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Cognição e Emoção

Dr. Fábio Agertt

Cognição

Cognição

• Raiz etiomológica grega, na obra de Platão

• Processo de conhecer; envolve atenção,

percepção, memória, raciocínio, juízo,

imaginação, pensamento e linguagem.

Cognição

• Tendência atual: considerar que os termos cognição e inteligência têm o mesmo significado e identificá-los com o funcionamento mental.

Cognição

• Cognição é a capacidade de processar informações; a capacidade de adaptação a situações absolutamente diferentes em curto espaço de tempo.

Cognição

• Os homens não só desenvolveram, ao longo da evolução, a capacidade de adaptar-se a determinadas condições: dentro de certos limites, são capazes de modificá-las.

Cognição

• Cognição = inteligência humana

Cognição

• Inteligência, QI e g • Inteligência: a capacidade mental de raciocinar,

planejar, resolver problemas, abstrair, compreender idéias / linguagens e aprender.

• QI: é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes.

• g: análise fatorial, que revela um fator dominante único - chamado g (inteligência geral)

• Feixe do Cíngulo

• Comunicação entre áreas do lobo frontal,

especialmente porção orbitária, com áreas de

paleocórtex do córtex cerebral

• Importante para balanço entre razão e funções

límbicas

• Fascículo Uncinado

• Fibras do lobo pré-frontal comunicando com o

giro temporal superior

• Importante associação entre raciocínio e

memória

Cognição

• A aprendizagem tem uma base molecular.

• Especialização dos neurônios: tarefas definidas (processamento de informação visual, de estímulos verbais, motricidade, etc)

Cognição

• O processamento cerebral depende de como esses neurônios podem associar-se (sinapse)

• Aprendizado modifica nossas

conexões

• Processo de Prunning

• Corte de conexões não usadas

• Estabelecimento de novas

Cognição

Cognição

• O processamento cerebral depende de como esses neurônios podem associar-se (sinapse)

• O aprender, por exemplo, de uma resposta motora a uma informação verbal: • Aumentar a eficácia da transmissão sináptica

entre neurônios encarregados da análise do som verbal e aqueles encarregados de controlar a resposta motora: facilitação da via de transmissão

Cognição

• Mecanismos de facilitação

Cognição

• Mecanismos de facilitação 1. A forma como ocorre a associação sináptica

influencia a decodificação dos genes e das proteínas que serão produzidas pelo neurônio pós-sináptico.

Cognição

• Mecanismos de facilitação 2. Isto determina que proteínas pré- sinápticas são

produzidas, a quantidade de mediadores e receptores utilizados nessa própria sinapse.

Cognição

• Mecanismos de facilitação 3. Essa base molecular explica o aprendizado e

também a memória.

Emoção

Emoção

• A palavra “emoção” derivado do latim

emovere, onde e-(variante de ex-) significa

“para fora” e movere significa “passar”. O

termo relacionado “motivação” também é

derivado de movere.

Emoção

• Uma emoção é um estado mental e fisiológico associada a uma ampla variedade de sentimentos, pensamentos e comportamentos. Trata-se de um primeiro fator determinante do sentimento de bem-estar subjetivo e parece desempenhar um papel central em muitas atividades humanas.

Emoção

• No livro “A expressão das emoções no homem e nos animais”, de Darwin

• As emoções tem expressão universal - são as mesmas independentemente de raça e cultura

• São inatas, e não adquiridas, produto da evolução

• De forma análoga, os animais possuem expressões semelhantes

Emoção

• Muitos pesquisadores distinguem sentimento de emoção, onde sentimento refere-se à experiência subjetiva da emoção. Alguns acreditam que emoções podem ocorrer inconscientemente, e, portanto, que a emoção é um fenômeno mais geral do que a sua sensação subjetiva

Emoção

• Uma segunda distinção incide sobre a diferença entre a emoção e a causa da emoção. Alguns teóricos argumentam que pelo menos algumas emoções podem ser causados sem qualquer pensamento ou “atividade cognitiva”.


• No passado, enfatizava-se muito a divisão tripartite do funcionamento mental humano 1. Cognição

2. Afeto

3. Motivação


1. Cognição - linguagem, memória e, sobretudo, raciocínio lógico

2. Afeto - valoração do que é prazer ou desprazer, ao conteúdo emocional da vida

3. Motivação – necessidades mais básicas: • Fome

• Sede

• Sono

• Sexo


• Atualmente, essa classificação está ultrapassada.

• Há razões neurobiológicas, psicológicas e filosóficas que justificam superar tal segmentação.

• Estruturas do encéfalo ligadas à memória estão diretamente associadas a fenômenos afetivos e da motivação.


• Por isso, o conceito de cognição abrange toda a capacidade de processar informações, de reagir ao que percebemos no mundo e em nós mesmos


• Áreas Cerebrais


• Cognição – Pré-frontal

• Emoção – Sistema Límbico

• Trabalham unidos


• Emoções

• Irracionais?


• Emoções

• Irracionais? São produto da lógica de acordo com

eventos passados

• Lógica “rápida e automática”, tipo de emoção é o

indicador do andamento deste processo, ou a

primeira opinião sobre um assunto


• Nós sentimos tudo ao mesmo tempo?


• Nós sentimos tudo ao mesmo tempo?

• Sim, mas escolhemos o que é mais importante sempre

• É preciso entender a linguagem corporal

• “Autognosia”

• A forma de explorar isto é: entender linguagem

não-verbal


• Cognição controla a emoção?


• Cognição controla a emoção?

• Meditação (NeuroImag, 2007):

• Pode diminuir a ansiedade e o limiar da dor

• Em voluntários que tinham o hábito de meditar entre

10 e 90 minutos por dia há pelo menos quatro anos,

observou-se que áreas como o hipocampo, o córtex

orbito-frontal, o tálamo e o giro temporal inferior

(todas associadas à regulação das emoções) eram

maiores do que grupo-controle.


• Cognição controla a emoção

• Meditação:

• Imagens obtidas por ressonância magnética funcional

indicaram maior quantidade de substância cinzenta

• Segundo os autores, esses resultados parecem explicar

a capacidade de controlar suas emoções e a responder

melhor aos estímulos estressores

Emoção e Cognição

Efeitos da emoção sobre os processos

cognitivos

Cognição

• Visão cartesiana da cognição como razão

• Divisão da mente em 3 domínios distintos:

cognição, volição e emoção

• Mente como entidade interna independente do

corpo, fonte da razão, conhecimento e

verdade

Cognição - Ciência Cognitiva

• Questões:

• Natureza e fontes do conhecimento

• Fisiologia do aparelho perceptivo

• Mecanismos de aprendizagem, memória e

racionalidade

• Veículos do conhecimento: palavras, imagens,

conceitos, símbolos

Ciência Cognitiva – Movimento

Inicial • Pressupostos do Processamento de Informações:

• A mente é reduzida a pensamento e, mais

especificamente, pensamento inteligente

• Pensar é sinônimo de processar

• Críticas:

• Não dava conta de processos subjetividade,

intencionalidade, motivação e emoção

• Não levava em conta a dimensão social e cultural

Emoção e Atenção

• Atenção seletiva – tendência a priorizar a

codificação de estímulos emocionais sobre outros

estímulos que estão presentes simultaneamente

• Estudos:

• Tarefa de Stroop Emocional

• Tarefa de Sondeo Atencional

• Estudos com pacientes com Transtornos de ansiedade e

depressão

• Estudos com Imagens

Estudos com pacientes com Transtornos de

Ansiedade

• Verificou – se que os resultados mostravam-se congruentes com o valor do estímulo emocional para o sujeito.

• Ex: Fobia Social, Fobias específicas, Síndrome do pânico

• Esses efeitos são observados também nas versões subliminares o que indica que a ansiedade age sobre o comportamento de forma inconsciente

• Esse efeito pode ser adaptativo ou não adaptativo

Estudos com Imagem

• Os estudos que usam palavras como

estímulos dependem da interação do conteúdo

semântico da palavra com as variáveis

emocionais do sujeito

• Quando se empregam imagens como

estímulos o resultado é mais generalizável

Conclusões dos estudos sobre Emoção

- Atenção • Estímulos ameaçadores são processados mais

rapidamente de forma consciente e inconsciente

• Ainda não se encontrou provas convincentes sobre a

influência de emoções positivas na atenção

• Ainda não se encontrou provas convincentes sobre a

influência da tristeza na atenção

• Explicações na ativação da amígdala e nas funções

adaptativas

Emoção e Memória - Retenção

• Lembramos com mais facilidade de eventos

emocionais ou não emocionais?

• Estudos:

• Memória recente

• Memória instantânea

• Memória de experiências traumáticas

Estudo sobre memória recente

• Histórias com partes neutras e partes de conteúdo emocional eram contadas aos participantes

• Dias depois, os participantes lembravam mais facilmente das partes emocionais

• Conclui-se que os estímulos emocionais possuem qualidades que os diferenciam dos estímulos neutros, influenciando na memorização

• Estudos posteriores:

• Maior ativação – maior recordação

Estudos sobre memória instantânea

• Eventos de forte impacto emocional e relevância para o indivíduo tendem a ser relembrados de forma vívida

• Alguns investigadores sugerem que apesar de os sujeitos relatarem maior fidelidade da memória instantânea, mas o grau de acurácia não é maior

• Influência dos processos de reelaboração e reconstrução das lembranças

Memória de experiências traumáticas

• Estudos clínicos sugerem que há uma tendência a fortalecer a memória em eventos traumáticos

• A lembrança do evento não só fica gravada profundamente na memória como aparece de forma recorrente na forma de imagens intrusivas e acompanhadas de um mal estar (estresse pós-traumático)

• Em compensação, pode acontecer de inicialmente a pessoa apresentar dificuldade em lembrar detalhes do evento porque a ativação emocional intensa tende a levar a um processamento mais geral da situação

Emoção e Memória - Evocação

• Memória autobiográfica

• Estudos em pessoas com depressão

• Estudos utilizando a flutuação cíclica de humor

em pacientes com depressão

• As pessoas tendem a recordar mais facilmente

informação coerente com o estado emocional

vivenciado no momento da evocação

• Implicações para pacientes com depressão

Emoção e Memória - Evocação

• Evocação de informação recém-adquirida

• Estudos de memorização de listas de palavras

neutras e emocionais

• Resultado: melhor recordação de palavras com

significado emocional

Teoria das redes de Bower

• Teoria para explicar maior facilidade de evocação de eventos coerentes com o estado de ânimo

• O conhecimento que uma pessoa possui sobre um determinado âmbito da realidade compõe uma rede de elementos interconectados

• A lembrança de um dos elementos associados à rede facilita a evocação dos elementos conectados

• O mesmo ocorre com os eventos emocionais (princípio da coerência emocional da lembrança)

Emoção e Interpretação

• 3 questões principais:

1) Como o estado emocional influência a avaliação

subjetiva da probabilidade de acontecimentos

futuros positivos ou negativos?

2) Como o estado emocional afeta o modo como

as pessoas avaliam a si mesmas?

3) Como as emoções afetam a interpretação de

informações ambíguas?

Avaliação de eventos futuros

• Estados de ânimo positivos – avaliações mais otimistas

• Estados de ânimo negativos – avaliações mais pessimistas

• Estudos clínicos – efeitos da ansiedade e depressão na avaliação de eventos futuros

• Explicação proposta: viés da disponibilidade tendemos a julgar como mais provável o que é coerente com a informação que por proximidade ou relevância pessoal temos a disposição no momento

Auto-avaliação

• Os estados de ânimo (emocionais) afetam a imagem que a pessoa tem de si mesma

• Influencia na forma como a pessoa avalia sua própria conduta e suas qualidades psicológicas

• O fenômeno ocorre com sujeitos com transtorno de ansiedade e depressão como com alterações de ânimo transitórias em pessoas sem esses transtornos

• Estudo com estudantes para avaliar seu rendimento em um exame

Interpretação de ambigüidades

• Nossa interpretação de estímulos ambíguos

que recebemos ao longo da vida cotidiana

tendem a ser coerentes com o estado de

ânimo no momento

• Esse processo é mais nítido em estudos com

sujeitos com níveis elevados de ansiedade

Implicações dos resultados para casos

clínicos • Diferenças no modo como esses dois transtornos

afetam o funcionamento mental

• A ansiedade está mais relacionada a estágios primários e até inconscientes do processamento

• A influência da depressão aparece em estágios mais avançados do processamento, no qual atuam processos deliberados da elaboração da informação

• Implicações também para a compreensão da influência da emoção em processos cognitivos em pessoas sem transtornos

Emoções na cognição complexa

• Influência positiva ou negativa depende da

intensidade

• Emoções intensas absorvem os recursos

cognitivos e perturbam o processamento da

informação

Emoções na Tomada de Decisão

• Dois tipos de influência:

• Efeitos do estado emocional atual

• Efeitos da emoção antecipada

Efeitos do Estado Emocional Atual

• Estado emocional negativo – julgamento mais

detalhado

• Estado emocional positivo – uso de padrões

• Estado emocional positivo – leva a assumir

mais riscos pequenos e evitar mais riscos

maiores

Efeitos da Emoção Antecipada

• Teoria do Marcador Somático (Damásio)

• Ele salienta a impossibilidade de se tomar decisões complexas como as que envolvem a vida pessoal e social sem ajuda de mecanismos como os marcadores somáticos.

• Para ele, seria um processo muito demorado e complexo tomar esse tipo de decisão através da razão pura, analisando todas as vantagens e desventagem a curto e a longo prazo.

• Ao longo da vida vamos associando situações a suas conseqüências emocionais (bem estar ou mal estar)

• Quando precisamos tomar uma decisão essas associações fazem com que ao visualizarmos os cenários possíveis, tenhamos sensações positivas ou negativas que nos orientam quanto a escolha ou não da opção que nos leva àquela situação.

• Dessa forma, reduz-se as possibilidades de alternativas de escolha, sem que às vezes a gente se dê conta.

Efeitos da Emoção Antecipada

• Efeito Placebo • Placebo (do latim placere, significando

"agradarei") é como se denomina um fármaco ou procedimento inerte, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos fisiológicos da crença do paciente de que está a ser tratado


• Efeito Placebo • Numerosos estudos sobre dor e uso de placebo

• Mecanismos neurobiológicos de placebo

• RMf: placebo causa alterações induzidas no processamento da dor: diminui atividade na ínsula, tálamo anterior e cingulado anterior; aumento pré-frontal

• Muda ativação do sistema descendente de opióides da medula



• Para resolver um problema

• Visualize-se nos resultados e consulte as respostas

• Intuição – “ouvir” o giro do cíngulo


• Estresse


• Estresse

• Problemas pequenos e grandes, ou a soma destes

• A vida precisa de estresses

• Estar “estressado”: Resposta ao estresse que o cérebro

desencadeia

• Amígdala detecta perigo

• Aciona sistema simpático

• Ativa hipotálamo – libera cortisol


• Estresse

• Agudo faz bem ao cérebro, crônico não

• Noradrenalina cronicamente em excesso no

cérebro

• Perturba funcionamento neuronal

• Memória

• Tomada de decisões


• Estresse

• Medidas de redução do estresse

• Outros caminhos

• “Ouvir” o cingulado é bom, mas “mandar calar a

boca” também

• Ativar o parassimpático


• Para aprender mais

• Cultive relacionamentos

• Relacionamentos íntimos aumentam expectativa de

vida

• Amor ativa sistema de recompensa e desativa a

amígdala e outras estruturas ligadas ao sentimento

desagradável



• Ponha-se no lugar dos outros



• Ponha-se no lugar dos outros

• Ativa o circuito social do cérebro

• Amígdala

• Córtex da Ínsula

• Córtex orbitofrontal

• Pólo temporal

• Área de associação parieto-temporal



• Carinho faz bebês crescerem

• Contribuir para reduzir o estresse dos outros

• Carinho faz vínculos sociais e afetivos


• Inteligências múltiplas (Howard Gardner, 1982)

1. Habilidades lingüística e lógico-matemática

2. Espacial (navegantes, engenheiros)

3. Corporal-cinestésica (atletas, dançarinos)

4. Interpessoal (compreensão do outro)

5. Intrapessoal (autoconhecimento)

6. Naturalística

7. Musical.


• Inteligências múltiplas

• Não aceita o conceito de QI

• Suas teorias, entretanto, tem pequena aceitação entre

neurobiólogos

• A possibilidade de medir a inteligência pela aplicação

de testes simples parece ser um critério para validação

das hipóteses

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