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  • Verso 2.0

  • Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

    Ministro do Planejamento, Oramento e GestoPaulo Bernardo Silva

    INSTITUTO BRASILEIRO

    DE GEOGRAFIA E

    ESTATSTICA - IBGE

    PresidenteEduardo Pereira Nunes

    Diretor-ExecutivoSrgio da Costa Crtes

    RGOS ESPECFICOS SINGULARES

    Diretoria de PesquisasWasmlia Socorro Barata Bivar

    Diretoria de GeocinciasLuiz Paulo Souto Fortes

    Diretoria de InformticaLuiz Fernando Pinto Mariano

    Centro de Documentao e Disseminao de InformaesDavid Wu Tai

    Escola Nacional de Cincias EstatsticasSrgio da Costa Crtes (interino)

    UNIDADE RESPONSVEL

    Diretoria de Pesquisas

    Coordenao das Estatsticas Econmicas e ClassificaesSidnia Reis Cardoso

  • Ministrio do Planejamento, Oramento e GestoComisso Nacional de Classi cao - Concla

    Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatstica - IBGE

    Classi cao Nacional de Atividades Econmicas

    Rio de Janeiro2007

    Verso 2.0

  • Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatstica - IBGE

    Av. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil

    ISBN 978-85-240-3971-3 (CD-ROM)

    ISBN 978-85-240-3970-6 (meio impresso)

    IBGE. 2007

    Elaborao do arquivo PDF

    Roberto Cavararo

    Produo da multimdia

    Marisa Sigolo MendonaMrcia do Rosrio Brauns

    Capa

    Luiz Carlos Chagas Teixeira - Gerncia de Editorao/CDDI

  • SumrioApresentao

    1Introduo Classi cao Nacional de Atividades Econmicas CNAE verso 2.0

    1.1 Introduo

    1.1.1 Histrico

    1.1.2 Usos da CNAE

    1.1.3 Gesto da CNAE

    1.1.4 Padronizao internacional

    1.1.5 Reviso 2007 da CNAE

    1.2 Natureza e escopo da CNAE

    1.3 Princpios na construo da CNAE

    1.4 Estrutura e sistema de cdigos da CNAE

    1.5 Notas explicativas

    1.6 Atividade econmica e unidades estatsticas

    1.6.1 De nio de atividades

    1.6.2 Unidades estatsticas

    1.7 Mtodos de classi cao

    1.7.1 Regras gerais

    1.7.2 Mtodo descendente (top down)

    1.7.3 Casos especiais de atividades mltiplas

    1.8. Codi cao de atividades espec cas

    1.8.1 Terceirizao

    1.8.1.1 terceirizao da mo de obra

    1.8.1.2 terceirizao de funes de apoio

    1.8.1.3 terceirizao de parte do processo de produo

    1.8.1.4 terceirizao do processo produtivo completo

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Sumrio

    3

    2

    1.8.2 Comrcio eletrnico

    1.8.3 Servios de manuteno e reparao

    1.8.4 Servios de instalao

    1.8.5 Aluguel e leasing

    1.8.6 Venda de produtos manufaturados diretamente ao consumidor nal

    1.8.7 Atividades governamentais

    1.8.8 Classi cao de unidades auxiliares

    1.8.9 Classi cao de empresas

    1.8.10 Alteraes na classi cao das unidades

    1.9 Alteraes na CNAE 2.0

    1.10 Agregados alternativos

    1.11 Instrumentos e mecanismos de apoio

    1.11.1 Banco de Descritores

    1.11.2 Aplicativo Pesquisa CNAE

    1.11.3 Central de Dvidas

    1.11.4 Pgina de Classi caes Estatsticas na Internet

    Estrutura da CNAE 2.0

    2.1 Grandes categorias

    2.2 Estrutura detalhada da CNAE 2.0: sees, divises, grupos e classes

    Estrutura detalhada e notas explicativas da CNAE 2.0

    A - Agricultura, pecuria, produo orestal, pesca e aqicultura

    B - Indstrias extrativas

    C - Indstrias de transformao

    D - Eletricidade e gs

    E - gua, esgoto, atividades de gesto de resduos e descontaminao

    F - Construo

    G - Comrcio; reparao de veculos automotores e motocicletas

    H - Transporte, armazenagem e correio

    I - Alojamento e alimentao

    J - Informao e comunicao

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Sumrio

    6

    5

    4

    K - Atividades nanceiras, de seguros e servios relacionados

    L - Atividades imobilirias

    M - Atividades pro ssionais, cient cas e tcnicas

    N - Atividades administrativas e servios complementares

    O - Administrao pblica, defesa e seguridade social

    P - Educao

    Q - Sade humana e servios sociais

    R - Artes, cultura, esporte e recreao

    S - Outras atividades de servios

    T - Servios domsticos

    U - Organismos internacionais e outras instituies extraterritoriais

    Tabelas de correspondncia

    4.1 Correspondncias entre as verses 2.0 e 1.0 da CNAE

    4.1.1 Correspondncia entre a CNAE 2.0 e a CNAE 1.0

    4.1.2 Correspondncia entre a CNAE 1.0 e a CNAE 2.0

    4.2 Correspondncias entre a CNAE 2.0 e a CIIU/ISIC 4

    4.2.1 Correspondncia entre a CIIU/ISIC rev. 4 e a CNAE 2.0

    4.2.2 Correspondncia entre a CNAE 2.0 e a CIIU/ISIC rev. 4

    Referncias

    Anexos

    6.1 Resoluo Concla de divulgao da CNAE 2.0

    6.2 Exemplo de aplicao do mtodo descendente (top-down)

    6.3 Agregado alternativo: Setor de Tecnologias de Informao e

    Comunicao Setor TIC

  • Apresentao

    O Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatstica IBGE, rgo gestor da Clas-si cao Nacional de Atividades Econmicas CNAE, traz a pblico, nesta publicao, a CNAE em sua verso 2.0, contendo a estrutura atualizada da classi cao, notas explicativas, regras de aplicao, bem como as correspondn-

    cias existentes em relao verso anterior e Classi cao Internacional Indus-

    trial Uniforme - CIIU/ISIC.

    Fruto de um trabalho realizado entre os anos de 2004 e 2006, a elaborao da

    nova estrutura da CNAE consistiu de um amplo processo de reviso da verso

    anterior - CNAE 1.0 com consultas realizadas junto s reas produtoras de es-

    tatstica do IBGE, aos rgos gestores de polticas pblicas e s entidades privadas

    representantes de segmentos empresariais. O resultado desse trabalho se re ete,

    portanto, na aprovao da CNAE 2.0 pela Comisso Nacional de Classi cao

    Concla, divulgada no Dirio O cial da Unio, na Resoluo Concla 01/2006, de

    05/09/2006.

    As classi caes servem como sistema de linguagem na produo de informaes

    estatsticas. A uniformizao dessa linguagem condio imprescindvel para a

    consistncia das sries temporais e das comparaes regionais e internacionais,

    na medida em que buscam promover a articulao entre sistemas de informaes

    ou fontes distintas, pressupostos bsicos da qualidade do sistema estatstico. Para

    tanto, as classi caes de atividades econmicas precisam ser periodicamente

    atualizadas e revisadas em funo de mudanas na organizao produtiva e na

    demanda por novas abordagens analticas.

    Vale ressaltar que, a partir da segunda metade dos anos noventa, os sistemas

    brasileiros de informaes econmicas, compostos das estatsticas o ciais produzi-

    das pelo IBGE e de informaes oriundas de cadastros e registros de pessoa jurdica

    da Administrao Pblica, nas trs esferas de governo, ganharam em qualidade

    e articulao com a progressiva adoo da CNAE, experincia de padronizao

    nacional e harmonizao internacional pioneira no Pas.

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Apresentao

    Para o ano de 2007, um acordo internacional marcou a entrada em vigor da

    reviso da CIIU/ISIC, bem como de toda a famlia de classi caes internacio-

    nais. Este compromisso, rmado entre os pases, tem como meta principal a

    promoo dos ajustes necessrios nas classi caes nacionais, de forma que

    as estatsticas re itam cada vez mais a estrutura produtiva do pas e sejam

    comparveis internacionalmente.

    Eduardo Pereira NunesPresidente da Concla

  • 1Introduo Classi cao Nacional deAtividades Econmicas - CNAE verso 2.0

    1.1 Introduo

    1.2 Natureza e escopo da CNAE

    1.3 Princpios na construo da CNAE

    1.4 Estrutura e sistema de cdigos da CNAE

    1.5 Notas explicativas

    1.6 Atividade econmica e unidades estatsticas

    1.7 Mtodos de classi cao

    1.8 Codi cao de atividades espec cas

    1.9 Alteraes na CNAE 2.0

    1.10 Agregados alternativos

    1.11 Instrumentos e mecanismos de apoio

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    1.1 Introduo

    A CNAE a classi cao o cialmente adotada pelo Sistema Estatstico Nacional na produo de estatsticas por tipo de atividade econmica, e pela Administrao Pblica, na identi cao da atividade econmica em cadastros e registros de pessoa jurdica.

    Ao prover uma base padronizada para a coleta, anlise e disseminao das estatsticas relativas atividade econmica, a CNAE permite ampliar a comparabilidade entre as estatsticas econmicas provenientes de distintas fontes nacionais, e das estatsticas do Pas no plano internacional.

    A reviso 2007 da CNAE, que resultou na verso 2.0 objeto desta publicao, teve por objetivo dotar o Pas com uma classi cao de atividades econmicas atualizada com as mudanas na estrutura e com-posio da economia brasileira e sincronizada com as alteraes introduzidas na verso 4 da Clasi cacin Industrial Internacional Uniforme de todas las Actividades Econmicas CIIU/ISIC 1. A CNAE 2.0 substitui a verso anterior, a CNAE 1.0.

    1.1.1 Histrico

    A CNAE, o cializada pela primeira vez com a publicao no Dirio O cial da Unio em dezembro de 1994, resultou de um processo de reviso das classi caes de atividades econmicas, mais extenso que os procedimentos peridicos de atualizao e aperfeioamento at ento adotados pelo IBGE como parte do planejamento dos censos econmicos. A participao dos rgos gestores de cadastros e registros da Administrao Pblica, de entidades privadas e de outros produtores de informao re etiu uma nova postura com relao gesto da classi cao e ao compromisso de padronizao nacional e de harmonizao internacional.

    A partir do entendimento de que as classi caes so instrumentos cujo uso excede o interesse exclusi-vo da instituio de estatstica, foi instituda a Comisso Nacional de Classi cao Concla, criada pelo Decreto n. 1.264, de 11 de outubro de 1994, e instalada em 25 de abril de 19952. Essa comisso tem por nalidade estabelecer normas e padronizar as classi caes e tabelas de cdigos usadas no sistema estatstico e nos cadastros e registros da Administrao Pblica3.

    Em 2002, a estrutura da CNAE foi atualizada e as notas explicativas aperfeioadas, adaptando-se s alteraes da reviso 2002 da CIIU/ISIC 3.1 e incorporando ajustes adicionais pontuais, resultando na verso 1.0 da CNAE (Resoluo Concla n. 6, de 09/10/2002).

    Com a verso 2.0, pela primeira vez desde a de nio original, a CNAE passa por uma reviso ampla.

    1.1.2 Usos da CNAE

    No sistema estatstico, a CNAE usada na produo e disseminao de informaes por tipo de atividade econmica nas estatsticas econmicas e socioeconmicas. Com a srie das Contas Nacionais, ano-base 2000, completa-se o ciclo de implementao da CNAE nas estatsticas o ciais.

    Para uso nas pesquisas domiciliares, censos e pesquisas contnuas, foi de nida a CNAE Domiciliar. Esta classi cao mantm-se idntica CNAE nos nveis mais agregados, e, nos nveis mais detalhados, re-agrupa classes tendo em vista garantir a qualidade da codi cao vis--vis o grau de preciso das des-

    1 A classi cao internacional de atividades econmicas adotada pelas Naes Unidas foi durante muito tempo conhecida no Brasil pela designao e sigla em ingls International Standard Industrial Classi cation ISIC. Neste documento, optou-se por usar a combinao das duas siglas CIIU/ISIC.

    2 A Concla foi criada em outubro de 1994 como um rgo colegiado no mbito do Ministrio do Planejamento e Oramento (Decreto 1264, de 11/10/1994). Em funo da reorganizao da Presidncia da Repblica e dos Ministrios, em 1999, foi reinstalada na nova estrutura do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, pelo Decreto no 3.500 de 09/06/2000, publicado no Dirio O cial da Unio em 12/06/ 2000.

    3 A Comisso Nacional de Classi cao, Concla, foi instituda como um rgo colegiado do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, agrupando rep-resentantes de quinze ministrios e do IBGE, sob a presidncia deste Instituto, que tambm o responsvel pelo funcionamento da Secretaria Executiva. Os ministrios que compem a Comisso so: Ministrio da Agricultura e Abastecimento; Ministrio da Cincia e Tecnologia; Ministrio do Desenvolvimento Agrrio; Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior; Ministrio da Educao; Ministrio do Esporte e Turismo; Ministrio da Fazenda; Ministrio do Meio Ambiente; Ministrio de Minas e Energia; Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto; Ministrio da Previdncia e Assistncia Social; Ministrio das Relaes Exteriores; Ministrio da Sade; Ministrio do Trabalho e Emprego; Ministrio dos Transportes

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    cries de atividade dadas nas referidas pesquisas. Desagrega, tambm, algumas atividades informais de servios que tm essas pesquisas como nica fonte de informao.4

    No mbito da Administrao Pblica, o processo de uni cao dos cdigos de atividades comeou em 1995 com a adoo da CNAE pelos rgos gestores de cadastros e registros no nvel federal. A extenso para as reas estaduais e municipais teve incio em 1998, aps a adaptao da CNAE s necessidades da atuao dos rgos governamentais nas trs esferas, via o detalhamento de subclasses, ento de-nominadas CNAE-Fiscal5.

    Com a reviso 2007, a estrutura hierrquica da CNAE 2.0 incorpora o detalhamento das subclasses, passando a ser de nida em cinco nveis: sees, divises, grupos, classes e subclasses. O quinto nvel hierrquico as subclasses deixa de ter na denominao a referncia ao uso scal (CNAE-Fiscal), permanecendo, contudo, como um detalhamento para uso espec co pela Administrao Pblica. Na de nio das subclasses, o objetivo de prover os cadastros de pessoa jurdica da Administrao Pblica com a identi cao mais detalhada da atividade econmica sobrepe-se aos critrios de de nio das categorias de uma classi cao de atividades econmicas para ns estatsticos. A documentao espe-c ca do detalhamento das subclasses objeto de publicao prpria (IBGE, Classi cao Nacional de Atividades Econmicas CNAE verso 2.0 Subclasses para uso da Administrao Pblica).

    O uso dos cdigos da CNAE para outros ns que no sejam o da identi cao da atividade econmica do agente econmico, como, por exemplo, para determinar o campo de aplicao de leis, regulamentos ou contratos por rgos da administrao pblica ou quaisquer outras entidades, em funo de regras ou necessidades que lhes so prprias, da estrita responsabilidade do rgo ou entidade em questo.

    1.1.3 Gesto da CNAE

    O IBGE o rgo gestor da CNAE, responsvel pela documentao da classi cao, desenvolvimento dos instrumentos de apoio, disseminao e atendimento aos usurios sobre a aplicao da classi cao. Compete-lhe, tambm, a manuteno da classi cao e a conduo dos processos de reviso.

    Nas questes relativas s subclasses de uso da Administrao Pblica, o IBGE opera em regime de co-gesto com a Subcomisso Tcnica para a CNAE-Subclasses, instituda no mbito da Concla em junho de 1998, sob a coordenao da Secretaria da Receita Federal e com a participao de representantes das trs esferas de governo6.

    1.1.4 Padronizao internacional

    A Clasi cacin Industrial Internacional Uniforme CIIU/ISIC foi adotada pelas Naes Unidas em 1948, e usada como padro internacional de referncia no desenvolvimento de classi caes nacionais e como instrumento de harmonizao na produo e disseminao de estatsticas econmicas no nvel internacional. Desde ento, foram editadas as seguintes revises: em 1958 (reviso 1), 1968 (reviso 2), 1990 (reviso 3), 2002 (atualizao 3.1). A reviso 4, discutida em 2002-2005, foi aprovada pela Comisso de Estatstica das Naes Unidas em 2006, para entrar em vigor em 2007.

    A CNAE, na verso original, uma classi cao derivada da CIIU/ISIC - Reviso 3. A deciso de adotar a CIIU/ISIC como referncia re etiu a prioridade dada comparabilidade das estatsticas nacionais no plano internacional.

    4 Para a CNAE Domiciliar: estrutura (cdigos e denominaes), metodologia de construo e correspondncia com a Clasi cacin de Actividades Econmicas para Encuestas Socioeconmicas CAES do Mercosul e com a CIIU/ISIC Rev. 3, ver IBGE, Metodologia do Censo Demogr co 2000, captulo 6 item 6.4 Classi caes, tambm disponvel no endereo www.ibge.gov.br/concla

    5 A verso original da tabela de cdigos e denominaes das subclasses CNAE-Fiscal foi o cializada pela Resoluo IBGE/Concla no 01, de 25/06/1998. Em 2001, foi substituda pela verso revisada CNAE-Fiscal 1.0 (Resoluo Concla no 03, de 07/05/2001), que corrige algumas denominaes e acrescenta novas subclasses verso original. Em 2002, a atualizao da CNAE-Fiscal 1.1 (Resoluo Concla n. 7 de 16/12 /2002) esteve sincronizada com a da CNAE 1.0.

    6 Com a supresso da referncia ao uso scal na denominao das subclasses, a Subcomisso passa a chamar-se Subcomisso Tcnica para a CNAE-Sub-classes.

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    O compromisso da CNAE com a harmonizao internacional traduz-se na adoo de um padro de re-lacionamento com a estrutura da CIIU/ISIC claramente de nido e dos princpios, regras e de nies da classi cao internacional.

    O padro de relacionamento seguido pela CNAE o seguinte:

    - nos dois primeiros nveis hierrquicos sees e divises a CNAE adota estrutura da CIIU/ISIC, inclusive na de nio dos cdigos.

    - nos dois nveis seguintes grupos e classes a CNAE introduz um maior detalhamento sempre que necessrio para re etir a estrutura da economia brasileira, em princpio possibilitando a reconstituio das categorias da classi cao internacional.

    No item 4.2, na Parte 4 desta publicao, so explicitadas as diferenas entre as estruturas da CNAE 2.0 e da CIIU/ISIC 4, e apresentadas as tabelas de correspondncia entre as duas classi caes.

    1.1.5 Reviso 2007 da CNAE

    As classi caes de atividades econmicas precisam de reviso peridica para que se mantenham atua-lizadas, re etindo as mudanas que tenham ocorrido na estrutura e composio da economia desde sua verso prvia, e respondendo satisfatoriamente s novas e emergentes demandas de dados da atividade econmica. Alm disso, o contnuo e ampliado uso da classi cao evidencia aspectos que devem ser rediscutidos e aperfeioados.

    Por outro lado, os benefcios de atualizaes na classi cao de atividades econmicas precisam ser su cientemente fortes para justi car os signi cativos custos de retrabalhar as bases de dados do siste-ma estatstico, de introduzir modi caes nos cadastros da Administrao Pblica e de revisar as sries histricas para re etir a nova verso.

    Desde a de nio da estrutura da verso 3 da CIIU/ISIC, nos anos oitenta, a economia experimentou fortes mudanas de estrutura, composio e organizao. Novos materiais, tecnologias e tcnicas de produo foram adotados, alguns afetando a forma de operao das empresas e das atividades. Novas atividades emergiram, trazendo a necessidade de re eti-las na classi cao. Esta foi a principal motivao para a reviso da classi cao internacional, tambm vlida para a CNAE na condio de classi cao derivada da CIIU/ISIC. Assim, o calendrio de reviso da CNAE ajustou-se ao da CIIU/ISIC.

    Como rgo gestor, o IBGE foi responsvel pela coordenao dos trabalhos de reviso da CNAE 2.07, que teve incio em 2004, com extensa consulta aos usurios da CNAE. Participaram do processo de reviso tcnicos de vrias reas do IBGE, membros da Subcomisso Tcnica para a CNAE-Subclasses, em par-ticular do Grupo de Atualizao GAT, e representantes de entidades pblicas e privadas, sobretudo de representao de segmentos empresariais e rgos pblicos voltados a polticas setoriais. O resultado desse trabalho, que se estendeu at 2006, re ete-se na estrutura da CNAE 2.0 aprovada pela Comisso Nacional de Classi cao Concla e divulgada no Dirio O cial da Unio (Resoluo Concla 01/2006 de 04/09/2006)8, e nas notas explicativas do contedo das categorias da classi cao, objeto da presente publicao.

    A vigncia da CNAE 2.0 tem incio em 2007, com a implementao da nova verso nos cadastros e re-gistros da Administrao Pblica. No sistema estatstico, o marco inicial ser a transio para a CNAE 2.0 no Cadastro Central de Empresas do IBGE ao longo de 2007, estabelecendo a base para adoo da nova verso nas pesquisas econmicas. Numa perspectiva de mdio prazo, extenso programa promover a implementao da CNAE 2.0 em todas as pesquisas do IBGE e nas Contas Nacionais. O desa o que se

    7 Ao longo de 2005 e primeiro semestre de 2006, foram realizadas 31 reunies dos grupos setoriais organizados para a discusso da reviso 2007 da CNAE, com a participao de 75 entidades e 119 pro ssionais (alm dos tcnicos do IBGE e da Subcomisso Tcnica para a CNAE-Subclasses). A documentao das reunies dos Grupos Setoriais de discusso da Reviso 2007 e a relao de rgos e dos participantes podem ser consultadas no endereo www.ibge.gov.br/concla.

    8 Ver caput da Resoluo Concla 01/2006 no Anexo 6.1. As Resolues Concla 02/2006 e 01/2007, de 15/12/2006 e de 16/05/2007, respectivamente, reti cam algumas denominaes e introduzem modi caes pontuais na estrutura da CNAE 2.0 divulgada na Resoluo Concla 01/2006. Esto disponveis em www.ibge.gov.br/concla.

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    apresenta diz respeito necessidade de sincronizao na adoo da CNAE 2.0 pelos vrios usurios. A manuteno dos benefcios resultantes da padronizao nacional dos cdigos de atividades econmicas, propiciados pelo uso da CNAE, requer que a adoo da nova verso da CNAE nos cadastros e registros da Administrao Pblica e no sistema estatstico seja feita de forma sincronizada.

    1.2 Natureza e escopo da CNAE

    Na representao estatstica e na anlise dos fenmenos econmicos no possvel levar em conta as caractersticas individuais dos agentes, dado o tamanho do universo e a diversidade de caractersticas e de formas de atuao. Os agentes econmicos precisam, ento, ser agrupados de acordo com caracters-ticas comuns. Assim, todo processo econmico, para ser descrito pelas estatsticas, requer classi caes sistematizadas.

    As classi caes de atividades econmicas so construdas para organizar as informaes das unidades de produo, com o objetivo de produzir estatsticas dos fenmenos derivados da participao dessas unidades no processo econmico. Servem para classi car as unidades de produo de acordo com a atividade que desenvolvem, em categorias de nidas como segmentos homogneos quanto similaridade de funes produtivas (insumos, tecnologia, processos), caractersticas dos bens e servios, nalidade de uso, etc. As classi caes de atividades econmicas so, portanto, o sistema de linguagem usado na divulgao de dados e no processamento de estatsticas sobre fenmenos econmicos.

    A CNAE tem como principal propsito ser uma classi cao estandardizada das atividades econmicas produtivas, provendo um conjunto de categorias para serem usadas na coleta e divulgao de estatsticas por tipo de atividade econmica. Essas categorias so de nidas, o mximo possvel, de acordo com a forma como o processo econmico est organizado nas unidades e como se quer que seja descrito nas estatsticas econmicas.

    A CNAE, portanto, usada para classi car as unidades de produo, de acordo com a atividade que de-senvolvem, em categorias de nidas como segmentos homogneos principalmente quanto similaridade de funes produtivas (insumos, tecnologia, processos) e, em alguns casos, quanto s caractersticas dos bens e servios ou, ainda, nalidade de uso dos bens e servios.

    Sendo uma classi cao por tipo de atividade econmica, o escopo da CNAE de nido de acordo com o conceito de produo econmica do Sistema de Contas Nacionais (SNA, 1993): a produo econmica uma atividade levada sob o controle e responsabilidade de uma unidade institucional, usando insumos de trabalho, capital e bens e servios, para produzir novos bens e servios.

    Alm do uso nas Contas Nacionais, outros usos da CNAE, tais como nos cadastros de pessoa jurdica, levam ampliao desse escopo para incluir outras entidades legais que no so unidades de produo no conceito estrito das Contas Nacionais, mas que so ligadas s unidades de produo e necessitam ter seu registro nos cadastros da Administrao Pblica. Os cdigos 64.70-1 Fundos de investimento e 77.40-3 Gesto de ativos intangveis no- nanceiros so exemplos de categorias que compreendem unidades legais cujas atividades esto fora do mbito da produo de bens e servios, segundo o con-ceito das Contas Nacionais.

    No Sistema Estatstico, a CNAE serve produo de estatsticas dos fenmenos derivados da participao das unidades de produo no processo econmico. Na Administrao Pblica, a CNAE usada para a iden-ti cao da atividade econmica dos agentes produtivos nos cadastros e registros de pessoa jurdica.

    A CNAE uma classi cao por tipo de atividade econmica e no uma classi cao de produtos - bens e servios. So distintos os enfoques dessas classi caes, ainda que relacionados, estando referidos s duas dimenses de representao do processo produtivo no Sistema de Contas Nacionais: a das atividades econmicas, sob o foco das unidades de produo, e a de produtos, evidenciando os uxos de entradas (bens e servios usados como insumos) e sadas (bens e servios produzidos) do processo produtivo, bem como o uso como consumo nal ou intermedirio, para a formao de capital ou para o mercado externo. Classi caes espec cas so de nidas para essas abordagens. A classi cao de

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    atividades econmicas classi ca as unidades de produo, e as classi caes de produtos, as transaes de consumo intermedirio, consumo nal, formao de capital e os uxos de importao e exportao de mercadorias e servios. Como no possvel estabelecer uma relao um por um na correspondncia entre atividades e produtos, a classi cao de atividades econmicas, mesmo no detalhe maior, no se destina a medir a produo de produtos, papel exclusivo das classi caes de produtos. Por outro lado, as classi caes de produtos, mesmo quando organizadas por princpios distintos dos da atividade de origem, levam em conta a origem da produo, permitindo, portanto, estabelecer uma correspondncia entre as classi caes de atividades e de produtos.

    Para a produo de estatsticas de produtos, o IBGE desenvolveu e mantm atualizada uma nomencla-tura detalhada de produtos para aplicao em pesquisas, denominada Lista de Produtos PRODLIST. Na parte de mercadorias, a PRODLIST articula-se com a Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, a classi cao de produtos usada nas transaes externas de importao e exportao de mercadorias. A PRODLIST, atualmente, cobre os produtos agropecurios e da pesca (PRODLIST-Agro/Pesca), os produtos da indstria extrativa e de transformao (PRODLIST Indstria), os produtos das atividades de cons-truo e os produtos de atividades de servios selecionados9. Por princpio de construo, a PRODLIST ordena suas categorias segundo a classe CNAE de origem predominante10. A PRODLIST est, portanto, intrinsecamente articulada CNAE, inclusive na formao dos cdigos de oito dgitos, em que os quatro primeiros so os da classe CNAE de origem.

    A CNAE no faz distino entre tipo de propriedade, natureza jurdica, tamanho do negcio e modo de operao, uma vez que tais critrios no interferem na caracterizao da atividade em si. As unidades engajadas num mesmo tipo de atividade econmica so classi cadas numa mesma categoria da CNAE, quer sejam parte de uma entidade empresarial, produtores independentes (autnomos) ou rgos do governo, quer a empresa a que pertenam seja estrangeira ou nacional, tenha um ou mais estabeleci-mentos. No h, portanto, um vnculo estrito entre a CNAE e a classi cao de setores institucionais das contas nacionais ou a tabela de natureza jurdica da Concla.

    Dessa forma, a CNAE serve classi cao de todos os tipos de unidades engajadas na produo de bens e servios, independentemente de estruturas legais, institucionais ou organizacionais, tais como: estabelecimentos agropecurios, unidades de negcios empresariais, agentes autnomos que operam no mercado formal e informal, instituies governamentais e outros tipos de agentes engajados na produo de servios mercantis e no-mercantis, organizaes tais como associaes pro ssionais e sindicatos, entidades sem ns lucrativos e os empregados de domiclios privados.

    Da mesma forma, na indstria, as unidades manufatureiras so classi cadas de acordo com a atividade principal exercida, quer a produo seja feita com o uso de mquinas ou de forma artesanal, quer em fbricas ou em residncias. A distino entre produo com tecnologia avanada versus tradicional, em-bora possa ser til na organizao de algumas estatsticas, no um critrio usado na CNAE.

    A CNAE tambm no distingue entre atividade formal e informal ou entre produo legal e ilegal. Classi ca-es de acordo com tipos de organizao ou modos de operao podem ser construdas independentemente da de atividades econmicas. O cruzamento com a CNAE pode prover informaes adicionais teis.

    1.3 Princpios na construo da CNAE

    A construo da CNAE 2.0 obedece a um conjunto de princpios, normalmente aplicados no desenvolvi-mento de classi caes de atividades econmicas, que se traduzem nos seguintes requisitos:

    - a cobertura completa do universo representado

    - a de nio de categorias mutuamente excludentes

    9 Para a PRODLIST ver: IBGE, PRODLIST Indstria (2006), IBGE, PRODLIST-Agro/pesca (2003), tambm disponveis junto com as demais Listas no endereo www.ibge.gov.br/concla..

    10 O detalhamento de produtos na PRODLIST procura garantir, tambm, a correspondncia com os nveis mais desagregados (building blocks) da Classi cao Central de Produtos CPC, referncia internacional recomendada pelas Naes Unidas

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    - uma base conceitual e de princpios metodolgicos que permita a alocao consistente das uni-dades nas vrias categorias da classi cao

    - a organizao hierrquica para possibilitar o uso para diferentes propsitos estatsticos

    - a estabilidade durante um determinado perodo de tempo

    Sendo a CNAE estreitamente alinhada estrutura da CIIU/ISIC, os princpios de construo das suas categorias so os mesmos da classi cao internacional. Os detalhamentos espec cos da CNAE 2.0 nos nveis de grupos e classes foram de nidos com o propsito de re etir caractersticas da economia brasileira e, em alguns casos, de atendimento a demandas de usurios, dentro dos princpios que ga-rantem a consistncia da classi cao no seu uso na produo de estatsticas. No caso das subclasses, o maior detalhamento das atividades em relao de nio das classes teve o propsito de, sempre que necessrio, uma identi cao mais particularizada da atividade econmica das unidades registradas nos cadastros de pessoa jurdica da Administrao Pblica, sobrepondo-se este objetivo aos critrios de de nio das categorias da classi cao para ns estatsticos.

    A CNAE, tal como a CIIU/ISIC, tem como princpio ordenador bsico o grupamento de unidades em ati-vidades detalhadas com base em similaridades na produo11. A aplicao deste critrio, contudo, no rgida. H casos em que o grupamento de unidades se d em funo de outros critrios, como, por exemplo, a natureza ou o uso dos produtos produzidos. Ainda que na reviso da CNAE 2.0 se tenha pro-curado aplicar o critrio da similaridade de processo de produo de forma mais consistente, em alguns casos, a necessidade de continuidade, isto , de comparabilidade com a verso anterior da classi cao, e de atendimento a demandas de usurios sobrepe-se aplicao mais rgida deste princpio.

    A maneira como as atividades so combinadas nos estabelecimentos produtivos um critrio central na de nio das classes (4 dgitos). neste nvel que as unidades de produo so efetivamente classi cadas no Cadastro de Empresas do IBGE, que a base para o desenho das pesquisas e para a produo de estatsticas. importante que as unidades classi cadas em cada classe sejam o mais possvel similares com respeito ao tipo de atividade que exercem.

    As classes so de nidas de forma a satisfazer, sempre que possvel, s seguintes condies:

    a) critrio da especializao: que existam unidades especializadas na atividade da classe, ou seja, que a produo dos bens e servios que caracteriza uma dada classe represente o maior volume da produo das unidades nela classi cadas;

    b) critrio da cobertura: que a maior parte da oferta dos bens e servios que caracteriza uma dada classe seja produzida pelas unidades nela classi cadas;

    c) critrio da relevncia, ou seja, a importncia relativa na estrutura produtiva do pas das ativi-dades includas na classe.

    A primeira condio necessria para que as unidades de produo possam ser classi cadas, de forma inequvoca, de acordo com o tipo de atividade econmica e, por outro lado, para que as unidades clas-si cadas numa dada classe sejam o mais possvel similares entre si.

    Dentro do critrio de relevncia, na CNAE 2.0 as classes foram de nidas somente quando as atividades por elas cobertas so economicamente signi cativas na estrutura produtiva brasileira.

    Um princpio bsico seguido na de nio das classes na CNAE o de re etir a forma como as atividades so efetivamente organizadas no mundo real, garantindo sua associao a segmentos reconhecveis na economia brasileira. De tal forma que as unidades de produo nelas classi cadas tenham condio de fornecer as informaes requeridas nas pesquisas econmicas.

    11 Enfoque pelo lado da produo (production-oriented) ou com base na oferta (supply-based)

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    Na de nio das classes na verso 2.0 procurou-se equilibrar o compromisso com a harmonizao inter-nacional, a demanda por parte dos usurios, freqentemente por maior desagregao das atividades, e os critrios de relevncia, continuidade e comparabilidade.

    O conceito de similaridade de processo de produo s aplicvel estritamente no nvel mais baixo de agregao (nvel de classe). Este o nvel no qual a homogeneidade de atividade econmica maior.

    Quando as classes so agrupadas em nveis mais altos de agregao, o grau de similaridade de processos de produo das unidades nestas categorias geralmente diminui. Nos nveis mais altos da classi cao, a nfase move-se crescentemente para a composio da produo, de forma que, no topo da hierarquia, as sees so criadas e de nidas olhando-se mais para o que produzido e menos para os processos empreendidos para produzir aquela produo. Como conseqncia, unidades com insumos e processos produtivos diferentes so classi cadas numa mesma seo devido a semelhanas na nalidade da ati-vidade exercida. Por exemplo, hospitais e consultrios mdicos so ambos classi cados na seo Sade humana e servios sociais, em funo da nalidade comum de ateno sade humana. O critrio de agrupar atividades em funo da nalidade comum tpico das sees de atividades de servios.

    No nvel de sees, o propsito principal de nir um nmero limitado de categorias capaz de prover uma viso ampla e abrangente da economia, satisfatria para quadros-sntese de publicaes de estatsticas o ciais. No nvel de seo, como tambm no de diviso, a CNAE 2.0 reproduz a estrutura e de nies da verso 4 da CIIU/ISIC.

    No nvel de grupo, a de nio das categorias resulta de vrios fatores: a identi cao de grupos de atividades econmicas com funo de produo signi cativamente diferente, com expressivo peso na economia e a comparabilidade no plano internacional.

    1.4 Estrutura e sistema de cdigos da CNAE

    A CNAE 2.0 uma classi cao estruturada de forma hierarquizada em cinco nveis, com 21 sees, 87 divises, 285 grupos, 673 classes e 1301 subclasses.

    O quinto nvel hierrquico, o das subclasses, de nido para uso da Administrao Pblica.

    As categorias da CNAE 2.0, de seo a subclasse, so identi cadas por um cdigo acompanhado de uma denominao.

    O modelo de codi cao adotado na CNAE misto, sendo formado de um cdigo alfabtico (uma letra) para indicar o primeiro nvel de grupamento da classi cao, a Seo, e de cdigos numricos para os demais nveis de agregao, Diviso, Grupo, Classe e Subclasse.

    O cdigo de quatro dgitos das classes CNAE acompanhado de um dgito veri cador (DV), de nido por um algoritmo, que tem por nalidade garantir a consistncia da chave numrica, especialmente nos casos de autoclassi cao, prtica adotada em vrios formulrios que alimentam cadastros da Administrao Pblica.

    A seguir, resume-se a organizao hierrquica da CNAE 2.0

    Organizao Hierrquica da CNAE 2.0

    Nome Nvel Nmero de Grupamentos Identi cao

    Seo Primeiro 21 Cdigo alfabtico de 1 dgito

    Diviso Segundo 87 Cdigo numrico de 2 dgitos

    Grupo Terceiro 285 Cdigo numrico de 3 dgitos

    Classe Quarto 673 Cdigo numrico de 4 dgitos + DV

    Subclasse Quinto 1301 Cdigo numrico de 7 dgitos (incluindo o DV)

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    O sistema de codi cao integrado, a partir do segundo nvel, com o cdigo de cada nvel de grupa-mento mais detalhado incorporando o anterior. Assim, o cdigo da subclasse (sete dgitos) incorpora o cdigo da classe (quatro dgitos + DV), que, por sua vez, incorpora o cdigo do grupo (trs dgitos) a que pertence, e este, o da respectiva diviso (dois dgitos).

    Exemplo:

    Seo A Agricultura, pecuria, produo orestal, pesca e aqiculturaDiviso 01 Agricultura, pecuria e servios relacionados Grupo 01.1 Produo de lavouras temporriasClasse 01.11-3 Cultivo de cereaisSubclasse 0111-3/01 Cultivo de arroz

    A estrutura de cdigos da CNAE decimal, sendo o dgito nove (9), em geral, usado para categorias com especi caes genricas (outras atividades; atividades no especi cadas anteriormente) que renam atividades que no foram discriminadas em alguma categoria anterior.

    Exemplo:

    Grupo 85.9 Outras atividades de ensinoClasse 85.99-6 Atividades de ensino no especi cadas anteriormenteSubclasse 8599-6/99 Outras atividades de ensino no especi cadas anteriormente

    O dgito zero (0) ao nal de um cdigo usado nos casos em que o grupo, a classe ou a subclasse no apresenta nenhum detalhamento em relao ao nvel anterior.

    Exemplo:

    Diviso 75 Atividades veterinriasGrupo 75.0 Atividades veterinriasClasse 75.00-1 Atividades veterinriasSubclasse 7500-1/00 Atividades veterinrias

    Na CNAE 2.0, foram introduzidas mudanas em todos os nveis hierrquicos e em muitas categorias da classi cao. Mesmo no caso de manuteno de categorias da CNAE 1.0 com o mesmo contedo, os cdigos so afetados pelas alteraes no nvel das divises. Portanto na CNAE 2.0 todos os cdigos so novos. Para garantir a inexistncia de repetio de cdigos entre as verses 1.0 e 2.0, recorreu-se mudana no clculo do dgito veri cador, que passou para o mdulo 11 acrescido de uma unidade.

    As denominaes das categorias da CNAE foram de nidas procurando-se contemplar dois propsitos, nem sempre conciliveis: tamanho do ttulo e contedo informativo. Procurou-se de nir ttulos ao mesmo tempo curtos, tendo em vista o uso em tabelas estatsticas, e razoavelmente informativos, para uma percepo intuitiva do contedo da categoria por parte dos usurios.

    Para a informao mais completa do contedo das categorias da CNAE 2.0 o usurio deve necessaria-mente consultar as notas explicativas.

    No nvel mais alto de agregao, tambm chamado nvel de tabulao, a CNAE 2.0 est organizada em vinte e uma categorias, a seguir discriminadas:

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    Sees da CNAE

    Seo Denominao

    A Agricultura, pecuria, produo orestal, pesca e aqicultura

    B Indstrias extrativas

    C Indstrias de transformao

    D Eletricidade e gs

    E gua, esgoto, atividades de gesto de resduos e descontaminao

    F Construo

    G Comrcio; reparao de veculos automotores e motocicletas

    H Transporte, armazenagem e correio

    I Alojamento e alimentao

    J Informao e comunicao

    K Atividades nanceiras, de seguros e servios relacionados

    L Atividades imobilirias

    M Atividades pro ssionais, cient cas e tcnicas

    N Atividades administrativas e servios complementares

    O Administrao pblica, defesa e seguridade social

    P Educao

    Q Sade humana e servios sociais

    R Artes, cultura, esporte e recreao

    S Outras atividades de servios

    T Servios domsticos

    U Organismos internacionais e outras instituies extraterritoriais

    As duas ltimas sees T e U - referem-se a atividades que, por suas especi cidades, no podem ser tratadas em conjunto com outras: os servios domsticos remunerados exercidos no mbito das famlias e as atividades exercidas em enclaves extraterritoriais.

    A estrutura detalhada da CNAE 2.0, com os cdigos e as denominaes das categorias nos nveis de sees, divises, grupos e classes, apresentada no item 2.1, da Parte 2 desta publicao. A estrutura completa da CNAE 2.0, incluindo as subclasses de uso da Administrao Pblica, est apresentada na publicao espec ca para esta categoria de cdigos.12

    1.5 Notas Explicativas

    As denominaes das categorias de uma classi cao, por serem sintticas, do apenas uma indicao geral do seu contedo. As notas explicativas constituem-se em instrumento bsico na interpretao da CNAE, cabendo-lhes de nir o contedo e a abrangncia de suas categorias, apontando os casos limites, quando necessrio, e os casos de exceo, quando existentes.

    No nvel de classes (e subclasses), as notas explicativas da CNAE 2.0 encontram-se estruturadas da seguinte maneira:

    comentrio sobre o contedo central da classe (ou subclasse) precedido pela frase:

    Esta classe (ou subclasse) compreende:

    - seguida da descrio do conjunto de atividades econmicas que fazem parte daquele grupa-mento;

    12 ver Classi cao Nacional de Atividades Econmicas: Subclasses para uso da Administrao Pblica CNAE: verso 2.0, 2007, disponvel em www.ibge.gov.br/concla.

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    comentrio sobre os limites desdobra-se em dois, iniciando com a frase:

    Esta classe (ou subclasse) compreende tambm:

    - seguida de indicaes ou exemplos de casos limites ou de atividades no diretamente asso-ciadas denominao da classe (ou subclasse), mas que esto nela compreendidas;

    Esta classe (ou subclasse) no compreende:

    - seguida de indicaes ou exemplos de atividades que, apesar de terem relao com a classe (ou subclasse) em questo, esto compreendidas em outro grupamento da CNAE, cujo cdigo ento explicitado.

    Exemplo:

    23.20-6 Fabricao de cimento

    Esta classe compreende:

    - a fabricao de cimento de todos os tipos (hidrulicos, portland, aluminosos, etc.)

    Esta classe compreende tambm:

    - a fabricao de clnquer

    Esta classe no compreende:

    - a fabricao de cimento refratrio (23.41-9)

    - a fabricao de cimento odontolgico (32.50-7)

    As notas explicativas da CNAE 2.0 includas na Parte 3 desta publicao referem-se descrio do contedo das sees, das divises e das classes e, em alguns casos, dos grupos. As notas explicativas das subclasses da CNAE 2.0 esto na publicao espec ca para estas categorias.13 Podem tambm ser consultadas no endereo www.ibge.gov.br/concla

    1.6 Atividade econmica e unidades estatsticas

    1.6.1 De nio de Atividades

    A atividade econmica das unidades de produo deve ser entendida como um processo, isto , uma combinao de aes que resulta em certos tipos de produtos ou, ainda, uma combinao de recursos que gera bens e servios espec cos. Logo, uma atividade caracterizada pela entrada de recursos, um processo de produo e uma sada de produtos (bens e servios).

    Uma unidade de produo enquadrada numa classe CNAE quando sua atividade atende de ni-o dessa classe. Como os estabelecimentos podem desenvolver mais de uma atividade, na prtica necessria a identi cao de uma atividade principal para de nir sua classi cao na CNAE. Por outro lado, preciso estabelecer normas para a identi cao da atividade principal, de forma a ga-rantir a convergncia de estatsticas de diferentes fontes sobre um mesmo conjunto de unidades de produo.

    Entre as vrias atividades exercidas pela unidade de produo, preciso, inicialmente, distinguir as atividades principal e secundrias, de um lado, e as atividades auxiliares, de outro. A produo das atividades principal e secundrias consiste em bens e servios para serem colocados disposio de terceiros, ainda que em parte possam ser consumidos ou investidos na mesma unidade. As atividades auxiliares so atividades de apoio s atividades principal e secundrias de uma entidade.

    13 ver Classi cao Nacional de Atividades Econmicas: Subclasses para uso da Administrao Pblica CNAE: verso 2.0, 2007. Rio de Janeiro: IBGE. 2007

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    A atividade econmica se traduz pela criao de valor adicionado14 mediante a produo de bens e ser-vios, com a utilizao de trabalho, de capital e de insumos (matrias-primas). De ne-se a atividade principal de uma unidade estatstica como seu principal processo de produo, o que mais contribui para gerao do valor adicionado. No item 1.7 ser explicado como, na prtica, a atividade principal de uma unidade de produo deve ser determinada para classi c-la de acordo com a CNAE.

    A atividade secundria uma atividade cuja produo destinada a terceiros, mas cujo valor adicionado menor do que o da atividade principal. A maior parte das unidades produtoras exerce mais de uma ati-vidade e, portanto, tem uma ou mais atividades secundrias. Como, por de nio, a unidade de produo deve ter uma nica atividade principal, nos casos em que produz produtos (bens e/ou servios) associados a outras classes da classi cao de atividades, estes so considerados produo secundria.

    As atividades auxiliares so atividades de apoio, exercidas dentro da empresa, voltadas criao de condies necessrias para a execuo de suas atividades principal e secundrias e desenvolvidas, in-tencionalmente, para serem consumidas dentro da empresa. Geralmente, so atividades de prestao de servios usuais operao de unidades de produo similares, usados como consumo intermedirio, cujo valor costuma ser menor do que o valor adicionado da atividade principal ou das atividades secundrias. Os exemplos mais comuns de atividades auxiliares so: servios de gerenciamento e administrao dos negcios da empresa; contabilidade; contratao, pagamento, treinamento e gesto de recursos huma-nos; transporte prprio; manuteno de prdios, mquinas e computadores; armazenamento; compras e promoo de vendas; limpeza; segurana.

    Como regra, uma atividade deve ser considerada auxiliar se satis zer ao conjunto das seguintes condies:

    - servir unicamente prpria empresa (uma ou mais unidades), no mesmo local ou em locais distintos; a produo intencionalmente dirigida ao consumo intermedirio da prpria empresa e, portanto, usualmente no contabilizada separadamente;

    - ser usual em unidades de produo similares;

    - produzir servios ou, excepcionalmente, bens que no entram na composio do produto nal da unidade (tais como pequenas ferramentas);

    - destinar-se inteiramente ao consumo intermedirio da unidade a que serve, o que signi ca que no gera formao de capital.

    Dentro desses critrios, no so consideradas como atividades auxiliares: a produo de produtos que so incorporados ao capital xo da empresa (construo por conta prpria ou produo de equipamentos para uso prprio); a produo de bens que se tornam parte fsica da produo principal ou secundria (produo de partes e peas e de embalagens); a produo que em parte signi cativa vendida no mercado, mesmo se a maior parte consumida internamente empresa; a produo de energia, mesmo se toda ela consumida pela prpria empresa; a compra de mercadorias para revenda sem alterao de contedo e as atividades de pesquisa e desenvolvimento, uma vez que estas atividades no provem servios que so consumidos no curso da produo corrente.

    As atividades auxiliares podem ser exercidas na mesma unidade de produo, junto com as atividades de mercado, principal e secundrias, ou em localizao separada. Neste ltimo caso, constitui uma unidade auxiliar. Os exemplos mais comuns de unidades auxiliares so: sede de empresa, escritrios de contatos e vendas, unidades de transporte e armazenamento internos empresa, unidades de treinamento e de servios tcnicos para a prpria empresa.

    Quando exercidas num mesmo local e junto com as atividades voltadas ao mercado, as atividades auxi-liares no devem ser consideradas na determinao da atividade principal da unidade a que pertencem. Nas unidades locais onde apenas so exercidas atividades auxiliares, a atribuio do cdigo CNAE obe-dece a regras espec cas, o que ser tratado no item 1.8.

    14 Valor Adicionado o valor bruto da produo menos o custo das matrias-primas, bem como de outros consumos intermedirios.

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    1.6.2 Unidades Estatsticas

    De ne-se a unidade estatstica de observao como a unidade onde os fatos so observados e registra-dos, ou seja, a unidade elementar de um conjunto que se pretende observar ou analisar. As unidades estatsticas constituem, portanto, um elemento fundamental para a organizao das pesquisas estats-ticas, uma vez que neste nvel que se concretiza o levantamento de informaes e se atribui o cdigo de atividade econmica.

    Diferentes tipos de unidades estatsticas respondem a necessidades diferentes, mas cada unidade uma entidade espec ca, de nida de tal forma que pode ser reconhecida e identi cada, no sendo confundida com qualquer outra. Para construir estatsticas que sejam consistentes e comparveis, necessrio de nir e delimitar unidades estatsticas padronizadas que sirvam como unidades de observao na coleta dos dados e sejam apropriadas para a compilao e agregao de dados estatsticos.

    No sistema estatstico brasileiro, mais especi camente no Cadastro Central de Empresas do IBGE - CEM-PRE e nas pesquisas econmicas, so utilizadas as seguintes unidades estatsticas: empresa e unidade local/estabelecimento, a seguir conceituadas.

    A empresa a unidade jurdica caracterizada por uma rma ou razo social que engloba o conjunto de atividades econmicas exercidas em uma ou mais unidades locais/endereos de atuao.

    A empresa a unidade de deciso que assume obrigaes nanceiras e est frente das transaes de mercado. sobre ela que recai a obrigatoriedade dos registros contbeis, onde aparecem a totalidade de suas operaes econmicas e nanceiras, efetuadas durante o perodo de referncia, e um balano dos seus ativos e passivos. A empresa , portanto, o locus de deciso, de apropriao da renda e de responsabilidade legal no sistema econmico.

    As empresas se organizam de modo variado: num nico local ou em vrios endereos de atuao, exer-cendo uma ou mais atividades.

    A unidade local (UL), como unidade estatstica, de nida como a unidade de produo numa nica localizao geogr ca (endereo), onde a atividade econmica realizada (ou a partir de onde condu-zida). O reconhecimento da UL como unidade estatstica exige que esta tenha informaes disponveis, no mnimo, sobre o nmero de pessoas ocupadas. No caso de uma pessoa trabalhar em vrios locais ou trabalhar no domiclio, a unidade local em que deve ser contabilizada o local de onde recebe as instrues e onde o trabalho organizado. Numa mesma unidade local, uma ou mais atividades podem ser realizadas.

    A unidade local corresponde ao(s) endereo(s) de atuao das empresas, usualmente designado(s) estabelecimento(s). Na prtica, a de nio de unidade local do Cadastro Central de Empresas do IBGE coincide com a dos cadastros da Administrao Pblica, onde cada local de atuao da empresa recebe uma identi cao scal prpria (nmero de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica - CNPJ), podendo ocorrer, em casos isolados, a identi cao de mais de uma unidade em um mesmo endereo.

    A opo pela adoo, no sistema estatstico, de unidades na de nio jurdico- scal viabilizada pela proximidade, no caso brasileiro, entre as de nies de empresa e estabelecimento sob esta tica e as de nies tericas de unidades estatsticas empresa e unidade local. Por outro lado, esta opo fortalece a articulao do sistema estatstico com os registros administrativos, de grande valia para a racionalizao da produo estatstica, e facilita a coleta de informaes junto s empresas.

    A maioria das empresas, sobretudo as de pequeno e mdio porte, opera num nico local, coincidindo, nestes casos, os dois enfoques empresa e unidade local. Os casos de mltiplas localizaes so comuns em empresas de maior porte, que, em quantidade, so minoria, mas que respondem por parcela sig-ni cativa da produo. No Cadastro Central de Empresas do IBGE CEMPRE, o elo entre as unidades locais e a empresa (unidade me) feito de modo claro e inequvoco, com o uso da identi cao legal, o nmero CNPJ. Cada unidade local/estabelecimento identi cada com um nmero CNPJ de 14 dgitos, cujos oito primeiros (raiz) identi cam a empresa e so comuns a todas as unidades locais/estabeleci-

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    mentos, os quatro seguintes (su xo) identi cam os endereos de atuao da empresa e os dois ltimos so dgitos veri cadores.

    No sistema estatstico, a CNAE usada para a classi cao e organizao de dados tanto de unidades locais/estabelecimentos como de empresas. As regras para a atribuio do cdigo CNAE s empresas com mltiplas localizaes e mltiplas atividades econmicas sero tratadas no item 1.7. O desenho do Cadastro Central de Empresas e das estatsticas econmicas na dupla dimenso empresa e unidade local/estabelecimento permite a construo de estatsticas por atividade econmica com diferentes enfoques para ns espec cos. Convm ressaltar, no entanto, as restries que ocorrem na atribuio de um cdigo de classe CNAE para empresas grandes e complexas, com mltiplas localizaes e mltiplas atividades econmicas, uma vez que o desenho da classi cao no leva em conta a variedade de possibilidades de integrao vertical e horizontal de atividades realizadas por empresas desse tipo. Para o universo dessas empresas, relativamente pouco numeroso, mas com forte peso econmico, classi c-las em uma nica atividade introduz alguma distoro em sua representao estatstica e, conseqentemente, nas estatsticas por atividade econmica.

    As estatsticas agropecurias brasileiras, sob a tica da atividade econmica, so construdas com base em conceito prprio de unidade estatstica. No censo agropecurio, principal fonte dessas estatsticas, a unidade bsica de observao e de informao o estabelecimento agropecurio, de nido como terreno de rea contnua, subordinado a um nico produtor, onde se processa uma explorao agropecuria ou orestal.

    1.7 Mtodos de classi cao

    Classi car cada unidade de acordo com sua atividade principal o critrio bsico para classi car unidades em categorias da CNAE. O Cadastro Central de Empresas do IBGE CEMPRE - classi ca cada unidade (unidade local e empresa) no nvel de classes da CNAE, que o nvel mais desagregado da classi ca-o usado no sistema estatstico. A natureza hierrquica da CNAE permite a identi cao instantnea das categorias em que a unidade est classi cada nos demais nveis da classi cao: grupo, diviso e seo. Esta caracterstica permite a produo de estatsticas em quaisquer dos nveis da classi cao, dependendo do objetivo e natureza da estatstica a ser produzida. Se para determinados objetivos no for necessrio o nvel de maior detalhe da CNAE, as unidades podem ser classi cadas em nveis mais agregados (por exemplo, no nvel de diviso).

    A cada nvel da classi cao, a unidade s pode ser classi cada numa nica categoria. No enquadramento de uma unidade em diferentes nveis da classi cao, as categorias devem estar relacionadas umas s outras por agregaes e desagregaes. Uma unidade classi cada na Seo Indstrias de transformao s poder ser enquadrada em categorias mais detalhadas, nos nveis de diviso, grupo ou classe, que estejam dentro do mbito desta seo.

    mais simples classi car unidades que exercem um s tipo de atividade, uma vez que so classi cadas de acordo com a nica atividade empreendida. No mundo real, no entanto, so numerosos os casos de unidades que exercem atividades enquadradas em diferentes categorias da classi cao. Para as unida-des com mltiplas atividades necessrio, portanto, de nir mtodos para classi c-las de acordo com a atividade principal. Este item descreve os mtodos e regras para a identi cao da atividade principal e atribuio do cdigo CNAE s unidades.

    1.7.1 Regras Gerais

    A classi cao de cada unidade determinada pela classe CNAE na qual a atividade principal, ou o conjunto de atividades da unidade, est includa. Em geral, a atividade principal de uma unidade pode ser determinada a partir de informaes sobre os bens produzidos ou os servios realizados para outras unidades produtoras ou para consumidores nais. As descries de contedo nas notas explicativas das classes da CNAE 2.0, na Parte 3 desta publicao, devem ser usadas para determinar o cdigo adequa-

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    do para uma determinada unidade, a partir de informaes sobre os produtos (bens ou servios) que produz, complementadas, em alguns casos, por indicaes sobre os insumos, o processo de produo ou, no caso do comrcio, o tipo de usurio (unidade produtora ou consumidor nal).

    No caso mais simples em que, no nvel de classe, a unidade exerce apenas uma atividade, a classi cao de atividade determinada pela posio na CNAE 2.0 que compreende a atividade desta unidade.

    No caso de unidades com mltiplas atividades, a regra geral de classi cao na CNAE 2.0 de acordo com a atividade principal. Como recomendado pela CIIU/ISIC 4, a atividade principal de uma unidade com atividades mltiplas determinada por meio da anlise da composio do valor adicionado, ou seja, da anlise de quanto os bens e servios produzidos contriburam na gerao desse valor. A atividade com o valor adicionado mais alto a atividade principal.

    Na prtica, no entanto, os dados sobre o valor adicionado por bens e servios individuais no so dispo-nveis. recomendado, nesses casos, que a atividade principal seja determinada usando-se uma apro-ximao para o valor adicionado. As variveis usadas como substitutas do valor adicionado podem ser:

    Pelo lado da produo:

    - o valor da produo da unidade que atribudo aos bens e servios associados a cada ativi-dade;

    - o valor das vendas dos grupos de produtos (bens e servios) em cada atividade

    Pelo lado dos insumos:

    - a proporo de pessoas ocupadas nas diferentes atividades da unidade

    - os salrios e outras remuneraes atribudos s diferentes atividades.

    O uso de variveis substitutas ao valor adicionado no muda o mtodo para determinar a atividade principal, explicitado adiante. So apenas aproximaes operacionais aos dados de valor adicionado. O uso de quaisquer desses substitutos, no entanto, pode trazer distores sempre que a varivel tomada como aproximao no for diretamente proporcional ao valor adicionado.

    No sistema estatstico brasileiro, a prtica usual tem sido o uso da varivel receita de vendas como ponderador para a determinao da atividade principal15, uma vez que uma varivel disponvel e, no geral, guarda uma boa proporcionalidade com o valor adicionado.

    Em algumas atividades, no entanto, a proporcionalidade entre receita de venda e valor adicionado no efetiva. o que ocorre na atividade de comrcio, onde o valor da receita de revenda tem normalmente uma relao bem mais baixa com o valor adicionado do que, por exemplo, na indstria de transformao. Distoro semelhante ocorre em atividades desenvolvidas com a prtica de subcontratao da produo a terceiros.

    Em alguns casos, ainda, a varivel receita de venda no faz sentido, como ocorre nas atividades de intermediao nanceira e nas atividades no-mercantis, como organizaes e associaes sem ns lucrativos. Nessas atividades, o critrio deve ser a real nalidade da unidade a ser classi cada.

    comum a ocorrncia de unidades que associam atividades de comrcio com outras atividades. Nesse caso, a varivel receita no o indicador mais adequado para medir a proporo da atividade de comrcio no valor adicionado. Um indicador mais apropriado a margem bruta (a diferena entre a receita de revenda e a compra das mercadorias ajustada pela variao de estoques). J para as unidades que atuam em vrios ramos do varejo, as regras espec cas para de nio da atividade principal a que esto sujeitas so aplicadas com a ponderao do valor da receita de revenda de cada grupo de produtos.

    15 Na Pesquisa Industrial Anual Empresa, a atividade principal de uma determinada Unidade Local de nida pela predominncia da varivel Valor das Expedies, cuja de nio Valor das Vendas mais Transferncias efetuadas.

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    1.7.2 Mtodo descendente (top-down)

    No caso em que, no nvel de classe, a unidade exerce atividades compreendidas em diferentes posies da CNAE 2.0, so necessrias regras para a determinao da atividade principal.

    No caso mais simples, em que, no nvel de classe, uma das atividades exercidas pela unidade representa mais de 50% do valor adicionado (ou seus substitutos), a classi cao na CNAE 2.0 ca determinada por esta atividade.

    No caso em que a unidade exerce mais de duas atividades compreendidas em mais de duas posies da CNAE 2.0, sem que nenhuma delas represente mais de 50% do valor adicionado (ou seus substitutos), a classi cao de atividade deve ser determinada usando-se o mtodo descendente (top-down), descrito a seguir, tal como recomendado pela CIIU/ISIC 4.

    A determinao da atividade principal das unidades com mltiplas atividades pressupe, de um lado, que se possam listar todas as atividades da unidade e, de outro, a xao de regras de ponderao para estas atividades, o que vai ser feito pelo mtodo descendente. Este mtodo garante o princpio de que a classi cao da atividade nos nveis mais baixos esteja em conformidade com a atividade principal da unidade nos nveis mais altos da classi cao.

    Pelo mtodo descendente, a partir da listagem de todas as atividades exercidas pela unidade e das res-pectivas posies na CNAE 2.0 e participao no valor adicionado (ou seus substitutos), determina-se primeiro a preponderncia no nvel mais alto da classi cao (nvel de seo - uma letra); em seguida, nos nveis de diviso e grupo (dois e trs dgitos, respectivamente) e, nalmente, no nvel de classe (quatro dgitos). Esse mtodo satisfaz o princpio hierrquico, segundo o qual a classi cao de nida no nvel mais desagregado deve ser coerente com a estabelecida com as mesmas informaes num nvel mais agregado. Isso signi ca que a classe principal deve pertencer ao grupo principal, diviso principal e seo principal.

    No anexo 6.2 na Parte 6 desta publicao apresentado um exemplo do uso do mtodo descendente para determinar o cdigo da atividades principal.

    O mtodo descendente assegura uma melhor consistncia dos dados agregados, ainda que em alguns casos possa levar identi cao de uma atividade como principal mesmo que no responda pelo maior aporte ao valor adicionado.

    Um caso especial de aplicao do mtodo descendente diz respeito ao comrcio varejista, em funo do conceito de especializao na CNAE 2.0. A distino entre comrcio varejista especializado e no espe-cializado deve ser considerada como um nvel adicional e deve ser levada em considerao na aplicao do mtodo descendente, para ento determinar a classe de acordo com os produtos vendidos.

    A seguir, so explicitadas as regras para a distino entre unidades especializadas e no especiali-zadas.

    Se os produtos vendidos esto compreendidos em uma nica classe CNAE 2.0, a alocao a esta classe bvia. Exemplo: uma unidade vendendo bebidas no varejo alocada classe 47.23-7.

    Se os produtos vendidos compreendem mercadorias de vrias classes CNAE 2.0, determina-se se uma dessas classes participa com 50% ou mais das vendas (varivel substituta do valor adicionado). Em caso positivo, a unidade deve ser classi cada nesta classe. Se nenhuma classe participar com 50% ou mais, anlise adicional deve ser feita para estabelecer a classi cao adequada. A escolha entre o grupo 47.1 Comrcio varejista no especializado e os grupos 47.2, 47.3, 47.4, 47.5, 47.6, 47.7 e 47.8, do varejo especializado, deve basear-se no nmero de classes CNAE 2.0 abarcadas pelas mercadorias comercializadas. Se os produtos vendidos esto compreendidos em at quatro classes dos grupos 47.2 a 47.8, levando-se em conta apenas as classes com participao de 5% ou mais, mesmo que nenhuma tenha participao de 50% ou mais, considera-se que se trata de comrcio especializado. O foco deste comrcio , ento, determinado com base na participao no valor de vendas, selecionando-se primeiro o grupo e depois a classe dentro do grupo.

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    Se os produtos vendidos compreendem cinco ou mais classes dos grupos 47.2 a 47.8, levando-se em conta apenas as classes com participao de 5% ou mais, e nenhuma tem participao de 50% ou mais, considera-se que se trata de um comrcio no especializado alocado ao grupo 47.1. Uma regra suplementar permite distinguir as unidades varejistas no especializadas em duas categorias: com predominncia de alimentos, alocadas nas classes 47.11-3 - Hipermercados e supermercados - e 47.12-1 Minimercados, mercearias e armazns e sem predominncia de alimentos, alocadas na classe 47.13-0.

    A aplicao do mtodo descendente para a de nio da atividade principal, bem como a adaptao ao comrcio varejista, nem sempre factvel por inexistncia das informaes no detalhe necessrio. A descrio do mtodo corresponde ao modo estrito de determinao da atividade principal. Quando no vivel, alguma simpli cao ou conveno pode ser adotada. Os empreendimentos de maior vulto certamente podero prover os dados necessrios para uma aplicao mais estrita do mtodo descendente.

    1.7.3 Casos especiais de atividades mltiplas

    Os casos de atividades mltiplas realizadas em uma mesma unidade decorrem tanto de combinao de atividades - por exemplo, a produo de calados combinada com a produo de bolsas de couro - como de integrao vertical de atividades - por exemplo, a produo integrada de celulose e papel - como, ainda, de complementao de atividade - por exemplo, a atividade de instalao e montagem exercida por estabelecimentos comerciais.

    A integrao vertical de atividades ocorre quando diferentes estgios da produo so realizados por uma mesma unidade, onde o produto de uma etapa torna-se o consumo intermedirio de outra. Um exemplo de unidade verticalmente integrada o estabelecimento fabricante de roupas de cama e banho que tem como matria-prima os os que so transformados em tecidos e, estes, em artefatos de tecidos.

    Na CNAE 2.0, de acordo com a CIIU/ISIC 4, a integrao vertical tratada como qualquer outra forma de atividades mltiplas, o que signi ca que a unidade com uma cadeia integrada de atividades deve ser classi cada na classe que corresponde atividade principal dentro da cadeia, ou seja, a atividade com a maior participao no valor adicionado (ou seus substitutos), como determinado pelo mtodo descendente. O objetivo desse tratamento priorizar o critrio da similaridade de processo produtivo, garantindo que unidades com processos semelhantes estejam alocadas na mesma atividade.

    Na prtica, difcil determinar, em cada caso, a participao no valor adicionado (ou seus substitutos) dos diferentes estgios na cadeia de atividades de produo, em funo da inexistncia, via de regra, de valorao da produo nas etapas intermedirias. Trabalha-se, ento, com a de nio de casos tpicos de integrao onde foram analisadas as cadeias produtivas e determinadas as respectivas atividades principais, dentro do critrio de maior peso na gerao do valor adicionado. Alguns desses casos so mencionados nas notas explicativas.

    Nos segmentos produtivos da economia brasileira onde ocorrem casos relevantes de atividades vertical-mente integradas, a CNAE 2.0 identi ca categorias prprias para essas atividades. o caso, por exemplo, das classes 58.21-2, 58.22-1, 58.23-9 e 58.29-8 que compreendem a edio integrada impresso de livros, jornais, revistas e outros produtos gr cos, respectivamente.

    No enunciado da regra geral de tratamento das atividades integradas h uma mudana em relao ao que estabelecia a CNAE 1.0, apoiada na CIIU/ISIC 3 e 3.1, que de nia como regra geral classi car a unidade com uma cadeia de atividades integradas verticalmente na classe dos bens do nal da cadeia, o que no necessariamente re etia a ponderao com base no valor adicionado. Na prtica, no entanto, essa mudana na regra altera pouco o que vinha sendo praticado com a CNAE 1.0, uma vez que nos casos relevantes de integrao vertical com maior peso na etapa inicial da cadeia trabalhou-se com convenes para a de nio da atividade principal (de forma a coincidir com a etapa de maior peso na caracterizao do processo produtivo) ou ento com a de nio de categorias espec cas para as uni-dades com processos produtivos integrados.

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    As atividades exercidas com caractersticas de complementaridade so consideradas como parte da ati-vidade principal. Se um estabelecimento complementa a execuo da atividade principal com o exerccio de outra atividade, esta ser considerada como fazendo parte da atividade principal, mesmo que, ana-lisada individualmente, possa ser considerada como pertencendo a uma outra classe econmica. Como exemplo pode-se citar o caso das atividades de montagem e instalao exercidas por estabelecimentos comerciais como complementao atividade de comercializao. As notas explicativas relacionam os casos mais freqentes de combinaes de atividades.

    1.8 Codi cao de atividades espec cas

    Este item prov orientao para o tratamento a ser aplicado na codi cao na CNAE 2.0 a um conjunto de questes mais complexas da atividade econmica, incluindo tanto questes que perpassam toda a economia como as que so espec cas de um determinado segmento produtivo.

    1.8.1 Terceirizao

    O termo terceirizao usado quando uma unidade de produo (unidade contratante) contrata outra unidade (unidade contratada) para realizar tarefas espec cas, tais como o fornecimento de mo-de-obra, a execuo de funes de apoio ou de partes do processo de produo, ou ainda o processo completo de sua atividade produtiva na produo de bens e servios.

    A terceirizao envolve tanto atividades de apoio administrativo como a execuo de parte da funo produtiva, podendo abarcar uma maior ou menor extenso do processo produtivo e ocorrer em atividades de produo de bens ou de servios.

    A unidade principal ou contratante e as unidades contratadas podem estar localizadas no mesmo territrio econmico (pas, regies) ou em diferentes territrios, ou seja, a localizao no afeta a classi cao dessas unidades.

    Para ns de classi cao na CNAE 2.0, distinguem-se os seguintes casos de terceirizao, cujas carac-tersticas e convenes prprias sero tratadas em seguida:

    - terceirizao da mo-de-obra

    - terceirizao de funes de apoio

    - terceirizao de partes do processo produtivo

    - terceirizao do processo produtivo completo

    1.8.1.1 Terceirizao da mo-de-obra

    Trata-se de caso em que a unidade contratante realiza ela prpria o processo de produo (de bens ou servios) mas usa a mo-de-obra contratada por terceiros que colocada sua disposio e sob seu comando. O produto objeto da transao entre a contratante e a contratada tratado na CNAE 2.0 como um tipo especial de servio: servios de fornecimento de mo-de-obra. A unidade contratante re-munera a contratada pelos servios de colocao de mo-de-obra sua disposio, cabendo unidade contratada a contratao e remunerao da mo-de-obra.

    Nesse caso, a unidade contratante permanece classi cada na classe CNAE que representa seu processo produtivo central e a unidade contratada classi cada como prestadora de servios de fornecimento de mo-de-obra.

    Dois casos devem ser considerados nos servios de fornecimento de mo-de-obra:

    - Quando se trata de mo-de-obra contratada sob a forma de contrato temporrio, sob a legislao espec ca do trabalho provisrio, a unidade contratada (agncia locadora) classi ca-se no cdigo 78.20-5 Locao de mo-de-obra temporria. Exceo feita para a contratao de mo-de-obra

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    temporria para a agricultura e pecuria, que na CNAE 2.0 est compreendida nas atividades de apoio a esses segmentos (01.61-0 Atividades de apoio agricultura e 01.62-5 Atividades de apoio pecuria).

    - Quando de trata de servio de fornecimento de mo-de-obra por empresas especializadas no for-necimento e gesto de recursos humanos a empresas clientes (geralmente empresas do mesmo grupo), as unidades prestadoras desse servio so classi cadas em 78.30-2 Fornecimento e gesto de recursos humanos para terceiros.

    No caso de unidades que operam apenas na intermediao entre as que demandam a mo-de-obra com especializao e os respectivos pro ssionais, sendo a contratao dessa mo-de-obra realizada diretamente pela unidade cliente, o cdigo CNAE 2.0 deve ser 78.10-8 Seleo e agenciamento de mo-de-obra.

    Quando a mo-de-obra contratada por terceiros (unidade contratada) realiza servios nas instalaes da unidade contratante mas no est sob seu comando, trata-se de contratao de prestao de um servio (no de servios de fornecimento de mo-de-obra). A unidade contratada - que pode ser uma empresa ou uma cooperativa - deve ser classi cada na categoria que corresponde ao servio prestado ou parte do processo produtivo executada (casos tratados a seguir)

    1.8.1.2 Terceirizao de funes de apoio

    Neste caso, a unidade contratante executa as funes centrais do processo produtivo (na produo de bens e servios), mas terceiriza algumas funes de apoio administrativo ou tcnico, tais como servios contbeis, servios de limpeza, servios de informtica, etc. As funes de apoio no so parte do pro-cesso produtivo central, isto , no esto relacionadas com o produto ou servio objeto da produo da unidade contratante, apenas lhe do suporte no funcionamento geral.

    No caso de terceirizao de funes de apoio, a unidade contratante permanece classi cada na classe CNAE que representa seu processo produtivo central, e a unidade contratada classi cada na atividade espec ca do servio de suporte que est prestando.

    1.8.1.3 Terceirizao de partes do processo de produo

    A unidade contratante subcontrata terceiros para a execuo de uma parte do processo de produo (de bens ou de servios), mas no de todo o processo. Os insumos/matrias-primas que sero transformados so da unidade contratante, que, portanto, tem a propriedade da produo nal.

    Nesse caso, a unidade contratante deve ser classi cada como se estivesse executando o processo de produo completo, e a unidade contratada, de acordo com a parte do processo de produo que est executando, o que pode estar compreendido na mesma classe da unidade contratante ou em classe espec ca do servio contratado.

    1.8.1.4 Terceirizao do processo produtivo completo

    Um caso especial de terceirizao diz respeito s unidades que, em base permanente, organizam e vendem bens e servios com sua marca, assumindo os riscos e responsabilidades inerentes, mas subcontratam integralmente todo o processo de produo. Normalmente no tm planta industrial, maquinaria ou empregados e, portanto, no executam qualquer transformao fsica no local onde funcionam. Esses agentes so denominados, na documentao tcnica internacional, converters.

    Na atribuio do cdigo CNAE 2.0 a esses agentes, as seguintes situaes devem ser consideradas:

    - se tm a propriedade dos insumos e do produto nal, mesmo quando terceirizam todo o processo de produo, so classi cados na seo C Indstrias de transformao, na categoria que corresponde atividade completa do processo de produo terceirizado.

    - se tm a produo realizada por terceiros e no tm a propriedade dos insumos usados no processo de produo, devem ser classi cados como atividade comercial, na seo G Comrcio; reparao de veculos automotores e motocicletas, na categoria que corresponder atividade caracterizada pelo tipo de venda (atacado ou varejo) e pelo tipo de mercadoria vendida. Nesse

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    caso, deve ser avaliado se a unidade contratante realiza outros tipos de atividades, tais como design ou Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Se outras atividades de produo so realizadas pela unidade principal, as regras gerais para identi cao da atividade principal devem ser apli-cadas. A unidade contratada, nesse caso, classi cada na seo C Indstrias de transformao, na categoria espec ca que corresponde atividade industrial executada.

    A terceirizao completa do processo de produo na agropecuria, em atividades orestais, na pesca e na aqicultura, na minerao e na produo de eletricidade e de gs e gua segue regras similares s aplicadas produo da indstria de transformao.

    Na construo, quando a unidade construtora subcontrata a execuo completa da obra a outra unida-de, mas permanece como responsvel pela obra, tanto a unidade contratante como a contratada so classi cadas na mesma categoria na seo F Construo, na classe que corresponde ao tipo de obra realizado.

    Nas atividades de servios, quando ocorre a terceirizao do processo completo de execuo dos servios, tanto a unidade contratante como a unidade contratada so classi cadas como se estivessem realizando de forma completa a atividade do servio em causa.

    1.8.2 Comrcio eletrnico

    As unidades empresariais recebem ordens e transacionam a venda de bens e servios por uma variedade de meios como, por exemplo, correio, telefone, fax, TV e internet. O termo comrcio eletrnico tem sido usado para descrever as transaes de negcios que transferem a propriedade dos bens ou servios feitas atravs da internet.

    Existem trs estgios na transferncia de propriedade de um bem ou servio a emisso da ordem de compra, a realizao do pagamento e a entrega do bem ou servio. As transaes de comrcio eletrnico podem incluir situaes variadas: quando somente o primeiro, o primeiro e o segundo, ou todos trs estgios so conduzidos atravs da internet.

    Para muitas unidades empresariais, o comrcio eletrnico somente um entre os vrios meios pelos quais as vendas so efetuadas. As regras para a classi cao de tais unidades continuam as mesmas, sendo as unidades classi cadas na classe da principal atividade. As unidades que vendem bens e ser-vios exclusivamente atravs da internet devem ser classi cadas na classe correspondente ao tipo de mercadoria ou servio que transacionam. As unidades engajadas no comrcio eletrnico sero, portanto, encontradas em diversas classes da CNAE 2.0.

    Na CNAE 2.0, essa regra vlida inclusive para unidades do comrcio varejista com vendas exclusiva ou preponderantemente atravs da internet. Diferentemente da CIIU/ISIC 4, a CNAE 2.0 no faz distino entre o comrcio em loja ou fora de loja (por catlogo, televiso, internet e outros meios de comunicao), como j no o fazia na verso 1.0 anterior. Portanto as unidades de comrcio varejista sero classi cadas em funo do tipo de mercadoria vendida, independentemente do modo de comercializao16.

    1.8.3 Servios de Manuteno e Reparao

    Na CNAE 2.0, as unidades com atividade principal na execuo de servios de manuteno e reparao so classi cadas tomando-se por base o bem objeto desses servios, distinguindo-se:

    - os servios de manuteno e reparao de mquinas, equipamentos e instrumentos industriais, comerciais e pro ssionais e de veculos ferrovirios, embarcaes e aeronaves;

    - os servios de manuteno e reparao de equipamentos de informtica e comunicao

    16 Recomenda-se, no entanto, que a forma de atuao da unidade (em loja, em mercados, por internet, fax, correio, catlogo, porta a porta, etc.) seja identi cada por atributo/quesito espec co para esse m, em complemento ao cdigo CNAE de atividade econmica. Essa prtica vem sendo observada na Pesquisa Anual de Comrcio PAC, do IBGE, e est implementada nos principais cadastros da Administrao Pblica.

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    - os servios de manuteno e reparao de objetos e equipamentos pessoais e domsticos;

    - os servios de manuteno e reparao de veculos automotores e motocicletas;

    - os servios de manuteno e reparao de estruturas xas (edi caes e obras de engenharia), inclusive das instalaes incorporadas.

    Os servios de manuteno e reparao de mquinas, equipamentos e instrumentos industriais, comerciais e pro ssionais e de veculos ferrovirios, embarcaes e aeronaves requerem, normalmente, equipamen-tos mais pesados e so sticados, sendo prestados pelo prprio fabricante ou por unidades independentes autorizadas, com conhecimento tcnico do desenho e especi caes do bem. Quando prestados pela unidade fabricante, so produo secundria. Quando prestados por unidades independentes especiali-zadas, constituem atividade principal e, como tal, so classi cados na CNAE 2.0 na seo C Indstrias de transformao, Diviso 33, grupo 33.1 Manuteno e reparao de mquinas e equipamentos, em uma das oito classes onde esses servios so identi cados pela natureza do equipamento: eletrnicos e pticos, eltricos, mecnicos, meios de transportes, etc.(na verso 1.0 anterior, formavam via de regra grupo espec co dentro da Diviso que compreendia a produo dos equipamentos).

    As unidades prestadoras de servios de manuteno e reparao de equipamentos de informtica e comu-nicao so classi cadas na Diviso 95, grupo 95.1, com duas classes, uma para manuteno e reparao de computadores e perifricos (95.11-8) e outra para equipamentos de comunicao (95.12-6).

    As unidades que fazem manuteno e reparao de equipamentos incorporados s obras de construo, tais como elevadores, escadas rolantes, etc., e que no so produtoras desses bens, so classi cadas na seo F Construo. Os fabricantes dos equipamentos que realizam os servios de instalao, manu-teno e reparao de seus prprios produtos no local de uso so classi cados na seo C Indstrias de transformao, na classe de fabricao do produto.

    As unidades de manuteno e reparao de objetos e equipamentos de uso pessoal e domstico so classi cadas na CNAE 2.0 na Diviso 95, grupo 95.2, em duas classes: uma espec ca para a reparao e manuteno dos eletroeletrnicos de uso pessoal e domstico (95.21-5) e outra para os demais objetos (95.29-1). Normalmente, so servios de pequena dimenso que no requerem maquinaria pesada e so realizados em lojas especializadas

    As unidades que fazem manuteno e reparao de veculos automotores e motocicletas so classi cadas na seo G, diviso 45, grupos 45.2 e 45.4, nas classes 45.20-0, para veculos automotores, e 45.43-9, para motocicletas. A deciso de, na CIIU/ISIC 4, manter esses servios na diviso G sustentou-se em razes ligadas comparabilidade internacional e continuidade das sries temporais. A CNAE 2.0 segue a CIIU/ISIC no nvel de diviso e, portanto, adota tratamento semelhante para a reparao e manuten-o de veculos automotores e motocicletas. importante notar que o recondicionamento de motores automotivos enquadra-se na seo C Indstrias de transformao, diviso 29 Fabricao de veculos automotores, reboques e carrocerias.

    As unidades prestadoras de servios de manuteno e reparao de edifcios e obras de engenharia so classi cadas na seo F Construo, uma vez que as atividades enquadradas nessa seo abrangem as obras e os servios de instalaes e acabamentos em construes novas, reformas, manuteno e reparao.

    1.8.4 Servios de instalao

    A instalao consiste na colocao do produto em condio de uso, por exemplo, a instalao de apare-lhos de ar condicionado, de elevadores, de mquinas e equipamentos, etc. Os servios de instalao ora so realizados em conjunto com outras atividades (fabricao ou venda), ora so exercidos por unidades especializadas.

    usual que unidades empresariais na indstria, construo, comrcio atacadista ou varejista instalem os produtos que vendem para outras empresas e para as famlias. Quando a instalao feita pelas uni-

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    dades que vendem o produto, deve ser tratada como uma atividade secundria da unidade. Isso porque o valor adicionado da atividade de instalao normalmente menor do que o da produo principal da unidade, por exemplo: a instalao de elevadores pelo fabricante.

    No entanto h muitas unidades que se especializam na execuo de servios de instalao. Nesse caso, a atividade de instalao a atividade principal da unidade e, como tal, deve ser classi cada.

    A CNAE 2.0 contm algumas classes compreendendo atividades de instalao. O quadro abaixo sumariza a posio, na CNAE 2.0, dos diferentes tipos de servios de instalao, quando realizados por unidades especializadas.

    Classi cao das atividades de instalao na CNAE 2.0

    Indstrias de transformao

    Instalao de mquinas e equipamentos industriais 33.21-0

    Instalao de outros equipamento 33.29-5

    Construo

    Montagem de instalaes industriais e estruturas metlicas 42.92-8

    Instalaes hidrulicas/sistemas de ventilao e refrigerao 43.22-3

    Obras de instalao (ex.: painis publicitrios, elevadores, escadas rolantes equipamentos de iluminao e sinalizao em vias pblicas) 43.29-1

    Instalaes eltricas 43.21-5

    Comrcio

    Instalao de acessrios para veculos 45.20-0

    Servios de Tecnologia de Informao

    Instalao de programas de computador 62.09-1

    1.8.5 Aluguel e leasing

    O aluguel, ou seja, a cesso de direito de uso de algum bem por prazo determinado, mediante pagamento de um preo, abrange uma gama de diferentes atividades que so tratadas na CNAE 2.0 da seguinte forma:

    - o aluguel de imveis est compreendido na seo L Atividades imobilirias, na classe 68.10-2 Atividades imobilirias de imveis prprios.

    - o arrendamento mercantil ou leasing nanceiro de bens mveis est compreendido na seo K, diviso 64 Atividades de servios nanceiros, uma vez que uma forma de nanciamento para a compra equipamentos;

    - o aluguel, arrendamento ou locao de mquinas e meios de transporte com operador ou condu-tor est includo na seo/diviso onde esse equipamento preponderantemente usado. Con-sidera-se, no caso, que a produo das unidades dedicadas a essas atividades mais do tipo de um servio espec co do que a cesso de um bem por aluguel. Por exemplo, na locao de um meio de transporte com condutor, o servio pago por um servio de transporte, no apenas pelo uso do meio de transporte por um dado perodo. Exemplos de aluguel de equipamentos com operador:

    o aluguel de equipamentos de construo com operador, classi cado na seo F Construo, na classe onde o equipamento preponderantemente usado;

  • Classi cao Nacional de Atividades Econmicas - Verso 2.0Introduo

    o aluguel/locao/fretamento de meios de transporte (veculos automotores, embarcaes e aeronaves) com condutor/tripulao est compreendido na seo H Transporte, armazenagem e correio, na diviso, grupo e classe do respectivo modal de transporte;

    - o aluguel, locao ou leasing operacional de mquinas e meios de transporte, sem operador/con-dutor/motorista/tripulao, est compreendido na seo N Atividades administrativas e servios complementares, diviso 77, grupos 77.1 Locao de meios de transporte sem condutor e 77.3 Aluguel de mquinas e equipamentos sem operador;

    - o aluguel de objetos pessoais e domsticos e o leasing de ativos intangveis no- nanceiros (patentes, marcas, etc.) tambm esto compreendidos na seo N Atividades administrativas e servios complementares, diviso 77, em grupos espec cos: 77.2 Aluguel de objetos pessoais e domsticos e 77.4 Gesto de ativos intangveis no- nanceiros.

    1.8.6 Venda de produtos manufaturados diretamente ao consumidor nal

    Na CNAE 2.0, como regra geral, toda unidade que fabrica bens manufaturados e vende a prpria produo para o consumidor nal classi cada na seo C Indstrias de transformao. Exceo a esta regra feita no caso de padarias e de farmcias de manipulao, que esto compreendidas na seo G Comrcio, diviso 47 Comrcio varejista, quer vendam ou no preponderantemente produtos fabricados no local.

    Tambm no caso de sorveterias, adotou-se tratamento nico para as unidades que vendem sorvetes (ou tortas, salgados, etc.) para consumo no local, classi cadas na seo I Alojamento e alimentao, diviso 56 Alimentao, quer produzam ou no, no local, os produtos servidos.

    1.8.7 Atividades Governamentais

    A CNAE 2.0 no faz distino com relao ao setor institucional ao qual pertence a unidade estatstica. Nesse sentido, no h na CNAE uma categoria que descreva todas as atividades executadas pelo go-verno.

    A diviso 84 Administrao pblica, defesa e seguridade social abrange as atividades que so funes caractersticas da atuao do Estado e, como tal, so atividades essencialmente no-mercantis exerci-das por rgos pblicos das trs esferas de governo. As atividades de prerrogativa do Estado (exerccio dos