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2 COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO FAIVRO BUSATO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MUNICÍPIO: FRANCISCO BELTRÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE FRANCISCO BELTRÃO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO Francisco Beltrão, PR, 2010

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COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO FAIVRO BUSATO

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

MUNICÍPIO: FRANCISCO BELTRÃO

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE FRANCISCO BELTRÃO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Francisco Beltrão, PR, 2010

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO...................................................................................................4

2. CARACTERIZAÇÃO............................................................................................... 5

3. OBJETIVOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.........................................6

4. MARCO SITUACIONAL..........................................................................................7

5. MARCO CONCEITUAL.........................................................................................16

6. MARCO OPERACIONAL......................................................................................30

7. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.......................................37

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................38

9. ANEXOS................................................................................................................40

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1. APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico é um direito da escola, regulamentado pela Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, em seu Art. 12, I, sendo

responsabilidade de todos os membros da comunidade escolar, elaborar e executar

o Projeto Político Pedagógico, logo, este é uma produção coletiva com objetivo de

atender as necessidades da escola.

A principal finalidade do Projeto Político Pedagógico no contexto da realidade

educacional é, antes de uma exigência legal ou um reflexo dos interesses que a

comunidade escolar tem sobre a escola, um norte para nossas ações, constituindo-

se num instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do

cotidiano da escola de uma forma sistematizada, consciente, científica e

participativa. É o caminho mais acertado para reinventar a escola, ressignificando

suas finalidades e objetivos. Trata-se de resgatar a escola como um espaço

democrático de reflexão e discussão dos problemas, apontando alternativas que

permitam o alcance dos objetivos propostos.

Representa o compromisso de um grupo com uma determinada trajetória no

cenário educacional, mas há necessidade de clareza sobre a força e os limites

deste projeto, pois ele acontece na interação entre os sujeitos: professores, alunos,

equipe pedagógica, direção, pais, funcionários, colegiados, que são as pessoas que

dão vida à escola. O Projeto compromete as pessoas com ideias e práticas

transformadoras.

Este Projeto foi sistematizado pela equipe pedagógica do Colégio Estadual

Arnaldo Faivro Busato, e é resultado de um trabalho coletivo, realizado entre os

membros da comunidade escolar, direção, equipe pedagógica, professores, alunos

e pais.

Desse modo, ao definir este Projeto Político Pedagógico, a escola explicitará

o reconhecimento da identidade pessoal dos alunos, professores e outros

profissionais da educação, bem como a sua própria identidade enquanto unidade

escolar.

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E, como se tratam de decisões coletivas, requerem também, ações coletivas

que visem uma educação pública de qualidade, portanto o referido Projeto estará

aberto as adequações necessárias durante todo o processo com a participação de

todos os envolvidos.

2. CARACTERIZAÇÃO

O Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato – Ensino Fundamental e Médio

(código 0675), está localizado na avenida Jacinto Ferri-s/n, distrito de Nova

Concórdia, no município de Francisco Beltrão – Paraná (código 0850), sendo

mantido pelo Governo do Estado do Paraná e tem por finalidade atender aos

dispositivos legais estabelecidos pela Secretaria Estadual da Educação.

Esta escola foi criada pelo decreto 13.715 de 31 de dezembro de 1968,

autorizada para funcionar no período de dois anos, com o nome de Ginásio de Nova

Concórdia, mantida pela entidade Campanha Nacional de Educandário Gratuito

(C.N.E.G.).

Pela portaria nº 16/71 passou a ser criada e mantida pelo Estado, com o

nome de Ginásio Estadual de Nova Concórdia.

Através da Resolução nº 1415/80, publicada pelo Diário Oficial nº 838

denominou-se Escola Arnaldo Faivro Busato, em homenagem ao então Deputado

Estadual que, com seu trabalho e dedicação, estadualizou esta escola.

Com a Resolução nº 1.293/82 DOE 31.12.82 é autorizada a funcionar como

Escola Arnaldo Faivro Busato – Ensino de 1º Grau. Posteriormente, com a

Resolução nº 948/84 de 20 de março de 1984, DOE 03.04.84 passou a denominar-

se Escola Estadual Arnaldo Faivro Busato – Ensino de 1º Grau.

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No ano de 1988, através da Resolução Secretarial nº 3.120/98 publicada no

Diário Oficial do Estado. E em 11 de setembro de 1998, passou a denominar-se

Escola Estadual Arnaldo Faivro Busato – Ensino Fundamental.

Em 2003, com a implantação do Ensino Médio e sua autorização de

funcionamento pela Resolução nº 332/2003, publicada no Diário Oficial do Estado

em 21/03/2003, passou a denominar-se Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato –

Ensino Fundamental e Médio.

3. OBJETIVOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O Projeto Político-Pedagógico é além de um conjunto de planos e atividades,

um caminho, uma direção e uma proposta de ação intencional, com sentido explícito

e compromisso definido coletivamente. Objetivamos a formação de indivíduos que

tenham consciência da sociedade onde vivem e dos problemas enfrentados pela

mesma, procurando transformá-la, de modo a poder exercer efetivamente sua

função de cidadãos.

Da mesma forma, este representa o compromisso de um grupo de

profissionais com os rumos da educação, pois o mesmo acontece na interação

entre os sujeitos que dele participam: alunos, pais, professores, funcionários,

direção e equipe pedagógica.

O Projeto Político Pedagógico é um instrumento teórico–metodológico que

possibilita o enfrentamento dos desafios do cotidiano da escola de forma

sistematizada, consciente, participativa e coerente, além de resgatar na escola um

espaço democrático de reflexão e discussão de problemas, apontando alternativas

que permitam alcançar os objetivos propostos.

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4. MARCO SITUACIONAL

Apesar da complexidade em se definir uma filosofia para nortear os trabalhos

dentro de uma escola, haja visto a diversidade de pessoas e pensamentos, parte-se

do pressuposto de que o objetivo geral é formar “alunos cidadãos” críticos e

atuantes, através da Pedagogia Histórico-Crítica. A base filosófica,

consequentemente buscará se aproximar do materialismo-histórico-dialético, o qual

não permite compreender a escola de maneira separada da sociedade, de forma

que ela, ao mesmo tempo em que é influenciada pelos encaminhamentos da

sociedade, também se constitui em uma forma de influenciar a sociedade, de modo

que, pode ser possível, através da escola promover algumas transformações

sociais.

A escola não deve, de forma alguma ser considerada como redentora da

humanidade, mas ela pode se constituir numa forte aliada para a transformação da

sociedade em um espaço mais igualitário, pois trabalha com o conhecimento.

No entanto, segundo o materialismo histórico dialético, o conhecimento por si

só não basta para transformar, há que se ter o homem e seu trabalho. Se os

homens estão aqui o conhecimento está dado.

O espaço físico onde funciona o Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato –

Ensino Fundamental e Médio, conta hoje com uma área total de 7.007m² , sendo a

parte edificada de 748m². Destes, 194m² foram construídos pela Prefeitura

Municipal. A área edificada está dividida em: oito salas de aula, uma biblioteca, um

laboratório de informática, um laboratório de Física, Química e Biologia, uma sala

de professores, duas secretarias, um banheiro para professores, dois banheiros

para alunos, uma quadra de esporte, uma cozinha, um almoxarifado e um saguão.

No que se refere à estrutura física e material da escola na colaboração ao

ensino e aprendizagem, a maior falta é com relação ao espaço físico construído e

adequado para a instalação do Laboratório de Física, Química, Biologia.

O Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato atende alunos predominantemente

advindos do meio rural, com atividades na agricultura familiar, pecuária e pequenas

indústrias, prevalecendo a classe média. Economicamente, sobrevivem da venda de

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leite, de aves (aviários) e alguns trabalham nas pequenas indústrias e comércios

locais.

De acordo com questionário aplicado às famílias dos alunos, percebeu-se

que a maioria dos pais possui o Ensino Fundamental incompleto, a renda média

familiar varia entre 1 a 4 salários mínimos. As famílias preocupam-se com a

educação dos filhos, pois as mesmas, na maioria, são bem estruturadas

afetivamente e os pais participam na vida escolar de seus filhos. A participação dos

pais nas atividades e projetos promovidos pela escola é expressiva, o que resulta

numa média de 92% de pais que estão satisfeitos com a atuação da escola. No

entanto percebe-se também, alguns casos de alunos com baixa auto-estima devido

a desestrutura familiar e outras dificuldades.

A maioria dos alunos utiliza o transporte escolar, pois vêm de comunidades

vizinhas; e devido ao difícil contato com outros meios de comunicação, o principal

meio de acesso à cultura é a televisão, o computador e a escola, sendo o ensino,

considerado como uma possibilidade de melhoria de vida.

No ano de 2009, dos 234 alunos matriculados na escola, 189 alunos foram

aprovados o que representa 80,8% do alunado, 15 alunos foram reprovados (

6,4%), 11 desistiram dos estudos (4,7%) e 19 foram transferidos ao longo do ano

letivo(8,1%).

É importante ressaltar que a escola faz o acompanhamento das frequências

e desenvolve as ações previstas no FICA bem como um trabalho de motivação nas

famílias para que, os alunos permaneçam na escola, porém alguns não retornaram

devido a problemas sociais.

Atualmente a escola conta com 210 alunos matriculados nos turnos matutino

e vespertino, divididos em oito turmas, assim distribuídas: Ensino Fundamental, uma

turma de 5ª série, uma de 6ª série, duas de 7ª série e uma de 8ª série; Ensino

Médio: uma turma de 1ª ano, uma de 2ª ano e uma de 3ª ano.

O Colégio possui, em sua equipe: Direção com 40 horas/semanais,

duas Pedagogas com 20 horas/semanais, 12 Professores QPM, 9 Professores PSS,

01 Professora de Sala de Recurso, 03 Agente Educacional II e 03 Agente

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Educacional I. A equipe é comprometida com o processo de ensino e

aprendizagem e com a formação científica e cultural dos educandos.

A Direção, desempenha seu papel fazendo cumprir as regras estabelecidas

pela escola, dando autonomia para os professores desenvolverem seu trabalho,

garantindo a efetivação do processo de ensino e aprendizagem.

A Equipe Pedagógica, desempenha sua função, buscando ajudar a resolver

os problemas gerais da escola, ouvindo dúvidas e sugestões dos professores,

disponibilizando apoio, orientando sempre, no que se refere ao trabalho

pedagógico.

O corpo docente do Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato é incentivado a

participação, no decorrer do ano letivo, de diversas atividades visando a formação

continuada como: Grupos de Estudos por Área do Conhecimento, Palestras,

Seminários, Encontros Pedagógicos, DEB/NRE Itinerante, entre outros oferecidos

pela SEED.

A escola disponibiliza aos professores diversos materiais, tais como: mapas,

jogos educativos, revistas atualizadas, jornais, entre outros, que servem de apoio

pedagógico, e sempre que necessário, ou solicitado pelo professor, a escola

adquire novos materiais, bem como a manutenção dos existentes.

Quanto à compreensão da metodologia pedagógica utilizada pela Secretaria

Estadual da Educação do Paraná, a Pedagogia Histórico-Crítica, os docentes

declaram que precisam estar em constante estudos e sentem dificuldade em

desenvolver na íntegra essa proposta, pois se trata de uma concepção educacional

que requer uma prática constante, que busca formar alunos críticos, ativos e

conscientes para construir uma sociedade melhor, uma vez que parte do real,

amplia o conhecimento e volta à realidade para nela atuar.

Observa-se que no presente ano letivo, persiste a dificuldade de reunir todos

os docentes nos dias destinados para planejamento/capacitação/reunião

pedagógica (por trabalharem em várias escolas), tornando o trabalho pedagógico

fragmentado, sem continuidade, muitas vezes necessitando ser recomeçado.

Durante a hora-atividade, os professores buscam estudar, corrigir trabalhos

ou provas, ou preparar aulas individualmente, pois não foi possível fechar o horário

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semanal de modo que houvesse interação entre as disciplinas, devido a algumas

especificidades deste Colégio, como a distância de deslocamento para o trabalho,

professores que trabalham em diferentes escolas, dificultando o encontro entre as

áreas e mesmo entre os próprios professores na hora atividade.

Quanto ao sujeito que pretendem formar, os professores trabalham para

formar sujeitos capazes de ouvir e expor ideias claramente, responsáveis,

comprometidos na realização de suas atividades, participativos e conscientes da

necessidade da construção de um mundo melhor e por isso, transformador da

sociedade através do seu pensar e agir sobre ela.

No entanto, enfrentam muitas dificuldades na sala de aula para cumprir o

papel de educador(a), pois há conversa paralela por parte de alguns alunos,

resultado da falta de interesse dos mesmos, o que gera dificuldade de

compreensão, sem contar que muitos não fazem tarefas e nem estudam em casa.

Percebem que alguns alunos chegam na 5ª série com muitas dificuldades, porém

constata-se que em alguns casos a dificuldade de aprendizagem requer um auxílio

individualizado de um professor especializado nesta área.

Os professores declaram, que, para atingir estes objetivos, os alunos devem

ter mais responsabilidade com os estudos, pois não basta apenas os professores

estarem dispostos a ensinar, sobretudo, os alunos devem querer aprender.

Sendo assim, a avaliação desses alunos dár-se-a de diversas formas, em

regime trimestral, utilizando diferentes critérios e instrumentos para verificar,

mensurar o aprendizado, e possibilitar que o professor possa intervir na

recuperação do conteúdo e não da nota, pois recuperar em educação não diz

respeito apenas a nota, mas sim possibilitar ao aluno ter acesso ao conteúdo não

aprendido. Utilizando metodologia diferenciada quando necessário.

A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e

aprendizagem, sendo contínua, cumulativa e processual. A avaliação da

aprendizagem terá registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0

(dez vírgula zero). Os resultados da recuperação paralela serão incorporados às

avaliações, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar,

sendo obrigatório sua anotação no Livro de Registro de Classe.

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Com relação à progressão parcial em regime de Plano de Especial de

Estudos, os professores encontram dificuldades para realizarem a dependência

pelos seguintes motivos:

- Os alunos do Ensino Médio ainda precisam da ajuda do professor para se

desenvolverem e aprenderem;

- O professor da série, não tem contato direto com o aluno, tornando-se difícil

a avaliação;

Desse modo, a progressão parcial tem sido apenas uma forma de aumentar

os índices de aprovação, não significando que o aluno de fato aprendeu, pois a

aprendizagem é um processo que necessita tanto do aluno como do professor.

A inclusão está sendo um desafio para os docentes dessa instituição, pois

cabe ao professor considerar os seus alunos tanto nas suas igualdades quanto nas

suas diferenças. No entanto, o colégio/os professores acolhem os educandos com

necessidades educacionais especiais, garantindo-lhes o acesso, ingresso,

permanência, conforme LDBN 9394/96, porém sem estar adequadamente

preparados para garantir o sucesso escolar dos mesmos. A inclusão de alunos

portadores de necessidades especiais já é uma realidade, pois atende um aluno de

5ª série com problemas visuais.

As Adaptações Curriculares são realizadas, pois é um direito dos alunos com

necessidades Educacionais Especiais; currículo, método, técnica, organização

específica para atender às suas necessidades.

O colégio atende alunos no programa de apoio especializado em Sala de

Recursos de 5ª à 8ª série, os educandos que apresentam necessidades

educacionais especiais: alunos egressos da educação especial ou de sala de

recursos de 1ª à 4ª série, e ainda aqueles que apresentam problemas de

aprendizagem com atraso acadêmico significativo, distúrbios de aprendizagem e/ou

deficiência mental e que necessitam de apoio especializado complementar para

obter sucesso no processo de aprendizagem na classe comum. O atendimento no

programa pode se estender à alunos de escolas próximas nas quais ainda não

exista sala de recursos.

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Entende-se que o trabalho realizado nas Salas de Recursos deve ser o de

suplementar, aprofundar, enriquecer o currículo (superdotados) e complementar

(para os demais) o atendimento educacional realizado em classes comuns da

educação básica, utilizando equipamentos e recursos pedagógicos diversificados,

adequados às necessidades educacionais especiais dos alunos. Na Sala de

Recursos de 5ª a 8ª série o professor(a) utiliza uma grande diversidade de

estratégias na estruturação das intenções educacionais para que seus alunos se

apropriem dos conhecimentos.

O Programa Viva Escola, desenvolvido no colégio, visa contemplar a

interdisciplinaridade aproximando mais os alunos do conhecimento elaborado,

incentivando a pesquisa e o hábito de estudo, além do desenvolvimento da

criatividade de cada um. Através do programa será oportunizado à comunidade um

espaço para a comunicação de divulgação de atividades, aumentando o vínculo

comunidade/escola. Levando o aluno a desenvoltura enquanto comunicador, criador

e pensador, estimulando a pesquisa e interesse aos mais diversificados temas;

Contribuindo para o desenvolvimento pessoal, edificando uma relação de

autoconfiança quanto a leitura, a produção e exposição de ideias ao público;

Interagindo com os meios didáticos, vislumbrando oportunizar a aproximação do

aluno com os objetos de estudos, e os meios utilizados.

O colégio oferece o CELEM - Espanhol, pois nos dias atuais o aprendizado

de uma segunda língua é essencial. A Língua Estrangeira Moderna – LEM é um

espaço que se pode ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer

entender a realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também,

intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como um

espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem as ideologias das

comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do

entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros

instrumentos de acesso a informação: a LEM é também possibilidade de conhecer,

expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados

(SEED, 2005).

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O colégio disponibiliza o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização

Hospitalar e Domiciliar da Secretaria de Estado da Educação, SAREH, que objetiva

o atendimento educacional a crianças, adolescentes, jovens que se encontram

impossibilitados de frequentar a escola em virtude de situação de internamento

hospitalar ou tratamento de saúde, permitindo-lhes a continuidade no processo de

escolarização, a inserção ou reinserção em seu ambiente escolar.

O laboratório de informática encontra-se instalado em local adequado e em

pleno funcionamento, ou seja, é utilizado pelos professores tanto no planejamento

quanto no desenvolvimento de suas aulas, e pelos alunos, durante as aulas e

também na pesquisa com acompanhamento adequado, obedecendo sempre um

criterioso agendamento.

Na parte administrativa contamos com três funcionários (Agente Educacional

II): uma bibliotecária, um administrador local que atende o Paraná Digital e uma

secretária, que auxilia, também no atendimento dos professores e dos pais de

acordo com o solicitado. Estes profissionais, além da administração e operação

escolar, atuam como educadores e gestores dos espaços e ambientes de

comunicação e tecnologias, auxiliando na organização buscando a ampliação do

conhecimento do educando.

O Colégio possui três funcionários de serviços de apoio (Agente Educacional

I) que desempenham suas funções junto a outros quatro funcionários da rede

municipal de ensino, o qual compartilha o mesmo espaço no momento. Além das

funções normais, atuam como educadores na construção de hábitos de preservação

e manutenção do ambiente físico, do meio ambiente e do patrimônio escolar, atuam

também sobre a questão da higiene, lixo, poluição, incentivo ao uso racional da

água, orientam sobre os bons hábitos alimentares e o desperdício da merenda.

Todos estes profissionais da educação participam também, no decorrer do

ano, da formação continuada com palestras, cursos e estudos.

A escola conta ainda com instâncias colegiadas atuantes e participativas em

todas as circunstâncias em que são requisitadas.

A APMF desenvolve um trabalho bem estruturado e consolidado junto a

direção, com objetivo de levantar fundos para subsidiar diversos projetos da escola,

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através de promoções como a festa junina, bailes e outros eventos que envolvem

toda a comunidade escolar.

O Grêmio Estudantil é o órgão máximo de representação dos estudantes do

estabelecimento de ensino, com o objetivo de defender os interesses individuais e

coletivos dos alunos, incentivando a cultura literária, artística e desportiva de seus

membros.

O Grêmio Estudantil “Ação”, se destaca no desenvolvimento de suas funções

junto aos alunos, promovendo tanto a interação dos mesmos em gincanas e

eventos na escola. O Grêmio em nosso estabelecimento de ensino é muito atuante.

O Conselho Escolar participa ativamente da formação continuada promovida

pela SEED, visando compreender melhor suas funções e como intervir

positivamente sobre os problemas da escola.

O Conselho de Classe é uma ferramenta importante de avaliação, não

apenas dos alunos, mas das práticas dos professores, tornou-se, ao longo do ano,

um locus das tomadas de decisões coletivas, o que possibilita o comprometimento

de todos na realização de tudo que é proposto, como forma de melhorar o processo

de ensino e aprendizagem. Considerando que o Conselho de Classe deve

acompanhar o processo avaliativo, através da análise e interpretação dos aspectos

de avaliação do aluno com o objetivo de proporcionar a participação ao aluno, ouvir

seus anseios e dificuldades para possibilitar uma mudança significativa com maior

comprometimento e maior reflexão, para isso, Conselho de Classe se realiza em

três momentos:

No primeiro momento a turma e o professor regente e/ou pedagogo faz um

levantamento da sua realidade destacando os pontos positivos e os negativos,

anseios na visão dos alunos, propondo sugestões (Pré-Conselho). No segundo

momento é realizado o Conselho de Classe onde esses dados são levados ao

conhecimento dos demais professores que apresentam suas considerações

referentes ao aproveitamento da turma. Após a discussão das intervenções a serem

tomadas, num terceiro momento, será retornado a turma os possíveis

encaminhamentos das atividades (Pós- Conselho).

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A escola, tradicionalmente desenvolve a Festa Junina, a Noite Cultural, o

Festival de Dança, e a Feira Temática/Feira Interdisciplinar, como formas de

promover a integração entre alunos e comunidade, bem como mostrar os talentos

desenvolvidos em seu interior.

Outros projetos desenvolvidos pela escola são: Projeto de Leitura; Hora

Cívica; Meio Ambiente; Fera Com Ciência e demais projetos ofertados pela SEED.

Desenvolve também outras atividades que complementam os conteúdos

curriculares e promovam integração e socialização da comunidade escolar, tais

como: gincanas, passeios de estudo, interséries, confraternizações, palestras entre

outros.

Atividades como Festa Junina, Noite Cultural e Festival de Dança, são

realizadas em turno contrário para complementação da carga horária, conforme

previsto no calendário e no cronograma de atividades.

Contudo, no início de cada ano letivo, durante o período de planejamento,

são pensados e organizados alguns projetos que serão desenvolvidos ao longo do

ano por todos os professores coletivamente de acordo com as necessidades

percebidas pelos professores no ano anterior.

No ano de 2009, a escola desenvolveu vários projetos com destaque para o

“Concurso de Poesia e Literatura”.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos estão sendo trabalhados,

sempre que o assunto se torna pertinente. Estas temáticas são trabalhadas nas

diferentes áreas do conhecimento, articuladas devidamente aos conteúdos de cada

disciplina.

A escola participa também dos projetos ofertado pela SEED, como FERA

Comciência, oportunizando aos alunos um momento muito produtivo onde estarão

expondo seus trabalhos e conhecendo também o que alunos de outras escolas, dos

mais variados municípios, estão produzindo.

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5. MARCO CONCEITUAL

Diante de toda mutação e modernização à que estamos assistindo, é preciso

ter clareza sobre algumas concepções, como por exemplo, de mundo, de homem,

de sociedade, de educação... para que possamos desempenhar a função de

profissionais da educação com objetivos claros e com responsabilidade. Neste

sentido, se faz necessário o entendimento de que construímos ideário pedagógico,

partindo de reflexões sobre a nossa própria prática e também da discussão da

mesma com nossos colegas, para então, voltarmos à prática novamente num

processo que se repete permanentemente. Desta forma, estamos envolvidos num

processo dialético e, consequentemente, em permanente transformação.

Entende-se por sociedade, um conjunto relativamente complexo de

indivíduos num determinado período histórico, que defendem interesses comuns e

com padrões culturais semelhantes.

No entanto, não podemos negar que a dinâmica da sociedade atual está

sendo determinada pelo modelo econômico vigente, ou seja, o capitalismo, no qual

a realidade se apresenta e se consolida pela imposição de valores éticos, morais e

culturais dominantes, que acabam ditando o modo de vida que deve ser seguido

pelos indivíduos. Assim, na perspectiva dessa ordem econômica, temos uma

sociedade tecnológica que elege a ciência e a tecnologia como elementos

fundamentais do processo produtivo e, portanto como o principal elemento que a

alicerça. A escola precisa saber lidar com esta situação, de modo a não priorizar a

tecnologia em detrimento ao aluno/indivíduo, mas sim, utilizá-la em benefício deste

mesmo ser, como suporte pedagógico para uma educação de qualidade.

A sociedade possível é um processo de construção coletiva, onde o ser

humano, enquanto parte integrante de natureza, deve ser o parâmetro da vida e da

sociedade. Desta forma, a sociedade deve caminhar vislumbrando um

desenvolvimento capaz de equalizar as diferenças existentes, buscando um

desenvolvimento social que contemple todos os campos, quais sejam: economia,

educação, saúde, moradia e lazer.

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Como educadores objetivamos uma sociedade mais harmônica e justa em

que todos tenham possibilidade de se desenvolver e de autoafirmar enquanto

cidadão e enquanto profissionais. Em razão disso, cresce o compromisso da

educação na vida de cada um, como ser histórico-social, pois é através dela que os

indivíduos podem afirmar-se como cidadãos, fazendo uso da tecnologia para o

benefício da humanidade.

O homem é um ser social que interage com outros indivíduos e com o meio

no qual se encontra inserido. É capaz de transformar este seu meio de modo à

adaptá-lo de acordo com as suas próprias necessidades.

O indivíduo se constitui membro de um grupo através da construção de sua

identidade cultural, o que possibilita a sua permanência no grupo e constrói,

simultaneamente, sua personalidade, que caracteriza como indivíduo único no

grupo.

O processo de desenvolvimento do ser humano é contínuo, estendendo-se

por toda sua vida. É um processo integrado, que abrange todos os aspectos da vida

humana (físico, emocional, cognitivo e social), no qual diversas funções são

formadas.

O homem não é um ser somente em desenvolvimento psicológico, mas um

ser concreto em relação com o real. Isso lhe oferece possibilidades cognitivas de

apreensão e compreensão da realidade, de modo a transformar-se a si próprio e,

consequentemente, a realidade na qual se encontra inserido, além de ser produtor e

consumidor de conhecimentos. Estes conhecimentos são continuamente

transformados e aperfeiçoados acerca das informações fornecidas pelo mundo

moderno.

Portanto, não se pode desvincular a educação da sociedade, pois pensar na

educação implica pensar na sociedade em que vivemos e na luta de classes que há

nela, constituindo-se, assim, num ato político, lembrando que a educação é política.

Embora sejam inseparáveis, não são idênticas, pois trata-se de práticas distintas,

dotadas cada qual de especificidade própria, como afirma Saviani (1991). “Pois a

educação se dá em uma escola que, por sua vez, está inserida numa dada

sociedade, cujo modelo de organização precisa ser questionado, visto que pensar

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educação nos leva a pensar nos aspectos pedagógicos e cognitivos da produção do

conhecimento, além dos aspectos sociais.”

Sendo assim, Gadotti (1998) defende “que a educação pode despertar nos

estudantes uma consciência social e política, porém não política partidária, visando

a melhoria da qualidade de ensino das relações interpessoais, da organização do

trabalho escolar, etc.

A escola precisa pensar, analisar e refletir a educação, saindo do ativismo, ou

seja, do fazer por fazer, sem respaldo que norteie o porquê e o para quê destina-se

esse fazer.

Assim,

Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema

filosófico. É a filosofia que, expressando uma concepção de homem e

de mundo, dá sentido à Pedagogia definindo seus objetivos e

determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não existe

educação neutra. Ao trabalhar na área de educação, é sempre

necessário tomar partido, assumir posições. E toda escolha de uma

concepção de educação é, fundamental, o reflexo da escolha de uma

filosofia de vida”. (HAYDT, 1997, pág. 23).

É por isso que o Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato tem a Pedagogia

Histórica Crítica como norteadora de todo o seu trabalho, por entender que esta

Pedagogia é a que vem ao encontro do que a nossa escola pretende: partir do que

o educando já sabe, instigá-lo à pesquisar, descobrir e aprender coisas novas por

meio da problematização de situações, de modo que ao final do processo ele seja

capaz de transformar a sua prática social, agora com uma outra visão mais crítica e

mais abrangente da realidade e quem sabe, provocar transformações que levem a

um bem viver coletivo, como idealizava Paulo Freire.

Segundo Forquin,

(...) toda a educação é sempre educação de alguém por alguém, ela supõe

sempre também, necessariamente, a comunicação, a transmissão, a aquisição de

alguma coisa: conhecimentos, competências, crenças, hábitos, valores, que

constituem o que se chama precisamente de "conteúdo" da educação. (...) este

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conteúdo que se transmite na educação é sempre alguma coisa que nos procede,

nos ultrapassa e nos institui enquanto sujeitos humanos, pode-se perfeitamente dar-

lhe o nome de cultura...” (FORQUIN, 1993, p. 10).

Neste aspecto, a "cultura" pode ser entendida tanto no sentido de aquisição

de conhecimento (papel da escola) quanto no conjunto de traços característicos do

modo de vida de uma determinada sociedade, comunidade ou grupo. Este sentido

de cultura também precisa ter espaço garantido na escola, pois a diversidade

cultural dos educandos precisa ser respeitada, valorizada e trabalhada no âmbito

escolar, entendendo que uma cultura é apenas diferente da outra e não inferior.

A estudiosa de Gramsci, Schlesener , diz o seguinte:

“Dou à cultura este significado: exercício do pensamento,

aquisição de ideias gerais, hábitos de conectar causa e

efeito. Para mim, todos já são cultos, porque todos pensam,

todos conectam causas e efeitos. Mas o são empiricamente,

primordialmente, não organicamente.” ( SCHLESENER, 2002,

p. 47).

Por isso, a escola pública deve constituir-se espaço de direito social, de

direito à cultura e à integração. Deve ser estruturadora da lógica democrática e da

construção de sujeitos sociais e culturais, lógica esta que é cíclica e histórica, na

qual o ser humano vai construindo suas identidades, seus saberes, sua ética e sua

postura frente ao social.

Segundo Miguel Arroyo (2005), é preciso mostrar que a escola pública que

esta sendo edificada no Brasil e na América Latina é um movimento extremamente

rico, único e que está dando certos. Vale ressaltar também a positividade que existe

nas escolas, em resposta ao olhar negativo dos neoliberais, os quais insistem na

gravidade da situação, para depois se apresentarem como milagreiros.

A escola pública deve ser um instrumento de luta contra a marginalidade.

Isso significa que todos os profissionais da educação devem engajar-se no esforço

para garantir um ensino de qualidade e consequentemente, um conhecimento de

qualidade.

20

Para tanto, faz-se necessário uma proposição de metodologias que

possibilitem ao aluno a compreensão de conceitos e significados, e o

estabelecimento de relações do conteúdo estudado com experiências anteriormente

vivenciadas, ou seja, com sua realidade. Isso implica na construção de seus

conhecimentos como solução de problemas significativos, respondendo às

exigências do contexto em que está inserido e não apenas às expectativas do

professor.

Nesse sentido, a tendência Histórico Crítica considera que o aluno aprendeu

significativamente quando atribui sentido e significado às coisas, tendo de discutir,

justificar e estabelecer relações sobre as ideias e situações. Quando isso acontece

é porque o processo ensino/aprendizagem de fato aconteceu.

Contudo,

As aprendizagens que os alunos realizam em ambiente escolares não

acontecem no vazio, mas estão institucionalmente condicionadas pelas

funções que a escola, como instituição, deve cumprir com os

indivíduos que a frequentam. É a aprendizagem possível dentro dessa

cultura escolar peculiar definida pelo currículo pelas condições que

definem a instituição - teatro no qual se desenvolve a ação (GIMENO

SACRISTÁN, 2000, p.34).

Entende-se por currículo a especificação precisa de objetivos, procedimentos

e métodos para a obtenção de resultados. Corresponde a um plano de estudos, ou

a um programa, estruturado e organizado na base de objetivos, conteúdos e

atividades, de acordo com a natureza de cada disciplina. É também o conhecimento

organizado para ser transmitido nas instituições educacionais.

O currículo não é, no entanto, um conceito; é uma

construção cultural, isto é, não é um conceito abstrato que

possui alguma existência exterior e alguma experiência

humana. Pelo contrário, é um modo de organizar um

conjunto de práticas educacionais humanas (GRUNDY, 1987,

p.5).

21

Desse modo, o currículo é uma construção que deve ser estudada na relação

com as condições históricas e sociais em que se produzem as suas diversas

realizações concretas e na ordenação particular do seu discurso, considerando

sempre o contexto onde a escola encontra-se inserida. Mais ainda, é uma prática

pedagógica que resulta da interação e confluência de várias estruturas (políticas,

administrativas, econômicas, culturais, sociais, escolares...) na base das quais

existem interesses concretos e responsabilidades compartilhadas.

O currículo da escola pública deve ter a preocupação com a democratização

da educação, garantindo a oferta de um ensino de boa qualidade, contextualizada

com a realidade dos educandos e o atendimento a todos os indivíduos em idade

escolar.

A elaboração do currículo da escola pública deve ser um ato democrático,

que contemple conteúdos relevantes ao crescimento intelectual e pessoal do

educando e com práticas educacionais bem organizadas, de modo a oferecer

condições para que o crescimento supracitado seja atingido.

Democrática também deve ser a gestão da escola. Entende-se por gestão

democrática a tomada de decisões conscientes sobre o que fazer a partir de

objetivos definidos coletivamente, com toda a comunidade escolar. Faz-se

necessário compreender aqui, que toda a tomada de decisões é um pensar e um

ato político, pois implica em escolhas que se faz entre ações existentes e escolhas

que se faz a partir de para onde se quer chegar. É o norteador das ações e da

tomada de decisões.

Este é a indicação e a provocação trazida pelos artigos 12,13 e 14 da LDB e

a instigação a um trabalho coletivo, articulado e dialógico. Assim, a gestão

democrática é uma gestão de autoridade compartilhada que impõe a questão dos

fins da educação e que foi muito bem explicitado no Art.205 da Constituição Federal

do Brasil de 1988: a educação, direito de todos e dever do estado e da família será

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

22

A gestão democrática, atualmente, enquanto expressão política da norma

constitucional e da LDB, está vinculada à formação da cidadania, através da

construção coletiva do Projeto Político Pedagógico da escola. Todavia, a gestão

democrática envolve um processo de formação de consciência pessoal e social e de

reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A realização dá-

se pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela

participação de todos nas tomadas decisões.

A reconstrução da escola só avançará na medida em que puder contar com

os sujeitos que nela atuam, tornando-a verdadeiramente democrática. No entanto,

só faz sentido pensar em reconstrução da escola se no horizonte estiver a

perspectiva democrática de uma escola, republicana, pública, laica e pluralista,

aquela onde possam ser confrontadas as mais diversas hipóteses políticas, culturais

e religiosas, e onde possam ser compartilhadas (por pais, alunos, professores) os

valores coletivos fundamentais.

Torna-se importante salientar que, como dizia Gramsci (1979), “se quisermos

de fato salvar a escola, não podemos nos contentar em administrá-la, precisamos

dirigí-la. Dirigi-la através de uma gestão democrática, que dê a todos os membros

da comunidade escolar o direito de opinar nas decisões referentes à escola; que

oportunize a atuação dos profissionais como intelectuais inteligentes, gestores da

educação, pessoas que constroem e organizam, que atuam como persuasores

permanentes e que são capazes de fixar parâmetros de sentido para a escola.

Neste contexto de gestão democrática, a avaliação também ganhou nova

conotação. Ela não só expandiu o seu objeto de apreciação, como os integrou:

programas, currículo, condições tecnológicas, infra-estrutura, clima organizacional,

etc., analisados e qualificados em termos de eficiência, eficácia e efetividade em

função dos melhores resultados da própria aprendizagem e do trabalho pedagógico

como uma engrenagem de cooperação. Assim, aliou-se o processo avaliativo à

organização do ensino, à estrutura, ao regime escolar, ao fluxo discente, ao

calendário, enfim, a toda a vida escolar.

O que não se pode é continuar com o conceito de avaliação do século

passado, onde esta era vista como instrumento de controle, isto é, de conferência

23

de resultados obtidos frente a objetivos fixos, previamente definidos pelo sistema. É

preciso compreender a avaliação como uma relação entre metas estabelecidas,

recursos, empenho e resultados obtidos em uma dada situação de trabalho

pedagógico. Este conhecimento serve à tomada de decisões sobre as intervenções

que regulam e aperfeiçoam a função educacional escolar sob a inspiração de

planos e projetos educacionais formalizados.

Segundo Casanova (1995),

“Avaliação, aplicada ao processo de ensino e de aprendizagem,

consiste em um processo sistemático e rigoroso de recolhida de

dados, incorporado ao processo educativo desde o seu início,

que proporciona informação contínua e significativa para

conhecer a situação, formar juízos de valor respectivos e tomar

decisões adequadas para prosseguir a atividade educativa

dentro de uma perspectiva de aperfeiçoamento constante e

progresso”.

Assim, no curso de sua evolução, ampliou-se o objeto avaliado: de uma

avaliação centrada no resultado da aprendizagem dos alunos, passou-se a valorizar

informações concernentes a outros âmbitos do ambiente educacional, considerados

numa nova relação causal com o sucesso ou o fracasso do sistema escolar.

Dias (2002) descreveu o antagonismo entre as avaliações quantitativas e as

qualitativas, ressaltando a vinculação entre a finalidade da avaliação e questões de

ordem filosófica e política. Ratificou a afirmação de que a escolha de uma

metodologia resulta da aceitação de um determinado paradigma. É, exemplificando,

destacou o paradigma que enfatiza a cientificidade e a utilização precisa de

instrumentos técnicos e que não pretende mais do que identificar os melhores e os

piores, cobrar responsabilidades, controlar e eventualmente premiar e punir. Em

contrapartida, apontou propósitos avaliativos voltados ao informar, trabalhar com as

diferentes representações, interpretar as causalidades e pensar em estratégias de

superação.

Avaliação deve, também interagir com o planejamento educacional, pois

quando isso a acontece supera a condição das práticas docentes rotineiras,

24

frequentes e paradoxalmente desprovidas de sentido e de intencionalidade

formativa, exigindo uma apreensão da complexidade do trabalho pedagógico na

escola.

Portanto, a avaliação é um processo que objetiva dar suporte às decisões

escolares, sejam elas de cunho pedagógico, administrativo ou político. Aprovar,

definir situações de recuperação, promover, atender necessidades e interesses

especiais, agrupar, reorientar, atribuir mérito e, principalmente, melhorar,

aperfeiçoar o processo de ensino e de aprendizagem, a proposta formativa da

escola, enfim, tudo isso dentre outras ações, são iniciativas ou decisões tomadas a

partir de um julgamento obtido por processos específicos de avaliação orientados

por planos de intervenção.

Assim, para bem definir é preciso bem avaliar, o que significa avaliar com

objetividade, isto é, com um ponto bem definido de onde se quer chegar.

No entanto, mesmo com a utilização de diferentes formas de avaliação, é

necessário que haja alguma forma de recuperação, pois de acordo com a teoria

sócio-cultural, os alunos não aprendem ao mesmo tempo e no mesmo ritmo, cada

um possui formas próprias de aprender os conteúdos ensinados.

Com isso, o professor deve, paralelamente à avaliação, efetivar a

recuperação de modo que seja uma recuperação de conteúdos e não de notas, de

modo a possibilitar que o aluno de fato aprenda o que se propõe. O planejamento

da recuperação de estudos é de competência da escola, junto ao professor da

disciplina, que se fará em período conjunto com as aulas sem prejudicar o

andamento das mesmas, sendo ofertada a todos os alunos.

Apesar disso, o aluno é considerado reprovado quando apresentar frequência

igual ou inferior a 75% (setenta e cinco por cento) e rendimento inferior a 6,0 (seis

vírgula zero) após passar pela análise do conselho de classe, ou frequência inferior

a 75% (setenta e cinco por cento) e qualquer rendimento.

A aprovação dos alunos deve ser o resultado da avaliação do aproveitamento

escolar dos mesmos, expresso conforme critério e forma determinada pelo

Regimento Escolar do Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato.

25

O que acontece então, é uma falta de sincronia entre a Pedagogia Histórico-

Crítica e a organização do sistema de ensino burocratizado, no qual uma nota é

mais valorizada do que o conhecimento propriamente dito. De modo que o próprio

Saviani (2006) em Aula Magna ministrada para o Curso de Especialização em

Pedagogia Histórico-Crítica, da Unioeste, Campus de Francisco Beltrão, declarou

“que esta pedagogia apenas será possível de ser usada com sucesso nas escolas

quando não houver a burocratização do sistema de ensino”.

Alguns alunos possuem ainda, dificuldades e/ou defasagens de

aprendizagem , que os levam a não conseguirem atingir a média 6,0 (seis vírgula

zero) suficiente para aprovação e, caso essas dificuldades e/ou defasagens não

sejam consideradas pelos professores para aprovação por Conselho de Classe,

considerando o avanço desse aluno ao longo do ano e não a nota que deveria

obter, assim as excessivas reprovações acontecem que geram o fracasso escolar e

a exclusão, que levam a evasão escolar.

Professores e equipe pedagógica devem realizar juntos, no início de cada

ano letivo, estudo sobre os índices de evasão/desistência dos anos anteriores, para

assim envolver toda a comunidade escolar numa discussão e definições de ações

de enfrentamento dos possíveis motivos. Os casos de evasão/desistência devem

ser comunicados a Equipe Pedagógica, que entrará em contato com a família

pedindo sua presença na escola para discutir e solucionar o problema, a qual ficará

registrada em Livro Ata. Caso não se tenha sucesso, a pedagoga encaminhará a

situação para o programa FICA (Ficha de Comunicação do Aluno Ausente)

seguindo as instruções do mesmo.

A complexidade da profissão de professor é expressa por Marques (1992)

como inscrita no espaço público da palavra e da ação. “Todo professor atento e

dedicado à prática constante da observação, crítica, ação e avaliação, ética e

politicamente, oferece condições para que as gerações transcendam a si mesmas,

desafiando-se e reconstruindo-se”.

Na visão de Severino (2001), a principal característica do trabalho do

professor é promover a educabilidade, isto é, favorecer para que os próprios

26

sujeitos tornem-se construtores de sua individualidade e da sociedade como um

todo.

Diante da pluralidade e da heterogeneidade existente na sala de aula, numa

sociedade como a nossa, em que a escolarização adquire grande importância, é

exigido do professor que promova o desenvolvimento e a aprendizagem de seu

aluno, visando sempre uma formação global. Além disso, o professor precisa

oportunizar uma educação para a descoberta e que tenha como meta a formação

do cidadão crítico.

Assumir o ensino como mediação, desenvolver uma prática interdisciplinar,

ensinar a pensar, desenvolver capacidades comunicativas e incluir a perspectiva

afetiva no exercício da docência, respeitando as diferenças, são algumas das

práticas citadas por Libâneo para um professor dos tempos atuais.

A especificidade irredutível da ação de cada professor numa relação entre as

características pessoais e as suas vivências profissionais jamais poderão ser postas

entre parênteses, pois como escreve Jennifer Nias: “O professor é a pessoa; e uma

parte importante de pessoa é o professor.”

Para Paulo Freire, é importante que o professor tenha consciência do que faz

e de seu significado, ou seja, que tenha consciência do seu trabalho enquanto

docente. Este trabalho deve estar em constante avaliação, sendo flexível às

mudanças que se fizerem necessárias.

A participação dos docentes examinando o currículo, métodos, cultura

escolar e as políticas educacionais são formas pelas quais o trabalho docente pode

se transformar e se aperfeiçoar, ao mesmo tempo em que estará atuando

efetivamente nas questões referentes à escola.

A concretização do trabalho docente se dá na prática da sala de aula, no seu

cotidiano. A prática educacional está inserida na tessitura social e é configurada na

interação entre os sujeitos e os grupos. Assim, o trabalho do professor precisa estar

centrado na relação permanente entre o professor, os alunos e o conhecimento,

numa troca constante de experiência, onde o professor é o mediador e o aluno é o

construtor de seu próprio conhecimento.

27

Para que a escola funcione de maneira harmoniosa, ela precisa contar com o

apoio de órgãos colegiados como: Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil.

Eles funcionam como um importante apoio nas questões relacionadas à escola.

O Conselho Escolar representa a própria escola, constituindo-se na

expressão e no vínculo do poder da cidadania da comunidade a que a escola

pertence. Ele funciona como uma estratégia para a efetivação do princípio

constitucional da gestão democrática da educação pública, uma vez que é formado

por representantes de diversos segmentos da escola e da comunidade em geral,

deliberando sobre tudo que diz respeito à comunidade escolar.

A APMF é um órgão de representação de Pais, Mestres e Funcionários, que

tem o compromisso de acompanhar o desenvolvimento pleno das questões de

cunho pedagógico, bem como definir, junto com o Conselho Escolar, o destino dos

recursos advindos de convênios públicos ou de qualquer contribuição e/ou

arrecadação de natureza financeira do Estabelecimento de Ensino.

O Conselho de Classe é um órgão colegiado, presente na organização da

escola, que se reúne para refletir e avaliar o desempenho pedagógico dos alunos

das diversas turmas, séries ou ciclos. Apresenta algumas características básicas:

forma de participação direta e efetiva dos profissionais envolvidos no processo

pedagógico; tem uma organização interdisciplinar; a centralidade da avaliação

escolar como foco de trabalho da instância.

Constitui-se num espaço prioritário da discussão pedagógica, onde o aluno

será sempre a figura central de tais discussões e dos processos de avaliação.

Ele pode e deve, também, se aproveitar das suas características constitutivas

e ser capaz de direcionar um projeto democrático de atuação pedagógica.

Os recursos humanos representam quesito importante para o

desenvolvimento dos trabalhos no interior de uma escola. Ela precisa contar com

profissionais suficientes e que atendam a demanda de trabalho existente.

Profissionais qualificados, que exerçam com responsabilidade e comprometimento a

sua função, seja ela no campo pedagógico, administrativo ou de apoio. A chegada

de um(a) professor(a) pedagogo(a) na escola representa uma importante conquista

28

para a educação, pois se caracteriza como um apoio de grande valia, tanto para o

corpo docente quanto para corpo discente.

Quando se têm professores qualificados e comprometidos com sua prática

pedagógica, tem-se, também, metodologias de trabalho que favorecem o processo

de ensino/aprendizagem e que vão além da mera transmissão de conteúdos

disciplinares. Assim, é importante que o professor se utilize de metodologias que

desafiem os alunos a construir o seu próprio saber, conscientizando-os de sua

ação, analisando hipóteses e questionando-as, para que a escola deixe de ser esta

transmissora de conteúdos e passe, realmente, a formar cidadãos críticos e

atuantes, conscientes de seu papel na sociedade.

No entanto, um dos grandes desafios dos educadores é estabelecer uma

proposta de ensino que reconheça e valorize as mais variadas práticas culturais

encontradas no ambiente escolar, sem perder de vista o conhecimento

historicamente produzido, que se constitui patrimônio universal. São as diferenças

que constituem os seres humanos, diferenças estas que se fazem presentes a todo

o momento, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de

especificidades naturalmente irredutíveis.

Assim, a educação precisa constituir-se num espaço dialógico no qual as

diferenças se complementem e não sejam fatores de exclusão.

Quando falamos em inclusão, não podemos nos referir apenas à inclusão de

alunos com deficiência, mas também daqueles marginalizados por sua cor, raça,

credo, grupo social, hábitos, orientação sexual, origens familiares, etc, aos quais

encontramos no interior da escola e que precisam ser respeitados.

O processo de inclusão educacional exige planejamento e mudanças

sistêmicas, tanto políticas quanto administrativas na gestão educacional, além de

envolver desde a alocação de recursos governamentais até a flexibilização do

currículo desenvolvido em sala de aula. Diante disso, o desafio da inclusão escolar

é enfrentado como uma nova forma de repensar e reestruturar as políticas e as

estratégias educativas, de modo a criar oportunidades efetivas de acesso à

educação escolar aos portadores de necessidades educacionais especiais e a todos

29

os outros que ficam à margem da sociedade; mas, mais do que isso, é garantir

condições para que os mesmos possam manter-se na escola e aprender.

Assim, “é a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social,

econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição

voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos. (...)” (PARANÁ,

2005).

O processo de formação implica na formação contínua da profissão de

professor. O objeto desta formação continuada é a melhoria do ensino, e não

apenas a do profissional. Portanto, os programas que visam esta formação

precisam incluir saberes científicos, críticos, didáticos, competências relacionais,

saber fazer pedagógico e competências organizacionais.

Considerando que a formação continuada é uma exigência para os tempos

atuais, pode-se afirmar que a formação docente acontece em continuum, tendo

como preocupação a instrumentalização para a prática docente, uma vez que sua

atuação interfere na formação de cidadãos e seu compromisso ultrapassa a sala de

aula, o que caracteriza o professor como um agente de mudança social.

A hora atividade também é um momento de formação continuada do

professor, uma vez que o mesmo realiza leituras, interage com outros profissionais,

como professores, equipe pedagógica e direção, prepara e avalia suas aulas, seus

métodos e metodologias. Além disso, a hora atividade destina-se à correção e

preparação de trabalhos e outras formas avaliativas a serem desenvolvidos em sala

de aula, atendimento a alunos e pais e pesquisas de âmbito educacional.

A participação dos pais e da comunidade é fator primordial na construção de

uma escola e de um ensino de qualidade. Oportunizando a integração entre escola,

família e sociedade estaremos construindo, juntos, um espaço onde o aluno possa

se desenvolver da melhor maneira possível, tornando-se um sujeito capaz de atuar

crítica e conscientemente no seu meio e sociedade em geral.

30

6. MARCO OPERACIONAL

O Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato –

Ensino Fundamental e Médio é construído com base efetiva na realidade concreta.

Nele fica evidente como a educação deve ser conduzida analisando o que, como e

para que ensinar.

Para tanto, faz-se necessário um comprometimento coletivo de toda a

comunidade escolar e que se faça regularmente, a avaliação e a auto-avaliação

para o bom desempenho da qualidade dos trabalhos desenvolvidos na escola com

reflexão dentro e fora dela.

Desejamos, enquanto escola, consolidar um ambiente educativo que

efetivamente gere aprendizagem, e isto implica cruzar fronteiras, reconfigurar

saberes e poderes, conquistar espaços de reflexão. Devemos ter coragem e

ousadia para começar este processo.

Para que seja possível a possibilidade de uma boa aprendizagem, é

necessário oferecer aos alunos uma estrutura física adequada para o

desenvolvimento de diversas atividades em vários momentos.

O colégio conta com um razoável acervo bibliográfico, mas a biblioteca não

possui espaço adequado para pesquisa, pois é um local onde são realizadas várias

atividades, leitura, troca de livros, além do uso conjugado com a rede municipal de

ensino. Trata-se, portanto, de um problema estrutural, de falta de espaço físico para

ambas as escolas, e que não será facilmente resolvido sem intencionalidade política

e intervenção do governo.

Temos ainda um laboratório de Física, Química, Biologia instalados em local

provisório, mas que possibilita o acesso dos alunos em aulas práticas sob

orientação do professor.

O colégio necessita da construção de duas salas, uma para sala de aula pois

está sendo utilizada uma sala provisória(de madeira) para uma turma da tarde, o

que torna difícil o trabalho pois é muito quente, totalmente inadequada. E outra para

31

o laboratório de Física, Química e Biologia que se encontra dividida com a sala dos

professores.

A secretaria escolar também precisa ser melhorada, seu espaço é muito

pequeno o que dificulta o trabalho e o atendimento.

O mundo de hoje ainda não esgotou as possibilidades proporcionadas pelos

últimos avanços tecnológicos que tornaram instantânea a comunicação no planeta e

globalizaram a economia em um grande mercado, onde o diferencial das nações

depende da educação e capacidade de iniciativa de suas populações.

Desse modo, ao pretendermos, enquanto professores, formar um sujeito que

saiba ouvir e expor suas ideias claramente, que seja responsável, comprometido na

realização de suas atividades, participativo e consciente da necessidade da

construção de um mundo melhor e por isso, transformador da sociedade através do

seu pensar e agir sobre ela. Precisamos de um respaldo teórico que também seja

crítico, para que o aluno possa perceber em seus professores o mesmo anseio que

deseja despertar neles.

Um referencial teórico consistente não se constrói de um instante para outro,

exige tempo e dedicação. Mas no que se refere ao aspecto de formação do

professor, os mesmos reconhecem a necessidade de estar em constante

atualização, o que facilita para que a escola, juntamente com a SEED, busque

aprofundar o conhecimento dos professores acerca da pedagogia que rege o fazer

de um professor com os anseios supracitados.

A hora atividade é realizada pelos professores e acompanhada pela direção

e equipe pedagógica com o objetivo de oportunizar um momento de planejamento

individual e coletivo. Na elaboração do quadro de hora atividade considera-se as

instruções da SEED, porém por ser uma escola de pequeno porte não é possível

promover o encontro por áreas afins no mesmo período.

São realizadas reuniões pedagógicas, com a participação da direção, equipe

pedagógica, professores e funcionários de acordo com o calendário, como momento

de estudo, discussão, organização pedagógica e avaliação de todo o processo. Mas

com um número reduzido dos professores, pois estes atuam em várias escolas o

que torna difícil esse encontro.

32

Com o objetivo de explicitar a importância do professor no processo de

ensino-aprendizagem e dos conhecimentos historicamente acumulados pela

humanidade, é necessário que o aluno também queira aprender e esta ação requer

disciplina e dedicação, elementos que muitos alunos não têm.

Uma alternativa de solução encontrada pela direção, professores e equipe

pedagógica é chamar estes alunos na coordenação, por isso, temos

constantemente conversado sobre a sua função dentro da escola, a importância da

formação e do conhecimento na sociedade atual, mas o fato é que muitos alunos,

mesmo concordando com estas ideias, não se convencem delas na prática, e nada

fazem para melhorar, o que gera dificuldade na compreensão dos conteúdos. Há

reprovações e aprovações por Conselho de Classe, de alunos que por vezes não

estão aptos a frequentar a série seguinte, mais adiantada.

A formação continuada realiza-se através da participação dos docentes em

Grupos de Estudo por Área do Conhecimento, Palestras, Encontros Pedagógicos,

Simpósios, Seminários, DEB Itinerante, Semanas Pedagógicas ofertadas pela

SEED e entre outros

No que se refere à metodologia de avaliação aplicada aos alunos, os

professores abriram inúmeras oportunidades de o aluno demonstrar seu

aprendizado, através de atividades do caderno, trabalhos, avaliações escritas,

compromisso, participação e interesse dos alunos, leitura e produção de textos,

atividades extracurriculares, proporcionando uma avaliação continuada e uma

recuperação paralela que não promova apenas um aumento de notas, mas uma

efetiva aprendizagem do aluno, e se possível, a ampliação do conhecimento que

nos propomos a ensinar. Não se trata apenas de refazer a avaliação, mas

aprofundar-se sobre o assunto através de trabalhos escritos de pesquisa, se

necessário, nova explicação do conteúdo e com tarefas para fixação do mesmo.

Devemos destacar que todos os procedimentos de recuperação paralela

serão registrados pelos professores em seus Livros de Registro de Classe.

Segundo os professores, constitui-se como Recuperação Paralela as

seguintes atividades:

l Retomada do conteúdo;

33

l Atendimento e esclarecimento de dúvidas na hora atividade do professor, em

turno contrário;

l Orientações sobre avaliações na disciplina, no sentido de esclarecer quais os

critérios que serão avaliados;

l Exercícios adicionais de compreensão;

l Tarefas de casa com correção e revisão em sala de aula;

l Informação aos pais sobre a evolução da aprendizagem do aluno, com o

registro do encontro devidamente assinado pela escola e pela família;

l Convocação dos pais e do aluno para orientação especial quando, apesar de

todos os esforços, as dificuldades do aluno persistirem, buscando alternativas

para sanar as dificuldades;

l Conscientização dos alunos da mudança de paradigma no que se refere à

recuperação e da necessidade de estudar desde o início do ano letivo.

A aprovação dar-se-a quando o aluno apresentar frequência igual ou superior

a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do período letivo e

média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), resultante da média

aritmética dos trimestres, conforme Regimento Escolar.

O aluno é considerado reprovado quando atingir frequência inferior sobre o

total da carga horária do período e média inferior a 6,0 (seis vírgula zero), ou

frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento), sobre a carga horária do

período letivo com qualquer média anual. Caso seja necessário será aplicada a

reclassificação de alunos oriundos de outras escolas ou da própria escola que

estejam com idade para além da série em curso, os professores, equipe

pedagógica, direção e família entrarão num consenso e serão aplicadas atividades

que comprovem que o aluno tem condição de ser reclassificado para a série

seguinte.

No início de cada ano letivo, são realizadas junto aos professores, equipe

pedagógica e direção, estudos sobre os índices de evasão/desistência dos anos

anteriores, para assim envolver toda a comunidade escolar numa discussão e

definições de ações de enfrentamento dos possíveis motivos. Detectados os casos

de evasão/desistência pelos professores, os mesmos devem ser comunicados a

34

Equipe Pedagógica, que entrará em contato com a família pedindo sua presença na

escola para discutir o problema, a qual ficará registrada a situação para o programa

FICA (Ficha de Comunicação do Aluno Ausente) seguindo as instruções do mesmo.

Uma situação preocupante levantada pela equipe de professores é a rotatividade de

alunos, alguns passam por três(3) a quatro(4) escolas durante o período letivo

devido a troca constante de emprego dos pais que trabalham de agregados.

O Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato oferece a seus alunos de Ensino

Médio a Progressão Parcial que é um mecanismo que oportuniza ao educando dar

continuidade aos estudos. O objetivo da progressão é atender os alunos que não

obtiveram êxito durante o ano letivo, apesar das constantes e contínuas

recuperações paralelas realizadas pelos docentes. Assim, ao aluno que reprovar

em até três(3) disciplinas ou áreas do conhecimento da série, é permitido cursar o

período subsequente, concomitante às disciplinas ou áreas nas quais reprovou,

salienta-se que, o regime de Progressão Parcial, exige que para aprovação o aluno

tenha frequência conforme previsto em lei e aproveitamento determinado pelo

Regimento Escolar. Em caso de alunos de 5ª a 8ª série, matriculados com

Progressão Parcial, vindos de outras instituições, eles cursarão em horário

contrário, caso seja ofertada a série em outro período, ou através de trabalhos caso

não haja outra turma da série.

Outro desafio enfrentado é o processo de inclusão, principalmente de alunos

com dificuldades de aprendizagem. Este tipo de inclusão é uma preocupação

constante da escola, que busca meios para ajudá-los através de planejamento

coletivo e mudanças que proporcionem um aprendizado de qualidade, respeito

mútuo, condições diferenciadas de avaliação, bem como, o bem estar e integração

de todos. No entanto, o colégio/os professores acolhem os educandos com

necessidades educacionais especiais, garantindo-lhes o acesso, ingresso,

permanência, conforme LDBN 9394/96, porém sem estar adequadamente

preparados para garantir o sucesso escolar dos mesmos

Outras medidas foram tomadas no sentido de possibilitar o desenvolvimento

de responsabilidade nos alunos, como dar ciência de todas as decisões tomadas

pelos professores em reuniões e Conselhos de Classe, buscar sugestões junto aos

35

alunos para problemas que dizem respeito a eles mesmos, atuação efetiva do

Grêmio Estudantil como representantes dos alunos, etc.

Consideramos relevante esclarecer que não existe uma receita pronta para

atingir um bom ensino e uma boa aprendizagem, mas as boas experiências devem

sempre ser divulgadas e colocadas em prática, pois é muito bom quando vemos os

resultados positivos tomando corpo e os negativos servindo como base para

avaliações e revisão de posturas.

É certo que ainda existem inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro

papel da educação formal são motivos de ampla discussão na sociedade atual. No

entanto, exige-se realizar um esforço coletivo para vencer as barreiras e entraves

que inviabilizam a construção de uma escola pública que de fato ensine para o

exercício pleno da cidadania e que seja instrumento real de transformação,

contrapondo-se ao atual modelo gerador de desigualdades e exclusão social.

A Direção, juntamente com a APMF, órgão representado pelos pais, mestres

e funcionários, Conselho Escolar, órgão representado pelos alunos, comunidade

escolar, funcionários, professores e Grêmio Estudantil representados por alunos do

Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato, buscam promover a participação da

comunidade escolar em várias atividades promovidas pela escola, de modo que

oportunize a participação e a formação integral do educando, preparando-o

efetivamente para o cumprimento de seu papel sociocultural, seja através

elaboração do conteúdo específico e condizente com as diferentes faixas etárias,

interesses e realidades dos alunos, permitindo a troca de experiências ou, seja

através de palestras sobre os mais diversos assuntos educativos e formativos.

As instâncias colegiadas, APMF e Conselho Escolar, têm como compromisso

acompanhar o desenvolvimento de questões de cunho pedagógico, recursos

advindos de convênios públicos e arrecadações ou contribuições de natureza

financeira do Estabelecimento de Ensino, bem como, reunir-se sempre que

necessário para refletir a avaliar questões relacionadas ao dia a dia escolar.

O Grêmio Estudantil “Ação”, desenvolve no decorrer do ano letivo diversas

atividades junto aos alunos, buscando promover a interação, ainda realiza

36

promoções visando a aquisição de bens necessários que venham contribuir com o

trabalho do professor em sala de aula.

Objetivamos também que a integração entre escola e família seja, cada vez

mais, consolidada, de modo que a ação educativa do colégio oportunize a práticas

ativas e participativas para a tomar decisões conjuntas, com a realização regular

reuniões pedagógicas entre professores, pais e alunos, para que a comunicação

seja eficiente e eficaz criando a cultura do diálogo na comunidade escolar, através

de palestras e debates sobre assuntos pertinentes à educação dos filhos para os

pais.

O Conselho de Classe enquanto uma ferramenta importante de avaliação,

não apenas dos alunos, mas das práticas dos professores, é um momento de

tomadas de decisões coletivas, o que possibilitam o comprometimento de todos na

realização de tudo que é proposto como forma de melhorar o processo de ensino

aprendizagem.

Desse modo, o Conselho de Classe deverá constituir-se-á de uma retomada

e avaliação dos conselhos anteriores (o que obteve resultado, o que não foi viável),

sendo visando decidir sobre os encaminhamentos necessários, tendo em vista os

resultados obtidos e a superação dos problemas diagnosticados.

Mas não podemos apenas identificar os problemas e buscarmos soluções, as

atribuições e ações devem ser implementadas para a melhoria do processo ensino-

aprendizagem, definir prazos para implementar as propostas acordadas,

concretizando-se no Conselho de Classe, um momento de planejamento pelo

coletivo sobre o trabalho pedagógico.

Busca-se ao longo dos anos, através dos estudos e reflexões, novas formas

e venham tornar o Conselho de Classe mais eficaz quanto a sua função, mas ainda

poucos educadores têm clareza de quais caminhos se deve direcionar para que

seja mais eficiente.

Dessa forma, não cabe apenas à direção e pedagogos da escola garantir o

encaminhamento e a concretização do trabalho proposto, mas de todos os

envolvidos, os professores, os alunos e suas famílias, que através de uma gestão

37

democrática, aberta, baseada no diálogo, tomam conhecimento de todas as

decisões que lhes é pertinente sobre a sua educação.

7. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

A função deste projeto é delinear o horizonte da caminhada, estabelecendo a

referencia geral, expressando o desejo e o compromisso do grupo. Isto porém não é

suficiente, pois é necessário estar constantemente analisando e avaliando nossas

ações.

Com o Projeto Político-Pedagógico não é diferente, ele deve estar em

constante avaliação. Deste modo, a cada ano estaremos fazendo uma re-leitura e

avaliação do Projeto Político Pedagógico, juntamente com a comunidade escolar,

ou seja, direção, equipe pedagógica, professores, funcionários e Instâncias

Colegiadas, analisando o que já foi alcançado e, portanto, já não mais faz parte do

Marco Operacional e sim do Marco Situacional, do mesmo modo que definiremos

novas linhas de ação para resolver os problemas que permanecerem, além de

debater outras questões relevantes à educação que se fizer importante para o

momento, fazendo com que esta avaliação seja o ponto de chegada para um

período letivo e marque os planos e objetivos de um novo Marco Operacional a ser

alcançado por todos os membros da escola.

38

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Práxis. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1998.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 2ª ed.

Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação – Lei 9394/96.

BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Brasília, 1988.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Projeto Político Pedagógico. Curitiba: IBPEX,

2003.

FORQUIN, Jean Claude. Escola e Cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

GRAMSCI, A. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1979.

LIBÂNEO, J. C. Democratização da Escola Pública: a Pedagogia Crítico-Social

dos Conteúdos. São Paulo: Loyola, 1985.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.

Ensino Fundamental da Rede Pública de Ensino da Educação Básica do

Estado do Paraná. Curitiba: SEED/SUED, 2005.

39

SACRISTAN, Gimeno. O Currículo: Uma Reflexão Sobre a Prática. Porto Alegre:

ARTMED, 2000.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 25ª ed. São Paulo: Cortez: Autores

Associados, 1991.

40

ANEXOS

41

COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO FAIVRO BUSATO

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE FRANCISCO BELTRÃO

PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA

2010

42

Gestão Pedagógica

Qual objetivo? Como atingir? Quando será

realizado?

Garantir a aplicabilidade

da Proposta

Pedagógica, Projeto

Político Pedagógico da

escola, mantendo a sua

atualização.

Deixar cópia do Projeto Político

Pedagógico disponível na sala

dos professores, para consulta e

avaliação frequente;

Permanente

Leitura e avaliação em grupo do

Projeto Político Pedagógico;

No início do ano

letivo

Realizar projetos

dinâmicos e criativos

como grupos de dança,

teatro, gincanas

culturais e recreativas,

jogos, semana

cultural.

Mobilizando e incentivando a

participação de professores,

alunos e Grêmio estudantil;

Ao longo do ano

letivo. Previsto no

cronograma de

atividades do colégio.

De acordo com as

necessidades

específicas de alunos

e professores

Desenvolver ações

específicas com alunos

com dificuldade de

aprendizagem.

Garantindo junto ao NRE a oferta

da Sala de Recurso; Por todo ano letivo

Com auxílio de pais voluntários; Quando houver pais

disponíveis

Chamar regularmente o

Conselho Escolar para

que os mesmos sintam-

se mais comprometidos

com a escola.

Capacitação; Bimestralmente

Reuniões ordinárias; Semestralmente

Reuniões extraordinárias para

tratar de assuntos imprevistos;

Quando se fizer

necessário

Promover a leitura

como atividade vital no

processo de ensino

Projeto de Leitura Durante todo ano

letivo

Concurso de Poesia Final do ano

43

aprendizagem.

Gestão administrativa

Qual objetivo? Como atingir? Quando será

realizado?

Viabilização do laboratório

de Química, Física e

Biologia, em local

adequado.

Angariando recursos junto à

comunidade;

Governo Estadual; Em curso

Conservação da estrutura

física da escola bem como

do mobiliário escolar.

Trabalho elaborado pelos

professores para os alunos. Início do ano letivo

Conversa com pais e

comunidade escolar durante a

prestação de contas;

Início do ano letivo

Ampliar acervo bibliográfico

da escola.

Via SEED e recursos da APMF; Constantemente

Consolidar a gestão

compartilhada com a

escola Municipal N.

Senhora de Fátima.

Realizando reuniões para definir

assuntos pertinentes às duas

escolas

Sempre que

necessário

Organizar cronograma de uso

de equipamentos e espaços

comuns

Início do ano

Incentivar a participação

dos funcionários da escola.

Através das capacitações,

promovendo sua participação

nas reuniões da escola e

estabelecendo constante

diálogo;

Ano Todo

44

Levantar fundos para

participação em eventos

artísticos, esportivos.

Através de festas, torneios e

doações da comunidade; Quando necessário

Viabilização/Recursos para

construção de duas salas de

aula.

Através do Governo Estadual, via

SEED;

Em curso

Recursos para a construção

de dois banheiros e

vestiários na quadra de

esporte, e um banheiro para

os professores.

Através do Governo Estadual,

via SEED;

Em curso

Gestão de Pessoas

Qual objetivo? Como atingir? Quando será

realizado?

Manter na escola um ambiente

acolhedor, valorizando

professores e funcionários

motivando-os a práticas

criativas.

Confraternizações entre

professores e funcionários

(encontros pedagógicos,

almoços, jantares);

Durante o ano

Promover integração entre o

corpo docente no sentido de

articular as ações.

Reestruturar o Conselho de

Classe; Semestralmente

Promovendo trabalho coletivo

dos professores, através de Semestralmente

45

projetos que envolvam todos;

Adotar práticas de avaliação

do desempenho da Direção,

Equipe Pedagógica,

Professores e Funcionários.

Avaliação dos pais através de

questionários; Fim do ano letivo

Avaliação dos alunos; Fim do ano letivo

Garantir capacitação

continuada para Direção,

Equipe Pedagógica,

Professores, Funcionários e

APMF.

Dispensando professores para

curso de atualização e com

leituras pedagógicas na hora

atividade;

Frequentemente

Estudo sistematizado nas

reuniões e Capacitações em

Faxinal do Céu ;

Sempre que

possível

Democratizar o ambiente

escolar.

Repassando todas as

informações advindas do

NRE, pertinentes a cada

setor, participação coletiva

nas decisões sobre assuntos

escolares;

Com frequência

Estabelecer com a

comunidade escolar um

calendário de eventos e

promoções.

Reunião de Conselho Escolar,

Grêmio estudantil, Conselho

de Classe e assembleia com

os pais;

Início do ao

letivo