colÉgio estadual marcos clÁudio schuster … · concluindo o primário em 1935, no colégio...
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COLÉGIO ESTADUAL MARCOS CLÁUDIO SCHUSTER ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - VOLUME I
CASCAVEL 2011
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Escola é... o lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos.... Escola é, sobretudo, gente. Gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de ilha cercada de gente por todos os lados. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém; nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se amarrar nela! Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.
(Paulo Freire)
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................04
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO...................................................................................05
PERFIL DOS FUNCIONÁRIOS.................................................................................06
QUADRO FUNCIONAL..............................................................................................07
HISTÓRICO DO COLÉGIO MARCOS CLÁUDIO SCHUSTER..........................09
DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR........13
OBJETIVOS GERAIS DO PPP...................................................................................15
MARCO SITUACIONAL............................................................................................16
MARCO CONCEITUAL..............................................................................................25
INCLUSÃO ESCOLAR................................................................................................31
CAEDV...........................................................................................................................33
SALA DE RECURSOS.................................................................................................35
SALA DE APOIO..........................................................................................................36
DIVERSIDADE CULTURAL–AFRO DESCENDÊNCIA.......................................38
CELEM...........................................................................................................................41
ESTÁGIOS.....................................................................................................................42
MARCO OPERACIONAL...........................................................................................44
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS............................................................................48
AVALIAÇÃO.................................................................................................................51
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO...................................................................................53
RECUPERAÇÃO PARALELA...................................................................................55
PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO...............................55
AVALIÇÃO INSTITUCIONAL E DO PROJETO POLÍTICO –
PEDAGÓGICO.............................................................................................................51
HORA-ATIVIDADE.....................................................................................................59
REFERÊNCIAS............................................................................................................62
ANEXOS (PLANO DE PREVENÇÃO DE EMERGÊNCIA)..................................64
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1. APRESENTAÇÃO
O presente documento representa a construção de um Projeto Político
Pedagógico voltado para a coletividade, visto ser este, o resultado das múltiplas
interações desenvolvidas no ambiente escolar, bem como, o resultado de diversas
discussões que nortearam a práxis educativa.
O Projeto Político Pedagógico1 parte de compreensão de algo inacabado, em
constante construção, já que se configura como uma proposta, um caminho a ser
trilhado
aponta ‘o’ lugar, ‘a’ resposta, pois, se traz ‘a’ resposta, já não é uma pergunta. Aponta isso sim, um caminho também a Uma proposta pedagógica é construída no caminho, no caminhar. Toda proposta pedagógica tem uma história que precisa ser contada. Toda proposta contém uma aposta. Nasce de uma realidade que pergunta e é também busca de uma resposta. Toda proposta é situada, traz consigo o lugar de onde fala e a gama de valores que a constitui; traz também as dificuldades que enfrenta, os problemas que precisam ser superados e a direção que a orienta. E essa sua fala é a fala de desejo, de uma vontade eminentemente política no caso de uma proposta educativa, e sempre humana, vontade que, por ser social e humana, não é nunca uma fala acabada[...] (KRAMER, 1999, p. 169).
Esta construção incorpora desejos e utopias, contemplando sempre a realidade e
a inquietude que se manifesta na constante busca pelo diálogo, interagindo com
elementos constituintes de nossa própria história.
A concepção do Projeto Político Pedagógico não se distancia de uma gestão
democrática, da valorização do processo ensino-aprendizagem, das opções políticas
norteadoras da ação, como também da possibilidade de uma educação que respeita a
liberdade dos sujeitos, o saber de classe, a compreensão das contradições existentes na
sociedade. Pressupõe, uma ruptura total com a fragmentação entre teoria e prática e com
a concepção neoliberal de uma participação mantenedora, visto que a sociedade por
1Anexo ao Projeto Político Pedagógico encontra-se o Plano de Prevênção de Emergência, o qual tem por objetivo, preparar a comunidade escolar para o enfrentamento a possíveis sinistros.
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meio do neoliberalismo vem repassando e solidificando à sociedade civil todas as
responsabilidades do Estado.
Neste sentido, a concepção de um Projeto Político Pedagógico não pode se
distanciar da compreensão da própria realidade a que estamos expostos, bem como, do
entendimento de que historicamente a educação tem servido ao capital como
instrumento de perpetuação, para os níveis de desigualdades.
Compreender o processo educacional remete-nos a uma profunda análise do
desenvolvimento histórico da sociedade brasileira, levando-nos ao esclarecimento das
contradições e dos discursos ideológicos que alienam e massificam a sociedade.
A construção do Projeto Político Pedagógico define-se pela constituição dos
próprios sujeitos e pela busca contínua da coletividade, estabelecendo uma constante
relação entre o compromisso político e a sociedade para o desenvolvimento do sistema
educacional em sua totalidade.
2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Denominação da Instituição
Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster – Ensino Fundamental e Médio
Endereço
Rua África, 284
Bairro/Distrito
Conj. São Francisco
Município
Cascavel
NRE
Cascavel
CEP
85817 – 290
Caixa Postal
–
DDD
45
Telefone
227 – 1127 / 225 – 6204
Fax
(45) 3227-11-27
–
Site
–
Entidade Mantenedora
Secretaria Estadual De Educação Do Paraná
CGC/MF
076592468/0001-84
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3. PERFIL DOS FUNCIONÁRIOS
“Todas as pessoas que trabalham na escola participam de tarefas educativas, embora não de forma igual” (VEIGA,1995).
A escola é um ambiente onde todos os profissionais participam do processo
educativo. O sucesso escolar dos alunos, bem como, o comportamento desses,
dependem, em parte, do que vivenciam na escola. Caracterizar a estrutura
organizacional da escola e quais os problemas que dificultam o processo ensino-
aprendizagem, viabiliza a melhoria do trabalho na escola na direção do que se pretende.
Partindo desta perspectiva, é que procuramos identificar quem são os profissionais que
nela atuam.
Vale lembrar que, foram entrevistados quarenta e oito funcionários, sendo que
14,5% exercem a função de serviços gerais, 62,5% são professores e 23% estão na
equipe técnico-administrativo. Constatou-se que 81% dos funcionários têm idade
inferior a 45 anos e que apenas 12% são do sexo masculino.
Verificou-se que 64,5% dos funcionários são casados e possuem famílias
pequenas, sendo que, 35% tem apenas um filho, 27% tem dois filhos, 12,5% tem três
filhos .
No que se refere ao nível de escolaridade foi observado que 4% tem mestrado,
54% Pós-Graduação, um bom número tem graduação e apenas 4% dos funcionários não
concluíram o Ensino Fundamental.
Dos pesquisados, 71% possuem casa própria e 50% utilizam carro próprio
como meio de transporte para trabalhar.
Em relação a escolher trabalhar neste estabelecimento, a pesquisa sinalizou uma
diversidade de motivos como: já ter trabalhado na escola, ter recebido indicação, por ser
próximo da sua casa, alguns pontuaram que o que determinou a escolha foi o bom
ambiente de trabalho.
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4. QUADRO FUNCIONAL
NOME FUNÇÃO FORMAÇÃOAna Paula André Professor - Pedagogo Mestre em Letras–
Linguagem e Sociedade.Especialista em Fundamentos da Educação Graduada em Pedagogia
Andreia Neres dos Santos Diretora Matemática - LpAparecida Moura Professor - PedagogoBernardete Bernardi Técnico Administrativo
(Bibliotecária)Superior Incompleto
Carlos Roberto Guedes Professor FilosofiaCassiana Hungaro Professora Letras – Português/Inglês
Especialização em Produção de Texto
Celso Ap. Correa Junior Professor Licenciatura PlenaCleonice dos Santos Bortolossi
Professora Matemática/Pedagogia
Cleusa Ramos da Silva Agente de Apoio Ensino FundamentalCleuza de Fátima Brita Merlin
Professora Letras – Português/Inglês
Daniela Zocante
Bragueto
Professora Licenciatura Plena
Delmar Almeida Gonçalves
Professor Geografia – Especialista em Orientação/Supervisão e Administração Escolar
Denise Carrara Técnico Administrativo (Secretária)
Ensino Médio
Edina de Oliveira Ramos Agente de Apoio Ensino FundamentalEliane Aparecida Alves Professora Letras – Português/Inglês
Especialização em Literatura e Ensino
Gisângela de Andrade O. Luciano
Professora História
Irone Terezinha Pasqual Professora Licenciatura PlenaIvone Bertuncello Professora Estudos Sociais/HistóriaIzabel de Fátima CarvalhoPenteado
Agente de Apoio Ensino Médio
Janete Bizinela Técnico Administrativo ArtesJanete dos Santos Técnico Administrativo Pedagoga/Especialista em
Docência do Ensino
SuperiorJosefa Paluski dos S.
Correa
Tec. Administrativo Superior Completo
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Karina H. Professor - Pedagogo Pedagoga – Mestre em Leandrina Gonçalves Claro
Agente de Apoio Ensino Fundamental
Lindete Braga Freitas Agente de Apoio Ensino Fundamental
Lúcia de Almeida Gonçalves
Professora Educação Física
Lucila de Jesus Agente de Apoio Ensino FundamentalLucilene da Rocha Técnico Administrativo Ensino Médio
Maria Elena Rocco Daguini
Agente de Apoio Ensino Fundamental
Maria Neusa David Agente de Apoio Ensino FundamentalMaria Patrocínio de
Matos
Agente de Apoio Ensino médio Completo
Marlene M.Saldanha Tec. Administrativo Ensino Médio
Nanci Terezinha Silveira Agente de Apoio Ensino Fundamental
Nara Núbia A. de Abreu Professora Educação especial –L pNeusa Crestani Tec.Administrativo Ensino Médio
Regina Bertol Professor - Pedagogo Licenciatura Plena – Especialista em Educação Especial
Renita Chiodi Gonçalves Professora Licenciatura PlenaRoseli Ferrari Fávero Professora Letras/PedagogiaSandra Regina Morais Professora Educação Física e
PedagogiaSilvana Stofel Gomes Professora Educação Física - LpSilvane de Fátima Chiquetto
Professor - Pedagogo Pedagogia
Sonia Rosani Jeske Beal Professora Matemática - LpTerezinha Aparecida dos Santos
Professora Letras – Português/Inglês
Valdirene Morais de
Araujo
Tec. Administrativo Ensino Médio
Valve Terezinha Soares Professora Pedagoga/Pós graduadaVera Maria Silva Professora Licenciatura PlenaVivaldina Rodrigues de Carvalho
Agente de Apoio Ensino Fundamental
Viviane Salete Silvestro Professor - Pedagogo Pedagogia – Especialista em Orientação/Spervisão e Administração Escolar
Yara Maria Dilelli
Lupepsa
Diretora Auxiliar Ciências/Matemática
Especialização em mat.
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4.1 HISTÓRICO DO COLÉGIO MARCOS CLÁUDIO SCHUSTER
O Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster2 teve o início de suas
atividades de ensino em vinte de março de 1989, prédio construído juntamente com as
residências do Conjunto Habitacional São Francisco3. A inauguração deu-se no dia
30/07/89.
2 Nascido em Santa Cruz do Sul - Rio Grande do Sul, em 22 de abril de 1922, filho de Martin Schuster e Luiza Schuster. Marcos Cláudio Schuster iniciou os estudos, aos 7 anos de idade em sua terra natal, concluindo o primário em 1935, no Colégio Marista de Monte Negro.Em 1936, ingressou no Colégio Champagnat de Porto Alegre, concluindo o curso ginasial em 1939. Concluiu o 2º Grau, na Escola Normal Secundária de Porto Alegre.Em 1943 iniciou, no Colégio São Pedro de Porto Alegre, sua longa carreira de mestre lecionando para classes do ensino primário, até o final de 1944 e ao mesmo tempo ampliava sua formação, concluindo o Curso Técnico em Contabilidade no Colégio São Luiz de São Leopoldo, 1945.Ainda em 1945, iniciou suas atividades no Ginásio Divino Mestre de Veranópolis - RS, lá permanecendo como professor de História e Geografia até o final de 1947. Em 1948 e 49, Marcos Cláudio Schuster lecionou História e Geografia no Ginásio São João Batista de Monte Negro - RS.De 1950 a 1957 foi professor no Ginásio Roque Gonçalves de Cachoeira do Sul - RS, e ao mesmo tempo realizou Curso Superior na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, diplomando-se em História e Geografia, em 1957.Após concluir o curso superior, desenvolveu suas atividades de educador no Ginásio Frei Rogério de Joaçaba, lá permanecendo no período de 1958 a 1960.De 1961 até o final de 1967, lecionou na Escola Técnica de comércio Nossa Senhora Medianeira de Erechim, prestando relevantes serviços àquela comunidade gaúcha.Em 1968, como muitos atuais habitantes da região fizeram, transferiu-se de Erechim para Cascavel, continuando a dedicar-se à educação da juventude, agora no Oeste do Paraná. Ainda nos primeiros tempos de Cascavel, sentiu a necessidade de desenvolver e ampliar as condições educacionais da região, intensificando a luta pela criação do Curso Científico do Colégio Estadual Wilson Joffre, estabelecimento em que passou a trabalhar. No final de 1968, o curso Científico foi aprovado, constituindo-se numa importante vitória para a educação de Cascavel. No segundo semestre de 1968 e 1969 exerceu a Direção do Colégio Estadual Wilson Joffre.O professor Marcos Cláudio Schuster desejava mais escolas, maiores oportunidades educacionais para esta região que iniciava seus primeiros passos rumo a um significativo crescimento populacional e econômico.Em 1969, junto com outros professores, fundou o Ginásio Rio Branco de Calendário Especial para atender as pessoas adultas que desejavam prosseguir nos estudos. Mas tarde, foi transformado em Colégio Rio Branco Ensino Supletivo de 1º e 2º Graus, e futuramente chamado de Colégio Canadá , hoje extinto. Em 1969, considerando a carência de recursos humanos para a educação, um grupo de professores do Colégio Estadual Wilson Joffre, entre eles Marcos Cláudio Schuster, iniciaram estudos e trabalhos para criar uma Faculdade para Cascavel. Em 1970, foi formada uma equipe para a montagem do processo de criação da Faculdade, fazendo parte dessa equipe, a qual coube como tarefa fazer estudos e levantamentos sócio-econômicos regionais para justificar a criação da Faculdade. Os trabalhos obtiveram êxito. Em fins de 1971 a parte preliminar, a cargo dessa equipe, estava completa.Pelo Decreto Federal nº 70.521 de 15 de maio de 1972, foi autorizada a implantação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cascavel, mais tarde, Fecivel. Hoje, reconhecida desde 1995, Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Resultado, em grande parte, do trabalho e idealismo do Professor Marcos Cláudio Schuster. Em 1975, iniciou os trabalhos para a fundação de mais um colégio para Cascavel, e, em 1997 foi autorizado o funcionamento do Colégio Cristo Rei, enriquecendo ainda mais seu já longo currículo em prol da educação.Além das atividades de professor do ensino público, Marcos Cláudio Schuster prestou seus serviços a diversos estabelecimentos de ensino particular, entre eles o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.Exerceu ainda cargos administrativos junto à Inspetoria de Ensino na divisão de Cadastro de Recursos Humanos da Secretaria de Educação, Secção de Cascavel, e técnico administrativo do 7º Núcleo de Educação.Depois de prolongada enfermidade, veio a falecer em 29 de fevereiro de 1984, deixando a esposa, Joaninha Nazari Schuster e seus três filhos, Marcos Cláudio Júnior, Luiz Eduardo e André Rafael. Nos 41 anos dedicados à educação, pode-se afirmar que Marcos Cláudio Schuster foi acima de tudo um humanista, batalhador pela promoção humana. Desejava, de todas as formas, ver o ser humano liberto de
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A Resolução Secretarial nº 3930 de 29/12/88, autorizou o funcionamento da
Escola e determinou a sua denominação. O reconhecimento deu-se pela Resolução nº
3377/90 de 06/11/1990.
Desde o início de seu funcionamento, a Escola oferece as oito séries do 1º
Grau. Em agosto de 1990 foi implantado a Educação Especial com a criação do
CAEDV - Centro de Atendimento Especializado para Deficientes Visuais, que em 1994
teve seu funcionamento prorrogado pela Resolução nº 251/94. O CAEDV foi aberto em
20/08/90, sendo autorizado pela Resolução nº 2827/90 de 28/09/90.
Inicialmente funcionou com uma professora especializada, sendo ampliada a
demanda para mais vinte horas, em abril de 1991. São atendidos no CAEDV além de
alunos da Escola e de pessoas da comunidade portadores de deficiência visual, alunos
das escolas municipais dos bairros vizinhos bem como crianças com problemas visuais
identificados nos Postos de Saúde dos bairros circunvizinhos. Também em 1991 foi
implantado o Ensino noturno de 5ª a 8ª série.
Em 1993 foi autorizado pela Resolução 22/14/93 de 23/04/93 tendo em vista
o disposto da Deliberação nº 020/86 do Conselho Estadual de Educação e contido nos
Pareceres do Departamento de Educação Especial e entrou em funcionamento, com um
professor especializado, a classe Especial para alunos com deficiência mental leve.
No início de 1996 foi implantado o Ciclo Básico de Alfabetização (num
contínuo de 4 anos) através do Parecer nº 77/96, tendo em vista o disposto na
Deliberação 033/93 do Conselho Estadual de educação e na Resolução Secretarial
585/95. O Ciclo Básico é um prolongamento do tempo de alfabetização, durante o qual
o aluno deve aprimorar-se dos conhecimentos correspondentes as quatro séries iniciais
do ensino de 1º grau.
Em meados de 1997 foi implantado o Programa Adequação Idade Série
(PAI-S) através da Resolução Secretarial 1.553/97. O referido programa destina-se aos
alunos da rede pública estadual em defasagem de idade-série de, no mínimo 02 anos em
tudo, aquilo que, de uma forma ou outra, rebaixasse a dignidade humana.Foi, humano e fraterno voltado para o saber, amigo dos livros, apreciador da boa leitura, no que mais se dedicava em seus momentos livres. Como professor de História soube recolher suas maiores lições e, a partir delas, indicar possíveis caminhos para o futuro, onde a paz, a fraternidade, o bem estar, o respeito pela dignidade humana fazia parte de seus sonhos.
3 A bandeira do Colégio Marcos Cláudio Schuster relaciona-se com a origem do nome do bairro: São Francisco de Assis. Tendo o escultor paranaense Dirceu Rosa como seu idealizador, o qual desenhou a bandeira de forma que esta contemplasse a ligação entre o nome do bairro e a origem do mesmo, por isso que na bandeira encontramos o desenho de pássaros.
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relação à série em que estão matriculados, a partir da 5ª série, até a 7ª série do Ensino
Fundamental. A idade mínima para inclusão do aluno no PAI-S é a seguinte:
13 anos para 5ª série
14 anos para 6ª série
15 anos para 7ª série
Em 1998 foi implantado o curso de 2º Grau – Educação Geral, no período
noturno. Em 1999 foi implantado o Ensino Médio, atendendo as novas Leis de
Diretrizes e Bases da Educação – 9394/96, nos períodos matutino e noturno, pela
Resolução nº 2.581/98. E também neste mesmo ano foi implantado a EJA (Educação
para Jovens e Adultos) – Fase II pela Resolução nº 1725/89.
A primeira diretora da Escola foi a professora Maria Emília Milani Rosa,
(1989 - 1991), que teve como diretores auxiliares os seguintes professores:
Amâncio Luiz Saldanha dos Anjos (1989)
Dorimar J. Dal Bosco Backes (1990)
Carmes Dolores Giacobo Teixeira (1991)
Os demais diretores e seus respectivos auxiliares até a presente gestão
foram:
Dulce Gonçalves Mezzon (1992 - 1994)
Maria Emília Milani Rosa (1992)
Maria Deolinda Scremin (1993)
Neusa Resende Rieling (1994)
Marileuza Inês Folador Acosta (1995)
Marinês Lazaron Guisilini (05 e 06/95)
Jovina de Cássia Gambaro (07/95)
Marinês Lazzaron Guisilini (1996)
Marta Cruz Pereira4
Delmar Almeida Gonçalves (1997-1997)
- Marta Cruz Pereira
4 No período de 10/96 a 01/97 a professora Marta Cruz Pereira, diretora auxiliar da época, assumiu temporariamente a direção da Escola. Em fevereiro de 1997 o professor Delmar Almeida Gonçalves foi indicado pelo Núcleo Regional de Ensino para assumir a direção da nossa Escola, o mesmo aceitou e assumiu em 01/02/97. A professora Marta continuou na direção auxiliar. Quando houve eleição o professor Delmar lançou sua candidatura, juntamente com a professora Marta e foram eleitos com 99,9% dos votos válidos, pela Comunidade Escolar em 25/10/97.
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* Delmar Almeida Gonçalves (1999-2000)
- Marta Cruz Pereira
* Delmar Almeida Gonçalves (2001-2003)
- Marta Cruz Pereira
* Delmar Almeida Gonçalves (2004-2005)
- Marta Cruz Pereira
* Delmar Almeida Gonçalves (2006-2008)
- Marta Cruz Pereira5
- Roseli Ferrari Fávero
*Andréia Neres dos Santos (2009-2011)
- Yara Maria Dilelle Lupepsa
No decorrer de sua história o Colégio Marcos Cláudio Schuster teve um total de
alunos matriculados referente a cada ano letivo como o descrito no quadro abaixo:
ANOS ALUNOS MATRICULAD
OS
TOTAL DE ALUNOS
APROVADOS
TOTAL DE ALUNOS
REPROVADOS
TOTAL DE ALUNOS EM
DEPENDÊNCIA
TOTAL DE
EVASÃO
1989 638 334 151 - 891990 649 331 108 - 951991 832 446 100 - 791992 996 435 260 - 921993 1168 565 227 - 1501994 1219 707 125 - 1231995 1218 722 167 - 1191996 1152 775 178 - 1431997 972 757 57 - 1051998 1178 844 98 - 1361999 1497 1136 86 28 1062000 1501 1254 102 44 1502001 1474 1113 153 19 1142002 1277 917 149 17 1242003 1188 936 99 18 1142004 1159 868 128 24 1492005 977 768 175 44 782006 1200 869 177 31 582007 1124 790 112 27 522008 1090 830 270 20 582009 1230 861 138 12 9
5 Falecida em 4 de janeiro de 2008. Após o falecimento da diretora auxilar, a professora Roseli Ferrari Fávero assumiu a direção auxiliar.
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Atualmente o Colégio Marcos Cláudio Schuster atende a um número de alunos
distribuídos entre Ensino Fundamental e Ensino Médio, cerca 1301 alunos, acrescidos
pelos alunos de Sala de Recursos (01 turma), Salas de Apoio (02 turmas
português/matemática), Caedv, Celem. O atendimento aos estudantes ocorre nos turnos
da manhã (13 turmas, sendo sete turmas de Ensino Fundamental e seis turmas de Ensino
Médio), tarde (13 turmas, sendo que neste turno todas as turmas são de Ensino
Fundamental) e noite (8 turmas, com duas turmas de Ensino Fundamental e seis turmas
de Ensino Médio). As modalidades de ensino ofertadas pelo estabelecimento são o
Ensino Fundamental e o Ensino Médio regular seriado, como também o ensino da
língua espanhola por meio do Celem.
No que tange ao espaço físico para o atendimento do alunado, o Colégio
Marcos Cláudio Schuster conta com dois blocos de salas de aula, com um total de 16
salas, 4 banheiros, uma quadra poliesportiva coberta, um laboratório de informática,
uma biblioteca, secretaria, sala dos professores, sala de direção, sala de equipe
pedagógica, dois banheiros para funcionários, um saguão e cozinha.
5. DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
Localizado no Conjunto Residencial São Francisco o Colégio Estadual
Marcos Cláudio Schuster recebe alunos do próprio conjunto, do bairro Periolo, bem
como alunos procedentes de bairros próximos como: Brasília II, Morumbi II, Ipanema,
Morumbi, Bela Vista, Colméia, entre outros.
As ocupações profissionais exercidas pelos pais são diversas, tais como,
comerciante, auxiliar de produção, carteiro, motorista, cobrador, pedreiro, vigilante,
entre outras. Apesar da diversificação de atividades exercidas no mercado de trabalho
tanto de maneira formal como informal foi possível perceber a acentuada falta de
qualificação profissional, o que ocasiona altos índices de rotatividade de mão de obra.
Esse quadro se repete em relação às mães que auxiliam na renda mensal,
exercendo diversas atividades, porém sem a devida qualificação, obrigando-as a
desenvolver atividades informais. A renda mensal que prevalece nesses casos fica entre
dois e cinco salários mínimos em sua maioria, realidade esta que chega a 85% dos
casos.
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Quanto ao nível de escolaridade dos pais, prevalece o Ensino Fundamental
incompleto (21%), seguido pelo Ensino Fundamental Completo (27%), Ensino Médio
Completo (25%), Ensino Médio incompleto (24%), e Superior completo (3%) e
incompleto (5%), ocorrendo um diferencial na parte materna da família, visto que estas
apresentam um número elevado de conclusão do Ensino Superior.
Grande parte das famílias de nossos alunos (70%), residem em casa própria,
utilizam como meio de transporte principal o coletivo e serviços públicos como postos
de saúde, telefone público, hospitais e creches. Seus momentos de lazer incluem visitas
a familiares, clubes, passeios, lanchonetes, sítios, entre outros.
A religião predominante entre as famílias é a Católica, seguida da
Evangélica, Espírita e Testemunhas de Jeová, com um número inexpressivo de famílias
que não professam nenhuma fé.
Por ser próximo de suas casas é que a maioria dos pais (52%), escolheu o
Colégio Marcos Cláudio Schuster para seus filhos, seguido do fato de ser público e
gratuito, bem como, pela qualidade de ensino oferecida. A grande maioria de nossos
alunos (62%), independentemente do motivo da escolha do estabelecimento considera o
ensino ofertado de boa qualidade, seguido também por um grande número que
considera muito bom ou ótimo. As razões que os levam a pensar assim são motivadas
pelos professores, equipe pedagógica, merenda, amigos, entre outros fatores, mas que de
uma forma ou de outra, compõe um ambiente que privilegia a aprendizagem.
Consideram como maior deficiência em nossa escola (75%), a falta de
espaços adequados como Quadra Coberta, Laboratórios, salas de aula, seguidos da
segurança, disciplina dos alunos, materiais pedagógicos e falta de acervo bibliográfico.
A participação efetiva dos pais na escola se dá através de reuniões
bimestrais para conhecer o aproveitamento de seus filhos, seguidas de reuniões e/ou
assembleias, no contato diário para soluções de situações problemas, comparecendo
mesmo que em um número menor para reuniões de APMF e reuniões de Conselho
Escolar. Segundo afirmação deste segmento, muitas vezes estes se vêem
impossibilitados de realizar uma participação mais efetiva devido ao trabalho e a falta
de tempo, seguidos da inflexibilidade nos horários e impossibilidade de deixar os filhos
pequenos, porém reconhecem a facilidade da escola ser próxima de suas casas e o bom
atendimento por parte da mesma.
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6. OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A presente proposta define-se como um elo norteador da prática educativa,
estabelecendo a concepção de homem, sociedade e educação, que fundamenta todas as
ações no interior da escola, direcionando-se como mecanismo de intervenção social,
organizador do trabalho pedagógico, representação de tudo aquilo que almejamos. Uma
utopia, não no sentido do irrealizável, mas daquilo que ainda não se concretizou,
assumindo e anunciando o devir.
Parte-se da compreensão da relação existente entre o todo e as suas partes,
isto é, a partir do entendimento de que o universo escolar está integrado em uma
realidade sócio-política e econômica, deflagrando assim, as confluências para além de
uma aparente superficialidade. Neste sentido, a proposta almeja a concretização dos
seguintes objetivos:
Possibilitar uma educação voltada à construção permanente do
conhecimento;
Romper com a falta de reflexão acerca da realidade a qual se está
inserido;
Subsidiar a coletividade como característica maior da unidade
educacional;
Possibilitar um diálogo constante entre toda a comunidade escolar,
priorizando a participação desta, não apenas como mera mantenedora, mas
enquanto elemento determinante para a construção de um espaço
democrático;
Buscar continuamente a qualidade no ensino, de modo a evidenciar a
concepção norteadora do processo educativo;
Avaliar todo o processo de modo a obter novos encaminhamentos para
transformação da realidade com a qual nos deparamos.
7. MARCO SITUACIONAL
Atualmente, vivemos em uma sociedade massificada, presa às amarras
neoliberais, a qual expropria do trabalhador mais do que sua força de trabalho – a sua
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própria vida. Neste processo desestruturador da existência humana, o homem é deixado
de lado, sendo que o objeto comercializável assume o seu valor, fazendo-se mais
importante do que o sujeito, processo este conhecido como reificação (coisificação). O
aprofundamento das mazelas sociais e o aumento do nível de precarização deflagram a
insustentabilidade do projeto da modernidade, tornando a atual conjuntura um processo
de esgotamento sem precedentes e de criação de um Estado paralelo, fundamentado no
caos e na violência. O mercado de trabalho enquanto segmento social se relaciona
diretamente com tais contradições, sendo também atingido pelos determinantes
capitalistas.
Há, um discurso ideológico que não eleva ao plano das discussões, questões
como por exemplo, a qualificação profissional, pois enquanto o trabalhador é levado a
níveis mais elevados de qualificação, o mesmo fica exposto à própria sorte, ou seja, a
qualificação, contraditoriamente ao discurso sobre o mercado de trabalho, não é garantia
de acesso, nem de permanência para o trabalhador manter-se ocupado, o qual muitas
vezes fica relegado à informalidade, “modalidade expressiva da contradição
estabelecida no interior do modo de produção capitalista pós-1970, ampliando suas
bases de fixação e potencializando o aumento do desemprego para além do permitido e
controlado pelo projeto societário burguês” (ALVES, 2005, p. 52).
Sem contar que o trabalho informal, modalidade fora do segmento oficial da
economia está totalmente subordinado aos interesses do capital, que, para se manter
enquanto sistema precisa do movimento tanto do trabalho formal, como do informal
para sua sustentação (MALAGUTI, 2000), ou seja, os fios invisíveis tramados pelo
capital, conduzem e mantém o capitalismo em voga (TAVARES, 2004). Este é um fator
que exige reflexão por parte do trabalhador, bem como de todos os indivíduos que
necessitam do trabalho como condição essencial para a sua subsistência, ou seja, toda a
sociedade, visto que o trabalho é compreendido como a práxis necessária, sobre a qual
se estrutura a subsistência e a própria convivência social.
Tomazi (2000) enfatiza que a partir da década de 1970, desenvolveu-se uma
nova fase no processo produtivo capitalista, o que se pode chamar de pós-fordismo ou
acumulação flexível, pois a partir da automação, assistimos a eliminação do controle
manual por parte do trabalhador, que substituído por tecnologias eletrônicas, só
intervém no processo para fazer o controle e a supervisão. A robótica, tecnologia
responsável pela a automação de processos produtivos entra hoje, como um componente
17
novo na indústria de bens e consumo duráveis, alterando profundamente as relações de
trabalho.
Com a flexibilização dos processos de trabalho, mobilidade dos mercados de
trabalho, flexibilização dos padrões de consumo, os empregadores desenvolvem a
tendência de utilizar as mais diferentes formas de trabalho: autônomo e sub-contratação
que substituem a forma clássica de emprego regular, sob contrato, permitindo uma alta
rotatividade da mão-de-obra, consequentemente baixo nível de sindicalização e forte
retrocesso das ações dos sindicatos na defesa dos direitos trabalhistas (TOMAZI, 2000,
p. 54-55).
Antunes (1995) em sua obra Adeus ao trabalho: ensaio sobre as metamorfoses e
a centralidade do mundo do trabalho, procura indicar alguns elementos preliminares
que estão presentes no mundo do trabalho e que repercutem diretamente no movimento
dos trabalhadores, em sua consciência e em sua subjetividade, através da diminuição da
classe operária industrial tradicional, acompanhada pela expansão da força de trabalho
das mulheres, subproletarização, trabalho parcial, temporário, subcontratado,
terceirizado e no desemprego estrutural. Contrário a isso, há um processo de
heterogeneização, fragmentação e complexificação da classe trabalhadora.
Com o desemprego estrutural, produto do processo de reestruturação produtiva,
gerou-se uma ampla reserva de mão-de-obra disponível para o sistema capitalista e a
diminuição dos salários de forma geral, havendo uma busca constante por qualificação
profissional, acreditando que esta possibilitaria maior chance de entrar no mercado de
trabalho. Hoje, contrário ao fordismo que exigia um trabalhador especializado em
exercer somente uma função na linha de produção, o mercado de trabalho atual exige
um trabalhador com múltiplas habilidades.
Embora alguns autores teorizem sobre o fim do trabalho, Antunes enfatiza que
enquanto perdurar este modo de produção, não se pode concretizar a eliminação do
trabalho no interior do processo, que decorre do avanço científico e tecnológico que se
configura pelo peso crescente de sua dimensão mais qualificada, pela intelectualização
do trabalho social.
As mutações no universo da classe trabalhadora variam de ramo para ramo, de
setor para setor, desqualificando em vários setores, diminuindo em outros, praticamente
desaparecendo em alguns, e requalificando-se em outros, mas para Antunes o
18
operariado não desaparecerá tão rapidamente e nem é possível perspectivar a eliminação
da classe que vive do trabalho (ANTUNES, 1995).
Estas questões pressupõem a compreensão do viés histórico, o qual traz à tona o
desenvolvimento do neoliberalismo no Brasil. Historicamente, o projeto neoliberal
desenvolveu-se primeiramente na Europa e nos Estados Unidos, e posteriormente nos
países subdesenvolvidos, processo este que representou um avanço tardio do
neoliberalismo, aspecto também evidenciado no desenvolvimento das forças produtivas
no país, fato este explicitado por Florestan Fernandes, em sua obra A Revolução
Burguesa. Esta progressão neoliberal, que no Brasil tem se alavancado desde a década
de 80, tem levado a sociedade civil a defrontar-se com uma forma mais intensa de
expropriação, a qual age de forma a minimizar a atuação do Estado frente à sociedade.
Segundo Anderson, o neoliberalismo
[...] nasceu logo depois da II Guerra Mundial, na região da Europa e da América do Norte onde imperava o capitalismo. Foi uma reação teórica e política veemente contra o Estado intervencionista e de bem-estar. Seu texto de origem é O Caminho da Servidão, de Friedrich Hayek, escrito já em 1944. Trata-se de um ataque apaixonado contra qualquer limitação dos mecanismos de mercado por parte do Estado, denunciadas como uma ameaça letal à liberdade, não somente econômica, mas também política (1995, p. 9).
O Estado tem efetivado o seu aspecto minimizado apenas para o indivíduo, pois
ao mesmo tempo em que se auto-regula, torna-se máximo para o capital. O
neoliberalismo constitui-se em uma forma de manutenção do sistema capitalista,
deflagrando inúmeras questões na vida social, econômica e política dos sujeitos,
intensificando a expropriação da força de trabalho.
Diante deste contexto que atinge não apenas o Brasil, mas diversos países que se
encontram em desenvolvimento, e ao mesmo tempo todo o mundo, não é possível isolar
a escola pública dos múltiplos condicionantes do sistema neoliberal.
A escola pública vê-se então diante de uma complexidade que envolve tanto o
cenário internacional, quanto o desenvolvimento interno do país, estabelecendo uma
19
íntima ligação entre a macro e a micro história, e ainda, vislumbrando as diversas
questões que a compõem enquanto um objeto de micro relações existentes no sistema.
Acima de tudo, é importante evidenciar, que diante do exposto até então, o
sistema educacional, a escola como um todo, é resultado das múltiplas contradições
existentes nesta sociedade classista e autoritária.
Não se pode portanto, trabalhar com a hipótese de compreendê-la fora deste
cenário, uma vez que a mesma é parte da sociedade, recebendo e perpetuando também
as incoerências vivenciadas na atualidade, e como não poderia deixar de ser fruto da
história, determinada por esta e ao mesmo tempo determinante da mesma enquanto
instrumento de luta por uma emancipação do sujeito, e pela construção de uma
educação mediatizada.
Como tal, a escola sofre uma gama de influências sociais que repercutem no
processo de ensino-aprendizagem a comunidade discente, sejam estas de caráter
econômico, pela dificuldade de nossos alunos conciliarem os seus estudos com uma
jornada de trabalho, que inúmeras vezes expropria as forças humanas, pelos problemas
familiares decorrentes desta sociedade caótica, pela falta de infra-estrutura física das
escolas públicas, pelo comprometimento da formação inicial e da formação continuada
de corpo docente, que normalmente é repassada para este como um discurso ideológico,
que pressupõe acima de tudo a quantidade, delimitando a qualidade a um mero fator
quando esta se distingue como o maior referencial.
Apesar de estarmos diante de uma heterogeneidade, de diferentes realidades, a
escola pública continua em cada uma destas, com um único princípio norteador para a
realização de suas atividades, ou seja, enquanto opção política se almeja a qualidade
educacional, uma vez que a concepção de qualidade é indispensável. Contudo, vale
salientar que,
[...] compreender o conceito de ‘qualidade de ensino’ [...] constitui uma tarefa indispensável, tendo em vista que este é um conceito complexo que vem sendo utilizado reiteradamente nos últimos tempos, em especial na América latina, dentro dos mais diversos aportes teóricos e metodológicos. Assim sendo, emerge a tríplice indagação sobre a acepção de qualidade de ensino utilizada: O que é? Para quê? Para quem? (AGUIAR, 1996, p. 509).
20
A concepção de qualidade no nosso sistema educacional assume várias
conotações em diferentes contextos, conforme requer o momento histórico que
subscreve, ora dimensionando o cumprimento de legislações oficiais, ora definindo-se
como sinônimo de eficiência, em determinados momentos assumindo a característica de
um elemento norteador dos currículos que buscam uma formação mais crítica, e em
outros vislumbrando o desenvolvimento econômico do país, ancorada nas novas
tecnologias e na definição de um novo cenário político-econômico internacional
(AGUIAR, 1996).
Tendo como pressuposto norteador a concepção de qualidade educacional que
encontra-se ancorada na concepção de homem e de sociedade, e não simplesmente a
concepção produtivista voltada para uma perspectiva meramente mercadológica, define-
se, nesta perspectiva, o projeto educativo como
[...] a opção pela qualidade inspirada na ética e nos valores da justiça e no reconhecimento dos direitos sociais. A qualidade não se revela como um fim em si mesmo ou como um meio de formar robôs para o mercado ou favorecer a alienação (AGUIAR, 1996, p. 511).
Mais do que simplesmente embasada em questões mercadológicas subentende-
se que a mesma deva estar de acordo com a concepção que se tem de educação, com a
concepção de homem e sociedade, na qual se está buscando subsídios para o
desenvolvimento de uma proposta pedagógica. Visto ser esta uma posição que “[...]
clama pela preservação da escola pública em nome do direito universal à educação e
enfatiza a necessidade de restaurar a base material indispensável para que a escola possa
cumprir sua missão” (SINGER apud AGUIAR, 1996, p. 511).
Deste modo, é preciso identificar a realidade do Colégio Marcos Cláudio
Schuster, compreendendo-o neste espaço de relações contínuas com as contradições
capitalistas. O colégio parte de uma realidade particular, situando-se no Conjunto
Residencial São Francisco, recebendo alunos do próprio conjunto, do bairro Periolo e de
bairros próximos como: Brasília II, Morumbi II e Ipanema. A maioria da comunidade
escolar já possui casa própria e as mesmas estão localizadas nos bairros ora citados.
Uma grande parcela dos pais dos alunos são trabalhadores assalariados (70%),
sendo que a maioria constitui-se de mão-de-obra semi ou não qualificada, sofrendo
rotatividade de emprego. Inúmeras mães participam do orçamento doméstico estando
21
inseridas no mercado de trabalho, o que faz com que a renda familiar sofra um
acréscimo, estabilizando-se em torno de três a quatro salários-mínimos. O desemprego,
como em todo país, também afeta diretamente a comunidade atendida pelo colégio, uma
vez que no período diurno, em 32% das famílias há alguém desempregado, e no noturno
em 45% dos casos. Dentre os alunos do noturno, 69% trabalha, sendo que no diurno o
quadro se minimiza, ficando sobre o percentual de 17%.
As profissões ou funções exercidas no momento pelos alunos já inseridos no
mercado de trabalho, tanto na formalidade como a informalidade são: auxiliar de
enfermagem, serviços gerais, pesquisa, mecânico, produção (em supermercados),
administrativo, balconista, telefonista, pintor, operador(a) de caixa, zeladora,
secretária(o), porteiro, atendente, funcionário público, lixador pneumático, metalúrgico,
operador de secador, empregada doméstica, motorista, manicure, vendedor(a),
cozinheira, frentista, pedreiro, babá, chapeador, soldador, instalador, office-boy,
entregador, programador de serviços e comerciante.
A maioria do corpo discente do diurno reside com os pais. Já no período
noturno, ocorrem algumas particularidades, pois 44% residem com os pais e 40% do
total são casados, morando portanto, com esposa (o) e com filho (s). Os demais alunos
moram só com mãe, ou ainda só com o pai, ou com algum parente próximo, realidade
esta que se compõe diante de uma heterogeneidade, integrando-se no universo escolar
do Colégio.
Diante desta realidade o Colégio Marcos Cláudio Schuster traz um compromisso
explícito com uma educação de qualidade, assumindo assim, um papel de alta
responsabilidade perante a sua comunidade, ou seja, trazendo consigo a
responsabilidade de articular uma práxis efetiva e de propiciar ao corpo discente a
aquisição do conhecimento.
Em relação aos acontecimentos que afligem não apenas a sociedade brasileira,
mas todo o mundo globalizado e mais particularmente a situação interna do país, a
comunidade escolar sente-se angustiada por suas próprias necessidades, dentre elas
aquelas que compreendem a estrutura física da instituição, como por exemplo, a falta de
laboratórios, um número maior de salas de aulas para o atendimento mais condizente
com a realidade de nossos alunos, principalmente no que tange às salas de apoio e salas
de recursos, acessibilidade ao espaço físico para o atendimento aos alunos portadores de
necessidades especiais, particularmente em nosso caso o CAEDV (Centro de
22
Atendimento especialização aos Deficientes Visuais), maior estrutura física e acervo
bibliográfico, o que compreenderia não apenas o acervo que se tem hoje e que resume-
se a livros de literatura e livros didáticos, mas por entender que o conhecimento é algo
mais profundo do que aquilo descrito pela ideologia dos livros didáticos e também por
perceber que um acervo bibliográfico deve atender não apenas o corpo discente, mas
também o corpo docente, obras para aprofundamento teórico e como subsídios para a
pesquisa, o que tende a enriquecer e dinamizar o processo de ensino.
Além de outras questões que também entrariam no aspecto de infra-estrutura
física, há o aspecto humano, questão central para o desenvolvimento e aprimoramento
da educação. Neste sentido, é preciso abordar a qualificação profissional dos
educadores, e aqui é preciso discernir que por mais que a própria unidade escolar possa
estar se organizando e formando grupos de estudos com seu corpo docente, estas não
tem como propiciar a formação continuada necessária para o aprimoramento
profissional, visto que este é o papel do Estado, que intensamente tende a ser revertido
como o papel da escola ou do próprio indivíduo.
Devido a estas questões que estão atreladas ao pressuposto mercadológico do
sistema, a formação dos profissionais ligados à educação tem sido aligeirada e
sucateada como a própria educação pública. Temos assistido a concretização de mais
uma mercadoria, agora como nunca antes visto, o conhecimento é apenas uma moeda
corrente, a qual está condicionada às leis do mercado, e o fazer ciência limitou-se à
mediocridade estabelecida por este mesmo mercado. É neste emaranhado de
contradições que a atual política define-se como inovadora. Ressalva-se que o próprio
conceito de inovação assume uma característica dual, sendo necessário à sua
compreensão.
[...] inovar não significa apresentar modelos curriculares, definir parâmetros e depois treinar6 professores para que melhor transmitam os conteúdos tidos como mais contemporâneos, como mais adequados às exigências das mudanças sociais e econômicas. Inovar é, antes de tudo, redefinir os critérios de seleção e de organização dos saberes escolares, mudar concepções, desenvolver nos professores consciência crítica, para que possam questionar o conhecimento tido como oficialmente válido e recriar criticamente os conteúdos que transmitem (ARROYO, 1999, p. 142-143).
6 Grifos nossos.
23
Simplesmente deixar para a própria escola ou para o indivíduo a sua capacitação
é determinar a ação do Estado, minimizando o seu alcance e lançando à própria sorte o
sistema educacional, uma inovação característica deste sistema e simplesmente
reducionista. Quando responsabilizados por sua qualificação, os educadores
aparentemente teriam totais condições, mas ao mesmo tempo, quando é preciso levar
em conta o real processo de participação, estes deixam de ter a qualificação necessária
aos olhos daqueles que definem as políticas educacionais. É como se disséssemos que
diante de algumas reciclagens, o sistema estaria salvo, ou ainda nas palavras de Arroyo,
Com algumas ‘reciclagens’ e treinamentos, toda a prática escolar mudará como por encanto, quando os professores conhecerem e entenderem os novos conteúdos. Supõe-se que estes são a síntese da escola e que neles estão todas as virtualidades inovadoras da instituição escolar. È suficiente entendê-los para ensiná-los. Por que essa concepção tão arraigada e tão reducionista da inovação educativa? Porque, nessa concepção, a qualidade é medida pelo êxito ou pelo fracasso dos alunos em aprender os conteúdos (1999, p. 137).
Mais uma vez evidencia-se a falta estrutural de interesse por parte do Estado
pela educação, esfacelando por completo o conceito de qualidade. Aliás, caberia
perguntar a todas as instâncias que coordenam e controlam as escolas, o real conceito de
qualidade se tem tomado como caminho e principalmente se este conceito abarca as
deliberações neoliberais, visto serem também direcionadas pela política imposta.
Cada vez mais o profissional que encontramos na escola é “[...] mal pago,
formado a partir das piores condições e que por tudo isso, não consegue, sequer, realizar
um efetivo engajamento profissional, mas imprime à sua ‘passagem’ pela escola um
caráter de nítida provisoriedade” (LINHARES, 1995, p. 173).
Esta questão, sem dúvida nenhuma, é uma das carências da escola pública,
questão esta a ser seriamente discutida e evidenciada, pois esta não é uma
responsabilidade apenas da escola, mas também do Estado, visto que a educação é tida
em nosso país como um direito e infelizmente é algo que permanece apenas em letra de
lei. A qualidade do ensino estabelece relação direta com a formação dos profissionais
em educação.
Uma possibilidade para esta realidade a abertura de vaga em instituições
públicas de Educação Superior, como Universidades Estaduais e Federais, onde nossos
24
professores pudessem realizar sua formação em nível de mestrado e doutorado, sendo
capacitados também para atuarem como professores pesquisadores.
Como vemos, as inúmeras questões que envolvem a carência da escola pública
e a sua qualidade estão sendo repassadas, uma vez que,
A política neoliberal, hegemônica na atualidade, procura reduzir os problemas político-econômicos à oferta e demanda do mercado, restringindo a discussão dos direitos sociais aos dilemas daqueles que detém capacidade de consumo. Inevitavelmente, estas marcas adentram-se no escolar: é por isto que os grandes temas de discussão estão, em larga medida, concentrados em questões referentes ao aumento das mensalidades escolares. A escola pública, mais e mais destinada aos mais pobres, velozmente fecha-se no cerco da atividade assistencialista, aproximando-se cada vez mais, de pseudo-entidade filantrópica, tipo de instituição-depósito, que manteria crianças e jovens fora das ruas (LINHARES, 1995, p. 175).
Desta forma, é necessário ainda explicitar, que a escola enquanto um espaço de
luta, é também um espaço de compromisso contra a alienação imposta pelo sistema.
Quando se fala em autonomia e identidade busca-se na história da sociedade o real
contexto, pois não queremos apenas uma escola de jargões e de palavras despedaçadas,
muito menos um discurso de direita que toma emprestado o discurso da esquerda para
recontextualizá-lo diante de sua ótica. A própria questão de formação de professores
representa a relação cotidiana que se estabelece com o processo de ensino/aprendizagem
e com o conhecimento, com a qualidade e com a reflexão (LINHARES, 1995).
Mais do que formação continuada com excelência em qualidade, almeja-se uma
formação que não deforme. Mais do que cultura e educação, é preciso refletir sobre a
sociedade como um todo e não cair nas amarras ideológicas do sistema.
O problema está na base da própria sociedade, não se está dizendo, entretanto,
que a escola não tentará dentro de suas possibilidades reverter este quadro, mas também
não nos aliamos à política neoliberal, tomando como nosso aquilo que o Estado
deliberadamente abre mão e empurra para a sociedade. Portanto, diante do exposto fica
evidente que a escola pública tem como pilares de sua constituição, o engajamento
político, o compromisso com o conhecimento e com a qualidade deste processo, o que
possibilita afirmar que as formas de superação da realidade acima descrita, bem como, o
resgate de seu principal papel – o conhecimento científico, não são apenas deveres da
escola, mas é um dever do Estado. Enquanto instituição micro (mas sem renegar a sua
25
relação com o aspecto macro – escola/Estado), a escola busca a concretização de seus
anseios para com o conhecimento científico por meio de um compromisso firmado com
a educação, no qual, objetiva-se não meramente o repasse de conhecimento, mas sim, a
construção ética deste.
Neste sentido, a experiência educativa se dará a partir da apreensão da própria
realidade, tendo como ponto de partida a compreensão desta e a “inconclusão do ser
humano de que se tornou consciente”, visto que a sua capacidade de aprender pode ser
usada não apenas para sua adaptação ao meio, mas para a transformação deste.
“Aprender [...] é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem
abertura ao risco e à aventura do espírito” (FREIRE, p. 76-77, 2002).
Tendo em vista o aluno que se pretende formar e a sociedade que se objetiva, o
processo de ensino e aprendizagem amplamente fundamentado na perspectiva de que
“não somos apenas objeto da história, mas seu sujeito igualmente” (FREIRE, p. 85,
2002), é reconhecer o condicionamento a que estamos expostos e negar o determinismo,
assumindo a responsabilidade ética para com os demais indivíduos, para com o
educando.
8. MARCO CONCEITUAL
Compreendida na complexa e determinante conjuntura vivenciada nos dias
atuais e fruto de um processo histórico, a educação está voltada para o rompimento das
amarras deflagradas pelo sistema capitalista vigente. Em seu aspecto generalizante, a
educação almeja continuamente a projeção do processo reflexivo, de uma alfabetização
contínua para além da mera recepção de informações, visto que esta recepção conduz a
um crescimento cada vez maior de indivíduos que não compreendem o universo em que
estão inseridos e que não fazem uso da totalidade de seu potencial de escrita e leitura,
isto é, as
[...] pessoas que estão mergulhadas no universo da comunicação de massas, analfabetas, semi-analfabetas, que não têm propriamente uma história da escrita e da leitura. Muitas pessoas foram alfabetizadas rapidamente e essa alfabetização foi apenas instrumental, serve somente para ler avisos, cartazes, indicações urbanas, e estão
26
mergulhadas diretamente nesse mundo atual [...] (ALMEIDA, 2001, p. 9).
Visto que este processo determinado pela perspectiva neoliberal, instituído desde
os anos 1970 nos países europeus e mais particularmente no final dos anos 1980 no caso
brasileiro, tem levado o sistema educacional como um todo a estar voltado para a mera
questão quantitativa de apresentação de números para agências internacionais de
desenvolvimento, como a própria USAID7 e BID8, relegando o aspecto de emancipação
e real apreensão do conhecimento para outros planos. Isto encaminha a escola pública,
apesar desta estar amparada por uma lei maior, Constituição Federal Brasileira quanto a
obrigatoriedade, qualidade acesso e permanência (Art. 205 e 206, 1988) ao
sucateamento deliberado de sua estrutura tanto física, quanto ao seu processo de ensino,
construção e reconstrução do conhecimento.
Esta é uma realidade que apesar de se apresentar complexa frente à sociedade, e
ainda, de não ser compreendida por esta, devido aos mecanismos ideológicos e de
alienação, compromete em níveis assustadores a qualidade educacional e como não
poderia deixar de ser, a escola pública na sua totalidade.
Por outro lado, compreendendo a escola como instrumento de luta que assume
também uma postura política, almeja-se a qualidade como um elo permanente nas
interações da comunidade escolar como um todo, uma vez que estes elementos
direcionam o agir pedagógico e o diálogo entre o corpo docente, discente e a
comunidade escolar.
Almeja-se também a compreensão de um sujeito compreendido em seu
processo histórico, capaz de refletir e compreender a realidade. Portanto, não se abdica
da história como parte determinadora, componente da constituição humanitária, indo
mais além, compreendendo o velho como cerne do novo, elemento fundamental que não
pode ser ignorado.
Na modernidade, o conceito de melhor é análogo ao de novo. Em educação, costumamos chamar de tradicional tudo o que nos desagrada. Corre-se atrás do melhor como se corre atrás do novo: o novo assunto, o novo método, a nova proposta, o novo currículo. Mas
7 Agência internacional de Financiamento.8 Banco Interamericano de Desenvolvimento.
27
de que é feito esse novo que tanto seduz? Da negação do já existente, que se passa a chamar de velho (KRAMER, 1997, p. 170).
Ao ter clareza de tais questões, faz-se necessário optar por um pressuposto
teórico que estabeleça relação entre a realidade escolar e o que se objetiva a partir desta.
Por considerar que o conhecimento científico é resultante de diversos saberes, entre os
quais o saber de classe, opta-se pela superação entre saber popular e cultura erudita, pela
construção de uma escola que negue a força reprodutora de desigualdades e que ao
mesmo tempo não seja reprodutora das contradições sociais impostas pelo sistema
capitalista, bem como, por uma educação não superficial e “aligeirada, mas que propicie
a transmissão dos conteúdos necessários para se atingir à consciência crítica a respeito
de práticas sociais, por meio das quais o mundo é construído” (ARANHA, 1996, p.
212).
Observa-se então com o que foi exposto até aqui, que a escola não é
desprovida de intencionalidade e de posicionamento político, visto que qualquer
posicionamento ou escolha é sempre um ato político, determinante também de sua
compreensão de ensino-aprendizagem. Neste sentido, o conceito de aprendizagem é a
mediação com a realidade, mediador da educação “no processo de transformação
social” (ARANHA, 1997, p. 216).
A escola se insere diante deste universo fazendo com que a mesma seja
instrumento de perpetuação do sistema vigente. O conhecimento por sua vez é
confundido com informação e o refletir, princípio norteador da escola, é trocado por
uma mera assimilação. Alunos e professores, como toda a comunidade escolar, vêem-se
diante de um paradigma que tende a ocultar a divisão de classes e a alienação dos
indivíduos, mascarando a desigualdade por meio de um discurso que repassa para estes
a responsabilidade por seu sucesso ou por seu fracasso.
Em meio a isto, falar de uma construção coletiva, deliberadamente requer a
desconstrução de alguns conceitos para a elaboração de outros, dentre os quais um
conceito que fundamenta a construção do Projeto Político Pedagógico de qualquer
instituição de ensino: a participação.
Evidentemente, não se está fazendo referência ao princípio de Estado mínimo,
deflagrado pelo neoliberalismo nas últimas décadas, que prevê uma participação em
estreita ligação com a cidadania de mercado, isto é, enquanto mantenedora. Participação
28
no sentido real requer contribuição, quebra de consensos e a permanente construção de
um espaço democrático.
Desta forma, subentende-se que a atual sociedade está repleta de ranços, cuja
base está na sua constituição inicial. Isto nos remete a um papel de interventores sociais,
de sujeitos históricos e não de mera adequação ao sistema.
Tais questões implicam ainda na compreensão das reais características de nossos
alunos, uma vez que estes são em sua grande maioria impossibilitados por diversos
outros elementos que ultrapassam os muros da escola, mas que ainda assim, compõe a
degradação da existência humana, restando aos mesmos as tensões decorrentes do
processo, ou seja, o “fascismo de consumo” (LINHARES, 1995)9.
Não estamos fazendo referência a uma educação redentora, com características
messiânicas, mesmo porque, como já foi explicitado anteriormente, a escola não é
isolada e nem é estanque, a mesma é reflexo dos determinantes sociais em sua
totalidade, deflagrando a sua continuidade.
Busca-se um esclarecimento por parte de todos os sujeitos históricos,
possibilitando um caminho rumo ao não conformismo social e a não naturalização do
darwinismo social10. Objetiva-se uma sociedade digna, justa, possível de desencadear
uma construção de bem estar independentemente da classe social a qual se está ligado,
onde o sujeito possua efetivamente a capacidade de avaliar, compreender, escolher,
decidir e intervir no meio em que vive.
A escola frente a estas questões pode e deve contribuir através do resgate da
ética e da moral no combate à banalização da vida humana, visto que a formação de
homens passa pela formação de mecanismos não excludentes, e ainda que no intuito de
plantar sementes, mesmo que numa terra árida, pela politização, pela reflexão, pelo
respeito à diversidade, enfatizando a construção de saberes científicos, estéticos,
filosóficos e de classe, considerando o aluno e o seu conhecimento já construído pela
educação não formal, na qual este está inserido desde o seu nascimento.
A construção da escola que se almeja, é inicialmente a construção de uma visão
de mundo e de uma compreensão da realidade, fundamentada em uma educação que
parte do conhecimento previamente constituído pelo aluno, ampliando o seu referencial,
possibilitando a passagem do senso comum para o conhecimento filosófico.
9Aspecto totalitário do sistema capitalista que induz ao consumo, ditando normas, condutas e estereotípicos.10Seleção daqueles indivíduos mais bem preparados ou mais fortes pela sociedade e pelo próprio sistema.
29
Objetiva-se assim, uma escola pública, laica11 e de qualidade, com uma
avaliação processual, contínua e gradativa, em que o aluno se sinta parte do processo.
Portanto, parte-se da necessidade de uma política educacional voltada para uma
formação sólida, e para práticas que se instalem, ainda que modestamente no interior da
escola, provocando a desalienacão, que prezem pela construção de indivíduos críticos e
amadurecidos pessoalmente e filosoficamente, para terem subsídios de enfrentamento à
manutenção da existência humana, visto que a razão, diante do modo de produção
capitalista e da criação de mazelas sociais está cada vez mais consolidada ao processo
de irracionalidade. O triunfo da tecnologia não assegura o triunfo da civilização, mas
em contrapartida, apenas delibera a sua utilização para aqueles indivíduos com poder
aquisitivo suficientemente para garantia de seu uso.
Ao ter clareza de tais questões, se faz necessário optar por um pressuposto
filosófico que estabeleça relação entre a realidade escolar e o que se objetiva a partir
desta realidade. O princípio filosófico reside no questionamento, em experimentar
caminhos, em
[...] contestar a busca desmedida e ilusória do futuro como superação, posto que seu preço tenha sido o esquecimento da história, o congelamento do presente e a anulação das experiências vividas, desmobilizando as possibilidades de efetiva mudança, de transformação radical das condições que engendrariam o novo com base no velho (KRAMER, 1997, p. 170).
Toma-se como norte para o desenvolvimento de todas as atividades realizadas
pela escola a pedagogia histórico-crítica, que ao apropriar-se de conceitos de Marx,
Gramsci, Kosik e outros representantes, possibilita um maior entendimento das questões
que permeiam o existir humano.
O objetivo da pedagogia histórico-crítica é apropriado em todo o seu
significado, pois a sua tarefa,
11 “A partir da Idade Moderna, [...] a moral vai se tornando laica (não-religiosa). Ser moral e ser religioso deixam de ser pólos inseparáveis e admite-se que uma pessoa atéia também seja moral, porque o fundamento dos valores não se encontram em Deus, mas no próprio ser humano” (ARANHA, , M. l. A. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1998).
30
[...] consiste na tentativa de reverter esse quadro, buscando construir uma teoria pedagógica a partir da compreensão de nossa realidade histórica e social, a fim de tornar possível o papel mediador da educação no processo de transformação social. Não que a educação possa por si produzir a democratização da sociedade, mas a mudança se faz de forma mediatizada, ou seja, por meio da transformação das consciências (ARANHA, 1996, p. 216).
Cabe explicitar que com o pensamento da autora citada acima, não se está
realizando uma compreensão equivocada do pressuposto que fundamenta a pedagogia
histórico-crítica, mas tendo clareza dos determinantes da relação entre infra-estrutura e
superestrutura e do princípio dialético, compreende-se que embora a educação esteja
presente no plano da superestrutura, sendo determinada pela sua base material (infra-
estrutura) e concebida como perpetuadora do modo de produção, o qual a define, esta
pressupõe de cada educador um compromisso que assumimos no embate contra a
alienação imposta.
Diante desta “razão irracional” (LINHARES, 1995), a escola como mecanismo
social, deve procurar estabelecer uma postura frente às tensões vivenciadas. É neste
sentido que a comunidade escolar deve assumir um desafio sim, mas com a total clareza
dos condicionantes que cada vez mais desestruturam a sua real função.
O Colégio Marcos Cláudio Schuster, como parte desta sociedade contraditória, e
ao mesmo tempo engajado no movimento de defesa a escola pública, propõem-se a
compreender a educação enquanto um processo constante de apropriação do
conhecimento, o qual proporciona a compreensão da realidade como princípio
fundamental para a real interação com o processo histórico. Haja visto, que a
dinamização da criatividade e do conhecimento se constrói à medida em que o espaço
educacional promove a abertura nas áreas do conhecimento, num enfoque
interdisciplinar, legitimando a visão de totalidade desencadeada através do
correlacionamento entre as disciplinas, gerando a criticidade do conhecimento,
contemplando a ética e o pluralismo cultural.
A escola se auto definirá à medida em que proporcionar a educação, mediando o
saber elaborado por meio de propostas e projetos desenvolvidos na escola, contribuindo
com a formação do aluno, através de habilidades e valores éticos necessários para a
convivência humana.
31
Tornando possível a apropriação do conhecimento através do currículo que
seleciona, ordena e sequencia o conteúdo, evidenciando as questões sociais, visto que
este não é um documento neutro e nem tão pouco delimitado por áreas específicas do
conhecimento, contemplando desta forma a perspectiva interdisciplinar da construção
de saberes, bem como, pela integração da escola com a comunidade, desenvolvendo
atividades sociais, culturais e educacionais, possibilitando uma maior participação no
cotidiano, favorecendo o entendimento e a valorização do trabalho desenvolvido pela
escola.
8.1 INCLUSÃO ESCOLAR
A escola é uma realidade histórica em um processo continuo e evolutivo, a qual
pressupõe a necessidade de ser compreendida enquanto uma prática tanto pessoal,
quanto social, “revestida de caráter contraditório e complexo” (SANTOS, p. 25, 2007).
É preciso, diante deste contexto, privilegiar a sua dinâmica enquanto algo não
acabado, mas em constante processo, visto que a escola “não é, e sim, está sendo”
(SANTOS, p. 25, 2007). É a partir destas situações concretas que a inclusão escolar e
social deve ser pensada, caracterizando a escola como possibilidade real para a
concreticidade de um ambiente que inclui, respeitando o indivíduo em toda sua
constituição.
Contudo é preciso que o processo de inclusão possa abarcar todas as dimensões
das necessidades dos sujeitos, sendo pertinente ressaltar, que a escola compreendida
como universal deve estar preparada com total condição para o exercício de sua função,
pois esta é um direto de todo e qualquer sujeito. Isto pressupõe que a articulação entre
teoria e prática possa estar planejada de modo a construir uma aprendizagem
significativa, possibilitando a compreensão da realidade na qual se está exposto,
elecando ainda as contribuições que as diversas áreas do conhecimento possam estar
realizando.
Requer ainda, uma reorganização do tempo e espaço de forma a flexibilizar o
processo como também o próprio currículo, adaptando as necessidades dos alunos,
revisando o processo avaliativo quanto aos ritmos de aprendizagem e ao
32
desenvolvimento humano a partir de instrumentos de avaliação compatíveis com a
flexibilidade e diversidade.
Fortalecimento do projeto político pedagógico no que tange a inclusão, formação
continuada dos diversos profissionais que atuam na instituição escolar, possibilitando
uma educação de qualidade. E ainda, toda uma reformulação do espaço físico da
instituição quando necessário.
Este sem dúvida, um dos maiores problemas enfrentado pelo Colégio Marcos
Cláudio Schuster, que realiza atendimento especializado aos deficientes visuais através
do CAEDV – Centro de Atendimento Especializado ao Deficiente Visual, no entanto
sofre por não poder ofertar um espaço adequado aos alunos com necessidade especiais.
É preciso repensar este espaço para além dos discursos ideológicos vazios que
padronizam o espaço do regular excluindo “de maneira velada as diferenças existentes”
(SANTOS, p. 27, 2007). Normatizando uma categoria tornando-a universal e
reprodutivista.
Percebe-se [...] que o regular existe nas minúcias do dia-a-dia. Ele pode ser claramente percebido quando se tem uma atitude crítica e atenta para a compreensão da realidade. O regular se manifesta no jeito de repassar os conteúdos escolares; na sistematização fragmentada nos cadernos dos alunos e das alunas; na organização do tempo, padronizando os horários de aulas iguais para todo as idades; no infileiramento de carteiras, no espaço das salas de aula limitando a criatividade; na invariância das possibilidades. Tudo isso denuncia o regular instalado, além dos livros didáticos sacramentados como verdades eternas, constituindo-se em verdadeiras bíblias didáticas, e os planos de aula, únicos e inflexíveis, insistindo em domar a diversidade (SANTOS, p. 28, 2007).
Promover qualquer tipo de mudança contra estas atitudes arraigadas necessita
que as diferenças sejam percebidas. As ações são possíveis nos mais diversos âmbitos,
desde a sala de aula até as políticas inclusivas, e estas perpassam pela transformação da
escola em face as demandas do mundo atual, ou seja, privilegiando no espaço escolar as
diversidades culturais, as alterações físicas estruturais, garantia de adequação do espaço
escolar e as mais diversas necessidades, como também as discussões que envolvem as
propostas inclusivas, o atendimento especializado, etc. Tendo em vista que as políticas
33
publicas “não são meros decretos apriorísticos para manter, de forma abstrata, a
realidade em movimento (SANTOS, p. 30, 2007).
É preciso que a escola compreenda que o ato político é tanto individual quanto
coletivo. A escola com qualidade que queremos, é aquela que contempla as diferenças,
neste sentido, as salas de recursos constituem-se em um avanço, mas diante da realidade
vivenciada por professores e alunos do Colégio Marcos Schuster, faz-se necessário, um
investimento na acessibilidade como rampas, portas com largura adequada para a
passagem de alunos cadeirantes, banheiros e diversos materiais que devem ser utilizados
de forma a garantir um melhor desenvolvimento, evidenciando o caráter de uma escola
para todos com acessibilidade garantida, já que a inclusão é mais do que falas
descoladas da realidade, isoladas do processo histórico ao qual o indivíduo se constitui.
8.1.1 CAEDV
Partindo da compreensão de que a inclusão educacional é mais que a presença
física, do que acessibilidade arquitetônica, mais que matricular o aluno com deficiência
no ensino regular, é um movimento responsável de uma rede de apoio aos educadores,
alunos e familiares.
A questão da inclusão não se refere a um único grupo (pessoas com deficiência),
mas sim a um amplo leque de exclusão de diferentes grupos marginalizados. Ao se
tratar de inclusão, é preciso que esta contemple de forma direta as diversas realidades
que se apresentam no universo escolar. Portanto, deve haver um trabalho em conjunto
entre o professor do ensino regular e especial, de modo a caracterizar
interdisciplinarmente a aprendizagem do sujeito, possibilitando condições favoráveis
para o seu desenvolvimento global.
Esta modalidade de ensino é ofertada, tendo em vista, a necessidade de se ter
um atendimento especializado para os alunos regularmente matriculados no Colégio
Estadual Marcos Cláudio Schuster, e em outras escolas, bem como de modo a
oferecer atendimento aos bairros adjacentes. Salientando o compromisso de um
trabalho permanente, no qual se respeite a diversidade do gênero humano, de acordo
com Declaração de Salamanca, (Espanha), 07/10/1994 sobre Princípios, Políticos e
Práticas em Educação Especial, bem como atender as necessidades básicas dos
portadores dessas deficiências.
34
Neste sentido, o CAEDV tem o objetivo de garantir o acesso e a permanência
dos deficientes visuais, independente da faixa etária, no sistema educacional por meio
da instrumentalização metodológica e acompanhamento educacional específico
necessário aos indivíduos portadores de cegueira ou baixa visão.
O Centro de Atendimento Especializado na Área da Deficiência Visual, foi
autorizado a funcionar pela SEED/DEE, conforme resolução de n.º 2827 de 28 de
setembro de 1990, sendo que o atendimento educacional ofertado por este obedece
características próprias, conforme a patologia e avaliação. A partir disto, o trabalho é
realizado ser feito em grupos e ministrado em sessões semanais de no mínimo 60
minutos de duração, podendo variar de acordo com o grau de comprometimento visual
e consequentemente a especificidade de cada aluno proporcionando os programas de:
Educação Infantil Especializada de 0 a 6 anos e Educação Preparatória e de Apoio à
Escolaridade de pessoas DV.
As atividades realizadas no CAEDV partem da instrumentalização no Braille,
Sorobã, Orientação e Mobilidade. Atendimentos Complementares Específicos:
atividades de vida diária, estimulação visual, ampliação de materiais em relevos,
recursos tecnológicos, e outras necessidades à sua perfeita integração no Ensino
Regular (ADV) e Apoio à Educação Básica.
A oferta de Atendimento Especializado ocorre sempre em período alternado ao
Ensino Regular. Para participar no CAEDV é necessário: Exame oftalmológico para
diagnóstico e prognóstico e Avaliação Diagnóstica, realizada pelo professor
especializado que atua no Centro de Atendimento Especializado ao Deficiente Visual.
Cabe ao professor do CAEDV o acompanhamento dos alunos matriculados, de
modo a desenvolver as atividades conforme as necessidades específicas, o controle de
freqüência dos alunos, contato periódico com a equipe técnico-pedagógica da Escola,
e sempre que possível ou se fizer necessário, com os professores de Classe Comum
para o acompanhamento do desenvolvimento do aluno, participação no conselho de
classe, realização de relatório pedagógico semestral em formulário próprio, sendo
registrados os avanços dos alunos.
Quando o aluno não necessitar do atendimento no CADEV, o mesmo será
desligado, sendo que este deve ser formalizado por meio de relatório pedagógico
elaborado pelo professor do Centro de atendimento, o qual deverá ser arquivado na
pasta individual do aluno. Cabe ainda ao professor a organização do cronograma de
35
atendimento de seus alunos e o repasse deste a equipe pedagógica. Em caso de
transferência para outro Centro de Atendimento, deverá compor a sua documentação
cópia do último relatório de acompanhamento semestral realizado no CAEDV.
A equipe pedagógica deve acompanhar continuamente as atividades realizadas
no CAEDV de maneira a facilitar o trabalho desenvolvido pelo professor e de modo a
contemplar o desenvolvimento do aluno no Ensino Regular, tendo em vista a
qualidade da prática educativa e a aprendizagem dos educandos, pois o compromisso
com esta, pressupõem a educação inclusiva , a real compreensão desta como um
direito do sujeito voltado para a potencialização do seu desenvolvimento.
8.1.2 SALA DE RECURSOS
Tem-se à nível de Estado por meio do departamento de Educação especial,
considerando os preceitos legais\Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
nº9394/96, Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Parecer
nº 17/01 – CNE, Resolução 02/01 – CNE e a Deliberação 02/03 – CNE –PR, a abertura
da Sala de Recursos de Recursos, a qual caracteriza-se como um serviço especializado
de natureza pedagógica que apóia e complementa o atendimento educacional realizado
em classes comuns do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries.
A sala de recursos conta com uma profissional formada para a área específica de
educação especial, o que oportuniza uma aprendizagem voltada para cada aluno de
forma a potencializar o cognitivo e minimizar ou atenuar as dificuldades percebidas nos
alunos atendidos.
São atendidos um número de 20 alunos regularmente matriculados no Ensino
Fundamental, egressos da Educação Especial ou aqueles que apresentam problemas de
aprendizagem com atraso acadêmico significativos, distúrbios de aprendizagem e/ou
deficiência mental e que necessitam de apoio especializado complementar para obter
sucesso no processo de aprendizagem na classe comum. Estes alunos estão
oprganizados em horários diferenciados para que se seja possível privilegiar tanto os
pequenos grupos, quanto o individual. Busca-se desta forma uma maior atenção por
parte do docente para com o aluno, possibilitando ao professor que está em interação
36
com o aluno matriculado na sala de recursos o conhecimento acerca de suas
necessidades, bem como, o acompanhamento deste, de forma a contribuir com o
trabalho desenvolvido em sala de aula regular.
Os alunos atendidos pela sala de recursos passam por avaliações tanto da
professora que atua na sala, quanto do Núcleo Regional de Educação (CRAPE), pois
juntos objetiva-se encontrar a melhor estratégia para se trabalhar na sala de recursos,
tendo clareza de quais necessidades o aluno apresenta.
Por meio de relatórios semestrais é possível acompanhar de maneira mais eficaz
o desenvolvimento de cada aluno atendido na sala de recursos, como também pela
interação contínua entre a professora de sala de recursos, professores de sala de aula
regular e equipe pedagógica.
Os professores de sala de aula comum devem por meio de relatório descritivo
fornecer sempre que solicitado, o seu parecer sobre o desenvolvimento do aluno. Além
da interação diária, o acesso às informações também ocorrerá nos conselhos de classe,
uma vez que a professora da Sala de Recursos acompanhará todos os conselhos em que
houver alunos provenientes.
A equipe pedagógica como elemento de integração a SR e a sala de aula comum
tem o intuito de contribuir para o desenvolvimento de ambas, articulando o trabalho da
SR em relação à sala de aula, mediante conselhos de classes bimestrais com a
professora responsável pela sala de recursos, tendo todos os dados registrados em ata e
ainda o acompanhamento diário dos alunos em sua aprendizagem, avaliações e na
interação com os demais alunos.
Além do trabalho desenvolvido, é preciso ter consciência que a inclusão
acontece à medida que os profissionais que atuam na instituição escolar a
compreendem, oportunizando uma aprendizagem voltada para a concretização da
inclusão, adaptando horários, currículos, avaliações, pressupondo um espaço destinado
a não excluir aquele que precisa sentir-se incluso.
8.2 SALA DE APOIO
A secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, considerando a LDBEN,
número 9394/96, nos artigos 23 e22, Inciso I; o Parecer número 04/98 – CNE/CEB, e a
37
Deliberação número 007/99 do Conselho Estadual de Educação/ CEE, implantou em
2004 o Programa Salas de Apoio à Aprendizagem, com objetivo de atender às
defasagens de aprendizagem apresentadas pelos alunos de 5ª séries do Ensino
Fundamental. O programa prevê o atendimento aos alunos, no contra-turno, nas
disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
No Colégio Marcos Cláudio Schuster, o Programa foi implantado em 2005, com
uma sala de apoio. Em 2006 e 2007, permaneceu o mesmo número de sala, no entanto,
com o aumento de alunos matriculados na 5ª série em 2008 e 2009 houve a necessidade
de abertura de mais de uma sala de apoio para o atendimento da demanda.
Visando proporcionar qualidade no processo de aprendizagem o Programa
contribui significativamente a tal expectativa. Os alunos que frequentam regularmente
tendem a melhorar em todas as disciplinas, pois ao dominar conteúdos nos quais tinham
dificuldades, ganham autoconfiança, sentem-se valorizados e tem mais disposição para
o estudo.
Apesar dos imensuráveis benefícios, enfrentamos dificuldades referente a efetiva
participação na sala de apoio. Diante das orientações realizadas a pais e alunos percebe-
se que vários são os motivos para a frequência irregular, como questões familiares,
sociais, etc.
Diante de tais dificuldades, cabe a escola efetivar o seu trabalho tendo clareza
acerca das contribuições que a sala de apoio pode trazer para o desenvolvimento global
do aluno.
Neste sentido, o professor da sala de apoio, professores de sala de aula comum e
equipe pedagógica devem manter um entrosamento permanente, isto é, são os
professores da sala comum que devem num primeiro momento diagnosticar por meio de
uma avaliação descritiva as necessidades apresentadas pelo aluno e encaminhá-lo para o
atendimento na sala de apoio.
O diálogo deve ser um elo permanente entre os professores, para que o
acompanhamento ao desenvolvimento do aluno possa ocorrer de maneira correta e não
unilateral.
Cabe ao professor de sala de apoio a realização de atividades específicas e
diferenciadas para o atendimento aos alunos, bem como a realização de relatórios
semestrais, justificativas de dispensas de alunos, participação em conselhos de classe de
38
sala de apoio e a comunicação direta com a equipe pedagógica sobre desenvolvimento
dos alunos, dificuldades e assiduidade.
A equipe pedagógica em relação a sala de apoio torna-se um elemento
integrador, cujo maior objetivo é a aprendizagem dos alunos, sendo portanto um elo na
articulação do trabalho pedagógico e efetivação da prática educativa..
8.3 DIVERSIDADE CULTURAL – AFRO DECENDÊNCIA
Historicamente o nosso país tem sofrido diante das crises cíclicas do capital e de
toda a expropriação que este sistema produz trazendo para o ser humano o ônus da
decadência da existência. O sistema capitalista no Brasil teve sua implantação
diferenciada dos países ditos de primeiro mundo, por esta ser tardia e por suas bases
serem sobre um país de colonialismo, utilizando e degradando o ser humano e
aproveitando o momento de ruptura com o sistema escravocrata para de forma radical
constituir-se enquanto modo vigente.
Esta contextualidade traz implícita em seu bojo uma particularidade singular: a
questão do negro e a inserção desta discussão como conteúdo formal dentro do currículo
escolar. Almeja-se ser esta uma condição de emancipação social e humana e não
subordinação do negro à cultura do branco. A determinação histórica mostra que os
negros foram sempre apresentados como mão-de-obra, a própria literatura explicita a
história dos vencedores.
Nossa dívida para com aqueles que subjugamos é imensa, uma vez que é
justamente a diversidade que caracteriza o patrimônio da humanidade. No entanto, esta
serviu como instrumento de opressão, de exploração e de perpetuação do poder.
Com isto, uma gama de estereótipos foram cristalizados em nossa sociedade,
construindo imagens positivas ou negativas de diferentes grupos sociais. Nesta
perspectiva, o negro foi e é constantemente subjugado, sendo muitas vezes o seu
estereotipo constituído a partir da imagem daquele que é diferente, inferior.
A própria história realiza esta ruptura servindo aos padrões ideológicos
instaurados, ou seja,
39
[...] a história oficial [...] contada a partir das experiências e da visão de mundo de pessoas que exercem ou servem ao poder [...]. Essa é uma das explicações para o fato de, na História do Brasil, a escravidão parecer suave e amena; os senhores de escravos, paternalistas; os escravos, dóceis e passivos. Todavia a violência escravocrata e a luta negra foram negadas (BENTO, 2005, p. 43).
Sem dúvida foram muitos anos de uma história contraditória, que deturpou os
indivíduos afro-descendentes envolvidos em sentimentos negativos “cujos feitos e
méritos foram relegados ou deturpados pelos historiadores”, gerando assim, o
aprofundamento do racismo e muitas vezes de um preconceito velado, tão perigoso e
ultrajante quanto qualquer outra forma de preconceito (Idem, p. 44).
Temos garantido em lei a proibição ao preconceito racial, no entanto, este existe
e é disfarçado por meio de discursos ou práticas que dissimulam o racismo. A exclusão,
a formação de guetos são práticas que se somam as citadas anteriormente. Estas
questões vão aparecer nos postos de trabalho, na diferenciação de salários, moradia,
acesso e permanência nas instituições de ensino independentemente do nível.
O Brasil é um país com muitas leis, mas na prática concreta, muitas vezes estas
leis não passam de discursos vazios, a exemplo da Constituição de 1988, a qual tratou a
prática discriminatória com o máximo de rigor. No entanto, apesar de garantias contra o
racismo, há poucos casos de condenação, então pode-se dizer que estamos diante de
situações extremamente contraditórias, já que o rigor da lei e das delegacias
especializadas não tem sido suficientes para acabar com a impunidade de práticas
discriminatórias.
Talvez isto se deva ao fato de que além das leis é necessário que haja também
consciência por parte dos indivíduos, não apenas por parte daqueles que cometem o
preconceito, mas também por parte daqueles que sofrem este mesmo preconceito. Na
medida que esta conscientização aumentar, crescendo também o número de denuncias,
poderemos estar efetivando um outro momento em nossa sociedade, uma vez que, a
omissão e o silêncio apenas tendem a reforçar práticas arraigadas.
É necessário termos clareza da importância do negro em nossa história e na
constituição da sociedade brasileira. Somos resultado de uma miscigenação e, portanto,
faz-se necessário um posicionamento da própria sociedade contra as práticas de racismo
e discriminação.
40
Na luta por políticas que possam ser mais do que medidas paliativas em relação
a divida da sociedade brasileira para com o negro, há inúmeros avanços no sentido de
resgatar o seu valor. Neste sentido, podemos citar a obrigatoriedade da inclusão de
História e Cultura Africana nos currículos da Educação Básica, evidentemente trata-se
de uma decisão política, no entanto, com fortes repercussões pedagógicas. “É
importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de
raiz européia por um africano, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a
diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira” (Diretrizes, 2005, p. 17).
Cabe, portanto, às escolas a inclusão nos estudos e nas atividades,
proporcionando diariamente as contribuições histórico-culturais dos diversos povos que
influenciaram a formação de nosso país.
No que tange ao campo educacional e em relação a estas questões, a lei 9.394
alterada pela Lei 10.639, a qual estipula a obrigatoriedade do ensino sobre História e
Cultura Afro-Brasileira para todos os estabelecimentos de ensino, “Fundamental e
Médio, particular ou público, sendo que os conteúdos serão ministrados no âmbito de
todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e
História Brasileira” (Cadernos Temáticos, 2005, p. 15).
Diante destas questões, o Colégio Marcos Cláudio Schuster compreende que a
temática é de extrema importância para o desenvolvimento dos alunos, pois tange a
questão da compreensão da realidade, como também, a possibilidade dos indivíduos se
compreenderem como sujeitos históricos, e não simplesmente resultado desta, mas
como elemento constituinte, partindo das micro-relações e relacionando-as com o
macro.
No que se refere aos conteúdos, acreditamos que a melhor maneira de abordá-los
é possibilitar uma postura interdisciplinar frente ao conhecimento devido a sua grande
relevância. Nesta perspectiva, a temática poderá ser abordada, pelas mais diferentes
disciplinas, de maneira a enfatizar a consciência do corpo discente diante da diversidade
cultural.
Compreendemos a inserção dos conteúdos sobre a diversidade cultural e Afro-
descendência, a partir de um contexto amplo, imerso em uma realidade que contrasta
com a problemática da atual sociedade. É justamente por esta compreensão que nos
posicionamos na construção de uma consciência que possa ir além dos condicionantes
41
impostos e, portanto, cumprindo nossa função na transmissão/construção e reconstrução
do conhecimento na ampliação da visão de mundo.
Por outro lado, tem-se clareza que esta dívida contraída historicamente não poderá
ser sanada apenas dentro dos muros da instituição escolar, mas perpassa de forma direta
o âmbito da ruptura com o sistema vigente.
8.4. CELEM
A escolha da língua espanhola abrange aspectos históricos e geográficos do Oeste
do Paraná, já que a referida região faz fronteira com dois países, Paraguai e Argentina,
cuja língua oficial é o Espanhol. Uma vez que na América Latina estamos não somente
vivenciando um grande avanço no crescimento econômico, tecnológico e industrial,
como também cultural através do primeiro acordo de âmbito continental, o Brasil,
Paraguai, Argentina e Uruguai transformaram-se em uma única zona comercial e a
partir desse processo de integração MERCOSUL12, a educação entra em pauta,
objetivando ampliar conhecimentos desencadeando atividades importantes para
intensificar a comunicação e a integração cultural entre os referidos países.
Neste sentido, o ensino de Língua Espanhola através do CELEM, oportuniza aos
alunos da Rede Pública Estadual o aprendizado deste idioma, de forma que se
apropriem dos conteúdos historicamente produzidos para poderem se comunicar,
efetivamente, em todos os contextos. Aprender Espanhol não é somente importante do
ponto de vista econômico e comercial, mas principalmente cultural e universal, uma vez
que apropriar-se dessa língua falada por milhões de pessoas é apropriar-se de diferentes
culturas e, conseqüentemente, da produção humana.
O CELEM atende quatro turmas que são compostas em média por 27 alunos,
sendo que o atendimento é realizado em horário intermediário. As atividades
desenvolvidas pelo CELEM são caracterizadas como extra curriculares e regulamentada
pela Resolução 3977/2006. O mesmo tem como ponto de partida o texto, verbal e não
verbal. Através do conteúdo estruturante “Discurso como prática social”. Sendo
trabalhadas questões linguísticas, sócio-pragmáticas, culturais e discursivas, incluindo
as práticas do uso da Língua Estrangeira: leitura, oralidade e escrita, abordando os
12 (Mercado Comum do Sul Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai).
42
vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, explorando: a intertextualidade, os
recursos coesivos, a coerência e somente depois de tudo isso, a gramática em si.
Nesta perspectiva, o trabalho com diferentes gêneros textuais deve se dar por
meio da oralidade, da leitura e da produção escrita, de maneira que o texto seja
entendido como toda produção linguística significativa, falada ou escrita, ou seja, as
mais diversas situações sociais e de produção de sentidos.
Os alunos matriculados no CELEM devem ter quatro (4) notas (médias) por ano,
o regime de avaliação é bimestral, o professor deverá manter o registro dos conteúdos,
frequência e avaliação no livro de chamada. As notas dos quatro bimestres serão somadas
e divididas por quatro, resultando na Média Final. Para ser aprovado o aluno deverá
atingir média final anual 6,0 (seis) e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por
cento).
Cabe ao profissional que atua no CELEM a participação em conselho de classe
com a equipe pedagógica, privilegiando o acompanhamento permanente da
aprendizagem dos alunos e a qualidade na prática educativa deste segmento.
8.5 ESTÁGIOS
Para que a escola possa viabilizar uma prática coerente com sua função, é
necessário estabelecer uma integração entre escola e trabalho; formação científica
básica e formação técnica específica; cultura geral e cultura técnica.
Nesse processo de integração, a educação deve possibilitar ao aluno a
compreensão do contexto em que vive, fazendo-o perceber-se como um agente
histórico, com consciência crítica acerca da relação homem-mundo.
As finalidades da integração, na perspectiva do trabalho como princípio
educativo, estariam em viabilizar a compreensão dos fundamentos científicos e
tecnológicos dos processos produtivos e em particular dos processos de trabalho,
consolidando uma formação profissional que ultrapasse o caráter restrito e utilitarista do
preparo imediato para o exercício de funções técnicas conduzindo a um processo
formativo capaz de gerar, de forma consciente, o conhecimento acerca das bases
científicas, históricas e culturais que explicam o trabalho e a tecnologia na
43
contemporaneidade. “O trabalho, em sua dimensão ontológica, manifesta-se como
atividade humana de produção da existência; é, portanto, ato de auto-criação do
homem” (MARX, 1978,).
A referência às perspectivas postas pelo mundo do trabalho na
contemporaneidade situa as proposições no PPP em relação à dinâmica histórica de uma
sociedade que se move entre continuidades e rupturas, e, enquanto documento de
política pública, manifesta o caráter de não neutralidade ao incorporar a dimensão
contraditória da sociedade capitalista.
Nesse sentido, o estágio é um elemento norteador da prática educativa que deve
ser compreendido também como um ato educativo. Assim o Colégio Estadual Marcos
Cláudio Schuster – Ensino Fundamental e Médio regulamenta em seu Projeto Político
Pedagógico as questões referentes ao estágio partindo do pressuposto citado acima, uma
vez que, “tomar o trabalho como princípio educativo significa, em última instância,
recorrer à teoria e à prática do trabalho como referências permanentes na organização
do trabalho pedagógico: do planejamento (definição das concepções, do perfil, dos
conhecimentos, das formas metodológicas, das disciplinas, dos processos de
acompanhamento), à efetividade do currículo em ação, isto é, á materialização dessas
intencionalidades no cotidiano das salas de aulas” (Mônica Ribeiro da Silva).
Historicamente o estágio está amparado por legislação específica: Lei nº. 6.494
de 7 de dezembro de 1977, pelo Decreto nº 87.497 de 18 de dezembro de 1998, pelo
parecer 35/03 do CNE e pelo decreto 3874 de 09 de novembro de 2004 e em
atendimento a lei 11.788/08.
Diante disto, as atividades de estágio, configurando-se como um ato educativo,
procedimento didático-pedagógico que oportuniza ao aluno o exercício prático, o
aperfeiçoamento técnico-cultural, científico e de relacionamento humano integrando o
estudante no mundo do trabalho.
No Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster, o estágio não é obrigatório, caso
haja interesse por parte do aluno, este deverá procurar o agente de integração
responsável pela viabilização dos estágios, pois o estabelecimento de ensino não tem
qualquer obrigação de encaminhá-lo. No entanto, o estabelecimento deverá acompanhar
o desenvolvimento dos alunos que realizam o estágio, auxiliando-os no que for
necessário para o bom desenvolvimento de sua aprendizagem de forma que esta não
seja prejudicada pela atividade, contando ainda com a equipe pedagógica no sentido de
44
orientação dos alunos quanto do quadro docente, tornando-se um elo de ligação para o
processo de desenvolvimento dos educandos, conforme lei 11788/08.
O termo de compromisso e o plano de estágio somente serão assinados pelo
responsável do estabelecimento de ensino, após verificação da regularidade da
freqüência do estudante.
Tendo em vista que, o desenvolvimento do aluno frente a sua aprendizagem
deve ser garantida, resguardado o seu direito de acesso e permanência na escola, direito
este inalienável, pois parte-se da compreensão que os sujeitos históricos ampliarão sua
visão de mundo e do universo do trabalho - suas rupturas e componentes ideológicos
ditados pelo sistema - quando o trabalho possibilitar ao homem a transformação do
meio e de si mesmo, rompendo com o caráter assumido e perpetuado pelo sistema, o
qual fragmenta os sujeitos.
9. MARCO OPERACIONACIONAL
O termo gestão democrática é mais do que um chavão dito sem intencionalidade.
Este aplicado ao ambiente escolar volta-se a uma educação, a um processo constante de
apropriação do conhecimento, proporcionando a compreensão da realidade como
princípio fundamental para a real interação com este processo. Uma vez que, a
concretização da democracia ocorre quando todos participam, [...] “‘havendo, portanto,
real participação deles nos rendimentos da produção’” (VIEIRA apud LIMA, 2004, p.
22).
Isto significa que
[...] um modelo de participação que desconstrua o conservadorismo, ou produção, a distribuição de renda, indica uma sociedade em processo democrático, o que, por sua vez, condiciona as políticas sociais, que se referem aos serviços sociais (LIMA, 2004, p. 23).
Portanto, a compreensão de participação e de gestão democrática deve estar
relacionada também a uma visão de mundo e das contradições impostas em nossa
sociedade. Levantar a bandeira quanto à democratização do processo de participação é
antes de tudo compreendê-lo enquanto resultado do processo histórico. Diante disto,
cabe lembrar que esta questão no atual sistema vigente caracteriza-se pelo processo de
45
igualdade e de liberdade. Contudo, esta igualdade está vinculada “[...] segundo a
capacidade de cada indivíduo, e não a igualdade real na sociedade” (VIEIRA apud
LIMA, 2004, p. 22).
Tais considerações devem ser bem esclarecidas, pois a utilização de termos
podem ser recontextualizadas mesclando-se as ideologias capitalistas. A participação
que tanto se almeja não é aquela divulgada pela mídia como a participação
mantenedora, esta apenas desrenposabiliza o Estado de funções repassando para a
sociedade o cumprimento das mesmas. Neste sentido tratar de “[...] democracia no
Brasil é uma atividade que remete mais ao plano das esperanças do que ao das
realizações. Com efeito, quando é que podemos dizer que houve um regime
verdadeiramente democrático no Brasil?” (CUNHA apud LIMA, 2004, p. 21).
Temos diante deste pequeno referencial exposto total consciência das barreiras
que o processo de real democratização enfrenta em nosso país. Como também, de sua
necessidade para a composição da coletividade, princípio fundamental da participação.
O princípio de participação direta é essencial para compor o processo democrático e garantir o controle social na elaboração e aplicação das leis. Tal princípio embasa o aspecto da representatividade, que também compõe a democracia, mas esta não pode ser reduzida a esse aspecto (LIMA, 2004, p. 29).
A democracia é um processo no qual a comunidade escolar pode e deve
perceber-se como parte integrante do poder de decisão, contribuindo deliberativamente
para a garantia da dignidade dos sujeitos, reconhecendo e influenciando a comunidade
escolar (BOSCO, 2004).Neste sentido, o Colégio Marcos Cláudio Schuster, compreende
a pluralidade de concepções que tentam definir e contextualizar o processo democrático
de participação, evidenciando-o no sentido de compartilhar, trocar idéias, possibilitar a
intervenção na tomada de decisões, compreendida fora do âmbito de constituição
neoliberal, descentralizando o poder e não repassando responsabilidades.
Compreendendo este como um compromisso a ser cumprido pelos gestores da unidade
escolar em parceria com toda a comunidade escolar. Sendo este, portanto, princípio
norteador do plano de ação 2010/2011, o qual visa também o comprometimento total
com a qualidade em sua essência.
Deliberando ainda, condições para a concretização de diversos momentos nos
quais possamos estar refletindo sobre a realidade da escola e suas necessidades,
46
auxiliando e participando na tomada de decisões, seja por meio de reuniões, debates,
diálogos, bem como, realizando os encaminhamentos decorrentes deste processo.
Articular a práxis pedagógica é também possibilitar a interação constante,
possibilitando ainda, uma maior organização das horas-atividades de modo a privilegiar
o diálogo entre o corpo docente, realizando uma caminhada para a construção da
interdisciplinaridade. Para que isto ocorra mais do que propiciar momentos que
privilegiam encontros de diversas áreas, contemplando também a constante reflexão por
meio de textos e de fundamentações, que estarão norteando o pensar e por sua vez o
agir.
O Colégio Marcos Cláudio Schuster também visa o favorecimento da
capacitação permanente de seu quadro de professores e funcionários, possibilitando
além de grupos de estudo e discussões sobre diferentes temáticas, o incentivo constante
destes para cursos fora do ambiente escolar, priorizando o seu crescimento, o que reflete
no processo educativo. A possibilidade de articular a permanente construção do
conhecimento também no interior da própria unidade escolar, é um mecanismo de
inclusão dos profissionais que nela atuam.
No que tange à participação da comunidade discente, foi institucionalizado o
Grêmio Estudantil em junho de 2008, pois foi possível observar a necessidade de uma
atuação mais efetiva por parte desta. Tem-se clareza que o Grêmio Estudantil faz parte
da comunidade escolar, o que significa que ele participa do cotidiano da escola e
compromete-se com seu dia-a-dia, juntamente com os demais envolvidos. Para tal os
critérios quanto a eleição do mesmo serão observados com o auxilio do Núcleo Estadual
de Educação juntamente com a comunidade escolar, e ainda com a conscientização por
parte dos alunos quanto ao significado e função do grêmio estudantil, o no ano de 2007
começa com a eleição dos representantes de turma.
Um Grêmio que estabelece relações na coletividade encontrará mais pessoas
comprometidas com as ações que pretende realizar, e assim, poderá ampliar o alcance e
o impacto de suas iniciativas. Este por sua vez, estará em consonância com APMF, a
comunidade e a unidade escolar.
Participar é também encontrar direcionamentos para a transformação, visto que, se
não estamos satisfeitos com as ações, com nossa realidade podemos encontrar os pontos
a serem alterados, possibilitando desta forma, uma maior interação, construindo um
47
processo que emana a cidadania. Já se estamos contentes com as ações, podemos
participar divulgando e contribuindo para que outras pessoas aprendam.
Quanto mais estimulamos a colaboração e a solidariedade dentro da escola e em
nossa comunidade, mais estaremos participando da construção de uma cidadania
consciente e responsável. Este se configura como o desafio do GRÊMIO
ESTUDANTIL13
Por meio de uma análise diagnóstica, observou-se que os representantes de turma
assinalam a falta de participação do corpo discente como um dos maiores problemas. O
que ocasiona a fragmentação da representatividade, pois não há uma unificação de
idéias, ou seja, o não compartilhar leva à perda do diálogo e da troca de idéias.
Na escola as atividades que contam com maior envolvimento por parte dos alunos
são, esportiva, ambiental (reciclagem), oratória, matemática, mas este envolvimento
acaba sendo determinado apenas ao nível de uma pseudo-representatividade, uma vez
que, limita-se ao conhecimento dos professores envolvidos e à participação que ocorre
nas salas de aula em que os alunos pertencem.
A partir do que foi diagnosticado, pretende-se atuar no sentido de levar esse
envolvimento da comunidade discente além das limitações do espaço escolar,
divulgando os seus talentos, colaborando para um desenvolvimento mais integral.
Quanto aos princípios de participação também abordados pela APMF (Associação
de Pais, Mestres e Funcionários), objetiva-se uma sincronia do espaço escolar. Visto
que a APMF emerge da necessidade de desenvolver ações de conscientização de cada
um dos integrantes da comunidade escolar – Alunos, Professores, Equipe Pedagógica,
Diretor, Pais e Funcionários, para uma maior conscientização e compreensão de seu
papel no universo escolar, considerando ainda questões como a cooperação mútua, o
respeito, a participação e a coletividade.
A APMF14 visa propiciar formas de integração família-escola-comunidade,
efetivando-se como elo estruturador das atividades desenvolvidas na escola e ainda
sendo referencial para as avaliações decorrentes de sua atuação. É um órgão que vai
além da mera representatividade, mas enquanto mecanismo integrador que busca a
consonância com a proposta pedagógica da escola.
Tais questões visam a dinamização da criatividade e do conhecimento, já que esta
se constrói na medida em que o espaço educacional promove a abertura nas áreas do
13Em anexo a atual constituição do Grêmio Estudantil.14Em anexo a atual constituição da APMF.
48
conhecimento, num enfoque interdisciplinar, legitimando a visão de totalidade
desencadeada por meio do correlacionamento entre as disciplinas, gerando a dignidade
na construção da cidadania, contemplando a ética, o pluralismo cultural.
Desta maneira, a escola se auto definirá a medida que proporcionar a educação,
mediando o saber elaborado por meio de propostas e projetos desenvolvidos na escola,
contribuindo na formação da personalidade do aluno, construindo sua cidadania, por
meio de suas múltiplas habilidades e valores éticos necessários à convivência
humana.Tal aspecto torna possível a apropriação do conhecimento por meio do
currículo que seleciona, ordena e seqüencia o conteúdo, evidenciando as questões
sociais, visto que este não é um documento neutro e nem tão pouco delimitado por áreas
específicas do conhecimento, contemplando desta forma a perspectiva interdisciplinar
da construção de saberes, bem como, pela integração da escola com a comunidade,
desenvolvendo atividades sociais, culturais e educacionais, possibilitando uma maior
participação no cotidiano escolar, favorecendo o entendimento e a valorização do
trabalho desenvolvido pela escola.
Quanto ao Conselho Escolar15, o qual também se constitui como uma das
instâncias colegiadas presentes no interior da escola, deliberativa, consultiva, avaliativa,
e fiscalizadora sobre a organização e a realização do trabalho pedagógico e
administrativo do estabelecimento de ensino, em conformidade com a legislação
educacional vigente e orientações da Secretaria de Estado da Educação, segundo o que
rege a Lei de Diretrizes e Bases da Educação número 9.394/96, possibilita a
comunidade escolar a atuação direta em relação a todas as atividades desenvolvidas pela
escola.
9.1 DDESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Atualmente em nossa sociedade temos vivenciado momentos de crise
especialmente na estruturação da cultura, nas influências do ambiente, o que refletem
diretamente no processo educacional como um todo.
Tais momentos se caracterizam como desafios para a constituição da escola, pois
surgem como demandas novas, exigindo posicionamentos em relação à complexidade
de cada um dos segmentos que se apresentam no universo escolar.
15Em anexo a atual constituição do Conselho Escolar.
49
A relativização constante dos desafios, impede as nossas ações em busca do
“saber mais”, minimizando o conhecimento dialeticamente produzido, bem como a
análise da constituição da realidade na qual estamos inseridos.
Rever a prática educativa para que possamos impulsionar novas ações é
possibilitar releituras para os desafios contemporâneos que se apresentam na atualidade
e nas instituições de ensino, como também na sociedade, tendo em vista que estas não
se dissociam, estando portanto entrelaçadas na prática diária.
Constituem como desafios contemporâneos, a Educação Ambiental (lei nº
9.795/99), Educação Fiscal (Portaria 413/2002), Cidadania e Direitos Humanos,
Enfrentamento à Violência nas Escolas, Educação para as Relações Étnicos Raciais,
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Gênero e Diversidade Sexual, Diversidade
Educacional (Inclusão Educacional, Cultura Afro-brasileira e Africana (lei nº
10.639/03), Educação Indígena (lei nº 11.645), Educação do Campo (DCE do
Campo), História do Paraná (lei nº 13.381/01). Por se constituir em frutos
massificantes da sociedade capitalista, tais elementos são de extrema relevância para
uma aprendizagem significativa por porte da comunidade escolar.
Deste modo, a inserção dos desafios na realidade da escola dar-se-á mediante à
sua inclusão nos conteúdos de cada disciplina, vislumbrando as inúmeras possibilidades
de trabalho dos conteúdos, na perspectiva de proporcionar aos educandos uma educação
compatível com o respeito à diversidade multicultural e pautada em princípios éticos e
democráticos.
A inserção dos desafios contemporâneos nas disciplinas e conteúdos específicos
visa a formação de sujeitos conscientes, bem como a mudança de posturas já
cristalizadas pelo sistema capitalista, excludente em sua constituição, problematizando
situações e pseudo-realidades, vislumbrando uma educação realmente voltada para a
constituição do ser humano.
Neste sentido, o Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster, a partir dos desafios
contemporâneos, pretende envolver a comunidade escolar em discussões, ações
referentes aos problemas que tanto desestruturam os jovens, propondo um trabalho
coletivo que busque a compreensão destes e os possíveis enfrentamentos para a
superação de tal realidade, à medida que os conteúdos de cada disciplina possibilitarem
tais ações, por meio de debates coletivos, seminários, projetos interdisciplinares,
50
mostras culturais e Equipe Multidisciplinar16, a qual instituída pela instrução da
SUED/SEED, de acordo com o art. 8 da Deliberação nº 04/06 – CEE/PR, tem a
finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à Educação das
Relações Étinco-Raciais e ao ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e
Indígena. Intervindo de forma concreta e subsidiando a melhor compreensão do cenário
dos desafios na sociedade contemporânea e suas conexões com a realidade do
educando.
No que diz respeito a Agenda 21, problematizar-se-á por meio das diversas
disciplinas que compõe a Educação Básica, fomentar ações de conscientização, as quais
emergem das discussões a cerca da relação estrutural do ser humano com a natureza na
forma de modificá-la para sua subsistência, bem como, na forma de utilização da
mesma como recurso capitalista. Tais ações permearão debates, discussões com a
comunidade escolar, reunião com os pais de alunos, pesquisas que referenciem o
conhecimento acerca da preservação, conservação e recuperação do meio ambiente,
divulgação de textos que tratem da questão, projetos de manutenção da limpeza da
escola, cujo objetivo principal é a articulação de todos no cuidado com o lixo e
decorrente disto com a proteção ao meio ambiente.
Ao criar a Agenda 21 escolar, o Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster
pretende envolver a comunidade escolar em ações acerca dos problemas que afetam a
qualidade de vida dos envolvidos, propondo soluções e/ou superação de tais
dificuldades. Este trabalho é coletivo e envolve parcerias com interessados em melhorar
as condições da escola e comunidade. É uma proposta que visa conscientizar os
cidadãos de modo que alcance o desenvolvimento sustentável, ou seja, como continuar
desenvolvendo nossa comunidade, nosso país, com respeito ao meio ambiente e com
maior justiça social. Para isto visamos realizar atividades sobre o meio ambiente, de
modo que todas as disciplinas dentro de suas especificidades, possam levar o educando
e os educadores ao conhecimento da realidade da comunidade escolar de forma a agir e
colaborar a sua transformação. Como tudo o que acontece tem suas causas e também
efeitos. Assim, a Agenda 21 em nossa escola tem o propósito de levar os educandos a
analisar, refletir, mudar de postura diante da realidade brutal que o sistema deflagra ao
meio ambiente. A partir da coletividade escolar podemos não apenas identificar os
problemas, mas viabilizar num futuro próximo a mudança de postura dos envolvidos no
16Em anexo componentes da Equipe Muldisciplinar.
51
processo de aprendizagem para que também haja uma mudança da sociedade que nos
cerca.
Nos Estudos da História do Paraná, enfatizar não somente a história nacional e
universal, mas reportar também a história local, faz com que o aluno comprenda a
dimensão do local em que vive.
Neste sentido, pode-se dizer que este é um dos maiores desafios encontrados
pelo professor da atualidade é fazer com que o conhecimento histórico aconteça de
forma contextualizada e interdisciplinar. No que tange a disciplina de História, o
processo ressalta ainda mais a importância de problematizar os conteúdos a partir do
passado: memórias, costumes de povos e localidades, para compreensão do presente e
percepção do futuro. Segundo Eric Hobsbawm,
[…] passado, presente e futuro constituem um continuum . Todos os seres humanos e sociedades estão enraizados no passado – o de suas famílias, comunidades, nações ou outros grupos de referências, ou mesmo de memória pessoal – e todos se definem sua posição em relação a ele, positiva ou negativamente. Tanto hoje como sempre: somos quase tentados a dizer 'hoje mais que nunca'. E mais, a maior parte da ação humana consciente, baseada em aprendizado, memória e experiência, constitui um vasto mecanismo para comparar constantemente passado, presente e futuro. As pessoas não podem evitar a tentativa de antever o futuro mediante alguma forma de leitura do passado. Elas precisam fazer isto. Os processos comuns da vida humana consciente, para não falar das políticas públicas, assim o exigem. E é claro que as pessoas o fazem com base na suposição justificada de que, em geral, o futuro esta sistematicamente vinculado ao passado, que, por sua vez, não é uma concatação arbitrária de circunstâncias e eventos (1999, p. 178).
Para atender a este objetivo, as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de
Educação Básica do Estado do paraná atribui a necessidade de sistematizar o conteúdo
específico da História do Estado do Paraná, tendo o caderno pedagógico como material
de apoio e de materiais científicos que problematizem o estudo para uma abordagem
mais específica do tema.
10. AVALIAÇÃO
52
Compreender a avaliação, significa ir além do campo das aparências, buscando
suas relações com um nível mais profundo da realidade, de modo a compreendê-la e
intervir para sua transformação.
A partir do momento em que todos nós tivermos clareza de que a função social da escola está, em possibilitar ao aluno o acesso ao conhecimento e que este é a via de emancipação humana e social, estaremos sim preocupados com a aprendizagem efetiva. Talvez para os alunos da escola pública este seja o melhor ou quem sabe, para alguns, o único meio de acesso ao conhecimento de forma organizada. É este conhecimento que lhe possibilitará compreender o mundo em suas contradições e, à luz da história dos homens, mover esforços para mudar sua prática social. Contudo, este papel só será alcançado se todos coletivamente se sentirem responsáveis pela escola, pela sociedade, pelos alunos e pela aprendizagem. Para isto, é indispensável conceber a escola como espaço incondicional de socialização do conhecimento e de instrumentalização da comunidade escolar (Material de apoio/SEED,2009 p. 04).
Neste sentido, “o papel da escola na promoção desta aprendizagem a partir da
clareza de sua função, dos instrumentos e critérios de avaliação, dos processos de ensino
e aprendizagem e da própria prática pedagógica” possibilita em qualquer nível que a
avaliação se estabeleça, o seu objetivo deve ser sempre a busca do diagnóstico acerca de
uma dada realidade com vistas a estabelecer uma intervenção construtiva, determinante
de uma ação mediatizada (Material de apoio/SEED, 2009, p. 4).
Para Gandin, “a avaliação é um julgamento sobre uma realidade concreta ou
sobre uma prática, à luz de critérios estabelecidos prévia ou concomitantemente” (1995,
p. 2). Portanto, os critérios de avaliação estarão fundamentados na ética, na proposta
pedagógica e em um pressuposto teórico que possibilite o interagir entre tais questões.
Enquanto parte do contexto de aprendizagem, a avaliação deve basear-se no
aprendizado decorrente do processo como também nos próprios mecanismos de ensino.
Avaliar é um processo que aponta, identifica falhas, diagnostica, visualiza as
conquistas, possibilitando momentos de reflexão acerca das diversas práticas realizadas
na escola, o que requer vários critérios, de modo a contemplar as diversas habilidades e
dentre estas, a habilidade para a oralidade e para a escrita, visto que avaliar é também
compreender as subjetividades para desenvolvê-las, é uma análise da “prática
pedagógica de todos os envolvidos, com o objetivo de corrigir rumos e repensar
situações para que a aprendizagem ocorra. Ao avaliar a aprendizagem dos alunos esta se
53
avaliando a prática dos professores, a gestão, bem como o próprio sistema de ensino
como um todo” (material de apoio/SEED, 2009, p. 07).
Neste aspecto, os instrumentos de avaliação são meios e recursos utilizados para
se alcançar determinado fim, de acordo com os encaminhamentos metodológicos e em
função dos conteúdos e critérios estabelecidos para tal. O importante é destacar que este
fim não é a aquisição pura e simples de conhecimento, mas o seu processo de
(re)elaboração e as ações a que conduz os alunos em relação a uma prática social, tendo
em vista a própria condição humana.
Assim, a avaliação do processo ensino e aprendizagem se dará de diversas
formas, sejam elas: acompanhamento individual do aluno, por meio de avaliações
escritas e orais; por seu desenvolvimento coletivo, o que implica a sua produção na
coletividade, seja ela por meio de trabalhos em grupos, teatros, seminários, mostra de
ciências, feiras, exposições, etc. Isto refletirá em um registro da avaliação, a qual será
discriminada em notas, sempre evidenciando, que o fim da avaliação não é meramente
uma nota estanque, mas a real compreensão do processo de ensino e aprendizagem,
visto que o resultado desta volta-se para uma análise cuidadosa deste processo, no
intuito de verificar falhas, retomar conteúdos, discussões, diagnosticar as dificuldades
de aprendizagem e desenvolver mecanismos para o seu atendimento.
10.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
“Ao remeter-nos aos critérios de avaliação estes são compreendidos como um
referencial que gera parâmetros que devem ser previamente estabelecidos e descritos na
Proposta Curricular Pedagógica e no PTD. Estes devem ser conhecidos pelos alunos,
favorecendo a transparência, a orientação do trabalho discente e a co-responsabilidade
do aluno no processo de aprendizagem. Portanto, remete-nos a compreender que os
critérios, instrumentos, forma e conteúdo caminham numa mesma perspectiva. Sendo
assim, os critérios de avaliação devem revelar na sua prática a relação coerente com as
diretrizes Curriculares, o PPP, e o estabelecido no Plano de Trabalho Docente,
apresentados aos discentes, e, se necessário adequá-los às necessidades educativas
apresentadas no decorrer do processo.” (material de apoio/SEED, 2009, p. 08)
É imprescindível que se privilegie novas formas do atendimento coletivo em que
a reflexão e a participação sejam elementos centrais para construção de uma escola de
54
qualidade, portanto, os conteúdos curriculares serão trabalhados de forma significativa e
interdisciplinar sistematizando as disposições e atitudes de como pesquisar, selecionar
informações, analisar, sintetizar, argumentar, cooperar de modo que os alunos possam
participar da sociedade incluindo-se aí a cidadania, o trabalho e a continuidade dos
estudos.
O processo de avaliação terá uma periodicidade bimestral, constituindo-se de no
mínimo três avaliações por bimestre, com peso 100, realizando também a recuperação
paralela paralela. Cabe ressaltar ainda que caso o aluno perca a prova ou a recuperação
paralela por motivo de doença, este terá o direito de fazê-la em uma nova data se estiver
amparo legalmente por atestado médico. Deste modo, a avaliação estará embasada na
busca continua de seus objetivos, ou seja:
• a busca de alternativas oportunizando o avanço e a diferença do
processo de aprendizagem;
• em seu caráter diagnóstico deve superar a questão dos escores,
resgatando o comprometimento do professor e do aluno na
aprendizagem;
• compromisso do professor em avaliar para a promoção do aluno;
• compromisso do aluno com a apropriação do conteúdo durante todo
processo de ensino e aprendizagem;
• na busca de alternativas que favoreçam a recuperação de conteúdos
essenciais evitando assim a evasão e repetência, para que o significado
expresso na nota seja o real (apropriação de conteúdos).
Diante desta perspectiva, cabe ainda evidenciar que avaliar também significa
adotar como princípios norteadores, a formação do aluno em todas as atividades
propostas; agir coletivamente; avaliar o aluno como um todo, resgatando a caminhada
de cada um, inserindo-o no coletivo; buscar uma nova cultura avaliativa que
desmistifique a mera classificação, visando o desenvolvimento integral do aluno;
desenvolver as atividades diárias, centradas na prática curricular, comprometendo-se
com sua melhoria e principalmente, avaliar o aluno para poder intervir e promover o
avanço.
55
10.2 RECUPERAÇÃO PARALELA
De acordo com Vasconcelos (2003) a “Recuperação Paralela de Estudos
consiste na retomada de conteúdos durante o processo de ensino e aprendizagem,
permitindo que todos os alunos tenham oportunidades de apropriar-se do conhecimento
historicamente acumulado, por meio de metodologias diversificadas e participativas.
No cotidiano escolar, ouvimos muitas vezes a expressão: recuperamos o
conteúdo. Cabe perceber que esta expressão pode revelar a perda de parte do sentido do
processo. Não recuperamos o que não adquirimos, portanto a afirmação recuperamos
conteúdos, esta intrinsecamente ligada ao ensino. A recuperação diz respeito a um
processo de ensino que precisa ser revisto, a luz das condições daquele que não
aprendeu (educando)”.
Por sua vez, a Recuperação dos Estudos é concomitante e ocorre de duas
maneiras, a seguir descritas:
• a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de
avaliação;
• a reavaliação do conteúdo já retomado em sala de aula, sendo que no processo de
recuperação a média maior deverá prevalecer, isto é entre a média da avaliação e a
média da recuperação, permanecerá como média final aquela de maior valor.
• todo o processo deverá ser devidamente registrado no diário de classe do professor.
Evidenciando ainda que tal aspecto encontra-se embasado na Lei de diretrizes
e Bases da Educação nº 9394/9617 .
10.3 PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO E RECLASIFICAÇÃO
17Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) lll- zelar pela aprendizagem dos alunos; lV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V- ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional.Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes
regras comuns: V- a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os eventuais provas finais; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escola, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.
56
Conforme o Regimento Escolar, Classificação é o procedimento que o
Estabelecimento adota, segundo critérios próprios, para posicionar o aluno na etapa de
estudos compatível com a idade, experiência ou desempenho adquiridos por meio formais ou
informais.
A classificação pode ser realizada por:
• por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento, a série ou fase
anterior na própria escola;
• por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas do país ou exterior,
considerando a classificação da escola de origem;
• independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola,
que define o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permite a sua
matrícula na série ou fase adequada.
10.4 CONSELHO DE CLASSE18
É um orgão colegiado e uma instância avaliativa que analisa, discute e
delibera sobre os processos de ensino e aprendizagem nos estabelecimento de ensino.
É um organismo colegiado, constituído no espaço da escola, que prioriza a
discussão pedagógica em torno dos processos de ensino, de aprendizagem e de
avaliação. É mais do que uma reunião pedagógica, é parte integrante do processo de
avaliação desenvolvido pela escola. É o momento privilegiado para redefinir práticas
pedagógicas com o objetivo de superar a fragmentação do trabalho e oportunizar formas
diferenciadas de ensino que realmente garantam a todos os alunos a aprendizagem.
O Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster estrutura o seu Conselho de
Classe nas seguintes dimensões:
• Conselho de classe participativo: Momento em que o professor regente interage com
a turma, ouvindo-os em sua auto-avaliação no que tange a aprendizagem,
18Base legal para o conselho de classe: LDBEN n° 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; PARECER Nº 12/1997 – Conselho Nacional de Educação; DELIBERAÇÂO Nº 014/99 Conselho Estadual de Educação; DELIBERAÇÂO N} 002/2002 Conselho Estadual de Educação; DELIBERAÇÃO Nº 007/99 – Conselho Estadual de Educação; Resolução e Instrução específicos do Calendário Escolar, editada anualmente pela SEED – Secretaria Estadual de Educação.
57
dificuldades, sugestões, etc, registrando todos os comentários em ata, para
posteriormente ser discutido no conselho de classe com o corpo docente;
• O pré-conselho de classe: configura-se como a oportunidade de levantamento de
dados, os quais, uma vez submetidos à análise do colegiado, permitem a retomada e
redirecionamento do processo de ensino, com vistas à superação dos problemas
levantados e que não são privativos deste ou daquele aluno ou desta ou daquela
disciplina. Não se constituem em ações privativas, implicam em decisões tomadas
pelo coletivo escolar;
• O conselho de classe: quando os professores se reúnem, em grande grupo, para
discutir os diagnósticos e proposições levantados no pré-conselho, estabelecendo-se
a comparação entre resultados anteriores e atuais, entre níveis de aprendizagem
diferentes nas turmas e não entre alunos. A tomada de decisão envolve a
compreensão de quais metodologias devem ser revistas e que ações devem ser
empreendidas para se estabelecer um novo olhar sobre a forma de avaliar, a partir de
estratégias que levem em conta as necessidades dos alunos;
• O pós-conselho de classe: traduz-se nos encaminhamentos e ações previstas no
Conselho de Classe propriamente dito, que podem implicar em: retorno aos alunos
sobre sua situação escolar e as questões que a fundamentaram (combinados
necessários); retomada do plano de trabalho docente no que se refere à organização
curricular, encaminhamentos metodológicos, instrumentos e critérios de avaliação;
retorno aos pais/responsáveis sobre o aproveitamento escolar e o acompanhamento
necessário, entre outras ações;
• Conselho de classe participativo com os pais: momento em que professores e equipe
pedagógica convidam os pais/responsáveis para uma reunião na qual são passadas
informações quanto, a forma de avaliação, conselho participativo com os alunos,
ações estabelecidas para se trabalhar com os dados levantados.
O fundamental é compreender que o Conselho de Classe é muito mais complexo
que a simples retrospectiva do comportamento e notas do aluno no decorrer do período
(mês, bimestre, trimestre, etc), e que, neste espaço, tornam-se possíveis as mudanças,
ainda que pequenas e gradativas, mas que sigam uma mesma direção. Expressa-se aqui
a intencionalidade do ato educativo, que requer competência profissional, reflexão
crítica sobre a prática, comprometimento com a aprendizagem do aluno, sem que isso
58
signifique, como afirma Paulo Freire, excluir a “afetividade e a alegria” do processo
educativo.
Para a concretização do Conselho de Classe, faz-se necessário o embasamento
em critérios qualitativos que possibilitem uma postura ética e de prioridade ao
desenvolvimento da aprendizagem:
avanços obtidos na aprendizagem;
trabalho realizado para que o aluno melhore sua aprendizagem;
desempenho do aluno no ano seguinte;
acompanhamento do aluno no ano seguinte;
situação de inclusão;
questões estruturais que prejudicam os alunos (faltas de professores sem reposição);
não há números de disciplinas para aprovar ou reprovar;
não há nota mínima estabelecida: todos os alunos que não atingiram média para
aprovação devem ser submetidos à análise e decisões do Conselho de Classe;
questões disciplinares não são indicativas para reprovação. A avaliação deve
priorizar o nível de conhecimento que o aluno demonstra ter e não suas atitudes ou
seu comportamento;
ter sido aprovado em conselho de classe no ano anterior não que dizer que não possa
ser aprovado novamente no ano seguinte. A análise, nestes casos, deve voltar-se às
ações e ao acompanhamento pedagógico deste aluno de forma a mudar os
encaminhamentos para que o aluno tenha oportunidade de um novo entendimento
dos conteúdos.
10.5 AVALIAÇÃO EM SEU ASPECTO AMPLO INSTITUCIONAL E DO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Incorpora-se aqui, a avaliação institucional, a qual visa estabelecer momentos
de reflexão sobre a prática, a inter-relação dos diferentes setores para alcançar um
mesmo objetivo, suas necessidades, como também as metas e o cumprimento destas,
isto é, o que se tem alcançado diante do que foi previamente estabelecido, avaliando
neste contexto as instâncias de participação, como o Grêmio Estudantil, o Conselho
Escolar e a APMF, etc.
59
Para tanto, a avaliação em seu aspecto amplo e totalizante referente a perspectiva
institucional implantada e desenvolvida no ano de 2006, parte das discussões e
questionários, nos quais sejam possível acompanhar o trabalho realizado na escola,
como a característica essencial de “continuamente buscar sua [...] e participar na
construção da identidade” do grupo (GANDIN, 1995, p. 08).
Explicita-se ainda que, tal construção, parte do princípio do respeito às
subjetividades e aos semelhantes, tendo consciência das diferenças sociais e propondo-
se a uma interação, capaz de vivenciar uma construção para além do imediatismo, para
realmente centrar-se no processo.
A avaliação institucional, neste sentido, busca uma apreensão da realidade
escolar, na qual diferentes agentes efetivarão esta caminhada. Assim, diversos
segmentos da comunidade escolar, sejam eles, pais, alunos, funcionários, professores,
membros da APMF, equipe pedagógica e direção efetivarão a auto-avaliação escolar,
configurando-se em um “instrumento de reconhecimento da realidade e de valorização
da prática pedagógica comprometida com a formação humana” (CADERNO DE
AVAIAÇÃO INSTITUCIONAL, 2003-2006).
Neste processo todas as dimensões da escola serão avaliadas, caracterizando o
olhar da instituição sobre si mesma, bem como, [...] o processo de tomada de consciência das pessoas que fazem parte da instituição, a partir da participação e da reflexão coletiva, a fim de orientar a tomada de decisão no sentido do comprometimento na construção da melhoria da qualidade da Educação (CADERNO DE AVAIAÇÃO INSTITUCIONAL, p. 3, 2003-2006).
Assim, concebe-se a avaliação como algo vivo, interativo e descentralizado. A
partir de uma avaliação concebida diante destes pressupostos, é preciso estar
construindo também a avaliação da Proposta Pedagógica da escola, elemento norteador
da prática educativa.
O Projeto Político Pedagógico neste sentido, fará parte desta construção, sendo
avaliado quanto à sua intencionalidade, fidelidade de concepção teórica e sua relação
com a realidade escolar, sobre sua perspectiva de coletividade e participação,
questionando-se se estas questões estão realmente sendo a base para sua constituição. O
Projeto Político Pedagógico estará a disposição de todos os componentes da
comunidade escolar para leitura e apreciação, como também, será oportunizado em
60
diferentes momentos (semanas pedagógicas, capacitação, reuniões, e etc.) o acesso a
todas as alterações realizadas no mesmo, estando a disposição de todos para possíveis
sugestões e/ou novas alterações, caracterizando a coletividade na construção do PPP,
sendo o mesmo disposto a aprovação do Conselho Escolar.
10.6 HORA-ATIVIDADE
A Hora Atividade é o tempo reservado ao Professor em exercício de docência
para estudos,
avaliação e planejamento. Deve favorecer o trabalho coletivo dos professores,
conforme preconiza
a instrução no 02/04 – SUED/SEED que normatiza a Hora Atividade a todo professor
em efetiva regência de classe:
• o item 7 da mesma instrução, em que a H/A, deve ser distribuída de forma a
favorecer o trabalho coletivo dos professores que atuam na mesma turma, série ou
por área do conhecimento, ou ainda a formação de grupos que favoreçam o trabalho
interdisciplinar.
• assim sendo, a H/A concentrada se constituí de um período de efetivo trabalho,
portanto, não poderá ser considerada como o “dia de folga/livre” do professor.
A organização da hora-atividade deverá favorecer o trabalho coletivo dos
professores, priorizando-se:
• o coletivo de professores que atuam na mesma área do conhecimento e/ou
módulos, tendo em vista a implementação do processo de elaboração das
diretrizes curriculares para a rede pública estadual de Educação Básica;
• o coletivo dos professores que atuam na(s) mesma(s) turma(s), série(s),
etapa(s) do ciclo o ano(s) dos diferentes níveis e modalidades de ensino;
• a formação de grupos de professores para o planejamento e para o
desenvolvimento de ações necessárias ao enfrentamento de problemáticas
específicas diagnosticadas no interior do estabelecimento;
61
• a correção de atividades discentes, estudos e reflexões a respeito de atividades
que envolvam a elaboração e implementação de projetos e ações que visem a
melhoria da qualidade de ensino, propostos por professores, direção, equipe
pedagógica e/ou NRE/SEED, bem como o atendimento de alunos, pais e
(outros assuntos de interesse da) comunidade escolar.
O Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster, tem o intuito de institucionalizar a
hora-atividade do professor levando em consideração o respaldo legal, garantindo ainda
o coletivo de professores que atuam na mesma disciplina, para que possa se concretizar
efetivamente a interação dos profissionais de cada disciplina. No entanto, isto ainda é
algo processual, diante da disponibilidade de horários de cada professor devido a
fragmentação de aulas que ocorrem em diversos estabelecimentos. Por isso, os
professores em nosso estabelecimento de ensino, realizam a sua hora-atividade de forma
individual no que se refere a disciplina ministrada, mas de maneira interdisciplinar pois
acabam partilhando com demais professores de outras áreas, o que enriquece a sua
prática, proporcionando uma interação com o outro, no sentido de ampliar visões.
Pretende-se ao longo do processo de constituição do colégio priorizar a hora
atividade por disciplina, para que o planejamento das atividades a serem desenvolvidas
se solidifiquem, instrumentalizando parcerias, debates, trocas de informações e o
aprimoramento dos professores.
11. REFERÊNCIAS:
62
AGUIAR, A. A. Parâmetros Curriculares Nacionais e a formação do educador: A reforma educaional brasileira em marcha. In: Educação e sociedade & Sociedade: revista quadrimensal de Ciência da Educação/Centro de Estudos de Educação e Sociedade (Cedes). N. 56. Campinas: Papirus, 1996 –V. XVII, f. III.
ALMEIDA, M. J. Imagens e sons: a nova cultura oral. São Paulo: Cortez, 2001.
ALVES, P. A informalidade, uma resposta do projeto societário capitalista à questão social desemprego: o caso dos ex-bancários do Banestado em Cascavel. Toledo: Unioeste, 2005.
ANDERSON, P. Balanço do Neoliberalismo. In: SADER, E. & GENTILI, P. Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995.
ARANHA, M. L. A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1996.
ARROYO, M. G. Experiências de Inovação Educativa: O currículo na Prática da Escola. In: MOREIRA, A. F. B. (org). Currículo: Políticas e Práticas. São Paulo: Papirus, 1999.
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 2002.
BENTO, M. A. S. Cidadania em preto e branco – discutindo as relações raciais. São paulo:Ática, 2005.
Cadernos Temáticos – A inserção dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Paraná, Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Curitiba:SEED-PR, 2005
Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília.DF, outubro, 2005.
GANDIM, D. Algumas idéias sobre avaliação escolar. In: Revista de Educação da AEC. Brasília, 24(97), out/dez, 1995.
63
KRAMER, S. Propostas Pedagógicas ou Curriculares: subsídios para uma leitura crítica. In: MOREIRA, A. F. B (org). Currículo: Políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999.
LIMA, A. B. Estado, políticas educacionais e gestão compartilhada. São Paulo: Xamã, 2004.
LINHARES, C. F.S. Política de conhecimento e conhecimento na política da escola: perspectivas para a formação de professores. In: Educação e sociedade & Sociedade: revista quadrimensal de Ciência da Educação/Centro de Estudos de Educação e Sociedade (Cedes). N. 50. Campinas: Papirus, 1995 –V. XVI, f. I.
MALAGUTI, M. L. Crítica à razão informal: a imaterialidade do salariado. São Paulo: Boitempo; Vitória: EDUFES, 2000.
SOARES, O. A Nova Constituição: texto promulgado em 5-10-88. Brasília: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
TAVARES, M. A. Os fios (in)visíveis da produção capitalista: informalidade e precarização do trabalho. São Paulo: Cortez, 2004.
TOMAZI, N. D. O trabalho na sociedade capitalista. In: TOMAZI, N. D. (org). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000.
66
Plano de Prevenção e Emergência
A questão central para qualquer responsável de segurança (R.S.) de uma escola
é: “A minha escola é segura?” Para que a resposta seja afirmativa é necessário criar uma
cultura de segurança na comunidade educativa, sendo esta uma problemática comum a
todos – pessoal docente, não docente, alunos, pais e encarregados de educação e
representantes da edilidade. Como tal, é necessário interiorizar procedimentos e
comportamentos e adaptar as necessárias medidas de prevenção.
A segurança total não é possível, podemos apenas procurar reduzir/minimizar
situações de risco, criando condições para que os acidentes não ocorram. É importante
que cada um e todos, em caso de acidente, conheçam os meios de que dispõe e como
atuar em caso de acidente. Está este Plano de Segurança dividido em:
Plano de Prevenção
Visa identificar, prevenir e reduzir os riscos de ocorrência e desenvolvimento de
incêndios, definindo regras de segurança, de exploração e de comportamento a adaptar.
Plano de Emergência:
Plano de Atuação – Contempla a organização e a pormenorização das ações e
dos procedimentos a adaptar numa situação de emergência.
Plano de Evacuação – Estabelece os procedimentos a observar por todo o
pessoal, docente e não docente, relativos à articulação das operações destinadas a
garantir a evacuação ordenada, total ou parcial, rápida e segura dos ocupantes para o
exterior numa situação de emergência.
O presente plano de prevenção visa conhecer e manter as condições de
segurança na escola, garantindo a permanente operacionalidade dos meios, dispositivos
e equipamentos ligados à segurança.
67
1. Informações relativas ao estabelecimento e às pessoas que compõem a estrutura interna de segurança.
Ficha de caracterização da Escola
Colégio Estadual Marcos Cláudio Schuster – Ensino Fundamental e Médio
Endereço Rua África, 145
Telefone/fax 32271127
Responsável pela Segurança
Andréia Neres dos Santos
Cargo Diretora
1.2. Descrição do Edifício
O espaço da escola desenvolve-se em três blocos diferentes, nos quais o acesso
ocorre por meio de degraus, onde estão implantados:
Bloco Administrativo: recepção, sala da direção, sala dos professores, biblioteca,
mecanografia, sala da coordenação, secretaria, 2 banheiros, 1 laboratório de informática.
Bloco A: 10 salas de aula (sendo uma destas sala de recursos), saguão, cozinha, 2
banheiros, 1 sala de arquivo morto.
Bloco B: 6 salas de aula (sendo uma para deficientes visuais – caedv), 2 banheiros, 1
laboratório de ciências, anexo a quadra poliesportiva. A área que ocupam é de 710,74m,
somado a este mais 8.965m da quadra, sendo que de área livre restam um total de
4.590,02m.
68
1.3. Distribuição de pessoas por período
1.3 Fontes de Energia
Equipamento Técnico Localização Observações
Quadro parcial de eletricidade
Bloco AdministrativoBloco AQuadra Poliesportiva
010101
Botijão de Gás Exterior 02Entrada Geral de Água Exterior PortariaVálvula de segurança (contador)
Exterior Portaria
1.4. Identificação de Riscos
Internos
Quadro parcial de eletricidade;Cozinha;Laboratório de informática.
Externos
Noturno
Alunos: 316Administrativo: 4Professores: aprox 20Agentes de Apoio: 01Cozinheiras: 1
Vespertino
Alunos: 422Administrativo: 8Professores: aprox 30Agentes de Apoio:Cozinheiras: 3
Matutino
Alunos: 478Administrativo: 4Professores: aprox 30Agentes de Apoio: 5Cozinheiras: 2
Intermediário
Alunos: 85Administrativo: 01Professores: 01Agentes de Apoio: -Cozinheiras: -
69
Relógio de Luz;Reservatório de Gás.
1.5. Identificação de meios e recursos
Extintores (pó químico seco): 2 extintores localizados na cozinha e secretaria.
1.6. Meios de alarme e alerta
Alarme: campainhaAlerta: cireneVigilância: Diurna e noturna
1.7. Acessos a viaturas de socorro
A via de acesso para viaturas que podem prestar socorro, é pela Rua Europa (rua central) do bairro e pela rua Havana.
1.8 Organismos de Apoio
Corpo de Bombeiros 193
Siate193
Samu192
Polícia Militar190
Patrulha escolar190
Hospital Santa Catarina ( mais próximo)
32240221
Pac II
70
2. Instruções gerais de segurança
Para manter e preservar a operacionalidade do recinto escolar é necessário
garantir que:
As vias de acesso e circulação nas imediações e no interior do recinto escolar
devem manter-se desimpedidas, para permitir, sempre que necessário, o acesso
de ambulâncias e das viaturas dos bombeiros a todos os pontos dos edifícios;
Não permitir a circulação e o estacionamento de veículos no recinto escolar,
com exceção das viaturas de pessoas com mobilidade condicionada, de
fornecedores obviamente, de socorro;
Assegurar a limpeza, manutenção e segurança de todos os espaços interiores e
exteriores dos edifícios escolares;
Assegurar que os edifícios estejam obrigatoriamente dotados de meios próprios
de primeira intervenção que permitam a extinção imediata de focos de incêndio
pelos seus ocupantes e de meios que facilitem, de maneira rápida e eficaz, as
operações de combate a incêndio pelos bombeiros.
Extintores em número e de tipo adequados.
Assegurar que os caminhos de evacuação (corredores, portas e escadas)
permitam a saída rápida e segura dos ocupantes, através de percursos claramente
definidos e sinalizados, tão curtos quanto possível e desimpedidos de obstáculos.
As portas dispostas ao longo dos caminhos de evacuação devem estar
desimpedidas e permitir a sua fácil e rápida abertura pelo lado interior.
Limitar as causas de um incêndio e minimizar as condições de alimentação e
propagação do fogo, reduzindo a carga combustível das instalações.
Ao fim de cada dia de trabalho, antes do encerramento da Escola, proceder a
uma vistoria cuidadosa de todas as instalações, tendo em vista verificar se foram
cumpridas as medidas cautelares mínimas de segurança, nomeadamente o fecho
das torneiras de corte geral das instalações de gás.
Dar especial atenção às condições de armazenamento de reagentes químicos,
combustíveis líquidos e gasosos, plásticos e outros materiais altamente
inflamáveis, devendo os reagentes e os combustíveis ser guardados em
71
contentores apropriados e à prova de derrame, em locais afastados de qualquer
fonte de calor, chama ou faísca.
Os Equipamentos e as Instalações Técnicas
As instalações elétricas e de gás sejam verificadas e mantidas, de forma a
evitar acidentes pessoais decorrentes do uso normal;
A manobra dos respectivos equipamentos deve fazer-se sem perigo ou
risco de lesões para os ocupantes;
Não utilizar aparelhos de aquecimento a gás;
Os programas de conservação e manutenção corrente incluam a verifica-
ção dos dispositivos, equipamentos e instalações de segurança contra in-
cêndio, tais como:
sinalização de segurança;
Extintores;
As instalações de gás e os respectivos equipamentos sejam vistoriados e
inspecionados de dois em dois anos por entidade devidamente credencia-
da pela Direção-Geral de Energia.
3. Instruções particulares de segurança.
Laboratório de Informática
Normas de Prevenção e Segurança:
Desligar os equipamentos elétricos sempre que detectar alguma falha ou
sobre-aquecimento;
Evite a sobrecarga de ligações colocando em funcionamento simultâneo
vários equipamentos, provocando sobre-aquecimento;
Desligar sempre os equipamentos elétricos depois de os utilizar.
Exteriores
Normas de Prevenção e Segurança:
72
Desligar os equipamentos elétricos sempre que detectar alguma falha ou sobre-aque-
cimento;
Desligar sempre os equipamentos elétricos depois de os utilizar;
Não utilizar qualquer equipamento sem autorização expressa do responsável;
Evite a sobrecarga de ligações colocando em funcionamento simultâneo vários equi-
pamentos, provocando sobre-aquecimento;
não fumar nem fazer lume;
Mantenha este espaço permanentemente limpo e arrumado.
Ginásio
Normas de Prevenção e Segurança:
Desligar os equipamentos elétricos sempre que detectar alguma falha ou
sobre-aquecimento;
Não utilizar qualquer equipamento sem autorização expressa do respon-
sável.
Cozinha
Normas de Prevenção e Segurança:
Incêndio
Desligar os equipamentos elétricos sempre que detectar alguma falha ou sobre-aque-
cimento, ou antes de os limpar;
Não restabeleça a ligação da corrente elétrica após a quebra de disjuntores sem que
tenha diminuído a sobrecarga;
Evite a sobrecarga de ligações colocando em funcionamento vários equipamentos,
provocando sobre-aquecimento;
Em caso de incêndio, feche o gás na válvula de corte geral, corte a corrente elétrica
no quadro parcial e utilize o extintor.
Fuga de gás
73
Evite que os líquidos a ferver se derramem e apaguem o lume, ficando o
gás a sair. Se tal acontecer, feche o gás, não faça lume, não acione ne-
nhum interruptor e areje o local.
Laboratório de Ciências Físico-Naturais
Normas de Prevenção e Segurança:
Evitar a sobrecarga de ligações colocando em funcionamento vários equipamen-
tos, em simultâneo, provocando sobre-aquecimento;
Não restabelecer a ligação da corrente elétrica após o disparo de disjuntores ou
queima de fusíveis, desligando o equipamento que se encontrar ligado;
Verificar se todos os equipamentos elétricos ficam desligados após a sua utiliza-
ção;
Após detecção de anomalia no funcionamento de aparelhos ou equipamentos
elétricos deve desligá-los imediatamente;
Não manusear equipamento elétrico com as mãos molhadas;
A utilização dos equipamentos requer o conhecimento de normas que têm a ver
com a sua conservação e uso adequado e com a própria segurança dos utilizado-
res;
Antes de sair do laboratório deve deixar a sua bancada limpa, arrumada e desli-
gar todos os aparelhos elétricos;
Manusear e armazenar corretamente substâncias inflamáveis;
Utilizar preferencialmente placas elétricas e/ou mantas de aquecimento;
Quando manusear substâncias inflamáveis utilizar banhos para aquecimento in-
direto;
Vigiar o bico de gás em funcionamento;
Não lançar líquidos inflamáveis nas canalizações;
Usar o isqueiro de fricção em vez de fósforos;
Não deitar fósforos incandescentes no caixote do lixo;
Evitar a presença de resíduos inflamáveis despejando diariamente o lixo e sem-
pre antes do fim de semana;
Vigiar sempre as experiências.
74
Quadros elétricos
Normas de Prevenção e Segurança:
As reparações necessárias deverão ser executadas rápida e definitivamente e por
técnicos habilitados;
As instalações técnicas devem ser verificadas por técnicos habilitados, no míni-
mo anualmente; solicite a presença do técnico responsável pela exploração das
instalações elétricas quando necessário;
Em caso de incêndio proceda ao corte imediato da corrente elétrica, efetuando as
operações respectivas de jusante para montante;
Não use nunca água sobre a instalação elétrica mesmo se a corrente estiver cor-
tada; utilize extintores de CO2 ou Pó Químico;
Comunique rapidamente ao Responsável de Segurança a ocorrência de qualquer
sinistro; a eficiência do combate ao incêndio depende da rapidez do alarme.
4. Instruções especiais de segurança
Responsável de Segurança
Avalia a situação de emergência e decide se é necessário efetuar a evacuação das
instalações;
Em caso de decisão de evacuação do edifício, avisa os coordenadores de piso;
Dá ordem para avisar os bombeiros;
Dá ordem para que seja efetuado o corte geral de energia.
Coordenadores de piso ou bloco
Coordena a atuação das equipas de intervenção;
Dá ordem para que sejam efetuados os cortes parciais de corrente elétrica e gás;
Verifica se alguém ficou retido nas instalações e informa o chefe de segurança
de eventuais anomalias.
75
Equipes de Intervenção
Alarme – aciona o sistema acústico convencionado;
Alerta – avisa os bombeiros;
1ª intervenção – utiliza os extintores; caso não consiga dominar a situação, fecha
as portas e janelas do compartimento e aguarda a chegada dos bombeiros, acau-
telando a sua segurança pessoal;
Corte de energia – ao ouvir o sinal de alarme, desliga o quadro elétrico geral
e/ou quadros parciais e procede ao fecho das válvulas de corte de gás.
Evacuação
Coordena a evacuação de pessoas para o exterior, conforme definido nas instru-
ções de evacuação;
Certifica-se da saída de todos os ocupantes;
Dirige-se ao ponto de concentração e não permite o regresso ao local sinistrado.
Informação e vigilância
Dirige-se para o local de acesso a viaturas de socorro a fim de indicar aos bom-
beiros o percurso para a zona acidentada e outras informações sobre eventuais
sinistrados;
Regula a circulação interna de viaturas, mantendo livres os acessos.
Concentração e controle
Desloca-se para o ponto de concentração de pessoas para a recolha de informa-
ção sobre eventuais desaparecidos e informa o responsável de segurança da si-
tuação.
76
Plano de Atuação
Em caso de sinistro (incêndio ou sinistro que justifique evacuação dos ocupantes
do pavilhão), cabe ao coordenador de pavilhão alertar, de imediato, o responsá-
vel de segurança, as equipes de evacuação, alarme e corte de energia, com o ob-
jetivo de se proceder a uma evacuação rápida, com segurança e sem provocar o
pânico nos ocupantes do local onde ocorre o sinistro;
O responsável de segurança alerta de imediato as equipes de 1ª Intervenção, diri-
gindo-se ao local do sinistro para coordenação dos trabalhos;
As equipas de Concentração e Controlo deslocam-se, de imediato, com o objeti-
vo de encaminhar o pessoal evacuado para o local de encontro e proceder à sua
conferência19;
A equipe de Informação e Vigilância deve pedir ajuda a socorros exteriores
(caso o sinistro assim o exija), prestar todos os esclarecimentos necessários so-
bre o local, tipo de sinistro, sinistrados, regular a circulação das pessoas manten-
do-as fora da área de risco e de acesso ao local, facilitando assim o bom desem-
penho dos socorros exteriores.
Em caso de incêndio ou e perante uma situação de emergência, cada interveni-
ente, abaixo indicado, terá o seguinte procedimento:
• Chefe dos Serviços Adminis-trativos
DE ALERTA - um único toque; PARA EVACUAÇÃO IMEDIATA - três toques in-termitentes.
Encarregado de Coordenação do Pessoal Auxiliar de Ação Educa-tiva.
Desliga o quadro elétrico geral.
19 OBS – atendendo que 90% do pessoal evacuado corresponde a turmas e respectivos professores, esta equipa pode acumular Evacuação/Concentração e Controlo, para uma conferência mais eficiente, que será feita pelo professor com a ajuda do líder de turma.
77
• Funcionário (a) da recep-ção.
Avisa os Bombeiros e as Forças de segurança. Ori-enta os alunos na saída. Verifica as instalações sani-tárias e sala de espera.
Funcionário da Portaria Abre os portões exteriores. Encaminha os alunos para o ponto de encontro.
Funcionários da Mecanogra-fia
Desligam o quadro elétrico da reprografia. Auxilia a evacuação dos alunos.
• Funcionária da Biblioteca Abre as portas. Auxilia a evacuação dos alunos para as escadas.
• Alunos Auxiliam a evacuação dos alunos.
• Funcionários da Cozinha Desligam o gás da cozinha. Desligam o gás do depósito. Desligam o quadro elétrico específico. Abrem a porta principal do refeitório. Auxiliam a evacuação dos alunos.
Funcionárias de apoio do bloco A
Desligam os quadros elétricos do piso. Verificam as instalações sanitárias. 1 funcionário é o observador e coloca-se em meio ao corredor e orientam a saída organizada dos alunos.
• Funcionárias de apoio às salas do bloco B
Desligam os quadros elétricos do piso. Colocam-se nos corredores e orientam a saída orga-nizada dos alunos para as escadas
• Funcionários do ginásio Desligam os quadros elétricos.
Restantes dos funcio-nários
Auxiliam os professores na evacuação dos alunos, até ao local de concentração. Orientam os alunos que se encontram no exterior/ recreio a deslocarem-se para o local de concentra-ção.
• Alunos O delegado é o chefe de fila que ao sinal de alarme
78
abre imediatamente a porta. Conduz os restantes alunos, atrás de si, através dos corredores e escadas de saída, até às portas exteriores e depois ao local de reunião. Os alunos ao saírem da sala, formam ime-diatamente, uma fila indiana ou, integram-se nas fi-las que já estiverem a passar. Permanecerão SEM-PRE nessa fila sem ultrapassagens ou encontrões. Fazer-lhes notar que deverão ter respeito pelos seus colegas. Chegados ao local de reunião os alunos agrupam-se por turmas junto ao professor com quem tinham aulas. Nas turmas com alunos portado-res de deficiência motora o líder de Turma nomeia 2 alunos responsáveis para apoiar a sua evacuação. Os alunos que se encontram no exterior/ recreio deslo-cam-se para o local de concentração.
6. Plano de Evacuação
BLOCOS DE AULAS
Salas de aula Bloco A
Os alunos que se encontram nas salas do bloco A, saem pela porta principal e dirigem-se em grupos e sem corridas para o local de concentração (quadra) reunião. O líder é o chefe de fila. O professor é o último a sair da sala e faz-se acompanhar do livro de ponto, fecha a porta, fazendo-lhe uma cruz com giz, seguindo e orientando o grupo de alunos até ao local de concentração. Os funcionários colaboram na orientação dos alunos e verificam as instala-ções sanitárias.
Salas de aula Bloco B
Os alunos e professores que se encontram nas salas saem pela porta princi-pal, sobem a escada do pavilhão e dirigem-se em grupos e sem corridas para o local de reunião. O professor é o último a sair da sala e faz-se acompanhar do livro de ponto, faz uma cruz com giz na porta, seguindo e orientando o grupo de alunos até ao local de concentração (quadra). No local efetua a contagem dos alunos. Os funcionários colaboram na orientação dos alunos em direção às escadas e depois de se certificarem que já não há alunos, diri-gem-se para o local de concentração.
BLOCO ADMINISTRATIVO
Laboratório de informáti-ca, Bibliote-ca, secretaria, sala de coor-denação, sala de direção,
Os alunos que se encontram no laboratório saem pela porta de acesso ao exterior e dirigem-se para o local de concentração. O professor é o último a sair da sala e faz-se acompanhar do livro de ponto, fecha a porta, fazendo-lhe uma cruz com giz (no chão, quando as portas são de alumínio), seguindo e orientando o grupo de alunos até ao local de concentração. A funcionária da biblioteca, agrupa os alunos, nomeia um chefe de fila e acompanha-os na evacuação (CERRA-FILA). Os
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sala dos pro-fessores e mecanogra-fia.
funcionários colaboram na orientação dos alunos e depois de se certifi-carem que já não há alunos nas salas, dirigem-se para o local de con-centração verificando as instalações sanitárias.Os demais funcionários que estiverem no local saem após a retirada de todos os alunos, colaborando para a organização e conferência do blo-co incluindo sanitários.
Ginásio
Os alunos saem do ginásio, depois do delegado de turma ter aberto a porta totalmente e dirigem-se ordeiramente para a porta de saída, em direção do local de concentração. O professor é o último a sair do ginásio e faz-se acompanhar do livro de ponto, seguindo e orientando o grupo de alunos até ao local de con-centração. Faz uma cruz com giz na porta (no chão, quando a porta é de alumínio).
Exterior dos blocos/ re-creio
Os alunos que se encontram no exterior/ recreio deslocam-se para o lo-cal de concentração integrando os grupos que vão saindo dos blocos.
81
CONSTITUIÇÃO DO GRÊMIO ESTUDANTIL
PRESIDENTE: Alexandre Scherer Pereira
VICE-PRESIDENTE: Fernanda Hoffmann
SECRETÁRIO-GERAL: Andreza Serra da Taquará
1º SECRETÁRIO: Angelita Dalla Maria Rama
TESOUREIRO-GERAL: Rodinei Prudencio
1º TESOUREIRO: Ana Paula Rodrigues
DIRETOR SOCIAL: Mayla Beatriz Kelin
DIRETOR DE IMPRENSA: Tadeu Cesar Majeswski
DIRETOR DE ESPORTES: Gresley O Pires
DIRETOR DE CULTURA: Neliane de Paula Baluta
DIRETOR DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE: Jéssica Carrara
83
CONSTITUIÇÃO DA APMF
PRESIDENTE: Isair João Boldrine
VICE-PRESIDENTE: Maria Sirlene Folleto Hoisa
TESOUREIRA: Marli Ozanski Nascimento
VICE TESOUREIRA: Tânia Maria Guarniere
1ª SECRETÁRIA: Viviane Salete Silvestro
2ª SECRETÁRIA: Sandra Regina de Moraes Xavier
DIRETORA DE EVENTOS SOCIAIS: Cleuza Brita Merlin
SUPLENTE DE EVENTOS SOCIAIS: Cleonice dos Santos Bertolossi
DIRETORA DE EVENTOS ESPORTIVOS: Lúcia Gonçalves de Almeida
CONSELHO FISCAL: Roseli Ferrari Favero
CONSELHO FISCAL: Cleuza Ramos da Silva
CONSELHO FISCAL: Aguinaldo Junior Dechico
CONSELHO FISCAL: Ferdinando Mazurek
CONSELHO FISCAL: Sônia regina J. Beal
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Andréia Neres dos Santos
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Yara Maria Dilelli Luppesa
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Denise Carrara
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Silvane Chiqueto
85
CONTITUIÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR
PRESIDENTE: Isair João Boldrine
VICE-PRESIDENTE: Maria Sirlene Folleto Hoisa
TESOUREIRA: Marli Ozanski Nascimento
VICE TESOUREIRA: Tânia Maria Guarniere Canton
1ª SECRETÁRIA: Viviane Salete Silvestro
2ª SECRETÁRIA: Sandra Regina de Moraes Xavier
DIRETORA DE EVENTOS SOCIAIS: Cleuza Brita Merlin
SUPLENTE DE EVENTOS SOCIAIS: Cleonice dos Santos Bertolossi
DIRETORA DE EVENTOS ESPORTIVOS: Lúcia Gonçalves de Almeida
CONSELHO FISCAL: Roseli Ferrari Favero
CONSELHO FISCAL: Cleuza Ramos da Silva
CONSELHO FISCAL: Aguinaldo Junior Dechico
CONSELHO FISCAL: Ferdinando Mazurek
CONSELHO FISCAL: Sônia regina J. Beal
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Andréia Neres dos Santos
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Yara Maria Dilelli Luppesa
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Denise Carrara
ASSESSORIA TÉCNICA PEDAGÓGICA: Silvane Chiqueto
87
CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
De acordo com Deliberação 04/2006 – CEE/PR, Resolução nº3399/2010 –
GS/SEED e Instrução 010/2010 – SUED/SEED que rege a organização das Equipes
Multidisciplinares, os componentes da Equipe do Colégio Estadual Marcos Cláudio
Schuster – E.F.M, conforme Ata de Assembléia realizada no dia 22/10/2010, institui os
seguintes integrantes:
− Ana Paula André (Pedagoga);
− Bernadete Bernardi (Bibliotecária/Agente Educacional);
− Denisse Carrara (Secretária?Instância Colegiada);
− Sandra Regina de Moraes Xavier (Professora/Área Humanas);
− Gisângela de Andrade Ortiz Luciano (Professora/Área de Humanas);
− Yara Maria Dilelli Lupepsa (Professora/Área de Exatas);
− Andréia Neres dos Santos (Professora/Área de Exatas);
− Vera Maria Silva (Professora de Biológicas).