colonialidade e racismo epistêmico

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" C ol o ni a li d a d e e raci sm o e p ist ê m i co : r e l a çõ e s ét n ico-r a ciais n a f o r m a çã o d o ce n t e ".  Nova na educ ação, acred itando em quase tud o que me diss eram na acade mia sobre a escola... Peguei, recentemen te uma turma de segundo ano que eu considerava muito difícil. Comecei a observar o dia a dia deles e percebi o quanto a escola é CHAA! A escola é muito c"ata mesmo, fala de coisas que o aluno não con"ece e nem tem vontade de con"ecer, fala de coisas abstratas e que o aluno sente até preguiça de imaginar o que é aquilo. Comecei a pensar a educação como algo que fi#esse parte da vida dos educandos e que eles curtissem e prestassem o mínimo de atenção no que eu falo. $ou falar pra voc%s que deu certo. & que o professor muitas ve#es 'ulga como indisciplina, é o resultado da (c"atisse( que é a escola. Piora na escola de educação integral, pois na  parte da tarde, o s alunos ') estã o saturados e irritados. Com a min"a pouca e*peri%ncia docente, resolvi que +NH& que mudar este cen)rio, até porque, eu não aguentava mais ficar naquela turma de segundo ano. evei então o que era novo pra eles. -nseri a tecnologia digital em min"as aulas. om, imagem, dança... Aban donei de ve# o quadro. & resultado/ Nossa! 0oi pra#eroso ver que eles escutavam o que eu tin"a pra di#er, outrora eu falava pras paredes. evei algumas artes africanas para que con"ecessem. Portanto, não basta mostrar, é necess)rio estar preparado para os coment)rios que não são positivos. 1ue é natural, tendo em vista que são elementos de uma cultura invi#ibili#ada, inferiori#ada. 1uando apresentei as m)scaras alguns disse ram2 ( que "orror( (muito feia...( 3as o que eu disse antes, a questão do preparo, eu comecei a c"amar a atenção deles para os detal"es esculpidos na madeira e os fi# perceber o quando era trabal"oso e ao fim da apresentaçã o das m)scaras, estavam admirando o quanto eles eram artistas. (ia eles são muito artistas(. Ainda falando sobre a influ%ncia africana em nossa cultura, começamos a falar sobre os ritmos, as m4sicas. Coloquei um vídeo de uns meninos dançando um ritmo da 5frica e não demorou para que um aluno identificasse aquela dança como algo parecido com o nosso fun6, o fun6 dos meninos e meninas do passin"o. 7epois da descoberta, a recompensa . Coloquei no datas"o8 o clipe do passin"o e dei*ei rolar o fun6. 0oi demais! 7epois, como podem observar nas fotos produ#imos m)scaras africanas.  Neste dia saí da escola mais le ve, meu trabal"o re ndeu, enfim con segui que me ele s escutassem , fui para casa com uma 9tima sensação de missão cumprida e entendendo mais um pouco sobre o que n9s professores c"amamos de alunos rebeldes, alunos com comportamento ruim e desinteressad os.

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8/15/2019 Colonialidade e Racismo Epistêmico

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"Colonialidade e racismo epistêmico: relações étnico-raciais na formação docente".

 Nova na educação, acreditando em quase tudo que me disseram na academia sobre aescola... Peguei, recentemente uma turma de segundo ano que eu considerava muitodifícil. Comecei a observar o dia a dia deles e percebi o quanto a escola é CHAA! A

escola é muito c"ata mesmo, fala de coisas que o aluno não con"ece e nem tem vontadede con"ecer, fala de coisas abstratas e que o aluno sente até preguiça de imaginar o queé aquilo. Comecei a pensar a educação como algo que fi#esse parte da vida doseducandos e que eles curtissem e prestassem o mínimo de atenção no que eu falo. $oufalar pra voc%s que deu certo. & que o professor muitas ve#es 'ulga como indisciplina, éo resultado da (c"atisse( que é a escola. Piora na escola de educação integral, pois na

 parte da tarde, os alunos ') estão saturados e irritados.Com a min"a pouca e*peri%ncia docente, resolvi que +NH& que mudar este cen)rio,até porque, eu não aguentava mais ficar naquela turma de segundo ano.evei então o que era novo pra eles. -nseri a tecnologia digital em min"as aulas. om,imagem, dança... Abandonei de ve# o quadro.

& resultado/ Nossa! 0oi pra#eroso ver que eles escutavam o que eu tin"a pra di#er,outrora eu falava pras paredes.evei algumas artes africanas para que con"ecessem. Portanto, não basta mostrar, énecess)rio estar preparado para os coment)rios que não são positivos. 1ue é natural,tendo em vista que são elementos de uma cultura invi#ibili#ada, inferiori#ada. 1uandoapresentei as m)scaras alguns disseram2 ( que "orror( (muito feia...( 3as o que eu disseantes, a questão do preparo, eu comecei a c"amar a atenção deles para os detal"esesculpidos na madeira e os fi# perceber o quando era trabal"oso e ao fim daapresentação das m)scaras, estavam admirando o quanto eles eram artistas. (ia eles sãomuito artistas(.Ainda falando sobre a influ%ncia africana em nossa cultura, começamos a falar sobre osritmos, as m4sicas. Coloquei um vídeo de uns meninos dançando um ritmo da 5frica enão demorou para que um aluno identificasse aquela dança como algo parecido com onosso fun6, o fun6 dos meninos e meninas do passin"o. 7epois da descoberta, arecompensa. Coloquei no datas"o8 o clipe do passin"o e dei*ei rolar o fun6. 0oidemais!7epois, como podem observar nas fotos produ#imos m)scaras africanas.

 Neste dia saí da escola mais leve, meu trabal"o rendeu, enfim consegui que me elesescutassem, fui para casa com uma 9tima sensação de missão cumprida e entendendomais um pouco sobre o que n9s professores c"amamos de alunos rebeldes, alunos comcomportamento ruim e desinteressados.