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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

    ESCOLA POLITCNICA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    PROJETO DE GRADUAO

    PROJETO DE UM SISTEMA DE AUTOMAO

    DE UMA CLULA DE MANUFATURA UTILIZANDO

    CLP SIEMENS S7-1200

    DANIEL DOS SANTOS BOTELHO

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    JUNHO DE 2011

  • PROJETO DE UM SISTEMA DE AUTOMAO DE UMA CLULA DE MANUFATURA

    UTILIZANDO CLP SIEMENS S7-1200

    Daniel dos Santos Botelho

    PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

    ELTRICA DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

    COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE

    ENGENHEIRO ELETRICISTA.

    Aprovado por:

    _______________________________________

    Prof. Marcos Vicente de Brito Moreira, D.Sc. (Orientador)

    _______________________________________

    Prof. Sergio Sami Hazan, Ph.D.

    _______________________________________

    Luiz Otvio Mazoni Andrade, B.Sc.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    JUNHO DE 2011

  • ii

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pois a Ele e para Ele so e sero toda a honra e toda a glria, referentes todas as

    conquistas da minha vida.

    minha me, Janete Russowsky, por me dar amor incondicional e orientao em todos os

    momentos da minha vida. Voc a maior guerreira que eu j conheci. Com voc eu aprendi a lutar

    pelos meus sonhos e essa vitria eu dedico a voc.

    Aos meus irmos: Thiago Botelho, Marcos Vinicius Silva, e Matheus Botelho. Vocs so os

    meus melhores amigos e me motivam a ser uma pessoa melhor.

    minha famlia: Miguel Russowsky, Janete Russowsky, Thiago Botelho, e Marcos Vinicius

    Silva. Vocs so a base das minhas conquistas.

    minha av, Wilma Pereira dos Santos. Pois o seu amor e as suas oraes sempre me

    ajudaram a suportar os momentos mais difceis durante esta caminhada. Obrigado pela sua

    presena.

    minha av, Jandira Botelho. Pois eu sei que as suas oraes a Deus me ajudaro por toda

    a minha vida. (In Memorian)

    famlia do meu pai: Paulo Elias Lima Botelho, Vivian Botelho, e Matheus Botelho. Obrigado

    por tambm fazerem parte desta conquista.

    Aos meus amigos da UFRJ: Ricardo Vianna, Vincius Carvalho, Leonardo Baptista, Wallace

    Tayson dos Santos, Cesar Cedrola, Guilherme Vasconcellos, Rafael Peixoto, Raphael Baptista,

    Lucas Velloso, Felipe Ribeiro, Peterson Nogueira, Beatriz Levy, Carolina Peleteiro, Frederico

    Marques, Monique Alves, e Tiago Moraes. Sem vocs essa trajetria teria sido muito menos

    prazerosa.

    Ao meu professor, orientador, e amigo: Marcos Vicente de Brito Moreira. Pela excelente

    orientao ao longo da universidade e por ter acreditado no meu potencial.

    A todos os meus amigos e aqueles que contriburam direta ou indiretamente para que este

    sonho fosse realizado.

  • iii

    (...) em todas as coisas somos mais que

    vencedores por meio daquele que nos amou (...)

    Romanos 8:37

  • iv

    CONTEDO

    LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................................... vi

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................................................. viii

    1 INTRODUO .................................................................................................................................. 1

    2 FUNDAMENTOS TERICOS DE REDES DE PETRI .............................................................................. 3

    2.1. Grafo de uma rede de Petri ......................................................................................................... 3

    2.2. Marcao das redes de Petri ....................................................................................................... 4

    2.3. Habilitao de uma transio ...................................................................................................... 5

    2.4. Disparo de uma transio ........................................................................................................... 5

    2.5. Equao de Estado e Matriz de Incidncia .................................................................................. 6

    2.6. Redes de Petri Interpretadas para Controle (RPIC) ..................................................................... 9

    2.7. Concluso .................................................................................................................................. 11

    3 MTODO DE CONVERSO DE RPIC PARA LADDER ........................................................................ 12

    3.1. Diagrama Ladder ....................................................................................................................... 12

    3.1.1. Componentes Bsicos de um diagrama Ladder .................................................................... 12

    3.1.2. Contatos ................................................................................................................................ 12

    3.1.3. Contatos Scan Positive Signal Edge and Operand (tipo P) ................................................. 13

    3.1.4. Contatos Scan Negative Signal Edge and Operand (tipo N) ............................................... 14

    3.1.5. Bobinas .................................................................................................................................. 15

    3.1.6. Temporizador TON (Time On Delay) ..................................................................................... 16

    3.1.7. Blocos comparadores (CMP) ................................................................................................. 18

    3.1.8. Blocos de operaes matemticas ........................................................................................ 19

    3.1.9. Varredura de um diagrama Ladder ....................................................................................... 21

    3.2. Mtodo de Converso ............................................................................................................... 21

    3.2.1. Mdulo de Inicializao ......................................................................................................... 23

    3.2.2. Mdulo de eventos ............................................................................................................... 24

    3.2.3. Mdulo de condies para o disparo das transies ............................................................ 24

    3.2.4. Mdulo da dinmica.............................................................................................................. 25

    3.2.5. Mdulo das aes ................................................................................................................. 26

    3.2.6. Observaes sobre o mtodo de converso ......................................................................... 27

    3.3. Concluso .................................................................................................................................. 28

    4 CONFIGURAO DO SOFTWARE - TUTORIAL ................................................................................ 29

    4.1. Apresentao do Hardware ...................................................................................................... 29

  • v

    4.2. Apresentao do Software ........................................................................................................ 29

    4.3. Tutorial ...................................................................................................................................... 30

    4.3.1. Iniciando um projeto ............................................................................................................. 30

    4.3.2. Adicionando equipamentos (devices) ................................................................................... 30

    4.3.2.1. Adicionando IHM (HMI device) ......................................................................................... 31

    4.3.2.2. Adicionando CLP (PLC device) ........................................................................................... 33

    4.3.2.3. Adicionando mdulo externo de sadas analgicas (AO1x12bits) .................................... 33

    4.3.3. Configurando conexes da IHM (devices) ............................................................................. 35

    4.3.4. Configurando Network (Ethernet Configuration) ................................................................. 35

    4.3.4.1. IHM Network ..................................................................................................................... 36

    4.3.4.2. PLC Network ...................................................................................................................... 38

    4.3.5. TAGs de sistema .................................................................................................................... 39

    4.3.5.1. Tipos de TAGs .................................................................................................................... 40

    4.3.5.2. Endereos Mnemnicos .................................................................................................... 42

    4.3.5.3. Endereamento de variveis (TAGs) na memria do controlador .................................... 43

    4.3.5.4. Relacionando TAGs aos Endereos Mnemnicos ............................................................. 43

    4.3.6. Criao de TAGs..................................................................................................................... 44

    4.3.6.1. Criando TAGs no controlador (PLC Tags) .......................................................................... 44

    4.3.6.2. Criando TAGs na IHM (HMI Tags) ...................................................................................... 48

    4.3.7. Iniciando Programao do CLP .............................................................................................. 51

    4.3.8. Iniciando Programao da IHM ............................................................................................. 53

    4.3.9. Download do programa do CLP e da IHM ............................................................................. 57

    4.4. Concluso .................................................................................................................................. 58

    5 SISTEMA DE MANUFATURA .......................................................................................................... 60

    5.1. Definies do sistema ............................................................................................................... 60

    5.2. Funcionamento do Sistema ....................................................................................................... 62

    5.3. Modelo em RPIC do sistema de manufatura ............................................................................ 63

    5.4. Matrizes de Incidncia .............................................................................................................. 65

    5.5. Converso da RPIC do sistema de manufatura em diagrama Ladder ....................................... 67

    5.6. Programao do sistema na IHM KTP600 PN............................................................................ 67

    5.7. Concluso .................................................................................................................................. 70

    6 CONCLUSO .................................................................................................................................. 73

    6.1. Sugestes e perspectivas futuras .............................................................................................. 73

    APNDICE A DIAGRAMA LADDER ....................................................................................................... 76

  • vi

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Rede de Petri: os lugares p1 e p2 possuem fichas, e o lugar p3 encontra-se vazio. .............. 4

    Figura 2 Rede de Petri: as transies t1 e t2 esto habilitadas. ........................................................... 6

    Figura 3 - Rede de Petri: a transio t1 encontra-se habilitada e a transio t2 no-habilitada. ........... 6

    Figura 4 - Rede de Petri da figura 2 aps o disparo da transio t1. ...................................................... 7

    Figura 5 - Rede de Petri da figura 2 aps o disparo da transio t2. ...................................................... 7

    Figura 6 - Ilustrao do Fluxo de Dados em uma Rede de Petri Interpretada para Controle. .............. 10

    Figura 7 - Rede de Petri Interpretada para Controle apresentada de forma genrica. ........................ 11

    Figura 8 Contato normalmente aberto associado a uma varivel booleana. .................................... 13

    Figura 9 Contato normalmente fechado associado a uma varivel booleana. .................................. 13

    Figura 10 Contato tipo P associado varivel booleana I0.0. ............................................................ 14

    Figura 11 Contato tipo N associado varivel booleana I0.0. ........................................................... 15

    Figura 12 Bobina simples associada a uma varivel booleana. .......................................................... 15

    Figura 13 Bobina SET associada a uma varivel booleana. ................................................................ 16

    Figura 14 Bobina RESET associada a uma varivel booleana. ............................................................ 16

    Figura 15 Bloco temporizador de um controlador SIEMENS. ............................................................ 17

    Figura 16 Bloco comparador maior ou igual (>=) comparando duas variveis inteiras. .................... 19

    Figura 17 - Bloco comparador menor ou igual (

  • vii

    Figura 40 Configurao do IP e da mscara de sub-rede do CLP. ...................................................... 39

    Figura 41 Exemplo de um sistema com duas variveis de entrada. .................................................. 40

    Figura 42 Tela de Configurao de Equipamento do controlador SIEMENS. ..................................... 46

    Figura 43 Visualizao das caractersticas dos canais do mdulo interno de entradas e sadas

    analgicas do CLP SIEMENS................................................................................................................... 47

    Figura 44 Tabela de TAGs do CLP Siemens. ........................................................................................ 48

    Figura 45 Tabela de TAGs da IHM SIEMENS. ...................................................................................... 49

    Figura 46 Associao de um TAG do controlador a um TAG da IHM. ................................................ 50

    Figura 47 - Selecionando o TAG do CLP ao qual o TAG da IHM ser associado. ................................... 50

    Figura 48 - Opo Program Blocks, utilizada para selecionar o bloco de programao do CLP. .......... 51

    Figura 49 Blocos de programao dentro de Program Blocks. .......................................................... 52

    Figura 50 Rung de programao dentro do bloco Main. ................................................................... 52

    Figura 51 Conjunto de Instrues de operaes lgicas com bits. .................................................... 53

    Figura 52 - Menu responsvel pela criao de telas da IHM e conexo da rede profibus. .................. 54

    Figura 53 - Menu de Objetos direita do software de programao. .................................................. 55

    Figura 54 - Insero de um objeto associado uma figura do sistema. ............................................... 56

    Figura 55 - Insero de um boto de navegao na tela da IHM. ......................................................... 56

    Figura 56 Atribuio da ao Activate Screen ao evento Clicar do mouse. ....................................... 57

    Figura 57 Menu responsvel pelo download da configurao e da lgica do CLP e da IHM ............. 58

    Figura 58 Sistema de Manufatura ...................................................................................................... 60

    Figura 59 Rede de Petri interpretada para controle do sistema de manufatura ............................... 65

    Figura 60 Rede de Petri interpretada para controle do sistema de manufatura simulada no

    programa HPSIM. .................................................................................................................................. 65

    Figura 61 Tela inicial Programa do sistema de manufatura. ........................................................... 68

    Figura 62 Menu de Telas Programa do sistema de manufatura. .................................................... 69

    Figura 63 - Tela da rede de Petri do sistema de manufatura. ............................................................... 69

    Figura 64 Tela de descrio dos lugares parte 1 ............................................................................. 70

    Figura 65 Tela de descrio dos lugares parte 2. ............................................................................ 71

    Figura 66 - Tela de status do buffer. ..................................................................................................... 71

    Figura 67 - Tela de informaes do projeto. ......................................................................................... 72

  • viii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Parmetros associados a um bloco temporizador do tipo TON de um controlador

    SIEMENS. ............................................................................................................................................... 18

    Tabela 2 Tabela de variveis do sistema de acionamento de uma lmpada atravs de um boto. . 22

    Tabela 3 Receptividades associadas s transies. ............................................................................ 23

    Tabela 4 Aes e estados associados aos lugares. ............................................................................. 23

    Tabela 5 Tipos de Variveis de sistemas de Automao SIEMENS. ................................................... 41

    Tabela 6 Estrutura de Endereos Mnemnicos dos sistemas de Automao SIEMENS. ................... 42

    Tabela 7 Endereamento e numerao das variveis do sistema de Automao SIEMENS. ............ 44

    Tabela 8 Variveis associadas s Mquinas do sistema de manufatura. ........................................... 61

    Tabela 9 Variveis associadas aos braos robticos do sistema de manufatura. .............................. 61

    Tabela 10 Variveis associadas ao espao de trabalho. ..................................................................... 62

    Tabela 11 Receptividades associadas s transies ........................................................................... 64

    Tabela 12 Aes e estados associados aos lugares ............................................................................ 64

  • 1

    1 INTRODUO

    O avano da indstria mundial e a grande influncia dos processos industriais na economia

    global impulsionaram altos investimentos tecnolgicos nas reas de controle e automao. Para que

    a indstria cresa necessrio otimiz-la, e para isso necessrio ter o controle total das

    informaes sobre o processo que ocorre na planta industrial. Muitas dessas informaes so

    bastante especficas e de difcil acesso fsico, o que demanda a aplicao de uma tecnologia prpria.

    Para atender ao seu prprio crescimento a indstria inseriu em seu processo os controladores

    lgico-programveis (CLPs), que permitiram a automatizao das linhas de produo aumentando a

    eficincia e o acesso a determinados parmetros com alta exatido. Com a modernizao da

    indstria, os CLPs passaram a definir todos os parmetros das linhas de produo, proporcionando

    ao operador total controle da lgica de processo.

    Desta forma, tornou-se tambm necessrio criar sistemas computacionais avanados

    capazes de programar estes controladores e de viabilizar a sua comunicao com os equipamentos

    presentes na indstria.

    Neste trabalho apresentada a automao de uma clula de manufatura composta por duas

    mquinas, dois braos robticos, e um buffer, que funciona como um espao de trabalho de

    capacidade limitada.

    A automao dessa clula de manufatura feita atravs do CLP Siemens S7-1200, que se

    comunica com uma IHM, isto , uma interface homem-mquina, modelo KTP600, tambm Siemens,

    via Ethernet com protocolo profibus. A automao do sistema feita desde a modelagem da lgica do

    sistema utilizando-se redes de Petri, at a sua simulao e implementao.

    A implementao do sistema de automao foi feita utilizando-se os equipamentos presentes

    na bancada do Laboratrio de Controle e Automao do Departamento de Engenharia Eltrica da

    Universidade Federal do Rio de Janeiro. A programao do controlador e da IHM, assim como a

    configurao da rede de profibus, foi feita atravs do software de configurao e programao Totally

    Integrated Automation Portal V10 da Siemens. A utilizao do software de automao Siemens

    apresentada em formato de tutorial ao longo do trabalho.

  • 2

    Este trabalho est estruturado da seguinte maneira: no captulo 2 so apresentados os

    conceitos bsicos de redes de Petri e redes de Petri interpretadas para controle. No captulo 3 so

    apresentadas as instrues bsicas para a programao do CLP Siemens S7-1200 e o mtodo de

    converso de redes de Petri interpretadas para controle em diagrama Ladder. No captulo 4 a

    configurao da rede profibus e a programao do CLP e da IHM so apresentadas em forma de

    tutorial. No captulo 5 so apresentadas a modelagem e integrao do sistema de automao da

    clula de manufatura e, finalmente, no captulo 6 so apresentadas as concluses e as sugestes

    para trabalhos futuros.

  • 3

    2 FUNDAMENTOS TERICOS DE REDES DE PETRI

    No captulo so apresentadas as principais caractersticas e funcionalidades das Redes de

    Petri. Uma rede de Petri um grafo orientado bipartido [1], ou seja, possuindo dois tipos de vrtices

    que nunca so ligados entre si. Em outras palavras, uma rede de Petri um dispositivo que manipula

    eventos respeitando regras bem definidas [2].

    2.1. Grafo de uma rede de Petri

    O processo de definio de uma rede de Petri pode ser dividido em duas partes. A primeira,

    na qual definimos o grafo da Rede de Petri, tambm chamado de estrutura da rede de Petri; e a

    segunda, na qual adicionamos ao grafo um estado inicial, um conjunto de estados marcados e uma

    funo de transio, o que resulta no modelo completo da rede de Petri.

    Definio 1: Um grafo de uma rede de Petri uma quntupla:

    (P, T, Pre, Pos, ),

    em que P, definido por P={p1, p2,...,pn} onde n N*, um conjunto finito, no vazio, de objetos chamados de lugares; T, definido por T={t1, t2,...,tm} onde m N*, um conjunto finito, no vazio, de objetos chamados de transies; Pre, definido por Pre PT, um conjunto de relaes de entrada que ligam os lugares (P) s transies (T); Pos, definido por Pos TP, um conjunto de relaes de sada que ligam as transies (T) aos lugares (P); e , definido por :(PT)(TP) , uma funo que atribui uma peso maior do que zero a cada arco da rede de Petri, e zero para (pi, tj) Pre e (tj, pi) Pos. Os arcos, que ligam o lugar pi transio tj representam os elementos do conjunto Pre.

    Assim, se existe um arco saindo do lugar pi em direo transio tj, temos que

    (pi, tj) Pre. Os arcos, que ligam a transio tj ao lugar pi representam os elementos do conjunto Pos.

    Assim, se existe um arco saindo da transio tj para o lugar pi, temos que

    (tj, pi) Pos.

  • 4

    Se todos os arcos possurem peso igual a 1 (um) a rede de Petri chamada ordinria.

    Analogamente, se existir ao menos um arco cujo peso for maior que 1 (um), a rede chamada de

    rede de Petri generalizada.

    Por conveno, uma rede de Petri possui uma representao grfica, de forma que os

    lugares so representados por crculos, as transies por barras, e as relaes por arcos orientados

    com peso dado pela funo .

    2.2. Marcao das redes de Petri

    Definio 2: Uma rede de Petri uma sxtupla N=(P, T, Pre, Pos, , ), em que (P, T, Pre, Pos, ) um grafo de uma rede de Petri, e = [ () () () ()], onde n o nmero de lugares existentes na rede de Petri, um vetor coluna que indica a marcao do conjunto de lugares de N.

    Em relao ao vetor coluna , cada elemento () representa o nmero de fichas presentes no lugar pi.

    A marcao de uma Rede de Petri uma funo : . Representa-se graficamente esta funo inserindo elementos chamados de fichas dentro dos lugares da rede de Petri. Assim, um lugar pode ser marcado (quando este possui uma ou mais fichas) ou no marcado (quando este est

    vazio).

    Na rede de Petri da figura 1 podemos visualizar um exemplo de marcao, de forma que

    nesta rede os lugares 1 e 2 so marcados por duas fichas e uma ficha, respectivamente, enquanto o

    lugar 3 se encontra vazio.

    Figura 1 Rede de Petri: os lugares p1 e p2 possuem fichas, e o lugar p3 encontra-se vazio.

  • 5

    A marcao inicial de uma rede de Petri pode ser indicada por um vetor coluna 0 . Para a rede de Petri da figura 1, considerando-se que o estado atual da mesma represente seu estado

    inicial, seu vetor 0 pode ser representado por: 0 = [2 1 0].

    2.3. Habilitao de uma transio

    Uma transio tj dita habilitada se e somente se todos os lugares de entrada (lugares pi tal

    que (pi, tj) Pre) possurem no mnimo um nmero de fichas maior ou igual ao peso dos arcos que os ligam a esta transio.

    Na rede de Petri presente na figura 2, podemos visualizar que de acordo com a sua

    marcao, encontram-se habilitadas as transies t1 e t2. Na rede de Petri da figura 3, por sua vez,

    podemos visualizar que de acordo com a sua marcao, a transio t1 encontra-se habilitada

    enquanto t2 encontra-se no-habilitada.

    2.4. Disparo de uma transio

    Uma transio tj pode ser disparada se e somente se esta estiver habilitada. As

    consequncias do disparo de uma transio (sempre considerado instantneo) podem ser

    destacadas da seguinte forma:

    Deve ser retirado dos lugares de entrada de tj, um nmero de fichas igual ao peso respectivo

    dos arcos que ligam esses transio tj.

    Deve ser depositado um nmero de fichas igual ao peso respectivo dos arcos que ligam a

    transio tj aos seus lugares de sada.

    Como pode ser observado atravs das consequncias listadas acima, quando uma transio

    tj disparada pode ocorrer a mudana da marcao da rede de Petri. Considerando-se que a rede de

    Petri representada na figura 2 possui marcao inicial 0 = [3 1 1 0 0], ento as transies t1 e t2 esto inicialmente habilitadas e o disparo de uma dessas transies atribui rede de Petri uma nova

  • 6

    marcao . Nas figuras 4 e 5, as consequncias dos disparos das transies t1 e t2, respectivamente, podem ser visualizadas, assim como a mudana da marcao da rede de Petri.

    Figura 2 Rede de Petri: as transies t1 e t2 esto habilitadas.

    Figura 3 - Rede de Petri: a transio t1 encontra-se habilitada e a transio t2 no-habilitada.

    2.5. Equao de Estado e Matriz de Incidncia

    O estado atual de uma rede de Petri representado pela marcao da mesma. Assim, uma

    mudana na marcao de uma rede de Petri representa uma mudana em seu estado. Na seo 2.4

    foi apresentado um exemplo de rede de Petri cuja marcao foi modificada mediante o disparo de

    uma determinada transio.

    A matriz de incidncia A de uma rede de Petri composta de n linhas e m colunas, que

    representam, respectivamente, o nmero de lugares e o nmero de transies de uma rede de Petri.

    Assim, podemos definir cada elemento desta matriz A, da seguinte forma:

  • 7

    , = !"# , $ !" , # $, em que !"# , $ representa o peso do arco que liga a j-sima transio ao i-simo lugar, e !" , # $ representa o peso do arco que liga o i-simo lugar j-sima transio.

    Figura 4 - Rede de Petri da figura 2 aps o disparo da transio t1.

    Figura 5 - Rede de Petri da figura 2 aps o disparo da transio t2.

    A partir da figura 1 temos que a matriz de incidncia da rede de Petri representada da

    seguinte forma:

    & = '1 0 1 1+1 1 0 00 +1 +1 +1). A matriz de incidncia de uma rede de Petri tambm pode ser apresentada como o resultado

    de uma operao matemtica entre a matriz de incidncia de entrada, Ain, e a matriz de incidncia de

    sada, Aout. Assim, podemos dizer que a matriz de incidncia A, n x m, dada por:

  • 8

    A = Aout Ain,

    em que Ain = [ ], com = !" , # $, a matriz de incidncia de entrada, e Aout = [ *+,], com *+, = !"# , $, a matriz de incidncia de sada. A equao de estado define, de forma algbrica, a marcao que uma rede de Petri vai

    possuir aps o disparo de uma transio. Essa definio deve ser feita a partir do estado atual da

    rede de Petri e da sua matriz de incidncia A. A equao de estado representada na equao 2.1. = + & -, (2.1)

    sendo o estado alcanado a partir de aps o disparo de uma transio tj e - = [0 0 1 0 0], um vetor coluna de dimenso m, sendo m o nmero de transies da rede de Petri, e o nico 1

    aparecendo na j-sima posio, para indicar que a j-sima transio est sendo disparada.

    Considere, agora, o estado inicial da rede de Petri da figura 1, 0 = [2 1 0]. Caso se queira saber o estado seguinte dessa rede de Petri mediante o disparo da transio t1, devemos compor o

    vetor - de modo a representar na equao de estado o disparo da transio t1: - = [1 0 0 0].

    Substituindo-se os valores atribudos s variveis , - e A, na equao de estado, temos que:

    = [1 2 0]. O estado alcanado, representado pelo vetor coluna , indica que a partir de um estado definido pela marcao inicial 0 = [2 1 0], a rede de Petri representada pela matriz de incidncia A, mediante o disparo da transio t1, apresentar a marcao = [1 2 0] .

  • 9

    2.6. Redes de Petri Interpretadas para Controle (RPIC)

    At agora, neste trabalho, foram apresentadas as redes de Petri ordinrias. Essas redes so

    bastante empregadas na modelagem de sistemas a eventos discretos, porm possuem limitaes

    quando se deseja modelar os controladores desses mesmos sistemas.

    As redes de Petri Interpretadas para Controle (RPIC) possuem uma estrutura que permite a

    modelagem do controlador de sistemas industriais. Assim, a RPIC considera algumas condies

    impostas por eventos externos rede, alm das condies normais de habilitao de uma dada

    transio que foram apresentadas na subseo 2.3.

    Definio 3: Uma rede de Petri Interpretada para controle uma undcupla:

    = (, ., /0, 12, !, , 3, 4, 5, 6, 7) em que (P, T, Pre, Pos, , x) uma rede de Petri segura, ou seja, todos os lugares devem ter no

    mximo uma nica ficha para todos os estados alcanveis da rede de Petri; T= T0 8 TD , em que T0 o conjunto de transies no temporizadas e TD o conjunto de transies temporizadas; E= {ej : tj

    T0}, e C={cj : tj T0} so os conjuntos de eventos e de condies, respectivamente, associados s transies no temporizadas de T0; D = {dj 9: tj TD} o conjunto de atrasos de disparo associados s transies temporizadas de TD; e O e Q so, respectivamente, os conjuntos das operaes e

    aes booleanas ou impulsionais associados aos lugares.

    Note que na Definio 3 supomos que toda transio no-temporizada possui uma condio

    associada mesma. Se a condio cj associada a tj no explicitamente especificada, cj = 1, isto , a

    condio lgica cj verdadeira. Alm disso, se o evento ej no explicitamente especificado, ej = e, o

    evento que sempre ocorre. Assim, de acordo com a Definio 3, todas as transies de T0 possuem

    expresses booleanas associadas a estas. Essas expresses podem ser escritas como Rj = cj ej para j={1,...,m}, em que Rj chamada de receptividade da transio tj.

    importante ressaltar que algumas RPIC na literatura utilizam trs tipos diferentes de arcos:

    arcos simples, arcos habilitadores, e arcos inibidores. Arcos simples so definidos de lugares para

  • 10

    transies e de transies para lugares, enquanto os arcos habilitadores e os arcos inibidores so

    definidos somente de lugares para transies.

    Os arcos habilitadores possuem as mesmas caractersticas de um lao entre o lugar e a

    transio, isto , ele habilita a transio quando o nmero de fichas no lugar de entrada maior do

    que o peso dos arcos habilitadores, porm o lugar de entrada no perde fichas mediante o disparo da

    transio.

    Os arcos inibidores, por outro lado, possuem uma aplicao diferente dos arcos habilitadores.

    Quando o nmero de fichas no lugar de entrada maior que o peso do arco inibidor, a transio no

    habilitada. Embora arcos inibidores no sejam definidos pelo controlador da rede de Petri descrita

    neste trabalho, o procedimento de converso de uma rede de Petri para a linguagem Ladder, que

    ser descrito no captulo 3, pode ser utilizado nestes casos apenas com uma pequena modificao

    na matriz de incidncia de entrada da Rede de Petri.

    As redes de Petri Interpretadas para Controle possuem duas partes distintas chamadas de

    parte de processamento de dados e parte de controle. Na figura 6 podemos visualizar o fluxo de

    dados em uma rede de Petri Interpretada para Controle, bem como as suas partes discriminadas.

    Figura 6 - Ilustrao do Fluxo de Dados em uma Rede de Petri Interpretada para Controle.

  • 11

    Na parte de processamento de dados so feitas operaes atravs das ordens de operao

    1 recebidas do controlador a eventos discretos, em seguida esta envia informaes ao controlador relacionadas s condies internas associadas aos dados processados ; para o mesmo. Na figura 7 uma representao de um lugar e uma transio genrica de uma RPIC

    apresentada. A transio tj ir disparar caso esteja habilitada e a condio cj seja verdadeira, quando

    o evento ej ocorrer.

    Figura 7 - Rede de Petri Interpretada para Controle apresentada de forma genrica.

    Ainda na figura 7, quando uma ficha depositada no lugar pi, uma ao booleana Oi

    iniciada e uma operao Qi realizada. Vale a pena ressaltar que a operao booleana continuada

    caso uma ficha permanea no lugar pi.

    2.7. Concluso

    Neste captulo vimos as principais definies tericas sobre redes de Petri. Essas definies

    nos orientam a trabalhar com esta forma de modelagem e conhecer as suas principais caractersticas.

    Atravs das equaes de estado vimos que podemos determinar o estado futuro de um

    sistema modelado por uma rede de Petri mediante o disparo de uma determinada transio. Este

    estado definido pelo vetor de estados, que caracteriza o estado futuro do sistema, a partir do vetor

    de estados atual e da matriz de incidncia da rede de Petri.

    Vimos tambm uma nova definio de redes de Petri, chamadas de redes de Petri

    Interpretadas para Controle. Esse tipo de rede de Petri apropriado para descrever o funcionamento

    de sistemas de controle que recebem sinais associados a eventos externos, que o caso de

    sistemas industriais controlados por CLPs [3].

  • 12

    3 MTODO DE CONVERSO DE RPIC PARA LADDER

    Os controladores lgico-programveis (CLPs) so equipamentos utilizados na indstria e que

    trocam dados com os demais equipamentos presentes na planta industrial, utilizando sinais eltricos

    especficos para redes de automao. A frequncia com que esses controladores acessam os

    equipamentos de campo e utilizam ou editam as suas informaes so especificadas atravs da

    lgica de controle.

    Neste captulo ser apresentada uma linguagem de programao de CLPs chamada de

    diagrama Ladder, bem como seus componentes principais e, em seguida, ser apresentado um

    mtodo de converso de redes de Petri Interpretadas para Controle para diagramas Ladder. O

    mtodo de converso aqui apresentado baseado no mtodo de Moreira, Botelho & Basilio (2009)

    [4].

    3.1. Diagrama Ladder

    A norma tcnica internacional IEC 61131-3 define que os fabricantes de controladores

    industriais devem disponibilizar, no mnimo, uma das 5 linguagens permitidas na norma para que os

    usurios possam program-los. So elas: Diagrama Ladder (LD), Blocos de Funes (FB), Texto

    Estruturado (ST), Sequencial Function Chart (SFC), e Lista de Instrues (IL). Entre as 5 linguagens

    apresentadas, a mais comum o diagrama Ladder.

    3.1.1. Componentes Bsicos de um diagrama Ladder

    O diagrama Ladder uma linguagem simblica que utiliza contatos, bobinas, temporizadores,

    contadores, instrues de comparao, instrues de clculos matemticos elementares, e instrues

    de clculos matemticos complexos. Neste trabalho iremos nos limitar utilizao de somente alguns

    dentre os componentes citados.

    3.1.2. Contatos

    Um dos principais componentes de um diagrama Ladder so os contatos. Os contatos representam

    variveis digitais e so divididos em dois tipos: contatos normalmente abertos e contatos

    normalmente fechados.

  • 13

    Os contatos normalmente abertos so fechados quando a varivel booleana associada a este

    possui valor lgico verdadeiro, ou igual a 1 (um). De forma anloga, esses contatos so abertos

    quando a varivel booleana associada possui valor lgico falso, ou igual a 0 (zero). Na figura 8

    podemos visualizar um contato normalmente aberto associado varivel booleana I0.0.

    Figura 8 Contato normalmente aberto associado a uma varivel booleana.

    Os contatos normalmente fechados trabalham de forma contrria aos contatos normalmente

    abertos. Os contatos normalmente fechados so fechados quando a varivel booleana associada a

    este possui valor lgico falso, ou igual a 0 (zero). De forma anloga, esses contatos so abertos

    quando a varivel booleana associada possui valor lgico verdadeiro, ou igual a 1 (um). Na figura 9

    podemos visualizar um contato normalmente fechado associado varivel booleana I0.0.

    Figura 9 Contato normalmente fechado associado a uma varivel booleana.

    3.1.3. Contatos Scan Positive Signal Edge and Operand (tipo P)

    O contato Scan Positive Signal Edge and Operand (ou contato tipo P) um tipo especial de

    contato, utilizado para detectar a subida de uma determinada varivel booleana. Este contato

    funciona de maneira anloga a um contato normalmente aberto, s que ao invs de fechar quando a

    varivel associada apresenta valor lgico igual a 1, esse contato fecha somente durante o ciclo de

    varredura imediatamente aps a subida da varivel booleana associada, ou seja, da sua passagem

    de 0 para 1. Durante o segundo ciclo de varredura aps a subida da varivel booleana associada, o

    contato abre, pois nenhuma mudana positiva de estado lgico detectada.

  • 14

    Os contatos tipo P em controladores Siemens possuem duas variveis associadas. A primeira

    varivel, posicionada acima do contato, a varivel a qual se deseja detectar a mudana positiva de

    estado lgico, e a segunda varivel, posicionada abaixo do contato, a varivel que armazena o

    valor da primeira varivel durante o ltimo ciclo de varredura do programa do controlador. O contato

    tipo P detecta a subida da primeira varivel associada comparando-a ao valor da segunda varivel

    associada, ou seja, o contato compara seu valor atual com o seu valor durante a ltima varredura. A

    partir dessa comparao, caso a subida do valor lgico seja detectada, o contato fecha, caso

    contrrio, o contato abre.

    Para ilustrar o funcionamento do contato Scan Positive Signal Edge, na figura 10, podemos

    visualizar um contato tipo P que seta a varivel booleana 3 mediante a subida da varivel associada

    I0.0. Note ainda que o valor da varivel booleana 1, durante o ltimo ciclo de varredura,

    armazenado na varivel booleana 2.

    Figura 10 Contato tipo P associado varivel booleana I0.0.

    3.1.4. Contatos Scan Negative Signal Edge and Operand (tipo N)

    O contato Scan Negative Signal Edge and Operand (ou contato tipo N) um tipo especial de

    contato, utilizado para detectar a descida de uma determinada varivel booleana. Este contato

    funciona de maneira anloga ao contato tipo P, s que ao invs de fechar na subida lgica da varivel

    associada, esse contato fecha na descida da varivel booleana associada, ou seja, da sua passagem

    de 1 para 0.

    Para ilustrar o funcionamento do contato Scan Negative Signal Edge, na figura 11, podemos

    visualizar um contato tipo N que energiza a bobina SET associada varivel booleana 3 mediante a

    descida da varivel associada I0.0.

  • 15

    Figura 11 Contato tipo N associado varivel booleana I0.0.

    3.1.5. Bobinas

    As bobinas so componentes fundamentais de um diagrama Ladder. Esses componentes

    possuem a funo de atualizar informaes de sada, isto , dependendo da lgica que antecede as

    bobinas no diagrama Ladder, estas modificam o estado lgico de variveis booleanas de acordo com

    o seu tipo. As bobinas podem ser de trs tipos diferentes: bobina simples, bobina SET, bobina de

    RESET.

    As bobinas simples modificam para verdadeiro, instantaneamente, o estado lgico da varivel

    booleana qual encontra-se associada, caso a lgica que a antecede possua valor lgico verdadeiro.

    Caso a lgica que antecede esta bobina torne-se falsa, isto , assuma valor lgico igual a zero, esta

    desenergizada e a varivel booleana qual encontra-se associada assume imediatamente valor

    lgico falso, ou seja, 0 (zero). Na figura 12 podemos visualizar uma bobina simples associada

    varivel booleana I0.0.

    Figura 12 Bobina simples associada a uma varivel booleana.

    A bobina SET atualiza e retm o valor lgico da varivel booleana associada a ela em

    verdadeiro, ou seja 1. O valor da varivel booleana associada bobina SET recebe o valor 1 quando

    a lgica que antecede a bobina torna-se verdadeira. Caso a lgica que antecede a bobina SET

    modifique o seu valor lgico de verdadeiro para falso, a varivel de sada, qual esta encontra-se

  • 16

    associada, permanece com seu valor lgico igual a 1. Isso ocorre pois as bobinas SET so retentores

    de informao lgica de sada. Aps ser setado em verdadeito, o valor lgico da varivel de sada

    s se tornar falso caso, em alguma outra linha do diagrama Ladder, exista uma bobina de RESET

    associada mesma varivel booleana sendo energizada. Na figura 13 podemos visualizar uma

    bobina SET associada varivel booleana I0.0.

    Figura 13 Bobina SET associada a uma varivel booleana.

    A bobina RESET atualiza e retm o valor lgico da varivel booleana associada a ela em

    falso, ou igual a 0. Isso ocorre quando a lgica que antecede a bobina RESET possui valor lgico

    verdadeiro. Caso a lgica que antecede a bobina RESET modifique o seu valor lgico de verdadeiro

    para falso, a varivel de sada, qual esta encontra-se associada, permanece com seu valor lgico

    igual a 0. Isso ocorre, pois as bobinas RESET so retentores de informao lgica de sada. Aps ser

    ressetado em falso, o valor lgico da varivel de sada s se tornar verdadeiro caso, em alguma

    outra linha do diagrama Ladder, exista uma bobina de SET associada mesma varivel booleana

    sendo energizada. Na figura 14 podemos visualizar uma bobina RESET associada a uma varivel

    booleana.

    Figura 14 Bobina RESET associada a uma varivel booleana.

    3.1.6. Temporizador TON (Time On Delay)

    Os temporizadores so blocos de funes muito utilizados em automao de processos.

    Existem diversos tipos de temporizadores, que podem atuar de variadas formas na lgica de

    processo. Neste trabalho, utilizaremos somente o temporizador do tipo TON (Time On Delay).

  • 17

    A quantidade de variveis envolvidas na lgica de um temporizador do tipo TON, bem como

    as suas funes e nomenclaturas, varia de acordo com o fabricante do CLP no qual ser programada

    a lgica do processo. Neste trabalho, descrevemos um sistema de manufatura controlado por

    equipamentos SIEMENS, e por motivos didticos, descreveremos as variveis associadas ao

    temporizador do tipo TON de controladores Siemens, embora sua lgica geral de funcionamento seja

    similar lgica dos demais fabricantes.

    Um bloco temporizador TON (Time on Delay), como o prprio nome em ingls nos indica,

    um bloco que adiciona um atraso. O bloco TON adiciona um atraso em milissegundos igual ao valor

    pr-configurado dentro do bloco, condio lgica que o antecede. No caso do bloco temporizador

    de controladores SIEMENS, o valor deste atraso, chamado de PRESET, encontra-se armazenado na

    varivel PT.

    Quando o temporizador verifica em sua entrada a borda de subida de um sinal, o tempo de

    atraso inicia sua contagem a partir de zero, e quando este tempo chega ao valor armazenado na

    varivel PT, a sada do temporizador passa a possuir valor lgico verdadeiro, ou seja 1. Na figura 15,

    possvel visualizar um bloco temporizador TON de um controlador SIEMENS.

    Figura 15 Bloco temporizador de um controlador SIEMENS.

    As variveis associadas aos parmetros de um bloco temporizador de um controlador

    SIEMENS, so PT, ET, IN, e Q. As descries de cada um desses parmetros podem ser

    visualizadas na tabela 1.

    Caso o valor de IN torne-se falso antes que o tempo percorrido ET alcance o valor

    armazenado PT, o valor de ET zerado e uma nova contagem de tempo iniciada quando o valor de

    IN tornar-se novamente igual a 1. Isso ocorre, pois o temporizador do tipo TON no um bloco

  • 18

    temporizador retentivo, ou seja, ele no retm o valor do parmetro ET mediante a descida do seu

    sinal lgico de entrada IN.

    Tabela 1 Parmetros associados a um bloco temporizador do tipo TON de um controlador SIEMENS.

    Parmetros Tipo de Varivel Descrio

    IN Booleana Sinal Lgico na entrada do

    bloco temporizador TON

    PT Inteira Tempo de atraso

    Q Booleana Sada atrasada pelo bloco TON

    por um tempo igual a PT

    ET Inteira Tempo percorrido

    3.1.7. Blocos comparadores (CMP)

    Os blocos comparadores possuem a funo de comparar dois valores de variveis analgicas

    e podem ser dos seguintes tipos: comparador de igualdade (==), comparador de desigualdade (),

    comparador maior que (>), comparador menor que (=), e comparador

    menor ou igual (= Varivel Inteira 2) possua valor lgico

    verdadeiro, a sada do bloco habilitada.

  • 19

    Figura 16 Bloco comparador maior ou igual (>=) comparando duas variveis inteiras.

    O bloco comparador menor ou igual (

  • 20

    O bloco de adio (ADD) tem a funo de adicionar duas variveis analgicas associadas a

    este e de armazenar o resultado da adio em uma terceira varivel. Assim, quando a entrada EN do

    bloco possui valor lgico verdadeiro, o bloco executa a operao de adio, caso contrrio, a

    operao no acontece. Na figura 18 podemos visualizar o bloco de adio (ADD) associado a trs

    variveis inteiras. O clculo do bloco da figura 18 pode ser representado pela equao (Varivel

    Inteira 3 = Varivel Inteira 1 + Varivel Inteira 2).

    Figura 18 Bloco de adio (ADD) que adiciona duas variveis inteiras e armazena o resultado em uma terceira varivel.

    O bloco de subtrao (SUB) tem a funo de subtrair duas variveis e armazenar o resultado

    da subtrao em uma terceira varivel. Assim, quando a entrada EN do bloco possui valor lgico

    verdadeiro, o bloco executa a operao de subtrao, caso contrrio, a operao no acontece. Na

    figura 19 podemos visualizar o bloco de subtrao (SUB) associado a trs variveis inteiras. O clculo

    do bloco da figura 19 pode ser representado pela equao (Varivel Inteira 3 = Varivel Inteira 1 -

    Varivel Inteira 2).

    Figura 19 Bloco de subtrao (SUB) que subtrai duas variveis inteiras e armazena o resultado em uma terceira varivel.

  • 21

    3.1.9. Varredura de um diagrama Ladder

    O diagrama Ladder uma linguagem de programao, e como toda linguagem de

    programao, ele possui um critrio de varredura, isto , uma forma com que o cdigo ser lido pelo

    processador e executado utilizando os recursos fsicos e de memria do controlador.

    A varredura do diagrama Ladder ocorre de cima para baixo e da esquerda para a direita. O

    diagrama estruturado por linhas, chamadas tambm de rungs, que so percorridas por correntes

    eltricas imaginrias no sentido e direo da varredura do programa. O fluxo da corrente imaginria

    pode ser interrompido pelo estado lgico dos contatos e blocos existentes ao longo do diagrama, de

    modo que se o estado lgico do contato for verdadeiro, a corrente passa, e quando o estado lgico

    falso a corrente interrompida.

    Na figura 20 a varredura do diagrama Ladder ilustrada, atravs de setas, em uma linha de

    programa do controlador SIEMENS.

    Figura 20 Varredura de um diagrama Ladder de um controlador SIEMENS ilustrada por setas.

    3.2. Mtodo de Converso

    Aps apresentar os principais componentes de um diagrama Ladder na subseo 3.1, e as

    principais caractersticas de redes de Petri Interpretadas para Controle no captulo 2, podemos

    entender o mtodo de converso de RPIC para Ladder.

    O mtodo de converso de RPIC para Ladder proposto em Moreira, Botelho & Basilio (2009),

    dividido em 5 mdulos: mdulo de inicializao, mdulo de eventos, mdulo de condies para o

    disparo das transies, mdulo da dinmica da rede de Petri, e mdulo das aes.

  • 22

    Para entendermos o mtodo de converso, utilizaremos um exemplo simples e didtico de

    rede de Petri interpretada para controle. A RPIC do exemplo apresentado na figura 21 representa o

    funcionamento de um sistema formado por um boto, uma chave automtica, e uma lmpada.

    Figura 21 Sistema de acionamento de uma lmpada atravs de um boto.

    O objetivo do sistema controlar o estado de uma lmpada atravs do acionamento de um

    boto. Caso a lmpada esteja apagada, quando o boto for pressionado a lmpada ligada, e caso a

    lmpada esteja acesa, quando o boto for pressionado esta apagada. O controlador do sistema

    percebe o acionamento do boto e envia um comando para que a chave feche ou abra. As variveis

    do sistema podem ser visualizadas na tabela 2.

    A chave pr-programada para fechar ou abrir o circuito de acordo com o comando que

    receber. Caso a chave receba o comando para fechar, ela fecha, e caso a chave receba o comando

    para abrir, ela abre. As duas variveis de comando so variveis booleanas.

    O boto representado por uma varivel booleana, que possui valor lgico verdadeiro

    quando este pressionado e falso quando no est sendo pressionado. A lmpada, assim como o

    boto, possui um sensor de luminosidade que indica se a mesma est ligada ou no.

    Tabela 2 Tabela de variveis do sistema de acionamento de uma lmpada atravs de um boto.

    VARIVEL DESCRIO cmd_fechar Comando para fechar a chave cmd_abrir Comando para abrir a chave

    botao Sensor de status do boto lampada Sensor de luminosidade da lmpada

  • 23

    A rede de Petri interpretada para controle do sistema de acionamento de uma lmpada

    atravs de um boto pode ser visualizada na figura 22.

    Figura 22 RPIC do sistema de acionamento de uma lmpada atravs de um boto.

    As receptividades associadas s transies e as aes e estados associados aos lugares da

    RPIC da figura 22 podem ser vistas nas tabelas 3 e 4, respectivamente.

    Tabela 3 Receptividades associadas s transies.

    TRANSIO RECEPTIVIDADE CONDIO EVENTO t1 R1 1 [botao] t2 R2 1 [lmpada] t3 R3 1 [botao] t4 R4 1 [lmpada]

    Tabela 4 Aes e estados associados aos lugares.

    LUGAR ESTADO AO p1 Lmpada desligada ---- p2 ---- Comando de ligar lmpada p3 Lmpada ligada ---- p4 ---- Comando de desligar lmpada

    3.2.1. Mdulo de Inicializao

    O mdulo de inicializao est associado ao estado inicial da rede de Petri, isto , ele define

    a marcao inicial da rede. O mdulo de inicializao representado somente por uma linha (rung)

    no diagrama Ladder. Essa linha possui um contato normalmente fechado associado a uma varivel

    binria interna, que no primeiro ciclo de varredura energiza logicamente bobinas associadas a lugares

    marcados. Aps o primeiro ciclo de varredura o contato normalmente fechado aberto, no

    permitindo que esta linha seja executada novamente.

  • 24

    O mdulo de inicializao do sistema descrito na figura 21 apresentado na figura 23.

    Figura 23 Mdulo de Inicializao sistema de acionamento de uma lmpada.

    3.2.2. Mdulo de eventos

    O mdulo de eventos consiste na interpretao de eventos externos como eventos internos,

    de forma a gerar reaes correspondentes por parte do controlador. Os eventos externos so

    associados a contatos, e interpretados internamente atravs de bobinas. Cada contato associado a

    um evento externo representado por um contato tipo P, que representa a subida da varivel binria

    associada. Assim, a presena do contato tipo P evita que aes associadas a eventos com durao

    maior que um ciclo de varredura do programa sejam executadas mais de uma vez.

    Note que o evento 3 associado a um contato tipo N. Este contato utilizado pois o evento 3

    est associado descida da varivel lmpada. Note ainda, que o evento 4 no possui nenhum

    contato associado. Esta configurao adotada pois o evento 4 o evento que sempre ocorre e.

    O mdulo de eventos do sistema descrito na figura 21 pode ser visualizado na figura 24.

    3.2.3. Mdulo de condies para o disparo das transies

    O mdulo de condies para o disparo das transies descreve as condies de habilitao

    presentes na matriz de incidncia de entrada, Ain, e as receptividades associadas. Esse mdulo

    possui n linhas, sendo que cada linha corresponde marcao do lugar pi mediante o disparo da

    transio tj. Abaixo possvel visualizar a matriz de incidncia de entrada, Ain, do sistema cuja

    representao em rede de Petri apresentada na figura 22.

  • 25

    & = ?1 0 0 00 1 0 00 0 1 00 0 0 1@. A idia bsica descrever a regra de disparo para uma transio, lembrando que uma

    transio tj habilitada quando todos os lugares de entrada possuem fichas e a receptividade Rj

    associada a ela possui valor lgico verdadeiro. Para uma determinada transio tj, por exemplo, as

    condies associadas no diagrama Ladder so expressas por uma associao de contatos.

    Figura 24 Mdulo de Eventos sistema de acionamento de uma lmpada.

    Para representar o disparo da transio tj, a expresso booleana para a receptividade Rj

    (implementada, geralmente, com uma simples associao de contatos normalmente abertos e

    normalmente fechados) conectada em srie com as condies dos lugares de entrada de tj.

    O mdulo de condies para o disparo das transies do sistema descrito na figura 21 pode

    ser visualizado na figura 25.

    3.2.4. Mdulo da dinmica

    Aps o disparo de uma transio tj, o nmero de fichas da rede de Petri deve ser atualizado.

    Este processo descrito pela equao de estado da rede de Petri, capaz de atualizar a marcao da

    rede mediante o disparo de uma determinada transio, como visto na subseo 2.5.

  • 26

    Figura 25 Mdulo de condies para o disparo das transies sistema de acionamento de uma lmpada.

    Para a construo do mdulo responsvel pela dinmica da rede de Petri devemos utilizar a

    matriz de incidncia A, cuja notao tambm fora apresentada na subseo 2.5. Este mdulo possui

    n linhas, sendo que cada linha est associada a um lugar e expressa as mudanas na marcao dos

    lugares aps o disparo da transio associada. Abaixo apresentada a matriz de incidncia, A, do

    sistema cuja representao em rede de Petri apresentada na figura 22.

    & = ?1 0 0 +1+1 1 0 00 +1 1 00 0 +1 1@. O mdulo da dinmica do sistema descrito na figura 21 apresentado na figura 26.

    3.2.5. Mdulo das aes

    O mdulo das aes associa uma bobina de sada ao lugar que possui uma ao

    instantnea. Desta forma, mediante o disparo de uma determinada transio, as aes associadas

    aos lugares de sada so executadas por meio de associaes com bobinas. O tamanho do mdulo

    das aes depende do nmero de lugares que possuem aes associadas.

    O mdulo das aes do sistema descrito na figura 21 pode ser visualizado na figura 27. Note

    ainda que na figura 27, p2 e p4, pois so os nicos lugares que possuem aes associadas.

  • 27

    Figura 26 Mdulo da dinmica sistema de acionamento de uma lmpada.

    Figura 27 Mdulo das aes sistema de acionamento de uma lmpada.

    3.2.6. Observaes sobre o mtodo de converso

    O mtodo de converso proposto em Moreira, Botelho & Baslio (2009) possui caractersticas

    especiais, que otimizam o diagrama Ladder traduzido. Estas caractersticas especiais encontram-se

    destacadas abaixo:

  • 28

    A disposio das linhas (rungs) propostas pelo mtodo evita o efeito avalanche [5] e [6], uma

    vez que cada lugar na rede de Petri Interpretada para Controle mantm sua marcao

    durante, no mnimo, um ciclo de varredura do programa Ladder.

    O nmero de linhas do programa Ladder obtido pelo mtodo possui um valor mximo de

    (2m+n+1), em que m o nmero de transies, e n o nmero de lugares. Embora este

    nmero de linhas possa ser menor, o diagrama Ladder traduzido mostra claramente a

    estrutura da rede de Petri, uma vez que Ain e A podem ser obtidas a partir do diagrama

    Ladder. Alm disso, as aes e as receptividades so facilmente relacionadas com seus

    lugares e transies correspondentes. Desta forma, a RPIC pode ser obtida diretamente a

    partir do diagrama Ladder, e vice-versa.

    Caso a RPIC possua um arco inibidor, ento uma modificao dever ser feita na matriz de

    incidncia de entrada para que o mtodo possa ser utilizado [7]. Neste caso, essa matriz de

    incidncia de entrada modificada no dever ser utilizada no clculo da matriz de incidncia

    da RPIC, uma vez que o disparo de uma transio associada a um arco inibidor no modifica

    o nmero de fichas no lugar de entrada. Entretanto, ela pode ser utilizada na obteno das

    condies no mdulo de condies de disparo das transies.

    3.3. Concluso

    Neste captulo foi apresentada a linguagem Ladder, que segundo a norma internacional IEC

    61131-3, pode ser utilizada em todos os controladores industriais. Vimos os principais componentes

    de um diagrama Ladder e a forma com que este diagrama lido pelo processador do controlador

    industrial.

    Alm da apresentao do diagrama Ladder, foi proposto, baseado em Moreira, Botelho &

    Baslio (2009), um mtodo de converso de redes de Petri Interpretadas para Controle para diagrama

    Ladder. Este mtodo foi introduzido com um exemplo didtico e ser utilizado ao longo deste trabalho

    para a converso da RPIC do sistema de manufatura em diagrama Ladder [8].

  • 29

    4 CONFIGURAO DO SOFTWARE - TUTORIAL

    Neste captulo apresentado um tutorial para a configurao do Software Totally Integrated

    Automation Portal, responsvel pela programao e configurao do CLP e da IHM SIEMENS. O

    tutorial pode ser utilizado para a realizao de projetos de Automao que utilizem a plataforma

    SIEMENS no Laboratrio de Controle e Automao da Universidade Federal do Rio de Janeiro, bem

    como na elaborao da automao do sistema de manufatura apresentado neste trabalho.

    4.1. Apresentao do Hardware

    No Laboratrio de Controle e Automao da UFRJ so utilizados quatro equipamentos

    bsicos de automao fabricados pela SIEMENS. So eles: um controlador SIEMENS CPU 1214 C

    AC/DC/Rly (6ES7 214-1BE30-X0B0), um mdulo externo de sadas analgicas de 12bits (6ES7 232-

    4HA30-0XB0) compatvel com o controlador, uma IHM SIEMENS de 6 polegadas modelo KTP600

    PN, e um hub Ethernet SIEMENS. Na figura 28 possvel visualizar os equipamentos do Laboratrio

    de Controle e Automao da UFRJ.

    Figura 28 Equipamentos SIEMENS do Laboratrio de Controle e Automao da UFRJ.

    4.2. Apresentao do Software

    Para integrar a estrutura de hardware apresentada na seo anterior, precisamos de um

    sistema computacional compatvel com esta estrutura, integrado com os equipamentos por meio de

    um computador. Essa integrao pode ser feita quando os dispositivos so conectados de forma que

  • 30

    exista um sincronismo de protocolo utilizado entre eles. Na figura 29 pode ser visualizada a

    arquitetura dos equipamentos dispostos em rede.

    Figura 29 Arquitetura dos equipamentos de automao dispostos em rede.

    4.3. Tutorial

    O processo de definio da arquitetura o primeiro passo descrito neste tutorial. A primeira

    fase consiste em identificar os componentes e seus atributos para configur-los de maneira correta.

    4.3.1. Iniciando um projeto

    Para iniciar um projeto, basta clicar no cone correspondente ao software Totally Integrated

    Automation Portal V10 (WinCC e STEP7 integrados em uma s plataforma) no desktop do

    computador. Assim que abrir o software, ao clicar em New Project possvel ver a tela presente na

    figura 30.

    4.3.2. Adicionando equipamentos (devices)

    Aps iniciarmos o projeto, devemos descrever para o software todos os equipamentos a

    serem configurados. Nesta etapa, devemos saber exatamente cada tipo de equipamento que ser

    utilizado no laboratrio, bem como seus nomes tcnicos.

    CPU 1214 C AC/DC/Rly (6ES7 214-1BE30-X0B0);

    ANALOG OUTPUTS MODULE - mdulo externo de sadas analgicas de 12bits

    (6ES7 232-4HA30-0XB0);

  • 31

    HMI SIEMENS 6 KTP600 PN.

    Figura 30 Tela de Inicializao de Projeto Totally Integrated Automation Portal V10 SIEMENS.

    Os equipamentos descritos acima esto integrados na mesma plataforma, ou seja, atravs do

    mesmo software eles podem ser programados, configurados, e dispostos de forma que possam

    compartilhar informaes (variveis de processo) via protocolo de comunicao profibus e meio fsico

    Ethernet.

    Ao clicarmos em add device, no menu Devices em Project tree, a tela apresentada na

    figura 31 poder ser visualizada.

    4.3.2.1. Adicionando IHM (HMI device)

    Para adicionar a IHM devemos selecionar o cone SIMATIC HMI destacado na figura 31. Em

    seguida, devemos selecionar o modelo KTP600 PN, de 6 polegadas, e pressionar o boto OK.

    A tela e as opes que devero ser selecionadas so apresentadas na figura 32.

  • 32

    Figura 31 Tela para adicionar novos Equipamentos de automao.

    Figura 32 Adicionando nova IHM ao sistema de Automao SIEMENS.

  • 33

    4.3.2.2. Adicionando CLP (PLC device)

    Para adicionar o CLP devemos, na tela Add new device, selecionar o cone SIMATIC PLC

    destacado na figura 31. Em seguida, devemos selecionar o modelo de CPU 1214 C AC/DC/Rly (6ES7

    214-1BE30-X0B0), e pressionar o boto OK.

    A tela e as opes que devero ser selecionadas so apresentadas na figura 33.

    Figura 33 Adicionando novo CLP ao sistema de Automao SIEMENS.

    4.3.2.3. Adicionando mdulo externo de sadas analgicas (AO1x12bits)

    Para configurar o mdulo externo de sadas analgicas devemos alterar a configurao

    padro do controlador. A partir da tela inicial da figura 30 acessamos o menu Devices em Project

    Tree, esquerda da janela do software. No menu Devices podemos visualizar o cone do

    controlador, com o nome de PLC_1. Ao clicarmos no cone PLC_1, o controlador S7-1200

  • 34

    aparecer na janela do software. Na parte central do controlador visualizado devemos clicar com o

    boto direito do mouse no local onde se conecta fisicamente o mdulo externo, e em seguida na

    opo Display catalog. A tela indicativa que pode ser visualizada na figura 34 se abrir.

    Figura 34 Adicionando Mdulo Externo de Sadas Analgicas ao CLP SIEMENS.

    Em seguida, devemos selecionar exatamente o carto de sada analgica correspondente ao

    que possumos. Para isso, selecionamos no menu direita a opo que corresponde ao carto 6ES7

    232-4HA30-0XB0, isto , Signal Board > AO1x12bits > 6ES7 232-4HA30-0XB0.

    A tela e as opes que devero ser selecionadas podem ser visualizadas na figura 35.

    Figura 35 - Opes de seleo do mdulo externo de sadas analgicas.

  • 35

    4.3.3. Configurando conexes da IHM (devices)

    Aps adicionarmos a IHM, um utilitrio do programa aberto para iniciarmos um processo de

    configurao da interface touch screen. Esse utilitrio chamado HMI Device Wizard.

    Na primeira tela do utilitrio de configurao devemos selecionar o device PLC_1, atravs

    do boto Browse, para que possamos criar o link de conexo entre a IHM e o CLP. Feito isso, esses

    dispositivos estaro prontos para compartilharem variveis entre si. Esse procedimento pode ser

    visualizado na figura 36.

    Figura 36 Configurao de rede entre a IHM e o CLP.

    4.3.4. Configurando Network (Ethernet Configuration)

    At agora possumos um sistema de automao formado por 2 equipamentos e um mdulo

    externo de sada analgica de 12 bits. O prximo passo configurar o IP dos equipamentos para que

    estes, aps serem conectados em uma rede profibus, possam compartilhar dados entre si.

    Para alterarmos as configuraes de rede de cada equipamento devemos entrar nas

    configuraes de cada um deles e modificar as opes de Ethernet.

  • 36

    Alterar as configuraes de rede de cada equipamento significa atribuir para cada um deles

    um endereo IP, de modo que estes possam ser endereados e identificados na rede profibus.

    Os endereos IP so constitudos por uma seqncia numrica que identifica cada ponto, ou

    n, em uma rede de dispositivos. Assim, cada dispositivo do laboratrio de automao deve possuir

    um endereo IP nico, que no poder ser atribudo a nenhum outro dispositivo dentro da mesma

    rede.

    A atribuio de endereos IP deve obedecer a estrutura determinada pela mscara de sub-

    rede. Essa mscara limita a faixa de endereos lgicos que devem ser utilizados para formar os

    endereos IP e especifica a classe de rede utilizada.

    No caso do sistema de manufatura especificado neste trabalho, adotaremos uma faixa de IPs

    que corresponde nmeros que so convencionalmente utilizados em redes privadas ou particulares,

    e possuem mscara de sub-rede igual a 255.255.255.0.

    A escolha da faixa de IPs no influencia no funcionamento dos equipamentos, desde que

    estes possuam endereos IP diferentes entre si e que obedeam mscara de sub-rede

    especificada.

    Uma vez inserido na rede profibus, o computador responsvel pela programao dos

    equipamentos tambm dever sofrer alteraes no que diz respeito s suas configuraes de rede. O

    primeiro passo acessar as propriedades da conexo de rede utilizada atravs do painel de controle

    (caso o SO Windows esteja sendo utilizado), selecionar o item de conexo TCP/IPv4, e clicar em

    Properties. Este procedimento pode ser visto na figura 37.

    O segundo e ltimo passo, definir o endereo IP, a mscara de sub-rede, e o Gateway

    Padro do computador. A janela que se abre aps ser realizado o primeiro passo deve ser

    preenchida conforme indicado na figura 38.

    4.3.4.1. IHM Network

    Para configurar o endereo IP da IHM, devemos acessar a configurao de Ethernet deste

    equipamento. Para isso devemos acessar, no menu Project Tree, o item Devices & Networks. Em

  • 37

    seguida, ao selecionar a IHM, podemos visualizar suas configuraes gerais. Nesta mesma janela,

    para acessarmos as configuraes de rede da IHM, devemos clicar na opo Ethernet Addresses.

    Figura 37 Procedimento de Configurao da placa de rede do computador.

    Figura 38 Configurao do endereo IP e da mscara de sub-rede do computador.

  • 38

    Na opo IP PROTOCOL selecionamos as especificaes de IP e a mscara de sub-rede.

    Para padronizar os endereos IP da rede profibus, escolheremos:

    IP address: 192.168.0.2

    Subnet mask: 255.255.255.0

    A tela para configurao das especificaes de rede do sistema pode ser visualizada na

    figura 39.

    Figura 39 Configurao do IP e da mscara de sub-rede da IHM.

    4.3.4.2. PLC Network

    Analogamente IHM, para configurar o endereo IP do CLP, devemos acessar a

    configurao de Ethernet deste equipamento. Para isso devemos acessar, no menu Project Tree, o

    item Devices & Networks. Em seguida, ao selecionar o CLP, podemos visualizar as suas

    configuraes gerais. Nesta mesma janela, devemos clicar na opo Ethernet Addresses.

    Na opo IP PROTOCOL selecionamos as especificaes de IP e a mscara de sub-rede.

    Para padronizar os endereos IP da rede Profinet, escolheremos:

    IP address: 192.168.0.3

    Subnet mask: 255.255.255.0

  • 39

    A tela para configurao das especificaes de rede do sistema pode ser visualizada na

    figura 40.

    Figura 40 Configurao do IP e da mscara de sub-rede do CLP.

    4.3.5. TAGs de sistema

    Sistemas de automao utilizam uma estrutura prpria de variveis chamadas de TAGs.

    TAGs podem ser interpretadas como variveis de um sistema de automao, ou seja, espaos

    alocados na memria do controlador ou das interfaces homem-mquina (IHMs).

    Para compreendermos exatamente o papel das variveis do sistema de automao e

    sabermos como os dispositivos trocam dados entre si, devemos entender primeiro a forma como

    esses equipamentos esto dispostos na rede de automao. Para facilitar o entendimento podemos

    fazer analogia a um sistema computacional.

    Em uma rede domstica convencional, possumos os computadores que fazem parte da rede

    e um hub, atravs do qual os computadores esto conectados entre si. Cada computador possui um

    endereo IP, capaz de identific-los individualmente, de forma que os computadores possuam uma

    identidade dentro da rede. Neste caso o meio fsico utilizado o Ethernet, e o protocolo TCP/IP. No

    caso da clula de manufatura apresentada neste trabalho, os dispositivos tambm esto dispostos

    em forma de rede, conectados entre si atravs de um hub, onde cada equipamento tambm possui

    um endereo IP capaz de identific-los individualmente. Neste caso o meio fsico utilizado Ethernet,

    e o protocolo utilizado chamado de profibus.

  • 40

    Uma vez identificados, os dispositivos de automao podem trocar dados, isto , as variveis

    utilizadas em um determinado dispositivo podem ser visualizadas pelos outros. No item 4.3.3

    determinamos as conexes da rede de automao, onde a IHM estaria conectada ao CLP atravs de

    uma sub-rede. Esta disposio nos permite compartilhar variveis presentes nestes dois

    equipamentos. Assim, uma varivel utilizada no controlador, por exemplo, poder ser visualizada e

    alterada pela IHM. O mesmo acontece com as variveis presentes na IHM, que podem ser

    visualizadas e alteradas pelo controlador.

    4.3.5.1. Tipos de TAGs

    Analogamente a um sistema computacional, cada TAG deve ser declarada de acordo com a

    estrutura da varivel de processo que esta representa. Para explicarmos os tipos de TAGs de forma

    clara utilizaremos um exemplo simples de processo que utiliza uma varivel analgica e uma varivel

    digital.

    Considere um motor cuja velocidade de rotao desejada definida atravs de um teclado

    virtual pelo usurio e suponha que exista um boto que possa ligar ou desligar o sistema em qualquer

    momento. Esse sistema pode ser visualizado na figura 41.

    Figura 41 Exemplo de um sistema com duas variveis de entrada.

    O sistema descrito no exemplo acima utiliza uma varivel digital, cujo estado est associado

    chave que liga ou desliga o motor, e uma varivel analgica, necessria para indicarmos ao inversor

    de frequncia a velocidade do rotor do motor. Para este exemplo estamos focando somente na

    estrutura de variveis e a forma como estas so tratadas no sistema integrado de automao

  • 41

    SIEMENS, no havendo a necessidade, por exemplo, de nos preocuparmos com a forma com que

    estas sero utilizadas na lgica de funcionamento do exemplo.

    Para associarmos cada varivel a um tipo de estrutura computacional devemos primeiro

    conhecer os tipos de variveis que o controlador SIEMENS consegue interpretar. Na tabela 5

    podemos visualizar os tipos de variveis que podem ser lidas pelo sistema de automao SIEMENS.

    Tabela 5 Tipos de Variveis de sistemas de Automao SIEMENS.

    Tipo de Varivel

    Comprimento

    (bits)

    Formato Padro

    Faixa de Valores Exemplo de Valor de Entrada

    BOOL 1 Boolean TRUE/FALSE TRUE

    BYTE 8 Hexadecimal number

    16#0 a 16#FF 16#F0

    WORD 16 Hexadecimal number

    16#0 a 16#FFFF 16#F0F0

    DWORD 32 Hexadecimal number

    16#0000_0000 a 16#FFFF_FFFF

    16#F0F0_F0F0

    SINT 8 Signed integers -128 a 127 (+)120

    USINT 8 Unsigned integers

    0 a 255 50

    INT 16 Signed integer -32768 a 32767 (+)1

    UINT 16 Unsigned integers

    0 a 65535 300

    DINT 32 Signed integers - 2 147 483 648 a + 2 147 483 647

    (+)2131754992

    UDINT 32 Unsigned integers

    0 a 4294967295 4042322160

    REAL 32 Floating-point numbers

    -3.402823e+38 a -1.175 495e-38

    0

    +1.175 495e-38 a +3.402823e+38

    1.234567e+13

    TIME 32 Time period with sign:

    T# -24d20h31m23s648ms

    a

    T#+24d20h31m23s647ms

    T#10d20h30m20s630ms

    CHAR 8 ASCII characters

    ASCII character set 'I'

  • 42

    No caso do exemplo descrito na figura 41, utilizando a tabela 5 para nos orientar na escolha

    das variveis utilizadas, devemos declarar a varivel digital como BOOL (booleana), e a varivel

    analgica como INT. Na verdade, para a varivel analgica, pode-se declar-la como diversos tipos

    especificados na tabela 5, mas por conveno e tambm por motivos didticos, utilizaremos um tipo

    mais simples de estrutura computacional.

    4.3.5.2. Endereos Mnemnicos

    Cada tipo de varivel escolhida, por sua vez, possui um smbolo correspondente na memria

    do controlador e da interface homem-mquina. Esses smbolos ou representaes so chamados de

    endereos mnemnicos. O entendimento de mnemnicos a base da programao de controladores

    Tabela 6 Estrutura de Endereos Mnemnicos dos sistemas de Automao SIEMENS.

    Mnemnicos ingleses

    Mnemnicos alemes

    Definio Tipo de Varivel reas de Endereo

    I E Input bit BOOL 0.0..1023.7

    IB EB Input byte BYTE, CHAR, SINT, USINT

    0..1023

    IW EW Input word WORD, INT, UINT 0..1022

    ID ED Input double word

    DWORD, DINT, UDINT, REAL, TIME

    0..1020

    Q A Output bit BOOL 0.0..1023.7

    QB AB Output byte BYTE, CHAR, SINT, USINT

    0..1023

    QW AW Output word WORD, INT, UINT 0..1022

    QD AD Output double word

    DWORD, DINT, UDINT, REAL, TIME

    0..1020

    M M Memory bit BOOL 0.0..8191.7

    MB MB Memory byte BYTE, CHAR, SINT, USINT

    0..8191

    MW MW Memory word WORD, INT, UINT 0..8190

    MD MD Memory double word

    DWORD, DINT, UDINT, REAL, TIME

    0..8188

    industriais, uma vez que cada fabricante possui a sua prpria estrutura de smbolos mnemnicos. Na

    tabela 6 podemos visualizar a estrutura de mnemnicos utilizada em controladores e sistemas de

    automao SIEMENS.

  • 43

    4.3.5.3. Endereamento de variveis (TAGs) na memria do controlador

    As redes de automao trabalham com um sistema de endereamento de variveis que

    define a posio em que estas se encontram alocadas nas memrias do controlador e da IHM. Neste

    caso, a forma com que as variveis so nomeadas durante a sua declarao influencia no local exato

    da memria do controlador onde estas sero alocadas.

    A forma com que as variveis so alocadas na memria do controlador, por sua vez, depende

    tambm do tipo de varivel escolhida. Isto acontece, pois cada tipo de varivel ocupa um

    determinado espao na memria. Por exemplo, uma varivel do tipo BOOL ocupa somente 1 bit de

    memria, enquanto uma varivel do tipo WORD ocupa 16 bits de memria.

    O parmetro que define quanto de espao na memria cada tipo de varivel pode ocupar

    atribudo pelo Range de endereos. Desta forma, as variveis do controlador devem ser

    endereadas e numeradas de acordo com a tabela 7.

    Na tabela 7 podemos identificar tambm que cada rea na memria do controlador

    compreende um conjunto de definies de variveis, que so representadas pelos seus endereos

    mnemnicos e alocadas em um determinado range de endereos de memria do controlador.

    4.3.5.4. Relacionando TAGs aos Endereos Mnemnicos

    A escolha dos endereos mnemnicos estritamente relacionada escolha do tipo de

    varivel que iremos trabalhar. No caso do exemplo descrito na figura 41, utilizando a tabela 5 para

    nos orientar na escolha do tipo de varivel a ser utilizada, e a tabela 6 para relacionarmos o tipo de

    varivel ao seu endereo mnemnico, temos:

    Chave ON/OFF BOOL (varivel digital) Q0.1 (mnemnico de sada digital)

    Velocidade w INT (varivel inteira) QW1 (mnemnico de sada analgica)

    Note que a forma com que o endereamento das variveis foi feito obedece s especificaes

    feitas no item 4.3.5.3, detalhadamente relacionadas na tabela 7.

  • 44

    4.3.6. Criao de TAGs

    Nesta subseo indicaremos como criar as variveis de sistema, tambm chamadas de

    TAGs, tanto para o controlador quanto para a interface homem-mquina.

    Tabela 7 Endereamento e numerao das variveis do sistema de Automao SIEMENS.

    rea de Memria Definio da rea Mnemnico SIEMENS

    Range de Endereos

    Entrada Input bit Input byte Input word Input double word

    I IB IW ID

    0.0 a 65,535.7 0 a 65,535 0 a 65,534 0 a 65,532

    Sada Output bit Output byte Output word Output double word

    Q QB QW QD

    0.0 a 65,535.7 0 a 65,535 0 a 65,534 0 a 65,532

    Bit de memria interna Memory bit Memory byte Memory word Memory double word

    M MB MW MD

    0.0 a 255.7 0 a 255 0 a 254 0 a 252

    I/O Perifrico: Entrada externa

    Peripheral input byte Peripheral input word Peripheral Inp. Doub. word

    PIB PIW PID

    0 a 65,535 0 a 65,534 0 a 65,532

    I/O Perifrico: Sada Externa

    Peripheral output byte Peripheral output word Peripheral output double word

    PQB PQW PQ

    0 a 65,535 0 a 65,534 0 a 65,53

    Temporizador Timer (T) T 0 a 25 Contador Counter (C) C 0 a 25 Bloco de Dados Bloco de dados aberas

    com a instruo DB (OPN) Data bit Data byte Data word Data double word Bloco de dados aberas com a instruo DI (OPN) Data bit Data byte Data word Data double word

    DBX DBB DBW DBD DIX DIB DIW DID

    0.0 a 65,535.7 0 a 65,535 0 a 65, 534 0 a 65,532 0.0 a 65,535.7 0 a 65,535 0 a 65, 534 0 a 65,532

    Dados Locais Temporary local data bit Temporary local data byte Temporary local data word Temporary local data double word

    L LB LW L

    0.0 a 65,535.7 0 a 65,535 0 a 65, 534 0 a 65,532

    4.3.6.1. Criando TAGs no controlador (PLC Tags)

    A criao de TAGs no controlador possibilita a programao da lgica de processo. Esta

    lgica implementada no controlador na forma de linguagem LADDER. Cada varivel utilizada na

    lgica LADDER deve ser, obrigatoriamente, associada a um TAG na memria deste controlador.

  • 45

    Caso uma varivel que o programador quiser utilizar no tiver sido criada, esta no poder

    ser utilizada no cdigo LADDER. Isto ocorre pois todas as vezes que o usurio iniciar o processo de

    transferncia da lgica programada no software SIEMENS para o controlador, o software executa um

    procedimento de compilao. Este procedimento de compilao verifica se cada varivel do LADDER

    est associada a um TAG do controlador, e caso isto no ocorra, a transferncia do cdigo LADDER

    para o CLP interrompida.

    Uma das consideraes importantes para a declarao de TAGs saber a quantidade de

    endereos fsicos e de endereos de memria que podem ser utilizados. Este entendimento informa

    ao usurio o nmero mximo de variveis que este poder utilizar em sua lgica LADDER.

    A quantidade de endereos de memria varia de acordo com o modelo da CPU utilizada. A

    CPU 1214C, utilizada neste trabalho, possui 50KB de memria interna alocada que permite a criao

    de um determinado nmero de variveis de memria. O total de variveis de memria utilizado

    independe do tipo de varivel, estando somente limitado memria interna disponvel na CPU.

    A quantidade de endereos fsicos varia de acordo com o modelo da CPU e com a

    quantidade de mdulos externos utilizados. A CPU 1214C, apresentada neste trabalho, possui 14

    Entradas Digitais de 24VDC (corrente contnua), 10 sadas tipo rel (corrente contnua ou alternada,

    de acordo com a configurao dos canais), e 2 canais de entradas analgicas variando em uma faixa

    de 0 e 10V. Temos ainda um mdulo externo com 2 sadas analgicas variando em uma faixa de 0 a

    10V, ou de 0 a 20mA, dependendo da forma com que o mdulo for configurado no software.

    Ao contrrio dos endereos de memria, os tipos de variveis correspondentes a endereos

    fsicos so limitados pelo nmero de sadas e entradas, digitais e analgicas, ligadas direta ou

    indiretamente ao controlador. Os tipos de variveis correspondentes a endereos fsicos, bem como

    seus endereos mnemnicos, podem ser visualizados quando acessamos as configuraes do

    controlador atravs do software SIEMENS.

    Para visualizar estas informaes, devemos acessar a opo Device Configuration, no

    menu lateral esquerdo, abaixo do equipamento PLC_1. Esta operao pode ser visualizada na figura

    42.

  • 46

    Figura 42 Tela de Configurao de Equipamento do controlador SIEMENS.

    Note que na aba Device overview, temos a faixa de endereos de entrada (I address) e a

    faixa de endereos de sada (Q address) para cada entrada e sada, digital e analgica, configuradas

    no controlador.

    Para verificar mais detalhadamente o tipo de endereamento mnemnico utilizado para cada

    mdulo de entrada ou sada, devemos clicar no mdulo que se deseja visualizar e, em seguida,

    poderemos verificar abaixo o endereo mnemnico que dever ser utilizado para cada canal de cada

    mdulo. Este procedimento pode ser visualizado na figura 43, onde verificamos que o endereo

    mnemnico utilizado para o canal 0 (Channel 0) do mdulo interno de entradas digitais do controlador

    corresponde a I0.0.

    O mesmo procedimento pode ser utilizado de forma anloga, para identificar os endereos

    mnemnicos utilizados para os demais mdulos de entrada e sada do controlador.

    Aps identificarmos os endereos fsicos e de memria, bem como seus endereos

    mnemnicos correspondentes que podem ser utilizados na programao da lgica LADDER,

    podemos iniciar o processo de criao de TAGs do controlador.

  • 47

    Figura 43 Visualizao das caractersticas dos canais do mdulo interno de entradas e sadas analgicas do CLP SIEMENS.

    Para criar um TAG do controlador, devemos acessar a opo PLC Tags, na aba do

    controlador PLC_1 e, em seguida, clicar sobre o subgrupo PLC Tags. O nome do subgrupo pode ser

    alterado, assim como novos subgrupos de variveis podem ser adicionados.

    Nesta nova janela cada linha corresponde a um TAG (ou varivel). Assim, devemos

    preencher as colunas de acordo com o tipo de varivel que queremos criar, especificando o seu tipo

    (Data Type), o seu endereo mnemnico (Address), e adicionando um comentrio. O campo RETAIN

    corresponde a variveis cujos valores devero ser armazenados mediante um desligamento

    repentino da fonte de alimentao da CPU, ou da mudana de estado da CPU de STOP para RUN.

    Este procedimento de criao de TAGs, bem como o preenchimento da tabela de variveis,

    pode ser visualizado na figura 44.

    Na figura 44, podemos ainda ver outros tipos de variveis que foram criadas para ilustrar a

    dinmica da declarao de variveis e a atribuio de seus endereos mnemnicos.

  • 48

    Figura 44 Tabela de TAGs do CLP Siemens.

    4.3.6.2. Criando TAGs na IHM (HMI Tags)

    A criao de TAGs na IHM nada mais do que a criao das variveis que sero utilizadas

    nas telas da IHM. Essas variveis devero ser criadas de forma anloga criao de TAGs no

    controlador.

    A forma com que os tipos de TAG so associados a endereos de memria a mesma

    aplicada na criao de TAGs no controlador. Entretanto, a associao dos endereos fsicos aos

    TAGs dever ser feita de forma diferente, uma vez que a IHM no possui mdulos de entrada e sada

    de dados.

    Caso seja necessria a utilizao de endereos fsicos do controlador nas telas da IHM, os

    TAGs criados na IHM devem ser associados aos TAGs que correspondem aos endereos fsicos do

    CLP. Esta associao deve ser feita no momento da criao do TAG na IHM.

  • 49

    Para criar um TAG da IHM devemos acessar a opo HMI Tags, na aba da IHM HMI_1 e, em

    seguida, clicar sobre o subgrupo HMI Tags. O nome do subgrupo pode ser alterado, assim como

    novos subgrupos de variveis podem ser adicionados.

    Nesta nova janela cada linha corresponde a um TAG (ou varivel). Assim, devemos

    preencher as colunas de acordo com o tipo de varivel que queremos criar, especificando o seu

    nome (Name), conexo (Connection), tipo (Data Type), associao um TAG do CLP (PLC Tag), o

    seu endereo mnemnico (Address), o seu nmero de array (Array Element), o seu ciclo de aquisio

    (Acquisition cycle), e adicionando um comentrio a respeito da varivel (Comment).

    As especificaes de cada varivel (colunas), bem como o procedimento de criao de TAGs

    na IHM, podem ser vistas na figura 45.

    Figura 45 Tabela de TAGs da IHM SIEMENS.

    A coluna Connection permite a associao do TAG criado na IHM um TAG criado no

    controlador. Ao acessar as opes desta coluna, caso a associao seja feita para este TAG, a

    conexo HMI_connection_1 dever ser selecionada. Caso o usurio no queira associar o TAG

  • 50

    criado a nenhum TAG do controlador, a opo dever ser selecionada. Esta

    configurao pode ser visualizada na f