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Edição especial sobre o mercado logístico.

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Colliers Brasil ColliersBRwww.colliers.com.br [email protected] colliersbr

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Editorial

ExpEdiEntE

A Revista Corporativa (RC) apresenta em sua 21°edição uma pauta especial voltada para o segmento logístico. Os recentes pacotes de investimentos em infraestrutura logística anunciados pelo Governo Federal, como também a crescente tendência para otimização da eficiência logística como fator essencial para o desenvolvimento econômico do pais, motivaram a pauta principal, além do desejo de manter nossos leitores atentos e informados de assuntos que possam afetar o seu negócio de maneira direta.

Entrevistamos figuras importantes desse mercado, como Pedro Francisco Moreira, Presidente da Associação Brasileira de Logística ( ABRALOG), que explora a importância da correta execução do pacote anunciado pelo governo : Programa de Investimentos em Logística ( PIL). Ouvimos também especialistas do mercado imobiliário de condomínios logísticos, e a Colliers International contribuiu com um overview desse mercado no Brasil.

Preparamos também uma matéria especial sobre sustentabilidade, projetos sustentáveis, e tendências inovadoras em relação a tecnologia construtiva, tema também bastante relevante para o mercado de condomínios logísticos que busca cada vez mais eficiência e alternativas sustentáveis, que além de garantirem economia ao empreendimento, proporcionam mais conforto, e facilidades ao usuário.

Abordamos também a importância da Feira Intermodal para o setor – Feira Internacional de Logística e Transporte de Cargas e Comercio Exterior, 2° maior evento do mundo para os setores de logística, e que acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de Abril no Transamérica Expo Center em São Paulo (SP). Atento ao principal evento do setor, a RC entrevistou Ricardo Barbosa, Gerente da Intermodal South America, que destacou a importância desta edição pelos investimentos realizados pelo Governo em todos os modais e os desafios para o avanço da logística no país. A Colliers marca presença na feira como expositora e também com a participação do Presidente da Colliers Brasil, Ricardo Betancourt, no painel exclusivo sobre condomínios logísticos.

Um dos principais problemas nas metrópoles brasileiras, a mobilidade urbana impacta diretamente a operação logística no país. A RC traz nesta edição uma análise do cenário atual das principais cidades, quais os investimentos em infraestrutura anunciados pelo Governo, e exemplos de como outras cidades no mundo estão encarando este problema, além de uma entrevista com o Presidente da CCR Autoban, Maurício Soares Vasconcellos, sobre os investimentos da concessionária para as rodovias do estado.

Para encerrar, avaliamos a evolução da personalização do atendimento através do crescimento do concierge em operações de edifícios corporativos e logísticos, e como é possível otimizar este serviço através de uma administração competente.

Desejamos a todos uma ótima leitura.

Carlos F. Corsini

ConSElHo EditorialCarlos F. Corsini, Ricardo Betancourt Caio Junqueira, Flávia Silva e Pedro Farci

proJEto GrÁFiCo E EditorialAgência Virtude

JornaliSta rESponSÁvElMônica Gropelo - MtB 28.424

rEportaGEnSMônica Gropelo

rEviSãoDenis CleuderMônica Gropelo

CoMErCial E puBliCidadEAgência VirtudeDenis [email protected]: (19) 3325.5762

tiraGEM8.500 exemplares

auditoriaTiragem auditada por Evolução Auditores Independentes de Campinas

rua dr. Sylvio de Moraes Sales, 95 Cambuí - Campinas | Sp - BrasilCEp.: 13025-160Fone: (19) [email protected]

Corporativarevista

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Sumário

Mercado ImobiliárioCapaDemanda crescente alavancou bons resultados em 2013

pág. 06

IntermodalColliers participa da 20ª edição da

Intermodal

pág. 18

Artigo JurídicoGuerra Fiscal: Uma

Preocupação do Passado, do Presente

e do Futuro

pág. 36

Sistemas PrediaisAr-condicionado: conforto e preocupação com meio ambiente

pág. 28

Mobilidade UrbanaO calcanhar de Aquiles das metrópoles

pág. 12

SustentabilidadeA eficiência dos

projetos sustentáveis

pág. 22

ConciergeA arte de mimar o cliente

pág. 34

Corporativarevista

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O ano de 2013 foi marcado pelas consecutivas altas na taxa básica de juros (Selic), desvalorização do câmbio e incremento dos gastos públicos. A Selic terminou o ano em 10%, patamar não alcançado desde março de 2012, enquanto que o IPCA fechou em 5,91%, registrando alta de 0,92% em dezembro, frente a 0,54%

em novembro. Esse quadro econômico colocou o Brasil na liderança do ranking de países com os maiores juros reais do mundo. A produção nacional industrial aumentou 1,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento deve-se, principalmente, ao resultado positivo de 2,1% no primeiro semestre.

Em novembro de 2013, o índice de pessoal ocupado na indústria manteve-se estável em relação ao mês anterior, fato que contribuiu para quebrar a sequência de cinco meses de taxas negativas.

Todo esse cenário econômico desfavorável não afetou o bom ano vivido pelo mercado

mercado imobiliário

06

Demanda crescente alavancou bons resultados em 2013invEntÁrio naCional auMEntou 27% no pEríodo dE uM ano, MESMo pErCEntual do CrESCiMEnto da aBSorção líquida.

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mercado imobiliário

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brasileiro de condomínios logísticos classe A, que experimentou um importante crescimento nos últimos anos. Em 2013, o inventário nacional existente (quantidade de metros quadrados construídos), fechou o ano com 8.06 milhões m² e absorção líquida (quantidade de metros alugados menos os devolvidos) de 1.10 milhões m², ou seja, a demanda cresceu 27%, mesmo patamar do crescimento do inventário, o que mostra que a demanda está absorvendo, em ritmo compassado o que o mercado tem a oferecer.

O Estado de São Paulo concentra mais da metade (59,5%) desses empreendimentos e responde por 52,6% do total entregue no quarto trimestre do ano passado, sendo 33,6% na região de Jundiaí e 16,6% em Campinas. Os estados do Paraná e Minas Gerais vêm em seguida, com 21,4% e 13,8%, respectivamente. Até o fim de 2014, a quantidade em m² de área útil construída (ou inventário) a ser entregue é de 2,27 milhões/ m², com concentração de 76,2% na região Sudeste e 14,4% no Sul. Caso essa projeção se concretize, o crescimento será de aproximadamente 30% neste ano, sendo que o primeiro semestre deverá ser responsável por 75% desse

EvolUção do InvEntárIo ExIStEntE (MIl M²)

dIStrIbUIção do InvEntárIo EntrEgUE | 4t 2013

total.vantagEnS

Esse momento tem reflexo direto sobre os preços pedidos de locação, que em 2013 estavam em média R$18,50 m²/mês. No Estado de São Paulo, os preços médios pedidos aumentaram de R$20,50 por m² em 2012 para R$21,00 em 2013. Um dos maiores crescimentos no Estado de São Paulo pôde ser verificado na região de

Jundiaí, sobretudo por conta do rodoanel. Para quem faz armazenagem e distribuição, o ideal é que suas operações estejam localizadas a, no máximo, 150 quilômetros do destino final, o que tem feito com que muitas empresas que não têm interesse em adquirir novos ativos, recorram a empreendimentos localizados no interior de São Paulo, para estocar e distribuir suas mercadorias, sem precisar

2010

3.6874.677

6.3468.065

2011 2012 2013

São Paulo

52,65%

21,36%

13,76%

4,96% 3,91%3 ,35%

Paraná Minas Gerais Rio deJaneiro

SantaCatarina

Goiás

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mercado imobiliário

enfrentar grandes distâncias. Outro fator que leva as empresas a buscarem instalações no interior de São Paulo, são as restrições à circulação de veículos de cargas e ao embarque de mercadorias nos aeroportos sobrecarregados. Essa realidade tem feito muitos empresários do setor imobiliário investirem em empreendimentos no interior paulista e nas cidades-satélites à capital. Mesmo para quem

está fora do eixo Rio-São Paulo, os condomínios logísticos têm se tornado uma alternativa para reduzir os custos com fretes, driblar restrições e otimizar a gestão de transporte.

A previsão é que nos próximos quatro anos, o mercado de condomínios industriais triplique de tamanho, atingindo 11 milhões de m² de área construída no território brasileiro. “O momento é

ótimo para investir”, enfatiza o presidente da Colliers, Ricardo Betancourt. Apesar da crescente absorção líquida (diferença do espaço total alugado menos o devolvido), a taxa de disponibilidade apresentou crescimento, devido ao incremento de empreendimentos de grande porte sendo lançados a cada trimestre, resultando em um aumento de 17,7% no encerramento de 2013.

“A procura depende muito do crescimento do país. O mercado está entregando o dobro do que a demanda absorveu nos últimos 3 anos, o que é bom para o potencial ocupante, porque fomenta a concorrência e os preços ficam mais sensíveis a oscilações”, explica o Gerente de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Colliers, Leandro Angelino.

EvolUção da taxa dE dISPonIbIlIdadE (%)

o qUE é UM EMPrEEndIMEnto ClaSSE a

Saiba o que um condomínio logíStico preciSa ter para Ser conSiderado claSSe a

Há mais de 12 anos no mercado, a Alcindo Dell’Agnese Arquitetos Associados, ou simplesmente AD Arquitetura, tornou-se uma referência quando se fala em planejamento e construção de condomínios

logísticos de excelência. “Pegamos um momento de grande demanda por galpões de armazenagem e, nesse período, criou-se um padrão de mercado, que é o Classe A”, diz o arquiteto Luiz Eugênio Ciampi, sócio-diretor que há sete anos dirige a área de logística do escritório, com sede em São Paulo.

Segundo Ciampi, para ser de alta performance, um galpão precisa de algumas exigências. O piso, por exemplo, deve aguentar no mínimo 6

toneladas de carga por m² e ser nivelado a laser (quanto mais reto e liso, mais fácil e rápido o deslocamento de empilhadeiras). O pé direito (distância do piso ao teto) precisa ter pelo menos 12 metros livres. “Mas já há estudos para aumentar essa metragem”, informa. O sistema estrutural tem que ser misto: pilares de concreto armado e cobertura e fechamento lateral metálico. Além disso, deve ter um sistema de ventilação natural adequado e um sistema de cobertura que garanta

08

2010

8,70% 6,00%

13,30%

17,67%

2011 2012 2013

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estanqueidade (sem nenhum ponto de penetração de água).

“Para gerar economia na operação e seguindo a vertente da sustentabilidade, colocamos zenitais no teto para o melhor aproveitamento da luz natural dentro do galpão”, diz. Essas lâminas zenitais, normalmente implantadas a uma proporção de 3% do tamanho da cobertura metálica, permitem que um número mínimo de lâmpadas fique acesa durante o dia, o que implica em economia de energia elétrica. “A tendência é que sempre se busque o uso de práticas sustentáveis no projeto e na construção”, diz Ciampi. “Hoje é um mercado que está atingindo um grau de maturidade que busca a certificação tanto do lado de quem investe quanto do lado de

quem usa esses galpões”.

A construção de um empreendimento certificado é um pouco mais cara, mas o conjunto das soluções implantadas derrubam os custos de manutenção em pelo menos 15%. “Pode chegar a 30%”, diz Ciampi.

Um condomínio com esse grau de excelência não precisa ser gigantesco. Alguns podem ser construídos numa área pequena, a partir de 1,5 mil m² . “Existe uma flexibilidade na hora de conceber um condomínio logístico. O tamanho vai depender do investidor e do próprio mercado”.

A tecnologia empregada na construção acompanha a evolução da operação logística,

mercado imobiliário

ganHoS aMbIEntaIS E EConoMIa dE longo PraZo EM rElação a UM CondoMÍnIo logIStICo ConvEnCIonal

Custo de implantação: de 1% a 7% maior

valorização na revenda: média de 10% de valorização adicional

Energia: redução média de 30%

Emissão de gases efeito estufa: redução em torno de 35%

água: redução de até 50%

descarte de resíduos gerados: redução de 50% a 80%

Custo operacional total: redução de 8% a 9%

Fonte: GBC Brasil

luiz Eugênio Ciampi, arquiteto e Sócio-diretor da alcindo dell’agnese arquitetos associados

diz Ciampi. A medida que se cria novos equipamentos, o padrão dos galpões também evolui. “Quanto maior o alcance de uma empilhadeira, por exemplo, mais alto podemos conceber o pé direito de um galpão.”

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mercado imobiliário

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PortE InvEStE EM atIbaIa

conStrutora de São paulo irá conStruir condomínio logíStico de 150.000 m² , em uma área de 286 mil m² em local eStratégico para o eScoamento de mercadoriaS

Prova de que o mercado de condomínios logísticos é extremamente promissor é o investimento que a Porte Construtora está fazendo em Atibaia, que recentemente formalizou a compra de um terreno de 286 mil m² , que receberá um condomínio logístico de ponta, com modulação flexível de 2.000 m² a 56.000 m². “Estamos na fase de comercialização”, diz Thiago Vargas, gerente comercial da Porte, enfatizando que 60% dos galpões já foram vendidos. A expectativa é que os outros 40% tenham dono em um prazo estimado de até três meses. Operações de Build to suit também são ótimas alternativas para projetos sob medida, de forma que o projeto se ajuste à necessidade do futuro comprador e / ou locatário.Esse é o primeiro empreendimento logístico da Porte, empresa com sede na capital paulista cuja expertise já soma 28 anos na construção de edifícios de alto padrão

residenciais e comerciais, como a unidade Anália Franco do Hospital e Maternidade São Luiz, e prédios como Sainte-Claire, Maria Callas, Amedeo Modigliani e Camille Claudel, todos no Jardim Anália Franco, bairro em que o metro quadrado está tão valorizado quanto os mais nobres locais da cidade. E vem mais por aí. Segundo Vargas, a Porte estuda a possibilidade de novos condomínios, “conforme o potencial da região e a viabilidade de compra do terreno”.“Decidimos investir em galpões logísticos Classe A como uma oportunidade de negócios para a empresa, já que a demanda para essa região (Atibaia) é alta”, explica Vargas. A escolha do local não foi aleatória: tem frente para a Rodovia Dom Pedro I, acesso antes do pedágio, no município de Atibaia, e fica a aproximadamente 62 quilômetros da Capital (Marginal Tietê), 78 quilômetros da Rodovia Presidente Dutra (Jacareí) e a 35 quilômetros da cidade de Campinas. Além

disso, Atibaia oferece incentivo fiscal, como isenção de impostos e taxas.O condomínio atende também a requisitos importantes para um projeto logístico, como pé direito de 12 metros, piso com capacidade para 5 toneladas, área administrativa e de apoio, além de heliponto, auditórios e salas de reunião.A ideia inicial da Porte é vender os galpões, ao preço de R$ 2.225,00 o m², mas também pretende alugar e, para isso, contratou os serviços de assessoria imobiliária da Colliers International. “Vamos vender para investidores e, quando houver demanda, locar com a assessoria da Colliers”, diz Vargas.Para o executivo, esse mercado tem tudo para crescer. “A tendência é as empresas saírem de São Paulo para ter mais segurança e custo operacional menor”, afirma, lembrando que o trânsito de caminhões na Capital está praticamente proibitivo e o Rodoanel ajuda na operação logística fora da cidade de São Paulo.

Projeto de empreendimento em construção em atibaia

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mercado imobiliário

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‘braSIl PrECISa dE CHoqUE dE InvEStIMEntoS’, dIZ PrESIdEntE da abralog

preSidente da abralog é otimiSta em relação ao pil

O Programa de Investimentos em Logística (PIL), anunciado pelo governo federal em 2013, é visto com bons olhos pelo presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Francisco Moreira. Mas ele ressalta: essencial é a correta execução desse projeto. “Nós vemos esse anúncio de forma muito positiva; o Brasil realmente precisa de um choque de investimentos para obter mais competitividade. A grande preocupação, na verdade, é com a execução desse programa. Em termos de País, de forma geral, somos bons em análise, em diagnóstico, sabermos formular planos – mas pecamos um pouco na execução. É preciso

ter gestão administrativa consistente. Esse pacote de investimentos precisa ser encarado como um programa de ações do Estado – falamos aqui em termos de Brasil – e não um programa de ações de governo, que pode ser mudado, ou abandonado, depois das eleições”. Formado em Engenharia Industrial e Tecnologia de Alimentos, Moreira se especializou em logística e supply chain em cursos realizados no Brasil e no exterior. À frente da Abralog há cerca de dois anos, ele afirma que a questão dos custos em logística requer atenção especial. “Além da falta de integração entre os modais, o custo de logística é elevado no Brasil, devido a vários fatores, relacionados essencialmente à infraestrutura:

ineficiência de portos, rodovias de má qualidade, tudo isso agrega custos à logística, porque aí é necessário estocar mais produtos e o custo do transporte aumenta, entre outros problemas. Esperamos que o pacote de investimentos possa contemplar essas questões”.

‘PaÍS rodovIárIo’

O fato de 75% dos investimentos serem direcionados ao modal rodoviário não chega a causar surpresa, mas essa é uma situação que precisa ser revista, na opinião de Moreira. “O Brasil é hoje um país rodoviário. Para se ter uma ideia, em São Paulo, atualmente, mais de 90% do transporte é rodoviário. Enquanto isso, as ferrovias têm um potencial fantástico e que é pouco explorado; o mesmo ocorre com as hidrovias, um modal barato e pouco desenvolvido – o que não se justifica no Brasil, um país com tantos rios navegáveis. O pacote de investimentos também contempla esses modais, mas a grande dúvida, volto a dizer, é a execução. É preciso que esse seja um plano de investimentos perene, consistente, para que o País realmente se torne competitivo”.

Pedro Francisco Moreira, Presidente da abralog

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mobilidade urbana

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O calcanhar de Aquiles das metrópolesa “Cura” para a MoBilidadE urBana no BraSil dEpEndE dE uMa SériE dE FatorES, EntrE ElES, MaiorES invEStiMEntoS EM inFraEStrutura, tranSportE ColEtivo E rESpEito ao SEr HuMano.

No último dia 13 de março, ao anunciar investimentos de R$ 3,8 bilhões em obras de mobilidade urbana em sete Estados, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo federal está fazendo no século 21 “o que deveríamos ter feito no século 20” e pediu que prefeitos e governadores se

empenhassem em reduzir a atual defasagem em obras de infraestrutura.Tal afirmação não poderia ser mais adequada ao cenário caótico, para dizer o mínimo, que enfrentamos todos os dias nos grandes centros urbanos. A mobilidade é o calcanhar de Aquiles das metrópoles.

Em São Paulo, por exemplo, se a pessoa precisa transitar por vias arteriais no auge dos engarrafamentos no início da manhã e no final da tarde, sua média de velocidade vai oscilar entre 15 e 23km/h, segundo a Secretaria Municipal de Transportes. Nas vias rápidas, a média de velocidade é de

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mobilidade urbana

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42km/h pela manhã e 22km/h no final da tarde, conforme dados divulgados em agosto de 2013 – os mais recentes.De quem é, de fato, a culpa pelo deficit de investimentos em transporte público de qualidade e em obras adequadas de infraestrutura? As respostas recaem nas prefeituras e governos estadual e federal, mas todo cidadão também tem sua parcela de culpa. Comprar um belo carro está entre os desejos de muita gente, como um sinônimo de “melhorar de vida”. É uma questão cultural. Por outro lado, pesquisas, entre elas a do Ibope/Nossa São Paulo, divulgada também em agosto do ano passado, mostram que as pessoas estariam dispostas a deixar o carro em casa se houvesse um transporte coletivo de qualidade, com mais linhas de ônibus e metrô, maior frequência e maior conforto.

“A Política Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada em 2012, prevê que cada município tenha autonomia para definir suas próprias diretrizes em relação ao trânsito, incentivando os transportes coletivos e restringindo os individuais. O problema é que as restrições aparecem em velocidade muito maior que os incentivos”, diz Marcelo Gait, presidente do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark).

sem sucesso: a implantação de pedágios urbanos. Outra medida possível e que já está em andamento em algumas regiões é a ampliação das ciclovias, com a devida reeducação dos motoristas de automóveis. Se não houver respeito ao ciclista, não há sucesso na operação. Assim é na China, país que é um bom referencial no que diz respeito à mobilidade.

Na China o desafio é retomar as bicicletas e reduzir a poluição. Andrea Martins, diretora-executiva da Overchina, empresa que dá suporte a empresas brasileiras interessadas em desenvolver negócios na China, conta, com a autoridade de quem morou mais de 20 anos naquele país, que hoje o país enfrenta um sério problema de poluição. “Entre as décadas de 1950 e 1990, as bicicletas imperaram como alternativa ao transporte público. De lá para cá, houve uma ‘invasão’ de carros e o

Enrique Peñalosa, ex-prefeito de bogotá e especialista em mobilidade urbana.

bogotá E CHIna

Um dos mais respeitados especialistas em mobilidade urbana no mundo, Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, afirmou, em um evento em que participou no ano passado em Florianópolis, que para transformar as cidades será preciso uma mudança de paradigmas. O futuro, segundo Peñalosa, inclui restringir o uso dos carros, aumentar o preço dos combustíveis, implantar pedágios urbanos e acabar com os estacionamentos. Além disso, diz ele, será preciso humanizar as cidades com o fim das rodovias e inclusão de avenidas e mudar o conceito do que é uma rua: mais espaços para ônibus, ciclovias e calçadas.

As ideias do ex-prefeito de Bogotá podem soar um tanto quanto exageradas, mas pelo menos uma delas foi discutida pela prefeitura e pelo governo do Estado de São Paulo, ainda

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governo chinês está empenhado em fazer com que a população volte a adotar as bicicletas, e também a andar a pé, como parte da solução não só da poluição, mas da mobilidade”.

Na China, especialmente em Pequim e Shangai, duas das maiores cidades chinesas, as ciclovias são protegidas por uma espécie de grade, o que

mobilidade urbana

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evita acidentes. “Hoje a ideia é respeitar as pessoas, fortalecer o transporte de massa”, diz a diretora da Overchina.

Já em Bogotá, o ex-prefeito Peñalosa, em quatro anos de mandato, remodelou calçadas, implantou 350 quilômetros de ciclovias protegidas e revolucionou o modelo de transporte público buscando

Fluxo de transporte público na China: desafio é retomar as bicicletas

referências em Curitiba. Mesmo assim, faz questão de dizer que Bogotá não é nenhum exemplo. Para ele, sua administração conseguiu fazer algumas coisas que funcionaram bem e que, com o tempo, mudaram a vida da população. Mas não foi fácil. Peñalosa diz que quase teve o mandato cassado por proibir o estacionamento de carros em cima das calçadas.

rodovIaS

Com um tráfego médio diário de mais de 850 mil veículos, o Sistema Anhanguera-Bandeirantes figura entre as principais vias do modal rodoviário do Estado de São Paulo. Seus 316,8 quilômetros de extensão possibilitam a conexão entre municípios com relevância econômica para o país, que são os casos de São Paulo e Campinas, cujas regiões metropolitanas têm suas

demandas de transporte de pessoas e produtos atendidos pelo Sistema.O Diretor-Presidente da CCR Autoban, concessionária que gerencia as rodovias, Maurício Soares Vasconcellos afirma que os investimentos ocorrem de acordo com o volume de tráfego do sistema. “Há uma parceria entre a iniciativa privada e o poder público, no caso o Estado de São Paulo, em tornar as estradas melhores, com melhor fluidez, melhor capacidade de escoamento e

melhor atendimentos médico-mecânico.” Nos últimos anos o investimento na região atingiu 448 milhões de reais, destacando-se obras como a quinta faixa da Bandeirantes, marginais de Campinas e Sumaré, além de melhorias que serão iniciadas na região de Americana e Limeira. Vasconcellos garante que a concessionária está integrada com os operadores logísticos a fim de direcionar investimentos para o atendimento da demanda das organizações.

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mobilidade urbana

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EStaCIonar o Carro FICoU MaIS Caro

preçoS médioS de uma diária na cidade de São paulo Subiram 8,48%

Se para muitos é difícil ficar sem carro, também é difícil – e caro – estacionar. Pesquisa da Colliers International mostra que, em 2013, os preços médios das diárias em estacionamentos localizados em 12 dos principais bairros na cidade de São Paulo subiram 8,48% ante 2012, de R$ 33,57 para R$ 36,42. Se você é daqueles que paga um estacionamento por mês, a conta ficou ainda mais cara: 11,47%, de R$ 297,87 para R$ 332,04.

E se você precisa só de uma horinha ou menos, também passou a pagar mais caro. A pesquisa da Colliers indica um aumento de 5,59% nos preços da primeira hora de estacionamento, de R$ 12,78 para R$ 13,49.

Complicado? Sim, mas numa cidade onde ainda é precário o transporte de massa, como metrô e ônibus, andar de carro ainda é preferência. As grandes redes de estacionamentos agradecem. A Multipark, por exemplo, tem aumentado o número de vagas em 20% ao ano, nos últimos cinco anos, afirma Mário Coutinho, gerente de marketing da Multipark, que não divulga números referentes ao faturamento. “O crescimento do número de vagas é vinculado ao crescimento do mercado imobiliário”, explica.

No total, a Multipark tem 220 estacionamentos espalhados pelo país, que abrigam sete milhões de carros por mês. Desses, 207 estão no Estado de São Paulo (50 mil vagas) e 33 na região metropolitana de Campinas (18 mil vagas), que engloba, além de Campinas, as cidades de Hortolândia, Piracicaba, Sumaré, Valinhos e Santa Bárbara D’Oeste.

Maurício Soares Vasconcellos, Diretor Presidente da CCR AutoBAn

Acompanhando a tendência mundial por cidades sustentáveis, a Multipark tem um projeto para reduzir o preço do estacionamento para carros de pequeno porte, como o Smart, Cinquecento e Picanto. “Quando o carro é grande, por exemplo, os tipo SUV, temos que readequar o tamanho das vagas e também os preços”, diz Coutinho. A ideia é quanto menor o carro, menor o valor do estacionamento.

Outra boa notícia é que a rede também está em negociações para a implantação de bicicletários. “Principalmente em estacionamentos próximos a ciclovias e em hotéis”.

Já a Estapar, que tem 900 estacionamentos no país, por onde passam 10 milhões de carros por mês, informa que o faturamento da rede entre 2009 e 2013 saltou de R$ 160 milhões para R$ 710 milhões. Ou seja, praticamente quadruplicou. E o futuro, para eles, é promissor.

“Temos contatos com todas as empresas que utilizam o sistema Anhanguera-Bandeirantes para conhecermos as rotas que praticam, debatendo, sugerindo e conversando sobre melhorias”, afirma.

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Que jogue a primeira pedra quem nunca ficou parado naquele trânsito insano, no qual se demora horas para andar alguns míseros metros. Ainda que muito haja por fazer, existem algumas saídas alternativas viáveis para qualquer cidadão. Aplicativos e sites

Pelo Maplink (www.maplink.com.br), é possível traçar rotas (inclusive rodoviárias) e verificar as condições de trânsito ao vivo, ajudando a desviar dos congestionamentos.

Para quem mora em São Paulo – que tem o trânsito mais complicado do país – os recursos são maiores, com vários aplicativos para iOS e Android. O BusãoSP, por exemplo, ajuda o usuário a

encontrar os pontos de ônibus da cidade. Um mapa na tela indica os pontos mais próximos, quais ônibus passam ali e o itinerário de cada linha.Pelas contas de Twitter @DiariodaCPTM e @UsuariosMetroSP, é possível acompanhar em tempo real informações sobre atrasos e problemas em trens e metrôs de São Paulo, mesma função do aplicativo Komuta, que traz informações sobre outras cidades também, fornecidas pelos próprios usuários.

Esse sistema, baseado na colaboração, é também o propulsor do Waze, em que os próprios usuários compartilham informações sobre engarrafamentos, acidentes, blitz e até o preço da gasolina nos postos mais próximos.

CoMo voCê PodE MElHorar a SUa MobIlIdadE

Dicas de sites e aplicativos que ajudam a evitar congestionamentos

O blog Eu Vou de Bike — um canal para discutir o uso da bicicleta além do lazer de final de semana — oferece uma calculadora para você descobrir quantas calorias queima e o volume de poluentes que deixa de emitir ao adotar a bicicleta como meio de transporte em determinados trajetos.

Ideia parecida é a do aplicativo para Facebook “Sortudo ou sofredor no trânsito?”, desenvolvido pela ONG CoLabora. A intenção é que as pessoas calculem quanto tempo gastam no trânsito todos os dias. O usuário fornece o CEP de sua empresa e o de sua residência, e o aplicativo considera uma velocidade média de 20km/h para calcular o tempo gasto no trajeto, que não varia de acordo com o meio de transporte.

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mobilidade urbana

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O site Caronetas (www.caronetas.com.br) integra pessoas que cumprem trajetos similares e estão a fim de dividir os custos e reduzir o número de carros nas ruas. Outro na linha da colaboração é o site Bikeit (www.bikeit.com.br) destinado a estimular a boa relação entre o ciclista e a cidade de São Paulo. Os usuários compartilham dicas de estabelecimentos comerciais que são simpáticos a ciclistas no espaço urbano.

aProvEItE o tEMPo “PErdIdo”

No seu carro, você pode se manter informado com audiobooks a podcasts com os mais variados temas. O Podomatic (www.podomatic.

com.br) é um dos sites em que você pode fazer download gratuito de vários podcasts. Aulas de inglês no trânsito? Sim, é possível. Professores particulares estão oferecendo aulas de conversação para esse período “preso” no trânsito. O professor te acompanha no deslocamento casa-trabalho ou vice-versa.

I lovE bIkE

Faça um esforço: pelo menos duas vezes por semana, deixe o carro em casa e pegue a bicicleta para ir trabalhar. Você faz exercício e ajuda a reduzir o número de carros nas ruas.Todos esses recursos tecnológicos e ideias relativamente fáceis de colocar em prática podem

ajudar a reduzir o stress e a poluição. Isso também pode motivar as pessoas a se mobilizar, por exemplo, para propor às empresas em que atuam a adoção de diferentes modalidades de trabalho, visando à produtividade e à qualidade de vida. Entre elas, horário flexível (para contornar os picos de tráfego), semana comprimida (trabalhar mais horas por dia, e menos dias por semana, quando o contrato de trabalho permite), trabalho a distância (inclusive home office), open space (compartilhamento de posições de trabalho, nas empresas) e carona solidária entre funcionários da própria empresa. Pense em como você pode fazer a sua parte.

Aplicativo gratuito do Metrô CPTM de São Paulo

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intermodal

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Colliers, líder em soluções imobiliárias para indústria e logística, participa 20ª edição da Intermodal ConSidErada pEloS ExECutivoS do SEtor uMa plataForMa EStratéGiCa à GEração dE novoS nEGóCioS, EStE ano a FEira CHEGa à 20ª Edição E ESpEra MaiS dE 50 Mil viSitantES

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A Colliers marca presença na 20ª edição da Intermodal South America - Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, realizada entre os dias 1 e 3 de abril no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP). Este ano, além de comemorar 20 anos de história, o evento soma mais de 36 mil metros quadrados. Serão mais de 600 marcas expositoras, originárias de 20 países.

“A Intermodal é hoje muito mais que um ponto de encontro entre os prestadores de serviços da cadeia do transporte de cargas. Ao longo de duas décadas o evento passou a ser parte da estratégia de negócios das empresas. Além disso, em 2014, o evento acontece em um momento de grande expectativa para o setor. Nos últimos meses, praticamente todos os modais foram contemplados com projetos de investimentos públicos e privados que visam o ganho de eficiência logística, um dos tradicionais gargalos do transporte de cargas no país”, lembra o gerente da feira, Ricardo Barbosa (confira entrevista ao lado).

A Intermodal South America é o 2º maior evento do mundo para os setores de logística, transporte de cargas e comércio exterior. O encontro reúne, em três dias, os principais players do mercado nacional e internacional, impulsionando

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negócios e parcerias, servindo de plataforma para lançamentos, reforço de marca, joint-ventures, vendas e networking.

rICardo bEtanCoUrt SErá PalEStrantE no PaInEl SobrE CondoMÍnIoS logÍStICoS

A Intermodal organiza uma série de palestras programadas para os três dias de evento. Expositores e visitantes poderão participar das discussões cujo principal foco serão os desafios do setor logístico, contemplando principalmente os modais marítimo, rodoviário e ferroviário. Temas como supply chain, acessos rodoviários e condomínios logísticos ganharão mais expressão nesta edição, com palestrantes renomados

e especializados no setor. No último dia da Intermodal, o presidente da Colliers, Ricardo Betancourt, participará de um painel exclusivo sobre condomínios logísticos (mais detalhes ao lado).

A Colliers está presente em um estande com foco institucional, apresentando a atuação da empresa como líder em soluções imobiliárias para indústria e logística. Por meio de material digital e impresso estarão em exposição empreendimentos exclusivos, e a oportunidade também será valiosa para estreitar o relacionamento com clientes desenvolvedores, investidores e operadores logísticos que estarão na feira.

Estande da Colliers na 19ª Feira Intermodal

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Quinta feira, 3 de abril, das 14h às 18h05

O objetivo do painel é apresentar o conceito, viabilidade e razões para implantação e utilização de condomínios ou plataformas logísticas e de Zonas de Processamento de Exportação (ZPE). Há um grande desenvolvimento de Condomínio Logísticos, unimodais, de base rodoviária, como um conjunto de Centros de Distribuição. No exterior, já são utilizadas as plataformas logísticas, intermodais, envolvendo os modelos rodoviários, ferroviários e até hidroviários, diminuindo custos.

Palestrantes confirmados:

thaise Pereira Pessoa dutra Secretária Executiva do MDIC – CZPE, Conselho de Zonas de Processamento e Exportação;

rafael lousa Secretario de Indústria e Comercio do Estado de Goiás;

Marcelo Costa FaytSócio-diretor Delfin;

Fernando PerezDiretor de negócios da Cone S/A;

ricardo betancourt Presidente da Colliers.

EdIção dEStE ano Conta CoM o PúblICo MaIS qUalIFICado doS últIMoS 20 anoS

Das empresas que visitarão o evento, considerado pelos executivos do setor como excelente oportunidade estratégica à geração de novos negócios, 65% são embarcadores de carga, 17% são do setor de transporte, logística e armazéns, 10% de empresas de serviços de importação e exportação, 3% de atacado e varejo e 5% de outros segmentos. “Esperamos um público mais qualificado este ano. Graças à variedade de segmentos ligados aos modais e diversos temas que serão abordados nas conferências, a Intermodal se consolida como excelente plataforma para o networking. Em 2013, 47% dos visitantes buscavam novos produtos, serviços e soluções e cerca de 36% veem na Feira uma oportunidade de estabelecer novas relações comerciais”, explica o gerente da feira, Ricardo Barbosa. Além disso, 32% dos visitantes da Intermodal desejam atualizar-se sobre melhores práticas e tendências de mercado, 23% encontrar atuais parceiros e fornecedores, 22% querem procurar novos fornecedores e 11% planejar uma próxima aquisição.

intermodal

PaInEl: CondoMÍnIoS logÍStICoS E PlataForMaS logÍStICaS

Mais informações: www.intermodal.com.br

Ricardo Barbosa, gerente da Intermodal South America

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Construção e Incorporação

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�A�N�_�G�A�L�P�O�E�S� �A�T�I�B�A�I�A�_�R�E�V� �C�O�R�P�O�R�A�T�I�V�A

�t�e�r� � �a�-�f�e�i�r�a�,� �1�8� �d�e� �m�a�r� � �o� �d�e� �2�0�1�4� �1�6�:�5�2�:�0�9

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sustentabilidade

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A eficiência dos projetos sustentáveispor Eduardo SEiJi YaMada

O tema ‘sustentabilidade’ vem ganhando força e se tornando um termo popular em todas as áreas. Na construção civil não é diferente: tanto no âmbito de projetos como nas atividades de construção (obras, resíduos e materiais), a sustentabilidade vem se intensificando com a demanda cada vez maior de certificações e selos sustentáveis (LEED®, AQUA®, BREEAM®, etc.).

Hoje, o foco da sustentabilidade nos projetos na área da construção — que tem como princípio básico a redução do impacto ambiental gerado pela busca cada vez maior de fontes de energia — se concentra na viabilidade de concepções que resultem em projetos eficientes, com baixo consumo de insumos prediais (energia, água, gás, etc.), e que aproveitem ao máximo os

recursos naturais disponíveis (energia solar térmica e fotovoltaica, águas pluviais, iluminação natural, etc.), sem comprometer o conforto e a qualidade do ambiente interno dos ocupantes.

Paralelamente a este desenvolvimento da sustentabilidade — já bastante conhecido e difundido nos conceitos dos projetos de

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sustentabilidade

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edificações — constatamos o avanço incessante da eletrônica e tecnologia, que tem resultado em sistemas eletrônicos prediais cada vez mais flexíveis e integrados, além de equipamentos dos outros sistemas (chillers, fan-coils, torres de resfriamento, unidades condensadoras/evaporadoras de ar condicionado, luminárias, elevadores com regeneração de energia, bombas hidráulicas com variador de frequência, etc.) cada vez mais modernos e eficientes. O único “porém” destes avanços é ainda seu elevado custo.

Somado a isso, e tendo em vista essas duas vertentes, identificamos também projetos que, “alavancados” pelos processos de certificação sustentável, buscam a eficiência energética e acabam gerando investimentos iniciais maiores, por conta da alta “bagagem” de tecnologias e de sistemas e equipamentos de última geração utilizados.

Isso, no entanto, não é regra. Nem sempre as instalações dos sistemas prediais de um projeto sustentável apresentam elevado custo, comparando-o a um projeto convencional. O grande equívoco tem sido relacionar os projetos de sistemas prediais sustentáveis com projetos que possuem sistemas de elevada tecnologia (automação predial complexa, equipamentos de ar condicionado eficientes, etc.).

O que muitos esquecem e desconhecem é que toda a tecnologia necessária para elevar o desempenho energético de uma edificação não está relacionada apenas à busca de sistemas avançados de automação e instalações e equipamentos de alta tecnologia que deverão atender aos níveis de eficiência exigidos.

Está fundamentalmente relacionada ao conceito integrado dos projetos, envolvendo não somente os projetos de sistemas prediais (ar condicionado, elétrico, iluminação, hidráulico, etc.), mas principalmente a sinergia de todos com os projetos arquitetônicos.

Os projetos arquitetônicos têm grande peso na participação da eficiência energética de um edifício. Em se tratando

de um edifício comercial, por exemplo, o projeto arquitetônico é responsável por quase 25% da participação no consumo energético global. Mas como isso é possível, já que a arquitetura não possui componentes que consomem energia?

O desconhecimento da resposta a essa pergunta é o que gera, em grande parte dos projetos, sistemas prediais com instalações e equipamentos de elevada tecnologia e de elevado custo.

A arquitetura, representada principalmente pelo projeto de fachada, tem enorme influência na eficiência energética de qualquer construção, pois é nela que serão especificadas as características físicas da composição dos materiais que irão formar a “casca” do

Edificação sustentável, Chicago (EUA)

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edifício. Entendemos, então, que a “casca” deverá proteger as áreas internas das influências externas. Proteger contra a ação de intempéries (vento, chuva, etc.) e principalmente contra a transmissão (entrada) de calor do sol, composto principalmente pela radiação solar de raios infravermelhos e ultravioletas.

Vamos imaginar um caso hipotético e bastante comum na construção civil: um edifício com fachadas externas toda em “pele” de vidro, com altura de vão luz (área de entrada direta de luz solar) próxima ao pé

direito dos andares (altura laje-laje). Definida esta arquitetura, os projetistas, espontânea e tradicionalmente, desenvolverão seus projetos levando em conta a seguinte rotina: o projeto de ar condicionado será dimensionado para uma carga térmica que atenda não somente à parcela de calor (sensível e latente) gerado pelos ocupantes, luminárias, equipamentos e renovação de ar externo, mas principalmente, à grande parcela gerada pela excessiva entrada de calor solar. Além disso, como a radiação solar direta aquecerá o ar e todos os objetos internos (mobiliário, piso, etc.), haverá

um acréscimo de carga térmica inercial gerada pela “devolução” do calor absorvido por eles.

Certamente, todas essas condições são suficientes para tornar as instalações de ar condicionado caras, que, por consequência, implicará no aumento de custo das instalações elétricas no dimensionamento de infraestrutura (cabos elétricos, barramentos blindados, eletrodutos, disjuntores, chaves, motores, bombas, etc.) para atender à demanda do ar condicionado. Implicará também na necessidade de soluções complexas de projetos de automação predial, que integrem os sistemas e otimizem o controle operacional dos equipamentos em busca do racionamento energético.

Outro ponto importante no contexto da eficiência energética em edificações é que, com todo o avanço tecnológico dos equipamentos de escritórios (computadores com microprocessadores de baixo consumo de energia, monitores de LCD com backlight em LED, impressoras de baixo consumo, etc.) e dos sistemas de iluminação interna (luminárias com elevada eficiência luminosa e lâmpadas de baixo consumo, luminárias LED, etc.), a participação de consumo de energia do sistema de ar condicionado deverá

Centro Esportivo Sport Plaza Mercator, em Amsterdã

sustentabilidade

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aumentar devido à redução de demanda e consumo daqueles equipamentos, que incessantemente se tornarão cada vez mais eficientes e menos “ávidos” por energia. Com a parcela do sistema de ar condicionado aumentando nas edificações, o peso e a “responsabilidade” do sistema de arquitetura de fachada também aumentará, já que a influência entre ambos é direta, como detalhado anteriormente.

Logo, reduzir a transmissão de calor com a aplicação de fachadas com menor área de janela (vão luz), aplicar vidros eficientes que filtram os raios infravermelhos e ultravioletas permitindo a entrada de luz, propor proteções solares externas (brises e persianas externas) e projetar vedações externas com isolamento térmico são conceitos que podem apresentar elevado custo, mas que certamente irão contribuir para a redução de custos de instalações de ar condicionado e instalações elétricas.

É um erro, portanto, concluirmos que um projeto sustentável conterá tecnologias modernas de sistemas e equipamentos e resultará em custos de instalações elevados. Na verdade, o nível de tecnologia aplicado aos projetos de sistemas prediais

será necessário em função da eficiência energética que os projetos buscam, independente de eles serem ou não sustentáveis. Por outro lado, os equívocos de concepção arquitetônica de fachada (como aquele apresentado no caso hipotético acima) acabam fazendo com que os projetistas de sistemas prediais desenvolvam projetos complexos e especifiquem equipamentos de elevado custo e elevada tecnologia para compensar as “falhas”, com objetivo de se atingir a eficiência requerida.

A sustentabilidade na eficiência energética dos projetos valoriza a busca de conceitos arquitetônicos que aproveitem o máximo dos recursos naturais disponíveis sem esquecer de seus efeitos negativos, desde a simples orientação solar mais favorável, passando pelo estudo de arquitetura bioclimática de fachadas e viabilidade de aplicação de sistemas prediais “passivos”, como ventilação e iluminação natural — não é a toa que o homem viveu milhares de anos em cavernas.

Caso as estratégias anteriores não sejam suficientes e aplicáveis, a sustentabilidade irá valorizar projetos de sistemas prediais que contenham o conceito de “autossuficiência” e reciclagem. O objetivo deste

conceito se concentra na redução e “alívio” de demanda de energia das concessionárias, através da aplicação de tecnologias de geração local, com o uso de recursos naturais, como geração de energia elétrica por placas fotovoltaicas e eólica, energia térmica por placas solares, além de incentivar o aproveitamento de energia “desperdiçada”, através da recuperação de calor no sistema de ar condicionado e em sistemas de cogeração (geração de energia elétrica e térmica de resfriamento).

É importante ressaltar que a construção sustentável trouxe da academia para o mercado brasileiro ferramentas que auxiliam arquitetos e engenheiros a buscarem a melhor concepção de projetos, tanto em termos de estudo

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É um erro, portanto, concluirmos que um projeto sustentável conterá tecnologias

modernas de sistemas e equipamentos e

resultará em custos de instalações

elevados.

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de insolação (orientação solar) são as principais ferramentas que irão determinar e auxiliar os projetos na busca da maior eficiência com baixo custo, resultando em edifícios efetivamente sustentáveis e definitivamente eficientes. As ferramentas estão à disposição e devemos nos apropriar delas para resultados eficazes nos projetos em busca da sustentabilidade global.

Eduardo Seiji Yamada é Gerente Técnico de Sistemas Prediais e Energia do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações). Engenheiro Civil e Mestre em Engenharia de Sistemas Prediais pela Escola Politécnica

da USP. LEED® AP (Accredited Professional). Professor do curso profissionalizante da FDTE ”Eficiência Energética nas Organizações e Empreendimentos” e curso de especialização PECE-USP “Energias Renováveis, Geração Distribuída e Eficiência Energética”. Especialista na área de consultoria, elaboração e análise técnica de Projetos e Instalações de Sistemas Prediais Elétricos, Eletrônicos (Automação Predial, Segurança Eletrônica Patrimonial, Redes de Dados e Voz, Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio) e Sistemas Hidráulicos.

Eduardo Seiji Yamada

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sistemas prediais

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Ar-condicionado: conforto e preocupação com meio ambienteapESar do auMEnto da dEManda por diFErEntES tipoS dE EquipaMEntoS, MErCado BraSilEiro ainda é pouCo ExiGEntE E não SE prEoCupa rEalMEntE CoM o MEio aMBiEntE, diz ESpECialiSta.

O conforto proporcionado pelo ar-condicionado tem demandado cada vez mais atenção por parte de incorporadores e projetistas – preocupados não só com o bem-estar dos usuários, mas também com a economia de energia e a relação custo-

benefício. Porém, apesar das variadas opções oferecidas pelo mercado, o Brasil ainda não se configura como um mercado exigente, principalmente quando se fala do médio e pequeno consumidor. A opinião é do engenheiro Alexandre Lara, diretor Técnico da A&F

Partners Consulting Engenharia Ltda e que possui 27 anos de experiência na área. “Vejo que apenas as grandes corporações, a maioria multinacionais, buscam estas novas tecnologias e um melhor índice de eficiência energética”, afirma Lara, que também é membro do conselho

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editorial da revista Climatização e sócio-fundador e primeiro presidente da Associação Nacional de Profissionais de Refrigeração e Ar Condicionado – ANPRAC.

Segundo ele, o Brasil já conta com equipamentos dotados de novas tecnologias e que proporcionam um melhor resultado energético, bem como baixa contribuição ao efeito do aquecimento global. “No entanto, estas tecnologias nem sempre estão disponíveis às diversas faixas de capacidade, diferente do que se observa em outros países”.

A preocupação com o meio ambiente também não ganha a importância devida. Mudanças impostas por certificações ambientais, como o sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações) ainda parecem longe de serem unanimidade. “Infelizmente, o LEED ainda tem uma presença forte no mercado como uma ‘alavanca comercial’, ou melhor, como ferramenta para valorizar o imóvel; vários grandes empreendimentos têm nascido com o viés de sustentabilidade, mas muitos o perdem durante a etapa de ocupação e operação”, lamenta o engenheiro. Para ele, clientes e usuários ainda não estão

conscientes da importância de uma operação sustentável. Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida à Revista Corporativa. rEvISta CorPoratIva - o qUE Há dE novo EM tErMoS dE EFICIênCIa EnErgétICa EM rElação a EqUIPaMEntoS dE rEFrIgEração dE ar? AlexAndre lArA - Eu não diria apenas que temos novidades em relação aos equipamentos voltados ao condicionamento de ar, tais como resfriadores de líquido (chillers) ou condicionadores de expansão direta (splits, VRV, etc) e de expansão indireta (unidades do tipo fan & coil); temos hoje também no mercado propostas quanto à configuração de sistemas de condicionamento voltadas ao

menor consumo de energia e à qualidade do ambiente interno. Quanto aos equipamentos, os mercados norte-americano e europeu têm constantemente perseguido o melhor desempenho energético destas máquinas (menor quantidade de kW consumido para a produção de 1 kW de frio) ou, como é mais conhecido, o COP – Coefficient Of Performance-, além da utilização de fluidos refrigerantes cada vez menos agressivos à camada de ozônio (baixo ODP) e que promovam o menor impacto possível ao efeito de aquecimento global (baixo GWP). No Brasil, também contamos com equipamentos dotados de novas tecnologias e que proporcionam um melhor resultado energético e de preservação à camada de ozônio. No entanto, estas tecnologias nem sempre estão disponíveis às diversas faixas

Equipamento de refrigeração de ar tipo Chiller

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de capacidade, diferentemente do que se observa em outros países. r.C. - CoMo o MErCado tEM rEagIdo àS MUdançaS ClIMátICaS? aS EMPrESaS têM dESEnvolvIdo novoS ProdUtoS? A.l. - Na minha visão, não vejo o Brasil como um mercado exigente neste sentido, principalmente quando falamos do médio e pequeno consumidor. Vejo ainda que apenas as grandes corporações, em sua maioria composta por multinacionais, trazem este conceito e visão de suas matrizes e buscam estas novas tecnologias, visando um melhor índice de eficiência energética e menor potencial de agressão à camada de ozônio. Em linhas gerais, seja qual for o mercado do qual falemos, os fabricantes de equipamentos sempre buscarão novas alternativas e ideias visando atender a estas demandas e exigências - embora volte a dizer que o mercado brasileiro ainda é muito pouco exigente neste sentido, principalmente quando falamos dos equipamentos de menor porte e de aplicações diversas.

r.C. - CoMo aS InCorPoradoraS tEM SE PoSICIonado CoM aS MUdançaS IMPoStaS Por PolÍtICaS CoMo o SIStEMa lEEd? A.l. - Infelizmente, o LEED ainda tem uma presença forte no mercado como uma ‘alavanca comercial’, ou melhor, como ferramenta para valorizar o imóvel; vários grandes e importantes empreendimentos têm nascido com o viés de sustentabilidade, mas muitos destes empreendimentos o perdem durante a etapa de ocupação e operação, o que corrobora minha visão de que ainda somos um mercado que não acordou para este importante fator. Acho que as incorporadoras têm buscado atender a demanda do mercado (procura por espaços ‘verdes’ em diversos segmentos), mas vejo que tanto nossos clientes quanto os usuários finais destes empreendimentos não estão necessariamente convencidos da importância de uma operação sustentável. r.C. - qUal o IMPaCto noS CUStoS dE oPEração/ManUtEnção doS dIFErEntES SIStEMaS? A.l. - O impacto pode ser assustador, dependendo das circunstâncias. Se olharmos para o ‘ciclo de vida de um empreendimento’, veremos

que os custos de sua operação e manutenção (OPEX) representarão uma faixa de 60% a 80% de seu custo total, razão pela qual esse item deverá ser o foco principal de sua gestão. Entretanto, apesar de conhecermos a sua importância, são poucas as operações em empreendimentos de porte que possuem uma sistemática efetiva e confiável de monitoramento destes custos e do real impacto que este fator representará no resultado. Recentemente, durante um de meus cursos, recebi um questionamento de um aluno sobre o quanto um projeto mais sustentável conseguiria ‘ser pago’ durante a fase de operação e manutenção, ou seja, quanto ele proporcionaria em economia para que o seu investimento fosse viabilizado. Como resposta, disse ao aluno que não temos (com raríssimas exceções) este dado de mercado aqui no Brasil, diferentemente do que ocorre em outros países. Por cultura, não temos necessariamente o hábito de medir adequadamente os parâmetros de uma operação, o que nos impossibilita, de uma forma geral, de termos dados confiáveis. Nos poucos casos em que acompanhei uma bem estruturada e efetiva gestão, pude observar reduções de 16% a 37% nos custos operacionais, reduções estas promovidas pelo investimento

sistemas prediais

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em novos equipamentos e/ou sistemas (projetos de economia), bem como pela adequação em procedimentos e pela capacitação das equipes operacionais. Por outro lado, uma má operação certamente elevará os custos diretos e indiretos, também causando impacto em taxas condominiais e na valorização do espaço no mercado imobiliário. r.C. -Há UM PErCEntUal MédIo dE EConoMIa dE EnErgIa dE PrédIoS CoM SIStEMaS MaIS ModErnoS CoMParadoS a dE SIStEMaS MaIS antIgoS? A.l. - É possível obter economia significativa nos custos operacionais, não só pela implantação de sistemas mais eficientes (obras novas ou retrofits) mas também e principalmente pela adequada operação e manutenção destes sistemas. Há alguns anos, uma grande multinacional instalada no Brasil conseguiu prever uma economia de até 53% sobre o consumo de energia em uma de suas edificações, a partir da implantação de um projeto de retrofit em seu sistema de ar-condicionado. Considerando a adoção de um ‘Plano de Medição &

Verificação’ e o estabelecimento de responsáveis para o acompanhamento do projeto, a empresa efetivamente confirmou (mediu e registrou) uma economia de 45% sobre o consumo anterior de energia. Como demonstrado neste exemplo, o grande ‘segredo’ desta questão é a implantação de um eficaz processo de acompanhamento. r.C. - qUaIS aS PrEoCUPaçõES qUE aS EdIFICaçõES MaIS antIgaS dEvEM tEr? A.l. - Em primeiro lugar, eu diria que a principal preocupação deverá ser a identificação de suas necessidades, futuras demandas e atuais descontentamentos, para que se estabeleça um plano de monitoramento da qualidade (serviços prestados e resultados da operação e manutenção) e um plano de medição e verificação para que seja identificado por onde “escoam” os principais consumos de energia e outros insumos. Em resumo, não há como traçar um plano de ação se não existirem metas (necessidades atuais e futuras / solução de problemas e descontentamentos) e formas

de acompanhar / medir resultados de forma contínua e confiável. Em uma segunda mas não menos importante etapa, os gestores precisarão, entre outras ações, identificar os potenciais riscos em suas operações, a fim de que planos de investimentos, o desenho de planos de contingência e a capacitação de equipes possam ser definidos ou propostos, além de treinar as equipes de operação e manutenção e aculturar os ocupantes e clientes internos a respeito dos sistemas e parâmetros que os atendem em seus ambientes de trabalho, tais como a temperatura do ar-condicionado ambiente e seus horários de operação.

sistemas prediais

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“Vários grandes empreendimentos têm

nascido com o viés de sustentabilidade,

mas muitos o perdem durante a etapa de

ocupação e operação”

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sistemas prediais

CErtIFICação lEEd InCEntIva a SUStEntabIlIdadE naS EdIFICaçõES Afinal, o que é LEED? Trata-se de uma sigla para Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energiae Design Ambiental), um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para

edificações, utilizado em 143 países, e que possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. Entre seus benefícios, estão a diminuição dos custos operacionais, valorização do imóvel, modernização e menor obsolescência da edificação, além de redução do consumo de água e energia e uso racional dos recursos naturais.

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Page 33: Colliers | Revista Corporativa | 21ª Edição

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34

Concierge: a arte de mimar o clientea tarEFa dE atEndEr qualquEr (MESMo) pEdido do CliEntE GanHa ESpaço noS MErCadoS HotElEiro, rESidEnCial dE alto padrão, aléM dE CondoMínioS CorporativoS E loGíStiCoS.

Concierge. Em francês, a tradução literal dessa palavra seria “porteiro”. No entanto, os saguões de edifícios de padrão mais elevado, tanto corporativos quanto residenciais, e os hotéis com muitas estrelas ostentam frequentemente uma placa com essa palavra, acima de

uma mesa, de um balcão ou de uma sala inteira. Nesses casos, o serviço de concierge, em português, mesmo, vai muito além das funções de portaria.

O concierge é o profissional responsável por resolver aqueles problemas que nenhum

outro funcionário sabe sequer começar a solucionar – e fazer isso na hora, exatamente da maneira como o cliente quer, sem demonstrar stress e sem perder a classe. “O concierge atua em um serviço personalizado, atentando-se às características, aos gostos

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e aos costumes individuais, proporcionando total conforto, com a realização de todas as vontades e desejos do cliente, a qualquer hora do dia, contanto que esta relação esteja dentro dos parâmetros éticos”, afirma a turismóloga Thaís Giuliani, sócia-diretora da Imago Capacitação.

A estratégia de mercado que justifica o oferecimento desses serviços, muitas vezes sem custo para o cliente, é atender aos mais exigentes perfis que buscam variedade, qualidade e preço, mas que também está disposto a bancar a comodidade de ser bem atendido. Isso vem ditando tendências que praticamente obrigam empresas do setor hoteleiro, residencial, e administração de condomínios a promover ações diferenciadas de modo a cativar o cliente.

Diante deste cenário, “o importante é definir um mix de serviços adequados para cada tipo de público, respeitando o perfil do empreendimento” avalia Hélio Bazílio, Gerente de Propriedades da Colliers REMS, que possui planos de implantação do modelo nas propriedades administradas pela empresa ainda em 2014.

O interesse dos hotéis e condomínios tem sido tão intenso que motivou algumas instituições de ensino, o Senac entre elas, lançaram cursos para capacitar profissionais para executar esses serviços.

O curso do Senac, com 30 horas de duração, destina-se a maiores de 18 anos com interesse pela área de hotelaria. “A demanda por concierges tem crescido consideravelmente nos últimos anos, não só na hotelaria, mas também em companhias aéreas, hospitais, shopping centers, administradoras de cartão de crédito e condomínios de alto padrão”, avalia o Senac. O espaço para crescimento por aqui está, principalmente, nos turistas que quiserem assistir de perto à Copa do Mundo e à Olimpíada. “Não estamos falando do serviço para o pessoal do Exterior, mas sim para quem está no Brasil”, diz Loison. Para ele, não há espaço para falhas no dia dos jogos.

“Não pode deixar o cliente especial esperando para ser transportado ao estádio, ou ficar na fila do restaurante, por exemplo”. Já, para o público externo, qualquer concierge terá de se municiar de tradutores, fotógrafos e saber de cor a programação cultural que mais condiz com o gosto do cliente. “O que vale para ele é a memória que vai ficar de cada evento.”

Tendência nos empreendimentos corporativosCom o conceito já difundido em mercados como o Hoteleiro por exemplo, o concierge passa a ter presença também em empreendimentos corporativos.

Concierge: o importante é definir um mix de serviços adequados

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gUErra FISCal: UMa PrEoCUPação do PaSSado, do PrESEntE E do FUtUro

De fato, são notórias as diferenças econômicas e sociais entre os estados brasileiros e, ainda mais, entre os municípios. Assim, neste ambiente híbrido, o caminho mais seguro, para muitos, seria uma política nacional realizada pelo governo federal para superação de tais diferenças. No entanto, a experiência mostra, infelizmente, o oposto: programas dessa natureza, raros que são, não se mostram eficazes ou tampouco eficientes, resultando em verdadeiras anomalias institucionalizadas.

Do macro ao micro, observa-se, por exemplo, no âmbito municipal uma batalha ferrenha pela arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS). Além da natural disputa pelo local de ocorrência do fato imponível (ou seja, da prestação de serviço em si), determinados municípios concedem “benefícios fiscais” ou alíquotas menores às empresas para atraí-las e fazer com que se instalem em seu território.

Na esfera estadual, por sua vez, a discussão está em evidência nos principais canais de comunicação da imprensa brasileira. É o início de tramitação do Projeto de Lei Complementar 40/2014, feito com a intenção, dentre outras, de se amenizar a guerra fiscal hoje existente no tocante à arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Na mesma lógica dos municípios, os estados oferecem alíquotas menores ou “benefícios fiscais”

às empresas para que essas criem raízes em seu território, gerando, supostamente, emprego e desenvolvimento Todavia, tais benefícios são concedidos, muitas vezes, à revelia de aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), em contrariedade à obrigação derivada da Lei Complementar 24/1975 e, bem assim, em prejuízo do país, como um todo. Tanto é que, no Supremo Tribunal Federal, há iniciativa de se coibir tais atitudes, através da Proposta de Súmula Vinculante 69 .

Agem, assim, de forma inconsequente os governos, já que os prejuízos à nação podem ser devastadores, como, por exemplo: criação de um mercado desregulado, interferindo-se na livre concorrência; inibição de investimentos no Brasil, pois tais atitudes fomentam a insegurança jurídica; prejuízo, enfim, aos contribuintes, que nesse emaranhado de inseguranças poderão firmar negócios mais onerosos do que inicialmente calculados.

É imprescindível, portanto, a busca por orientação especializada no assunto, seja para prevenção de desagradáveis surpresas, seja para defesa efetiva de interesses contrapostos, enquanto o país, acompanhando a onda de desenvolvimento, organiza-se para buscar uma solução federativa a essas sensíveis questões.

artigo juridico

Tanto quanto a preocupação com as próprias operações de logística que ultrapassam as fronteiras dos municípios, dos estados e dos países, atualmente vê-se a necessidade de se considerar, de forma relevante, as questões tributárias envolvidas em todo o contexto. Em uma visão macro, nota-se tal tendência em praticamente todo o globo, mas essa atenção especial às particularidades fiscais ganha destaque ainda maior no Brasil. É que, como outrora anedotizado, o Brasil experimenta, por suas raízes culturais e morais, um verdadeiro carnaval tributário, em que exações que deveriam ter uma finalidade, por um “jeitinho brasileiro”, perseguem algo que não lhes são inerentes.

Por Dr. Guilherme Barnabé Mendes Oliveira

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