não receberia maiores atenções se as impressões digitais mencionadas não tivessem sido obtidas com a impressão em 3D dos dedos de uma pessoa que havia falecido.

O BS resolveu trazer o assunto aos seus leitores não só pela curiosidade e desafio tecnológico do fato, mas por outras razões de cunho social e legal. O artigo do EL PAÍS que aborda o assunto é abaixo reproduzido e é autoexplicativo para que se possa tirar algumas conclusões.

Envolve o trabalho de Pesquisadores de uma renovada Universidade Americana especialistas em biometria. São levantados aspectos relacionados com as técnicas empregadas e os fundamentos de ordem legal que permitiram o acesso aos dados do Smartphone, sem alegações de quebra de privacidade constitucional ou algo semelhante.

La policía de EE UU imprime los dedos en 3D de un asesinado para desbloquear su teléfono

La iniciativa supone un desafío técnico, pero también vuelve a sacar a la luz cuestiones legales

EL PAÍS, 22 JUL 2016

Algunos 'smartphones' tienen un lector de huellas dactilares. Cordon Press

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La policía de Michigan, en Estados Unidos, ha pedido ayuda a un experto en biometría de la universidad para intentar desbloquear el teléfono de una víctima de asesinato. El profesor Anil Jain y a su doctoranda, Sunpreet Arora, de la Universidad Estatal de Michigan, han tenido acceso a un juego de huellas digitales que tenía la policía de la víctima que, al parecer, ya estaba fichada. Con ellas Arora ha imprimido modelos en 3D de todos los dedos del fallecido para intentar utilizar el lector de huellas digitales del teléfono.

En este caso, la policía no se ha encontrado con los problemas que tuvo el FBI con Apple al intentar que ésta desbloqueara el teléfono de Sayed Farook, el terrorista que en diciembre de 2015 cometió un atentado en California en el que murieron 14 personas.

Al tratarse de una víctima que ha fallecido no entra en juego la quinta enmienda de la constitución de los EE UU, que dice que nadie puede ser obligado a declarar en su contra

Esto es así porque al tratarse de una víctima que además ha fallecido no entra en juego la quinta enmienda de la constitución de los Estados Unidos, que dice que nadie puede ser obligado a declarar en su contra. Pero el caso pone de nuevo sobre el tapete los límites de hasta dónde puede llegar la policía y la justicia para intentar solucionar un caso.

En el caso de Estados Unidos, los jueces distinguen entre una clave que el usuario tenga memorizada, que quedaría bajo la protección de la quinta enmienda, y otro tipo de pruebas físicas como sangre, ADN, o una huella, que no reciben esta protección.

Sin embargo, Bryan Choi, un investigador especializado en seguridad, ley y tecnología, dice que en el caso de los teléfonos móviles, en los que llevamos una parte tan grande de nuestras vidas, quizás sí habría que aplicar esta protección.

Claro que volviendo al caso del teléfono que intentan desbloquear Jain y Arora no solo basta con imprimir en 3D los dedos de la víctima, algo relativamente sencillo. Es necesario, además, que estos conduzcan electricidad, ya que los lectores de huellas se basan en el reconocimiento mediante los contactos eléctricos que establecen en el sensor.

Los lectores de huellas se basan en el reconocimiento mediante los contactos eléctricos que establecen en el sensor

Para esto, Arora los ha cubierto con una delgada capa de partículas metálicas y, aunque sigue haciendo pruebas, aún no ha conseguido desbloquear el teléfono en cuestión.

Pero, en cualquier caso, aunque consiga hacer funcionar el lector de huellas, lo más probable es que se encuentre con que va a ser necesaria la clave de desbloqueo del teléfono. La mayoría de las versiones

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actuales de los sistemas operativos de los móviles piden esta clave como medida adicional de seguridad si el móvil ha sido reiniciado o el lector de huellas no ha sido utilizado en algún tiempo.

Si finalmente consiguen desbloquear el teléfono de la víctima con la ayuda de Jain y Arora será, al parecer, la primera vez que se consiga algo parecido. Un logro para esclarecer un caso de asesinato pero también un paso más para dejar nuestra intimidad un poco más expuesta.

10. IMPRESSÕES DIGITAIS NO DESBLOQUEIO DE SMARTPHONES

O desbloqueio de um Smartphone utilizando as impressões digitais de seu proprietário passou a ser prática comum nos últimos anos. Desta forma, o título deste item não receberia maiores atenções se as impressões digitais mencionadas não tivessem sido obtidas com a impressão em 3D dos dedos de uma pessoa que havia falecido.

O BS resolveu trazer o assunto aos seus leitores não só pela curiosidade e desafio tecnológico do fato, mas por outras razões de cunho social e legal. O artigo do EL PAÍS que aborda o assunto é abaixo reproduzido e é autoexplicativo para que se possa tirar algumas conclusões.

Envolve o trabalho de Pesquisadores de uma renovada Universidade Americana especialistas em biometria. São levantados aspectos relacionados com as técnicas empregadas e os fundamentos de ordem legal que permitiram o acesso aos dados do Smartphone, sem alegações de quebra de privacidade constitucional ou algo semelhante.

La policía de EE UU imprime los dedos en 3D de un asesinado para desbloquear su teléfono

La iniciativa supone un desafío técnico, pero también vuelve a sacar a la luz cuestiones legales

EL PAÍS, 22 JUL 2016

Algunos 'smartphones' tienen un lector de huellas dactilares. Cordon Press

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La policía de Michigan, en Estados Unidos, ha pedido ayuda a un experto en biometría de la universidad para intentar desbloquear el teléfono de una víctima de asesinato. El profesor Anil Jain y a su doctoranda, Sunpreet Arora, de la Universidad Estatal de Michigan, han tenido acceso a un juego de huellas digitales que tenía la policía de la víctima que, al parecer, ya estaba fichada. Con ellas Arora ha imprimido modelos en 3D de todos los dedos del fallecido para intentar utilizar el lector de huellas digitales del teléfono.

En este caso, la policía no se ha encontrado con los problemas que tuvo el FBI con Apple al intentar que ésta desbloqueara el teléfono de Sayed Farook, el terrorista que en diciembre de 2015 cometió un atentado en California en el que murieron 14 personas.

Al tratarse de una víctima que ha fallecido no entra en juego la quinta enmienda de la constitución de los EE UU, que dice que nadie puede ser obligado a declarar en su contra

Esto es así porque al tratarse de una víctima que además ha fallecido no entra en juego la quinta enmienda de la constitución de los Estados Unidos, que dice que nadie puede ser obligado a declarar en su contra. Pero el caso pone de nuevo sobre el tapete los límites de hasta dónde puede llegar la policía y la justicia para intentar solucionar un caso.

En el caso de Estados Unidos, los jueces distinguen entre una clave que el usuario tenga memorizada, que quedaría bajo la protección de la quinta enmienda, y otro tipo de pruebas físicas como sangre, ADN, o una huella, que no reciben esta protección.

Sin embargo, Bryan Choi, un investigador especializado en seguridad, ley y tecnología, dice que en el caso de los teléfonos móviles, en los que llevamos una parte tan grande de nuestras vidas, quizás sí habría que aplicar esta protección.

Claro que volviendo al caso del teléfono que intentan desbloquear Jain y Arora no solo basta con imprimir en 3D los dedos de la víctima, algo relativamente sencillo. Es necesario, además, que estos conduzcan electricidad, ya que los lectores de huellas se basan en el reconocimiento mediante los contactos eléctricos que establecen en el sensor.

Los lectores de huellas se basan en el reconocimiento mediante los contactos eléctricos que establecen en el sensor

Para esto, Arora los ha cubierto con una delgada capa de partículas metálicas y, aunque sigue haciendo pruebas, aún no ha conseguido desbloquear el teléfono en cuestión.

Pero, en cualquier caso, aunque consiga hacer funcionar el lector de huellas, lo más probable es que se encuentre con que va a ser necesaria la clave de desbloqueo del teléfono. La mayoría de las versiones

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actuales de los sistemas operativos de los móviles piden esta clave como medida adicional de seguridad si el móvil ha sido reiniciado o el lector de huellas no ha sido utilizado en algún tiempo.

Si finalmente consiguen desbloquear el teléfono de la víctima con la ayuda de Jain y Arora será, al parecer, la primera vez que se consiga algo parecido. Un logro para esclarecer un caso de asesinato pero también un paso más para dejar nuestra intimidad un poco más expuesta.

ATUALIZAÇÃO DA REDE DE ACESSO COM FIOS DE COBRE O BS teve acesso a um artigo escrito por Scott Bicheno baseado em decisão da Comissão Europeia permitindo que a Deutsche Telekom faça a atualização (upgrade) de sua Rede de Acesso Fixa com a tecnologia denomina “vectoring”. O assunto é tecnologicamente árduo, mas, em síntese, trata-se da introdução de uma nova tecnologia nas Redes de Acesso de Fios de Cobre (Redes de Assinantes) que permite alcançar taxas de transmissão comparáveis às que se alcançam com Fibras Ópticas utilizadas nessas Redes. Trata-se de uma decisão de enormes repercussões, pois adia para um futuro mais distante a necessidade de instalar soluções do tipo FTTH – Fiber to The Home. Ao mesmo tempo, cria situações regulatórias complicadas, pois esta é uma Rede que a Deutsche detém com exclusividade. Portanto, estão envolvidos aspectos relacionados com a competição já que esta Rede é considerada como “desagregada”, ou seja, aberta a outros Prestadores. Por outro lado, os custos podem ser elevados o suficiente para inibir decisões muito amplas, pois o tempo de vida útil poderia ser insuficiente para recuperar os investimentos feitos. O assunto é restrito às Concessionárias que utilizam este tipo de Rede, mas pode ter reflexos em outras Prestadoras que a alugam como suporte para a prestação de seus próprios Serviços. Daí o envolvimento da Comunidade Europeia, nesta situação envolvendo a Operadora Alemã. No caso do Brasil talvez não seja possível seguir os procedimentos utilizados pela Deutsche Telekom, aprovados pela EC, pelo fato de a Rede de Assinantes brasileira, em grande parte, não dispor de condições análogas às que permitem a introdução do “vectoring” nas Redes Europeias, no caso a da Alemanha. Por exemplo: as dimensões da chamada “última milha”, ou seja, o tamanho do trecho em que efetivamente se utilizará a Rede de Fios de Cobre e as condições técnicas em que se encontra tal trecho, principalmente, em razão das práticas utilizadas na sua manutenção.

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O BS traz o assunto à consideração de seus leitores, pois esta Rede é um dos segmentos mais importantes e mais valioso, do ponto de vista operacional para a prestação dos Serviços, dos chamados Bens Reversíveis. Qualquer investimento que seja feito em tal segmento será incorporado e revertido ao final do Contrato de Concessão previsto para ocorrer em 2025, no caso brasileiro. Então, são imagináveis os conflitos nas estratégias das Concessionárias ao fazer gastos que não pertencerão aos seus investidores daqui a alguns anos. Uma das ações possíveis é deslocar tais investimentos para outras alternativas nas quais não esteja presente a figura dos Bens Reversíveis. Neste caso, praticamente se condena a Rede de Assinantes a virar “sucata”. Esta hipotética e difícil situação é a que, na prática, se observa no Brasil e pode ser considerada como uma das questões que influenciam o atendimento da demanda, nas condições exigidas pelos usuários, em diversas situações, inclusive a da sua disponibilidade plena. A leitura do artigo de Bicheno – no idioma original – dá uma boa ideia do que se passa na Europa e indica caminhos para estudos a serem realizados no Brasil visando o melhor aproveitamento da Rede de Assinantes das Concessionários de Rede Local (Oi, Telefônica-Vivo, CTBC, e, Sercomtel). A leitura é indicada aos leitores que tenham algum nível de familiarização com o assunto e curiosidade em relação às perspectivas de sobrevida da Rede de Assinantes brasileira. Mas, sem dúvida, esta é uma questão que exige estudos mais aprofundados o que deveria ser uma obrigação das Concessionárias desenvolver e tornar públicas, segundo a percepção do BS.

Europe approves Deutsche Telekom vectoring upgrade after further concessions Written by Scott Bicheno 20/07/2016 The European Commission has decided to let German telco Deutsche Telekom upgrade its fixed network with vectoring technology, having received assurances over competitive safeguards. DT wants to upgrade its copper network using vectoring technology to increase broadband speeds. The German telecoms regulator BNetzA had approved the plans but the EC wasn’t happy about the potential for this upgrade to take resources away from other German telcos who lease fixed line capacity from DT, and initiated an investigation earlier this year. BNetzA then went back to DT to work out how to placate the EC and seems to have been successful as the plans have now been approved. The additional concessions covered competitive safeguards and while they were sufficient to address the EC’s immediate concerns, further will be required down the line (so to speak) to prevent a repeat investigation.

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“As a result of our intervention, the German regulator has drawn a better balance between network upgrade and high quality access for competitors,” said Günther Oettinger, Commissioner for the Digital Economy and Society. “The additional safeguards BNetzA now proposes protect sustainable competition and create incentives to invest in future-oriented networks for the gigabit society. However, further improvements must be made and we will remain vigilant to ensure that they are made.” Here’s what the announcement had to say about those further improvements: “BNetzA proposes to remove the restriction on the number of alternative operators which can access street cabinets to provide connectivity services and to grant access to ducts and dark fibre for two years to those alternative operators currently present at the local exchange. “These measures will allow a more efficient use of existing infrastructures. In addition, the fact that alternative operators will be able to deploy vectoring in more areas than before, together with BNetzA’s commitment to improve further one of the access products led the Commission to endorse the overall proposal. “However, the Commission also points out certain aspects which require further improvement. Since the use of vectoring in the areas of 550m around a local exchange means that alternative operators cannot directly access the wires linking customers’ premises to the local exchange to provide high-speed broadband, the Commission requires BNetzA to ensure that competitors have an adequate and alternative means of offering internet access to customers. “The Commission has also called upon BNetzA to improve their plans concerning the technical specifications for the main replacement product (a Layer-2 virtual access product) and notify them to the Commission. The Commission will then assess these proposals against the guidance in the Explanatory Note to the Commission’s 2014 Recommendation on Relevant Markets and the more detailed expectations expressed in today’s decision. It is essential that the new virtual access product will replicate the main characteristics of the today’s physical product.” Aside from the implications to DT and the German broadband market this is viewed as a test case regarding the EC’s attitude to telecoms investment. On one hand it’s urging telcos to invest heavily on infrastructure but in the other it has the power to attach onerous conditions to that investment. This seems to be a good compromise and will indicate to telcos that the EC is open to reason.

11. O SMARTPHONE E AS CRIANÇAS

A título de informação para os leitores que não tiveram acesso à matéria, o BS reproduz uma reportagem do NEW YORK TIMES, traduzido e publicado no Brasil pelo Estadão. Diz respeito a uma questão há algum tempo discutida e relacionada com o uso de Smartphones pelas crianças.

Em tempos passados os cuidados praticamente se concentravam na questão da saúde. A preocupação eram os efeitos da radiação emitida pelo celular no cérebro em formação das crianças.

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Foi provado que a radiação à qual está submetida qualquer pessoa, originada no seu Aparelho Celular, é maior do que aquela proveniente das Estações Rádio Base das Redes Celulares, que tanto incomodam os que suportam a teoria dos malefícios da radiação das “antenas do celular” na saúde humana. A menos que tal pessoa esteja a alguns metros de distância da mencionada antena. Condição que, na pratica, somente os técnicos que trabalham nos equipamentos estão submetidos quando realizam alguma intervenção com os rádios ligados.

Esta questão continua presente nos dias atuais onde legislações restritivas proíbem a instalação das “antenas” (ERBs) dentro de regiões definidas por um determinado Raio nas proximidades de Escolas. Um caso notável é o Distrito Federal onde ERBs instaladas há cerca de 15 anos estão sendo retiradas com base em uma Lei Distrital de 2004 que proíbe instalações em um raio de 50 m das Escolas. Enquanto isto, as crianças podem usar Smartphones dentro das Escolas sem preocupações que não sejam as da utilização no ambiente escolar.

Este é o foco da matéria do NY Times. Especialistas em assuntos pedagógicos levantam a questão da idade a partir da qual é interessante as crianças utilizarem os Smartphones, considerando os conteúdos aos quais estarão submetidas. E quais serão os efeitos no processo de aprendizagem e, mesmo, na sua formação como pessoas e cidadãos.

A reportagem não é conclusiva, como seria de se esperar. O assunto é novo e mais do que teorias esta parece uma situação típica em que se deve evoluir levando em consideração as manifestações práticas colhidas da observação submetidas a análises detalhadas e conscientes. Mas, não há dúvida que se está adentrando em uma nova era no que se relaciona à formação das crianças, dos adolescentes, da juventude de modo geral. A família, o convívio social direto, os amigos, tendem a encontrar substitutos nos relacionamentos virtuais, que apresenta condições difíceis para se estabelecer alguma forma de controle.

Os cuidados para que as crianças não penetrem perigosamente nesse mundo virtual – no qual estão incluídos os jogos e vídeos cada vez mais elaborados e fascinantes – devem ser permanentes. Sem deixar de considerar as perversidades de pessoas desqualificadas ou mentalmente insanas que utilizam o (relativo) anonimato da Internet para se posicionarem de forma inconveniente, incompatível com a formação saudável da mencionada juventude.

Com estas considerações, entretanto, se apresenta o lado prático e a inevitável questão: como enfrentar esta situação? O que deve ser feito para que as crianças sejam inseridas nesse mundo tecnológico e de relacionamentos novo para que eles possam enfrentar a vida com seus próprios recursos, seus talentos, e sua determinação.

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Um ponto que as ações de responsabilidade social das Prestadoras deviam levar em conta é o de desenvolver Programas de informação sobre o uso dos Smartphones que poderiam ser divulgados das mais diferentes maneiras, inclusive nas Escolas. Um caso objetivo seria o de produzirem vídeos, apresentações, até experiências que os próprios alunos poderiam desenvolver, a respeito da irradiação.

Muito provavelmente, de uma vez por todas poderia se acabar com o mito dos malefícios das “antenas celulares” simplesmente informando o público alvo (as crianças). Estas se encarregariam de disseminar os conhecimentos obtidos com seus pais, amigos, familiares, que, desta forma, ficariam menos sensíveis às campanhas baseadas em pressupostos de que a irradiação do celular pode trazer prejuízos para a saúde humana.

Segue, na sequência, a reportagem antes referida:

Uso de smartphone por crianças gera polêmica nos EUA

Para especialistas, pais devem esperar o máximo de tempo possível para expor crianças à tecnologia e definir regras claras para o uso

O ESTADO DE S. PAULO - 23/07/2016

Por Brian X. Chen - THE NEW YORK TIMES

AP - Crianças nos Estados Unidos ganham smartphone cedo, aos 10 anos de idade

Não faz muito tempo, muitos pais se perguntavam com que idade seus filhos deveriam ter acesso à chave do carro. Hoje, a questão é mais complicada: com que idade eles podem ter um smartphone? O

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celular inteligente, afinal, é a chave para o acesso irrestrito à internet e aos muitos benefícios e perigos que isso envolve. Mas, ao contrário de dirigir um carro, que é legal em alguns Estados a partir dos 16 anos, não existe nenhuma diretriz legal para um pai determinar quando a criança está pronta para manusear um smartphone.

O assunto vem sendo cada vez mais debatido, à medida que as crianças começam a ter em mãos um celular cada vez com menos idade. Em média, elas recebem seu smartphone com 10 anos, segundo a empresa de pesquisa Influence Central – em 2012, a idade média era de 12 anos. Em alguns casos, o celular chega ainda mais cedo, aos 7 anos, por exemplo. “Acho que a idade vai diminuir mais porque os pais estão ficando cansados de dar o seu celular para os filhos usarem”, disse Stacy DeBroff, diretor executivo da Influence Central.

Essa redução de idade tem enfrentado resistência, disse James P. Steyer, executivo da organização sem fins lucrativos Common Sense Media, que analisa conteúdo e produtos para famílias. Ele tem uma regra estrita em sua casa: seus filhos só terão um smartphone quando começarem o ensino médio, depois de ter aprendido o valor da comunicação cara a cara. Outros pais podem achar que os filhos estão prontos mais cedo. “Nenhum filho é igual ao outro, não existe um número mágico. A idade de uma criança não é tão importante quanto a responsabilidade ou nível de maturidade”, diz o executivo.

Parâmetros. Então, como determinar a idade correta? Quanto mais tempo você esperar para dar um smartphone a seu filho, melhor. Segundo alguns especialistas, 12 anos é a idade ideal, ao passo que outros falam em 14. Todos concordam que, quanto mais tarde, mais seguro, pois os smartphones se tornam uma distração que vicia e distrai a criança do trabalho da escola ao mesmo tempo que a expõe ao bullying na internet, pedófilos e mensagens de caráter sexual. “Quando mais tempo mantiver a caixa de Pandora fechada, melhor”, disse Jesse Weinberger, um analista de segurança na internet que dá palestras para pais, escolas e autoridades policiais no estado norte-americano de Ohio. “Sem o aparelho, não há nenhuma conexão com esse lado sombrio da comunicação”.

Num estudo publicado este ano, a Common Sense Media entrevistou 1.240 pais e crianças e concluiu que 50% das crianças admitiram estar viciadas nos smartphones. E, para 66% dos pais, seus filhos usavam muito os aparelhos móveis, com o que 52% das crianças concordaram. Cerca de 36% dos pais disseram que discutem diariamente com os filhos sobre o aparelho.

Há um aspecto biológico a considerar também. O córtex pré-frontal, parte do cérebro de controla o impulso, só está totalmente desenvolvido em torno dos 20 anos. Em outras palavras, os pais não devem ficar surpresos com o fato de as crianças mais novas com smartphones não conseguirem se controlar.

Prós e contras. Sem dúvida, os smartphones trazem benefícios. As crianças têm acesso a aplicativos, incluindo ferramentas educacionais para estudo e conexão com amigos. Mas também são um passo para jogos que desviam a atenção do estudo, aplicativos de redes sociais, nos quais aproveitadores estão à

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espreita. No fim, os contras podem superar os prós. Ao negar um smartphone para os filhos, eles ainda assim terão acesso a ferramentas por meio de aparelhos como PCs e Tablets.

Uma opção é começar com aparelhos móveis simples, em que se possa apenas enviar mensagens ou telefonar. Cabe aos pais determinar quando seu filho realmente está pronto para um smartphone.

/TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

_______________________________________________________________________________ NOTA: Os comentários do presente BOLETIM SEMANAL bem como a edição final do texto são de responsabilidade de Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL. A precisão das informações não foi testada. O eventual uso das informações na tomada de decisões deve ocorrer sob exclusiva responsabilidade de quem o fizer. Também não se assume responsabilidade sobre dados e comentários realizados por terceiros cujos termos o BS não endossa necessariamente. É apreciado o fato de ser mencionada a fonte no caso de utilização de alguma informação do BOLETIM SEMANAL.