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Edição 605 - 30.12.2015 Informativo eletrônico semanal do mandato Com o Parlamento cercado, deputados do governo Sartori aprovam projetos que penalizam os servidores o dia da sessão extraordiná- ria convocada pelo governador, 28 de dezembro, o prédio da Casa do Povo amanheceu, mais uma vez neste ano, sitia- do por forças militares armadas. Viaturas e soldados saiam das dependências do Poder Legislativo para cercar o pré- dio do Palácio Farroupilha e impedir a aproximação das grades, separando os cida- dãos e cidadãs interessados nos projetos e requerimentos que não haviam sido discutidos com a sociedade, mas iriam à votação urgente, às pressas, no plenário da Assembleia. Na mesma manhã, em entre- vista à imprensa, deputados da oposição denunciaram uma grave suspeita pairando sobre os resultados de outras votações de propostas do Exe- cutivo. O governo teria trocado car- gos pelo voto de apoio do de- putado Mario Jardel, segundo acusações que a corregedoria do Legislativo vai investigar no próximo período.. Sob suspeição, a sessão de- veria ser cancelada, como pro- pôs, em requerimento, os opo- sicionistas. Mas a base aliada do gover- no, em maioria, desconsiderou a gravidade da denúncia. E, impondo o peso da vanta- gem numérica, por mais de 13 horas de sessão que invadiu a madrugada seguinte, avalizou as propostas que atrasam o estado, penalizam os servido- res e preocupam a sociedade, projetando um 2016 ainda pior e mais difícil para todos os gaú- chos. N PÁGINA 02

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Page 1: Com o Parlamento cercado, deputados do governo … 04 episódio de “jovens” cercando Chico Buarque e seus amigos, em plena rua, no Rio de Janeiro, para afrontá- los e jogar imagens

Edição 605 - 30.12.2015Informativo eletrônico semanal do mandato

Com o Parlamento cercado, deputados do governoSartori aprovam projetos que penalizam os servidores

o dia da sessão extraordiná-ria convocada pelo governador,28 de dezembro, o prédio daCasa do Povo amanheceu,mais uma vez neste ano, sitia-do por forças militares armadas.

Viaturas e soldados saiamdas dependências do PoderLegislativo para cercar o pré-dio do Palácio Farroupilha eimpedir a aproximação dasgrades, separando os cida-dãos e cidadãs interessadosnos projetos e requerimentosque não haviam sido discutidoscom a sociedade, mas iriam à

votação urgente, às pressas,no plenário da Assembleia.

Na mesma manhã, em entre-vista à imprensa, deputadosda oposição denunciaramuma grave suspeita pairandosobre os resultados de outrasvotações de propostas do Exe-cutivo.

O governo teria trocado car-gos pelo voto de apoio do de-putado Mario Jardel, segundoacusações que a corregedoriado Legislativo vai investigar nopróximo período..

Sob suspeição, a sessão de-

veria ser cancelada, como pro-pôs, em requerimento, os opo-sicionistas.

Mas a base aliada do gover-no, em maioria, desconsideroua gravidade da denúncia.

E, impondo o peso da vanta-gem numérica, por mais de 13horas de sessão que invadiu amadrugada seguinte, avalizouas propostas que atrasam oestado, penalizam os servido-res e preocupam a sociedade,projetando um 2016 ainda piore mais difícil para todos os gaú-chos.

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PACOTE DE MALDADES

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sessão extraordinária convocadapelo governador aprovou projetos quepenalizam os servidores, enfraquecemo Estado e prejudicam a sociedade.

Entre os projetos aprovados estão oPLC 206/2015, conhecido como Lei deResponsabilidade Fiscal Estadual, queengessa as finanças do estado e conge-la os reajustes salariais e investimen-tos; a PEC 243/2015, que exclui a CESAda necessidade de plebiscito para alie-nação; e o PL 299/2015, de extinçãoda FUNDERGS, importante instituiçãopara o RS.

A maioria parlamentar, que compõea base governista, concordou com tudoe votou aprovando as propostas de ajus-te fiscal que penalizam os servidores eatemorizam a sociedade.

Sessão extraordinária viola regras da vida democrática

A

Vanessa Vargas

As propostas encaminhadaspelo governo Sartorirepetem a cartilha de Brittoe Yeda: extinção de órgãospúblicos, venda depatrimônio, concessão derodovias estaduais, ataquesao exercício de mandatosindical e arrocho salarial.

Como já afirmou inúmeras vezes, odeputado Adão Villaverde (PT) reiterouque as propostas encaminhadas para oLegislativo repetem a cartilha de Brittoe Yeda: extinção de órgãos públicos,venda de patrimônio, concessão de ro-dovias estaduais, ataques ao exercíciode mandato sindical e arrocho salarial.

O deputado também voltou a criti-car o governo Sartori, que foi marcadopela total paralisia de gestão e pela es-tratégia “do quanto pior, melhor”, comcalote em servidores e fornecedores eimplementação de uma política de ar-rocho salarial, demissões, aumento deimpostos e fragilização das funçõespúblicas do Estado.

“Nós da oposição, por diversas ve-zes, apontamos caminhos para o gover-no Sartori enfrentar a crise das finan-ças do RS. E as alternativas que sugeri-mos nunca passaram pela penalizaçãodos servidores e da sociedade. O Exe-cutivo gaúcho precisa enfrentar a ques-

tão da sonegação, da regulamentaçãoda dívida pública e da sua renegociaçãoe não aplicar a estratégia do Estadomínimo”.

E a sessão plenária do dia 28 de de-zembro iniciou com outras marcas his-tóricas negativas que ferem a tradiçãodemocrática da política rio-grandense.Começou ignorando os protestos daoposição que, pela manhã, divulgoudenúncia de compra de voto de um de-putado, pelo Executivo, em troca deapoio à aprovação de projetos, que pas-saram a ficar sob suspeição.

Mais ainda: como se fosse ato nor-mal já no Legislativo, o prédio do Par-lamento amanheceu cercado pelas for-ças militares do estado, com viaturas esoldados dentro no espaço do PoderLegislativo. Tudo isto para impedir quea população participasse da sessão, jáque o governo, outra vez, não discutiusuas propostas com os gaúchos.

A sessão também foi fortementecontestada pelo presidente do Tribunalde Justiça, José Aquino Flores, que aconsiderou como uma “forma duvidosaque pode indicar um caminho perigosopode indicar um perigoso caminho, por-que viola regras da vida democrática,abreviando o devido processo legislativoe tangenciando o necessário debatepúblico.

Aquino criticou “a desorganização deum Estado sem projeto de crescimentoeconômico e social. E que, de formasubjacente, insiste na política de des-valorizar seu manancial humano, jus-tamente o maior patrimônio dos gaú-chos”.

Para Aquino, “o conceito deparadigma nacional em termos de Jus-tiça conferido ao Poder Judiciário Gaú-cho é fruto da existência de um plane-jamento estratégico, baseado em umapolítica de valorização de seu quadrode pessoal, praticada por suas sucessi-

vas gestões, responsável pelos invejá-veis índices de produtividade e pelo re-conhecimento da sua eficiência. Mode-lo este que não pode ser obstruído; aocontrário, mereceria ser seguido poroutros segmentos da vida pública e,quiçá, por organizações privadas sub-metidas ao regime da competição”.

‘’Com efeito, a ética na vida políti-ca exige lealdade e transparência, abo-lindo práticas surradas, que nada com-binam com a forma franca e direta quedeve presidir as relações de Estado”,alfinetou o presidente do Tribunal.

Mas a sessão extraordinária queaprovou o pacote do governo com re-trocessos institucionais e penalizaçãodos servidores que refletirão na socie-dade em 2016 não se encerrou na ma-

(CONTINUA)

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drugada do dia 29, após mais de 13horas de discussões. Após o recesso quetermina em fevereiro, voltarão ao ple-nário do Parlamento quatro projetosque foram retirados: a PEC 242/2015,que extingue a licença prêmio, direitoadquirido pelos servidores estaduais;

o PL 509/2015, que autoriza o PoderExecutivo a conceder rodovias para ainiciativa privada; e o PL 507/2015,que reduz o número de servidores quepodem ser dispensados para exercerfunção sindical; e o PL 508 2015, alte-rando a lei criou a Empresa Gaúcha de

Rodovias, com o objetivo de adaptá-la à realidade enfrentada pela empre-sa.

São novas investidas contra os ser-vidores e os serviços públicos que nãopodemos aceitar sem lutar e mobilizaros gaúchos.

A grave denúncia feita pelas bancadas do PCdoB, do PT e do Psol na Assembleia de compra de voto de plenário dodeputado Jardel, por parte de integrante do atual governo do estado, deve ser investigada com seriedade e profun-didade, afirma Villaverde.

Se confirmada a corrupção, colocam-se em suspeição votações importantes de sessões plenárias do Parlamentogaúcho, que devem ser anuladas.

Em busca da transparência, o deputado apoia a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para esclare-cer as acusações que pesam sobre deputado e Executivo.

Apoio à criação de CPI

PACOTE DE MALDADES

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Foi um grande atraso, um enormeretrocesso para toda a cadeia produ-tiva da cultura gaúcha”, definiu o de-putado Adão Villaverde (PT), após avotação que aprovou, na noite de on-tem, na Assembleia Legislativa, por34 a 17, o Projeto de Lei 506/2015,diminuindo o valor dos recursos paraas atividades culturais no RS, dentrodo Sistema Estadual Unificado deApoio e Fomento às Atividades Cultu-rais, previstos na Lei nº 13.924, de2012.

Para ele, o PL evidencia a posturade um governo sem sensibilidade his-tórica e descomprometido com os va-lores de identidade da população rio-grandense que se manifestam cultu-ralmente.

O deputado lamentou que foram re-jeitadas as emendas da bancada que

Base governista aprova grande retrocesso na cultura gaúcha

pretendiam corrigir o conteúdo re-gressivo do PL.

Em uma delas, mantinha-se o ca-ráter progressivo dos valores dos pro-gramas, garantindo a não redução doslimites destinados ao Pró-Cultura, pre-sente na Lei 13.490/2010 e evitandoque os recursos investidos fossem me-nores do que os do ano anterior.

Na outra emenda, propunham man-ter os valores de cada programa, in-clusive os valores das ações especi-ais do Pró-Cultura.

Como ambas emendas foram rejei-tadas os valores destinados ao Pró-Es-porte foram reduzidos de R$ 35 mi-lhões para R$ 15 milhões em 2015 epara R$ 20 milhões em 2016. Tambémforam reduzidos os valores destina-dos ao PAIPS de R$ 35 milhões paraR$ 10 milhões em 2015 e 2016. O pro-

jeto ainda destina às Ações Especiaisdo Pró-Cultura somente R$ 500 mil em2015, reduzindo em R$ 5,5 milhões oslimites destinados a este importanteinstrumento da Política Cultural do es-tado neste ano, sem previsão derealizá-lo em 2016. Por fim, retira agarantia da não redução dos limitesdestinados ao Pró-Cultura, presente naLei 13.490/2010.

O presidente da Associação Profis-sional de Técnicos Cinematográficosdo Rio Grande do Sul (APTC-RS), Davide Oliveira Pinheiro, reforçou que osequívocos da PL contrariam o dispos-to no Pró-Cultura (lei 13.490/2010 elei 13.924/2012).

Leia mais em https://goo.gl/CJdVEj

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ARTIGOS

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episódio de “jovens” cercando Chico Buarquee seus amigos, em plena rua, no Rio de Janeiro,para afrontá- los e jogar imagens nas redes paraconstrangê-los, não foi um fato isolado e espontâ-neo. Está virando uma triste e assustadora regrana sociedade brasileira. De modo geral, informou-se acerca do acontecimento: “Chico bate boca narua e é insultado por defender o PT”. Quer dizerque se for para insultar o PT vale agredir ? Não énecessário nenhum juízo crítico ao método?

Tirando a máscara e examinando a essência doocorrido, não há nada de modernidade apontada,falaciosamente, como inovadoras formas de lutasda “nova geração”. É só um surrado e inaceitávelmétodo fascista que parte da premissa de “cons-tranger e insultar o interlocutor para que ele fiquese explicando”.

Ignora-se o cerne: o cidadão Chico Buarque éum patrimônio cultural do Brasil e do mundo, commais de 70 anos e que, num momento de lazer comamigos, é suprimido de sua privacidade, passandoa ser ofendido por um bando de provocadores. Eisto merece um registro como fato normal. Nestestempos ditos “modernos” foi eliminada a palavraindignação? Onde está a alardeada tolerância quemuitos garantem que professam nas suas relaçõesem sociedade? É apenas tática e seletiva?

Mais do que uma vertente para o fascismo, é aalma da intolerância, da violência e da agressãocomo forma de disputa política. A história registrao quanto estes métodos foram utilizados para che-gar ao poder por nazismo, fascismo, franquismo,salazarismo...

Uma pergunta obrigatória: se o tema latente éa corrupção, porque continuam ao lado de Cunha?E os escândalos do metrô de São Paulo? Do aero-porto do Aécio Neves? E da privataria tucana?

Devemos repudiar e denunciar este hábito anti-democrático, dando as respostas sociais, políticase jurídico-legais necessárias, fundamentalmenteno âmbito do Estado Democrático de Direito Cons-titucional. Privilegiemos o argumento e o conteú-do, defendendo um grande legado das melhorestradições do Iluminismo e da Revolução Francesamas, sobretudo, reafirmando: não ao fascismo eseus métodos, principalmente suas práticas terro-ristas!

A máscara e aessência, umavertente parao fascismo*

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21 em 26 de dezembro de 2015**Professor, engenheiro e deputado estadual (PT-RS)

O

Um tribunaladministrativo que

carece de maiortransparência pública*

ADÃO VILLAVERDE**

iante do que chama de sistemática recusa da pasta em autorizara verificação de dados do Tribunal Administrativo dos Recursos Fis-cais da Fazenda do RS (TARF), o procurador do Ministério Público deContas (MPC), Geraldo Da Camino, definiu a situação, ao depor naComissão de Finanças da Assembleia Legislativa, assim: “a Fazen-da parece outra República dentro da República”.

Nem esta Corte de fiscalização e controle da contabilidade públi-ca, portanto, consegue acessar detalhes fazendários.

Outro conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Algir Lorenzon,salientou que, a partir de um ato administrativo, o governador poderiaresolver a questão, dando caráter vinculante, para que a Fazenda fran-queasse o acesso ao TCE/RS.

Da Camino estranhou que no convênio da Secretaria da Fazendacom o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGPQ), comdispensa de licitação, haja cláusula de sigilo dos dados fiscais daconsultoria. Não se descarta uma ação em juízo do TCE para teracesso a esses dados fiscais.

A indagação que se impõe é: quais são os reais motivos de tãoférreo segredo que esconde o cotejo jurídico de argumentação econtra-argumentação que se evidencia, de fato, em volumosas per-das de recursos?

Na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, que integrocomo titular e é presidida pelo deputado Luiz Augusto Lara (PTB),temos tentado, insistentemente, desvendar os mistérios dos julga-mentos do Tribunal Administrativo dos Recursos Fiscais da Fazendado RS.

Por ano, o TARF julga recursos contestados na ordem de R$ 3bilhões. E, estranhamente, o estado do RS é derrotado na maioriados processos – cerca de dois terços das contendas judiciais. Ouseja: R$ 2 bilhões são perdidos apenas neste âmbito judicial.

Sob a alegação do sigilo fiscal, o TARF, criado em 1959, ainda sesubmete à lógica da ‘confidencialidade’ que não combina com ostempos contemporâneos de obrigatória necessidade de transparên-cia na gestão pública.

Esta dúvida não está isolada do contexto das contas e dívidasestaduais, as quais se atribui todos os males da paralisação que émarca registrado do estado em 2015.

A dívida ativa gaúcha é de mais de R$ 36 bilhões dos quais umterço, ou R$ 12 bilhões são, em tese, recuperáveis. Mas na práticasomente R$ 1,2 bilhões são resgatáveis. Os dados revelam que ogoverno só se dedica à gestão de despesas, descuidando ogerenciamento das receitas.

A situação do TARF é só reflexo da inoperância do atual governoneste ano. Mas, infelizmente, não acena para um ambiente de mu-danças em 2016.

D

ADÃO VILLAVERDE**

*Artigo publicado no Jornal do Comércio em 29 de dezem-

bro de 2015**Professor, engenheiro e deputado estadual (PT-RS)

Acesse http://goo.gl/rYDvNe e continue lendo

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ARTIGOS

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personagem do ano é a mulher que sai de casa arrastan-do chinelos e se dirige a uma repartição do município paradizer:

— Vim aqui devolver o cartão do Bolsa Família.A cena repetiu-se durante todo o 2015 em prefeituras do

sertão nordestino ou daqui mesmo, de Canguçu, de Rosário,de Cacequi. A mãe aprochega-se do balcão para anunciar umadecisão importante. Enfia a mão na bolsa em busca do cartãoe puxa aquilo que é provisório em meio a outras coisas muitopermanentes. E a moça do guichê pergunta:

— A senhora pode me dizer por que está devolvendo ocartão?

— Porque agora, e enquanto Deus desejar, não precisomais disso.

Imagine a cena da mãe que sai de casa perfumada, com omelhor vestido floreado, não para pedir ajuda, mas para di-zer que não precisa mais do amparo do governo para dar decomer aos filhos. Como a decisão foi tomada com o marido ea filharada, mesmo que a grande maioria nem marido tenha?

São as mulheres que fazem a gestão do benefício do BolsaFamília. Multiplicam os contadinhos. Mas, segundo alguns con-trariados com tanta fartura, seriam o exemplo de povo vicia-do em esmolas. Uma mãe viciada em cento e poucos reais pormês.

Viciada em moedinhas que compram farinha de mandio-ca, do mesmo jeito que alguns empresários se tornaram vici-ados em subsídios, isenção de impostos, financiamentos comjuro baixo, esquemas de proteção de mercado e outrasmumunhas. Enquanto, claro, falam mal do Estado.

Uma mãe assim deveria dar curso de bons modos aos queatacam o Bolsa Família como distorção que não faz bem aopovo e ao país. O povo deveria entregar-se aos milagres dolivre mercado, que muitos dos detratores do Bolsa Famíliadefendem só nas teorias.

E também juízes, promotores e procuradores beneficiadoscom auxílio-moradia e auxílio-alimentação perpétuos podemaprender com uma mãe pobre que se dispõe a devolver aquiloque não precisa mais, porque arranjou um emprego ou desco-briu um jeito de se virar sem o socorro do governo.

A personagem de um ano de crise braba não é uma, são asmilhares de mães que entregaram o cartão do Bolsa Famíliaem 2015, sem que ninguém lhes pedisse.

Os outros agarrados a benefícios mais graúdos, que aindase lambuzam em privilégios que eu, você e todos nós paga-mos, deveriam conversar com essas mães. Mas é difícil. Elespreferem continuar viciados em bolsas fartas que também asmães do Bolsa Família ajudam a sustentar.

A mãe que devolve ocartão do Bolsa Família*

A

MIGUEL ROSSETTO**

A mulher que veste a melhor roupa e vaientregar o cartão, em um ano de crise,

é a grande figura de 2015.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 28 de dezembro de 2015**Jornalista

O valor do salário mínimo*

MOISÉS MENDES**

partir do dia 1° de janeiro de 2016, o salário mínimopassará de R$ 788,00 para R$ 880,00, um reajuste que agre-ga à inflação do período uma valorização real, relacionada aoíndice de produtividade da economia brasileira. Isso benefi-cia diretamente 48 milhões de trabalhadores e aposentados,urbanos e rurais. O novo aumento dá continuidade à políticade valorização do salário mínimo, formalizada por Lei em2007, que garantiu um aumento real de 76% no seu valorentre 2003 e 2015, durante os governos Lula e Dilma. Essapolítica terá seguimento em 2016 e está garantida até 2019.

A

Segundo estudo divulgado este ano pela ONU, a valoriza-ção do salário mínimo foi o principal fator na queda da desi-gualdade no Brasil. Além de combater a pobreza e promovera melhoria da qualidade de vida, a valorização constante dosalário mínimo representa, também, um fator de estímulo efortalecimento do mercado interno. Em 2016, segundo da-dos do Dieese, o reajuste representará um incremento derenda na economia brasileira de R$ 51,5 bilhões. Além disso,essa política colaborou para que o poder aquisitivo dos querecebem o salário mínimo se fortaleça, alcançando, em 2015,um poder de compra equivalente a 2,22 cestas básicas, omaior registrado desde 1979.

O Brasil é um dos poucos países queassegura a valorização do salário-mínimo.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 29 de dezembro de 2015**Ministro do Trabalho e da Previdência

O Brasil é um dos poucos países que assegura a valoriza-ção do salário-mínimo. Apesar de ainda ser insuficiente paracorrigir a desigualdade de renda histórica do país, os reajus-tes praticados nos últimos anos resultaram em conquista dedireitos básicos para milhões de famílias, que puderam me-lhorar suas condições de existência em aspectos elementa-res, como habitação e educação dos filhos.

Diante do cenário econômico adverso que enfrentamoshoje, essa é uma boa notícia para começar o ano. O governofederal continuará investindo na valorização do salário míni-mo nos próximos anos, uma condição importante para a re-tomada do crescimento da economia brasileira, garantindoemprego e renda e preservando o poder de compra da popu-lação.

O novo aumento dá continuidade àpolítica de valorização do salário

mínimo, formalizada por Lei em 2007,que garantiu um aumento real de 76%no seu valor entre 2003 e 2015, durante

os governos Lula e Dilma

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TAQUARI

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O deputado Adão Villaverde parabeniza o companheiro, amigo e prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus, oManeco, que na segunda-feira (28) comemorou antecipadamente seu aniversário, celebrado no dia 31. Impossibilita-do de comparecer à comemoração devido à sessão extraordinária da Assembleia, o parlamentar enviou uma mensagemao prefeito com seus mais sinceros e efusivos votos de congratulações. “Almejo-te uma jornada longa com muitasaúde, repleta de realizações pessoais e vitoriosa diante dos desafios políticos que virão, graças à tua competênciacomo gestor e dedicação como militante solidário. Como sempre, conta com o meu mandato para o desenvolvimentosustentável de Taquari e da região. Forte abraço, Villaverde”, escreveu ele na mensagem entregue ao Maneco peloassessor Gladimiro Machado, que representou o deputado na comemoração.

Parabéns,Maneco

Foi protocolado junto à Secretaria da Mesa da Assembleia Legislativa requerimento para cria-ção da Frente Parlamentar de de Enfrentamento ao HIV/Aids, proposta pelo deputado AdãoVillaverde. Para ele, a Frente terá um papel importante no fomento dos debates acerca do tema,sobretudo estimulando ações de combate à disseminação da Aids e fortalecendo o trabalho deprevenção com a conscientização sobre a importância do uso do preservativo.

BOLETIM DE FIM DE ANO

O boletim anual de prestação de contas domandato do deputado Adão Villaverde devecomeçar a ser disponibilizado. Na ediçãoreferente 2015, destaca a atuação doparlamentar junto aos movimentos sociais, nadefesa da democracia e contra as políticas dearrocho salarial, privatizações e aumentode impostos do governador Sartori.A publicação está dividida em cinco grandeseixos: relações com os movimentos sociais;atuação parlamentar; relação com o governofederal; oposição ao governo Sartori; regionais,Partido dos Trabalhadores; e relação comvereadore(a)s.

Frente Parlamentar de de Enfrentamento ao HIV/Aids

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GOVERNO DILMA

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presidenta Dilma Rousseff afir-mou, no sábado (26), logo após as co-memorações de Natal, que o governovai trabalhar em três eixos paraminimizar os estragos das cheiasprovocadas pela chuva no Rio Grandedo Sul: o resgate das famílias atingi-das, o processo de restauração dascidades e das vias, e a retirada daspessoas das áreas de risco de formapermanente. A declaração foi feita emcoletiva de imprensa após apresidenta sobrevoar as áreas atingi-das na região de Uruguaiana (RS) ena Fronteira Oeste.

Em relação à retirada das famíli-as das áreas de risco, Dilma falou daimportância do Programa Minha CasaMinha Vida para que essa mudançaseja permanente. “É uma exigênciado Minha Casa Minha Vida que a áreade risco seja impedida de ser usadapara construção de outras moradias,porque senão nós, sistematicamen-te, voltaremos a ter o mesmo pro-blema anterior, que é as pessoas se-rem atingidas pelas enchentes. En-tão as áreas que tem enchentes es-tão vedadas a serem utilizadas comomoradia ou qualquer outra situaçãoem que leve a perda ou de patrimônioou até de vida humana”.

A presidenta disse também que o

Presidenta define açõespara minimizar efeitos das

enchentes no Sul

A governo vai trabalhar na liberaçãodo saque do Fundo de Garantia porTempo de Serviço (FGTS) a todasas pessoas afetadas pela calamida-de no Sul do país, e enalteceu o tra-balho conjunto entre os governos fe-deral, estadual e municipal. “É mui-to importante também para a rapi-dez da ação que haja essaintegração entre estado, municípioe o governo federal, para que as coi-sas sejam facilitadas, para que se-jam mais rápidas, que as pessoassejam atendidas e que possamretornar a sua tranquilidade”.

Segundo Dilma, a situação é di-fícil, principalmente nessa época doano, em que as famílias estão cele-brando o Natal e se preparando paraa passagem do ano.“Esse momen-to é um gesto que todos nós temosde fazer. As pessoas precisam, es-tão tristes, estão sofrendo, entãoter de ser atendidas com rapidez”.

Antes de conversar com a impren-sa, a presidenta se reuniu com mi-nistros, representantes do governo doestado e prefeitos da região. De acor-do com o último boletim divulgado pelaDefesa Civil do estado, 38 municípi-os foram atingidos afetando 1.795famílias, sendo que 1.479 estão de-salojadas e 66, desabrigadas.

Roberto Stuckert Filho/PR

Foi publicado no Diário Oficialda União de segunda-feira (28) oregistro concedido pela Anvisapara a primeira vacina contra den-gue no Brasil. Trata-se daDengvaxia, produzida pela empre-sa francesa Sanofi Pasteur. Paraque a vacina possa começar a servendida, a Câmara de Regulaçãodo Mercado de Medicamentos ain-da precisa definir o valor de cadadose, processo que dura em mé-dia três meses, mas não tem pra-zo máximo.

A Comissão Nacional de Incor-poração de Tecnologias no SUS vaiavaliar a possibilidade de incluiro produto ao sistema público deimunizações. O governo vai avali-ar custo, efetividade e impactosepidemiológico e orçamentário daincorporação da vacina ao Siste-ma Único de Saúde. A Anvisa aler-ta que a vacina não protege con-tra os vírus Chikungunya e Zika.

A vacina apresentou uma efi-cácia global confirmada contraqualquer sorotipo da dengue de65,6% na população acima denove anos de idade. A eficácia nes-sa população foi de 58,4% contrao sorotipo 1; de 47,1% contra osorotipo 2; de 73,6% contra osorotipo 3 e de 83,2% contra osorotipo 4. Se considerada a for-ma da dengue que leva àhospitalização, a eficáciaverificada da vacina foi de 80,8%.Ou seja, há uma proteção maiorpara casos de dengue considera-dos mais severos, que levam àinternação dos pacientes.

As doses devem ser aplicadasem três etapas, com intervalos deseis meses. Mas a informação dolaboratório é de que, já a partirda primeira dose, vacina protegequase 70% das pessoas. A capaci-dade de produção do laboratórioé de 100 milhões de doses por ano.

Brasil registra 1ªvacina contra

dengue do País

Leia mais em http://goo.gl/ych35g

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presidenta Dilma Rousseff sanci-onou lei aprovada pelo Senado que in-clui o ex-governador gaúcho LeonelBrizola no Livro dos Heróis da Pátria,que homenageia brasileiros que se des-tacaram na defesa e construção da his-tória nacional. A lei foi publicada na ter-ça-feira (29) no Diário Oficial. O livro,com páginas de aço, fica exposto noPanteão da Pátria, na Praça dos TrêsPoderes, em Brasília.

Brizola foi o líder da campanha daLegalidade, que garantiu a posse deJoão Goulart (Jango) como presidentedo Brasil após a renúncia de Jânio Qua-dros, em 1961, derrotando o golpe quetrês anos depois implantaria a ditadurano país. Perseguido pelo regime autori-tário, precisou exilar-se e ao voltar,fundando o PDT (sigla que substitui aanterior, PTB, da qual tinha sido despo-

Leonel Brizola passa a integrar Livro dos Heróis da Pátria

A

jado em sua ausência), elegeu-se porduas vezes governador do Rio de Ja-neiro.

Em 2011, na condição de presidentedo Parlamento gaúcho, o deputado AdãoVillaverde (PT) entregou à presidentaDilma Rousseff a medalha da Legalida-de, alusiva ao Cinquentenário do movi-mento, e instituída em meio à progra-mação para celebrar o cinquentenárioda campanha liderada por Brizola.

A medalha exibe em uma das faceso rosto do ex-governador e na outra obrasão do Rio Grande do Sul.

ARTIGO

Intimidaçãoe Política*

BRASIL

GUSTAVO DE MELLO**

país encontrou, aparentemente,em 2015, uma resposta para resolvertodos os dramas da nação. A elimina-ção dos petistas e, por via deconsequência, do Partido dos Trabalha-dores (PT). É o que se vê e se ouve portoda parte. O fogo cerrado sobre a exis-tência da agremiação política nacional,que surgiu nas greves do ABC paulista,na década de oitenta, tem anteceden-tes históricos e outros mais recentes,no ano de 2013. Sua eliminação, paraalguns setores, permitiria avanços emsaúde, educação e segurança do tipo“padrão FIFA”. Estas reivindicaçõesestavam explícitas em cartazes dese-nhados “espontaneamente” por gruposque, meses depois, o país acabou co-nhecendo em Porto Alegre e Belo Hori-zonte, em São Paulo e Rio de Janeiro, epelo restante do país.

Um sintoma de que das palavras aosatos seria só uma questão de tempo,nas tentativas de banimento dopetismo, ocorreu quando da covarde

agressão, realizada, em agosto de 2014,contra a Deputada Federal Maria doRosário (PT), no Parque da Redenção.Felizmente, ela estava acompanhada efoi defendida por apoiadores. Oagressor-chefe é uma figura que res-ponde pelo nome de Marcel van Hattem(PP), que nas suas atividades políticasincorporou a prática da truculência con-tra militantes do PT ou adversários emgeral. Van Hattem integra esse grupode pessoas que sinaliza para o grandepúblico que “contra o PT está valendoqualquer coisa”, até a agressão física.Para tanto, não precisa muito, bastaalguém estar de camisa vermelha paravirar alvo da fúria antipetista.

O PP do agressor Hattem, aliás, é opartido político que teve todos – TODOS– seus parlamentares gaúchos na Câma-ra Federal implicados na acusação deque suas contas foram irrigadas comrecursos de corrupção da Laja Jato. Tudoleva a crer que esse é o mesmo dinhei-ro que serviu para financiar osatravessadores de caminhões em rodo-vias federais e estaduais no início doano, nos protestos contra o Governo daPresidenta Dilma. Movimento este comdeclarada inspiração, segundo lideran-ças, no golpe contra o presidente Allendeno Chile de 1973. Um atentado contra apopulação brasileira que ainda espera

por uma apuração rigorosa do Ministé-rio Público e da Polícia Federal. Mascomo os alvos não são petistas…

Tivemos ainda a prisão do advoga-do Antonio Sanzi, na frente daAssembleia Legislativa que, pelo visto,além de abrigar agressores tambémestá cercado pela infâmia de quem nãotem orientação e nem treinamento paraconviver com protestos pacíficos nadefesa de direitos. No país, já foraminúmeros os casos de hostilidade, ame-aças e agressões. Alguns viraram notí-cia, outros tantos não, como o que maisrecentemente atingiu, em via pública,um respeitável senhor de setenta anos,Chico Buarque de Holanda, “um merda”,segundo um dos agressores.

O fato é que, já faz algum tempo, adireita vem se organizando, em reaçãoaos governos do PT e toda a lógica in-dica que iria chegar nisso, pois essa éa natureza do bicho, virulenta, violen-ta, golpista. No parlamento, seu núcleoduro é formado por gente do PP, PSDB,DEM e parte expressiva do PMDB.

O

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 30 de dezembro de 2015

**Ex-dirigente do PT-RS.

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Page 9: Com o Parlamento cercado, deputados do governo … 04 episódio de “jovens” cercando Chico Buarque e seus amigos, em plena rua, no Rio de Janeiro, para afrontá- los e jogar imagens

PORTO ALEGRE

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Vereadores retiram 5% da ZonaRural para construção de 2,3 mil casas

Câmara Municipal de Porto Alegreaprovou significativas mudanças no Pla-no Diretor de Desenvolvimento Urbanoe Ambiental (PDDUA), que retira partede uma propriedade da zona rural, noextremo sul da cidade, passando a fa-zer parte da zona urbana.

São 426 hectares da Fazenda Arasdo Arado que agora serão transforma-dos em condomínio residencial, comespaço para 2.300 casas.

O projeto foi aprovado com 27 vo-tos contra seis. Somando toda área dafazenda, seria possível construir, semalterar a lei, 100 propriedades (sítios)com dois hectares de área para cada.Com isso, a Zona Rural perde 5% do seuterritório, caso a lei seja sancionadapelo prefeito José Fortunati.

O Executivo apresentou o Estudo deViabilidade Urbanística (EVU), devida-mente analisado pela Comissão de Aná-lise Urbanística e Gerenciamento(Cauge), na forma de Projeto Especialde Impacto Urbano de 2º Grau, que estáem conformidade com o que prevê oPDDUA. Segundo a prefeitura tambémfoi realizado um Estudo de Impacto

Ambiental (EIA), apresentado em audi-ência pública e com a presença da co-munidade de Belém Novo e do entorno,identificando os impactos ambientaisgerados nas etapas de planejamento.

Modelo para outroscondomínios

O ambientalista e presidente da ONGEconsciência, Felipe Viana, enumera al-gumas questões contrárias ao empreen-dimento: “O acesso restrito à ponta doArado, realizado pela orla, o regimehídrico e a drenagem que o terreno irásofrer devido ao aterro que terá de serrealizado na área, e os diversosecossistemas que serão afetados com aconstrução de casas ao redor de áreasambientais. Há muitas espécies de ani-mais naquela região como Capiravas,Bugios e outras que serão afetadas”.

Felipe defende a criação de um Par-que Urbano no território onde foi umaplantação de arroz e de um parqueAmbiental e Cultural na outra parte dafazenda, onde é área ambiental. Outro

problema no horizonte é que os demaisprodutores rurais podem seguir o mes-mo caminho e vender seus terrenos paragrandes grupo imobiliários. “É o famo-so efeito ‘já que’, já que o meu vizi-nho vendeu seu terreno por um bomdinheiro porque eu não posso fazer issotambém?”. Segundo ele, ascontrapartidas anunciadas não são su-ficientes e também não se tem a ga-rantia de que serão cumpridas.

As contrapartidas

Implantação de uma área para Esta-ção de Tratamento de Água pelo DMAE,equipamentos públicos comunitários econtrapartidas estabelecidas pela es-tão previstos no projeto. Também fo-ram estabelecidos a criação de dois se-tores de uso misto, um criando um polocomercial e outro de polo tecnológicopara desenvolvimento da Região Sul. Aotodo estão previstos, até agora, a cons-trução de 2096 economias, sendo 1.759em condomínios unifamiliares e noveconstruções para uso administrativo e382 de unidades autônomas e isoladas.

A

Mensagem do ministro do STF emocionainternautas e viraliza no Facebook

DIREITO

A vida e o Direito: breve manual de instruçõesI. Introdução

Eu poderia gastar um longo tempo descrevendo todosos sentimentos bons que vieram ao meu espírito ao serescolhido patrono de uma turma extraordinária como a devocês. Mas nós somos – vocês e eu – militantes da revolu-ção da brevidade. Acreditamos na utopia de que em algumlugar do futuro juristas falarão menos, escreverão menose não serão tão apaixonados pela própria voz.

Por isso, em lugar de muitas palavras, basta que ve-jam o brilho dos meus olhos e sintam a emoção genuínada minha voz. E ninguém terá dúvida da felicidade imen-sa que me proporcionaram. Celebramos esta noite, nes-sa despedida provisória, o pacto que unirá nossas vidaspara sempre, selado pelos valores que compartilhamos.

Luis Roberto Barroso foi patrono de uma turma de formandos em Direito e fez o discurso durantecolação de grau. Foram 47 mil curtidas em apenas dois dias. Abaixo, a íntegra do discurso

É lugar comum dizer-se que a vida vem sem manual deinstruções. Porém, não resisti à tentação – mais que isso,à ilimitada pretensão – de sanar essa omissão. Relevem ainsensatez. Ela é fruto do meu afeto. Por certo, ninguémvive a vida dos outros. Cada um descobre, ao longo docaminho, as suas próprias verdades. Vai aqui, ainda as-sim, no curto espaço de tempo que me impus, um guiabreve com ideias essenciais ligadas à vida e ao Direito.

II. A regra nº 1

No nosso primeiro dia de aula eu lhes narrei omulticitado “caso do arremesso de anão”.

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