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Grupo de Comunicação
CLIPPING 30 de maio de 2019
COM 133 FILMES DE 32 PAÍSES, O MAIS IMPORTANTE EVENTO SUL-AMERICANO DEDICADO À TEMÁTICA
SOCIOAMBIENTAL TEM SUA MAIOR EDIÇÃO
http://ecofalante.org.br/
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Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 5
Vereadores aprovam a 'inspeção veicular' ........................................................................................ 5
Junho terá atividades gratuitas e ações de conscientização sobre o Dia do Meio Ambiente ...................... 6
Nascente Municipal Modelo recebe visita de alunos do SESI ................................................................ 7
Paisagistas lançam manifesto pela Mata Atlântica .............................................................................. 8
Cetesb pede adequação em projeto do centro logístico..................................................................... 10
Cetesb faz exigências ao Centro Logístico para dar andamento ao licenciamento ................................. 12
Palavra do Leitor – Relevante........................................................................................................ 14
Justiça condena empresário a pagar R$ 9,5 milhões de multa por construção de autódromo ................. 15
Ecomondo Brasil: sucesso na realização da primeira edição e novidades para 2020 ............................. 16
Pescadores são multados em quase R$ 23 mil por crime ambiental em Cananéia, SP ........................... 18
Procrastinação inadmissível .......................................................................................................... 19
Duas represas do Sistema Alto Tietê seguem vertendo água, diz Daee ............................................... 20
Termelétrica fez ontem a primeira de três reuniões antes da audiência pública ................................... 21
Operação Estiagem 2019 .............................................................................................................. 22
Novo projeto para saneamento destrava venda da Sabesp, e ações sobem ......................................... 23
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 24
Manobra da bancada ruralista pode isentar desmatador de repor a floresta derrubada ......................... 24
Câmara muda Código Florestal e garante desmate a grandes produtores rurais .................................. 26
Revogar Estação Tamoios exige ato do Congresso, e mudança via decreto será inconstitucional, dizem juristas ...................................................................................................................................... 28
Governo diminui participação da sociedade civil no Conselho Nacional do Meio Ambiente ..................... 32
Entenda o debate sobre a MP 867, que altera o Código Florestal ....................................................... 33
Atvos, do grupo Odebrecht, pede recuperação judicial ..................................................................... 37
IMPASSE AMBIENTAL ................................................................................................................... 38
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 40
Painel: Pacto de Bolsonaro racha Judiciário e Congresso; texto prega combater corrupção 'nos gabinetes' ................................................................................................................................................. 40
Mônica Bergamo: Toffoli deve tirar descriminalização do porte de drogas da pauta do STF ................... 42
WEG e Embraer fazem parceria para aeronaves elétricas .................................................................. 44
Aliado de Maia apresenta projeto que pode substituir MP do Saneamento ........................................... 45
Apesar de apelo de ruralistas, Davi diz que não votará MP do Código Florestal .................................... 46
Salles corta 77% de Conselho Ambiental, retira ICMBio e fará sorteio de vagas .................................. 48
ESTADÃO ................................................................................................................................... 50
Coluna do Broadcast .................................................................................................................... 50
Projeto de lei deve ser votado para substituir MP do saneamento ...................................................... 51
Senadores fecham acordo para não votar MP que muda Código Florestal............................................ 52
Engie já movimentou US$ 3 bi para pagar Petrobrás pela TAG .......................................................... 54
STF deve ter placar apertado em decisão sobre privatizações ........................................................... 55
Celso Ming: O país das balas de prata ............................................................................................ 56
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Grupo de Comunicação
Maia cede a ambientalistas e cria comissão para analisar PL do Licenciamento .................................... 57
Diretor de entidade rural vai chefiar secretaria nacional de florestas .................................................. 58
Câmara aprova texto-base de MP que altera Código Florestal............................................................ 59
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 60
Avião elétrico une a WEG e a Embraer ........................................................................................... 60
Grupo Odebrecht pede recuperação para Atvos ............................................................................... 61
Austrália aposta em bateria de água para transição energética ......................................................... 62
Uso maior de renováveis exige armazenamento de energia .............................................................. 66
TCU manda cortar desconto em tarifa de energia ............................................................................ 67
Senado deixará caducar MP 867, que altera o Código Florestal .......................................................... 68
Passa Lei das Agências Reguladoras .............................................................................................. 70
Novo projeto sobre saneamento contraria governo .......................................................................... 71
Resistência a mudanças é entrave à tecnologia ............................................................................... 73
Gerenciar risco não é administrar incertezas ................................................................................... 74
Direito à água e cultura ................................................................................................................ 76
Conselheiros criticam reforma no estatuto da BR ............................................................................. 78
Venda de ativos da Petrobras terá dia D no Supremo ....................................................................... 79
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Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS
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Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Tribuna Ribeirão
Data: 29/05/2019
Vereadores aprovam a 'inspeção veicular'
Redação Tribuna
A Câmara de Vereadores aprovou na sessão
desta terça-feira, 28 de maio, por
unanimidade, o projeto de lei do Executivo
enviado em 11 de abril que cria a vistoria
periódica nos veículos e máquinas movidos a
óleo diesel da administração municipal. A ideia
é que todos os automóveis e máquinas
pertencentes à frota da prefeitura de Ribeirão
Preto passem semestralmente por avaliação
ambiental. Os prestadores de serviços
Os veículos pertencentes aos prestadores de
serviços contratados pela administração
municipal também deverão passar pela
vistoria. De acordo com o projeto, os
automóveis ou máquinas que apresentarem
emissão de fumaça em desconformidade com
os padrões legais vigentes deverão ser
retirados de circulação, submetidos à
manutenção corretiva ou serem substituídos.
A prefeitura de Ribeirão Preto também deverá
manter o registro das avaliações efetivadas
nos veículos e máquinas, constando as
respectivas placas e números de identificação,
as datas de realização das avaliações e das
regulagens e dos resultados obtidos em
planilha a ser criada pela administração.
Também deverá ser criado o 'Selo Verde
Ambiental da Prefeitura de Ribeirão Preto', que
será afixado em local visível do automóvel.
Atualmente, a frota municipal tem 106
veículos a diesel.
São 64 no Departamento de Água e Esgotos
de Ribeirão Preto (Daerp), 29 na Secretaria
Municipal de Infraestrutura e mais 13 na
Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU).
Segundo o Executivo, o projeto de lei é
importante para o cumprimento das diretrizes
do Programa Município Verde Azul, do
qual Ribeirão Preto participa. O programa,
criado pelo governo de São Paulo, tem o
propósito de apoiar a eficiência da gestão
ambiental nos municípios, estimulando a
elaboração e execução de suas políticas
públicas estratégicas voltadas para o
desenvolvimento sustentável.
Todo o processo de implementação das
vistorias será acompanhado pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, que definirá,
juntamente com o órgão ou empresa
contratada para realização da avaliação o
cronograma, os procedimentos operacionais,
os critérios, além de acompanhar os
resultados obtidos. Para a medição do índice
de emissão de fumaça dos veículos poderão
ser utilizados uns dos instrumentos disponíveis
atualmente.
Instrumentos disponíveis
Atualmente, os dois instrumentos mais
utilizados para medir a poluição causada pelos
veículos a diesel são a escala Ringelmann e o
opacímetro. A escala permite conferir a
coloração da fumaça que sai dos veículos e, se
necessário, providenciar as correções. Tem
seis padrões com variações uniformes de
tonalidades entre o branco e o preto. Os
padrões são numerados de zero a 5 e a
recomendação da Companhia de
Tecnologia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) é que as emissões não
passem do padrão 2.
Já o opacímetro é um equipamento que
analisa o estado de funcionamento dos
motores diesel. Ele faz a medição do nível de
opacidade de fumaça emitida pelo motor
através de uma sonda colocada no
escapamento, que envia os sinais coletados da
fumaça, para o monitor, onde são
transformados em valores porcentuais sendo
que o zero equivale ao ar limpo, e 100%,
significa fumaça totalmente saturada, que
impede a passagem de qualquer luz.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24308566&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Olímpia
Data: 29/05/2019
Junho terá atividades gratuitas e ações
de conscientização sobre o Dia do Meio
Ambiente
Leonardo Concon
No próximo dia 5 comemora-se o Dia Mundial
do Meio Ambiente e, para celebrar a data, a
Estância Turística de Olímpia terá diversas
atividades gratuitas de conscientização
durante todo o mês.
A programação começa já na segunda-feira
(3), com duas ações, das 8h às 18h, na Unesp
em São José do Rio Preto, o Fórum Regional
da Água, com diversas palestras e mesas
redondas. Segundo a autarquia Daemo
Ambiental, para participar os interessados
devem fazer a inscrição gratuita pelo link.
No mesmo dia, haverá visita à nascente do
Ribeirão Olhos D'Água com a escola municipal
Zenaide Rugai Fonseca, conduzida pela
gestora ambiental, Jaqueline Marilia Barbosa.
Na terça, dia 4, das 8h às 13h, será realizada
a capacitação anual de podadores de árvores,
que faz parte do Programa de Formação
Continuada em Arborização Urbana. O curso
será em Rio Preto e a Daemo disponibilizará o
transporte para os inscritos. Ministrada pelo
coordenador do Programa Município Verde
Azul do Estado de São Paulo, José Walter
Figueiredo da Silva, a capacitação dará direito
ao credenciamento dos profissionais
autônomos e empresas, que receberão a
carteirinha de podador. Os interessados
devem fazer a inscrição gratuita até o dia 31
de maio, na sede da autarquia, localizada na
Avenida Harry Gianecchini, 350 - Jardim
Toledo.
No dia 05 (quarta), a escola Santo Seno fará
uma passeata em comemoração ao Dia
Mundial do Meio Ambiente, com saídas às 8h e
às 16h, em frente à unidade. Já no dia 07
(sexta-feira), será realizada uma palestra na
Escola Estadual Wilquem Manoel Neves sobre
resíduos sólidos.
A programação segue no sábado, dia 08, das
08h30 às 11h30, com uma ação de doação e
troca de mudas e educação ambiental, na
Praça da Matriz. A iniciativa é do grupo
Escoteiros Olhos D´Água com apoio da Daemo
Ambiental. Nos dias 10 e 11, haverá mais
visitas à nascente do Ribeirão Olhos D'Água,
com as escolas municipais Dona Luiza Seno e
Jardim Hélio Cazarini, respectivamente.
As atividades se estendem ainda para o dia 25
de junho, quando será ministrada uma
palestra sobre 'Meio Ambiente' para a Terceira
Idade, com apoio da secretaria de Assistência
Social. Por fim, dia 29, terá preparação e
plantio de horta orgânica, no Projeto Vinde a
Mim, com a coordenação da gestora
ambiental, Jaqueline Marilia Barbosa.
II SEMANA DO MEIO AMBIENTE
Integrando a programação, a Estância
Turística de Olímpia realizará, entre os dias 4
e 6 de junho, a II Semana do Meio Ambiente.
A iniciativa é do parque aquático Thermas dos
Laranjais, em parceria com a Prefeitura, por
meio da secretaria de Saúde, Daemo
Ambiental e a empresa Kimberlit Agrociências.
As atividades terão início na terça-feira, dia 4,
às 8h, com plantio de mudas de crotalária e
citronela na Avenida Benatti. Já no dia 5
(quarta-feira), está marcada para as 8h a
Abertura Oficial com apresentação do grupo
'Samba Lata'.
O evento seguirá com uma programação
variada, nos dias 5 e 6, das 8h às 11h e das
14h às 17h30, no Salão Social do Thermas dos
Laranjais. Todas as atividades são gratuitas e
abertas ao público.
A grande atração deste ano será a instalação
de um Planetário para despertar ainda mais
importância da preservação do meio ambiente
e saúde. Também haverá doação de mudas e
estandes com exposição de projetos dos
parceiros envolvidos, como campanhas de
coleta de óleo vegetal e lixo eletrônico;
produção de alimentos saudáveis; ações de
combate à dengue, tratamento de resíduos,
entre outros.
O objetivo da Semana é unir esforços do
poder público, da iniciativa privada e a
sociedade a favor das questões
socioambientais, fazendo um trabalho de
conscientização e convidando toda a
comunidade a agir em defesa do meio
ambiente.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24334348&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura Lençóis Paulista
Data: 29/05/2019
Nascente Municipal Modelo recebe visita
de alunos do SESI
De onde vem a água na natureza? Para
responder esta questão, a Secretaria de
Agricultura e Meio Ambiente (SAMA) conta
com um local específico para visitação pública
e aprendizagem sobre a importância e
preservação das nascentes, de acordo com
ação prevista na diretiva 'Gestão das Águas'
do Programa Município Verde Azul.
A Nascente Municipal Modelo de Lençóis
Paulista está situada em local de fácil acesso e
dentro do perímetro urbano, mais
precisamente na mata ciliar do Córrego da
Prata, na Rua Ana Maria Machado (ao lado da
Escola Vera Braga), bairro Cecap.
Nesta segunda quinzena de maio, alunos do
SESI 'Alberto Trecenti' e do Colégio São José,
que visitaram o Centro de Educação Ambiental
- Jardim Sensorial e Mini Zoo de Esculturas no
Parque do Povo, também conheceram a
Nascente Modelo, uma vez que está inserido
no contexto da ação de restauração ecológica
do Córrego da Prata em área cercada e
protegida de mata nativa. Os visitantes
também aprendem conceitos sobre bacia
hidrográfica do Rio Lençóis e que o regime de
chuvas interfere no volume de água da
nascente, ou seja, em períodos chuvosos o
volume de água é maior que no período de
estiagem.
No dia 5 de junho comemora-se o Dia Mundial
do Meio Ambiente e durante o mês especial
(junho), novos grupos de visitação conhecerão
a Nascente Municipal Modelo, sendo o público
escolar (educação ambiental e formal) e
grupos comunitários (educação ambiental não
formal).
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24342363&e=577
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.
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Grupo de Comunicação
Veículo1: VivoVerde Portal
Data: 29/05/2019
Paisagistas lançam manifesto pela Mata
Atlântica
Daiane Santana
Documento será lido publicamente no dia 30
de maio (amanhã), durante o evento em São
Paulo
No dia 30 de maio, o Grupo de Trabalho (GT)
'Paisagismo e Mata Atlântica', com o apoio do
Legado das Águas - Reserva Votorantim,
realizará um ato público de leitura do
manifesto voltado à conservação ambiental e
qualidade de vida nos centros urbanos
brasileiros, por meio do paisagismo
sustentável e com utilização de espécies
nativas da Mata Atlântica.
A ação ocorrerá a partir das 9h, no auditório
Augusto Ruschi, na Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente, em São
Paulo, durante o Seminário Nacional Sobre
Conservação em Terras Privadas. O seminário
integra a programação da Semana da Mata
Atlântica - que vai de 28 a 31 de maio, com
organização do Conselho Nacional da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica -
RBMA, Rede de ONGs da Mata Atlântica - RMA
e Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente do Estado de São Paulo - SIMA.
O GT, formado durante o 1º Encontro de
Paisagismo e Mata Atlântica do Legado das
Águas em 2018, tem como objetivo pensar e
executar ações conjuntas para viabilizar uma
nova linha de atuação de paisagismo, que
promova benefícios financeiros para
empresários, conforto e elegância para as
cidades e, acima de tudo, conservação
ambiental, guiadas pelo conceito de cidades
do futuro e infraestruturas verdes, que aliam o
crescimento urbano com a tecnologia da
natureza.
Cerca de dois terços da população brasileira
vivem em áreas onde o bioma nativo é a Mata
Atlântica, ainda assim, o paisagismo urbano,
principalmente de edificações e residenciais, é
composto por aproximadamente 90% de
espécies exóticas, causando diversos
problemas ambientais, que impactam a
população, a fauna e a riqueza do bioma mais
biodiverso do planeta. Essa é uma das
reflexões do manifesto, que destaca a
importância de esforços conjuntos para
sensibilizar a sociedade e o mercado de
paisagismo, gerando oportunidades de
negócios e fortalecendo a cadeia produtiva
para a valorização e aproveitamento de
espécies nativas deste Bioma, que é um dos
mais ameaçados do planeta.
O manifesto visa ser uma ação preparatória
para criação da Rede Paisagismo e Mata
Atlântica, uma organização associativa não
governamental e sem fins lucrativos. O
documento, assim como o GT, conta com a
participação e apoio de profissionais
referência, como Ricardo Cardim (Cardim
Paisagismo), Clayton Lino (RBMA), Nik
Sabey (Novas Árvores por Aí), Thalita Vitachi
(Plantare), Silas Cezar (Legado das Águas),
dentre outros importantes nomes, que têm
como foco de atuação em suas áreas de
trabalho, disseminar a importância e a cultura
do uso de espécies nativas no paisagismo e
arborização urbana.
'Estamos diante de uma oportunidade ímpar
para pensar em como queremos as nossas
cidades no futuro. O paisagismo sustentável,
sem dúvida, é um caminho. Anos atrás, era
pouco provável pensar em um viveiro
produzindo espécies nativas da Mata Atlântica
e hoje isso é realidade, com o Viveiro do
Legado das Águas e outros viveiros pioneiros
no Estado. Tão pouco provável era um grupo
de pessoas pensando em como construir
cidades para as pessoas, para o bem-estar dos
cidadãos por meio do paisagismo, e hoje
estamos nos organizando e crescendo para
tornar real e executável. Com o manifesto,
queremos tornar esse movimento maior e
tornar o paisagismo além da estética, mas
funcional em benefício do ecossistema, e por
consequência, para as pessoas', diz Silas
Cezar, coordenador do viveiro de plantas
nativas do Legado das Águas e membro do
GT.
Seminário Nacional Sobre Conservação em
Terras Privadas
Ainda dentro do Seminário, a partir das
15h30, na Mesa de Debate 'Experiências
Inspiradoras', David Canassa, diretor da
Reservas Votorantim, empresa gestora do
Legado das Águas, ministrará a palestra
Planos de Conservação Privada, apresentando
o Legado, referência em gestão de área
privada por atuar em um modelo de negócio
que gera receita a partir da floresta em pé,
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Grupo de Comunicação
promovendo a conservação e desenvolvimento
sustentável da Mata Atlântica, fomentando
novas cadeias produtivas e o fortalecimento
de comunidades do território onde está
inserido.
Serviço
Manifesto Paisagismo e Mata Atlântica (GT
Paisagismo e Mata Atlântica)
Data: 30/05
Horário: 9h
Local: Auditório Augusto Ruschi, da Secretaria
de Infraestrutura e Meio Ambiente (Av.
Professor Frederico Hermann Júnior, 345, Alto
de Pinheiros - prédio 1, 1º andar)
Informações:
https://forms.gle/Gms19LnQdycEDWTM7 .
Serviço
Legado das Águas/ Reservas Votorantim -
Planos de Negócio para conservação Privada
(David Canassa/ Diretor da Reservas
Votorantim)
Data: 30/05
Horário: 15h30
Local: Auditório Augusto Ruschi, da Secretaria
de Infraestrutura e Meio Ambiente (Av.
Professor Frederico Hermann Júnior, 345, Alto
de Pinheiros - prédio 1, 1º andar)
Informações:
https://forms.gle/Gms19LnQdycEDWTM7 .
Sobre o Legado das Águas - Reserva
Votorantim
O Legado das Águas, maior reserva privada de
Mata Atlântica do país, com extensão
aproximada à cidade de Curitiba (PR), é um
dos ativos ambientais da Votorantim.
Localizada na região do Vale do Ribeira, no sul
do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a
partir da década de 1940 e conservada desde
então pela Companhia Brasileira de Alumínio
(CBA), que manteve sua floresta e rica
biodiversidade local com o objetivo de
contribuir para a manutenção da bacia hídrica
do Rio Juquiá, onde a companhia possui sete
usinas hidrelétricas.
Em 2012, o Legado das Águas foi
transformado em um polo de pesquisas
científicas, estudos acadêmicos e
desenvolvimento de projetos de valorização da
biodiversidade, em parceria com o Governo do
Estado de São Paulo.
Hoje, o Legado das Águas é administrado pela
empresa Reservas Votorantim, criada para
estabelecer um novo modelo de área
protegida privada, cujas atividades geram
benefícios sociais, ambientais e econômicos de
maneira sustentável.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24331641&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 30/05/2019
Cetesb pede adequação em projeto do
centro logístico
Órgão dá 90 dias para Fazenda Campo Grande
comprovar viabilidade ambiental de
empreendimento em Paranapiacaba
ALINE MELO
aline melo @dgab c. com .br
A Cetesb (Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo) solicitou, em 16 de
maio, que a Fazenda Campo Grande
Empreendimentos e Participações, responsável
pelo projeto de construção de um centro
logístico em área próxima de Paranapiacaba,
em Santo André, apresente projeto
readequado do empreendimento, após a
alteração da Luops (Lei de Uso e Ocupação do
Solo) do município, feita em dezembro de
2018. A empresa tem 90 dias para atender as
solicitações, a proposta será arquivada.
A Fazenda Campo Grande Empreendimentos e
Participações está em processo de obtenção
de licença ambiental para a instalação de
centro logístico em área de 4,7 milhões de
metros quadrados, dos quais 20%, o
equivalente a 91 hectares (ou 90 campos de
futebol), seriam desmatados. O restante do
local será preservado. A instalação está
prevista para ser executada às margens da
ferrovia Santos-Jundiaí, nas proximidades do
pátio ferroviário Campo Grande. O
investimento estimado é de R$ 780 milhões.
A Cetesb também pediu, entre outras
solicitações, que seja apresentada certidão de
compatibilidade de uso de solo, documento
que deve ser emitido pelo Semasa (Serviço de
Saneamento Ambiental de Santo André) e pelo
CMPU (Conselho Municipal de Políticas
Urbanas). Todas as exigências foram feitas no
âmbito de ação judicial impetrada pelo MDV
(Movimento em Defesa da Vida) do Grande
ABC contra a gerência de licenciamento da
companhia.
Segundo o autor da ação e presidente do
MDV, o advogado e ambientalista Virgílio
Alcides de Farias, o empreendimento está em
total desacordo com a legislação vigente e não
há como as certidões serem emitidas sem
'mudança profunda na Luops e no Plano
Diretor da cidade', cujo projeto de atualização
tramita na Câmara Municipal. 'A lei diz que só
pode ser instalado naquela área
empreendimentos locais, e o centro logístico
vai conectar o porto de Santos ao restante do
País', argumentou.
Em nota, a Fazenda Campo Grande afirmou
que não foram pedidas mudanças, mas sim
adequações ao documento, fase normal do
processo de licenciamento. 'A empresa reforça
seu compromisso com a transparência do
projeto, que respeitará toda a legislação
vigente e prestará todos os esclarecimentos
aos órgãos públicos e à sociedade civil
organizada.'
Sancionada em dezembro do ano passado, a
mudança na Luops envolve a retirada, na
legislação, da possibilidade de construção de
empreendimentos de logística na Vila de
Paranapiacaba.
Ambientalistas são contra empreendimento
Desde que foi anunciado, o projeto de
construção de um centro logístico em área
próxima de Paranapiacaba tem enfrentado a
resistência de ambientalistas. O argumento é
que haverá grande supressão de vegetação de
área que é zona de amortecimento da Mata
Atlântica, com riscos para fauna e flora local,
além de ameaça às nascentes de água doce.
A Fazenda Campo Grande Participações,
responsável pelo empreendimento, alega que
o centro logístico é um projeto que visa
incentivar o transporte ferroviário de cargas,
atendendo à demanda brasileira por este tipo
de modal, muito mais eficiente, barato e
11
Grupo de Comunicação
menos poluente. 'O projeto irá criar 1.200
empregos na região, gerará R$ 35 milhões
extras anuais em impostos para a prefeitura
de Santo André, além de proporcionar a
criação de uma área de reserva florestal
permanentemente monitorada, de 374
hectares, e mais compensação externa de 109
hectares', afirma em nota.
Em junho do ano passado, mandado de
segurança impetrado pelo MDV (Movimento
em Defesa da Vida do Grande ABC) suspendeu
a realização de audiência pública para
apresentação do projeto, parte obrigatória do
processo de licenciamento ambiental. O
evento, em duas edições, só foi realizado no
fim de 2019.
Até o momento, o CBH-AT (Comitê de Bacia
Hidrográfica Alto Tietê) não aprovou o EIA/
Rima (Estudo e Relatório de Impacto
Ambiental) do empreendimento e o MP
(Ministério) se manifestou contrário à obra.
AM
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24351699&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Repórter Diário
Data: 29/05/2019
Cetesb faz exigências ao Centro Logístico
para dar andamento ao licenciamento
George Garcia
Em resposta a questionamento feito pelo MDV
(Movimento em Defesa da Vida) do ABC, em
ação civil pública movida contra o EIA-Rima
(Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de
Impacto Ambiental) a Cetesb (Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo) fez
quatro solicitações de mudança no projeto
para a continuidade da análise de viabilidade
do projeto. As mudanças no estudo pedidas
pelo órgão de licenciamento estadual
estão relacionadas à mudança na Lei de Uso e
Ocupação do Solo de Santo André, a Luops, de
dezembro de 2018, que na prática impede que
o empreendimento utilize-se da Gleba C, a
maior das três áreas do projeto.
A Cetesb aponta que o empreendimento deve
ser readequado para atender as diretrizes da
Luops, com a 'reapresentação do item
Caracterização do Empreendimento'. A
companhia também pede que seja esclarecido,
no âmbito do Plano Diretor de
Desenvolvimento de Logística e Transporte do
Estado de São Paulo, se o projeto é Plataforma
Logística Periférica - PLP (com utilização do
modal ferrovia-ferrovia, sem acesso por
rodovia) ou como um Centro de Distribuição -
CD (com operações logísticas de integração
multimodal rodovia-ferrovia) e apresentar
respectiva justificativa. Pede também
documentos que comprovem se a Gleba C é
urbana, e que comprovem que o
empreendimento está de acordo com a Luops.
A requisição é assinada pela gerente da
Cetesb, Fernanda Amaral Dantas Sobral.
Futuro centro logístico será instalado a 4,3 quilômetros da vila histórica de Paranapiacaba (Foto: Reprodução)
Em nota, o Centro Logístico Campo Grande
informou que os questionamentos são naturais
e que vai encaminhar as respostas dentro do
prazo. 'Os apontamentos feitos pela Cetesb
fazem parte de um processo formal para a
concessão de licença prévia ao
empreendimento, passadas as etapas de
Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de
Impacto Ambiental e de audiências públicas,
que já foram realizadas. Trata-se, portanto, de
uma sequência natural para que o projeto
avance. O CLCG está providenciando os
documentos solicitados e prestará os devidos
esclarecimentos ao órgão estadual no prazo
estabelecido, de 90 dias', diz o informe.
Apesar da gerente da Cetesb solicitar a
'readequação' do projeto do empreendimento,
o Centro Logístico informou interpretação
diferente do documento. 'Vale ressaltar que a
Cetesb não pediu mudanças no projeto
quanto à caracterização, mas uma
readequação para atender à recente mudança
de zoneamento, e um esclarecimento sobre o
enquadramento do CLCG como PLP -
Plataforma Logística Periférica. O Centro
Logístico Campo Grande reforça seu
compromisso com a transparência do projeto,
que respeitará toda a legislação vigente e
prestará todos os esclarecimentos aos órgãos
públicos e à sociedade civil organizada',
justifica.
Para o advogado e presidente do MDV, Virgílio
Alcides Farias, o mandato de segurança visa
garantir que a legislação vigente seja
cumprida. 'O processo de licenciamento está
em andamento, sendo que a legislação não
permite. O Plano Diretor diz que o local pode
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Grupo de Comunicação
ter atividade econômica local de baixo
impacto, ou seja, de até 50 mil metros
quadrados. Mas o Centro Logístico é de grande
impacto, tem 910 mil metros quadrados e não
atende ao local. Portanto a prefeitura não tem
como fornecer a certidão', disse.
Segundo os empreendedores o CLCG é um
projeto que visa incentivar o transporte
ferroviário de cargas. O projeto irá criar 1.200
novos empregos na região, em até 20 anos de
implantação, gerando R$ 35 milhões extras
anuais em Impostos para a prefeitura de
Santo André, além de proporcionar a criação
de uma área de reserva florestal
permanentemente monitorada, de 374
hectares, e mais compensação externa de 109
hectares.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24321595&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário Grande ABC
Data: 30/05/2019
Palavra do Leitor – Relevante
É grande a importância deste Diário no
cotidiano da região. A mobilização deste jornal
trouxe o debate do Metrô e de forma exitosa o
governo do Estado iniciará o tão sonhado
modal. Outra demanda de grande relevância é
a área da Fábricas Matarazzo, bairro
Fundação, em São Caetano. O protagonismo
deste veículo de comunicação, com sua
cobertura jornalística, fará a população, com
toda certeza, conhecer o porquê do descaso
da Cetesb (Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo) e da Prefeitura,
inclusive com o entorno de bairros de São
Paulo.
Ronaldo Duran
Santo André
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24351751&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Sorocaba e Jundiaí/TV TEM
Data: 29/05/2019
Justiça condena empresário a pagar R$
9,5 milhões de multa por construção de
autódromo
Local fica entre Itatiba e Bragança Paulista
(SP) e seria usado para competições de
dragster. Cabe recurso da decisão.
Piloto é multado em R$ 9,5 milhões por irregularidades em projeto de pista de arrancada
A Justiça de Itatiba (SP) determinou que o
empresário e piloto de dragster Sidnei Ângelo
Cipriano Frigo, conhecido por "Grandão", a
empresa que ele administra e a mãe dele
paguem uma multa de R$ 9,5 milhões por
terem apresentado aos órgãos ambientais um
projeto de pista de arrancada menor do que o
autódromo que foi construído.
O complexo automobilístico foi construído às
margens da Rodovia Alkindar Monteiro
Junqueira, que liga as cidades de Itatiba e
Bragança Paulista (SP), ao lado de uma
indústria de embalagens de papelão.
As arquibancadas e a pista, que serviriam para
competições de dragster, onde carros
especialmente projetados disputam provas de
arrancada, ocupam uma área total de 162 mil
metros quadros.
Até agora, nenhuma competição foi realizada
oficialmente no local. Em 2008, cerca de três
anos depois do início da obra, o Ministério
Público entrou com uma ação civil pública
indicando que a construção seria irregular.
Ela estava sendo feita em uma área de
proteção ambiental, sem autorização da
Cetesb e de uma forma maior do que o
previsto no projeto.
O local pertence à empresa Bitgl
Empreendimentos Participações e Locações
Limitada, que tem como proprietários a família
de Sidnei, que participa de competições nos
Estados Unidos. Ele e a família também são
donos de uma indústria de embalagens de
papelão.
Depois de 11 anos de processo, o juiz Orlando
Haddad Neto, da 2ª Vara Civil de Itatiba,
determinou que a empresa dona do complexo
automobilístico pague a multa.
Na sentença, o juiz concluiu que foram
conseguidas autorizações ilegais para a obra
junto ao Departamento Estadual de
Proteção aos Recursos Naturais (DEPRN),
o Departamento de Águas e Energia
Elétrica de São Paulo (DAEE) e a Prefeitura
de Itatiba, uma vez que o projeto apresentado
pelos réus era menor que aquele efetivamente
realizado.
Pista fica entre Itatiba e Bragança Paulista — Foto: Reprodução/TV TEM
Ainda de acordo com a sentença, no local,
segundo os proprietários, seria feita apenas
uma pista de arrancada e em nenhum
momento se cogitava a construção de um
autódromo.
Além da multa, por causa dos danos
ambientais, a sentença ainda prevê o
reflorestamento de uma área 10 vezes maior
do que aquela retirada.
Por telefone, Sidnei disse que recorreu da
decisão, que não cometeu crimes ambientais e
que confia na Justiça. A prefeitura respondeu
que no processo não consta nenhuma
condenação contra a administração pública.
Já a Cetesb disse que o trabalho do
Departamento Estadual de Proteção de
Recursos Naturais foi feito com base no
projeto apresentado e que a Justiça não
atribuiu qualquer responsabilidade à Fazenda
Estadual.
O Departamento de Águas e Energia
Elétrica não respondeu ao contato da TV TEM.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?c=0&n=243
27126&e=577 Voltar ao Sumário
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Grupo de Comunicação
Veículo1: Dino Cluster
+13 veículos
Data: 29/05/2019
Ecomondo Brasil: sucesso na realização
da primeira edição e novidades para 2020
Com visitação de 14,5 mil pessoas, compondo
um público qualificado e com grande interesse
nos temas de meio ambiente, a primeira
edição da Ecomondo Brasil consolida a feira
como um dos grandes eventos do calendário
brasileiro.
Foram três dias - de 21 a 23 de maio - de
palestras com especialistas de alto nível, troca
de experiências e exposição nos 150 estandes
que levaram ao público uma visão integrada
entre poder público, empresas e sociedade
civil organizada para avançar nas questões
ambientais no país, além de um excelente
ambiente de negócios. Também o público
conferiu 80 horas de conteúdo nos cinco
auditórios da feira. 'A Ecomondo, já em sua
abertura, comprova que o Brasil ainda tem
muito potencial a ser desenvolvido nas
questões ambientais e nos negócios', afirma
Giulio Rossi, diretor da feira.
Parceria de sucesso
Esta edição foi realizada em conjunto com a
Ecoenergy e a ExpoBiogás, em uma parceria
exitosa. 'A união dos esforços é boa para o
mercado: os expositores têm relação entre si,
podem criar networking e o maior beneficiado
é o público, que consegue em uma só visita
ver energia, meio ambiente, resíduos e demais
assuntos correlacionados', frisa o diretor
comercial da Cipa Fiera Milano e um dos
principais organizadores da Ecoenergy,
Rimantas Sipas.
Debate qualificado
Contando com especialistas de alto nível, as
discussões sobre diversos temas do setor
foram destaque desta edição. No dia 21 de
maio, o encontro 'Diálogos Abrelpe', realizado
em parceria com a Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais, trouxe a visão de representantes de
diversos segmentos. Carlos Silva Filho,
presidente da Abrelpe e coordenador do
debate, apresentou o estudo 'Panorama geral
e perspectivas da recuperação energética no
Brasil'. As discussões tiveram ainda
participação de Wanderley Baptista, da
GEMAS-CNI (Confederação Nacional da
Indústria), que falou sobre a parceria da
indústria, e Cristiano Kenji Iwai, gerente
da CETESB, que abordou o cenário
regulatório.
No segundo bloco, com mediação de Gabriela
Otero, coordenadora técnica da Abrelpe, o
painel teve apresentações de Ismar Assaly,
diretor presidente da Foxx Haztec, André
Tchernobilsky, diretor da ZEG Environmental,
e Alexandre Citvaras, diretor de Meio
Ambiente da Intercement.
Ainda no primeiro dia, a Scania, empresa líder
na produção de caminhões, ônibus e motores
no Brasil e no mundo, apresentou ao público
suas ambiciosas metas mundiais de
sustentabilidade no painel 'Driving the Shift',
liderado por Paulo Morais, gerente de Projetos
de Engenharia e responsável pela área de
Corporate Management da companhia.
Ecomondo Forum
Um dos grandes destaques desta edição, o
Ecomondo Forum promoveu debates com
participação de grandes especialistas, como
Ricardo Young, que ministrou a palestra
magna do evento.
Os debates contaram com as presenças de
Anícia Pio, gerente do Departamento de
Desenvolvimento Sustentável da FIESP
(Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo), Cezar Augusto Capacle, representando
Rogério Menezes, presidente da ANAMMA -
Associação Nacional de Órgãos Municipais de
Meio Ambiente e mediação de Carlos Silva
Filho, presidente da Abrelpe - Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais e vice-presidente do ISWA
- The International Solid Waste Association, no
primeiro bloco. Do segundo painel,com
mediação de Tatiana Tucunduva P. Cortese, da
Uninove e do IEA-USP, presidente do Comitê
Científico da Ecomondo Brasil e coordenadora
do Ecomondo Forum, participaram Marcelo
Gomes, administrador e engenheiro civil pela
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Grupo de Comunicação
UFSC, responsável por empreendimentos
imobiliários inovadores como o Pedra Branca
Cidade Criativa, Passeio Primavera,
Mercadoteca e Centro de Inovação Acate
Primavera, em Florianópolis-SC, e Cláudio
Nascimento, diretor de Tecnologia de Olinda
(PE), vice-presidente da Rede Brasileira de
Cidades Inteligentes e Humanas, conselheiro
do Porto Digital em Recife e representante da
OASC - Open & Agile Smart Cities no Brasil.
Seminário ABiogás
No último dia, o Seminário Técnico ABiogás
promoveu discussões que refletiram sobre a
viabilidade, a geração do biogás ou biometano
no Brasil e sua distribuição. Além disso, foram
debatidas as possibilidades de substituição do
diesel pelo combustível renovável e a
expansão em larga escala do biogás.
Ilha de Reciclagem Automotiva
Outra grande atração da Ecomondo Brasil foi a
Exposição Interativa Reciclagem Automotiva,
que mostrou todo o processo de reciclagem e
recondicionamento de peças automotivas.
O público teve a oportunidade de conhecer
como o setor tem se aprimorado e pode ver
dois exemplos no próprio espaço sobre como
são feitos a reciclagem e o recondicionamento
de automóveis. Um carro com peças
desmembradas demonstra a reciclabilidade de
cada componente e também há um caminhão
em exposição.
Fabio Rodrigues, expositor da feira, ficou
surpreso com o que encontrou. 'Achei a Ilha
de Reciclagem muito legal. Vi o trabalho do
pessoal da Renova. Achei muito bacana e
organizado, eles estão com uma parceria com
o Detran sobre peças homologadas. É um
trabalho que existe há muito tempo, mas não
com essa gestão e eficiência'.
Luiz Fernando Oliveira, Project Manager da
Ecomondo Brasil, celebra a realização, fruto da
parceria de grandes players do setor:
'Agradecemos a todos os patrocinadores, ao
INRA (Instituto Nacional de Reciclagem
Automotiva), nosso grande parceiro nesse
projeto, além da HDI, da Porto Seguro,
Renova Ecopeças e da Copart. E vamos
preparar uma Ilha da Reciclagem muito maior,
com muito mais temas e conteúdos
interessantes', diz.
A Ecomondo Brasil surpreendeu positivamente
visitantes e expositores. Além de apresentar
soluções ambientais para o mercado industrial
e contribuir para a atualização de
conhecimento e o aperfeiçoamento dos
profissionais da área, a feira contemplou
também um ambiente B2B, reunindo
profissionais da indústria, prestadores de
serviços, fornecedores de equipamentos,
centros de pesquisa e gestores públicos e
privados.
'Temos um grande desafio, que é preparar a
edição de 2020, que será ainda melhor.
Vamos nos aperfeiçoar, inclusive com algumas
sugestões que recebemos por parte das
pessoas que participaram', finaliza Luiz
Fernando Oliveira.
Para ler mais, acesse https://bit.ly/2KhdlTz
Website: https://ecomondobrasil.com.br/
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24313752&e=577
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Santos e região
Data: 29/05/2019
Pescadores são multados em quase R$ 23
mil por crime ambiental em Cananéia, SP
Segundo a Polícia Militar Ambiental, a
embarcação foi apreendida junto com uma
rede de três quilômetros de comprimento e
mais de uma tonelada de pescados.
A apreensão foi realizada em Cananeia, SP — Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental
Dois homens que realizavam pesca irregular
em Cananéia, no litoral de São Paulo, foram
autuados em R$ 22.700,00 cada, informou a
Polícia Militar Ambiental nesta quarta-feira
(29). A embarcação utilizada pelos pescadores
foi apreendida, além de uma rede de três
quilômetros de comprimento e 1100 Kg de
peixes.
De acordo com a corporação, o flagrante
ocorreu quando os pescadores faziam o
descarregamento dos pescados da
embarcação fiscalizada. Os policiais
abordaram os suspeitos e constataram que a
autorização para a atividade estava vencida.
Os agentes da Polícia Militar Ambiental
apreenderam a rede, além de peixes de
diferentes tipos e a embarcação utilizada na
pesca irregular. Os dois rapazes foram
multados no valor de R$ 22.700,00 cada.
Ainda segundo a corporação, todo o material
foi doado para instituições beneficentes de
Cananéia e das cidades vizinhas na região do
Vale do Ribeira, no interior do Estado.
A apreensão foi realizada em Cananéia, SP — Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24325402&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário da Região
Data: 30/05/2019
Procrastinação inadmissível
Em um país em que um a cada três lares não
está ligado a rede de esgoto, está para
caducar na Câmara dos Deputados medida
provisória (MP 868) editada no final do ano
passado pelo ex-presidente Michel Temer que
cria novo marco regulatório para o setor de
saneamento básico. Em linhas gerais, a MP
promove a saudável competição entre
empresas públicas e privadas no setor com o
objetivo de tentar ampliar o alcance do
serviço, fundamental para a saúde humana,
imprescindível para o desenvolvimento social.
Depois os parlamentade Brasília reclamam
crescente insatisfação opinião pública com o
“trabalho” que desenvolvem, como se viu nas
ruas no último domingo. Nada justifica não
terem deliberado ainda sobre tema tão
prioritário para o bem-estar da população,
sobretudo a parte dela que mais precisa da
ajuda governamental e não a obtém. Poderão
dizer que estão concentrados em fazer a
reforma da Previdência, que, desde que
tomaram posse no início do ano, vem servindo
de desculpa para a inércia da Casa.
A indolência se soma a sujeição desses
parlamentares ao lobby estatal para manter
privilégios, uma vez que a MP 868 acaba com
os chamados contratos de programa,
instrumento por meio do qual municípios res
da da contratam empresas estaduais para
promover serviços de saneamento sem
licitação.
São casos de empresas como a Sabesp,
responsável pelo serviço em mais da metade
dos municípios paulistas, muitos dos quais
aqui na região. Apesar disso, o governador
João Doria (PSDB) não concorda com essa
inadmissível reserva de mercado. Não só éa
favor da MP, como quer privatizar a própria
Sabesp. Assim como ocorreu com as
telecomunicações nos anos 1990, não só Doria
mas outros poucos governadores das regiões
Sul e Sudeste mostram-se convencidos de que
não é possível universalizar o saneamento
sem investimentos privados.
Lamentavelmente, no entanto, o bem-estar
dessas corporações estatais parece estar
acima do de pessoas sem água encanada ou
com esgoto a céu aberto na porta de casa.
Corporações abarrotadas de, como bem
definiu o ex-ministro Delfim Netto, agentes
públicos que gozam da estabilidade e
inamovibilidade no emprego e de
aposentadorias privilegiadas, o que os leva a
recusar qualquer inovação produtiva que
possa ameaçar sua tranquilidade, como é
visível na reação corporativista qi
se une contra a competição, como agora no
mento.
0 bem-estar das corporações estata is parece
estar acima do de pessoas sem água
encanada ou com esgoto a céu aberto na
porta de casa
http://cloud.boxnet.com.br/y52nxrzu
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Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Metropolitana AM
Data:
Duas represas do Sistema Alto Tietê
seguem vertendo água, diz Daee
Rádio Metropolitana 1070 AM/Mogi Cruzes |
Radar Noticioso Data Veiculação: 30/05/2019
às 09h45
Duração: 00:01:32
Transcrição
O DAEE alegou ontem que duas das cinco
represas do sistema produtor do Alto Tietê
continuam vertendo água porque operam com
nível acima da capacidade
[..]
Sabesp acompanha
[..]
http://cloud.boxnet.com.br/yyd6o8e7
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21
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Debate Lins
Data: 30/05/2019
Termelétrica fez ontem a primeira de três
reuniões antes da audiência pública
Leilão federal é adiado para outubro;
audiência será em11 de junho
Foi realizada ontem, às 17 horas, no auditório
cia Escola Senai (prédio da Unimep), a
primeira cias três reuniões preparatórias para
a audiência pública que faz parte cio processo
cie instalação da Usina Termelétrica Lins.
Cerca de 50 pessoas participaram.
A audiência pública foi marcada para o clia 11
cie junho e será a etapa que antecederá a
obtenção ou não cia licença da Cetesb.
Estando aprovada, a Usina poderá participar
cio leilão de compra cie energia da Aneel
(Agência Nacional cie Energia Elétrica) e assim
tentar fechar contratos para o fornecimento
por 25 anos.
Hoje, às 10 horas, na Central Administrativa
cia Prefeitura, será realizada a segunda
reunião. Às 17h30, acontece a terceira reunião
em Guaiçara, no centro social cia rua Yoshi
Sato. “Nós estamos bem dentro do
cronograma. As reuniões ea audiência pública
são para apresentar o projeto à comunidade
de Lins e da região e esclarecer dúvidas",
disse Carlos Eduardo Miranda, presidente cia
Usina Termelétrica Lins e presidente da Omeg
Engenharia (responsável pelo projeto técnico).
Carlos Miranda ressaltou que "é o rito que um
projeto dessa envergadura tem que passar,
tudo isso orientado pelo Conselho de Meio
Ambiente Estadual e pela Cetesb, que éo
órgão licenciador". Primeiro, a usina tem qu e
vender energia no leilão, clepois assinar os
contratos cujo prazo é de 25 anos para
fornecer energia e, posteriormente, construir a
usina propriamente clita. "O investimento será
de 1,5 bilhão de dólares e prazo de 36 meses
para a construção. A GE está firme conosco,
nos apoiando tecnicamente eo governo do
Estado abraçou o projeto", afirmou.
Carlos Eduardo Miranda, presidente da Usina
Termelétrica Uns e presidente da OMEG
Engenharia, responsável pelo projeto técnico
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http://cloud.boxnet.com.br/y5p9zhdz
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Grupo de Comunicação
Veículo: Portal do Governo SP
Data: 29/05/2019
Operação Estiagem 2019
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/peri
odo-de-estiagem-exige-atencao-para-evitar-
incendios/
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Grupo de Comunicação
Veículo: Valor Econômico
Data: 30/05/2019
Novo projeto para saneamento destrava
venda da Sabesp, e ações sobem
Por Taís Hirata | Valor
SÃO PAULO - A queda da medida provisória
(MP) 868, que alterava o marco legal do
saneamento básico, frustrou as companhias
privadas do setor, mas não deverá prejudicar
a privatização de companhias estaduais.
As ações da Sabesp fecharam em alta de
4,29% na quarta-feira (29), com a perspectiva
de que o projeto de lei do deputado Fernando
Monteiro (PP-PE), que deverá ser votado no
lugar da MP, mantenha medidas para
destravar a alienação do controle estatal nas
empresas públicas. Os papéis da Copasa, de
Minas Gerais, subiram 3,76%.
Pela regra anterior à MP, uma companhia
estadual perderia todos seus contratos caso
seu controle fosse transferido a outra
empresa. O novo texto acabou com essa
insegurança jurídica ao permitir que os
contratos sejam mantidos — em caso de
venda, as prefeituras que têm convênio terão
um prazo de180 dias para dizer se vão querer
migrar para o novo controlador e, em caso
contrário, terão que indenizar previamente
pelos ativos não amortizados. Na prática, isso
faz com que os municípios dificilmente se
oponham à desestatização.
Essa medida já era prevista na MP que caduca
no dia 3 de junho, e foi mantida pelo deputado
do PP no projeto de lei.
O texto de Monteiro, porém, retira um dos
principais pontos polêmicos que travou a
votação da MP: a extinção dos contratos de
programa, firmados entre concessionárias
estaduais e municípios sem necessidade de
licitação.
Com isso, a expectativa do mercado é que a
abertura de novas licitações e a expansão das
companhias privadas seja prejudicada pela
nova versão do texto. Por outro lado, sem o
artigo controverso, outras medidas
consideradas positivas para a privatização do
setor poderão avançar, avaliam analistas do
mercado.
O novo projeto foi recebido com preocupação
e revolta pelas empresas privadas do setor.
Além de retirar principal pleito das
companhias — a extinção dos contratos de
programa —, o projeto traz artigos
considerados absurdos, segundo executivos.
“Se passar dessa forma, será pior do que o
cenário atual”, avalia Carlos Eduardo Castro,
diretor da Águas do Brasil.
O artigo mais criticado é aquele que cria
entraves à tomada de crédito pelas empresas
privadas junto a bancos públicos, hoje
principal fonte de financiamento do setor.
O texto diz que só será permitida a captação
de recursos públicos caso as companhias
privadas invistam, com recursos próprios, um
valor equivalente ao volume do financiamento.
Além disso, obriga as concessionárias a aplicar
o mesmo valor em outros municípios onde a
empresa atue.
Outro artigo questionado pelas companhias
cria um limite de 25% para a subdelegação de
contratos das concessionárias estaduais ao
setor privado. Pela regra anterior, não havia
limites para essa subdelegação. Para os
executivos, o projeto de lei já nasce com
vícios de origem.
Além disso, há uma preocupação quanto à
priorização do projeto de lei no Congresso, em
meio a tantas pautas importantes para o
governo. A avaliação é a de que, caso não
haja regime de urgência na tramitação, o
projeto dificilmente irá adiante.
“A opção do projeto de lei não é ruim. A única
preocupação é se, neste momento, vamos de
fato conseguir dar prioridade ao texto, em um
cenário em que o Congresso está muito
engajado com outras aprovações”, afirmou
Teresa Vernaglia, presidente da BRK
Ambiental, em evento na segunda-feira (27).
https://www.valor.com.br/empresas/6281751
/novo-projeto-para-saneamento-destrava-
venda-da-sabesp-e-acoes-sobem
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: El Pais Brasil
Data: 30/05/2019
Manobra da bancada ruralista pode
isentar desmatador de repor a floresta
derrubada
Marina Rossi, Talita Bedinelli
A bancada ruralista deu, nesta quarta-feira,
uma importante demonstração de articulação
na Câmara dos Deputados que pode resultar
no aumento da área desmatada no Brasil. Os
parlamentares do grupo conseguiram
transformar uma medida provisória da gestão
Michel Temer, que entrou em votação nesta
semana, em um ataque preciso ao Código
Florestal brasileiro. Inseriram no texto
principal 30 emendas novas que flexibilizam as
regras do Código e podem permitir o
desmatamento em até 5 milhões de hectares
de floresta, além de atrasar o reflorestamento
de outros quatro milhões, segundo cálculos de
parlamentares que se opõem a ela. "É uma
área total equivalente ao tamanho de
Portugal", afirmou o senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), em sua conta no
Twitter. A Frente Parlamentar da
Agropecuária, porém, nega essa informação.
Por meio de nota, afirmam que a emenda
"fortalece a aplicação do Código Florestal e
evita interpretações diversas por parte do
Poder Judiciário em relação aos marcos
temporais para a recomposição das áreas de
preservação".
O texto principal foi aprovado por 243 a 19
votos durante a noite na Câmara e será
enviado com rapidez ao Senado. No entanto, o
senador Davi Alcolumbre (DEM), presidente da
Casa, afirmou publicamente nesta quarta que
não o colocará em votação, acendendo, a fúria
dos deputados, que agora o pressionam.
Quando entrou em votação na Câmara, a
Medida Provisória (MP) 867 de 2018 não tinha
mais do que dez linhas. Ela foi criada por
Temer para prorrogar o prazo para que os
proprietários rurais aderissem ao Programa de
Regularização Ambiental (PRA), um conjunto
de ações a serem desenvolvidas por
proprietários rurais para se adequarem à
regularização ambiental prevista no Código
Florestal. A legislação de 2012 tinha regras
que tornavam mais restritas a porcentagem de
área que pode ser desmatada em uma
propriedade, para atividades como plantio ou
pasto, por exemplo. Os deputados, no
entanto, incluíram neste texto original 30
jabutis, como são conhecidos no jargão
legislativo emendas inseridas em uma
legislação em votação que são diferentes do
tema em discussão. Nem todos eles têm
relação com a proteção ambiental —algumas
tratam até de mineração.
Uma das consideradas mais preocupantes
pelos ambientalistas é a que foi batizada pela
oposição de "anistia para o desmatamento".
Ela altera o artigo 68 do Código,
estabelecendo um novo marco temporal para
exigir a restauração da área já desmatada. O
novo texto autoriza que a área desmatada por
um produtor rural que precisa ser reflorestada
siga parâmetros de leis anteriores ao código,
que são menos rígidas. Os percentuais de
reserva legal obrigatória seriam reduzidos, por
exemplo, de 80% para 50% na Amazônia e de
35% para 20% no Cerrado. "Essa medida, na
prática, cheia de emendas jabutis mal-
intencionadas irá impedir a recuperação de
áreas desmatadas, anistiar proprietários e até
mesmo comprometer o cumprimento das
metas do Acordo de Paris", lamentou o
senador Randolfe Rodrigues, em seu Twitter.
Pressão no Senado
Os deputados começaram a discutir a MP 867
ainda na sessão de terça-feira. Nesta quarta,
retomaram as votações, mas até a conclusão
desta reportagem os destaques ainda estavam
sendo debatidos no Plenário. A sessão desta
quarta era crucial para que a medida aprovada
tivesse validade, já que o texto ainda
precisará passar por aprovação do Senado, e
isso tem que acontecer até a próxima
segunda-feira, dia 3, data em que perde a
validade. Por manobra da bancada ruralista,
os parlamentares a favor das alterações
correram contra o relógio para tentar enviar,
ainda nesta quarta-feira, o texto aprovado
para o Senado. Geralmente, quinta-feira é o
último dia operativo no Congresso, já que não
costuma haver votações às sextas e segundas.
No final da noite, entretanto, Alcolumbre
afirmou que não colocaria a MP em votação no
Senado, pois a Casa ainda precisa votar outras
duas Medidas Provisórias que também
perderão a validade na próxima segunda-feira.
O presidente argumentou que os senadores
teriam pouco tempo para aprovar uma medida
tão complexa. "Temos três medidas
provisórias perdendo a validade na semana
que vem. Precisei construir um acordo com os
líderes para que não perdêssemos todas elas",
Data: 30/05/2019
25
Grupo de Comunicação
afirmou Alcolumbre. De acordo com ele, a
Casa votará somente as outras duas medidas,
uma que tem por objetivo combater as
fraudes no INSS, e a outra que amplia o prazo
de pagamento de gratificações a servidores.
"[Não vamos votar a MP 867] por conta da
insatisfação dos senadores em relação a este
prazo. Vamos atender ao clamor dos
senadores". Quando a decisão do presidente
do Senado chegou à Câmara, levou a uma
procissão de deputados rumo à Casa vizinha,
numa tentativa de convencê-lo do contrário.
Embora encabeçada pela bancada ruralista,
nem todo o setor do agronegócio defende as
alterações propostas no Plenário, no entanto.
Algumas alas, especialmente a voltada para a
exportação, entendem que não é o momento
de se mexer nessas regulamentações. “Não dá
pra mexer em regra no meio do jogo”, diz Luiz
Cornacchioni, representante da Coalizão Brasil
Clima, Florestas e Agricultura e diretor-
executivo da Associação Brasileira do
Agronegócio. Para ele, alterar o Código agora
poderá afetar a venda para o exterior. “Muitos
dos nossos compradores dão valor às questões
ligadas à sustentabilidade”, afirma.
No entanto, a vitória da votação na Câmara
demonstrou que a posição dele não é a da
maioria da bancada. E foi uma demonstração
de força dos parlamentares ligados ao
agronegócio. “A bancada ruralista está com
muita força, com ao menos 250 votos [de 513
deputados]. E isso é muito preocupante”,
ressaltou o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-
SP), presidente da Comissão de Meio
Ambiente na Câmara. “Queremos um
agronegócio sustentável, tem que ter um
equilíbrio nessa discussão. Não dá para
continuar dizendo aos produtores rurais que o
crime compensa”.
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/30/po
litica/1559167850_432090.html
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Data: 30/05/2019
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Veículo: UOL Notícias
Data: 30/05/2019
Câmara muda Código Florestal e garante
desmate a grandes produtores rurais
Por 243 votos a 19, a Câmara dos Deputados
aprovou hoje um projeto de lei que, com 35
emendas, liberou o desmatamento de 5
milhões de hectares no país. A flexibilização,
no entanto, pode atrasar o reflorestamento de
outros 4 milhões de hectares. A soma das
regiões desmatadas equivale ao território de
Portugal.
Trata-se da Medida Provisória 867, editada no
final do governo Michel Temer (MDB), que
propunha estender até 31 de dezembro de
2020 a adesão de produtores rurais ao Código
Florestal.
O texto, no entanto, passou pela Comissão
Especial Mista no começo deste ano e foi
transformado no Projeto de Lei de Conversão
nº 9/2019. Na ocasião, deputados e senadores
incluíram 35 emendas ao texto original --seis
páginas que, para ambientalistas, "desfigura o
Código Florestal".
A votação começou na noite ontem com a
tentativa da oposição de impedir que o projeto
fosse votado, já que ele caducaria se não
fosse apreciado até o dia 3 de junho. A
obstrução não resistiu, e a votação do projeto
foi garantida para hoje. A discussão durou o
dia todo até que, por volta das 17h, o texto
principal foi aprovado pela maioria.
O Plenário, então, entrou em debate sobre
destaque do PSB que pretendia excluir do
texto o dispositivo que aumentava a área que
pode deixar de ser recomposta a título de
reserva legal. Os governistas voltaram a
ganhar: 252 votos a 79. O texto agora será
apreciado pelo Senado.
A oposição argumentou em plenário que a
aprovação do texto comprometeria o Código
Florestal em benefício de poucos e grandes
produtores rurais. Estudo do Comitê Técnico
do Observatório do Código Florestal,
organização civil formada por 28 instituições,
indica que os 9 milhões de hectares
comprometidos pelas emendas estão
distribuídos em 147.906 imóveis.
"É uma concentração de terra muito grande",
diz a advogada e secretária-executiva do
Observatório, Roberta del Giudie. "É um
absurdo fazer uma alteração que afeta a
imagem de todo o setor para favorecer 147
mil imóveis no Brasil inteiro."
9 milhões de hectares
Para chegar aos 9 milhões de hectares, o
Comitê Técnico do Observatório do Código
Florestal avaliou a situação das reservas legais
no Brasil. O grupo cruzou dados de vegetação
nativa fotografada por satélite com a malha
fundiária brasileira. Ao todo, foram analisados
3,5 milhões de imóveis e uma área de 364,1
milhões de hectares.
Os especialistas encontraram irregularidade
em 147.906 imóveis, com ausência de
vegetação nativa de 9.044.122 hectares. Esse
déficit está concentrado no Centro-Oeste (em
3,8 milhões de hectares), seguido por Norte
(1,7 milhão) e Sudeste (1,6 milhão). Entre os
estados, o desmatamento é maior em Mato
Grosso, Pará e São Paulo, principalmente em
fronteira agrícola.
Como o projeto assegurou o desmatamento?
A emenda mais importante mudou o artigo 68
do código, assegurando o desmate de 5
milhões de hectares. O artigo dizia que a
reserva legal de cada propriedade agrícola
deveria respeitar a legislação em vigor na
época em que o imóvel rural foi criado.
"Se você desmatou uma fazenda em 1970,
vale os limites estabelecidos pela lei daquela
época, não o Novo Código Florestal", explica o
professor da Esalq-USP (Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz) Gerd Sparovek,
um dos responsáveis pelo mapeamento para o
Observatório.
Responsável pela mudança no texto original,
Sergio Souza (MDB-PR), diz que o código não
fala qual é a lei da época para cada um dos
biomas. "O legislador, naquele momento,
entendeu que estava muito claro qual era a lei
vigente à época: é o código de 1965 para a
Mata Atlântica, é a lei de 1989 para o Cerrado,
e é o de 2000 para a Amazônia."
"Eles querem fazer um revisionismo", diz
Roberta del Giudie. A advogada diz que o
código de 1965 já protegia todo o tipo de
vegetação. "O texto dizia que o termo
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Grupo de Comunicação
'florestal' não significa apenas florestas
densas", diz. "Já temos jurisprudência sobre o
assunto. Antes da aprovação do Novo Código,
o então ministro do STJ Luiz Fux reconheceu
que o cerrado era protegido em 1965."
É uma análise muito rasa e conveniente para
eles. A divisão de biomas com seus nomes só
surgiu em 1989, mas o cerrado já era
reconhecido como parte das nossas florestas
Roberta del Giudie, do Observatório do Código
Florestal
"Com essa mudança, todo o desmatamento no
cerrado entre 1965 e 1989, equivalente a 5
milhões de hectares, estará perdoado. Não
precisará ser restaurado", diz Gerd, da USP.
"Mas, se protegido a partir de 1965, a redução
de proteção cai para até 1,5 milhão de
hectares."
4 milhões de hectares sob risco
Enquanto a emenda ao artigo 68 livra os
agricultores de recuperar a vegetação de suas
propriedades, outras emendas permitem que 4
milhões de hectares corram o risco de ter o
mesmo destino.
André Guimarães, diretor-executivo do
Instituto Paulista de Magistrados (Ipam)
explica que algumas emendas adiam o prazo
para o proprietário rural aderir ao código.
"Esse prazo já foi mudado quatro vezes,
criando incerteza jurídica para o próprio
agronegócio. O código fragilizado dificulta
nossa inserção no mercado internacional."
Roberta explica que as alterações não definem
um prazo para o início da adequação.
O produtor só será obrigado a restaurar o
bioma depois de uma notificação do poder
público. Se daqui 20 anos um ente federativo
identificar e decidir notificar, o produtor ainda
terá um ano para se adequar. Com estados
falidos e órgãos ambientais sucateados, você
acha que essas notificações vão acontecer?
Roberta del Giudie, do Observatório do Código
Florestal
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24325815&e=577
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Natureza
Data: 29/05/2019
Revogar Estação Tamoios exige ato do
Congresso, e mudança via decreto será
inconstitucional, dizem juristas
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender,
em evento na terça-feira (28), que a Estação
Ecológica de Tamoios (Esec Tamoios), na
região de Angra dos Reis, seja transformada
em "uma nova Cancún". Atualmente, a área é
considerada de preservação integral, mas o
modelo pretendido pelo presidente é o do
balneário mexicano ocupado por grandes
construções, hotéis gigantescos e um turismo
de multidões.
Bolsonaro mais uma vez afirmou que a
mudança depende de um decreto presidencial
que revoga a criação da reserva, mas, dessa
vez, disse ter sido alertado pelo ministro do
Meio Ambiente, Ricardo Salles, que a mudança
"talvez fosse inconstitucional". Sem dar
detalhes, Bolsonaro sugeriu ainda que a
revogação ficaria a cargo de uma decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF).
"Se eu posso revogar uma lei, por que não
posso revogar um decreto? Bem, a sorte está
lançada", disse o presidente.
Criada por um decreto presidencial em 1990,
durante o governo de José Sarney, a Esec
Tamoios não pode ser extinta por um novo
decreto, de acordo com juristas ouvidos pelo
G1. A Constituição determina que qualquer
mudança nos limites de uma unidade de
conservação federal precisa ser aprovada pelo
Congresso Nacional. Segundo os especialistas,
um decreto que revogue a criação da reserva
seria inconstitucional.
A estação ecológica é a mesma onde, em
2012, Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
(Ibama) ao ser flagrado pescando num barco
em área protegida. Em dezembro do ano
passado, a multa foi anulada e, em 2019, o
servidor responsável pela fiscalização foi
exonerado.
A unidade de conservação é formada por 29
ilhas, lajes e rochedos, além do seu entorno
marítimo, e foi criada para o monitoramento
dos impactos das usinas nucleares de Angras
dos Reis. Hoje é abrigo de espécies
ameaçadas e serve como laboratório natural –
já foi usada em mais de 130 pesquisas
científicas.
Golfinhos nadam na região da Esec de Tamoios, em Angra
— Foto: Reprodução/TV Globo
A nova declaração de Bolsonaro sobre a Esec
Tamoios ocorreu durante o discurso de
lançamento da Frente Parlamentar Mista da
Marinha Mercante, no Clube Naval, em
Brasília, na terça. No evento, o presidente
destacou o potencial da região da Baía de
Angra dos Reis e manifestou o desejo de
revogar o decreto que demarcou a estação
ecológica.
"Nós podemos ser protagonistas e fazer com
que a Baía de Angra seja uma nova Cancún.
Temos um potencial enorme ali. Do que nós
dependemos pra começar a tirar esse sonho
do papel? De uma caneta BIC. Revogando um
decreto. O decreto que demarcou a Estação
Ecológica de Tamoios", disse Bolsonaro.
O presidente, no entanto, admite que a
medida poderia ser considerada
inconstitucional.
"Me disse outro dia o Ricardo Salles que
tem que tomar cuidado quando fala isso no
tocante à legislação ambiental, que levando-se
em conta o retrocesso, talvez fosse
inconstitucional um decreto revogar outro
decreto", disse Jair Bolsonaro.
Bolsonaro declarou ainda que a decisão ficaria
a cargo do presidente do STF, Dias Toffoli, que
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Grupo de Comunicação
também estava presente no evento onde foi
feito o discurso.
"Passamos pelo meu prezado Dias Toffoli
[presidente do STF] decidir essa questão. Se
eu posso revogar uma lei, por que não posso
revogar um decreto? Bem, a sorte está
lançada. Baía de Angra, se Deus quiser,
atingiremos nosso objetivo", concluiu.
Ilha de Araçatiba de Fora, na Estação Ecológica de
Tamoios — Foto: Adriana Gomes/ICMBIO/Acervo
Mudanças em UCs precisam passar pelo
Congresso
Segundo três advogadas especialistas em
direito ambiental consultadas pelo G1,
qualquer mudança nos limites de uma unidade
de conservação federal precisa ser aprovada
pelo Congresso Nacional.
“Uma unidade de conservação federal como
essa de Angra dos Reis só pode ser extinta ou
ter seus limites alterados por uma lei federal,
aprovada no Congresso Nacional", explica
Erika Bechara, professora de direito ambiental
da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP).
“A Constituição Federal protege essas
unidades para impedir que elas sejam
revogadas a cada mudança de governo",
explica Erika Bechara.
O artigo 225 da Constituição diz que é dever
do poder público "definir, em todas as
unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção" (parágrafo 1º, inciso 3º).
“Não há maior controvérsia, porque o artigo
225, parágrafo 1, inciso 3 da Constituição
exige lei formal para qualquer alteração na
demarcação das unidades de proteção
ambiental e também para sua supressão. De
maneira que, ainda que haja uma vontade
política do presidente da República no sentido
de acabar com uma estação ecológica de
proteção, essa vontade tem que ser submetida
à deliberação do Congresso Nacional para que,
pelo processo legislativo, ela se torne lei”,
explicou Gustavo Binenbojm, doutor em
direito público pela Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ).
Segundo Glaucia Savin, presidente da
comissão de meio ambiente da OAB-SP, a lei
precisa passar pelo Congresso Nacional porque
o patrimônio ambiental das unidades de
conservação pertence ao povo, e não ao
Estado.
"É preciso uma lei porque a Constituição pede
o crivo do Parlamento, assim a sociedade pode
opinar sobre a perda desse um patrimônio
ambiental", explica Savin. "Esse patrimônio
não pertence ao Estado brasileiro, ele
pertence à população, então, por isso, é
preciso submeter essa decisão aos
representantes do povo."
"Por que existe esse dispositivo da
Constituição? Justamente para evitar que
qualquer ato possa destruir a proteção que foi
criada anteriormente", explica Glaucia Savin,
da OAB-SP.
Para Ana Maria Nusdeo, professora de direito
ambiental da Universidade de São Paulo
(USP), é consensual a interpretação de que é
necessária uma lei federal para a extinguir
unidades de conservação.
"Algumas interpretações constitucionais
exigem um esforço interpretativo, mas, no
caso dessa regra, como a Constituição é bem
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Grupo de Comunicação
clara, trata-se de uma regra literal, com
avaliação bastante consensual."
“O direito comporta algumas zonas de
penumbras, de incertezas, mas nessa matéria,
estamos diante de uma questão de clareza
cristalina”, afirma Gustavo Binenbojm.
Rochedo na Esec de Tamoios, na Baía de Angra dos Reis
— Foto: Adriana Gomes/ICMBIO/Acervo
Se Bolsonaro publicar um decreto que revoga
a criação da Esec Tamoios, sua decisão
poderia ser questionada judicialmente por
partidos políticos, com ação no STF, e também
por cidadãos, na Justiça comum.
“Se houver a revogação de uma unidade de
conservação por decreto, a Justiça pode
declarar esse decreto nulo ou inconstitucional.
O Poder Judiciário tem justamente o papel de
controlar a legalidade dos atos feitos pelo
Executivo”, explica Bechara, da PUC-SP.
No caso de um questionamento feito ao STF, a
decisão não ficaria a cargo de Dias Toffoli,
como argumenta Bolsonaro.
"Se o presidente realmente publicar esse
decreto, qualquer partido pode entrar no
mesmo dia com uma ação direta de
inconstitucionalidade no STF e aí essa ação
seria distribuída por sorteio para um dos
ministros", explica Rubens Glezer, professor
de direito constitucional na Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
"Se há uma certeza é que essa ação não
iria parar nas mãos de Dias Toffoli, porque ele
fica fora do rodízio, por ser hoje o presidente
do tribunal", destaca Rubens Glezer, da FGV.
O professor destaca ainda que é muito
provável que a ação seja questionada pela
oposição no STF.
"Esse questionamento vai acontecer sem
dúvida. Todas as medidas polêmicas do
Executivo tendem a ser questionadas pelos
vencidos no STF. Essa é uma tendência
constante e crescente", explica Glezer.
Criada pelo decreto nº 98.864, de 23 de
janeiro de 1990, a Estação Ecológica de
Tamoios é uma das 333 unidades de
conservação federal que não foi criada por lei,
mas por ato do Poder Executivo. Apenas 3
unidades foram instituídas por lei federal,
segundo levantamento de 2018 feito pela ONG
WWF Brasil.
Data: 30/05/2019
31
Grupo de Comunicação
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24331895&e=577
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Natureza
Data: 29/05/2019
Governo diminui participação da
sociedade civil no Conselho Nacional do
Meio Ambiente
Número de integrantes do Conama, conselho
que discute normas do Sistema Nacional do
Meio Ambiente, diminui 76% com o decreto
publicado nesta quarta-feira (29). Governo diz
que mudança trará 'melhor foco' e
'posicionamentos mais objetivos'.
Um decreto publicado nesta quarta-feira (29)
reduz e altera a composição do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama). O
conselho é o principal órgão consultivo do
Ministério do Meio Ambiente (MMA) e é
responsável por estabelecer critérios para
licenciamento ambiental e normas para o
controle e a manutenção da qualidade do meio
ambiente.
O colegiado, que contava com 96 conselheiros,
entre membros de entidades públicas e de
ONGs, agora terá 23 membros titulares,
incluindo seu presidente, o ministro Ricardo
Salles.
O Ministério do Meio Ambiente informou que a
mudança trará "melhor foco" e
"posicionamentos mais objetivos" com
"eficiência e qualidade das decisões". O
ministério também afirmou que manteve a
proporção de membros que compunham o
Conama por setor, considerando a estrutura
quando houve o maior número de conselheiros
(105).
A sociedade civil contava com 22 assentos no
Conama. Agora, são apenas 4. Assim, a
participação das ONGs caiu de 22% do
conselho para 18% do total. Esses assentos
passam a ser distribuídos por sorteio entre as
entidades interessadas. Antes, uma eleição
definia esses integrantes. O mandato dos
representantes civis, que era de dois anos,
passa a ser de apenas um.
O setor privado também perdeu
representatividade no conselho. Agora, há
apenas dois representantes, indicados em
conjunto pelas principais confederações
nacionais do setor privado: Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Confederação
Nacional do Comércio (CNC), Confederação
Nacional de Serviços (CNS), Confederação
Nacional da Agricultura (CNA) e a
Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Já a presença do Governo Federal aumentou:
agora são 9 cadeiras para os representantes
do governo, o que representa 41% do total de
integrantes, contra 29% anteriormente.
Alguns órgãos governamentais perderam
representação no Conama, entre eles a
Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos
Deputados, o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a
Agência Nacional de Águas (ANA). Os
ministérios públicos federal (MPF) e estaduais
também foram excluídos do Conama.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/0
5/29/ministerio-diminui-participacao-da-
sociedade-civil-no-conselho-nacional-do-meio-
ambiente.ghtml
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Data: 30/05/2019
33
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Natureza
Data: 29/05/2019
Entenda o debate sobre a MP 867, que
altera o Código Florestal
A tramitação da Medida Provisória (MP) 867
divide setores ligados ao meio ambiente e ao
agronegócio. Seu objetivo inicial era adiar o
prazo para regularização de propriedades
rurais fora das normas do Código Florestal
Brasileiro de 2012. Mas a MP ganhou 35
adendos e os impactos dessa aprovação
poderiam afetar até o cumprimentos de metas
do Acordo de Paris.
A medida entrou em vigor em 26 de dezembro
de 2018, mas precisa passar pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado até o dia 3 de junho
para não "caducar" e perder a validade.
Ambientalistas e até uma parte dos
representantes do agronegócio acreditam que
a MP pode impedir a recuperação de áreas já
desmatadas e anistiar proprietários que não se
adaptaram às exigências do Código. Já o
relator da medida, deputado Sergio Souza
(MDB-PR), garante que "a MP não altera uma
vírgula da essência do Código Florestal".
Entenda, a seguir, os pontos de debate dessa
possível mudança na lei.
Sete pontos sobre a MP 867:
1. A MP foi assinada por Michel Temer, em
26 de dezembro de 2018, adiando o
prazo para que proprietários rurais se
adaptassem ao Código Florestal. Mas
recebeu 35 emendas na Câmara e
algumas fogem ao tema central –
chamadas "jabutis" no jargão
parlamentar;
2. Para ambientalistas, essas emendas
suavizam a exigência de restaurar
áreas nativas determinada pelo Código
Florestal e, portanto, dificultam que o
Brasil alcance as metas do Acordo de
Paris;
3. O Observatório do Código Florestal
estima que entre 4 e 5 milhões de
hectares de área que deveria ser
recuperada serão perdidos com a
aprovação da MP – o equivalente a dois
estados de Sergipe.
4. Como o Código tem apenas sete anos,
alterações significativas no conteúdo
podem produzir insegurança jurídica. O
relator argumenta que, na verdade, a
MP não faz grandes mudanças no
Código, evita a necessidade de novas
prorrogações nos prazos de
regularização e, portanto, traz mais
segurança jurídica;
5. A inserção de "jabutis" pode ser
questionada como inconstitucional. O
relator diz que, na verdade, muitas
emendas eram parecidas e insiste que
a essência do Código não foi
prejudicada;
6. Representantes do agronegócio temem
transmitir a imagem, especialmente no
exterior, de que não querem seguir o
Código. Apenas 4% dos proprietários
de imóveis rurais ainda não se
adaptaram à legislação. O relator diz
que a MP facilita a vida pequenos
produtores que ainda não conseguiram
se regularizar;
7. Segundo ambientalistas, a MP
representaria uma anistia de grandes
produtores rurais que ainda não
obedecem a lei, impactando os biomas
mais degradados do país, como o
Cerrado. O relator afirma que são os
estados que dificultam a regularização
daqueles que ainda não se adequaram
ao Código.
O Código Florestal (Lei 12.651/2012)
regularizou terras desmatadas até 22 de julho
de 2008. Ele deu benefícios aos proprietários
dessas áreas, como a redução nas Áreas de
Preservação Permanente (APPs) e a
possibilidade de compensar áreas de Reserva
Legal (RL) em outro imóvel. Já quem
desmatou depois dessa data precisaria seguir
à risca o novo Código.
A princípio, a MP assinada pelo então
presidente Michel Temer no fim de 2018 tinha
a finalidade de dar mais prazo para que esses
proprietários de imóveis rurais aderissem ao
Programa de Regularização Ambiental (PRA) –
na prática, mais prazo para regularizar a
propriedade conforme as normas do Código.
Com a MP, o prazo para aderir ao programa
passaria de 31 de dezembro de 2018 para 31
de dezembro de 2019, com a possibilidade de
prorrogação por mais um ano. Esse já seria o
quinto adiamento seguido.
"Fizemos a prorrogação porque muitos
estados ainda não fizeram o seu Programa
para receber esses dados", afirma o deputado
Data: 30/05/2019
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Sergio Souza, relator da medida. "Agora, até o
final de 2020, os estados terão que fazer."
Para André Guimarães, diretor-executivo do
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(Ipam) e líder da Coalizão Brasil, Clima,
Florestas e Agricultura, "isso em si já era
ruim".
"Mas entendemos que o adiamento pode ser
feito e é aceitável", diz Guimarães. O
problema, acrescenta, está nas 35 emendas
acrescentadas à MP, que está tramitando na
Câmara e ainda deve passar pelo Senado.
Segundo o diretor executivo da Associação
Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz
Cornacchioni, qualquer alteração significativa
no Código deve ser fruto de um debate
público, e não pode ser feito por meio de
Medida Provisória.
"O Código é uma ferramenta importante.
Não é perfeito, mas é moderno, especialmente
se comparado com outros países. É avançado
quanto à preservação e à conservação" – Luiz
Cornacchioni, diretor executivo da Abag.
"O problema da MP 867 são esses
penduricalhos. Originalmente ela tinha um
objetivo, de prorrogação de prazos. Isso
precisava mesmo", acrescenta.
Área de Reserva Legal de uma fazenda do projeto Pecuária Verde, em Paragominas, nordeste do Pará — Foto: Divulgação
Para regularizar suas terras, o proprietário
rural também precisa fazer a inscrição do
imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Ter esse cadastro é obrigatório para que o
produtor tenha acesso a crédito rural, por
exemplo. O prazo para o CAR terminou em 31
de dezembro de 2018, mas a MP dá aos
proprietários até 2020 para se regularizarem
sem perder acesso aos benefícios financeiros.
"Isso não era parte da MP original", lembra o
relator. A ideia, segundo ele, é pressionar os
estados para aplicarem o sistema de cadastro
sem prejudicar o produtor que precisa de
crédito. "Fizemos isso porque era obrigação
dos estados dar suporte aos produtores rurais
menos favorecidos, mas alguns estados não
têm o sistema, principalmente no Nordeste."
Já foram feitos mais de 5,6 milhões de
Cadastros Ambientais Rurais em todo o país.
Para Roberta del Giudice, secretária executiva
do Observatório do Código Florestal, a falta de
adaptação de alguns estados é, de fato, um
problema. Embora todos os estados já tenham
um sistema, segundo ela, somente 17
regulamentaram os termos de compromisso
para a adequação das terras.
Ela entende que a extensão do prazo do CAR
cria uma espécie de anistia. "O CAR é o
melhor instrumento do Código para incentivar
a regularização", avalia.
O prazo final para votação da MP é 3 de junho.
Se até lá a MP 867 não passar no Congresso,
ela caduca, ou seja, deixa de valer.
Se a MP vier a caducar, os parlamentares
terão de votar um projeto de decreto
legislativo para disciplinar o período em que
ela esteve vigente. Neste caso, o decreto
servirá para validar a situação de quem
regularizou sua propriedade rural enquanto a
medida estava em vigor.
Estimativa de áreas irregulares
Tanto ambientalistas quanto alguns
representantes do agronegócio dizem que a
MP 867 descaracteriza o Código Florestal, uma
legislação que foi resultado de mais de uma
década de debate e é frequentemente descrita
como um "ponto de equilíbrio" para os vários
interesses nos territórios rurais.
De acordo com estudo do comitê técnico do
Observatório do Código Florestal, "as emendas
não somente mudam o prazo de adesão, mas
alteram o processo e os requisitos que
regulam a adequação ambiental de APPs
(Áreas de Preservação Permanente) e RLs
(Reservas Legais) de imóveis rurais irregulares
ou em descumprimento com o Código".
Data: 30/05/2019
35
Grupo de Comunicação
Do total das áreas em propriedades rurais,
9 milhões de hectares ainda não se
enquadraram no Código Florestal, de acordo
com pesquisadores do Observatório. Essa área
equivale ao tamanho dos estados do Rio de
Janeiro e do Espírito Santo somados.
O estudo envolve 3,55 milhões de imóveis
rurais. Juntos, eles somam 364,16 milhões de
hectares. Para chegar a esse resultado,
pesquisadores usaram a malha fundiária do
Atlas da Agropecuária Brasileira, dados do
Mapbiomas e a modelagem do Código
Florestal.
Desse total de imóveis, 96% estão cumprindo
lei atual. Portanto, só 4% dos imóveis ainda
descumprem o Código Florestal.
Por outro lado, esses 4% de propriedades
abrangem 9 milhões de hectares, isto é, 20%
da área total de imóveis analisados. Essa é a
área que, idealmente, poderia ser restaurada
se mantida a legislação atual.
Plenário da Câmara dos Deputados — Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Se forem flexibilizadas as normas do Código
Florestal, como prevê a MP 867, a estimativa
do Observatório do Código Florestal é de que
serão perdidos de 4 a 5 milhões de hectares
de área que deveria ser recuperada. Essas
áreas se consolidarão como desmatadas.
Por isso, o Brasil ficaria ainda mais longe da
meta que assumiu como parte do Acordo de
Paris, de recuperar 12 milhões de hectares de
áreas nativas até 2030.
"Mais ou menos metade da área que
poderia ser recuperada será perdida com essa
anistia" – Roberta del Giudice, do Observatório
do Código Florestal.
Segundo ela, boa parte da meta poderia ser
alcançada com o plantio nesses 9 milhões de
hectares.
Em 2015, 195 países chegaram ao Acordo de
Paris contra mudanças climáticas, a primeira
vez que se reconheceu, em consenso global, a
necessidade de se reduzirem as emissões de
gases do efeito estufa.
O Ministério do Meio Ambiente resume os
compromisso do Brasil em cinco pontos:
Reduzir, até 2025, as emissões de
gases de efeito estufa em 37% abaixo
dos níveis de 2005;
Buscar, como meta seguinte, a redução
das emissões em 43% abaixo dos
níveis de 2005, até 2030;
Aumentar a participação de bioenergia
sustentável para 18% da matriz
energética até 2030;
Compor a matriz energética com 45%
de energias renováveis até 2030;
Restaurar e reflorestar 12 milhões de
hectares de florestas.
Para o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP),
um dos principais críticos da MP no Congresso
e membro da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, "o Brasil é o
país que tem uma das maiores coberturas
florestais do mundo, a maior biodiversidade do
mundo, mas com a cultura de que algumas
leis não pegam".
"Não ligo que demorem 20 ou 30 anos para
recuperar [áreas protegidas]. Mas não é
porque desmatou que tem que ficar como
está." – Deputado Rodrigo Agostinho
Ele acredita que mudanças no Código Florestal
não devam ser feitas por meio de Medida
Provisória. "Não faz sentido fazer isso hoje.
Para minha surpresa, muita gente do
agronegócio também está contra [a MP 867],
dizendo que isso vai criar um problema
desnecessário."
Agostinho ainda tem esperanças de que a MP
possa ser rejeitada no Congresso ou perder
efeito por não ser aprovada até 3 de junho.
As ONGs ambientalistas têm chamado atenção
especial à proposta do relator da MP 867/2018
de mudar o artigo 68 do Código Florestal. Na
prática, ele altera a data de referência para a
proteção de alguns biomas. Para os ativistas,
Data: 30/05/2019
36
Grupo de Comunicação
isso permite que uma porção de área já
desmatada não precise ser restaurada.
De acordo com Gerd Sparovek, professor e
pesquisador da Esalq/USP, a mudança no
artigo 68 faz uma interpretação errada do
Código: para o Cerrado, por exemplo, passa a
valer a proteção definida em 1989, e não a do
Código Florestal de 1965.
Ao mapear e analisar o impacto dessa
mudança no estado de São Paulo, que tem
mais dados históricos disponíveis, ele
observou que metade da exigência de Reserva
Legal do Cerrado seria perdida.
"Não tem nenhum trabalho acadêmico,
cientifico, técnico, que tenha avaliado os
efeitos dessas datas e o efeito dessa mudança
de referencial para a proteção em o Brasil",
alerta Sparovek.
"É um tiro no escuro fixar datas numa
interpretação jurídica que poderá ser
questionada depois" – Gerd Sparovek,
professor e pesquisador da Esalq/USP.
A essa crítica, o deputado Sergio Souza
responde dizendo que o objetivo da emenda
da MP no artigo 68 é deixar claro quais são a
lei e a data de referência específicas para cada
bioma.
"A lei da Mata Atlântica é de 1965, já a do
Cerrado é de 1989", argumenta o deputado.
Projeto de Flávio Bolsonaro
Para os grupos ambientalistas, mais
preocupante ainda do que a MP 867 é o
projeto de lei 2362/2019, apresentado por
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Marcio Bittar
(MDB-AC), atualmente em tramitação no
Senado.
O projeto pretende eliminar a obrigatoriedade
de manter a reserva legal em propriedades
rurais prevista no Código Florestal – o que
inclui não mais exigir a preservação de 80%
das áreas de imóveis rurais na Amazônia; de
35% no Cerrado e 20% em outras regiões.
Segundo Sparovek, "se a MP 867 já é bem
tóxica, do ponto de vista do impacto
ambiental, o PL [de Flávio Bolsonaro] é muito
mais grave".
Para André Guimarães, do Ipam, "o Código
Florestal é uma conquista sociedade brasileira,
pois define onde podemos fazer agricultura e
onde temos que preservar". Mesmo para o
setor agrícola, diz ele, as mudanças propostas
seriam nocivas, pois alterariam o regime de
chuvas e fragilizariam o ambiente de negócios.
"Para aumentar a produtividade, temos que
investir em tecnologia, produtividade,
treinamento, equipamento", diz Guimarães.
Também Luiz Cornacchioni, da Abag, avalia
que as mudanças propostas tanto pela MP 867
quanto pelo PL 2362 para o Código Florestal
não representam a vontade da maioria dos
produtores rurais.
"O melhor que podemos fazer com o Código
Florestal é implementá-lo, porque ele vai nos
permitir fazer agricultura, produzir e
conservar. Essas duas coisas não são
excludentes" – Luiz Cornacchioni, da Abag.
Vista aérea da floresta amazônica — Foto: AFP
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/0
5/29/entenda-o-debate-sobre-a-mp-867-que-
altera-o-codigo-florestal.ghtml
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Globo Economia
Data: 30/05/2019
Atvos, do grupo Odebrecht, pede
recuperação judicial
Pedido é o primeiro de uma subsidiária do
conglomerado, alvo da lava-jato
Ana Paula Ribeiro
A Atvos, empresa do setor sucroenergético
controlada pela Odebrecht, se tomou ontem a
primeira companhia do grupo a dar entrada
com um pedido de recuperação na Justiça. A
empresa tem uma dívida de cerca de R$ 13
bilhões, segundo antecipou o colunista do
GLOBO Lauro Jardim, em seu blog. A empresa
protocolou o pedido de proteção contra
credores no Tribunal de Justiça de São Paulo.
A direção da holding Odebrecht, em
comunicado aos funcionários, disse que a
medida não envolve outras subsidiárias do
grupo - que atuam nas áreas de engenheira e
construção, indústria, setor imobiliário,
infraestrutura e energia.
Caso a Justiça aceite o pedido, a cobrança das
dívidas será suspensa e a Atvos terá 60 dias
para apresentar um plano de recuperação.
'INVESTIDA HOSTIL
"A iniciativa da Atvos preserva suas operações
e visa a garantir ambiente seguro e estável
para o equilíbrio das suas contas, objetivando
alcançar a sua capacidade máxima de
produção nos próximos anos", afirmou, em
nota, Luciano Guidolin, presidente do Grupo
Odebrecht. "Estamos confiantes em que a
Atvos, com esta proteção judicial, chegará no
final desse processo a uma solução que
atenda os interesses tanto dos seus credores
quanto os da empresa, permitindo-lhe retomar
a trajetória de crescimento que a marcou
desde a sua criação."
Embora observe que apenas a Atvos está em
recuperação judicial, o executivo lembra que
empresas do grupo que precisem de
reestruturação financeira devem fazê-lo de
forma isolada. A Odebrecht foi uma das
poucas empreiteiras investigadas na Operação
Lava-Jato que não pediram proteção de
créditos na Justiça, ao contrário de OAS e
Queiroz Galvão, por exemplo.
Em outro comunicado, a Atvos afirmou que a
medida foi tomada para "preservar as
operações e garantir o equilíbrio financeiro"
após "investida hostil" de um fundo de
investimentos credor da empresa. O nome do
fundo não foi divulgado.
A atual presidente da empresa, Juliana
Baiardi, assumiu o cargo em abril, em
substituição a Luiz de Mendonça. Na ocasião, a
companhia informou que um dos objetivos da
nova executiva era o de realizar a
renegociação das dívidas da empresa.
CRISE NO SETOR
A Atvos foi fundada em 2007 e tem dez mil
funcionários. Ela é responsável pela produção
e comercialização de etanol, açúcar bruto
(VHP) e energia elétrica gerada por biomassa
de cana-de-açúcar. Tem unidades em quatro
estados: São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e Goiás. Na atual safra, a empesa deve
moer 27 milhões de toneladas, o que a coloca
como a segunda do setor.
Essa não é a primeira empresa do setor
sucroalcooleiro a pedir recuperação judicial
recentemente. O grupo Virgolino de Oliveira
também está na mesma situação. O setor
perdeu fôlego nos últimos anos. Apesar da
leve recuperação da economia, algumas
empresas ainda não conseguiram melhorar
sua situação financeira.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24349873&e=577
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Globo
Data: 30/05/2019
IMPASSE AMBIENTAL
Câmara aprova, mas Senado rejeita discutir
mudanças no Código Florestal
Amanda Almeida, Bruno Góes E Renato
Grandelle
A Câmara dos Deputados aprovou ontem a
Medida Provisória (MP) 867, que flexibiliza o
Código Florestal de 2012. O texto traz novos
parâmetros para a proteção e recomposição
de matas e florestas. Ambientalistas dizem
que a nova legislação promove a anistia a
quem não se adequou às medidas vigentes e
que a consequência será a perda de 5 milhões
de hectares que precisariam ser recuperados.
Já os parlamentares ruralistas alegam que as
novas regras trazem segurança jurídica aos
proprietários.
Horas depois, no entanto, o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM), afirmou que
deixará a MP caducar (ou seja, perder a
validade) por falta de acordo para votá-la. O
líder do governo no Senado, Fernando Bezerra
Coelho (MDB-PE), disse que o Planalto terá o
compromisso de editar outra MP sobre o
assunto ou encaminhar um projeto de lei com
urgência até o início do recesso legislativo.
Editada pelo governo Michel Temer, a MP foi
redigida originalmente paira estender o prazo
para que produtores rurais pudessem aderir
ao Programa de Regularização Ambiental
(PRA), concebido para que os proprietários se
adequassem às normas do Código Florestal.
Uma comissão especial, porém, deixou em
aberto o prazo para a adesão ao PRA e incluiu
uma série de mudanças.
O texto aprovado tem como marco inicial de
proteção às matas e florestas a lei ambiental
aprovada em 1965. Também estabelece como
parâmetro inicial de proteção ao Cerrado a
entrada em vigor da lei ambiental de 1989.
Além disso, define uma lei de 2000 para tratar
da preservação e recuperação de biomas como
Pantanal, Pampa e Caatinga.
- O que estão querendo é fazer o cidadão, que
fez manejo da terra dele, coberto por uma lei
de 1965, ter que recompor (vegetação) pela
lei de 2000. Ninguém terá condições de fazer
isso sustenta o deputado Alceu Moreira (MDB-
RS), presidente da Frente Parlamentar da
Agropecuária.
IMPACTO NAS EXPORTAÇÕES
O relator do texto na comissão especial,
Sérgio Souza (MDB-PR), nega que tenha
ampliado a anistia: - Há uma divergência de
qual lei vale para qual época. Dessa forma nós
não anistiamos ninguém. No texto, em
momento algum nós criamos uma vírgula
sequer (dizendo) que vai poder desmaiar uma
árvore sequer.
Para o Observatório do Código Florestal, a MP
tenta reduzir a exigência de restauração de
áreas nativas determinadas pela lei. Se a
medida passasse pelo Senado, uma área de
até 5 milhões de hectares, ou duas vezes o
estado do Sergipe, deixaria de ser recuperada.
Com isso, o país teria dificuldades em cumprir
as metas climáticas estabelecidas no Acordo
de Paris.
- O Brasil se comprometeu a recuperar 12
milhões de hectares, algo que viria na esteira
da restauração de áreas de proteção
permanente e reservas legais - afirma Luís
Fernando Guedes Pinto, membro do
Observatório do Código Florestal. - Estudamos
mais de 3 milhões de imóveis rurais e vimos
que apenas 4% não estão cobrindo a lei do
Código. O problema é que, somados, eles
equivalem a 20% da área total analisada. Isso
mostra como há uma grande concentração de
terras no país.
Segundo o WWF-Brasil, a aprovação da MP
poderia ter inclusive impacto econômico: -
Representantes do agronegócio exportador
acreditam que mexer no setor é um tiro no pé
que afetará as exportações do país. A
comunidade internacional questionará se
abrimos mãos dos rígidos padrões ambientais
que são a marca de nossa produção adverte
Raul Valle, diretor de Políticas Públicas da
ONG. O Brasil tem um compromisso em
combater a mudança climática quase todo
calcado no Código Florestal. E um texto
aprovado há sete anos e que só agora está
começando a ser implementado. Mexer nele
daria aos produtores o recado de que a lei não
é para valer.
ANÁLISE
Muda-se a lei para perdoar quem a violou
Data: 30/05/2019
39
Grupo de Comunicação
A Medida Provisória 867/ 2018 desmantela a
estrutura do Código Florestal, com implicações
comerciais, ambientais e jurídicas. O cerne da
questão está nos destaques incorporados pelo
texto do relator, o deputado ruralista Sérgio
Souza (MDB-PR).
A MP representa menos floresta para
recuperar, insegurança jurídica sobre o uso da
terra, potenciais dificuldades para o
agronegócio exportar e para o Brasil cumprir
suas metas voluntárias no Acordo de Paris.
Sua aprovação carrega, sobretudo, a
mensagem de que cumprir a lei não é um bom
negócio no Brasil, onde a legislação foi agora
modificada para perdoar dívidas e crime
ambiental. Serão os 4% dos proprietários
rurais do país que não se adequaram ao
Código Florestal os beneficiários da anistia a
desmatadores concedida pela MP.
O Código Florestal é uma das legislações mais
negociadas da História do país, aprovada após
11 anos de discussões no Congresso. É
resultado de um pacto entre governo,
agronegócio, academia e ambientalistas - e
todos cederam. A MP descombina o acertado e
traz regras novas para perdoar quem não
cumpriu a lei.
Toda a discussão sobre o uso da terra no
campo passa longe de cerca de 85% dos
habitantes do Brasil, que vivem em cidades.
Mas os afeta ainda assim, ao influenciar a
produção de água, a regulação do clima, a
produtividade agrícola e a erosão do solo.
Impacta também a economia, pois o mercado
internacional é sensível à questão ambiental.
Como frisa Mercedes Bustamante, professora
de ecologia da Universidade de Brasília e
integrante da Coalizão Ciência & Sociedade,
está mais do que na hora de tirar a questão
ambiental do gueto e mostrar que o meio
ambiente diz respeito a todos.
Já houve um tempo em que cortar árvores
ilegalmente significava perda da fazenda e
condenação à morte no Brasil. Em 1605, era
essa a pena prevista pelo Regimento do Pau
Brasil. Agora, muda-se a lei para perdoar
quem a infringiu.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=24349896&e=577
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Pacto de Bolsonaro racha Judiciário
e Congresso; texto prega combater
corrupção 'nos gabinetes'
Cabe recurso O aceno de um pacto entre os
chefes dos três Poderes em torno de, entre
outras questões, uma reforma da Previdência,
rachou a magistratura. Além da Ajufe, que
condenou a iniciativa publicamente, a Anamatra
também critica a hipótese de o presidente do
STF, Dias Toffoli, assinar o documento proposto
por Jair Bolsonaro. As duas entidades se
preparam para ir à Justiça contra as regras de
aposentadoria propostas pelo governo. Já a AMB
defende a tentativa de facilitar o diálogo.
Pintados… A Associação dos Juízes Federais
apresentou a parlamentares notas técnicas
contra elementos da reforma de Paulo Guedes
(Economia). Se o Parlamento chancelar a
proposta do governo, a entidade vai judicializar
trecho que traça nova alíquota a ser cobrada de
servidores públicos.
…para a guerra A Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho pediu
audiência com Toffoli. O grupo já apontou
inconstitucionalidades na reforma e vê com
preocupação a tentativa de atrelar o Supremo à
causa.
No seu quadrado Já o presidente da Associação
dos Magistrados Brasileiros, Jayme Oliveira, diz
que o “reconhecimento da necessidade de
reformas não significa, em nenhuma hipótese, a
defesa desta proposta ou de pontos dela”.
Ideia fixa O texto do pacto proposto por
Bolsonaro também foi criticado por alas do
Congresso. Especialmente o trecho final, que
exalta o combate ao crime “nas ruas e nos
gabinetes”, e foi lido como forma de criminalizar
a política.
Seus termos O documento formulado pelo
governo fala em invocar “as demandas do povo
como o grande farol de nossa democracia” e na
inauguração de “um novo tempo”. O texto prega
a “defesa da vida e da dignidade humana; o
respeito às liberdades individuais e à propriedade
privada”. O livre mercado é exaltado.
Fale por você Deputados dizem que Bolsonaro
não busca um pacto, e sim o endosso de seu
programa de governo. Fincados em
generalidades, dizem os críticos da ideia, os
termos precisam ser analisados à luz de
propostas já feitas pelo presidente antes de
serem validados.
Vai ou racha? Deputados que apoiam os
protestos contra a política educacional de
Bolsonaro apostam em atos grandes nesta quinta
(30). Só não garantem que serão maiores que os
do dia 15.
Barco furado O ambiente de desconfiança entre
Legislativo e Planalto furou a blindagem da
equipe econômica junto ao mercado. Operadores
de grandes fundos dizem que só a reforma da
Previdência não será suficiente para alavancar
investimentos.
Quero mais Os relatos mostram que, agora, os
investidores querem ver se o governo Bolsonaro
é viável politicamente a ponto de conseguir
entregar mais do que as mudanças nas regras de
aposentadoria, como a reforma tributária,
privatizações e a reforma do Estado.
Engole o choro A pressão de setores do mercado
pelo corte da taxa de juros é, na visão de um ex-
ocupante da cadeira de Roberto Campos Neto
(Banco Central), improdutiva. O estímulo extra
não seria capaz de limpar o horizonte, dada a
confusão política. Além disso, poderia ressuscitar
a inflação.
Entre nós O presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), estreou nos últimos dias
um portão que liga o interior da área de sua
residência oficial à de Rodrigo Maia (DEM-RJ),
comandante da Câmara. A passagem foi feita
para viabilizar encontros sem que fosse preciso
acessar a rua.
Me basto As críticas de Bolsonaro ao PSL
irritaram integrantes do partido. “O PSL é
independente, não temos obrigação com o
governo. O PSL não quer nada desse governo,
nossas pautas são a favor da sociedade. Se ele
apresentar algo que a gente discorde, votaremos
contra”, diz Júnior Bozzela (PSL-SP).
Visitas à Folha Murat Yavuz Ates, embaixador da
Turquia, e Serkan Gedik, cônsul-geral daquele
país, visitaram a Folha nesta quarta-feira (29).
Nader Fares, sócio-diretor comercial da
Marabraz, e Abdul Fares, sócio-diretor financeiro
da empresa, visitaram a Folha nesta quarta (29).
Estavam acompanhados de Leonardo Bersi,
assessor de imprensa.
Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
TIROTEIO
O Judiciário não deve pactuar questões que,
depois, serão julgadas pelo STF. Fundamental
preservar sua independência
Do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que
questiona a discussão de um pacto entre o
presidente do Supremo, Dias Toffoli, e Bolsonaro
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/05/30/
pacto-de-bolsonaro-racha-judiciario-e-congresso-
texto-prega-combater-corrupcao-nos-gabinetes/
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Toffoli deve tirar
descriminalização do porte de drogas da
pauta do STF
A ação que pede a descriminalização do porte de
drogas deve ser retirada da pauta do STF
(Supremo Tribunal Federal) pelo presidente, Dias
Toffoli.
DATA CERTA
O julgamento estava marcado para o dia 5 de
junho. A descriminalização ao menos do porte da
maconha era tida como certa.
NO VOTO
A explicação para a possível suspensão do
julgamento é que magistrados receberam há
alguns dias a íntegra de um projeto já aprovado
na Câmara e no Senado que mantém a
criminalização e altera vários pontos da política
nacional de drogas.
LEITURA
Não caberia ao STF, portanto, tomar decisão
sobre algo que já foi votado pelo parlamento sem
ao menos conhecer seu conteúdo.
ASSINATURA
O projeto aprovado no Congresso, que aguarda
apenas a sanção de Jair Bolsonaro para virar lei,
é de autoria do então deputado Osmar Terra,
hoje ministro da Cidadania.
LINHA-DURA
Ele adota uma abordagem considerada linha-dura
e conservadora em relação às drogas, prevendo
inclusive a internação involuntária de viciados.
CAIXA ABERTA
O PSL de SP entrou de vez em guerra. Além de
dizer que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não pode
presidir a legenda, o deputado federal Alexandre
Frota (PSL-SP) está pedindo uma auditoria
completa nas contas da legenda.
COMO É?
Eduardo Bolsonaro procurou Frota há alguns dias
para questionar se ele colocaria mesmo “fogo no
partido”, como anunciou em uma rede social.
“Vou, sim. Se querem que o PSL seja um partido
de verdade, não tem nome nem sobrenome”,
respondeu Frota.
EM FRENTE
Bolsonaro, por sua vez, disse que seguirá na
presidência.
TESOURA
Antônio Campos, irmão do ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos, que morreu em
2014 num acidente de avião, vai cortar 20% dos
cargos comissionados da Fundação Joaquim
Nabuco.
CANETA
Ele foi nomeado pelo governo Bolsonaro nesta
semana, por indicação do líder do governo no
Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
SUBO NESSE PALCO
A atriz Fernanda Montenegro foi à 13ª edição do
Prêmio APTR, que homenageou a atriz Marieta
Severo, no Teatro Prudential, no Rio de Janeiro,
na terça (28). Os também atores Marco Nanini,
Drica Moraes e Andréa Beltrão compareceram,
assim como o diretor Aderbal Freire-Filho, a
diretora Bia Lessa e a atriz Nicette Bruno.
EFEITO
O diretor de teatro Roberto Alvim postou em uma
rede social um texto em que relaciona seu apoio
a Bolsonaro ao cancelamento, pelo Sesc, da
estreia de “Aurora”, peça que dirigia e que
entraria em cartaz em julho na unidade da Vila
Mariana.
OBRIGADA
“Agradeço à instituição por mostrar com toda
clareza o modo como opera e o que pensa acerca
de liberdade de pensamento, arte e democracia”,
escreveu Alvim.
DISCURSO
O diretor disse à coluna que, há dois meses, um
funcionário do Sesc escreveu um texto na rede
“me defenestrando e dizendo que espalho
discurso de ódio”. Tudo “graças ao meu apoio ao
Bolsonaro e ao [escritor] Olavo de Carvalho”.
SECO
Data: 30/05/2019
43
Grupo de Comunicação
O diretor afirma que telefonou seguidas vezes
para o funcionário, do setor que faz a
programação de teatro do Sesc, em vão. Na
semana passada, ele recebeu um e–mail “seco,
dizendo que a peça estava sendo cancelada”.
Nenhuma nova data de estreia foi marcada.
PROVA
“Eu posso afirmar que se trata de uma censura
por questão política? Não posso, não tenho
prova”, diz, para em seguida emendar: “O Danilo
Miranda [diretor do Sesc] posicionou o Sesc
contra o governo Bolsonaro. Talvez não seja
conveniente ter alguém como eu lá dentro”.
NADA A VER
O superintendente de comunicação do Sesc, Ivan
Giannini, afirma que “em nenhum momento” a
peça foi cancelada. “O comunicado enviado a
Alvim foi no sentido de modificar eventualmente
uma agenda”. Haveria possibilidade de nova data
para a estreia.
EM CARTAZ
“Foi cancelado no período que estava proposto,
mas não de forma definitiva”, segue Giannini. Ele
lembra que uma outra peça de Roberto Alvim
ficou em cartaz no Sesc entre março e abril. “Não
há nada contra ele ou contra qualquer
posicionamento político-partidário dele”, diz.
ACORDES
A cantora Mônica Salmaso e os músicos Nelson
Ayres e Teco Cardoso fazem tributo a Vinicius de
Moraes e Dorival Caymmi com repertório inédito.
O show será no Blue Note SP, nesta sexta (31).
EM FESTA
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do
Iphan, discutirá se a festa Bembé do Mercado,
conhecida como a maior festa de candomblé de
rua do mundo e realizada em Santo Amaro (BA),
se tornará patrimônio cultural. O assunto será
debatido no dia 13 de junho em Brasília.
NA PASSARELA
A cantora Ivete Sangalo foi ao lançamento do
livro “Queens - Alta Moda di Dolce & Gabbana”,
que reúne fotografias feitas pelo estilista
Domenico Dolce, no shopping JK Iguatemi, na
terça (28). A cantora Preta Gil, o cantor Di
Ferrero e os modelos Isabeli Fontana, Yasmin
Brunet e Evandro Soldati também passaram por
lá.
CURTO-CIRCUITO
O Itaú Cultural apresenta nesta quinta (30) e na
sexta (31) o monólogo “Portar(ia) Silêncio”, com
João Batista Júnior, que integra a programação
“Maio dos Sertões”.
Luciano Huck participa do encontro “Fora da
Curva: Por Trás das Startups”, com mediação de
Pierre Moreau. Nesta quinta (30) , às 20h, na
Casa do Saber.
A cantora Titane faz curta temporada de seu
novo trabalho dedicado à obra de Elomar. Desta
quinta (30) até o dia 2 de junho, no Tusp.
com Bruna Narcizo, Bruno B. Soraggi E Victoria
Azevedo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/05/stf-deve-tirar-da-pauta-acao-
que-pedia-a-descriminalizacao-do-porte-de-
drogas.shtml
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Data: 30/05/2019
44
Grupo de Comunicação
WEG e Embraer fazem parceria para
aeronaves elétricas
A fabricante de motores elétricos WEG e a
Embraer acertaram uma parceria para
desenvolvimento de sistemas de propulsão
elétrica para aeronaves, com um primeiro voo de
demonstração previsto para 2020.
"A parceria, no âmbito de pesquisa e
desenvolvimento pré-competitivo, busca acelerar
o conhecimento das tecnologias necessárias ao
aumento da eficiência energética das aeronaves
a partir da utilização e integração de motores
elétricos em inovadores sistemas propulsivos",
afirmou a WEG em comunicado à imprensa, sem
citar valores envolvidos.
Após testes de tecnologias em laboratório, a
parceria vai usar no teste de voo uma aeronave
de pequeno porte monomotor, baseada no EMB-
203 Ipanema, "que realizará a avaliação primária
da tecnologia de eletrificação", afirmou a WEG.
Segundo o diretor superintendente da unidade de
automação da WEG, Manfred Peter Johann, o
motor a combustão da aeronave será retirado e
no lugar dele será instalado um sistema de motor
elétrico e inversor de potência da WEG. A bateria
do sistema será providenciada pela Embraer.
"A mobilidade elétrica é caminho sem volta no
mundo e queremos verificar se essas tecnologias
podem ser aplicadas na aviação", afirmou o
executivo, acrescentando que a WEG começou o
trabalho de desenvolvimento no início do ano
passado, depois que a companhia foi procurada
pela Embraer.
Johann afirmou que é improvável que a
tecnologia possa vir a substituir motores a
combustão em aviões que fazem voos
internacionais, mas o sistema eventualmente
poderá ser desenvolvido para equipar aeronaves
em trajetos mais curtos.
"É difícil afirmar neste momento [...]Temos um
conjunto de dificuldades a serem superadas.
Além do peso da bateria, tem a questão da
autonomia também", disse o executivo.
Questionado sobre que tipo de aplicações a
tecnologia poderá ter além da utilização no
Ipanema, Johann disse que com a parceria
"deverão vir novos projetos. Outros tipos de
aeronaves", após 2020.
No passado, a Embraer revelou seu conceito para
o projeto da Uber Technologies de lançar um
veículo voador elétrico para transporte urbano,
conhecido pela sigla eVTOL, até 2020.
O conceito da Embraer assemelha-se a um
helicóptero, mas no lugar de um único rotor no
topo e outro menor na cauda, a aeronave para
quatro passageiros e piloto tem dois conjuntos de
quatro pequenos rotores acima da cabine e um
rotor maior montado perpendicularmente na
cauda, para dar propulsão na horizontal.
Questionado sobre uma possível aplicação desse
desenvolvimento da WEG no projeto com a
Embraer, Johan preferiu não comentar.
Atualmente, a WEG desenvolve motores elétricos
para caminhões, tecnologia que está sendo
testada por veículos de entrega encomendados
pela cervejaria Ambev junto à Volkswagen
Caminhões e Ônibus no ano passado.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05
/weg-e-embraer-fazem-parceria-para-aeronaves-
eletricas.shtml
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Data: 30/05/2019
45
Grupo de Comunicação
Aliado de Maia apresenta projeto que pode
substituir MP do Saneamento
Bruno Santos/Folhapress
Com a possibilidade de a medida provisória (MP)
que cria um novo marco regulatório para o setor
de saneamento básico perder a validade, o
deputado Fernando Monteiro (PP-PE) apresentou
um projeto de lei sobre o assunto.
O projeto, no entanto, faz algumas alterações na
versão aprovada na comissão mista da MP, cujo
relator foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Monteiro permite que novos contratos entre
municípios e companhias estaduais de água e
esgoto sejam firmados e que os atuais sejam
renovados.
O texto de Jereissati impedia isso e substituía
esse modelo por contratos de concessão, que
exige licitação pública.
Com isso, foi desencadeado um movimento de
governadores e bancadas estaduais contra a MP
–uma das medidas consideradas prioritárias pelo
ministro Paulo Guedes (Economia).
Sem acordo na Câmara, a proposta pode perder
a validade na segunda-feira (3).
Diante do impasse para a aprovação da medida
provisória, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), afirmou, nesta quarta (29), que vai
chamar uma reunião para discutir um novo texto
sobre o tema, com base no projeto de lei de
Monteiro, aliado de Maia.
"Baseado nisso nos vamos trabalhar e tentar
construir uma solução que gere capacidade de
investimento, de investimento e competição no
setor. Hoje nós estamos num setor que vem da
ditadura e que já provou que não deu certo".
O encontro com líderes e deputados está previsto
para quinta (30). O objetivo de Maia é costurar
um acordo para votar o novo marco regulatório
para o setor na próxima semana.
Maia disse que esse é um tema com o qual "não
se deve perder energia com frases e disputas
políticas".
"A gente tem 75 milhões de brasileiros que não
têm rede de esgoto", afirmou.
No projeto de lei, Monteiro também prevê
critérios para a captação de recursos públicos por
empresas privadas concessionárias de serviços
de saneamento, água e esgoto.
O deputado acredita que a parceria entre o
estado e as empresas pode ser benéfica para o
desenvolvimento do setor, mas ele quer exigir
investimento com recursos próprios no mesmo
montante que for obtido com recursos públicos.
“Não é correto entregar esse serviço à iniciativa
privada sem qualquer contrapartida e permitir
que essas empresas, como se do poder público
fossem, tenham acesso indiscriminado a recursos
públicos para financiar suas obras e serviços”,
justifica o autor do projeto.
Monteiro incorporou ainda uma proposta do
Senado que trata sobre as questões dos crimes
ambientais que possuam relação com a temática
do saneamento.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05
/aliado-de-maia-apresenta-projeto-que-pode-
substituir-mp-do-saneamento.shtml
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Data: 30/05/2019
46
Grupo de Comunicação
Apesar de apelo de ruralistas, Davi diz que
não votará MP do Código Florestal
Rodrigo Capote/Folhapress
Um dia de derrota para os ambientalistas, a
quarta-feira (29) começou com um decreto do
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que
provocou alterações profundas no Conama
(Conselho Nacional do Meio Ambiente),
aumentando o poder do governo federal e
retirando entidades como o ICMBio, e terminou
com a votação na Câmara dos Deputados de uma
medida provisória que flexibiliza partes do Código
Florestal.
Uma reviravolta, porém, veio à noite após a
votação, quando o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), disse que não votará a
medida provisória 867. O texto, então, virou uma
queda de braço entre as duas Casas.
Em votação capitaneada pela bancada ruralista, a
Câmara aprovou por 243 a 19 votos a MP que, na
prática, amplia o período no qual o
desmatamento não precisa ser compensado ou
regenerado.
A bancada ruralista conseguiu manter no texto os
jabutis (jargão para artigos estranhos ao tema
original) mais polêmicos. Entre elas está uma
mudança no artigo 68 do código, que estabelece
um novo marco temporal para exigir a
restauração de área desmatada em diferentes
biomas.
Pelo Código Florestal de 2012, vigente hoje,
estavam desobrigados de promover a
recomposição da mata os proprietários que
tivessem desmatado antes de 1965, quando uma
lei estabeleceu percentuais de 50% de
preservação da Amazônia e 20% para as demais
vegetações do país.
Os ruralistas esticaram o prazo da desobrigação
tomando como base os anos em que os biomas
passaram a ser explicitamente citados na lei. No
caso do cerrado, o início da proteção será
considerado como 1989. Já no caso dos pampas
e do Pantanal, em 2000.
Segundo o Observatório do Código Florestal, a
aprovação da MP pode significar que 5 milhões
de hectares de vegetação nativa (duas vezes o
estado de Sergipe) deixem de ser recompostos,
compensados ou regenerados.
"Você que desmatou o cerrado até 1989 ou que
desmatou o Pantanal até 2000 está liberado. É
uma anistia sem cabimento, as próprias
indústrias agroexportadoras são contrárias . Isso
vai ter consequências internacionais", disse o
deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP),
presidente da Comissão de Meio Ambiente.
Luiz Cornacchioni, diretor da Abag (Associação
Brasileiro do Agronegócio), disse à Folha que
espera que o Senado não aprove as mudanças
pretendidas pela MP. "Está mais do que na hora
de implementar, não alterar o Código Florestal",
diz Cornacchioni, que se diz preocupado com a
sinalização para os mercados nacional e
internacional.
A MP também prorroga indefinidamente o prazo
de adesão de produtores ao Programa de
Regularização Ambiental, um programa de ações
de recuperação ambiental obrigatório instituído
no Código Florestal, e estabelece que o
proprietário deve aderir ao PRA apenas se este
for notificado pelo órgão responsável.
Agora, o texto segue para o Senado, onde não há
acordo para sua votação. Como a medida
provisória vale até segunda-feira (3), as
mudanças podem caducar.
"Independente de a votação na Câmara se
encerrar no dia de hoje, este presidente cumprirá
o acordo construído com vários líderes
partidários. Não faremos a votação da referida
medida provisória", disse Davi Alcolumbre em
plenário.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra
Coelho (MDB-PE), disse que o Palácio do Planalto
apresentará uma solução para o texto derrotado.
"O governo tem compromisso de editar uma
medida provisória ou um projeto de lei com
urgência respeitando o texto que saiu do plenário
da Câmara para que esta matéria possa ser
deliberada até o início do recesso legislativo [17
de julho]", afirmou.
Data: 30/05/2019
47
Grupo de Comunicação
Presidente da FPA (Frente Parlamentar da
Agropecuária), o deputado Alceu Moreira (MDB-
RS) foi até o Senado tentar convencer Davi a
mudar de ideia.
Não adiantou. O presidente do Senado disse que
havia feito acordo com líderes para votar na
quinta (30) outros dois textos, a MP 871 e 872,
que tratam de fraudes previdenciárias e de
ampliação de prazo de gratificação paga a
servidores cedidos à AGU (Advocacia-Geral da
União).
Senadores que já vinham incomodados com o
prazo apertado que tiveram para votar as MPs do
capital estrangeiro nas empresas aéreas e da
estruturação do governo evidenciaram a
disposição de não votar esta outra medida
provisória.
"Não será aceitável a Câmara concluir a votação
dessa medida provisória lá pelas 20h, 21h, 22h,
19h, que seja, ela vir para cá, e nós a
apreciamos na data de amanhã [quinta-feira],
quando ainda sequer está prevista uma sessão
deliberativa", protestou o líder da Minoria,
Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A líder do Cidadania, Eliziane Gama (MA), disse
que é preciso ter conhecimento do texto que
sairá da Câmara.
"E aí fazer uma avaliação se é mais importante
deixar ela caducar e evitar retrocessos na política
ambiental ou partir para uma aprovação", disse a
senadora.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
5/apesar-de-apelo-de-ruralistas-davi-diz-que-
nao-votara-mp-do-codigo-florestal.shtml
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Data: 30/05/2019
48
Grupo de Comunicação
Salles corta 77% de Conselho Ambiental,
retira ICMBio e fará sorteio de vagas
Phillippe Watanabe
A composição do Conama (Conselho Nacional do
Meio Ambiente) foi alterada pelo presidente Jair
Bolsonaro (PSL) e pelo ministro do Meio
Ambiente Ricardo Salles. O conselho, antes
composto por 96 integrantes —entre entidades
públicas e ONGs—, passa a ter 22 integrantes, e
o governo federal passa a ter mais força.
Isso porque o decreto, publicado nesta quarta
(29), aumenta a presença do poder federal no
conselho de 29% dos integrantes para 41%. Ao
mesmo tempo, a representação da sociedade
civil caiu de 22 assentos para 4. As entidades
civis serão escolhidas a partir de sorteios (antes
havia uma eleição para a escolha dos
representantes) e terão mandato de um ano —
hoje são dois.
O ICMBio (Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade) e ANA (Agência
Nacional de Águas) deixaram de integrar o
Conama.
O Proam (Instituto Brasileiro de Proteção
Ambiental) afirmou que enviará para Raquel
Dodge, Procuradora-Geral da República, uma
representação assinada por mais de 30 entidades
contra o decreto.
“Essa medida é para destruir a representação da
sociedade civil. Essa parece ser a intenção do
governo”, diz Carlos Bocuhy, presidente do
Proam, segundo o qual os mandatos curtos
podem impactar nas ações do conselho, que
também perde representação regional com a
diminuição dos assentos.
Também foram retirados do conselho
representações indígena, científica (que era
indicada pela SBPC, a Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência) e sanitária.
Paulo Martini, que representava a SBPC no
conselho, afirma que Salles não teria legitimidade
dentro do órgão frente às diversas vozes que o
compunham. “Ou você transforma o Conama em
um boneco, que não tenha significado nenhum,
ou você joga o jogo democrático onde essas
forças vivas [entidades governamentais,
empresas e ONGs] afloram. Pela maneira como o
ministro está levando, ele está indo pelo pior
caminho”, diz.
O Conama foi implantado em 1984 e tinha voz
importante na elaboração e implementação da
política ambiental brasileira, ajudando a definir
normas para licenciamento ambiental e controle
de poluição, por exemplo. Seu principal
articulador foi Paulo Nogueira Neto, criador da
política ambiental brasileira que morreu em
fevereiro deste ano.
Com as mudanças recentes, especialistas temem
pelo futuro do conselho. “A impressão é que
querem calar mesmo ou fazer um negócio chapa
branca”, diz Martini, que descarta possíveis
efeitos positivos na diminuição do número de
representantes. “Não vai ter mais a discussão, a
dialética. Estão transformando em uma máquina
decisória do governo.”
“A importância histórica do Conama na
construção de políticas públicas ambientais é
incomparável, é única”, diz Fabiola Zerbini,
coordenadora regional TFA (Tropical Forest
Alliance) para América Latina. “Grande parte do
reconhecimento internacional do Brasil quanto à
sua legislação ambiental de qualidade tem a ver
com o Conama.”
Segundo Zerbini, o conselho, devido a
participação e escuta de entidades de diversos
setores, é importante para formulação de normas
efetivas, de “lei que vai pegar”.
A advogada do TFA e o representante da SBPC
alertam para o papel do conselho de imbuir
ciência e tecnicidade em decisões políticas, o que
poderia também estar em risco com as mudanças
do decreto de Salles e de Bolsonaro.
“Tememos porque o resultado pode ser um
enfraquecimento da efetividade e da qualidade
do arcabouço jurídico ambiental e da sua
implementação”, diz Zerbini.
Data: 30/05/2019
49
Grupo de Comunicação
Nesta quarta, o PSOL entrou com um projeto de
decreto legislativo para sustar os efeitos da
decisão de Salles de reduzir o Conama. "Esse
decreto se insere num contexto de desmonte, por
parte do
governo Bolsonaro, das estruturas de fiscalização
que atuam em defesa do meio
ambiente", diz a projeto.
Possíveis mudanças na estrutura do Conama já
eram ventiladas há meses dentro da gestão
Salles. A relação do Conama com o governo
Bolsonaro começou de forma problemática desde
o primeiro encontro neste ano do órgão. Na
ocasião, o ministro Salles ignorou o regimento
interno do conselho e só permitiu que
participassem do encontro conselheiros titulares.
Os suplentes só podiam participar caso os
titulares estivessem ausentes. Um suplente
tentou entrar e foi agredido por seguranças.
Salles também marcou os assentos da reunião
com nomes, o que foi criticado por entidades e
apontado como uma tentativa de evitar
aproximação entre determinados participantes. O
ministro também ignorou pedidos de intervenção.
O principal articulador do Conama foi Paulo
Nogueira Neto, criador da política ambiental
brasileira que morreu em fevereiro deste ano e
cuja trajetória já foi elogiada por Salles.
Na cerimônia de inauguração do órgão, o
ministro do Interior, Mário Andreazza (1979-
1984), não conseguiu disfarçar sua surpresa
quando Nogueira Neto, ao discursar, afirmou
durante seu pronunciamento que o novo
conselho era o único em que o governo não tinha
maioria.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
5/salles-corta-77-de-conselho-ambiental-retira-
icmbio-e-fara-sorteio-de-vagas.shtml
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
ESTADÃO
Coluna do Broadcast
Neoenergia atualiza cifras do IPO na
próxima semana
A Neoenergia atualizará seu prospecto para
lançar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla
em inglês) na próxima semana, provavelmente
no dia 6 de junho, momento em que dará início
às apresentações aos investidores, os chamados
roadshows. A precificação da ação nessa oferta
está programada para o fim do próximo mês. O
valor de mercado da companhia a ser testado
será de R$ 18,4 bilhões, conforme a faixa
indicativa de preço que será atualizada no
documento. A operação marcará a saída do
Banco do Brasil do capital da empresa. Neste
ano, a bolsa brasileira foi palco de apenas um
IPO, o da varejista Centauro, que agora,
capitalizada, briga com a Magazine Luiza pelo
controle da Netshoes. Procurada, a Neoenergia
não comentou.
João Nogueira Batista assume o comando da
Evoltz Transmission, do TGP
Conselheiro da Odebrecht e da Braskem, João
Nogueira Batista assumiu a presidência da Evoltz
Transmission. Antiga Seville, a empresa reúne os
ativos operacionais de transmissão de energia da
espanhola Abengoa no Brasil que foram
adquiridos pelo fundo norte-americano Texas
Pacific Group. O executivo chegou na empresa há
quase dois anos, ocupando uma cadeira no
Conselho de Administração. Seu desafio é
preparar a companhia para o atual momento do
setor de transmissão, que passa por uma
consolidação. A ideia, ao menos até aqui, é que a
Evoltz seja compradora.
BNDES e ANP vão a Oslo para promover o
pré-sal
O presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Joaquim Levy, e o diretor-geral da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, estarão na
linha de frente da comissão brasileira que vai a
Oslo, na Noruega, na semana que vem, para
divulgar as oportunidades do pré-sal. Eles
participam da Nor-Shipping 2019, maior evento
global da indústria naval. Neste ano, o Brasil
chegará com 70 pessoas, a maior delegação já
levada ao país nórdico.
Só meu. Por conta da retomada dos
investimentos em petróleo e gás, o País
merecerá um painel próprio. “Os investidores
enxergam o Brasil neste momento como país de
grande potencial de expansão no mercado de
transporte marítimo e offshore, além do
desenvolvimento da indústria e gás”, diz Camila
Mendes Vianna, sócia do escritório Kincaid
Mendes Vianna, que participa de projetos
marítimos no Brasil.
Atvos acelera pedido de recuperação e
processo pode alcançar grupo em semanas
Mesmo com a falta de força da economia, três
shoppings serão abertos no Brasil dentro de uma
semana. A primeira inauguração ocorrerá hoje,
30, em São Paulo. O Parque da Cidade,
empreendimento na Marginal Pinheiros com 20
mil m² de área para lojistas, tem o equivalente a
cerca de 100 lojas, sendo que 85% já estão
ocupadas. O projeto do shopping foi desenvolvido
pela OR (antiga Odebrecht Realizações), mas
durante a crise acabou vendido para a Previ,
fundo de pensão dos funcionários do Banco do
Brasil.
Lá vem. A sequência de inaugurações no País
terá pela frente o shopping Só Marcas, em
Guarulhos, na Grande São Paulo, em 1º de junho
(área disponível para lojistas não divulgada); e o
Jockey Plaza, em Curitiba (de 60 mil m²), no dia
5 de junho. Com isso, o setor contabilizará um
total de cinco unidades abertas neste ano.
A fila anda. A Associação Brasileira de Shopping
Centers (Abrasce) previa um total de 15
inaugurações em 2019, mas elevou o
cronograma para 17, já que o bom desempenho
do varejo tem contribuído para o
desenvolvimento de outros projetos cuja
abertura seria só em 2020. No primeiro
trimestre, o setor registrou alta de 8,5% nas
vendas, patamar que surpreendeu positivamente
a associação, que projeta alta de 7,0% nas
vendas no acumulado do ano. (Circe Bonatelli)
https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-
do-broad/
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Data: 30/05/2019
51
Grupo de Comunicação
Projeto de lei deve ser votado para
substituir MP do saneamento
- Economia - Estadão
Mariana Haubert, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), vai insistir na tentativa de
construir um acordo entre líderes partidários e
deputados para que a Casa possa votar na
próxima semana um projeto de lei com novas
regras para o setor de saneamento básico no
País. “Vamos tentar construir um entendimento
para a próxima semana para votar esse projeto
que é urgente, muito importante”, disse.
Saneamento básico
A MP abre o setor para investimentos privados. Foto: Marcio
Fernandes/Estadão
De acordo com Maia, o deputado Fernando
Monteiro (PP-PE), apresentou seu parecer com
base no relatório apresentado pelo senador Tasso
Jereissati (PSDB-CE) na comissão especial que
analisou a Medida Provisória 868, sobre o mesmo
tema. Como não há mais tempo para votar essa
proposta, que perde validade no dia 3 de junho,
a solução deve vir por meio desse projeto de lei.
“Vamos tentar construir uma solução que gere
capacidade de investimento, financiamento e
competição para o setor. Hoje estamos em um
sistema que veio da ditadura e que já provou que
não deu certo”, disse.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel,
disse ser favorável a mudanças na legislação de
saneamento básico. Witzel esteve no Congresso
na quarta-feira, 29, e conversou com Maia sobre
o tema, reforma da Previdência e outras
propostas em tramitação na Câmara.
Witzel destacou que a Companhia Estadual de
Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) já
tem autorização legal para ser privatizada. “A
privatização da empresa é uma exigência para a
manutenção do regime de recuperação fiscal que
vivemos, sob pena de termos que pagar R$ 20
bilhões de imediato caso haja rompimento do
acordo. A privatização da Cedae é algo que terá
que ser levado adiante”, disse.
Para ele, o novo modelo, que estava previsto na
MP e deve ser retomado no projeto de lei, poderá
atrair investimentos. “O Brasil precisa de obras.
Com essa privatização, os investimentos em
saneamento serão gigantescos, especialmente
em municípios mais pobres. O Rio tem problemas
graves de saneamento, como tem o Brasil afora”,
disse.
O secretário de Fazenda e Planejamento de São
Paulo, Henrique Meirelles, disse que o texto do
projeto de lei atenderia as preocupações do
governo paulista. Para Meirelles, é importante
manter a liberdade dos Estados, tanto na decisão
de privatizar ou não as empresas, quanto na
garantia de que a empresa possam contratar o
serviço junto aos municípios diretamente.
Originalmente, a MP previa retirar das estatais o
direito de renovar contratos com prefeituras com
dispensa de licitação. O ponto tinha forte
resistência de governadores e foi retirado no
substitutivo de Jereissati. /
Colaborou Niviane Magalhães
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
projeto-de-lei-deve-ser-votado-para-substituir-
mp-do-saneamento,70002849066
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Data: 30/05/2019
52
Grupo de Comunicação
Senadores fecham acordo para não votar MP
que muda Código Florestal
- Sustentabilidade - Estadão
A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 29, Medida
Provisória que altera o Código Florestal e reduz a
obrigação de proprietários rurais recuperarem
áreas ambientais desmatadas. Os senadores,
porém, fecharam acordo para não votar a MP,
que perde a validade se não for aprovada até a
próxima segunda-feira, dia 3. Essa medida
provisória havia sido apresentada no fim de
2018, ainda na gestão de Michel Temer.
A MP prorroga até o dia 31 de dezembro de 2020
o prazo de adesão ao Programa de Regularização
Ambiental (PRA). Esse programa regulamenta a
adequação de áreas de proteção permanente
(APP) e de reserva legal de propriedades rurais à
legislação em vigor.
Originalmente, a MP previa apenas prorrogar,
para 31 de dezembro de 2019, o prazo para que
produtores se adequassem ao PRA, previsto no
Código Florestal, de 2012.
Desmatamento
Deputados aprovaram "jabuti" em MP que reduz
a necessidade de recompor áreas de reserva
legal em propriedades rurais Foto: Vinicius
Mendonça/Ibama
Mas, na Câmara, foi incluído um “jabuti” (item
adicionado ao projeto de lei sem ter ligação com
o tema principal da matéria). A emenda ao texto
liberaria proprietários rurais de recuperar parte
das áreas ambientais desmatadas ou
degradadas, possibilitando a eles acesso a
créditos públicos rurais. Com isso, seria dada
anistia do desmatamento de área equivalente a
duas vezes o Estado do Sergipe - cerca de 5
milhões de hectares.
A mudança feita na Câmara alteraria datas de
referência para a proteção de alguns biomas,
como Cerrado e Pantanal. O trecho inserido
permitia a produtores rurais que desmataram em
suas propriedades recalcular o total a ser
recuperado com base em porcentuais diferentes
dos estabelecidos pelo Código Florestal e apenas
sobre o que havia de vegetação nativa na época.
A oposição se queixou de que a mudança
alteraria o Código Florestal em uma MP que
tratava de outro assunto e considerou as
alterações uma anistia a desmatadores. Para
ambientalistas, a mudança poderia dificultar até
o cumprimento de metas do Brasil no Acordo de
Paris, tratado de 195 países contra o
aquecimento global.
Já os favoráveis à mudança disseram que ela dá
“segurança jurídica” aos produtores e pacifica
conflitos remanescentes.
Senado
O texto segue para o Senado, que promete
ignorar a MP. “Independentemente da votação da
Câmara se encerrar hoje (quarta), esta
Presidência cumprirá o acordo feito com vários
líderes partidários e não faremos a votação da
medida provisória”, anunciou no plenário o
presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O anúncio foi aplaudido pelos colegas.
A atitude de “enterrar” a MP ocorre após
senadores reclamarem do tempo curto em que
receberam medidas provisórias da Câmara.
A MP entrou em vigor em 26 de dezembro de
2018, mas precisaria passar pelo Congresso até
3 de junho para não “caducar” e perder a
validade.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,senadores-fecham-acordo-para-nao-votar-
mp-que-muda-codigo-florestal,70002848895
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53
Grupo de Comunicação
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Data: 30/05/2019
54
Grupo de Comunicação
Engie já movimentou US$ 3 bi para pagar
Petrobrás pela TAG
- Economia - Estadão
Reuters
Controlada pela francesa Engie, a Engie Brasil
Energia informou ao Supremo Tribunal Federal
(STF) já ter realizado operações financeiras
internacionais da ordem de US$ 3 bilhões para
pagar a Petrobrás pela compra do controle
acionário da Transportadora Associada de Gás
(TAG). A aquisição foi suspensa esta semana por
decisão liminar do ministro da corte, Edson
Fachin.
Na manifestação, a empresa argumenta que a
decisão do Supremo “cria uma situação de
extrema insegurança jurídica”, porque já havia
sido iniciada uma operação para confirmar o
negócio envolvendo volumes vultosos e
“significativamente” custosos.
O acordo com a Petrobrás foi fechado no mês
passado. O grupo Engie e o fundo de pensão
canadense CDPQ concordaram em pagar US$ 8,6
bilhões por 90% da TAG.
A Engie Brasil tenta reverter a liminar de Fachin,
que poderá ser confirmada ou derrubada em
julgamento do plenário do Supremo marcado
para hoje.
Em sua defesa, a Engie alega que participou de
uma concorrência pública com base na legislação
vigente e a operação já detinha autorização
expressa, a partir da Lei do Petróleo, para
ocorrer. Questiona ainda a exigência de ter de
participar de uma licitação pública, aventada em
decisão de Fachin.
Caso seja mantido o negócio, o grupo Engie terá
58,5% da TAG, sendo 29,25% da Engie Brasil
Energia, enquanto os canadenses do CDPQ terão
31,5%. A Petrobrás manterá 10% no capital da
empresa, que opera 4,5 mil quilômetros em
gasodutos.
“Na hipótese de paralisação do plano de
desinvestimentos, a Petrobrás certamente
assistirá à geometrização de seu endividamento,
colocando em risco sua subsistência empresarial
e, por tabela, a independência energética do
país”, escreveu a empresa na petição.
“Trata-se de uma aquisição de US$ 8,6 bilhões,
amplamente noticiada nos principais veículos de
comunicação do Brasil e que gerou uma grande e
positiva expectativa nos investidores e em todo o
mercado financeiro, seja em relação à
recuperação das finanças da Petrobrás, seja na
perspectiva de abertura da economia brasileira a
grandes investidores internacionais, como é o
caso da peticionária Engie.”
Uma eventual decisão do STF pela suspensão de
vendas de ativos seria uma ducha fria não só
para a estatal, mas também para planos do
governo brasileiro de abrir os mercados de gás
natural e refino, disse uma fonte com
conhecimento do assunto.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,e
ngie-ja-movimentou-us-3-bi-para-pagar-
petrobras-pela-tag,70002849151
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Data: 30/05/2019
55
Grupo de Comunicação
STF deve ter placar apertado em decisão
sobre privatizações
- Economia - Estadão
Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A perspectiva dentro do Supremo
Tribunal Federal (STF) é de um placar apertado
no julgamento marcado para esta quinta-feira,
30, sobre a necessidade de aval do Poder
Legislativo para realização de privatizações.
Segundo o Broadcast Político apurou, a tendência
da Corte é de fazer “ajustes” na decisão do
ministro Ricardo Lewandowski, que em junho do
ano passado determinou que a venda de ações
de empresas públicas, sociedades de economia
mista ou de suas subsidiárias ou controladas
exige prévia autorização legislativa, sempre que
se trate de alienar o controle acionário.
STF
Plenário do Supremo deve discutir nesta quinta-
feira, 30, venda de subsidiária da Petrobrás.
Foto: Rosinei Coutinho/STF - 23
Integrantes do STF, no entanto, não arriscam
prever um placar para o julgamento, já que o
resultado de discussões sobre “pautas
econômicas” (envolvendo questões fiscais e
tributárias, por exemplo) costuma ser mais
imprevisível. Nesses casos, os ministros tendem
a decidir caso a caso, ao contrário, por exemplo,
de questões levantadas no âmbito da Operação
Lava Jato, em que a posição de cada um sobre as
investigações é considerada mais clara e
definida.
Na sessão desta quinta-feira, os ministros
também deverão discutir decisão do ministro
Edson Fachin que suspendeu a venda de 90% da
Transportadora Associada de Gás (TAG),
subsidiária da Petrobrás, por US$ 8,6 bilhões.
O argumento de Fachin, que acolheu pedido feito
pelos sindicatos dos petroleiros e de
trabalhadores de refinarias, é que a venda dos
ativos precisa passar por um processo de
licitação. A decisão representou um revés no
plano de venda de ativos da Petrobrás, que tenta
melhorar seu caixa.
Maratona de audiências
Na véspera do julgamento desses dois processos,
o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem feito
uma maratona de audiências com integrantes da
Corte. Na manhã desta quarta-feira, 29, ele se
reuniu com a ministra Cármen Lúcia. À tarde, no
intervalo da sessão plenária, deve conversar com
Luís Roberto Barroso e às 18h30, com Rosa
Weber. No caso da audiência com Rosa, a pauta
“oficial” é a identidade digital nacional.
A avaliação no Supremo é que o julgamento
sobre privatizações deverá pacificar a questão e
garantir maior segurança jurídica ao ambiente de
negócios no País.
Pacto por reformas
O julgamento sobre privatizações ocorrerá na
mesma semana em que o presidente do STF,
ministro Dias Toffoli, se reuniu com o presidente
Jair Bolsonaro e os presidentes da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), para tratar de um "pacto
por reformas".
O plano de Bolsonaro é lançar esse acordo de
cavalheiros no próximo dia 10 de junho, em uma
cerimônia em grande estilo, no Palácio do
Planalto, para mostrar que um freio de
arrumação, patrocinado pelo Executivo, virou a
página da crise entre os poderes.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,s
tf-deve-ter-placar-apertado-em-decisao-sobre-
privatizacoes,70002848516
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Data: 30/05/2019
56
Grupo de Comunicação
Celso Ming: O país das balas de prata
- Economia - Estadão
Um dia espalhou-se a crença, ou apenas jeito de
dizer, de que lobisomens, vampiros,
assombrações e monstros dessa ordem seriam
definitivamente eliminados com um tiro certeiro
de bala de prata.
Logo se viu que não existem tais monstros nem
balas de prata. A expressão ficou para dar a
entender que não existem soluções simples para
problemas complexos. Ou, então, que
determinados problemas têm de ser enfrentados
sem vacilação, sob pena de mergulho imediato
no caos ou no fim do mundo.
Bala de prata
O Brasil tem uma longa história de eleições de
problemas de vida ou de morte e de soluções
radicais Foto: Marcos Müller/Estadão
O Brasil tem uma longa história de eleições de
problemas de vida ou de morte e de soluções
radicais. Talvez o mais antigo tenha acontecido
no século 19, quando o naturalista francês
Auguste de Saint-Hilaire se impressionou com a
devastação provocada pela saúva e proclamou:
“Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba
com o Brasil”. De lá para cá, apesar do formicida
Tatu e das iscas de exterminação que vieram
depois, nem o Brasil acabou com a saúva nem a
saúva acabou com o Brasil.
Mas teve Ruy Barbosa no início do século 20,
para quem tudo se resolveria se fosse sancionado
um único artigo de lei, revogadas as disposições
em contrário: “Todo o brasileiro está obrigado a
ter vergonha na cara”.
E então vieram os economistas. Logo eles
passaram a dizer que o grande problema do
Brasil era o latifúndio improdutivo e que, por
isso, seria preciso reforma agrária radical já para
acabar com todas as mazelas. Também houve o
tempo em que tudo se resolveria quando o Brasil
tivesse indústria e quando controlasse o petróleo.
Veio a indústria e, quando esta se desenvolveu,
no resto do mundo e também no Brasil, o setor
predominante da economia passou a ser o de
serviços. “O petróleo é nosso” ajudou, mas não
resolveu.
Nos anos 60, os economistas mais identificados
com o progresso ensinavam que a inflação era o
efeito colateral inevitável do processo de
desenvolvimento. Nos anos 70, no regime
militar, o avanço passou a depender da chegada
de capitais e, assim, a estratégia de
desenvolvimento baseou-se no aumento da
dívida externa. Deu no que deu, na baita crise do
endividamento. A cada disparada da inflação, o
governo da hora inventava um plano infalível,
como o congelamento artificial de preços, o corte
de zeros da moeda velha e a criação de uma
nova.
A história econômica do Brasil vem convivendo
com recomendações infalíveis. Por muitos anos,
os empresários brasileiros vinham identificando o
câmbio atrasado ou os juros escorchantes como
a explicação definitiva para todos os males do
setor. Agora, muitos elegeram o trabalho
informal como vilão maior.
De umas semanas para cá, foram inúmeros os
economistas e políticos que saíram a advertir que
nem a reforma da Previdência, nem a ainda
longínqua estabilização fiscal, nem a também
distante modernização do ensino seriam a bala
de prata que garantiria o fim da estagnação em
que está atolada a economia.
O maior erro desses diagnósticos e dos
procedimentos recomendados está na falta de
visão abrangente. O desempenho de um avião
não depende apenas da perícia do piloto, nem só
das turbinas, das asas, da fuselagem ou da
excelência do trem de pouso. Depende de que
tudo funcione como planejado.
Não bastará uma boa reforma da Previdência,
nem apenas a derrubada do custo Brasil, nem
melhorar o sistema de ensino para resgatar a
economia. Todo o avião tem de funcionar. Mas,
no dia a dia, as pessoas querem balas de prata.
Confira
» Abaixo dos R$ 4
Há duas semanas, o “câmbio a 4” virou sinal de
desalento. Mas bastou que lá em Brasília os
chefões da política se mobilizassem para um
“ensaio de pacto” para que o nervosismo
baixasse de patamar. Nesta quarta-feira, as
cotações do dólar no câmbio interno resvalaram
para os R$ 3,97. No entanto, ensaio de pacto não
é nem pacto nem garantia de que os políticos se
mobilizem para aprovar as reformas. Por isso, as
cotações continuam sujeitas às marés. Para o
final do ano, o mercado prevê o dólar a R$ 3,80.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o
-pais-das-balas-de-prata,70002848727
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Data: 30/05/2019
57
Grupo de Comunicação
Maia cede a ambientalistas e cria comissão
para analisar PL do Licenciamento
- Sustentabilidade - Estadão
André Borges, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo
Maia, decidiu atender ao pleito das organizações
ambientais e abriu espaço para discussões sobre
o projeto da Lei Geral do Licenciamento
Ambiental, que tramita na Casa. Nesta quarta-
feira, 29, Maia aprovou a criação da Comissão
Especial que vai estudar e apresentar propostas
para a “construção de um equilíbrio entre setores
produtivos e ambientalistas” sobre o projeto de
lei (PL). A comissão será formada por 34
membros.
Na prática, a criação da comissão significa a
realização de dezenas de audiências públicas
para discutir o assunto e chegar a um texto final
que vá à votação do plenário.
Maia cede a ambientalistas e cria comissão para
analisar PL do Licenciamento
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia Foto: Dida
Sampaio/Estadão
A Lei Geral do Licenciamento Ambiental, da
forma como está hoje, altera profundamente o
processo de emissão dessas autorizações no País,
extinguindo a necessidade de licenças para boa
parte das atividades agropecuárias e
empreendimentos de infraestrutura. Apoiado
pelos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura e
Infraestrutura, o projeto foi elaborado pela
Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e setores
da indústria e é relatado pelo deputado Kim
Kataguiri (DEM-SP).
Kim tinha a intenção de submeter o texto
diretamente ao plenário da Câmara, sem passar
por discussões em duas comissões. Os
ambientalistas pressionaram e conseguiram
ganhar mais tempo com a criação dessa
comissão. A partir de agora, as instituições
poderão ser ouvidas durante audiências públicas
que serão realizadas pela comissão especial.
Para o consultor jurídico do Instituto
Socioambiental, Maurício Guetta, “foi uma
decisão acertada” do presidente da Câmara. “O
licenciamento ambiental, principal instrumento
da política nacional do meio ambiente para a
prevenção de danos e desastres, constitui tema
técnico, complexo e relevante para todos os
setores da sociedade. Esperamos que, a partir de
agora, especialistas de todo o País possam ser
ouvidos em amplo debate nacional, para que, ao
final, tenhamos uma lei equilibrada”, declarou.
A criação da comissão também agradou o
coordenador de políticas públicas do Greenpeace,
Marcio Astrini. O licenciamento ambiental é um
dos temas mais importantes para o País, visto os
recentes desastres em Brumadinho e Mariana.
Precisamos de uma lei baseada no conhecimento
de quem estuda o tema e da sociedade, e não
um texto feito pelos interesses de gabinetes de
Brasília. Espero que o relator ouça os
especialistas que realmente entendem do
assunto”, disse.
Kim tem caminhado pelo Congresso com
panfletos na mão, destacando mudanças que
pretende fazer na regulação atual. Ao Estado, ele
disse que seu objetivo é alcançar um “equilíbrio
entre o setor produtivo e os ambientalistas, para
que o licenciamento ambiental deixe de ser uma
mera burocracia, um fator que atrapalha, para
ser parte do planejamento estratégico do
empreendimento e auxilie no desenvolvimento”
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,maia-cede-a-ambientalistas-e-cria-
comissao-para-analisar-pl-do-
licenciamento,70002849240
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Data: 30/05/2019
58
Grupo de Comunicação
Diretor de entidade rural vai chefiar
secretaria nacional de florestas
- Sustentabilidade - Estadão
BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, vai indicar o diretor e tesoureiro da
Sociedade Rural Brasileira Joaquim Pereira Leite
para cuidar das florestas do País. A recém-criada
Secretaria de Florestas e Desenvolvimento
Sustentável da pasta será comandada pelo
produtor rural.
Segundo Salles disse ao Estado, Leite “tem muita
experiência na parte de manejo florestal”, além
de “obtenção de recursos para financiamento de
atividades de agroextrativistas e créditos de
carbono”.
Ricardo Salles
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente Foto:
Nilton Fukuda/ ESTADÃO
Enxugamento
O governo enxugou a estrutura do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), principal
órgão federal responsável por cuidar das políticas
do setor. A mudança, antecipada pela coluna
Direto da Fonte na terça-feira, 28, cortou mais de
70 postos do conselho.
O conselho, que até agora tinha 96 integrantes,
englobando membros de ministérios,
organizações socioambientais e entidades de
classe, foi reduzido a pouco mais de 20
membros. Os postos mantidos centralizam poder
nas mãos do ministério e demais ministérios as
decisões, como Economia, Infraestrutura e
Agricultura. O Ibama segue no Conama, mas
órgãos como o Instituto Chico Mendes e Agência
Nacional de Águas estão fora, além de
organizações socioambientais e trabalhistas.
Segundo o governo, o objetivo das mudanças é
“modernizar o órgão”. Para Carlos Rittl,
secretário-executivo do Observatório do Clima,
contudo, trata-se de um esvaziamento do
conselho. “A realidade é que a mudança põe nas
mãos do governo um poder enorme. Tirando os
membros do governo federal, representantes de
governos estaduais e da sociedade civil serão
definidos de forma aleatória, por sorteio."
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,diretor-de-entidade-rural-vai-chefiar-
secretaria-nacional-de-florestas,70002849235
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Data: 30/05/2019
59
Grupo de Comunicação
Câmara aprova texto-base de MP que altera
Código Florestal
BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou a
prorrogação, até 31 de dezembro de 2020, do
prazo de adesão ao Programa de Regularização
Ambiental (PRA). Com forte movimentação da
bancada ruralista, os parlamentares incluiram um
“jabuti” na votação da Medida Provisória
867/2018 que possibilitou a anistia do
desmatamento de uma área equivalente a duas
vezes o Estado de Sergipe, cerca de cinco
milhões de hectares quadrados. Foram 243 votos
favoráveis e 19 contrários.
A decisão libera proprietários rurais de recuperar
áreas ambientais desmatadas ou degradadas
permitindo a eles acesso a créditos públicos
rurais. O projeto de lei de conversão, que teve
origem no relatório apresentado pelo deputado
Sérgio Souza (MDB-PR) sobre a MP, ainda será
votado no Plenário do Senado. A vigência da MP
expira em 3 de junho.
O PRA regulamenta a adequação de áreas de
proteção permanente (APP) e de reserva legal de
propriedades rurais à legislação em vigor. A
medida provisória virou a “barca” para a bancada
do boi no Congresso incluir propostas que
alteram as regras do Código Florestal. Das 35
emendas apresentadas, ao menos 30 tratam de
questões não relacionadas diretamente à MP
867/2018 e alteram código.
A oposição alegou que as mudanças feitas
modificaram o Código Florestal, com a introdução
de temas alheios à matéria, o que levou a análise
de destaques que foram derrubados no Plenário.
O projeto de lei de conversão alterou ainda os
marcos temporais de conservação dos biomas
brasileiros, o que gerou críticas da oposição.
O presidente da Frente Parlamentar
Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS),
defendeu no plenário o projeto de lei de
conversão, e disse que, ao alterar o texto da MP,
“o relator teve a sabedoria de pacificar conflitos
que ainda existem e geram insegurança jurídica”.
O texto aprovado estabelece que a inscrição do
imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR) é
condição obrigatória para que propriedades e
posses rurais possam aderir aos PRAs, a serem
implantados pela União, estados e Distrito
Federal. Caso os programas não estejam
implementados até dezembro de 2020, a adesão
deverá ser feita junto a órgão federal, na forma
de regulamento.
Reflorestamento
O projeto de lei também dispensa de
recomposição de vegetação nativa de quase 5
milhoes de hectares. Uma das emendas
aprovadas nesta quarta, com 252 votos
favoráveis e 79 contrários, reduz a necessidade
de produtores recomporem vegetação em áreas
de reserva legal de propriedades rurais. O texto
altera o artigo 68 do Código, que obrigava
proprietários a se adequar à área de vegetação
original e às regras de 1965.
Pelo Código Florestal de 2012, o marco temporal
continuava como o previsto na lei ambiental
anterior. A emenda aprovada, no entanto, trouxe
esse marco para 1989, aos produtores do
Cerrado, e para 2000 para agricultores da
Caatinga, Pampa e Pantanal. A emenda foi
destacada do projeto de lei de conversão da
Medida Provisória 867, de 2018, que muda o
Código Florestal de 2012. Houve duas abstenções
e 34 parlamentares estiveram em obstrução.
Deputados contrários à votação consideraram um
"prêmio" e uma "anistia" a quem tem
propriedades com áreas desmatadas. Se o
resultado da votação for confirmado, eles não
serão obrigados a reflorestar a área. Já os
parlamentares favoráveis refutaram a avaliação
de que e emenda anistia produtores, e
consideraram a proposta um "marco temporal"
que dará "segurança jurídica" aos produtores.
A emenda foi anexada ao projeto de lei de
conversão oriundo da MP, que previa
originalmente apenas a prorrogação, para 31 de
dezembro de 2019, do prazo para que produtores
se adequassem ao Programa de Regularização
Ambiental (PRA), previsto no Código. A proposta
será encaminhada ao Senado, que tem até o
próximo dia 3 como o prazo máximo para
aprová-la ou rejeitá-la.
O projeto de lei de conversão define ainda que,
nas formas de vegetação nativa
predominantemente não florestais, tais como os
Campos Gerais, os Campos de Altitude e os
Campos Nativos, bem como nos biomas
Pantanal, Pampa e Caatinga, tradicionalmente
explorados por diversos sistemas pecuários, o
pastejo animal e o manejo estarão permitidos no
conjunto da área dos imóveis, consideradas como
áreas consolidadas.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,camara-aprova-reducao-de-exigencias-
para-reflorestamento-no-campo,70002848679
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Data: 30/05/2019
60
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Avião elétrico une a WEG e a Embraer Por Stella Fontes | De São Paulo
Dois grandes nomes brasileiros da inovação no
setor industrial, a fabricante de máquinas e
equipamentos WEG e a Embraer, de aeronaves,
deram um primeiro passo conjunto rumo ao
avião elétrico. No início da tarde de ontem, em
São José dos Campos (SP), representantes das
duas companhias assinaram um acordo de
cooperação científica e tecnológica para
desenvolver motores elétricos aeronáuticos. O
primeiro voo de teste de um monomotor movido
100% a eletricidade, de curta duração, pode
acontecer em 2020, ou já no fim deste ano, a
depender do ritmo de evolução dos trabalhos.
"Ainda estamos na fase de pesquisas. Projetando
para o futuro, o novo produto ainda depende de
vários outros projetos. Mas, para voos curtos, a
realidade talvez não esteja tão longe", disse ao
Valor o vice-presidente executivo de Engenharia
e Tecnologia da Embraer, Daniel Moczydlower.
Entre os grandes desafios da indústria
aeronáutica global está justamente a
sustentabilidade, e o uso de biocombustíveis e o
desenvolvimento de uma nova geração
tecnológica de sistemas de propulsão atendem a
essa demanda.
Há experimentos ao redor do mundo para
eletrificação também das aeronaves, a exemplo
do que já ocorre na indústria automotiva, mas
ainda não existe solução comercial disponível. O
peso da bateria, parcialmente compensado pela
maior eficiência dos motores elétricos, é um dos
obstáculos que precisam ser contornados.
Foi a Embraer que procurou a WEG, no fim de
2017, para mostrar um projeto de pesquisa em
aviação. A empresa catarinense tem anos de
tradição em propulsão elétrica e já desenvolveu
motores para trens, navios, ônibus e caminhões.
Com a Volks Caminhões e Ônibus (VWCO),
estabeleceu uma parceria para desenvolver o
primeiro híbrido Volksbus e-Flex projetado no
Brasil. As conversas com a Embraer começaram
no início do ano seguinte e culminaram na
assinatura de ontem. "É uma parceria quase que
natural se olharmos o DNA das duas empresas,
que dominam o ciclo de desenvolvimento de
produtos inovadores", afirmou Moczydlower.
Segundo o diretor superintendente da WEG
Automação, Manfred Peter Johann, o acordo de
cooperação pode, potencialmente, abrir um novo
mercado para a companhia no futuro. Antes
disso, porém, trará um "ganho tecnológico muito
grande", elevando a empresa a um novo patamar
em termos de motores elétricos. "Nossa
tecnologia de 'powertrain' nos habilitou ao
projeto", afirmou.
Por enquanto, a parceria não tem viés comercial
e está focada em pesquisas e desenvolvimento
pré-competitivo. A proposta é unir a experiência
da WEG em motores elétricos e da Embraer em
aeronáutica, acelerando o ganho de
conhecimento. Em nota, porém, as companhias
reconhecem que o avanço nas pesquisas pode
gerar oportunidades de novas configurações
aeronáuticas no futuro, além do desenvolvimento
de novos segmentos de mercado.
As pesquisas já estão sendo conduzidas por
equipes de cada companhia, em Jaraguá do Sul
(SC) e São José, e cada uma arcará com os
custos relacionados ao desenvolvimento de
protótipos. O maior investimento neste
momento, explicou Johann, diz respeito às horas
de engenharia, montagem do protótipo e
ensaios. Na etapa final do acordo, após os testes
em laboratório, as equipes trabalharão juntas em
um mesmo ambiente, para montar o avião
elétrico.
A plataforma escolhida foi a do monomotor EMB-
203 Ipanema, usado para pulverizar defensivos
agrícolas e cujas missões típicas duram cerca de
uma hora. Para dar lugar à bateria elétrica, parte
da carga do monomotor será retirada. "Esse é o
primeiro passo para voar uma plataforma 100%
elétrica. Depois vai se introduzindo mais
complexidade", disse o executivo da Embraer.
A Embraer trabalha na separação do ativos de
aviação comercial, como parte de um acordo
bilionário com a Boeing, que serão transferidos
para a Boeing Brasil - Comercial, na qual terá
participação de 20%. Vão ter também uma joint
venture na área de Defesa, que será controlada
pela brasileira.
https://www.valor.com.br/empresas/6282265/av
iao-eletrico-une-weg-e-embraer
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Data: 30/05/2019
61
Grupo de Comunicação
Grupo Odebrecht pede recuperação para
Atvos
Por Graziella Valenti e Talita Moreira | De São
Paulo
A companhia de açúcar e álcool Atvos, controlada
pela Odebrecht, entrou com pedido de
recuperação judicial ontem na 1ª Vara de
Falências de São Paulo. A empresa tem dívidas
de R$ 15 bilhões, sendo R$ 3 bilhões com
empresas do próprio grupo. O pedido foi
deferido. A iniciativa coloca pressão sobre o
grupo e aumenta o risco de que medida
semelhante tenha que ser adotada para a holding
do conglomerado, a ODB.
Parte das dívidas da Atvos tem avais concedidos
pela ODB. Caso os credores decidam executá-los,
a holding não terá outro caminho a não ser
recorrer à Justiça para pedir proteção. A holding
tem dívida bruta de R$ 80 bilhões, excluídos os
compromissos da petroquímica Braskem. Com os
bancos nacionais, os débitos somam R$ 40
bilhões.
Assessores da ODB continuam em busca de
negociação para as controladas por meio de
acordos privados.
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Data: 30/05/2019
62
Grupo de Comunicação
Austrália aposta em bateria de água para
transição energética
Por Jamie Smyth | Financial Times, de Nova
Gales do Sul
Foram necessários 100 mil trabalhadores da
construção civil e 25 anos para perfurar as
Montanhas Nevadas e construir o maior projeto
hidrelétrico da Austrália. A rede liga 9 usinas
elétricas e 16 barragens por meio de 145
quilômetros de túneis e dutos, fornecendo a
energia e a água para irrigação que ajudaram a
transformar a economia da Austrália desde que
entrou em operação, em 1974.
Agora, quase 50 anos depois, o novo governo
eleito da Austrália coloca a estatal Snowy Hydro,
operadora dessa rede, na vanguarda de outra
transição energética. Pretende expandir as
instalações e transformá-las em uma espécie de
"bateria de água", que vai ajudar a manter as
luzes ligadas enquanto o país faz a transição de
uma rede de eletricidade baseada nos
combustíveis fósseis a uma alimentada por
fontes de energia renováveis.
"Estamos apostando toda a empresa nisso", diz o
executivo-chefe da Snowy Hydro, Paul Broad,
que persuadiu o governo federal em Camberra a
apoiar a expansão, estimada em mais de 5
bilhões de dólares australianos (US$ 3,5 bilhões),
desconcertando os críticos do plano, já que o
projeto havia sido descartado há apenas dez
anos por ser considerado demasiado caro e
arriscado. "Não se pode ter [fontes] renováveis
sem armazenamento confiável, e a melhor forma
de armazenamento é a água."
O armazenamento de água por bombeamento,
que é feito por meio de usinas hidrelétricas
reversíveis, é uma tecnologia secular,
responsável por cerca de 95% dos estoques de
energia no mundo relacionados a sistemas de
redes de eletricidade. Vale-se da energia barata
ou excedente disponível em períodos fora do pico
para bombear água a reservatórios elevados, de
onde ela pode ser liberada para gerar eletricidade
quando a demanda e os preços são maiores.
Projeta-se um enorme aumento na necessidade
de armazenar energia diante do maior uso das
fontes renováveis - e, embora haja muita
badalação em torno das baterias de lítio,
acredita-se que as usinas hidrelétricas reversíveis
continuarão sendo a espinha dorsal da revolução
das fontes renováveis.
Os defensores argumentam que a tecnologia
representa uma solução do século 20 para um
problema do século 21: uma maneira de
preencher as lacunas de fontes intermitentes,
como o vento e o sol, e fornecer eletricidade a
qualquer momento. Os que apoiam o projeto de
expansão, que foi chamado Snowy 2.0 e tem
conclusão prevista para 2025, acham que o
empreendimento vai se tornar uma vitrine para a
tecnologia e encorajar outros países a iniciar a
transição para uma rede elétrica com 100% de
energia renovável.
Snowy 2.0 é a peça central da política energética
da Austrália, mas partidos de oposição, empresas
e grupos ambientais dizem que o plano é
incoerente. A coalizão de governo conservadora,
liderada pelo premiê Scott Morrison, é forte
defensora do carvão, que ainda gera 60% da
eletricidade do país e foi seu maior produto de
exportação em 2018, gerando divisas de 69
bilhões de dólares australianos.
A matriz energética do país, porém, está
mudando, graças a investimentos de 31 bilhões
de dólares australianos em fontes renováveis,
impulsionados pela queda nos preços e pelo
restabelecimento da meta de energia limpa
fixada pelo governo anterior, trabalhista.
Pouco mais de 20% da eletricidade da Austrália é
gerada hoje por fontes renováveis. Nos últimos
dois anos, o país instalou uma capacidade de
geração eólica e solar cinco vezes maior que
EUA, China ou União Europeia em termos per
capita. Essa mudança do carvão, uma fonte
confiável e facilmente transportável, para as
energias solar e eólica, que são intermitentes,
somada à deficiência nas redes de transmissão e
no armazenamento de energia, tornou o sistema
elétrico australiano vulnerável.
Um apagão em todo o Estado da Austrália
Meridional, em 2017, e interrupções no Estado de
Victoria em janeiro mostraram como o sistema
elétrico do país ficou exposto aos picos de
Data: 30/05/2019
63
Grupo de Comunicação
demanda, em meio a questionamentos sobre a
confiabilidade de usinas solares e eólicas sob más
condições de tempo.
Alguns parlamentares da coalizão de governo
pressionavam pela construção de uma nova usina
a carvão para estabilizar o sistema, mas há
pouco apoio para um projeto tão controverso,
dada a necessidade de reduzir as emissões.
Diante do dilema político, a coalizão recorreu à
Snowy Hydro para criar uma capacidade de
armazenamento de água suficiente para
melhorar a resistência da rede nos momentos em
que o sol não brilha e o vento não sopra.
"A Austrália é um dos primeiros países a
caminhar para um sistema de energia renovável
baseado no sol e no vento, portanto, de certa
forma somos os desbravadores mundiais para a
transição rumo a um futuro solar e eólico",
afirma Andrew Blakers, professor de engenharia
na Australian National University. "A Snowy
Hydro é importante porque, se não criarmos mais
armazenamento de energia, então o sistema de
eletricidade vai ter sérios problemas em meados
da década de 2020."
O chão começa a tremer e um alto barulho
obriga as pessoas a colocar tampões nos ouvidos
quando Guy Boardman liga um dos seis
geradores da usina Tumut 3, da Snowy Hydro.
Sob o piso, milhares de metros cúbicos de água
jorram pelos dutos que vão até um reservatório
no topo de uma montanha próxima, fazendo as
turbinas girarem e gerar eletricidade. A energia
pode ser enviada para a rede em questão de
segundos.
Desde que o projeto de expansão Snowy 2.0 foi
anunciado pelo governo, funcionários da estação
estão atarefados com demonstrações a políticos e
jornalistas, entre outros, de como a usina
hidrelétrica reversível já existente ajuda a
iluminar a capital Camberra, que fica a cerca de
duas horas de carro. O plano agora é construir
uma capacidade adicional de geração de 2 mil
megawatts e quadruplicar a capacidade de
armazenamento - que seria suficiente para
alimentar 500 mil residências continuamente por
cerca de uma semana. Essa expansão, que
envolve a construção de uma usina subterrânea e
27 quilômetros de túneis, vai tornar o projeto
uma das maiores instalações de armazenagem
por bombeamento do mundo.
"A atratividade da hidrelétrica é que é uma fonte
de energia renovável disponível sob demanda.
Então, quando o mercado precisa de eletricidade,
simplesmente usamos a água que temos em
nosso reservatório de cima para impulsionar as
turbinas nesta usina, fornecendo eletricidade ao
mercado", diz Boardman, gerente da área na
Snowy Hydro. "Quando temos todas as seis
unidades bombeando [água para cima], há água
suficiente para encher uma piscina olímpica a
cada dois segundos."
Esses números grandiosos não são suficientes
para impressionar alguns críticos, que
consideram o megaprojeto estatal arriscado e
também alertam para o risco de a expansão tirar
espaço de projetos de bombeamento que teriam
mais eficiência em termos de custo. Outros
dizem que tecnologias concorrentes, como as
fazendas de baterias de íon de lítio e o
armazenamento de energia térmica solar, além
de aumentos nos investimentos em redes de
transmissão, poderiam representar uma solução
com custos melhores.
"O Snowy 2.0 deverá dominar o mercado de
armazenamento, o que o coloca em incrível
posição de força para uma empresa estatal", diz
Tony Wood, especialista em energia na Grattan
Institution, um centro de estudos independente,
em Melbourne.
"Também é um grande risco para os
contribuintes", acrescenta, citando as
dificuldades técnicas para escavar túneis e a
possibilidade de que governos futuros não sejam
tão defensores das fontes renováveis - o que iria
limitar a demanda futura por armazenamento.
Nos anos 60 e 70, o armazenamento por
bombeamento era normalmente usado por
concessionárias estatais juntamente com usinas
nucleares e a carvão, capazes de fornecer
eletricidade a baixo custo, fora dos horários do
pico, para bombear a água para cima nas
montanhas durante à noite. Essa água é depois
usada em períodos de alta demanda. Com mais
empresas enviando energia solar e eólica para
rede nacional, a tecnologia das hidrelétricas
Data: 30/05/2019
64
Grupo de Comunicação
reversíveis está desfrutando de um renascimento
como forma de estabilização dos sistemas de
eletricidade.
A China está investido muito nessa tecnologia.
Construiu uma capacidade de armazenamento de
15 mil MW, cerca de 10% do total mundial, nos
últimos dez anos. A previsão é que construa 50
mil dos 78 mil MW da capacidade de
armazenamento por bombeamento a ser
instalada no mundo nos próximos dez anos,
segundo a Associação Internacional de
Hidroeletricidade (IHA, na sigla em inglês).
Espanha e EUA estão construindo novas usinas
hidrelétricas reversíveis para ampliar sua
capacidade de armazenamento. Os investimentos
nos países ocidentais, contudo, são mais lentos.
Os defensores das hidrelétricas dizem que
levantar dinheiro para projetos é uma tarefa mais
complexa, porque a necessidade de capital
antecipado é alta, os tempos de construção são
longos e há grande dificuldade de prever as
receitas futuras, especialmente em mercados de
energia livre.
A IHA alertou para o fato de que alguns países
não estão dando incentivos apropriados para o
armazenamento por bombeamento e correm o
risco de ficar atrasados em uma solução limpa
para integrar mais energia renovável à rede. "No
momento, há uma corrida para reduzir custos em
termos de preço da eletricidade, na qual a solar e
a eólica tendem a ser as mais baratas", diz
Richard Taylor, executivo-chefe da IHA. "Isso age
como uma barreira para o bombeamento e pode
tornar as redes nacionais instáveis."
No Reino Unido, que passa por uma grande
transição energética, os investimentos em
hidrelétricas reversíveis continuam baixos em
razão da falta de contratos de longo prazo e
porque o marco regulatório não dá um valor
adequado aos serviços de estabilização da rede
decorrentes do armazenamento por
bombeamento. Em abril, o ILI Group, que
planeja um projeto de 500 milhões de libras (US$
651 milhões) no Lago Ness, juntou-se a outras
operadoras hidrelétricas para defender uma
remodelação das regras do mercado de forma
que as ajudem a atrair mais financiamento.
Snowy 2.0 é a peça central da política energética
da Austrália para abandonar a energia suja do
carvão
"Antes da liberalização do mercado no Reino
Unido, você tinha um planejamento mais central
e havia investimentos em armazenamento por
bombeamento, mas desde o fim dos anos 80 não
foram construídas novas instalações", diz Karen
Turner, professora do Centro pela Reforma
Energética, da Strathclyde University, que
defende um maior uso da tecnologia na matriz
energética do país.
A Austrália é palco de uma batalha de dez anos
sobre as políticas energéticas e de combate à
mudança climática, e estima-se que a oposição
às energias renováveis custou o emprego de pelo
menos três premiês. O governo vai bancar 1,36
bilhão dos 5,1 bilhões de dólares australianos do
custo do projeto da Snowy Hydro. A empresa
tem classificação de risco de crédito de "BBB+",
o que deve lhe permitir captar o resto do dinheiro
a taxas de juros inferiores a 5%.
"Não estamos fazendo isso porque somos
fanáticos pelas fontes renováveis", diz Broad, da
Snowy Hydro. "Estamos fazendo porque faz
sentido econômico, a lógica econômica é
convincente [...]. Você precisa ter
armazenamento disponível ou terá muitos
apagões."
"A Snowy é a solução para isso", acrescenta.
O empreendimento é apenas um entre quase
uma dúzia de projetos de bombeamento em
busca de capital. O número de projetos similares
ainda em fase de estudo na Austrália é muito
maior.
A Snowy Hydro informa que seus custos de
armazenamento em termos de megawatt por
hora são até 60 vezes mais baratos do que os da
maior fazenda de baterias de íon de lítio do
mundo, que a Tesla ajudou a construir na
Austrália Meridional depois dos apagões de 2017.
Broad acrescenta que a fazenda no Estado
australiano tem capacidade de armazenamento
de uma hora e costuma ser ligada apenas alguns
minutos de cada vez, enquanto a Snowy 2.0
pode cobrir toda uma semana e ser usada em
apagões mais duradouros.
Data: 30/05/2019
65
Grupo de Comunicação
"Isso não quer dizer que as baterias não têm seu
lugar. Mas elas têm outros problemas, já que
precisam ser substituídas. Nossos túneis duram
para sempre", afirma Broad.
As baterias de íon de lítio, por outro lado, podem
entrar em operação em questão de
milissegundos e são ideais para evitar blecautes
como o de 2017. Seu custo também vem
diminuindo rapidamente, segundo David Leitch,
consultor na ITK Services Australia, uma firma de
análises do setor.
A AGL Energy, maior empresa privada de energia
da Austrália, planeja construir dois projetos de
bombeamento, em Nova Gales do Sul e na
Austrália Meridional, mas não há prazo para o
início dos trabalhos por receio de que a expansão
proposta da Snowy Hydro possa roubar espaço
dos concorrentes. Brett Redman, executivo-chefe
da AGL, diz que a tecnologia poderia ajudar a
transição para as fontes renováveis, mas alerta
que é fundamental haver um maior grau de
certeza para encorajar mais investimentos e
reduzir os custos.
"Embora eu não esteja convencido da lógica
econômica, o apoio governamental ao Snowy 2.0
pode ajudar a dar a partida em uma maior
transformação, caso seja feita de uma forma
altamente previsível e não seja parte de uma
onda de envolvimento governamental que possa
afugentar o tão necessário capital."
O maior problema para a Snowy Hydro, diz
Leitch, é se vai haver demanda suficiente para a
vasta capacidade de armazenamento que a
expansão vai adicionar à rede.
"A Snowy vai manter as luzes acesas, mas pode
se tornar um elefante branco comercial sem
nunca reaver seu custo de capital", diz. "É mais
cara do que alguns rivais de bombeamento e vai
ter parte de seu bolo comido pelas baterias de
íon de lítio." (Tradução de Sabino Ahumada)
https://www.valor.com.br/internacional/6282349
/australia-aposta-em-bateria-de-agua-para-
transicao-energetica
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Uso maior de renováveis exige
armazenamento de energia
Por Financial Times
Para as luzes continuarem acesas em meio à
transição dos combustíveis fósseis para fontes
renováveis será necessária uma combinação de
tecnologias térmicas solares, baterias de íon de
lítio, hidrelétricas reversíveis e gestão da
demanda (quando os consumidores aceitam não
usar energia em horas de pico), segundo
especialistas.
As baterias de íon de lítio vêm ficando mais
baratas, graças aos avanços na tecnologia.
Podem ser usadas rapidamente - a construção da
grande fazenda de baterias da Tesla em
Jamestown, na Austrália Meridional, levou cem
dias - e fornecem energia e outros serviços de
estabilização da rede em questão de
milissegundos. A firma de consultoria Aurecon
calcula que as baterias na Austrália Meridional
geraram uma economia de 40 milhões de dólares
australianos no mercado atacadista de energia
em seu primeiro ano de operação, ao intensificar
a concorrência.
Mas as baterias precisam ser substituídas, pois
duram de 14 a 18 anos, e são mais adequadas
como soluções de armazenamento de curto
prazo, por segundos, minutos ou poucas horas.
Em contraste, as usinas hidrelétricas reversíveis
oferecem capacidade maior de armazenamento
por períodos muito mais longos, normalmente de
até 70 anos.
"Não se trata de um caso de baterias versus
hidrelétricas reversíveis - são tecnologias
complementares", diz Paul Gleeson, especialista
em energia na Aurecon.
À medida que mais energia renovável for
adicionada à rede, será necessário usar mais a
grande capacidade oferecida pela tecnologia do
armazenamento de água por bombeamento, feita
pelas hidrelétricas reversíveis.
Também é essencial tornar a rede mais
resistente. Um dos problemas da Snowy Hydro é
a falta de uma rede de transmissão de alta
voltagem suficiente para levar a eletricidade às
partes da rede de energia que precisam. Para
que a "bateria de água" da Snowy Hydro seja
eficiente, será necessário um investimento
adicional de 2 bilhões de dólares australianos na
rede, custo que provavelmente será pago pelos
consumidores.
https://www.valor.com.br/internacional/6282351
/uso-maior-de-renovaveis-exige-
armazenamento-de-energia
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
TCU manda cortar desconto em tarifa de
energia
Por Rafael Bitencourt | De Brasília
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou
ontem o fim de descontos nas contas de luz para
agricultores e serviços de saneamento a partir de
2020. A Corte entendeu que esses subsídios
extrapolam a política tarifária do setor, que
deveria criar incentivos como o desenvolvimento
de novas fontes de energia e a universalização do
serviço de eletricidade.
"Na prática, essa extrapolação vem fazendo com
que os consumidores de energia elétrica sejam
onerados cada vez mais ao longo do tempo",
disse o ministro do TCU Aroldo Cedraz, relator do
processo. Ele destacou que o custo total dos
subsídios bancados pelo setor é próximo de R$
20 bilhões, o que representa 9,5% da tarifa.
O tribunal indicou que os subsídios suspensos
custam mais de R$ 4 bilhões por ano.
"Lamentavelmente, estamos num país em que
não existe o mínimo respeito por quem paga a
conta", comentou Cedraz no plenário.
A decisão dos ministros pode colocar o governo
em novo embate com os ruralistas. Em abril
deste ano, Bolsonaro publicou decreto para
garantir a volta do acúmulo de descontos ao
agricultor que está em mais de uma modalidade
de subsídio. Foi alterado outro decreto, do fim do
ano passado, que estabeleceu a redução
gradativa dos subsídios aos agricultores, até a
extinção em cinco anos.
Agora, o TCU contraria o interesse de todas as
classes de agricultores beneficiadas pelos
descontos - sejam os que obtêm o benefício nas
atividades de irrigação e aquicultura, instalados
em áreas rurais, sejam os que apenas detêm o
registro de produtor rural.
"Existe uma situação latente de conflito entre
grandes grupos econômicos beneficiados,
sobretudo no setor agropecuário, e os
consumidores de energia, que pagam essa
conta", afirmou o ministro do TCU Walton Alencar
Rodrigues, autor do voto revisor.
O governo pode recorrer contra o fim dos
subsídios, o que garante efeito suspensivo da
decisão de ontem até novo julgamento do mérito
pelo plenário do TCU. A proibição deve ser
cumprida pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), que aprova os descontos.
Os ministros do TCU analisaram informações da
auditoria no orçamento da Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE). Para o
tribunal, uma parte dos subsídios foi considerada
ilegal, e outra, inconstitucional.
Além de suspender os descontos, o tribunal deu
prazo de 120 dias para o governo justificar a
manutenção de subsídios sociais. É o caso da
Tarifa Social, oferecida à população de baixa
renda.
https://www.valor.com.br/brasil/6282305/tcu-
manda-cortar-desconto-em-tarifa-de-energia
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Senado deixará caducar MP 867, que altera
o Código Florestal
Por Renan Truffi, Raphael Di Cunto e Vandson
Lima | De Brasília
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-
AP) anunciou ontem que irá deixar expirar a
Medida Provisória (MP) 867, que estende prazo
para adesão ao Programa de Regularização
Ambiental (PRA). Se mantiver essa decisão, a MP
vai cair e perder seus efeitos. A proposta traz
uma série de alterações no Código Florestal e é
de grande interesse da bancada ruralista, que
ontem ficou seis horas no plenário da Câmara
para aprovar a proposta.
A decisão de Alcolumbre expõe insatisfação do
Senado em ser uma "casa carimbadora". Os
senadores reclamam que a Câmara encaminha as
MPs nos últimos dias da tramitação, impedindo
que senadores possam fazer alterações no texto.
"Independente se a Câmara concluir a votação ou
não a votação, vou cumprir minha palavra com
os senadores e esta MP não será votada pelo
Senado", disse Alcolumbre no plenário.
Para acalmar os ruralistas, o líder do governo no
Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE),
anunciou ontem que o governo Bolsonaro editará
uma nova medida provisória ou projeto de lei
com o mesmo conteúdo da MP. A rejeição a votar
a MP 867 é a primeira reação ostensiva do
presidente do Senado contra o expediente
adotado pela Câmara.
O prazo apertado já havia sido fruto de
reclamação na MP que reorganizou a estrutura do
governo. Senadores queriam votar a favor da
mudança do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) para o Ministério da Justiça,
sob o comando do ministro Sergio Moro, mas
foram pressionados pelo governo a fazer o
contrário para evitar que a MP caducasse. O
assunto teve forte apelo nas redes sociais e na
manifestação de domingo.
Na prática, a decisão de Alcolumbre derrubou
toda a articulação da bancada ruralista. Os
parlamentares haviam conseguido aprovar o
texto da MP após forte obstrução de partidos de
oposição. Deputados ligados à causa ambiental
acusam o grupo de mexer no texto para dar
"anistia a desmatadores". Já os parlamentares da
Frente Parlamentar Agropecuária (FPA)
argumentam que a ideia é garantir "segurança
jurídica" ao agronegócio.
A proposta original da MP, editada pelo
Executivo, propunha apenas um artigo, que
estendia para 31 de dezembro deste ano o prazo
final para a adesão ao PRA. A polêmica começou
quando o parecer do deputado Sergio Souza (PP-
PR), que é vice-presidente da bancada ruralista,
incluiu pontos de flexibilização quanto às regras
para a recomposição de vegetação. O relatório do
deputado causou grande reação negativa do
Ministério Público e de oito ex-ministros do Meio
Ambiente. Eles apontaram "ataques ao Código
Florestal".
Um dos pontos que gera controvérsia é um artigo
que prevê novos marcos temporais para cada
tipo de bioma (Cerrado, Amazônia, Pantanal) no
que se refere aos desmatamentos legais. Autor
de um voto em separado na comissão, o
deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) defendeu
que este artigo visa "instituir o que seria a maior
anistia a crimes ambientais da história da
legislação ambiental brasileira".
Apesar do movimento feito pelo Senado,
Alcolumbre afirmou que manterá a votação das
Medidas Provisórias 871, de combate a fraudes
no INSS, e 872, que amplia prazo de gratificação
paga a servidores cedidos à AGU. Ele garantiu
que as duas serão votadas simbolicamente pelo
Senado hoje, caso a Câmara concluísse as
votações ontem.
Na parte mais polêmica da MP antifraudes, o
governo fechou ontem um acordo com o Centrão,
sindicatos e parte da oposição para que o
cadastro do Ministério da Economia sobre quem
tem direito a aposentadoria rural especial só
entre em vigor a partir de janeiro de 2023, e não
mais a partir de 2020, como previsto
originalmente. Pelo acordo aceito pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag), os sindicatos continuarão a
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Grupo de Comunicação
perder o poder de atestar quem é segurado rural
especial, condição que permite se aposentar sem
fazer contribuições à Previdência. Esse era o
grande objetivo do governo para controlar os
gastos previdenciários. O texto-base foi aprovado
perto de 21h30. Os destaques ainda eram
votados no fechamento desta edição.
https://www.valor.com.br/politica/6282273/sena
do-deixara-caducar-mp-867-que-altera-o-codigo-
florestal
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Data: 30/05/2019
70
Grupo de Comunicação
Passa Lei das Agências Reguladoras
Por Vandson Lima | De Brasília
O Senado aprovou ontem o projeto da Lei das
Agências Reguladoras. A Casa rejeitou, contudo,
mudança que havia sido feita na Câmara dos
Deputados e barrou o retorno de indicações
políticas para o comando de empresas estatais e
que também liberava essas indicações para as
agências. O texto final segue agora para sanção
presidencial.
O projeto prevê a exigência de programas de
integridade nas agências reguladoras, destinados
à prevenção de atos de corrupção. "Essa
modalidade de compliance já é realidade em
diversas empresas privadas, de modo que nada
mais adequado do que estendê-lo para a
Administração Pública. Há iniciativas no Poder
Executivo federal para implementação desses
programas em seus órgãos e entidades, mas a
previsão legislativa dará mais estabilidade para o
programa", anotou em seu parecer o senador
Márcio Bittar (MDB-AC).
O texto também procurou dar autonomia
orçamentária para o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade), bem como estender
ao órgão normas da lei como prestação de
contas, controle social, planos estratégico e de
gestão. "O Cade desempenha atividade essencial
para a garantia da concorrência e da livre
iniciativa atuando, de alguma forma, na
regulação do mercado, assim como fazem as
agências reguladoras", apontou o relator.
Fica proibida, pela proposta, a recondução aos
cargos de dirigentes de agências reguladoras, à
exceção daqueles que ainda não tenham sido
reconduzidos e já se encontram no exercício dos
cargos.
A Lei das Agências cria ainda, por fim, regras de
quarentena, impedindo que pessoas que tenham
no último ano mantido participação direta em
empresas que explorem qualquer das atividades
reguladas pela respectiva agência. Ficam
impedidos acionistas ou sócios; administradores,
gerentes ou membros de Conselho Fiscal; e
empregados, ainda que com contrato de trabalho
suspenso.
Também não poderá assumir diretoria de agência
reguladora quem tenha atuado, nos últimos 36
meses, em cargos de decisão em partidos
políticos ou em trabalhos vinculado à organização
e realização de campanha eleitoral.
Mais cedo, o Senado avançou na discussão sobre
o decreto que flexibiliza o porte de armas no
país, editado pelo presidente Jair Bolsonaro. O
senador Marcos do Val (Cidadania-ES)
apresentou, na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), seu parecer, em que rejeitou
quatro decretos legislativos de senadores para
sustar os efeitos do decreto presidencial.
Na justificativa, Do Val alegou, entre outros
pontos, que "a maioria do povo brasileiro é a
favor da liberdade para se adquirir armas" e que
a nova regulamentação "foi uma das bandeiras
políticas do Presidente da República, eleito com
quase 60 milhões de votos".
Instrutor de segurança pública, o senador
defendeu que "a sociedade vive amedrontada,
pois, mesmo dentro de casa ou no local de
trabalho, todos estão à mercê de assaltantes,
estupradores e assassinos. O decreto, portanto,
empodera o cidadão de bem". A questão será
decidida na CCJ na semana que vem. Além do
parecer de Marco Do Val, será avaliado um voto
em separado do senador Veneziano Vital do Rêgo
(PSB-PB), favorável à sustação do decreto de
Bolsonaro.
https://www.valor.com.br/politica/6282277/pass
a-lei-das-agencias-reguladoras
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Novo projeto sobre saneamento contraria
governo
Por Daniel Rittner | De Brasília
Poucas horas após o naufrágio da medida
provisória com mudanças no modelo de
exploração do saneamento básico, que não teve
acordo para ser votada nesta semana, o
deputado Fernando Monteiro (PP-PE) protocolou
anteontem à noite um novo projeto de lei para
servir de base à continuidade das discussões
sobre o assunto. A MP 868 perderá validade na
segunda-feira.
O texto de Monteiro, no entanto, deixa de fora a
principal inovação da MP: o fim dos contratos de
programa (assinados por municípios com
companhias estaduais de água e esgoto) e sua
substituição por contratos de concessão (com
exigência de licitação pública e abertura de
concorrência à iniciativa privada).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
convocou reunião em sua residência oficial para a
manhã de hoje, com lideranças partidárias, para
acertar um cronograma de tramitação.
Sua ideia, a princípio, é aprovar urgência para o
PL 3.189/2019 na terça-feira e levar a proposta
para deliberação final do plenário já na semana
seguinte.
Não houve acordo para a votação da MP, mas
Maia quer manter a urgência nas discussões.
Monteiro vê essa possibilidade como factível.
"Quinze dias é muito tempo na política. Com o
texto zerado, a redação pode ficar bem mais
redonda", afirmou ao Valor.
O autor do projeto aproveitou quase na íntegra o
relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)
sobre a MP, mas retirou justamente o trecho que
causava controvérsias com os Estados. "Minha
preocupação é preservar quem mais precisa de
saneamento. A MP, como veio [originalmente],
poderia prejudicar o semiárido nordestino.
Empresário não vai para onde não dá dinheiro."
A crítica de muitos governadores e companhias
estaduais era que o setor privado se interessaria
apenas pelos municípios mais rentáveis,
deixando aqueles que dão prejuízo para as
estatais. Para remediar esse risco, Tasso e o
governo introduziram a figura dos "blocos de
municípios". Os Estados poderiam definir pacotes
com localidades superavitária e deficitárias na
mesma licitação.
Com esse artigo retirado, fica mais difícil a
privatização das companhias de saneamento, já
que prefeituras podem celebrar novos contratos
sem licitação com as estatais de seus Estados.
"Vamos deixar isso com o relator", disse
Monteiro, que não tratou do tema no PL. Ele
acrescentou pequenas modificações, como de
uma proposta do senador José Serra (PSDB-SP)
que gera corresponsabilidade de donos de
imóveis pela inadimplência nas tarifas de água e
esgoto quando o inquilino não pagar.
Outro ponto incluído pelo deputado, aliado de
Maia, é a obrigatoriedade de que, para cada real
de recursos públicos (como FGTS) em obras de
saneamento, a concessionária responsável aporte
o mesmo montante em recursos próprios.
O Valor apurou que o texto de Monteiro
desagradou o Palácio do Planalto. A intenção do
governo é dobrar a aposta no relatório de Tasso
ou, no máximo, negociar uma emenda que vinha
sendo costurada com governos estaduais.
Essa emenda prevê a possibilidade de uma única
prorrogação dos atuais contratos de programa,
pelo tempo necessário à universalização dos
serviços e com metas fixadas pela Agência
Nacional de Águas (ANA), mas impondo uma
condição relevante.
A prorrogação só poderia ser feita mediante
subconcessão dos serviços pelas companhias
estaduais de saneamento ou o estabelecimento
de parcerias público-privadas (PPPs). Assim, na
prática, as estatais continuariam existindo, mas
delegando a responsabilidade por novos
investimentos à iniciativa privada.
Os ministérios da Economia e do
Desenvolvimento Regional fizeram essa proposta
à Aesbe, na semana passada, mas ela foi
rejeitada por conta do prazo (três anos) para a
assinatura das subconcessões ou PPPs. Em
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Grupo de Comunicação
conversas nos últimos dias, o governo ofereceu
prazo de até seis anos.
Com isso, segundo fontes, 12 dos 27
governadores estariam apoiando a MP 868 ou um
projeto que tenha o mesmo teor dela.
https://www.valor.com.br/politica/6282285/novo
-projeto-sobre-saneamento-contraria-governo
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Grupo de Comunicação
Resistência a mudanças é entrave à tecnologia Por Letícia Arcoverde | De São Paulo
Resistência a mudanças, falta de habilidades
comportamentais, dificuldade para integrar
sistemas e treinamentos insuficientes são as
principais barreiras para equipes se adaptarem a
novas tecnologias, na avaliação de altos
executivos brasileiros. Os dados são de
levantamento da empresa de recrutamento
Robert Half, que consultou mais de seis mil CEOs
e diretores de tecnologia e finanças de 13
mercados, entre eles 500 executivos que atuam
no Brasil.
Embora os brasileiros se mostrem mais otimistas
com os resultados obtidos após a adoção de
novas tecnologias no trabalho, a resistência à
mudança foi citada por mais executivos como um
entrave no país (42%) do que na média global
(32%). "O brasileiro é um entusiasta com a
tecnologia de forma geral", diz Caio Arnaes,
gerente sênior de recrutamento da Robert Half.
Para ele, no entanto, é natural que mudanças no
ambiente de trabalho sejam encaradas como
uma ameaça.
Para 38% dos entrevistados, a falta de
habilidades comportamentais também atrapalha
os processos de mudança. A dificuldade de
integrar sistemas diferentes é uma barreira na
opinião de 34%, mesmo número que cita a falta
de treinamento. Já 27% destacam a pouca
proficiência em tecnologia entre os funcionários.
"Isso preocupa. É preciso ter mais pessoas
treinadas, seja com treinamento fornecido pela
própria empresa ou com o profissional
financiando seu desenvolvimento."
No Brasil, 64% dos executivos dizem que vão
treinar equipes para garantir que a tecnologia
possa ser usada de forma eficiente na empresa,
52% planejam usar consultores e 46% preveem
a contratação de novos profissionais. A maioria
dos executivos no país afirma que o orçamento
de treinamento com foco em novas tecnologias
aumentou na comparação com dois anos atrás.
Os brasileiros esperam, contudo, desafios
maiores tanto para treinar funcionários quanto
para contratar na comparação com todos os
outros países.
Na experiência de Arnaes, as empresas ainda
costumam dar treinamentos pontuais sobre o
funcionamento de novos sistemas, e oferecem
poucas atualizações mais amplas que ajudem na
preparação para a entrada de novas tecnologias
no mercado como um todo. Para o consultor,
profissionais precisam ir atrás dessas
experiências por conta própria. "É preciso
abraçar a mudança e enxergá-la como uma
oportunidade de desenvolvimento", diz.
https://www.valor.com.br/carreira/6282247/resis
tencia-mudancas-e-entrave-tecnologia
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Gerenciar risco não é administrar incertezas
Por Betania Tanure
É exponencial o aumento da complexidade do
mundo dos negócios, não se tem dúvida sobre
isso. Mudanças radicais têm ocorrido e uma delas
relaciona-se à gestão de riscos vis-à-vis à gestão
de incertezas. Essa é uma discussão que tenho
tido com um colega, professor do Insead, Joe
Santos. Os executivos foram treinados ao longo
da sua vida para gerenciar riscos, e não para
administrar incertezas.
Um dos aspectos da gestão de riscos, que tem na
sua base competências racionais, lógicas, quase
matemáticas em alguns casos, é a objetividade
na análise de variáveis bem conhecidas e
distintas: a financeira, a operacional, a
trabalhista, a reputacional, entre outras. E no
mundo atual essas duas últimas exigem uma
competência adicional: a percepção de que as
mudanças sociais devem ser bastante
consideradas.
Hoje não se consegue mais prever o futuro com
base no passado, as variáveis não são mais tão
conhecidas como antes. Saímos do campo
objetivo do negócio e vamos para o campo mais
subjetivo da gestão, inclusive de pessoas e
equipes, da cultura, da capacidade de manter a
estabilidade emocional ao lidar com a
instabilidade natural que as incertezas trazem.
Aqui há um desafio para os executivos, pois o
olhar agudo que desenvolveram ao longo dos
anos para a dinâmica dos negócios não é dirigido
com a mesma intensidade para seus aspectos
soft. Seu olhar, aliás, se distancia desses
aspectos. Nossas pesquisas revelam que, entre
os presidentes das 100 maiores empresas
brasileiras, 96% têm formação que privilegia
aspectos hard e desenvolveram no decorrer de
sua carreira um modelo mental voltado para isso.
Eles gerenciam riscos, tomam decisões
estratégicas, fazem controles rigorosos e
necessários, administram com competência
extraordinária a dinâmica econômico-financeira,
não raramente têm foco na produção.
Alguns têm uma experiência mais robusta na
centralidade do cliente, e são bem poucos
aqueles com a necessária competência em
aspectos ditos soft - a propósito, diga-se de
passagem que nessa mesma lógica se
enquadram os conselhos de administração.
É muito bacana quando, por razões intuitivas ou
não, um presidente decide abraçar um projeto de
gestão, de cultura, de desenvolvimento da
liderança como base para dar um salto
qualitativo na dinâmica do negócio e, portanto,
nos resultados. Somos testemunhas de alguns
presidentes que, com um trabalho como esse, se
tornam ao longo do tempo executivos mais
completos.
Por suas competências hard, sua inteligência, seu
conhecimento, eles têm o respeito dos
colaboradores. Ao desenvolver as competências
soft e integrá-las à citada objetividade, porém,
eles atraíram também a admiração e o apoio,
verdadeiros, desses colaboradores. Esses
presidentes se encantam com o impacto
extraordinário- até então meio desconhecido,
apesar de presente na fala de todos - que
jornadas como as de gestão da cultura têm sobre
o resultado do negócio.
Esse impacto é, na verdade, minimizado por
muitas empresas, e é interessante compreender
os motivos. Eles vão além da formação dos
executivos, que tem seu viés. Como contribuição
para esse entendimento, vou citar apenas um
exemplo, revelado em nossas pesquisas: os
presidentes afirmam que, em uma fusão ou
aquisição, as questões de integração são
resolvidas, em média, em sete meses, enquanto
a estrutura de liderança diz que, nessas
operações, o pico dos problemas culturais ocorre
aos seis meses.
Esse contraste de opiniões ocorre entre
presidentes e lideranças que trabalham nas
mesmas empresas. Vale observar que o período
de cerca de seis meses, ou um pouco menos, ou
um pouco mais, dependendo do tamanho da
aquisição e de suas características, é o tempo
médio para que as cadeiras sejam definidas, os
principais processos estejam em integração (não
Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
completa), a relação com os clientes seja
coordenada e as sinergias comecem. Esse é o
radar da maioria dos presidentes. E eles já estão
à procura de outro desafio estratégico...
Ainda no cenário das fusões, outro aspecto,
presente inclusive na grande aquisição, merece
ser citado: a verdadeira dinâmica não é tratada
com transparência em boa parte das empresas. É
comum que problemas sejam minimizados.
Chega-se, por exemplo, a levar apenas as boas
notícias para o chefe. Como a maioria quer sair
bem na foto, as informações para o topo são
"filtradas": acredite.
Se você faz parte dos 96%, ou mais, que focam
o lado racional, tem uma bela oportunidade de
desenvolver as competências soft e de praticá-las
de modo integrado, ampliando a sua
competência em gerenciar incertezas: ainda está
em tempo!
Betania Tanure é doutora, professora e
consultora da BTA
https://www.valor.com.br/carreira/6282231/gere
nciar-risco-nao-e-administrar-incertezas
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Data: 30/05/2019
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Grupo de Comunicação
Direito à água e cultura
Por Thiago Acca
Tratar de certos temas pela ótica jurídica por
vezes pode soar, no mínimo, suspeito ou mesmo
sem sentido. Isso provavelmente ocorre quando
se pretende abordar a água como um direito.
Afinal, se este é um bem essencial para a nossa
própria sobrevivência, não seria evidente a
imprescindibilidade de usufruirmos dele e,
portanto, torná-lo um direito seria como se
criássemos um direito a respirarmos, ou seja,
completamente desnecessário?
Essa primeira impressão facilmente ruirá diante
de um problema que se mostra, de fato,
extremamente complexo em detrimento da sua
aparente singeleza. Afinal, o diabo mora nos
detalhes.
Primeiro ponto a ser elucidado: as regras
jurídicas estabelecem claramente um direito à
água ou é preciso um grande esforço
interpretativo para chegar a tal conclusão? Se,
por um lado, a Constituição não garante
expressamente a água como direito fundamental,
por outro, não se faz necessário o
desenvolvimento de um elevado ônus
argumentativo para defender essa posição.
As regras jurídicas estabelecem claramente
direito à água ou é preciso grande esforço
interpretativo para chegar a tal conclusão?
Isso porque, o próprio texto constitucional incluiu
em seu art. 6º a alimentação como um direito
fundamental. Valendo-se de outras regras, como
o art. 4º, I da Lei 11.346/2006, contata-se que a
água é compreendida como um meio para trazer
segurança alimentar e nutricional.
Além disso, a Resolução 64/292 da ONU,
aprovada em 2010 por 122 votos e nenhum
contra, reconheceu a água como um direito
humano que se mostra inclusive essencial para o
gozo de todos os outros direitos humanos.
Mesmo antes de tal resolução o Comitê dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais havia
adotado, em 2003, o Comentário Geral nº 15 que
ao interpretar o respectivo Pacto Internacional
entendeu que o direito à água é um pré-requisito
para a realização de outros direitos humanos.
Nesse sentido, não por acaso, a ONU ao adotar
em 2015 os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) incluiu como um dos 17
objetivos "assegurar a disponibilidade e gestão
sustentável da água e saneamento para todas e
todos".
Segundo ponto a ser elucidado: o que água e
cultura podem ter em comum? Essa é, sem
dúvida, uma intersecção que ocorre claramente
nos documentos internacionais elaborados pela
ONU. O já citado Comentário Geral nº 15
entende que o direito à água não deve ser
interpretado de forma restritiva como, por
exemplo, simplesmente referindo-se à
quantidade mínima necessária para cada pessoa
ou família.
De acordo com o comentário a água deve ser
tratada não primeiramente como um bem
econômico, mas sim como um bem social e
cultural. Ademais, o comentário estipula como
um dos aspectos do direito à água a sua
aceitabilidade. Tal critério dependerá de aspectos
mais culturais do que físicos ou químicos, pois
ainda que a água seja considerada potável ela
deve ser aceitável em gosto, odor e coloração
para cada pessoa. O que sugere a possibilidade
de cada grupo cultural possuir critérios de
aceitabilidade diferentes.
Nesse contexto, destaca-se a relação das
comunidades indígenas com a água. De acordo
com o "Fact Sheet" nº 35 da ONU sobre direito à
água este bem desempenha um papel essencial
no cotidiano dos diferentes povos indígenas
exercendo um papel central nas suas instituições,
cultura e tradições. É, portanto, um elemento
que pode ser crucial para a manutenção do modo
de vida dessas comunidades.
Imaginemos uma comunidade indígena que
esteja localizada à beira de um rio. É muito
provável que tal localização esteja vinculada a
sua visão de mundo. Dessa forma, a relação com
o rio é dada não apenas para pesca, mas
Data: 30/05/2019
77
Grupo de Comunicação
também para a transmissão de determinados
conhecimentos como ensinar as crianças a nadar
ou até, eventualmente, a contos e lendas
gerados pelo convívio diário com o rio.
Suponhamos também que esse mesmo rio, por
qualquer motivo, fique poluído. Não bastará para
a reparação de tal direito fornecer água potável
para essa suposta comunidade indígena. É
preciso mais. É imprescindível reestabelecer sua
relação com as águas do rio.
Também é preciso considerar que alguns povos
indígenas, entre outros grupos, conforme o "UN
World Water Development Report" 2019 têm
apresentado muitos obstáculos para obter acesso
à água potável e saneamento básico somando-se
a isso o fato de que não se vê políticas públicas
específicas para tais comunidades.
Em um ambiente político e social tão polarizado,
olhar para o outro parece cada vez mais
improvável. A sociedade é sociológica e
antropologicamente composta por grupos que
estabelecem relações diferentes com o mundo
que o cerca e o direito deve refletir essa
realidade.
O genial antropólogo Malinowski em sua obra
Argonautas do Pacífico Ocidental escreveu: "cada
cultura tem seus próprios valores; as pessoas
têm suas próprias ambições, seguem seus
próprios impulsos, desejam diferentes formas de
felicidade. Em cada cultura encontramos
instituições diferentes, nas quais o homem busca
seu próprio interesse vital; costumes diferentes
por meio dos quais ele satisfaz às suas
aspirações".
Se queremos definitivamente alcançar uma
sociedade livre, justa e solidária como apregoa o
texto constitucional com um dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil
(art. 3º, I) olhar para o outro e admitir as
diferenças, inclusive de tratamento jurídico, para
os diversos bens, como a água, mostra-se
essencial.
Thiago Acca é doutor e mestre pela Faculdade de
Direito da USP. Professor da FGV Direito SP e
pesquisador do Centro de Direitos Humanos e
Empresas (CeDHE) na mesma instituição.
https://www.valor.com.br/legislacao/6281969/dir
eito-agua-e-cultura
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Data: 30/05/2019
78
Grupo de Comunicação
Conselheiros criticam reforma no estatuto
da BR
Por André Ramalho | Do Rio
As mudanças propostas pela Petrobras na
reforma do estatuto da BR Distribuidora têm
gerado um "mal-estar" dentro do conselho de
administração da subsidiária. Segundo duas
fontes consultadas pelo Valor, os membros do
colegiado acusam a controladora de desrespeitar
a governança interna da distribuidora, ao impor
uma reforma sem discuti-la previamente com o
conselho da BR. Além disso, o grupo reclama que
as mudanças na redação do estatuto abrem
brechas para que a petroleira mantenha uma
posição predominante dentro do conselho da
distribuidora, mesmo com a diluição de sua
participação acionária após a oferta secundária
de ações ("follow-on").
O primeiro episódio desse ruído ocorreu ainda no
fim do mês de abril, quando a Petrobras
conseguiu emplacar uma reforma que abre a
possibilidade para que a controladora possa
indicar membros do conselho de administração
da BR a seu critério, sem, necessariamente, ter
como base a lista de sugestões das agências de
"headhunter". A mudança foi entendida como um
retrocesso na governança da distribuidora,
segundo uma das fontes.
Agora, a Petrobras enviou uma nova reforma do
estatuto, que só terá validade se a estatal
conseguir vender os papéis que possui de forma
que a distribuidora deixe de ter um sócio
controlador e, portanto, de ser uma estatal. O
Valor apurou que a reação é maior entre os
conselheiros eleitos pelos minoritários, mas que
as queixas têm encontrado eco dentro do
colegiado. Uma terceira fonte, da administração
da Petrobras, nega que esteja havendo uma
imposição.
Hoje, o estatuto da BR prevê que os minoritários
podem eleger até três conselheiros, que os
empregados possuem um representante e que o
Ministério da Economia também tem uma vaga
no colegiado. Com a reforma proposta, o governo
e os empregados perdem suas vagas, porque a
BR deixaria a condição de empresa estatal.
Alguns conselheiros queixam-se, no entanto, que
a reforma não limita a influência estatal sobre a
governança da BR, já que, além de não reservar
cadeiras no conselho para os minoritários,
também não limita o número máximo de
conselheiros eleitos por um único acionista.
Nesse sentido, o conselheiro eleito pelos
minoritários, Shakhaf Wine, propõe que o
estatuto limite o poder de voto de um só
acionista ou grupo a 30% do capital e as
indicações ao conselho de administração a 1/3 do
total.
Procurada, a BR informou que está em período
de silêncio, mas esclareceu que a proposta de
alteração estatutária feita pela Petrobras
assegura a manutenção dos níveis de governança
corporativa previstas no Novo Mercado e está
"em linha com o que dispõe a legislação aplicável
às sociedades abertas". A BR destacou ainda que,
de acordo com a Lei das S.A., a livre
manifestação de seus conselheiros e suas
declarações constam na ata da reunião do
conselho.
https://www.valor.com.br/empresas/6282245/co
nselheiros-criticam-reforma-no-estatuto-da-br
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Data: 30/05/2019
79
Grupo de Comunicação
Venda de ativos da Petrobras terá dia D no
Supremo
Por André Ramalho | Do Rio
A pauta de hoje do plenário do Supremo Tribunal
Federal (STF) promete ser uma espécie de "dia
D" para o programa de venda de ativos da
Petrobras - e, em certa medida, para a própria
agenda de privatizações do governo federal. A
estatal vive a expectativa de que possa retomar
a venda da Transportadora Associada de Gás
(TAG), para a Engie, e garantir a entrada de US$
8,6 bilhões (incluindo US$ 800 milhões em
dívida) no seu caixa. No pior dos cenários,
porém, a petroleira pode ter de parar algumas
negociações em andamento e ver todo o seu
plano de desinvestimentos mergulhar num clima
de insegurança jurídica, segundo advogados
consultados pelo Valor.
O Supremo pautou para hoje três grandes ações
que afetam diretamente a estatal. O STF decidirá
se mantém ou não as liminares dos ministros
Edson Fachin - que na segunda-feira suspendeu
a venda da TAG, sob a alegação de falta de
licitação - e Ricardo Lewandowski, que em junho
de 2018 emitiu cautelar proibindo a alienação do
controle de estatais e suas subsidiárias sem
autorização legal do Legislativo. Além disso, a
pauta da Suprema Corte inclui a ação direta de
inconstitucionalidade (ADI) que trata do decreto
nº 9.355/18, que estabelece regras de
transparência e boas práticas para a venda de
campos de óleo e gás da Petrobras, em
consonância com a sistemática acordada com o
Tribunal de Contas da União (TCU).
"O Supremo dará nesta quinta-feira [hoje] a sua
mensagem sobre o quão difícil ou quão tranquilo
será para o investidor comprar um ativo estatal
no Brasil. Não é só a Petrobras que está
envolvida nessa ações, mas a pauta de
privatizações do governo", afirma o sócio da
Mattos Filho, Flávio Spaccaquerche, especialista
em contencioso e arbitragem.
O advogado lembra que o assunto não deve se
esgotar hoje, já que os ministros do Supremo
discutirão as liminares, mas não o mérito das
questões levantadas. "Mas esse debate inicial
pode direcionar como vai ser a discussão do
mérito", afirma Spaccaquerche.
Para Leonardo Miranda, sócio do Tozzini Freire, o
pior cenário para a Petrobras, hoje, seria o
plenário do STF reforçar o entendimento de que a
empresa não pode vender o controle de suas
subsidiárias sem o aval prévio do Congresso e
sem passar por licitação, mantendo a venda da
TAG suspensa.
"O segundo pior cenário seria o STF decidir em
pedaços, ou seja, decidir sobre um dos pontos,
mas deixar o outro pendente. Qualquer cenário
que não seja o STF se posicionar dizendo que a
Petrobras pode vender seus ativos com dispensa
de licitação e sem necessidade de uma
autorização legal do Congresso seria muito ruim,
vai gerar apreensão no mercado. O melhor
cenário é que o Supremo fosse taxativo
legitimando o desinvestimento da Petrobras ",
disse o advogado.
Carolina Fidalgo, do Rennó, Penteado, Reis &
Sampaio Advogados, acredita que o ponto mais
crítico da decisão de hoje no STF é sobre a
autorização prévia do Congresso à venda do
controle de subsidiárias. Ela defende que não
existe exigência constitucional para essa
autorização de venda das subsidiárias. Segundo
a advogada, como o STF já se posicionou
anteriormente que não há necessidade do aval
do Legislativo para criação das subsidiárias, é
possível que o plenário entenda que não há
necessidade de autorização legal para a venda
dessas mesmas subsidiárias.
Ontem, a Comissão de Petróleo e Derivados da
seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) emitiu nota alertando
para a insegurança jurídica advinda das decisões
dos ministros Fachin e Lewandowski, "além do
consequente desincentivo ao investimento
privado na economia brasileira, em momento em
que há um esforço de toda a sociedade para a
retomada do crescimento econômico e para a
abertura do setor de óleo e gás".
https://www.valor.com.br/empresas/6282243/venda-de-
ativos-da-petrobras-tera-dia-d-no-supremo Voltar ao Sumário