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Coisa de Preto o som e a cor do samba

e do choro

Marília Trindade Barboza

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Coisa de Preto – O som e a cor do samba e do choroMarília Trindade Barboza

© desta edição – 2013

B4EDITORES – empresa do Grupo BOOKPartners

Revisão segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009

Diagramação: Sandra Reis Oliveira

Capa: Rodrigo Rojas sobre foto de Edson Dias Ratinho/Vicente Ferreira

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE PUBLICAÇÃOSINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS PELA B4EDITORES empresa do Grupo BOOKPartners. Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos, como também é vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão da obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos do Código Penal) com pena de prisão e multa, busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).

Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC – Tel. 11 4772-0100 de segunda a sexta-feira, das 08h30 até 17h00

ISBN 978-85-65358-04-0

Rua Vítor Ângelo Fortunato, 439 – Jardim Alvorada CEP 06612-800 - Jandira, SP – Tel. 11 4772-0100

Impresso no Brasil

S581c Silva, Marília T. Barboza da (Marília Trindade Barboza de) Coisa de preto : o som e a cor do samba e do choro / Marília Trindade Barboza. - 1. ed. - São Paulo : B4 Ed., 2013. 152 p. : il. ; 21 cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-65358-65-1 1. Música popular - Brasil 2. Samba - Brasil. 3. Choro (Música) - Brasil. I. Título.

13-02048 CDD: 782.42163CDU: 78.067.26(81)

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Sumário

O que é coisa de preto? ......................................................................7

Primeira Parte

Ensaios – Como a música popular carioca se formou ................11

I. Presença do negro na música e no carnaval do Rio de Janeiro ...13 II. O samba no carnaval carioca ..............................................16 III. Bantos e iorubás e sua herança musical ..............................25 IV. A grande África Brasileira ..................................................32 V. Pelos caminhos do choro ...................................................37 VI. A escola de samba no tempo ..............................................53 VII. Mestiço é que é bom! .........................................................59 VIII. Clube do choro de Brasília: uma noite carinhosa ...............63 IX. A zona sul e a bossa-nova ...................................................66 X. Samba em Portugal ............................................................70

Segunda Parte

Encontros – figuras que o samba me fez conhecer ....................73

I. Carnaval de ontem ............................................................75 II. João Cândido, o almirante negro .......................................70 III. Um herói sem rosto ...........................................................88 IV. De mãos dadas com a Bahia ..............................................91 V. A herança do pai letrado ....................................................96 VI. Os três Oliveiras do samba .................................................99 VII. Um certo Paulo revolucionário da Portela ........................102

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4 C o i s a d e P r e t o

VIII. Águia na cabeça! (ou a certidão de óbito de Paulo da Portela) .......................................................................104 IX. Neuma Gonçalves: não só pelo palavrão! .........................109 X. Fala Mangueira ................................................................113 XI. Festa de preto na tia Ciata ...............................................117 XII. Preto não é folclore ..........................................................120 XIII. Tereza de Jesus, a mãe de Martinho .................................122 XIV. Machado! ........................................................................125 XV. Só mesmo ele! ..................................................................128

Terceira Parte

É só abrir a porta que eles estão lá... ..................................131

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A Arthur Loureiro de Oliveira Filho, artífice intelectual do meu passado

eThomas Mendes Barreto e Arthur Habert Barboza,

minha aposta no futuro

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O que é coisa de preto?

Como diz dona Ivone Lara: “Só você vendo!”Pois, é isso aí. Foi só eu dizer que o meu livro iria se chamar

Coisa de Preto para que até as pessoas aparentemente mais engajadas perguntassem: “Por que? Será que não vai surtir o efeito contrário?”

Mas que efeito contrário é esse? Ou será que achavam que eu estives-se à espera de algum efeito? Nada disso! Quero é atribuir o nome certo ao conceito utilizado. Bem na linha do Milton Gonçalves, quando disse que era um brasileiro negro e não um negro brasileiro.

Estou em busca da essência, da substância, do substantivo. E quan-do elevo a palavra “brasileiro” à condição de substantivo, estou atri-buindo a ela todos os direitos da cidadania, esteja ela designando um brasileiro branco, negro, gay, deficiente visual, indígena ou qualquer outro adjetivo que ao substantivo se submeta.

Quero falar do talento para criar a arte que embala nossas emoções, da capacidade de ultrapassar limites sociais e covardemente impostos, de enfrentar a indiferença dos poderosos, a exclusão, a invisibilidade. Isso é coisa de preto!

Dos que viram a própria religião vilipendiada, chamada de coisa do diabo e, mesmo assim, cantaram para os santos em busca da cura dos filhos do próprio agressor. Isso é coisa de preto!

Dos que viveram à margem da sociedade, sem acesso à educação, à saúde, à mobilidade social, servindo de sustentáculo à pirâmide social, onde só podiam ocupar a base, à revelia da declaração dos Direitos Humanos e da Constituição Brasileira, sempre sujeitos a todo tipo de alusões (mesmo sem má intenção) politicamente incorretas, na música, nas peças teatrais, na literatura, nos jornais1. Isso é coisa de preto!

1 Exemplo: “Nega do cabelo duro/qual é o pente que te penteia?!” samba de David Nasser e Rubens Soares: ” O teu cabelo não nega, mulata/ porque és mulata na cor/ mas como a cor não pega, mulata/ mulata eu quero o teu amor” marcha carnavalesca de Lamartine Babo.

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8 C o i s a d e P r e t o

Gente, eu quase só falei de música, de dança, de arte e cultura. Há tanto mais a falar! Nossa sociedade ainda não atingiu a consciência de olhar para dentro e verificar que não só, mas também nos aspectos re-lacionados à emoção, quase tudo que se produz neste país é coisa de preto. Coisa que “no mesmo impulso, se expulsa e abraça”2. Porque, de tanto conviver com os parâmetros veiculados na mídia, os brasileiros sempre quiseram ser lindos, louros e europeus...

Só que europeu, asiático, norte-americano, cada vez gostam mais de nossas coisas e, prova disso é o número crescente de escolas de samba existentes em todo o mundo3. O que nada mais é do que coisa de preto, coisa de brasileiro!

2 Letra de “Dia da Graça”, de Chico Buarque de Hollanda3 Dados de março/2013: Em Portugal, existem 42 escolas de samba; na Alemanha, 5; Na Dinamarca, 8; na Finlândia, 7; no Japão, 25; na Argentina, 13. Esses dados são apenas uma amostra, existem muito mais, em todos os continentes.

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“Em primeiro lugar, a parte da população nacional que descende exclusivamente de escravos é, pelo menos, tão

numerosa como a parte que descende de senhores: - A raça negra nos deu um povo.

Em segundo lugar, o que existe até hoje sobre o vasto território que se chama Brasil, foi levantado ou cultivado por aquela raça:

- Ela construiu o nosso país. Há trezentos anos que o africano tem sido o principal instrumento da

ocupação e da manutenção do nosso território pelo europeu, e que os seus descendentes se misturam com o nosso povo. Onde ele não chegou ainda,

o país apresenta o aspecto com que surpreendeu aos seus primeiros descobridores.

Tudo o que significa luta do homem com a natureza, conquista do solo para habitação e cultura, estradas e edifícios, canaviais e cafezais, a casa do senhor e a senzala dos escravos, igrejas e escolas, alfândegas e correios,

telégrafos e caminhos de ferro, academias e hospitais, tudo, absolutamente tudo que existe no país como resultado do trabalho manual, como emprego

de capital, como acumulação de riqueza, não passa de uma doação gratuita da raça que trabalha à que a faz trabalhar.”

Joaquim Nabuco , O Abolicionismo, 1863

“A cultura brasileira e, logicamente, a rica música que se faz e consome no país estruturam-se a partir de duas básicas matrizes africanas, provenien-

tes das civilizações conguesa e iorubana. A primeira sustenta a espinha dorsal dessa música, que tem no samba sua face mais exposta. A segunda molda, principalmente, a música religiosa afro-brasileira e os estilos dela decorrentes. Entretanto, embora de africanidade tão expressiva, a mú-sica popular brasileira, hoje, ao contrário da afro-cubana, por exemplo,

distancia-se cada vez mais dessas matrizes. E caminha para uma globalização tristemente enfraquecedora.”

Ney Lopes

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Primeira parte

Ensaios

Como a música popular carioca se formou

o

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A presença do negro na música e no carnaval do Rio de Janeiro

Os escravos africanos trouxeram para o Brasil, ainda no século XVI, as suas danças, aqui englobadas na designação geral de batuque,

que Edison Carneiro, com apoio de outros grandes antropólogos, pre-feria chamar de “samba”. Samba significa “agradar, encantar, orar, rezar” (em quimbundo), além de “honrar, reverenciar” (em quicongo), lín-guas dos povos bantos, também chamados angola-conguenses.

A coreografia do batuque, descrita pelos viajantes portugueses que o viram no Congo e em Angola, era igual à que os estudiosos brasileiros viram depois praticada aqui no Brasil pelos negros e pelos mestiços. Nelas havia um elemento fundamental: a umbigada. O samba era até chamado de samba de umbigada4.

Em breve essas danças fundiram-se com as danças europeias de par enlaçado e braços levantados, com acompanhamento de viola de arame e até de castanholas, dando nascimento, em meados do século XVIII, ao lundu.

O lundu ganhou texto literário e tornou-se, além de dança, o deno-minado lundu-canção que, saído da senzala, invadiu primeiro os salões coloniais, depois os aristocráticos salões imperiais e até a corte portu-guesa, pelas mãos do padre Domingos Caldas Barbosa, poeta, músico e mestiço (1740-1800), cujo talento foi ciumentamente atacado pelos poetas brancos5 da corte, em Lisboa, entre os quais Bocage e Filinto Elísio. Saído do Brasil em 1770, Caldas utilizava-se da batina para ate-nuar o preconceito contra sua cor e, com muito talento, quebrou o

4 Alguns estudiosos atribuíram a origem da palavra samba a “semba” (umbigada, em língua banta), embora houvesse na mesma língua a própria palavra “samba”.5 Trata-se dos poetas do Arcadismo (estilo de época dominante na Europa do início de séc. XVIII) português, de quem Caldas Barbosa se aproximou na corte.

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formalismo das modas cortesãs, substituindo o cravo e o pianoforte pela viola de arame. Intitulando suas modas humildemente de “modi-nhas”, criou um gênero que veio a tornar-se, no Brasil, na “mais rica das formas por que se manifesta a inspiração poética do nosso povo” e deu origem à seresta.

Ao lado do lundu mestiço, continuava sobrevivendo o puro batu-que africano, em formas afro-brasileiras espalhadas pelo país inteiro, com as marcas características do acompanhamento exclusivamente de percussão e a umbigada. E, metáfora da diáspora africana, continuava evoluindo como carimbó, no Pará, coco no nordeste, jongo (sacro ou profano) no sudeste, e até mesmo nas formas do fandango do sul.

No Rio de Janeiro, a dança ainda quase puramente africana do batu-que, chamada de samba pelos escravos e seus descendentes, continuava a ser praticada nas senzalas das fazendas e, depois da abolição, quando foram expulsos e se transferiram para a cidade, nas favelas onde os ne-gros se instalaram.

Por volta do fim da segunda década do século XX, o movimento das “escolas de samba”6 libertou o batuque dos guetos onde vivia, sob a designação de samba. A letra sagrada se tornou profana e, depois, com o aprimoramento do texto literário, esse samba, que era tocado e cantado apenas nos terreiros dos cultos religiosos, foi transformado na música urbana de lazer da sociedade global. O disco, o rádio, o teatro e o ci-nema transformaram a antiga dança africana, como ocorre com tudo o que cai no gosto das elites, em patrimônio das classes dominantes, de modo a chegar a ser um verdadeiro índice emblemático da identidade e da cidadania. Samba passou a ser sinônimo de Brasil, uma visão mu-sical, lúdica e sociológica que desde então tem acompanhado toda a nossa trajetória existencial.

Com esse status continuou evoluindo, já agora integrado como sím-bolo nacional. Virou samba-canção, samba-choro, samba de breque,

6 Modalidade de festejo Carnavalesco, que se fixou na cidade do Rio de Janeiro, a partir de 1930, e foi aos poucos, substituindo os ranchos.

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samba-exaltação, bossa-nova. E o acompanhamento, antes apenas per-cussivo, passa a incorporar também instrumentos de origem europeia e coreografia de salão.

Mas entre os afrodescendentes, que continuaram na maioria alijados nas favelas, a evolução foi mais lenta. O samba versado, o samba de ter-reiro, a batucada, o partido alto, o samba-enredo e o pagode, todos com riquíssima coreografia, continuaram, praticamente à base só da percus-são, com mínimas concessões às orquestrações melódico-harmônicas (violão e cavaquinho) e, na medida do possível, conservando, na dança, a umbigada ancestral.

A presença do negro na música e no carnaval do Rio de Janeiro 15

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