cÓdigos e linguagens - segundo ano

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Page 1: CÓDIGOS E LINGUAGENS - SEGUNDO ANO
Page 2: CÓDIGOS E LINGUAGENS - SEGUNDO ANO

No romance “O Cortiço” 1890 de Aluízio Azevedo, as perso-nagens são observadas como elementos coletivos caracte-rizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e por-tugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

Aestaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.Exalta a força do cenário natural brasileiro e conside-ra o do português inexpressivo.Costra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.Destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tris-teza dos portugueses.Atribui aos brasileiros uma habilidade maior com ins-trumentos musicais.

01. (ENEM-2011)

Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.Em cofre não se guarda coisa alguma.Em cofre perde-se a coisa à vista.Guarda uma coisa é olhá-la, fita-la, mirá-la por .admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília porela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,isto é, estar por ela ou ser por ela.Por isso melhor se guarda o voo de um pássaroDo que um pássaro sem voos.Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,por isso se declara e declama um poema:Para guardá-lo:Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:Guarde o que quer que guarda um poema:Por isso o lance do poema:Por guardar-se o que se quer guardar.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2001

A memória é um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas lembranças o passa-do e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto

Ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social deum povo.Valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas.Reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos.Destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório culturalRevela a superioridade da escrita poética como for-ma ideal de preservação da memória cultural.

02. Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o ca-vaquinho de Porfiro , acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E se-guiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soa-vam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torren-te, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada “ eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo. AZEVEDO, A. O Cortiço:

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03. Entre ideia e tecnologia

O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresen-tar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendi-mento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com cla-reza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasili-dade. SCARDOVELI, E. “’. São Paulo: Segmento, Ano II, nº 6, 2006.

O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa ressaltando para o leitor a

Inauguração do museu e o grande investimento em cultura no país.Importância da língua para a construção da identida-de nacional.Afetividade tão comum ao brasileiro, retratada atra-vés da língua.Delação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura.Diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

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04. Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Oco-rrem até mesmo em falantes que dominam a variedade pa-drão, pois, na verdade, revelam tendências existentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em construções existenciais (tem mui-tos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não-concordância das passivas com se aluga-se casas) são indícios da existên-cia, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor.

CALLOU, D. Gramática, variação e nor-mas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de Gramática descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmen-to).

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No romance “O Cortiço” 1890 de Aluízio Azevedo, as perso-nagens são observadas como elementos coletivos caracte-rizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e por-tugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

Aestaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.Exalta a força do cenário natural brasileiro e conside-ra o do português inexpressivo.Costra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.Destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tris-teza dos portugueses.Atribui aos brasileiros uma habilidade maior com ins-trumentos musicais.

Considerando a reflexão trazida pelo texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que :

Estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam, indistinta-mente, usos aceitos na conversa com amigos quan-do vão elaborar um texto escrito.Falantes que dominam a variedade padrão do por-tuguês do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados.Moradores de diversas regiões do país que enfren-tam dificuldades de se expressar na escrita revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais de concordância.Pessoas que se julgam no direito de contrariar a gra-mática ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão.Usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais.

05. No Brasil colonial, os portugueses procuravam ocu-par e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios, que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. Os missionários aprendiam os idiomas dos nativos para catequizá-los nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo, as línguas se influenciaram. O resultado desse pro-cesso foi a formação de uma língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o português. De acor-do com o texto, a língua geral formou-se e consolidou-se no contexto histórico do Brasil-Colônia. Portanto, a formação desse idioma e suas variedades foi condicionada...

Pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos portugueses.Pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguístico dos índios.Pela percepção dos indígenas de que as suas lín-guas precisavam aperfeiçoar-se.Pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova língua com os portugueses.Pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior à chegada dos portugueses.

06. Texto I

Se eu tenho de morrer na flor dos anos.Meu Deus! não seja já;Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morroRespirando esse ar;Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo

Os gozos do meu lar!

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Dá-me os sítios gentis onde eu brincavaLá na quadra infantil;Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,O céu de meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos!Meu Deus! Não seja já!Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!

ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.

Texto IIA ideologia romântica, argamassada ao longo do sécu-lo XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o nacio-nalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época).

MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (frag-mento).

De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se

No imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que es-tar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já que o país sufoca o eu lírico.No nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem agradável onde o eu lírico vivera a infância.Na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática voltada para o nacionalismo.No fazer anárquico, entendida a poesia como ne-gação do passado e da vida, seja pelas opções for-mais, seja pelos temas.No sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância, marcada pela tristeza.

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Texto para as questões 07 e 08Tampe a panela

Parece conselho de mãe para a comida não esfriar, mas a ciência explica como é possível ser um cidadão ecos-sustentável adotando o simples ato de tampar a panela enquanto esquenta a água para o macarrão ou para o cafezinho. Segundo o físico Cláudio Furukawa, da USP, a cada minuto que a água ferve em uma panelasem tampa, cerca de 20 gramas do líquido evaporam.

Com o vapor, vão embora 11 mil calorias. Como o poder de conferir calor do GLP, aquele gás utilizado no botijão de cozinha, é de 11 mil calorias por grama, será preciso 1 grama a mais de gás por minuto para aquecer a mes-ma quantidade de água. Isso pode não parecer nada para você ou para um botijão de 13 quilos, mas imagine o potencial de devastação que um cafezinho despretensioso e sem os devidos cuidados pode provocar em uma população como a do Brasil: 54,6 toneladas de gás desperdiçado por minuto de aquecimento da água, conside-rando que cada família brasileira faça um cafezinho por dia. Ou 4 200 botijões desperdiçados.

Superinteressante. São Paulo: Abril, n° 247, dez. 2007

07. Segundo o físico da USP, Cláudio Furukawa, é pos-sível ser um cidadão ecossustentável adotando atos sim-ples. É um argumento utilizado pelo físico, para sustentar a ideia de que podemos contribuir para melhorar aqualidade de vida no planeta,

Tampar a panela para a comida não esfriar, seguindo os conselhos da mãe.Reduzir a quantidade de calorias, fervendo a água em recipientes tampados.Analisar o calor do GLP, enquanto a água estiver em processo de ebulição.Aquecer líquidos utilizando os botijões de 13 quilos, pois consomem menos.Diminuir a chama do fogão, para aquecer quantida-des maiores de líquido.

08. O contato com textos exercita a capacidade de re-conhecer os fins para os quais este ou aquele texto é pro-duzido. Esse texto tem por finalidade :

Apresentar um conteúdo de natureza científica.Divulgar informações da vida pessoal do pesquisa-dor.Anunciar um determinado tipo de botijão de gás.Solicitar soluções para os problemas apresentados.Instruir o leitor sobre como utilizar corretamente o bo-tijão.

09. Riqueza ameaçada

Boa parte dos 180 idiomas sobreviventes está ameaçada de extinção – mais da metade (110) é falada por pelo menos 500 pessoas. No passado, era comum pessoas serem amarradas em árvores quando se expressavam em suas línguas, lembra o cacique Felisberto Kokama, um analfabeto para os nossos padrões e um guardião da pureza de seu idio-ma (caracterizado por uma diferença marcante entre a fala masculina e a feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões. Outro Kokama, o professor Leonel, da

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região de Santo Antônio do Içá (AM), mostra o proble-ma atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas brancas pela dificuldade de sobrevivência. O contato com a Língua Portuguesa foi exterminando e dificultando a prática da nossa língua. Há poucos falantes, e com vergonha de falar. A língua é muito preconceituada entre nós mesmos”.

Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, nº 26 , 2007.

O desaparecimento gradual ou abrupto de partes importan-tes do patrimônio linguístico e cultural do país possui causas variadas. Segundo o professor Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas sobreviventes estão ameaçados de extinção devido ao

Medo que as pessoas tinham de serem castigadas por falarem a sua língua.Número reduzido de índios que continuam falando entre si nas suas reservas.Contato com falantes de outras línguas e a imposição de um outro idioma.Desaparecimento das reservas indígenas em deco-rrência da influência do branco.Descaso dos governantes em preservar esse patri-mônio cultural brasileiro.

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Texto para as questões de 10 a 14

Um livro para um tempo de múltiplas vozes

[1] Livros foram, até hoje, a forma mais eficaz que a humanidade encontrou para absorver, armazenar e transmitir conhecimento. Eles se tornaram, ao longo da história, um meio de mitigar os limites de memória, inteligência e imaginação de cada um dos nossos cérebros. Lineares como o passar do tempo. Portáteis como nossas roupas. Íntimos como o pensamento. Houve quem quisesse queimá-los em nome de crenças políticas ou religiosas, quem quisesse transformá-los em tecnologia obsoleta e mesmo quem tentasse proclamar sua irrelevância no frenético mundo moderno. Mas os livros resistiram a todo tipo de ameaça e intempérie. Nunca se publicou tanto como hoje, nunca se venderam tantos livros.

[2] Eis, então, que a tão festejada revolução digital, depois de abalar os negócios da música, das imagens e – na-turalmente – das notícias, se abate sobre o universo dos livros. Sim, é verdade que um tablete como o iPad não tem aquele delicioso cheiro de papel. Mas, se você tiver as mesmas limitações oculares que o autor deste texto, sentirá o indescritível prazer de aumentar o tamanho da letra para tornar a leitura mais confortável. Ou de comprar um livro digital sem sair de casa e, em questão de minutos, ler o maior poema do século XX, The Waste Land, de T. S. Eliot, ao mesmo tempo em que escolhe se prefere ouvi-lo recitado pelo próprio autor ou por alguma dentre as outras tantas interpretações disponíveis. E no futuro ainda haverá, no novo formato, dezenas de compensações de outra natureza para a falta do cheiro do papel. Pelo menos é essa a promessa trazida por algo tão intangível quanto o conteúdo dos livros – mas, ao contrário dele, dinâmico e cambiante: os programas de computador.

[3] Estaríamos, então, prestes a testemunhar a lenta derrocada dos livros impressos, derrubados gradualmente pelos softwares interativos para as tabuletas digitais? Difícil fazer previsões. O tempo continuará linear. O pensa-mento, talvez não. Mas as palavras continuarão sendo escritas e lidas, provavelmente, umas após as outras – re-curso de que nem Eliot conseguiu se desfazer para fazer ecoar as múltiplas vozes de seu poema. Rupturas serão a província de criadores geniais como ele ou dos programadores que tornaram sua obra-prima mais acessível às novas gerações, por meio dessa nova forma de absorver, armazenar e transmitir conhecimento. Tomara que ela perdure tanto quanto o livro.

GUROVITZ, Helio. Carta do Diretor de Re-dação. Revista Época. Disponível em: http://cbld.com.br/blog/2011/07/um-livropara- um-tempo-de-multiplas-vozes/Acesso em 22 de jul. 2011. (com adaptações)

10. De acordo com o conteúdo do texto 1, é CORRETO afirmar que

Com o passar do tempo, certamente os livros impres-sos serão substituídos graças ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento de softwares de leitura para ta-blets.No passado, os livros foram importantes por veicula-rem crenças políticas ou religiosas; hoje, no frenético mundo moderno, são considerados artefatos irrele-vantes.Embora a revolução digital tenha chegado ao univer-so dos livros, práticas de escrita e leitura continuarão a existir.Alguns programas de computador conseguem imitar o cheiro do papel, tornando tablets como o iPad bas-tante semelhantes aos livros impressos.Devido à revolução digital, livros digitais podem ser comprados sem precisarmos sair de casa, ao contrá-rio dos livros impressos.

(A)

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(D)

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11. Quanto aos aspectos semânticos do vocabulário empregado no texto 1, analise o significado que as palavras destacadas assumem no texto e marque V para verdadeiro ou F para falso.

“tecnologia obsoleta” (1º parágrafo) – tecnologia avançada“as mesmas limitações oculares” (2º parágrafo) – as mesmas limitações de visão“as outras tantas interpretações disponíveis” (2º pa-rágrafo) – as outras tantas explicações disponíveis“dezenas de compensações de outra natureza” (2º parágrafo) – dezenas de compensações de outraespécie“a lenta derrocada dos livros impressos” (3º pará-grafo) – a lenta evolução dos livros impressos

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRE-TA.

(A) F, V, V, V, F.(B) F, V, F, V, F.(C) V, F, V, F, V.(D) V, V, V, F, F.(E) F, V, F, V, V.

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12. No texto 1, o livro é apresentado como algo de es-pecial importância para a humanidade. Assinale a alterna-tiva em que o adjetivo selecionado pelo autor indica essa valorização do livro.(A) acessível (3º parágrafo)(B) cambiante (2º parágrafo)(C) dinâmico (2º parágrafo)(D) intangível (2º parágrafo)(E) linear (3º parágrafo)

13. Sobre os recursos lexicais e gramaticais que pro-movem a coesão e a coerência do texto, analise as afirma-tivas a seguir:

No fragmento “Lineares como o passar do tempo. Por-1. táteis como nossas roupas. Íntimos como o pensamen-to” (1º parágrafo), o paralelismo favorece não só a pro-gressão e continuidade do texto mas também garante qualidade estética à linguagem.O recurso da repetição da palavra “livro”, ao longo dos 2. três parágrafos, é responsável por tornar o texto circu-lar, isto é, suas ideias avançam em ritmo lento.O fato de o fragmento “absorver, armazenar e transmitir 3. conhecimento” aparecer no início do 1º parágrafo e no final do 3º evidencia um processo coesivo eficiente que fecha a ideia principal defendida ao longo do texto.Um conceito que perpassa o texto, a historicidade do 4. livro, é desenvolvido por meio de vocabulário relaciona-do ao campo semântico “tempo”, como se pode ver em palavras como “hoje” (1º parágrafo), “então” (2º pará-grafo), “futuro” (2º parágrafo).A promessa a que se refere o fragmento “É essa a pro-5. messa” (2º parágrafo) é ler o maior poema do século XX, The Waste Land, de T. S. Eliot.

Estão CORRETAS(A) 1, 2 e 3 (B) 1, 2 e 4 (C) 1, 3 e 4(D) 1, 3 e 5(E) 2, 4 e 5

14. No fragmento “Tomara que ela perdure tanto quan-to o livro” (3º parágrafo), o pronome destacado retoma o segmento

a promessa.a lenta derrocada dos livrosa província.sua obra-prima.essa nova forma de absorver, armazenar e transmitir conhecimento.

(A)(B)(C)(D)(E)

15. As margens da alegria

ESTA É A ESTÓRIA. Ia um menino, com os tios, passar dias no lugar onde se construía a grande ci-dade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A mãe e o pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A tia e o tio toma-vam conta dele, justínhamente. Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam.

O avião era da Companhia, especial, de quatro lu-gares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, até o piloto conversou com ele. O vôo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçôo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa ver-dade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança virava forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não-sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco. O menino.

ROSA, João Guimarães. Primeiras es-tórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

Considerando a estrutura do texto narrativo em prosa (na-rrador, personagens, foco narrativo, tempo, espaço, confli-to, clímax, desfecho), assinale a alternativa CORRETA.

No fragmento de “As margens da alegria”, as perso-nagens apresentadas ao leitor traduzem, de modo muito claro e explícito, uma linearidade de pensa-mento, de comportamento que as torna quase a mes-ma pessoa. “Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros des-conhecidos” é uma frase do texto indicando o horário em que alguma ação ocorre na narrativa, logo pode levar o leitor a compreender que a viagem do “Meni-no” ocorrerá entre 13h e 18h. Numa narrativa, o espaço é um elemento muito im-portante para a ocorrência das ações realizadas pe-las personagens. No texto em análise, são citados alguns espaços concretos e abstratos. No fragmento em análise, o “clímax” e o “desfecho” da história escrita por Guimarães Rosa são elemen-tos da narrativa que se tornam facilmente identifica-dos, como também são facilmente pontuados. O conto “As margens da alegria”, assim como outros contos de Guimarães Rosa, possui um vocabulário bastante ordinário, comum, sem a quase presença de palavras inventadas pela licença poética.

(A)

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16. Sobre o modo como se organiza o texto 3 e os tipos textuais utilizados na sua composição, leia as afirmativas a seguir:

O subtítulo, recurso bastante comum em certos gêne-1. ros jornalísticos, amplia a informação apresentada no título e sintetiza os conteúdos fundamentais do texto.Expressões temporais ajudam a organizar as sequên-2. cias narrativas no 1º parágrafo, em que são apresenta-dos os passos dados pela adolescente até a realização de seu primeiro encontro literário.Pode-se dizer que o texto não apresenta traços argu-3. mentativos, pois está situado entre a narração de fatos ao longo do tempo e a descrição dos encontros literá-rios e da paixão de Iris Figueiredo pela leitura.A tese de que leitores de Harry Potter não conseguem 4. investir em outro tipo de literatura e evoluir em suas prá-ticas de leitura é ratificada pelo depoimento da adoles-cente.O texto tem caráter eminentemente científico, por expor 5. com objetividade e rigor formal dados sobre o compor-tamento do adolescente brasileiro.

Está CORRETO o que se afirma em

(A) 1 e 2(B) 1 e 4(C) 2 e 4(D) 2, 3 e 5(E) 3 e 5

Uma geração descobre o prazer de ler Ler obras juvenis ou best-sellers é apenas o começo de uma longa e pro-dutiva convivência com os livros. Essa é a lição que anima os jovens a se aventurarem na boa literatura atual e nos clássicos. (Bruno Méier)

[1] Em janeiro, a universitária Iris Figueiredo, de 18 anos, anunciou em seu blog a intenção de organizar encontros para discutir clássicos da literatura. A ideia era reunir jovens que estavam cansados de ler as séries de ficção que lideram as vendas nas livrarias e passar a ler obras de grandes autores. Trinta respostas chegaram rapidamente. No mês seguinte, o evento notável de Iris começou: vinte adolescentes procuraram uma sombra no Museu de Arte Contemporânea de Niterói – cada um com seu exemplar de Orgulho e Preconceito, da inglesa Jane Austen, debaixo do braço – e sentaram-se para conversar. Durante duas horas, leram os trechos de sua preferência, ana-lisaram a influência da autora sobre escritores contemporâneos (descobriram, por exemplo, que certas frases do romance foram emuladas em diálogos da série O Diário de Bridget Jones, de Helen Fielding) e destrincharam os dilemas pelos quais passaram a vivaz Elizabeth Bennett e o arrogante Mr. Darcy, os protagonistas do romance.

[2] Iris se entusiasma ao falar do sucesso de suas reuniões – que já abordaram títulos como O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, 1984, de George Orwell, e Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca. Desde pequena, ela é boa leitora. Mas foi só ao descobrir a série Harry Potter que se apaixonou pela leitura e a transformou em parte central de seu dia a dia. Quando a saga do bruxinho virou mania entre as crianças e os adolescentes, uma década atrás, vários céticos apressaram-se em decretar que esse seria um fenômeno de resultados nulos. Com o eminente crítico americano Harold Bloom à frente, argumentavam que Harry Potter só formaria mais leitores de Harry Potter – os livros da inglesa J. K. Rowling seriam incapazes de conduzir a outras leituras e propiciar a evolução desses iniciantes. Jovens como Iris desmentem essa tese de forma cabal. Ler é prazer. E, uma vez que se prova desse deleite, ele é mais e mais desejado. Basta um pequeno empurrãozinho – como o que a universitária ofereceu por meio do convite em seu blog – para que o leitor potencial deslanche e, guiado por sua curiosidade, se aventure pelos caminhos infinitos que, em 3 000 anos de criação literária, incontáveis autores foram abrindo para seus pares. (...)

Revista Veja, edição 2217, 18 de maio de 2011, p. 98-108. (com adaptações)

17. Ao longo do texto 3, são utilizadas palavras e ex-pressões que ajudam a promover a coesão e a construir os efeitos de sentido pretendidos. Em relação ao uso desses recursos, assinale a afirmação CORRETA.

Nos trechos “a universitária [...] anunciou em seu blog a intenção de organizar encontros para discutir clás-sicos da literatura” (1º parágrafo), a expressão subli-nhada indica “finalidade” e pode ser substituída pelo conectivo “com o intuito de”, sem prejuízo sintático-semântico.No fragmento “leram os trechos de sua preferência” (1º parágrafo), o pronome possessivo retoma a in-glesa Jane Austen, autora do livro Orgulho e Precon-ceito.No fragmento “destrincharam os dilemas pelos quais passaram a vivaz Elizabeth Bennett e o arrogante Mr. Darcy” (1º parágrafo), a expressão sublinhada, em-bora esteja no plural, pode ser substituída pelo pro-nome relativo “que”, sem prejuízos à norma padrão escrita.No fragmento “Iris se entusiasma ao falar do sucesso de suas reuniões – que já abordaram títulos como [...]” (2º parágrafo), o relativo sublinhado pode ser substituído por “o qual”, concordando com o núcleo “sucesso”.No trecho “Desde pequena, ela é boa leitora. Mas foi só ao descobrir a série Harry Potter que se apaixonou pela leitura” (2º parágrafo), a conjunção sublinhada indica “oposição” e pode ser substituída, sem neces-sidade de alteração morfossintática no enunciado, pelo conectivo “Embora”.

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19. Quanto aos efeitos de sentido decorrentes da pon-tuação empregada no texto 3, considere as afirmações a seguir:

Recurso recorrente ao longo do texto, o travessão pode, 1. em certas passagens, ser corretamente substituído por parênteses.Outra possibilidade de pontuar corretamente o 2º perío-2. do do 1º parágrafo é: “A ideia era reunir jovens, que es-tavam cansados de ler as séries de ficção, que lideram as vendas nas livrarias [...]”.No trecho “No mês seguinte, o evento notável de Iris 3. começou: vinte adolescentes procuraram [...]” (1º pará-grafo), os dois pontos podem ser substituídos por con-junções explicativas, como “pois” e “porque”.Outra forma de se pontuar o 1º período do 2º parágra-4. fo é: “Iris se entusiasma ao falar do sucesso de suas reuniões, que já abordaram títulos como: O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde; 1984, de George Orwell; e Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca”.O enunciado “Jovens como Iris desmentem essa tese 5. de forma cabal.” (2º parágrafo) pode também ser pon-tuado da seguinte forma: “Jovens como Iris, desmen-tem essa tese de forma cabal.”.

Está CORRETO o que se afirma em

A) 1 e 3 B) 1 e 4 C) 2 e 4 D) 2 e 5 E) 2, 3 e 5

18. Sobre as relações de concordância verbo-nominal no texto 3, e considerando o que prescreve a norma padrão do português, leia as seguintes considerações:

No fragmento “Ler obras juvenis ou best-sellers é ape-1. nas o começo” (subtítulo), o padrão de concordância verbal respeita a prescrição da gramática normativa em relação aos núcleos do sujeito unidos pela conjunção “ou”, indicativa de exclusão.O padrão de concordância verbal pode auxiliar na iden-2. tificação do responsável pela ação verbal em casos de sujeito elíptico, como no trecho “descobriram, por exemplo, que certas frases do romance foram emula-das em diálogos da série O Diário de Bridget Jones [...]” (1º parágrafo).Conforme a prescrição gramatical, no trecho “e destrin-3. charam os dilemas pelos quais passaram a vivaz Eliza-beth Bennett e o arrogante Mr. Darcy” (1º parágrafo), a forma verbal sublinhada admite, também, a forma sin-gular.No trecho “Com o eminente crítico americano Harold 4. Bloom à frente, argumentavam que Harry Potter [...]” (2º parágrafo), a flexão de terceira pessoa do plural é admi-tida, tendo em vista um sujeito que não se conhece ou não se quer declarar.Na estrutura “E, uma vez que se prova desse deleite, ele 5. é mais e mais desejado” (2º parágrafo), a forma verbal destacada obedece à gramática padrão, que preconiza a harmonia sintática entre verbo e sujeito apassivado (desse deleite).

Estão CORRETASA) 1 e 2 B) 1, 2 e 3 C) 2 e 3 D) 3 e 4 E) 3, 4 e 5

20. Considerando o fragmento acima, assinale a alter-nativa INCORRETA.

O trecho nos mostra a força do coletivo, personificada pelo cortiço, que acorda similar a uma colmeia huma-na. Por meio da personificação e também das des-crições, é perceptível a visão do homem como um ser degradado dentro de um organismo vivo, que cresce, se desenvolve, amadurece e se deteriora.No texto, elementos visuais, olfativos e auditivos, re-presentados por expressões como “zunzum de todos os dias ” e “fermentação sanguínea”, também enfati-zam o ideal determinista da estética do Naturalismo que trabalha com a decadência dos valores sociais em seres, que agem sob a influência da hereditarie-dade.O discurso naturalista do autor de O Cortiço, centra-do nos elementos introspectivos das personagens, valoriza um lirismo acentuado, típico do romance experimental ou de tese, cujas ideias refletem princi-palmente o determinismo de Taine e o evolucionismo de Darwin.O trecho nos coloca diante de situações grotescas e antagônicas as quais mostram o aspecto animales-co e “rasteiro” do ser humano e, ao mesmo tempo, revela também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir, embora em condições adversas.A visão determinista de Aluísio Azevedo, tão bem re-presentada em O Cortiço, se confirma não só no uso recorrente de expressões metafóricas, hiperbólicas e sinestésicas mas também no processo de zoomorfi-zação a que o autor submete as personagens.

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrin-do, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e jane-las alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dor-miu de uma assentada, sete horas de chumbo. [...]

O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dis-persas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensa-rilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargal-hadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15 ed. São Paulo: Ática, 1984.

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

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21. Considerando a escola literária Romantismo, analise as afirmativas a seguir:

“Minha terra tem palmeiras,/ Onde canta o sabiá;/ As aves que aqui gorjeiam,/ Não gorjeiam como lá.” Nesta estrofe, 1. Castro Alves pretende trazer à tona o espírito nacionalista que tomou conta do Brasil durante conturbado período histórico.Em “Se eu morresse amanhã, viria ao menos/ Fechar meus olhos minha triste irmã;/ Minha mãe de saudades morreria/ 2. Se eu morresse amanhã”, Álvares de Azevedo apresenta um eu lírico tomado pela dor e pela tristeza, sentimentos comuns a sua poesia.“São duas flores unidas,/ São duas rosas nascidas/ Talvez no mesmo arrebol,/ Vivendo no mesmo galho,/ Da mesma 3. gota de orvalho,/ Do mesmo raio de sol”. Nesta estrofe do poema “As duas flores”, Castro Alves dá indícios de uma estética subjetivista.Em “Meu canto de morte,/ Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas,/ Nas selvas, cresci;/ Guerreiros, descendo/ Da tribo 4. Tupi”, Gonçalves Dias assim como José de Alencar, em O guarani, tenta evidenciar a cultura indígena no Brasil.Castro Alves, Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias, a despeito de suas diferenças temporais e estéticas, podem ser 5. entendidos como poetas com a seguinte visão de mundo: A racionalidade humana deve ser o crivo da vida.

Está CORRETO o que se afirma em

(A) 1, 2 e 3 (B) 1, 4 e 5 (C) 1, 3 e 4 (D) 2, 3 e 4 (E) 2, 4 e 5

Senhora (fragmento)

– Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d’alma.

– Vendido sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispen-sável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.

Aurélia proferiu estas palavras desdobrando um papel no qual Seixas reconheceu a obrigação por ele passada ao Lemos. Não se pode exprimir o sarcasmo que salpicava dos lábios da moça, nem a indignação que vazava dessa alma profundamente revolta, no olhar implacável com que ela flagelava o semblante do marido. Seixas, trespassa-do pelo cruel instinto, arremessado do êxtase da felicidade a esse abismo de humilhação, a princípio, ficara atônito. Depois quando os assomos da irritação vinham sublevando-lhe a alma, recalcou-os esse poderoso sentimento do respeito à mulher, que raro abandona o homem de fina educação.

Penetrado da impossibilidade de retribuir o ultraje à senhora a quem havia amado, escutava imóvel, cogitando no que lhe cumpria fazer; se matá-la a ela, matar-se a si, ou matar a ambos.Aurélia como se lhe adivinhasse o pen-samento, esteve por algum tempo afrontando-o com inexorável desprezo.

– Agora, meu marido, se quer saber a razão por que o comprei de preferência a qualquer outro, vou dizê-la; e peço que não me interrompa. Deixe-me vazar o que tenho dentro desta alma, e que há um ano a está amargurando e consumindo. A moça apontou a Seixas uma cadeira próxima.

– Sente-se, meu marido. Com que tom acerbo e excruciante lançou a moça esta frase, meu marido, que nos seus lábios ríspidos acerava-se como um dardo ervado de cáustica ironia! Seixas sentou-se.

Dominava-o estranha fascinação dessa mulher, e ainda mais a situação incrível a que fora arrastado.ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo,

22. Considerando o fragmento do romance Senhora, assinale a alternativa CORRETA.

A linguagem erudita e sofisticada, utilizada no texto de Alencar, aponta que o romance Senhora representa exclusi-vamente ideologias defendidas pelos ideários racionalistas do Romantismo brasileiro.Aurélia, diante da indiferença que Seixas demonstra para com ela, não se intimida e revela para o marido todas as intenções que a motivaram a comprá-lo como se compra um objeto a ser adquirido.No segundo parágrafo do fragmento em análise, fica evidente que a estética do romance romântico fundamenta-se nos princípios e nos pressupostos defendidos pelas teorias positivistas.Na expressão “Meu marido”, presente no texto, o chamado amor romântico, fundamentado na inter-relação subjeti-vidade e objetividade exacerbada, é evidenciado de maneira contundente e irrefutável.No quarto parágrafo, revelando tensão em seus sentimentos, Aurélia, reconhecendo que vive, há um ano, amargura e consumição, decide explicar para Seixas o que a motivou a fazer do seu casamento uma negociação comercial.

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

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23. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

Com o Romantismo, o gênero romance começou a des-pontar no Brasil significativamente. Os enunciados abaixo se referem a esse gênero e a essa produção específica. Analise-os.

Mesmo sendo um escrito em versos, e o outro, em prosa, os gêneros epopeia e romance mantêm as mesmas caracte¬rísticas estruturais e de conteúdo. No Brasil, os romances românticos representavam os interesses e desejos de uma sociedade com as-pirações à vida burguesa. José de Alencar foi um romancista que produziu na fase de transição entre o Romantismo e o Realismo, daí o caráter menos idealista de sua obra. O romance ‘Senhora’, de José de Alencar, foca a comercialização das relações humanas, particular-mente do casa¬mento aos moldes burgueses. Em ‘Senhora’, José de Alencar cria Aurélia Camar-go para satirizar a figura da mocinha romântica, um traço marcante da protagonista da obra.

(A) FFVVF (B) VFFVF (C) VVFVF (D) FVFVF (E) VFFFV

24. Considerando a escola literária Realismo, assinale as afirmativas a seguir:

Na prosa realista, diferentemente da estética literária 1. que a antecedeu, uma das características mais eviden-tes é o desejo e a necessidade do autor de buscar e encontrar, na linguagem verbal, representação fiel à realidade na sua concretude mais exata.Memórias de um Sargento de Milícias é um romance 2. considerado de transição entre a estética romântica e a estética realista, todavia as características da estética realista, no desenvolvimento da história, em sua totali-dade, são predominantes.No romance O Cortiço, Aluísio Azevedo inaugura no 3. Brasil, as linhas diretrizes que irão nortear toda a es-cola literária realista, fazendo notar que o subjetivismo, o nacionalismo ufanista, o sentimentalismo e o Mal do século são questões pouco relevantes.Memórias Póstumas de Brás Cubas, também em razão 4. de sua temática e da maneira como é narrado, ilustra as pretensões de Machado de Assis no que diz respeito à crítica social que é feita aos costumes e ao comporta-mento da época.O Realismo emerge no Brasil, sob o seguinte lema: A 5. linguagem romântica consegue retratar a realidade da vida tal qual a vida é. Isso implica dizer que o Realismo precisa se aproximar da estética romântica, visando al-cançar seus objetivos literários.

Estão CORRETAS

(A) 1, 2 e 4 (B) 1, 3 e 4 (C) 1, 3 e 5 (D) 2, 3 e 4 (E) 3, 4 e 5

25. Considerando o texto,assinale a alternativa CORRETA.

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,Tuba de alto clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procelaE o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”E em que Camões chorou, no exílio amargo,O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

BILAC, Olavo. Antologia Poética. São Paulo, 1990.

O soneto, nas suas quatro estrofes, traduz um senti-mento subjetivo e uma métrica despreocupada com a forma comum aos textos de Olavo Bilac e de outros autores parnasianos, como Alberto de Oliveira.“Última flor do Lácio” é uma expressão que demonstra o quanto a poesia de Bilac, claramente de natureza parnasiana, cuidadosamente metrificada, apresenta a mesma atenção no trato com o vocabulário erudito.O eu lírico, em todas as estrofes, por meio de versos pouco metrificados e linguagem desatenta à sintaxe lusitana, faz uma ode à língua portuguesa, enfocando o amor à pátria.No poema de Olavo Bilac, a língua portuguesa é ho-menageada. Da mesma maneira, em quase todos os seus poemas, Cruz e Sousa também tece homena-gens à língua portuguesa e à maneira europeia de ver a vida.O eu lírico, em vários versos do poema, adjetiva o idioma português com palavras que deixam transpa-recer a despreocupação da estética parnasiana em relação à métrica poética.

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

26. (SSA-UPE/2009) _________ many foreign students in your college? No, _______. But ________ many from the South.

(A) Are there / there aren’t / there are. (B) Are there / there are / there are. (C) Are there / are theren’t / there aren’t. (D) Are there / there isn’t / there is.(E) Is there / there aren’t / there are.

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27. __________ were caught by the cat.

(A) Rat (B) Mices (C) Mouses (D) Mice (E) Mouse

28. (SSA-UPE/2009) What _____ your mother _____? She sings and dances.

(A) do/does (B) do/do (C) does/do (D) does/don’t (E) don’t/don’t

29. In this question, according to the cartoon below, analyse and Choose T for True in column I or F for False in column II.

.HOLLAENDER, Arnon & SAN-DERS, Sidney Keyword – a comple-te English course. Ed. Moderna: São Paulo, 1997.

I (TRUE)

II (FALSE)

01234

The woman is very happy with the man.The man loves the woman.The woman wants to control the man.The man doesn’t want to break up the marriage.The woman agrees with the man’s treatment.

01234