clínica veterinária n. 112

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Revista de educação continuada do clínico veterinário de pequenos animmais - edição n. 112, setembro/outubro, 2014, Ano XIX

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Errata: No artigo Cardiomiopatia dilatada emum cão da raça doberman – relato de caso,

publicado na edição 111, na página 72, o nome corretoda segunda autora é Tânia Parra Fernande.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

Editora Guará Ltda. Dr. José Elias 222 - Alto da Lapa 05083-030 São Paulo - SP, BrasilCentral de assinaturas: 0800 [email protected]/fax: (11) 3835-4555 / 3641-6845

ParasitologiaGiardia duodenalis: a complexa simplicidade parasitária – revisão de literaturaGiardia duodenalis: the complex parasitologicalsimplicity – literature reviewGiardia duodenalis: la complicada simplicidadparasitaria – revisón de la literatura

Medicina veterinária legalPatologia veterinária forense: aplicação, aspectos técnicos e relevância em casos com potencial jurídico de óbito de animaisForensic veterinary pathology: application, technical aspects and relevance in cases of animal death with legal potentialPatología forense veterinaria: aplicación, aspectostécnicos y su importancia en los casos con potencial jurídico de muerte de animales

NutriçãoParâmetros clínicos e laboratoriais de cães obesos submetidos a restrição calórica para perda de pesoClinical and laboratory parameters of obese dogssubmitted to caloric restriction for weight lossParámetros clínicos y laboratoriales de perros obesos manejados con restricción calórica parapérdida de peso

CardiologiaValvuloplastia mitral em um cão com degeneração valvarMitral valvuloplasty in a dog with valve degenerationValvuloplastia mitral en un perro con degeneración de válvula

OncologiaCarcinoma de células de transição da pelverenal em uma cadela – relato de casoTransitional cell carcinoma of renal pelvis in a bitch– case reportCarcinoma de células de transición en pelvisrenal de una perra – relato del caso

CirurgiaTécnica de suspensão de brow no tratamentode entrópio em shar pei – relato de quatro casosBrow suspension technique in the treatment ofentropion in Shar Pei – Report of four casesTécnica de suspensión de brow para el tratamiento de entropión en Shar Pei – relato de cuatro casos

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Contato

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Saúde públicaQual a estratégia eficiente para o controle da LVC?Pet foodBenefícios do EPA e DHA na saúde de cães e gatosMedicina veterinária legalA triste história de um leão chamado RawellGestão, marketing e estratégia• Simples Nacional: de solução a decepção...?• Clientes de valor inestimável. Quanto custam?ComportamentoDr. Ian Dunbar no BrasilMercado petQuer fidelizar? Invista em relacionamentoPesquisaPesquisa detecta bactérias e fungos em 62,5% dos passarinhos traficadosLivrosViver o amor aos cãesLançamentosNovidades do setor pet e veterinárioGuia veterinário – www.guiavet.com.br

Vet Agenda - www.vetagenda.com.br

Notícias• FIPPA e 12º Conpavepa • CBA 2015 – Submissão de trabalhos científicosAnimais selvagens• Sistema Urubu de coleta de dados de

atropelamento de fauna selvagem• A medicina veterinária de animais

selvagens e o dr. FowlerEcologia• Zoológicos: diversão para uns, sofrimento para outrosBem-estar animal• Declaração de Curitiba segue exemplo

da Declaração de Cambridge• Incentivo ao uso de métodos alternativos no ensino• 3º Encontro de Protetores de Animais (ENAPA)Especialidades• Congresso Paulista das Especialidades• Novos centros de reabilitação animal• Atenção à sepse• HomeopatiaMedicina veterinária do coletivo• Castração pediátrica• Maus-tratos aos animais e violência à mulher, à criança eao idoso: existe elo entre eles?

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Ser Veterinário é aproximar-se

dos padrões de uma Ciência Médica.

9 de setembro.Homenagem daVirbac ao Dia do

Médico Veterinário.

Apaixonados pela saúde animalApaixonados pela saúúde animal

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EDITORES / PUBLISHERSArthur de Vasconcelos Paes [email protected] 10.684 - www.crmvmg.org.br

Maria Angela Sanches [email protected] 10.159 - www.crmvsp.gov.br

PUBLICIDADE / [email protected]

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHINGEditora Guará Ltda.

CAPA / COVER: - Tigre no zoológico de Chiang mai, Thailândia

Clínica Veterinária é uma re vis ta técnico-científica bi -mestral, di rigida aos clínicos vete rinários de pe que nosanimais, estudantes e pro fes so res de medicina veteri -ná ria, publicada pela Editora Guará Ltda.As opiniões em artigos assinados não são ne ces sa ria -men te com parti lha das pe los editores.Os conteúdos dos anúncios veiculados são de totalres ponsabilidade dos anunciantes.Não é permitida a reprodu ção parcial ou total do con -teúdo desta publicação sem a prévia au to ri za ção daeditora.A responsabilidade de qualquer terapêutica prescritaé de quem a prescreve. A perícia e a experiência pro-fissional de cada um são fatores determinantes para acondução dos possíveis tratamentos para cada caso.Os editores não podem se responsabilizar pelo abusoou má aplicação do conteúdo da revista ClínicaVeterinária.

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O sofrimento é uma condição experimentada por di fe -ren tes seres vivos. Muitos sempre tiveram a cer -teza dessa capacidade... Para aqueles mais cé ti -

cos, isso também já foi reconhecido publicamente por neu -rocientistas, por meio da Declaração de Cambridge (2012).Mesmo assim, a cada segundo, em algum lugar do pla neta,pratica-se a violência, seja contra animais ou pessoas.

Humilhar, subjugar, ferir ou destruir são práticas cruéis,que continuam sendo executadas em diferentes partes domundo. Em algumas situações, essas práticas estão tãodessensibilizadas a ponto de serem consideradas “nor-mais” e “necessárias” por muitas pessoas. Exemplos dissopodem vistos em diferentes lugares: nas escolas, nas ruas,nos serviços públicos e até nos lares.

Em 2015, a revista Clínica Veterinária estará entrando noseu vigésimo ano editorial. Boa parte desse tempo de tra-balho foi em prol da divulgação e da promoção da educa-ção humanitária, do bem-estar dos animais e de toda acomunidade. Afinal, em muitos lares, os animais são mem-bros da família. E são os membros dessas famílias quemuitas vezes, em sua aflição, procuram pelos clínicos vete-rinários em bus ca de um socorro, que pode ser pontual etécnico, mas também pode ser exercido com compaixão,tornando-se uma experiência reconfortante e apaziguadorapara os familiares. Uma consequência natural pode ser agratidão, que também pode ser interpretada pelos profis-sionais de marketing como fidelização... Na essência, o queacontece é a demonstração da capacidade de união que oamor provê. É natural que onde há amor também haja gra-tidão. “Gentileza gera gentileza”, já dizia o poeta Gentileza.

Nossa gratidão a vocês, leitores e amigos, que por todosesses anos prestigiam, acompanham e compartilham oconteúdo da Clínica Veterinária. Esse é o sentimento queaflora meus pensamentos sobre o 9 de setembro e o 4 deoutubro. Boa leitura! Gratidão!

Arthur de Vasconcelos Paes Barretto

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Onde há amor também há gratidão

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

Juliana WernerLab. Werner e WernerJulio C. C. VeadoFMVZ/UFMGJulio Cesar de FreitasUELKarin WertherFCAV/Unesp-JaboticabalLeonardo Pinto BrandãoCeva Saúde AnimalLeucio AlvesFMV/UFRPELuciana TorresFMVZ/USP-São PauloLucy M. R. de MunizFMVZ/Unesp-BotucatuLuiz Carlos VulcanoFMVZ/Unesp-BotucatuLuiz Henrique MachadoFMVZ/Unesp-BotucatuMarcello Otake SatoFM/UFTOMarcelo A.B.V.GuimarãesFMVZ/USP-São PauloMarcelo Bahia LabrunaFMVZ/USP-São PauloMarcelo de C. PereiraFMVZ/USP-São PauloMarcelo FaustinoFMVZ/USP-São PauloMarcelo S. GomesZoo SBC,SPMarcia KahvegianFMVZ/USP-São PauloMárcia Marques JericóUAM e UNISAMarcia M. KogikaFMVZ/USP-São PauloMarcio B. CastroUNBMarcio BrunettoFMVZ/USP-PirassunungaMarcio Dentello Lustoza Biogénesis-Bagó Saúde AnimalMárcio Garcia Ribeiro FMVZ/Unesp-BotucatuMarco Antonio GiosoFMVZ/USP-São PauloMarconi R. de FariasPUC-PRMaria Cecilia R. LuvizottoCMV/Unesp-AracatubaM. Cristina F. N. S. HageFMV/UFVMaria Cristina NobreFMV/UFFM. de Lourdes E. FariaVCA/SEPAHMaria Isabel M. MartinsDCV/CCA/UELM. Jaqueline MamprimFMVZ/Unesp-BotucatuMaria Lúcia Z. DagliFMVZ/USP-São PauloMarion B. de KoivistoCMV/Unesp-AraçatubaMarta BritoFMVZ/USP-São Paulo

Mary MarcondesCMV/Unesp-AraçatubaMasao IwasakiFMVZ/USP-São PauloMauro J. Lahm CardosoFALM/UENPMauro LantzmanPsicologia PUC-SPMichele A. F. A.VenturiniODONTOVETMichiko SakateFMVZ/Unesp-BotucatuMiriam Siliane BatistaFMV/UELMoacir S. de LacerdaUNIUBEMonica Vicky Bahr AriasFMV/UELNadia AlmosnyFMV/UFFNayro X. AlencarFMV/UFFNei MoreiraCMV/UFPRNelida GomezFCV/UBANilson R. BenitesFMVZ/USP-São PauloNobuko KasaiFMVZ/USP-São PauloNoeme Sousa RochaFMV/Unesp-BotucatuNorma V. LabartheFMV/UFFe FioCruzPatricia C. B. B. BragaFMVZ/USP-LestePatrícia Mendes PereiraDCV/CCA/UELPaulo AnselmoZoo de CampinasPaulo César MaiorkaFMVZ/USP-São PauloPaulo IamagutiFMVZ/Unesp-BotucatuPaulo S. SalzoUNIMES, UNIBANPaulo Sérgio M. BarrosFMVZ/USP-São PauloPedro GermanoFSP/USPPedro Luiz CamargoDCV/CCA/UELRafael Almeida FigheraFMV/UFSMRafael Costa JorgeHovet PompéiaRegina H.R. RamadinhaFMV/UFRRJRenata A. SermariniESALQ/USPRenata Afonso SobralOnco Cane VeterináriaRenata Navarro CassuUnoeste-Pres. PrudenteRenée Laufer AmorimFMVZ/Unesp-BotucatuRicardo DuarteHovet Pompéia

Adriano B. CarregaroFZEA/USP-PirassunungaAlberto Omar FiordelisiFCV/UBAAlceu Gaspar RaiserDCPA/CCR/UFSMAlejandro PaludiFCV/UBAAlessandra M. VargasEndocrinovetAlexandre KrauseFMV/UFSMAlexandre G. T. DanielUniversidade MetodistaAlexandre LimaAndradeCMV/Unesp-AracatubaAlexander W. BiondoUFPR, UI/EUAAline Machado ZoppaFMU/Cruzeiro do SulAline SouzaUFFAloysio M. F. CerqueiraUFFAna Claudia BaldaFMU, Hovet PompéiaAnanda Müller PereiraUniversidad Austral de ChileAna P. F. L. BracarenseDCV/CCA/UELAndré Luis SelmiAnhembi/Morumbi e UnifranAngela Bacic de A. e SilvaFMUAntonio M. GuimarãesDMV/UFLAAparecido A. CamachoFCAV/Unesp-JaboticabalA. Nancy B. MarianaFMVZ/USP-São PauloArlei MarciliFMVZ/USP-São PauloAulus C. CarciofiFCAV/Unesp-JaboticabalAury Nunes de MoraesUESCAyne Murata HayashiFMVZ/USP-São PauloBeatriz MartiarenaFCV/UBABenedicto W. De MartinFMVZ/USP; IVIBerenice A. RodriguesMédica veterinária autônomaCamila I. VannucchiFMVZ/USP-São PauloCarla Batista LorigadosFMUCarla HolmsAnclivepa-SPCarlos Alexandre Pessoawww.animalexotico.com.brCarlos E. AmbrosioFZEA/USP-PirassunungaCarlos E. S. GoulartFTBCarlos Roberto DaleckFCAV/Unesp-Jaboticabal

Carlos Mucha IVAC-ArgentinaCassio R. A. FerrignoFMVZ/USP-São PauloCeres FaracoFACCAT/RSCésar A. D. PereiraUAM, UNG, UNISAChristina JoselevitchFMVZ/USP-São PauloCibele F. CarvalhoUNICSULClair Motos de OliveiraFMVZ/USP-São PauloClarissa NiciporciukasANCLIVEPA-SPCleber Oliveira SoaresEMBRAPACristina MassocoSalles Gomes C. EmpresarialDaisy Pontes NettoFMV/UELDaniel C. de M. MüllerUFSM/URNERGSDaniel G. FerroODONTOVETDaniel MacieiraFMV/UFFDenise T. FantoniFMVZ/USP-São PauloDominguita L. GraçaFMV/UFSMEdgar L. SommerPROVETEdison L. P. FariasUFPREduardo A. TuduryDMV/UFRPEElba LemosFioCruz-RJEliana R. MatushimaFMVZ/USP-São PauloElisangela de FreitasFMVZ/Unesp-BotucatuEstela MolinaFCV/UBAFabian MinovichUJAM-MendozaFabiano Montiani-FerreiraFMV/UFPRFabiano Séllos CostaDMV/UFRPEFabricio LorenziniFAMiFernando C. MaiorinoFEJAL/CESMAC/FCBSFernando de BiasiDCV/CCA/UELFernando FerreiraFMVZ/USP-São PauloFilipe Dantas-TorresCPAMFlávia R. R. MazzoProvetFlavia ToledoUniv. Estácio de SáFlavio MassoneFMVZ/Unesp-BotucatuFrancisco E. S. VilardoCriadouro Ilha dos Porcos

Francisco J. Teixeira N.FMVZ/Unesp-BotucatuF. Marlon C. FeijoUFERSAFranz Naoki YoshitoshiProvetGabriela PidalFCV/UBAGeovanni D. CassaliICB/UFMGGeraldo M. da CostaDMV/UFLAGerson Barreto MourãoESALQ/USPHannelore FuchsInstituto PetSmileHector Daniel HerreraFCV/UBAHector Mario GomezEMV/FERN/UABHélio Autran de MoraesDep. Clin. Sci./Oregon S. U.Hélio LangoniFMVZ/UNESP-BotucatuHeloisa J. M. de SouzaFMV/UFRRJHerbert Lima CorrêaODONTOVETIara Levino dos SantosKoala H. A. e Inst. Dog BakeryIaskara SaldanhaLab. BadiglianIdael C. A. Santa RosaUFLAIsmar MoraesFMV/UFFJairo BarrerasFioCruzJames N. B. M. AndradeFMV/UTPJane MegidFMVZ/Unesp-BotucatuJanis R. M. GonzalezFMV/UELJean Carlos R. SilvaUFRPE, IBMC-TriadeJoão G. Padilha FilhoFCAV/Unesp-JaboticabalJoão Luiz H. FacciniUFRRJJoão Pedro A. NetoUAMJonathan FerreiraOdontovetJorge GuerreroUniversidade da PennsylvaniaJosé de AlvarengaFMVZ/USPJose Fernando IbañezFALM/UENPJosé Luiz LausFCAV/Unesp-JaboticabalJosé Ricardo PachalyUNIPARJosé Roberto Kfoury Jr.FMVZ/USPJuan Carlos TroianoFCV/UBAJuliana BrondaniFMVZ/Unesp-Botucatu

CONSULTORES CIENTÍFICOS

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

Ricardo G. D’O. C. VilaniUFPRRicardo S. VasconcellosCAV/UDESCRita de Cassia GarciaFMVZ/USP-São PauloRita de Cassia MenesesIV/UFRRJRita Leal PaixãoFMV/UFFRobson F. GiglioHosp. Cães e Gatos; UnicsulRodrigo GonzalezFMV/Anhembi-MorumbiRodrigo MannarinoFMVZ/Unesp-BotucatuRodrigo Teixeira Zoo de SorocabaRonaldo C. da CostaCVM/Ohio State UniversityRonaldo G. MoratoCENAP/ICMBioRosângela de O. AlvesEV/UFGRute C. A. de Souza UFRPE/UAGRuthnéa A. L. MuzziDMV/UFLASady Alexis C. ValdesICBIM/UFUSheila Canavese RahalFMVZ/Unesp-BotucatuSilvia E. CruscoUNIP/SPSilvia Neri GodoyICMBio/CenapSilvia R. G. CortopassiFMVZ/USP-São PauloSilvia R. R. LucasFMVZ/USP-São PauloSilvio A. Vascon cellosFMVZ/USP-São PauloSilvio Luis P. de SouzaFMVZ/USP, UAMSimone GonçalvesHemovet/UnisaStelio Pacca L. LunaFMVZ/Unesp-BotucatuTiago A. de OliveiraUEPBTilde R. Froes PaivaFMV/UFPRValéria RuoppoloInt. Fund for Animal WelfareVamilton SantarémUnoesteVania M. de V. MachadoFMVZ/Unesp-BotucatuVictor CastilloFCV/UBAVitor Marcio RibeiroPUC-MGViviani de MarcoUNISA e NAYA EspecialidadesWagner S. UshikoshiFMV/UNISA e FMV/CREUPIZalmir S. CubasItaipu Binacional

Instruções aos autores

Revista Clínica Veterinária / RedaçãoRua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP [email protected]

tação impressa, uma cópia em CD-rom.Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não

podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada afonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios au -to res. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotó -gra fo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverãoser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publi-cação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pelaEditora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos de -ve rão ser denominados figuras e numerados por ordem deapa recimento das respectivas chamadas no texto. Imagens demi croscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de ta -manho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas.As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada ima-gem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. Aslegendas devem ser autoexplicativas.

Evitar citar comentários que constem das introduções detrabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Procurar serestringir ao "Material e métodos" e às "Conclusões" dos traba-lhos. Sempre buscar pelas referências originais consultadaspor esses autores.

As referências serão indicadas ao longo do texto apenaspor números sobrescritos ao texto, que corresponderão à lis-tagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser cita-dos no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispos-tos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimentono texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços).Quando houver mais de dois números em sequência, utilizarapenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência,por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências aofinal do ar ti go deve seguir as normas atuais da ABNT 2002(NBR 10520). Uti li zar o formato v. para volume, n. para núme-ro e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autoresdevem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos.Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anterio-res não devem ser utiliza das. Todos os livros devem apresen-tar informações do capítulo consultado, que são: nome dos au -tores, nome do capítulo e pá ginas do capítulo. Quando maisde um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser con si -derado uma referência específica.

Não serão aceitos apuds (Citação direta ou indireta de umautor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de“segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa“citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso àobra original for impossível, pois esse tipo de citação compro -me te a credibilidade do trabalho). A exceção será somentepara literatura não localizada e obras antigas de difícil aces -so, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devemseguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenascom o acréscimo das seguintes informações: “Dis po ní vel em:<http://www.xxxxxxxxxxxxxxx>. Aces so em: dia de mês deano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicospara títulos com incidência em locais distintos, como, porexemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista deSaúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são acei-tas como fontes de referência pe rió dicos ou sites não indexa-dos. Oca sio nal mente, o conselho científico editorial poderásolicitar cópias de trabalhos con sultados que obrigatoriamen-te deverão ser enviadas.

Será dado um peso específico à avaliação das citações,tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela di ver -si dade. A concentração excessiva das citações em apenas umou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabalho.

Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “acada doze horas”, “a cada seis horas” etc.

Com relação aos princípios éticos da experimentação ani -mal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (So -ciedade Brasileira de Ciência de Animais de La bo ra tó rio).

Informações referentes a produtos utilizados no trabalhodevem ser apresentadas em rodapé, com chamada no textocom letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapédevem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado.Para produtos importados, informar também o país de origem,o nome do importador/distribuidor, cidade e estado

A Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, detrês tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões deliteratura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhosde pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão,e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes traba-lhos são geralmente mais valorizados.

Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliadospela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminha-dos aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decide-se a conveniência ou não da publicação, de forma integral ouparcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuaiscorreções.

Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentarresultados, discussões e conclusões de pesquisadores queexploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ouestudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve semprereceber atenção especial.

Relatos de casos são utilizados para apresentação decasos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitadaou técnicas especiais, que são discutidas detalhadamente.

Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de infor-mações atuais referentes a um determinado assunto, a partir daanálise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo omeio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhe-cida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo,60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deveapresentar no máximo até 15% de seu conteúdo provenientesde livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anosde publicação.

Critérios editoriaisPara a primeira avaliação, os autores devem enviar pela in -

ternet ([email protected]) um arquivo texto(.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadasem formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no míni-mo, resolução de 300 dpi na largura de 9 cm. Se os au tores nãopossuírem imagens digitalizadas, devem encami nhar pelo cor-reio ao nosso departamento de redação cópias das imagensoriginais (fotos, slides ou ilustrações – acompa nha das de iden-tificação de propriedade e autor). Devem ser en viadas tambéma identificação de todos os autores do tra ba lho (nome comple-to por extenso, RG, CPF, endereço resi den cial com cep, telefo-nes e e-mail). Além dos nomes com ple tos, devem ser informa-das as instituições às quais os autores estejam vinculados,bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escri-to. Os autores devem ser relaciona dos na seguinte ordem: pri-meiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, oscolaboradores, em sequência de cres cente de participação.Sugere-se como máximo seis au to res.

Todos os artigos, independentemente da sua categoria,devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhadosde versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo(de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devemser claros e grafados em letras minúsculas – somente a pri-meira letra da primeira palavra deve ser grafada em letramaiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o mé todo,os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontosrelevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devemconstar do título. Devem ser dispostos do mais abrangentepara o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, prósta-ta). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Des cri -to res em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/).Re visões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Con -clu sões”. Sugere-se “Considerações finais”.

Não há especificação para a quantidade de páginas, de -pen dendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem serabordados com objetividade e clareza, visando o público leitor– o clínico veterinário de pequenos animais.

Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma úni cacoluna. As margens superior, inferior e laterais devem apre -sentar até 3cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto,entre títulos, após subtítulos e entre as referências.

No caso de todo o material ser remetido pelo correio,devem necessariamente ser enviados, além de uma apresen-

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

NOTÍCIAS

Feira Internacional de Produtos para Pequenos Animais e 12ºCongresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais

O 12º Congresso Paulista deClí nicos Veterinários de Pe -que nos Animais (Conpavepa)

e a Feira Internacional de Produtospara Pequenos Animais (FIPPA)ocor reram entre os dias 21 e 23 dejulho de 2014, no Pavilhão deExposições do Anhembi, em SãoPaulo, SP, proporcionando em ummesmo ambiente espaço para a gera-ção de negócios e plataforma de con-teúdo técnico-científico para osimportantes players que buscamsoluções e novidades do setor pet eveterinário.

Em sua décima segunda edição ocon gresso esgotou a venda de suas2.000 inscrições, com uma grade for -ma da por renomados palestrantes queabor daram temas como odontologiave terinária, ortopedia, sistema car -dior respiratório, oftalmologia, ges-tão, nutrição e doenças infecciosas epa rasitárias, entre outras.

Já a FIPPA, em sua primeira edição,reuniu mais de 110 empresas ex po si -to ras, que, com o potencial de cres ci -men to e desenvolvimento do mer ca -do, investem cada vez mais em lan ça -men tos e tecnologias para produtos eser viços voltados a alimentação,saúde animal, higiene, acessórios, ser -vi ços e equipamentos. Para J. C. Julia -ne lli, diretor comercial da feira, “A so -cie dade entre uma empresa organiza -do ra de feiras e uma entidade com umcongresso de excelência (Conpavepa)só dá maior cre di bi li dade aos eventose aumenta a vi si ta ção, promovendo oen contro, a atua li zação e o fortaleci-mento da re la ção entre profissionais ea indústria de saúde animal”.

O evento contou com o apoio doCon selho Federal de Medi ci na Vete -ri nária (CFMV), Conse lho Regionalde Medicina Veterinária de São Paulo(CRMV-SP), Comissão de Animaisde Companhia (Comac) e do Sin di ca -to Nacional da Indústria de Produtospara Saúde Animal (Sindan).

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Confira o álbum de fotoscompartilhado noFacebook:http://goo.gl/ceNofQ

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NOTÍCIAS

Congresso Brasileiro da Anclivepa 2015 –Submissão de trabalhos científicos

O Congresso Brasileiro daAnclivepa (CBA) – 2015,acontecerá na Bahia e terá

como sede a cidade de Porto Seguro,situada na Costa do Desco brimento.A programação está sendo preparadapela comissão científica, e ícones damedicina veterinária do Brasil e domundo estarão presentes trazendonovidades. Inscreva seu trabalhocientífico e compartilhe suas expe-riências com os demais colegas. Oprazo para submissão é 23 de feverei-ro de 2015. Confira a seguir os deta-lhes para participar.

ORIENTAÇÕES GERAIS PARASUBMISSÃO DE TRABALHOSCIENTÍFICOS1) Para submeter um trabalho énecessário que pelo menos um dosautores, preferencialmente o respon-sável pela submissão do mesmo,esteja inscrito no evento.2) O envio dos resumos dos trabalhosdeverá ser feito exclusivamente pelosite do evento.3) O prazo para submissão dos resu-mos é: 23/2/2015.4) O resultado da seleção dos traba-lhos será divulgado por e-mail aoautor responsável pela submissão dotrabalho.5) Após obter a aprovação do traba-lho, o responsável pelo envio precisaconfirmar o pagamento da inscriçãode pelo menos um dos autores noevento até 8/5/2015.6) Todos os trabalhos selecionados se -rão apresentados na forma de pôsteres.

Os melhores trabalhos seleciona-dos serão convidados para uma apre-sentação oral em sessão durante ocongresso. Haverá espaço para per-guntas após cada apresentação.

INSTRUÇÕES PARASUBMISSÃO DE RESUMOSTipos de trabalhos aceitos:

Serão aceitos os relatos científicosde um trabalho experimental ou rela-tos de caso, que são fruto da experiên-cia de um caso isolado. Nas duassituações, seguir-se-á a modalidadede resumo expandido, de acordo comas normas estabelecidas: http://ancli-vepa2015.com.br/?page_id=188

Para submeter um resumo, proce-da da seguinte maneira:1) Faça o seu cadastro. Não é neces-sário efetuar o pagamento no mo -men to do cadastro. Isso poderá serfeito após a divulgação da aceitaçãodo seu resumo.2) Acesse a área restrita fornecendoseu login e senha cadastrados duran-te a inscrição.3) Clique no menu “Inserir TrabalhosCientíficos”.4) Siga as instruções da tela paraacessar o formulário de submissão deresumos. Preencha todos os camposdo formulário on line. Para cadastrodos autores, é necessário informar onúmero do CPF ou do passaporte(estrangeiros).5) Antes de submeter o resumo, revi-se-o com atenção, pois após a data-limite de submissão de trabalhos, nãoserá mais permitida a alteração doconteúdo dos resumos enviados.6) Os pôsteres ficarão expostos con-forme cronograma definido pelaorganização do congresso.7) Não há limite de resumo por autor.Cada trabalho poderá ter, no máximo,seis autores.8) Ao finalizar a submissão dos resu-mos, clique o botão “Desconectar”.9) Após a submissão do resumo,será enviado um e-mail automáticopara o responsável pelo trabalho(aquele que o submeteu), confir-mando as in formações cadastradas.Verifique se todas estão corretas.

16

Caso não estejam, você deve aces-sar a sua área restrita e efetuar asalterações pertinentes (o que poderáser feito até a data limite para sub-missão dos resumos.10) Caso não receba o e-mail auto-mático no mesmo dia confirmandoo envio, isso significa que o resu-mo não foi enviado corretamen-te. Nesse caso, entre em contatopor e-mail informando o título dotrabalho e o problema ocorrido: [email protected] .11) Para novos acessos à web, bastainformar LOGIN e SENHA. Casotenha esquecido, utilize a opção“Lembrar Senha”, no topo da página.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES• Compete à comissão de avaliaçãode trabalhos o direito de selecionar eavaliar os trabalhos a serem apresen-tados.• O trabalho aprovado deverá serapresentado pelo autor ou por um doscoautores obrigatoriamente inscritono congresso. Caso a inscrição nocongresso de, pelo menos um dosautores não tenha sido feita, a apre-sentação será cancelada.• Os resumos serão enviados exclusi-vamente pelo site oficial do congresso.• Será emitido apenas 1 (um) certifi-cado por trabalho apresentado. Nocertificado constará o título do traba-lho e o nome dos autores. Casonenhum dos autores compareça aocongresso, a apresentação será cance-lada e o certificado não será emitido.• A decisão final da comissão avalia-dora é considerada suprema, irrevo-gável e inapelável, e não será revista.• A comissão organizadora do con-gresso não será responsável peloscustos de transporte e de hospedagemou por quaisquer outros relacionadoscom a apresentação dos temas livresaprovados.

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ANIMAIS SELVAGENS

Sistema Urubu de coleta de dados deatropelamento de fauna selvagem

O Centro Brasileiro de Estudosem Ecologia de Estradas(CBEE), juntamente com

seus parceiros do Projeto Malha,desenvolveu o Sistema Urubu decoleta de dados de atropelamento defauna selvagem.

O Sistema Urubu poderá ser utili-zado por qualquer pessoa, indepen-dentemente do seu conhecimento debiologia e ecologia, para contribuircom a identificação de locais ondeocorrem os atropelamentos de faunaselvagem.

Na versão atual, o Sistema Urubuse baseia em fotografias georreferen-ciadas pelo GPS de celulares outablets, que são enviadas para oCBEE e depois liberadas no Bancode Dados Brasileiro de Atro pe la men -to de Fauna Selvagem (BAFS).

O Sistema Urubu foi concebidopara que se possam enviar dados con-fiáveis e padronizados de fauna sel-vagem atropelada ao CBEE. Atravésdo sistema, toda foto será vinculada àposição geográfica obtida com oGPS. O aplicativo não tem por finali-dade o envio de dados de atropela-mento de animais domésticos (cacho -rro, gato, vaca, galinha etc.) ou deseres hu ma nos.

Para os pesquisadores ou con-sultores que realizam amostragenssiste má ticas de monitoramento defauna atropelada, em breve estarásendo lan çada uma versão mais fun-cional. Maiores informações po -dem ser obtidas pelo e-mail [email protected] .

O CBEE está sediado na Univer si da -de Federal de Lavras, MG. Foi criadoem 24 de fevereiro de 2012 e tem co -mo meta ser um centro de excelênciaem pesquisa, capacitação, de sen vol vi -mento de tecnologia e estabele cimentode políticas públicas em te mas que re la -cionem empreendimentos viá rios (ro -dovias e ferrovias) e biodiversidade.

O Brasil tem setornado o maisatraente país pa raestudos de ecolo-gia de es tradasno mundo, devi-do a nossa atualcondição eco nô -mi ca, in ves ti men -tos em in fra es tru tu -ra, me ga di versidade,in cen tivos à pes quisa ere lações in ter na -cio nais.

Por ou trolado, a am -pliação dale g is laçãoam biental –sobretudo no quetange ao estabelecimento denormas mais rígidas para olicenciamento am biental deempreendimentos de médio egrande porte – obriga to das asinstituições e empresas vinculadas aesse processo a estarem cientes de suasresponsabilidades.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

Baixe o Sistema Urubu, aplicativo para Android:http://goo.gl/8uquAg

Segundo as estimativas do CBEE,

15 animais morrem nas estradas brasileiras a cada segundo,

1.296.000 a cada dia e 473.000.000 por ano

Atropelamentosna MG 347

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 201418

ANIMAIS SELVAGENS

A medicina veterinária de animais selvagens e o dr. Fowler

O XVII Congresso e XXIII En -con tro da ABRAVAS aconte-ce durante os dias 6 e 10 de

outubro, no Zoológico de São Paulo,SP.

Bastante apropriado é o tema que odr. Zalmir Cubas vai expor logo apósa cerimô nia de abertura do congres-so: a “Medi cina vete rinária de ani -mais selva gens no Brasil: a impor tân -cia de Murray Fowler”. Um dos gran-des es pe cialistas na área, o dr. Cubasfoi um dos que teve a felicidade deconviver com o dr. Fowler durantesuas vindas ao Brasil, nas quais sem -pre se empenhou em compartilhar

informações de todo tipo: médicas,de segurança, de profissionalismo,entre outras. In clusive, o Zoo ló gi code São Paulo, local de realização docongresso de 2014, na década de 90ofereceu sua es tru tura para a realiza-ção de um curso teórico-prático como dr. Murray Fowler, curso esse quese encontra amplamente re gistradona edição n. 9, de 1997, da revistaClínica Veterinária. A própria foto dacapa dessa edição, um mico-leão-

dourado, foi gentilmente cedida pelodr. Murray Fowler.

Os momentos passados com o dr.Murray Fowler são inesquecíveis, e aexpressão veterinary legend é extre-mamente apro priada para definir essegrande mestre que em maio de 2014,passou a compartilhar seu conheci-mento por meio do seu legado.

Na sequência da programação, ocongresso traz um tema atual e degrande importância para o manejo deanimais selvagens em cativeiro e emvida livre: a contracepção em ani-mais selvagens, tema apresentado porAnneke Moresco. Esse tema está sem-pre em pauta quando te mos de lidarcom si tuações que envolvem o trá -fico de animais, o con trole da popula-ção em cativeiro e o controle em vidalivre – talvez um dos mais difíceis deresolver por causa da possível inclu-são de uma questão bastante discuti-da: a caça. Em face da sua importân-cia, também haverá o minicurso Co -ntra cepção e Patologia Re pro du ti va

em Animais Selva -gens.

A programaçãocientífica de talhada,informa ções so bre opré-congresso e ou -tras informações es -tão disponíveis em

http://congressoabravas.com.br .

Em 1997, ficou registrado, na revista ClínicaVeterinária n. 9, o excelente curso teórico-práticoministrado pelo dr. Murray Fowler no Zoológicode São Paulo, SP.Essa edição ainda não está no acervo digital, mas háexemplares em estoque: 0800 887.1668

Dr. Murray Fowlerdurante palestra noZoológico de SãoPaulo, em 1997

6 a 10 de outubroSão Paulo - SP

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para matéria jornalística que divul-gou o acidente.

Educação ambiental e proteção deanimais selvagens

“Precisamos urgentemente encer-rar as atividades dos zoológicoscomo casa de shows, encerrar a cria-ção de espécies exóticas e iniciar asério a educação ambiental e a prote-ção de animais selvagens”, destaca odr. Alexander Welker Biondo, médi-co veterinário e diretor do De par ta -

mento de Pesquisa e Conser va ção daFauna da Pre feitura de Curitiba, PR.

“A aquisição de novos animaispara o acervo de zoológicos deveriaser feita preferencialmente com ani-mais da fauna nativa provenientes deapreensões, em condições de maus-tratos, mutilados ou que não possammais ser devolvidos ao seu habitatnatural”, acrescenta o dr. Biondo.

De uma forma geral, os grandes fe -linos se reproduzem com facilidade.Inclusive os exóticos, como os leões

Zoológicos: diversão para uns, sofrimento para outros

L amentavelmente, o final doperíodo das férias de julhoserá inesquecível para um

menino de 11 anos. Ele era destro eterá que aprender a fazer tudo com amão esquerda, pois perdeu um braçoao interagir indevidamente com otigre Hu em área dos recintos degrandes felinos proibida para visitan-tes. Momentos antes, o menino tam-bém havia interagido com um leão.

Abaixo, algumas imagens dovídeo publicado na internet e link

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014 19

Diversos vídeos foram publica-dos na internet sobre o casodo menino de 11 anos que per-deu o braço direito ao tentarinteragir indevidamente comum tigre em cativeiro (zoológi-co de Cascavel, PR). Paracompartilhar com os leitores daClínica Veterinária, seleciona-mos um vídeo publicado peloJornal da Cultura. As cenasgravadas por um cinegrafistaamador e inseridas no noticiá-rio mostram que o menino inte-ragiu com um leão antes daocorrência fatídica com o tigre.http://youtube/qesn3A5Y6gQ No zoológico de Cascavel, apesar de os recintos dos grandes felinos estarem de

acordo com as normas do IBAMA, o ocorrido mostra que elas não são suficientespara garantir a segurança dos visitantes. Vale ressaltar que a segurança dos ani-mais também precisa ser preservada. É necessário e urgente criar leis ou regula-mentos que determinem um padrão arquitetônico nos recintos que impeça os visi-tantes de se aproximarem ou terem contato com os animais

Por Arthur de Vasconcelos Paes Barretto - CRMV-MG 10.684

ECOLOGIA

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 201420

ECOLOGIA

e os tigres. Por isso, o dr. Biondo, quetambém desenvolve trabalho de con-trole da população de cães e gatos emCuritiba, faz um alerta sobre a reali-dade que envolve tanto o controle dapopulação de cães e gatos quanto degrandes felinos: “Não adianta castraros cães de rua se continuam aban -donando caixas de papelão comfilhotes dentro. Não adianta comba-ter a reprodução de animais exóticosem zoológicos se há criadores parti-culares re pro duzindo-os comercial-mente. É vital que os zoológicos ematividade compartilhem com seusvisitantes o desenvolvimento de pro-gramas continuados de preservaçãoda fauna nativa brasileira, a impor-tância do combate ao tráfico de ani-mais selvagens e os riscos da intro-dução de fauna exótica”, comple-menta o dr. Biondo.

Centro de proteção à vida animalO pensamento compartilhado

pelo dr. Biondo também se faz pre-sente em Belo Horizonte, MG, pormeio do projeto de lei 87/2013(http://goo.gl/1Iu4lP), do vereadorLeonardo Mattos (PV), que transfor-ma o zoológico de Belo Horizonteem Centro de Proteção à Vida Ani -mal. Alguns pontos importantesdesse projeto de lei municipal que se -gue em tramitação são a proibição dainstalação de zoológicos de caráterpúblico ou privado, cujo objetivoseja exclusivamente a visitação pú -bli ca, o lazer e/ou a contemplaçãodos animais, e a reforma de recintosvi sando fornecer o espaço e as condi-ções ambientais que se aproximem omáximo possível dos habitats natu-rais de cada espécie mantida em cati-veiro.

O sofrimento dos animais manti-dos em zoológicos

Grande parte da população podedesconhecer o sofrimento dos animaisque estão em zoológicos, mas issovem cada vez mais sendo alertado pororganizações não governamentaisque tentam preservar a integridade

dos animais e, em algumas situações,conseguir sua remoção para locaismais apropriados ou santuários.

O sofrimento é bastante visível emanimais que têm hábitos ligados àvida em grupo e que vivem isoladose sozinhos. Isso acontece frequente-mente com os elefantes. Por isso temaumentado, em diferentes partes domundo, o número de campanhas des-tinadas a conseguir a remoção de ele-fantes em maltratados ou vivendo emcondições inadequadas para santuá-rios. Um exemplo é a campanha FreeMali, desenvolvida pela Peta Asia-Pacific – http://www.freemali.com .Inclu si ve, de acordo com a novaregra estabelecida pela Associaçãode Zoos e Aquários (Association ofZoos and Aquariums – AZA –http://www.aza.org ), até 2016 todosos elefantes em cativeiro devem seralojados com pelo menos dois outros,como se a “imitar o status de umgrupo social em liberdade”. Paramuitos, tal exigência é vista como omí nimo esforço que deve ser feito

para melhorar o bem-estar dessesanimais dotados de alta inteligência.

O sofrimento da vida isolada tam-bém afeta outras espécies animais,como os chimpanzés. Em 2005, o dr.Heron Santana, promotor de Justiçado Meio Ambiente de Salvador, jun-tamente com 4 professores de direito,5 associações de defesa dos animais e8 estudantes de direito, ingressoucom o pedido de habeas corpus emfavor da chimpanzé Suíça, que se en -contrava no Zoológico de Salvador.O caso se tornou referência mundial,por ser o primeiro caso em que umanimal foi reconhecido como sujeitode direito. Porém, apesar de todos osesforços e da obtenção do habeascorpus, ela faleceu antes de poder serremovida para o santuário.

Uma situação semelhante, atual eque ga nhou a mídia internacionalocorre no Zoológico de Mendoza, naAr gentina. É lá que ainda viveArturo, um urso polar que desde2012, quando faleceu sua compa -nhei ra, está em depressão. Arturo

Trinta e seis anos de soli-dão e tédio são suficien-tes. Free Mali é uma dascampanhas desenvolvi-das pela PETA Asia-Pacific:http://www.freemali.com

O vídeo compartilhado nacampanha destaca aclaudicação e a dor senti-da por Mali

Mali tem dor durante as 24h do dia:http://bcove.me/xh5yqupp

Ajude Mali a ir para um santuário: http://www.freemali.com/take-action.aspx

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vem se popularizando como “o ursomais triste do mundo” (http://www.greenpeace.org.ar/osozoo). Tentou-se conseguir a sua remoção para umsantuário, mas a justiça local foi con-tra o procedimento. Esse caso encon-tra-se relatado na edições n. 108 e n.109 da versão em espanhol da revis-ta Clínica Veterinária (ISSN 2237-874X) – http://www.revistaclinica-veterinaria.com

A história do leão Rawell, que seencontra detalhada nesta edição naseção de Medicina Veterinária Legal,

é outro exemplo de eterno sofrimen-to. Ele sofreu a remoção das garras,procedimento cruel e que o limitauma vida solitária, pois dependeriadelas para se defender em umambiente com outros da sua espécie.

Programa Educação AmbientalHumanitária em Bem-EstarAnimal - EAHBEA

Em paralelo às ações destinadas acoibir a cruel exibição de animais elevadas a efeito nos próprios zoológi-cos, são vitais as ações diretas nasescolas, como as proporcionadaspelo Programa EAHBEA.

O principal objetivo da EAHBEAé a introdução do ensino dos precei-tos da ciência do bem-estar animal nosistema escolar brasileiro e a devidacapacitação de educadores por meiode convênios com secretarias muni -cipais e estaduais de Educação eoutras instituições educativas, paraque estes possam desenvolver o temacom seus alunos, de forma contínua,consistente e transdisciplinar.

A EAHBEA propicia também umaferramenta destinada a tratar da ques-tão de altos índices de violência regis-trados em diversas cidades brasileiras,que se traduzem no ambiente escolar

pelo chamado bullying (perseguiçãoou intimidação).

Dessa forma, a EAHBEA vem tra-zer sua essencial contribuição para aformação de cidadãos mais responsá-veis, informados, participativos econscientes de suas ações!

Os princípios do programa educa-tivo EAHBEA são os seguintes:• interdependência – reco nhe cercomo os seres humanos interagemcom outros animais e compartilham omeio ambiente com outros seresvivos;• empatia – reconhecer que os ani-mais têm necessidades espécie-espe-cíficas e são seres sencientes;• conhecimentos – com preendercomo as ações humanas podem afetaros animais e o meio ambiente e asformas de minorar esse impacto;• valores – desenvolver e de mons traratitudes de compaixão, respeito e res-ponsabilidade para com to dos.

A EAHBEA faz eco à mudança deatitudes e valores preconizada pelaLei de Diretrizes e Bases da Edu ca -ção, propondo um paradigma biocên-trico de respeito à vida, e se insere naEducação Ambiental, obrigatória noBrasil desde 1999.

O curso EAHBEA, com carga de 8

Arturo, “o urso mais triste do mundo”

Clínica Veterinária, Ano XVIII, n. 103, março/abril, 2013 21

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 201422

ECOLOGIA

Muitos municípios em vários estados brasileiros já participam do programaEAHBEA. Levá-lo para o seu município é muito fácil. Invista no EAHBEA

Segurança nos zoológicosDe uma forma geral, os animais mais perigosos em zoológicos

são os chimpanzés, leões, tigres, hipopótamos e elefantes. Porém,sempre se deve manter a atenção e o cuidado com ou tras espécies,mesmo que sejam de pequeno porte e aparentemente amistosas. Jáforam relatados vários acidentes com primatas não humanos, e oscom chimpanzés pode ser os piores. Os macacos-prego ou saguis,apesar do pequeno porte, também podem causar mordeduras. Novídeo compartilhado ao lado, registrado em um zoológico do inte-rior de São Paulo, SP, um visitante em bria gado penetra no lago quefica no entorno da ilha de macacos-aranha e é recebido como inva-sor, sendo atacado e ferido pelos habitantes do recinto.

Alguns animais também são hábeis em arremessar objetos e cau-sar acidentes, como os primatas não humanos e os elefantes. Umapedra ao alcance de animais com essas habilidades pode ser fatal.Por isso, é importante que as visitas a zoológicos sejam feitas pri-mando pela observação, atenção e, preferencialmente, em silêncio.

Experiência africanaEm Groblersdal, na África do Sul, a três horas

de Johannesburg, encontra-se o JugomaroPredator Park. Os menores de 16 anos podemconhecer as “feras” pelos vídeos no YouTube,pois a visitação é proibida para eles.

Macaco-aranha ataca invasor do seu recinto:http://youtu.be/tF7rUVBEosc

horas, é realizado gratuitamente peloFórum Nacional de Proteção e De fe -sa Animal, e o material didático épatrocinado pela indústria de emba-lagens Tetra Pak.

O Fórum Nacional de Proteção eDefesa Animal também está dandoacompanhamento, no Congresso Na -cional, a emendas que introduzemformalmente o ensino de preceitos debem-estar animal à Política Nacionalde Educação Ambiental (PNEA),como um dos princípios da educaçãoambiental. Para mais informações,entre em contato com: [email protected] [email protected] .

De frente para o tigre: http://youtu.be/x95rIAT8ei8

http://jugomaro.co.za

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BEM-ESTAR ANIMAL

Um dos maiores legados que oIII Congresso Brasileiro deBioética e Bem-estar Animal

deixa é a Declaração de Curitiba, queoficializa a posição de seus signatá-rios de que os animais não humanosnão são objetos, mas seres sencientes– ou seja, capazes de sentir dor e pra-zer – e que, por isso, não podem sertratados como coisas.

A iniciativa da elaboração do docu-mento surgiu por parte de dois pales-trantes: o neurocientista norte-ameri-cano Philip Low, conhecido nomundo científico por ter idealizado aDeclaração de Cambridge – assinadapor 25 especialistas de renome inter-nacional – sobre a consciência dosanimais; e o advogadobra sileiro, PhD epós-doutor DanielBraga Lou ren -ço. Os doispro curaram amédica veteri-nária, PhD epós -dou to raCarla Molentopara amadurecera ideia. A partirdaí, teve início umadis cussão ativa para a reda-ção do documento com a partici-pação dos três, que ainda contoucom a colaboração da dra. LouiseBousfield de Lorenzi Tezza. Tambémpresenciaram o encontro a dra. LuizaSchneider S. Castro, o dr. ErnaniFrancisco Choma e o dr. MarceloWeinstein Teixeira.

“Fomos muito além das expectati-vas nesses três dias únicos (nos quaiso congresso foi realizado), em termosde desenvolvimento científico e deintegração, já que a Declaração deCuritiba terá um potencial muitogrande para auxiliar as ações relativasaos animais em todas as esferas,sejam elas científicas ou educacio-nais”, comemorou dra. Carla, que,além de integrar a Comissão de Ética,Bioética e Bem-estar Animal (Cebea),do Conselho Federal de Medicina Ve -te rinária (CFMV), presidiu a comis-são organizadora do congresso.

A Declaração de Curitiba reforça aideia de que os animais não podem sertratados como propriedade de alguém.É o que defende Low, que completa:“Ela (a Declaração de Curitiba) é

importante por ser o limite paraquem faz as leis, que devemrefletir a forma como os ani-mais devem ser tratados. Issonão é uma declaração de cien-tistas, é um contrato”, enfatiza

o neurocientista.Assinaram o do -

cumento palestran-tes de renome na -cional e interna-cional, autoridadese participantes docongresso.

O III CongressoBrasileiro de Bioética e Bem-estarAnimal foi organizado pelo CFMVem parceria com a UFPR e ocorreuen tre os dias 5 e 7 de agosto de 2014e reuniu cerca de 700 congressistas.

Declaração de Curitiba segue exemploda Declaração de Cambridge

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Dra. CarlaMolento seguraa Declaração deCuritiba ao ladodo dr. Philip Low,que mostra aDeclaração deCambridge.A Declaração deCuritiba (ao lado),formalizada durante o III Con gressoBra sileiro de Bioética e Bem-estarAnimal, foi elaborada por especialis-tas brasileiros e pelo neurocientistanorte-americano Philip Low. O docu-mento afirma que os animais nãopodem ser tratados como coisas.

Declaração de CuritibaNo dia 7 de agosto de 2014,durante o III Congresso Bra si lei rode Bioética e Bem-estar Ani mal, osparticipantes, considerando as dis-cussões e as ideias apresentadas,decidiram fazer a seguinte declara-ção:“Nós concluímos que os animaisnão humanos não são objetos.Eles são seres sencientes.Consequentemente, não devemser tratados como coisas”.

Asc

om/C

FMV

Ascom

/CFMV

Especialista emdireito dos animais,o dr. Daniel BragaLourenço é autordo livro Direito dosanimais - funda -mentação e novasperspectivas

Curta nosso álbum do III Congresso Bra si lei ro de Bioética e Bem-estar Ani mal http://goo.gl/4e9QFW

Fonte: Ascom/CFMV http://goo.gl/Bd8Xmd

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BEM-ESTAR ANIMAL

crescente contestação entre docentes,alunos e pesquisadores da área deciências biológicas.

É nesse cenário que o projetoAWIN (Animal Welfare Indicators),

sob coordenação do professordoutor Adroaldo Zanella, emparceria com a WPA (WorldAnimal Protection), representa-da pela dra. Rosân ge la Ribeiro, eem colaboração com o GEBEA-USP (Grupo de Estudos deBem-Estar Animal daUniversidade de São Paulo) e oCECSBE (Cen tro de EstudosCom pa ra tivos de Saúde e Bem-estar), realizou, de 7 a 10 deagosto, no 41º CONBRAVET,em Gramado, RS, uma exposi-ção de modelos e manequins deanimais, com o objetivo defomentar os mé todos alternati-vos que possam substituir o usoprejudicial de animais no ensino

nos cursos de medici-na veterinária.

Os modelos utili-zados na exposição,gentilmente cedidospela Uni ver sidadeAnhembi Morum bi,SP, pela Uni ver si -dade de Hanno ver epela Universidade deEdim bur go, permi-tem, cada um com asua função, a práticade intubação oro-traqueal, ventilação

controlada, coleta de sangue atravésdo acesso cefálico e jugular, incisãocirúrgica, auscultação cardíaca, aferi-ção do pulso femoral e a observaçãoem 3D da anatomia topográfica de umgato.

A substituição dos animais pelosmétodos alternativos, tais como mode-los, manequins, vídeos e simuladores,não deve ser vista como uma práticaextremista, mas sim como um investi-mento a longo prazo, que contribuipara uma formação mais humanistados futuros profissionais da área, semque haja comprometimento pedagógi-co, além de garantir melhores condi-ções de bem-estar aos animais utiliza-dos na educação.

Abaixo, endereços para obter maisinformações sobre o Projeto AWINou sobre os métodos alternativos noensino:[email protected]@worldanimalprotection.org.brwww.animalwelfarehub.comwww.facebook.com/gebea.usp

Incentivo ao uso de métodosalternativos no ensino

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Modelos expostos no stand do AWIN. Foto gentilmente cedida pela WPA

Christine Henriquesdos SantosGraduanda em

Medicina Veterinária pela FMVZ/USP.Membro do GEBEA-USP e do ProjetoSantuá[email protected] do GEBEA-USP no stand do AWIN

O uso de animais vivos no ensi-no, tanto para aulas práticasquanto para projetos que

envolvem experimentação, está em

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ESPECIALIDADES

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O Congresso Paulista das Es -pe cialidades conta com umava riada programação cientí-

fica cuidadosamente planejada paraatender às diversas especialidadesdurante os seus três dias de duração,com especialistas de renome emdiversas áreas: anestesiologia, der-matologia, oncologia, nefrologia,urologia, nu trição, cardiologia, medi-cina de felinos, odontologia, oftalmo-logia, en do crinologia, metabologia,terapia intensiva, fisioterapia, repro-dução, medicina alternativa, ortope-dia e ge ria tria, entre outras.

Além do congresso, estão progra-mados eventos como o Encontro deTerapeutas do Compor ta men to Ani -mal, o Congresso Bra sileiro de Es té -tica Ani mal e o Seminário de Gestãoe Marketing.

Encontro de Terapeutas doComportamento Animal

Este ano, especialistas em compor -ta mento estarão reunidos em eventoes pecial, o I Encontro de Terapeutas doComportamento Animal – "Muti dis -ciplinaridade: juntos somos muito me -lhores". Esse encontro reunirá pro fis -sionais de destaque em diversas aéreasque abrangem os temas rela cio nados apsicologia, adestramento, saúde, rela-ção entre homem e animal, o compor-tamento do animal no con sul tório e acontribuição do profissional médicoveterinário. Entre eles estão: profa.dra. Daniela Ramos, MVs Joice Peru -zzi, MV MSc Caro li na Rocha, MVMSc PhD Mauro Lantz man, MV MScLígia Pa na chão, ades tradora DeniseFalck, MV MSc Alida Gerger e o zoo -tec nista MSc Ale xandre Rossi.

Congresso Paulista das Especialidades

Confira a programação completa emwww.petsa.com.br

Congresso Brasileiro de EstéticaAnimal (CBEA)

A Pet South America, em parceriacom a Pet Society e o Pet CenterMarginal, realizam o congresso quefará história na Pet South America: oCongresso Brasileiro de EstéticaAnimal. Nesta edição, entre outrospalestrantes, o congresso receberáLindsey Dicken. A groomer america-na vencedora de todas as competi-ções de tosa apresentará no Brasil,pela primeira vez, as técnicas que usaem poodle e bichon frisé. O congres-so contará também com a expertisede Clayton Muniz, tricampeão nacategoria Poodle Class noIntergroom. Coordenado pelo groo-mer William Galharde, o congressoocorrerá no dia 29 de outubro, duran-te a Pet South America 2014.

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

ESPECIALIDADES

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No dia 12 de agosto, em Tau -baté, SP, foi inaugurada maisuma unidade da Pet Fisio, lo -

calizada na Rua Maria Joaquina de Al -meida, 28. Essa foi a décima primei-ra unidade inaugurada, e até final doano, serão inauguradas mais quatro.

No dia 18 de setembro (quinta-feira) serão inauguradas as UnidadesPet Fisio/Fisio Care das cidades deSanto André e São Caetano do Sul,que contarão com uma palestra sobre"Afecções ortopédicas e neurológicas:

como tratar?", com o dr. RicardoStanichi Lopes, diretor da Rede PetFisio e Fisio Care Pet (www.redepet-fisio.com.br).

A Rede Pet Fisio também se dedi-ca a oferecer cursos na área e estáhabilitada a ministrar o curso práticopara a obtenção do título internacio-nal mais importante em fisioterapiaveterinária: o CCRP (Canine CertifiedRehabilitation Practitioner).

Novos centros de reabilitação animal Atenção à SEPSE

Homeopatia

No dia 8 de agosto, no Rio de Ja -neiro, RJ, o Hospital Veterinário

Bo tafogo realizou o II Simpósio deSepse em Medicina Veterinária.

Você sabe o que é a sepse? Qual éa mortalidade por sepse na clínica depequenos animais? Quais são os tiposde infecção que podem evoluir para asepse? Em cães e gatos, quem temmais risco de adquiri-la? Como asepse pode ser diagnosticada? O tra-tamento da sepse exige recursossofisticados? Como é o tratamento?É possível prevenir a sepse?

Palestrantes de destaque estiverampresentes, dando sua contribuiçãopara esse importante simpósio, queteve como ponto crucial a identifica-ção da sepse pelo clínico. Quantomais o clínico prevenir, identificarpre cocemente e tratar adequada-mente a sepse mais vidas serão pre-servadas.

De 29 de se -tem bro a 3 de

ou tubro, das 19hàs 22h, será reali -za do um cur socom discussão deca sos clí nicos por

meio da homeopatia. A repertoriaçãocom fer ramen ta gratuita e disponívelna internet será destaque no curso, queconta com apenas 30 vagas.

O curso é uma realização da Asso -cia ção dos Ex-alunos da FMVZ-USP eé coordenado pelo dr. Nilson Be ni tes.Informações: http://goo.gl/dGYl9l

INVESTIMENTO ATÉ 9/9 ATÉ 9/10 APÓS 9/10estudante sócio 350,00 400,00 450,00estudante não-sócio 570,00 670,00 770,00e residentesprofissional-sócio 480,00 530,00 580,00profissional não-sócio 970,00 1070,00 1170,00co-irmãs (ABEV, ABOV, 870,00 970,00 1070,00AMVECOM, ANCLIVEPA, SPMV, SBDV)

Pet Fisio Taubaté Pet Fisio na região do ABC Paulista

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MEDICINA VETERINÁRIADO COLETIVO

Castraçãopediátrica

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

A esterilização cirúrgica é fun-damental para reduzir onúmero de cães abandonados

ou recebidos nos abrigos. Uma gran-de variedade de programas tradicio-nais e não tradicionais de castraçãoofe rece informação e exemplos quepodem auxiliar a decidir qual a abor -da gem mais efetiva para reduzir onú mero de cães e ninhadas abando -na dos. Estudos feitos nos EstadosUni dos concluíram que quanto maistempo os cães e gatos passam dentrodos abrigos, mais aumenta o risco dedoenças, além dos custos adicionaiscom pessoal, espaço e suprimentos.Desse modo, o tempo despendidocom filhotes à espera de esterilizaçãodeve ser o mais curto possível, e a es -te rilização pediátrica deve ser sem-pre considerada em cães machos e fê -meas com menos de seis meses devida e suficientemente sadios para se -rem submetidos a anestesia e cirurgia.

Por pelo menos quatro décadas, atra dicional idade para a ovário-histe -rec tomia/orquiectomia de cães egatos foi de no mínimo seis meses devida, curiosamente sem evidênciashis tóricas de respaldo científico. Pro -va velmente a idade mínima de seismeses surgiu em meados do séculopas sado como forma de prevenção decomplicações cirúrgicas e/ou anesté-sicas, sendo recomendada com baseno final do esquema de vacinação ouatingida a maturidade sexual. Otermo “castração pediátrica” foi defi -ni do para descrever a ovário-histe -rec tomia/orquiectomia em cães egatos com menos de seis meses devida, embora muitos médicos veteri-nários prefiram definir o termo comoas castrações precoces realizadas nointervalo entre seis e dezesseis sema-nas (1,5 a 4 meses) de vida.

As técnicas cirúrgicas pediátricase os programas de castração em gran-

sos e de resultados conflitantes os es -tudos que avaliam as complicações amédio e longo prazo, como retardodo crescimento osseoesquelético, fra-turas ósseas, displasia coxofemoral,problemas em ligamentos, no tratourinário e no comportamento, infec-ção urinária, câncer e obesidade.

Em contrapartida, são inegáveis osbenefícios da redução da idade reco-mendada para castração de cães egatos, e muitos abrigos nos EstadosUnidos realizam castrações de rotinaentre seis e oito semanas de vida, ouquando o animal atinge o peso de 2libras (900 gramas). Vários estudosmostram que os gatos podem atingira maturidade sexual aos 3,5 meses deidade, que a castração pediátricapode prevenir a reprodução de 15-20% dos animais que teriam filhotesantes da castração tradicional, que20% dos gatos tiveram ninhadas pre-viamente à castração e que a maioria(acima de 53%) das ninhadas nasci-das são indesejáveis. Além disso, a

A castração pediátrica pode prevenir a reprodução de 15-20% dos animaisque teriam filhotes antes da castração tradicional

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de volume e com alta qualidade sur-giram na década de 1980, sendo re -for çados com a medicina veterináriado coletivo (shelter medicine) nosEs ta dos Unidos, e muitos desses pro-tocolos e padrões de cuidados são ro -tina dentro da comunidade dos abri-gos americanos. Embora sendo utili -za dos há décadas, alguns desses pro-cedimentos não foram ainda absorvi-dos pela comunidade veterinária emgeral, levando alguns clínicos a acre-ditar que não são comprovados, se -gu ros ou úteis, e portanto seriam des-necessários.

Embora as complicações da cas-tração pediátrica de cães e gatosincluam desde discreto edema escro-tal ou incisional, reações à sutura esuturas muito apertadas até deiscên-cia, overdose química, infecção emorte, não há evidência científica deque sejam de maior risco quandocomparadas às castrações realizadasem animais com mais de seis mesesde vida. Além disso, são controver-

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cas tração previne piometria, hiper -tro fia prostática, prostatite e absces-sos por mordedura de gatos, além dare dução do abandono de animais de -vido aos distúrbios de comportamen-to relacionados ao hormônio sexual,como agressão e urina de gatosmachos, sangramento, brigas duranteo cio e ninhadas indesejáveis.

Um completo exame clínico deveser realizado pelo médico veteriná-rio, se possível com realização de he -mo grama e perfil bioquímico, alémde testes sorológicos como o de leu-cemia felina, lembrando que o hema-tócrito do filhote é normalmente maisbaixo, entre 28 e 35%. Pacientes pe -diá tricos têm um sistema enzimáticohepático imaturo, baixa de proteínasligadoras de drogas e diminuição nataxa de filtração glomerular, causan-do alteração no metabolismo e excre-ção de drogas. Além disso, conso-mem mais oxigênio, são predispostosà hipoglicemia e durante a anestesiasão suscetíveis à hipotermia, devidoà maior proporção de área de superfí-cie por volume corpóreo e à baixapercentagem de gordura corpórea.Du rante o jejum pré-anestésico, osfilhotes entre seis e dezesseis sema-nas de vida devem receber uma refei-ção liquefeita ou facilmente digerívelde duas a quatro horas antes da cirur-gia, para evitar a hipoglicemia. Aanes tesia deve ser feita em localcalmo, junto com a ninhada, com omínimo manuseio.

O procedimento cirúrgico da cas-tração pediátrica na fêmea é maisrápido e fácil que no animal adulto,pois os ovários são mais fáceis de sevisualizar e exteriorizar, com poucagordura abdominal. Nos machos,uma incisão escrotal única pode sersuficiente, e sempre se devem remo-ver ambos os testículos. Normalmen -te os testículos descem até no máxi-mo oito semanas de vida nos gatos edezesseis semanas de idade nos cães,mas os machos de ambas as espéciessão considerados criptorquídeos so -mente após os seis meses de idade. Opós-operatório deve ser feito com o

restante da ninhada e coberto demodo a ter calor e familiaridade, comalimentação dentro da primeira horaapós o retorno anestésico. Os animaispodem ser liberados no mesmo dia dacirurgia, pois a recuperação anestési-ca e a cicatrização são mais rápidasque as dos adultos. A tatuagem depa cientes pediátricos é fundamental,pois a cicatriz cirúrgica pode ser dedifícil visualização e palpação maistarde na vida do animal, e é feita late-ralmente à incisão cirúrgica nasfêmeas, pré-escrotal nos cães e próxi-mo à região umbilical nos gatos.

Em conclusão, os filhotes de cães egatos podem ser segura e efetivamen-te castrados se forem tomados os cui -da dos anestésicos e cirúrgicos ade -qua dos. A castração pediátrica éessen cial no esforço se assegurar quetodos os animais sejam adotados jácas trados. A taxa de complicaçõespe rio peratórias na castração pediátri-ca obser vadas até o momento não sãomaio res (e podem ser menores) que asobservadas na castração tradicional.

Alexander WelkerBiondoMV, MSc, PhD. Depar ta mento deMedicina Ve te ri nária daUFPR - Uni ver si dade

Federal do Paraná. Diretor do De par -tamento de Pesquisa e Conser va çãoda Fauna da Prefeitura de [email protected]

MEDICINA VETERINÁRIADO COLETIVO

Evidências mostram que a castração pediátrica: 1) reduz o risco de tumoresmamários em cadelas e gatas; 2) retarda o fechamento fiseal de ossos lon-gos e consequentemente leva a um aumento menor desses ossos em cães,e provavelmente também em gatos; e 3) produz mais características sexuaissecundárias juvenis tanto em cães como em gatos, sendo que os itens 2 e 3não foram associados a efeitos adversos na saúde animal

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ReferênciasAppel L, Scarlett J. Pediatric Neutering. In:

Shelter Medicine for Veterinarians andStaff. Editors: Lila Miller and StephenZawistowski. 2nd Ed. Wiley-Blackwell,2013.

Aronsohn MG, Faggella AM. SurgicalTechniques for neutering 6-14 week oldkittens. JAVMA, 202: 53-55, 1993.

Kustritz MV. Determining the optimal age forgonadectomy of dogs and cats. JAVMA,231, 1665-1675, 2007.

Spain CV, Scarlett JM, Houpt KA. Long-termrisks and benefits of early-age gonadecto-my in cats. JAVMA, 224, 372-379, 2004.

Spain CV, Scarlet JM, Houpt KA. (2004).Long-term risks and benefits of early-agegonadectomy in dogs. JAVMA, 224, 380-387.

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MEDICINA VETERINÁRIADO COLETIVO

Maus-tratos aos animais e violência à mulher,à criança e ao idoso: existe elo entre eles?

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

AOrganização Mundialda Saúde (OMS) de -cla ra a violência como

um crescente problema de saú -de pública e alerta os estados-membros a avaliar e co mu ni carà organização os casos de vio -lência ocorridos em seus ter -ritórios. Embora seja de com -plexa e difícil caracterização,necessitando inclusive de equi-pe intersetorial, a OMS consi-dera a agressão contra ani mais ou obje-tos pessoais um ato de violência físicamoderada contra seus donos.

Diversos estudos mostram correla-ções positivas entre casos de maus-tra tos a animais e abuso às crianças,aos ido sos, violência doméstica eoutras for mas de violência contra pes-soas fisica mente vulneráveis (Figura1). Um es tudo nos Estados Unidos daAmérica (EUA) mostrou que106/153 (69,3%) dos criminosos quecometeram abuso contra animaistiveram envolvimento em outros cri-mes violentos, porte de drogas ouarmas. Além disso, foram mais sus-cetíveis de cometer violências contrapessoas (5,4 vezes) e contra a pro-priedade (4 vezes), e ainda mais pro-pensos a cometer crimes relaciona-dos ao uso de drogas (3,4 vezes).

A violência também tem relaçãoespecífica com a mulher e a criança:54/100 (54%) mulheres que procura-ram abrigo por violência domésticanos EUA relataram que o marido jáhavia ferido ou matado seus animaisde companhia (Figura 2). Esse mesmoestudo sugeriu que a gravidade dosabusos sofridos pelos animais podeaumentar à medida que a violênciadoméstica se agrava. As criançasexpostas à violência em suas casasforam mais propensas a cometer atosde crueldade contra seus animais e2,9 vezes mais propensas a se envol-ver em casos de crueldade animal.

Segundo esses estudos, os animaisdomiciliados podem atuar como sen-tinelas de casos de violência domés-tica, e os maus-tratos contra eles po -dem ser um bom indicador de outrostipos de violência dentro ou fora dafamília envolvendo particularmenteanimais de companhia no ciclo da vio -lência familiar. Algumas associaçõesincentivam inclusive a notificação doscasos de maus-tratos a animais iden-tificados pelos clínicos veterinários,disponibilizando um có digo pa drão

de conduta e exame para au xiliar a re -co nhecer, avaliar e carac te rizar osmaus-tratos perpetrados contra osani mais. Os casos intencionais demaus-tratos relacionados a outras for-mas de violência podem ser identifica -dos por meio da análise conjunta dosfa tores (comportamento da fa mília,exame clínico e comportamento doani mal) que envolvem não só o ani-mal que chega até a clínica, mas tam-bém o contexto da família hu mana deque ele faz parte (Figura 3).

Figura 1 – Elo das formas de violência contra a vida segundo o dr. Phil Arkow(consultor da American Society for the Prevention of Cruelty to Animals e doAnimals & Society Institute). “A violência familiar é uma questão de poder econtrole. Frequen te men te, a escolha da víti-ma depende da oportunidade. Quan do ummembro da família sofre abu so, todos osoutros na família estão sob risco”. PhilArkow, Breaking the cycles of violence: apractical guide (Alameda: Latham Foundation,1995).

!Ausência de explicação sobre o ocorrido;!Explicações inconsistentes, incompatíveis com agravidade da lesão;!Histórias discrepantes, versões diferentes do ocor-rido;!Histórico de lesões ou mortes de diferentes ani-mais provenientes da mesma casa ou proprietário;!Falta de interesse pelo animal;!Comportamento estranho ou até mesmo agressivodo proprietário diante dos questionamentos.

!O animal demonstra medo diante do proprietário;!O animal demonstra alegria quando separado doproprietário;!O animal é levado ao veterinário por sofrer lesões-não usuais e repetitivas.

CÃO

Figura 2 - O médico veterinário, em sua rotina, deve estar atento a alguns sinaisque podem indicar a ocorrência de violência doméstica e abuso de animais:

Fonte: The International Handbook of Animal Abuse and Cruelty, 2008 - http://goo.gl/s0CfVk

FAMÍLIA

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Cresce no Brasil a pesquisa e a dis-cussão sobre a correlação que existeentre maus-tratos a animais e violên-cia doméstica, ainda pouco estudadade fato, principalmente dentro daárea de clínica veterinária de animaisde companhia. Em Curitiba, a Redede Defesa e Proteção Animal (RDPA)da Secretaria Municipal de Meio Am - biente estabeleceu uma parceria coma Secretaria Municipal Extraor di -nária da Mu lher e a Fun dação deAssis tência Social, produzindo ma -pas individuais da violência contra osanimais, as mulheres e as crianças(Figura 4). Essa abordagem inter se -cretarial será futuramente in tegradatambém no re gis tro das de nún ciaspro cedentes de maus-tratos con tra osanimais (Figura 5), e violência do més -ti ca contra as mulheres e as criançaspelos respectivos órgãos mu nicipais,de modo a alertar os demais serviçose/ou verificar se existe correlação sig-nificativa espacial entre as diferentesformas de violência contra a vida.

Esse trabalho integrado entre astrês secretarias pode reforçar a impor-tância e o impacto do médico veteri-nário jun tamente com o de assistentessociais, mé di cos, enfermeiros eoutros profissionais, no Núcleo deApoio à Saúde da Fa mí lia (NASF),até então mais focado na saúde dafamília e de seus membros humanos.

Nesse sentido, esses pro fis sio nais dasaúde vinculados ao NASF nãodevem se limitar aos aten di mentos eencaminhamentos clíni coci rúrgicosambulatoriais ou hospitalares, masatuar principalmente na pre venção eno combate aos casos de vio lên cia.Além disso, essa nova área de atua-ção amplia a responsabilidade e acompetência dos clínicos veterináriosde animais de companhia, que devemser capazes de diferenciar ca sos aci-

dentais de violência intencional emsua rotina clínica ambulatorial.

Em resumo, o trabalho interseto-rial é fundamental na abordagem daviolência doméstica e dos maus-tra-tos aos animais, para estabelecer oelo entre as diferentes formas de vio-lência, contribuindo para a definiçãode indicadores, a criação e o monito-ramento de intervenções e políticaspúblicas dirigidas à melhora das con-dições de saúde da comunidade.

Figura 5 - Cão em condições precárias e que sofreu maus-tratos encontrado emvistoria da Rede de Proteção Animal de Curitiba. Em casos assim, é fundamentalo rastreamento de outras formas de violência contra a vida na mesma residência

Figura 4 - Denúncias de violência no município de Curitiba de janeiro a junho de2013 por regional de saúde

Figura 3 - Mulher, criança e cão –todos juntos e com medo (e ainda sepoderia incluir um idoso), em campa-nha de divulgação do com bate à vio-lência familiar nos EUA

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014 39

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A medicina veterinária do coletivoé particularmente capacitada paraatuar de forma integrada com os maisdiferentes segmentos da sociedade eo poder público nessa busca de polí-ticas públicas de combate à violênciacontra a vida.

Bibliografia sugerida:Ascione, F. R., Weber, C. V., Thompson, T.

M., Heath, J., Maruyama, M., Hayashi, K.Battered Pets and Domestic Violence:Animal Abuse Reported by WomenExperiencing Intimate Violence and byNonabused Women. Violence AgainstWomen. V.13, n.6, p. 354-373, 2007.

Arkow, P., Munro, H. The VeterinaryProfession's Roles in Recognizing andPreventing Family Violence: The Experiencesof the Human Medicine field and theDevelopment of Diagnostic Indicators ofNon-Accidental Injury. In: Frank R.Ascione, Ed.: The International Handbookof Animal Abuse and Cruelty: Theory,Research and Application, West Layatette,IN: Purdue University Press, 2008. P. 31-58.

Cruelty to animals and other crimes, A Studyby the MSPCA and NhortheasternUniversity, 1997. Disponível em:http://www.mspca.org/programs/cruelty-p r e v e n t i o n / a n i m a l - c r u e l t y -information/cruelty-to-animals-and-other-crimes.pdf

DeGue, S., DiLillo, D. Is Animal Cruelty a“Red Flag” for Family Violence?Investigating Co-Occurring ViolenceToward Children, Partners, and Pets.Journal of Interpersonal Violence. v. 24,n. 6, p. 1036-1056, 2009.

Guia metodológico para multiplicação deobservatórios municipais da violência(Or ga nização Pan-Americana da Saú -de/Or ga ni zação Mundial da Saúde),2008. Dis po ní vel em:http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&task=cat_view&Itemid=423&gid=1086&orderby=dmdate_published&ascdesc=DESC&limitstart=10

Alexander Welker BiondoMV, MSc, PhD. Depar ta mento de Medi -cina Ve te ri nária da UFPR- Uni ver si dade Federal doParaná. Diretor do De par -

tamento de Pesquisa e Conser va çãoda Fauna da Prefeitura de [email protected]

MEDICINA VETERINÁRIADO COLETIVO

Esther Dias da CostaMV, mestranda em Me di -ci na Vete ri ná ria do Co le -tivo da UFPR - Uni ver si -dade Federal do Paraná. [email protected]

Roseli IsidoroBacharel em Letras.Secretária da SecretariaMunicipal Extraordináriada Mulher de Curitiba.

[email protected]

Márcia Oleskovicz FruetJornalista. Presidente daFundação de Ação Social(FAS) de Curitiba.

[email protected]

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Dia 15 de novembro8h00 – 8h30 – Abertura: Brasileish, Anclivepa-MG eCRMV-MG

8h30 – 9h15 – A leishmaniose e o conceito “One Health”– Dra. Clarisa Palatnik

9h15 – 10h15 – A visão da medicina brasileira no con-ceito “One Health” – Quadro atual da leishmaniose visce-ral humana no Brasil – casuística, expansão, tratamentoe mortalidade. – Dr. Carlos Henrique Nery Costa

10h15 – 10h35 – Intervalo

10h35 – 11h35 – Remoção e sacrifício canino: estratégiaefetiva e ética? – Dr. Guilherme Werneck

11h35 – 12h35 – Perguntas – Dr. Carlos Henrique NeryCosta e dr. Guilherme Werneck

12h35 – 13h15 – Almoço

13h15 – 14h15 – Controle da leishmaniose visceral cani-na - história recente no Brasil – Dra. Waneska Alves

14h15 – 14h45 – Portaria apócrifa – Por que abandona-da? – Dr. Vitor Márcio Ribeiro

14h45 – 15h00 – Intervalo

15h00 – 16h00 – A leishmaniose visceral na Europa –situação atual. Estratégias utilizadas na Europa? –Dra. Guadalupe Miró

16h00 – 17h00 – Mesa redonda – Dra. Waneska Alves,dr. Vitor Márcio Ribeiro e dra. Guadalupe Miró

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SAÚDE PÚBLICA

Qual a estratégia eficiente para o controle da LVC?

Dia 16 de novembro8h00 – 9h00 – Controle vetorial na prevenção daleishma niose visceral. Evidências de sucesso? – Dr.Filipe Dantas Torres9h00 – 9h15 – Intervalo9h15 – 10h15 – O tratamento canino da LV no continenteeuropeu– novas evidências? – Dra. Guadalupe Miró10h15 – 11h00 – Medidas de controle da LV alternativasao abate canino – Dra. Analiz Bastos11h00 – 12h30 – Mesa redonda – Dr. Filipe DantasTorres, dra. Guadalupe Miró e dra. Analiz Bastos12h30 – 14h00 – Almoço14h00 – 15h00 – O diagnóstico do dia a dia da clínica eo diagnóstico oficial do serviço público – Dr. FábioNogueira15h00 – 15h15 – Intervalo15h15 – 15h45 – PCR Real Time – última palavra? – Dra.Ingrid Menz 16h00 – 16h30 – Imunohistoquímica versus xenodiag-nóstico. Esses exames se equivalem? – Dr. SydneiMagno16h30 – 17h00 – Estadiamento e manejo da LVC – Dr.Paulo Tabanez17h00 – 17h30 – A realidade sobre o tratamento da LVCno Brasil – Dr. André Luis Soares da Fonseca17h30 – 18h15 – Esmiuçando os processos jurídicos noBrasil – Dr. Wagner Leão

No dia 15 de agosto, a CâmaraMunicipal de Campo Grande,MS, realizou audiência públi-

ca por proposição do vereadorEduardo Romero (PTdoB) para dis-cutir as condutas praticadas em rela-ção à leishmaniose visceral canina: oabate, o tratamento e a prevenção.

Na internet, no Diário Digital(http://goo.gl/oa68QW), é possívelconferir os registros entre os quedefendem e os que são contra o trata-mento canino.

O dr. Wagner Leão do Carmo,advogado da Sociedade de ProteçãoAbrigo dos Bichos, que conseguiudecisão favorável ao tratamento cani-

no pelo ministro da Corte JoaquimBarbosa, esteve presente e continuoudefendendo o tratamento.

O dr. André Luis Soares daFonseca, médico veterinário e advo-gado, também de fen de o tratamentode cães, mas de forma responsávelpelos proprietários, como já era pre-visto no documento que ficou conhe-cido como portaria apócrifa –http://goo.gl/mUtYzI –, redigida em2006 com a participação daAnclivepa Brasil.

Simpósio Internacional de LVCMantendo a tradição e a vanguarda

no compartilhamento de informação

científica sobre a leishmaniose visce-ral canina, o Simpósio Internacionalde LVC de 2014 contará com a pre-sença da dra. Guadalupe Miró, presi-dente do Leish-Vet, instituição euro-peia que congrega especialistas emleishmanioses. A dra. Miró esclarece-rá a conduta que envolve a preserva-ção da vida canina e que permite otratamento canino na Europa.

Diversos outros especialistas esta-rão presentes, abordando tópicos quemerecem a atenção de todos os queestão envolvidos com a saúde de cãese gatos. Confira abaixo a programa-ção preliminar, compartilhe e participedessa importante discussão.

Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral CaninaBelo Horizonte - MG

Por Arthur de Vasconcelos Paes Barretto - CRMV-MG 10.684

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 201446

Flavya Mendes-de-AlmeidaMV, mestre, dra., profa.Depto. de Patologia e Clínica VeterináriaPPGMV/[email protected]

Norma LabartheMV, mestre, dra., profa.PPGMV/UFFassessora da presidência - [email protected]

Giardia duodenalis: a complexa simplicidade parasitária –revisão de literaturaGiardia duodenalis: the complex parasitological simplicity – literaturereviewGiardia duodenalis: la complicada simplicidad parasitaria – revisón de laliteratura

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, p. 46-56, 2014

Parasitologia

Resumo: O gênero Giardia é composto por várias espécies que infectam diferenteshospedeiros vertebrados, inclusive seres humanos, cães e gatos. Seu ciclo é simplese direto, e a via natural de infecção dos hospedeiros é pela ingestão de cistos naágua, alimentos ou fezes. A maioria dos cães e dos gatos infectados não apresentasinais clínicos, entretanto, quando houver manifestação clínica, a mais comum é adiarreia. Uma vez estabelecida, a infecção por G. duodenalis é dificilmente eliminada;logo, o objetivo do tratamento é, principalmente, a resolução da diarreia. O controleda infecção pode ser feito à base de compostos da classe dos nitroimidazóis, entreoutros. Entretanto, o controle da infecção em assintomáticos visando à saúde públicanão deve ser generalizado, uma vez que cães e gatos geralmente albergam genotiposque não são transmissíveis a outras espécies, e, portanto, não devem ser incluídosno ciclo de infecção humana por G. duodenalis.Unitermos: infecção canina, infecção felina, saúde pública, giardíase, tratamento,diagnóstico

Abstract: The genus Giardia has several different species which infect a variety ofvertebrate hosts, including humans, dogs and cats. Its cycle is direct and simple andthe natural infection occurs through the ingestion of cysts along with water, food orfeces. The majority of infected dogs or cats show no signs of disease, although somecan become sick and the most common clinical sign is diarrhea. Once established ina new host, the infection by G. duodenalis is difficult to eliminate; therefore, the mainpurpose of treatment is the resolution of diarrhea. To control the infection, compoundsof the nitroimidazole class may be used, among others. However, generalizing thecontrol of canine or feline infections due to public health concerns should notbe performed, since these animals usually harbor genotypes that are not transmittedto other species and, therefore, can not be included in the cycle of human infection byG. duodenalis.Keywords: canine infection, feline infection, public health, giardiasis, diagnostics,treatment

Resumen: El género Giardia está formado por varias especies que infectan diferenteshuéspedes vertebrados, inclusive los seres humanos, perros y gatos. Su ciclo es simpley directo, y la vía natural de infección de los huéspedes se produce por la ingestiónde quistes presentes en el agua, alimentos o materia fecal. La mayoría de los perrosy gatos infectados no presenta signos clínicos, aunque en los casos en que estosaparecen, el mas común es la diarrea. Una vez que se instala, la infección por G.duodenalis difícilmente será eliminada; es así que el objetivo del tratamiento será,principalmente, solucionar la diarrea. El control de la infección puede realizarsemediante la administración, por ejemplo, de compuestos nitroimidazólicos. El controlde la infección en pacientes asintomáticos, teniendo en cuenta la salúd pública, nodebe generalizarse, ya que los perros y gatos suelen albergar genotipos que no setransmiten a otras especies y, por lo tanto, no deben ser incluidos en el ciclo de lainfección humana por G. duodenalis.Palabras clave: infección canina, infección felina, salud pública, giardiasis,tratamiento, diagnostico

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 201458

Fernanda Auciello SalvagniMV, aluna de doutoradoDepto. de Patologia - FMVZ/[email protected]

Adriana de SiqueiraMV, mestre, aluna de doutoradoDepto. de Patologia - FMVZ/[email protected]

Anna Carolina B. Esteves MariaMV, mestre, aluna de doutoradoDepto. de Patologia - FMVZ/[email protected]

Leonardo Pereira MesquitaMV, mestre, aluno de doutoradoDepto. de Patologia - FMVZ/[email protected]

Paulo César MaiorkaMV, dr., prof. associadoDepto. de Patologia - FMVZ/[email protected]

Patologia veterinária forense: aplicação, aspectos técnicos e relevância em casos com potencial jurídico de óbito de animais Forensic veterinary pathology: application, technical aspects andrelevance in cases of animal death with legal potentialPatología forense veterinaria: aplicación, aspectos técnicos y su importancia en los casos con potencial jurídico de muerte de animales

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, p. 58-72, 2014

Medicina veterinária legal

Resumo: O aumento da conscientização de médicos veterinários e proprietários deanimais quanto às consequências legais referentes à prática da medicina veterináriase reflete na crescente demanda pela medicina veterinária legal. A patologia forenseé um instrumento valioso nessa área, sendo seu conhecimento essencial em casosde óbito de animais com suspeita de maus-tratos, negligência, intoxicaçõesexógenas e erros médicos, dentre outros. As necrópsias com fins periciaisapresentam diferenças quanto ao exame necroscópico tradicional, especialmente noregistro e na documentação de lesões, tornando necessário o conhecimento dasbases da patologia forense. O presente trabalho visa reunir e divulgar informaçõestécnicas quanto à patologia forense veterinária e à realização de uma necrópsiadocumentada com fins periciais, a fim de auxiliar o médico veterinário frente a umcaso com potencial jurídico de óbito animal.Unitermos: medicina veterinária legal, necrópsia documentada, perícia

Abstract: The increasing awareness of veterinarians and animal owners regardingthe legal consequences of the veterinary medicine practice is reflected on the growingdemand for veterinary forensic medicine. Forensic pathology is a very valuable tool inthis area, being essential in cases of animal death that may suggest abuse, neglect,poisoning and medical errors, among others. Necropsies for forensic ends presentsome differences regarding the traditional exam, especially regarding the recordingand documentation of lesions, thus rendering the knowledge of the bases of forensicpathology necessary. The present study aims to gather and disclose technicalinformation about the performance of forensic necropsies in animals, in order to assistthe veterinarian in cases of animal death with legal potential.Keywords: forensic veterinary medicine, forensic necropsy, expertise

Resumen: El aumento de la concientización de los médicos veterinarios y delos propietarios de animales en relación a las consecuencias legales relacionadascon la práctica de la medicina veterinaria puede verse reflejada en la crecientedemanda por una medicina veterinaria forense. La patología forense representa unvalioso instrumento en esa área, siendo esencial su conocimiento en los casos demuerte de animales donde se sospecha de malos tratos, negligencia, intoxicacionesexógenas y errores médicos, entre otras situaciones. Las necropsias con finespericiales presentan diferencias con el examen necroscópico convencional,especialmente en el registro y en la documentación de las lesiones, siendo necesarioque se conozcan las bases de la patología forense. El presente trabajo tiene comoobjetivo reunir y divulgar las informaciones técnicas relacionadas con la patologíaforense veterinaria, con la realización de una necropsia documentada con finespericiales, a fin de ayudar al médico veterinario en los casos donde exista unpotencial jurídico relacionado con la muerte un animal.Palabras clave: medicina veterinaria forense, necropsia documentada, pericia

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Isabelle Valente NevesMV, mestre, aluna de [email protected]

Jéssica Yasminne Bernardo Limaaluna de graduaçãoCMV/[email protected]

Édson Fernando Mariz Alvesaluno de graduaçãoCMV/[email protected]

Maria Luiza Farias LimaMV, aluna de [email protected]

Fabiano Séllos CostaMV, dr., prof. [email protected]

Parâmetros clínicos e laboratoriais de cães obesos submetidos a restrição calórica para perda de pesoClinical and laboratory parameters of obese dogs submitted to caloricrestriction for weight lossParámetros clínicos y laboratoriales de perros obesos manejados conrestricción calórica para pérdida de pesoClínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, p. 74-82, 2014

Nutrição

Resumo: A obesidade é uma doença nutricional comum nos cães, podendo levar àdiminuição da longevidade e ao desenvolvimento de doenças secundárias. Neste estudofoi realizada a restrição calórica para perda de peso durante quatro meses em doze cãesobesos. Nos quais foram avaliados os parâmetros clínicos, nutricionais e laboratoriais.Observou-se diminuição significativa do peso corporal, do percentual de gordura e demedidas morfométricas. Laboratorialmente, verificou-se hipercolesterolemia e hiper -trigliceridemia no momento inicial, com significativa diminuição do colesterol total e dafração LDL no momento final. Houve aumento significativo da ureia sérica no momentofinal, mas não dos níveis de creatinina. Os demais parâmetros laboratoriais avaliadosnão apresentaram variações significativas no período experimental. Pode-se concluirque houve significativa diminuição do peso nos animais submetidos a restrição calórica,assim como a manutenção da perda de peso semanal entre 1 e 2% e que elespermaneceram saudáveis após o período experimental.Unitermos: obesidade, emagrecimento, dieta, fenômenos fisiológicos da nutrição,canina

Abstract: Obesity is a common nutritional problem in dogs. It can lead to decreasedlongevity and to the development of secondary diseases. In the present study, 12obese dogs have undergone caloric restriction for weight loss for four months.Physical, nutritional and laboratory parameters of all animals were evaluated. Therewas a significant decrease in body weight, fat percentage and morphometricmeasurements. Hypercholesterolemia and hypertriglyceridemia were present at theonset of treatment, but a significant decrease in total cholesterol and LDL fractionwere observed at the end of the trial. We also noticed a considerable increase in finalserum urea levels, with no concomitant increase in creatinine levels. Otherlaboratory parameters showed no significant variations during the trial. Based onthese results, one can conclude that there was a significant decrease in body weightin animals subjected to caloric restriction, with maintenance of weekly weightloss between 1-2%, and that they remained healthy after the experimental period.Keywords: obesity, weight loss, diet, nutritional physiological phenomena, canine

Resumen: La obesidad es una enfermedad nutricional común en perros, que puedellevar a una disminución de la sobrevida del paciente, y también al desarrollo deenfermedades secundarias. En este estudio se realizó durante cuatro meses unarestricción calórica en doce perros obesos, con el objetivo de que perdieran peso,siendo evaluados los parámetros clínicos, nutricionales y de laboratorio. Se pudoobservar una disminución significativa del peso corporal, del porcentaje de gordura yde las medidas morfométricas. En los exámenes de laboratorio se pudo verificarhipercolesterolemia y aumento de triglicéridos en el momento inicial del experimento,con una significativa disminución del colesterol total y de la fracción LDL al final delmismo. Hubo aumento significativo de la urea al final del experimento, aunque no sedetectaron aumentos de la creatinina. Los demás parámetros de laboratorio evaluadosno presentaron variaciones significativas. Se puede concluir que hubo una significativadisminución de peso en los animales sometidos a restricción calórica, como así tambiénun mantenimiento de la pérdida de peso semanal entre un 1 y un 2%, conmantenimiento de la condición de salud después del período experimental.Palabras clave: obesidad, pérdida de peso, dieta, fenómenos fisiológicos en lanutrición, canino

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IntroduçãoA degeneração valvar mitral ou degeneração mixomatosa

da valva mitral (DMVM), ou ainda endocardiose mitral, éa doença cardíaca mais frequente em cães, corresponden-do a cerca de 75% das cardiopatias1. A condição consiste nadegeneração mixomatosa crônica do aparato valvarmitral, com espessamento e má coaptação dos folhetos,com ou sem prolapso, levando à insuficiência valvar 2.Apresenta progressão lenta, porém muitos cães evoluempara a insuficiência cardíaca congestiva (ICC), em cujoscasos avançados o tempo de sobrevida é baixo (nove

meses, em média) 1. Segundo alguns autores, cerca de 7%de toda a população canina morre de ICC antes dos dezanos de ida de, sendo esta, na maioria das vezes, causadapela DMVM 3.

A terapia médica atual envolve apenas a redução doavanço da ICC, sem intervir na degeneração. A intervençãocirúrgica é a única forma de impedir a progressão dadoença, devendo ser realizada, preferencialmente, antesdo aparecimento dos sinais de ICC 1,2,4.

A terapia cirúrgica consiste na troca valvar ou nas val-vuloplastias, sendo que as primeiras são indicadas apenas

James Newton B. M. de AndradeMV, mestre, dr., pós-dr.DMBS/CVM/[email protected]

Luiz Fernando LeãoMédico veterinário intensivistaHospital Veterinário [email protected]

Diogo da Motta Ferreiramédico veterinário anestesistaUniversidade Tuiuiti do [email protected]

Rosália [email protected]

Patrícia M. Pacheco [email protected]

Marthin Raboch Lempekmédico veterinário, residente (R1)[email protected]

George Ronald Soncini da Rosamédico, PhDIDC Dr. George [email protected]

Valvuloplastia mitral em um cão com degeneração valvarMitral valvuloplasty in a dog with valve degenerationValvuloplastia mitral en un perro con degeneración de válvula

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, p. 84-90, 2014

Cardiologia

Resumo: A degeneração mixomatosa da valva mitral é a cardiopatia mais frequenteem cães. Sua evolução é lenta, progredindo para insuficiência cardíaca congestiva,sendo esta a principal complicação da enfermidade. A terapêutica farmacológicaapenas reduz o avanço da insuficiência cardíaca, e a única forma de impedira progressão da doença é a intervenção cirúrgica. O objetivo deste trabalho é relatarum caso de valvuloplastia mitral por reparo margem a margem, associada aplicatura comissural, com circulação extracorpórea em um canino com doençavalvar. O presente relato descreve a técnica cirúrgica utilizada, bem como o pré, transe pós-operatório, demonstrando a eficácia da técnica e reiterando a intervençãocirúrgica como possibilidade terapêutica para pacientes com insuficiência cardíacacongestiva devido a degeneração valvar.Unitermos: canino, endocardiose, cirurgia cardíaca

Abstract: The myxomatous degeneration of the mitral valve is the most commonheart disease in dogs. Its evolution is slow and leads to congestive heart failure, whichis the main complication of the disease, often leading to death. Pharmacologicaltherapy only slows down the course of heart failure. The only way to prevent theprogression of the disease is surgery. The objective of this study is to report a caseof mitral valvuloplasty by means of margin-to-margin repair associated to commissu-ral plication annuloplasty and cardiopulmonary bypass in a canine with valvular disea-se. This case report describes the surgical technique used, as well as the pre-, trans-and postoperative care, demonstrating the effectiveness of this technique and sup-porting surgical intervention as an alternative for patients with congestive heart failu-re due to valvular degeneration.Keywords: canine, endocardiosis, cardiac surgery

Resumen: La degeneración mixomatosa de la válvula mitral es la cardiopatia másfrecuente en perros. Su evolución es lenta, progresando hacia una insuficienciacardíaca congestiva, que representa la principal complicación de la enfermedad. Laterapéutica farmacológica sólo reduce el avance de la insuficiencia cardíaca, y laúnica forma de impedir la progresión de la enfermedad es la cirugía. El objetivo deeste trabajo es relatar un caso de valvuloplastia mitral, con reconstrucción de márgena márgen, asociada a una plicatura comisural, con circulación extracorpórea en unperro con enfermedad valvular. El presente relato describe la técnica quirúrgicautilizada, así como el pre, trans y postoperatório, demostrando la eficiencia de latécnica y reafirmando a la cirugía como una posibilidad terapéutica en aquellospacientes con insuficiencia cardíaca congestiva por degeneración valvular.Palabras clave: canino, endocardiosis, cirugía cardíaca

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para pacientes de porte maior, devido à inexistência depróteses de tamanho adequado para os cães de menorporte, pois são produzidas para utilização em seres huma-nos. Além disso, requerem terapia anticoagulante pós-operatória. As valvuloplastias correspondem ao reparo doaparato valvar, por meio de técnicas isoladas ou combi-nadas, como anuloplastia circunferencial, substituição dascordas tendíneas, plicatura comissural e reparo margem amargem (técnica de Alfieri) 4-6. A anuloplastia é utilizadanos casos em que exista dilatação do anel mitral, e cor-responde à colocação de um ou dois semianéis, confec-cionados de politetrafluoretileno ou de pericárdio bovino,para reduzir o diâmetro do anel; a substituição da cordoa-lha é realizada quando há ruptura de uma ou mais cor-doalhas importantes, contribuindo para a regurgitação; aplicatura das comissuras consiste na sutura dos folhetosna região das comissuras valvares, causando aproximaçãode um folheto ao outro e redução da regurgitação; a téc-nica de Alfieri, ou reparo margem a margem, consiste nasutura do folheto septal ao parietal, no centro ou na regiãocomissural 4-6.

As valvuloplastias têm ainda a vantagem de não reque-rerem terapia antitrombótica pós-operatória. Todas as téc-nicas requerem circulação extracorpórea (CEC), recursopouco utilizado em medicina veterinária em todo o mundo,devido ao seu custo elevado, necessidade de equipe treina-da e grande número de complicações pós-operatórias 7.

Em seres humanos, está bem relatado na literatura que aCEC produz uma resposta inflamatória sistêmica (Sirs),com liberação de substâncias que prejudicam a coagulaçãoe a resposta imune; além disso, aumentam o tônus venoso,produzem grande liberação de catecolaminas, alterações nofluido sanguíneo e no estado eletrolítico, disfunção, lesãoou necrose celular do miocárdio e disfunção pulmonar

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Figura 1 - Ecocardiograma bidimensional com Doppler colorido (A) e espectral contínuo (B) da cadela deste relato comdegeneração mixomatosa da valva mitral, janela paraesternal esquerda caudal (apical), corte de 4 câmaras, eviden-ciando jato leve a moderado de regurgitação mitral, antes da valvuloplastia

A B

James N

ewton Bizetto M

eira de Andrade

James N

ewton Bizetto M

eira de Andrade

branda. Essa resposta inflamatória leva à movimentação defluidos do espaço intravascular para o intersticial, em razãodas alterações na permeabilidade vascular e da diminuiçãoda pressão oncótica, o que acarreta algumas complicaçõesno período pós-operatório imediato 7. Assim, pode resul-tar em edema, complicações respiratórias, aglutinaçãoleucocitária com deposição na microcirculação, distúr-bios neurológicos, lesão renal aguda, arritmias, síndromede baixo débito, sangramento pós-operatório, infecções edificuldade no controle glicêmico, entre outras. Quantomaior o tempo de CEC, mais grave será o desequilíbriofisiológico do paciente e as complicações que poderão serprovocadas por esse procedimento 7. Além dessas impli-cações, o baixo volume sanguíneo dos cães em relação aodos seres humanos, devido ao tamanho, também limita osucesso da CEC, possivelmente pelo maior grau de hemó-lise. Foi relatado maior sucesso em cães maiores de 15kg,e considera-se que a técnica de CEC não deveria ser uti-lizada em animais com peso menor que 5 kg 6.

O presente artigo relata um caso de cão com DMVMsubmetido a valvuloplastia mitral por reparo margem amargem, associada a plicatura comissural, com circulaçãoextracorpórea.

Relato do casoUma cadela sem raça definida, de treze anos de idade e

10kg, foi atendida em consulta de rotina, em que se detec-tou um clique mesossistólico durante a auscultação. O ani-mal não mostrava sinais de ICC, e os demais aspectos clí-nicos apresentavam-se normais. O ecocardiograma revelouprolapso mitral moderado, com jato de regurgitação mode-rado (Figura 1) e sinais iniciais de repercussão hemodinâ-mica, caracterizando degeneração mitral de classe B2, deacordo com o consenso atual do Colégio Americano de

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IntroduçãoOs tumores renais primários são raros em cães e gatos 1-18

com incidência de menos de 2% de todas as neoplasiasnessas espécies 1,14,17, sendo que 85% são malignos 2,9. Asneo plasias metastáticas renais secundárias são observadasmais comumente 1,14,16,17. Os tumores renais têm quatro ori-gens distintas: tubular renal, de células de transição, ne -fro blásticos e não epiteliais 2,9. O carcinoma renal é otumor renal primário canino mais diagnosticado 2,5,6,8,13,sendo que o envolvimento bilateral ocorre em cerca de

30% dos casos com neoplasia renal primária 1,2. Asneopla sias renais podem causar sintomas locais ou mani-festações sistêmicas de insuficiência renal. Os tumoresoriundos da pelve renal são capazes de causar hematúriaou hi dro nefrose 17,18. Acometem mais frequentementemachos do que fêmeas. Cães de meia-idade e idosos sãomais propensos a ser afetados 2,6,8,10,18. Entretanto, não hápredileção racial 6,8. O diagnóstico de um tumor renal pri-mário pode ser baseado em histórico clínico e achados emexame físico, hemograma completo, urinálise e perfil bio-

Carla Simone SoaresMV, aluna de especializaçã[email protected]

Danielle Almeida ZaniniMV, aluna de mestrado - FM/USPHV/Anhanguera [email protected]

Marjorie Takiy Ikeharamédica veterináriaHV/Anhanguera [email protected]

Ana Paula L. de Moraes OliveiraMV, mestre, profa. Universidade Anhanguera de São [email protected]

Carcinoma de células de transição da pelve renal em umacadela – relato de casoTransitional cell carcinoma of renal pelvis in a bitch – case reportCarcinoma de células de transición en pelvis renal de una perra –relato del caso

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, p. 92-98, 2014

Oncologia

Resumo: Em cães, os tumores renais primários são raros, sendo mais frequentes oscarcinomas renais. Os tumores renais podem ser classificados segundo sua origemcomo tubular renal, nefroblásticos, não epiteliais e de células de transição.Este último tipo pode se originar tanto no ureter quanto na pelve renal. O objetivodeste trabalho é relatar um caso de uma fêmea da espécie canina, SRD, de noveanos de idade, não castrada, atendida no setor de cirurgia de um Hospital VeterinárioEscola. Ao exame ultrassonográfico de abdômen, visibilizou-se uma massa emregião mesogástrica direita. O ovário e o rim direitos não foram visualizados. Apaciente foi submetida a laparotomia exploratória, seguida de nefrectomia eovariossalpingo-histerectomia. O exame histopatológico da formação confirmou odiagnóstico de carcinoma de células de transição de pelve renal.Unitermos: cão, rim, neoplasia

Abstract: Primary renal tumors in dogs are rare; among these, renal carcinomas arethe most frequent. Renal tumors may be classified according to their origin as renaltubular, nephroblastic, non-epithelial and transitional cell carcinomas. The latter canoriginate either in the ureter or in the renal pelvis. This work reports the case of a non-neutered nine-year-old female mongrel assisted by the Surgery Sector of a VeterinaryHospital. Ultrasound examination of the abdomen disclosed a mass in the rightmesogastric region. The ovary and right kidney could not be visualized. The patientunderwent exploratory laparotomy, followed by nephrectomy and hysterectomy withsalpingo-oophorectomy. Histopathology confirmed the diagnosis of transitional cellcarcinoma of renal pelvis.Keywords: dog, kidney, neoplasia

Resumen: Los tumores renales primarios son raros en perros, siendo los carcinomaslas neoplasias más frecuentes. Los tumores renales pueden ser clasificados segúnsu origen como tumores del túbulo renal, nefrablásticos, no epiteliales y de células detransición. Este último tipo puede originarse tanto en el uréter como en la pelvis renal.El objetivo de este trabajo es relatar un caso de una hembra canina, mestiza, denueve años de edad, no castrada, que fue atendida en el sector de cirugía de unHospital Veterinario Escuela, a la que durante la ecografía abdominal, se le detectóuna masa en región mesogástrica derecha. El ovario y el riñón derechos no pudieronser visualizados. Se le realizó una laparotomía exploratoria y posterior nefrectomía yovariohisterectomia. El examen histopatológico de la formación confirmó lapresencia de un carcinoma de células de transición de pelvis renal.Palabras clave: perro, riñón, neoplasia

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químico sé rico. Entretanto, os resultados frequentementesão ines pe cíficos e muitas vezes dentro dos parâmetrosnormais 1,2,6, principalmente se a neoplasia é unilateral 6. Oexame ra dio gráfico abdominal pode identificar o aumen-to de volume do órgão, a posição ectópica do rim e dasvísceras adjacentes e os focos de metástases 1,2,6,17; já asradiografias da região torácica facilitam a identificação demetástases pulmonares 1,2,6,16-18, descoberta que pode auxi-liar na abordagem terapêutica adotada 1,2,6. A ultrassono-grafia abdominal é o exame de eleição para diagnóstico,devido a sua sen sibilidade e especificidade. A urografiaexcretora auxilia na localização da neoplasia, confirman-do se há envolvimento do parênquima renal e qual a suaextensão 2,6,17,18. O diagnóstico definitivo é obtido a partirde estudo histo ló gico do tecido afetado 1,6,16-18. A nefrecto-mia é o trata men to preconizado nos casos de neoplasiasrenais unilaterais, nos pacientes sem alterações na bioquí-mica sérica e que não possuem evidências de metástase1,2,16-18.

Relato de casoUma fêmea da espécie canina, SRD, de nove anos de

idade, pesando 11 kg e não castrada, foi atendida no setorde cirurgia de pequenos animais do Hospital VeterinárioEscola da Universidade Anhanguera de São Paulo – cam-pus ABC. A principal queixa do proprietário foi a presen-ça de nódulos de crescimento lento nas glândulas mamá-rias. No exame físico, a paciente apresentou-se alerta,com frequência cardíaca de 148 bpm, frequência respira-tória de 48 mrm, tempo de preenchimento capilar de 2segundos, hidratação adequada, mucosas róseas claras elinfonodos superficiais de tamanho e consistência nor-mais. Na palpação mamária, observou-se a presença de

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neoformações em mama torácica caudal direita, cranialesquerda e abdominal cranial esquerda, com aproximada-mente 0,5 cm de diâ metro, firmes e não aderidas. Na aus-cultação cardiopulmonar não apresentava alterações. Napalpação abdominal, evidenciou-se aumento de volumefirme em região mesogástrica direita e ausência de sensi-bilidade. O proprietário foi orientado a realizar exameradiográfico de tórax e ultrassom abdominal para pesqui-sa de metástase e investigação de aumento de volume emregião epigástrica direita, além de exames hematológicose bioquímicos. O exame radiográfico de tórax em trêsprojeções não evidenciou alterações. Na ultrassonografiaabdominal visualizou-se, em região mesogástrica direita,estrutura ovalada de paredes finas e irregulares com con-teúdo anecogênico e pequenos pontos ecogênicos em sus-pensão, sem vascularização evidente no estudo doppler,

Figura 1 - Imagem ultrassonográfica de abdômen eviden cian -do estrutura ovalada em topografia de ovário e rim direito,região epimesogástrica direita, com conteúdo anecogênico

HV

/UA

SP-ABC

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IntroduçãoO entrópio é a inversão total ou parcial da pálpebra, que

promove, no caso particular dos cães da raça shar pei, ocontato dos pelos que recobrem a pele palpebral com asuperfície ocular. Tal condição resulta em dor e irritação nacórnea, podendo causar lesões 1. Algumas das causas para odesenvolvimento do entrópio são as anomalias anatômicas.Certas raças já possuem predisposição ao desenvolvimentodo entrópio, e, dentre elas, a raça shar pei merece destaque,

por possuir quantidade de pregas excessiva na face, o queagrava o grau da doença 2. O tratamento para o entrópio emcães jovens dessa raça pode ser transitório, com suturas(tacking), pois com o avançar da idade a predisposição aodesenvolvimento do entrópio diminui. Entretanto, algunsindivíduos poderão necessitar de correção cirúrgica per-manente 1, existindo várias técnicas que poderão variar,dependendo da causa, da localização, da extensão doentrópio e ainda da presença de problemas concomitantes 2.

Kelly Cristine de Sousa PontesMV, dra., profa.FACISA/Univiç[email protected]

Tatiana Schmitz DuarteMV, dra.Depto. de Veterinária, [email protected]

Luis Eugênio Franklin AugustoMV, mestre, prof.FACISA/Univiç[email protected]

André de Paula Monteiro Resendealuno de graduaçãoCMV/FACISA/Univiç[email protected]

Técnica de suspensão de brow no tratamento de entrópioem shar pei – relato de quatro casosBrow suspension technique in the treatment of entropion in Shar Pei –Report of four casesTécnica de suspensión de brow para el tratamiento de entropión enShar Pei – relato de cuatro casos

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, p. 100-108, 2014

Cirurgia

Resumo: A técnica de suspensão de brow é a preferida para a correção de entrópioem cães da raça shar pei. Porém, a técnica cirúrgica é pouco ilustrada na literatura,e os resultados de sua utilização são raramente descritos, o que pode fazer com queseu emprego seja escasso na rotina cirúrgica. Este relato tem como objetivodescrever a técnica de suspensão de brow de forma simples e ilustrada, associadaou não à técnica de Hotz Celsus, além dos achados pós-operatórios, quandoaplicada em quatro cadelas da raça shar pei. Houve sucesso em dois dos casosrelatados, e nos outros ocorreu recidiva. A técnica de suspensão de brow acentua ascaracterísticas da raça shar pei, tão desejadas pelos proprietários. Porém, podemocorrer recidivas.Unitermos: cães, cirurgia, pálpebras

Abstract: The Brow suspension technique is preferred for entropion correction inShar Pei dogs. However, the surgical technique is scarcely illustrated in literature andits results are rarely described, which can make its use scarce in surgical routine. Theaim of this report is to describe the brow suspension technique in a well-illustrated andsimple manner, associated or not to the Hotz Celsus technique, plus the post-operative findings when applied to four Shar Pei dogs. Two of the reported caseswere successful; the other presented relapses. The brow suspension techniqueundoubtedly accentuates the characteristics of the Shar Pei breed, as desired by theowners. However, relapses may occur.Keywords: dogs, surgery, eyelid

Resumen: La técnica de suspensión de brow suele ser la más recomendada para lacorrección del entropión en perros de la raza Shar Pei. Sin embargo, la técnicaquirúrgica está poco ilustrada en la literatura, y los resultados de su uso rara vez sondescriptos, lo que puede hacer que la técnica sea poco utilizada en la rutina quirúrgica.Este informe tiene como objetivo describir la técnica de suspensión de brow encuatro perras Shar Pei, de forma sencilla y bien ilustrada, con o sin el uso de latécnica Hotz Celsus, además de los resultados postoperatorios. El procedimiento fueexitoso en dos de los casos relatados, en tanto que en los otros hubo recidiva delcuadro palpebral. La técnica de suspensión de brow acentúa las características de laraza Shar Pei, lo que suele ser el pedido de los propietarios. Sin embargo, puedenocurrir recidivas.Palabras clave: perros, cirugía, párpados

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Os ácidos graxos poli-insatu-rados são gorduras quedesempenham diversas fun-

ções e geram benefícios para asaúde de cães, gatos e seres huma-nos. A maior parte dos efeitos bené-ficos relaciona-se ao metabolismodos ácidos eicosapentaenoico (EPA,20:5n-3) e docosahexaenoico (DHA,22:6n-3), pertencentes à família ! 3,o que os torna nutracêuticos de inte-resse terapêutico para vários pacien-tes 1 (Figura 1).

Um dos principais interesses dasuplementação com EPA e DHArelaciona-se à modulação imunoló-gica. Quando ocorre lesão celular, asmembranas celulares liberam osseus ácidos graxos componentes,que são metabolizados a eicosanoi-des pelas enzimas ciclo-oxigenasese lipo-oxigenases. O ácido araqui-dônico (AA, 20:4n-6), da família ! 6,origina eicosanoides das séries 2 e 4(PGE2, TXA2, PGI2, LTB4),potentes me diadores inflamatórios e

imunossupressores. Em contraste, aliberação de EPA e DHA produzeicosanoides 3 e 5 (PGE3, TXA3,LTB5), de menor atividade inflama-tória e não imunossupressores 2. OEPA e o AA competem pelas mes-mas vias enzimáticas na síntese deeicosanoides. Nesse fato reside seupotencial terapêutico, uma vez que asuplementação dietética de EPAinfluencia sua disponibilidade nasmembranas, estimula a produção deeicosanoides 3 e 5, garante a preva-lência do efeito anti-inflamatório e

PET FOOD

Benefícios do EPA e DHA na saúde de cães e gatos

outros efeitos de correntes da modu-lação imunológica.

Devido a limitações enzimáticas,os cães e os gatos não realizam efi-cientemente a conversão de ácido "-linolênico (ALA, 18:3n-3) em EPA eDHA, portanto, necessitam ingeri-lospara obter seus benefícios 3. O fito -plânc ton (algas e outras plantas mari-nhas), o zooplâncton e os óleos depeixes (ex: salmão, anchova e sardi-nha) que se alimentam desses orga-nismos marinhos constituem fontesconcentradas de EPA e DHA.

Alguns estudos foram eficazes emestabelecer doses capazes de re du zira ocorrência de arritmias ven tri -culares, prevenir a caquexia car día cae au men tar a sobrevida de cães car -dio pa tas: 25 mg/kg EPA + 18 mg/kgDHA a 40 mg/kg EPA + 25 mg/kgDHA 4,5,6. Essas doses são utilizadascomo re fe rência geral na medicinaveteri ná ria, uma vez que não há umcon senso de doses para cada condi-ção. Essas doses tam bém respeitam

EFEITO

Prevenção da caquexia cardíacaRedução das arritmias cardíacasRedução da chance de morte súbita. Aumento da sobrevida

Redução da carcinogênese e metástasesPrevenção da caquexia neoplásica

Auxilia no controle da inflamaçãoRenoproteção

Auxilia no controle da inflamação e da dorRedução das doses necessárias de glicorticoides

Auxilia no controle da inflamação e do pruridoRedução das doses necessárias de glicorticoides

Redução do colesterol e dos triglicérides circulantes

Desenvolvimento da retina (visão) e do cérebro (aprendiza-do)Neuroproteção, melhora da cognição e da memória

CONDIÇÃO

Cardiopatias

Câncer

Doença renal

Osteoartrose

Dermatopatias

Endocrinopatias

Filhotes e animaisidosos (DHA)

Figura 1 - Principais benefícios da suplementação diária de EPA e DHA

Um dos principaisinteresses da

suplementação com EPA e DHA relaciona-se

à modulação imunológica

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014 111

Wandréa [email protected] Médica veterinária, MSc, DScAvert - www.avert.com.br

Karina YazbekMédica veterinária, MSc, DScAll Care Vet - www.allcarevet.com.br

uma razão aproxi ma da de 1,5 EPA:1DHA 3. Essa pro por ção, em que pre-valece a concentração de EPA, éimportante para garantir os efeitosmetabólicos esperados, enquanto asrelações invertidas (em que prevale-ce o DHA) são mais indicadas parabenefícios relacionados ao papelestrutural do DHA, como o desen-volvimento da retina e do SNC.

Em suplementações excessivas(in toxicações), não recomendadasusualmente, foram descritos ocor-rência de vômitos, diarreias, ganhode peso, redução da agregação pla-quetária e, raramente, pancreatite 7.Porém, esses efeitos são considera-dos de baixa incidência e dose-de -pen dentes.

Referências1-BAUER, J. E. Therapeutic use of fish oils

in companion animals, Journal of theAmerican Veterinary MedicalAssociation, v. 239, n. 11, 2011.

2-CALDER, P. C. ; GRIMBLE, R. F.Polyunsatured fatty acids, inflammationand immunity. European Journal ofClinical Nutrition, v. 56, supl. 3, p. 14-19, 2002.

3-FREEMAN, L.M. Beneficial effects ofomega-3 fatty acids in cardiovasculardisease, Journal of Small AnimalPractice, v. 51, p. 462–470, 2010.

4-FREEMAN, L. M. ; RUSH, J. E. ;KEHAYIAS, J. J. et al. Nutritional altera-tions and the effect of fish oil supplemen-tation in dogs with heart failure. Journalof Veterinary Internal Medicine, v. 12,p. 440-448, 1998.

5-FREEMAN, L. M. ; RUSH, J. E. ; MARK-WELL, P. J. et al. Effects of dietary modi-fication in dogs with early chronic valvu-lar disease. Journal of VeterinaryInternal Medicine, v. 20, p. 1116-1126,2006.

6-SMITH, C. E. ; FREEMAN, L. M. ; RUSH,

J. E. et al. Omega 3 fatty acids in Boxerdogs with arrhythmogenic right ventricu-lar cardiomyopathy. Journal ofVeterinary Internal Medicine, v. 21, p.265-273, 2007.

7-LENOX, C. E. ; BAUER, J. E. PotentialAdverse Effects of Omega-3 Fatty Acidsin Dogs and Cats, Journal of VeterinaryInternal Medicine, p.1-10, 2013.

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014112

F oi bastante divulgada namídia a recente históriado furto de um leão de

nome Rawell e da batalhajudicial para saber quemseria o seu proprietáriolegal, mas a verdadeira his-tória desse leão como servertebrado capaz de senti-mentos (senciente) é aindamuito pouco conhecida. Elacomeça com o seu nascimentoem cativeiro, no Circo H. R., noano de 2003, época recente em queanimais domésticos e selvagens aindaeram indiscriminadamente re pro du -zidos e utilizados para a diversão e olazer das pessoas. A história desseleão se confunde com a história dasleis e mudanças de valores da socie-dade brasileira na proteção de ani-mais domésticos e selvagens, histó-rias tristes que aos poucos vão come-çando a ter um final mais feliz.

Embora várias cidades, como o Riode Janeiro (Lei Municipal n.3.714/2001), já proibissem “a apre-sentação de espetáculo circense ousimilar que tenha co mo atrativo a exi-bição de animais de qualquer espé-cie”, a prática de animais em circosem Curitiba foi proibida so mente em2007 (Lei Municipal n. 12.467/2007),e o projeto de lei estadual ainda tra-mita na Câmara Legis lativa doParaná.

Mesmo que Rawell tenha nascido ecrescido sem leis municipais ou esta-dual específicas que proibissem ani-mais em circos, o aumento do rigor naaplicação das antigas leis de proteçãoanimal (Lei Federal n. 24.645/1934,Lei Federal de Crimes Ambientais n.9.605/1998 e Decreto-Lei n.3.179/1999) fez com que fosse reali-zada em março de 2008 uma vistoriafiscalizatória do Ibama-PR na cida-de de Foz do Iguaçu, PR, onde seencontrava o Circo H. R. na ocasião.

A triste história de um leão chamado Rawell

MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL

A vistoria foi feita por or dem da Pro -motoria de Justiça e Mi nis tério Pú -blico do Estado do Para ná, bem comopara apurar a denúncia de “notícia decrime e infração ambiental de cor ren -te de maus-tratos e abuso contra ani-mais silvestres”, realizada na épocapela ONG Reserva Brasil. A proibi-ção do uso de animais em circos nacidade de Foz do Iguaçu, PR, ocorreuem ju nho de 2008, poucos meses apósa realização da vistoria do Ibama (LeiMu ni ci pal n. 3.456, de 11 de junho de2008, proíbe a manutenção, utilizaçãoe apresentação de animais em circosou espetáculos assemelhados).

Durante a fiscalização, foram en -contrados um babuíno-sagrado, umaleoa de quinze anos, dois leões ma -chos de 8 anos cada e Rawell, um leãoadulto de cinco anos. Conforme aficha de vistoria anexada à notifica-ção, determinou-se que fossem feitasadequações nos re cintos dos animais,de vendo o circo apre sentar as melho-ras ao Núcleo de Fau na do Ibama-PRno prazo de trinta dias após a lavraturado auto. Expirado o prazo estipuladoe com as modificações realizadas ape-nas parcialmente, e ainda atendendo a

decisão judicial, o Ibama-PR pro-videnciou a apreensão e retira-

da do ba buí no-sagrado queestava sen do mantido pelocirco, feitas sob pro teção po -licial e tumulto, com de ten -ção de membros do gru pocircense e multa à proprietá-ria do circo por dificultar a

ação da fiscalização.Quanto aos leões, nova

visto ria foi realizada para verifi-car o atendimento à notificação

do Ibama-PR, com apoio de dois

Maurilio Cheli/SM

CS

Rawell nasceu e cresceu no circo.Durante cinco anos foi mantido emum minúsculo espaço

Secretaria Municipal de Com

unicação Social

Rawell passando porcheck-up (agosto/2014)

Exame clínico geral, exame e limpezados dentes e boca, coleta de amos-tras de sêmen e sangue para exa-mes, exame e limpeza das patas egarras e radiografia das patas

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soldados da Polícia Ambiental doParaná (Força Ver de). Dessa vez ocirco estava na cidade de SantaHelena, PR, e os leões, apesar de es -core corporal adequado, apre sen ta -vam dentes fraturados, sem tratamen-to odontológico e com dolorosa expo-sição de canal. Três dos quatro leões,in cluindo Rawell, haviam sido sub -metidos recentemente a oniectomia etenotomia, cirurgia de retirada perma-nente das terceiras falanges, que im -pede o crescimento das garras. A leoaainda apresentava sequelas da ci rur gia,com fragmentos ósseos das fa langesnas patas que causavam dor e des -conforto ao caminhar. Além da preca-riedade na manutenção dos animaise os maus-tratos, sérios problemas

Maurilio Cheli/SM

CS

Até que se decida sua posse definitiva, o Zoológico de Curitiba passou aexercer a função de fiel depositário de Rawell. O cidadão que tiver dúvidassobre a manutenção de animais em cativeiro pode requisitar informações aoIBAMA por meio do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC):www.ibama.gov.br/acesso-a-informacao/servico-de-informacao-ao-cidadao-sic

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014 113

MSc.. Luiz Fernando D

rumond, Eletronvet

Secretaria Municipal de Com

unicação Social

Secretaria Municipal de Com

unicação Social

Secretaria Municipal de Com

unicação Social

Rawell apresentava claudicação e foi submetido a exame radiográfico, pois suas garras e metade das falangesdistais haviam sido retiradas. No exame clínico foi identificada infecção e fístula do osso de uma falange distal, erealizou-se limpeza, dreno e tratamento. Caso volte a claudicar, ele poderá ser encaminhado para cirurgia

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014114

MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL

Alexander WelkerBiondoMédico veterinário, MSc,PhD. Medicina Veterináriado Coletivo, Universidade

Federal do Paraná (UFPR). Diretor doDepartamento de Pesquisa eConservação da Fauna da Prefeiturade [email protected]

depositário infiel do mantenedor deMaringá. Durante o período em queo leão estava sendo mantido irre -gularmente em Monte Azul Pau lista,SP, o Ibama-SP realizou vistoria noem preen dimento e identificou a irre-gularidade. Na ocasião houve apli-cação de multa e nova apreensão dofelídeo, fi cando o proprietário docriadouro conservacionista SãoFrancisco de Assis como novo fieldepositário do Rawell até que hou-vesse decisão no processo adminis-trativo relacionado à autuação.

Em maio de 2014, enquanto corriao trâmite do processo da transferênciasem prévia autorização, o leão Rawellfoi, segundo informações da impren-sa, furtado do Criadouro SãoFrancisco de Assis pelo próprio fieldepositário; de acordo com seu advo-gado, o leão era o mesmo que seencontrava novamente em Maringá,PR. As imagens do circuito de vigi-lância mostraram uma caminhonetecom uma jaula na carroceria. A razãodo furto, segundo o fiel depositário,teria sido a negativa de devolução doanimal, que havia sido levado paraMonte Azul Paulista, SP, por falta deespaço, com cessão do animal portem po determinado. No entanto, deacor do com um dos coordenadores docriadouro São Francisco de Assis, oprimeiro fiel depositário os havia pro-curado me ses antes para buscar o ani-mal, pois ele seria utilizado em umcomercial de televisão.

Com base na informação prestadadando conta de que o leão confiadoem depósito havia sido transferidopara outro local sem autorização, eainda, segundo notícias veiculadas naimprensa, de que havia retornado domesmo modo para Maringá, o Ibama-PR decidiu substituir o fiel depositá-rio (Ins trução Normativa Ibama n.10/2012), repassando o termo de de -pósito para o Zoológico de Curi ti ba.

As questões relacionadas aospossíveis crimes ocorridos durantea in vasão da propriedade e a retira-da do leão sem qualquer autoriza-ção estão sendo investigadas pela

po lícia civil de Monte Azul Pau -lista. As investigações devem apon-tar o que realmente aconteceu naque-la noite e quem são os envolvidos, in -clusive se houve a participação dealgum médico veterinário ou eventualexercício ilegal da profissão.

Rawell está hoje com nove anos deidade; é um leão adulto de 300 kgsem as falanges e as garras. Nasceu ecresceu no minúsculo espaço do circoaté os cinco anos de idade; foi trans-ferido para um mantenedor particularpor alguns meses, e transferido poste-riormente para outro criadouro, ondeviveu mais quatro anos. Hoje, mesmodispondo de uma área muito maior noZoo ló gico de Curitiba e ao lado dorecinto de duas leoas que seriam umaopção de companhia para expressar ocomportamento natural da espécie, oconvívio é tido como arriscado, poissem as garras para autodefesa, poderácolocar em risco sua saúde física.

Esse leão nunca poderá ser reintro-duzido ao seu habitat natural, as sava-nas africanas, onde os ancestrais deRawell nunca deveriam ter sido cap-turados e trazidos ao Brasil, provavel-mente há décadas ou mesmo séculosatrás. O único final feliz dessa histó-ria é que os valores e as leis da socie-dade brasileira, várias criadas durantea vida de Rawell, garantirão que issonunca mais aconteça.

Que o restabelecimento da saúdede Rawell ocorra com brevidade eque, mesmo fadado a uma vida solitá-ria, possa viver com saúde e sem oestresse de viver aprisionado em umminúsculo recinto.

relacionados à segurança dos animaise das pessoas foram constatados, in -cluindo fer rugem em diversos pontosda jaula e ausência de plano em casode fuga dos leões.

Por coincidência, o Conselho Fe de -ral de Medicina Veterinária (CFMV)proibiu a oniectomia e a tenotomia emga tos domésticos (Resolução n.877/2008) em fevereiro daquele ano,por ser prática ina ceitável sob o pontode vista do bem-estar animal. Emboraa resolução tenha estabelecido a proi-bição apenas pa ra ga tos domésticos, aprática foi in ter pre ta da como aindamais cruel nos felinos sel vagens, emvirtude do prejuízo ao com por ta men -to natural da espécie, subsi dian do asações do Ibama-PR na ocasião.

Os leões foram apreendidos edistri buí dos em maio de 2008, dentrodos ter mos de depósito (fiel depositá-rio), sen do um leão macho encami-nhado pa ra o Zoológico Municipal deCasca vel, PR, um casal de leões leva-do para um mantenedor de fauna exó-tica em Rio Azul, PR, e o leão Rawelltransferido para um mantenedor parti-cular em Ma ringá, PR. As institui-ções e mantenedores que receberamos animais se comprometeram porescrito a oferecer alimento adequado,assistência médico-veterinária e con-dições adequadas de manutenção emcativeiro conforme a legislaçãovigente (Instrução Norma ti va Ibaman. 169/2008), permitindo a mo -vimentação, o descanso e a distraçãodos espécimes, bem como garantindoa segurança dos tratadores, dos even -tuais visitantes e dos próprios animais.

Rawell ficou apenas alguns mesesem Maringá. Segundo o documentoprotocolado no Ibama-PR em outu-bro de 2010 pelo fiel depositário, elehavia sido transferido ao final de2008, sem qualquer tipo de autoriza-ção, para o criadouro conservacio-nista São Fran cis co de Assis, locali-zado na cidade de Monte Azul Pau -lista, SP. Em consequência, o referi-do documento deu origem a proces-so encaminhado ao Setor Jurídico doIbama-PR para questão de possível

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GESTA!O, MARKETING & ESTRATE"GIA

As alíquotas dependem do tipo deempresa, variando conforme o fatura-mento (quanto maior o faturamento,maior a alíquota), e até a chegada danova lei existiam cinco tabelas. Osserviços têm alíquotas maiores do queas do comércio e indústria, pois pre-sume-se que a lucratividade nessesetor seja maior.

Antes dessa lei, as empresas veteri-nárias podiam optar por duas formasde tributação: lucro real e lucro presu-mido. No caso de serviços, a presun -ção de lucro é de 32%. Portanto, se alucratividade for maior do que 32%, émelhor optar pelo lucro presumido,caso contrário se deveria optar pelolu cro real.

Por praticidade, as pequenas em pre -sas e seus contadores acabam optan dopelo lucro presumido, já que o lu croreal exige uma escrituração mais

No dia 7 de agosto, a presidenteDilma sancionou a Lei Com ple -

men tar n. 147/2014, que, entre outrasmu dan ças, “universaliza” o acessodas em presas ao sistema de tributaçãosim plificado, ou Simples Nacional.

A partir de janeiro de 2015, as em -pre sas com faturamento de até R$3,6mi lhões/ano poderão optar por essere gime, inclusive as prestadoras deser viços de profissões regulamenta-das, como médicos, advogados, en -genheiros e veterinários, entre outras.

O Simples Nacional é um modosimplificado de arrecadação que permi -te o pagamento simultâneo de váriostributos (PIS, COFINS, CSSL, IR,CPP, ICMS e ISS) por meio do DAS,documento de arrecadação do Simples,cabendo à receita fazer o ra teio entre osgovernos federal, estadual, municipale a previdência social.

Simples Nacional: de solução a decepção...

Renato Brescia [email protected] Médico veterinário, bacharelem direito, MBAQ-soft Brasil Tecnologias da

Informação - www.qvet.com.br

Receita bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ, PIS/Pasep, ISSCSLL, Cofins e CPP

Até 180.000,00 16,93% 14,93% 2,00%De 180.000,01 a 360.000,00 17,72% 14,93% 2,79%De 360.000,01 a 540.000,00 18,43% 14,93% 3,50%De 540.000,01 a 720.000,00 18,77% 14,93% 3,84%De 720.000,01 a 900.000,00 19,04% 15,17% 3,87%De 900.000,01 a 1.080.000,00 19,94% 15,71% 4,23%De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 20,34% 16,08% 4,26%De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 20,66% 16,35% 4,31%De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 21,17% 16,56% 4,61%De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 21,38% 16,73% 4,65%De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 21,86% 16,86% 5,00%De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 21,97% 16,97% 5,00%De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 22,06% 17,06% 5,00%De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 22,14% 17,14% 5,00%De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 22,21% 17,21% 5,00%De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 22,21% 17,21% 5,00%De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 22,32% 17,32% 5,00%De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 22,37% 17,37% 5,00%De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 22,41% 17,41% 5,00%De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 22,45% 17,45% 5,00%

Figura 2 - Tabela VI da Lei Complementar n. 147/2014: http://goo.gl/3uiAIe

TRIBUTO ALÍQUOTA INCIDÊNCIA % FATURAMENTOIR 15% Presunção lucro (32%) 4,80%CSSL 9% Presunção lucro (32%) 2,88%PIS 0,65% Faturamento 0,65%COFINS 3% Faturamento 3,00%ISS 5% Faturamento 5,00%INSS 20% Folha de pagamento ?

16,33%Figura 1: Principais impostos sobre os serviços veterinários (lucro presumido)

detalhada e está sujeito a maior fisca-lização pela receita. Infeliz mente,como a presunção de lucro de 32%não se adequou à situação atual domercado, que trabalha com margenscada vez menores, algumas em presasdo setor veterinário acabaram optan-do pela informalidade, não emitindo anota fiscal de todo serviço realizado.

Por isso, a decepção... Havia umagrande expectativa de que a mudançanas regras do Simples pudesse favore-cer o setor, simplificando o processo ediminuindo a carga tributária e, conse-quentemente, estimulando a formali-zação, mas, infelizmente, foi criada aTabela VI, cujas alíquotas superam oque se poderia considerar razoável.

Como é possível ver na figura 1,considerando-se o lucro presumido, acarga tributária sobre o faturamento émuito próxima, se comparada à tabe-la VI (Figura 2). O que poderá serdeterminante é o impacto da folha depagamento sobre o faturamento: paraempresas com muitos funcionários, adiminuição do INSS patronal podeestimular a adesão ao Simples, casocontrário pode não valer a pena.

Mesmo assim, podem existir algu-mas vantagens da adesão ao SimplesNacional: diminuição dos custos con-tábeis, diminuição das taxas, poishaverá somente uma empresa (TFA,TFE, entre outras), simplificação dosprocessos e diminuição do INSSpatronal sobre a folha de pagamento.

De qualquer modo, recomenda-seuma avaliação desse assunto com seucontador nos próximos meses, já que aopção poderá ser feita até o final desteano e pode exigir alterações no contra -to social e abertura ou fechamen to deempresas, quando existe CNPJ distin-to para pet shop e clínica veterinária.

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GESTA!O, MARKETING & ESTRATE"GIA

as pessoas que você encontra todos osdias? Vale refletir: você realmente co -nhece os clientes que gostam do seutrabalho e os que provavelmente con-tinuarão a fazer negócios com você?Pode ser surpreendente descobriralgumas coisas sobre eles.

Não estamos falando de segredospessoais, mas do que eles precisam,do que desejam para seus animais deestimação, do que eles detestam emrelação aos cuidados dos pets e do quesentem quando visitam a sua clínica.

O seu time de observação no bairroA obtenção de algumas dessss

informações é fácil; basta criar o seutime de observação no bairro, atribuira liderança desse projeto a alguns dosmembros de confiança da sua equipe,orçar seu tempo e recursos, e deixá-los fazer sua análise e informar osnú me ros obtidos para você e suaequipe. Você pode se beneficiar porter um representante de cada área desua clínica (recepcionista, área técni-ca, mé di co veterinário), mas, certa-mente, de signar um líder para coor-denar todos os esforços da equipe émais eficaz.

A equipe deve trabalhar junto aosproprietários que fazem parte da suarotina para determinar o foco dosseus es forços. Por exemplo, vocêpode estar curioso para saber se édifícil fazer negócios com sua clínicae até que ponto vai essa dificuldade.Vo cê sabe? Você se importa? Vocêdeve se preocupar, porque isso pode

T odos nós sabemos quanto noscusta substituir um cliente.Mas quanto nos custa manter

os clientes? Você de fato está fazen-do as coisas certas para manter osseus clientes? Em medicina veteriná-ria, gostamos de chamar o vínculoque compartilhamos com os animaisde estimação de "inestimável", noen tan to, nós sabemos que o "inesti-mável" tem um preço. Olhando alémdos animais, vemos a pessoa que trazo animal de estimação à nossa clíni-ca. Não podemos alcançar "os inesti-máveis" sem saber o verdadeirocusto de nossas ações, e a única ma -neira de saber o verdadeiro custo éparticipar ativamente na gestão fi -nan ceira da empresa veterinária. É devital importância incluir o seu timeem qualquer discussão sobre relacio-namento com os clientes e como po -de ser “caro” esse relacionamento pa -ra sua clínica.

Independentemente da identidadedas pessoas, todos os donos de ani-mais estão à procura de um serviçoexcepcional. Eles querem que seuanimal de estimação seja tratado deuma forma profissional, rentável eoportuna. Assim, nosso objetivo éagradar-lhes! Mas qual o preço deum serviço excepcional? Além disso,em que ponto do preço vamos obter asatisfação do cliente? A observaçãode alguns números-chave de suaempresa po de ajudar sua equipe aacompanhar os passos da prestaçãode diferentes serviços. As amizadespodem ser de valor inestimável, masas relações com os clientes não são.Há um preço para atraí-los e retê-los,e um preço para perdê-los. Existemalguns clientes "inestimáveis” queaté gostaríamos de pagar para perder,mas, falando sério, você sabe o preçoque paga para atrair os clientes doseu bairro?

O cliente das “redondezas”Quem são as pessoas do seu bairro,

Clientes de valor inestimável. Quanto custam?

Prof. dr. Marco Antonio GiosoFMVZ/USP - http://www.usp.br/locfmvz

M.V Dra. Maria das Graças JardimM.V Coach Steve KornfeldVetCoaches - http://www.vetcoaches.com.br

estar minando silenciosamente suabase de clientes. Deixe seu time deobservação pesquisar os clientes dobairro.

Sua equipe de pesquisa pode deci-dir fazer uma pergunta rápida logoapós a consulta, pouco antes da saídados clientes. Simplificando: "Foifácil para você fazer a consulta co -nosco hoje?" O cliente terá de três acinco escolhas: de muito fácil a maisdifícil do que o esperado. Sua equipepode executar essa avaliação duranteuma semana, registrar os resultados efazer um relatório para você.

Analisando os relatóriosVocê pode, por exemplo, descobrir

que os processos burocráticos têminfiltrado seus procedimentos opera-cionais padrão e estão afetando a ca -pacidade dos seus clientes de marcaruma consulta ou agendar um re torno.

Como a pontuação que se refere aoesforço do cliente pode afetar a suaprática? Seus clientes estão indoembora devido a dificuldades emfazer negócios com você?

Custa cinco vezes mais substituiresses clientes que abandonam a suaclíncia. Custa ainda mais para supe-rar qualquer informação ruim passa-da no boca a boca sobre como é difí-cil lidar com sua empresa. Pode lhecustar a possibilidade de aumentar aclientela.

Realizar uma análise FOFA (for-ças, oportunidades, fraquezas eameaças) do serviço que você prestaao cliente é a única maneira de sabero que está acontecendo no seu bairroe o que seus clientes estão enfrentan-do quando seus animais de estimaçãosão tratados por você.

Khakim

ullin Aleksandr / shutterstock

Você conhece os desejos e necessi-dades de seus clientes?

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COMPORTAMENTO

Dr. Ian Dunbar no Brasil*

A primeira quinzena denovembro de 2014 seráum marco no que se

refere ao estudo do comporta-mento canino no Brasil, poisteremos a presença inédita do dr.Ian Dunbar ministrando seminá-rio e workshop.

O dr. Ian Dunbar é veteriná-rio, comportamentalista animal eescritor. Recebeu o diploma deveterinário e o certificado deHonra ao Mérito em Fisiologia eBioquímica pelo Royal

Veterinary College (Universidade de Londres) e recebeuo título de doutor em comportamento animal peloDepartamento de Psicologia da Universidade da Califórnia,em Berkeley, EUA, onde passou dez anos a investigar acomunicação olfativa, o desenvolvimento do comportamen-to social hierárquico e a agressão nos cães domésticos.

Há mais de 35 anos, o dr. Dunbar juntou-se à Societyfor Veterinary Ethology (agora chamada de Society forApplied Ethology – http://www.applied-ethology.org).Na época, era o único membro especializado em proble-mas de comportamento de cães e gatos. Mais tarde tam-bém participou da criação da American Society forVeterinary Ethology (hoje em dia conhecida comoAmerican Veterinary Society of Animal Behavior –http://avsabonline.org). Além disso, é membro do RoyalCollege of Veterinary Surgeons, da International Societyfor Applied Ethology, da California Veterinary MedicalAssociation (http://www.cvma.net), da Sierra VeterinaryMedical Association (http://www.skisvma.org) e daAssociation of Professional Dog Trainers – APDT(http://apdt.com), fundada pelo próprio dr. Ian Dunbar.

Sua participação na literatura especializada também émuito importante. Entre os numerosos livros que escre-veu, destacam-se How to Teach a New Dog Old Tricks eGood Little Dog Book. Gravou mais de onze DVDs acerca

de treino e comportamento de cães, incluindo o Sirius®

puppy training, Training dogs with Dunbar e Every pic-ture tells a story. Todos esses vídeos ganharam vários prê-mios. Sirius puppy training (o primeiro vídeo de treino decães já produzido) é ainda hoje em dia um dos que maisvenderam. Durante três anos seguidos Sirius puppy trai-ning foi votado o número 1 de treino de cães pela maior emais influente associação de treinadores de cães domundo: a Association of Pet Dog Trainers (APDT).

O dr. Ian Dunbar desenvolveu as primeiras aulas paracachorros em 1981. Antes disso, elas não existiam.

O vídeo Sirius puppy training teve uma enorme influên-cia no universo da criação de cães e mudou completamen-te a forma como eles eram treinados numa série de países.As técnicas exclusivas de treino desenvolvidas pelo dr. IanDunbar, de usar comida como luring, surgiram como umaalternativa fantástica ao velho esticão da coleira, conside-rado desumano e pouco cooperativo. De certa forma, essevídeo veio eliminar os esticões do treino de cães. As técni-cas usadas nele vem sendo adotadas pela grande maioriados treinadores de cães carinhosos e que gostam de evoluir.

Durante sete anos o dr. Dunbar assinou uma seção narevista de comportamento do American Kennel Club, quefoi votada durante muitos anos como a melhor coluna dogênero pela Dog Writers Association of America(http://www.dwaa.org).

O projecto atual do dr. Dunbar reside na criação dosjogos K9, um evento que engloba jogos competitivos,movimentados e motivadores para cães e donos(http://youtu.be/uMbaR4Fbiao).

Há mais de 30 anos o dr. Dunbar dá seminários paraveterinários e treinadores de cães. Desde 1986 ele já acu-mulou mais de 800 dias de seminários e workshops portodo o mundo. Existem poucos treinadores atualizadosque não foram fortemente influenciados pelos jogos, trei-nos e a perspectiva divertida do dr. Dunbar.

Seminário com o dr. Ian Dunbar – 1 e 2 de novembroSocialização canina: prevenindo a agressão (sábado)

“Aparentemente, a socialização tende a ser uma práti-ca comum, mas ainda não praticamos um décimo do trei-no, nem metade da modificação comportamental e muitomenos uma fração da socialização e do condicionamentoclássico necessários”, destaca o dr. Dunbar.

Um dos aspectos mais importantes e relevantes do trei-no consiste em criar cães para serem confiantes perto daspessoas e apreciarem sua companhia, especialmente tra-tando-se de crianças, homens e estranhos. O processo écrucial e tão fácil como prazeroso, e é, na verdade, umaquestão de senso comum, mas continuamos a não o fazer.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

Dr. Ian Dunbar

* Organização: It's All About Dogshttp://itsallaboutdogs.orgDeita e Rola Educação Caninahttp://deitaerolaeducacaocanina.com.brApoio: Dog Solutionhttp://dogsolution.com.brInscrições: [email protected]

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COMPORTAMENTO

Os tópicos incluem:• Nature versus nurture – ou seja, genética versus heran-ça social;• Estágios práticos de desenvolvimento vis-à-vis epreven ção de problemas;• Socialização programada e manuseamento no criador ena nova casa;• Manejo neonatal;• Modelo médico raramente se aplica ao comportamento;• Quatro estágios da inibição de mordida;• Severidade das mordidas de acordo com a patologia dasferidas (dano causado) – 6 níveis;• Dessensibilização progressiva e como agarrar pela coleira;• Condicionamento clássico contínuo;• O que é previsível, preventivo e pode ser resolvido;• O método de recompensa, recompensar e sair;• Reforços secundários para acelarar e maximizar o con-dicionamento clássico.

Treino com recompensa para completo controle doscães sem guia (domingo)

A maioria dos tutores de cães começa por usar comidapara treinar os seus cães, ou começa a usar o clicker, masmuito poucos terminam e ainda menos conseguem deixarde usar a comida na mão ou as muletas de treino (coleiras,guias, clickers, comida etc.) para produzir um cão adultoconfiante e amigável, que pode ser totalmente controladosem trela mesmo quando está distraído e à distância.

Esse seminário vai comparar as vantagens e desvanta-gens das cinco técnicas de treino baseadas em recompen-sas: manuseamento físico, treino com luring, shaping,auto-shaping e treino com recompensa de tudo ou nadacom especial ênfase no processo de luring e recompensapara obter um excelente controle verbal sem guia.

Grande parte do dia será ocupada com a questão de comomotivar os cães a desempenhar comportamentos sem guiae à distância sem o uso de contínuos utensílios de treino.Essa é, na verda de, a área que tem tido maiores progressosnas ultimas décadas.Os tópicos incluem:• Vantagens e desvantagens das cinco técnicas de treinobaseadas em recompensas;• Vantagens e desvantagens do uso de recompensas e

punições;• A sequência de treino básica: 1 (pedido), 2 (isca), 3 (res-posta) e 4 (recompensa);• Como retirar a comida após uma dúzia de tentativas esubstituí-la por sinais gestuais;• Como substituir os sinais gestuais por sinais verbais;• Como introduzir o treino nas atividades favoritas doscães, tais como passeios e cheirar arbustos, e no meio dedistrações, que usualmente trabalham contra o treino;• Recompensas que resultam bem no treino;• Como usar jogos interativos tais como tug e bolas paramotivar os cães ao máximo;• Reforços secundários e a sua exploração para obterexcelentes resultados;• Alternativas não aversivas para inibir e eliminar com-portamentos indesejados.

Workshop de jogos e desenvolvimento de comportamentos estáveis – 8 e 9 de novembro

Os workshops do dr. Dunbar trazem de volta a excita-ção, a diversão e a fluência ao treino de cães. São muitodivertidos, tanto para os cães quanto para os tutores, eespecialmente informativos e interessantes para aquelesque apenas observam os cães desenvolverem os compor-tamentos e a rapidez nas respostas.

A ideia de praticar jogos com os cães é algo que impul-siona bastante os seus tutores. Todos os jogos são dese-nhados de forma a melhorar o relacionamento entre otutor e o cão e tornar todos os comportamentos ensinadosmais afinados e mais rápidos, aperfeiçoando todos osexercícios de obediência praticados durante o workshop eos novos que possam ser ensinados no futuro.

Durante o workshop, os tutores aprendem a motivar oscães e fazem muitos exercícios que desenvolvem a suacompreensão das capacidades dos cães e da melhor formade explorá-las.

O número de cães será limitado, e a preferência serádada aos que se inscreverem primeiro. Cães com ou semtreino prévio serão aceitos, pois não interessa quanto ocão sabe. o workshop será produtivo tanto com os cãesque sabem muito como com aqueles que não sabem nada.Também se aceitarão cães jovens, com idade mínima de 6meses.

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MERCADO PET

Quer fidelizar? Invista em relacionamento

brin quedos inteligentes que fazemmui to sucesso com os cães, tantopela excelen-te aceitaçãopelos animaisquanto pelaqualidade edurabilidade.

A criativi -da de pode serilimitada parain tensificar ore la cio na men -to. Exemplodis so é o PetBolhas, lan - ça men to daPet Ga mes,pri mei ra bo li -nha de sa bãopró pria paraanimais –uma di ver sãose gura e ga -ran tida pa ra to - da a família, pois é atóxica, ins tintiva,ino vadora, in te ra tiva e an ti estresse.

Benefícios do relacionamento Os tutores adoram ver seus animais

des frutando momentos de satisfação.Poder proporciná-los é uma forma defortalecer os vínculos e, con se quen te -men te, fidelizar clientes. Os animaisque vivem em ambiente enriquecido ebrincam com seus tu to res têm menostendência à obesidade e são maissociáveis. Em função dos hábitos davida moderna, que levam muitas pes-soas a viver sozinhas em apartamen-tos, é fundamental estar atento ao esti-lo de vida dos clientes e saber oferecerprodutos e serviços de todos os tipos epara animais de todas as idades.

Prestigie e participe do SimpósioBCG Pet e vacine-se contra insuces-sos! Durante o simpósio haverámuito mais a ser compartilhado. Con -sulte pacote especial de assinatura daClínica Veterinária com inscrição nosimpósio: 0800 887.1668.

através do smart phone – isso é oBistro, um comedouro automático quefoi desenvolvido tanto para alimentaros gatos quanto para compartilharcom os seus tutores informaçõesindividualizadas de cada gato que sealimenta. O vídeo “Bistro: TheSmartest Cat Feeder. Ever.” apresen-ta de forma prática a satisfação e ainteratividade dos usuários de Bistro.

Para os que não são usuários des-sas modernas tecnologias também háoutras formas de estimular o relacio-namento dos fe linos com seus tuto-res. Uma delas écompar t i l han dobrin ca dei ras co moas publicadas nolivro Brin can docom o seu gato, deJackie Strachan(São Paulo: Pen -sa mento, 2010),que en si na 50jogos di ver tidos.

Relacionamento com cãesAs opções para o estímulo do

relacionamento com os cães são bas-tante variadas. A Kong Company,por exem plo, tem diversos tipos de

A fidelização dos clientes éconstruída através da criaçãode vínculos gerados através

de experiências positivas. É impor-tante reforçar isso porque tambémpode haver experências negativas, eessas não criam vínculo. Pelo contrá-rio, geram dificuldade para a recons-trução de vínculos.

Quando se criam muitos vínculospositivos, podemos dizer que esta-mos promovendo o bem-estar dainteração entre homem e ani mal. Issose torna uma ferramenta de lucrativi-dade quando sabemos motivar o rela-cionamento e praticamos o registro ea ges tão de todas as experiências quese proporciona a cada cliente. Esse éo espírito do SimpósioBCG Pet.

Relacionamento com gatos

Tecnologia e criativida-de proporcionando relacio-namento de forma simples,

Vacine-se contra insucessos! Participe!

27 a 30 de novembroRecife - PE

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Cães adoram brincarhttp://goo.gl/OTB3M1

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PESQUISA

Pesquisa detecta bactérias e fungos em 62,5%dos passarinhos traficados*

os argumentos em prol das campa-nhas educativas para desestimu-lar a compra de animais silves-

tres comercializados ilegalmente ga -nha ram um reforço com um estudocon cluído recentemente na Fa cul dadede Medicina Veterinária e Zoo tecnia(FMVZ) da Universidade de São Paulo(USP).

A pesquisa “Caracterização da mi -cro biota intestinal bacteriana e fún gicaem passeriformes silvestres confisca-dos do tráfico que serão submetidos aprogramas de relocação”, desenvolvi-da com o auxílio à pesquisa daFAPESP, encontrou microrganismoscom potencial patogênico – que podemapresentar risco à saúde humana e ani-mal – em 62,5% de 253 amostras dematerial coletado na cloaca (órgão poronde as aves eliminam as fezes e aurina e põem os ovos) de 34 espéciesde passarinhos silvestres resgatadas dotráfico de animais e encaminhadas aoDepar ta mento de Parques e ÁreasVerdes de São Paulo (Depave) paraavaliação, reabilitação e relocação noam biente.

Segundo dados da Rede Nacional deCombate ao Tráfico de AnimaisSilvestres (Renctas), as aves são o prin-cipal alvo do comércio ilegal de ani-mais. Os passeriformes silvestres (pás-saros nativos de pequenas di men sões,como sabiás, canários e cu riós, entreoutros) são os mais traficados, seguidosde papagaios, araras e demais gêneros.

“A pesquisa de alguns microrganis-mos, como Salmonella spp.,Cryptococcus spp. e Candida spp. éprevista na lista de exames sanitáriosrecomendados pela Instrução Norma ti -va n. 179 do Ibama [Instituto Bra si leirodo Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenováveis]”, disse Priscilla AnneMelville, do Departamento de Medi ci -na Vete ri nária Preventiva e Saúde

“Cada microrganismo tem suas pe cu -liaridades e causa doenças específicas.As bactérias Escherichia coli, porexemplo, podem estar associadas a dis-túrbios gastrintestinais. As es pé cies deStaphylococcus podem estar associa-das a infecções cutâneas, si nu sites, ar -trites e pneumonias. A transmissão se dáprincipalmente por meio do contato comas fezes do animal, com posterior in -gestão acidental ou mesmo inalação dematerial contaminado”, afirmou apesqui sadora.

Alguns microrganismos encontradosno estudo ainda não haviam sido men-cionados em trabalhos semelhan tes.Entre eles, há a Rhodotorula spp. (leve-dura oportunista que pode causar doen-ça em paciente imunossuprimido),Edwardsiella (bactéria asso ciada ameningites e gastrenteri tes, entreoutras) e Pasteurella multoci da (agenteassociado à cólera aviária).

O estudo confirmou a presença defungos filamentosos e leveduras en -contrados em estudos anteriores deoutros autores, tais como Candida spp.(fungo associado a distúrbios gas trin -testinais e respiratórios), Penicilliumspp. (fungo associado a doenças comoceratites e endocardites, entre outras),Mucor spp. (fungo que pode acometerpacientes imunossuprimidos, causandoinfecções no trato respiratório e gas -trin testinal, no sistema nervoso ou napele), Aspergillus spp. (fungo que aco-mete principalmente o trato respirató-rio de aves), e Trichosporon spp. (pató-genos oportunistas que podem acome-ter pa cientes imunossuprimidos).

A pesquisa revelou ainda que ébaixo o risco de transmissão de micro-rganismos sugeridos para investigaçãopela Instrução Nor ma tiva do Ibama,como Salmonella spp. e Cryptococcusspp. (ausentes nas amostras) e Candidaspp. (baixa ocorrência).

Ani mal da FMVZ, responsável peloestudo. “No entanto, quisemos fa zerum estudo mais abrangente para des -cobrir que outros patógenos po dem sercarreados por esses animais.”

O trabalho contou com a participa-ção dos pesquisadores da FMVZ/USPNilson Roberti Benites, Paulo Eduar doBrandão, André Becker Simões Sai -den berg, Patrícia Braconaro e Eve lineZuniga, e das veterinárias do DepaveAdriana Joppert da Silva, ThaísSanches e Ticiana Zwarg.

De acordo com os pesquisadores, omaterial coletado na cloaca das aves émais preciso como indicador da micro-biota intestinal do que as fezes, já que,em condições normais, os microrganis-mos presentes ali são oriundos somen-te do trato intestinal. Já a análise dasfezes pode levar a falsos resultadospela contaminação do material por bac-térias presentes no ambiente.

Segundo Melville, os exames deverificação de ocorrência e frequênciade fungos e bactérias mostraram queem 158 (62,5%) das 253 amostrashavia presença de microrganismos. Em123 delas (77,84%) havia somente bac-térias; em outras quatro, somente fun-gos; e em 31, fungos e bactérias.

Microrganismos mais encontradosForam encontradas 13 espécies de

Staphylococcus spp. em 38 amostras. Ogênero Micrococcus spp. foi localizadoem 29 amostras, enquanto Klebsiellaspp. e Escherichia coli estavam em 27amostras cada.

Em testes de suscetibilidade a dife-rentes antibióticos e quimioterápicos,essas bactérias apresentaram multirre-sistência a determinados antimicrobia-nos. Foram encontradas ainda as bacté-rias Enterococcus spp. (em 11 amostras);Enterobacter spp. (10); Streptococcusspp. (8) e Citrobacter spp. (7).

*Fonte: Agência Fapesp - Por Jussara Mangini – http://agencia.fapesp.br/19558

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Também é baixo o risco de aves ava-liadas transmitirem aos seres humanosbactérias E.coli como a Escherichiacoli enteropatogênica (EPEC), aEscherichia coli patogênica aviária(APEC) e a Escherichia coli uropato-gênica (UPEC). Por outro lado, há riscode transmissão intra ou interespéciesou de introdução no am bien te de E. colimultirresistentes a antimicrobianos.

Bactérias resistentesA investigação da microbiota intesti-

nal das aves antes do processo de soltu-ra é importante, pois pode esclarecer ospossíveis riscos relativos à presença deresistência bacteriana aos antimicrobia-nos. “Ao serem eliminadas no ambien-te, as bactérias multirresistentes a anti-microbianos podem se multiplicar einfectar diferentes hospedeiros, disse-minando a resistência antimicrobianaentre as bactérias”, explicou Melville.

Saidenberg esclareceu que, mes moem liberdade, as aves podem hospedarmicrorganismos com potencial paracausar doenças na própria espécie, emoutros animais e em seres humanos. Noentanto, em geral, observa-se um equi-líbrio entre o microrganismo e o hospe-deiro, como parte de um processo decoevolução e que também atua sobre ocontrole populacional.

A presença de determinado micror -ga nismo não significa obrigatoriamen-te que a doença se manifeste. “No en -tanto, quando são traficados, esse equi-líbrio pode ser alterado em razão doselevados níveis de estresse, das péssi-mas condições de higiene e da alimen-tação inadequada a que são submetidosos animais, o que pode acarretar o de -sen cadeamento de doenças infecciosascausadas por microrganismos com osquais estavam anteriormente em equilí-brio”, disse Saidenberg.

“Isso pode levar ao desencadeamen-to de doenças de difícil tratamento, jáque a resistência antimicrobiana reduzas possibilidades terapêuticas. Poroutro lado, muitas bactérias podem setornar resistentes a um antimicrobiano,mesmo sem nunca terem tido contatocom ele”, disse a pesquisadora.

O alerta deve ser considerado princi-palmente quando se leva em conta quegrande parte dos indivíduos que adqui-rem animais traficados mantém as avescomo animais de estimação em suaresidência.

“As pessoas devem ter ciência deque podem ser contaminadas por deter-minados agentes bacterianos, virais efúngicos transportados pelos animaistraficados, especialmente os grupos derisco – idosos, crianças e pessoas imu-nossuprimidas ou que são submetidas aalgum tratamento imunossupressor”,disse Melville.

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C om a responsabilidade sagrada de transformarvidas, um grupo de voluntários se ofereceu para oserviço de resgate. Em um ex-matadouro munici-

pal de bovinos e suínos, erigiu um centro de cura paracaninos que um dia vagaram pelas ruas, e hoje os prepa-ra para viverem em lares harmoniosos. Abriga 400, e emtrês anos mais de 2.200 passaram por lá.

Nutrido e guiado por circunstâncias vivas sopradaspelo destino, o livro Viver o amor aos cães, de Ana Re gi -na Nogueira, foi construído a partir da observação direta,de leituras livremente interpretadas, de pequenos depoi-mentos escritos, mas, sobretudo, de 60 conversas grava-das. Reflexões entrelaçadas a ricos diálogos espelham oamor aos cães, seus personagens.

Um livro dentro de um livro para quem ama cães oualmeja amá-los. Inspirada por vozes caninas e humanas, ahistória emriquecida por belas fotos sobre o canil ParqueFrancisco de Assis, transborda ardente reverência peloscães sem teto.

Narrativas poéticas, relatos e vivências entusiastas dãoa chave de como os homens se curam enquanto curam oscaninos. O texto também oferece guias para a vida práti-

ca, incluindo o acompanhamento consciente da morte –ou desencarnação – de um animal. Conforme os capítulosavançam, você trilha caminhos floridos, passeia com cãesentre árvores frutíferas, é chamado por um sininho parauma refeição vegetariana e lê partituras de músicas com-postas para esse local. Por meio de entrevistas, muitasvozes vão explicando o motivo amoroso de tantos jovense visitantes de várias partes do mundo virem aqui fazerex periências voluntárias, e por que uma funcionária ma -ter nal, após trabalhar com cães os durante a semana, re -tor na aos domingos como voluntária.

Essas vozes foram reunidas em 42 histórias reais e sur-preendentes, que instruem, ampliam e abrem o coração deleitores de todas as idades.

Conheci o local quando já era o Parque Fran cis -co de Assis, isto é, muito trabalho depois. Umalegião de servidores voluntários já havia dedicadoa ele seu amor e suor, transformando física e ener-geticamente o que havia sido um lugar de pavor,horror, dor em um oásis de acolhimento, cuidados,carinho e renovação da vida.

Posso ainda ouvir certas palavras do Tri guei ri -nho em uma partilha: “Faça o contrário! Ao se de -pa rar com uma situação muito negativa, faça o con-trário”. E foi o que ali fizeram. Quase um milagre!

A troca por meio da renovação da vida de ani-mais humanos e não humanos, uns curando osoutros. Os seres humanos recebendo amor, alegria,gratidão, e os animais sendo um exemplo de supe-ração, ensinando-nos que rapidamente deixam opassado para trás e resgatam a autoestima e a con-fiança.

O trabalho do Parque Francisco de Assis persis-te, e requer diariamente, muita dedicação, iniciati-va, paciência, fé e recursos. Requer também a con-tribuição de pessoas alinhadas com a coragem defazer o bem.

Nina Rosa Jacob – Instituto Nina Rosahttp://www.institutoninarosa.org.br

LIVROS

Viver o amor aos cães

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Um trabalho em prol da Sociedade Lavrense de Proteçãoaos Animais: http://www.parquefranciscodeassis.com.br

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LANÇAMENTOS

A Saúde Animal da BayerHealthCare acaba de lançarNutricare, uma linha de

suplementos nutricionais que acom-panha todas as fases da vida do pet.

Disponível em tabletes mastigá-veis e palatáveis, características quetornam o produto mais facilmenteaceito pelo animal, a linha Nutricarepossui em sua formulação ricos ele-

mentos essenciais que melhoram acondição física do pet. Para os cãessão indicadas as versões “Vitaminase Minerais” que é rica nesses nutrien-tes e em aminoácidos em uma combi-nação que promove o crescimentosaudável e auxilia em situações dedeficiência nutricional ou em fasesde alta demanda; “Ômegas”, compos -to por ácidos graxos e ômega 3 e 6,

NOVOS SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS PARA CÃES E GATOS

ROUPA PÓS-CIRÚRGICA EXCLUSIVA PARA GATOS POTÁSSIO SÉRICO

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

A cava no ombro é mais alta, oque impede que o gato a retire, vistoque possui mais flexibilidade que oscães. Também possui uma cavamaior na região femural para nãolimitar os movimentos e facilitar alocomoção. Além disso, para quefique anatomicamente ajustada, éfabricada com 98% de algodão e 2%de elastano.

Conheça toda a linha especializa-da da Pet Med visitando o site:http://www.petmedcirurgica.com.br e fique por dentro das novidadesque serão lançadas na Pet SouthAmerica 2014.

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pa ra a reposição do potássio séricode cães e gatos.Vetnil: http://www.vetnil.com.br

Roupa pós-cirúrgica exclusiva paragatos: segurança, conforto e praticidade

Segurança, conforto e tranquili-dade são características que des - crevem a preocupação da Pet

Med quando elabora seus produtos.Possuindo completa linha de roupas

pós-cirúrgicas e protetores funcionais,o principal lançamento da Pet Med em2014 foi a roupa pós-cirúrgica exclusi-va para gatos. Elaborada especialmen-te para a anatomia do gato, cobre todaa cadeia mamária, sendo indicada paracastrações de fêmeas e cirurgias abdo-minais em geral.

Nova linha é espe-cífica para animaisde estimação e trazelementos essen-ciais que melhorama condição física emantém a vitalidadedo pet

que melhoram a pelagem e a recom-põem a deficiência desses elementos;“Condroitina e Glico sa mina” quebeneficia a condição física e atua namanutenção da atividade em cães dequalquer idade; além da opção“Cálcio”, que também pode seradministrado em gatos e traz em suacomposição esse nutriente e o fósfo-ro, que juntos favorecem períodoscomo gestação e lactação ou quandoo animal está em um estado nutricio-nal inadequado.

Com o lançamento de Nutricare, aárea de Saúde Animal traz para omundo pet toda a expertise e tecnolo-gia da Bayer em desenvolver linhaslíderes em vendas para a suplementa-ção nutricional para uso de humanos.

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LANÇAMENTOS

Q uatro novos alimentos paracães complementam a linhaVeterinary Diet, da Royal

Canin. Eles devem ser prescritos pormédicos veterinários e auxiliam otratamento de algumas enfermidadesrelacionadas à pele, àhipersensibili-dade e à alergia alimentar.

Os produtos lançados são: SkinCare Junior Small Dog, Skin CareSmall Dog Adult, HypoallergenicSmall Dog e Hypoallergenic Caninena versão úmida.

Hypoallergenic Small DogAlimento indicado para cães de pe -

queno porte, de até 10 kg, formuladopara ser utilizado como coadju van teao tratamento de hipersensibi li dade ealergia alimentar, por meio de umaseleção de proteínas hidrolisadas.

hipersensibilidade e alergia alimen-tar, por meio de uma seleção de pro-teínas hidrolisadas.

Skin Care Junior Small DogIndicado para cães filhotes com

quadros de dermatite atópica, derma-toses, perda de pelo, piodermatites,alergia à picada de pulgas e otiteexterna.

Skin Care Small Dog AdultIndicado para cães de pequeno

porte, de até 10 kg, com quadros dedermatite atópica, dermatoses, perdade pelo, piodermatites, alergia à pica-da de pulgas e otite externa.

Royal Canin: 0800 703 5588http://www.royalcanin.com.brhttp://fb.com/royalcanindobrasil

Hypoallergenic (alimento úmido)Alimento úmido indicado para

cães, formulado para ser utilizadocomo coadjuvante ao tratamento de

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SNACK FREEZE DRIED NUTRITION

A Equilíbrio, linha superpre-mium da Total Alimentos,acaba de lançar o snack

Freeze Dried Nutrition – um produtoinédito no Brasil, desenvolvido pormeio da técnica de liofilização.Freeze dried (ou liofilização) é umprocesso que conserva as caracterís-ticas nutricionais dos ingredientes,inclusive as vitaminas e os minerais.

Os snacks Freeze Dried Nutritiontêm três versões: Calm, Vitality eDermato:Freeze Dried Nutrition Calm écomposto de extrato de chá verde,proteína de alta digestibilidade e trip-tofano. É indicado para cães agitadosou para amenizar o estresse dos ani-mais. O chá verde tem ação antioxi-dante, en quan to o triptofano, compo-nente de origem natural, proporcionasentimentos de calma e tranquilidade.Freeze Dried Nutrition Dermatocontém ingredientes especiais quecon tribuem para a defesa natural dopet: ômegas 3 e 6 (EPA e DHA),ricos em óleo de peixe e outros ingre-

dientes. Sua composição promove asaúde da pele e da pelagem.Freeze Dried Nutrition Vitalitycontém suporte energético de 4060kcal/kg, ingredientes naturais, proteí-nas de alta digestibilidade e excelen-te palatabilidade, sendo recomenda-do em casos específicos em que osanimais ne cessitam de alta energia,

como: pós-cirúrgicos, durante e apósa amamentação e em casos de estres-se ou convalescên cia. O Freeze DriedNutrition Vitality pode ser dissolvidoem água e amassado, para facilitar adigestão do alimento, ou oferecidoseco, pois é bem crocante e saborosopara o cão. Total Alimentos: 0800 725 8575

Os snacks Freeze Dried Nutrition conservam as propriedades genuínasdas matérias-primas utilizadas e têm alto valor nutricional

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Hypoallergenic e Skin Care: novasopções para a saúde da pele

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24 de janeiro de 2015 (início)São Paulo - SPCurso de cardiologia veterinária(11) 2305-8666

30 e 31 de janeiroJaguariúna - SPCurso de extensão eletrocardio-grama em pequenos animaishttp://goo.gl/KpZVNA

Março de 2015 (início)São Paulo - SPCardiologia em cães e gatos- 24 meseshttp://www.inbrapec.com.br

CIRURGIA25 a 27 de setembroSão Paulo - SPCIPO - Módulo Cirurgias daColuna Vertebralhttp://www.cipo.vet.br(11) 3819-0594

24 a 26 de outubroJaboticabal - SPII Curso teórico-prático de cirurgiareconstrutiva em cães e gatoshttp://goo.gl/nx4o4A

8 de novembroSão Paulo - SPCirurgia de tecidos moles -Hospital Veterinário Pompéia11) 3673-9455

10 de novembroBelo Horizonte - MGCirurgia gastroenté[email protected]

27 a 29 de março de 2015Jaboticabal - SPI Curso internacional de cirurgiareconstrutiva em cães e gatoshttp://www.funep.org.br

CLÍNICA13 e 14 de setembroSão Paulo - SPClínica médica aplicada(11) 3673-9455

22 de setembro a 29 de outubroSão Paulo - SPCurso de auxiliar veterinário(11) 2305-8666

BEM-ESTAR ANIMAL27 a 30 de novembroRecife - PEIdentificação animal e sua rela-ção com o bem-estar e a fideliza-ção de clientes;O bem-estar e a obesidade. Osucesso na implementação docontrole de peso nos pets.BCG PET - Sim pó sio de Bem-estar, Com por ta mento eGestão para o Mercado Pethttp://www.feirapetnor.com.br0800-887.1668

CARDIOLOGIA2 a 4 de outubroVinhedo - SPVII Imersão em EcocardiografiaVeterinária - módulo básicohttp://goo.gl/O47lht

31 de outubro a 1º de novembroSão Paulo - SPConferência Internacional deCardiopatias Congênitas emcães e gatoshttp://www.sbcv.org.br/

1º de novembroSão Paulo - SPFesta de 20 anos da SociedadeBrasileira de CardiologiaVeterinária (SBCV)http://www.sbcv.org.br

7 e 8 de novembroSalvador - BACurso de extensão eletrocardio-grama em pequenos animaishttp://goo.gl/KpZVNA

21 e 22 de novembroPorto Alegre - RSCurso de extensão eletrocardio-grama em pequenos animaishttp://goo.gl/KpZVNA

14 a 16 de novembro Botucatu - SPSimpósio de Doenças Infecciosasem Pequenos Animais: Novosenfoqueshttp://goo.gl/uqyN8A

COMPORTAMENTO2014Online - EADCurso de terapia assistida poranimais (TAA) [email protected]

2014Online - EADFisiologia do comportamento decães e gatos: fundamentos -Psicologia Animalhttp://www.psicologiaanimal.com.br

7 a 10 de outubroBotucatu - SPCurso de comportamento animal [email protected]

1 a 9 de novembroSão Paulo - SPDr Ian Dunbar no Brasil 2014 http://www.iandunbarnobrasil.com

27 a 30 de novembroRecife - PETécnicas de prevenção de problemas comportamentais.Manejo etológico de cães e gatos.BCG PET - Simpósio de Bem-estar, Comportamento eGestão para o Mercado Pethttp://www.feirapetnor.com.br

DERMATOLOGIAOutubro (data a divulgar)São Paulo - SPImunoterapia do cão atópicohttp://www.sbdv.com.br

ENDOCRINOLOGIA4 e 5 de outubroPorto Alegre - RSCurso de atualização em endocrinologia de cães e gatos(19) 3837-2925

ANESTESIOLOGIA8 de novembro a junho de 2015Rio de Janeiro - RJ11º Curso de anestesiologiahttp://goo.gl/oZdClj

23 de novembro a 21 de dezembroSão Paulo - SPCurso teórico-prático de anestesia veteriná[email protected]

9 a 11 de dezembroBotucatu - SPII Curso teórico-prático de anes te -sia locorregional em cães e gatos(14) 3813-3898

20 a 22 de janeiro de 2015Botucatu - SPII Curso de fluidoterapia e equi lí brioácido/base em pequenos animaishttp://goo.gl/6RyOqD

ANIMAIS SELVAGENS6 a 10 de outubroSão Paulo - SPXVII Congresso e XXIII Encontroda Associação Brasileira de Ve -terinários de Animais Sel va gens(ABRAVAS). Pré-Congresso de 4a 6 de outubrohttp://www.abravas.org.br

17 a 19 de outubroBotucatu - SPI Simpósio de patologia aplicadaa animais [email protected]

27 a 29 de novembroSanta Maria - RSVI Simpósio Gaúcho de AnimaisSelvagens - UFSMhttp://w3.ufsm.br/lcdpa/

AUXÍLIAR VETERINÁRIO2014São Paulo - SPCurso de formação técnica emveteriná[email protected]

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Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014 139

25 e 26 de outubroBotucatu - SPVII Curso de pós graduação emfisiatria, fisioterapia e reabilitaçãoveterinária(14) 3813-3898

27 a 30 de novembroRecife - PEOs centros de reabilitação animale sua importância para o sucessoterapêutico. O bem-estar e a obesidade. Osucesso na implementação docontrole de peso nos pets.BCG PET - Sim pó sio de Bem-estar, Com por ta mento eGestão para o Mercado Pethttp://www.feirapetnor.com.br0800.887.1668

GASTROENTEROLOGIA5 de outubro a 16 de novembroSão Paulo - SPCurso de gastroenterologia clínica (11) 2995-9155

GERIATRIA19 a 28 de setembroPorto Alegre - RSI Curso de geriatria em pequenosanimaishttp://pt-br.facebook.com/ciclode-palestrasmundoaparte

GESTÃO13 de outubroBelo Horizonte - MGGestão e negócios aplicado amedicina veteriná[email protected](31) 3297-2282

10 e 11 de novembroOnline - EADCurso de marketing - Anclivepahttp://migre.me/j2Nn3

27 a 30 de novembroRecife - PEAumentando o faturamento e ovínculo com os clientes atravésatravés da otimização de dados.

ENDOCRINOLOGIA9 de novembroSão Paulo - SPSimpósio internacional de obesidade em cães e gatoshttp://www.anclivepa-sp.com.br(11) 3813-6568

22 a 24 de janeiro de 2015Jaguariúna - SPCurso de atualização em endocrinologia de cães e gatos -IBVEThttp://www.ibvet.com.br/

FISIOTERAPIA4 a 26 de outubroSão Paulo - SPVIII Curso intensivo de [email protected]

17 a 19 de outubroBotucatu - SPIII Simpósio internacional de fi sio terapia, reabilitação e fisiatria ve teriná[email protected]

Identificação animal e sua relaçãocom o bem-estar animal e a fide-lização dos clientes.BCG PET - Sim pó sio de Bem-estar, Com por ta mento eGestão para o Mercado Pethttp://www.feirapetnor.com.br

IMAGENOLOGIA12 a 14 de setembroJaboticabal - SPCurso de ultrassonografia nareprodução animal - pequenosanimais(16) 3209-1300

19 a 21 de setembroCampinas - SPIntensivo de ultrassonografiaoftálmica em pequenos animaishttp://www.echoa.com.br

22 de setembro a 24 de outubroCampinas - SPIntensivo de ecodopplercardio-grafia em pequenos animais(19) 3365-1221

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140 Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

3 e 4 de outubroLavras da Mangabeira - CECurso de afecções radiográficasda coluna vertebral - IBVEThttp://goo.gl/vay1kP

17 a 20 de outubroPorto Alegre - RSCurso de video endoscopia veterinária(51) 3013-7065

22 e 23 de novembroBelo Horizonte - MGIV Simpósio Internacional deDiagnóstico por ImagemVeterináriohttp://goo.gl/O8sxa126 de novembro a 4 de dezem-broSão Paulo - SPCurso de ultrassonografia abdominalhttp://www.provet.com.br

Início: março de 2015São Paulo - SPUltrassonografia em pequenosanimaishttp://www.inbrapec.com.br

Início: agosto de 2015São Paulo - SPDiagnóstico por imagem em pe -quenos animais - espe cia li za çãohttp://tinyurl.com/jwnbmj4

INTENSIVISMO19 e 20 de setembroLavras da Mangabeira - CEEmergência na clínica de peque-nos animais - IBVEThttp://goo.gl/sKcHsj

27 e 28 de setembroSalvador - BAEmergência na clínica de peque-nos animais - IBVEThttp://goo.gl/sKcHsj

6 a 22 de outubroSão Paulo - SPTratamento Intensivo - HovetPompéia(11) 3673-9455

17 a 19 de outubroBotucatu - SPV Simpósio Internacional deEmergências em Animais deCompanhiahttp://goo.gl/vHb0wq

18 e 19 de outubroSão Paulo - SPUrgências e emergências -"módulo básico" teórico e práticoI - técnicas de estabilização dopaciente crítico - Hovet Pompéia(11) 3673-9455

9 de novembroSão Paulo - SPUrgências e emergências -

"Módulo básico" prático II - simu-lação de atendimento - HovetPompéia(11) 3673-9455

21 e 22 de novembroRio de Janeiro - RJEmergência na clínica de pequenos animais - IBVEThttp://goo.gl/sKcHsj

21 a 23 de novembroSão Paulo - SPCurso teórico e prático de emergências e terapia intensivahttp://www.provet.com.br

27 a 29 de janeiro de 2015Botucatu - SPII Curso de ventilação mecânicaem pequenos [email protected]

Belo Horizonte, MG - Brasil.O voo livre é o principal destaque e atrai turistas do mundo inteiro à Serra da Moeda, em Minas Gerais. Basta percorrer umcaminho de apenas 25 quilômetros, partindo do centro Belo Horizonte, para ter a oportunidade de deslumbrar-se com umdos ângulos mais fantásticos das montanhas mineiras.http://www.belohorizonte.mg.gov.br/atrativos/turismo/roteiros/arredores/serra-da-moeda

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142 Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

NEFROLOGIA13 e 14 de setembroSão Paulo - SPCurso intensivo de urologia enefrologia em cães e gatos(11) 3579-1427

NEUROLOGIA20 e 21 de setembroBotucatu - SPVII Formação em neurologiaveterinária em pequenos [email protected]

NUTRIÇÃO26 e 27 de setembroPorto Alegre - RSII Sinpet - Simpósio de Nutriçãode Animais de Companhiahttp://www.ufrgs.br/nutricaode-caesegatos

17 a 24 de outubroJaboticabal - SPCurso Teórico-Prático sobreNutrição de Cães e Gatos - 2014- FCAV-UNESP(16) [email protected]://nutricao.vet.br/curso_teori-co_pratico.php

ODONTOLOGIA2014Online - EADOdontologia e estomatologia empets exóticos - Qualittas0800 725 6300

19 a 21 de outubroViçosa - MGCurso de odontologia(31) 3899-8300

OFTALMOLOGIA27 de setembroSão Paulo - SPOftalmologia em pequenos animais - 24 meseshttp://www.inbrapec.com.br

27 e 28 de setembroSão Paulo - SPCurso teórico-prático de oftalmo-logia em pequenos animaishttp://www.vetmasters.com.br/

ONCOLOGIA2014Vários locais - BrasilCurso de especialização: oncolo-gia veterináriahttp://www.qualittas.com.br/

17 a 19 de setembroCuritiba - PRII Simpósio Sul-brasileiro deOncologia Veterináriahttp://anclivepapr.com.br(41) 3205-5590

25 de outubroRio de Janeiro - RJCurso de oncologia veterinária -atualização para os clínicos depequenos animaishttp://goo.gl/OqimM7

25 de outubroRio de Janeiro - RJVI Curso de oncologia veteriná[email protected]

25 de outubro de 2014 a24 de setembro de 2016Botucatu - SP VI Curso de oncologia veteriná[email protected]

ORTOPEDIA15 de setembro a 15 de outubroOnline - EADCurso de ortopedia veterinária0800 707 4520

INTENSIVISMO29 a 31 de janeiro de 2015Jaguariúna - SPTópicos em Medicina Intensivahttp://www.ibvet.com.br

MEDICINAALTERNATIVA

13 e 14 de setembroCampinas - SPEspecialização em Homeopatia(19) 3208-0993

29 de setembro a 3 de outubroSão Paulo - SPHomeopatia - curso de casos clíni-cos (30 vagas - FMVZ/USP)[email protected]

17 de outubro a 23 de novembroBotucatu - SPIV Curso de [email protected]

18 de outubroUberlândia - MGEspecialização em acupuntura emedicina tradicional chinesa http://www.institutojp.com.br/

17 e 18 de janeiro de 2015Botucatu - SPV Curso de [email protected]

MEDICINA FELINA20 e 21 de setembroSão Paulo - SPGestão clínica, cirúrgica e com-portamental de [email protected]

25 e 26 de outubroSão Paulo - SPGestão clínica, cirúrgica e com-portamental de felinoshttp://www.totalalimentos.ind.br

8 de novembroSão Paulo - SPCirurgia de tecidos moles -"Módulo de penectomia/uretros-tomia perineal em felinos" (11) 3673-9455

6 e 7 de dezembroSão Paulo - SPGestão clínica, cirúrgica e com-portamental de [email protected]

MEDICINA VET. LEGAL2015Online - EADMedicina veterinária legal - peritoveterinário (4º turma)(11) 3567-4401

São Paulo, SP - Brasil.O Congresso Abravas de 2014 será realizado no zoológico de São Paulo, considerado o 4ºmaior zoo do mundo! Uma boa opção para quem quer aprender um pouco sobre a fauna bra-sileira. Aproveite o evento e visite o Parque Ibirapuera, que foi eleito o melhor parque doBrasil e o 8° melhor do mundohtttp://www.congressoabravas.com.br/local/

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144 Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

16 a 18 de setembroSão Paulo - SPCIPO - Módulo Básico deOrtopediahttp://www.cipo.vet.br(11) 3819-0594

25 a 27 de setembroSão Paulo - SPCurso Intensivo Prático deOrtopedia - Módulo de cirurgiasda coluna vertebralhttp://www.cipo.vet.br

16 a 18 de outubroSão Paulo - SPCurso Intensivo Prático deOrtopedia - Módulo básicohttp://www.cipo.vet.br(11) 3819-0594

5 e 6 de dezembroSão Paulo - SPCurso Intensivo Prático deOrtopedia - Módulo hastes eplacas bloqueadashttp://www.cipo.vet.br

Recife, PE - Brasil.Recife foi fundada pelos portugueses em 1537 e dominada pelos holandeses no século XVII. Quando foram expulsos dacidade, holandeses e judeus vagaram pelo oceano Atlântico e fundaram Nova Amsterdã, hoje Nova York.Agende sua visita durante a Pet Nor (http://goo.gl/Sqvk7r) de 27 a 30 de novembro, em Recife - PE.http://wikitravel.org/pt/Recife

de Controle Animal - [email protected]

5 de setembroPalotina - PRIV Simpósio de Zoonoses comInteresse em Saúde Pú[email protected]

11 de setembroRio de Janeiro - RJCurso de responsabilidade técnica CRMV-RJ(21) 2576-7281

7 e 8 de novembro Belo Horizonte - MGV Conferência Internacional deMedicina Veterinária do Coletivo- Itec http://goo.gl/EwBYp2http://www.itecbr.org

15 e 16 de novembro Belo Horizonte - MGSimpósio Internacional de LVC http://goo.gl/pHMef3

PATOLOGIA19 a 21 de setembroViçosa - MGCurso de realização e interpreta-ção dos principais exames labo-ratoriais em pequenos animais(31) 3899-8300

Início: março de 2015Jaguariúna - SPCurso de pós-graduação empatologia clínica veterináriahttp://goo.gl/HKjQ1f

REPRODUÇÃO8 a 10 de novembroViçosa - MGCursos de inseminação artificiale exame andrológico e congela-mento de sêmen de cães(31) 3899-8300

SAÚDE PÚBLICAEm breve!Aracruz - ESCurso de Formação de Oficiais

SEMANASACADÊMICAS

8 a 12 de setembroSão João da Boa Vista - SPSEMAVET - UNIFEOBhttp://unifeob.edu.br/agenda-de-eventos/semavet/

15 a 20 de setembroPatos - PBSemana Acadêmica de Me di ci naVeterinária & Expofeira - SAMEVhttp://www.samev2014.wix.com/expofeira

25 a 28 de setembroAraçatuba - SPXX SEMEV - UNESP - FMVAhttp://www.facebook.com/semev.aracatuba

29 de setembro a 3 de outubroGoiânia - GOSEVET - Semana Acadêmica deVeterinária da UFG(62) 8186-5522

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13 a 17 de outubroSão Carlos - SPI Simpósio de MedicinaVeterinária UNICEP 2014(16) 3362-2111

20 a 22 de outubroSão José dos Campos - SPSEMEVEP 2014 - UNIP(12) 99183-7463

20 a 23 de outubroLondrina - PRXXXI Semana Acadêmica deMedicina Veterinária (CICLO-VET) e IX Mostra Acadêmicade Trabalhos Científicos.(43) 9600-1298

27 a 31 de outubroCuritiba - PRENCIMEV - Encontro Científicode Medicina Veterinária - FEPARhttp://goo.gl/7e3yGd

3 a 7 de novembroCampos dos Goytacazes - RJXVI SACAMEV - UENFhttp://www.uenf.br/

201528 de março a 2 de abrilSão Paulo - SPSACAVET 2015http://goo.gl/owU7Pb

FEIRAS ECONGRESSOS

8 e 9 de setembroÁguas de Lindóia - SP1º Encontro Nacional de Vete -rinários Especialistas - ABVEThttp://migre.me/jVLzL

22 a 26 de setembroGramado - RS7º CBMZ - Congresso Brasileirode Mastozoologiahttp://migre.me/jVNxU

26 a 28 de setembroSão José dos Campos - SPPet Fair - A inovação doMundo Animal(12) 3942-1604

6 a 10 de outubroSão Paulo - SPXVII Congresso e XXIII Encontro

da ABRAVAS (Pré-Congresso de4 a 6 de outubro)http://goo.gl/ded1EFhttp://www.abravas.org.br

8 a 10 de outubroSão Paulo - SPSemana Científica prof. dr.Benjamin Eurico Malucellihttp://www.fmvz.usp.br/

17 a 19 de outubroCuritiba - PRII Simpósio Sul-brasileiro deOncologia Veterinária(41) 3205-5590

28 a 30 de outubroSão Paulo - SPPET South America 2014 &Congresso Paulista dasEspecialidadeshttp://goo.gl/lkLaTD

13 a 16 de novembroBento Gonçalves - RSXI Congresso Brasileiro deCirurgia do CBCAV e I Congresso Internacional de

Cirurgia do CBCAVhttp://goo.gl/8tcGk2

22 e 23 de novembroBelo Horizonte - MGIV Simpósio Internacional deDiagnóstico por ImagemVeterinário - SINDIV 2014http://www.sindiv2014.com.br/

27 a 30 de novembroRecife - PEPetNor | Conevepa - CongressoNor des tino de EspecialidadesVe terinárias em PequenosAnimais | BCGPET - Simpósiode Bem-estar, Comportamentoe Gestão para o Mercado Pet.http://www.feirapetnor.com.br

2015 (data a divulgar)Ribeirão Preto - SPCBNA Pet 2015http://www.cbna.com.br

20 a 22 de maio de 2015Porto Seguro - BA36º CBAhttp://goo.gl/iLND5o

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014 145

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146 Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 112, setembro/outubro, 2014

AGENDAInternacional11 e 12 de setembroBuenos Aires - Argentina• XIV Congreso Nacional AVEACA • XI Congreso IberoamericanoFIAVAChttp://www.aveaca.org.ar

11 al 14 de setembroSantiago - ChilePrimer CongresoLatinoamericano deTraumatología, Ortopedia eImagenología Veterinaria -SOCHITOV 2014http://congresosochitov2014.cl

16 a 19 desetembroCape Town -África do SulWSAVA 2014 -The 39th WorldSmall AnimalVeterinary Association Congresshttp://migre.me/jVNig

17 a 23 de setembroFlorença - Itália39th Annual InternationalCongress - IVAShttp://www.ivas.org/news/con-gress/

Início: outubro de 2014Online - EADComportamiento y bienestar enel perro - Universidad deZaragoza (Instituto Micromat)http://www.imicromat.com/

1 e 2 de outubroBogotá - ColombiaSeminario Internacional deActualización en Medicina Felinahttp://goo.gl/mqNbsE

6 a 9 de outubroHabana - CubaXXIV Congreso Panamericanode Ciencias Veterinarias 2014 -PANVEThttp://goo.gl/jgVhcj

15 a 18 de outubroSan Diego, CA - EUA2014 ACVS VeterinarySymposium - The SurgicalSummithttp://www.acvs.org

16 de outubroBuenos Aires - ArgentinaCurso inicial de enfermedades

respiratorias en caninos y felinoshttp://www.cemvargentina.com.ar

16 a 18 de outubroBarcelona - EspanhaSEVC 2014http://www.sevc.info

18 e 19 de outubroSintra - PortugalIV Congresso Psianimalhttp://goo.gl/YRbdzR

23 a 26 de outubroPraga - República ChecaWorld Congress onControversies, Debates &Consensus in VeterinaryMedicinehttp://www.congressmed.com

6 a 9 de novembroMunich - Alemanha20th FECAVA Eurocongress60th Congress of the GSAVAhttp://www.fecava2014.org

19 a 21 de novembroSalinas - Equador4to Congreso ECVECCShttp://www.ecveccs.com

10 de dezembroOnline - EADRevisión de casos clínicos demedicina felinahttp://migre.me/jSy1F

201517 a 21 de janeiro de 2015Orlando, FL - EUANAVC Conference 2015 - TheNorth American VeterinaryConferencehttp://navc.com

Abril de 2015Lima - PeruLatin American VeterinaryConferencewww.tlavc-peru.org

9 a 12 de abril de 2015Birmingham - InglaterraBSAVA Congress 2015 -Leading veterinary excellencehttp://www.bsava.com

Maio de 2015Bangkok - Tailândia40th World Small AnimalVeterinary Association Congress- WSAVA 2015 - The AlwaysAmazing Thai Experiencehttp://www.wsava2015.com

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