colagem completa de um aquÁrio simples

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COLAGEM COMPLETA DE UM AQUÁRIO SIMPLES É fato extremamente comum que ao atingir certo conhecimento e domínio da "arte" da aquariofilia, o aquarista queira ou se veja na nececidade de mais aquários para poder desenvolver seus projetos, planos e experiências. E nem sempre os preços encontrados no comércio permitem essa expansão, ou encontrar modelos e/ou tamanhos específicos à necessidade do aquarista. Também os iniciantes se veêm muitas vezes praticamente impedidos de começar seu aquário devido essa questão de preço / modelo. Mas nada mais simples que construir um aquário. Claro que falamos aqui de aquários pequenos - médios, até cerca de 100 / 120 litros. Aquários maiores demandam uma construção um pouco mais trabalhada, com uso de travas -- esses serão abordados em outro texto 1. Os vidros: medidas, tipo e demais especificações Apesar de cortar vidro não ser algo difícil de ser feito em vidros até 6mm, não vamos trabalhar com essa possibilidade por alguns motivos: demanda uso de ferramenta específica, que encarecerá a montagem; perigo da manipulação de vidros recem-cortados, extremamente "afiados" (lembre-se, você não é especialista...!!!); a falta de experiência para cortar vidros com precisão de milímetros, que pode levar a custos maiores (vai se gastar mais vidro) ou aquários fadados a problemas (medidas incorretas, cortes não perfeitamente alinhados etc); e porque fica mais fácil pedir já cortado numa boa vidraçaria. Então, o que precisamos saber é o que pedir na vidraçaria. Primeiro, o tipo de vidro: vidro comum, transparente. Não use vidro laminado, nem vidro temperado. Segundo, não se deve empregar vidro lapidado; as bordas devem ser apenas lixadas para retirar o corte. Terceiro, as medidas. Esse é um ponto importante, pois se não houver correção, vamos pedir vidros de dimensões que não permitirão a montagem do aquário. Basicamente, o que temos que entender primeiramente é que há uma ordem estrutural dos cinco vidros que compõem o aquário. São eles a base, duas laterais, a frente e a traseira. A base é o único vidro que ficará na horizontal, os demais estarão na vertical, e apoiados sobre ela.

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Page 1: COLAGEM COMPLETA DE UM AQUÁRIO SIMPLES

COLAGEM COMPLETA DE UM AQUÁRIO SIMPLESÉ fato extremamente comum que ao atingir certo conhecimento e domínio da "arte" da aquariofilia, o aquarista queira ou se veja na nececidade de mais aquários para poder desenvolver seus projetos, planos e experiências. E nem sempre os preços encontrados no comércio permitem essa expansão, ou encontrar modelos e/ou tamanhos específicos à necessidade do aquarista. Também os iniciantes se veêm muitas vezes praticamente impedidos de começar seu aquário devido essa questão de preço / modelo. Mas nada mais simples que construir um aquário. Claro que falamos aqui de aquários pequenos - médios, até cerca de 100 / 120 litros. Aquários maiores demandam uma construção um pouco mais trabalhada, com uso de travas -- esses serão abordados em outro texto

1. Os vidros: medidas, tipo e demais especificações Apesar de cortar vidro não ser algo difícil de ser feito em vidros até 6mm, não vamos trabalhar com essa possibilidade por alguns motivos: demanda uso de ferramenta específica, que encarecerá a montagem; perigo da manipulação de vidros recem-cortados, extremamente "afiados" (lembre-se, você não é especialista...!!!); a falta de experiência para cortar vidros com precisão de milímetros, que pode levar a custos maiores (vai se gastar mais vidro) ou aquários fadados a problemas (medidas incorretas, cortes não perfeitamente alinhados etc); e porque fica mais fácil pedir já cortado numa boa vidraçaria. Então, o que precisamos saber é o que pedir na vidraçaria. Primeiro, o tipo de vidro: vidro comum, transparente. Não use vidro laminado, nem vidro temperado. Segundo, não se deve empregar vidro lapidado; as bordas devem ser apenas lixadas para retirar o corte. Terceiro, as medidas. Esse é um ponto importante, pois se não houver correção, vamos pedir vidros de dimensões que não permitirão a montagem do aquário. Basicamente, o que temos que entender primeiramente é que há uma ordem estrutural dos cinco vidros que compõem o aquário. São eles a base, duas laterais, a frente e a traseira. A base é o único vidro que ficará na horizontal, os demais estarão na vertical, e apoiados sobre ela. Vamos exemplificar adotando um aquário-modelo padrão, de 60cm de comprimento, por 40cm de largura e 40cm de altura. A base terá medida, então, de 60cm comprimento X 40cm largura. Mas os outros vidros NÃO TERÃO medidas assim tão "óbvias" -- isso é, as laterais não poderão ser de 40cm X 40 cm, nem a frente e a traseira 60cm X 40cm. Por que ???? Porque se for assim, não haverá um encaixe perfeito, pois "sobrará" vidro... Não se deve esquecer que o vidro tem espessura, e essa será somada às medidas dos vidros quando eles se "encontram" !!! Mesmo poucos milímetros fazem a diferença entre uma montagem perfeita e algo imperfeito, inseguro e muito próximo do vazamento. Também para aquários feitos sob medida e que ficarão praticamente "encaixados" em móveis ou paredes essa preocupação é vital, pois apenas poucos milímetros são o suficiente para não permitir que o aquário entre em seu local de destino. E, infelizmente, esses não sáo materiais flexíveis.

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Voltando à explicação, vamos dar aos vidros de nosso aquário-modelo uma espessura: 5mm; isso corresponde a 0.5cm (meio centímetro). Depois de muitas tentativas e erros, os aquaristas chegaram a um modelo mais eficiente e seguro de montagem, onde a ordem da colocação dos vidros deve sempre ser a seguinte: sobre a base ficam todos os demais vidros; e as laterais devem estar entre a frente e a traseira. Por isso é que as medidas tem que levar em conta a espessura do vidro. Veja bem, se as laterais ficarão entre outros dois vidros, sua espessura tem que ter descontada a medida respectiva à soma da espessura desses dois vidros. Como cada um tem espessura de 5mm, o total é 10 mm ou 1.0cm. Para facilitar o entendimento, veja a figura abaixo:

Tanto a frente como a traseira, quando sobre a base, ocupam 0.5cm na extensão total da largura da base. Então, mais uma vez, a soma de suas espessuras (0.5cm) devem ser somadas, totalizando 1.0cm, e esse valor que deve ser descontado na largura dos vidros laterais, para permitir que os mesmos caibam entre a frente e a traseira, de maneira precisa. Uma dica / regra funcional é calcular pela largura da base, subtraindo dessa o valor referente à espessura do vidro multiplicado por dois:

Largura dos vidros laterais = largura da base - (espessura x 2)Também na determinação da altura de todos os vidros verticais deve ser seguido o mesmo princípio, especialmente se for o caso já citado de aquários onde as medidas dever ser exatas (móveis, paredes etc). Porém, o mais comum é o aquário ficar sobre mesas, e nesse caso tantos milímetros a mais ou a menos não farão diferença; então, de modo a simplificar o trabalho do vidraceiro, pode-se pedir a altura como 40cm mesmo... E antes que passe a oportunidade, explico o porque as laterais é que ficam entre os vidros maiores: o resultado é melhor tanto em segurança e eficiência (a pressão fica melhor contida), como esteticamente (imagine as bordas dos vidros laterais aparecendo na frente do aquário...!!!) Para determinar uma espessura de vido adequada, recomendamos que se siga o padrão de que o comprimento seja sempre cerca de até máximos 1/3 maior que as medidas da altura e da largura -- sendo essas duas últimas iguais, ou no máximo uma delas sendo 10cm maior que a outra (costuma ser a altura; sendo, isso vira regra obrigatória). Assim, recomendamos a seguinte tabela, em cm:

vidro 5mm -- até 60 comp / 40 (+10) alt / larg;

vidro 6mm -- até 70 comp / 40 (+10) alt / larg;vidro 8mm -- até 80 comp/ 40 (+10) alt / larg;vidro 10mm -- acima de 100 comp / 40 comp / larg.

Atente que não existe vidro 7 e 9mm no mercado. Quando a espessura recair num desses, escolha um vidro imediatamente mais espesso. Certamente haverá quem lê isso e diz agora -- "mas já ví ou tenho aquário desse tamanho com vidro menos espesso !!!". Sim, existem e é possível, mas desde que devidamente travados -- que é o mesmo que ocorre no caso de aquários maiores; isso será abordado em outro texto, específico sobre travas e travamento.

2. Cola (silicone)

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O adesivo que atualmente se usa na colagem de aquários é o silicone de cura acética, atóxico e 100% puro. Recomendamos o uso do silicone de nome comercial "Aquários e Barcos", da companhia Dow Corning. Existem outras marcas no mercado, igualmente boas e destinadas à colagem de aquários (100% silicone puro, cura acética), mas não tão fáceis de se achar. Evite apenas usar "qualquer" silicone, pois vários são destinados a outros fins, e como o já dito, alguns até carregam "venenos" como anti mofo ou anti fungo em suas fórmulas. Para a correta aplicação do silicone, deve-se usar uma pistola de silicone. Não adianta querer improvisar nesse ponto, mesmo porque como se vai usar bastante adesivo, sempre compensará utilizar a embalagem / tubo de 300g de silicone, e sem pistola não há como aplicar. As quantidades que vem nas pequenas bisnagas são adequadas apenas para colagem de aquários muito pequenos ou para reparos; além disso, o valor pago pela quantidade de silicone é sempre mais caro em comparação ao tubo maior.

3. Preparando a Colagem De posse dos vidros cortados e lixados, e da bisnaga de silicone e pistola aplicadora, precisaremos apenas de mais alguns poucos apetrechos para dar início à colagem em sí:

Panos velhos, mas limpos e que não soltem fiapos (para usar com o álcool);Uma garrafa de álcool comum (para limpar as mãos e manchas de silicone no vidro);Fita adesiva forte (para segurar os vidros -- veja adiante);Jornal ou outro papel de grande tamanho (para forrar a mesa);Uma mesa;algum apoio plano, que fique em ângulo de 90° com a mesa (detalharemos isso mais

adiante). Agora, devemos deixar os vidros completamente limpos e sem gordura, especialmente em suas bordas. O método que recomendo para isso é lavá-los com uma esponja e detergente, enxaguando bem e deixando secar naturalmente -- eu os encosto numa parede, com um pano protegendo-os junto ao chão. Dependendo ainda do tamanho do aquário a ser montado (vidros grandes são pesados e difíceis de manipular), uso luvas de latex para segurar os vidros depois de lavados e limpos, pois assim evito engordurá-los novamente, já que nossas mãos (e pele) estão sempre engorduradas naturalmente -- afinal, células sebáceas servem para isso mesmo... E isso é um ponto importante, pois evita-se assim o menor ponto que seja de má-aderência do silicone ao vidro, o que garantirá mais segurança e longevidade ao aquário depois de colado e cheio (às vezes basta um ponto para surgir um vazamento...) Enquanto os vidros secam, vamos preparar a mesa, forrando-a com jornal ou papel, que deve estar fixo com fita, para não mexer quando da colagem do aquário e/ou manipulação dos vidros. Secos os vidros, devemos deixar todos à mão, sabendo a ordem em que serão colados. A base já deve ir para a mesa, ficando em seu centro.

4. Colando o Aquário Agora vamos à ação de verdade...!!!

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O primeiro vidro a ser colado será a traseira sobre a base. O silicone deve ser passado num cordão único por toda a extensão de uma das bordas mais longas do vidro da traseira - Figura 1.

O mesmo procedimento deve ser empregado nos vidros laterais, onde se aplicará o slicone tanto ao longo da extremidade que ficará em contato com a base (horizontalmente), como a lateral que ficará em contato com a traseira (verticalmente); veja a Figura 2. Deixamos os vidros prontos, e partimos para a colagem deles na base - e entre si...

Devemos agir rápido, pois o silicone começa a secar imediatamente, e em menos de dois ou três minutos já haverá certo endurecimento (cura) que não permite mais uma colagem 100% eficiente. Então, devemos começar sempre colocando a traseira sobre a base (Fig. 3 - 4.). Faça uma "pontaria" certeira, colocando esse vidro bem junto da "margem" da base, nem mais nem menos -- seus limites devem estar paralelos de forma perfeita, como se fossem um único vidro em forma de "L". Nesse momento, é interessante ter um ajudante para segurar esse vidro no lugar, ou ter algum objeto ou instrumento que possa desempenhar a mesma função. Pode-se recorrer a uma parede (no caso, se encosta a mesa sobre a qual trabalhamos à uma parede), ou uma tábua, ou uma caixa / caixote etc. Apenas verifique anteriormente se tais objetos fazem um ângulo perfeito de 90º com a mesa; e que tenham resistência e estejam absolutamente fixos, pois não poderão se mover nem um milímetro que seja. Uma dica é colocar coisas pesadas sobre a mesa, e nelas encostar uma tábua ou caixote (nesse último se pode colocar coisas dentro). Mas ainda resta o risco do vidro cair ou se mover no sentido contrário, isso é, para "dentro" do aquário. Nesse caso, uma boa dica é ou prender sua extremidade superior com fita adesiva ao apoio

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(caso da tábua ou caixote), ou colocar algum objeto que o segure -- apenas tome cuidado para que esse objeto não pode encostar no silicone que sobrará na junção dos vidros.

O ideal seria usar intrumentos adequados, ou mesmo uma armação especialmente feita para isso (. Mas nesse caso, além de aumentar os custos, aumentariamos também o trabalho envolvido, o que iria contra a proposta de fazer de maneira simples e barata que estamos propondo... E como já colei diversos aquário com esse "método", posso garantir que apesar de ser aparentemente "mambembe", funciona muito bem.

Continuando (e rápido, pois o silicone seca em poucos minutos!!!!), passamos à próxima etapa, que é colar a primeira lateral (veja a Figura 5). Atente que nessa operação acabamos por empurrar o primeiro vidro já colado (a traseira), já que sempre que colocamos algum dos vidros, devemos fazer certa pressão para que o silicone se esparrame e elimine eventuais bolhas de ar. Por isso a ênfase acima em colocar um bom anteparo que não permita que a traseira já colada saia do lugar. Depois da primeira lateral colada (e também escorada), colamos imediatamente em seguida a segunda lateral. Nesse ponto devemos rapidamente acertar a vedação interna, esparramando o silicone que escorre por entre os vidros - quando pressionamos um vidro contra o outro (Figura 6). Pode-se simplesmente passar o dedo nessa junção, esparramando o silicone; ou usar algum tipo de espátula. Isso já vai ajudando a formar a vedação interna do aquário (ver adiante e Figura 7) Então, após a colagem dos três primeiros vidros (na ordem: traseira, lateral 1 e 2), cola-se o painel frontal, usando-se os mesmos procedimentos acima descritos. Não se esqueça de passar cola nas bordas dos vidros laterais !!! (e que esses já estão colados à traseira)

Agora que todos os vidros estão colados e os excessos de silicone esparramados de acordo ao descrito acima e/ou recolhidos, faremos a aplicação de um "cordão" de

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silicone por toda a extensão interna onde os vidros se encontram: essa será a vedação interna, que serve para evitar vazamentos. A primeira colagem que fizemos é apenas de ordem estrutural, e serve para manter os vidros unidos. A vedação interna também ajuda nisso, mas sua função primeira é permitir manter água no aquário, sem vazamentos. Quase sempre a quantidade de silicone que sobrou da colagem e foi esparramada é muito pouca para formar a vedação interna -- ao menos uma boa vedação. Então, faz-se necessária essa nova aplicação de silicone com a pistola nos cantos onde os vidros se juntam. Mas, atenção: não se confundam, e deixe sempre para fazer isso após a colagem do último vidro !!! É importante tentar fazer um cordão uniforme, sem interrupções, e exatamente sobre os pontos de junção dos vidros. Veja que há 8 junções no total, 4 junto à base, e mais 4 das laterais e a frente e a traseira. Aplique primeiro sobre todas as junções, e deixe para esparramar depois.

Para esparramar, pode-se usar desde os dedos até espátulas. O mais fácil, em minha opinião, é usar os próprios dedos, devido ao toque mais sensível, a maior precisão conseguida e a própria forma do dedo. Mas isso tem certos inconvenientes: com a mão suja de silicone, qualquer toque no vidro deixa manchas ou gotas de silicone, dificultando a manipulação do aquário; se tocado o vidro, pode-se condenar a estética, pois a visão do aquário fica "borrada" ou com pedaços de silicone (veja como resolver isso mais adiante); o silicone é difícil de sair da mãos depois etc... Então, há quem prefira empregar nessa operação uma espátula qualquer, sendo para isso usado desde moedas, pazinhas de sorvete, pedaços de plástico duro etc. O que importa é que qualquer seja o material usada (dedos ou espátulas), a técnica é a mesma: num movimento uniforme, corre-se o objeto (ou dedo) sobre o silicone, fazendo com que esse forme uma camada ou cordão em forma de meia-cana em relação aos vidros (Figura 7). Novos excessos de silicone que fiquem na espátula / dedo devem ser retirados, e podem ser aproveitados para corrigir falhas ou na aplicação das travas (ver texto específico).

Agora, está tudo feito, e devemos deixar o aquário quietinho por no mínimo 24 horas, tempo necessário para que o silicone cure -- isso é, seque. Antes disso não é recomendável querer retirá-lo do lugar, sob pena de abalar alguma junção colada, o que pode vir futuramente originar algum vazamento. Depois de 48 horas, devemos fazer o teste de vedação: simplesmente enchemos o aquário de água, e esperamos cerca de uma semana para verificar se está havendo algum vazamento ou não. Caso haja algum - espero que não !!! - marque o ponto que está vazando, e verifique a possibilidade de poder simplesmente aplicar silicone sobre esse ponto. Senão, você terá que fazer um recorte na vedação interna, e fazer uma nova aplicação de silicone. Nem precisa dizer que qualquer aplicação de silicone demanda que o aquário esteja vazio e completamente seco...

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MONTAGEM DE UM ARTEMILHEIRO (ECLODINDO CISTOS DE ARTÊMIA)

INTRODUÇÃO O seguinte texto descreve o método da garrafa invertida, que consiste, como o próprio nome diz, em usar uma garrafa de cabeça para baixo como recipiente para eclosão de náuplios de artêmia. Isso traz uma grande vantagem ao uso de outros recipientes ou mesmo da garrafa em posição normal: com a garrafa invertida, não se formam "pontos mortos" na circulação da água. Isso se verifica sobremaneira importante para manter não somente todos os cistos em suspensão, mas o faz de modo a que esses estejam sempre em contato com uma água ricamente oxigenada, quase de maneira ideal. Isso aumenta e muito as taxas de eclosão e sobrevivência dos náuplios. Além disso, há uma imensa facilidade em se conseguir e manipular esse material, com custo praticamente zero.

PARTE 1 - MONTANDO O ARTEMILHEIRO

A primeira garrafa que usamos é o "corpo" principal do artemilheiro. Ele consiste de uma garrafa descartável de plástico (de refrigerante 2 litros), da qual se corta fora o fundo, o mais próximo possível dos "pezinhos" da garrafa. Esse corpo é então encaixado de ponta cabeça dentro da “base”, que é uma metade inferior de outra garrafa cortada (corta-se geralmente na medida da metade da altura). Aproveitaremos ainda a parte superior da garrafa usada como base como "capuz" ou cobertura à garrafa que é o "corpo" do artemilheiro, evitando respingos de água causados pela aeração forte que usaremos. Minha experiência aponta que o ideal é usar uma garrafa de Pepsi como corpo, uma de Coca-Cola como base, e uma de Fanta ou Sprite como cobertura. Pode-se, entretanto, usar outras garrafas de outros refrigerantes, apenas os encaixes podem ser mais complicados ou difíceis devido aos seus formatos peculiares / diferentes. Ao encaixar tudo, não esqueça de verificar antes se a tampinha do "corpo" está bem fechada !!!

Figura A - Detalhamento das partes do artemilheiro: 1. Capuz / cobertura; 2. Corpo principal, onde vão a água, sal e cistos; 3. Base de sustentação ao corpo principal; 4. Tampinha do corpo, com a localização correta da pedra porosa, bem no fundo.

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PARTE 2 - COLOCANDO PARA ECLODIR Passamos agora ao processo da eclosão. Primeiramente enche-se o corpo pela metade com água sem cloro e sem aditivos (anticloro, “Aquasafe” etc). Um dos melhores meios de conseguir água apropriada é filtando-a previamente em carvão ativo para remover o cloro, mas pode-se usar até mesma água do aquário, água mineral etc. Depois, adiciona-se de uma e meia a duas colheres de sopa cheias (nem rasa nem "lotadas") de sal grosso ou sal marinho. Na falta desses tipos de sal, pode-se usar sal de mesa, comum; apenas use-o em menor quantidade, pois é mais puro e concentrado -- uma colher a uma e meia. Coloque também uma colher de chá cheia de bicarbonato de sódio (NaHCO3), para aumentar o pH: isso aumenta e muito a taxa de eclosão.

Os valores abióticos ideais são: - pH: 8.0 a 9.0- Salinidade: 5 %o- Temperatura: 25 a 30°C - Iluminação: 1000 lux- Aeração: próximo da saturação, nunca abaixo de 2mg / litro- Densidade de cistos: não maior que 5g / litro

Mexe-se bem até dissolver todo o sal e o bicarbonato, e então se completa com a mesma água. Apenas agora, então, adiciona-se os cistos. A quantidade de cistos a ser usada depende de alguns fatores: 1) da quantidade de náuplios que será necessária (o número de "bocas" que terá que alimentar); 2) da taxa de eclosão dos cistos. Ao pegar a dose de cistos, cuidado para não usar colher molhada ou mesmo úmida, e nem pingar água nos cistos. Por fim, coloca-se a "cobertura" (para evitar respingos de água produzidos pelo borbulhamento da pedra porosa), e instala-se a pedra porosa, que deve ficar encostada no fundo, tocando a tampinha. A aeração deve ser forte, em intensidade tal que faça todo o volume de água circular, sem "pontos mortos", mantendo os cistos em suspensão permanente, mas não a ponto de jogar água fora do artemilheiro. É comum parte dos cistos formar um anel emerso, logo acima do nível da água -- não se preocupe, isso é normal, faz parte das perdas da eclosão; se quiser recolhê-los para tentar eclodir depois, boa sorte -- esses dificilmente eclodem, e é melhor se livrar deles. Deve-se proceder uma primeira eclosão, como ensaio prévio antes que ocorra o nascimento dos filhotes dos peixes, para ser assim possível determinar a taxa real de eclosão dos cistos e calcular o quanto se deve colocar para eclodir -- as primeiras "refeições" são importantíssimas na sobrevivência de alevinos. Não importa o que o rótulo, o produtor ou lojistas digam, é inegável que a taxa de eclosão diminui com o passar do tempo, e quanto mais velha a embalagem, os cistos eclodirão sempre menos. Também há variações naturais, como safras de vinhos -- há anos de bons vinhos, outras nem tanto. Como referência, para um dia de alimentação de uma ninhada regular de discos (aproximadamente 50 a 70 filhotes) eu uso cerca de 1/5 a 1/3 raso de uma colher de chá (a menor colher que você encontrar em sua casa). Essa quantidade geralmente me fornece náuplios para um dia inteiro de alimentação - 4 a 6 refeições.

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Por fim, marco em um caderno as quantidades de cada material, a hora e o dia em que tudo isso foi feito, para ter controle do tempo demandado para a eclosão e rendimento de náuplios. A instalação deve ser completada ligando-se a aeração e a iluminação. A aeração deve ser constante, sem interrupção. A iluminação deve ser mantida ao menos nas primeiras duas horas iniciais do processo. Minha técnica adotada envolve montar tudo isso de preferência em um cômodo onde o barulho do compressor não incomode ninguém. Lá, em um canto qualquer, armo uma "cabaninha" junto da parede, com placas de madeira e/ou papelão, e dentro dessa deixo ligada por todo o processo uma lâmpada incandescente fraca (25 ou 40W). Isso tanto vai acelerar o processo pela iluminação em si, como também pela geração de calor da lâmpada.

Apenas deixo o aviso de que se deve tomar alguns cuidados nesse método: o primeiro, de não usar lâmpadas muito fortes nem aproximá-la demais do artemilheiro, para não superaquecer a água -- senão não eclodirá quase nada ou nada. Segundo, deve-se tomar cuidado para não deixar a lâmpada muito próxima de materiais inflamáveis -- por exemplo, a própria "cabaninha" -- pois seu calor pode acabar provocando um incêndio em sua residência. A eclosão dos náuplios nesse processo costuma demorar apenas cerca de 24 horas. Por isso é recomendável montar tudo logo pela manhã, para coletá-los na manhã seguinte. Para verificar se houve eclosão, é simples: desligue a aeração, coloque o artemilheiro em um local onde possa ser observado contra a luz, e deixe-o lá por uns minutos até assentar tudo o que houver em seu interior. Observando contra a luz, deve-se encontrar "pontinhos" que se movem em pequeníssimos saltos erráticos -- são os náuplios. Ou uma "nuvem" rosada / alaranjada "flutuando" logo acima da tampinha do "corpo".

Figura B.- Modo que deixo à espera da eclosão: 1. “Cabaninha” feita de placas de papelão ou chapas de madeira, encostada ou apoiada numa parede; 2. Compressor de ar, ligado à pedra porosa;3. Iluminação com luz incandescente comum, nem muito longe, nem muito próxima do artemilheiro. – Observação: imagem meramente ilustrativa, sem proporções realistas.

PARTE 3: COLETANDO E FORNECENDO AOS PEIXES Para coletar os náuplios, o método mais simples que encontrei consiste em fazer um sifão com uma dessas mangueirinhas de ar, presas na extremidade de uma haste qualquer -- palitos de madeira para espetinhos de churrasco são uma boa opção. Prenda uma das extremidades da mangueirinha a uma das extremidades da haste -- eu uso linha de costura.

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Os náuplios serão então sifonados direto para dentro de um coador de café, desses modelos ditos "permanentes", feitos em material sintético -- nylon; encontra-se facilmente em supermercados. Para sustentar o coador eu costumo usar o fundo de uma garrafa plástica de refrigerante, previamente toda furada embaixo; e tudo isso dentro de uma bacia ou pote que comporte todo o volume de água do artemilheiro (mais de 2 litros). Para executar a coleta, espere que tudo flutue (ovos não eclodidos) ou decante (cascas de ovos eclodidos). Os náuplios parecem se concentrar sempre em 3 locais distintos: um pouco junto da superfície, que é local difícil de tentar sifonar, pois quase sempre vem mais ovos que náuplios; portanto, não tente pegar esses. O segundo lugar onde eles já se encontram em maior concentração é ao longo da coluna de água, quase sempre mais concentrados junto ao lado da garrafa que estiver incidindo mais luz. E, por fim, o local onde eles se encontram em maior concentração, e onde se deve ir primeiramente com o sifão: na parte mais funda, onde está tampinha da garrafa invertida, eles se concentram como que "flutuando" logo acima do fundo da própria tampinha. Cuidado para não afundar o sifão e tocar esse fundo, pois você sugará praticamente apenas cascas vazias dos ovos, "sujando" a coleta. Vale lembrar aqui que a maioria dos alevinos não distingue bem o que é e o que não é náuplio, e no "frenesi" alimentar causado pela presença de centenas de náuplios, acaba ingerindo cascas ou ovos não eclodidos, se esses estiverem misturados aos náuplios; e que esses podem causar obstruções intestinais até fatais nos alevinos.

Figura C. - Como fazer a coleta dos náuplios: 1. Sifão com haste, para maior controle; 2. Coleta, na região de maior concentração de náuplios, próximo à tampinha – detalhamento: 2a. extremidade do sifão, com amarração de linha; 2b. náuplios sendo sugados; 2c. cascas e ovos não eclodidos, que ficam bem no fundo da tampinha, sedimentados; 3. náuplios no sifão, indo para o coador; 4. coador sustentado por base feita de garrafa pet, todo furado embaixo para escoar a água – por motivos de espaço, não aparecem detalhes importantes na ilustração: a) o coador deve sempre estar em nível mais baixo que o artemilheiro para o sifão

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funcionar; b) o coador / base devem estar dentro de um segundo recipiente, de volume maior que o contido no artemilheiro, para coletar a água filtrada no coador Tomando os cuidados já citados acima, pode-se coletar praticamente apenas náuplios e nada de cascas de ovos e/ou ovos não eclodidos. Claro que sempre há uma pequena perda, de náuplios que, em nome de uma coleta "limpa", ficam misturados a esses detritos. Ser quiser, reencha a garrafa com a água filtrada pelo coador e re-sifone novamente, para aproveitar melhor. Eu, particularmente, nem dou muita bola para essa perda, que é ínfima -- deve ficar em 1 ou 2% dos náuplios. Depois de filtrados os náuplios, coloco o coador sob um fluxo bem fraco de água doce limpa e sem cloro. Faço isso através de um outro sifão feito da mesma mangueirinha de ar, que escoa água de um pote usado apenas para isso. Deixo assim por uns 3 a 4 minutos, para eliminar excessos de sal e catabólitos do processo de eclosão (materiais orgânicos). Limpos os náuplios, uso seringas grandes (do tipo descartável) para enfim sugá-los do coador (ainda escoando a água da limpeza). Forneço a primeira alimentação, e reservo o excedente (que é a maior parte). Se quiser que os náuplios fiquem vivos até o final do dia dentro da seringa, aconselho que use água salgada limpa ou água salobra (no mínimo), e que deixe em local fresco e sem luz forte -- pode ser dentro da geladeira, mas nunca abaixo de 4°C.

Um truque para não "pagar mico" e engolir água salgada com artêmia e tudo, ao tentar colocar o sifão em funcionamento, fazendo isso naquela velha maneira de sugar com a boca direto do artemilheiro. Faça assim: deixe tudo pronto e em seu lugar, e então simplesmente vá até uma torneira com o sifão em mãos, e encha-o nela. Assim que cheio, tape as extremidades com os dedos. Depois, com jeito e sem revolver o que já está assentado, mergulhe a extremidade do sifão que está presa à haste. Aqui vai o "pulo do gato": para não perder a água e fazê-lo ainda "funcionar", basta manter a outra extremidade sempre tapada com seu dedo, (a que vai jogar a água sifonada no coador). Apenas depois de mergulhada a outra extremidade do sifão no artemilheiro você a destapa. É bom também ter um prendedor desses de roupa à mão, para prender a extremidade do sifão no coador: isso libera uma das mãos, e fica mais fácil controlar o sifão.

4. COMENTÁRIOS FINAIS Recomenda-se fornecer os náuplios eclodidos em no máximo em 24 horas após a eclosão. Isso porque eles rapidamente perdem seu valor nutricional / energético enormemente (20% ou mais em poucas horas) nesse período devido às mudas que o náuplio sofre em seu desenvolvimento. Mas também não é nada que exija que se jogue fora o que passar desse "prazo", apenas não é mais tão nutritivo para filhotes -- para peixes adultos continua sendo um bom alimento. E mantenha sempre a aeração, nunca a desligue, pois isso matará muito (ou a maioria) dos náuplios. Não tente alimentá-los, pois nos primeiros 3 a 6 dias os náuplios se alimentam de reservas vitelínicas -- ou seja, o que você colocar de alimento não será consumido por eles, mas fomentará o desenvolvimento de bactérias e demais potenciais patógenos, além de decair e gerar catabólitos tóxicos. Com prática, o processo todo de montagem de um artemilheiro leva menos de cinco minutos. E com a mesma prática, a coleta dos náuplios leva outros cinco minutos. Mesmo sem prática a coisa é simples e rápida, e mesmo na pior das hipóteses, não se leva mais que uns 10 minutos para cada operação.

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Já alimentei assim centenas de peixinhos. E náuplio de artêmia é, e sempre será, um dos melhores (senão "o" melhor) alimento para filhotes de peixes e peixes pequenos.

Os amantes da arte de criar peixes ornamentais, os aquariófilos, atribuem ao seu hobby poderes de relaxamento e harmonia com a natureza. A criação de peixes ornamentais é muito mais simples do que se imagina e mais barata do que o custo e manutenção de um cão. Existem ainda aquários e peixes para todos os tipos de gosto e de bolso.

Se você está pensando em se tornar um aquariófilo, não deixe de ler as dicas abaixo para neófitos (iniciantes):

Qual o tamanho do aquário?

Os fatores que determinam o tamanho do aquário são o espaço disponível no ambiente, a quantidade e tamanho dos peixes e plantas que se pretender por nele. É aconselhável um aquário com dimensões mínimas de 60 cm de largura, 35 cm de altura e 35 cm de profundidade. Ao contrário do que parece o mais óbvio, quanto maior for o aquário, melhor será a sua estabilidade biológica e mais simples se torna a sua manutenção.

Qual o espaço necessário para o peixe?

O volume do aquário deve ser de um litro de água por cada cm de peixe adulto. Se houver mais de um, os peixes têm que ser pacíficos e harmônicos entre si.

Quais os tipos de materiais do aquário?

Aquários com armação em alumínio - tipo de aquário com as arestas limitadas por uma moldura estável em alumínio e os vidros posicionados e fixos com silicone. Esta construção é segura contra golpes e os seus vidros podem ser um pouco mais finos, sem qualquer prejuízo.

Aquários de vidro, sem moldura

Não tem armação. A espessura dos vidros, o acabamento do trabalho e a qualidade do material de fixação são importantes para sua segurança.

Aquários de vidro, de uma só peça

São mais delicados. A sua capacidade não deverá exceder os 20 litros.

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Qual a forma do aquário?

Os aquários podem ter formas variadas. A sua base pode ser circular, octogonal e triangular. A base retangular é mais recomendada para neófitos. Compare vários tamanhos e, uma vez escolhido e para maior segurança, encha-o com água e deixe-o 2 ou 3 dias, antes de começar a sua decoração.

Localização

Escolha o local para o seu aquário, antes de enchê-lo, para que não fique muito pesado. A superfície do local deve ser plana para se evitar desníveis ou acidentes. Evite a proximidade de janelas porque a luminosidade inadequada atrapalha os peixes e a beleza do aquário.

Instalação e iluminação

Se o aquário tiver algum tipo de acessório elétrico, instale o aquário próximo de um ponto de força. Como os aquários normalmente estão localizados em locais fechados, é imprescindível que sejam equipados com sistemas de iluminação artificial. Além do aspecto estético, onde realça toda a decoração e os habitantes do aquário, a iluminação desempenha papel fundamental no desenvolvimento das plantas, fornecendo energia para que elas realizem a fotossíntese. Visto que a grande maioria dos peixes costuma se alimentar quando há claridade, a iluminação também irá

ajudar os peixes a aproveitar melhor os alimentos fornecidos.

 

Decoração

Pode ser feita com pedras de rio maiores e troncos previamente lavados. Para os troncos pode-se deixar em um balde com água e sal sem iodo (sal marinho na dose de 1 colher de sobremesa para 50 litros) por uma semana, depois mais uma semana no sol e de volta a um balde, somente com água doce, por mais uma semana. Isto faz eliminar boa parte do "tanino" (componente orgânico da madeira) que deixa a água com cor de chá. Mas também se isso ocorrer na montagem do aquário, basta fazer algumas trocas parciais de 20% semanais e/ou colocar carvão ativado por um mês. O "tanino" é alimento de alguns cascudos. Para melhor visualização do aquário, esconder fios, bombas e bugigangas e até mesmo para facilitar a manutenção, podemos colocar papel contact preto, pintar de preto ou ainda utilizar um painel na parte traseira e laterais.

Cuidados e temperatura

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Limpe o aquário com esponja e evite o uso de detergentes; em seguida, enxugue-o cuidadosamente, antes de reutilizá-lo. Deve-se manter a temperatura do aquário entre 24 e 26ºC e o pH, entre 6,5 e 7,5. Para manter uma temperatura tropical, que convém aos peixes exóticos, é preciso utilizar sistemas de climatização compostos por uma resistência elétrica e um termostato. No caso de peixes de água fria, o procedimento é inverso, é preciso utilizar um sistema de

refrigeração.

A escolha e a compra dos peixes

A maioria dos peixes de aquário é de cardume e, por esta razão, é incorreto comprá-los individualmente ou aos pares. Recomenda-se a compra de 6 ou 8 exemplares de cada espécie e, para começar, 2 ou 3 espécies. Esta combinação é vantajosa não só do ponto de vista estético, mas, também, do ponto de vista ecológico das espécies, o que torna a manutenção mais simples.

Peixes mais apropriados para iniciantes:

Acará-bandeira amazônico

Um dos peixes mais populares de água tropical doce. É impossível encontrar um aquarista que não tenha mantido pelo menos um em seu aquário. É pacífico, mas não se deve confiar nele em companhia de outros menores. Temperamental, às vezes fica parado na parte traseira do aquário, o que não significa que esteja doente.

Paulistinha

É um peixe de água doce, de comportamento pacífico e ativo. É muito apreciado por aquaristas

novatos já que dificilmente adquire doenças desde que seja respeitada a manutenção do aquário.

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Lebiste

É um peixe muito resistente, bem adaptado, tranquilo e multicores. Nada no terço superior do aquário. Criado em cativeiro é provavelmente o peixe de aquário mais popular do mundo.

 

Tetra neon cardinal

Peixe fácil de manter e é muito atraente. À noite, parece ficar iluminado na água. Faz suas brincadeiras na zona média do aquário, sendo muito interessante o seu acasalamento e comportamento defensivo.

Barbo tigre

É um dos mais populares membros da família dos Barbos, especialmente por causa da sua aparência e temperamento. É um peixes multicores, robusto e de fácil adaptação. É pequeno, muito ativo, brincalhão, e geralmente nem um pouco tímido.

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Beijador

É um peixe pacífico que pode ser mantido em aquários comunitários. Ele só é um pouco agressivo com os de sua espécie, mas isso pode ser contornado se o aquário for grande, com pedras formando cavernas e uma densa vegetação.

 

 

Espada

É um peixe muito sociável, que gosta de viver em pequenos grupos de um macho e duas ou três fêmeas. É também um peixe muito resistente que sobrivive a algumas alterações da água que seriam fatais para outras espécies.

 

Beta combatente

Seu nome advém do comportamento de defesa territorial, que não permite a coabitação de dois machos no mesmo aquário. Pode-se criar um macho com várias fêmeas, mas outros peixes não têm lugar no mesmo espaço.

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Limpa-vidros

É um peixe muito útil pois se alimenta do limo existente no aquário. É pacifíco, mas evite colocá-lo com peixes muito maiores do que ele, pois ele pode tentar se alimentar do muco que alguns peixes como os discos produzem na sua pele, ou ao contrário, ele pode ser a vítima e ser comido por

peixes maiores.

Coridora bronze

É tranquilo e pacífico. Costuma revolver a areia no fundo do aquário para limpar. Adora mexer nas plantas em busca de alimento, mas não é um peixe bagunceiro, deixa tudo em ordem. Um detalhe: às vezes vai à superfície e dá uns pulos ornamentais.

 Fonte: www.vidaaquática.com.br