começo de conversa nº 02 (2010)

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ASA/PE e Governo de Pernambuco firmam parceria Página 02 Novembro | 2010 | Ano I | Nº 02 Água Água de aprender de aprender Escolas do Semiárido brasileiro também terão água de qualidade para consumo humano por meio de cisternas que captam água da chuva. É a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) levando o debate da convivência com a região para dentro das instituições de ensino.Páginas 04 e 05. P1+2 garante segurança alimentar Página 06 Foto: Rafaella Saino Pernambuco quer plantar 1 Milhão de árvores Página 03 Foto: Rafaella Saino Foto: Catarina de Angola

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Page 1: Começo de Conversa Nº 02 (2010)

ASA/PE e Governo de Pernambuco firmam parceria Página 02

Novembro | 2010 | Ano I | Nº 02

Água Água de aprenderde aprenderEscolas do Semiárido brasileiro também terão água de qualidade para consumo humano por meio de cisternas que captam água da chuva. É a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) levando o debate da convivência com a região para dentro das instituições de ensino.Páginas 04 e 05.

P1+2 garante segurança alimentarPágina 06

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ASA Pernambuco e Governo do Estado constroem

10 mil cisternas

A Articulação no Semi-Árido Pernambucano (ASA/PE) e o G o v e r n o d o E s t a d o d e Pernambuco, por meio do Programa Estadual de Apoio ao Pe q u e n o P r o d u t o r R u r a l (ProRural), estão construindo em parceria 10 mil cisternas de placas em municípios do Semiárido p e r n a m b u c a n o . A s implementações levarão água de beber e cozinhar para famílias que tem precário acesso à água de qualidade. “O trabalho está sendo

Expediente

Aldo Santos, da ASA/PE, o secretário José Patriota e o governador Eduardo Campos na assinatura de convênio.

ASA Pernambuco também quer plantar 1 Milhão de árvores

A Articulação no Semi-Árido Pernambucano (ASA/PE) aderiu à campanha Junte-se a Nós, Plante Mais Uma Árvore Para Um Mundo Melhor, que tem o objetivo de plantar 1 milhão de árvores no estado até junho de 2011. A campanha foi lançada em junho deste ano pelas organizações Centro Sabiá, Diaconia e Caat inga, que integram a articulação.

Nesse período, as instituições d a A S A P e r n a m b u c o j á

Articulação participa da campanha que levanta o debate sobre questões ambientais no estado

realizaram diversas atividades em prol da campanha. Em C a r u a r u , n o A g r e s t e , a Associação de Agricultores Agroecológicos de Bom Jardim (Agroflor) e a Diocese de Caruaru, juntamente com o Centro Sabiá, realizaram uma caminhada e um ato público com o objetivo de divulgar a campanha e a agricultura f a m i l i a r . C e r c a d e m i l agricultores e agricultoras participaram da mobilização.

Agricultores/as foram às ruas de Caruaru por mais árvores no estado.

O Começo de Conversa é uma publicação da Articulação no Semi-Árido Pernambucano (ASA/PE). Colaboração: Aldo Santos, Antônio Oliveira, Edésio Marques, Gilvan Anjos, Neilda Pereira, Reginaldo Alves e Rodolfo Melo. Texto e Edição: Catarina de Angola (DRT/PE 4477), Mariana Landim e Rafaella Sabino (DRT/PE 4480) Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Saulo Tiragem: 2.000 exemplares Impressão: Gráfica JB ASA Pernambuco na internet: www.asapernambuco.blogspot.com Contato: [email protected]

Por Reginaldo Alves*

*Reginaldo Alves é um dos coordenadores da ASA Pernambuco

Ao longo dos 11 anos de existência da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), o debate do acesso à água sempre esteve pautado como prioridade. Avançamos com os programas permitindo água de qualidade para mais de 50 mil famílias em Pernambuco e mais de 300 mil famílias em todo o Semiárido brasileiro.

Recentemente fomos levados a dois novos desafios. Ampliar a relação com o Governo do Estado de Pernambuco no sentido de viabilizar a implantação de cisternas rurais, em parceria com o Programa Estadual de Apoio ao Pequeno P rodutor Rura l (ProRural), num exercício constante de superação de dificuldades no campo do marco regulatório, mas com o espírito de entendermos esta relação como importantíssima para avançarmos nas políticas públicas voltadas para o Semiárido pernambucano.

E no campo da educação, fomos chamados a fazer o debate do acesso à água nas escolas, a partir da implantação de cisternas de 52 mil litros, tendo como elemento central a educação contextualizada, de modo que possamos ter a escola como um instrumento importante de transformação social na perspectiva da convivência e da agroecologia. As organizações que compõem a Articulação no Semi-Árido Pernambucano (ASA/PE) também estão no debate das mudanças climáticas, participando e promovendo uma campanha com a proposta de plantar 1 Milhão de Árvores em Pernambuco, num chamamento para que todos e todas se mobilizem e com o gesto de plantar uma árvore possam contribuir para um mundo melhor.

Um ano de muitos desafios e conquistas

feito com muito critério. Serão contemplados municípios com alto índice de aridez. É um programa realizado em uma ação integrada e que envolve as famílias agricultoras”, explicou José P a t r i o t a , s e c r e t á r i o d e Desenvolvimento e Articulação Regional de Pernambuco. Cerca de 18 milhões de reais estão sendo investidos, do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Governo do Estado de Pernambuco.

O monitoramento das árvores plantadas em Pernambuco pode ser feito pela internet. Através do endereço eletrônico www.umilhaodearvorespe.org.br qualquer pessoa pode cadastrar suas árvores e acompanhar quantas já foram plantadas,

Na c idade de Pe sque i r a , também no Agreste, a Cáritas D i o c e s a n a / D i o c e s e d e P e s q u e i r a r e a l i z o u u m a atividade em parceria com diversos atores sociais de vários municípios da região. "A idéia é que toda a sociedade de Pernambuco assuma plantar uma árvore para que a gente tenha uma condição ambiental melhor, para termos um estado mais sustentável, mais verde e com qualidade", explica Aldo dos Santos, coordenador de articulação política do Centro Sabiá e um dos coordenadores da ASA/PE.

Outras diversas mobilizações de o rgan i zaçõe s da ASA Pernambuco devem acontecer até o final da campanha, como forma não só de alcançar o número de 1 milhão de árvores plantadas, mas também de divulgar experiências de quem já está preservando o Meio Ambiente.

Acompanhamento da campanha na internetcompartilhando experiências c o m t o d o o e s t a d o d e forma transparente. A campanha também tem u m a p á g i n a n a i n t e r n e t que traz notícias das ações e atividades e já realizadas. Acessando o endereço eletrônico:

é possível saber informações da campanha e encontrar vídeos e fotos de plantios de árvores. Além disso, o/a visitante pode deixar comentários, ter acesso aos materiais da campanha e ver dicas de como plantar sua árvore.

www.plantemaisarvores.wordpress.com

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A Articulação no Semi-Árido Brasileiro

(ASA) levará água de qualidade para

escolas rurais do Semiárido. A ideia

surgiu a partir de debates realizados no

Conselho Nacional de Segurança

Alimentar e Nutricional Sustentável

(CONSEA), em que a ASA foi desafiada

a iniciar um projeto que pudesse criar

referenciais de acesso à água nas escolas.

"Água de aprender, de educar. Essa é

mais uma conquista. Grande parte das

escolas tem um déficit de água muito

grande, a qualidade é péssima", afirma

Aldo Santos, coordenador executivo da

ASA pelo estado de Pernambuco.

Por meio do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), da ASA, serão construídas, em escolas do Semiárido

brasileiro, 843 cisternas com capacidade para armazenar 52 mil litros de água para o consumo humano. Em Pernambuco, 40 escolas serão atendidas pelo projeto, e cinco organizações são responsáveis pela execução: Agroflor, Caatinga, Cecor, Casa da Mulher do Nordeste e a Diocese de Caruaru. A ideia é beneficiar a região do Agreste e os Sertões Central, Araripe e Pajeú. As instituições de ensino foram escolhidas por meio de um diagnóstico realizado pelo Ministério da Educação (MEC), que identificou as condições de acesso à água nas escolas rurais. As escolas também passarão por um processo de capacitação da gestão da água, que vai acontecer a partir de um diálogo com a comunidade escolar.

"professora fiquei rindo a toa. Pois todo dia é um sufoco, tenho que ir buscar água de uma cisterna do vizinho da escola. Já tenho dores nos braços e tudo que queríamos era uma cisterna dessa pra escola", conta Josefa Antônia dos Santos, merendeira da escola Sebastiana Lídia de Araújo, no Sítio Chã de Preguiça, em Bom Jardim, Agreste de Pernambuco.

O projeto cisternas nas escolas está sendo desenvolvido pela ASA, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS), com recursos do Governo Brasileiro e da Cooperação Espanhola.

Quando soube da notícia pela

Neste ano, o Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil) voltou às atividades depois de uma pausa de seis meses em sua execução. Estão sendo construídas um total de 8.727 cisternas com capacidade para armazenar, cada uma, até 16 mil litros de água de qualidade para beber e cozinhar. Em Pernambuco, oito unidades gestoras microrregionais (UGMs) gerenciam o programa. Para Taysa Soares, coordenadora do programa pela Casa da Mulher do Nordeste, o retorno do P1MC é muito animador. "Trata-se de um programa que cotidianamente lida com a convivência com o Semiárido junto às famílias agricultoras e tem um impacto

direto na qualidade de vida das mulheres rurais", resume.

Ainda em relação ao P1MC, a ASA, através de uma parceria com a Cooperação Espanhola, está desenvolvendo uma ação de universalização da água em algumas cidades de Pernambuco. O desafio é importante e consiste em suprir a demanda de cisternas dos municípios, fazendo com que o acesso à água seja uma conquista de muitas famílias agricultoras. Atualmente essa ação já ocorreu em Tuparetama e Ingazeira, no Sertão do Pajeú; Cedro e Terra Nova, no Sertão Central; Camocim de São Félix, Cachoeirinha, Ibirajuba, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no

Convivência com o Semiárido debatida na escola

Reginaldo Alves representa o estado de Pernambuco na coordenação executiva da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e é integrante da organização Caatinga, que é unidade gestora do P1MC, em Ouricuri, Sertão do Araripe de Pernambuco. O Começo de Conversa bateu um papo com Reginaldo sobre o projeto cisterna nas escolas.

– Como será feita a escolha das escolas?

– As escolas selecionadas partem de um levantamento que o Ministério da Educação apresentou, através de um diagnóstico sobre a situação escolar que traz a relação de escolas que até então não tinham acesso à água. A partir desse levantamento, se fará um debate com as comissões municipais da ASA e a gestão municipal, para que se possa priorizar as escolas que serão atendidas pelo projeto.

Começo de Conversa (CC)

Reginaldo Alves

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– Como será trabalhada a gestão da água nas escolas?

– Nós vamos fazer um processo de capacitação, de envolvimento de professores, de coordenação pedagógica, de estudantes , de pais e mães, para debater a gestão da água, que vai acontecer a partir de um diálogo com a comunidade escolar. A ideia é também fazer um debate mais amplo sobre a gestão da água no Semiárido.

- O debate da convivência com o Semiárido será feito junto a comunidade escolar?

– Esse também é o grande propósito do projeto. A gente não quer construir uma cisterna por construir, assim como tem a cisterna familiar que dizemos que vem cheia de conhecimento, então a cisterna na escola é para promoção do conhecimento. Ela traz junto consigo a ideia de estimular o debate da convivência, de inserir na

comunidade escolar metodologias, materiais didáticos voltados para o debate da educação contextualizada. O grande papel da cisterna é que ela possa ser um instrumento de mobilização para debater a convivência, a agroecologia e cidadania, na perspectiva do direito das crianças e adolescentes de ter uma educação digna. A água faz parte disso.

– Quais os resultados que estão sendo esperados pela ASA e pelas organizações envolvidas no projeto?

– Esperamos que os municípios se envolvam no processo de seleção das escolas, de construção das cisternas, mas que acima de tudo se comprometam com o futuro de manutenção dessa referência. Com isso, nós desejamos a partir da mobilização nas escolas, criar novos referenciais em educação contextualizada, que possam influenciar nas políticas municipais para que a gente discuta educação no contexto das famílias rurais.

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Agreste; Itacuruba e Orocó, no Sub-Médio São Francisco e Granito, no Sertão do Araripe.

UGMs – Em Pernambuco as unidades gestoras microrregionais do P1MC são a Associação de Agricultores Agroecológicos de Bom Jardim (Agroflor), a Casa da Mulher do Nordeste (CMN), o Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas (Caatinga), o Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor), o Centro de Educação e Desenvolvimento Comunitário (CEDEC), a Diocese de Caruaru, o Pólo Sindical do Submédio São Francisco e o Núcleo de Educadores do Sertão de Pernambuco (NEPS).

Mais água de qualidade para Pernambuco

Águas do conhecimento ASA leva água de qualidade para escolas rurais do Semiárido

Estudantes da escola Sebastiana Lídia de Araújo, no Sítio Chã de Preguiça, em Bom Jardim terão água de qualidade.

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Segurança alimentar no Semiárido brasileiro

Com o objetivo de garantir a segurança alimentar das famílias agricultoras do Semiár ido brasileiro, através da produção de a l imen to s com ba se em tecnologias sociais apropriadas à região, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), desenvolvido pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), leva para famílias agricultoras a possibilidade de conviver e produzir na região semiárida na época de estiagem, a partir do manejo sustentável da terra e da água.

O programa conta com três tipos de tecnologias de armazenamento de água e uma de bombeamento: cisterna calçadão, barragem subterrânea, tanque de pedra e bomba d'água popular. As implementações possibilitam o acesso à água o ano inteiro. "O programa permite que o/a agricultor/a desenvolva processos produtivos agroecológicos na

ASA fortalece comissão de combate à desertificação

Em julho de 2008, por meio de um decreto presidencial, foi criada a Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), com o objetivo de influenciar na efetivação das políticas e programas relacionados com a desertificação, discutindo e sugerindo sobre os temas. A formação de uma comissão faz parte das metas do Plano de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil), e só foi efetivada depois de uma forte c o b r a n ç a d a s o c i e d a d e , principalmente da sociedade civil organizada.

A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) esteve presente ativamente em todo o processo que deu origem à comissão. "A criação da Comissão é a coroação de um

Articulação está presente na Comissão Nacional de Combate à Desertificação

importante avanço na política n a c i o n a l d e c o m b a t e à desertificação", afirma Paulo Pedro, da ONG Caatinga, e ponto focal nacional da sociedade civil no combate à desertificação.

A comissão é formada por 44 membros de 11 estados brasileiros que têm áreas susceptíveis à desertificação, entre eles estão representantes de instituições da sociedade civil, dos ministérios governamentais e setor privado. "É um espaço onde a sociedade civil organizada do Semiárido pode e deve exercer um papel de grande relevância, pela força do nível de organização que tem hoje e pelos acúmulos em experiências agroecológicas espalhadas por todas as áreas susceptíveis à desertificação no Brasil", afirma Paulo Pedro.

propriedade, garantindo a segurança alimentar e nutricional da família e a geração de renda a partir da comercialização do excedente", exp l i ca Edés io Mede i ros , coordenador do programa na organização Chapada.

O P1+2 também possibilita a participação em intercâmbios de experiências de convivência com o Semiárido, com o objetivo de proporc ionar a t roca de conhecimentos entre agricultores e agricultoras familiares.

A valorização do conhecimento popular é uma das principais características do programa e pode ser vista no boletim de experiências O Candeeiro, que é produzido pelas Unidades Gestoras Territoriais (UGTs) em todo o Semiárido. O informativo consiste em divulgar experiências exitosas de convivência com a região, tornando-se um i m p o r t a n t e i n s t r u m e n t o

pedagógico. Além disso, o boletim ainda permite que a família seja protagonista da sua experiência.

O modelo de desenvolvimento rural proposto pelo P1+2 é baseado na agroecologia e incentiva uma nova maneira de olhar e conviver com um Semiárido mais sustentável.

Cisterna calçadão, tanque de pedra e bom d’água popular são tecnologias do P1+2.

Mário Farias é a representação da ASA Pernambuco na CNCD

Para Mário Farias Junior, coordenador de apoio da Diaconia e representante da sociedade civil pernambucana na CNCD, integrar a comissão é motivo de orgulho. "Tenho prazer de representar a Diaconia e a ASA nas discussões e implementações de ações de combate à desertificação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas", afirma.

Famílias agricultoras conquistam água para produção de alimentos

CNCD tem o objetivo de influenciar na efetivação das políticas e programas relacionados à desertificação.

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Um novo olhar sobre a comunicaçãoA Articulação no Semi-Árido Pernambucano (ASA/PE) criou novas estratégias de comunicação para divulgar e valorizar o conhecimento das famílias do Semiárido, como também o trabalho realizado pelas organizações que compõem a articulação. Há quase dois anos, as comunicadoras/es populares do estado animam o processo e as dinâmicas de comunicação na articulação.

Construiu-se uma identidade visual para a articulação pernambucana. Foi criada uma logomarca para a ASA Pernambuco, relacionada à marca institucional da ASA Brasil. Também se percebeu a necessidade de divulgar as ações e as atividades realizadas pelas organizações. Então, foi criada uma página na internet em formato de blog e o boletim

impresso Começo de Conversa, para que pudessem transmitir o trabalho que vem sendo desenvolvido no Semiárido. No endereço da ASA/PE

ASA Pernambuco traça caminhos para uma comunicação eficaz

Você sabia?

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tem o objetivo de transferir recursos financeiros do Governo Federal aos estados e municípios para aquisição de alimentos para a alimentação escolar. Em 2009, foi criada a lei de número 11.947, que torna obrigatório que no mínimo 30% da alimentação escolar seja comprada de agricultores e agricultoras familiares. A conquista é fruto da luta de movimentos sociais e da sociedade civil organizada.

Os agricultores e agricultoras que d e s e j a m p a r t i c i p a r ind i v idua lmente do PNAE precisam ter a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Agricultura Famil iar (DAP) e x p e d i d a p e l o I n s t i t u t o Agronômico de Pernambuco (IPA), Sindicatos de Trabalhadores Rurais ou Ins t i tu to Nac iona l de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no caso de assentados. Mas podem e devem se organizar em grupos formais, e participar por meio de cooperativas e/ou associações rurais. O grupo precisa da DAP jurídica e no mínimo 70% dos produtores do grupo devem ter a DAP familiar.

Na aquis ição de gêneros alimentícios da agricultura familiar serão priorizados os assentados de reforma agrária, as comunidades t r ad i c i ona i s i nd ígenas e quilombolas. Os produtos agroecológicos terão prioridade no momento da comercialização. Para a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), é importante a orientação de agricultores e agricultoras sobre a dinâmica do programa. Afinal, a lei beneficia os agricultores e agricultoras que incrementam sua renda, e os estudantes, que recebem uma alimentação mais saudável. Além disso, os recursos gerados nesse processo ficam no município.

na internet também é possível acessar vídeos e fotos dos eventos, encontros e atividades que são realizadas pela articulação.

LIVRO – Nesse período também foi publicado o livro Intervenção Rural e Autonomia, que conta a experiência e o trabalho da ASA em Pernambuco. A publicação é resultado da dissertação de mestrado de Wedna Cristina Marinho Galindo. Na publicação ela trata das estratégias de desenvolvimento do Semiárido e das políticas de intervenção rural desenvolvidas pela ASA em Pernambuco.

PNAEPrograma Nacional de Alimentação Escolar

Para conhecer as atividades da ASA Pernambuco na internet, é só acessar o

endereço eletrônico: www.asapernambuco.blogspot.com