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Com clareza, o ser humano só vê no mundo exterior, o que consegue irradiar com a luz de seu interior Rudolf Steiner

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Com clareza, o ser humano só vê no mundo exterior, o que consegue irradiar com a luz de seu interior

Rudolf Steiner

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“Na agrimensura é suficiente que os senhores levem até o ponto de primeiramente tomarem a determinação da horizontal e, antes de mais nada, plantas de coisas bem pequenas, tais como: vinhedos, pastagens, pomares de modo a que as crianças tenham um conceito de como se representam essas coisas.” (Rudolf Steiner, 17 de junho de 1921)

Informativo Colégio Rudolf Steiner de Minas Gerais. Reg: 81294. Rua Nossa Senhora de Fátima, 190, Jardinaves, Nova Lima, MG, (31) 3286 5264

CoNSeLho edItoRIaL anna Göbel, Lin tomich, Lourdinha Greco, Selma Santos, e thais Ribeiro.

JoRNaLISta ReSpoNSáveL andrea Gallo-MtB 23775 ILuStRaçõeS alunos do 8° ano de 2015

FotoGRaFIaS patrícia Rocha e Renato portoCapa Maria Clara Göbel, aluna do 9ºano

CaptaçÃo de ReCuRSoS Lurdinha NascimentoFoRMataçÃo e dIaGRaMaçÃo Morena tomich

IMpReSSÃo Bigráfica editora tIRaGeM 1.500 exemplares

dIStRIBuIçÃo GRatuIta pais de alunos, escolas Waldorf e instituções comerciais e educacionais

www.colegiorudolfsteiner.com.br

Na geografia do 10° ano estudamos a formação da Terra como um corpo físico e dinâmico: o interior do planeta, a tectônica de placas e as estruturas das cordilheiras. A atmosfera e a hidrosfera que compõem a geosfera e como os processos endógenos e exógenos determinam a formação do relevo. As correntes marinhas e fluxos climáticos. Relacionamos os aspectos físicos, climáticos e hidrográficos para compreender os Domínios Morfoclimáticos do Brasil. Utilizamos durante as aulas os mapas do IBGE e os elaborados pelos alunos. O conteúdo de geografia está intimamente relacionado à proposta do curso de agrimensura.A geografia é uma ciência essencialmente espacial e a cartografia é a arte de representar o espaço. As técnicas de medição do terreno e representação em planta com precisão cartográfica foram alguns dos objetivos pedagógicos que sustentaram a vivência do curso de Agrimensura. Durante 05 dias a turma do 10° ano se hospedou no Parque Canela de Ema, uma reserva ambiental particular situada na zona rural, na divisa dos municípios de Caeté e Barão de Cocais (www.canelaema.com.br) para elaborar as plantas do terreno, que contém lagos, tanques de piscicultura, circuito de arvorismo e mata nativa.”Utilizamos procedimentos elementares de determinação de distância, direção, ângulos e azimutes para medição do espaço e os conhecimentos de trigonometria e geometria para executar os cálculos das plantas de situação e as áreas dos mapas. Os alunos elaboraram seus próprios instrumentos de medição dos ângulos e azimutes. Os mapas gerados por cada grupo são articulados, encaixam-se na mesma escala para representar toda a área e possuem os cálculos de área.A proposta era realizar a medição do terreno em escalas distintas: - a sub-métrica, referente ao desenho em planta dos usos e características do terreno. A medição do terreno com um propósito definido; - a corporal, pelo registro físico das distâncias, dos taludes, das caminhadas, dos quilômetros percorridos e altitudes. O tempo do trabalho e o esforço destinado a cada atividade.

A rotina diária era atividades de medição do terreno na parte da manhã e após o almoço atividades físicas e lúdico pedagógicas: arvorismo, canoagem e caminhada ao sopé da serra do Itamaraém. Essas vivências possibilitaram a percepção do espaço geográfico com outros pontos de visão, estimularam a integração e a cooperação da turma. O arvorismo possibilitou uma visão obliqua do terreno medido e a percepção das conexões entre as áreas de cada grupo; na canoagem, os ducks que só funcionam com o trabalho sincronizado e organizado, permitiram conferir a medida do lago; a caminhada à serra do Itamaraém permite conhecer as variações dos ambientes naturais da RPPN Canela de Ema e as diferenças entre as escalas mapeadas e percorridas. À noite havia aula de cartografia após o jantar para transformar os dados coletados no croqui de campo em desenhos no papel milimetrado. Dormimos todos juntos em um alojamento coletivo, no mezanino do restaurante.

Aquiles Araújo, professor de Geografia do Ensino Médio

“Quando é só você ali é muito mais fácil que quando você está com outra pessoa, só que você não consegue fazer sozinho, você precisa do colega.”

“Aprendemos a ter calma e persistência.”

“A gente chegou aqui achando que ia dar tudo certo com as medidas e não é assim, porque navegar é preciso, viver não é preciso.”

“Sempre tem coisas que não dão certo, mas nisso não importa, porque é o resultado disso que de alguma forma faz dar certo, é algo maior.”

“Eu consigo ser um eu maior quando eu aprendo com o outro, até com os erros do outro, porque eu aprendo que eu não quero ser daquele jeito.”

“Tão importante quanto ajudar é saber receber ajuda.”

“O desafio maior é estar em sincronia com outra pessoa.”

“Senti raiva porque fiz todo o mapa e só depois percebi que a segunda medida estava errada e que tudo estava errado e eu teria que refazer.”

PELOS ALUNOS...

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porque temos o compromisso com a “felicidade deles”! - essa é a resposta.

e “felicidade”, para nós, é muito mais do que um sorriso no rosto e um olhar vigoroso. É a chama acesa sempre, independentemente do tempo e das adversidades. É a emoção do aprender, a satisfação do compreender profundo, o prazer de fazer, a arte do ouvir e a alegria do dividir, a importância do construir e do preservar, o reconhecimento espontâneo dos próprios limites... o valor das alianças firmadas pelo coração. essa felicidade diária que nossos filhos, Benício e Cassiano, vivenciam no CRSMG fortalece as suas raízes e compõe, sem dúvida alguma, a base das sementes que eles plantam no mundo, as quais, em um futuro breve, brotarão.

antes mesmo do nosso primogênito, Benício, completar o segundo ano de vida, começamos nossa peregrinação por diversas escolas infantis de Bh. o excesso de estímulos, o oferecimento de brinquedos prontos e de brincadeiras conduzidas, obrigações demais e brincar livre de menos, a pressão para satisfazer a ansiedade dos pais e o ensinar sem sentido e sem respeito ao amadurecimento individual de cada criança, tratando-a como mais uma no momento em que ela deveria ser única, nos assustavam tanto quanto a substituição do verde, do natural e do simples pelo

concreto tecnológico e consumismo exacerbado.

perguntávamo-nos em que braços entregaríamos nossos filhos para que tivessem a continuidade da nossa casa... Muitas orações precederam essa busca. Informações sobre a existência dessa escola foram-nos chegando e, após uma visita agendada, mentalizações positivas antecederam a espera. Nove meses depois efetuávamos na escola, à época pólen, uma matrícula tríplica. Sim, a do Benício e a nossa - minha e do Lito - na nova escola da vida. pouco depois, era o Cassiano - cheio de alegria e expectativas - quem se juntava a nós.

e hoje, cinco anos depois, estamos os quatro aqui, porque acreditamos na pedagogia Waldorf, identificamo-nos com a antroposofia e confiamos na instituição, sobretudo nos professores. Consideramos o CRSMG a continuidade do nosso lar e temos profunda gratidão e carinho por todas as pessoas que nos acompanham nessa caminhada: professores, funcionários, pais e principalmente alunos, os quais passaram a ser, de alguma forma, filhos nossos também.

Karina e Francisco (Lito) – pais do Benício, 1º ano e do Cassiano, Jardim da Raquel.

No mês de setembro, nossos alunos do 10º ano participaram do "Arte 10", no Colégio Waldorf Micael, em São Paulo.

O intuito do encontro é reunir os alunos de 10º ano de escolas Waldorf, para que eles percebam que fazem parte de um movimento maior e muito importante. Aproximadamente cem alunos das escolas: Viver (Bauru), Aitiara (Botucatu), Micael (São Paulo) e São Francisco de Assis (São Paulo)participaram. Todas as atividades artísticas e o próprio evento foram organizados pelos alunos do Colégio Micael: canto, dança, defesa pessoal feminina, teatro, pulseirinha, yoga, mandala, tingimento de camisetas, dentre tantas outras.

Nossos alunos foram muito elogiados pelo entusiasmo e a coragem, e nosso Colégio foi convidado para sediar o encontro do ano que vem: o Uni 11.

INTERWALDORF 2015o Interwaldorf é um evento que acontece anualmente na escola Waldorf Rudolf Steiner de São paulo. trata-se de um encontro entre nonos anos de escolas Waldorf de todo o Brasil e a proposta é a prática e a confraternização por meio do esporte.

este ano foi a primeira vez que nosso Colégio fez parte do evento. por isso, uma curiosidade e um certo nervosismo pairavam sobre nós, mas principalmente a felicidade e o entusiasmo nos preenchiam.

Nossa ida para São paulo foi no dia 28 de agosto e, após 11 horas de viagem, chegamos e a visão que tivemos foi impressionante: a escola era cerca de 4 vezes maior que a nossa, com 10 prédios e um lindo teatro que nos deixou boquiabertos.

ao chegarmos, fomos recebidos pelos alunos da escola aitiara de Botucatu e da Moara, de Brasília. Rapidamente nos socializamos com eles, com direito a rodas de violão e muita cantoria. a atmosfera que ali havia parecia bastante familiar, tínhamos uma harmonia.

Na manhã do dia seguinte, éramos 12 escolas e quase 500 pessoas reunidas num ginásio. Lá foi feita a abertura de modo emocionante e nos deram as boas vindas. os jogos que seriam disputados eram vôlei, handebol e basquete (masculino e feminino).

a convivência do esporte foi pouco a pouco unindo as escolas, formando fortes

laços de amizade. definitivamente, o momento mais marcante da nossa viagem aconteceu no último jogo de todo o evento. todas as escolas se encontravam no ginásio, pois logo em seguida seria o encerramento.

havíamos, as meninas, acabado de perder um jogo para um time que não jogara de maneira amistosa, quando de repente praticamente todas as escolas se juntaram à nossa torcida nos dando força e apoio. Não há como descrever a sensação...

Como não temos outros alunos Waldorf da nossa idade em Bh, além de nós, foi uma vivência incrível encontrar com outros colegas que partilham do mesmo universo que nós. a experiência de ver a atmosfera Waldorf não só no aspecto pedagógico, mas também de um modo social fez crescer em nós, ainda mais, o amor e admiração pela pedagogia.

Mal podemos esperar para encontrarmos com todos os amigos que fizemos durante esse tempo.

Às turmas que ainda não passaram pelo nono: lutem ao máximo para participarem dessa experiência, pois ela é simplesmente inesquecível.

Alice, Sofia Ribeiro e Sofia Gontijo (alunas do 9º ano)

o Conselho de pais do Colégio Rudolf Steiner realizará um encontro dos representantes de turma no dia 4 de outubro de 2015. um encontro onde os representantes possam conversar, conhecerem-se melhor e refletir sobre o Conselho de pais e seu papel numa escola Waldorf.

a proposta é de um encontro trimembrado: pensar, Sentir, Querer com uma apresentação do que seja a trimembração do

organismo humano e do organismo Social. a partir deste conceito, o significado (e/ou a importância?) do Corpo pedagógico, do Conselho de pais e da apI. uma apresentação dos representantes de turma, falando um pouco do caminho pessoal até a pedagogia Waldorf e, para finalizar, um trabalho em grupos para refletir a partir do conceito de trimembração as responsabilidades, os objetivos e as metas de trabalho do Conselho de pais.

a expectativa com o encontro é de que sejam estreitados os laços entre os representantes com um entendimento melhor do papel desempenhado por cada instância.

Coordenação do Conselho de Pais – Cristiana Arreguy, Raquel Mohallem, Serena Improta, Sofia Amorim e Steve Blanton.

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O Sol dáLuz às plantas,Porque o SolAma as plantas.Assim dá luz anímicaUma pessoa a outras pessoas,Quando as ama. Ra

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II FEIRA LITERÁRIA

FESTA JUNINA

AULAS DE...

AGRIMENSURA 9°ANO

HORTA, POMAR E JARDIM O GIRASSOL 2°ANO

FORNO 3°ANO

INTERWALDORF 2015

VEM AI: TEATRO DO 8ºANO

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Celebramos o desabrochar da alma no nascimento do corpo astral, do corpo dos sentimentos - e isto tem gosto de individualidade! Alguém tem dúvida de que estes aspirantes jovens de 14 anos gostam de, cada vez mais, exercer suas individualidades?

O mais interessante é que pela alma, esta que está nascendo agora, também podemos nos unir ao outro. Através do interesse, da doação, nos sentimos pertencentes a um grupo. Alguém tem dúvida de que estes aspirantes jovens de 14 anos gostam de, cada vez mais, pertencer a um grupo?

Por isso, colocar a força de trabalho de cada um a favor de um acontecimento que coroa a trajetória de um grupo já é o alento para que estes indivíduos não se sintam sozinhos, na dura e nobre tarefa de desenvolvimento saudável no mundo de hoje! Pois a meta do coração e dos pulmões, representantes desse reino do meio, do reino da alma, é a harmonia! Um constante respirar: estou em mim, estou no outro.

É importante lembrar que a regente do 8º ano é Vênus e a alma é a casa da beleza (áurea). O corpo astral veio para trazer movimento e beleza, mas a vontade ainda precisa ser dirigida. Mais do que nunca, estes jovens precisam buscar inspiração em adultos que tenham meta, moralidade e intenção (biografias do 9º ano).

O currículo de História do Ensino Fundamental, o tão falado fio dourado, traz este “ator principal” - o ser humano -, de diferentes formas através dos tempos, das civilizações. As peripécias do ser humano neste longo caminho devem ir forjando no sentimento do aluno a complexa construção (ou atualização) de sua própria alma. Observando, cada vez com maior consciência e muito bom humor, a História da Humanidade, os alunos a partir do 5º ano podem começar a perceber para concluir no desabrochar de suas almas (8º ano) o quanto a constância é a palavra-chave para este “ator”.

Podemos dizer que esta vivência, esta construção, esta atualização da alma, começa de forma macro com os contos de fadas do 1º ano e vai se aguçando até chegar à época atual. No 3º ano, com as histórias do Antigo Testamento, ainda na regência completa de Deus Pai, temos o prenúncio dos desafios que o homem passará na sua luta interna com o poder e a ganância. A partir do 6º ano podemos perceber que a História, assim como a introdução à Física, pode ser exposta como um fenômeno passível de observação, julgamento e conclusão; já que, mesmo sendo acontecimentos do passado, ressoam no presente, em nós.

Com tudo isso, ainda no ano passado, esta classe do então 7º ano, depois de uma grande retrospectiva desde os reis do Antigo Testamento, fez surgir a imagem do “homem no fio” e sua constante busca de equilíbrio. As épocas de Antropologia, Química ou mesmo as equações trazidas pela Matemática, deste mesmo ano, também contribuíram bastante para essa imagem, pois pudemos evidenciar a importância do exercício de manter a saúde constante, o equilíbrio, em nosso corpo e também no corpo social.

Hoje em dia, a partir da puberdade e cada vez mais antes dela, os alunos têm acesso (muitas vezes sem acompanhamento) a um mundo agressivo e pedante, com imagens terríveis e mensagens subliminares que trazem muita confusão à alma. Os alunos geralmente trazem muitas perguntas sobre questões que vivenciam precocemente e arbitrariamente com o acesso à internet, às novelas, às séries ou apenas por serem o foco de uma manipulação declarada da mídia de consumo. A alma é a porta de entrada de todos esses meios e faz-se necessário que o professor também ofereça perguntas (mais do que respostas) que possam servir de referência para uma conduta saudável no meio disso tudo!

Essa investigação, esse cultivo do interesse pela História, tem o objetivo de, aos poucos, fortalecer o aluno (e junto com ele, o professor) para que possa tomar as rédeas do seu destino e atuar com liberdade e autonomia. Sentir e observar esses fenômenos históricos no segundo setênio, principalmente a partir do 5º ano (da Grécia à Idade Contemporânea), de vários ângulos, faz com que os alunos possam perceber os benefícios e os malefícios das escolhas feitas nesse caminho, independente de qualquer dogma. Nesta classe, essas observações e julgamentos também foram transferidos para a vida prática de cada aluno, onde puderam trazer pequenas cenas cotidianas que se assemelhassem às histórias vivenciadas.

Agora, no 8º ano, vislumbramos os dramas pessoais com o nascimento do corpo astral. Veremos no palco o resultado harmônico de um processo onde, em momentos diferentes, cada um apresentou o desabrochar de sua alma. O espírito de equipe - o exercício de sair de si próprio e entrar no personagem e de estar sempre atento ao outro, ao colega - traz conquistas de maturidade. Buscar o gesto, a cor, o tom mais apropriado para o que a alma quer expressar, para dar sentido completo ao que se tem a dizer é a grande tarefa desse trabalho.

Nada mais acertado do que a vivência teatral para ajudar o aluno a se preparar para o encontro com seu próprio drama, aquele que começará a viver a partir do desenvolvimento de sua identidade, do nascimento de seu próprio EU ao longo do Ensino Médio. Sendo assim, vejo que encerramos um ciclo com o nascimento de outro e, por isso, a celebração!

O interesse pelo outro é o antídoto para fugirmos de uma formação mesquinha dentro de uma sociedade egoísta e belicosa. Mais do que nunca esta semente deve ser plantada na alma dos jovens para frutificar quando de fato, estes, tiverem ação no mundo.

Fausto, este personagem que representa todos nós, traz essa semente. Uma saga medieval/atual que traz como desafio o que o homem, no seu caminho pela história, trouxe aos corações destes alunos. Este personagem mostra, na sua busca pelo conhecimento, que não há mais caminho se não for em comunhão; que a conquista de um é a conquista de todos!

Eva Pimenta, Professora do 8º ano

#TEATROOITAVOANOWALDORF#HUMANIDADEANTROPOSOFIA

O que estamos celebrando no fim do segundo setênio? O que estamos celebrando com o teatro do 8º ano?

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Ao se aproximar o dia 29 de setembro, data consignada ao Arcanjo Micael, sentimos novos impulsos para uma atuação mais consciente, mais concreta nascendo em nós, quer isoladamente, quer no trabalho em grupos ou num social mais amplo.

Em 23 de maio de 1923, falando em Berlim, dizia Rudolf Steiner:

“Quero partir da observação da criança quando chega à Terra; do ser humano que , tendo descido da região da existência pré-terrena, dá os primeiros passos aqui na Terra.”

E Helmut Von Kugelgen, no Congresso interno dos Jardins de Infância, realizado em abril de 1984, em Dornach, lembrava palavras de Herbert Hahn, dirigidas aos “ainda não nascidos”: Crianças do futuro!

Vocês bem sabem o que os espera na nossa Terra! Queremos erguer as mãos protetoramente – desejamos defendê-los da rude ingratidão e da senilidade precoce que destroem a infância. Pois: estrelas-guias da infância são a gratidão e a juventude a partir do espírito.

Quantas crianças já nasceram desde 1923! E dessas muitas crianças quantas terão passado pela catástrofe das guerras, quer políticas, quer religiosas, sofrendo suas consequências, bem conforme com as colocações de R. Steiner! Quantas delas, vivendo o nosso quotidiano estão diretamente em contato com a força do Dragão, a força da Serpente dos Primórdios – Ariman. Ariman agindo, atuando, conduzindo ao extremo as muitas descobertas no campo científico, a manipulação genética, a clonagem, a virtualidade.

Contudo, não se trata de fazer agora o caminho inverso dos progressos realizados pela civilização ou fugir desse progresso escondendo-se em um modo de viver alternativo, muito primitivo e rudimentar. Trata-se sim de ampliar a consciência para, dessa

maneira, descobrir, perceber, desmascarar as forças com as quais nos defrontamos.

Rudolf Steiner frequentemente previa as dolorosas consequências da guerra, do sofrimento das crianças que não teriam a possibilidade de passar por um desenvolvimento digno da entidade humana. Costumava qualificar como sendo uma necessidade histórico-universal essa engenhosidade criadora em todas as áreas da vida humana, no mundo físico.

Na nossa atual época, a luta de Micael com o Dragão acontece aqui na Terra – a luta é nossa. Educação fundamentada no conhecimento dos mundos espirituais, Pedagogia Waldorf, são veículos dos quais Micael pode se utilizar para entrar na nossa civilização, plasmando-a por intermédio do amor e do reconhecimento do espiritual, permeando-a, tornando a civilização atual mais “humana”.

“Se as pessoas, hoje, pudessem se decidir a comemorar de maneira digna, elevada, a Festa Micaélica no final de setembro, isso seria de grande significado. Para tal seria preciso encontrar a coragem dentro dos homens: não apenas de discutir a respeito de organizações sociais exteriores ou coisas semelhantes, mas sim de realizar, fazer algo que unisse a Terra ao céu, que novamente ligasse as relações no espiritual. Então, por estar o espiritual sendo reintroduzido no mundo físico, poderia acontecer algo entre as pessoas, algo que seria um enorme impulso para o prosseguimento da nossa civilização e da nossa vida toda”.

Com essas palavras de Rudolf Steiner no coração e na consciência, iniciemos mais uma época Micaélica!

Edith AsbeckFonte: NÓS – Época de Micael: Escola Waldorf Rudolf Steiner, São Paulo, 1999. P. 4

(contribuição da prof. Rosa Fantini)

PENSAMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O TEATROno decorrer do processo a partir do 7º ano:

“Durante toda a vida andamos em um fio. Temos livre escolha. O destino nos empurra, nos segue, nos observa, nos guia, mas quem realmente faz as escolhas somos nós mesmos. Pode ser que o destino nos conheça tanto que saiba a nossa

resposta, mas deixa que nós mesmos respondamos. Ao receber o poder da escolha, recebemos também muitas outras responsabilidades. Temos que pensar nas consequências de nossas escolhas, sejam elas boas ou más. Fausto, a peça,

diz: saiba escolher e não pense apenas em si mesmo.”

“A verdadeira decisão deve partir de nós mesmos.”

“Esta peça é sobre o homem. Ela nos ensina a cuidar do próximo. Fala sobre o poder que existe dentro de nós e como lidamos com ele.”

“Tudo é uma questão de escolha: escolhemos as palavras, as ações, os pen-samentos... assim caminhamos, caímos e levantamos! Ora vamos para direita,

ora vamos para esquerda. Acho que a razão de viver é o amor, pois só o ele traz a verdadeira felicidade e esta deve ser compartilhada!”

“Esta peça mostra que temos que pensar nas consequências de nossas ações e que elas podem, não só afetar a gente, mas também afetar os outros. Podemos

chamar isso de fraternidade.”

“Na peça FAUSTO vemos que não é proibido errar. Errar é humano. Mas consertar o erro é essencial. Vemos que, de alguma forma, todas as ações podem ser

perdoadas.”

“É como se estivéssemos caminhando em uma estrada e muitos obstáculos vão

aparecendo. Você deve escolher entre se interessar por algo à margem e não continuar no caminho ou seguir até o fim e descobrir o que estava te esperando desde o início:

algo que compense todo esforço e sacrifício. A vida é uma grande caminhada.”

“Precisamos começar a treinar desde cedo.”

“Muitas vezes, por temer a morte, nos perdemos nos prazeres imediatos da vida. Também tememos o futuro por não saber o que nos espera. O mais importante

não seria simplesmente viver esse exato minuto, o presente?”

“É difícil ajudar os outros. Sempre foi. A princípio não existem recompensas. O mundo nunca dá muito espaço para isso. E o homem, nesse mundo, raramente

tem atitudes fraternas. Nós não somos chamados a isso. Mas é claro que existem exceções e redenções!”

“Às vezes o caminho mais longo e difícil é o melhor a seguir, onde podemos usar nossa força não para destruir mas para construir.”

“Nós estamos acostumados a ser o centro de nosso pequeno mundo, cheio de problemas e dificuldades onde mergulhamos e permanecermos. Até que...”

“Mesmo quando o destino já está traçado, temos sempre o poder de traçá-lo de outra forma. Somos todos senhores do nosso próprio destino”.

“Assim como existem forças dentro de nós, existe uma força maior, exterior, que mantém a harmonia entre tudo e todos. Todas as ações do homem refletem nessa

força maior e também nele mesmo.”

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Há pouco tempo descobri, no susto, que haviam mudado de nome. Veio àquela saudade dos anos em que explicava que sim, Pólen é nome de escola, poxa. Ignorando todas as confusões com abelhas e flores, dizia que todos deveriam estudar lá, onde havia artes, miquinhos e tempo para “digerir as coisas”. Mas admito, só compreendi o quanto foi especial o que vivi pela pedagogia Waldorf quando fui para o ensino médio tradicional. Mesmo estando bem academicamente, as prioridades das duas escolas em que estudei não condiziam com o que eu acreditava ser importante ou até mesmo saudável, em termos de ritmo e metodologia. Em 2015, que seria o meu terceiro ano do E.M, tive a oportunidade de ir para Chicago morar com a minha tia, onde estudei na Waldorf de lá. Mesmo apreensiva por conta do Enem e dos vestibulares, escolhi algo que sempre me trouxe felicidade e uma infinidade de conhecimentos, para toda a vida. Hoje estudo para tais provas e acredito que mesmo se não conseguir uma vaga agora, levo no coração essa escola linda, junto à perseverança e curiosidade.

Manuela B. Lima , ex-aluna

OUTUBRO

09 a 16 - 13º Módulo de Formação de professores Waldorf10 a 14 - 12º Módulo de Pedagogia Curativa12 - Feriado Nossa Senhora Aparecida12 a 16 - Semana da primavera/ Recesso escolar15 - Dia do Professor

NOVEMBRO

02 - Feriado Finados07 - Sábado Letivo - Palestra da Escola de Pais14 - Bazar de Natal

DEZEMBRO

05 - Encerramento Natalino da Ed. Infantil05 - Término do ano letivo07 e 08 - Dia da Imaculada Conceição / Recesso09 a 11 - Recuperação Final

A RESENHAComo, onde, por que, quem começou não se sabe.Não tem estatuto, ata de fundação, regimento, eleição, diretoria, associados, pauta ou ata, quórum mínimo, frequência, nem agendamento.Para participar não precisa de indicação, nem aprovação. Não precisa nem estar presente.A senha para participar é “O trânsito está todo agarrado lá em cima na rotatória”.Aí, 20 minutos ali vão fazer toda a diferença no restante do dia.Alguns comentam que chegam ao trabalho no mesmo horário.O nome surgiu naturalmente: “Vamos ali pra resenha”.Resenha no sentido de resumo, algo engraçado, divertido, lugar de diversão com muitas pessoas.O que se fala lá? Assuntos variados, negócios, divulgação de eventos e ações da escola, como festas para o teatro do 8o ano, cadastro de pais, ajuda a alguém que atolou o carro, Pedagogia Waldorf, uma rifa ou mutirão pra ajudar alguém necessitado e Futebol, é claro.Quando o time perde, os torcedores costumam não vir no dia seguinte. Ou quando vem, trazem um pão de queijo, “pra ver se com a boca ocupada, a brincadeira fica menor”.Tem pais que já saíram ou tem filhos em outra escola que pensam em abrir uma “franquia”.Café da manhã na barraquinha da feirinha ao som de violão, excursão ao Posto Chefão para o pão com linguiça, pelada mensal na quadra do Cruzeiro, perto da escola, reunindo as famílias com as crianças, um happy hour com música ao vivo, são eventos que não podem faltar.Assim, acontece a reunião de pais na chegada das crianças à escola.

Reúne pais do maternal ao 10o ano.

Celebra-se a amizade, a convivência, o espírito de vida em sociedade, o “bom dia” com alegria e entusiasmo.”

O 12º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE PEDAGOGIA WALDORF E O 2º CONGRESSO DE PAIS WALDORF - CALI/COLôMBIA

O nosso colégio enviou quatro professores representando a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio para participarem do congresso de Pedagogia Waldorf, ocorrido em Cali de 12 a 18 de julho de 2015.

Trata-se do congresso que acontece a cada três anos, desde 1981, e que nesta última edição reuniu 451 participantes de vários países da America Latina e Europa, entre professores e pais, para variadas atividades que tiveram como sede o Colégio Waldorf Luis Horacio Gómez, fundado há 38 anos em Cali. O Brasil estava representado por 88 participantes de vários estados, sendo a 3ª delegação presente, atrás apenas da Colômbia (166) e do Peru (89).

A sua importância reside no fato de que é rara oportunidade para intercâmbio de experiências entre professores e pais dos diferentes países e culturas representados, para formação dos presentes por meio de conferências com um representante enviado da Seção Pedagógica do Goetheanum, de oficinas oferecidas por professores com relevante experiência na sua área e vivência da Antroposofia e de grupos de aprofundamento. Houve ainda espaço para Iniciativas Livres em que foi partilhado, entre outros temas, o atual panorama da Pedagogia Waldorf no mundo, às vésperas do seu primeiro centenário que será comemorado em 2019.

O próximo congresso será sediado no Peru em 2018 e nosso Colégio se comprometeu a apresentar uma das nove conferências elencadas para estruturar a formação, como parte da programação.

Estamos diante de mais um grande desafio: precisaremos contar desde já com o apoio de toda a comunidade, para o envio de nossa equipe e a realização de uma bela apresentação.

Aroldo Dias Lacerda, professor do Ensino Médio

O NINHO DE PASSARINHOLogo quando voltaram as aulas lá estava ele, grande,

bonito e estranho.

Tem gravetos, linha, lã e várias outras coisas.

Sempre quando chego na escola eu bato a cabeça nele. Sempre podemos ver os dois passarinhos que o construiram. Não é possível ver dentro, então não sabemos se existem ovos lá dentro.

Essa moradia foi feita com muito amor.Gabriel, 7o ano

23 de setembro à 22 de dezembro

a natureza tão perto da gente, com a sua simplicidade! o ninho de passarinho, feito em um vaso de plantas vizinho da Biblioteca, do 7° e 6° ano.