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C NT SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT, FALA SOBRE A INSTITUIÇÃO TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XIX NÚMERO 220 JANEIRO 2014 EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XIX NÚMERO 220 JANEIRO 2014 A voz do transporte Há 60 anos Há 60 anos TRANSPORTE ATUAL

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CNT

SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT, FALA SOBRE A INSTITUIÇÃO

T R A N S P O R T E A T U A L

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XIX NÚMERO 220JANEIRO 2014

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XIX NÚMERO 220JANEIRO 2014

A voz do transporteHá 60 anosHá 60 anos

T R A N S P O R T E A T U A L

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 20144

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XIX | NÚMERO 220 | JANEIRO 2014

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA ARQUIVO CNT

João Alberto Violcritica os atrasosnas obras

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Empresários discutem soluçõespara o setor

PÁGINA 40

MOBILIZAÇÃO

Cresce o interessepela utilização dacabotagem

PÁGINA 36

AQUAVIÁRIO

AVIAÇÃO • Ampliação das rotas de curtoalcance no Brasil faz crescer o interesse deempresas na aquisição de turboélices

PÁGINA 32

Confederação Nacional do Transporte completa seis décadas deatuação em prol do setor. A criação do Sest Senat, a realizaçãode pesquisas sobre os modais e a maior representatividade dosetor transportador no país estão entre as conquistas

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 5

Estudos sobretransporte sãopremiados

PÁGINA 55

PESQUISA

Concessionáriasinvestem emnovas tecnologias

PÁGINA 58

FERROVIAS

Ações visam a redução de acidentes no país

PÁGINA 64

TRÂNSITO

Unidades vão dar orientação sobrenutrição

PÁGINA 68

SEST SENAT

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Boletins 72

Opinião 80

Cartas 82

Seções

COMEMORAÇÃO • A 20ª edição do Prêmio CNT deJornalismo homenageia os trabalhos que discutiram otransporte brasileiro durante o ano de 2013

PÁGINA 44A parceria entre empresas aéreas, Ministério da Saúde e ór-gãos da aviação civil prevê que aeronaves transportando ór-gãos terão prioridade em pousos e decolagens. A parceria en-tre empresas aéreas e o governo federal deve aumentar em10% o transporte de órgãos no país. Mas a infraestrutura defi-ciente dos aeroportos ainda barra a evolução do serviço. Saibamais: http://bit.ly/agenciacnt596

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

www.cnt.org.br

Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre

meio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins

de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras e

seminários• Cursos de aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer

e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de

Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes

E MAIS

ACIDENTES DE TRÂNSITO SÃO A PRINCIPALCAUSA EXTERNA DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES

Levantamento daRede Sarah de Hos-pitais de Reabilita-ção mostra que, en-tre 1º de janeiro e30 de junho de 2013,os acidentes detrânsito representa-ram 44,8% das origens que motivaram a chegada e per-manência dos pacientes nas unidades de saúde em Bra-sília, Salvador, Belo Horizonte, São Luís e Fortaleza. Asmotocicletas respondem por quase metade dos casos, ea maioria dos acidentes ocorreu em rodovias. Saiba maisno Especial Acessibilidade em www.cnt.org.br.

ACORDO DEVE AGILIZAR TRANSPORTE DEÓRGÃOS PARA TRANSPLANTE NO BRASIL

rasília (Alô) - Em 2003, o Brasil tinha 35milhões de veículos registrados. Hoje,mais de 80 milhões. Em 1976, o governoaplicava em rodovias 1,84% do PIB; hojeaplica 0,29%. Enquanto a frota sobre ro-

das mais do que duplicou, o investimento paraas rodas rodarem caiu para 1/6 em relação aoPIB. O paradoxo fica mais marcante se conside-rar que o transporte da riqueza é que movimen-ta o PIB. É uma equação que não fecha. O pior éno que se refere a vidas humanas: as mortes notrânsito, nos últimos dez anos, quase triplica-ram: mais 167%, embora o número de veículostenha crescido 127%. O trânsito ficou mais mor-tífero. A quantidade de feridos graves subiu235%. Uma das causas, certamente, é o poucoinvestimento nas vias.

O Senado aprovou um projeto de maior rigornas punições, principalmente para pegar o mo-torista alcoolizado. O Contran tenta reprimir aepidemia de anfetamina na direção, o conhecidorebite, exigindo exames para conceder habilita-ção. O Estado pune, mas deveria fazer a sua par-te, dando ao setor melhores condições de circu-lação. Em 2014, os veículos novos serão obriga-dos a ter airbag e ABS. Muito bem-vindos essesequipamentos para proteger quem está dentrodo veículo. Pena que cheguem com 30 anos deatraso. As estatísticas estão revelando que amorte vai aos poucos saindo de dentro dos veí-culos dotados de cinto de segurança, para cei-far os pedestres e condutores sobre duas rodas.

Há 30 anos, eu participei de um comitê pa-

ra segurança do trânsito na capital do país. Omantra era “educar antes de punir”. E essemantra continua sendo repetido hoje. E, peloque vejo nas ruas, os motoristas parecem ca-da vez mais alheios à sua formação para diri-gir. Pensam que carro é como um ventilador,que basta ligar. Poucos leem o manual do car-ro e menos ainda leem o Código de Trânsito. Oresultado é que não sabem o que estão fazen-do atrás do volante. Desconhecem o básico,como para que servem as luzes do veículo.Basta constatar a falta de uso das luzes indi-cadoras de mudança de direção e o uso abusi-vo e vicioso das luzes ofuscantes que servempara sinalizar carro perdido na neblina. Quan-do uma praga dessas está à minha frente, meofuscando com o filamento extra da lanternatraseira ou vem no sentido contrário, me ce-gando, sugiro mentalmente que a pessoa quefaz isso convide sua mãe para ficar à frente ouatrás dessa praga ambulante.

A consequência do entupimento das estra-das e das ruas, e da ausência de trens, é a bus-ca do transporte aéreo, que tem crescido mui-tas vezes mais que a frota de veículos. Estou es-perançoso com a privatização de cinco grandesaeroportos - Galeão, Brasília, Guarulhos, Campi-nas, Confins - e a construção de um totalmenteprivado, em Natal. Os projetos em andamentovão nos dar, finalmente, aeroportos modernos eeficientes. Aquilo que desejamos quando esta-mos presos em congestionamentos finalmentetem perspectiva de se realizar: ir pelo ar.

B

“O Estado pune, mas deveria fazer a sua parte, dando ao setor melhores condições de circulação”

Entre o céu e a terra

ALEXANDRE GARCIA

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 7

Duke

ENTREVISTA

Falta de planejamentoe gestão ruim sãoapontados pelo presi-dente do Sinaenco

(Sindicato Nacional das Empre-sas de Arquitetura e Engenha-ria Consultiva), João AlbertoViol, como graves problemasque contribuem para dificultara melhoria da infraestruturade transporte no Brasil, espe-cialmente para atender à de-manda da Copa do Mundo. Violconsidera que o país perdeu aoportunidade de realizar umagrande preparação para oMundial de futebol, começandotarde algumas obras que deve-riam ser prioritárias. Ele cita,por exemplo, a situação dosaeroportos, com filas constan-tes e outros problemas, e tam-bém o estado crítico de muitasrodovias do país, como situa-

ções complicadas a serem en-frentadas nos próximos meses.Em relação à mobilidade urba-na nos grandes centros, o pre-sidente do Sinaenco defende anecessidade de haver maisatenção ao transporte sobretrilhos e diz que, “primeiro, épreciso aumentar os investi-mentos nesse setor para, de-pois, criar restrições ao usodo automóvel”. Leia a seguir aentrevista.

Estamos a poucos mesesda Copa do Mundo. O senhorconsidera que o Brasil sou-be aproveitar a oportunida-de de ser sede do Mundial,em relação ao desenvolvi-mento do transporte?

O Brasil foi escolhido sededa Copa do Mundo em outubrode 2007 e teve, portanto, pou-

co mais de 79 meses para sepreparar para o evento. As 12sedes foram definidas emmaio de 2009, e a primeiramatriz de responsabilidadesapenas em janeiro de 2010.Dos projetos de mobilidade di-vulgados na ocasião, algunsforam excluídos por conta dosatrasos, como o VLT (veículoleve sobre trilhos) de Brasília.Algumas cidades-sede, princi-palmente São Paulo, Brasília eManaus, desperdiçaram aoportunidade de avançar rapi-damente no setor de transpor-tes. Os projetos serão entre-gues, mas com atrasos. A Copapoderia servir como uma es-pécie de catalisador. O Brasil,sem dúvida, perdeu a chancede realizar uma grande prepa-ração e entregar os projetosno tempo estipulado.

Qual foi o principal erro,em relação ao transporte,desde o anúncio de que oBrasil seria sede da Copa eda Olimpíada?

O principal erro do Brasil foicomeçar tarde as obras. A ma-triz de responsabilidades doMundial ficou pronta apenasem janeiro de 2010, e o Brasilfoi escolhido em outubro de2007. Esse delay, aliado à faltade um banco de projetos, atra-sou o bom planejamento.

Quais áreas do transportetrazem mais preocupação?

A situação dos aeroportos éextremamente preocupante. Acrise se estende há mais de dezanos e, nesse período, poucoou quase nada foi feito. Em al-guns aeroportos importantesforam construídos terminais

“O tempo para se preparar para a Copa era suficiente. Infelizmente,As ações, agora, a poucos meses da abertura do Mundial, serão

O erro foi começPOR CYNTHIA CASTRO

JOÃO ALBERTO VIOL - PRESIDENTE DO SINAENCO

os atrasos foram constantes. pontuais e provisórias”

provisórios ou “puxadinhos”emergenciais que acabaram setornando praticamente definiti-vos. Filas imensas, esteirascheias, escadas rolantes e ele-vadores quebrados, serviços demá qualidade são frequentesna grande maioria dos aeropor-tos brasileiros. A concessão dosaeroportos de Guarulhos, Vira-copos e Brasília ocorreu no iní-cio de 2012. O leilão para con-cessão do Galeão e de Confinsocorreu somente agora, a pou-cos meses do início da Copa doMundo. O prazo é insuficientepara que se faça qualquer in-tervenção efetiva para melho-ria desses aeroportos. Por ou-tro lado, as rodovias brasileirasnão passaram por grandes in-tervenções nesse período. Opúblico que não conseguir pe-gar um avião terá que ir pelas

estradas que, em diversos pon-tos, apresentam deficiências.

O que faltou e o que aindaé possível fazer pela melho-ria da mobilidade urbana pa-ra a Copa?

Faltou planejamento e tam-bém faltou boa gestão do go-verno. Isso não aconteceu emsete anos. O tempo para se pre-parar para a Copa do Mundoera suficiente. Infelizmente, osatrasos foram constantes du-rante todo o período. As ações,agora, a poucos meses da aber-tura do Mundial, serão pontuaise provisórias.

Qual cidade-sede trazmaior preocupação?

Em relação à mobilidade,Manaus. A cidade não teráqualquer projeto no setor para

a Copa. Nos estádios, Curitiba.A Arena da Baixada dificilmenteserá entregue no tempo previs-to no cronograma. Nos aero-portos, Porto Alegre, que teveum projeto excluído.

Com o excesso de veículosparticulares, o senhor consi-dera que investir mais notransporte sobre trilhos(metrô, VLT, por exemplo)pode ser um bom caminhopara se melhorar a mobilida-de urbana no Brasil?

É o único caminho. Mas épreciso reverter a lógica e aatitude do brasileiro. Primeiro,é preciso aumentar os investi-mentos nesse setor para de-

pois criar restrições ao uso doautomóvel. O investimento emmetrô é sabidamente caro emais demorado, especialmenteem metrópoles como São Pauloe Rio de Janeiro, devido ao altocusto de desapropriações, alia-do à necessidade de licencia-mentos ambientais. Porém, ésem dúvida o transporte demassa mais eficiente e efetivo.

Ao justificar a demora noandamento de obras de infra-estrutura de transporte, háuma crítica de que os proje-tos não são bons. O senhorconcorda?

Os projetos são mal contra-tados. Com prazo exíguo e re-

SINAENCO/DIVULGAÇÃO

ar tarde

muneração inadequada. É pre-ciso aumentar o investimentoem projeto e dar tempo paraque as melhores soluções paraa obra aconteçam. O que sepode esperar de projetos con-tratados por “menor preço”ou, ainda pior, por pregão, quenada mais é do que um “leilãoreverso”? Na grande maioriados casos, são contratadasempresas que não possuem acapacitação técnica adequadapara a elaboração dos projetose que participam dos certameslicitatórios, muitas vezes porquestão de sobrevivência. Nãobastasse essa situação, surgeo RDC (Regime Diferenciado deContratações) como o grande“salvador da pátria” para ace-lerar os processos de contra-tação. As obras são contrata-das com base em anteprojetos,sem que se conheça o orça-mento. As próprias empresasexecutoras contratadas se en-carregam da elaboração dosprojetos básicos e executivos.O que você acha que vai ocor-rer? Sem dúvida, os projetosserão desenvolvidos no senti-do de se obter a maior lucra-tividade possível para o exe-cutor, o que muitas vezes sefaz com redução da qualidadeda obra. Entendo que deixar aelaboração do projeto a cargodo executor funciona nos ca-sos de PPP (parceria público-privada) ou concessões, quan-do o mesmo será o responsá-vel pela operação e manuten-

ção do elemento construídopor dez, 20 ou 30 anos. O cor-reto seria que os projetos fos-sem contratados na modali-dade “técnica e preço”, compreponderância da técnicaem pelo menos 70%, e queas obras fossem contratadassomente com projetos exe-cutivos ou projetos básicoscompletos.

O que falta para que asobras saiam do papel? O pla-nejamento é um problema?

Sem dúvida, o grande pro-blema é a falta de planeja-mento. Não existe uma cultu-ra de planejamento no Brasil.O horizonte dos governantesé apenas o período de suagestão. Salvo algumas exce-ções, pouquíssimos empreen-dimentos são iniciados semque se possa obter os frutospolíticos de sua realização. Oque se vê, em muitas oca-siões, no início de uma novagestão de governo, quer sejana esfera federal, estadual oumunicipal, é o abandono deprojetos lançados por gestõesanteriores, muitas vezes comobras iniciadas puramentepor questões políticas. O pla-nejamento é a base de qual-quer grande empreendimen-to. Planejar é pensar antes. Eugosto muito da frase de PeterDrucker, considerado o pai daadministração moderna: “Amelhor forma de prever o fu-turo é criá-lo”.

O governo federal temuma dificuldade de investir.Em 2013, por exemplo, o to-tal autorizado para as rodo-vias foi de R$ 12,7 bilhões.Mas até o início de outubro,somente 33,2% foram pa-gos. Na sua opinião, por queisso acontece?

Creio que é uma combina-ção de fatores, entre eles acomentada falta de planeja-mento. Após a chamada “faxi-na” no Ministério dos Trans-portes ocorrida em 2011, ob-servou-se uma redução nosinvestimentos, não por faltade recursos, mas por inefi-ciência do ministério. O ex-cesso de controle por partedo Tribunal de Contas da

INFRAESTRUTURA Obras no aeroporto de Brasília;

O Brasilperdeu achance de

realizar umagrande

preparaçãopara a Copa

O Brasil passa por um mo-mento de anúncios de investi-mentos em sua infraestruturade transporte, em todos osmodais. O que o senhor diriasobre a oferta de mão de obrade engenharia e arquitetura?

Já tivemos, no passado, pro-blemas maiores com falta demão de obra. Hoje, esse proble-ma não é tão grave, as empre-sas estão mais bem estrutura-das, com equipes montadas es-perando novas ordens de servi-ço. É claro que não podemosparar de capacitar e treinar no-vos profissionais, tanto de nívelsuperior quanto técnico de ní-vel médio, para atender às no-vas demandas e à contínuaevolução tecnológica.

Analisando os diferentesmodais (aquaviário, rodo-viário, ferroviário e aéreo),em qual deles está a maiorcarência de profissionaisqualificados na área de en-genharia?

É difícil detectar se há e on-de está a maior carência entreesses setores. O Brasil é umpaís tradicionalmente rodoviá-rio. Obviamente, a maior ofer-ta de profissionais de trans-portes está nesse modal, o quenão significa que não possahaver carência. Os modaisaquaviário e ferroviário nãorecebem o mesmo volume deinvestimentos, o que provocauma procura menor do merca-do por profissionais desses se-

tores. O setor ferroviário, es-pecialmente o metroviário, re-quer desde engenheiros civis àparticipação de engenheirosmecânicos, metalúrgicos, ele-tricistas, de sistemas etc. A en-genharia naval ainda é ummercado pequeno no Brasil,porém, com a revitalização daindústria naval brasileira pro-movida pela expansão da Pe-trobras e pelo crescimento daeconomia, têm surgido exce-lentes oportunidades. Quantoà engenharia aeronáutica, oBrasil tem poucos, mas exce-lentes cursos, como no ITA, emSão José dos Campos.

Há mão de obra suficientepara atuar no mercado do pe-tróleo? O que precisa melho-rar no Brasil em termos demão de obra qualificada?

Muitos cursos de gradua-ção e pós-graduação em enge-nharia de petróleo foram cria-dos em importantes universi-dades brasileiras, com umagrande procura por parte dosestudantes, que enxergam es-se mercado como promissorno Brasil. Além disso, já exis-tem muitos cursos técnicosprofissionalizantes em petró-leo e gás. A Petrobras, comogrande indutora de desenvol-vimento nesse setor, tem pro-gramas de treinamentos con-tinuados. Esses programassão fundamentais para qualifi-cação dos profissionais queatuam nessa área. l

presidente do Sinaenco reclama de demora na execução de projetos

INFRAMERICA/DIVULGAÇÃO

União e Ministério Público,além dos próprios controlesinternos do Dnit (Departa-mento Nacional de Infraestru-tura de Transportes), gerouum aumento na burocracia euma consequente redução noritmo dos investimentos.Houve também o problemacom a greve dos funcionáriosdo Dnit. Some-se a isso a mácontratação de projetos e deserviços de supervisão em re-gime de pregão ou RDC, comlances de preços que refle-tem consequentemente namá qualidade dos serviços deengenharia, que são a basefundamental para uma boaobra, realizada nos prazos evalores adequados.

Faltouplanejamento

e tambémfaltou boagestão dogoverno

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201412

MAIS TRANSPORTE

A Eletra, empresa brasileira especializada em veículos detransporte urbano com traçãoelétrica, e as japonesasMitsubishi Heavy Industries e Mitsubishi Corporation apresentaram ao mercado o E-bus, primeiro ônibus elétrico brasileiro movido 100%

a baterias. O E-bus tem autonomia operacional de 200 km, considerando cargasrápidas. Segundo a Eletra, oveículo passa por testes noCorredor ABD, na Grande SãoPaulo, administrado pela concessionária Metra, no trechoDiadema-Brooklin. As baterias

podem ser recarregadas noterminal, de acordo com anecessidade da operação. AEMTU/SP (EmpresaMetropolitana de TransportesUrbanos de São Paulo) e aMetra integram a parceria paraoperar, monitorar e avaliar oresultado dos testes. O E-bus

possui chassi Mercedes-Benz,carroceria Induscar/Caio emotor elétrico WEG. O veículo éarticulado, tem ar-condicionadoe capacidade para 150 passageiros, o que o torna também o primeiro ônibus elétrico a baterias com 18metros de comprimento do mundo.

Primeiro ônibus elétrico brasileiro

ELETRA/DIVULGAÇÃO

A Renault completou 15 anos deprodução no Brasil. Nesse períodoforam produzidos 1,8 milhão deveículos na fábrica instalada emSão José dos Pinhais, na RegiãoMetropolitana de Curitiba (PR),chamada de Complexo AyrtonSenna. O modelo Scénic foi o primeiro Renault fabricado noBrasil, inaugurando o segmentodas minivans no país. Em seguida,foi produzido o Clio. Segundo afabricante, esses veículos foramos primeiros com airbag de série

produzidos em solo brasileiro. Ao longo desses 15 anos, oComplexo Ayrton Senna recebeuinvestimentos de R$ 6 bilhões,incluindo as aplicações iniciaispara operação. Os investimentosmais recentes foram destinadosao aumento da capacidade deprodução, em um montante de R$ 500 milhões (de um totalde R$ 1,5 bilhão que vem sendoaplicado em outras melhorias,desde 2010). O plano de investimento segue até 2015.

15 anos de produção RENAULT/DIVULGAÇÃO

PARCERIA Veículo tem autonomia operacional de 200 km e passa por testes na Grande São Paulo

ANIVERSÁRIO Fábrica da Renault segue recebendo investimentos

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 13

VLI/DIVULGAÇÃO

A ABRH-SC (AssociaçãoBrasileira de RecursosHumanos de Santa Catarina) concedeu ao porto Itapoá o prêmio“Ser Humano” pelo projeto“Mulheres Portuárias”.Entregue anualmente àsempresas que se destacamcom as melhores práticas em RH, o prêmio foi recebido pelo Departamentode Gestão e Desenvolvimentode Pessoas do terminal

catarinense. O programa foi lançado pelo porto em agosto de 2012 com o intuito de inserir a mão deobra feminina no segmentoportuário. Atualmente, Itapoá conta com 17% de mulheres no quadro de 580 profissionais. Com a iniciativa, o terminal tem a meta de atingir 20% de mulheres no quadro de colaboradoresnos próximos dois anos.

Mulheres Portuárias PORTO ITAPOÁ/DIVULGAÇÃO

META Itapoá almeja ter 20% de mulheres no quadro

A VLI, empresa de logística integrada com operações em ferrovias, terminais integradores e portuários, está investindo na construção e na ampliação de 24 pátios de cruzamento ferroviário. Segundo a empresa, o projeto vai permitir aumentar o tamanho dos trens que circulam na via,

além de incrementar o volume transportadona FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), malhasob a concessão da VLI. A empresa construiu quatro pátios e ampliou outros20. Desses 24 pátios, 13 estão em MinasGerais, nove em São Paulo e dois em Goiás.A empresa pretende investir R$ 9 bilhõesnos próximos cinco anos e aumentar a

movimentação de cargas na malha ferroviária de sua abrangência em mais de50% até 2017. O montante será distribuídoem melhorias da infraestrutura da empresa com a compra de 210 locomotivase 7.500 vagões, além da construção e participação em novos terminais intermodais e terminais portuários.

Novos pátios ferroviários

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201414

MAIS TRANSPORTE

Escolas de LíderesSustentáveisLivro discute como as escolasde negócios estão preparandolíderes para promover a transição para uma economiaverde e traz depoimentos depresidentes de empresas queadotaram estratégias deenvolvimento de seus líderespara a sustentabilidade.De: Ricardo Voltolini, Ed. Elsevier,248 págs., R$ 59

A Ford apresentou a sexta geração do Mustang. O veículo traz novas tecnologias, como o trem de válvulase cabeçote, que gera mais de 420 cv de potência e maior economia de combustível. A cabine no estilo“cockpit” foi inspirada em aviões. O novo Mustang será comercializado nos EUA, na Europa e na Ásia.

Clássico se renova

FORD/DIVULGAÇÃO

Logística, Transporte,Comércio Exterior eEconomia em Conta-GotasLivro apresenta uma coletânea dos artigos mais representativospublicados pelo autor nos últimos anos, em jornais e revistas especializadas, e quepodem ser considerados atuais,não correndo o risco de perecibilidade.De: Samir Keedi, Ed.Aduaneiras, 152 págs., R$ 33

A Sascar, empresa com atuação no segmento desoluções de monitoramentode veículos voltadas para agestão de operações detransporte, recebeu o prêmio de melhor empresade rastreamento eletrônico

da NTC&Logística (AssociaçãoNacional do Transporte deCargas e Logística). O“Prêmio NTC Fornecedores do Transporte” é coordenadopelo Instituto Datafolha e realizado a partir de pesquisa com as principais

empresas nacionais de transporte.O prêmio foi criado, em 1997,com o objetivo de estimularo desenvolvimento no mercado de fornecedores deprodutos e prestadores deserviços para o transporterodoviário de cargas.

Destaque no setor de rastreamento

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 15

Empresas do setor detransporte de cargas ede passageiros rece-

beram, em dezembro de2013, o Prêmio Regional Ex-celência em Meio Ambiente,oferecido pela Fetracan (Fe-deração das Empresas deTransporte de Cargas e Lo-gística do Nordeste). A sole-nidade foi realizada duranteo 30º Jantar de Confraterni-zação dos Empresários doTransporte Rodoviário deCargas, em Recife (PE).

A premiação tem como ob-jetivo estimular a adoção demedidas que resultem no usocorreto dos combustíveis namovimentação de bens e ser-viços, além de divulgar e dis-seminar ações bem-sucedi-das das empresas que parti-cipam do Despoluir – Progra-ma Ambiental do Transporte,desenvolvido pela CNT e peloSest Senat.

O Prêmio Excelência emMeio Ambiente reconhece asações que aumentam a efi-ciência do uso do óleo dieselnos serviços de transporterodoviário, resultando emmenos emissão de poluentese melhoria das condições am-bientais. A proposta tambémvisa sistematizar e multipli-car boas práticas, aumentan-do a competitividade e a ima-gem das empresas do setor.

O vice-presidente da CNTe presidente da Fetracan,Newton Gibson, participouda entrega dos prêmios. Nacategoria Transporte de Pas-sageiros, as empresas ven-cedoras foram a Transporta-dora Marcan Ltda. e a Capi-beribe Viagens Turismo e Lo-cadora Ltda. O segundo lugarficou com a RCR LocaçãoLtda. A terceira colocação,com a Star Turismo e Trans-porte Ltda.

Na categoria Transportede Cargas, a Garfor S.A. con-quistou o primeiro lugar. Aempresa Motoliner AmazonasLtda. ficou com a segunda co-locação e a EBD Nordeste Co-mércio Ltda. ficou em tercei-ro lugar. Todos os premiadosreceberam troféu e um certi-ficado de participação.

DESPOLUIR

PASSAGEIROS Newton Gibson (dir.) e o representante da Capiberibe Viagens (centro)

PASSAGEIROS Newton Gibson e a representante da Garfor

CARGA Vereador Vicente Gomes (dir.) e o representante da Marcan

Fetracan premia empresas no Nordeste

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201416

MAIS TRANSPORTE

A Transpetro e o EstaleiroVard Promar lançaram aomar o navio Oscar Niemeyer, primeiro gaseiro construídono Rio de Janeiro. A embarcação é a primeirade uma encomenda de oito navios gaseiros realizada pormeio do Promef (Programa de Modernização e Expansãoda Frota da Transpetro). Oinvestimento no Oscar

Niemeyer é de R$ 115 milhões. Ao todo, o Promef está investindo R$ 920 milhões na construção dos oito gaseiros. O naviotem 117,63 metros de comprimento, 34 metros de altura, 19,2 metros de largura e capacidade paratransportar 7.000 metroscúbicos de GLP (GásLiquefeito de Petróleo).

Gaseiro é lançado ao mar

AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

A TAM Cargo iniciou as operações em seu novo Teca (Terminal de Cargas) de Manaus (AM). Com 13 milmetros quadrados, dos quais5.000 são de área construída,o Teca é o maior terminal de cargas da companhia no Brasil. A estrutura conta com um armazém 100% verticalizado, 2,6 mil posições de estocagem, sistema exclusivo de armazenagem e identificação

de cargas, câmara fria para acondicionamento de perecíveis e estacionamento para 70 veículos de pequeno,médio e grande porte. Os clientes da TAM Cargo também vão ter à disposiçãouma área para recebimentode grandes lotes (full pallet)e 20 pontos de atendimentoao cliente, sendo 14 docas e seis posições distribuídasem duas rampas.

TAM tem novo terminal TAM/DIVULGAÇÃO

ENCOMENDA Primeiro gaseiro construído por meio do Promef

ESTRUTURA Terminal em Manaus (AM) é o maior da TAM Cargo

DESEMPENHO Modelo destinado a veículos de passeio

GOODYEAR/DIVULGAÇÃO

A Goodyear do Brasil apresentoutrês novos pneus destinados aosveículos de passeio e aos modelosSUV. O Eagle Sport possui designesportivo e proporciona maiorquilometragem, performance eeconomia de combustível. Nostestes aplicados, o pneu entregou12 mil quilômetros a mais do queo seu antecessor. O Wrangler SUVfoca um segmento que crescecontinuamente, o dos carros degrande porte. Esse modelo podeser encontrado em dez medidas,

dos raios 15” ao 18”. Já oAssurance foi desenvolvido parao segmento médio de pneus depasseio, focando o uso diário. Ele visa maior quilometragem eeconomia de combustível.Conforme os testes da fabricante,o pneu tem 16% a mais de quilometragem, aproveitamento14% superior na tração em pisos molhados e melhoria de 6% na eficiência de frenagem, se comparado ao seu antecessor, o GPS 3 Sport.

Goodyear lança pneus

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 17

VENDA Encomendas podem chegar a 150 aviões

DIVULGAÇÃO

A Embraer confirmou ter recebidoum pedido da American Airlinespara a venda de 60 jatos E175,incluindo opções de compra para90 jatos adicionais do modelo. Aencomenda tem potencial totalpara até 150 aeronaves. Os pedidosfirmes, que têm valor de US$ 2,5bilhões a preço de lista, seriamincluídos na carteira de pedidos(backlog) da Embraer do quartotrimestre de 2013. Segundo afabricante, a American Airlinesvai configurar os jatos com 76

lugares, incluindo 12 assentos naprimeira classe e 64 na econômica,sendo 20 com espaço extra. A entrega do primeiro avião estáprevista para o primeiro trimestre de 2015. Em 2013,incluindo o pedido da AmericanAirlines, a Embraer recebeu encomendas firmes e opçõespara mais de 700 E-Jets de companhias aéreas dos EstadosUnidos, tanto para a geração atual quanto para os E-Jets E2 (70 a 130 passageiros).

Embraer fecha encomenda

IVECO/DIVULGAÇÃO

O Grupo MRJS, operadora logísticacom sede no Espírito Santo eespecializada no transporte decargas e armazenagem, incorporouà sua frota atual, de 100 caminhões, outros 23 caminhõesIveco. São 20 do modelo StralisEcoline de 400 cavalos de potência,duas Daily 70C17 e um Stralis Hi-Way, primeiro caminhão da

marca a ser adquirido no Estado capixaba. A parceriaentre a companhia e a Ivecoteve início em março de 2013com três caminhões Stralis. O Grupo MRJS possui filiais em Santa Catarina, São Paulo,Rio de Janeiro, Goiás, DistritoFederal, Espírito Santo ePernambuco.

Grupo renova frota

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201418

MAIS TRANSPORTE

A Locar Pipe, primeira balsa de lançamento de dutos brasileira, foi batizada no Rio deJaneiro (RJ). Com um investimentode R$ 140 milhões, a embarcaçãovai servir ao mercado de óleo egás. De acordo com a fabricanteLocar, o primeiro contrato de usoda balsa já está sendo negociadopara 2014. A Locar Pipe tem índice

de nacionalização de 70%. Todo o equipamento de lançamento de dutos é italiano e é capaz de lançar dutos de 6 a 34 polegadas, com solda 100% automatizada. A embarcação conta com um heliponto, guindaste de 400 toneladas e flotel (hotel flutuante) para até 150 pessoas.

Balsa de dutos é batizadaLOCAR/DIVULGAÇÃO

DUTOS Embarcação recebeu recursos de R$ 140 milhões

Projeto em Viracopos elimina burocracia de processos

Uma parceria firmadaentre a Iata (Associa-ção Internacional de

Transporte Aéreo) e a con-cessionária Aeroportos Bra-sil Viracopos vai permitirque o projeto e-AWB (AirWay Bill) seja desenvolvidono Aeroporto Internacionalde Viracopos, em Campinas,a 99 km de São Paulo (SP). Oe-AWB visa reduzir papéis edesburocratizar os proces-sos de tramitação de cargasinternacionais. A iniciativatem o apoio da Receita Fe-deral e das empresas Luft-hansa e DB Schenker. Se-gundo Luiz Alberto Küster,diretor-presidente de Vira-copos, o sistema utilizado

nos principais aeroportosdo mundo vai propiciarmaior agilidade às exporta-ções brasileiras.

“O e-AWB desobriga a tra-mitação de cópias físicas doConhecimento Aéreo, pormeio da troca eletrônica dosdados entre os elos da cadeialogística, amparados porcontratos regulamentadosdiretamente pela Iata e fir-mados entre as empresasparticipantes”, afirma Küster.Lufthansa e DB Schenker ini-ciaram os primeiros vooscom o novo sistema na rotaViracopos-Frankfurt em de-zembro de 2013. A intenção éacrescentar, gradualmente,novas empresas e rotas ao

processo a partir de janeirode 2014. Em meados de junho,será feita uma avaliação para

que o sistema também sejautilizado para a área de im-portação.

INICIATIVA Projeto em Viracopos visa reduzir a burocracia

AEROPORTOS BRASIL VIRACOPOS/DIVULGAÇÃO

AVIAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 19

MDF-e passa a ser obrigatório em janeiro

Todas as empresas de car-gas dos modais aéreo eferroviário e 278 empre-

sas de grande porte que ope-ram no transporte rodoviárioestão obrigadas, a partir de 2de janeiro de 2014, a emitirem oMDF-e (Manifesto Eletrônico deDocumentos Fiscais).

O documento deve ser emiti-do por empresas prestadoras deserviço de transporte para ope-rações com mais de um CT-e (Co-nhecimento Eletrônico de Trans-porte), ou pelas demais empre-sas, quando o serviço for feitoem veículos próprios, arrenda-dos ou contratados de transpor-tador autônomo de cargas commais de uma nota fiscal.

As demais prestadoras deserviços rodoviários, exceto asoptantes pelo Simples Nacional,e as empresas do modal aqua-viário ficam obrigadas a emitiro documento eletrônico a partirde 1º de julho. Os contribuintesque optaram pelo Simples Na-cional devem emitir o MDF-e apartir de 1º de outubro de 2014.

De acordo com Eudaldo Al-meida de Jesus, coordenadorgeral do Encat (Encontro Nacio-nal de Coordenadores e Admi-nistradores Tributários Esta-duais), órgão responsável pelacriação do documento eletrôni-co, a finalidade do manifesto éagilizar os trâmites burocráti-cos para o despacho das car-gas. “O manifesto eletrônicovem para reduzir os custos dastransportadoras e da fiscaliza-ção, além de melhorar a logísti-ca de uma forma geral.”

No documento, devemconstar as informações doveículo, do condutor, a previ-são de itinerário, o valor e opeso da carga e os documen-tos fiscais. O manifesto seráassinado eletronicamente etransmitido pela internet.

Entre as vantagens que o ma-nifesto eletrônico traz para ostransportadores estão a reduçãode custos de impressão do docu-mento fiscal, de armazenagem dedocumentos e de tempo de para-da em Postos Fiscais de Fronteira.Para o fisco, aumenta a confiabili-dade da fiscalização do transpor-te de cargas, melhora os proces-sos de controle fiscal e diminui asonegação de impostos.

Para Gildete Menezes, as-sessora jurídica da NTC&Lo-gística (Associação Nacionaldo Transporte de Cargas e Lo-gística), embora a implanta-ção do documento eletrônicoseja trabalhosa para as em-presas, o setor acredita que aobrigatoriedade trará maisagilidade ao transporte. “Omanifesto eletrônico foi cria-do justamente com esse pro-pósito, e a nossa expectativaé que esses efeitos sejamsentidos em breve.”

Segundo Jesus, do Encat, omanifesto também vai permitira implantação do Brasil-ID, umprojeto, ainda em fase de tes-tes, de fiscalização dos cami-

nhões e das mercadorias pormeio de pequenos chips insta-lados nos veículos. Ao passarpelos postos fiscais, os cami-nhões serão identificados pelochip e as informações do veícu-lo e da carga estarão disponí-veis nos computadores.

O projeto piloto já instalou13 antenas nos Estados do Ama-zonas, Bahia, Ceará, Mato Gros-so, Mato Grosso do Sul, Goiás,São Paulo, Sergipe, Rio Grandedo Norte, Maranhão, Rio Grandedo Sul, Minas Gerais, Pernambu-co e Paraná. De acordo com Je-sus, o sistema ainda não temprazos definidos para a implan-tação definitiva no país.

(Livia Cerezoli)

OPERAÇÕES FISCAIS

RAPIDEZ Documento eletrônico vai agilizar o desembaraço das cargas

VOLVO/DIVULGAÇÃO

REPORTAGEM DE CAPA

Otrecho acima consta na ata defundação da CNTT (Confedera-ção Nacional dos TransportesTerrestres), criada em janeiro

de 1954 por um grupo de transportado-res rodoviários de carga e autônomosque se reuniram no Rio de Janeiro. Na-quela época, há 60 anos, o grupo indi-cava a necessidade de organizar um se-

tor tão essencial para o desenvolvimen-to do país e para a qualidade de vidada população. Em 1990, a CNTT passoua se chamar CNT (Confederação Nacio-nal do Transporte), ganhou novo esta-tuto e começou a desempenhar um pa-pel muito mais amplo, voltado para apromoção da multimodalidade e parao fortalecimento do setor.

60 anos pelo tra

POR CYNTHIA CASTRO E KATIANE RIBEIRO

RODRIGO LEAL/APPA/DIVULGAÇÃO

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) completa seis décadas em janeirocriação do Sest Senat, o desenvolvimento de importantes pesquisas e a maior

O Brasil tinha necessidade de uma entidade da natureza da que se fundava. País de vasta extensão territorial até hoje, ou melhor, até ontem, se vira privado de um

organismo que reunisse os transportes rodoviários, cujos serviços que vêm sendo prestados à Nação têm sido os mais relevantes, cobrindo as lacunas de outras atividades

econômicas e propiciando a movimentação da riqueza em bases econômicasRio de Janeiro, 1954

Ata de fundação

nsportede 2014. Entre as conquistas, estão a representatividade do setor transportador

CNT/DIVULGAÇÃO

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INÍCIO DA CONFEDERAÇÃO

ATA DE FUNDAÇÃO

12.1.1954• Representantes de federações de transportes rodoviários e de condutores autônomos reuniram-se no Rio de Janeiro para fundar a CNTT

(Confederação Nacional dos Transportes Terrestres)• O objetivo era criar uma entidade máxima do setor transportador

• O decreto 34.986 reconhece a Confederação Nacional dos Transportes Terrestres, entidade sindical de grau superior, com sede e foro nacapital da República (na época, o Rio de Janeiro), e área de atuação em todo o território brasileiro

28.1.1954

“Se até hoje o nosso parque rodoviáriotinha crescido tanto, isso se devia à co-ragem de bons brasileiros, que com a suainiciativa particular, sem contar comqualquer apoio governamental, já queleis específicas para as suas atividadesinexistem, com a criação da Confedera-ção, só podia ver dias melhores com ummaior desenvolvimento, e também a so-lução de todos os nossos problemas decomunicação, já que em grande parte osmesmos dependiam de um órgão capaz decentralizar toda essa força econômica,em prol de um Brasil melhor”

“Se os presentes que representavam tãopoderosa força tinham tido capacidadede realizar tão nobre missão sem quenada os amparasse, esperava que osseus futuros companheiros de entidade,com essa mesma capacidade realizadora,a transportassem para a Confederação,para tornar a entidade tão grande comoo Brasil”

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201422

Em todas essas décadas, aConfederação consolidou suaatuação e, hoje, realiza um tra-balho imprescindível na áreade cargas e de passageiros,apresentando soluções paraos transportadores, para a so-ciedade e para o governo emrelação a situações que envol-vam todos os modais – rodo-viário, ferroviário, aéreo eaquaviário (transporte maríti-mo de longo curso, cabotageme navegação interior). Nestareportagem, a CNT Transpor-te Atual ouviu pessoas que fa-

zem parte dessa história. Elasfalaram sobre a importânciada Confederação e de suasprincipais conquistas.

Uma das mais importantesvitórias relatadas foi a criaçãodo Sest Senat (Serviço Social doTransporte e Serviço Nacionalde Aprendizagem do Transpor-te), em 1993, já na gestão doatual presidente da CNT, sena-dor Clésio Andrade, que tambémpreside o Sest Senat. Na ocasião,Clésio Andrade mencionou que ahistória registraria que “a cria-ção do Sest e do Senat represen-

tou um gesto de coragem daclasse transportadora, que lutoupara assumir suas responsabili-dades no campo da assistênciasocial e da formação profissio-nal de seus trabalhadores.”

Entre as prerrogativas deatuação da CNT, já estava previs-to o aperfeiçoamento da forma-ção de mão de obra e assistên-cia social para os integrantesdas categorias representadas. Eas unidades do Sest Senat espa-lhadas por todo o país, que so-mam mais de 140, estão cum-prindo esse papel. Até a criação

do Sest Senat, as contribuiçõescompulsórias do setor eram fei-tas para a indústria. E essa mu-dança foi uma das mais relevan-tes conquistas.

O vice-presidente de Trans-porte de Cargas da CNT, New-ton Gibson, considera que acriação do Sest Senat é um dosgrandes marcos da história dotransporte no Brasil. “Essa foiuma importante conquista dotrabalhador. Uma luta que teveà frente a determinação dopresidente Clésio Andrade. Naestrutura anterior, com a con-

ESTRUTURA Edifício da CNT, em Brasília, onde se reúnem representantes de todos os modais de transporte

Biblioteca guarda parteda história do setor

Auditório com espaçopara mais de 200 pessoas

Sala de reuniõese de coletivas

FOTOS ARQUIVO CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 23

tribuição sendo recolhida pelaindústria, o transporte não ti-nha a atenção que merecia,sempre ficava em segundo pla-no. Os cursos profissionalizan-tes e os atendimentos do SestSenat são de extrema impor-tância para a qualidade de vidados trabalhadores do setor e

para promover a melhor for-mação profissional.”

O consultor Geraldo Vianna,que atua há muitos anos no setorde transporte, é diretor da CNT ejá foi vice-presidente executivoda entidade, também cita a cria-ção do Sest Senat. Ele comentaque, a partir daquele momento, a

CNT se fortaleceu como entidaderepresentativa do setor. “A cria-ção do Sest Senat marcou defini-tivamente a transformação daCNT naquilo que ela é hoje.”

Ele também enfatiza que aCNT consolidou o seu papel deinserir o transportador nosmais importantes debates na-

cionais, de lutar pela melhoriada infraestrutura do país etambém de fortalecer cadavez mais o setor de transpor-te e os seus trabalhadores. “ACNT se tornou uma marcamuito forte. É uma referênciapara todos nós. Passamos aser foro de repercussão de as-

CNTConfira alguns momentos e trabalhos importantes desenvolvidos pela Confederação Nacional do Transporte

A Confederação Nacional dos Transportes Terrestres passou a

denominar-se CNT (ConfederaçãoNacional do Transporte)

1995

Começa a ser publicada a RevistaCNT Transporte Atual, um canal decomunicação que reúne os principais

assuntos de interesse de todos osmodais. Já são mais de 200 edições

1994

É criado o Prêmio CNT de Jornalismo,um estímulo à produção de

reportagens sobre a realidade do transporte brasileiro

Instituído o regulamento da medalha da Ordem doMérito do Transporte Brasileiro, a Medalha JK, que homenageia lideranças políticas, empresariais e

sindicais. Tem como patrono Juscelino Kubitschek

Inaugurada a sede da CNT no edifício Camilo Cola, em Brasília

Realizada a primeira Pesquisa CNT deRodovias, que avalia as condições da

infraestrutura rodoviária do país. O estudo é uma referência na área de transporte e ja tem 17 edições

1990 1991

Medalha JK 2004

suntos que não interessamsomente ao setor, mas têm in-teresse nacional.”

Vianna citou também a im-portância da instituição da Me-dalha JK para incentivar asboas iniciativas entre os repre-sentantes do setor. “JuscelinoKubitschek foi escolhido como

patrono porque ele é uma refe-rência de governo bem-sucedi-do, com otimismo, preocupa-ção com o desenvolvimento ecom a infraestrutura”, diz

PesquisasAlém de fortalecer a imagem

do setor e de representar ativa-

mente os seus confederados, aexistência da CNT tem contribuí-do positivamente para as melho-rias no transporte, com a elabo-ração de pesquisas e com o estí-mulo ao desenvolvimento sus-tentável. Um dos estudos maisimportantes é a Pesquisa CNT deRodovias, que, neste ano, chegou

à 17ª edição. O primeiro levanta-mento foi realizado em 1995 e,atualmente, toda a malha federalpavimentada e os principais tre-chos estaduais são avaliados.

O presidente da seção deTransporte de Cargas da CNT,Flávio Benatti, também desta-cou o desenvolvimento das

Primeira pesquisa CNT de opinião. Hoje, a Pesquisa CNT/MDA avaliaquestões políticas, do transporte e outros temas da atualidade

1996

O Prêmio CNT de Produção Acadêmica destaca os dez melhores trabalhos acadêmicos inscritos

no Congresso Nacional de Ensino e Pesquisa em Transportes, promovido anualmente pela

Anpet (Associação Nacional de Ensino e Pesquisa em Transportes)

Criação da FuMTran (Fundação Memória do Transporte) - uma organização que tem como

objetivo preservar a memória e a cultura do transportebrasileiro. Em 2001, a FuMTran passou a se chamar Fundação Museu do Transporte

1993

Clésio Andrade assume a presidência da Confederação Nacional do Transporte

A lei nº 8.706 cria o Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de

Aprendizagem do Transporte)

116ª CNT/MDA (setembro de 2013)Fontes: Cedoc, sites da CNT e outras

pesquisas e a criação do SestSenat como dois fatos marcan-tes da história da Confedera-ção. “São trabalhos fantásticosjá consolidados. Além da Pes-quisa de Rodovias, há a de Fer-rovias, a de Navegação Interior,o Plano CNT de Transporte e Lo-gística”, diz Benatti.

Ele afirma também que foia partir da criação do Sest Se-nat que a CNT passou a ter in-dependência e maior impor-tância no cenário nacional. “Edestaco aqui o papel do presi-dente Clésio Andrade, que foio grande articulador para queo setor pudesse se desvincu-

lar da arrecadação que erafeita pela indústria. A criaçãode um sistema de formaçãoprofissional e de assistênciasocial para o trabalhador emtransporte foi realmente mui-to importante para o setor”,considera Flávio Benatti.

Os trabalhos técnicos de-

senvolvidos pela CNT são re-ferência, não somente para otransportador, mas para a so-ciedade, para a área acadêmi-ca e para o governo, em todosos níveis. Essas pesquisas,que englobam os diferentesmodais, contribuem para omelhor planejamento das em-

CNTConfira alguns momentos e trabalhos importantes desenvolvidos pela Confederação Nacional do Transporte

Pesquisa CNT de Ferrovias é realizada pela primeira vez e traz um panorama das

condições da malha, dos investimentos e da modernização do transporte

ferroviário brasileiro

Pesquisa Aquaviária teve o objetivo de quantificar e qualificar os elementos

que retratam o estágio de desenvolvimento da navegação no Brasil

2010

Realização do primeiro Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos e Renovação de Frota. Em 2012,

foi realizado o segundo

2012

Pesquisa CNT do Transporte Marítimo analisa o sistema portuáriobrasileiro, identifica as principais mudanças, avalia o nível de

satisfação dos agentes marítimos, entre outros assuntos

Lançada a Pesquisa CNT da Navegação Interior, que analisa o sistema hidroviário brasileiro, identifica

os principais entraves e aponta soluções

2006 2007

Lançado o primeiro Plano CNT de Transporte e Logística. O estudo indica as obras

prioritárias de infraestrutura de transporte em todo o Brasil e aponta também o valor dos

investimentos que devem ser feitos por modal. Já foram feitas quatro edições

Lançado o Despoluir – Programa Ambiental doTransporte, que tem como um dos focos principais a redução da emissão de poluentes por ônibus e

caminhões. O programa também incentiva a promoçãoda eficiência energética, entre outras ações

presas de transporte e paraque o próprio governo possase orientar sobre a necessida-de de fazer investimentos eminfraestrutura.

A CNT também se estrutu-rou para conhecer o pensa-mento da sociedade sobre te-mas relevantes e realiza, há

vários anos, uma pesquisa deopinião sobre assuntos políti-cos e econômicos, entre ou-tras questões da atualidade.Com a Pesquisa CNT/MDA, épossível identificar qual apercepção da população emrelação ao desempenho dogoverno federal e a temas es-

pecíficos que estejam em focono momento.

Há ainda uma atuação forteda Confederação na área insti-tucional, com um trabalho dire-cionado a fortalecer o setorcom as diferentes esferas –Executivo, Legislativo, e Judi-ciário – e com as entidades que

representam o transporte nosEstados e regiões.

PassageirosTrabalhar pela melhoria do

transporte de passageiros tam-bém é uma das missões da Confe-deração. O presidente executivo daNTU (Associação Nacional das Em-presas de Transportes Urbanos),Otávio Cunha, destaca a importân-cia da entidade e parabeniza a CNTe todos aqueles que atuam diaria-mente em prol do crescimento dotransporte no Brasil.

“Há 60 anos, a CNT trabalhaem defesa dos interesses do se-tor e da sociedade, mediando,em especial, questões relaciona-das ao desenvolvimento dotransporte urbano de passagei-ros. Isso mostra a importânciada entidade como uma das maisatuantes representantes do seg-mento”, diz Otávio Cunha.

A CNT também tem forteatuação no transporte rodoviá-rio de passageiros. Segundo odiretor geral da Viação ÁguiaBranca, Renan Chieppe, "a re-presentação de todo o setor detransporte só pode ser feita poruma entidade dessa enverga-dura e que atue de forma sériaem favor desse Brasil tão gran-de e diverso".

DesoneraçãoUma vitória recente da CNT foi

a desoneração da folha de paga-

2009

Elaboração do RenovAr (Plano Nacional de Renovação de Frotade Caminhões), que propõe melhorias de acesso ao crédito porparte dos caminhoneiros autônomos e também a instalação de

centros de reciclagem de veículos no Brasil

2008

CNT ganha sede nova, um edifício de 14 andares, em Brasília, que passa a

abrigar entidades de diferentes modais

2013

O programa Despoluir atinge a marca de 1 milhão de aferições de emissão em ônibus e caminhões

Pesquisa CNT do Transporte Aquaviário –Cabotagem mensura a importânciaeconômica da cabotagem no Brasil, identifica os principais gargalos e as

ações para mitigar os problemas

Fontes: Cedoc, sites da CNT e outras

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mento, que começa a valer nesteano de 2014 e contribuirá para re-duzir os gastos das empresas detransporte. A CNT também conse-guiu estar à frente de uma articu-lação importante para que sejainstituído no Brasil um ProgramaNacional de Renovação de Frota.

No fim do ano passado, foi en-tregue ao governo federal umaproposta criada por dez entidadesligadas ao transporte, à indústriaautomotiva, à indústria de aço ede peças para se implantar no Bra-sil um programa que permita aocaminhoneiro autônomo ter aces-so mais facilitado ao crédito. As-sim, ele terá condições de adquirirum caminhão mais novo e, simul-taneamente, deve ser implantadano Brasil uma rede que viabilize adestruição dos caminhões velhose a reciclagem da sucata.

A base para a elaboração daproposta entregue ao governofederal foi o RenovAr (Plano Na-cional de Renovação de Frota),desenvolvido pela CNT em 2009.Agora, o governo federal secomprometeu em analisar a pro-posta. “Essa é uma necessidadeurgente sob os aspectos social,ambiental e econômico”, afirmao senador Clésio Andrade.

Meio ambienteLevar uma agenda ambien-

tal para dentro das empresasde transporte, tanto na área decargas como na área de passa-geiros, também tem sido umtrabalho de destaque. Essa pro-posta de renovação de frota foipensada no âmbito do Despo-luir – Programa Ambiental doTransporte, que tem mudado a

mentalidade no setor. No se-gundo semestre do ano passa-do, por exemplo, o Despoluir al-cançou a expressiva marca demais de 1 milhão de aferiçõesde emissão de caminhões e deônibus, o que contribui para re-duzir a poluição e para introdu-zir nas empresas uma maiorconsciência ambiental.

E, ao longo da história daCNT, muitos representantes daConfederação consideram que apartir do momento em que ostrabalhos foram sendo estrutu-rados e que as pesquisas foramsendo feitas, o governo tambémcomeçou a pensar em se prepa-rar para tentar dar uma respos-ta às reivindicações.

Na área de comunicação,além da Revista CNT Transpor-te Atual (que já passou de 200

edições) e da Agência CNT deNotícias (que divulga diariamen-te informações de interesse dosetor), o Prêmio CNT de Jornalis-mo é uma importante iniciativa.Essa premiação anual estimula amídia de todo o Brasil a produzirreportagens que contribuem pa-ra o crescimento do setor.

O vice-presidente da CNT pa-ra Transportadores Autônomos,de Pessoas e de Bens, José Fio-ravanti, conclui que a CNT temrepresentado muito bem o setorde transporte em todos essesanos. “Fico muito feliz de poderparticipar do trabalho tão im-portante dessa Confederação.As pesquisas, os seminários, osassuntos que a CNT defende etodas as outras iniciativas têmsido essenciais para o fortaleci-mento do setor de transporte.”

SEST SENAT São mais de 140 unidades que atendem trabalhadores do transporte em todas as regiões do país

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201428

SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

“O setor está mais forte”ENTREVISTA DO SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT

O presidente da CNT e do SestSenat, senador Clésio Andrade,afirma que com a consolidaçãodo trabalho da Confederação Na-cional do Transporte, o setortransportador está mais forte,com maior representatividade emais reconhecimento. De acordocom Clésio Andrade, a Confede-ração continuará lutando paraque os investimentos aconteçame para que seja dada a importân-cia devida a um setor tão impres-cindível para o crescimento daeconomia do país. A CNT tambémcontinuará desenvolvendo aspesquisas técnicas, que já se tor-naram uma referência pela pro-fundidade e qualidade.

O que mudou no setor detransporte com a consolida-ção da CNT?

O setor ganhou representati-vidade, passou a ter mais peso.A Confederação tem conseguidotrabalhar para que ocorra umavisão sistêmica do transporte,dando a devida importância pa-ra todos os modais. O setor estámais forte agora. Governo e so-ciedade começaram a valorizarmais o trabalho do transporta-dor. Passaram a entender me-lhor o papel relevante do setor.A CNT sempre defendeu a ne-cessidade de se aumentar os in-vestimentos em infraestruturade transporte. E hoje percebe-mos esse entendimento, porparte do governo, de que é pre-ciso investir mais. Mas, embora

haja esse reconhecimento, o go-verno tem uma dificuldade ge-rencial. Não consegue investir orecurso que tem disponível. Evamos continuar lutando paraque os investimentos aconte-çam e para que os outros pro-blemas do transporte sejam so-lucionados. A CNT também temtrabalhado para incentivar amodernização e o aprimora-mento gerencial das empresasde transporte de cargas e depassageiros, buscando divulgarnovos conhecimentos e novastecnologias aplicadas ao setor.

E qual o papel do SestSenat nesse fortalecimentodo setor?

O Sest Senat é uma conquistade todo o setor de transporte. Tra-balhamos muito para que esse so-nho do setor transportador acon-tecesse. E, em todos esses anos, oSest Senat tem desempenhadoum papel fundamental na capaci-tação e qualificação do profissio-nal em transporte. Também temcumprido a missão importantíssi-ma de melhorar a qualidade de vi-da desses profissionais.

Os estudos técnicos sãouma prioridade do trabalhoda CNT?

Essa tem sido sim uma prio-ridade do trabalho da Confede-ração. Além do fortalecimentopolítico e institucional dotransporte, o setor precisa dedados técnicos para poder es-

timular o seu desenvolvimento.De forma geral, há uma carên-cia de informações nessa áreano país. As diversas pesquisasque a CNT realiza periodica-mente, há vários anos, têm co-mo objetivos formar esse ban-co de dados e ser uma referên-cia para o transportador, parao meio acadêmico, para o go-verno e para a sociedade emgeral. Por isso, realizamos tra-balhos em todas as áreas – ro-dovias, ferrovias, cabotagem enavegação interior. Tem tam-bém o Plano CNT de Transportee Logística, que indica quaissão as obras prioritárias e osinvestimentos necessários emtodo o país, além de outros es-tudos que são referência.

A área ambiental tem sidouma preocupação constanteda CNT?

É importante pensar no de-senvolvimento sustentável emqualquer atividade que você es-teja exercendo. E o setor detransporte tem demonstradosua responsabilidade ambiental.Essa preocupação é antiga e, em2007, lançamos o Despoluir –Programa Ambiental do Trans-porte. Entre os projetos dessainiciativa, temos o de Redução

da Emissão de Poluentes pelosVeículos, que já realizou mais de1 milhão de aferições em cami-nhões e ônibus. Esse projetocontribui para reduzir a emissãode poluentes e também diminuio gasto com combustível.

Como será a atuação daConfederação nos próximosanos?

Vamos continuar trabalhan-do para fortalecer o setor paraque os investimentos em infra-estrutura aconteçam de fato. Es-taremos ampliando e aprimo-rando nossas ações para forta-lecer ainda mais a CNT junto àsesferas legislativa, executiva ejurídica. Também continuare-mos desenvolvendo nossos es-tudos técnicos. O volume de car-ga transportada deve crescernos próximos anos e tambémestá aumentando a demandapelo transporte de passageiros.Vamos acompanhar as açõesque têm sido feitas pelo gover-no e trabalhar para que a infra-estrutura receba a atenção ne-cessária. Também devemos am-pliar os temas de nossos estu-dos e continuar realizando se-minários e debates importantessobre assuntos relevantes parao transporte.

Mais integração dos modais

DESENVOLVIMENTO

Trabalhar para que o Bra-sil enxergue o transportecom uma visão sistêmica,dando a devida importânciapara todos os modais, temsido uma prioridade da CNT.O presidente da seção deTransportadores Autôno-mos, de Pessoas e de Bens,José da Fonseca Lopes, des-taca que o trabalho da Con-federação é essencial paravalorizar os diferentes pro-fissionais e setores da áreade transporte.

“A CNT é uma entidade es-sencial para unir todos ossegmentos, trabalhando sem-pre para fortalecer a situaçãodo caminhoneiro autônomo,do taxista, da aviação, doaquaviário, do ferroviário edo transporte rodoviário deforma geral”, diz José daFonseca.

Na opinião do presidenteexecutivo da ANTF (Associa-ção Nacional dos Transpor-tadores Ferroviários), Rodri-go Vilaça, nesses 60 anos deatuação, a CNT fortaleceu asações sobre a necessidadede uma visão sistêmica dotransporte, que deve sermoderno, ambientalmentecorreto, seguro e rentável.

Segundo Vilaça, nos próxi-mos anos, a CNT tem o gran-de desafio de trabalhar paraque o setor possa estar sem-pre atualizado e consiga ob-ter os investimentos neces-sários para que o Brasil te-nha o sistema logístico do

qual precisa. “Nesse sentido,a Confederação e seus confe-derados têm um papel extre-mamente importante, nosentido de contribuir paraque o país possa se tornaruma grande potência. O setorde transporte precisa estarcada vez mais fortalecido”,diz Vilaça, que também é pre-sidente da seção de Trans-porte Ferroviário da CNT.

O vice-presidente paraTransporte Aquaviário, Fer-roviário e Aéreo da CNT, Me-ton Soares, também desta-cou a importância da Confe-deração para articular o tra-balho integrado dos diferen-tes modais. Ele enfatizou quenão existe um modal quepossa se julgar totalmenteindependente. Para que a lo-gística do país funcione damelhor forma, todos preci-sam estar integrados.

“E essa integração preci-sa ser feita por meio de umaunidade, colocando todos ossistemas juntos, para discu-tir os problemas e pensarnas soluções. A CNT tem es-se papel de favorecer a inte-gração dos trabalhos, deunir as lideranças. Temossempre que pensar que umpaís só vai ser grande deverdade no momento emque tiver o transporte efi-ciente de toda sua econo-mia. E, para isso, são neces-sários todos os modais”,afirma Meton Soares.

A Abear (Associação Bra-

sileira das Empresas Aéreas)se associou à CNT há poucomais de um ano. De acordocom o presidente da entida-de, Eduardo Sanovicz, o prin-cipal ganho até agora temsido poder participar inten-samente do debate sobre oplanejamento do setor detransporte no país e das dis-cussões pela integração detodos os modais. “Por meioda CNT, estamos projetandopara breve também nossacontribuição para ampliar aoferta de cursos e aumentara qualificação dos profissio-nais que atuam nessa áreano Brasil”, diz Sanovicz.

Em 2007, a Confedera-ção Nacional do Transporteganhou sede nova – umedifício de 14 andares, emBrasília (DF), com auditó-rio, salas especiais de reu-nião, biblioteca e outrosespaços. Na avaliação deNewton Gibson, vice-presi-dente para Transporte deCargas, essa sede tem pos-sibilitado a maior aproxi-mação dos modais e permi-tiu a ampliação do trabalhoda CNT, pois no edifício sãorealizados seminários, reu-niões e outros eventos so-bre temas importantes eatuais do setor. l

MULTIMODALIDADE Transporte precisa ser integrado

IMAGENS AÉREAS/CODESP/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201430

AVIAÇÃO

Mercado eAmpliação das rotas de curto alcance no Brasil faz

Aampliação da malha aé-rea regional aliada aoaumento da demandainterna vem aquecendo

o mercado de turboélices no Bra-sil. A previsão do setor é que até2015 o país se torne o maior ope-rador desse tipo de aeronave.Atualmente, pouco mais de 80turboélices estão em operação,número que será acrescido demais 56 dentro de dois anos.Azul, Trip, Passaredo e Brava sãoalgumas companhias que inves-tem na renovação de frota, comvistas às rotas de curto alcance.

O setor aposta que as novas en-comendas devem colocar o Brasil àfrente de mercados como EstadosUnidos e Índia no que diz respeito àoperação de turboélices.

A ATR, empresa do grupo Eads,proprietário da Airbus, é a principalfabricante de turboélices do mun-do. A companhia confirma o au-mento da utilização desse tipo deaeronave no Brasil.

Segundo Filippo Bagnato, ge-rente-executivo da empresa, osmodelos turboélices são ideais

número quatro vezes maiorquando comparado a 2006.”

Bagnato ratifica que até 2015haverá mais de 100 ATRs voandono Brasil. “O país certamente vaicontinuar sendo um dos maioresmercados em todo o mundo, coma maior utilização de turboélices.O mercado nacional tem todas ascondições de se posicionar à

para o mercado regional, umavez que possuem baixos custosde operação e apresentam capa-cidade de operar e pousar empequenos aeródromos com pis-tas curtas. “Aeronaves com capa-cidade para até 90 passageirosse tornaram o avião mais popu-lar do Brasil. Os mais de 80 ATRsvoando no país representam um

frente dos negócios norte-ameri-cano e indiano.”

Ele diz ainda que 20% das aero-naves ATR são comercializadas pa-ra empresas de leasing. “Muitas de-las estão sendo operadas por com-panhias aéreas brasileiras.”

De acordo com o executivo,nos últimos anos, Brasil, Indonésiae Rússia, além do sudeste asiático,

POR LETICIA SIMÕES

m ascensãocrescer o interesse na aquisição de turboélices

têm movimentado o segmento deturboélices. “A conectividade re-gional está sendo desenvolvida demaneira muito contundente nes-ses países. Somado a isso, existe acrescente demanda de empresasde arrendamento mercantil. Hoje,os modelos ATR são operados pormais de 180 companhias aéreasem mais de 90 países.”

Respício Espírito Santo, profes-sor de transporte aéreo da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Ja-neiro), é mais cauteloso ao avaliar aexpectativa de crescimento para aoperação de turboélices no Brasil.

Segundo ele, o mercado regio-nal norte-americano é muitomaior que o mercado regionalbrasileiro, tanto em número de

passageiros como em localidadesservidas. “Existem dezenas de pe-quenas empresas nos EUA queoperam turboélices de pequenoporte, como Cessna Caravans eHavilland Twin-Otters, por exem-plo. Há também companhias demédio porte como Colgan Air, Me-sa e SkyWest, além das maiorescomo Alaska Airlines e American

Eagle, que operam turboélices degrande porte. Considerando asfrotas de todas essas compa-nhias, fica difícil acreditar que asencomendas brasileiras ultrapas-sem a frota norte-americana.”

Apesar de não acreditar que oBrasil supere os Estados Unidosem número de turboélices emoperação, ele destaca que o mer-cado brasileiro vem apresentandocrescimento ao longo dos anos.“A Trip atuou por vários anos co-mo monopolista em dezenas de li-gações do Norte, Nordeste, Cen-tro-Oeste e Sudeste e isso fez acompanhia ganhar mercado emusculatura, levando-a a ampliara frota. Além disso, a mudança domodelo de negócios da Azul, quenão pensava em operar turboéli-ces em seu plano de negócios ori-ginal, e a sua fusão com a Trip for-taleceram esse mercado.”

A fusão entre Azul e Trip estápraticamente concluída, segundoa assessoria de comunicação dacompanhia. A empresa aguardapela unificação dos COAs (Certifi-cado de Operador Aeronáutico).As aeronaves da frota estão sen-do gradualmente repintadas com

FOTO

S AT

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VULG

AÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201434

A Azul/Trip, por meio da asses-soria de comunicação, afirma que acompanhia é o maior operador deturboélices ATR do mundo. A em-presa vai receber os novos ATR72-600, com capacidade para 70 pas-sageiros, ao longo dos próximosanos. Hoje, a empresa serve a 87 ci-dades com sua frota de turboélices.

A companhia, que tambémconta com jatos, opera três mo-delos turboélices com capacida-de de até 48 assentos (ATR42-500) e para até 70 passageiros(ATR 72-500 e 72-600). A assesso-

te menor que o dos jatos. Quantomenor a distância, menores são oscustos operacionais dos turboélices,se comparados aos jatos.”

Azul/Trip e Passaredo devemreceber, em breve, o modeloATR72-600s, cujo principal con-corrente é o Q-400 da De Havil-land Canada, de propriedade daBombardier Aerospace.

O modelo da ATR é equipadocom assentos mais finos, ofere-cendo mais espaço para as per-nas e maior capacidade de ar-mazenamento.

a nova marca da empresa. Osaviões novos já saem de fábricacom o novo layout.

Bagnato, da ATR, diz que as en-comendas de turboélices repre-sentaram 70% das vendas deaeronaves regionais sub 90 assen-tos, em todo o mundo, nos últimostrês anos. O volume está bem aci-ma das vendas de jatos regionais,segundo o executivo.

Uma das principais vantagensdos turboélices está ligada ao con-sumo de combustível. Aeronavesdo tipo queimam até 50% menos

querosene quando comparadas ajatos de porte equivalente. “Devidoao seu tamanho (50, 70 ou 90 luga-res), esses aviões oferecem rápidoembarque e desembarque, otimi-zando os tempos de rotação de ca-da voo”, afirma Bagnato.

O professor Respício EspíritoSanto afirma que, para voos de até400 quilômetros, os turboélices sãobastante competitivos. “Essa distân-cia é tida como a máxima em termosde eficiência para essas aeronaves.Até essa extensão, o custo operacio-nal do turboélice é significativamen-

MERCADO Pedidos de turboélices significaram 70% das vendas de aviões até 90 lugares nos últimos três anos

SAIBA MAISCaracterísticas dos turboélices

• Propulsão: motor a jato,que aciona uma hélice(90% pela hélice e 10% pelos gases deescapamento)

• Capacidade: até 90lugares

• Consumo: 50% menor se comparado aos jatosequivalentes

• Autonomia: ideal paradistâncias de até 400 kmpercorridos, Pode seroperada em aeroportos de pistas com menos de 1.500 metros, comunsnos aeroportos do interior do país

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 35

visão para o início das viagensé a partir de 2014.

De acordo com a Azul/Trip,os turboélices apresentam omelhor custo benefício paraatender cidades de menor den-sidade, com quantidade certade assentos, segurança e con-forto aos passageiros.

Conforme a assessoria, es-sas aeronaves ligam as cidadesmenores às capitais e aos hubs(centro de distribuição de voos)da empresa, evitando que osclientes gastem horas nas es-

tradas rumo às metrópoles decada Estado.

A Brava Linhas Aéreas, empre-sa que pertencia à holding JMT deSanta Maria (RS), vendida ao GrupoAcauã em 2012, opera voos regio-nais em 11 cidades dos três Estadosda região Sul do Brasil, com cone-xão a outras capitais brasileiras.

Operando dois turboélices Let410 UVP E-20, com capacidade para19 passageiros, a companhia estáinvestindo em novas aeronaves.

A Brava vai incorporar à fro-ta quatro turboélices Embraer

ria não forneceu detalhes dosplanos, mas confirma que o in-vestimento em novos turboélicesvai possibilitar a ampliação donúmero de voos e de destinos.

A companhia afirma aindaque, havendo demanda e infra-estrutura nos aeródromos, po-de vir a atuar em novas cida-des. Os destinos mais recentesatendidos com turboélices pe-la empresa são Araraquara(SP) e Três Lagoas (MS). Esseúltimo já tem passagens dispo-nibilizadas para venda e a pre-

120 Brasília, que transporta até30 passageiros. As aeronaves,que estão sendo adquiridas decompanhias do exterior, devemser entregues até o final de2014. A Embraer não fabricamais o modelo.

O presidente da Brava, JorgeBarouki, afirma que tripulantes epilotos já estão sendo treinadospara operar os turboélices. “Omercado vai apontar a necessi-dade de novas rotas, mas, tudoindica que a companhia vai aten-der outros destinos.”

Para a Azul/Trip, as perspectivasde crescimento do uso de turboéli-ces no Brasil são promissoras, umavez que novos aeroportos regionaisestão sendo cogitados.

Barouki, da Brava, diz que ape-sar de a aviação passar por ummomento difícil com a alta do dó-lar e do elevado preço do quero-sene, o modal tem uma agendapositiva. “As empresas desperta-ram para a aviação regional. Aquantidade de passageiros au-mentou e existe uma mobilizaçãodas autoridades para atender me-lhor os aeroportos menores.”

Dos 63 aeroportos administra-dos pela Infraero, 32 estão no inte-rior do país. Outros terminais queservem à aviação regional são geri-dos pelos municípios ou pelos Esta-dos. A Infraero não possui dados es-pecíficos da movimentação de pas-sageiros da aviação regional. l

COMPARAÇÃO Aviões consomem até 50% menos querosene do que jatos de porte semelhante

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201436

Apesar de serem vá-rias as vantagens,muitas delas visí-veis, a cabotagem

ainda tem um longo caminhopara avançar no Brasil. Trans-portadores do setor revelamcrescimento ano após ano,mas é preciso pensar a inte-gração dos modais existentese muito mais. Nesse sentido,eles ressaltam que não é pre-ciso disputar com o modal ro-doviário, principal meio detransporte brasileiro de car-

gas, mas incumbi-lo da movi-mentação em curtas distân-cias e deixar os longos percur-sos para as embarcações decabotagem. As discussõesocorreram no primeiro eventosul-americano sobre o assun-to, ”A Hora da Cabotagem”,realizado em São Paulo, nosdias 26 e 27 de novembro.

Segundo o diretor da revista“Guia Marítimo” e idealizador daconferência, Martin von Simson,o setor vem crescendo bastan-te, mas vários entraves, há dé-

cadas, permanecem, como in-fraestrutura, licenças ambien-tais, entre outros (exceto a pri-vatização dos portos). Para re-verter esse quadro, ele diz quenão são necessários investi-mentos vultosos, mas vontade.“Temos falado de tudo que esta-mos precisando, porém, seriapossível quadruplicar a atuaçãoda cabotagem sem necessaria-mente ter uma nova infraestru-tura, mas com inovação e efi-ciência”, explica. E acrescenta:“Está tudo aí. O que falta real-

mente é vontade, trabalho con-junto, discussão de como fazeresse setor fluir”.

Especialistas foram unânimesao enfatizar, por exemplo, a ne-cessidade de se integrar os mo-dais existentes de forma que ca-da um cumpra melhor o seu pa-pel. Dessa forma, os custos e otempo serão reduzidos, e a sus-tentabilidade será promovida.Uma questão que contribui paraessa intermodalidade, segundo odiretor comercial da Log-In Mer-cosul, Fábio Siccherino, é o con-

Longo caminhoa percorrer

POR ANA RITA GONDIM

AQUAVIÁRIO

Cabotagem cresce no país, mas ainda requer uma série de melhorias

têiner. É ele que facilita o trans-porte de carga por diversosmeios de transporte. “Hoje, ocontêiner está preparado parareceber quase todos os produtos.A restrição não existe mais”, afir-ma. Assim, muito do que atual-mente é transportado em rodo-vias por longas distâncias pode-ria ser feito por meio aquático.

Conforme Siccherino, em2011, dos R$ 15 bilhões investi-dos em transporte, R$ 11 bilhõesforam para o modal rodoviário,que hoje tem 60% das suas ro-

dovias inadequadas. Com rela-ção a acidentes ocorridos nasrodovias, são gastos mais R$ 22bilhões, 1,2% do PIB (Produto In-terno Brasileiro). “Se a gentepensa uma logística sustentá-vel, não dá para colocar todasas fichas no rodoviário. A genteprecisa mudar essa matriz detransporte no Brasil”, conclui.Além disso, ele afirma que a Leido Motorista, apesar de prote-ger os condutores, causa impac-tos e vai aumentar custos.

Outro fator que dificulta o

crescimento da cabotagem nopaís, segundo o diretor da Log-In, é o combustível. No caso domodal rodoviário, que é o die-sel, ele recebe diversos subsí-dios do governo, diferentemen-te do que ocorre com o bunker,combustível das embarcações.Além de não ter subsídios, obunker tem fornecedor único,não dá prazo para pagamento,entre outras dificuldades.

De acordo com o diretor daLog-In, a cabotagem cresce, des-de 2008, 9% ao ano e tem 18 por-

tos mapeados e preparados paraoperar com contêiner. Siccherinotambém ressalta a função socialda cabotagem: a construção deum único navio gera 3.000 em-pregos diretos. Soma-se a isso avantagem de o país ter 8.000 kmde costa marítima. A cabotagemé também o meio de carga commenos interferência no meioambiente e tem baixo consumode combustível. De todas asemissões de CO2 liberadas nopaís, 38% são atribuídos aotransporte. Dessa quantidade,

CNT/DIVULGAÇÃO

Porto de Santos (SP)Porto de Santos (SP)

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201438

boa parte é oriundo do modal ro-doviário. Já o navio emite 1/4 doque emite o caminhão, um con-sumo oito vezes menor.

Segundo a diretora de ven-das da Mercosul Line, Luiza Bu-blitz, 20% do custo de cada pro-duto é relacionado a transporte.Essa informação é confirmadapor Martin von Simson, queacrescenta ainda que, depen-dendo da mercadoria, essa per-centagem pode chegar a 80%.Além disso, a diretora da Merco-

Falta de investimento dificulta a multimodalidadeENTRAVES

A Confederação Nacional doTransporte apresentou, noevento, a Pesquisa CNT doTransporte Aquaviário – Cabota-gem. O estudo, lançado em maiode 2013, foi o foco da palestrarealizada pelo diretor-executivoda confederação, Bruno Batista,no primeiro evento sul-america-no sobre cabotagem.

Segundo Bruno Batista, otransporte oferece boas oportu-nidades para embarcadores etransportadores brasileiros, masalguns problemas acabam seconcentrando e prejudicam odesenvolvimento do setor. Paraele, há um ente que falta nessacadeia que poderia alavancar deforma geral o transporte. “O go-verno, que acaba não realizan-do suas ações específicas, équem poderia destravar todoesse processo”, afirma.

Um dos problemas que tra-vam o avanço da cabotagem e,consequentemente, da multi-modalidade é a burocracia. Deacordo com a pesquisa reali-zada com as empresas, o ex-cesso de burocracia foi relata-do como uma das causas queas levaram a deixar de usar es-se tipo de transporte. Porexemplo, são exigidos, no mí-nimo, 44 documentos paraoperação de cabotagem nopaís. Outros nove podem serdemandados de acordo com otipo da carga movimentada.“Uma vez destravado o pro-cesso e solucionada a buro-

cracia, há uma tendência deaumento do transporte de ca-botagem”, declara Batista.

Outra barreira são os cus-tos elevados com mão deobra, pois há baixa oferta detrabalhadores marítimos qua-lificados. Apenas duas escolasno país preparam esses pro-fissionais, e as atividades deexploração do pré-sal têmconcorrido na busca por es-ses trabalhadores capacita-dos. Além disso, faz-se ne-cessário um planejamento dainfraestrutura de transporte."Para haver multimodalida-de, é preciso planejamentointegrado, mas falta isso nogoverno”, diz o diretor daCNT. Segundo Bruno Batista,são dez grandes órgãos dogoverno que gerenciam otransporte. E essa quantida-de elevada acabou por nãopropiciar o diálogo, gerandofalha na evolução do sistemade transporte.

Os baixos investimentosno setor são também outroobstáculo que, segundo o di-retor, fazem parte do históricoda infraestrutura brasileira. Ogoverno federal investiu R$ 5,1bilhões em transporte maríti-mo, em 11 anos. “Isso é muitoaquém do necessário”, ressal-ta. Para 2013, foram reserva-dos R$ 2,6 bilhões, mas, até odia 2 de novembro, só foi pagoefetivamente R$ 314 milhões.“Como se incentiva uma mo-

dalidade investindo apenas is-so? É difícil”, afirma.

Para haver multimodalidade,é preciso planejamento integra-do. Há ainda outros problemaspara o não desenvolvimento dacabotagem no país: alta cargatributária que incide sobre oserviço, qualidade da infraes-trutura, demora no trânsito dascargas, política de combustí-veis, processo moroso para aobtenção de financiamentos pa-ra a compra de navios, por meiodo Fundo da Marinha Mercante(20 grandes e longas etapas quetraduzem a burocracia do Bra-sil), entre outros.

Para promover o avanço dacabotagem no país, Bruno Ba-tista sugere como soluções asimplificação dos processos ea redução do volume de docu-mentos exigidos, o aumento daoferta de infraestrutura por-tuária, a implantação de hubports (porto concentrador decargas e de linhas de navega-ção, com infraestrutura apro-priada e capacidade para aten-der navios de grande porte) efeeder ports (porto secundá-rio, que atende a pequenasembarcações, redistribuindoas cargas) e a criação de me-canismos econômicos para es-timular a construção naval.“Evidentemente que o proces-so precisa ser melhor equa-cionado e há oportunidadesmuito grandes de ampliar a ca-botagem no país”, enfatiza.

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 39

sul Line informa que as empre-sas brasileiras investem aproxi-madamente R$ 120 bilhões emexcesso de estoque para se pro-teger no caso de eventualidadena logística de transporte. Issotudo devido ao modal rodoviá-rio, que representa 58% da ma-triz de transporte brasileira.

O rodoviário teve um custologístico, em 2011, de US$ 17 bi-lhões para reconstrução demenos de 5% das estradas bra-sileiras (quase 60 mil km). Os

custos médicos com acidenteschegam a R$ 4 bilhões ao ano.O Brasil é um dos três países(com México e África do Sul)que tem maior probabilidadede roubo de carga. O custo lo-gístico do rodoviário represen-ta entre 15% e 18% do PIB,quando a média mundial nãopassa dos 11%. Com a Lei doMotorista, o condutor passou arodar 500 km por dia, contra amédia dos 750 km que ele atin-gia anteriormente.

Com a problemática e os al-tos custos do modal rodoviárioe o crescimento contínuo da ca-botagem, Luiza Bublitz vê comotimismo as mudanças no setor.Ela menciona novos terminaisconstruídos, antigos terminaissendo ampliados, dragagenssendo feitas, vias de acessosendo melhoradas, entre ou-tras. “Temos um longo caminhoainda a percorrer, mas é impor-tante reconhecer que avança-mos, que investimentos estão

acontecendo, tanto públicos co-mo privados”, revela.

Caso de sucessoUma das empresas que tem

mais se utilizado da cabotagempara a movimentação dos seusprodutos é a Bauducco. Segun-do o diretor de Logística e Dis-tribuição da Pandurata Alimen-tos (Bauducco), Homero Bastos,a empresa teve um crescimentode 305% em dez anos. “Paratermos alcançado isso, tivemosque buscar alternativas paragarantir uma logística eficiente,como a cabotagem”, revela.Bastos disse que o modal ser-viu, principalmente, para alcan-çar a região Nordeste e, hoje, acabotagem representa 6% detodo o transporte da empresa.“Ainda é muito pouco, temosque captar muito ainda”, conta.

No entanto, a empresa per-cebe gargalos na cabotagem,como condições do tráfego erestrições em grandes centros,falta de mão de obra especiali-zada, congestionamentos dosportos, concentração e picossazonais de alguns produtos (nocaso dos panetones), alto custocom improdutividades (entre-gas, avarias). Em contrapartida,Bastos ressalta que é preciso“pensar fora da caixa” paracrescer. Isso significa que é pre-ciso quebrar paradigmas e pen-sar de forma diferente. l

DEBATE Evento discutiu a cabotagem e o longo caminho que falta para o modal avançar no Brasil

ANDRESSA CASTRO/FOTO ANDRES/GUIA MARÍTIMO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201440

Alguns problemas dotransporte rodoviá-rio de cargas e pos-síveis soluções fo-

ram debatidos durante umareunião na sede da CNT, emBrasília, no final do ano pas-sado. O presidente da Confe-deração, senador Clésio An-drade, recebeu um grupo de20 empresários que atuamnessa área. A necessidade dese acabar com a burocracia

de alguns procedimentos foium dos temas importantesem debate. Na reunião, tam-bém foram discutidas ques-tões referentes a PIS e Co-fins, mão de obra na área detransporte, entre outros as-suntos.

Segundo o presidente daFetcesp (Federação das Em-presas de Transporte de Car-ga do Estado de São Paulo),Flávio Benatti, que também é

presidente da seção de Trans-porte de Cargas da CNT, o en-contro foi importante parapromover maior integraçãoentre os transportadores. E,além de discutir os problemasque precisam de soluções, Be-natti disse que a reunião emBrasília foi um momento parase comemorar vitórias do se-tor, como a desoneração dafolha de pagamento, que co-meça a valer em 2014.

Depois de uma forte mobi-lização de entidades do trans-porte, lideradas pela CNT, aatividade transportadora foiincluída em uma legislaçãofederal, o que deverá propor-cionar redução de custos aosetor. “A reunião foi tambémum momento para se agrade-cer ao presidente Clésio An-drade pelo trabalho desenvol-vido pela CNT, especialmenteem relação a essa desonera-

Reunião debateo transporterodoviário

POR CYNTHIA CASTRO

MOBILIZAÇÃO

Empresários se reúnem com o presidenteda CNT, Clésio Andrade, em Brasília, e

discutem problemas e soluções para o setor

ENCONTRO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 41

ção. Haverá um impacto posi-tivo muito grande, principal-mente para as empresas queempregam muitos funcioná-rios”, afirmou Benatti.

Segundo Benatti, em rela-ção às necessidades dotransporte rodoviário de car-gas, debatidas na reunião,deverão ser traçadas linhasde trabalho com os princi-pais temas que precisam demelhorias.

“A transportadora acabasendo o fiel depositário e so-mos obrigados a manter o ar-mazenamento, sem nenhumacontrapartida de remunera-ção. As secretarias de Fazen-da dos Estados deveriammanter sua infraestrutura efiscalizar o contribuinte, reti-rando o ônus das transporta-doras”, diz o diretor-presiden-te da Braspress.

Outro representante dosetor de transporte que tam-bém participou da reunião nasede da CNT foi o presidenteda Fetcemg (Federação dasEmpresas de Transportes deCarga do Estado de Minas Ge-rais), Vander Costa. Ele desta-cou que a reunião no final doano passado tratou de dife-rentes assuntos do setor detransporte, mas foi essencialpara dar início a importantesdiscussões que devem ocor-rer em 2014.

De acordo com o presi-dente da Fetcemg, será feitoum levantamento de dadospara que seja concluída umaproposta conjunta sobre oque precisa ser melhoradono transporte rodoviário decargas. “O transportador es-tá preocupado em se aproxi-mar das esferas do governoe também do Legislativo pa-ra que as reivindicaçõespossam ser encaminhadasda melhor forma”, disse Van-der Costa. l

O diretor-presidente da Bras-press Transportes Urgentes,Urubatan Helou, enfatizou que épreciso desburocratizar algunsprocedimentos para que a ativi-dade possa fluir da melhor for-ma possível. De acordo com Uru-batan Helou, uma das principaisdificuldades é a existência deuma verdadeira guerra fiscal en-tre os Estados, que prejudicamuito o trabalho do transporterodoviário de cargas.

“Quando passamos de umEstado para o outro, na reali-dade, passamos por verdadei-ras aduanas. Se o contribuin-te estiver com algum débito,isso gera um processo buro-crático absurdo para as em-presas de transporte”, consi-dera Helou. Ele afirma tam-bém que são as transportado-ras que arcam com o armaze-namento de mercadorias quesão apreendidas.

Transportadores e o presidente da CNT, Clésio Andrade, em reunião na sede da confederação, em Brasília

PATRICK SANTOS

POR LIVIA CEREZOLI

Duas décadas

Denúncias de corrupção,de falta de infraestrutu-ra, de crimes contra em-presas de transporte, de

violência gratuita no trânsito euma das alternativas que pode au-xiliar na solução dos problemas damobilidade urbana compõem oseleto grupo de temas que vence-ram a 20ª edição do Prêmio CNTde Jornalismo em 2013.

Ao todo foram distribuídos R$90 mil. A série de reportagens “Fo-ra dos Trilhos: As Revelações doCartel Ferroviário no Brasil”, dojornal “Folha de S.Paulo”, foi a ven-cedora do Grande Prêmio e rece-beu R$ 30 mil. O trabalho dos jor-nalistas Catia Seabra, Dimmi Amo-ra, Julianna Sofia e Flávio Machadoapresentou documentos, segundoos quais representantes do gover-no e autoridades de São Paulo e doDistrito Federal interferiram emconcorrências para beneficiar de-terminadas empresas do setor fer-roviário de passageiros.

A cerimônia de entrega doprêmio foi realizada no dia 4 dedezembro, em Brasília (DF). A fes-ta foi embalada pelo som da can-tora Paula Fernandes. Outros seistrabalhos também foram premia-dos e receberam R$ 10 mil cadaum. Nesses 20 anos, mais de R$ 1

milhão foi entregue aos 114 tra-balhos vencedores.

As reportagens são avaliadasde acordo com critérios que valo-rizam a atividade jornalística, co-mo esforço incomum, coragem,determinação, isenção, senso deoportunidade e estética na apre-sentação. Entre os premiados decada categoria, o melhor colocadoé o ganhador do Grande Prêmio.

Na categoria Impresso, o ven-cedor foi o jornal “O Globo” com asérie de reportagens “Celeiro em

Xeque”, dos jornalistas HenriqueGomes Batista e Daniele Nogueira.O trabalho mostra um retrato docaos logístico que o Brasil enfren-ta para escoar sua safra agrícola.

O fotógrafo JB, do jornal “OTempo”, venceu a categoria Fo-tografia com a imagem “Violên-cia no Trânsito”. JB flagrou ummotorista cometendo irregulari-dades no trânsito e registrou omomento em que ele atirou con-tra o carro do jornal.

A vencedora da categoria tele-

visão foi a série exibida no “Fan-tástico”, da Rede Globo, “Brasil:Quem Paga é Você”, dos jornalistasAndré Modenesi, Sônia Bridi, PauloZero, Ana Pessoa, Tiago Ornaghi,André Alaniz, Bernardo Medeiros eGustavo Visconti. As reportagensmostram a falta de projetos para aexecução de obras de infraestrutu-ra e como os gargalos travam o de-senvolvimento do país.

A rádio Gaúcha venceu nova-mente a categoria R ádio com areportagem “Roubo de Cargas:

PREMIAÇÃOFO

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ÕES

A 20ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo home

de reconhecimentoMais um Custo Brasil”, realizadapelos jornalistas Cid Martins eGiane Heidrich Guerra. Na cate-goria Internet, quem levou o prê-mio foi o trabalho “Cidades Pos-síveis”, da jornalista Ana CláudiaDolores, do “Diário de Pernambu-co”. O trabalho mostra como ascidades colombianas de Bogotáe Medellín conseguiram superaros desafios urbanos, como o damobilidade. E o Prêmio Especialde Meio Ambiente e Transportefoi para o programa “Cidades e

Soluções”, da Globo News, queapresentou reportagem sobre oaeromóvel, um tipo de transpor-te coletivo movido a ar.

O Prêmio CNT de Jornalismotem por objetivo estimular as re-dações dos veículos de imprensabrasileiros a produzirem trabalhosa respeito da atividade transpor-tadora para que a sociedade refli-ta sobre a importância do setor noprocesso de desenvolvimento so-cial e econômico do Brasil.

“Nesses 20 anos, reconhece-

mos o esforço da imprensa brasi-leira em discutir a atividadetransportadora. As reportagensproduzidas contribuem para aconfirmação da importância dosetor em todos os seus aspectos,sejam eles econômicos ou so-ciais”, afirma o presidente da CNT,senador Clésio Andrade.

De acordo com ele, é impor-tante perceber que a qualidadedas reportagens vem crescendoa cada ano. “Além de reconhecero trabalho dos jornalistas, a pre-

miação estimula esses profissio-nais a continuarem denunciandoproblemas, apontando soluções evalorizando as questões dotransporte no nosso país”, desta-ca o senador Clésio Andrade.

Anualmente, a comissão jul-gadora do prêmio é formada portrês jornalistas que atuam em di-ferentes veículos de comunica-ção do país, um professor daárea de comunicação e um espe-cialista em transporte.

Em 2013, integraram a comis-

nageia trabalhos que discutiram o transporte brasileiro em 2013

são julgadora os jornalistas Maria-na Godoy, apresentadora do “Jor-nal das Dez”, da Globo News, JucaVarella, repórter-fotográfico inde-pendente e sócio do site Fotos Pú-blicas, Cyro Martins, gerente dejornalismo da rádio Gaúcha, a pós-doutora em comunicação e profes-sora adjunta da Faculdade de Co-municação da UnB (Universidadede Brasília), Nélia Rodrigues DelBianco, e o doutor em transportese professor titular da Esalq (EscolaSuperior de Agricultura Luiz deQueiroz) da Universidade de SãoPaulo, José Vicente Caixeta Filho.

Para a professora Nélia, premia-ções como a da CNT reforçam osvalores da profissão jornalística,como a boa apuração, o bom texto,a qualidade técnica do material e,principalmente, o compromissocom a verdade. “A seleção dos tra-balhos foi bastante difícil. Todoseles tinham uma qualidade excep-cional, com textos muito bem ela-borados. A minha decisão de esco-lha foi mesmo pelo impacto que asreportagens causaram e ainda es-tão causando na sociedade.”

De acordo com a apresentadora

Mariana Godoy, o trabalho dos jor-nalistas não está focado nas pre-miações, mas quando elas aconte-cem são gratificantes. “No dia a diada profissão, a produção das repor-tagens não está voltada para aconquista de prêmios, mas sim pa-ra a prestação de um serviço à po-pulação. Quando o reconhecimentoacontece, é muito legal.”

Na visão de Mariana, discutir otransporte é fundamental para odesenvolvimento de um país. “Otransporte é necessidade básica,assim como a saúde e a educa-ção. Infelizmente, a situação dotransporte brasileiro é o retratodo país que temos hoje. A quali-dade das nossas rodovias, ferro-vias, portos e aeroportos mostraexatamente como somos poucoexigentes com o país.”

O fotógrafo Juca Varella ga-rante que a experiência de ava-liar os trabalhos também é bas-tante gratificante. Segundo ele, oque mais chamou a sua atençãofoi a qualidade das reportagensapresentadas. “Tem matéria queé mais do que uma simples repor-tagem. Elas são verdadeiros do- APRESENTAÇÃO A cantora Paula

GRANDE PRÊMIOConfira os trabalhos que ganharam a premiação máxima desde a primeira edição

1994 – Jornal “O Globo”“Denúncia de irregularidades noMinistério dos Transportes”Vencedor: Ascânio SelemeResumo: Denúncia de tentativasdo marido da ministra dosTransportes em favorecer empresas e pessoas. Depois da reportagem, a ministra deixou o cargo

2006 – Jornal “Folha de S.Paulo”“Vícios de gestão afundaram Varig”Vencedoras: Elvira Lobato, JanainaLage e Maeli PradoResumo: Matéria retratou como a maior companhia da história da aviação brasileira ficou em ruínas por ter reproduzido vícios de má administração estatal

1995 – Jornal “O Estado de S. Paulo”“Corrupção domina aeroportos e portos do país”Vencedores: Luiz Augusto Falcão e Hélio Gama NetoResumo: Série de reportagens denuncia corrupção nas alfândegas e aeroportos de São Paulo (SP) e Manaus (AM) e também no Porto de Santos

2007 – Jornal “Zero Hora”“Propina na ruta 14”Vencedor: Rodrigo CavalheiroResumo: Ao percorrer 732 km de Uruguaiana (RS) a Buenos Aires, o repórter mostrou uma rede de extorsão envolvendo a Polícia Rodoviária da Argentina

1996 - SBT“Automóveis e caminhões roubados no Brasil”Vencedor: Domingos MeirellesResumo: O jornalista viajou até a Bolívia e localizou, em grandes feiras, automóveis e caminhões roubados no Brasil, legalizados e vendidos naquele país

2008 – Jornal “O Globo”“A impunidade é verde: atrás dasgrades só os animais”Vencedores: Daniel Engelbrecht,Elenilce Bottari, Paulo Marqueiro e Tulio BrandãoResumo: A reportagem mostrou que, de 1998 a 2008, 99% das ações de crimes ambientais no Estado do Rio foram extintas sem condenação

1997 - “Jornal do Brasil”“Metrô mais caro do mundo”Vencedor: Marcelo MoreiraResumo: Um levantamento dos gastos com o metrô do Rio de Janeiro concluiu que cada km custou R$ 204,87 milhões, sendo a obra de metrô mais cara do planeta

1998 - TV Globo“Morte nos trilhos”Vencedor: Carlos Eduardo SalgueiroResumo: A reportagem mostrou a violênciaque acontece nos trens suburbanos do Rio de Janeiro

2004 – Jornal “O Dia”“Transporte preferido: os pés”Vencedora: Viviane BarretoResumo: Matéria sobre o sistema de transporte do Rio mostrou que, de 19,7 milhões de viagens diárias na região metropolitana, 6,7 milhões eram feitas a pé

2005 – Jornal “O Estado de S. Paulo”“Na Lama da Cuiabá-Santarém”Vencedor: José Luis da ConceiçãoResumo: A reportagem mostrou a BR-163 abandonada, no meio da floresta Amazônica, numa terra povoada por migrantes de diversas partes do país

cumentos sobre os sistemas detransporte no nosso país.”

Com 28 anos de carreira, Varel-la acredita na importância de pre-miações como a da CNT para man-ter a paixão pela profissão. “Quan-do se faz uma boa reportagem,você tem o reconhecimento já napublicação, seja com a primeirapágina do jornal, seja com a aber-tura do noticiário na televisão. Ga-nhar um prêmio com esse mesmotrabalho completa ainda mais es-se reconhecimento”, diz ele.

Entre os premiados em anos an-teriores, a satisfação em participartambém ganha destaque. Vencedorpor dois anos consecutivos, em2008 e 2009, o repórter da TV GloboMarcelo Canellas diz que fazer partedo grupo de premiados tem um va-lor especial pela consolidação doprêmio no país. “A premiação ofere-cida pela CNT já está consolidadacomo uma das mais importantes doBrasil. Vencer é a coroação do esfor-ço de toda uma equipe.”

Para Canellas, a importância doprêmio não termina no reconheci-mento do trabalho, mas na certezaque a reportagem não acaba na

sua exibição. “Quando se ganha umprêmio desses, você tem a certezade que a discussão daquele temacontinuará. Essa é a importância ea grande função da nossa profis-são.” Em 2008, o repórter venceu acategoria Meio Ambiente, com asérie “Terra do Meio: O Brasil Invisí-vel”, que retratava os conflitos fun-diários no país. Em 2009, Canellaslevou o Grande Prêmio, com a re-portagem “Tropa do Zé Merenda”,a história de um tropeiro que leva-va merenda no lombo de um burropara escolas no interior de Goiás.

De acordo com Lilian Tahan,vencedora na categoria Impressoem 2012, com a série de reporta-gens “Órfãos do Asfalto”, publicadano Correio Braziliense, ter no currí-culo uma premiação como a daCNT acrescenta muito ao jornalista.“Foi uma honra enorme vencer. Es-se é um estímulo para a gente con-tinuar a se debruçar em grandestemas, como o transporte.”

Conheça, a seguir, mais de-talhes dos trabalhos vencedo-res da 20ª edição do PrêmioCNT de Jornalismo.Fernandes em show durante a festa de entrega do Prêmio CNT de Jornalismo

2000 - TV Globo“Lotação Brasil”Vencedor: Carlos DornellesResumo: O jornalista mostrou na série de reportagens os problemas enfrentados pelos passageiros do transporte urbano tendo como foco as pessoas

2001 – Jornal “Correio Braziliense”“Série DNER”Vencedores: Rudolfo Lago e Olímpio Cruz NetoResumo: A série de reportagens fez um panorama sobre a máfia dos precatórios do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem)

2002 - TV Globo“Série estradas”Vencedores: Edimilson Ávila e Ricardo AzeredoResumo: Jornalistas viajaram mais de 4.200 km, de Porto Alegre a Fortaleza (BR-101) e de Fortaleza a Porto Alegre (BR-416),mostrando as condições das rodovias

2003 – Jornal “Zero Hora”“Viagem aos Confins do Brasil”Vencedor: Carlos EtchichuryResumo: Série narra as aventuras e os dramas de uma viagem de 32 dias e 12.656 km na boleia de dois caminhões do Rio Grande do Sul a Roraima

2009 - TV Globo“A tropa do Zé Merenda”Vencedores: André Fellipe Gatto,Eloides Paulo, Fábio Ibiapina, Lúcio Alves e Marcelo CanellasResumo: Matéria sobreum tropeiro analfabeto que garante o sustentodas crianças de uma escola na zona rural de Cavalcante (GO)

2010 – Jornal“Diário de Pernambuco”“O caminho sem volta”Vencedores: Juliana Colares e Fred FigueiroaResumo: Raio x da situação dos motociclistas no Nordeste. Histórias, tragédias e mudanças vividas nos centros urbanos e nas áreas rurais da região

1999 – Jornal “O Globo”“Fabricação e uso de peças falsas de veículos”Vencedor: Rolland Gianotti e equipeResumo: Por mais de um mês, os jornalistas investigaram a atuação de falsários de peças de veículos no Rio de Janeiro e em outros pontos do país e no exterior

2011 - TV Globo“Aeroportos: última chamada”Vencedores: Patrícia Casanova, Paulo Renato Soares, Rosângela Del Gesse, Luiz Barroso,Júlio Aguiar e Lucas LouisResumo: Os jornalistas viajaram para viver a rotina dos passageiros e fazer um panorama dos terminais das cidades-sede da Copa de 2014

2012 – Jornal “O Globo”“O Brasil que não viaja de avião”Vencedores: Liane Thedim e Henrique Gomes BatistaResumo: A série mostrou o perfil dos passageiros e suas motivações para optar por meios mais lentos e antiquados que os aviões

2013 – Jornal “Folha de S. Paulo”“Fora dos trilhos: as revelações docartel ferroviário no Brasil”Vencedores: Catia Seabra, DimmiAmora, Julianna Sofia e Flávio MachadoResumo: A série de reportagens revelou a existência de um cartel em licitações para a compra de equipamentos e manutenção de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal

Arevelação de um esquema de corrup-ção na contratação de empresas queatuam no transporte ferroviário em

São Paulo e no Distrito Federal foi a grandevencedora da 20ª edição do Prêmio CNT deJornalismo. A série de reportagens “Fora dosTrilhos: As Revelações do Cartel Ferroviário noBrasil”, do jornal “Folha de S.Paulo”, trouxe apúblico a lista, até então inédita, das cincoempresas – Siemens, Alston, CAF, Mitsui eBombardier - envolvidas no cartel e detalhoucomo funcionava o esquema.

De acordo com Julianna Sofia, repórter daequipe vencedora, o trabalho foi o casamentoperfeito do jornalismo investigativo e da apura-ção mais técnica, mais detalhada, sobre o que ée como acontece um cartel. “Trabalhamos mui-to na apuração dos fatos e na lapidação dos do-cumentos que recebemos. O jornal também sou-be reconhecer a importância dessas reporta-gens e acreditou no nosso trabalho.”

GRANDE PRÊMIO – “Folha de S.Paulo”

Corrupção nos trilhos

Jornalistas Julianna Sofia, Dimmi Amora e Flávio Ferreiracom o senador Clésio Andrade, presidente da CNT

Na série produzida pelos jorna-listas, foram apresentados, comexclusividade, diversos documen-tos que apontavam o envolvimentode representantes do governo e deautoridades de São Paulo em con-corrências fraudulentas.

A investigação também exigiu umtrabalho de pesquisa de reportagens

antigas da própria “Folha de S.Paulo”que já denunciavam, há alguns anos,um suposto esquema de corrupção nosetor. “E essa ainda é uma obra em an-damento. Muitos fatos estão sendoapurados, as reportagens estão sendopublicadas, e só teremos a conclusãodo caso com o fim das investigações ea punição dos culpados.”

Trabalhamosmuito naapuração

dos fatos ena lapidação

dosdocumentos

querecebemos

Julianna Sofia

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201448

Oque era apenas para ser avolta para a redação do jor-nal depois de uma reporta-

gem acabou se transformando emmatéria de destaque no jornal “OTempo”, de Belo Horizonte (MG), efoi a grande vencedora da catego-ria Fotografia, no Prêmio CNT deJornalismo 2013.

O fotógrafo JB, uma repórtere o motorista do veículo seguiampela avenida Cristiano Machado,uma das principais ligações en-tre o centro e a região norte dacapital mineira, quando foramsurpreendidos pela imprudênciade um motorista que seguia emum carro atrás.

“Ele deu sinal de luz pedindopassagem e quando já estava nanossa frente começou a frear e ace-lerar. Decidi fotografar o veículo,pensando em aproveitar a imagem

para uma pauta sobre trânsito. Nes-se momento, ele apontou uma armapara a nossa equipe”, lembra o fotó-grafo, que, na reportagem, não teveo nome completo divulgado porquestão de segurança e recomen-dação policial.

JB revela que, diante da situa-ção, acreditou que a câmera fo-tográfica intimidaria o motorista,mas ele acabou atirando contrao carro da reportagem e fugiuem seguida. “Naquele momento,confesso que fui muito frio, massei que corri risco. Percebi oquanto somos vulneráveis diantede situações como essa. De qual-quer maneira, acredito que essafotografia faz um alerta para asociedade. Não vale a pena seenvolver em conflitos banais notrânsito. A gente pode perder avida por muito pouco.”

FOTOGRAFIA – “O TEMPO”

Violência no trânsito

José da Fonseca Lopes, presidente da Conftac e o fotógrafo JB

Acreditoque essafotografia

faz umalertapara a

sociedade

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 49

❛JB, fotógrafo

Uma viagem de três diasna boleia de um cami-nhão entre Sinop, no Ma-

to Grosso (principal Estado pro-dutor de soja no Brasil), e o por-to de Paranaguá, no Paraná, re-velou os principais problemas lo-gísticos enfrentados para escoara produção agrícola nacional.

O resultado dessa aventurade 2.450 km é a série de repor-tagens “Celeiro em Xeque”, dojornalista Henrique Gomes Ba-tista, do jornal “O Globo”, vence-dora da categoria Impresso.“Acompanhamos o transportede um carregamento de soja dafazenda até o porto dentro docaminhão. Vivenciamos os prin-cipais problemas enfrentadospelos motoristas que vão muitoalém da qualidade da infraestru-tura”, conta Batista.

De acordo com ele, a ideia dareportagem surgiu depois deobservar as enormes filas quese formaram no início do anonos portos da região Sudeste dopaís. “Falou-se muito dessas fi-las, mas a nossa proposta era irmais a fundo, investigar o querealmente atrapalha o escoa-mento da produção. Não imagi-návamos que os problemas se-riam tantos”, revela o jornalista.

Uma das descobertas maismarcantes na visão de Batistafoi o perigo do roubo de car-gas que persegue os caminho-neiros. A reportagem conta co-mo os viciados em crack agempara roubar a soja dos cami-nhões e trocar pela droga nasimediações do porto.

Em 2012, o jornalista venceuo Grande Prêmio com a série de

reportagens “O Brasil que nãoViaja de Avião”. “Fico muito felizpor essa conquista. Vencer o

Prêmio da CNT sempre foi umsonho. E por dois anos, então, émuito bom”, afirma Batista.

IMPRESSO – “O Globo”

Jornalista Henrique Gomes Batista e Meton Soares, vice-presidente da CNT

Vencer oprêmio da

CNT semprefoi umsonho

Deficiências no transporte da fazenda ao porto

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201450

Henrique Batista

Otrabalho vencedor na categoria In-ternet apresenta as soluções im-plantadas por duas das maiores ci-

dades colombianas – Bogotá e Medellín –para um dos principais problemas urba-nos: a mobilidade nos grandes centros po-pulacionais.

Por meio de um hotsite, o Diário dePernambuco apresentou como essas cida-des se tornaram referências para a Améri-ca Latina. O trabalho “Cidades Possíveis”tem reportagem e produção de Ana Cláu-dia Dolores. “Conheci a realidade das cida-des colombianas quando participei de umcongresso em Bogotá. Fui tentando enxer-gar o Recife nessas localidades e percebique os problemas enfrentados por elas nopassado, como desordem, falta de plane-jamento urbano e altos índices de violên-cia, eram muito semelhantes com nossaatual realidade”, conta a jornalista.

O trabalho multimídia traz vídeos, fotos,textos, depoimentos e impressões de quem

vive em cada uma das cidades retratadas emostra que é preciso tratar dos problemasurbanos de maneira conjunta. “Essa é a ideiadefendida por vários urbanistas que já entre-vistei. É preciso olhar para esses problemascomo algo único. Foi isso que aconteceu naColômbia. Não adianta querer encontrar so-luções separadas”, alerta Ana Cláudia.

De acordo com a jornalista, a reper-cussão do trabalho na capital pernam-bucana foi bastante satisfatória, e ga-nhar o prêmio com esse trabalho é maisdo que uma realização profissional.“Para mim, é uma realização pessoal.Nasci no Recife e quero que essa cidadeseja cada dia melhor.”

INTERNET – “Diário de Pernambuco”

A jornalista Ana Cláudia Dolores e José Hélio Fernandes, presidente da Fenatac

Percebique os

problemaseram muitosemelhantescom nossa

atualrealidade

Exemplos para o Recife e para o Brasil

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 51

Ana Cláudia Dolores

Quanto custa as obras malfeitas nosaeroportos, nos portos, nas ferro-vias e nas rodovias? Quais os pro-

blemas que a má execução dessas obrascausa ao país? O “Fantástico”, da Rede Glo-bo, respondeu a esses questionamentoscom a série de reportagens “Brasil: QuemPaga é Você”, vencedora na categoria Tele-visão do Prêmio CNT de Jornalismo 2013.

As reportagens revelaram o absurdoda falta de projetos para a execução deobras de infraestrutura no Brasil, os gar-galos que ainda travam o desenvolvi-mento do país e como o dinheiro públicoé desperdiçado. “Esse não é um temanovo. Os problemas de infraestruturasão bastante conhecidos no nosso país.O que fizemos foi reunir todos eles emuma série e apresentá-los com uma lin-guagem mais acessível”, conta Tiago Or-naghi, editor do material.

Para a produção da série, a equipe do“Fantástico” percorreu vários corredoreslogísticos do Brasil utilizados para otransporte de cargas e de pessoas, comoa BR-163, a Ferrovia Norte-Sul e os princi-

pais terminais aeroportuários. O trabalhoreuniu imagens das obras mal executa-das e números sobre os valores gastospara a realização das mesmas.

Uma das grandes preocupações da equi-pe, segundo Ornaghi, foi humanizar os proble-mas e, para isso, os jornalistas entrevistaram

pessoas que foram impactadas pelas obrasnão acabadas ou mal realizadas. “Procura-mos por personagens que pudessem traduziros problemas que estavam sendo apresenta-dos. Um desses personagens é um senhor queperdeu as filhas em um acidente na BR-163 de-vido às condições precárias da rodovia.”

TELEVISÃO – TV Globo

Jornalistas Ana Pessoa e Tiago Ornaghi e Otávio Cunha, presidente-executivo da NTU

Desperdício de dinheiro público

Entrevistamospessoas quepudessemtraduzir osproblemas

apresentados

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201452

Tiago Ornaghi

Os prejuízos causados pelo rou-bo de cargas é o tema centralda série de reportagens da Rá-

dio Gaúcha, vencedora pelo nono anodo Prêmio CNT de Jornalismo na cate-goria Rádio.

O trabalho “Roubo de Cargas: Maisum Custo Brasil”, dos jornalistas CidMartins e Giane Heidrich Guerra, revelalevantamento exclusivo da polícia so-bre roubo de cargas nos últimos trêsanos no Rio Grande do Sul, mostrandoo prejuízo desse tipo de crime no Esta-do, inclusive o aumento do preço dosprodutos que chegam ao consumidor.

“Já fizemos muitas reportagens so-bre o roubo de cargas, mas, desta vez,nossa ideia era aprofundar no tema.Queríamos ir além do crime. Unimos aseditorias de Polícia e de Economia darádio e investigamos o impacto causa-do não só ao Rio Grande do Sul, mas aoBrasil, já que o crime acontece em vá-rias rodovias do país”, explica Martins.

De acordo com o jornalista, uma

das descobertas da reportagem quemais chama a atenção é o quanto osprodutos brasileiros custam mais carodevido ao roubo de cargas. As trans-portadoras investem muito em siste-mas de segurança e esse custo é re-passado ao consumidor. “É impressio-nante perceber como poderíamos pa-gar mais barato em vários produtos

se não existisse esse tipo de crime”,comenta Martins.

Essa foi a quinta vitória do jornalistana categoria Rádio. Segundo ele, a visibi-lidade que o prêmio proporciona refleteno reconhecimento profissional enquan-to jornalista. “As rádios são muito regio-nais e ganhar um prêmio nacional é mui-to importante para o meu trabalho.”

RÁDIO – Rádio Gaúcha

Rodrigo Vilaça, presidente-executivo da ANTF, e o jornalista Cid Martins

Nossaideia era

aprofundarno tema.

Queríamosir além

do crime

Crime nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 53

Cid Martins

Apresentar ideias criativas paramelhorar a vida das pessoas noscentros urbanos é a proposta do

programa “Cidades e Soluções”, da GloboNews, canal de televisão fechado da Re-de Globo. Ao apresentar reportagem so-bre o aeromóvel, uma espécie de tremmovido a ar e utilizado para o transportecoletivo de passageiros, o programa con-quistou o Prêmio Especial de Meio Am-biente e Transporte da 20ª edição doPrêmio CNT de Jornalismo.

Em 2012, a equipe do programa acom-panhou a linha de montagem do aeromó-vel, que tem tecnologia 100% nacional e ti-nha previsão de entrar em funcionamentono primeiro semestre de 2013, em PortoAlegre (RS). Esse é o primeiro projeto do ti-po que está sendo implantado no Brasil.

“O foco do nosso trabalho é mostrarsoluções para as cidades. Nossa opçãopor apresentar esse sistema de transpor-te movido a ar tem muito a ver com essemomento de discussão sobre mobilidadeurbana”, conta Aline Peres, produtora eeditora do programa. Também integram a

equipe vencedora os jornalistas André Tri-gueiro (apresentador, repórter e editor-chefe do programa) e Klara Duccini (pro-dutora e editora).

De acordo com Aline, receber o prê-mio por esse trabalho é emocionante

porque reforça a necessidade da discus-são de soluções para as cidades quepriorizam as pessoas e o meio ambiente.“Essa é a preocupação que sempre tive-mos. Mostrar o que pode trazer maisbem-estar às pessoas.” l

Flávio Benatti, presidente da seção de cargas da CNT, e a jornalista Aline Peres

O ar como fonte de energia

PRÊMIO ESPECIAL DE MEIO AMBIENTE E TRANSPORTE – Globo News

O foco donosso

trabalhoé mostrarsoluçõespara ascidades

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201454

Aline Peres

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 55

Transporte e Logística), ligadoà confederação.

Os critérios de seleção dostrabalhos levam em conta aoriginalidade, a atualidade, arelevância para o setor de

Dez trabalhos cientí-ficos receberam oPrêmio CNT/ITL deProdução Acadêmi-

ca durante o 27º CongressoNacional de Pesquisa e Ensi-no em Transporte, realizadoem novembro de 2013, em Be-lém (PA). Ao todo, foram ins-critos 465 trabalhos.

Criado em 1996, o prêmio éuma parceria entre a CNT e aAnpet (Associação Nacionalde Pesquisa e Ensino emTransporte) e tem como obje-tivo incentivar a pesquisa eestimular a descoberta deinovações que contribuam pa-ra a melhoria da produtivida-de e da competitividade dosetor de transporte no país.Em 2013, o prêmio foi organi-zado pelo ITL (Instituto de

transportes, o rigor científicoe a clareza nas exposições doconteúdo e da conclusão. Aentrega das premiações foifeita pelo presidente da Fetra-norte (Federação das Empre-

sas de Transportes Rodoviá-rios da Região Norte) e presi-dente do Conselho RegionalNorte do Sest Senat, Francis-co Saldanha Bezerra.

Com esse evento, a CNT rei-

Trabalhos universitários sobre transporte foram premiados pela CNT/ITL e pela Anpet durante congresso em Belém

POR LIVIA CEREZOLI

Incentivo à pesquisa

RECONHECIMENTO

FOTOS ANPET/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201456

tera seus esforços para apro-ximar o meio acadêmico aosempresários do setor, promo-vendo, ao mesmo tempo, o in-centivo à produção acadêmicae oferecendo possibilidadesde aplicações práticas para osprojetos premiados. Além dis-so, apresenta aos transporta-dores soluções, reflexões eoportunidades de aperfeiçoa-mento da atividade, oferecen-do um transporte de maisqualidade à sociedade.

Os trabalhos inscritos de-vem ser de fácil implementa-ção e abordar questões, co-mo soluções para os proble-mas reais enfrentados pelotransportador; desenvolvi-mento de ferramentas degestão empresarial ou estra-tégicas; soluções para a re-dução de custos operacio-nais, para o aumento de qua-lidade e para o desempenhodos serviços; soluções tecno-lógicas e logísticas; gestãode recursos; propostas ou es-tudos de regulamentação pa-ra o setor e responsabilidadesocial e ambiental. Os traba-lhos são avaliados pelo Comi-

PRÊMIO CNT/ITL DE PRODUÇÃO ACADÊMICAVeja os trabalhos vencedores de 2013

Trabalho: Análise da evolução da eficiência energética no setor detransporte brasileiro

Autores: Vanessa de Almeida Guimarães, Márcio de Almeida D’Agosto, Ilton Curty Leal Júnior, Marcelino Aurélio Vieirada Silva, Juliana de Castro e Luíza Santana Franca

Trabalho: Caracterização da utilização de painel de mensagem variável nos pontos de parada de ônibus em São Paulo

Autores: Patrícia Sauri Lavieri, Orlando Strambi, Renato Arbex eElaine Cristina Schneider de Carvalho

Trabalho: Transferência de modelos de previsão de acidentes entrecidades brasileiras

Autores: Flávio José Craveiro Cunto, Christine Tessele Nodari e Heloisa Maria Barbosa

Trabalho: Aplicação de CDM com utilização de teoria dos jogos parao sequenciamento de decolagens em aeroportos

Autores: Vitor Filincowsky Ribeiro e Li Weigang

Trabalho: Uma análise dos efeitos da fusão All-Brasil Ferrovias nopreço do frete ferroviário de soja no Brasil

Autores: Paulo Augusto P. de Britto e Bruno Ribeiro Alvarenga

Trabalho: Análise de variações temporais na estimação de acidentes em segmentos artesanais urbanos

Autores: Lucas Tito Pereira Sobreira e Flávio José Craveiro Cunto

Trabalho: Equipamento triaxial cíclico de grande escala para análisemecânica de lastro ferroviário

Autores: Antonio Merheb, Rosângela Motta, Liedi Bernucci, EdsonMoura, Robson Costa, Tiago Vieira e Fernando Sgavioli

Trabalho: Estimativas da porcentagem de tempo viajando em pelotões baseados em dados coletados em campo

Autores: José Elievam Bessa Júnior, Mariana Corrêa Posterlli e José Reinaldo Setti

Trabalho: Avaliação de desempenho de terminais de contêiner sobo enfoque econômico-financeiro e ambiental

Autores: Ilton Curty Leal Júnior, Vanessa de Almeida Guimarães eRenata Ribeiro Fonseca

Trabalho: Avaliação de diferentes metodologias para obtenção domódulo de resiliência de misturas asfálticas

Autores: Raul Serafim Ponte, Verônica Teixeira Franco Castelo Branco, Aurea Silva de Holanda e Jorge Barbosa Soares

Fonte: Anpet

Premiaçãocompletou

17anos

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 57

a caracterização da utilizaçãode painel de mensagem variá-vel nos pontos de parada deônibus em São Paulo, a avalia-ção de desempenho de termi-nais de contêiner sob o enfo-que econômico-financeiro eambiental e a avaliação de di-ferentes metodologias paraobtenção do módulo de resi-liência de misturas asfálticas.

tê Científico da Anpet e poruma comissão julgadora espe-cialmente constituída por espe-cialistas em transportes do ITL.

Entre os principais temaspresentes nos trabalhos vence-dores da edição 2013 estão aeficiência energética no setorde transporte, a transferênciade modelos de previsão de aci-dentes nas cidades brasileiras,

Todos os dez artigos serãopublicados no livro “Transpor-te em Transformação XVIII”,que será lançado no fim de2014. Durante o congresso, foilançado o livro com os pre-miados em 2012. A publicaçãoserve como ferramenta depesquisa no meio empresa-rial, entre os órgãos do poderpúblico das diversas esferas e

também como referência bi-bliográfica para novas pesqui-sas dentro da academia.

Os exemplares são distribuí-dos para as entidades represen-tativas do setor de transporte epara as universidades que ofe-reçam cursos voltados para aárea. O download do livro tam-bém pode ser realizado no siteda CNT (www.cnt.org.br). l

Últimaedição teve

465trabalhosinscritos

HOMENAGEM O presidente da Fetranorte, Francisco Saldanha Bezerra, entrega prêmio aos vencedores

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201458

do combustível seja feita em tem-po real, proporcionando reduçãono consumo de combustível.

A Vale, por meio de seu Depar-tamento de Comunicação, afirmaque, para se chegar a uma manu-tenção focada em eficiênciaenergética, era imprescindívelque a companhia tivesse o con-trole preciso do consumo decombustível das locomotivas.

Foi então que a concessio-nária iniciou o projeto do siste-

As ações com foco nasustentabilidade e naeficiêcia energética dasoperações têm motiva-

do as concessionárias que atuamno modal ferroviário a investiremem novas tecnologias e métodos.A Vale, por exemplo, desenvolveuum sistema que checa o desem-penho do motor a diesel das má-quinas que operam na EFVM (Es-trada de Ferro Vitória a Minas).Ele permite que a leitura do gasto

ma de leitura, chamado Medi-dor de Consumo, acionado porinjeção eletrônica e que ficaconectado ao computador debordo das locomotivas.

A iniciativa foi da própria Vale pormeio da equipe de Confiabilidade daGerência de Manutenção de Locomo-tivas e Combustíveis da EFVM. Aspesquisas e o desenvolvimento dosistema foram realizados na sede dacompanhia, em um dos laboratóriosda área de manutenção.

Concessionárias investem em novas tecnologias comfoco na sustentabilidade e na eficiência energética

POR LETICIA SIMÕES

Operaçãosustentável

FERROVIAS

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 59

MRS/DIVULGAÇÃO

SUSTENTABILIDADE Na MRS, o Departamento de Engenharia de Transportes é o responsável pelas ações com foco na eficiência energética

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201460

mente o teste de medição paraautenticar a eficácia da manu-tenção realizada.

O sistema está em processode validação de patente. Confor-me a concessionária, nada impe-de que ele seja disponibilizadopara outros interessados depoisdo término do trâmite.

consumo de combustível. A partirdesse diagnóstico, os trens pas-saram por uma intervenção me-cânica em seus motores, com asubstituição das peças que esta-vam contribuindo para o aumen-to do consumo.

De acordo com a Vale, o siste-ma atual permite aplicar nova-

Atualmente, a companhiatrabalha na adequação do medi-dor de consumo para auxiliar asoperações de seus trens. Segun-do a empresa, outras variáveis efunções estão sendo incorpora-das ao sistema como forma dedisponibilizar uma ferramentaque auxilie na operação das lo-

TECNOLOGIA FTC investe em desenvolvedores de equipamentos

Os estudos começaram háquatro anos. Em meados de 2011,o protótipo funcional para iniciaros testes de campo foi posto emprática. A aplicação sistemáticada inovação teve início no fim da-quele ano e vem sendo aplicadadesde então.

Antes do sistema, a operaçãodemandava cerca de 2.500 litrosde diesel. Com o novo processo, aslocomotivas que operam na EFVMpassaram a utilizar 740 litros decombustível – uma redução de70%. Segundo a empresa, o pro-cesso anterior de identificação delocomotivas com consumo eleva-do de diesel era baseado no méto-do tradicional da balança.

Nesse modo, as leituras detempo, potência e peso do com-bustível não são feitas de formaautomatizada, o que gera impre-cisão nas leituras necessárias.

Com o novo medidor de con-sumo de combustível, a empre-sa tem condições de identificaras máquinas com baixa eficiên-cia energética, utilizando 1.760litros de diesel a menos por lo-comotiva, se comparado ao mé-todo anterior. Consequente-mente, o sistema reduz as emis-sões de CO2 das operações.

A empresa afirma que um dosprincipais resultados alcançadoscom o projeto foi a identificaçãode todas as locomotivas com alto

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 61

mo elevado de diesel. Com asadequações projetadas, o apare-lho será instalado nos trens, e osmaquinistas da companhia vãopassar por reciclagem na sede daVale para operar o medidor comsuas possíveis inovações.

Na MRS, o Departamento deEngenharia de Transportes é o

responsável pelas ações com fo-co na eficiência energética. O se-tor utiliza uma série de sistemasde controle das variáveis opera-cionais para chegar às soluçõesdesejadas, como o consumo sus-tentável de combustível.

O gerente-geral de Engenha-ria de Transportes, Arnaldo Soa-

res da Silva, afirma que a conces-sionária possui um sistema queacompanha diariamente os abas-tecimentos de cada locomotiva,os volumes produzidos, o usoadequado dos recursos dos trense vagões e a forma como a loco-motiva é conduzida.

“Dessa forma, o departamen-to consegue gerir o consumo ereduzir a relação entre litros e oTKB (volume bruto de toneladatransportada por quilômetro).”

A MRS adquiriu 195 locomoti-vas com motores de corrente al-ternada a partir de 2008, quandoforam entregues as primeiras 65.As demais entraram em opera-ção de forma gradativa até 2011.Todas se encontram em uso.

Segundo Silva, investir na re-novação da frota é também ummeio de garantir maior eficiênciaenergética. “Essas locomotivasmais modernas apresentam de-sempenho muito superior por di-versos aspectos em termos detecnologia. Os controles são maisefetivos tanto para a conduçãoquanto para o aproveitamentodas forças geradas.”

Silva afirma que o modelo detrem utilizado pela MRS pode ofe-recer ganhos de eficiência nomi-nal acima de 40% em relação auma máquina mais antiga.

“A eficiência energética nasdecisões sobre aquisição e reno-

e softwares para reduzir o consumo e aumentar a segurança das operações

FTC/DIVULGAÇÃO

comotivas de maneira mais eco-nômica e também para proverinformações para análise e to-mada de decisões.

Até o momento, o medidor deconsumo foi utilizado apenas pe-la equipe de manutenção de lo-comotivas, a fim de identificarpossíveis máquinas com consu-

Composiçõesda MRS

oferecem ganhos deeficiênciaacima de

40%em relação

a umamáquinaantiga

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201462

mite identificar formas mais efi-cientes de condução dos trens.”

Outra ação da MRS é o novosistema Golden Run. “O programaestá em fase final de implantaçãoe vai subsidiar análises estatísti-cas complexas a respeito de da-dos reais de condução e consu-mo, por trechos da linha segrega-dos por maquinistas, locomoti-vas, formações de trens e pesosrebocados, entre outros aspec-tos”, diz Silva.

A concessionária conta ain-da com o sistema Torneio Die-

ECONOMIA Com o novo processo implantado, as locomotivas da Vale na

sel, que permite a gestão decada viagem e da atuação decada maquinista. “Ele propiciauma competição saudável en-tre os maquinistas, com refle-xos no desempenho dessesprofissionais ao longo doano”, diz Silva.

Segundo ele, a MRS estuda ainclusão de outras ferramentas etecnologias, como os programasTrip Optimizer e Leader. “Essessistemas informam sobre a con-dução do trem, em tempo real, le-vando em conta, inclusive, a si-

vação de frota é fator relevantepara a escolha dos modelos delocomotivas. Em algumas situa-ções, ela é o aspecto decisivo.”

A concessionária está inves-tindo em outras frentes com vis-tas à sustentabilidade de suasoperações. De acordo com Silva,projetos na via permanente e emsistemas de bordo estão sendodesenvolvidos. “A lubrificaçãodas linhas (curvas) e instalaçãodos computadores de bordo sãoalguns exemplos. O SIC (Sistemade Informação da Condução) per-

“A FTC temum programade melhoria

contínua e essesinvestimentos

vão darcontinuidade aessa política”

BEL PASSAGNOLO SERGIO, FTC

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 63

tuação das locomotivas distribuí-das ao longo da malha.”

A FTC (Ferrovia Tereza Cristi-na) investe em desenvolvedoresde equipamentos e softwares. “Aempresa aplica esses recursospara melhoria contínua das ope-rações desde 2010”, afirma AbelPassagnolo Sergio, gerente deManutenção e Transporte da con-cessionária.

A empresa aplica os sistemasCBL (Computador de Bordo de Lo-comotiva) e SIG (Sistema de In-formações Gerenciais) em suas

operações. Segundo Sergio, coma implantação dos sistemas ecom o registro dos comporta-mentos da locomotiva e dos ope-radores, a concessionária atingiuum nível de operação ideal. “OCBL e o SIG possibilitaram um ga-nho no consumo e na segurançaoperacional da empresa.”

Ele afirma que a FTC pretendeinvestir em sistemas de traçãoem corrente alternada e em mo-tores com injeção eletrônica, co-mo outras alternativas de econo-mia e de eficiência energética. “A

EFVM passaram a utilizar 740 litros de combustível – uma redução de 70%

empresa tem um programa demelhoria contínua, e esses inves-timentos vão dar continuidade aessa política.”

Para Arnaldo Silva, da MRS, oconsumo elevado de combustívelainda é uma preocupação impor-tante para o modal ferroviário.“Trata-se de uma das maiores des-pesas em qualquer ferrovia. Por is-so, as concessionárias vêm bus-cando a todo momento melhoriascontínuas com controles rigorosose investimentos nas mais diversastecnologias disponíveis.” l

VALE/DIVULGAÇÃO

“O consumode combustível

é uma dasmaiores

despesas emqualquer ferrovia.”

ARNALDO SOARES DA SILVA, MRS

SISTEMAS QUE CONTRIBUEM PARA A EFICIÊNCIA ENERGÉTICAVale• Medidor de consumo: leitura do gasto do combustível em tempo real• Economia: 70% de combustível• Aplicação: todas as locomotivas que operam na EFVM (Estrada de Ferro

Vitória a Minas)

MRS• Economia: eficiência de 40% com os novos modelos de motores de

corrente alternada• Sistemas:SIC (Sistema de Informação da Condução): identifica formas eficientes de condução dos trensGolden Run: auxilia nas análises estatísticas de dados reais de condução e consumoTorneio Diesel: gerenciador de viagensAplicação: toda a frota da MRS

FTC• Sistemas:CBL (Computador de Bordo de Locomotiva) e SIG (Sistema de InformaçõesGerenciais): os gerenciadores propiciam ganho no consumo e na segurançaoperacionalAplicação: toda a frota da FTC

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201464

TRÂNSITO

Apontada por governos eentidades como a me-lhor alternativa para aredução de acidentes, a

educação no trânsito para crian-ças começa a ser mais valorizada,diante do crescimento das cidadese do aumento da frota de veículos.Iniciativas espalhadas pelo paísoferecem jogos educativos eorientações para essa faixa etária.Uma delas é o Espaço Kids, progra-ma hospedado no site do CRBM-RS(Comando Rodoviário da Brigada

Militar do Rio Grande Sul), criadohá pouco menos de um ano. Ou-tras ações também auxiliam osadultos na divulgação de ações detrânsito. As iniciativas contamcom o apoio da internet na educa-ção de crianças e adultos.

De acordo com a Assessoria deComunicação do Comando, a ideiade abrigar um hotsite educativo di-recionado às orientações de trân-sito surgiu com a reformulação dosite da corporação. O objetivo damudança consistia em oferecer al-

go novo para o cidadão que acessaa página, incluindo um espaço comfoco nas crianças.

A carência de informaçõessobre o trânsito para o públicoinfantil foi outro aspecto avalia-do pelo CRBM-RS para desenvol-ver o Espaço Kids.

O Comando confia que a infân-cia seja a fase ideal para educar osfuturos motoristas. “A decisão emusar jogos que chamam a atençãodesse público está no fato de que,hoje em dia, jovens e crianças do-

minam o mundo virtual. Por isso, acorporação procurou se beneficiardos recursos que a TI (Tecnologiada Informação) oferece”, afirma osargento Clayton Vigano Pinter,criador e idealizador do projeto.

Para o psicólogo Hartmut Günt-her, professor e coordenador doLaboratório de Psicologia Ambien-tal da UnB (Universidade de Brasí-lia), quanto antes se tem acesso aoconhecimento, mais o cidadão seeduca e maior é o aprendizado.

“À medida que o ser humanocresce, ele vai aperfeiçoando o queaprendeu. De modo geral, o com-portamento do jovem testa limites,seja com pais e professores ou comsuas habilidades motoras. É na ado-lescência que a pessoa assumeuma série de comportamentos derisco. Portanto, é uma tendêncianatural que uma boa educaçãopaute o jovem a se controlar e ocondicione a ter ciência das regrase dos limites, tanto na fase juvenilquanto na adulta”, diz Günther.

O Espaço Kids oferece quatrojogos lúdicos que envolvem identi-ficação de placas de trânsito e umjogo de perguntas e respostas so-bre regras e boas práticas.

De acordo com o sargento Pin-ter, foram feitas pesquisas de cam-po e na internet para que o projetoganhasse corpo e se tornasse aomesmo tempo instrutivo, divertidoe agradável para as crianças.

POR LETICIA SIMÕES

DiversãoeducativaIniciativas para reduzir os acidentes se espalham

pelo país e têm na internet uma grande aliada

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 65

“O Comando não criou os jogos.Todos estão disponíveis e têm livreacesso na web. Foi feita uma sele-ção dos mais apropriados ao proje-to, e tais dinâmicas foram agrupa-das para o hotsite. Dessa maneira,todos os jogos podem ser acessa-dos mais facilmente.”

O Espaço Kids não recebe apoiofinanceiro ou institucional de auto-ridades ou entidades. Segundo Pin-ter, o projeto é mantido pelos ser-vidores do CRBM-RS.

O esforço da corporação tem

valido a pena. Apesar de as estatís-ticas apontarem os acessos geraisao site do Comando, e não especi-ficamente ao Espaço Kids, de acor-do com o sargento, as visualiza-ções tiveram aumento significativono decorrer do ano.

“As visitas superaram em mui-to as expectativas do CRBM-RS.Em fevereiro de 2013, primeiromês depois da revitalização, fo-ram registrados 267 acessos. Essemontante deu um salto para16.660 visitas em agosto último.”

O sargento afirma que o Co-mando não está preocupado comnúmeros, quando se trata do pro-jeto educacional. “No que se refe-re a crianças e à vida da popula-ção, qualquer que seja o benefí-cio já faz com que o projeto sejaconsiderado de grande utilidadepública e pessoal.”

Pinter acredita que o Espa-ço Kids possa fazer com queos motoristas do futuro sejammais conscientes e responsá-veis, mudando os patamares

de acidentes e de mortes re-gistrados no país.

De acordo com dados do DPRF(Departamento de Polícia Rodoviá-ria Federal), em 2011, ano do últimolevantamento disponível, foram re-gistrados 188.925 acidentes nas es-tradas federais do Brasil. Desses,mais de 7.000 foram fatais e 63.980tiveram vítimas. No ano anterior,foram contabilizados 182.900 aci-dentes nas estradas federais, commais de 7.000 mortos. Em 2009,158.893 acidentes foram registra-dos, sendo 5.976 deles fatais.

O professor Günther, da UnB,enfatiza a importância da educa-ção no trânsito para as crianças. “Éfundamental incentivá-las em ati-vidades mais positivas no dia a dia.Isso envolve pais, professores eresponsáveis. Apresentar dinâmi-cas educativas auxilia em uma for-mação mais adequada em qual-quer aspecto, inclusive nas práti-cas de trânsito.”

ProfessoresO pedagogo Neri Antonio San-

tos desenvolveu o site AtividadesEducativas há oito anos. Moradorde Chapecó (SC), ele criou a páginapara auxiliar os professores queutilizavam os laboratórios de infor-mática da cidade.

“Naquela época, a informáti-ca estava sendo implantada nasescolas do município e haviamuito pouco material pedagógi-

BPTRAN P5 MG/DIVULGAÇÃO

PRÁTICA Transitolândia em Belo Horizonte educa crianças em idade escolar para a rotina no trânsito

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201466

co on-line disponível. Além disso,o conteúdo existente era vincu-lado a materiais inapropriadospara a utilização e visualizaçãode crianças e adolescentes.”

As temáticas ligadas à educa-ção no trânsito surgiram na pá-gina em 2007. Santos desenvol-veu um projeto com os alunos(crianças e adolescentes) doCentro Social Marista de Chape-có, onde atuava como orienta-dor social de informática.

“Pesquisei as atividades inte-rativas sobre o assunto e consta-tei que quase não existia esse ti-po de material. Para facilitar oacesso ao conteúdo, decidi cen-

tralizar no site as dinâmicas en-contradas na internet.”

O link das atividades ligadasà educação no trânsito possuimais de 200 itens, entre jogos,histórias e cartilhas. Algumasdelas foram criadas pelo pró-prio pedagogo.

Segundo Santos, a escolha doconteúdo é realizada em coope-ração com os usuários da página,que incluem professores, crian-ças e adolescentes. Eles enviamsugestões, indicações e solicita-ções de novas atividades.

De acordo com ele, as temáti-cas de trânsito possuem váriosacessos diários. Em setembro de

2013, foram computadas mais de1.400 visitas ao conteúdo.

Santos é o único responsávelpela manutenção do AtividadesEducativas. Ele arca com os custosde hospedagem, pesquisa e desen-volvimento. “As publicidades dispo-nibilizadas no site ajudam na ma-nutenção da página.”

O Denatran (Departamento Na-cional de Trânsito), por meio de suaAssessoria de Comunicação, afirmaque iniciativas semelhantes ao Es-paço Kids e ao Atividades Educati-vas são disseminadas por todo opaís, de forma independente.

A autarquia ratifica que oprograma Parada pela Vida, lan-

çado em setembro do ano pas-sado, é considerado o principalmovimento do país para a redu-ção de acidentes e concentratrês pilares: educação, fiscaliza-ção e sensibilização.

A assessoria destaca que o Pa-rada realiza várias ações direcio-nadas à educação no trânsito, ba-seada nas orientações da Porta-ria nº 147/2009, que determina asDiretrizes Nacionais da Educaçãopara o Trânsito na Pré-Escola e noEnsino Fundamental.

O Denatran enfatiza que temrealizado os esforços necessáriospara que as ações voltadas à mobi-lidade urbana e à segurança no

DISTRITO FEDERAL Estudantes aprendem desde cedo como

APRENDER COM DIVERSÃOVeja alguns sites com jogos e dinâmicas educativas de trânsito

Espaço Kids• Desenvolvido e mantido pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar do

Rio Grande Sul, no ar desde fevereiro de 2013• Direcionado ao público infantil, traz quatro jogos lúdicoshttp://www.crbm.bm.rs.gov.br/espaco-kids/

Atividades Educativas• Criado pelo pedagogo Neri Antonio dos Santos, disponível há oito anos• As temáticas ligadas ao trânsito foram incorporadas em 2007• Direcionado a crianças e adolescentes, o site conta com mais de 200

atividades ligadas ao temahttp://www.atividadeseducativas.com.br

Trânsito Ideal• Desenvolvido pela Perkons, empresa especializada em soluções para a

segurança no trânsito• O site está no ar desde 2003. O nome atual foi lançado em maio deste ano• Direcionado a instrutores e professores ligados à educação infantil e a

instrutores de cursos de formação de condutores e de reciclagem, o sitetraz dicas de comportamento seguro

http://www.transitoideal.com.br/

Detran de Sergipe• O link Jogos Educativos está no portal da autarquia e possui três opções,

entre elas o jogo da forca e o jogo da memóriahttp://www.detran.se.gov.br/jogos.asp

Fonte: Pesquisa da reportagem

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 67

trânsito sejam traduzidas na dimi-nuição dos acidentes. E ressaltaainda que, para que uma mudançarelevante aconteça, é necessária aparticipação de toda a sociedade.

O site do Detran de Sergipe pos-sui um link com jogos educativos,entre eles o popular jogo da forca,em que o internauta é desafiado aadivinhar palavras referentes à si-nalização de trânsito.

O link traz também um jogo damemória com figuras do trânsitoe o Desafio do Trânsito. A reporta-gem tentou falar com o Detran deSergipe sobre a iniciativa, masnão conseguiu contato.

A Perkons, empresa que de-

senvolve tecnologias para a segu-rança no trânsito, com sede emPinhais (PR), mantém, desde2003, o site Trânsito Ideal.

A especialista em trânsito Ma-ria Amélia Marques Franco, ge-rente de Marketing da compa-nhia, afirma que o projeto é umaferramenta para instrutores eprofessores ligados à educaçãoinfantil e a cursos de formaçãode condutores e de reciclagem.

“A escolha da internet foi de-cisiva para democratizar o con-teúdo a todas as pessoas quetrabalham com o trânsito ou bus-cam dicas de segurança para seudia a dia”, diz a gerente.

O site traz dicas de comporta-mento seguro para cada um dospapéis exercidos no trânsito: o mo-torista, o motociclista, o ciclista, opassageiro e o pedestre.

Segundo Maria Amélia, desdeque foi colocada no ar, a página éatualizada com novos conteúdos ecom nova identidade visual, acom-panhando as inovações da plata-forma web. “O objetivo é levar di-cas de educação para o trânsito deforma rápida, prática e atualizada.”

O site foi lançado com o nomeEducação para o Trânsito. A novaversão está disponível desde maiode 2013, quando houve a mudançade nome. “A troca traduz a mensa-

gem que a empresa quer passar:; ade que um trânsito ideal é possí-vel”, destaca Maria Amélia.

“A Perkons leva, por meio dosprofessores e instrutores, a edu-cação a centenas de milhares depessoas. O professor do 1° ao 5°ano do ensino fundamental temum espaço especial com suges-tões de atividades e jogos paraaplicar aos alunos.”

Os temas, de acordo com a ge-rente, são desenvolvidos por umprofissional com especializaçãoem Gestão da Mobilidade Urbana eda Saúde Pública. “Ele realiza o tra-balho de pesquisa e elaboraçãodos textos e também recebe con-tribuições de outros profissionais,como na área denominada Espaçopara o Educador.”

O Trânsito Ideal é promovidoem ações institucionais da Per-kons com os clientes da empresae para os profissionais da área detrânsito que compõem o mailingda companhia.

A página é também recomenda-da em links e em espaços de ou-tras organizações que apoiam oprojeto. Além disso, o site possuiuma fanpage nas redes sociaiscom mais de 3.000 seguidores.

Maria Amélia afirma que a in-formação é essencial para a mu-dança de comportamento notrânsito. “Por isso, a empresacompartilha o conhecimento comtodos os interessados.” l

usar corretamente a faixa de pedestre

DER-DF/DIVULGAÇÃO

PERKONS Ferramenta para instrutores e professores

SÃO PERKONS/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201468

Uma alimentação saudá-vel faz bem para a saúdee pode contribuir para omelhor desempenho no

dia a dia do trabalhador em trans-porte. Alimentos mais leves pro-porcionam menor sonolência aovolante e ajudam a evitar os riscosde problemas graves, como hiper-tensão, colesterol alto e sobrepe-so. Para orientar os trabalhadoresdo transporte sobre as melhores

escolhas na hora das refeições, asunidades tipo A, B e C do Sest Se-nat (que têm mais infraestrutura)começarão a oferecer neste anoatendimentos na área de nutrição.

Está sendo elaborada umacartilha informativa, e os atendi-mentos estão sendo estruturados.A nutricionista Ana Paula MirandaTranqueira comenta que, muitasvezes, mesmo em locais onde hádisponibilidade de legumes, ver-

duras ou frutas, muitas pessoasbuscam somente os alimentosmenos saudáveis.

Nos últimos meses, uma equi-pe do Sest Senat visitou restau-rantes instalados em postos decombustível e conversou com al-guns motoristas de caminhão.“Percebemos que há uma carên-cia de conhecimento sobre essaárea. Mas muitos motoristas semostraram abertos a tentar bus-

car melhores hábitos em relação àalimentação”, diz Ana Paula.

Na cartilha que está sendopreparada pelo Sest Senat, haverávárias dicas. Algumas recomenda-ções da nutricionista são reduzir aquantidade de sal, ingerir menosaçúcar e evitar o consumo de car-nes gordurosas. Não ficar muitashoras sem se alimentar é outraorientação importante. Frutas co-mo banana, maçã e laranja tam-

Unidades começarão a ofereceratendimento de nutrição para orientar

os trabalhadores em transporte

POR CYNTHIA CASTRO

SEST SENAT

Cardápiosaudável

ESCOLHA

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 69

bém são opções para os lanchesdurante o dia do profissional.

“Não se deve exagerar namanteiga e também é importantenão colocar muito açúcar no caféou no leite”, diz Ana Paula. Na ho-ra do almoço, os motoristas de ca-minhão devem optar pela refei-ção. “Percebemos que muitos pre-ferem comer um salgado, que émais prático, mais rápido. Mas arefeição é bem mais saudável,

pois oferece mais nutrientes. Ossalgados têm muita gordura.”

Mudança de hábitoNo restaurante de um posto de

combustível que fica às margens daBR-040, no município de Luziânia,perto de Brasília (DF), a re vista CNTTransporte Atual conversou comalguns motoristas que fizeram umapausa em suas viagens para almo-çar. Alguns deles disseram estar ho-

je mais conscientes sobre a impor-tância da alimentação saudável.

Ao ser questionado pela re-portagem sobre quais alimentosprefere na hora do almoço, o pau-lista Roberto José da Silva, 50,respondeu com bom humor. “Gos-to de tudo, mas não posso.” Háquase cinco anos, ele descobriuque estava com diabetes e, a par-tir do diagnóstico, mudou comple-tamente os hábitos alimentares.

FOTOS JÚLIO FERNANDES/DIVULGAÇÃO

Menos quantidade de comida,menos macarrão no prato, carnesmais magras e muita verdura e le-gumes. Agora, o prato de RobertoSilva é sempre mais saudável. “Eubebia muito refrigerante. Corteitudo. Não dá para ficar comendocoisas gordurosas. A gente preci-sa ter um cuidado com a saúde”,diz Silva. Frutas fazem parte dodia a dia na estrada. “Gosto de tu-do. De laranja, banana e mamão.”

Nutricionista orienta que verduras e legumes devem fazer parte das refeições HÁBITO O motorista Roberto Silva passou a se alimentar melhor

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201470

O colega dele, Isael Joaquim daSilva, 33, comenta que nem sem-pre é fácil se alimentar bem quan-do se trabalha viajando pelas ro-dovias de todo o Brasil. Mas paramelhorar os hábitos alimentares,ele considera que é necessáriocriar algumas alternativas. Esco-lher alguns restaurantes como re-ferência pelas estradas por ondevai passar é uma delas.

“Nem sempre encontramosum lugar bom para almoçar. En-tão, é importante tentar conheceralguns restaurantes e ir sempreneles. Mas também não vai dar pa-

faz mal demais, aumenta a pres-são. Semp re coloco muita saladano meu prato e procuro comermenos quantidade.”

Ele também considera que osatendimentos de nutrição no SestSenat serão muito importantespara os trabalhadores em trans-porte. “O que eu percebo na estra-da é que tem muita gente que co-me muito, repete várias vezes eescolhe uma comida mais gordu-rosa. Vai ser ótimo poder receberessas orientações. Temos que cui-dar agora de nossa saúde paranão sofrer depois”, diz Tscha. l

SAÚDE Motoristas de caminhão são atendidos em programa do Sest Senat

Necessidade de cuidar da saúde

CONSCIENTIZAÇÃO

Um dos projetos impor-tantes do Sest Senat, oComandos de Saúde, reali-zado periodicamente nasrodovias brasileiras, temmostrado que a saúde demuitos motoristas de ca-minhão está precisandode maiores cuidados. Oprojeto é realizado emparceria com a Polícia Ro-doviária Federal.

Os índices de algumasdoenças detectados du-rante as ações foram umestímulo a mais para seviabilizar os atendimentosde nutrição, conforme in-formou a nutricionista AnaPaula Miranda Tranqueira.

Mais da metade dos mo-toristas que passam pelosatendimentos estão acimado peso ou têm a circunfe-rência abdominal alterada.Colesterol alto também éproblema detectado emmuitos atendimentos.

“A mudança de hábi-tos alimentares podeajudar e muito a melho-rar a saúde das pessoas.Por isso, estamos bus-cando orientar melhoresses profissionais dotransporte para que elesestejam mais saudáveis”,diz a nutricionista.

O Comandos de Saúdeé realizado desde 2006nas principais rodovias dopaís e tem por finalidadereforçar junto aos profis-sionais do transporte anecessidade da manuten-ção da saúde.

Os motoristas são abor-dados nas rodovias, pas-sam por alguns exames,recebem informações nolocal e também são orien-tados a estarem sempreem contato com algumaunidade do Sest Senat. Em2013, foram cerca de 12 milatendimentos

ra parar naquele restaurante es-pecífico em todas as viagens. En-tão, se a pessoa estiver com tem-po, cozinhar a própria comida po-de ser uma alternativa”, diz Silva.Ele comenta que já fez alguns cur-sos do Sest Senat e que consideramuito importante o trabalho queestá sendo desenvolvido paraorientar os motoristas de cami-nhão e outros trabalhadores emtransporte sobre como melhorar aalimentação.

O motorista Henrique Tscha,nascido no Estado de Santa Ca-tarina, também mudou os hábi-

tos alimentares nos últimosanos. Trabalhando na estrada há55 anos, ele conta que no inícioda profissão e até alguns anosatrás tinha uma alimentaçãopouco saudável. “Mas hoje mu-dei demais os meus hábitos. Ti-ve orientação médica e gosto deme alimentar melhor.”

Tscha, que tem descendênciahúngara e alemã, conta que sem-pre gostou muito de carne ver-melha. Agora, tenta optar porcarne branca, como a de frango,na hora do almoço. “E não gostode colocar muito sal porque isso

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 65.320 12.662 77.981Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 129.262Total 202.988 1.358.914 1.691.164

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 14.768Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.461.762Cavalo mecânico 528.223 Reboque 1.041.704Semi-reboque 771.322Ônibus interestaduais 17.309Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 23.489Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 155

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.864

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.692Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.816FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.692

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 104.931Locomotivas 3.212Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 29Aeroportos Domésticos 34Outros aeródromos - públicos e privados 2.523

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201474

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados novembro/2013)

Orçamento Fiscal da União eOrçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: ???

2015

R$

bilh

ões

1050

25

2,66

15,91

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Evolução do Investimento Federal em Infraestrutura de Transporte

Observações:

(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2013.

(2) Taxa Selic conforme Copom 27/11/2013.

(3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até outubro/2013.

(4) Posição dezembro/2012 e novembro/2013 em US$ bilhões.

(5) Câmbio de fim de período divulgado em 04/12/2013, média entre compra e venda.

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 29/11/13),Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal);Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até novembro/2013 (R$8,72 bilhões)

1,86(21,3%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - NOVEMBRO/2013

2012 acumuladoem 2013

últimos12 meses

expectativapara 2013

PIB (% cresc a.a.)1 0,9 2,40 2,26 2,50

Selic (% a.a.)2 7,25 10,00 -

IPCA (%)3 5,84 4,38 5,84 5,81

Balança Comercial 19,43 -0,93 2,15 1,30Reservas Internacionais4 373,14 376,09 -

Câmbio (R$/US$)5 2,04 2,32 2,30

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 15.909,04Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 3.203,93Total de Recursos Disponíveis 19.112,97

Rodoviário 6.654,98Ferroviário 1.856,77Aquaviário (União + Cia Docas) 444,49Aéreo (União + Infraero) 1.287,97

Investimento Total (Total Pago) 10.244,16

Investimento Total

2008

7,3 10,6 14,8 15,0 12,7

Rodoviário 5,1 7,8 10,3 11,2 9,4Ferroviário 0,9 1,0 2,5 1,6 1,1

Aquaviário (União + Cia Docas) 0,8 1,3 1,3 1,0 0,8Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,5 0,7 1,2 1,4

2009 2010 2011 2012

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento daarrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquotada CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aosseguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seusderivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria dopetróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

Nota (A) Dados atualizados até 29.11.2013 (SIGA BRASIL). (B) Em 18 de junho de 2013 foram excluídos R$ 6 bilhões do valorautorizado para investimento em transporte no Orçamento Fiscal. Esses recursos eram referentes a créditos extraordinários autorizados pela MP nº 598 de 27/12/2012. Findo o prazo para a apresentação do Projeto de DecretoLegislativo para a MP, esta perdeu a validade e os créditos previstos foram devidamente retirados do orçamento.

RECURSOS DISPONÍVEIS EINVESTIMENTO FEDERAL (ATÉ NOVEMBRO DE 2013)

Orçamento Fiscal e Estatais (Infraero e Cia Docas)(R$ milhões correntes)

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

8,726,06

6,65(76,4%)

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

0,13(1,4%)

0,08(1,0%)

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1

ORÇAMENTO FISCAL (TOTAL PAGO2 POR MODAL DE TRANSPORTE)Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Total

Acre 69,55 0,00 0,00 0,00 69,55Alagoas 323,25 0,00 0,00 0,00 323,25Amazonas 45,25 0,00 8,00 0,00 53,25Amapá 36,95 0,00 0,00 0,00 36,95Bahia 232,21 804,71 1,35 0,00 1.038,26Ceará 271,02 0,00 2,95 0,00 273,97Distrito Federal 6,13 0,00 0,00 0,00 6,13Espírito Santo 123,77 0,00 12,24 0,00 136,01Goiás 495,21 732,13 0,00 0,00 1.227,34Maranhão 325,04 0,00 16,21 0,00 341,25Minas Gerais 773,70 155,94 0,00 0,00 929,64Mato Grosso do Sul 185,22 11,77 0,00 0,00 197,00Mato Grosso 342,30 0,00 0,00 0,00 342,30Pará 431,58 0,00 0,36 0,00 431,94Paraíba 143,37 0,00 0,00 0,00 143,37Pernambuco 148,98 0,00 0,00 0,00 148,98Piauí 110,64 0,00 0,00 0,00 110,64Paraná 270,73 4,60 0,00 0,00 275,33Rio de Janeiro 309,57 26,36 0,20 0,00 336,13Rio Grande do Norte 111,31 0,00 0,00 0,00 111,31Rondônia 314,10 0,00 0,00 0,00 314,10Roraima 27,21 0,00 0,00 0,00 27,21Rio Grande do Sul 875,54 0,14 4,99 0,00 880,68Santa Catarina 404,36 0,15 0,96 0,00 405,47Sergipe 114,04 0,00 0,00 0,00 114,04São Paulo 27,00 89,15 15,73 0,00 131,88Tocantins 68,41 2,56 0,00 0,00 70,97Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Norte 0,00 0,00 9,88 1,32 11,20Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,15 0,00 0,15Nacional 68,53 29,25 10,79 124,50 233,07Total 6.654,98 1.856,77 83,81 125,82 8.721,39

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte*Dados atualizados até 29.11.2013 (SIGA BRASIL).

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a maisde um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.

A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaboradospela COFF (Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, quepermite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta . Por ser atualizado periodicamente,o SIGA BRASIL permite uma análise mais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos no exercício e osrestos a pagar pagos. Esta característica confere ao sistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dados de execuçãoorçamentária para investimento em infraestrutura de transporte são divulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômico disponível narevista CNT Transporte Atual e no site da instituição (www.cnt.org.br).

Esta

dos

REGI

ÕES3

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federaisNota técnica CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201476

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

820.587NOVEMBROATÉ OUTUBRO

20132007 A 2012 TOTAL

Aprovação no período

174.619 14.486 1.009.692

88,18% 88,68% 88,53% 88,48%

Federações participantes 20

Unidades de atendimento 68

Empresas atendidas 10.226

Caminhoneiros autônomos atendidos 12.320

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2014 77

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - OUTUBRO 2013

Corante 4,0%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 43,5%

Pt. Fulgor 14,5%

Enxofre 13,0%

Teor de Biodiesel 21,5%Outros 3,5%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

3,7

0,00,02,5 2,6

0,0 1,7 1,0

5,32,4 2,7

AC3,8 18,4 3,6 1,5 4,9 0,9 1,8 0 0 3,7 0 3,8 2,5 4,8 2,5 2,6 1,5 3 2,3 0 2,4 1,7 1 5,3 2,4 0 2,703,8 12,5 3,8 1,8 0,9 2,3 0 0,2 4,2 0 4,6 3,2 5,3 2,7 3,4 1,8 2,9 2,3 0 5,1 1,5 0,9 4,6 2,8 0 30

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,9 0,02,51,5

3,63,80,0

0

12108

20

1618

14

642

1,80,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

4,9

3,03,8

1,5

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - OUTUBRO 201318,4

Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 55,90 48,93

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 39,69 33,94

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 9,85 8,68

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 27 de novembro de 2013.

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de 2013, 59% do chamado diesel interiorano passam a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800***

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012 2013**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

4,8

6,3

BOLETIM AMBIEN TAL

(outubro)

14,5%

2,3

13,0%

21,5%3,5% 4,0%

43,5%

2,4

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

oda grande instituição tem um histórico dedeterminação, lutas e conquistas realizadaspor homens abnegados, entregues a causassuperiores. A Confederação Nacional doTransporte está entre as grandes institui-ções brasileiras, e sua história vem sendo

construída exatamente assim, com todos es-ses elementos e com a vontade inquebrantá-vel dos transportadores.

Em 60 anos de história, a CNT tornou-se ummarco institucional pelo crescimento do trans-porte do país, ocupando toda capilaridade poronde atua a atividade transportadora.

A CNT é protagonista de grandes realiza-ções e com essas vieram grandes responsabi-lidades, em especial as adquiridas com a cria-ção do Sest Senat, em benefício do trabalha-dor em transporte. Estabelecidas, principal-mente, para a promoção da profissionaliza-ção, para a qualificação, para a atualização epara a reciclagem dos profissionais do trans-porte, mantendo a empregabilidade do traba-lhador nesses tempos de globalização e demuita competitividade de mercado.

Na parte social, o Sest Senat presta as-sistência integral, porém, são proporciona-das especiais ênfases àquelas especialida-des que o trabalhador mais necessita e quenão estão facilmente disponíveis na redepública de saúde, que são odontologia, tra-tamentos de coluna e orientações para com

a alimentação para uma vida saudável e pa-ra a prevenção de doenças.

As ações do Sest Senat têm sido decisivaspara a ascensão profissional, econômica e so-cial dos trabalhadores em transporte, de seusfamiliares e da comunidade na qual se instala.Atualmente, contamos quase uma centena emeia de unidades do Sest Senat, em todas ascapitais e nas principais cidades brasileiras.

A CNT atua no principal foco de interesse doempresariado transportador que trata do forta-lecimento da atividade transportadora. Cientesque um sistema de transporte integrado e efi-ciente é fator decisivo para o crescimento so-cial e econômico de um país, os transportado-res, por meio de sua confederação, participamdas principais agendas setoriais do Brasil, sem-pre na defesa de um transporte de qualidade.

Entretanto, muito além da atuação corpo-rativa, a CNT conta também ações efetivas deinteresse imediato da sociedade. Sua pesqui-sa sobre rodovias é o estudo mais abrangen-te e revelador das condições das estradasbrasileiras e referência para estudiosos, le-gisladores, representantes públicos e empre-sários para a adoção de políticas e estraté-gias em suas áreas.

Assim é também com outros importantesestudos voltados para o transporte ferroviá-rio, hidroviário, navegação de cabotagem einterior, portuário e aeroportuário. Necessá-

T60 anos de con

A CNT tornou-se um marco institucionaldo país, ocupando toda capilaridade por onde❛

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rio destacar também a atuação daCNT na realização de uma das maistradicionais pesquisas de opiniãopública, reveladora da aceitaçãopopular dos governantes, da con-juntura econômica e social do país.

Com relevância crescente nos di-versos espaços da organização políti-ca e social do país, a CNT levou suavoz aos principais fóruns relaciona-dos à atividade transportadora e, as-sim, os debates mais profícuos de in-teresse específico do transportador eda sociedade têm o ponto de vista denossa confederação. Um bom exem-plo é a participação no Conselho Na-cional do Meio Ambiente, do Ministé-rio do Meio Ambiente, em razão denossas medidas de controle da emis-são de poluentes levadas a todos osníveis da atividade transportadora.

Com muitas conquistas ainda aempreender, a CNT identificou te-mas que figuram em destaque emsua agenda institucional, tais co-mo o recém-instaurado Núcleo deInteligência e Estratégia do Trans-porte, cujo objetivo principal serácontribuir com propostas estraté-gicas para o desenvolvimento dotransporte em suas diversas mo-

dalidades, para a melhoria da mo-bilidade urbana e para a logísticaintegrada de transportes.

Outra importante ação é o Progra-ma Avançado de Capacitação que con-tribuirá com a formação de profissio-nais em nível de especialização, MBA,mestrado, doutorado suprindo a carên-cia de gestores, especialistas e pesqui-sadores em transporte, formando pes-soas que contribuam para fortalecer acompetitividade do transporte e queproponham políticas públicas efetivaspara a consolidação desse importantesegmento da economia brasileira.

As responsabilidades adquiridasao longo de seis décadas de existên-cia moldaram o caráter contemporâ-neo, arrojado e comprometido comos ideais de progresso que norteiama atuação da Confederação Nacionaldo Transporte, que, nesses 60 anos,tornou-se orgulho do transportadordo Brasil, mantendo vivo e renovadoseu ânimo para atuar, por muitosanos mais, em defesa do transportenacional. Nós, os transportadores, te-mos toda convicção de que a atuaçãoda CNT é determinante para o desen-volvimento de nosso país e para obem-estar de nosso povo.

quistas

pelo crescimento do transporte atua a atividade transportadora

Os transportadores,por meio de

sua confederação, participam

das principais agendas setoriais do Brasil, sempre

na defesa de um transporte de qualidade

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DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

AGÊNCIA CNT

Excelente a iniciativa da Agência CNT de Notícias em destinar um espaço especial no site para as pessoas com deficiência. O conteúdo das reportagens ébastante rico em informações sobre um tema que ainda é pouco discutido no nosso país. Falamos muito em mobilidade urbana, mas esquecemos que a acessibilidade é também fundamental. As pessoas com deficiênciadevem ser respeitadas de maneira séria. Parabéns pelo belo trabalho.

Miriam CarvalhoUberaba/MG

RENOVAÇÃO DE FROTA

Há alguns anos, os caminhoneirosautônomos aguardam ansiosospela criação de um programa nacional que permita não só a troca, mas a retirada dos veículos antigos das rodovias do país. Ficamos muito satisfeitoscom a notícia da possibilidade de implantação desse programa já em 2014. Esperamos que o governo federal compre essa ideia já defendida pela CNT há tanto tempo. Precisamos urgente retirar esses veículos de circulação.

Clayton RamosCaxias do Sul/RS

FUTEBOL SOCIETY

A iniciativa do Sest Senat em promover a Copa de Futebol Society é muito boa. O eventopromove momentos de integraçãoe de lazer aos trabalhadores dosetor que têm, muitas vezes, jornadas duras e cansativas detrabalho. Lendo a reportagem daedição nº 219 da revista CNTTransporte Atual é possível perceber a importância dessa açãopara esses profissionais. Parabénsàs equipes vencedoras e ao SestSenat pelo trabalho.

Afonso TavaresVitória/ES

TRANSPORTE HIDROVIÁRIO

A CNT acerta ao divulgar mais umestudo sobre a infraestrutura detransporte. A Pesquisa CNT da Navegação Interior é completa emdados sobre esse modal. Já conhecia os benefícios ambientaisdo transporte realizado pelos rios,mas depois de descobrir que ele étambém mais eficiente e barato,passei a defender ainda mais asua utilização no Brasil.

Cláudia MagalhãesTeresina/PI

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva