coleÇÃo histÓria contemporÂnea de portugal: 1808

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AMÉRICA LATINA NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA COLEÇÃO HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL: 1808-2010 DIREÇÃO ANTÓNIO COSTA PINTO NUNO GONÇALO MONTEIRO

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Page 1: COLEÇÃO HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL: 1808

AMÉRICA LATINA NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

COLEÇÃOHISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL: 1808-2010

DIREÇÃOANTÓNIO COSTA PINTONUNO GONÇALO MONTEIRO

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AMÉRICA LATINA NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

CONCEÇÃO E DIREÇÃOPablo Jiménez Burillo

CONSELHO EDITORIALManuel Chust CaleroPablo Jiménez BurilloCarlos Malamud RiklesCarlos Martínez-ShawPedro Pérez Herrero

CONSELHO ASSESSORJordi Canal MorellCarlos Contreras CarranzaAntónio Costa PintoJoaquín Fermandois HuertaJorge GelmanNuno Gonçalo MonteiroAlicia Hernández ChávezEduardo Posada CarbóInés QuinteroLilia Moritz SchwarczAlfredo CastilleroCarlos SeverinoGerardo Gaetano

COORDENAÇÃOJavier Bravo García

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL: 1808-2010

DIREÇÃO GERALAntónio Costa PintoNuno Gonçalo Monteiro

COORDENADORES DOS VOLUMESNuno Gonçalo Monteiro e Jorge M. Pedreira

(Volume 1)Pedro Tavares de Almeida (Volume 2) Nuno Severiano Teixeira (Volume 3)José Luís Cardoso (Volume 4)António Costa Pinto (Volume 5)Filipa Lowndes Vicente e Miguel Bandeira Jerónimo

(Volume de fotografias)

EDIÇÃOClara Capitão e Eurídice Gomes

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O ano de 1808 e os meses que o precederam representaram um ponto de rutura para as monarquias ibéricas. A invasão napoleónica e a posterior guerra contra França marcarão o início da contemporaneidade, tanto para Portugal como para Espanha e para as respetivas colónias americanas. Ao longo de dois séculos de história contemporânea, Portugal manteve uma relação privilegiada com o Brasil, mas estabeleceu também importantes relações económicas, políticas e culturais com outros países da América Latina. É precisamente este enfoque nas relações com a América Latina que faz desta História Contemporânea de Portugal uma iniciativa original, dirigida a um público amplo, cujo objetivo é difundir e tornar acessível, a nível internacional, os últimos contributos da historiografia portuguesa.

A coleção História Contemporânea de Portugal é dirigida pelos historiadores António Costa Pinto e Nuno Gonçalo Monteiro, que coordenam um elenco de destacados especialistas em economia, sociedade, relações internacionais, his-tória política, iconografia e história cultural na exposição, concisa, das chaves para entender os processos históricos que marcaram a história de Portugal desde inícios do século xix até ao século xxi.

Esta coleção é um projeto idealizado pela fundação mapfre e realizado em coedição com a Editora Objectiva, integrado numa iniciativa cultural de grande dimensão, denominada América Latina na História Contemporânea. Esta apresenta uma reflexão, através da palavra e da imagem, acerca do papel desempenhado pela América Latina nos últimos duzentos anos com a publicação de uma cen-tena de livros e a realização de exposições em vários países da América do Sul.

a fundação mapfre, como parte das atividades realizadas em Portugal, tem o orgulho de apresentar esta iniciativa pioneira no campo historiográfico e documental que pretende converter-se numa referência para os estudos ibero--americanos em Portugal.

fundação mapfre

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As Histórias de Portugal não constituem propriamente um género pouco repre-sentado. Ao invés, tiveram algum reconhecimento expresso em tempos recentes, respondendo talvez a uma apetência pela valorização do passado histórico pelos portugueses, revelada também por diversos inquéritos de opinião e, ainda, pela procura de outros livros de história, biografias e até romances históricos. No entanto, os últimos duzentos anos, os quais correntemente se designam de história contemporânea, estão longe de ser bem conhecidos ou de suscitarem uma memória comum. Pelo contrário, são, em boa medida, divididos entre uma imagem remota e muito difusa do século xix e dos primórdios do século xx, e ideias fortes sobre a história portuguesa recente – como o salazarismo, a guerra colonial, o 25 de Abril de 1974 ou a adesão à União Europeia em 1986 – timbradas pelas próprias experiências de vida de quem as evoca.

Entretanto, a história contemporânea de Portugal que aqui se apresenta procura trazer uma marca específica. Não apenas porque se insere numa ampla coleção de histórias nacionais que se situam na perspetiva da América Latina na história contemporânea. Outros fatores pesaram. Desde logo, porque pretende situar a história nacional num marco mais amplo, ibérico, atlântico e global, em

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conformidade com as conexões múltiplas que, com uma intensidade variável, condicionaram os destinos portugueses. A via que aqui se intentou percorrer procura recentrar a narrativa histórica. O que se pretende não é, evidentemente, negar a influência que, a todos os níveis e em diferentes contextos, Inglaterra, França ou os Estados Unidos tiveram sobre a evolução de Portugal. Menos ainda restaurar uma qualquer visão nacionalista do passado. Mas destacar que uma perspetiva ibérica e atlântica da história portuguesa permite descobrir conexões e estabelecer uma agenda temática diversa.

São contextos globais (invasões francesas, independências latino-americanas) que marcam os primórdios da contemporaneidade portuguesa. E os cinco volu-mes desta série, tal como os equivalentes de outros territórios, seguem uma cronologia próxima, que testemunha a persistente interdependência dos des-tinos ibero-americanos: 1808-1834 – O Colapso do Império e a Revolução Liberal; 1834-1890 – A Construção Nacional; 1890-1930 – A Crise do Liberalismo; 1930-1960 – Olhando para dentro; 1960-2000 – A busca da democracia.

A coleção inclui ainda um sexto volume, intitulado 1850-2010 – A História de Portugal através da Fotografia.

antónio Costa pinto

nuno Gonçalo monteiro

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ESTRUTURA DA COLEÇÃO

A coleção História Contemporânea de Portugal apresenta um esquema crono-lógico comum ao modelo proposto pela Fundação MAPFRE, partindo do ano de 1808 (chegada da família real ao Brasil) para chegar ao século xxi. Segue também o mesmo modelo geral de organização da estrutura dos capítulos. Sem ser rigoroso – já que não existe divisão cartesiana entre aspetos políticos, eco-nómicos, culturais e sociais –, traz, em poucas páginas, um amplo e complexo panorama de cada período.

Os seis volumes seguem a seguinte cronologia:Volume 1 O Colapso do Império e a Revolução Liberal: 1808-1834Volume 2 A Construção Nacional: 1834-1890Volume 3 A Crise do Liberalismo: 1890-1930Volume 4 Olhando para Dentro: 1930-1960Volume 5 A Busca da Democracia: 1960-2000Volume 6 A História de Portugal através da Fotografia: 1850-2010

Cada um dos cinco volumes de história tem a mesma estrutura:CronoloGia As chaves analíticas do períodoas ChaVes do período Informações gerais sobre o período cronológico tratado,

com referência aos aspetos centrais de cada um dos capítulos.a Vida polítiCa Análise dos principais acontecimentos políticos que marcam

e explicam os grandes processos políticos do período.portuGal no mundo Destaca as facetas mais relevantes das relações interna-

cionais (sociais, políticas, migratórias, económicas) entre o país e o mundo, incluindo a América Latina.

o proCesso eConómiCo Síntese dos mais importantes aspetos macroeconó-micos do período, com ênfase nos marcos da modernização do país: comér-cio, desenvolvimento científico e tecnológico, comunicações, transporte, etc.

população e soCiedade Radiografia da população do período – emigração, o desenvolvimento nos meios urbano e rural, os grupos sociais e as caracte-rísticas que os definem.

Cultura Ênfase na cultura artística do período, além da moda e dos gostos, expressões plásticas e literárias, a educação e os planos de estudos, o ócio, as manifestações públicas.

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DIREÇÃO DA COLEÇÃO

antónio Costa pinto é investigador coordenador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e professor convidado no ISCTE/IUL. Doutor pelo Instituto Universitário Europeu (1992), foi professor convidado nas universidades de Stanford (1993) e Georgetown (2004) e investigador visitante nas universidades de Princeton e da California -Berkeley (2000 e 2010). Tem publicado sobre o fascismo e autoritarismo, elites políticas e transições democráticas. As suas obras mais recentes são: The Nature of Fascism Revisited (2012), (Org.) Governar em Ditadura (2012) e (Org.) A Sombra das Ditaduras (2013).

nuno Gonçalo freitas monteiro é investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa e agregado pelo ISCTE/IUL. Entre as suas publicações, desta cam -se os livros: O Crepúsculo dos Grandes. A Casa e o Património da Aristocracia (1750-1834), (2.ª ed., 2003); D. José. Na Sombra de Pombal (2.ª ed., 2008); História de Portugal (coord. Rui Ramos, Prémio D. Dinis – 2009); dir. de A Idade Moderna. 2.º vol. de História da Vida Privada em Portugal (coord. J. Mattoso, 2010); e Elites e Poder (3.ª ed., 2012).

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ORGANIZAÇÃO DOS VOLUMES

VOLUME IO COLAPSO DO IMPÉRIO E A REVOLUÇÃO LIBERAL1808-1834COORDENAÇÃO DE JORGE M. PEDREIRA E NUNO GONÇALO MONTEIROAUTORIA DE JORGE M. PEDREIRA, MIGUEL FIGUEIRA DE FARIA E NUNO GONÇALO MONTEIRO

As invasões francesas; a partida da família real para o Rio de Janeiro; o colapso do antigo regime colonial; o primeiro pronunciamento liberal; a independência do Brasil; as lutas entre liberais e absolutistas; o triunfo final do liberalismo: são estes os episódios que marcam decisivamente o período da história portuguesa aqui estudado (1808-1834). Uma história em boa parte definida pelo contexto externo, pelas transformações que vinham de fora, pelo modo como Portugal participava no sistema de Estados europeu e nos seus conflitos, dilacerada por violentos antagonis-mos que encontraram na guerra – a internacional e a civil – a sua máxima expressão.

A quebra da monarquia pluricontinental constituirá uma profunda mudança na ordem política, económica e mesmo social. Sobre as suas ruínas emergirá um novo regime, mas só após décadas de grandes convulsões. Foi, pois, um tempo de ruturas dramáticas, com repercussão a quase todos os níveis da vida social e política, aquele de que se ocupa este primeiro volume de uma série pensada com o objetivo de inscrever a história portuguesa nos grandes marcos dos processos contemporâneos atlânticos e ibero-americanos. A ponderação de diversos pon-tos de vista permite aqui sublinhar os traços mais relevantes e característicos da revolução liberal em Portugal.

VOLUME IIA CONSTRUÇÃO NACIONAL1834-1890COORDENAÇÃO DE PEDRO TAVARES DE ALMEIDAAUTORIA DE JORGE M. PEDREIRA, MIGUEL BANDEIRA JERÓNIMO, PAULO SILVEIRA E SOUSA, PEDRO TAVARES DE ALMEIDA E RUI BRANCO

Entre 1834 e 1890, Portugal passou por profundas mudanças, com a construção de um Estado-nação moderno e o ressurgimento do projeto imperial africano. O triunfo dos liberais na guerra civil, em 1834, assinala a instauração definitiva

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do regime monárquico constitucional. Até meio do século, viveu-se, porém, um tempo convulsivo, dominado pela instabilidade e violência políticas. A nova fase que então se abriu, de início designada por «Regeneração», teve como características a negociação e o compromisso, associados a uma dinâ-mica de modernização socioeconómica, em que o investimento público nas infraestruturas deveria desempenhar um papel fundamental. Este impulso modernizador, que começa a dar sinais de erosão na viragem para a década de 1890, embora tenha introduzido grandes transformações, não permitiu vencer alguns dos pesados atrasos estruturais e culturais do país nem alterar a sua posição periférica no contexto europeu, o que promoveu a disseminação na opinião pública de um forte sentimento de frustração, que a deceção do projeto colonial veio ampliar.

VOLUME IIIA CRISE DO LIBERALISMO1890-1930COORDENAÇÃO DE NUNO SEVERIANO TEIXEIRAAUTORIA DE ÁLVARO FERREIRA DA SILVA, ANTÓNIO JOSÉ TELO, LUÍS TRINDADE, NUNO SEVERIANO TEIXEIRA E PAULO JORGE FERNANDES

Entre 1890 e 1930, Portugal é marcado pela mudança. Por uma aceleração, aparentemente, vertiginosa de acontecimentos políticos que pontuam a sua História: o Ultimatum inglês e a difícil afirmação do Império Colonial; o regicídio e a queda da Monarquia; a implantação da República e a intervenção na Grande Guerra; a ditadura militar e o caminho para o Estado Novo. Mas é, ao mesmo tempo, atravessado pela continuidade. Pela persistência de movimentos de mais longa duração e que acompanham todo o período: o peso do mundo rural e a lenta industrialização; a urbanização crescente e a constante emigração; a persistência das palavras num mundo, cada vez mais, de imagens; e, enfim, pela crise do liberalismo. Na verdade, quando a República cai, abrindo caminho ao Estado Novo, não é só a República que cai. Cai todo o sistema liberal e demo-crático que vigorava há quase um século, abrindo caminho a outro meio século de um sistema autoritário e corporativo.

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VOLUME IVOLHANDO PARA DENTRO1930-1960COORDENAÇÃO DE JOSÉ LUÍS CARDOSOAUTORIA DE ÁLVARO GARRIDO, BRUNO C. REIS, DANIEL MELO, JOSÉ LUÍS CARDOSO, PEDRO AIRES OLIVEIRA

No período aqui coberto, Portugal olha para dentro de si nas diferentes interpre-tações que a expressão comporta: por um lado, mobilizando recursos e soluções internas para problemas idênticos aos de outros países; por outro lado, conso-lidando as suas estruturas administrativas e políticas, sobretudo as que mais impli-cações tinham nos planos económico, social e cultural, de modo a possibilitar um crescimento sustentado que não dependesse de condicionantes ou fatores de ordem externa. Mas a ambição de conquista de autarcia económica e de persona-lidade política distinta era de difícil ou impossível realização. E tem de ser vista no contexto dos múltiplos interesses em presença e disputa que tornavam inviáveis quaisquer trajetos nacionais autónomos. Apesar dos esforços no final do período, a condicionante política inerente a um regime de fortíssimo caráter autoritário acabou por impedir que o país se abrisse tanto quanto era desejável e possível.

VOLUME VA BUSCA DA DEMOCRACIA1960-2000COORDENAÇÃO DE ANTÓNIO COSTA PINTOAUTORIA DE ANTÓNIO BARRETO, ANTÓNIO COSTA PINTO, JOÃO PEDRO GEORGE, LUCIANO AMARAL, NUNO SEVERIANO TEIXEIRA

Entre 1960 e o fim do século xx, Portugal conheceu um triplo movimento de crescimento económico, um simultâneo processo de democratização e desco-lonização e de adesão à União Europeia. O país inaugurou, nos anos 60, um processo de mudança significativo, marcado, no campo económico e social, por um acelerado crescimento económico e por uma vaga emigratória para a Europa. No campo político, o desencadear de uma guerra colonial prolongada em três frentes foi a marca decisiva dos anos derradeiros da Ditadura. O afastamento de Salazar e a sua substituição por Marcello Caetano, em 1968, inaugurou um breve período de «liberalização», rapidamente encerrado e provocando, com o seu continuísmo colonial, a queda descontrolada do «Estado Novo» em 1974.

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O golpe militar de 25 de Abril de 1974 desencadeou então um rápido, mas complexo, processo de democratização e de descolonização. Consolidando a sua democracia, Portugal retomou, com a adesão à União Europeia em 1986, um período de desenvolvimento económico cuja erosão começou a ser visível em 2000.

VOLUME VIHISTÓRIA DE PORTUGAL ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA:150 ANOS DE IMAGENS DA HISTÓRIA 1850-2010COORDENAÇÃO DE FILIPA LOWNDES VICENTE E MIGUEL BANDEIRA JERÓNIMO

Uma História de Portugal em fotografias ou uma história da fotografia portu-guesa? Este livro pretende ser ambas as coisas. Por um lado, propõe uma história de Portugal através de uma seleção de fotografias desde meados do século xix até finais do século xx. Cento e cinquenta anos da história de uma nação con-tada através de imagens, uma das muitas histórias possíveis, tantas quanto a multiplicidade de imagens disponíveis permitiria. Recuperando o icónico mas apresentando também o incógnito, o livro procurará dar a ver uma história de Portugal plural, iluminando o seu lado mais invisível, sobretudo do ponto de vista social e cultural.

Por outro lado, o livro também pretende ser uma história da fotografia portuguesa contada através de uma seleção de imagens e fotógrafos representa-tivos. Estes cento e cinquenta anos de história de Portugal, entre 1850 e 2000, correspondem à história da fotografia analógica – do daguerreótipo à invenção do digital. Correspondem também a uma das maiores revoluções tecnológicas da história da Humanidade, aquela que multiplicou as possibilidades de olhar e interpretar o mundo.

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OS AUTORES

ÁlVaro ferreira da silVa é professor associado de História Económica e Histó-ria Empresarial na Nova School of Busi-ness and Economics, em Lisboa, onde é subdiretor. Os seus interesses de investi-gação estão centrados na História Econó-mica e Empresarial, no História Urbana e na História da Tecnologia. Publicou, mais recentemente, os livros História Económica de Portugal, 1700-2000 (ICS, 2005, em colaboração com Pedro Lains), História da Informática em Portugal (Livros do Brasil, 2006).

ÁlVaro Garrido é docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde coordena o grupo de História Econó-mica e Social. É investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da mesma Universidade. É autor de vários livros sobre história do Estado Novo portu-guês, em especial sobre a organização cor-porativa das pescas e história da economia marítima. Tem diversos artigos publica-dos em revistas portuguesas e internacio-nais. O último livro que coordenou (em parceria com Fernando Rosas) intitula--se Corporativismo, Fascismos, Estado Novo (Coimbra, Almedina, 2012).

antónio Barreto é doutorado em Socio-logia pela Universidade de Genève. Inves-tigador Emérito do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, foi ministro da Agricultura e é presidente da

Fundação Francisco Manuel dos Santos. Tem publicado sobre Mudança Social e Reforma Administrativa em Portugal.

antónio José telo é atualmente pro-fessor catedrático na Academia Mili-tar de Lisboa. É autor de mais de 20 livros e 200 artigos de temas de His-tória, Defesa e Relações Internacio-nais, publicados em seis países. A sua obra mais recente, escrita em conjunto com o tenente-coronel Nuno Lemos Pires, tem por título Conflitos e Arte Militar da Idade da Informação 1973-2013 (Tribuna da História, 2013). Antes dela, assinou uma História da 1.ª República Portuguesa em dois volumes (Editorial Presença, 2010 e 2011).

Bruno C. reis é licenciado e mestre em História Contemporânea (Faculdade de Letras de Lisboa), tem um mestrado em Historical Studies (Universidade de Cam-bridge) e é doutor em História e Teoria da Segurança Internacional (War Studies – King’s College) desde 2008. É atualmente investigador no ICS e investigador asso-ciado no King’s College. Tem publicado em revistas nacionais e internacionais sobre temas de história e relações inter-nacionais. O livro Salazar e o Vaticano (Lisboa: ICS, 2007) recebeu os prémios Vítor de Sá de História Contemporânea e Aristides de Sousa Mendes de Relações Internacionais.

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daniel melo é historiador e investiga-dor no Centro de História da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Publi-cou Salazarismo e cultura popular (2001) e A leitura pública no Portugal contempo-râneo (2004), ambos Prémio de História Contemporânea Victor de Sá. Em 2010 publicou os ensaios Estado Novo e cul-tura popular (Coimbra: Angelus Novus) e A leitura pública na I República (Lisboa: Húmus e CHC).

filipa lowndes ViCente (Lisboa, 1972) é, desde 2009, investigadora auxiliar do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. Doutorada pela Univer sidade de Londres em 2000, a sua tese deu origem ao livro Viagens e Expo-sições: D. Pedro V na Europa do Século XIX (Lisboa: Gótica, 2003) que obteve o «Pré-mio Victor de Sá de História Contemporâ-nea» em 2004. Do trabalho de investigação realizado na fase de pós-doutoramento resultaram vários artigos e livros: Outros Orientalismos: a Índia entre Florença e Bombaim (1860-1900) (Lisboa: ICS, 2009). Também em 2012 publicou Arte sem His-tória: mulheres artistas ( séculos xvi-xx) (Lisboa: Athena). Trabalha sobre a histó-ria cultural da Índia Colonial da segunda metade do século xix, a produção fotográ-fica em contextos coloniais e sobre as rela-ções entre género e colonialismo.

João pedro GeorGe é doutor em Socio-logia da Cultura. Durante dez anos foi pro-fessor na Faculdade de Ciências Sociais

e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou, entre outras dis-ciplinas, Sociologia da Cultura e Sociolo-gia da Literatura. Atualmente, dedica-se em exclusivo à escrita, tendo publicado vários livros, como O Meio Literário Portu-guês (1960-1998) (2002), Não é Fácil Dizer bem, Puta que os Pariu! A Biografia de Luiz Pacheco (2011).

JorGe m. pedreira é professor da Facul-dade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É autor de Estrutura Industrial e Mercado Colo-nial. Portugal e Brasil, 1780-1830 (1994), Os Homens de Negócio da Praça de Lisboa de Pombal ao Vintismo, 1755-1822 (1995) e D. João VI, o Clemente (com Fernando Dores Costa, 2008). Colaborou extensa-mente no Vol. IV da História da Expansão Portuguesa, dirigida por Francisco Bethen-court e Kirti Chauduri (1997).

José luís Cardoso é investigador coor-denador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Colabora como professor visitante em diversas universidades portuguesas e estrangeiras. É autor de vários livros sobre História do Pensamento Económico, com especial incidência no estudo do caso português em perspetiva comparada. Tem diversos artigos publicados nas principais revis-tas internacionais da sua área de espe-cialidade. O seu último livro publicado intitula-se Paying for the Liberal State: The Rise of Public Finance in Nineteenth-Cen-tury Europe (Cambridge e Nova Iorque:

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Cambridge University Press, 2010. Coor-ganização de Pedro Lains).

luCiano amaral é licenciado em His-tória pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em História e Civilização pelo Instituto Universitário Europeu de Florença, com especialização na área da História Económica. Professor Auxiliar na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, tem-se dedicado sobretudo ao problema do crescimento económico em Portugal no período do pós-guerra.

luís trindade leciona História e Cultura Portuguesa Contemporâneas no Birkbeck College da Universidade de Londres. Tem investigado e publicado sobre a formação do nacionalismo português e a receção do marxismo junto dos intelectuais por-tugueses, bem como sobre as histórias do cinema, da imprensa e da publicidade em Portugal no século xx. A sua investigação, neste momento, debruça-se sobre as déca-das de 1970 e 1980, em particular sobre a formação de culturas políticas radicais no âmbito da revolução de 1974-75 e a emer-gência de novas indústrias culturais na década de 80. Acabou de editar The Making of Modern Portugal, um livro cole-tivo sobre a formação do Portugal contem-porâneo, cuja publicação está prevista para 2014 (Cambridge Scholars Publishing).

miGuel Bandeira Jerónimo é inves-tigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É autor de Livros Brancos, Almas Negras: A «Missão

Civilizadora» do Colonialismo Português, c. 1870-1930 (2010) e A Diplomacia do Impé-rio. Política e Religião na Partilha de África (2012), tendo ainda coordenado O Império Colonial em Questão (2012). É coeditor da coleção História & Sociedade nas Edições 70.

miGuel fiGueira de faria é professor associado do Departamento de História, Artes e Humanidades da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e doutor em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Membro da Acade-mia Nacional de Belas Artes e da Sociedade de Geografia, os seus trabalhos recentes incluem: (Org.) Praças Reais: Passado, Pre-sente e Futuro, 2008; Machado de Castro, Estu-dos, 2008, (Org.) Terreiro do Paço/Praça do Comércio: História de um espaço urbano, 2012.

nuno seVeriano teixeira é doutorado em História e Civilização pelo Instituto Universitário Europeu de Florença. É professor de Relações Internacionais e pró-reitor na Universidade Nova de Lisboa e diretor do Instituto Português de Relações Internacionais da mesma universidade. Foi ministro da Adminis-tração Interna (2000-2002) e ministro da Defesa Nacional (2006-2009). Entre a sua extensa bibliografia sobre política externa portuguesa e relações interna-cionais destacam-se L’Entrée du Portugal dans la grande Guerre: Objectifs Nationaux et Stratégies Politiques (1998), Internatio-nal Dimension of Democratizations (2009) e The Europeanization of Portuguese Demo-cracy (2012, com António Costa Pinto).

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paulo JorGe fernandes é doutor em História Institucional e Política Contem-porânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lis-boa (FCSH-UNL), onde é professor auxi-liar. Investigador integrado do Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL, publicou, mais recentemente, Mariano Cirilo de Carvalho: O «Poder Oculto» do liberalismo português (1876-1892) (Texto Editores e Assembleia da República, 2010) e Mouzinho de Albuquerque: Um soldado ao serviço do Império (Esfera dos Livros, 2010). Tem trabalhado sobre História Ins-titucional e Política no período do «Longo Século XIX» e, mais recentemente, sobre História de África e do Colonialismo.

paulo silVeira e sousa é investigador do Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa. Publicou artigos e capítulos em livros sobre Histó-ria dos Açores, História da Saúde Pública, Prosopografia e História Social das Elites e História das Instituições (Estado e Par-lamento) na Monarquia Constitucional e na I República. Editou A Epidemia Esque-cida: Olhares comparados sobre a Pneumó-nica 1918-1919 (com José M. Sobral et al., 2009) e The Dabneys: a Bostonian Family in the Azores 1806-1871 (com Maria Filomena Mónica, 2013).

pedro aires oliVeira é professor auxi- liar no Departamento de História da FCSH, membro do Instituto de Histó-ria Contemporânea da mesma facul-dade e do Instituto Português de

Relações Internacionais-UNL. É autor de vários artigos e livros sobre his-tória da política externa portuguesa, entre os quais Armindo Monteiro. Uma biografia política (2000); Os Despojos da Aliança. A Grã-Bretanha e a Questão Colonial Portuguesa, 1945-1975 (2007); e A Primeira República Portuguesa. Diplo-macia, Guerra e Império (2011), coeditado com Filipe Ribeiro de Meneses.

pedro taVares de almeida é professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É autor de Eleições e Caciquismo no Portugal Oitocen-tista (1991) e A Construção do Estado Libe-ral (1995), tendo dirigido recentemente as obras coletivas Res Publica: Cidadania e Representação Política em Portugal, 1820- -1926 (com Fernando Catroga, 2010) e Das Urnas ao Hemiciclo. Eleições e Parlamento em Portugal (1878-1926) e Espanha (1875- -1923) (com Javier Moreno Luzón, 2012).

rui BranCo é professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Uni-versidade Nova de Lisboa. Doutorado em História e Civilização pelo Instituto Universitário Europeu (Florença), com a dissertação The Cornerstones of Modern Government. Maps, Weights and Measu-res, and Census in Liberal Portugal (2005). É autor de O Mapa de Portugal. Estado, Território e Poder no Portugal de Oitocen-tos (2003) e coordenador de Burocracia, Estado e Território. Portugal e Espanha, séculos xix-xx (com Pedro Tavares de Almeida, 2007).

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LIVROS PUBLICADOS NA COLEÇÃO AMÉRICA LATINA NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

ArgentinaCrisis imperial e independencia, 1808-1830 La construcción nacional, 1830-1880La apertura al mundo, 1880-1930Mirando hacia dentro, 1930-1960La búsqueda de la democracia, 1960-2000Argentina a través de la fotografía, 1839-2010

BrasilCrise colonial e independencia, 1808-1830 A construção nacional, 1830-1889 Abertura para o mundo, 1889-1930Olhando para dentro, 1930-1964Um olhar sobre o Brasil. A fotografía na construção da imagem da nação

ChileCrisis imperial e independencia, 1808-1830 La construcción nacional, 1830-1880Chile a través de la fotografía, 1843-2010

ColômbiaCrisis imperial e independencia, 1808-1830 La construcción nacional, 1830-1880Colombia a través de la fotografía, 1847-2010

EspanhaCrisis imperial e independencia, 1808-1830 La construcción nacional, 1830-1880España a través de la fotografía, 1839-2010

PerúCrisis imperial e independencia, 1808-1830

TrajetóriasRutura y reconciliaciónTiempos de revolución. Comprender las independencias americanasLa aventura urbana en América Latina

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CRÉDITOS DAS IMAGENS

capa

Sinibaldo de Masin La Iberia. Memoria sobre la conveniência de la unión pacífica y legal de Portugal y España, 1853Imprenta y estereotipía de M. Rivadeneyra, Madrid

Simplício Rodrigues de SáImagem de D. PedroMiniatura em marfimMuseus Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro

Henry L’Évêque/BartolozziPartida do príncipe regente e da corte portuguesa para o Brasil, 1807-1808Gravura a talhe doce colorida a aguarelaMuseu da Cidade de Lisboa

Verso da Capa

Henry L’ÉvêqueVue de la Ville et du port de Porto, 1817Gravura a água-tinta coloridaBiblioteca Nacional de Portugal

pÁGinas 2 e 3Autor desconhecidoEstação ferroviária de Santa Apolónia, 1865Arquivo Municipal de Lisboa

pÁGina 4Domingos António de Sequeira/Gregório Francisco de QueirozSopa de Arroios, 1813Gravura a buril e água-forteMuseu Nacional de Arte Antiga

pÁGina 6«A Maria da Fonte»A Ilustração, Vol. ii, 1846GravuraBiblioteca Nacional de Portugal

pÁGina 15Desenho de Rafael Bordalo Pinheiro«António Maria Fontes Pereira de Melo» in Álbum das Glórias, Março de 1880, LisboaBiblioteca Nacional de Portugal

Page 20: COLEÇÃO HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL: 1808

AMÉRICA LATINA NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

COLEÇÃOHISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL: 1808-2010

DIREÇÃOAntónio Costa PintoNuno Gonçalo Monteiro

COORDENADORESAntónio Costa PintoFilipa Lowndes VicenteJorge M. PedreiraJosé Luís CardosoMiguel Bandeira JerónimoNuno Gonçalo MonteiroNuno Severiano TeixeiraPedro Tavares de Almeida

AUTORESÁlvaro Ferreira da Silva Álvaro Garrido António BarretoAntónio Costa Pinto António José Telo Bruno C. Reis Daniel Melo Filipa Lowndes VicenteJoão Pedro George Jorge M. Pedreira José Luís Cardoso Luciano Amaral Luís Trindade Miguel Bandeira Jerónimo Miguel Figueira de FariaNuno Gonçalo Monteiro Nuno Severiano Teixeira Paulo Jorge Fernandes Paulo Silveira e Sousa Pedro Aires Oliveira Pedro Tavares de Almeida Rui Branco

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