comentÁrio beacon - volume 2

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  • J osu a Ester

    Chester 0. Mulder R. Clyde Ridall W. T. Purkiser

    Harvey E. Finley Robert L. Sawyer

    C. E. Demaray

    2

  • C o m e n t r i o B b l i c o

    juniorevan

  • C o m e n t r i o B b l i c o

    H

    Josu a E ster

    0CWD

  • Todos os direitos reservados. Copyright 2005 para a lngua portuguesa da Casa Publicadora das A ssem blias de D eus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.

    Beacon Bible C om m entary 10 V olum e SetCopyright 1969. Publicado pela Beacon H ill P ress of K ansas City, um a diviso da N azarene P ublish ing H ouse, K ansas City, M issouri 64109, EUA.

    Edio brasileira publicada sob acordo com a N azarene P ublish ing H ouse.

    Traduo deste volum e: Em irson Justino e D egm ar R ibas Jnior Preparao de originais: Antnio M ardnio N ogueira Reviso: M iriam A nna Librio Capa e projeto grfico: R afael Paixo Editorao: Joede Bezerra

    CDD: 220 - Com entrio Bblico ISBN: 85-263-0686-3

    Para m aiores inform aes sobre livros, rev istas, peridicos e os ltim os lanam entos da CPAD, v isite nosso site: http://www.cpad.com .br

    Casa Publicadora das A ssem blias de D eus Caixa P osta l 33120001-970, Rio de Janeiro, RJ, B rasil

    Im presso no B rasil

    4a Im presso/2012 Tiragem: 2.000

    http://www.cpad.com.br

  • BEACON HILL PRESS

    COMISSAO EDITORIAL CORPO CONSULTIVO

    A. F. Harper, Ph.D., D.D.Presidente

    E. S. Phillips Presidente

    W. M. Greathouse, M.A., D.D.Secretrio

    J. Fred Parker Secretrio

    W. T. Purkiser, Ph.D., D.D.Editor do Antigo Testamento

    Ralph Earle, B.D., M.A., Th.D.Editor do Novo Testamento

    G. B. Williamson A. F. Harper

    Norman R. Oke M. A. Lunn

    EDIO BRASILEIRA

    DIREO-GERAL Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor-Executivo da CPAD

    SUPERVISO EDITORIAL Claudionor de Andrade Gerente de Publicaes

    COORDENAO EDITORIAL Isael de Araujo

    Chefe do Setor de Bblias e Obras Especiais

  • Prefcio

    Toda Escritura divinamente inspirada proveitosa para ensinar, para redargir, para corrigir, para instruir em justia, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instrudo para toda boa obra (2 Tm 3.16,17).

    Cremos na inspirao plenria da Bblia. Deus fala com os homens pela Palavra. Ele fala conosco pelo Filho. Mas sem a palavra escrita como saberamos que o Verbo (ou Palavra) se fez carne? Ele fala conosco pelo Esprito, mas o Esprito usa a Palavra escrita como veculo de revelao, pois Ele o verdadeiro Autor das Santas Escrituras. O que o Esprito revela est de acordo com a Palavra.

    A f crist deriva da Bblia. Esta o fundamento da f, da salvao e da santificao. o guia do carter e conduta cristos. Lmpada para os meus ps tua palavra e luz, para o meu caminho (SI 119.105).

    A revelao de Deus e sua vontade para os homens so adequadas e completas na Bblia. A grande tarefa da igreja comunicar o conhecimento da Palavra, iluminar os olhos do entendimento e despertar e aclarar a conscincia para que os homens aprendam a viver neste presente sculo sbria, justa e piamente. Este processo conduz posse da herana [que ] incorruptvel, incontaminvel e que se no pode murchar, guardada nos cus (Tt 2.12; 1 Pe 1.4).

    Quando consideramos a traduo e a interpretao da Bblia, admitimos que somos guiados por homens que no so inspirados. A limitao humana, como tambm o fato inconteste de que nenhuma escritura de particular interpretao, ou seja, no tem uma nica interpretao, permite variao na exegese e exposio da Bblia.

    O Comentrio Bblico Beacon (CBB) oferecido em dez volumes com a apropriada modstia. No suplanta outros. Nem pretende ser exaustivo ou conclusivo. O empreendimento colossal. Quarenta dos escritores mais capazes foram incumbidos dessa tarefa. So pessoas treinadas com propsito srio, dedicao sincera e devoo suprema. Os patrocinadores e editores, bem como todos os colaboradores, oram com fervor para que esta nova contribuio entre os comentrios da Bblia seja til a pregadores, professores e leigos na descoberta do significado mais profundo da Palavra de Deus e na revelao de sua mensagem a todos que a ouvirem.

    G. B. Williamson

  • AgradecimentosAgradecemos imensamente a permisso concedida para a citao de material prote

    gido por direitos autorais conforme segue:

    University of Chicago Press: Daniel D. Luckenbill, Os anais de Senaqueribe. Fleming H. Revell Co., Westwood, Nova Jersey. Citao de Alan Redpath, Servi

    o cristo vitorioso. The Berkeley Version in modem English (A Bblia de Berkeley em ingls mo

    derno). Copyright 1958,1959 da Zondervan Publishing House. The Bible: A new translation (Nova Traduo da Bblia), de James Moffatt.

    Copyright 1950,1952,1953,1954 de James A. R. Moffatt. Usado com permisso da Harper and Row.

    The Bible: An American translation (Traduo Americana). J. M. Powis Smith, Edgar J. Goodspeed. Copyright 1923,1927,1948 da The University of Chicago Press.

    Revised Standard Version of the Holy Bible (Verso revisada padro). Copyright 1946 e 1952 da Diviso de Educao Crist do Conclio Nacional de Igrejas.

    Tanto os editores quantos os escritores trabalharam em conjunto na seleo e contribuio de sugestes homilticas e esboos de estudo de todo o volume.

    Mapas e diagramas presentes no final deste volume so adaptados e reproduzidos da obra Bible Maps and Charts (Mapas e diagramas bblicos) da Beacon Hill Press, ou foram especialmente preparados para este volume.

  • Citaes e Referncias

    0 tipo negrito na exposio de todo este comentrio indica a citao bblica extrada da verso feita por Joo Ferreira de Almeida, edio de 1995, Revista e Corrigida (RC). Referncias a outras verses bblicas so colocadas entre aspas seguidas pela indicao da verso.

    Nas referncias bblicas, uma letra (a, b, c, etc.) designa parte de frase dentro do versculo. Quando nenhum livro citado, compreende-se que se refere ao livro sob anlise.

    Dados bibliogrficos sobre uma obra citada por um escritor podem ser encontrados consultando-se a primeira referncia que o autor fez obra ou reportando-se bibliografia.

    As bibliografias no tm a pretenso de ser exaustivas, mas so includas para fornecer dados de publicao completos para os volumes citados no texto.

    Referncias a autores no texto, ou a incluso de seus livros na bibliografia, no constituem endosso de suas opinies. Toda leitura no campo da interpretao bblica deve ter caracterstica discriminadora e ser feita de modo reflexivo.

  • Como Usar o Comentrio Bblico Beacon

    A Bblia um livro para ser lido, entendido, obedecido e compartilhado com as pessoas. O Comentrio Bblico Beacon (CBB) foi planejado para auxiliar dois destes quatro itens: o entendimento e o compartilhamento.

    Na maioria dos casos, a Bblia sua melhor intrprete. Quem a l com a mente aberta e esprito receptivo se conscientiza de que, por suas pginas, Deus est falando com o indivduo que a l. Um comentrio serve como valioso recurso quando o significado de uma passagem no est claro sequer para o leitor atento. Mesmo depois de a pessoa ter visto seu particular significado em determinada passagem da Bblia, recompensador descobrir que outros estudiosos chegaram a interpretaes diferentes no mesmo texto. Por vezes, esta prtica corrige possveis concepes errneas que o leitor tenha formado.

    O Comentrio Bblico Beacon (CBB) foi escrito para ser usado com a Bblia em mos. Muitos comentrios importantes imprimem o texto bblico ao longo das suas pginas. Os editores se posicionaram contra esta prtica, acreditando que o usurio comum tem sua compreenso pessoal da Bblia e, por conseguinte, traz em mente a passagem na qual est interessado. Outrossim, ele tem a Bblia ao alcance para checar qualquer referncia citada nos comentrios. Imprimir o texto integral da Bblia em uma obra deste porte teria ocupado aproximadamente um tero do espao. Os editores resolveram dedicar este espao a recursos adicionais para o leitor. Ao mesmo tempo, os escritores enriqueceram seus comentrios com tantas citaes das passagens em debate que o leitor mantm contato mental fcil e constante com as palavras da Bblia. Estas palavras citadas esto impressas em tipo negrito para pronta identificao.

    E sclarecimento de P assagens R elacionadas

    A Bblia sua melhor intrprete, quando determinado captulo ou trecho mais longo lido para descobrir-se o seu significado. Este livro tambm seu melhor intrprete quando o leitor souber o que a Bblia diz em outros lugares sobre o assunto em considerao. Os escritores e editores do Comentrio Bblico Beacon (CBB) se esforaram continuamente para proporcionar o mximo de ajuda neste campo. Referncias cruzadas, relacionadas e cuidadosamente selecionadas, foram includas para que o leitor encontre a Bblia interpretada e ilustrada pela prpria Bblia.

    T ratamento do s P argrafos

    A verdade da Bblia melhor compreendida quando seguimos o pensamento do escritor em sua seqncia e conexes. As divises em versculos com que estamos familiarizados foram introduzidas tardiamente na Bblia (no sculo XVI, para o Novo Testamento, e no sculo XVII, para o Antigo Testamento). As divises foram feitas s pressase, por vezes, no acompanham o padro de pensamento dos escritores inspirados. O

  • mesmo verdadeiro acerca das divises em captulos. A maioria das tradues de hoje organiza as palavras dos escritores bblicos de acordo com a estrutura de pargrafo conhecida pelos usurios da lngua portuguesa.

    Os escritores deste comentrio consideraram a tarefa de comentar de acordo com este arranjo de pargrafo. Sempre tentaram responder a pergunta: O que o escritor inspirado estava dizendo nesta passagem? Os nmeros dos versculos foram mantidos para facilitar a identificao, mas os significados bsicos foram esboados e interpretados nas formas mais amplas e mais completas de pensamento.

    Introduo dos L ivros da B blia

    A Bblia um livro aberto para quem a l refletidamente. Mas entendida com mais facilidade quando obtemos um maior entendimento de suas origens humanas. Quem escreveu este livro? Onde foi escrito? Quando viveu o escritor? Quais foram as circunstncias que o levaram a escrever? Respostas a estas perguntas sempre acrescentam mais compreenso s palavras das Escrituras.

    Estas respostas so encontradas nas introdues. Nesta parte h um esboo de cada livro. A Introduo foi escrita para dar-lhe uma viso geral do livro em estudo, fornecer- lhe um roteiro seguro antes de voc enfronhar-se no texto comentado e proporcionar-lhe um ponto de referncia quando voc estiver indeciso quanto a que caminho tomar. No ignore o sinal de advertncia: Ver Introduo. Ao final do comentrio de cada livro h uma bibliografia para aprofundamento do estudo.

    M apas, D iagramas e I lustraes

    A Bblia trata de pessoas que viveram em terras distantes e estranhas para a maioria dos leitores dos dias atuais. Entender melhor a Bblia depende, muitas vezes, de conhecer melhor a geografia bblica. Quando aparecer o sinal: Ver Mapa, voc deve consultar o mapa indicado para entender melhor os locais, as distncias e a coordenao de tempo relacionados com a poca das experincias das pessoas com quem Deus estava lidando.

    Este conhecimento da geografia bblica o ajudar a ser um melhor pregador e professor da Bblia. At na apresentao mais formal de um sermo importante a congregao saber que a fuga para o Egito era uma viagem a p, de uns 320 quilmetros, em direo sudoeste. Nos grupos informais e menores, como classes de escola dominical e estudos bblicos em reunies de orao, um grande mapa em sala de aula permite o grupo ver os lugares tanto quanto ouvi-los ser mencionados. Quando vir estes lugares nos mapas deste comentrio, voc estar mais bem preparado para compartilhar a informao com os integrantes da sua classe de estudo bblico.

    Diagramas que listam fatos bblicos em forma de tabela e ilustraes lanam luz sobre as relaes histricas da mesma forma que os mapas ajudam com o entendimento geogrfico. Ver uma lista ordenada dos reis de Jud ou das aparies ps-ressurreio de Jesus proporciona maior entendimento de um item em particular dentro de uma srie. Estes diagramas fazem parte dos recursos oferecidos nesta coleo de comentrios.

  • 0 Comentrio Bblico Beacon (CBB) foi escrito tanto para o recm-chegado ao estudo da Bblia como para quem, h muito est, familiarizado com a Palavra escrita. Os escritores e editores examinaram cada um dos captulos, versculos, frases, pargrafos e palavras da Bblia. O exame foi feito com a pergunta em mente: O que significam estas palavras? Se a resposta no evidente por si mesma, incumbimo-nos de dar a melhor explicao conhecida por ns. Como nos samos o leitor julgar, mas o convidamos a ler a explanao dessas palavras ou passagens que podem confundi-lo em sua leitura da Palavra escrita de Deus.

    E xegese e E xposio

    Os comentaristas bblicos usam estas palavras para descrever dois modos de elucidar o significado de uma passagem da Bblia. Exegese o estudo do original hebraico ou grego para entender que significados tinham as palavras quando foram usadas pelos homens e mulheres dos tempos bblicos. Saber o significado das palavras isoladas, como tambm a relao gramatical que mantinham umas com as outras, serve para compreender melhor o que o escritor inspirado quis dizer. Voc encontrar neste comentrio esse tipo de ajuda enriquecedora. Mas s o estudo da palavra nem sempre revela o verdadeiro significado do texto bblico.

    Exposio o esforo do comentarista em mostrar o significado de uma passagem na medida em que afetado por qualquer um dos diversos fatos familiares ao escritor, mas, talvez, pouco conhecidos pelo leitor. Estes fatos podem ser: 1) O contexto (os versculos ou captulos adjacentes), 2) o pano de fundo histrico, 3) o ensino relacionado com outras partes da Bblia, 4) a significao destas mensagens de Deus conforme se relacionam com os fatos universais da vida humana, 5) a relevncia destas verdades para as situaes humanas exclusivas nossa contemporaneidade. O comentarista busca explicar o significado pleno da passagem bblica sob a luz do que melhor compreende a respeito de Deus, do homem e do mundo atual.

    Certos comentrios separam a exegese desta base mais ampla de explicao. No Comentrio Bblico Beacon (CBB), os escritores combinaram a exegese e a exposio. Estudos cuidadosos das palavras so indispensveis para uma compreenso correta da Bblia. Mas hoje, tais estudos minuciosos esto to completamente refletidos em vrias tradues atuais que, muitas vezes, no so necessrios, exceto para aumentar o entendimento do significado teolgico de certa passagem. Os escritores e editores desta obra procuraram espelhar uma exegese verdadeira e precisa em cada ponto, mas discusses exegticas especficas so introduzidas primariamente para proporcionar maior esclarecimento no significado de determinada passagem, em vez de servir para engajar-se em discusso erudita.

    A Bblia um livro prtico. Cremos que Deus inspirou os homens santos de antigamente a declarar estas verdades, para que os leitores melhor entendessem e fizessem a vontade de Deus. O Comentrio Bblico Beacon (CBB) tem a incumbncia primordial de ajudar as pessoas a serem mais bem-sucedidas em encontrar a vontade de Deus conforme revelada nas Escrituras descobrir esta vontade e agir de acordo com este conhecimento.

  • A j u d a s pa r a a P reg a o e o E n s in o d a B b l ia

    J dissemos que a Bblia um livro para ser compartilhado. Desde o sculo I, os pregadores e professores cristos buscam transmitir a mensagem do evangelho lendo e explicando passagens seletas da Bblia. O Comentrio Bblico Beacon (CBB) procura incentivar este tipo de pregao e ensino expositivos. Esta coleo de comentrios contm mais de mil sumrios de esboos expositivos que foram usados por excelentes pregadores e mestres da Bblia. Escritores e editores contriburam ou selecionaram estas sugestes homilticas. Esperamos que os esboos indiquem modos nos quais o leitor deseje expor a Palavra de Deus classe bblica ou congregao. Algumas destas anlises de passagens para pregao so contribuies de nossos contemporneos. Quando h esboos em forma impressa, do-se os autores e referncias para que o leitor v fonte original em busca de mais ajuda.

    Na Bblia, encontramos a verdade absoluta. Ela nos apresenta, por inspirao divina, a vontade de Deus para nossa vida. Oferece-nos orientao segura em todas as coisas necessrias para nossa relao com Deus e, segundo sua orientao, para com nosso semelhante. Pelo fato de estas verdades eternas nos terem chegado em lngua humana e por mentes humanas, elas precisam ser colocadas em palavras atuais de acordo com a mudana da lngua e, segundo a modificao dos padres de pensamento. No Comentrio Bblico Beacon (CBB), nos empenhamos em tornar a Bblia uma lmpada mais eficiente para os caminhos das pessoas que vivem no presente sculo.

    A. F. H a r p e r

  • Abreviaturas Usadas neste Comentrio

    Vulg. VulgataLXX SeptuagintaASV American Standard Revised VersionERV English Revised VersionRSV Revised Standard VersionAmplified NT Amplified New TestamentNASB New American Standard BibleNEB New English BibleAJSL The American Journal of Semitic LanguagesARI Archaeology and the Religion of Israel, de William F. AlbrightBA Biblical ArchaeologistBASOR Bulletin of the American Schools of Oriental ResearchBerk. The Berkeley Version in Modern EnglishIB Interpreters BibleIDB The Interpreters Dictionary of the BibleISBE International Standard Bible EncyclopaediaJBL Journal of Biblical LiteratureKJV King James VersionNBC The New Bible CommentaryNBD The New Bible Dictionarycap. captulocaps. captulosV. versculow. versculosAT Antigo TestamentoNT Novo Testamentohb. hebraicogr. grego

  • Sumrio

    VOLUME 2

    JOSU 19Introduo 21Comentrio 24Notas 82Bibliografia 85

    JUZES 89Introduo 91Comentrio 96Notas 153Bibliografia 154

    RUTE 157Introduo 159Comentrio 162Notas 170Bibliografia 171

    1 E 2 SAMUEL 173Introduo 175Comentrio 179Notas 264Bibliografia 267

    1 E 2 REIS 271Introduo 273Comentrio 278Notas 393Bibliografia 402

    1 E 2 CRNICAS 407Introduo 409Comentrio 413Notas 477Bibliografia 480

  • ESDRAS 4 8 3IntroduoComentrioNotasBibliografia

    NEEMIASIntroduoComentrioNotasBibliografia

    ESTERIntroduoComentrioNotasBibliografia

    MAPAS, DIAGRAMAS E ILUSTRAES

    485488504

    (veja p. 562)

    5 0 7

    (veja p. 485) 510 537

    (veja p. 562)

    5 4 1

    543547560562

    5 6 6

    Autores deste volume 573

  • 0 Livro de

    JOSU

    Chester 0. Mulder

  • Introduo

    O livro de Josu provocou muitas controvrsias e teorias em relao sua autoria e datao. 1 Uma abordagem detalhada de cada um desses itens exige uma quantidade excessiva de tempo e espao. No existe uma nica teoria que, atualmente, encontre aceitao universal. Este fato sinaliza que o intrprete de Josu deve abordar esses problemas luz da melhor informao disponvel. Ele deve sempre se lembrar que Josu um livro antigo e que reflete um ambiente social e cultural diferente da poca do leitor.

    Embora a autoria humana possa ser debatida, a inspirao divina clara. As evidncias tanto internas quanto externas contribuem para esta concluso. Este fato nos apresenta a necessidade de considerarmos a natureza da inspirao divina.

    As Escrituras afirmam que Deus se comunica com o homem. Algumas afirmaes pertinentes a este aspecto so: Havendo Deus, antigamente, falado muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas; a ns, falou-nos nestes ltimos dias, pelo Filho (Hb 1.1). Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia (2 Tm 3.16). Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Esprito Santo (2 Pe 1.21). Estas e outras passagens similares destacam a idia de que Deus estabeleceu um relacionamento inteligvel com a humanidade.2

    T. W. Manson enfatiza que nenhum verdadeiro intrprete das Escrituras pode ficar indiferente ao elemento divino nesses escritos. Ele diz:

    Precisamos optar entre um tesmo extremo, tal como o ensinado pelo cristianismo, e um atesmo extremo. Precisamos pensar no universo tanto como uma obra realizada com um propsito divino quanto como um acidente mais ou menos lam entvel.3

    H. Orton Wiley concluiu que ou os escritores sacros falaram movidos pelo Esprito Santo ou deveriam ser considerados impostores, concluso esta invalidada pela qualidade e pelo carter duradouro de sua obra. 4

    Cari F. H. Henry explica que a palavra theopneustos (2 Tm 3.16), literalmente soprada por Deus, afirma que o Deus vivo o autor das Escrituras. 5

    Surgem algumas implicaes importantes quando o princpio da autoria divina aplicado ao livro de Josu. A primeira delas que a mensagem encontrada em Josu deveria se mesclar com aquele que se encontra no resto da Bblia. Esta concluso se baseia no princpio de que o Autor das Escrituras no se contradiz.

    Uma segunda implicao que o livro de Josu uma parte do corpo de verdade que Deus revelou humanidade.6 Isto significa que o livro um registro parcial de um povo com quem Deus tem atividades especficas. Existe nele necessariamente continuidade histrica e progresso.

    Uma terceira implicao se baseia no conceito primitivo cristo de que o Antigo Testamento cumprido no Novo Testamento. Conseqentemente, Josu prefigura algumas verdades que tm seu cumprimento no Novo Testamento.

    21

  • Uma observao do papel ativo atribudo a Deus, presente em todo o livro de Josu, implica que Deus no apenas o autor dos escritos, mas tambm dos eventos que esto ali registrados. Ele apresentado com aquele que toma a iniciativa dos movimentos feitos por Israel. Foi Deus quem escolheu e instruiu Josu para fazer sua obra. Foi Ele quem condenou o povo pela desobedincia e o elogiou pela sua cooperao (cf. Js 1.1-9; 4.1-7,15,16; 7.10). Por todo o livro o elemento divino certamente magnificado e o elemento humano minimizado. Conseqentemente, a nfase espiritual do livro deve receber adequada considerao pelo intrprete.

    A posio assumida por Hugh J. Blair em relao autoria humana e datao do livro de Josu parece bastante razovel. Ele conclui que as fontes das quais ele derivado eram contemporneas aos eventos descritos e o livro assumiu sua forma atual em pocas antigas.7

    No existe desejo algum de ignorar qualquer problema textual, contudo, o espao limitado que foi reservado a esses problemas nesta obra restringiu sua explorao.

    Nenhuma afirmao feita em relao a ter-se esgotado o total de verdade no livro de Josu. Contudo, temos a firme esperana de que algumas portas para a compreenso da mensagem de Deus foram deixadas entreabertas.

    2 2

  • Esboo

    I. J osu conquista Cana, 1 .1 -1 2 .2 4

    A. Informaes para Entrar em Cana, 1.1-2.24B. O Exrcito Toma Posio a Oeste do Jordo, 3.1-6.27C. Conquistas na Palestina Central, 7.1-9.27D. Conquistas ao Sul da Palestina, 10.1-43E. Conquistas ao Norte, 11.1-15E Resumo das Conquistas, 11.16-12.24

    II. J osu divide a T erra P rometida, 1 3 .1 -2 1 .4 5

    A. O Territrio No Conquistado, 13.1-6B. O Registro das Terras a Leste do Jordo, 13.7-33C. A Herana das Tribos a Oeste do Jordo, 14.1-19.51D. As Cidades de Refgio, 20.1-9E. As Cidades Levticas, 21.1-42F. Resumo da Fidelidade de Deus, 21.43-45

    III. J osu conclui sua misso, 2 2 .1 -2 4 .3 3

    A. Os Auxiliares do Leste do Jordo so Liberados, 22.1-34B. O Discurso de Despedida de Josu, 23.1-24.28C. O Sepultamento de Trs Grandes Lderes, 24.29-33

  • S e o I

    JOSU CONQUISTA CANA

    Josu 1.1 12.24

    A. Inform aes para entrar em Ca n a , 1.12.24

    1. Deus Informa a Josu (1.1-9)

    a. Quem era Josu? Os vislumbres que vemos dele antes da morte de Moiss esto associados a importantes eventos da histria de Israel. Quando o exrcito de Israel precisava de um lder, Josu foi comissionado para ser o general (cf. Ex 17.8,9). Quando Deus entregou os Dez Mandamentos a Moiss no monte Sinai, Josu era o seu acompanhante (cf. Ex 24.13; 32.17). Ainda jovem, foi encarregado do Tabernculo quando a idolatria do povo fez com que Moiss o removesse do acampamento (Ex 33.11). Josu mostrou sua lealdade liderana quando percebeu que tal fato estava sendo ameaado (cf. Nm 11.24-29). Em Cades-Barnia Josu foi escolhido para ser o representante de sua tribo, a de Efraim (cf. Nm 13.8,16).

    Josu alcanou o ttulo de servidor de Moiss (cf. Ex 24.13; Js 1.1). Os termos servidor e servo so usados alternadamente em referncia a Josu (cf. tambm Ex 33.11 e Nm 11.28). Enquanto servia como oficial comandante do exrcito, ele destruiu os inimigos de Israel (cf. Ex 17.13). Nos perodos em que seus irmos se rebelaram contra Deus, Josu manteve sua f no plano de Deus.

    Depois de muitos anos de trabalho conjunto, Josu perde seu oficial superior, Moiss. Todavia, ele se manteve em contato com o Senhor, que falou a Josu, filho de Num (1).

    Quando o nome Josu traduzido para o grego, ele se torna Jesus (cf. At 7.45; Hb4.8). Este nome significa Salvador. Em muitos aspectos, este Jesus do Antigo Testamento prefigura caractersticas do Jesus do Novo Testamento. No foi registrado nenhum mal contra ele. Ele estava livre de todo desejo de autopromoo ou cobia; no

    2 4

  • J osu conquista C ana J osu 1.1-2

    existe trao de egosmo que manche a nobreza simples de seu carter; em todas as circunstncias ele demonstrou um desejo supremo: conhecer a vontade de Deus. Sua principal ambio era fazer a vontade divina. Josu foi um homem de coragem inabalvel e perseverana invencvel que mostrou profunda confiana diante das dificuldades. Suas aes imediatas lhe deram vitrias. As outras pessoas lhe deram grande honra em funo da desconsiderao altrusta de seus prprios interesses pessoais. Ele nunca deixou de demonstrar uma profunda preocupao pelos interesses daqueles a quem liderava.

    Desse modo, na plenitude dos tempos, quando Deus precisava de um homem bem preparado, Ele escolheu Josu. O Senhor encontrou naquele homem algum que ouviria suas instrues. Josu era algum que cumpriria suas tarefas. Estas qualidades de carter to associadas disposio de Josu so sempre aprovadas por Deus.

    b. De que maneira Deus falou com Josu? O autor do livro no faz qualquer esforo para explicar de que maneira Deus falou com este homem. Contudo, com considervel freqncia, ele declara que Deus se comunicava com Josu (cf. Js 1.1-9; 3.7; 4.1; 6:2, para citar apenas alguns exemplos).

    Em diferentes ocasies lemos que Deus falou por meio de Urim e Tumim (cf. Nm 27.21; Dt 33.8; 1 Sm 28.6). Mas no existe registro algum o qual indique que Ele falou alguma vez com Josu desta maneira.

    E bem possvel que Deus tenha falado com ele da mesma maneira que falou com Abrao (cf. Gn 12.1; 13.14; 15.1,18) ou com Jac (Gn 28.13; 35.1,10). Essa suposio, porm, no responde pergunta relativa maneira como isso foi feito. Uma coisa se torna evidente, a saber: Deus falou de tal maneira que eliminou qualquer dvida na mente de Josu em relao a quem estava falando e aquilo que era dito.

    c. Deus d ordem para entrar em Cana (1.2). Levanta-te, pois, agora, passa este Jordo. A continuidade do programa de Deus para Israel manifesta nesta ordem. Israel deveria comear a se mover rumo Terra Prometida de uma vez. A morte de Moiss tratada na histria de Israel apenas como uma virgula, no como um ponto final. As promessas feitas a Abrao, Isaque e Jac serviam agora como um antigo fundamento para os eventos que se cumpriam. A libertao operada por Moiss no deveria ser considerada como um fim em si mesma, mas ser aceita como arauto dos prximos avanos.

    Os anos de treinamento de Josu o haviam preparado para esta misso especfica. Os planos e os propsitos de Deus teriam seqncia. Fica bvio aqui que o programa de Deus excede o tempo de vida de qualquer homem.

    Existe continuidade no apenas do programa de Deus sendo revelado nesta ordem para entrar em Cana, mas tambm existe uma continuidade da manifestao divina. O que aconteceu sob Josu forma o mais importante captulo do processo de revelao por meio do qual Deus se tornou conhecido a Israel... Os livros histricos hebraicos so... os registros de uma manifestao divina. 1 Assim, Deus influenciara a histria humana no passado e continuava a fazer isso nos dias de Josu.2 O reconhecimento dessa verdade de uma ajuda muito importante na descoberta do significado do livro de Josu.

    Um dos problemas mais importantes na misso de Josu foi este: como eles poderiam cruzar o Jordo alagado? 3 O problema destaca-se ainda mais pelo fato de que isso aparentemente no perturbou Josu. Ele estava convencido de que tudo aquilo que Deus

    25

  • J osu 1.3-5 J osu conquista C ana

    desejava seria possvel para aqueles que lhe obedecessem com f verdadeira. Josu dissera anteriormente a Israel que se o Senhor se agradar de ns, ento, nos por nesta terra e no-la dar... To-somente no sejais rebeldes contra o Senhor e no temais o povo desta terra, porquanto so eles nosso po; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor conosco; no os temais (Nm 14.8,9). Josu no titubeou diante de tais promessas. Ele sabia que o Senhor abriria um caminho para o seu povo.

    d. Instrues concernentes ao programa humano-divinal (1.3). Todo lugar que pisar a planta do vosso p, vo-lo tenho dado. Esta a mesma promessa que Deus fizera aos patriarcas (Gn 12.1-7; 13.14-17; x 23.30ss). Esta promessa foi desacreditada pelo povo em Cades-Barnia (Nm 14.1-4). Em conseqncia dessa ao, Israel teve que padecer severamente durante os anos seguintes. Agora, debaixo da liderana de Josu, Israel estava prximo de completar o circuito Deus-homem, de modo que o poder de Deus pudesse trabalhar a favor deles. A desobedincia neste ponto significaria simplesmente a continuao da tragdia. A obedincia significava a possesso vitoriosa da Terra Prometida.

    Uma vez que obedeceu a Deus, Israel fez o Senhor conhecido a todos os povos com quem entrou em contato. Naqueles momentos, seus inimigos foram rendidos indefesos. O prprio povo de Israel tornou-se invencvel. Israel tomou-se vtima do seu ambiente todas as vezes que rompeu seu relacionamento com Deus.

    e. Instrues relativas s fronteiras (1.4). Deus ofereceu ao povo a terra que se estendia do deserto, ao sul, at a faixa do Lbano, ao norte. Esta oferta inclua a terra a leste do rio Eufrates e a oeste do mar Mediterrneo (veja mapa). Eles tambm deveriam possuir toda a terra dos heteus, que inclua uma grande poro da sia Menor.4 Esta poro de terra era muito maior do que aquilo que Israel j havia ocupado. Davi e Salomo aplicaram tributos maior parte dessa extenso de terra, mas em qualquer perodo da histria de Israel as fronteiras foram apenas temporariamente mantidas.

    A extenso dessas fronteiras sugere a prodigalidade da proviso de Deus para com seu povo. Deus tinha o propsito de ver todas as terras ocupadas por seus santos seguidores (cf. Dt 11.22-25). Se tivessem obedecido plenamente a Deus, eles poderiam ter causado um impacto de justia entre todas as naes da terra. Tal influncia era desesperadamente necessria. Deus queria que Israel realizasse esta misso, mas aqueles a quem Ele tanto favorecera romperam a aliana que tinham com Ele (Jz 1.21 - 2.15). Como resultado da infidelidade deles, naes que poderiam ter sido iluminadas foram deixadas nas trevas. Os prprios israelitas deixaram de ser conquistadores para se tomarem escravos. A histria de Israel revela que apenas a confiana e a obedincia a Deus trouxeram ricas recompensas. Sem o Senhor, eles no podiam fazer algo que fosse digno de nota.

    f. O segredo da invencibilidade revelado (1.5). Deus no apenas colocou diante de Josu uma viso daquilo que poderia ser feito, mas tambm lhe assegurou da necessria dinmica de fazer com que a viso se tornasse realidade. Como fui com Moiss, assim serei contigo era toda a segurana que Josu desejava. Josu sabia que Deus tinha tornado Moiss invencvel no meio dos perigos e das provaes. Ele jamais poderia se esquecer de como Moiss confrontou o mandatrio do Egito e como venceu. Ele viu Moiss lidar com um povo apstata e testemunhou que Deus no o abandonou.

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  • J osu conquista C ana J osu 1.5-8

    Porque Moiss manteve-se em harmonia com Deus, as guas amargosas tornaram- se doces, as mordidas das serpentes venenosas foram curadas, a lepra foi extirpada, o po do cu foi dado, e a gua fluiu de uma rocha numa terra seca. Josu estava convencido de que os recursos de Deus jamais acabariam. Ele sabia que nenhuma crise ou evento inesperado faria com que Deus o deixasse sozinho.

    A palavra de Deus - no te deixarei nem te desampararei - fez com que Josu ficasse pronto para cumprir sua misso.

    A extenso da assistncia divina ao novo lder sugere que os grandes homens de Deus vm e vo, mas o poder que faz com que eles sejam grandes permanece. Deus quer que seu povo de todas as eras se lembre que Ele no deixar seus filhos quando estiverem fracos, nem os desamparar quando eles falharem (cf. Dt 31.8).

    g. A importncia de uma boa disposio (1.6). Josu deveria preparar uma liderana que fosse caracterizada pelo otimismo genuno. Ele mesmo deveria se esforar e ter bom nimo. Para cumprir esta demanda, deveria estar plenamente convencido de que Deus faria tudo o que prometera. Dvidas e temores assaltariam Josu, mas ele deveria lutar o combate da f e esperar pelo triunfo. Deus contava com ele para que o povo herdasse a terra que jurei a seus pais lhes daria. Deus no tomou providncia alguma em relao ao fracasso. Josu tambm deveria ter a mesma atitude mental.

    Uma postura negativa trouxe a derrota a Israel por mais de uma gerao. Um novo dia havia amanhecido; novas oportunidades foram oferecidas. Sem f, no seria possvel agradar a Deus, e tudo o que Ele lhes dera seria perdido. A f traria a vitria.

    h. A chave para o sucesso (1.7,8). A eficcia de qualquer coisa que Josu tentasse fazer seria determinada por esta chave: Esfora-te e tem mui bom nimo para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo Moiss te ordenou (7). Aqui e no versculo 8 a palavra lei usada para identificar os textos que Moiss deixara em relao vontade de Deus para seu povo. A Tor hebraica significa mais do que a legislao. Ela sugere a idia de instruo e orientao. Nenhuma obrigao ou responsabilidade deveria justificar qualquer desvio dessas regras .bsicas para a vida. Havia perigo frente se Josu no usasse esta chave com diligncia. O medo era um perigo; portanto, ele deveria se esforar e ter bom nimo. O comprometimento era perigoso; assim, ele no deveria se desviar nem para a direita nem para a esquerda. O esquecimento era uma ameaa; ele no deveria permitir que esta palavra ficasse fora de sua boca. A superficialidade tambm era um perigo, de modo que ele deveria meditar no livro da lei dia e noite (8). Ao discutir o termo meditar, J. S. McEwen sugere que o ato de algum praticar uma concentrao proposital da mente no assunto da meditao e a deliberada expulso de pensamentos e imagens contraditrios.6

    Desse modo, toda a fora e a coragem de Josu deveriam estar focalizadas na observncia do programa de Deus. O Senhor j concedera um cdigo para o sucesso que sobreviveria ao mais diligente escrutnio. Neste manual estava a certeza de prosperar por onde quer que andares, de fazer prosperar o teu caminho e prudentemente te conduzirs. Aqui estava a chave para o sucesso: quem a usasse viveria de maneira sbia e comportar-se-ia com prudncia.

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  • J osu 1.9-10 J osu conquista C ana

    1. A iniciativa de Deus (1.9). No to mandei eu? Josu no deveria seguir os gostos pessoais nem as ambies egostas. Ele deveria realizar as ordens do Senhor. Em nenhum momento ele deveria pensar em Deus apenas como o Ouvinte silencioso de suas conversas. O Senhor era o Iniciador de todo o programa de Josu. Deus colocara em movimento um estilo de vida que exigia ateno total deste servo fiel.

    O plano de Deus para o homem no se originou em Josu, nem terminou nele. [Deus] nos elegeu nele antes da fundao do mundo, para que fssemos santos e irrepreensveis diante dele em caridade (Ef 1.4). Este tipo de programa exige a lealdade total do homem, o qual no deve se desviar nem para a direita nem para a esquerda. O medo, o comprometimento, o esquecimento e a superficialidade devem ser diligentemente evitados. O homem deve sempre se lembrar deste retumbante desafio: No to mandei eu? E o prprio Deus quem precisa estar a cargo de todas as operaes.

    O Senhor no apenas apresenta um modo de vida, mas tambm prescreve o estado mental no qual este plano deve ser executado: Esfora-te e tem bom nimo; no pasmes, nem te espantes. (1) Deus desafia o homem a empregar todo o seu poder na tarefa. (2) O homem tambm deve fazer a obra do Senhor com grande expectativa. Isaas sugere esta atitude na afirmao que faz de que os resgatados do Senhor voltaro e viro a Sio com jbilo; e alegria eterna haver sobre a sua cabea; gozo e alegria alcanaro, e deles fugir a tristeza e o gemido (Is 35.10). Alm disso, (3) o homem deve servir destemidamente. Os tmidos encabeam a lista daqueles que tero a sua parte... no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 21.8). Aqueles que servem ao Senhor corretamente no tm lugar naquela multido. Finalmente, (4) o servo do Senhor deve ser intrpido. Ele pode ser tentado em todos os aspectos, mas no deve ceder. Ele deve ser como o Josu do Novo Testamento, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta (Hb 12.2). Josu precisava do conselho nem te espantes.

    Contudo, o Senhor faz mais do que traar um plano e prescrever um mtodo. Ele tambm fornece a dinmica por meio da qual o plano e o mtodo se tornam possveis para aqueles que decidem obedecer. Este poder no outro seno o fato de que o Senhor, teu Deus, contigo, por onde quer que andares.

    Esta presena foi de grande significado para Josu. Dali em diante, ele estava qualificado a realizar o trabalho para o qual fora chamado. A comunho com Deus estava mantida, pois Ele estava prximo, mo. As dificuldades de entrar na terra no significavam problemas srios, pois o Senhor podia facilmente abrir caminho para que eles entrassem. Vencer toda a oposio era a coisa certa; Aquele que era por ele era maior do que aqueles que eram contra ele.

    O cristo reconhece a importncia da presena de Deus. Jesus Cristo prometeu aos seus seguidores: Eis que eu estou convosco todos os dias (Mt 28.20). Ele garantiu aos seus seguidores: Recebereis a virtude do Esprito Santo, que h de vir sobre vs (At1.8). E por causa da presena de Deus que o cristo enfrenta as vicissitudes da vida de maneira triunfante.

    2. Josu Instrui seus Oficiais e o Povo (1.10-18)a. O povo deve se preparar (1.10,11). Parece que este episdio foi colocado aqui fora

    de sua ordem cronolgica, de modo apenas a manter a continuidade do relato principal. E bem provvel que o povo tenha recebido esta ordem depois de os espias terem voltado

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  • J osu conquista C ana J osu 1.10 2.1

    de Jeric (cf. 2.22; 3.2). Contudo, este relato poderia muito bem se encaixar em ordem cronolgica, pois Josu sempre fez bom uso de seu tempo. Ele foi um homem de f e de ao. Josu certamente queria que as pessoas estivessem em prontido para se mover. Ele queria que elas estivessem ansiosas pelo mesmo tipo de vitria do qual ele falara. Prncipes do povo (10) - no sabemos exatamente de qual extirpe eles eram. Evidncias de organizao dentro das tribos so encontradas em Deuteronmio 16.18; 20.5,9; 31.28, etc. Josu enviou uma ordem para que o povo providenciasse... vveres (11). Ele sabia que somente depois de terem feito sua parte que poderiam esperar que Deus agisse em seu favor. A ansiedade pelo sucesso possui em si mesma um vital relacionamento com a preparao.

    b. As tribos a leste do Jordo deveriam ajudar (1.12-15). As tribos de Rben, Gade e a meia tribo de Manasss receberam herana no lado leste do Jordo, ainda durante a administrao de Moiss (cf. Nm 32, Dt 3.12-20). O acordo era que aqueles israelitas deveriam deixar seu gado e sua famlia no lado leste, pois como homens valentes e valorosos (14) deveriam servir como tropas de choque e liderar o avano sobre a oposio em Cana. Esses homens deveriam estar livres de qualquer interesse familiar ou materialista durante este perodo. Alm do mais, eles deveriam estar ansiosos por completar as conquistas e voltar para suas casas.

    A qualidade da liderana de Josu revelada aqui. Ele no forou aquelas pessoas a cumprirem sua promessa. Ele apenas apelou para que elas se lembrassem da palavra que vos mandou Moiss, o servo do Senhor (13). Josu tinha um julgamento suficientemente bom para saber que, se eles no respondessem com lealdade quele por quem eles ainda choravam, ento havia pouca esperana de que eles pudessem ser de verdadeira ajuda.

    c. As tribos a oeste do Jordo oferecem sua lealdade (1.16-18). Aqueles israelitas estavam prontos para dizer ao seu novo lder: Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde quer que nos enviares iremos... Todo homem que for rebelde tua boca... morrer. Tal obedincia e lealdade foram concedidas a Josu, acompanhadas da orao que o Senhor, teu Deus, seja contigo (17) e da palavra de encorajamento to-somente esfora-te e tem bom nimo (18).

    Aqueles homens estavam prontos a sacrificar seus interesses e confortos pessoais e a arriscar suas prprias vidas se houvesse evidncia de que o Esprito do Senhor repousava sobre seu lder. Eles esperavam que Josu irradiasse confiana e coragem. John Bright observou que isto reflete uma das mais tenazes caractersticas da psicologia israelita. As tribos primitivas de Israel seguiam apenas o lder sobre quem o Esprito do Senhor repousava. 6

    3. Josu Busca Informao por Meio dos Espias (2.1-24)a. Os espias so enviados e alojados (2.1-7). E enviou Josu... dois homens desde

    Sitim a espiar secretamente (1). Sitim foi o ltimo acampamento estabelecido debaixo da liderana de Moiss (cf. Nm 25.1 e 33.49). Ficava a leste do Jordo, no lado opostode Jeric, ao p das montanhas que se erguiam a partir do vale do Jordo. Esta seo do livro levanta uma questo: por que enviar espias? No era suficiente o fato de Deus ter

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  • J osu 2.1 J osu conquista C ana

    ordenado o avano do povo e ele ter prometido obedecer (cf. 1.1-18)? Uma pessoa com f em Deus precisava fazer um reconhecimento?

    Aparentemente Josu estava certo de que enviar espias a Jerico era um procedimento militar adequado. Ao que parece, ele raciocina que a ordem de Deus para cruzar o Jordo significava que deveria fazer todos os preparativos necessrios para aquele evento. Obviamente Josu no acreditava que a presena imediata de Deus e a ajuda miraculosa prometida lhe dava permisso para negligenciar as medidas que um lder sbio e prudente tomaria. Ele no presume que o Senhor queria que fosse adiante de maneira qualquer. Josu reconheceu que no se deveria deixar tudo ao acaso. Ele tambm sentiu que Jeric era a cidade mais importante do vale do Jordo e que deveria ser conquistada.7 Visando realizar aquilo que Deus queria que ele fizesse, Josu deve ter mesclado suas melhores aes com sua f ardente. Em nenhum momento Josu entendeu que o Senhor valorizaria de alguma maneira a ignorncia. Desse modo, voltou sua ateno para o problema de reunir toda a informao disponvel.

    Outra questo : por que aqueles homens to cuidadosamente escolhidos foram parar na casa de uma prostituta? Alguns comentaristas empenharam-se em responder esta pergunta sugerindo que Raabe era apenas a dona de uma hospedagem. 8 Outros sugeriram que aqueles homens foram a um lugar no qual provavelmente no seriam descobertos. Eles tambm esperavam que pudesse haver todo tipo de conversa despretensiosa num local como aquele e, assim, importante informao militar poderia ser divulgada de maneira involuntria.9

    O registro indica de maneira bastante clara que Raabe possua um tipo de hospedagem (cf 2.1). Muito embora esteja claramente afirmado que ela era uma prostituta (cf. 2.1; 6.17,22,25; Hb 11.31; Tg 2.25), devemos nos lembrar que os termos usados para estalajadeira e prostituta eram idnticos. Por outro lado, aqueles homens podem ter usado a melhor tcnica conhecida entre os espies para obter a informao que eles queriam. Se aceitarmos esta explicao, precisamos nos lembrar que, naqueles dias primitivos, at mesmo entre homens tementes a Deus, os padres de comportamento sexual no eram idnticos aos de hoje.

    A libertao singular daqueles homens, depois de terem sido descobertos, e a qualidade da informao que eles obtiveram corrobora fortemente no sentido de mostrar que aquela empreitada fora protegida por Deus. Raabe foi provavelmente a nica pessoa em Jeric que teria detectado a identidade daqueles homens e, ainda assim, poupado suas vidas. Ela e todo o resto da cidade de Jeric sabiam dos feitos do Senhor entre os reis dos amorreus (cf. 2.10ss; Nm 21.21-35; Dt 2.24 - 3.11). Contudo, parece que Raabe acreditou que o Deus de Israel teria misericrdia de qualquer um que o aceitasse. Ela estava convencida de que o Senhor poderia derrotar qualquer um que se lhe opusesse.

    De que maneira aqueles espias foram encontrar esta crente singular? Teria sido por acaso? Charles F. Pfeiffer no afronta o registro ao declarar que os passos dos espias foram claramente ordenados pelo Senhor. 10

    Esta resposta leva a outra pergunta, a saber: o Senhor usaria uma prostituta para realizar seus propsitos caso ela realmente fosse uma mulher imoral? E muito provvel que o Senhor estivesse mais interessado naquilo em que ela se transformaria do que naquilo que ela era naquele momento. Raabe vivia no meio de um povo corrompido, dissoluto e libertino ao extremo. Vcios de caractersticas por demais aviltantes eram

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  • J osu conquista C ana J osu 2.1-14

    praticados e incentivados. Ela era parte da sociedade ao seu redor. Contudo, tornava-se uma ardorosa crente no verdadeiro Deus. Sua f seria imortalizada (cf. Hb 11.31); suas obras seriam aclamadas por todas as geraes (cf. Tg 2.25) e seu nome apareceria na linhagem do Messias (Mt 1.5). Deus realiza suas maravilhas com aqueles que atentam para a revelao que Ele faz de si mesmo. Algumas dessas pessoas que prestam ateno s revelaes de Deus vm do lado ruim da vida (cf. 1 Co 6.9-11; Mt 21.32).

    O que se poderia dizer em relao s mentiras que ela disse para enganar os mensageiros do rei (4,5)? Raabe disse abertamente queles representantes do palcio real: eu no sabia de onde eram (4) e nem para onde aqueles homens se foram (5). Primeiramente, preciso lembrar a situao daquela mulher no momento em que ela recebeu a visita. Talvez ela fosse apenas uma das prostitutas da cidade. Segundo, preciso reconhecer que a conscincia obscurecida s iluminada gradualmente. Em terceiro lugar, Raabe estava apenas no comeo do processo de mudana de todo seu modo de vida; comeava a participar da sorte do povo de Deus.

    Sua atitude verdadeiramente revela sua determinao de se identificar com um outro povo. Ela se colocou ao lado dos espias, e foi contra o seu rei e sua cidade. Ela se exps a uma punio certa e terrvel.11

    Ela... os tinha escondido entre as canas do linho (6), uma planta que chegava altura de 1 m e que, de acordo com registros antigos, era usada para fazer tecido. As canas eram estendidas sobre os telhados antes de serem retiradas as fibras usadas na confeco do tecido.

    b. Os espias obtm informaes valiosas (2.8-21). Nesta seo revelada a excelente informao dada aos espias. Eles souberam que os habitantes de Jeric estavam aterrorizados (8-11). Descobriram que Raabe estava convencida de que Deus dera esta terra a Israel (9). Esta convico estava baseada nos eventos histricos que foram relatados. Esses relatrios atribuam a Deus o poder de secar o mar Vermelho e de derrotar os amorreus. Sua nica concluso foi: o Senhor, vosso Deus, Deus em cima nos cus e embaixo na terra (11). Seu povo no tinha nem recursos nem refgio; portanto, ficaram deprimidos no corao e em ningum mais h nimo algum. Essa uma reao comum das pessoas mpias quando so confrontadas com o poder de Deus.

    Mais tarde, Josu fez um pronunciamento no qual sugeriu uma razo pela qual Deus se manifesta de maneiras incomuns. Ele disse: Para que todos os povos da terra conheam a mo do Senhor, que forte, para que temais ao Senhor, vosso Deus, todos os dias (Js 4.24). C. H. Waller destaca que a confisso de Raabe tambm uma de uma srie. Egpcios, filisteus, srios, assrios, babilnios e persas foram levados ao mesmo reconhecimento em funo de seu contato com Israel. 12

    Deve-se notar que Raabe manifestou mais do que um conhecimento intelectual do Deus de Israel. Ela possua algumas convices em seu corao. Ela teve f. Ela estava pronta para negociar. Ela queria identificar sua casa com este povo a quem o Senhor da terra favorecera e queria um sinal certo (12). Ela demonstrou sua f, ao salvar a vida dos espias. Sua f foi recompensada; ela recebeu a certeza de segurana para si mesma e para sua famlia (14,19). O fato que Raabe exercia o tipo de f que Deus tentava constantemente encontrar entre os filhos de Israel.13

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  • J osu 2 .14 3.1 J osu conquista C ana

    Raabe seria salva pela f e tambm pelas obras (14-21). Ela deveria trazer sua famlia para sua casa; deveria manter segredo quanto aos propsitos da visita dos espias 14 e deveria identificar sua residncia por meio de um cordo de escarlata.16 Se ela no cooperasse, os espias estariam desobrigados do juramento (17,20). Desobrigado significa que eles estariam livres da obrigao; desembaraados, quites, desimpedidos. Estas aes terminariam por revelar sua f contnua que garantiria a salvao de sua famlia. A realidade de sua f demonstrada quando ela atou o cordo de escarlata janela (21). No havia mais nada a fazer: ela obedeceu e confiou.

    O cordo de fio de escarlata janela representa (1) conhecimento espiritual, 10- 11; (2) fome espiritual, 12-13; (3) um esprito de cooperao, 14-21a e (4) f, 21b.

    c. Os espias levam o relatrio ao quartel general (2.22-24). O contedo deste relatrio importante tanto pelo que ele omite como pelo que revela. Os espias no mostram preocupao alguma com os grandes muros de Jeric. Eles no tinham medo do rei vigilante., Tudo o que tinham a dizer baseava-se naquilo que fora prometido, a saber: Derre- ter-se-o todos os habitantes de Cana (x 15.15); Enviarei o meu terror diante de ti, desconcertando a todo o povo aonde entrares (x 23.27) e Ningum subsistir diante de vs; o Senhor, vosso Deus, por sobre toda a terra que pisardes o vosso terror e o vosso temor, como j vos tem dito (Dt 11.25; cf. tambm Js 1.5,9).

    Aparentemente os espies estavam convencidos de que o plano de Deus realizava-se na ntegra. Josu estava certo de que havia compreendido corretamente o que o Senhor dissera. Havia agora apenas uma direo a seguir e esse caminho levava a Jeric.

    B . O EXRCITO TOMA POSIO A OESTE DO JORDO, 3 .1 - 6 .2 7

    A travessia do Jordo foi precedida por uma completa preparao espiritual e por cuidadosa avaliao militar. A atmosfera geral parecia ser a de um poder sobrenatural que estava aguardando para ser exercido. 16

    1. O Rio Jordo Atravessado (3.1-5.1)Assim que recebeu o relatrio dos dois espias, Josu ordenou que o acampamento de

    Sitim fosse desmontado (1). Esta foi a primeira mudana de local que o povo fez desde a morte de Moiss. A resposta do povo s instrues de Josu seriam uma clara indicao a ele de que todos seguiriam sua liderana. Do mesmo modo, a resposta de Deus em ajud-los a cruzar o Jordo revelaria se Israel tinha algum futuro.

    a. O avano na direo do rio Jordo (3.1-6). Levantou-se, pois, Josu de madrugada (1). Esta estratgia foi usada vrias vezes (cf. 6.12,15; 7.16; 8.10). Este movimento revelou alguns fatos importantes sobre ele. Primeiramente, Josu descobriu que poderia contar com a cooperao de todos os escales. O segundo fato foi que o povo estava de prontido para marchar a qualquer momento. O terceiro ponto que o povo preferiria suportar as durezas de uma vida disciplinada a permanecer na margem oriental do Jordo. No final do primeiro dia Josu j tinha certeza de que liderava um povo que acreditava nas promessas de Deus e que estava determinado a pagar o preo para transformar

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  • J osu conquista C ana Josu 3 .1-8

    essas promessas em realidade em suas vidas. A obra de Deus sempre avana quando Ele est com os que acreditam nele e que esto dispostos a agir de acordo com vontade dele.

    Nos trs dias seguintes, Josu ficou satisfeito em perceber que tinha uma organizao em funcionamento capaz de comunicar as ordens do comando central e de ser respeitada pelas massas (cf. 2-6). No havia qualquer indicao de desunio; em vez disso, uma condio de unidade ou singularidade parecia prevalecer entre o povo. Sem esse esprito, Israel no poderia fazer qualquer avano e nenhuma conquista pode ser feita pelos cristos (cf. Jo 17.11,21-23).

    Mesmo debaixo do regime de Josu o povo era conduzido pelo Senhor, mas de uma maneira diferente daquela por meio da qual eles foram libertados durante a administrao de Moiss. Anteriormente, eram guiados pela coluna de nuvem de dia e pela coluna de fogo noite (cf. Nm 10.33,34).

    Agora, a arca, na qual eram carregados os Dez Mandamentos (Dt 10.1-6), era o objeto visvel que demonstrava a presena de Deus (3,4).17 No final de tudo, a liderana divina deveria ser acompanhada pela presena da lei escrita nas tbuas de carne do corao (2 Co 3.3); mas, para os israelitas, estes sinais visveis ainda eram necessrios.

    Antes de a orientao divina se efetivar, o povo deveria se santificar (5). Embora o Antigo Testamento no use com freqncia o termo santificar no pleno significado espiritual do Novo Testamento, lanado aqui um princpio eterno: Deus pode levar terra da promessa somente aqueles que se santificarem no sentido de se separarem de tudo aquilo que os corrompe (cf. x. 19.10). O Senhor pode fazer pouco pelo povo que se recusa a apresentar uma vida totalmente dedicada a Ele. Somente depois de o homem santificar a si mesmo que Deus pode ench-lo com o Esprito Santo.

    Assim que os sacerdotes tomaram a arca e dirigiram-se ao Jordo transbordante (6), o povo ficou em estado de grande ansiedade. Eles sabiam que o Senhor faria maravilhas no meio de vs (5). Quando tem um povo santificado, com lderes santificados, Deus pode fazer tudo muito mais abundantemente alm daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em ns opera (Ef 3.20).

    b. Josu empossado e encarregado (3.7,8). Este dia comearei a engrandecer- te perante os olhos de todo o Israel (7) Josu precisava ser empossado enquanto executava a tarefa de fazer com que os israelitas atravessassem o Jordo (cf. Js 4.14). A realizao dessa tarefa lhe traria honra. Contudo, ser engrandecido perante os olhos do povo foi algo planejado no apenas para o prprio Josu. Ele seria exaltado para que o povo pudesse saber que Deus o conduzia diligentemente. Ele deveria servir como um refletor aumentado e melhorado da graa de Deus. Deste modo, sua promoo foi, na verdade, planejada para aumentar sua capacidade de servir aos outros. E isso o que fazem os avanos.

    Um dos primeiros empecilhos para essa tarefa era levar o povo beira do impossvele, ento, fazer com que eles ficassem parados margem do Jordo (8)! Qualquer lder que fosse capaz de manter alto o moral de seu povo debaixo da presso tal como o retardamento de uma ao, ele estaria capacitado a receber a exaltao diante de seus liderados. O Senhor exaltou seu servo, operou por meio dele e realizou o milagre de fazer parar o fluxo das guas. Todos reconheceriam rapidamente que Deus estava com Josu. Sua f, no modo de Deus operar, seria fortalecida.

  • Josu 3 .9 -1 4 Josu conquista C ana

    c. Josu d ao povo uma viso dos acontecimentos (3.9-13). Este novo lder acreditava fielmente na informao e na organizao representativa de seu povo. Ele queria que o povo soubesse que recebera instrues de Deus, de modo que convida a todos a ouvir as palavras do Senhor (9). Ele explica que o Senhor lhes dava razes suficientes para que tivessem f nele. Josu inicia seu relato da viso dos acontecimentos, ao dizer: Nisto conhecereis (10). O que ele disse depois dessa afirmao indicou que Deus controlaria tanto a histria como a natureza (cf. 10,13). No fez meno de meios secundrios pelos quais as naes seriam expulsas nem quanto maneira pela qual as guas do Jordo seriam contidas. Josu queria que o povo ficasse interessado no Senhor. Eles deveriam ter em mente a idia de que o Deus vivo est no meio de vs (10).

    As sete naes listadas no v. 10 tambm so apresentadas, ainda que em outra ordem, em Deuteronmio 7.1; Josu 9.1; 11.3 e 24.11. Os cananeus ou habitantes das plancies ocupavam a parte costeira desde o norte, perto de D (veja mapa), a regio de Esdrelon e tambm estavam no vale do Jordo (Nm 13.29). No se deve confundir os heteus com os hititas, povo que habitava a regio a norte e a leste da Palestina. Os heteus de Cana so descritos como os filhos de Hete (Gn 23.3), o segundo filho de Cana. J no tempo de Abrao eles estavam estabelecidos em Hebrom e na regio tambm chamada de Quiriate-Arba (Gn 23.19; 24.9). No incio, eles eram muito poucos para serem listados juntamente com os cananeus e os ferezeus; mas, no tempo de Josu, j tinham obtido fora suficiente para serem citados em p de igualdade com os outros povos palestinos.

    Os heveus so mencionados pela primeira vez em Gnesis 34.2. Na sua maioria, eles eram um povo pacfico, voltados ao comrcio, e viviam em Hermom, no territrio de Mispa (Js 11.3) e nas montanhas do Lbano, desde o monte de Baal-Hermom at entrada de Hamate (Jz 3.3), na faixa das colinas do Lbano e de Hermom at o norte. Os ferezeus, cujo nome talvez signifique aldees ou rsticos - aqueles que habitam ao ar livre ou em cidades no muradas - viviam parte no sul (Jz 1.4,5) e parte nas florestas do interior, nos declives do monte Carmelo.

    Acredita-se que os girgaseus eram uma ramificao dos heveus ou estavam ligados a eles de maneira bem prxima. Ao que parece, eles viviam na regio a leste da Galilia. Os amorreus ou montanheses viviam nas terras altas a oeste do mar Morto, at Hebrom (Gn 13.18; 14.7,13). Mais tarde eles ocuparam o planalto a leste do Jordo, desde Arnom at o Jaboque (Nm 21.13,27). Os jebuseus sempre aparecem em ltimo nas referncias s tribos da Palestina, talvez porque eles, at o tempo de Davi, tinham o controle da fortaleza que ficava na regio alta onde, mais tarde, localizou-se Jerusalm (2 Sm 5.6). Aparentemente eles eram o menor grupo, e receberam este nome por causa de sua cidade principal e sua fortaleza, Jebus, cujo nome foi mudado para Jerusalm aps ela ser conquistada pelas foras de Davi.18

    A arca do concerto (11) seria a certeza visvel da presena de Deus. Ela passaria diante de vs (11). Desse modo, o Senhor era o centro de tudo o que aquele povo fazia. Sua fora vinha de Deus e sua honra era dada a E le.19 O Senhor que faria com que as guas do Jordo fossem retidas (13).

    d. A travessia (3.14-17). E aconteceu (14). Af transformou-se em ao. Como lder, Josu confiava em Deus e inspirava f. O povo respondeu com confiana inabalvel. O

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  • Josu conquista C ana Josu 3 .1 4 4 .4

    Senhor no desapontou aqueles que esperavam grandes coisas dele. Esta travessia foi ainda mais notvel porque aconteceu numa poca em que o Jordo estava transbordan- te. Estima-se que o rio tivesse uma largura em torno de 27 a 30 metros, tendo de 1 a 4 metros de profundidade.20

    Que meios Deus usou para realizar este milagre de interromper o fluxo do rio Jordo? A resposta para esta pergunta tem atormentado muito mais os homens modernos do que aquele que registrou estes eventos. L. Thomas Holdcroft sugeriu adequadamente que quer o milagre tenha sido causado pelo deslizamento das encostas do rio, como ocorreu em 1927, ou se Deus congelou as guas instantaneamente, de uma maneira no conhecida por ns, o fato no de muita importncia - o fato de o milagre ter acontecido que importa. 21

    O Jordo transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega (15). Esta seria a poca da colheita da cevada e do linho, que acontecia no incio de abril no vale do Jordo, de clima semitropical. Nesse momento o rio era abastecido pela neve derretida das montanhas do Lbano e pelas chuvas da primavera. Nenhuma travessia por meios naturais seria possvel nessa poca, particularmente com um grande nmero de pessoas e seus pertences, como era o caso dos israelitas. Mui longe da cidade de Ad. Ad ou Adam foi identificada com Tell ed-Damiyeh, prxima da juno do Jaboque com o Jordo, cerca de 30 quilmetros ao norte do vau costumeiro. Sart tem sido identificada de vrias maneiras como um lugar prximo da confluncia do Jaboque e do Jordo, ou localizada alguns quilmetros rio acima. Se esta ltima localizao for a correta, o significado do texto pode ser o de que o rio foi bloqueado em Adam e refluiu 19 quilmetros at Sart. O mar das Campinas, que o mar Salgado, o mar Morto. A travessia aconteceu bem defronte de Jeric.

    O que foi prometido foi literalmente cumprido com o objetivo de fortalecer a f do povo. Com o apoio de uma orao respondida, os israelitas dariam prosseguimento ao processo de estabelecer suas posies. Eles esperavam coisas ainda maiores vindas de Deus. O versculo 17 enfatiza que todo o povo passou pelo Jordo. Cf. tambm em 4.1,11.

    e. Um plano para relembrar a graa de Deus (4.1-9). Tomai... doze pedras (2,3). bvio que Deus queria que seu povo se lembrasse de suas misericrdias para com Israel (cf. outros memoriais em Gnesis 28.18; 31.45-47; 35.14 e 1 Samuel 7.12). A Pscoa era um tipo de memorial anual. Estas doze pedras tambm serviriam como um auxlio para o ensino das geraes futuras.

    Este evento deveria ser relembrado porque teve um grande significado religioso. Ele marcou um nvel mais profundo de dedicao por parte de Israel. O povo disps-se a vrias coisas: deixar seu antigo lugar de habitao (3.1); permanecer trs dias nas margens do Jordo sem vislumbrar a possibilidade de atravess-lo (3.2); cruzar o Jordo abaixo do amontoado das guas (3.16) e dar incio invaso do territrio inimigo (3.17). O povo j havia percebido a vontade de Deus e obedeceu (3.1). Eles estavam prestes a entrar na Terra Prometida.

    O fato de o Senhor ter inspirado o levantamento de um memorial para este evento (4.1-3) sugere que Ele queria que Israel se lembrasse para sempre daquele a quem se dedicara (3.5). O povo deveria sempre honrar Aquele a quem devia sua libertao.

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  • Josu 4 .4 -1 3 Josu conquista C ana

    Deus queria que o testemunho relacionado a Ele fosse exato. Assim, exigiu que o memorial fosse erguido enquanto os fatos ainda estavam vivos nas mentes de todos os envolvidos (5). A construo deveria ser feita por representantes escolhidos dentre as doze tribos (4). Assim, o memorial seria, na verdade, um testemunho pessoal daqueles que receberam a graa de Deus.

    A estrutura deveria ser composta por pedras lavradas pelo Jordo (5). Este seria um testemunho silencioso da sombra da morte pela qual o povo de Deus passara em segurana. Este memorial deveria ficar no alojamento (3). Este lugar estaria bem vista de seus filhos, de modo que pudessem ouvir a histria com freqncia (6). Deus queria que as geraes seguintes fossem instrudas corretamente (7).

    O nono versculo desta seo sugere que dois memoriais foram levantados (cf. 8,9). Levantou Josu tambm doze pedras no meio do Jordo, no lugar do assento dos ps dos sacerdotes que levavam a arca do concerto.22 A expresso at ao dia de hoje (9; cf. 6.25) significa que, durante a vida do autor desta narrativa, a pilha de pedras podia ser vista no vau do Jordo (4.9) e que Raabe habitava junto com os israelitas (6.25).

    A importncia desse segundo memorial que ele deu a todo Israel uma representao do antes e do depois. C. H. Waller destaca que cada tribo foi representada por uma pedra de ambos os lados do Jordo. Os dois montes de pedras representam um Israel completo no deserto e um povo completo na Terra Prometida. 23 Deus tirou Israel do Egito por meio de um tipo bem especfico de libertao. Ele concedeu um segundo tipo de libertao queles que se santificaram e estavam dispostos a obedecer ao Senhor de maneira implcita. Para aquelas pessoas, as promessas de Deus se tornaram realidade. Assim, aqueles que eram viajantes no deserto haviam finalmente chegado Terra da Promessa.

    f. Uma breve recapitulao (4.10-14). Pararam, pois, os sacerdotes que levavam a arca no meio do Jordo, em p, at que se cumpriu tudo (10). A meno feita aqui aos sacerdotes e arca d outra nfase ao fato da presena de Deus. Por causa do Senhor, foi dada ao povo uma passagem segura Terra Prometida, o que, de outro modo, seria impossvel.

    Tambm existe uma breve nota que diz que se apressou o povo e passou (10). O povo de Deus reconhecia o valor do tempo. O tempo era precioso porque eles faziam a vontade do Senhor. Havia mudanas ameaadoras e muitos entes queridos no estavam numa posio segura.

    Mais uma breve referncia feita em relao a tudo quanto Moiss tinha ordenado a Josu (10; cf. Dt 3.28; 31.3, 7,23). O novo lder colocou diante de Israel o fato de que a posio de Deus em sua histria era de vital importncia. O passado, o presente e o futuro formavam uma forte unidade por causa do Senhor. Josu claramente praticava o princpio de mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali (Is 28.10).

    As duas tribos e meia que aceitaram as terras a leste do Jordo tambm foram leais ao resto do povo, ao fornecerem 40 mil guerreiros para ajudar na conquista de Cana. Eles passaram... armados (12). Esta disposio de corao serviu como testemunho adicional do fato de Deus estar no meio deles. Deve-se notar que eles passaram diante do Senhor (13).

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  • Josu conquista C ana Josu 4 .1 4 5 .1

    Este se tornou um dia de exaltao para Josu (14). Um dos resultados de se fazer a obra de Deus diligentemente foi que o povo teve ainda mais confiana em Josu. Os israelitas estavam prontos a honr-lo todos os dias da sua vida (14). comum um homem aprovado pelo Senhor receber o respeito do povo de Deus.

    g. Fim do bloqueio das guas (4.15-18). Quando a arca do concerto chegou s margens do Jordo, as guas pararam de correr e a passagem ficou livre para o povo de Deus (3.15,16). Depois que o propsito do milagre cumpriu-se, a arca do concerto foi levada para o lado ocidental do Jordo e as guas voltaram a correr. No passado, este rio fora um obstculo posse de Cana. Agora, ele se tornava um impedimento a todo aquele que quisesse voltar antiga posio.

    Existem paralelos a esta situao na vida crist. Alguns j tiveram obstculos que os impediam de fazer uma rendio incondicional a Deus. Eles simplesmente no viam como poderiam levar adiante a tarefa que lhes fora designada. Mas, depois de se santificarem, eles descobriram um novo poder em suas vidas. O prprio chamado ou outras exigncias mostraram-se um meio de ajud-los a se santificarem.

    h. Alcanando o mundo (4.19 - 5.1). No dia dez do ms primeiro (19) - equivalente ao nosso ms de abril - os israelitas passaram sua primeira noite em Cana; o rio Jordo j ficara para trs. Alojaram-se em Gilgal, que obviamente distinta da Gilgal de 15.7. Veja a nota de 9.6. Um novo captulo tinha incio em sua histria. O passado, porm, no deveria ser esquecido. Aquelas doze pedras tiradas do leito do rio Jordo deveriam suscitar perguntas nas suas mentes (21). As respostas a essas indagaes serviriam para destacar a obra sobrenatural de Deus entre seu povo: o Senhor, vosso Deus, fez secar as guas (23).

    O alcance desses ensinamentos visava atingir todos os povos da terra (24). A evidncia da graa de Deus revelada a Israel foi planejada para ter um significado para o mundo inteiro. Desse modo, esta nao fora planejada para ser o depositrio da revelao. C. H. Parkhurst disse: A histria no Egito, a histria no deserto e a histria no Jordo nunca ficaro obsoletas. Os livros de xodo, Nmeros e Josu so histrias .quase to vlidas de nossas vidas individuais quanto da vida dos hebreus como um todo. 24 Deste povo viria o Verbo que se fez carne e habitou entre ns (Jo 1.14), para que todo aquele que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

    A partir das experincias no mar Vermelho e no rio Jordo Israel conheceu pelo menos trs boas razes para temer ao Senhor: (1) A onipotncia de Deus lhes foi demonstrada; (2) Deus usaria sua onipotncia em favor daqueles que lhe obedecessem e (3) Deus proclamou sua vontade por meio de lderes humanos.

    Esta presena de Deus junto de Israel teve muito mais conseqncias. Para os israelitas, ela significou a passagem segura pelo Jordo inundado. Para os amorreus e os cananeus, resultou num estado de horror paralisante. Os amorreus eram os habitantes das montanhas daquela terra e so contrastados com os cananeus, que habitavam nas regies costeiras. Estes povos reconheceram que no tinham poder para resistir ao Deus de Israel. Derreteu-se-lhes o corao, e no houve mais nimo neles (5.1). Obviamente o inimigo via o Jordo como uma de suas defesas naturais. Tinham plena confiana de que eles estavam protegidos de qualquer povo a leste do Jordo durante os meses

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  • Josu 5.1-11 Josu conquista C ana

    de abril a maio. Agora que Israel havia cruzado o rio a p enxuto, descobriram que a natureza no estava mais a favor deles. Juntamente com aqueles israelitas estava Aquele que controlava a natureza. Homens mpios foram assim forados a reconhecer que suas maiores defesas eram inteis quando usadas em oposio a Deus.

    2. Renovao das Obrigaes do Concerto (5.2-12)

    a. O sinal do concerto renovado (5.2-9). O smbolo do concerto no era apropriado desde o tempo da descrena e rebelio em Cades-Barnia (cf. Nm 14.1-35). Agora, mais uma vez, Deus tinha uma gerao de pessoas que haviam demonstrado crena e obedincia a Ele. Para estes o ritual da circunciso tinha muito significado. Deus considerava aquelas pessoas como o povo do concerto. Keil e Delitzsch chamam a ateno para o fato de que Deus

    no exigiu a renovao da circunciso, que envolvia, como sinal do concerto, a observncia de toda a lei, at que tivesse dado ao seu povo provas prticas, por meio da ajuda na derrota de Seom e Ogue, os reis dos amorreus, e da miraculosa diviso das guas do Jordo, de que ele era capaz de remover todos os obstculos que poderiam surgir no caminho do cumprimento de suas promessas e lhes dar a Terra Prometida como sua herana, como havia jurado a seus p a is .25

    Desse modo, v-se que o concerto levava obedincia. Aceitar o sinal do concerto, mas quebrar o contrato, significava que o povo no tinha um relacionamento profundo com Deus (6). O apstolo Paulo argumenta que judeu o que o no interior, e circunciso, a que do corao, no esprito, no na letra (Rm 2.29; cf. Cl 2.11).

    Este evento tambm demonstrou o fato de que a preocupao de Josu em ter uma boa estratgia militar passou a ser secundria. Sua lealdade vontade de Deus estava em primeiro lugar. Ele tinha conscincia de que este ato da circunciso incapacitaria todo seu exrcito bem diante dos olhos de seu inimigo. Assim, sua atitude de devoo e renncia em favor dos interesses espirituais particularmente significativa e cativante. Ele sabia que o oprbrio do Egito concretizara-se somente porque as instrues de Deus foram rejeitadas. Josu estava feliz pelo fato de acabarem-se os dias nos quais o Egito os envergonhara (9).

    Dias de desobedincia e rebelio sempre trouxeram tristeza e pesar. O salrio do pecado a morte (Rm 6.23). Mas o povo que conhece ao seu Deus se esforar e far proezas (Dn 11.32). Ningum jamais perde algo de valor eterno quando busca primeiro o Reino de Deus (Mt 6.33).

    b. Um tempo para se alegrar (5.10-12). Pela terceira vez na histria de Israel registra- se que a Pscoa foi celebrada (cf. Ex 12.3ss e Nm 9.1,2). Os eventos que culminaram com a redeno comearam no Egito. A crise do mar Vermelho colocara um abismo entre eles e seu cativeiro. Agora, uma segunda crise colocara um Jordo em poca de cheia entre eles e a vida no deserto. Era inquestionvel o fato de que Deus estivera com eles em ambos os eventos. A Pscoa era ainda mais relevante e apropriada neste momento. Blaikie adequadamente comenta:

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  • Josu conquista C ana Josu 5 .1 1 -1 5

    A lembrana do passado comumente uma excelente preparao para as provas do futuro e, normalmente, fornece um notvel apoio para elas. Era da prpria natureza da Pscoa olhar para o passado e relembrar a primeira grande interposio de Deus em favor de seu povo. Era um precioso encorajamento tanto para a f quanto para a esperana. O mesmo acontece com a pscoa crist. 26

    Entre as novas experincias desta vida em Cana estava uma mudana no cardpio: o man cessara (12, cf. x 16.14-36; Nm 11.7-9; Dt 8.3,16). E comeram do trigo da terra (11). No original, trigo significa as sementes de gros pequenos, como trigo, aveia, centeio ou cevada, e no apenas o trigo que conhecemos. A impressionante cronologia desses eventos sugere-nos algumas importantes lies:

    (1) Aajuda de Deus foi dada queles que, naquele momento, eram incapazes de ajudarem- se a si mesmos. O man foi interrompido somente quando Israel pde dar conta dessa necessidade. No parou um dia sequer antes do tempo e no continuou por nem um dia a mais.

    (2) O man e a proviso do trigo constituem-se numa manifestao visvel da atividade de Deus nos assuntos humanos. Paulo reconhece este princpio em ao na vida dos cristos quando diz nele vivemos, e nos movemos, e existimos (At 17.28) e sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm8.28). Jesus declarou: Sem mim nada podereis fazer (Jo 15.5).

    (3) Os benefcios que chegaram no tempo adequado no foram concedidos indiscriminadamente. Foram dados queles que mantiveram um relacionamento bastante especial com Deus. O povo desobediente e rebelde j havia perecido. Ele no poderia herdar as promessas.

    3. A cadeia de Comando Apresentada (5.13 - 6.5)Depois que o concerto foi renovado e a festa da pscoa terminou, Josu fez um reco

    nhecimento de Jeric (13). Enquanto estava ocupado com essa tarefa, ele foi confrontado por um estrangeiro, a quem pergunta qual sua identidade.

    a. O primeiro no comando (5.13-15). A resposta que Josu recebeu no deixou dvidas com relao ao seu interlocutor. Aquele que segurava uma espada desembainhada assumiu autoridade e deu a surpreendente ordem a Josu, dizendo que ele deveria remover os seus sapatos (15). Moiss recebeu a mesma ordem (cf. Ex 3.5). Balao tambm viu um ser com uma espada desembainhada (cf. Nm 22.31; cf. tambm Gn 3.24). Abrao tambm foi visitado por aquele que lhe prometera esta prpria terra (cf. Gn 12.7 e 18.2). O comentarista George Bush declara: E opinio firmada tanto entre os expositores antigos quanto modernos que este no era outro seno o Filho de Deus, o Verbo eterno, que aparecia naquela forma, e mais tarde assumiria o corpo para a redeno dos homens. 27

    Quando desafiou o estrangeiro (13) Josu desempenhou o papel de um soldado que no permitiria que algum ocupasse uma posio ambgua. Mas quando reconheceu as credenciais que aquele ser carregava (14), submeteu-se a ele como o primeiro em comando (15). Depois disso Josu ficou ansioso para receber ordens.

    Uma verdade que se destaca nesse evento que o prncipe do exrcito do Senhor (14) pediu a Josu apenas uma coisa, ou seja, reverncia. Quando isto concedido, fica estabelecido o relacionamento entre Deus e o homem.

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  • Josu 6 .1 - 8 Josu conquista C ana

    b. A estratgia para a primeira ofensiva (6.1-5). Depois de Josu ter se colocado numa atitude de submisso ao remover seus sapatos (5.15), a estratgia para a tomada de Jerico foi revelada em detalhes (2-5). O inimigo operava na base de que se os portes fossem cuidadosamente guardados, Israel seria incapaz de entrar na cidade (1). Cerrada tem o sentido de fechada. O termo abrange a idia de que os portes estavam fortemente trancados. Israel deveria agir na certeza de que o Senhor tinha dado na tua mo a Jeric (2). No era pedido ao povo que demonstrasse qualquer poder ou sabedoria humana. Contudo, os israelitas eram direcionados a realizar a tarefa do jeito de Deus. Todo o mundo deveria participar. Haveria um momento para gritar e outro para correr (5). Desse modo, Jeric seria dada queles que obedecessem a Deus com ateno. Rodeareis(3) era uma ordem para cercar totalmente a cidade. As promessas de Deus nunca so plenamente realizadas por qualquer um que se recuse a se lanar ao plano divino.

    4. A Misso Realizada (6.6-27)

    a. O destino dos que no se arrependem (6.6-21). Deus tem planos contra aqueles que no se arrependem. Ele possui outros que vo levar adiante os seus planos (6,7). E o prncipe do exrcito do Senhor (5.14) quem d as ordens e um Josu quem as executa. Nenhuma cidade fortificada pode suportar tal combinao de foras. Joseph Hall disse:

    Mundanos presunosos pensam que suas trincheiras e barricadas podem impedir a vingana de Deus; sua cegueira impede que eles vejam adiante das circunstncias: a mo suprema do Todo-poderoso no surge no mesmo compasso de seus temores. Todo corao carnal uma Jeric muda. Deus se assenta diante dela e mostra misericrdia e julgamento vista de seus muros. Ela se endurece numa obstinada segurana e diz: eu nunca serei abalada.28

    A ordem dos eventos provavelmente no fazia sentido para os habitantes no arrependidos de Jeric. Diante deles passaram os homens de Deus armados, os sacerdotes com trombetas, a arca do concerto e a retaguarda muda (8-10). Mui provavelmente esses acontecimentos confundiram os defensores de Jeric, mas os obedientes israelitas sabiam o que faziam e para quem o realizavam. Talvez eles no tivessem plena compreenso da razo pela qual esse padro deveria ser seguido e no havia demonstrao de que desejavam saber as razes. Mas eles estavam convencidos de que o jeito de Deus seria vitorioso.

    Existem vrias coisas que os mpios deveriam ter aprendido com aquelas lies objetivas que passaram diante deles por sete dias:

    (1) Eles poderiam ter reconhecido o perigo que os ameaava em funo dos homens armados que lideravam aquela marcha. E da vontade de Deus que todo homem seja advertido, pois ele no tem prazer na morte do mpio, mas em que o mpio se converta do seu caminho e viva (Ez 33.11; cf. Ez 18.23, 32).

    (2) A certeza da vitria foi mostrada ao povo de Deus atravs dos sacerdotes que tocavam as buzinas de chifre de carneiro (8). Aqueles homens no faziam qualquer encenao de comemorao da vitria que ainda no havia ocorrido. Eles chamavam a ateno para o fundamento de sua f, a saber, a arca do concerto. James Millar destaca que a

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  • Josu conquista C an a Josu 6 .8 -2 1

    verdadeira buzina de chifre de carneiro era reservada para certos propsitos. Ela possua um sonido alto e penetrante, tinha uma extenso limitada e era totalmente inadequada para uma apresentao musical. Era usada para chamar a ateno do povo e para dar sinais. 29 Desse modo, todas as pessoas de Jerico ouviram o guincho agudo daquele instrumento e sabiam do seu propsito.

    (3) Outra lio que foi colocada diante do povo de Jeric foi a presena da prpria arca do concerto. O fato de Deus cumprir a aliana com seu povo era conhecido por todas as naes que j tinham ouvido falar de Israel. Os moradores de Jeric receberam um assento na primeira fila para ver a fidelidade de Deus demonstrada ao seu povo. Eles tinham conhecimento da travessia do mar Vermelho, das vitrias no deserto (2.10) e da abertura do rio Jordo. Este Deus cumpridor de suas promessas estava diante deles para fazer uma avaliao. Eles no agiram corretamente ao manter seus portes fechados para Ele.

    (4) Tambm havia diante deles uma grande nuvem de testemunhas que seguia a arca (9). A retaguarda (9) tambm pode ter uma interpretao paralela como reunio ou hoste. Aquelas eram as pessoas que haviam passado por vrias provas no deserto e eram as receptoras da graa de Deus. O Senhor tinha sido misericordioso para com um povo que no merecia misericrdia. Jeric o aceitaria como Deus de compaixo ou esperaria por sua ira (cf. Na 1.6)?

    Dia aps dia os habitantes de Jeric foram advertidos, foram chamados a considerar este Deus vivo e foram testemunhas. A pacincia e a longanimidade de Deus lhes foram mostradas. O stimo dia trouxe advertncias ainda mais intensas. Finalmente chegou o dia do fim da graa e da misericrdia. O julgamento assumiu o lugar da graa e da misericrdia. O salrio do pecado caiu sobre os idlatras (20). O termo antema usado para traduzir a palavra hebraica cherem, um termo que significa separado para a destruio ou passvel de expulso. Era um conceito religioso e no uma questo de pilhagem ou saque. Esta expresso envolvia morte para aquele que estava vivo, a queima de tudo que pudesse ser queimado e o ato de levar ao tesouro do Tabernculo todos os metais e pedras preciosas.

    Grandes problemas morais e teolgicos levantam-se a partir deste rude massacre de homens, mulheres e crianas (21). No Egito, pereceram os primognitos (cf. Ex l-2.29ss). No mar Vermelho, houve uma destruio em massa dos impetuosos e impenitentes perseguidores. Por que Deus no apenas permite, mas tambm ordena eventos como estes (Dt 13.6-18; 17.2-7)?

    Estes problemas no podem ser ignorados. Contudo, eles mesmos sugerem outro conjunto de perguntas. Destacamos algumas: verdade que do Senhor a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (SI 24.1)? Deveria Deus ignorar a presena dos mpios neste mundo? Seria possvel ao mpio habitar a terra e o prprio povo de Deus permanecer como viandante?

    Joseph R. Sizoo faz a apropriada sugesto de que seja o que for que contamine a vida e a religio do povo, levando-o a comprometimentos inevitveis, deve ser destrudo. O pecado desesperadamente contagioso e no pode passar impune.30 Tudo aquilo que impede o propsito de Deus no tem o direito legtimo de existir sobre a terra. E preciso se lembrar que Deus visa reconciliao por meio de advertncias, convico, promessas e testemunhos. Ele declarou: ... para que todo aquele que nele cr no perea, mas

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  • Josu 6 .2 1 - 2 6 J osu conquista C ana

    tenha a vida eterna... mas quem no cr j est condenado (Jo 3.16,18). Marcus Dods observou corretamente quando disse que algum pode supor que, uma vez que, pelo sacrifcio de Cristo, aprendemos sobre o valor que Deus d a santidade em ns, devemos viver em constante temor de sermos contagiados pelo mal do mundo, alm de no considerarmos que temos algum valor.31

    b. Misericrdia para com aquele que cr (6.22-25). Existe misericrdia para todo aquele que vier a crer na evidncia que Deus d de si mesmo. At mesmo no meio da destruio, o Senhor lembrar-se- daqueles que o honraram. O resgate de Raabe e de sua famlia ilustra estas verdades (22,23). Deu Josu vida prostituta Raabe (25). Esta mulher pag tornou-se um tipo do crente. Ela deu ouvidos advertncia, acreditou na promessa, evangelizou e tornou-se membro da grande nuvem de testemunhas (Hb 12.1; cf. Mt 1.5; Hb 11.31 e Tg 2.25).

    Durante algum tempo, Raabe e sua casa ficaram fora do arraial de Israel (23). Naquele perodo eles tiveram a oportunidade de fugir para qualquer uma das naes vizinhas que escolhessem. Ningum insistiu para que ela se tornasse parte de Israel. A histria indica que ela optou por permanecer com o povo de Deus (25). At ao dia de hoje significa at o dia em que viveu o escritor. Aparentemente Raabe formou um lar piedoso com Salmom e gerou Boaz (cf. Mt 1.5, Rt 4.21), o bisav de Davi. E possvel que seu marido tenha sido um dos dois espias.

    Para Raabe e sua casa, estes versculos demonstram os frutos da f: (1) salvao de si mesmo e sua famlia (w. 22,23); (2) libertao do velho estilo de vida (v. 24) e (3) participao numa nova comunidade (v. 25).

    Os metais preciosos encontrados em Jeric foram dedicados ao Senhor (19,24). Ele tinha todo o direito sobre eles. Foi Deus quem delineou a prtica para a conquista desta primeira fortaleza. Desse modo, os esplios eram dele por direito de conquista, mas eles tambm eram peculiarmente seus por direito de criao. Aquelas coisas que foram mal usadas seriam agora usadas por Deus. Israel deveria se lembrar daquele a quem pertencem todas as coisas. Alfred Edersheim conclui:

    ... foi adequado o fato de Jeric ter sido totalmente dedicada ao Senhor. No apenas Israel no deveria receber qualquer esplio imediato por aquilo que havia feito, mas tambm porque a cidade, como as primcias da conquista da terra, pertencia a Jeov, assim como todos os primeiros, tanto do povo como de tudo, eram dele - a fim de expressar simbolicamente que tudo era realmente propriedade de Deus, que deu todas as coisas ao seu povo e em cujas mos entregou suas posses. 32

    c. Um aviso e uma bno (6.26,27). A representao da impiedade no deveria ser revivida. Esconjurou (26) tem o sentido de mandar, fazer ou ordenar por juramento ou debaixo de pena de uma maldio. A violao desta ordem custaria a morte de todos os filhos daquele que se atrevesse a reconstruir Jeric. De acordo com 1 Reis 16.34, essa afirmao se cumpriu no caso de Hiel, de uma regio prxima a Betei, durante o reinado de Acabe. Evidncias arqueolgicas apontam para o fato de que Jeric realmente permaneceu em runas no perodo que vai desde a invaso israelita da Palestina at o sculo nono.

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  • J osu conquista C ana Josu 6 .2 7 -7 7

    Era o Senhor com Josu; e corria a sua fama por toda a terra (27). Uma vida centrada em Deus no poderia ficar oculta. Raramente o mundo testemunhou uma pessoa que teve uma vida totalmente dedicada Deus. Contudo, aqui estava um homem que dava ao Senhor o crdito de todos os planos que executava. Ele no buscava o favor de ningum acima da aprovao de Deus. Esta prtica de ter uma existncia santificada era to incomum que fez com que sua fama corresse por toda a terra. O mundo ainda tem dificuldades para considerar pessoas que seguem esse padro em suas vidas.

    C. C o nq uistas n a P alestina central , 7 .1 - 9 .2 7

    1. O Episdio de Ai (7.1-8.35)

    a. O povo de Deus humilhado (7.1-5). E prevaricaram os filhos de Israel no antema; porque Ac... tomou do antema (1). Deve-se notar que todo o Israel acusado de ter cometido uma prevaricao. Aconteceu aquilo que Josu advertira o povo a no fazer (6.26). A solidariedade do povo de Deus sugerida aqui. A responsabilidade do indivduo vista no fato de que Ac logo se tornou um exemplo vivo do preceito que Moiss proclamara quando disse: Porm sentireis o vosso pecado, quando vos achar (Nm 32.23). Aquele que fazia o que Deus havia proibido cortejava a punio. Terrveis conseqncias seguiram-se a estes atos. Aira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel (1).

    Sem saber da atitude de Ac, Josu enviou os espias mais uma vez (2). Ele era um oficial diligente em suas ordens. Josu sabia que um lugar estrategicamente localizado33 como Ai ofereceria grande resistncia. Quando foi avisado para levar dois mil ou trs mil homens (3), Josu optou pelo nmero maior (4). Ele queria trabalhar com uma margem maior de fora. Contudo, logo descobriu que a fora militar, sem a assistncia de Deus, seria o mesmo que derrota.

    O pecado de Ac humilhou a todos aqueles que tinham algum relacionamento com ele, quer fosse direto ou indireto (4,5). O corao do povo se derreteu e se tornou como gua (5) quando sentiu que o apoio de Deus fora retirado. Sua derrota o ajudou a perceber o quo dependente ele era do Senhor.

    b. O povo de Deus se rene para orar (7.6,9). O que estes versculos revelam sobre Josu... e os ancios de Israel (6)? Ser que eles realmente se humilharam diante do Senhor? Sua orao teria sido de lamento e depresso mais do que de humilhao e confisso? Revelava-se ali um esprito de impertinncia? Este foi um tipo bastante comum de reao nos anos anteriores (cf. x 5.22,23; 14.11-12; Nm 11.11-15; 14.2,3; 20.3ss). Contudo, a primeira vez que Josu se expressa assim. Teria se abalado a sua confiana na liderana do Senhor (7)? Veja o comentrio de 3.10 sobre a identidade dos amorreus.

    Josu inferiu que o povo o decepcionara (8). Ele concluiu que os inimigos tinham alcanado o equilbrio do poder. Eles nos cercaro e desarraigaro o nosso nome da terra (9). Veja o comentrio de 3.10 sobre o significado de cananeus. Estes lderes de Israel estavam em grande desespero. Contudo, durante toda essa experincia de abatimento, alguns raios de f penetraram na escurido. O prprio ato de orar sugere f no

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  • Josu 7 .7 -1 7 J osu conquista C ana

    poder divino. O reconhecimento de que o Senhor fizera passar a este povo o Jordo (7) reflete a f num Deus que opera maravilhas. O fato de Josu ter reconhecido que Israel jamais deveria ter dado as costas aos seus inimigos sugere f naquele que poderia dar a vitria. Sua preocupao pelo grande nome (9) de Deus outro vislumbre de f nesta hora escura. Com isso algum dificilmente poderia dizer que a orao de Josu foi uma expresso de descrena, mas foi simplesmente uma linguagem ousada de f que luta com Deus em orao - f que no conseguia compreender os caminhos do Senhor.34

    c. A resposta de Deus (7.10-15)