coffea arabica coffea canephora c. - cpea - agrocursos · 2007-01-22 · ... a nutrição mineral e...
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São elas:
Abio Cajú
Abricó Carambola
Acerola Fruta do Conde
Ameixa-de-Madagascar Jambo
Amora-Branca Jenipapo
Amora-Preta Mangustão-Amarelo
Araça Pitanga
Araticum Romã
Cajá-Manga
A enxertia de cultivares de Coffea arabica L. sobre Coffea canephora Pierre vem sendo utilizada como alternativa para o cultivo do café em áreas infestadas por nematóides, em vista da resistência de C. canephora a esse patógeno. O objetivo deste trabalho foi estudar no campo, em áreas isentas de nematóides, o desenvolvimento da parte aérea, a nutrição mineral e a produção de cultivares de C. arabica enxertados sobre C. canephora e C. congensis. Em 1986 , instalaram-se experimentos em três regiões cafeeiras paulistas - Campinas, Garça e Mococa - no espaçamento de 3,5 x 2,0 m, com duas plantas por cova. Como porta-enxerto, utilizaram-se duas progênies de C. canephora (Apoatã IAC 2258 e IAC 2286) e uma de C. congensis (IAC Bangelan coleção 5), tolerantes a nematóides e, como enxerto, dois cultivares de C. arabica (Catuaí Vermelho IAC H 2077-2-5-81 e Mundo Novo IAC 515-20). Também se efetuaram auto-enxertias no Catuaí e no Mundo Novo e, como testemunhas, consideraram-se plantas desses cultivares não enxertadas. Os dados mostraram que, mesmo na ausência de nematóides, a utilização de progênies de C. canephora e de C. congensis como porta-enxerto conferiu maior desenvolvimento e produção (médias de cinco anos) aos cultivares de C. arabica, sendo esse efeito mais acentuado no 'Catuaí'. O crescimento sazonal em altura, em todos os tratamentos, foi maior na primavera e no verão e menor no outono e no inverno. De modo geral, a enxertia aumentou o crescimento em altura em todas as estações do ano, principalmente no outono e no inverno. As plantas enxertadas apresentaram maiores teores foliares de potássio e menores de manganês, em relação às não enxertadas. A enxertia não alterou de modo consistente os teores dos demais nutrientes.
Enxertia
A enxertia é realizada principalmente pelo método de borbulha por placa. Conforme a utilização de placas retiradas de hastes clonais com casca verde ou marrom, a enxertia é vulgarmente denominada de "enxertia verde" ou "enxertia marrom".Com os tratos culturais e sob condições normais, o porta-enxerto estará pronto para ser enxertado a partir dos 7 e 8 meses após a repicagem, com a realização da técnica de "enxertia verde". A "enxertia marrom" ou convencional pode ser efetuada, normalmente, a partir dos 10 a 12 meses de idade do viveiro.A casca sofre variações quanto ao ambiente, exposição ao sol e época do ano. Sabe-se, por exemplo, que em certas épocas a seringueira dificilmente solta a casca e que por esse motivo os trabalhos de enxertia nunca são feitos nesse período.
1. Enxertia marrom
É o processo tradicional de enxertia e deve ser feito quando os porta-enxertos apresentarem cerca de 2 cm de diâmetro a 5 cm de altura do solo, condição que ocorre em média a partir dos 12 meses após plantio em viveiro.O período de enxertia deve estar associado à disponibilidade de água no solo, para que haja plena soltura da casca. Dois meses antes da enxertia, recomenda-se evitar as práticas de adubação e herbicidasA enxertia marrom consiste na retirada de placas com gemas dormentes de hastes maduras de plantas originadas do jardim clonal e transferidas para janelas abertas a 5 cm do solo, em porta-enxerto por fitilho plástico apropriado, cujo amarrio deve ser feito de baixo para cima, vedando totalmente a abertura da janela.
Procedimento de enxertia em porta-enxertos ensacolados
2. Enxertia verde
É a técnica de enxertia que possibilita o aproveitamento de porta-enxertos mais jovens. Isso ocorre entre o 7º e 8º mês de idade, quando os mesmos possuem aproximadamente 1 cm de diâmetro a 5 cm de altura do solo. Apresenta como vantagem sobre a enxertia marrom, melhor aproveitamento das gemas do jardim clonal e melhor pegamento da enxertia, além de produção do tocos enxertados mais cedo, o que possibilita a instalação de seringais no início do período chuvoso. É feita em U normal, com remoção de 2/3 da lingüeta, ficando o escudo descoberto. O amarrio é feito com fita plástica transparente, o que possibilita ao tecido verde do escudo continuar sintetizando clorofilando normalmente.
Etapas do método de enxertia verde/marrom:
• Demarcação e incisão da janela com riscador de porta-enxertos; • Retirada do lenho e preparo da placa de enxertia; • Abertura da janela e inserção da placa; • Amarrio do enxerto.
O pegamento da enxertia varia, principalmente, em função das condições climáticas, dos clones utilizados, do estado sanitário e nutricional do viveiro e do jardim clonal, e da perícia dos enxertadores. Porém, tratando-se de enxertadores treinados sob condições climáticas favoráveis
(estação chuvosa e quente) e com o viveiro e jardim clonal em boas condições, o pegamento situa-se ao redor de 90%. Todavia, as plantas cujos enxertos não pegarem, podem ser reenxertadas do lado oposto, contribuindo para aumentar a taxa de aproveitamento do viveiro. Esse método é principalmente recomendado para porta-enxertos ensacolados com 2 a 3 lançamentos maduros. Um enxertador treinado faz, normalmente, de 250 a 300 enxertos por jornada de 8 horas.
3. Verificação do pegamento
Decorridas 21 dias após a enxertia, faz-se a primeira verificação do enxerto; em caso positivo, marca-se a muda enxertada com um laço usando a própria fita de enxertia. Após 7 dias, faz-se a segunda verificação. Concluída esta prática, as mudas estarão aptas a decaptação que consiste na eliminação da parte aérea dos porta-enxertos, possibilitando o desenvolvimento do enxerto.
Viveiros
Denomina-se viveiro a área onde as sementes recém-germinadas são repicadas para desenvolver até atingirem idade ideal para enxertia ou plantio em campo.
1. Localização
Para escolha do local do viveiro, três fatores são essenciais: tipo de solo, suprimento de água e topografia. Deve-se dar preferência para áreas com solo profundo, bem estruturado, de textura média, com disponibilidade para constante suprimento de água (evitando-se contudo, áreas sujeitas a inundações ou com lençol freático superficial, ventos frios e geadas.
2. Tipos
Em função dos sistemas de formação de mudas adotados, pode-se ter basicamente três tipos de viveiros a saber.a. Viveiros de porta-enxertos em plantio direto no campo.b. Viveiros cujos porta-enxertos desenvolvem-se em sacos plásticos (mudas ensacoladas). c. Viveiro misto, onde os porta-enxertos permaneceram no campo até serem enxertados e, após transplantados para sacos plásticos.
2.1. Viveiro de campo
Escolher uma área de fácil acesso, de preferência topografia plana, com solo bem drenado e livre de inundação, e ventos frios para instalar o viveiro. Deve ser arado o mais profundamente possível e gradeado para ficar bem destorroado, de modo a facilitar um vigoroso desenvolvimento do sistema radicular. O viveiro deve ser instalado no espaçamento de 60 cm x 15 cm em filas
sêxtuplas espaçadas de 1,20 m entre si. Outros espaçamentos, tais como: 60 cm x 20 cm, 70 cm x 15 cm e 70 cm x 20 cm, podem também ser utilizados, porém, há uma tendência de aumentar o custo de produção da muda à medida que se aumenta o espaçamento do viveiro. Com estes espaçamentos, o número inicial de plantas por hectare varia de 63.000 a 95.000, aproximadamente.
Viveiro de porta-enxertos em plantio direto no campo pronto para a enxertia.
2.2. Viveiro em sacos plásticos
Para o preparo dos porta-enxertos ensacolados, no enchimento dos sacos plásticos deve-se dar preferência a terra de barranco, pois, normalmente, não contém ervas daninhas, restos de culturas e raízes que poderiam garantir a sobrevivência de patógenos. Pode-se utilizar também a camada superficial do solo de 0 a 20 cm.Quanto a fertilidade do solo, é recomendável que seja feita uma análise química e as correções necessárias. Solos excessivamente arenosos não servem para enchimento dos sacos plásticos. Caso não seja possível fazer análise por qualquer motivo, usar a seguinte adubação:0,5 kg de superfosfato triplo ou 2,5 de superfosfato simples; 0,5 de cloreto de potássio, 0,1 Kg de sulfato de zinco 300 l. de esterco de curral bem curtido, e 1,0 kg de calcário dolomítico para cada metro cúbico de terra.Os sacos plásticos deverão ser de material virgem, com 35-40 cm de altura, 20-25 de largura e 0,2mm de espessura, com capacidade de 9-10 kg de solo. Após o seu enchimento, são encanteirados, enterrando-se até quase a borda. O melhor espaçamento deve ser 0,80 a 1,0m entre fileiras, sendo cada fileira composta por duas linhas de sacos plásticos. A repicagem das plântulas da sementeira para os sacos plásticos previamente enchidos e estabelecidos no local, deve ser feita, no estádio de "palito". Em dias nublados e chuvosos a repicagem pode ser feita durante todo o dia, porém em dias de sol a repicagem deve ser feita somente pela manhã até as 9:00 h ou pela parte da tarde, depois das 16 horas.Em regiões favoráveis a incidência de doenças, efetuar pulverizações semanais com fungicidas específicos.Após o amadurecimento do primeiro lançamento, fazer aplicações quinzenais com uréia 0,2% por meio de regas.
Detalhe de viveiro de mudas de sacos plásticos
2.3. Viveiro misto
Quando se tem por objetivo a produção de tocos enxertados de raízes nuas para plantio prévio em sacos plásticos e não para plantio direto no campo. O procedimento normal é semelhante ao viveiro de campo até a idade de enxertia. Em seguida, transplanta-se os tocos enxertados para os sacos plásticos.
Viveiro misto. Porta-enxertos enxertados no campo e transplantados para os sacos plásticos. (Fonte Pereira & Pereira, 1986)
3. Repicagem e plantioAo iniciar a germinação, repicar as plântulas, transportando-as em caixa de madeira contendo serragem umedecida e protegendo-as do sol. São necessários cuidados especiais na coleta e transporte, de maneira a não danificar as pequenas raízes. Fazer a repicagem em dias chuvosos ou nublados, e quando em dias de muito sol, nas primeiras horas da manhã ou ao cair da tarde.Em período de estiagem acentuada, realizar as irrigações de maneira a deixar o solo ou sacos com água disponível às plântulas principalmente.
4. Tratos culturais
4.1. Capinas
Manter o viveiro livre de plantas invasoras que utilizam água e nutrientes, competindo com o desenvolvimento dos porta-enxertos, notadamente nos meses iniciais. No início, a erradicação das ervas mais próximas das plântulas deve ser manual (mondas) para não ferir a muda. Com o sombreamento do viveiro, pelo crescimento das plantas, ocorre o controle natural das plantas daninhas. O controle de plantas daninhas nas ruas entre os canteiros de mudas de saco plástico pode ser feito por meio de enxada, tendo-se o cuidado de não danificar os sacos plásticos, ou através de herbicidas tendo-se o cuidado de não atingir as mudas.
4.2. Desbaste
Devem ser feito dois desbastes: o primeiro, quando o porta-enxerto apresentar dois lançamentos maduros e, o outro pouco antes da enxertia. Eliminar plantas defeituosas e pouco desenvolvidas.
4.3.Adubação e calagem
Antes da instalação do viveiro, amostras compostas de solo serão coletadas com o objetivo de conhecer as características químicas e avaliar as necessidades de calagem e adubação. A calagem deve ser feita sempre que constatar índice de saturação de bases inferior a 40%. No cálculo da dosagem de calcário, procurar elevar o referido índice para 50%.
No viveiro, de campo, após o preparo do solo, incorporar 250 kg/hectare da fórmula 10-20-20. Se possível, aplicar esterco curtido de bovino (40t./hectare) ou de galinha (10t./hectare); ou torta de mamona (5t./hectare). Suplementar a adubação básica do viveiro com 200 kg/hectare da fórmula 20-10-10 duas vezes ao ano, no início das águas (setembro) e no fim (março) colocando o adubo em faixa ao lado da linha de plantio.Caso ocorram deficiências de micronutrientes, notadamente zinco, manganês e cobre, ocorrendo, estas deverão ser corrigidas pela aplicação de adubos foliares que contemplem os micro-nutrientes necessários, através de pulverizações a 0,25%.