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82 continentemagazine Pão, bolos e doces Os sabores regionais que Portugal adora CLUBE DE PRODUTORES

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82 continentemagazine

Pão, bolos e docesOs sabores regionais que Portugal adora

Clube de produtores

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Pão, bolos e docesOs sabores regionais que Portugal adora

FermentopãoO sabor do pão alentejanoLocalizada em Beja e herdeira de uma tradição com mais de 40 anos, a Fermentopão conta atualmente com duas fábricas dedicadas à produção de pão tradicional alentejano e de doces conventuais alentejanos. O pão alentejano é um pão de “cabeça”, produzido com isco (massa do dia anterior), de sabor forte, ligeiramente fermentado, de côdea rija e miolo compacto. É um pão que mantém as suas características durante vários dias.O pão alentejano é cozido em grandes fornos de alvenaria, o que lhe confere as características do original pão desta região. Procurando dar aos consumidores o “sabor de an-tigamente”, a Fermentopão trabalha diariamente num processo de melhoria contínua, conjugando novas técnicas com o saber-fazer da tradição alentejana.

Clube de produtores

Justino Alexandre SardinhaO pão de Mafra em destaqueHá mais de 40 anos que a empresa Justino Alexandre Sardinha se dedica a produzir o afamado pão de Mafra. Tornou-se uma referência da produção deste produto e tem procurado manter as instalações atualizadas e acompanhar a evolução dos hábitos de consumo.O pão de Mafra que conhecemos atualmente tem origem no pão saloio que, desde a Idade Média, era vendido nas ruas de Lisboa. Chamava-se “saloio” devido ao local onde era produzido: nas zonas rurais em volta de Lisboa, que eram conhecidas como a região saloia.Naquele tempo a amassadura era feita com muita água e pouco fermento e o tempo de levedação era curto, pelo que apenas conseguiam obter pães redondos.Hoje, este pão mantém as características originais, apresentando-se como um pão muito alveolado, com uma massa muito húmida e com uma textura muito própria, macia e com baixo teor de acidez.Para garantir estas características, o produtor mói os cereais através do método tradicional, ou seja, em mós de pedra. Desta forma, obtém uma farinha de grande qualidade e com características ideais para o fabrico do tradicional pão de Mafra, que é cozido em fornos “à antiga portuguesa”.

Conheça as novidades do Clube de Produtores Continente. Em 2012, dois reputados produtores de pão regional efetuaram as suas can-didaturas no site do clube. Os processos de candidatura do produtor de pão de Mafra, Justino Alexandre Sardinha e do produtor de pão alentejano, Fermentopão, estão a decorrer de acordo com os trâmites definidos nos procedimentos do Clube de Produtores Continente.”

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FabridoceO sucesso dos ovos moles

Fundada em 1989, na cidade de Aveiro, a Fabridoce é um produtor dedicado, sobretudo, à doçaria conventual, sendo os ovos-moles a sua imagem de marca. Com o aperfeiçoamento contínuo e o aumento da produção, a Fabridoce deslocou as suas instalações para Cacia, em 1992, e hoje é o maior produtor de ovos-moles e o principal dinamizador deste produto em Portugal e no estrangeiro. Sob o lema “inovar mantendo a tradição”, a Fabridoce é um produtor

perfeitamente enquadrado no espírito do Clube de Produtores Continente. A gema de ovo é um dos principais ingredientes no fabrico dos doces conventuais e na Fabridoce confecionam-se, para além dos seus afamados ovos- -moles, moliceiros, fios de ovos, trouxas de ovos, entre outros. Além desta gama, a empresa disponibiliza também pastéis e biscoitos.

Clube de produtores

Oportune TemporeO doce pão-de-ló de OvarA família Liz há muitos anos que se dedica ao fabrico do pão-de-ló de Ovar. Primeiro pelas mãos da dona Umbelina. Depois, em 2006 surgiu a Oportune Tempore, sedeada em Ovar, empresa que é gerida por Fátima e César Liz. Reza a história que o pão-de-ló dos Liz foi inicialmente confecionado apenas para familiares e amigos. Mas devido à sua qualidade, o doce começou a ser requisitado pelas grandes superfícies e daí passou a ser distribuído para todo o país. Hoje tem apreciadores além-fronteiras e já chegou, inclusive, ao Japão.Este doce, considerado um verdadeiro manjar dos Deuses, diz-se conventual, mas sobre isso as opiniões não são unânimes. Certo é que se trata de uma especialidade típica de Ovar, com processos e utensílios de fabrico que o dotam de características únicas de doçura, humidade, textura e sabor. Apostando na inovação, a Oportune Tempore lançou o pão-de-ló de chocolate, um produto com textura idêntica, mas com um sabor inolvidável.

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IlhopanBolo do caco, uma especialidade madeirense

Doce AtlântidaBolo lêvedo: personalidade açorianaCom o nome a evocar uma civilização perdida, a Doce Atlântida é uma empresa originária dos Açores, radicada agora na região da Guarda. Ali fabrica-se o famoso bolo lêvedo, uma referência incontornável da gastronomia açoriana (é uma especialidade típica do Vale das Furnas, na ilha de São Miguel) . Produzido por mãos sabedoras, segundo instruções que passaram de geração em geração, há muitos anos que o bolo lêvedo vem sendo confecionado e apreciado na ilha de São Miguel, mas só há poucos anos começou a ser embaixador gastronómico dos Açores pelo mundo fora. É uma espécie de pão, de forma redonda e achatada, que pode ser servido simples ou recheado com doces diversos. Paula Marques, da Doce Atlântida, que aprendeu todos os segredos da produção deste bolo com a sua mãe, nos Açores, aconselha o seu consumo acompanhado com enchidos e queijo de ovelha. No início, o bolo lêvedo era vendido nas casas das pessoas que o confecionavam. Mais tarde, passou a ser negociado na rua, em cestos e hoje encontra-se nas melhores pastelarias. E esta é uma arte que não abre portas aos homens. Apenas as mulheres se dedicam à confeção desta iguaria genuinamente açoriana. Paula Marques acaba também por inovar na receita original do bolo lêvedo, acrescentando-lhe alfarroba. Nasceu assim o bolo lêvedo de alfarroba .

Ilhopan, está localizada na ilha da Madeira e produz o famoso bolo do caco, um dos ex-libris gastronómicos da chamada Pérola do Atlântico. O bolo do caco é um tipo de pão, baixo e macio. Feito de farinha de trigo, fermento de padeiro, água, sal e batata-doce, é uma das principais heranças da influência magrebina na ilha. Depois de unidos os ingredientes, a massa fica a levedar algumas horas. De seguida, fazem-se pequenas bolas de massa, que são achatadas, arredondadas e devidamente polvilhadas com farinha. A sua cozedura, feita de forma artesanal sobre uma pedra (caco) basáltica bem quente, faz com que adquira uma crosta fina ligeiramente queimada, conferindo-lhe um sabor rústico e único. Pode ser consumido quente, como entrada de uma refeição, barrado com manteiga de alho e salsa a derreter ou mesmo como iguaria principal. É comum ser utilizado na confeção de sanduíches com os mais variados recheios e como acompanhamento típico da espetada madeirense. Uma delícia a não perder.

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