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Coerência Espacial Aula do curso de Ótica 2007/2 IF-UFRJ

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Coerência EspacialAula do curso de Ótica 2007/2

IF-UFRJ

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ResumoO que é coerência?Tipos de coerência espacialCoerência espacial entre duas fontes independentesTeorema de van Cittert-ZernikeInterferômetro de Handury Borwn-TwissEspectroscopia por transformada de Fourier

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O que é coerência (espacial)?Vimos na última aula que a intensidade em um ponto sobre o qual incidem dois campos é dada por

Isso nos levou a definir

como uma medida de coerência entre os dois campos, de forma que

onde

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Tipos de coerência espacialConsidere a fonte pontual, quase monocromática S

P1 e P3 estão na mesma direção da fonte, diferindo apenas na distância a S. E1 e E3 medem a coerência longitudinal do campo.

Se r13>>r0, haverá pouca ou nenhuma coerência espacial

P1 e P2 estão a mesma distância de S. E1 e E2 medem a coerência transversa do campo.

Para fonte pontual, E1 e E2 dependerão do tempo da mesma forma e portanto serão completamente coerentes.

Coerência parcial ocorrerá para fontes extensas.

S

P1

P2

P3

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Considere agora as fontes pontuais idênticas Sa e Sb, quase monocromáticas, cujas fases variam aleatoriamente e independentemente

Os campos em P1 e P2 são

O grau complexo de coerência é dado por

Coerência entre duas fontes independentes

Sa

P1

Sb

P2

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Coerência entre duas fontes independentes

Repetindo

Se escrevermos os campos como

SaP1

Sb

P2

Fase aleatóriaEvolução temporalAmplitude no momento da emissão

Considerando o tempo para propagação dos campos de suas respectivas fontes

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Coerência entre duas fontes independentes

A função pode ser escrita como

E cada termo da função de correlação de 1a ordem fica

Na aula passada calculamos essas médias. Agora o Tempo de atraso inclui a diferença de caminho.

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Coerência entre duas fontes independentes

Juntando estes resultados, podemos escrever o grau complexo de coerência como

onde é a função de auto-correlação,

e

Finalmente,

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Teorema de Van Cittert-ZernikeVamos agora calcular a função de correlação mútua e o grau complexo de coerência entre P1 e P2 iluminados por uma fonte extensa σ.

Por simplicidade faremos algumas aproximações- Fonte quase-monocromática- Fonte plana, paralela ao plano de observação- Meio homogêneo entre a fonte e a tela- As dimensões de σ são muito menores que a distânciaentre fonte e tela- Ângulos entre R e linhas típicas Ri pequenos

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Teorema de Van Cittert-ZernikeImagine a fonte dividida em elementos dσ1,dσ2,..., centrados em S1,S2,... Os sinais analíticos em P1 e P2 serão dados por:

e

A função de correlação mútua será:

Como os elementos dσm são mutuamente incoerentes (estatisticamente independentes)

Teremos então, correlação entre campos emitidos pelo mesmoelemento da fonte

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Teorema de Van Cittert-ZernikeO campo emitido na fonte dσm é caracterizado por uma amplitude |Am(t)| e fase arg|Am(t)|. Assim,

e

Então,

Lembrando que estamos considerando campos estacionários, podemos fazer uma mudança de variáveis de forma que

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Teorema de Van Cittert-ZernikeSe Rm2-Rm1 for pequeno comparado ao comprimento de coerência da luz, podemos descartar o termo de retardamento em Am*

Assim,

Perceba que estamos somando os termos de intensidade de cada elemento dσm, propagados até os

pontos P1 e P2.

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Teorema de Van Cittert-ZernikeAssumindo que o número de elementos da fonte é muito grande, podemos estender a equação acima para o contínuo.Definindo I(S) como a intensidade do campo por unidade de área da fonte,

A função de correlação mútua será

E o grau complexo de coerência mútua

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Teorema de Van Cittert-ZernikeDe acordo com a expressão que encontramos, o grau complexo de coerência mútua, que descreve a correlação entre excitações nos pontos P1 e P2, num plano iluminado por uma fonte extensa, quase monocromática É IGUAL Aamplitude complexa no ponto P1, dada por uma abertura de difração, de formato igual a fonte, na qual incide uma onda esférica proveniente de P2.

Teorema de Van Cittert-Zernike

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Interferômetro de Michelson para interferometria estelar

Fazendo interferência da luz proveniente de uma estrela, através de um arranjo tipo Michelson, vimos que podemos determinar o diâmetro angular da estrela.Pequenos diâmetros necessitam espaçamento muito grande entre os braços.Para tais espaçamentos diversos efeitos podem estragar a medida (i.e. movimento dos braços, turbulência atmosférica)

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Interferômetro Hanbury Brown-TwissDe acordo com o teorema de van Cittert-Zernike, o valor de μ(P1,P2) para pontos muito distantes é proporcional a transformada de Fourier da distribuição de intensidade na fonte.Então medindo μ(P1,P2) obtemos informação sobre o diâmetro angular da fonte.Em 1956, Brown e Twiss fizeram medidas de correlação de segunda ordem da estrela Siriuspara determinar seu diâmetro angular.

Neste arranjo, apenas as correntesinterferem, não os feixes incidentesEfeitos indesejáveis tem efeitomuito pequeno.

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Interferômetro Hanbury Brown-TwissComo exemplo, vamos agora utilizar o teorema de vanCittert-Zernike para estudar o efeito de Brown-Twiss.Lembrando,

Vamos considerar o limite assintótico em que kr1→ ∞ e kr2→ ∞, então

Na chamada zona distante,o teorema toma a forma

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Interferômetro Hanbury Brown-TwissComo no momento estamos interessados em interferometria estelar, podemos tomar a fonte como incoerente, quase monocromática, circular, de raio a, centrada na origem e de intensidade uniforme.Para maior simplicidade, P1 e P2 serão considerados a mesma distância da fonte e pertos da direção normal.Assim,

A integral no denominador é facilmente feita e valeA integral no numerador é conhecida da teoria de difração, no limite de Fraunhofer, para uma abertura circular. Temos,

onde

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Interferômetro Hanbury Brown-TwissO comportamento do grau complexo de coerência mútua, para este caso, é

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Espectroscopia por transf. de FourierVamos voltar ao interferômetro de Michelson para estudar o espectro de luz não monocromática.Considere uma fonte de luz, com composição espectral dada por G(k) (por conveniência vamos usar k e não ω).

A intensidade no detector, para luz monocromática é

onde

Para esta montagem, k1=k2 e adiferença de fase será dada peladiferença de caminho ótico.

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Espectroscopia por transf. de FourierAssim, a intensidade no detector será

No caso não monocromático, devemos fazer uma soma sobre o espectro completo G(k).

Reescrevendo

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Espectroscopia por transf. de FourierVamos agora analisar o segundo termo

Temos

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Espectroscopia por transf. de FourierVamos agora analisar o segundo termo

Finalmente

Definindo a função intensidade W(x)

Temos

G(k) e W(x) formam um par de transformadas de Fourier