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  • AGRADECIMENTOS

    Associaes e outras Entidades:

    Associao Miths (Manuela Ralha); Associao Probono; Fidelidade - Companhia de Seguros, S.A.; Fundao Liga (Maria Jos Lorena); Instituto de Emprego e Formao Profissional; Secretaria de Estado da Incluso das pessoas com deficincia / Instituto Nacional para a Reabilitao, I.P..Voluntrios:

    Ana Rodrigues; Eduardo Jorge (tetraplegicos.blogspot.pt); Miguel Monteiro; Rosrio Botelho.

    FICHA TCNICA

    Ttulo: Manual para Pessoas com Deficincia Motora

    Autores: Associao Salvador

    Coautores: Fidelidade - Companhia de Seguros, S.A.

    Instituto Nacional para a Reabilitao, I.P.

    Design e Ilustrao:Partners e Mrio Andr Silva

    Contactos:Associao Salvador

    Av. Fontes Pereira de Melo, 14 9

    1050-121 Lisboa

    Telefone: 213 184 851 | email: [email protected]

    2 edio setembro 2017

    A informao presente neste documento encontra-se atualizada at setembro 2017.

    mailto:info%40associacaosalvador.com?subject=

  • 7

    O Conselho Diretivo do Instituto Nacional para a Reabilitao, INR, I.P. recebeu com muito orgulho o honroso pedido de prefaciar esta edio, assumindo a responsabilidade de esclarecer e sensibilizar o leitor para o valor e importncia deste Manual.

    No incio deste prefcio ocorre-nos pensar que sendo o INR, I.P. coautor deste manual, corremos srios riscos de, ao elogiar o produto final, praticarmos, despudoramente, o exerccio do auto elogio. Nada mais longe da nossa inteno ao reconhecermos a qualidade do trabalho atingido, a sua importncia para a existncia de informao atualizada, tecnicamente correta, mas simples e, a sua extrema utilidade no apoio e utilizao por pessoas com deficincia e seus familiares.

    A cooperao entre o INR, I.P., e a Associao Salvador no desenvolvimento do Manual para Pessoas com Deficincia Motora, da Associao Salvador, teve por objetivo produzir informao de sinalizao de um conjunto de respostas existentes, identificadas em vrias reas de vida e, viabilizar parcerias, alicerando pilares de uma cidadania ativa, de promoo e defesa de direitos fundamentais.

    O manual constituiu-se como um desafio, para todos os que nele trabalharam, de produo de um documento especializado mas inteligvel, que ao longo dos seus 14 captulos, apresente respostas especificamente dirigidas s pessoas com deficincia motora e informao relevante tanto para estes cidados e cidads, como para as suas famlias e tcnicos que desenvolvem a sua atividade profissional neste domnio.

    Foi uma honra acompanhar a realizao deste projeto, baseado numa cooperao/parceria, partilhando conhecimento tcnico e legislativo para a promoo de uma informao que enquadre a deficincia motora e aborde temticas como a sade, produtos de

    PREFCIO

    PREFCIO

  • 8

    apoio e o acesso ao seu financiamento, isenes fiscais, prestaes sociais e outras respostas.

    Associao Salvador por ter tido a iniciativa e capacidade de levar a cabo este projeto, bem como a Fidelidade por a ele se ter associado endereamos, desde j, um pblico reconhecimento pelo mrito deste trabalho, e por contriburem para o aumento da informao disponvel que desejamos potenciadora da qualidade de vida das pessoas com deficincia, das suas capacidades e autonomia.

    Apresenta-se pois um manual, de fcil utilizao, com resposta a diferentes questes transversais aos percursos de vida, nomeadamente nas reas do emprego, acessibilidades, habitao, clarificando questes de crdito, subsdio de renda, tarifas sociais e apoios extraordinrios, entre outros temas, que so sem dvida, importantes para garantir os direitos das pessoas com deficincia.

    Aps a entrada em vigor da Conveno sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia e do Protocolo Opcional, os quais foram ratificados em 2009, Portugal integrou o conjunto de Pases, que se vincularam a respeitar os direitos das pessoas com deficincia numa perspetiva de direitos humanos que obriga e responsabiliza toda a sociedade: entidades pblicas, privadas, da sociedade civil e cidados em nome individual.

    Esta perspetiva de abordagem centrada nos direitos humanos e no respeito pela autonomia e independncia das pessoas com deficincia necessita de ser conhecida, aplicada e desenvolvida nas prticas de todos os profissionais ligados prestao de servios pblicos ou privados ou enquanto simples cidados de uma sociedade democrtica que respeita a diversidade humana e garante a igualdade de oportunidades de todos os cidados.

    Estamos certos que ao editar este manual, a Associao Salvador, a Fidelidade e o Instituto Nacional para a Reabilitao materializam as obrigaes definidas na Conveno, pela facilitao da utilizao de um manual, como um guia e uma fonte de apoio no combate discriminao com base na deficincia.

    PREFCIO

  • 9

    A todos os envolvidos, organizadores, autores, coautores, designers, patrocinadores, Associaes Miths e Probono, Associao Salvador, Fundao Liga, IEFP, I.P., voluntrios e, por ultimo, mas no menos importante, Secretaria de Estado da Incluso das Pessoas com Deficincia, deixamos aqui os nossos parabns pela contribuio que com este Manual do, sem dvida, para uma sociedade mais participativa, justa, digna e inclusiva.

    Dr. Humberto SantosPresidente do Instituto Nacional para a Reabilitao, I.P.

    PREFCIO

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  • 11

    A Associao Salvador tem como misso a incluso das pessoas com deficincia motora na sociedade e melhorar da sua qualidade de vida, potenciando os seus talentos e sensibilizando para a igualdade de oportunidades.

    Numa altura em que nos preparamos para iniciar a comemorao dos 15 anos da Associao Salvador, que celebraremos em 2018, damos mais um passo no cumprimento da nossa misso.

    Para alm da atribuio de apoios, dos nossos projetos de empregabilidade, desporto adaptado, sensibilizao ou promoo de acessibilidades, acreditamos na importncia da rea do conhecimento, na qual se integra o Manual para pessoas com deficincia motora.

    Como sabem, sou tetraplgico desde os 16 anos e ao longo desta jornada apercebi-me que nem sempre encontramos as respostas de forma imediata. Este o objetivo do Manual, agregar todas as informaes teis que se encontravam dispersas, facilitando o dia-a-dia das pessoas com deficincia motora, cuidadores e tcnicos.

    Contamos consigo para que este Manual seja uma ferramenta em constante evoluo, construdo em conjunto por todos ns.

    Juntos Mudamos Vidas.

    Salvador Mendes de AlmeidaFundador e Presidente da Associao Salvador

  • 13

    NDICE

    NDICE

    INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17CAPTULO 1 - DEFICINCIA MOTORA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    Deficincia Motora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20Leso vertebro-medular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Tipos de Deficincia Motora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22Investigao/Cura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

    CAPTULO 2 - REABILITAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Reabilitao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28Centros de Reabilitao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    CAPTULO 3 - SADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Sade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32Atestado mdico de incapacidades multiusos . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Iseno de Taxas Moderadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Assistncia prioritria nos hospitais e centros de sade . . . . . . . . . 35Assistncia mdica e prestao de servios de enfermagem ao domiclio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37Direito a transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    CAPTULO 4 - PRODUTOS DE APOIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Produtos de Apoio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Etapas para a sua obteno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Como ter acesso ao financiamento dos produtos de apoio . . . . . . . 44Entidades que tm responsabilidade na atribuio . . . . . . . . . . . . . 46Outros Apoios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

    CAPTULO 5 - ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

    Impostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58Penses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62Subsdios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Outras respostas sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

    Servio de Apoio Domicilirio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Lares residenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Centros de atividades ocupacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

  • 14 NDICE

    CAPTULO 6 - HABITAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75Aquisio ou construo de habitao prpria . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

    Crdito a pessoas com deficincia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

    Apoios a arrendamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79Subsdio de Renda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    Habitao Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84Mercado Social de Arrendamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

    CAPTULO 7 - OUTROS APOIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Tarifas Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

    Apoio Social Extraordinrio ao Consumidor de Energia (ASECE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88Eletricidade/Gs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

    Operadoras Telecomunicaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89Museus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Servios Mnimos Bancrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

    CAPTULO 8 - ENSINO E FORMAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93Interveno Precoce . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94Ensino/Educao Especial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95Ensino Superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99Formao Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

    Percurso formativo especfico para jovens . . . . . . . . . . . . . . . . 104Percurso formativo especfico para adultos . . . . . . . . . . . . . . . 105

    CAPTULO 9 - EMPREGO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111Enquadramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112Apoios/incentivos contratao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

    Informao, avaliao e orientao para a qualificao e o emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

    Quotas de emprego para os setores pblico e privado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118Entidades que apoiam na procura de emprego . . . . . . . . . . . . . . . 119Centros de Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119Acidentes de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

    Etapas de regularizao do Acidente de Trabalho . . . . . . . . . . 120Reabilitao e Reintegrao Profissional do trabalhador sinistrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

  • 15NDICE

    CAPTULO 10 - DESPORTOS E TEMPOS LIVRES . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123Enquadramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124Modalidades Desportivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125Tempos Livres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

    Campos de frias inclusivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131Agncias de viagens/Outras entidades especializadas em turismo acessvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133

    CAPTULO 11 - ACESSIBILIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135Principais requisitos em termos de acessibilidades . . . . . . . . . . . 136Acessibilidades em edifcios de habitao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138Smbolo internacional de acessibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139Denncias de falta de acessibilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140Contactos de entidades licenciadoras/autorizadoras/ fiscalizadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140Excees ao cumprimento de normas de acessibilidade . . . . . . . 143

    CAPTULO 12 - TRANSPORTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145Carto de Estacionamento para pessoas com deficincia motora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146

    Iseno de estacionamento EMEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147Lugar de estacionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

    Empresas de adaptao de veculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148Transporte Pblico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149Transportes Ferrovirios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156

    Linhas Internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156Linhas Regionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156

    Transportes Areos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161Transporte privado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162

    CAPTULO 13 - DISCRIMINAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165Tipos de discriminao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166

    Prticas consideradas discriminatrias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166Quem pode denunciar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168

    Como denunciar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168Onde reclamar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168

    CAPTULO 14 - CONTACTOS TEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173FONTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185

  • 17

    Este manual, criado pela Associao Salvador, tem como objetivo facilitar a vida das pessoas com deficincia motora, dos seus familiares e cuidadores, assim como a de todos os profissionais ligados a esta rea.

    A Associao Salvador tem experincia de mais de uma dcada a trabalhar com pessoas com deficincia motora. Desenvolvemos projetos com o objetivo de promover a incluso, entre os quais destacamos a atribuio de apoios diretos e pontuais a pessoas carenciadas, a integrao profissional, o apoio promoo do desporto e sensibilizao sobre a preveno rodoviria.

    Somos contactados diariamente por muitas famlias que, confrontadas com uma nova realidade qual tm que se adaptar, se encontram desorientadas e sem respostas. Este facto deve-se muitas vezes dificuldade de acesso informao.

    Este manual resulta de um longo processo de pesquisa e pretende ser uma compilao de um conjunto de informaes teis sobre diferentes temas essenciais ao seu dia a dia, incluindo sobretudo os apoios e respostas existentes em vrias reas.

    Ao longo deste manual abordamos temas essenciais como produtos de apoio, formao e emprego, sade, desporto, acessibilidades, transportes, entre outros, com o objetivo de partilhar informao, apoios e solues para a melhoria da qualidade de vida.

    Estamos convictos que a informao que aqui disponibilizamos, de forma clara e detalhada, contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas com deficincia motora e das suas famlias.

    Este manual encontra-se disponvel em formato digital no website da Associao Salvador e a informao que compe o mesmo ser atualizada periodicamente.

    INTRODUO

    INTRODUO

  • DEFICINCIA MOTORA

    Deficincia motoraLeso vertebro-medularTipos de Deficincia MotoraInvestigao/Cura

  • 20 DEFICINCIA MOTORA

    Deficincia Motora

    A deficincia motora assenta na existncia de uma ou mais alteraes na estrutura, ou funo biolgica e coordenativa do corpo humano. Isto , refere-se dificuldade ou impossibilidade em mexer, controlar ou coordenar algum tipo de movimento motor. Tal poder ocorrer de forma temporria ou permanente e ser de carcter congnito ou adquirido. Pessoas com deficincia motora tm a sua mobilidade comprometida devido a limitaes ao nvel da funo, estruturas sseas e musculares.

    O que significa ser uma pessoa com deficincia motora?

    Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS) e a Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade (CIF), o conceito de deficincia define-se como um problema na funo ou estrutura do corpo, tal como um desvio importante ou uma perda, ou seja, engloba a incapacidade fsica ou mental de um indivduo que dificulta ou limita a sua capacidade na execuo de determinada/s tarefa/s e/ou aes, restringindo a sua participao em aes do dia-a-dia. Numa perspetiva mais ampla, esta definio engloba todos os seres humanos, tendo em conta que todos temos limitaes, que balizam a capacidade de cumprir determinadas tarefas ou aes.

    A Conveno Sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia que Portugal assinou em 2007, reconhece que a deficincia um conceito em evoluo e que a mesma resulta da interao entre as pessoas com incapacidades e barreiras comportamentais e ambientais, que impedem a sua participao plena e efetiva na sociedade em condies de igualdade com as outras pessoas.

    De acordo com o Art. n1 da Conveno sobre os direitos das Pessoas com Deficincia (ONU, 2009), o conceito de pessoa com deficincia inclui todas As pessoas com deficincia incluem aqueles que tm incapacidades duradouras fsicas, mentais, intelectuais ou sensoriais, que em interaco com vrias barreiras podem impedir a sua plena e efectiva participao na sociedade em condies de igualdade com os outros.

  • 21DEFICINCIA MOTORA

    O que significa ter mobilidade reduzida?

    A pessoa com mobilidade reduzida entendida como uma pessoa cuja mobilidade est condicionada. So vrias as possveis origens desta condio, nomeadamente o envelhecimento, a maternidade, a deficincia motora e/ou cognitiva, congnita ou adquirida, e/ou qualquer outra causa que afete a mobilidade e que exija uma adaptao especial s necessidades da pessoa, quer pontualmente ou por perodo indefinido de tempo.

    Leso vertebro-MeDuLar

    A informao entre o crebro e as restantes partes do corpo passa sobretudo pela espinal medula, coberta pela coluna vertebral. A leso vertebro-medular ocorre quando existe um corte na espinal medula, impedindo que parte ou totalidade da informao recebida ou transmitida passe a partir da zona da leso. A leso pode ser completa, com uma perda total da capacidade de controlo e sensibilizao dos msculos voluntrios abaixo da leso, ou incompleta com uma diminuio mais ou menos significativa da capacidade de controlo dos movimentos e sensibilidade, abaixo da leso.

    As leses vertebro-medulares resultam de traumatismos ou doenas que afetam a espinal medula, sendo mais frequentes as provocadas por traumatismos do que as provocadas por doena. Em Portugal, a causa maioritria das leses vertebro-medulares traumtica e em 39% destes casos a sua causa deve-se a acidentes de viao. No entanto, tambm contribuem para a leso traumtica, acidentes de trabalho, quedas de altura elevada, agresses com recurso a arma de fogo e atividades como surf, bodyboard, mergulho e parapente, entre outros. As leses no traumticas so normalmente provocadas por doenas ou condies patolgicas, como lpus, alteraes da funo vascular tumores, infees, malformaes e processos degenerativos ou compressivos.

  • 22 DEFICINCIA MOTORA

    tipos De Deficincia Motora

    Do ponto de vista da CIF, a deficincia motora corresponde a alteraes das funes neuromusculoesquelticas e relacionadas com o movimento. As diferentes alteraes ao nvel da funcionalidade podem provocar impactos distintos na participao da pessoa no seu quotidiano e nas atividades, exigindo assim, diferentes recursos e estratgias, de forma a potenciar uma maior participao.

    As deficincias motoras resultantes de alteraes neuromusculoesquelticas e relacionadas com o movimento mais frequentes e comuns, consoante os membros afetados so:

    Amputao - Inexistncia de um ou mais membros do corpo; Hemiplegia - Paralisia de metade do corpo pelo eixo corporal; Hemiparesia - Paralisia parcial de metade do corpo pelo eixo corporal; Monoplegia - Paralisia de um membro do corpo apenas; Monoparesia - Paralisia parcial de um membro do corpo apenas; Paraplegia - Paralisia do corpo da cintura para baixo; Paraparsia - Paralisia parcial do corpo da cintura para baixo; Tetraplegia - Paralisia do corpo do pescoo para baixo; Tetraparesia - Paralisia parcial do corpo do pescoo para baixo; Paralisia geral - Paralisia de todo o corpo; Paraparsia geral - Paralisia parcial em todo o corpo; Paralisia Cerebral - Paralisia resultante de uma leso no progressiva,

    que pode ocorrer no perodo pr-natal, perinatal ou ps-natal, podendo afetar a marcha e o controlo motor.

    Estas deficincias podem ter causas diversas, sendo as mais comuns:

    Acidentes de viao - Todos os acidentes que ocorrem na via pblica aquando do manuseamento de veculos;

    Acidente Vascular Cerebral - Doena neurolgica provocada pela diminuio sbita, restrio ou alteraes da irrigao sangunea a uma determinada regio do crebro;

  • 23DEFICINCIA MOTORA

    Acidentes de trabalho - Acidentes durante o perodo de trabalho ou na deslocao para o mesmo;

    Acidentes com armas de fogo; Saltos e acidentes de mergulho - Leses traumticas provocadas por

    impactos do crnio ou de outra parte do corpo em rochas, no fundo do mar/piscina ou outros;

    Doena - Doenas que afetam um vasto nmero de pessoas; Demncia - Alteraes provocadas por processos degenerativos das

    funes cognitivas (memria, linguagem, ateno, orientao espacial, entre outros), naturais no processo de envelhecimento;

    Problemas durante o parto - Alteraes provocadas pelo trabalho de parto.

    Para alm destas, existem tambm outros fatores que contribuem para a deficincia motora:

    Acidentes militares ou de guerra - Acidentes aquando do perodo de servio militar ou de guerra;

    Acidentes domsticos e de lazer - Acidentes que ocorrem nos perodos de lazer, quer sejam em casa, na escola, na prtica de desporto, resultantes de atos de violncia, entre outros;

    Doena profissional - Inclui doenas e alteraes provocadas pela atividade contnua em determinada profisso;

    Hereditariedade - Alteraes causadas por transmisso gentica, anomalias nos cromossomas e doenas de carter familiar ou hereditrio;

    Gravidez - Alteraes pr-natais e peri natais, isto , durante o perodo de gestao.

    Qual o prognstico da leso?

    As consequncias associadas leso vertebro-medular dependem do grau de severidade da leso, bem como do segmento da espinal medula lesado e do tipo de fibras que foram afetadas. A maior parte dos indivduos que sofrem uma leso desta natureza, acaba por recuperar algumas

  • 24 DEFICINCIA MOTORA

    funes entre a primeira semana e os seis meses aps a leso, no entanto, a recuperao espontnea diminui acentuadamente depois deste perodo. de salientar que a longo prazo, um bom plano de reabilitao acaba por minimizar parte das sequelas.

    investigao/cura

    Os avanos que tm sido obtidos em investigao cientfica e clnica na rea das leses vertebro-medulares transmitem, tanto aos profissionais da rea como aos doentes, a esperana de que a cura para a leso vertebro-medular um objetivo atingvel. No entanto, a preveno de leses deve constituir-se como uma prioridade para todos, quer na tica do Estado ou da sociedade. Deve abranger a populao em geral e principalmente, a populao mais jovem, sendo esta a que sofre mais leses vertebro-medulares traumticas. Torna-se crucial salientar tambm a importncia da sensibilizao sobre esta matria junto da populao mais idosa, dado que a idade um fator de grande risco face leso no traumtica (National Institute of Neurological Disorders and Stroke, 2012).

    A preveno dever tambm ser integrada nos planos de segurana no local de trabalho, uma vez que os acidentes de trabalho assumem uma contribuio significativa neste tipo de leso.

    Quando haver uma cura?

    Devido complexidade do sistema nervoso central, a reparao da espinal medula no pode ser encarada com simplicidade. Durante muitas dcadas, por falta de conhecimento sobre regenerao de clulas do sistema nervoso central as leses vertebro-medulares foram consideradas irreversveis e como uma lei da natureza.

    Atualmente, apesar dos avanos da medicina e de j se realizarem ensaios clnicos ao nvel da regenerao da espinal medula em animais, os

  • 25DEFICINCIA MOTORA

    investigadores aguardam ainda resultados suficientemente consistentes para considerarem ensaios clnicos em humanos. necessrio demonstrar que a regenerao da espinal medula nos animais pode ser repetida em vrios laboratrios e que o transplante de clulas funciona em grandes leses e/ou crnicas.

    Apesar dos resultados esperanosos e satisfatrios, todo este processo leva tempo e exige experincia, sendo pouco provvel que o transplante de clulas humanas esteja disponvel num futuro imediato.

    Porque no se pode testar ainda o transplante de clulas embrionrias humanas?

    Com a utilizao desse tipo de procedimento, poder haver muito a perder, tanto ao nvel de qualquer funo da espinal medula que o indivduo ainda possua, como prpria vida do indivduo. Enxertos experimentais de clulas realizados sem a segurana e eficcia necessria, comprovaram diversas vezes que podem originar efeitos secundrios muito graves, tais como a dor crnica, paralisia, entre outros.

    Por outro lado, existem outras consideraes relevantes, designadamente o elevado custo dos procedimentos cirrgicos e respetivos riscos associados, as potenciais complicaes ps-operatrias e as questes ticas e sociais.

    Existe algum tratamento na atualidade?

    Apesar dos avanos no tratamento e reabilitao de emergncia das leses vertebro-medulares, os mtodos para a reduo da extenso da leso e restabelecimento da sua funo ainda so limitados. O tratamento imediato para a leso vertebro-medular inclui tcnicas para aliviar a compresso medular e para assegurar a estabilizao da coluna, terapia com corticosteroides para minimizar os danos celulares, entre outras.

  • REABILITAOCentros de Reabilitao

  • 28 REABILITAO

    reabiLitao

    A reabilitao tem uma importncia enorme na vida de qualquer pessoa que tenha uma deficincia, independentemente da natureza e origem da mesma, uma vez que um processo crucial ao desenvolvimento das capacidades adaptativas nas diferentes fases da vida, abrangendo os aspetos funcionais, psquicos, educacionais, sociais e profissionais.

    Os objetivos passam por assegurar pessoa com algum tipo de leso, a maior independncia possvel em atividades da vida diria e a mais ampla participao na vida social. Sendo que as aes de reabilitao visam o desenvolvimento de capacidades, estratgias e recursos pessoais que promovam a independncia e a integrao das pessoas com deficincia, relativamente diversidade de condies e necessidades que estas apresentam.

    O processo de reabilitao pessoal, contnuo e progressivo, terminando apenas quando a pessoa se torna autnoma e independente no meio ambiente onde est inserido. Deve incidir ao nvel das atividades da vida diria, da motricidade (como transferncias, propulso de cadeira de rodas, equilbrio e deambulao), da comunicao e dos dfices cognitivos. Este processo deve aproveitar ao mximo a capacidade funcional da pessoa, de modo a permitir que esta se adapte sua vida e ao seu contexto.

    O meu processo de reabilitao foi determinante para que hoje seja uma pessoa totalmente autnoma. Tudo comeou quando tinha 9 anos, no Centro de Medicina de Reabilitao de Alcoito, quando um fisioterapeuta me disse esta frase que me ficou gravada nas entranhas: todos ns temos capacidades, tu tambm tens o teu litro para dar e tens de o dar at o esgotares, depois disso, se no conseguires, no vergonha olhar para o lado e pedir ajuda!, e materializando esta frase, todos os dias, que vou vencendo os obstculos que encontro.

  • 29REABILITAO

    Depois de sair de Alcoito, procurei manter-me fisicamente activo atravs da prtica de desporto, inicialmente no basquetebol e no atletismo, mais recentemente, com a grande oferta existente de desportos adaptados, direccionei-me para o surf adaptado, a canoagem e o paraciclismo. Todas estas atividades assumem um papel fundamental no meu processo de reabilitao, permitindo-me ter uma melhor capacidade fsica, importantssima no meu dia a dia para contornar os obstculos materiais que encontro e, a nvel psicolgico, porque me permite o contacto com outras realidades e a partilha de conhecimentos e experincias entre pares.

    Testemunho Carlos Nogueira

    centros De reabiLitao

    Os Centros de Reabilitao so unidades especializadas da rede de referenciao hospitalar de medicina fsica e de reabilitao, do Servio Nacional de Sade.

    Exercem atividade de interesse pblico nas reas de cuidados de sade, no mbito dos cuidados de reabilitao a doentes com leses neurolgicas cerebrais e medulares, leses msculo-esquelticas, amputados, grandes politraumatizados, reumticos, queimados e com leses cardiovasculares, entre outros.

    O acesso aos cuidados de sade nos Centros de Medicina e Reabilitao processa-se atravs de consulta mdica de avaliao, da especialidade de Medicina Fsica e de Reabilitao (MFR). Da consulta poder resultar a indicao para admisso do utente em regime de internamento ou tratamento em regime ambulatrio. A solicitao de uma consulta nos Centros de Reabilitao pode ser realizada por qualquer utente, ou qualquer beneficirio de uma entidade de sade, com o qual os centros tm acordo. No anexo A poder consultar a listagem dos centros de reabilitao Nacionais e Internacionais existentes.

  • SADEAtestado mdico de incapacidades multiusosIseno de Taxas ModeradorasAssistncia prioritria nos hospitais e centros de sadeAssistncia mdica e prestao de servios de enfermagem ao domiclioDireito a transporte

  • 32 SADE

    saDe

    A proteo da sade, como refere a Lei de Bases da Sade, um direito dos indivduos e da comunidade, cabendo por isso ao Estado promover e garantir o acesso de todos os cidados aos cuidados de sade, no limitado por constrangimentos financeiros.

    Assim, para beneficiar de assistncia prestada pela rede de Cuidados de Sade Primrios dever proceder inscrio no Centro de Sade da sua rea de residncia. No ato da inscrio ter de apresentar o carto do cidado ou, no caso de ainda possuir bilhete de identidade vlido, com o carto de contribuinte, carto da Segurana Social ou de outro subsistema de sade (A.D.S.E., ADMG, Carto Seguro de Sade, ou outros). A partir do momento da inscrio, ser atribudo o nmero de utente, bem como mdico de famlia caso existam vagas. Se todas as listas de mdicos estiverem preenchidas ser inscrito na base de dados Sem Mdico de Famlia.

    Para marcao de consulta no Centro de Sade existem trs opes:

    Marcao Presencial;

    Marcao Telefnica;

    Marcao no Portal do Cidado | site: www.sns.gov.pt.

    No Centro de Sade dever solicitar informao sobre Recursos e Servios disponveis.

    http://www.sns.gov.pt/cidadao

  • 33SADE

    atestaDo MDico De incapaciDaDes MuLtiusos (Decreto-Lei n. 202/96, de 23 de outubro, com alteraes introduzidas pelo Decreto-Lei n. 291/2009, de 12 de outubro).

    O que ?

    o documento oficial que atesta o grau de incapacidade de uma pessoa, podendo ser utilizados para todos os fins legalmente previstos, adquirindo uma funo multiuso, devendo todas as entidades pblicas ou privadas, perante quem sejam exibidos, devolv-los aos interessados ou seus representantes aps anotao de conformidade com o original, aposta em fotocpias simples.

    Com este documento os cidados com deficincia a que corresponda um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, podem ter acesso s medidas e benefcios previstos na lei. Todavia, alerta-se para o facto de que o reconhecimento de alguns benefcios dependerem de determinados condicionalismos conjugados com graus de incapacidade especficos.

    Reala-se que a avaliao da incapacidade calculada de acordo com a Tabela Nacional de Incapacidades, por uma Junta Mdica.

    Como obter?

    Para obter o atestado multiusos dever dirigir-se ao Centro de Sade da sua rea de residncia, apresentando requerimento dirigido ao Delegado Regional de Sade a solicitar convocao de uma junta mdica, devendo juntar relatrios mdicos, bem como meios complementares de diagnstico de que disponha dos ltimos 6 meses. No caso de pertencer s Foras Armadas, Polcia de Segurana Pblica ou Guarda Nacional Republicana deve dirigir-se aos servios mdicos respetivos.

    O atestado multiusos pessoal e intransmissvel. A todas as entidades pblicas e privadas a que se tenha de dirigir, para tratar de assuntos que requeiram a apresentao do atestado, a entidade dever tirar fotocpia do

  • 34 SADE

    mesmo e apresent-la conforme o original, devendo de seguida proceder entrega do respetivo original ao seu titular/representante.

    Se lhe for atribudo um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, poder usufruir dos benefcios para pessoas com deficincia consagrados na Lei (explicados ao longo do manual, sobretudo no captulo 5), devendo para tal entregar uma cpia no servio de finanas e segurana social da sua rea. Caso no concorde com a avaliao efetuada, dispe de um prazo de trinta dias para recorrer ao Diretor Geral da Sade.

    Qual o valor a pagar?

    O Decreto-Lei n. 42/2016 de 28 de setembro, introduz alteraes ao nvel dos valores de pagamentos relativos a atos das autoridades de sade (artigo 136). O atestado mdico de incapacidade multiusos tem um preo no valor de 25 e em caso de recurso o valor sobe para 50. Com este diploma, os pedidos de renovao do atestado multiuso em processo de reviso ou reavaliao do grau de incapacidade tm um custo de 5.

  • 35SADE

    iseno De taxas MoDeraDoras

    Todas as pessoas com deficincia com o grau de incapacidade igual ou superior a 60%, encontram-se nos termos do Decreto-Lei n. 113/2011, de 29 de novembro isentos de pagamento de taxas moderadoras.

    No intuito de poder beneficiar de iseno de taxas moderadoras, dever dirigir-se ao Centro de Sade da sua rea de residncia e, na posse do atestado multiusos, requerer a correspondente iseno. Dever levar o original e tambm uma cpia a ser entregue nos servios administrativos para ser arquivada.

    Acessoriamente, o Centro de Sade da rea de residncia emitir um documento comprovativo da iseno para apresentao nos centros de fisioterapia, nos centros de meios complementares de diagnstico e nos laboratrios de anlises clnicas, com acordos com o SNS. Desta forma poder beneficiar das correspondentes isenes que se aplicam a todos os servios administrativos do Servio Nacional de Sade (SNS).

    Para saber mais informaes sobre os acordos com o SNS, consulte: www.arslvt.min-saude.pt.

    assistncia prioritria nos hospitais e centros De saDe

    Em caso de consulta hospitalar necessrio o encaminhamento para o mdico de famlia, onde no momento do atendimento por parte dos Servios Administrativos, dever tirar senha prioritria.

    Importa ressalvar que o atendimento prioritrio s se verifica, efetivamente, nos servios administrativos (poder verificar esta informao atravs da consulta do Decreto-Lei n. 58/2016, de 29 de agosto, que entrar em vigor 120 dias aps a sua publicao).

    http://www.arslvt.min-saude.pt/pages/418

  • 36 SADE

    No caso de urgncias hospitalares, vigora o sistema de triagem de Manchester. Contudo, o Decreto-Lei n.44/2017 introduz o artigo 4.-A onde estabelece que Em relao a utentes com um quadro clnico de gravidade e complexidade idnticas, deve ser dada prioridade de atendimento s pessoas com deficincia ou incapacidade igual ou superior a 60%., dando ento prioridade a pessoas com deficincia.

    Internamento Hospitalar ou Unidade de Sade

    Qualquer pessoa com deficincia tem direito ao acompanhamento familiar permanente de ascendente, descendente, cnjuge ou equiparado. No momento do internamento, a pessoa com deficincia deve ser identificada nessa qualidade, devendo essa mesma identificao acompanhar em permanncia o seu processo individual. Na falta ou impedimento das pessoas referidas no ponto anterior, esses direitos podem ser exercidos pelos familiares ou pessoas que os substituam.

    Se a pessoa com deficincia no puder ser acompanhada por familiares, ou algum que os substituam, as administraes dos hospitais e unidades de sade devero providenciar atendimento personalizado nos locais de internamento.

    O direito ao acompanhamento familiar permanente exercido tanto no perodo diurno como noturno, e com respeito pelas instrues e regras tcnicas relativas aos cuidados de sade aplicveis, e pelas demais normas estabelecidas no respetivo regulamento hospitalar (poder verificar esta informao atravs da consulta do Decreto-Lei n. 106/2009, de 14 de setembro).

    O despacho n.6668/2017, de 24 de julho, estabelece disposies sobre o direito de acompanhamento de pessoas com deficincia ou em situao de dependncia, em situao de interveno cirrgica, nomeadamente no momento da induo anestsica e durante o recobro cirrgico.

  • 37SADE

    assistncia MDica e prestao De servios De enferMageM ao DoMicLio

    No caso de pessoas com limitaes motoras, assiste ao utente o direito de beneficiar de assistncia de cuidados mdicos e enfermagem ao domiclio, mediante prescrio mdica. No caso dos tratamentos de enfermagem prestados por parte dos Centros de Sade ser passada uma guia de tratamento ao domiclio no momento da consulta mdica. Tambm poder ser passada uma guia de tratamento de enfermagem na sequncia de uma consulta Hospitalar programada ou efetuada de urgncia bem como em momento posterior a Internamento. Da guia de tratamento dever constar a especificao e periodicidade dos cuidados de enfermagem a serem prestados ao domiclio. Da mesma guia de tratamentos ter tambm de constar o nome do mdico prescritor, a morada do utente, o nome e o correspondente nmero de registo do Servio de Sade.

    Convm ainda realar o Decreto-Lei n 101/2006, de 6 de junho alterado pelo Decreto-Lei n. 136/2015, de 28 de julho, que criou a rede nacional de cuidados continuados integrados que tem por objetivo a prestao de cuidados continuados integrados a pessoas que, independentemente da idade se encontrem em situao de dependncia. Os cuidados prestados incluem a reabilitao, a readaptao e a reintegrao social, bem como a proviso e manuteno do conforto e qualidade de vida, e prosseguida por servios de sade e do sistema de segurana social.

    Tratamentos de Fisioterapia

    No decurso de uma consulta de Medicina Geral e Familiar, o mdico de famlia avaliar a necessidade de tratamentos na rea da fisioterapia. A pessoa com deficincia poder tambm fazer o pedido para esse tipo de tratamentos. Ser ento passada uma credencial que ter de ser apresentada nos servios administrativos, para uma posterior autorizao por parte da Direo do Centro de Sade.

  • 38 SADE

    Aps autorizao, ser facultada ao utente uma lista de Centros Convencionados de Fisioterapia, para marcao de consulta e consequente realizao dos tratamentos de Reabilitao Fsica.

  • 39SADE

    Direito a transporte

    A pessoa com deficincia motora tem direito a transporte para tratamentos e consultas efetuado de ambulncia, desde que o transporte tenha sido prescrito e requerido pelo mdico de famlia ou outro mdico especialista na altura da marcao de nova consulta atravs do sistema informtico.

    A portaria n. 275/2016, de 18 de outubro, vem reconhecer a necessidade de garantir a equidade no acesso ao SNS atravs da implementao de medidas assentes na diferenciao positiva dos grupos mais vulnerveis, e com necessidades especficas de prestao de cuidados de sade.

    Neste sentido importa abranger especificamente as situaes clnicas que necessitam impreterivelmente da prestao de cuidados de sade de forma prolongada e continuada, a reabilitao ao longo da vida para doentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60 %, de natureza motora, como as pessoas com paraplegia, tetraplegia ou com paralisia cerebral, clarificando assim que o transporte no urgente destes doentes assegurado pelo SNS, garantindo-se assim a proteo deste grupo mais vulnervel.

    Por seu turno, a Portaria n. 194/2017, de 21 de junho, vem abranger especificamente as situaes clnicas que necessitam impreterivelmente da prestao de cuidados de sade de forma prolongada e continuada, os doentes que recebem cuidados paliativos pelas equipas especficas de cuidados paliativos, clarificando assim que o transporte no urgente destes doentes assegurado pelo SNS, e assegurando a proteo dos utentes que padecem de uma doena grave e/ou prolongada, incurvel e progressiva.

  • PRODUTOS DE APOIO

    Etapas para a sua obtenoComo ter acesso ao financiamento dos produtos de apoioEntidades que tm responsabilidade na atribuioOutros Apoios

  • 42 PRODUTOS DE APOIO

    proDutos De apoio

    O que so Produtos de Apoio?

    Define-se produto de apoio como qualquer produto (incluindo dispositivos, equipamentos, instrumentos, tecnologia e software), especialmente produzido ou geralmente disponvel, para prevenir, compensar, monitorizar, aliviar ou neutralizar as incapacidades, limitaes das atividades e restries na participao (Norma ISO 9999:2007).

    Destinam-se a todas as pessoas com deficincia e/ou incapacidade, permanente ou temporria.

    Alguns exemplos de produtos de apoio:

    Cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas; Almofadas para prevenir lceras de presso, colches ortopdicos,

    camas articuladas; Materiais e equipamentos para alimentao (garfos, colheres, pratos,

    copos adaptados); Materiais e equipamentos para vesturio (pinas, ganchos, luvas de

    proteo, vesturio apropriado); Materiais e equipamentos para higiene (barras de apoio, assentos

    de banheira, cadeiras e bancos para o banho, banheiras, material antiderrapante);

    Dispositivos mdicos para apoio a doentes ostomizados (sistemas de drenagem de urina, coletores de urina, produto para absoro de fezes, entre outros);

    Materiais e equipamentos para comunicao (canetas adaptadas, computadores, tabelas de comunicao, dispositivos para virar folhas, amplificadores de som, telefones);

    Adaptaes para automveis (assentos e almofadas especiais, adaptaes personalizadas para entrar e sair do automvel, adaptaes para os comandos do automvel);

    Elevadores de transferncia; Prteses (dispositivos que substituem partes do corpo ausentes); Ortteses (dispositivos de correo e posicionamento do corpo).

  • 43PRODUTOS DE APOIO

    etapas para a sua obteno

    Para a aquisio de produtos de apoio atravs do Sistema de Atribuio de Produtos de Apoio (SAPA), dever recorrer, em primeira instncia, ao aconselhamento de uma equipa especializada, um Centro Especializado ou Centro de Recursos e prescritor de produtos de apoio ou de uma Unidade Hospitalar, com vista ao levantamento das necessidades e avaliao da situao em concreto. No caso de produtos de apoio como dispositivos mdicos para doentes ostomizados, os mesmos devero ser prescritos pelo mdico no Centro de Sade ou Hospital do Servio Nacional de Sade e sero fornecidos gratuitamente em qualquer farmcia. Caso o produto de apoio seja para utilizao em contexto escolar, a avaliao do mesmo efetuada atravs dos Centros de Recursos TIC para a Educao Especial (CRTIC).

    A informao acerca dos produtos existentes no mercado, bem como a sua experimentao constituem uma etapa importante deste processo. Elencamos em baixo as etapas para obteno de produtos de apoio, ressalvando que as mesmas no representam a globalidade, estando sujeitas a alteraes, consoante os financiadores.

    As etapas para a obteno de um produto de apoio podero ser:

    1. Levantamento de necessidades com a equipa prescritora e a pessoa com deficincia motora;

    2. Informao sobre os produtos existentes no mercado que melhor respondam s necessidades a equipa dos centros prescritores, aps selecionados os equipamentos mais indicados, poder fornecer informaes sobre os mesmos (caractersticas, representantes, entre outros);

    3. Experimentao dos produtos em conjunto com as empresas representantes imprescindvel experimentar os equipamentos escolhidos para a pessoa com deficincia tomar uma deciso mais informada;

  • 44 PRODUTOS DE APOIO

    4. O centro prescritor, com toda a informao, prescreve no sistema SAPA;

    5. A pessoa com deficincia motora assim que tiver a prescrio dever pedir trs oramentos s empresas representantes os oramentos devero ser pedidos a trs empresas diferentes e sempre em conformidade com a prescrio (produtos e respetivo cdigo ISO);

    6. Por fim, a pessoa com deficincia motora dever dirigir-se ao centro financiador.

    Quem prescreve os produtos de apoio?

    No caso das entidades prescritoras da rea da sade (unidades hospitalares e centros de sade), as prescries de produtos de apoio so efetuadas por mdicos, de acordo com a especialidade e tendo em conta os produtos de apoio.

    No caso das prescries de produtos de apoio efetuadas atravs de Centros Especializados, Centro de Recursos ou CRTIC, estas so realizadas por Equipa Multidisciplinar, constituda no mnimo por dois tcnicos, de acordo com a especificidade tcnica e tendo em conta os produtos de apoio a serem prescritos.

    coMo ter acesso ao financiaMento Dos proDutos De apoio

    A candidatura a financiamento de produtos de apoio, atravs do SAPA, pode ser efetuada atravs de vrias entidades financiadoras, de acordo com a entidade prescritora e de acordo com o fim a que se destinam os referidos produtos de apoio.

    Caso a prescrio seja efetuada atravs de centro de sade ou centro especializado, o financiamento efetuado pelos Centros Distritais de Segurana Social do Instituto da Segurana Social, I.P. (ISS. I.P.), da rea de

  • 45PRODUTOS DE APOIO

    residncia das pessoas com deficincia a quem se destinam, ou pela Santa Casa da Misericrdia de Lisboa (SCML) para os residentes no concelho de Lisboa. Os produtos de apoio prescritos por uma unidade hospitalar so fornecidos diretamente aos utentes. As instituies hospitalares so indicadas pelas Administraes Regionais de Sade (ARS) e atribuem os produtos de apoio que prescrevem, aps avaliao mdico-funcional e sociofamiliar.

    Os produtos de apoio que no constituem responsabilidade dos empregadores e que sejam indispensveis ao colaborador, tanto para acesso e frequncia de formao profissional, como para a manuteno ou progresso no emprego (podendo incluir os trabalhadores por conta prpria), so facultados pelos centros de emprego do Instituto de Emprego e Formao Profissional (IEFP, I. P.), tal como o Centro de Reabilitao Profissional de Alcoito e centros de reabilitao de outras entidades, nos termos de deliberao do respetivo Conselho Diretivo.

    No caso das pessoas que adquiriram deficincia por acidente de trabalho, a atribuio dos produtos de apoio da total responsabilidade da seguradora.

    O produto de apoio prescrito no mbito do Ministrio da Educao fornecido pessoa com deficincia para a sua utilizao em contexto escolar.

    Poder consultar uma lista homologada com identificao de financiadores aqui.

    Documentao necessria para a atribuio de financiamento

    Cabe a cada entidade financiadora, conforme anteriormente referidas, a regulamentao do processo de financiamento, indicando a documentao necessria a fim de instruir o processo de candidatura.

    No entanto, assinalamos os documentos que, por norma, so requeridos no mbito deste tipo de processos:

    Documento de identificao pessoal: Carto de Cidado/Bilhete de Identidade com NISS e N de Utente de Sade;

    http://www.inr.pt/download.php?filename=ISO+9999%3A2007+_+Lista+Homologada&file=%2Fuploads%2FISO+9999+lista+a+publicar1_convertido.pdf

  • 46

    Atestado mdico de incapacidade multiusos e outros relatrios mdicos que possam ser considerados teis;

    Comprovativo da situao regularizada perante a administrao fiscal ou autorizao para a sua consulta, on-line, pelo ISS, I.P;

    Trs oramentos de diferentes entidades fornecedoras, para a aquisio do produto de apoio;

    Realamos que os documentos solicitados podem variar consoante os processos e as entidades financiadoras.

    entiDaDes que tM responsabiLiDaDe na atribuio

    Ministrio da Sade

    Os produtos de apoio prescritos por unidades hospitalares so financiados pela Administrao Central do Sistema de Sade, I.P. e disponibilizados s pessoas pelos hospitais e outras entidades prescritoras definidas pelo Ministrio de Sade.

    As instituies hospitalares, indicadas pelas Administraes Regionais de Sade (ARS), atribuem os produtos de apoio que prescrevem, aps avaliao mdico-funcional e sociofamiliar.

    Para esclarecimento sobre atribuio/financiamento de produtos de apoio, poder utilizar a caixa de endereo eletrnico [email protected].

    Ministrio da Educao

    Os produtos de apoio indispensveis ao acesso de currculo, no mbito da educao pr-escolar e do ensino bsico e secundrio, so financiados pela Direo-Geral da Educao.

    O Agrupamento de Escolas ou a Escola que o aluno frequenta, solicita aos Centros de Recursos de Tecnologias de Informao e Comunicao, para a Educao Especial (CRTIC) da rea geogrfica, uma avaliao especializada das necessidades do aluno.

    PRODUTOS DE APOIO

  • 47

    Aps a referida anlise, o CRTIC emite a prescrio que validada pela Direo-Geral de Educao, competindo ao Agrupamento de Escolas ou escola, realizar a aquisio do produto de apoio.

    IEFP

    A definio das condies de financiamento de produtos de apoio no mbito da reabilitao profissional efetuada pelo IEFP, I.P.

    Para obter informao mais detalhada sobre o financiamento de Produtos de Apoio pelo IEFP, I.P e os documentos necessrios para formalizao do pedido, quer seja colaborador ou uma entidade empregadora, poder consultar o Manual de Procedimentos disponvel no website, www.iefp.pt, na rea dos Apoios, em subttulo Reabilitao Profissional, ou dirigir-se ao Centro de Emprego da sua rea de residncia.

    Instituto de Segurana Social

    A definio das condies de financiamento dos Produtos de Apoio pelos Centros Distritais de Segurana Social e pela Santa Casa da Misericrdia de Lisboa efetuada pelo Instituto da Segurana Social (ISS, I.P.).

    Os produtos de apoio prescritos pelos centros de sade e outras entidades prescritoras definidas pela tutela do Instituto da Segurana Social, I. P., so financiados atravs dos seus Centros Distritais e da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa, para os residentes no concelho de Lisboa.

    O pedido para aquisio de produtos de apoio deve ser entregue pelo prprio ou pela sua famlia/representante legal, junto do Centro Distrital da rea de residncia da pessoa com deficincia e/ou incapacidade, ou de um Servio Local de Segurana Social. Para obter mais informaes acerca dos procedimentos e documentos necessrios para formalizao do pedido, recomendamos que consulte o Guia Prtico no website www.seg-social.pt.

    Poder consultar no anexo B a lista de Centros Prescritores existentes e de entidades que dispem de produtos de apoio para cedncia ou aluguer.

    PRODUTOS DE APOIO

    https://www.iefp.pt/http://www.seg-social.pt/produtos-de-apoio-para-pessoas-com-deficiencia-ou-incapacidadehttp://www.seg-social.pt/

  • 48

    outros apoios

    de salientar que a atribuio de produtos de apoio da responsabilidade do Estado, atravs das entidades previamente referidas, devendo ser esta a via a recorrer em caso de necessidade.

    No entanto, em complementaridade com as entidades estatais, existem outros projetos, desenvolvidos por entidades privadas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficincia motora, dos quais destacamos os seguintes exemplos:

    PRODUTOS DE APOIO

  • 49

    Associao Salvador

    Projeto Ao Qualidade de Vida Produtos que se enquadrem nas reas da criao do prprio negcio, formao, desporto e obras em casa, com prioridade para aqueles que no se enquadram na lista de produtos de apoio, cuja responsabilidade de atribuio do Estado.

    Telefone: (+351) 213 184 851

    Email: [email protected]

    Website: www.associacaosalvador.com

    Reciclagem de Plsticos

    Em que consiste?

    So iniciativas que tm por objetivo a recolha de garrafas e tampas de plstico, que aps enviadas para empresas de reciclagem, permitem obter fundos para a aquisio de equipamentos ortopdicos e tm permitido auxiliar muitas instituies de responsabilidade social e pessoas com necessidades especiais.

    Que tampas separar?

    Todo o tipo de tampas de plstico provenientes de garrafas/garrafes de gua, de refrigerantes, de iogurtes lquidos, de garrafas de leo, de champs, de detergentes ou de vinho fazem parte da lista de possibilidades, entre outras. No entanto, existem tambm campanhas que utilizam a prpria embalagem de plstico como material de recolha, bem como as pegas dos garrafes de gua/anilhas do mesmo material.

    PRODUTOS DE APOIO

    mailto:info%40associacaosalvador.com?subject=mailto:http://www.associacaosalvador.com/?subject=

  • 50

    Empresas que fazem a recolha de tampas:

    AMARSUL Setbal /Almada

    Projeto: Projecto T

    O Projecto T pretende apoiar entidades carenciadas da rea de abrangncia da AMARSUL (pennsula de Setbal), com a doao de material ortopdico.

    Normas:

    As tampas recolhidas devem ser entregues no Ecoparque da AMARSUL (Morada: Alto dos Carrascos, 2840 Seixal);

    S so contabilizadas as tampas em polietileno de alta densidade e polipropileno, designadamente as tampas de embalagens de bebidas (guas, sumos, iogurtes e refrigerantes), champs, detergentes e amaciadores;

    As tampas devero ser entregues em sacos plsticos devidamente fechados. Sero excludas tampas entregues em outros recipientes, como por exemplo, garrafes de gua;

    O horrio para realizar as entregas de segunda a sexta-feira no perodo das 08h00 s 17h00;

    O valor final disponvel para a aquisio de material ortopdico apurado a partir do total acumulado de tampas enviadas para reciclagem, durante um ano civil;

    A AMARSUL assegura que a receita proveniente da reciclagem das tampas reverte na totalidade para a doao de material ortopdico;

    O processo de entrega efetuado atravs de ordem de entrada do processo, devidamente instrudo na AMARSUL;

    A entrega de material ortopdico efetuada anualmente, com a devida informao entidade beneficiria;

    As tampas entregues no beneficiam qualquer entidade especfica; A todos os que manifestem interesse, sero emitidos Certificados de

    Participao. Para tal, devero solicitar por escrito a sua emisso, mencionando nome e morada completa para que o mesmo seja enviado por correio. O Certificado de Participao meramente informativo, no servindo de troca direta para material ortopdico;

    PRODUTOS DE APOIO

  • 51

    As instituies e os beneficirios tm, obrigatoriamente, de estar sediados na rea de abrangncia da AMARSUL;

    Todas as entidades proponentes devem entregar os seguintes documentos:

    Formulrio de Candidatura ao Projecto T; Fotocpia do Estatuto de Instituio Particular de Solidariedade

    Social; Fotocpia da Ata da Constituio; Fotocpia do Carto de Contribuinte; Declarao comprovativa de ausncia de dvida s Finanas e

    Segurana Social; Atestado de incapacidade multiusos do beneficirio; Prescrio mdica do modelo e marca do material ortopdico,

    bem como as caractersticas tcnicas; Relatrio de avaliao tcnica do material prescrito; Fotocpias dos documentos de identificao do beneficirio e

    indicao do terapeuta de acompanhamento (caso seja aplicvel).

    Telefone: (+351) 212 139 600

    Email: [email protected]

    Website: www.amarsul.pt

    AMBISOUSA Aveiro

    Projeto: Tampinhas & Embalagens

    O projeto Tampinhas & Embalagens pretende obter, atravs da recolha e tratamento de tampinhas e embalagens de plstico, fundos para adquirir equipamento maioritariamente ortopdico, para auxiliar pessoas com graves carncias socioeconmicas. Estas ajudas tcnicas so destinadas tanto a instituies como a particulares, sendo que o valor adquirido pela entrega das tampas e embalagens funciona como meio de troca pelo material ortopdico, no requisito de efetivamente atestar a sua necessidade.

    PRODUTOS DE APOIO

    mailto:geral%40amarsul.pt?subject=http://www.amarsul.pt

  • 52

    Normas:

    Primeiramente necessrio proceder inscrio no projeto; O valor atribudo por cada tonelada de tampinhas de 631,44 e de

    150 por cada tonelada de embalagens. Contudo, obrigatria a entrega de 0,5 toneladas de embalagens plsticas por cada tonelada de tampas entregues;

    A contribuio de cada instituio calculada de acordo com as entregas parciais efetuadas;

    O material ortopdico ser disponibilizado quando for atingida a correlao entre tampas/embalagens, anteriormente exposta;

    As entregas de tampas e embalagens de plstico so efetuadas no Aterro Sanitrio de Lustosa, em Lousada de segunda a sexta-feira, das 08h00 s 12h00 e das 14h00 s 17h00. Antes de cada entrega de material obrigatrio o agendamento via telefnica.

    Telefone: (+351) 255 810 750

    Email: [email protected]

    Website: www.ambisousa.pt

    LIPOR Porto

    Projeto: Operao Tampinhas

    O projeto Operao Tampinhas funciona atravs de inscrio via email ou correio, para candidatura a atribuio de material ortopdico, independentemente da rea residencial dos candidatos. As tampas podem ser entregues por particulares ou por Entidades nas instalaes da LIPOR em Baguim do Monte (Gondomar).

    No existe relao direta entre a quantidade de tampas entregues e o material a atribuir, sendo que cada uma das propostas apresentada ao Conselho de Administrao, que decide a aprovao dos casos.

    Normas:

    Horrio de Entrega: as tampas devero ser entregues das 08h00 s 12h00 e das 13h00 s 20h00 em dias teis;

    PRODUTOS DE APOIO

    mailto:ambisousa%40ambisousa.pt?subject=http://www.ambisousa.pt

  • 53

    Ser pedida a comunicao de alguns elementos, como o nome, morada e n de contribuinte da pessoa com deficincia beneficiria. Sem estes elementos no ser possvel registar as tampas em nome particular, ficando a entrega registada em nome da LIPOR;

    Como se candidatar Operao Tampinhas: dever preencher o Formulrio de Pedido de Apoio Operao Tampinhas (disponvel no separador Sustentabilidade e Responsabilidade Social no portal www.lipor.pt) e enviar para o email [email protected]. Caso no tenha acesso a email poder enviar por correio para a seguinte morada: LIPOR Apartado 1510 4435-996 Baguim do Monte. As informaes necessrias para o preenchimento do formulrio so:

    Particulares:

    Elementos de identificao da pessoa que pretende beneficiar dos equipamentos (nome completo, morada, contactos telefnicos);

    Breve descrio da condio fsica e socioeconmica da pessoa que pretende beneficiar dos equipamentos;

    Atestado de mdico de incapacidade multiusos ou documento mdico que comprove a deficincia da pessoa que pretende beneficiar dos equipamentos;

    Comprovativo de rendimentos relativos ao ltimo ano (IRS); Tipo de equipamento pretendido; Oramento do equipamento (facultativo).

    Entidades:

    Elementos de identificao da entidade que pretende beneficiar dos equipamentos (nome completo, morada, contatos telefnicos);

    Breve descrio da atividade da entidade que pretende beneficiar dos equipamentos;

    Tipo de equipamento pretendido; Oramento do equipamento (facultativo).

    Telefone: (+351) 229 770 100

    Email: [email protected]

    Website: www.lipor.pt

    PRODUTOS DE APOIO

    http://www.lipor.pt/pt/sustentabilidade-e-responsabilidade-social/projetos-de-responsabilidade-social/operacao-tampinhas/mailto:info%40lipor.pt?subject=http://www.lipor.pt

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    ERSUR Coimbra

    Projeto: Tampinha s com Garrafinha

    O projeto Tampinha s com Garrafinha da ERSUR tem como objetivo apoiar entidades pblicas ou privadas

    A recolha assegurada pela ERSUC, desde que as garrafas estejam acondicionadas em sacos grandes e armazenadas em local de fcil acesso.

    Por cada tonelada de garrafas de plstico espalmadas a ERSUC compromete-se a entregar 200 para produtos de apoio.

    Nesta campanha podem participar instituies de solidariedade, escolas e entidades pblicas e privadas.

    Normas:

    A recolha das garrafas espalmadas feita no mbito da campanha de solidariedade tampinha s com garrafinha. Em troca de uma tonelada de garrafas de plstico espalmadas entregues, a ERSUC disponibiliza 200 para adquirir produtos de apoio. A recolha ser assegurada pela ERSUC, desde que as garrafas estejam acondicionadas em sacos grandes e armazenadas em local de fcil acesso;

    Depois de recolhidas e devidamente pesadas, ser emitido um talo de pesagem que servir de comprovativo de entrega. Este talo ir ser enviado por fax entidade que procedeu entrega das garrafas, indicando o valor da quantidade entregue em quilos. Numa prxima fase, tendo em conta o valor do donativo, os quilos doados sero convertidos em produtos de apoio, adquiridos pela ERSUC. A avaliao do oramento dos mesmos, ter de ser previamente efetuada pela entidade ou particular que solicita o produto. Os produtos de apoio podem ser adquiridos em qualquer empresa da especialidade, situada no litoral centro;

    Antes do envio do oramento, a ERSUC dever ser informada relativamente ao valor dos produtos de apoio a atribuir. A ERSUC entrar em contacto com o estabelecimento comercial indicado no oramento,

    PRODUTOS DE APOIO

  • 55PRODUTOS DE APOIO

    onde ser emitida uma nota de encomenda relativa s ajudas tcnicas a adquirir. Estas sero entregues num local a combinar.

    Telefone: (+351) 239 851 910

    Email: [email protected]

    Website: www.ersuc.pt

    mailto:geral%40ersuc.pt%20?subject=http://www.ersuc.pt/

  • ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

    ImpostosPensesSubsdiosOutras respostas sociais

    Servio de Apoio Domicilirio Lares residenciaisCentros de atividades ocupacionais

  • 58 ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

    iMpostos

    IRS

    As pessoas com deficincia motora que apresentam um grau de incapacidade permanente, igual ou superior a 60%, usufruem de alguns benefcios previstos no Cdigo de IRS. Estes tm como objetivo minorar o impacto das despesas em resultado da deficincia.

    Esses benefcios encontram-se relacionados com a determinao do montante do rendimento bruto auferido por cada pessoa com deficincia, para efeitos de tributao e com a determinao do valor das importncias dedutveis coleta. O Oramento de Estado para 2017, aprovado pela Lei n. 42/2016, de 28 de dezembro (OE/2017), veio no seu artigo 190 alterar o Cdigo do IRS, passando os rendimentos brutos das categorias A e B auferidos por sujeitos passivos com deficincia, a ser considerados apenas em 85% para efeitos de IRS. A categoria H mantm-se nos 90%. Todavia, a parte do rendimento excluda de tributao no pode exceder, por categoria de rendimentos, 2.500.

    As dedues coleta encontram-se previstas no artigo 87. do Cdigo do IRS e concretizam-se do seguinte modo:

    dedutvel coleta por cada pessoa com deficincia uma importncia correspondente a quatro vezes o valor da retribuio mnima mensal em vigor no ano de 2010, isto , 1900,00.

    Existem, ainda, outras dedues especficas, a saber:

    30% da totalidade das despesas efetuadas com a educao e reabilitao da pessoa com deficincia;

    25% da totalidade dos prmios de seguro de vida ou contribuies pagas a associaes mutualistas que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice;

    A ttulo de despesas de acompanhamento, uma importncia igual a quatro vezes o valor da retribuio mnima mensal em vigor em 2010 por cada pessoa, cujo grau de invalidez permanente, devidamente comprovado pela entidade competente, seja igual ou superior a 90%;

  • 59ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

    25%, at ao limite mximo de 403,75, do valor suportado com apoio domicilirio, lares e residncias autnomas para pessoas com deficincia que no possuam rendimentos superiores retribuio mnima mensal.

    Em 2010 o valor da retribuio mensal mnima garantida era de 475,00.

    Isenes de ISV (Imposto sobre Veculos)

    Podem beneficiar da iseno do imposto sobre veculos (ISV):

    As pessoas com deficincia motora, com mais de 18 anos e com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%;

    As pessoas com multideficincia profunda, com grau de incapacidade igual ou superior a 90%;

    As pessoas com deficincia que se movam com auxlio de cadeira de rodas, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%;

    As pessoas com deficincia visual, com grau de incapacidade de 95%;

    As pessoas com deficincia das Foras Armadas.

    A iseno s vlida para os veculos novos, que possuam um nvel de emisso de CO2 at 160 g/km, no podendo a iseno ultrapassar o montante de 7 800, suportando o beneficirio, se for caso disso, a parte restante do ISV (antigo IA) que for devida.

    O limite de CO2 no aplicvel aos veculos especialmente adaptados ao transporte de pessoas com deficincia que se movam com o auxlio exclusivamente de cadeiras de rodas. Nas situaes em que por imposio da declarao de incapacidade, o veculo a adquirir deva possuir mudanas automticas, as emisses de CO2 so aumentadas para 180g/km.

    Estas isenes fiscais s podem ser reconhecidas ao mesmo beneficirio uma vez em cada cinco anos. Porm, pode ser concedida nova iseno relativa ao ISV antes de decorrido o prazo de cinco anos nas seguintes situaes:

    Acidente de que resultem danos irreparveis, que determinem o cancelamento da matrcula do automvel;

  • 60

    Furto ou roubo devidamente participado s autoridades policiais, sem que o automvel tenha sido encontrado e restitudo ao seu proprietrio no prazo de seis meses, comprovando-se o cancelamento da matrcula;

    Inadequao do automvel s necessidades da pessoa com deficincia, devido ao agravamento comprovado da sua incapacidade, desde que no seja possvel proceder necessria adaptao do veculo.

    O reconhecimento da iseno depende de pedido dirigido Autoridade Tributria, anterior ou simultaneamente apresentao do pedido de introduo no consumo, acompanhado da habilitao legal para a conduo, quando a mesma no dispensada, bem como de declarao de incapacidade permanente emitida h menos de cinco anos, nos termos do Decreto-Lei n 202/96, de 23 de outubro alterado pelo Decreto-Lei n. 291/2009, de 12 de outubro, onde se excetuam as situaes de pessoas com deficincia definitiva em que o atestado mdico de incapacidade multiuso tem validade vitalcia, ou de declarao idntica emitida pelos servios da GNR, da PSP ou das Foras Armadas, das quais constem os seguintes elementos:

    A natureza da deficincia (pessoa com deficincia motora com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, pessoa com multideficincia profunda de que resulte um grau de incapacidade igual ou superior a 90%, pessoa com deficincia que se mova com auxlio de cadeira de rodas, com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, pessoa com deficincia visual que tenha uma alterao permanente no domnio da viso de 95% e pessoa com deficincia, das Foras Armadas, com grau de incapacidade igual ou superior a 60%);

    O grau de incapacidade atribudo; A comprovao da elevada dificuldade de locomoo na via pblica ou

    no acesso e utilizao dos transportes coletivos convencionais; A inaptido para a conduo, caso exista. Como requerer a iseno: Em qualquer servio de finanas, produzindo efeitos a partir do ano do

    pedido, ou da data do nascimento da obrigao tributria se anterior e o pedido for efetuado at ao termo do prazo de pagamento, desde que verificados os respetivos pressupostos;

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 61

    Atravs da internet, se a informao relativa incapacidade estiver confirmada no cadastro da Autoridade Tributria e Aduaneira, produzindo efeitos nos termos da alnea anterior, com as devidas adaptaes.

    Iseno de IVA

    O artigo 15, n 8 do Cdigo do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), prev a iseno de IVA para a aquisio de triciclos, cadeiras de rodas, com ou sem motor, automveis ligeiros de passageiros ou mistos para uso prprio de pessoas com deficincia, de acordo com os condicionalismos previstos no Cdigo do Imposto sobre Veculos, devendo o benefcio ser requerido nos termos estabelecidos naquele Cdigo.

    ATENO: Se os proprietrios dos veculos adquiridos com iseno pretenderem proceder sua alienao antes de decorridos 5 anos sobre a data de aquisio ou importao, devem pagar, junto das entidades competentes para a cobrana do imposto sobre veculos, o IVA correspondente ao preo de venda, que no pode ser inferior ao que resulta da aplicao ao preo do veculo novo data da venda, com excluso do IVA, das percentagens referidas no n. 2 do art. 3.-A do Decreto-Lei n. 143/86, de 16 de junho.

    Imposto nico de circulao (IUC)

    As pessoas com deficincia cujo grau de incapacidade seja igual ou superior a 60% encontram-se isentas relativamente ao Imposto nico de Circulao at a um limite de 200 e em relao a um veculo por ano, tendo este que se enquadrar nas categorias A, B e E (que possuam um nvel de emisso de CO2 at 180 g/km). Caso o pagamento do imposto exceda os 200, a pessoa com deficincia ter de pagar a diferena. No entanto, a lei n.40/2016, de 19 de dezembro, veio estabelecer o limite de iseno de 240 aplicvel aos veculos adquiridos aps 1 de agosto de 2016. Aos contribuintes que liquidaram o imposto de circulao em 2016 com observncia do limite dos 200 dever-lhes- ser feita a devoluo desses montantes pela Autoridade Tributria e Aduaneira.

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 62

    Categoria A

    Automveis ligeiros de passageiros e de utilizao mista com peso bruto no superior a 2 500 kg, matriculados desde 1981 at data da entrada em vigor do presente cdigo.

    Categoria B

    Automveis de passageiros referidos nas alneas a) e d) do n. 1 do artigo 2. do Cdigo do Imposto sobre Veculos e automveis ligeiros de utilizao mista com peso bruto no superior a 2 500 kg, matriculados em data posterior da entrada em vigor do presente cdigo.

    Categoria E

    Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos, tal como estes veculos so definidos pelo Cdigo da Estrada, matriculados desde 1987.

    Para mais informaes poder consultar: Lei n. 40/2016 de 19 de dezembro.

    penses

    Penso de invalidez

    um valor pago mensalmente a pessoas que tenham uma incapacidade permanente para qualquer atividade profissional e que sejam beneficirios do Regime Geral de Segurana Social. Esta penso dever ser solicitada no Centro Nacional de Penses.

    A invalidez pode ser relativa, onde o beneficirio apresenta uma incapacidade definitiva e permanente em relao ltima profisso que tiver exercido, no podendo obter mais de um tero da remunerao correspondente ao seu exerccio normal. Para obter a penso de invalidez relativa, o

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

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    beneficirio dever ter descontado durante 5 anos para a segurana social. Pode tambm ser absoluta referindo se a uma situao de incapacidade permanente e definitiva para qualquer profisso ou trabalho. Neste caso, o beneficirio dever ter descontado durante 3 anos para a segurana social.

    Penso de Invalidez Relativa - tem como valor mnimo fixado 261.95.

    Pode acumular com:

    Rendimentos do trabalho. Se os rendimentos resultarem da profisso tida antes da atribuio da penso, o valor pode acumular at 100% da RR (Remunerao de Referncia), caso resulte de uma profisso diferente, o valor acumulado uma percentagem da RR, que varia de acordo com anos de acumulao;

    Complemento de penso por cnjuge a cargo (se a penso for anterior a 1994);

    Complemento por dependncia; Acrscimo vitalcio de penso ou Suplemento especial de penso (no

    caso de Ex-combatentes).

    No pode acumular com:

    Penso de Seguro Social Voluntrio; Subsdio por doena; Subsdio de desemprego.

    Penso de Invalidez Absoluta - tem como valor mnimo fixado 379.04.

    Pode acumular com:

    Complemento de penso por cnjuge a cargo (se a penso for anterior a 1994);

    Complemento por dependncia; Acrscimo vitalcio de penso ou Suplemento especial de penso (no

    caso de Ex-combatentes).

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 64

    No pode acumular com:

    Exerccio de qualquer atividade profissional (trabalho ou formao), independentemente de ser ou no remunerada;

    Rendimentos de trabalho; Penso do Seguro Social Voluntrio; Subsdio por doena; Subsdio de desemprego.

    A penso de invalidez suspensa quando:

    No existir prova de que o beneficirio est vivo; O beneficirio abrangido por penso de invalidez absoluta e se

    encontra a receber rendimentos do trabalho ou formao; No comunicar ao Centro Nacional de Penses o valor de outra penso

    que esteja a receber ou que se encontra a trabalhar; Faltar ao exame mdico de reviso da incapacidade, sem fornecer

    justificao de ausncia; No entregar os comprovativos mdicos solicitados.

    A penso de invalidez cessa em caso de:

    A Comisso de Verificao de Incapacidades Permanentes considerar que o beneficirio j no portador de uma incapacidade permanente;

    Continuar a desempenhar a profisso para a qual foi declarado incapaz; Ser substituda pela penso de velhice, a partir dos 65 anos.

    Penso Social de Invalidez

    uma prestao dada a cidados com incapacidade permanente para qualquer atividade profissional, que no estejam abrangidos por qualquer sistema de proteo social obrigatrio ou que no tenham descontos suficientes para a Segurana Social (mnimo 3 anos). O beneficirio dever ter rendimentos mensais ilquidos iguais ou inferiores a 167.69 no caso de se tratar de uma pessoa isolada, e 251.53 caso se trate de um casal. Esta penso dever ser solicitada no Servio de Atendimento da Segurana Social da rea de residncia.

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 65

    Pode acumular com:

    Complemento extraordinrio de solidariedade; Complemento por dependncia; Rendimento Social de Insero; Penso de viuvez; Penso de sobrevivncia; Rendimentos provenientes do trabalho, bolsas ou formao, que sejam

    inferiores a 167.69 (pessoa isolada) ou a 251.53 (casal).

    No pode acumular com:

    Penso de Invalidez; Penso de velhice; Penso social de velhice; Rendimentos provenientes do trabalho, bolsas ou formao, que sejam

    superiores a 167.69 (pessoa isolada) ou a 251.53 (casal).

    A penso social de invalidez suspensa quando:

    No existir prova de que o beneficirio est vivo; O beneficirio no comunicar ao Centro Distrital da sua rea de

    residncia que est a trabalhar ou a receber uma bolsa de formao; O beneficirio no comunicar ao Centro Distrital da sua rea de

    residncia o valor de outra penso que esteja a receber; Faltar ao exame mdico de reviso da incapacidade, sem fornecer

    justificao de ausncia; No entregar os comprovativos mdicos solicitados.

    A penso social de invalidez cessa em caso de:

    A Comisso de Verificao de Incapacidades Permanentes considerar que o beneficirio j no portador de uma incapacidade permanente para toda e qualquer profisso (invalidez absoluta);

    Ser substituda pela penso social de velhice; O pensionista falecer.

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 66

    Complemento por dependncia

    uma prestao em dinheiro atribuda aos cidados que se encontram em situao de dependncia, de 1 ou 2 grau, que necessitam do auxlio de terceiros para satisfazer necessidades bsicas da vida quotidiana. So abrangidos:

    Pensionistas de invalidez (penso de invalidez ou penso social de invalidez);

    Pensionistas de velhice e de sobrevivncia do regime geral de Segurana Social;

    Pensionistas do regime no contributivo e equiparados; Beneficirios no pensionistas, em situao de incapacidade originada

    pelas seguintes doenas: Paramiloidose Familiar; Doena do Machado-Joseph (DMJ); Sida - vrus da imunodeficincia humana (HIV); Esclerose mltipla; Foro oncolgico; Esclerose lateral amiotrfica; Parkinson; Alzheimer.

    O 1 grau de dependncia abrange pessoas que no tm autonomia para satisfazer as necessidades bsicas, como a higiene pessoal ou alimentao. O 2 grau atribudo a pessoas que se encontrem acamadas ou em situao de demncia grave.

    O complemento por dependncia no pode acumular com:

    Rendimentos provenientes do emprego ou cursos de formao; Outro tipo de prestao para o mesmo efeito.

    Este complemento suspenso caso:

    O pensionista no esteja a receber a assistncia indicada no pedido; O pensionista impea ou adie a avaliao da Segurana Social

    relativamente situao de dependncia.

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 67

    Este complemento cessa caso:

    O pensionista inicie atividade profissional; Deixe de receber a penso que lhe d acesso ao complemento; Deixe de estar numa situao de dependncia; O pensionista com 1 grau de dependncia receba uma penso mensal

    (soma de todas as penses recebidas) superior a 600.00.

    subsDios

    Subsdio por assistncia da 3 pessoa

    uma prestao mensal destinada a crianas ou adultos com deficincia, que se encontrem a receber abono de famlia com bonificao por deficincia ou subsdio mensal vitalcio e que necessitem do acompanhamento permanente de 3. pessoa. A pessoa com deficincia dever encontrar-se a cargo do beneficirio, no exercendo qualquer atividade profissional e encontrando-se em situao de dependncia, sendo que dever precisar de assistncia permanente (durante pelo menos 6 horas dirias), estando a receber o abono de famlia com bonificao por deficincia ou subsdio mensal vitalcio.

    O beneficirio desconta para a Segurana Social ou descontou nos primeiros 12 meses dos ltimos 14 meses. Caso esta hiptese no se aplique, a pessoa com deficincia deve ter rendimentos mensais brutos inferiores a 167.68 ou o rendimento total do agregado familiar igual ou inferior a 628.83.

    Este subsdio pode acumular com:

    Abono de famlia para crianas e jovens; Bonificao por deficincia; Subsdio mensal vitalcio.

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 68

    Este subsdio no pode acumular com:

    Subsdio de educao especial.

    O subsdio suspenso em caso de:

    A pessoa com deficincia comear a exercer uma atividade profissional; A pessoa com deficincia no entregar a prova escolar obrigatria.

    O subsdio cessa em caso de:

    A pessoa com deficincia deixar de receber bonificao por deficincia ou subsdio mensal vitalcio;

    Assistncia permanente em estabelecimento de sade sem fins lucrativos;

    Falecimento ou emigrao; A pessoa com deficincia deixar de precisar do acompanhamento.

    O valor a receber de 88.37, sendo atualizado periodicamente.

    Subsdio Mensal Vitalcio

    O subsdio mensal vitalcio um apoio monetrio concedido s pessoas que tenham a seu cargo uma pessoa com deficincia motora com mais de 24 anos e que esteja incapacitado permanentemente para qualquer tipo de trabalho. Para ser considerado como estando a cargo, a pessoa com deficincia dever viver com o beneficirio (cuidador). Caso seja casada, os rendimentos mensais tm de ser inferiores a 399.06, em caso de viuvez ou divrcio, os rendimentos tm de ser inferiores a 199.53. O valor fixo e corresponde a 176.76, o qual pode ser um complemento consoante a idade.

    Pode acumular com:

    Complemento extraordinrio de solidariedade (CES). Se a pessoa com deficincia tiver mais de 70 anos o valor de 35.06, caso tenha menos de 70 anos o valor corresponde a 17.54.

    ISENES FISCAIS, PRESTAES SOCIAIS E OUTRAS RESPOSTAS SOCIAIS

  • 69

    No pode acumular com:

    Bonificao por deficincia; Abono de famlia para crianas e jovens; Penso social de invalidez ou penso social de velhice.

    O subsdio mensal vitalcio suspenso quando:

    A pessoa com deficincia comear a exercer uma atividade profissional ou de formao abrangida pelo regime de proteo social obrigatrio.

    O subsidio mensal vitalcio cessa em caso de:

    Falecimento da pessoa com deficincia; A pessoa com deficincia deixar de estar a cargo do beneficirio; O beneficirio deixar de ter registos na segurana social; Os rendimentos da pessoa com deficincia ultrapassarem os 399.06

    (se for casada) ou os 199.53 (se for viva ou divorciada).

    Bonificao do abono de famlia para crianas e jovens com deficincia

    Esta bonificao adicionada ao abono de famlia no caso de haver descendentes a cargo com deficincia de idade inferior aos 24 anos, que no exeram atividade profissional e que estejam internados ou frequentem um estabelecimento especializado de reabilitao. O beneficirio, pessoa que tem a seu cargo a criana ou jovem com deficincia, deve descontar ou ter descontado para a Segurana Social nos primeiros 12 meses dos ltimos 14. Caso esta hiptese no se aplique, a pessoa com deficincia deve ter rendimentos mensais brutos inferiores a 167.68 ou o rendimento total do agregado familiar igual ou inferior a 628.83.

    Este subsdio pode acumular com:

    Abono de famlia para crianas e jovens; Bolsa de estudo; Abono de famlia pr-natal;

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  • 70

    Penso de orfandade; Subsdio por frequncia de estabelecimento de ensino especial; Subsdio de funeral; Rendimento Social de Insero (RSI).

    Este subsdio no pode acumular com:

    Subsdio de desemprego ou social de desemprego; Subsdio de doena; Subsdios sociais parentais.

    Este subsdio suspenso em caso de:

    O jovem iniciar uma atividade profissional; No ser entregue a prova de rendimentos ou escolar; No entregar documentos solicitados.

    Este subsdio cessa em caso de:

    A criana ou jovem deixarem de ser considerados como pessoa com deficincia;

    Emigrao ou falecimento; O valor do patrimnio mobilirio do agregado familiar ultrapassar o

    valor de 100 612.80.

    O valor a receber oscila entre os 59.48 e os 115.96 conforme a idade e o grau de incapacidade, sendo que existe uma majorao de 20% para famlias monoparentais.

    Existem subsdios noutras reas que esto enquadrados nos diferentes captulos.

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  • 71

    Subsdio para assistncia a filho com deficincia ou doena crnica

    Apoio monetrio concedido a pessoas que em situaes de urgncia tm de faltar ao emprego, para poderem prestar assistncia aos filhos (integrados no agregado familiar) em caso de acidente ou doena (independentemente de serem ou no, portadores de uma deficincia ou doena crnica). Cada cuidador (pai e me) pode faltar ao emprego at 30 dias por ano civil ou durante o perodo de hospitalizao, recebendo o correspondente subsdio da segurana social, com a indicao de que este no pode ser pedido por ambos em simultneo. Os beneficirios devero ser trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores na pr-reforma ou praticantes desportivos profissionais.

    Pode acumular com:

    Rendimento social de insero (RSI); Penso de sobrevivncia; Penses ou indemnizaes por acidente de trabalho; Penso de invalidez relativa (desde que esteja a trabalhar); Penso de velhice (desde que esteja a trabalhar).

    No pode acumular com:

    Rendimentos de trabalho; Subsdio de desemprego; Subsdio de doena; Prestaes no mbito do subsistema de solidariedade.

    Este apoio cessa em caso de:

    O beneficirio deixar de faltar ao trabalho para dar assistncia ao filho; O beneficirio trabalhar enquanto estiver a receber o subsdio; Fraude.

    Existem subsdios noutras reas que esto enquadrados nos diferentes captulos.

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