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Casos de estudo Como as empresas combatem o carbono CONFERÂNCIA NEGËCIOS SUSTENTABILIDADE 20 | 30 NEGÓCIOS INICIATIVAS SUSTENTABILIDADE ESTE ESPECIAL É DA RESPONSABILIDADE DO DEPARTAMENTO COMERCIAL DA COFINA Patrocínio Fiscalidade verde de novo na agenda Europa vai sair da crise mais inovadora Ambiente á a agenda para o futuro Prámios Negëcios Sustentabilidade 20/30 Distinguir os melhores projetos

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Por Filipe S. Fernandes “A fiscalidade verde justifica-se sempre e neste contexto até faz mais sentido. A Comissão Europeia quando olhou para a mobilização de recursos avançou também com medidas relacionadas com a fiscalidade verde e com a tribu-tação do carbono e o seu alargamento”, afirmou Jorge Moreira da Silva na con-ferência digital Negócios Sustentabili-dade, realizada na semana passada. O antigo ministro do Ambiente, Orde-namento do Território e Energia entre 2013 e 2015, no XIX Governo Constitu-cional, recordou que lançou um pacote de fiscalidade verde no auge da crise, em 2014, sem oposição ao contrário do que aconteceu em 2018 em França em que surgiram os protestos dos coletes amarelos (“gilets jaunes”). Para Jorge Moreira da Silva, a diferença deve-se ao facto de que “a fiscalidade verde nunca não pode ser vista como um acréscimo de impostos ou de carga fiscal, mas como uma substituição de impostos de uma forma mais inteligen-te. Poluir prejudica não só o planeta, mas também a atividade económica. Tributar a utilização intensiva de recur-sos permite criar espaço orçamental para tributar menos o que é positivo que é o trabalho e a criação de riqueza nas empresas”. “Este empréstimo de 750 mil milhões de euros que a Comissão Europeia po-derá lançar vai ser contraído nos mer-cados e pago a longo prazo através de novos recursos próprios utilizando, en-tre outros mas com grande peso, os re-cursos tributários ligados à matéria am-

A DADE E DE E DE N

NA AGENDA

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biental e verde”, referiu Elisa Ferreira, comissária europeia para a Coesão e Reformas. Duplo dividendo “Salientou que não se trata de impostos europeus que os cidadãos passem a pa-gar.” Deu como exemplo a eventual tri-

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butação do fuel dos aviões pelo meca-nismo de imposição das emissões, que é uma área nova que só se pode fazer a nível europeu. “Seria mais difícil um país tomar uma iniciativa sobre isso”, disse Elisa Ferreira. Acrescentou que fa-ria sentido tributar alguns produtos fi-nanceiros “que são produtos globais”,

II - 9 Julho 2020

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an e ate-se oje oi o p i ei o e ento de u

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ou de novas taxas para plásticos, até porque os impactos também são senti-dos por todos. “É um assunto que tem de ser tratado com muita premência, o papel de quem trabalha e investiga nessas áreas é fun-

o ge o ei a da il a e o d Coo e o

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damental, e acho que é preciso uma opinião pública favorável que faça com que as barreiras que ainda existem se-jam rapidamente removidas. Isto não evita que nós abordemos com algum cuidado a evasão fiscal e a concorrência fiscal e os paraísos fiscais porque isso é um assunto que precisa de estar na agenda.” Joana Portugal Pereira salientou que “os nossos modelos de otimização e os ce-nários que foram apresentados no ano passado pelo IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) têm sempre subjacente a substituição de carbono e isso não implica que os cidadãos pa-guem mais impostos e ter uma maior carga fiscal”. Definem-no como “duplo dividendo”. “Estamos por um lado a penalizar com medidas de controlo as atividades mais prejudicadoras ambientais e mais hiper-carbónicas para termos a capacidade e a folga financeira para beneficiarmos tec-nologias de baixo carbono e práticas mais amigas do ambiente. Assim conse-guimos indiscutivelmente uma série de multiplicadores que se traduzem em maior bem-estar e poder económico, geração de empregos e redução dos ga-ses de efeitos de estufa”, concluiu Joana Portugal Pereira.

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Por Filipe S. Fernandes Antes da crise, a Comissão Europeia ti-nha avançado com linhas orientadoras para o futuro desenvolvimento da União Europeia centradas em duas ideias: uma agenda verde, o Green Deal, e o digital. Com a crise pandémica houve a necessi-dade de agir apesar de a União Europeia não ter competências em matéria de saúde, que é reservada aos países. “De qualquer maneira, quando os países começaram a fechar as suas portas e a impedir as exportações de máscaras, de medicamentos, fez-se um trabalho mui-to aturado e muito cuidadoso no sentido de levar a alguma cooperação, tal como esteve a preparar em voos conjuntos o regresso dos europeus que tinham sido apanhados pela pandemia em vários pontos do mundo”, disse Elisa Ferreira,

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INOVADORA comissária europeia para a Coesão e Re-formas, na conferência digital Negócios Sustentabilidade, realizada na semana passada. A resposta da Comissão Europeia foi li-mitada mas significativa. “Como esta-mos no último ano do quadro comunitá-rio plurianual havia dinheiro para fazer o desenvolvimento regional. Cada um dos países tinha um envelope financeiro, conforme a execução dos projetos, e o que se fez foi a criação de flexibilidades nunca vistas através de iniciativas legis-lativas concluídas em duas semanas. Fo-ram 18 mil milhões de euros que ficaram disponíveis em termos de liquidez e mais 50 mil milhões de euros em termos de capacidade de realocar por parte dos Estados-membros para despesas de saúde, para apoiar pequenas e médias empresas”, salientou Elisa Ferreira.

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Segundo Elisa Ferreira, os apoios comunitários a Portugal podem triplicar nos próximos dois anos.

Política de coesão Em simultâneo com a política de coe-são surgiu a liberalização das ajudas de Estado. O apoio do Estado às empresas em di-versas formas, como as entradas de ca-pital, de crédito, de garantias, era mui-to limitado e foi liberalizado, com re-gras. “É melhor que haja alguns moto-res de dinâmica europeia do que não haver nenhum, mas a verdade é que uns países tinham muita capacidade de fazer esses investimentos em apoios nas suas empresas e outros não ti-nham”, referiu Elisa Ferreira. Percebeu-se que não era uma crise de curto prazo, que seria muito profunda. Por outro lado era necessário compen-sar os desequilíbrios da liberalização das ajudas de Estado “sob pena de se estar a matar o mercado interno por-

que não se pode concorrer com em-presas com as costas muito bem su-portados pelos respetivos apoios e ou-tras sem nenhum apoio”, afirmou Elisa Ferreira. “A coesão voltou ao centro da agenda e veio associada a uma decisão histórica e que repôs a Comissão na função que tradicionalmente tinha tido com Delors e que parecia que estava um pouco per-dida sobretudo com a reação na última crise de 2008”, disse Elisa Ferreira. Assim surgiram as propostas da Comis-são Europeia como o programa de apoio no montante de 750 mil milhões de euros, que corresponde a um em-préstimo que a Comissão Europeia fará no mercado, se a proposta for aprova-da, dívida que é garantida pelos Esta-dos-membros. É um programa que se acrescenta ao quadro comunitário plu-

rianual de 2021-27. Neste compasso de espera, foi lançado o REACT-EU (Re-covery Assistance for Cohesion and the Territories of Europe), de 55 mil mi-lhões de euros, que pode começar já este ano, se os Estados-membros assim o quiserem e “que faria na política de coesão uma espécie de ponte entre o que estamos a viver agora, com gran-des flexibilidades da política de coe-são, mas permitindo o seu prolonga-mento até 2022, fazendo uma espécie de sobreposição sobre o próximo qua-dro de apoio”. Estes fundos funcionam em três eixos alimentados a política de coesão, uma vertente para as empresas, muito an-corada no Banco Europeu de Investi-mentos e o reforço do programa Hori-zon de ciência e inovação, o Erasmus, o apoio aos migrantes.

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Por Filipe S. Fernandes Na opinião de Clara Raposo, não são os ges-tores nem os acionistas das empresas que determinam o que é o bem-estar social e ou bem-estar global do planeta. “É, de certa for-ma, perigoso passarmos essa responsabili-dade para um conjunto de empresários e acionistas que vão decidir o que é o bem co-mum quando essa responsabilidade tem de ser mais centralizada nos Estados e na forma como definem os contornos de atuação des-tas entidades”, afirmou na conferência digi-tal Negócios Sustentabilidade, realizada na semana passada. “As empresas vivem das pessoas e dos mer-cados”, afirmou Luís Urmal Carrasqueira, managing director da SAP. Isto obrigou as empresas tecnológicas a fazer compromis-sos com o futuro e com a sustentabilidade que são decisões de médio e longo prazo.

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O BEM-ESTAR GLOBAL “São decisões que estão a construir futuro”, refere Luís Urmal Carrasqueira. Acrescenta que hoje “nas análises de investimento de muitas entidades financeiras existe um fa-tor que é o Environmental, Social, and Go-vernance (ESG), ‘ratings’ sobre a atenção que as empresas dão a estes componentes”. “As grandes empresas estão sujeitas a mui-to escrutínio seja destas entidades de ‘ra-ting’ seja do próprio mercado na sua globa-lidade e dos seus acionistas. Hoje existe um outro grupo de interesse que tem vindo a crescer dentro das organizações para além dos colaboradores, dos clientes, dos acio-nistas, que é a sociedade”, adianta Luís Ur-mal Carrasqueira. Diz ainda que hoje nos conselhos de admi-nistração a sustentabilidade ganha espaço, mas quando o “green line começar a ter mais amplitude, a ser mais comum e mais recorrente nos conselhos de administração

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Clara Raposo, presidente do ISEG, salienta que é preciso que todos joguem com as mesmas regras

NEGÓCIOS INICIATIVAS SUSTENTABILIDADE

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para além do topline e bottom line, todos vamos dar grandes passos em frente”. Subir a fasquia Clara Raposo defende um enquadramento le-gal e regulamentar em vez da forma ad hoc como estas medidas de sustentabilidade po-dem ser implementadas. “Torna-se muito difí-cil a uma empresa e a uma equipa de gestão que sejam muito bem-intencionadas compe-tirem no mercado com outras empresas que seguem as regras instituídas. Estas podem ser menos amigas do ambiente mas tornam-se mais competitivas em termos de concorrência porque têm menores custos de produção”. É preciso uma escolha coletiva “em que todos sobem a fasquia e todos jogam de acordo com as mesmas regras”, conclui Clara Raposo. “A crise económica que esta pandemia veio ge-rar é uma oportunidade de reconstrução”, diz Afonso Arnaldo, partner & corporate Respon-sability & Sustainability da Deloitte. Explica que “já se perderam empregos e empresas e vai-se continuar a perder. É uma grande oportunida-de para uma reconstrução mais sustentável”. Considera que os governantes têm um papel determinante para a sustentabilidade, embora haja países, como os Estados Unidos e a China em que sempre foi difícil fazer passar este tema. Por isso na sua opinião, as empresas são os principais agentes de mudança. “Cada pessoa tem de contribuir para esta mudança nos seus consumos, mas é forte-mente influenciada pelo que lhe é proposto no consumo. Por isso, as empresas são um agente fundamental nesta nova realidade”, sublinhou Afonso Arnaldo.

A TE A ES C T CAS

CA A ES O A S

E CONTÍNUAS

“Globalmente e olhando para os números po-deria pensar-se que a pandemia teria tido al-gum benefício porque nos colocaria na meta definida pelo Acordo de Paris e pelos modelos de avaliação integrada que se utiliza no IPCC”, diz Joana Portugal Pereira, autora do sexto Relatório de Avaliação (AR6), IPCC, e investi-gadora convidada do Imperial College Lon-don, na conferência digital Negócios Susten-tabilidade, realizada na semana passada. Mas esta visão otimista é simplista porque “não podemos esquecer que as alterações climáticas são um problema cumulativo e global”. Pouco importa olhar as emissões num preciso mo-mento, temos de ter ações globais e contínuas ao longo do tempo até 2050 e 2100. “Mas a pandemia mostrou que temos uma imensa elasticidade e capacidade de mudança, alertou e mostrou-nos como poderá ser uma crise mais séria e grave no futuro à medida que vamos sentindo cada vez mais presente os impactos das alterações climáticas e a nossa vulnerabili-dade”, acrescentou Joana Portugal Pereira. “A pandemia pode levar a uma melhoria na ve-locidade e na consciência da necessidade de al-terar hábitos e forma de funcionamento das economias. Criou-se uma consciência global da necessidade de alterar algumas coisas”, refere Clara Raposo, presidente do ISEG. Houve uma melhoria substancial “no desempenho do capi-tal natural do planeta” e a “esperança por per-cebermos que se calhar com alteração de hábi-tos e práticas conseguiríamos atingir os objeti-vos em termos de sustentabilidade ambiental”. Retoma hipercarbónica Mas abre-se uma porta e fecha-se uma janela. “As economias pararam e desaceleraram, o que

pode criar mais pressão em relação ao desem-penho económico das empresas e dos Estados, porque a contabilização de desempenho eco-nómico, tanto do produto como dos rácios, como os défices, tem a ver com a existência de transações, com o funcionamento das econo-mias”. Joana Portugal Pereira admite que a re-toma económica dos países e economias emergentes, que têm uma maior fragilidade económica, “seja uma retoma hipercarbónica, baseada em energias baratas como o carvão e derivados de combustíveis fósseis”. Sublinha ainda que estes países, principalmente do hemisfério Sul, são também aqueles que, num primeiro momento e mais intensamente serão mais afetados pelas alterações climáticas”. Novas metas em 2021 Para Clara Raposo, “tudo vai depender da forma como os diferentes blocos económicos e políticos se conseguirem articular, porque vamos precisar de todos. Vamos precisar das pessoas nos seus hábitos de consumo, das empresas nos seus hábitos de produção e dos Estados e dos reguladores elevarem a fasquia quantos aos requisitos de quem produz e presta serviços”. As novas metas do acordo de Paris, que deve-riam ter sido anunciadas este ano, foram prote-ladas, por causa da pandemia de covid-19, e vão ser anunciadas em 2021. As negociações prosseguem e Joana Portugal Pereira acredita que “haverá uma orquestra internacional de mútuo apoio e cooperação para conseguirmos ter uma retoma verde, em formato de L”. Dessa forma “não iremos aumentar as nossas emissões de gases de efeito de estufa, por um lado, mas, por outro ter financiamento basea-do em tecnologias de baixo carbono”.

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S No cumprimento da Agenda para 2030 “já es-távamos fora de pista”, diz Jorge Moreira da Sil-va, diretor da Cooperação para o Desenvolvi-mento da OCDE. Mas não “podemos voltar à normalidade de uma situação anómala face aos objetivos fixados em 2015 para 2030”. Na sua opinião, a atual crise pandémica permi-tiu compreender o que é uma crise global. Ad-mite que há uma maior consciencialização para as alterações climáticas mas faltava a experiên-cia limite. “As pessoas não tinham experimenta-do uma situação em que fossem colocadas pe-rante o crescimento exponencial e não linear, a mudança imediata de comportamentos, políti-cas públicas no confinamento como no descon-finamento, baseadas na ciência e não na subje-tividade”, considerou Jorge Moreira da Silva. Mas o diretor da Cooperação para o Desenvol-vimento da OCDE recordou que no desenvol-vimento sustentável na ajuda ao desenvolvi-mento esta crise veio alargar as desigualdades. “Até ao final deste ano teremos mais 130 mi-lhões de novos pobres em situação de pobreza extrema e 500 milhões de cidadãos em situa-ção de pobreza”. Referiu que se há algo que esta crise tem de semelhante com a crise cli-mática é que “os mais pobres serão os mais ameaçados”. Dependência global Como disse António Miguel Ferreira, managing partner da Claranet, “a população mundial há 200 anos era de mil milhões de pessoas e hoje é de 7 mil milhões de pessoas, enquanto a Eu-ropa multiplicou por quatro, a Ásia por 6, África por 9 e a América Latina cerca de 25 vezes e a América do Norte 50 vezes. São dados preocu-pantes porque colocam pressão sobre os recur-sos que o planeta tem e também sobre os pró-prios recursos humanos”. “A resposta à crise tem de olhar para a dimen-são e a recuperação económica mas não pode deixar de olhar para a crise climática e para as desigualdades, que se alargaram mesmo den-tro dos próprios países. Estas duas dimensões, compatibilizar a resposta económica com a di-

mensão climática e ambiental com as desigual-dades e a pobreza, parecem-me inexoráveis”. Para Jorge Moreira da Silva, uma das lições desta crise “é a necessidade de reforçar o mul-tilateralismo por razões de eficácia e eficiência. Temos de olhar para os recursos e para os or-çamentos disponíveis e utilizá-los da forma mais eficaz possível”.

Por outro lado assinalou a dependência glo-bal. “Mesmo que o esforço dos países ricos do Norte para reduzir as emissões fosse atingido nem assim se resolveria os proble-mas das emissões globais porque 80% do investimento necessário para travar a mu-dança climática tem de ser realizado nos países em vias de desenvolvimento. Estes países têm quase mil milhões de pessoas em situação de pobreza extrema, 2400 milhões sem saneamento básico”, assinalou Jorge Moreira da Silva. Sem o contributo dos países ricos na ajuda ao desenvolvimento não será possível enfrentar todas as consequências sanitárias, sociais, económicas e climáticas. Utilizando a analo-gia da bazuca, que foi utilizada na crise finan-ceira anterior, Jorge Moreira da Silva disse que se “tem de fazer pontaria a três alvos. Não pode ser apenas dirigida para a recuperação económica, tem de estar alinhada com os ob-jetivos de recuperação económica, combate às alterações climáticas e às desigualdades”. Afonso Arnaldo, partner de Corporate Res-ponsability & Sustainability da Deloitte, con-sidera, “que os governantes são os principais agentes desta mudança e devem ser os con-ciliadores entre todas as partes”.

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Os governos têm de conciliar as partes interessadas na sustentabilidade, defende Afonso Arnaldo

NEGÓCIOS INICIATIVAS SUSTENTABILIDADE

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Por Filipe S. Fernandes Há uma década que a EDP definiu uma estratégia com o objetivo de ser neutra em carbono. “Assumimos que as al-terações climáticas são uma questão global, e que o setor elétrico era um dos grandes emissores de CO2 e iniciámos a transformação total do nosso portefólio para unidades de produção sem CO2. Investimos mais de mil milhões de eu-ros por ano, como grupo, nas variadas geografias e 75% vão para energias renováveis e o restante essencialmente para redes”, referiu António Castro, diretor-geral de Sustentabi-lidade e Risco da EDP. Salientou que os business plans apresentam não só os indi-cadores económicos como os de sustentabilidade. Para 2030 o caminho aponta para “ter 90% da nossa produção em energia renovável, sendo os 10% provavelmente cen-trais de ciclo combinado, que ainda serão necessárias para fazer o ‘backup’ enquanto não tivermos baterias”. Acres-centou que neste aspeto a “Europa está num bom caminho, mas o grande desafio está em conseguir implementar ener-gias renováveis no hemisfério Sul”. Como empresa elétrica grande, selecionaram nove Objeti-vos de Desenvolvimento Sustentável “para os quais pode-mos contribuir, há dois que são muito importantes e que são o 7 (assegurar o acesso confiável, sustentável, moder-no e a preço acessível à energia para todos) e o 13 (tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos)”, acentuou António Castro.

S S R I S MPR S RI IS

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Por Filipe S. Fernandes Em 2009, a SAP assumiu o compromisso de que em 2020 os seus níveis de emissão de carbono seriam semelhantes aos do ano 2000. “Conseguimos atingir esse objetivo em 2018. No ano anterior tínhamos definido novo objetivo mais ambicioso de em 2025 sermos neutros em termos de emissão”, afirmou Luís Urmal Carrasqueira. Salientou que a sua empresa tem uma sensibilidade muito grande para estes temas da sustentabilidade e que além da subscrição dos princípios de sustentabilidade das Na-ções Unidas, são um parceiro ativo. Nos sistemas da SAP tocam, direta ou indiretamente, 73% das transações mundiais, por isso criaram um programa, o Climate 21, para dotar com métricas de sustentabilidade todas as aplicações da SAP. “Isto permite a uma empresa saber em tempo real qual é o impacto em termos de carbono de determinada ativida-de, produto, os níveis de carbonização do que está a in-corporar nas suas produções e, para isso, fornecer uma transparência ao mercado de quais são os níveis de carbo-no de cada produto e de cada serviço que as pessoas ou as empresas estão a consumir”, relatou Luís Urmal Carras-queira. “A transparência vai tornar a tolerância à carboni-zação cada vez menor e isto poderá ser um impulso para que o mercado se reja por produções cada vez mais lim-pas”, concluiu o gestor.

Luís Urmal Carrasqueira, managing director da SAP Portugal.

COMPROMISSO S S I I

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S “É preciso colocar preços nas coisas. Não há outra forma de enfrentar a mudança climáti-ca se não atribuir um preço, internalizar as externalidades ambientais na economia, co-locar um preço no carbono. O mercado de li-cenças de CO2, mas isso é europeu e a Euro-pa vai fazendo a sua parte”, referiu Jorge Mo-reira da Silva. António Castro, diretor-geral de sustentabili-dade e Risco da EDP, diz que “o mercado de eletricidade funciona através de mercados organizados, onde todas as centrais compe-tem. Hoje quando compramos gás também temos de comprar licenças de CO2”. Acres-centa que seria “importante que não fossem apenas meia dúzia de setores a reconhecer o preço do carbono”. Para se enfrentar e miti-gar as alterações climáticas deveria colocar--se um preço de carbono para toda a econo-mia. “Para o setor de produção de energia elétrica deixa de ser tão importante porque vamos praticamente produzir sem CO2. É preciso que esse sinal de preço seja transpa-rente, global e abranja todos os setores”, concluiu António Castro. Reformas estruturais Jorge Moreira da Silva sublinhou que, entre os sinais certos que se devem dar, estão “os preços às coisas para que comprar verde si-gnifique poupar e vender verde signifique ganhar”. Sublinhou que Portugal deveria aproveitar o programa RRF (Recovery and Resilience Fa-cility), referido por Elisa Ferreira, para refor-çar a capacidade de reforma dos Estados--membros. Permite financiar as reformas propostas por cada um dos Estados-mem-bros. “Podemos enfrentar problemas que já estavam connosco há mais tempo, tirando partido de meios postos à disposição pela Comissão Europeia. Esta já deu um sinal de que o financiamento vai ser mais orientado para o digital e para o verde. Temos todas as

O A T T TAR O A A O A A A

PARA O FUTURO

razões para esverdear o nosso crescimento e avançar para uma estratégia de crescimento sustentável”. As reformas em Portugal têm de tocar numa série de temas ambientais “porque isso é tra-balhar para o futuro”. Se houver um progra-ma sobre transportes públicos, a requalifica-ção ambiental das habitações, requalificação das redes de transportes nos grandes centros urbanos, um grande plano para as florestas, são áreas em que se criam oportunidades de negócio, de relançamento económico e de empregos e ambientais. Por sua vez António Miguel Ferreira, mana-ging director da Claranet, defende que “há um conjunto de políticas públicas que podem ser feitas para incentivar a adoção de tecno-logias e a digitalização da sociedade, o que até pode permitir que Portugal recupere par-te do caminho que tem a fazer pelo facto de ser uma pequena economia”.

Para António Miguel Ferreira deve-se incentivar o uso das tecnologias

NEGÓCIOS INICIATIVAS SUSTENTABILIDADE

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I NE I S SUSTENTABILIDADE 20 | 30

O Jornal de Negócios lança uma grande inicia-tiva projetada a 10 anos e inteiramente alinha-da com os Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentáveis (ODS) das Nações Unidas. O Prémio Negócios Sustentabilidade 20 | 30 vai reconhe-cer, inspirar, promover e divulgar o trabalho e a atuação de empresas e organizações, de nor-te a sul do país, que se distingam nas diversas áreas relacionadas com a sustentabilidade, dando-lhes visibilidade e destaque. Uma ini-ciativa do Jornal de Negócios com a Deloitte, como Knowledge Partner, e que conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República. Com um júri independente, pretende-se valo-rizar os melhores casos de sustentabilidade em Portugal que se distinguem nas diferentes áreas da sustentabilidade: social, ambiental, e económica. O período de candidaturas está aberto até 9 de outubro de 2020. Sustentabilidade social Igualdade e diversidade Iniciativas, serviços ou produtos que contribuam para o desenvolvimento e fortalecimento social e vi-sem a igualdade de género e redução de desigual-dades, através da eliminação da discriminação e da violência de género, especialmente para mulheres e crianças, e de qualquer tipo de discriminação. JÚRI - Margarida Couto, Presidente, Grace e Sócia, Vieira de Almeida, António Saraiva, Presidente, CIP, Filipe Almeida, Presidente, Portugal Inovação So-cial, Filipe Santos, Dean, Católica Lisbon School of Business and Economics e Presidente da EVPA, Isabel Barros, Administradora executiva, Sonae MC. Bem-estar e cidades sustentáveis Serão aceites nesta categoria as iniciativas, servi-ços ou produtos que promovam cidades susten-táveis e o bem-estar da comunidade. JÚRI - Miguel de Castro Neto, Subdiretor, NOVA In-formation Management School e coordenador, NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, ex-Secretário de Esta-do do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, José Manuel Pedreirinho, Presidente, Or-dem dos Arquitetos, Luísa Schmidt, Socióloga e In-vestigadora, ICS, Miguel Eiras Antunes, Partner, Smart City, Smart Nation and Local Government da Deloitte, Paula Teles, CEO, Mobilidade PT Sustentabilidade ambiental Descarbonização Serão aceites nesta categoria, iniciativas, serviços ou produtos que criem um impacto positivo a ní-vel da redução das emissões de gases com efei-to de estufa e promoção da luta contra as altera-ções climáticas.

JÚRI - António Martins da Costa, Membro do Conselho de Administração Executivo, EDP, Fran-cisco Ferreira, Presidente, Associação Zero, Joana Portugal Pereira, Autora do Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do IPCC, Investigadora convidada do Imperial College London (CEP/ICL), Professora em Planeamento Energético (COPPE/UFRJ), Júlia Seixas, Professora e Presidente do DCEA, FCT UNL, Luís Urmal Carrasqueira,Managing Direc-tor, SAP Portugal, Pedro Martins Barata, Partner, Get2C e Coordenador da equipa que elaborou o Roteiro para a Neutralidade Carbónica Economia circular Serão aceites nesta categoria iniciativas, serviços ou produtos que resultem em inovação nas áreas de conceção, design, produção, distribuição e consumo, através da aplicação de princípios de economia circular ao longo do ciclo de vida do produto, promovendo a reutilização, reparação, renovação e reciclagem. JÚRI - João Castello Branco, Presidente, BCSD e CEO, The Navigator Company, António Miguel Ferreira, Presidente e Managing Director, Clara-net Portugal, Helena Pereira, Presidente, Funda-ção Ciência e Tecnologia, Isabel Furtado, Presi-dente da Direcção da COTEC Portugal, Paulo Lemos, Direção Geral, ENV e ex-Secretário de Estado do Ambiente. Sustentabilidade económica Digital e IA Serão aceites nesta categoria candidaturas de ini-ciativas, serviços ou produtos que representem soluções tecnológicas e digitais inovadoras que promovam o acesso a informação e tecnologias que contribuam para o bem-estar social, saúde pública ou ambiente, aumento da produtividade e redução de tempos de espera, otimização de processos e procedimentos manuais. JÚRI - Arlindo Oliveira, Professor Catedrático, IST, Alexandre Nilo Fonseca, Presidente, ACE-PI, Carlos Oliveira, Conselheiro do Conselho Europeu da Inovação, João Nuno Bento, CEO, Novabase, Luísa Ribeiro Lopes, Presidente, dns.pt Finanças sustentáveis Serão aceites nesta categoria iniciativas, serviços ou produtos que abranjam serviços ou produtos financeiros que compreendam critérios de sus-

tentabilidade nas suas características e critérios de elegibilidade, e que tenham como objetivo contribuir para o crescimento e desenvolvimen-to económico sustentável, em prol do ambiente e da comunidade. JÚRI - Clara Raposo, Presidente, ISEG, Francisco Veloso, Diretor (Dean) da Imperial College Busi-ness School, Isabel Ucha, Managing Board Mem-ber, Euronext e CEO, Euronext Lisbon, João Pra-tas, Presidente, APFIPP, José Crespo de Carva-lho, Professor Catedrático, INDEG, Ricardo No-gueira, Senior Advisor at Pollination Comunicação de sustentabilidade Serão aceites nesta categoria candidaturas de iniciativas, serviços ou produtos que represen-tem soluções de comunicação eficazes e de ca-ráter educativo na sociedade, permitindo au-mentar a transparência da informação e/ou consciencialização acerca de temas de susten-tabilidade JÚRI - Manuela Botelho, Secretária-Geral, APAN, Carla Borges Ferreira, Diretora, Meios&Publici-dade, Francisco Teixeira, Diretor-Geral, Univer-sidade Europeia | IADE | IPAM, Nuno Pinto Maga-lhães, Presidente da Direção, Auto Regulação Pu-blicitária, Susana Albuquerque, Presidente, Clube Criativos de Portugal Categorias especiais Estas categorias não estão sujeitas a candidatura e os vencedores serão nomeados e escolhidos pelos membros do júri. Personalidade Premiar uma personalidade que se tenha desta-cado pela sua conduta e atuação em prol da sus-tentabilidade no âmbito social, ambiental e eco-nómico. Resiliência e Resposta a Choques Disruptivos Serão premiadas organizações que tenham de-monstrado uma resiliência extrema ao choque externo provocado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, bem como iniciativas e contribu-tos de resposta em prol da sociedade. O período de candidatura é até 9 de outu-bro de 2020. Informações sobre o regula-mento do Prémio em www.premionego-ciossustentabilidade.negocios.pt

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