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Arquiteto entrevistado para o Click Paulista 1 projeta o primeiro ecoteatro da cidade. Pág. 5 Valentina Caran comenta o mercado imobiliário da Paulista. Pág. 3 O melhor da Avenida Paulista em 1 Click Boletim quinzenal da Associação Paulista Viva - Ano 1 / Abril 2011 / nº 10 Projeto de ecoteatro concorre ao prêmio internacional de arquitetura Holcim Awards Região ainda é muito atrativa para as empresas Foto: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:SP-AvPaulista1.jpg Cine Reserva Cultural: a resistência dos cinemas de rua. Pág. 6-9 Espaço recebe exposições e outros eventos que atraem público. Croqui de divulgação do projeto Imagem: divulgação

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Boletim eletrônico da Associação Paulista Viva

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Page 1: Click Paulista 10

Arquiteto entrevistado para o Click Paulista 1 projeta o primeiro ecoteatro da cidade. Pág. 5

Valentina Caran comenta o mercado imobiliário da Paulista. Pág. 3

O melhor da Avenida Paulista em 1 Click Boletim quinzenal da Associação Paulista Viva - Ano 1 / Abril 2011 / nº 10

Projeto de ecoteatro concorre ao prêmio internacional de arquitetura Holcim Awards

Região ainda é muito atrativa para as empresas

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Cine Reserva Cultural: a resistência dos cinemas de rua. Pág. 6-9Espaço recebe exposições e outros eventos que atraem público.

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RETORNO comnova COLUNA

Uma breve pausa foi suficiente para o Click Paulista retor-nar com energia renovada e trazer uma nova ideia: uma colu-na fixa sobre membros da Associação Paulista Viva. Na edição anterior, os holofotes se voltaram para, entre outros temas, as conquistas da Associação, como a redução substancial da cri-minalidade na região da avenida, como resultado da implanta-ção do projeto dos supedâneos, as cabines móveis que abri-gam policiais e delimitam pontos de observação.

Tais realizações, entretanto, não teriam sido possíveis sem a contribuição direta ou indireta de todos os associados, quer seja ela tangível, por meio de apoio financeiro, quer seja in-tangível, pela participação com sugestões, nos processos de tomada de decisão. Mais do que justo, portanto, destacar as atividades dos associados. Cada edição do Click Paulista tra-rá, a partir de agora, matérias sobre dois deles, escolhidos por sorteio, começando pelo Grupo Valentina Caran Imóveis e pelo Cine Reserva Cultural. As notas breves sobre expo-sições e eventos que acontecem nas instalações de outros associados continuarão.

Assim, nas próximas páginas falamos sobre a expansão do acervo do Masp, com a incorporação da coleção de arte asiá-tica do diplomata Fausto Godoy; entrevistamos Jean Thomas Bernardini, o apaixonado por cinema que está à frente do Reserva Cultural; discorremos sobre o mercado imobiliário na Avenida Paulista, com informações preciosas de Valentia Caran e sua equipe; traçamos um roteiro especial de cinema e, finalmente, mostramos a importância do Holcim Awards, concurso internacional de arquitetura sustentável, do qual participa projeto de teatro ecológico de Alessandro Sbampa-to, arquiteto que concedeu entrevista para a primeira edição do Click Paulista, em dezembro de 2010.

A região da avenida é fonte inesgotável de notícias, porque seus associados geram notícia, e a mescla de usos dos es-

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Publisher: Carlos Alberto Silva

Jornalista Responsável e Editora: Maria Consolação da Silva

Subeditor e Projeto Gráfico: Ricardo Chachá

Reportagem: Ricardo Chachá, Mariliz Torres, Talita Ramos Marina de Abreu Sodré e Ariane Mastropietro

Departamento Comercial:

Megahub Marketing Digital - Tel: (11) 3405 0135R. Prof. Carlos de Carvalho, 164 – 1º andar 04531-080 – São Paulo - SP

B Books – Divisão Editorial da Blue Comunicaçã[email protected]

Expediente - BOLETIM CLICK PAULISTABoletim Informativo Eletrônico Quinzenal da Associação Paulista Viva

editorial Click Paulista homenageia associados com nova coluna, ampliando seu conteúdo e buscando cada vez mais o interesse do leitor

paços urbanos da via e adjacências mostra uma vida que pulsa sem parar. Que outro espaço da cidade abrigaria um cinema que se dedica, desde sua inauguração, a filmes alternativos e de arte, conquistando um público fiel, a quem oferece simultaneamente os deliciosos ambientes de um café, com típicos pães franceses, e uma livraria, além de realizar exposições? Como pensar em outra localização que não o Conjunto Nacional, para abrigar a sede da consultoria imobiliária da empreendedora Valentina Caran? Qual outra avenida da cidade, junto com as ruas vizinhas, poderia oferecer tantas opções culturais?

Há tempo que a região da Paulista merecia um boletim quinzenal. Afinal, o cartão postal mais fa-moso de São Paulo, símbolo da energia que a move, não para, gerando acontecimentos, iniciativas e projetos, constantemente. Eles não aconteceriam sem um elemento fundamental: a participação do leitor. É por isso que, nesta edição, como nas outras, entrevistas são feitas e espaços de uso público e privado são destacados: para tornar os leitores frequentadores assíduos da Paulista e seus maiores apoiadores, exercendo nela sua cidadania e usufruindo de tudo o que de bom ela oferece.

ASSOCIADO PAULISTA VIVA:

Você tem algum acontecimento ou informação sobre a sua empresa, ins-tituição ou sobre a região da Avenida Paulista que pode se tornar notícia? Escreva para nós:

[email protected]

Fotos e imagens enriquecerão suas sugestões, portanto, ao entrar em contato, comece a pensar em como ilustrar suas sugestões para o leitor.

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associado em destaque Valetina Caran, que dá nome ao grupo que mais negocia imóveis na avenida, explica por que a via é endereço atraente para grandes empresas

Há anos a Avenida Paulista é tida como o cartão postal da cidade de São Paulo. Com ampla extensão, diversidade de ser-viços e facilidade de transporte, o endereço acaba sendo um dos preferidos por investidores. Mas conseguir um imóvel cor-porativo ou residencial na região não é tarefa fácil. Segundo pesquisa da Colliers International Brasil, com informações do quarto trimestre de escritórios de classes A e A+, a taxa de vacância na região é inferior a 4%, e os preços praticados para locação podem variar de R$ 68,50 a R$ 140,00 / m2.

O Grupo Valentina Caran, que começou na Paulista e ainda mantém um de seus escritórios no local, conhece muito bem a região. Com mais de trinta anos de experiência, a presiden-te da empresa, Valentina Caran, concedeu entrevista para o Click Paulista, onde fala do mercado imobiliário local e de sua relação com a avenida.

EntrevistaClick Paulista: Há quanto tempo o Grupo Valentina Caran Imóveis está no mercado?

Valentina: São 30 anos de atuação no mercado. Nosso início foi na Avenida Paulista, onde comecei como corretora. Cresci com a Paulista e amo a Paulista.

Click Paulista: O forte do seu negócio é a locação ou a venda?

RAINHA da PAULISTA

Valentina: O foco da empresa é o mercado de imóveis corpo-rativos. Fazemos tanto locação, como venda, na mesma pro-porção, e atuamos também no Itaim, Vila Olímpia, Morumbi, Centro e demais regiões.

Click Paulista: Nestes anos de mercado, quais foram as mudan-ças que a senhora acompanhou na Paulista? Como elas benefi-ciaram o setor imobiliário?

Valentina: A avenida foi e sempre será um grande marco para São Paulo, é um endereço conhecido mundialmente. A concen-tração dos grandes bancos, hotéis, e a variedade de serviços, aliada à ampla rede de transporte coletivo e, principalmente, ao metrô, fizeram com que a avenida se consolidasse como uma das regiões mais importantes da cidade.

Click Paulista: A Paulista continua sendo uma área atraente?

Valentina: Quando se fala em Avenida Paulista, o mundo inteiro conhece, pelo perfil dos bancos, multinacionais, pela infraestrutura da Paulista.

Click Paulista: Qual o perfil das pessoas que pro-curam um imóvel nesta região?

Valentina: Bancos, multinacionais, em geral todos os portes e segmentos.

Click Paulista: Qual é a atual taxa de vacância na Paulista, tanto em comercial quanto em residencial?

Valentina: A taxa de vacância está muito reduzi-da, tanto para imóvel comercial, como para resi-dencial. Atualmente, estamos com uma procura maior do que a demanda.

Click Paulista: Por que a sua empresa escolheu a Paulista para se instalar?

Valentina: Por ser o cartão postal da cidade, "onde as coisas acontecem". Desde que fundei a empresa, há 30 anos, meu primeiro escritório foi aqui. Cres-cemos muito ao longo desses anos, mas sempre permaneci aqui. Hoje, minha matriz está instalada no Conjunto Nacional, outro grande marco da via.

Click Paulista: Qual a relação da Valentina Caran Imóveis com a Avenida Paulista?

Valentina: Uma relação de muito trabalho, amor e sucesso, enfim foi aqui que tudo começou. Há mais de 20 anos me chamam de "Rainha da Paulista".

Foto: divulgação

A relação de amor e trabalho de Valentina Caran com a Paulista já tem mais de 20 anos

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notas Com a cessão de acervo de diplomata brasileiro, o museu se equipara ao Metropolitan, de Nova York

No final de março, o Museu de Arte de São Paulo (Masp),conhecido por seu bilionário acervo de grandes mestres euro-peus como Rafael, Goya, Velásquez, Cézanne, Van Gogh e Picas-so, assinou um contrato de cessão com o diplomata Fausto Go-doy para receber a sua coleção asiática, a mais valiosa do Brasil.

Godoy iniciou a coleção quando foi convidado para assu-mir um posto na embaixada do Brasil em Nova Délhi, capital da Índia, em 1983. Desde então, começou a construir o acervo com passagens por cargos oficiais nas embaixadas de Pequim, Tóquio e Islamabad (Paquistão) e por serviços em missões tran-sitórias no Vietnã e em Taiwan.

O grande acervo de valor inestimável deve ser instalado no espaço que hoje é ocupado pelo restaurante Degas, no sub-solo do museu, em 2012. Com a coleção, o Masp chegará ao patamar do Metropolitan de Nova York. Desde 2008, o mu-seu integra o “Clube dos 19”, que congrega os 19 museus com os melhores acervos da arte europeia do século XIX, como o Museu D'Orsay (França), o Instituto de Arte de Chicago e o próprio Metropolitan.

Para iniciar, Fausto Godoy irá entregar, em comodato por50 anos, quase duas mil peças que resumem séculos de história

das civilizações asiáticas. A intenção é criar massa crítica no Brasil para o continente que aparece como o mais importante do século XXI. Portanto, não se trata apenas de doar uma coleção construída nas últimas três décadas e sim de estabe-lecer o marco zero de um futuro centro de estudos asiáticos.

O Masp aceitou a condição imposta por Godoy de a coleção ter um curador permanente, que será ele mesmo, por conta do seu conhecimento das obras. As duas mil peças da coleção integram um catálogo que abrange as civilizações asiáticas. A

ACERVO do MASP CRESCE

Planejamento de comunicação corporativa:- identidade e imagem da empresa para os mais diversos públicos e veículos midiáticos; auditoria interna e externa de imagem.

Treinamento de porta-vozes

Pesquisas de percepção

Divulgação de produtos e serviços

Gestão de relações com formadores deopinião e gestão de crises

Análise de clipping e monitoramento demídia e de redes sociais

www.bluecomunicacao.com

Boneca imperatriz japonesa, ningyo que integra acervo cedido ao Masp

primeira obra, adquirida pelo diplomata num anti-quário de Nova Délhi, em 1984, é uma estátua de Narasimha — entidade metade homem, metade leão, considerada o quarto avatar (encarnação) do Deus Vishnu, da trindade divina hindu que man-tém o equilíbrio do universo: Vishnu, o Preserva-dor; Shiva, o Destruidor; e Brahma, o Criador.

A coleção, entretanto, é bem mais diversificada: tem mangás japoneses, gravuras Ukiyo-e do século XIX — são coloridas, feitas com a técnica xilográfica à base de água para resultar em tons fluidos e leves, gravando o desenho na madeira, para depois trans-feri-lo ao papel —, peças de mobiliário, objetos de porcelana chinesa e até um Buda do século XI em tamanho natural. Bonecas e bonecos japoneses, os ningyos ("formas humanas"), que também estão no acervo, já tiveram uma exposição exclusiva no Cen-tro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, em 2009. Agora é a oportunidade de visitar o MASP para ver muito mais do que os singulares ningyos.

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O Metropolitan Museum of Art, MET, de Nova York

Foto: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:MET_NYC.jpg

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TEATRO ECOLÓGICO

Desde 2008, o Teatro Silva, no bairro do Tucuruvi, trabalha com jovens e idosos da periferia de São Paulo para transfor-má-los em atores, contrarregras, iluminadores, dramaturgos e em outros profissionais do meio teatral. Assim, esses cida-dãos têm a oportunidade de vivenciar o processo de criação e apresentar as peças, que visitam escolas da zona norte, ex-pandindo o repertório daqueles que não têm acesso à cultura formal, ou, por algum motivo, não são motivados a apreciá-la.

Para dar a esse projeto uma casa inovadora e pronta para atender às suas necessidades, a união dos interessados foi essencial, culminando na ideia da construção do Ecoteatro, o primeiro edifício público sustentável de São Paulo. O interesse em sua construção é compartilhado, além do atual teatro, pelas Secretarias Municipais de Cultura e Verde e Meio Ambiente e pelas subprefeituras da Lapa e de Pirituba. A iniciativa também obteve o apoio da Câmara de Vereadores de São Paulo.

A ideia ganhou corpo a partir do projeto arquitetônico, feito por Alessandro Sbampato e Roberto Godoy, arquitetos da Ofi-cina AR, e da consultoria de bioconstrução feita por Nena Ala-

Croqui do Ecoteatro, elaborado pelo escritório de arquitetura Oficina AR, responsável pelo projeto

notasArquiteto que concedeu entrevista ao Click Paulista projeta teatro ecológico e participa de concurso internacional

va, do IPEC. Alessandro Sbampato concedeu en-trevista para o primeiro número do Click Paulista, expondo suas visões sobre a Avenida Paulista do ano de 2050 e desenhando um elaborado croqui.

O teatro será construído com técnicas de baixo impacto ambiental, como tetos verdes para capta-ção de águas pluviais, fossas biossépticas, placas fotovoltaicas (para aproveitamento da luz solar pa- ra a geração de energia) e gerador à base de biocom- bustível, entre outras soluções e materiais, todos eles integrados para garantir o desempenho ener-gético e o gerenciamento de resíduos do edifício.

“Aguardamos a definição da área para implan-tação, cedida por uma das subprefeituras. A união entre verbas públicas e iniciativa privada é fundamental para que se possa iniciar a cons-trução ainda em 2012. Estamos concorrendo ao Holcim Awards 2010/2011, um importante prêmio internacional de sustentabilidade da construção, e estamos muito confiantes. Vamos envolver a comunidade com oficinas de bioconstrução e só usaremos fornecedores ambientalmente certifi-cados. Estamos construindo um conceito a ser re-petido.”, relata o arquiteto Alessandro Sbampato.

Boneca imperatriz japonesa, ningyo que integra acervo cedido ao Masp

Croqui do Ecoteatro, em vista aérea

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O carpete do Cine Gemini já foi comparado ao do hotel onde se passam cenas do filme "O Iluminado"

Na quarta-feira, dia 6, o estilista Ricardo Almei-da recebeu cerca de 800 convidados no Masp (Museu de Arte de São Paulo), comemorando os seus 25 anos de carreira com um desfile.

Para o evento, o estilista selecionou 25 modelos e 25 celebridades que, segundo ele, fizeram parte de sua trajetória. Atores como Ney Latorraca, Ed-son Celulari, Fábio Assunção, Murilo Rosa e Hebe Camargo, única mulher do casting, vestiram peças da coleção de inverno. Os ternos mostrados no desfile serão vendidos a R$ 15 mil cada, e a renda será doada para o museu.

De acordo com o estilista, o incentivo à arte é algo crucial, e o Masp faz parte da história de São Paulo. Em sua coleção de inverno, Ricardo Almeida trouxe como novidade a estampa xadrez, que, ao contrário da discrição que domina os ternos mas-culinos, apareceu nas camisas, em cores fortes.

MODA em PROLdo MASP

notasRicardo Almeida faz desfile no Masp e dedica venda das peças ao museu

Terno vermelho foi um dos destaques do desfile

Foto: divulgação / Fonte: http://moda.terra.com.br

CINEMAS de RUA: a ARTE de uma LUTAcapaReserva Cultural é o último genuíno cinema de rua na Paulista, com programação alternativa

A Avenida Paulista é palco de atrações culturais charmosas, entre elas os cinemas de rua, que marcam a história paulistana na sétima arte. Os mais tradicionais deixam saudade: sucumbi-ram face à proliferação de poderosas redes dedicadas exclusi-vamente a filmes comerciais de massa. Um deles foi o cine Ge-mini, que abriu as portas em maio de 1975, estreando suas duas salas com os filmes “Primeira Página”, do diretor Billy Wilder, e “Golpe Baixo”, comédia de Robert Aldrich. 35 anos depois, o Gemini realizou suas últimas sessões, exibindo a película brasi-leira “Cabeça a Prêmio”, de Marco Ricca, em setembro de 2010. O Gemini funcionava numa galeria térrea do edifício comercial que ocupa toda a extensão da primeira quadra da Alameda Joa-quim Eugênio de Lima, entre a Alameda Santos e a Paulista.

Próximo ao Gemini, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, quase fazendo esquina com a Paulista, ficava o Cine Paulista-no, dentro de uma comprida galeria, ao lado do Cartola Club. Abrindo caminho para o circuito de arte, o espaço estreou, em 1970, o aclamado “Tora! Tora! Tora!”, que mostrava o con-flito entre Japão e Estados Unidos em Pearl Harbor, no final da Segunda Guerra Mundial, do ponto de vista de ambos os países. O Cine Paulistano ainda participou de algumas edi-ções da Mostra Internacional de São Paulo, como a de 1996, quando exibiu “Bela aldeia, bela chama”, produção da antiga

Foto: http://www.flickr.com/photos/stopmotion/5029131216/in/photostream/

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Iugoslávia, sobre a guerra civil nos Bálcãs. À exibição, seguiu--se um debate com o diretor. Filmes de diretores polêmicos, como “A Estrada Perdida”, de David Lynch, também estiveram na programação, em 1997.

O recém-fechado Belas Artes também traçou um percurso não menos notável. Depois de funcionar, desde 1943, com os nomes de Cine Ritz e Cine Trianon, foi rebatizado Belas Artes em 1967, com programação feita pela sociedade Amigos da Ci-nemateca. Na estreia, a comédia “Os Russos Estão Chegando”, de Norman Jewison, filme americano que havia disputado vá-rios Oscars e inaugurado o festival de Cannes de 1966. As três salas iniciais de projeção, depois de uma reforma na década de 80, foram transformadas em seis, ganhando nomes que artistas brasileiros como Mário de Andrade, Cândido Portinari, Heitor Villa-Lobos, Carmem Miranda, entre outros. Em 2010, findo o patrocínio negociado com o HSBC, em 2004, o proprietário do imóvel, Flávio Maluf, quis o espaço de volta, e o Belas Artes encerrou suas atividades em março de 2011. A luta pelo cinema,

Detalhe do anúncio da inauguração do Belas Artes, em 14/07/1967, publicado no Estadão

no entanto, continua, e muitos cinéfilos querem o tombamento do prédio.

Mais recente é o Espaço Unibanco, criado em 1993 pelo empresário Adhemar de Oliveira e loca-lizado no n° 1475 da Rua Augusta. Tornou-se um re-ferencial de cinema de arte em todo o país. Ainda na Augusta resiste, em seu trecho no bairro dos Jardins, a programação alternativa do CineSesc.

No Conjunto Nacional, onde hoje está uma parte da Livraria Cultura, havia ainda a ampla sala do Cine Astor. O mesmo prédio abriga o Cine Livraria Cultura, anteriormente conhecido como Cine Bombril e, antes disso, Cine Arte. En-tretanto, talvez o único cinema desvinculado de um shopping center ou edifício comercial como o Conjunto Nacional, ainda presente na Avenida Paulista, seja o antigo Gazetinha, inaugurado em 1967. Fechado nos anos 90, foi então repagina-do, durante 6 meses, ao custo de R$ 3,3 milhões, para se transformar no charmoso, inovador e acolhedor Reserva Cultural, no térreo do edi-fício onde está a Fundação Casper Líbero, que apoiou a empreitada.

O Reserva chega a ser um centro cultural: a-briga, além de quatro salas de projeção, o café Pain de France, um bistrô com pratos da culiná-ria francesa, uma livraria que comercializa livros de arte e DVDs de filmes clássicos e uma área destinada a exposições e eventos — priorizando artistas menos conhecidos e nomes promisso-res, e promovendo debates sobre filmes, breves apresentações teatrais, coquetéis etc.

Foto: divulgação

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Parte da decoração do Reserva faz tributo ao antigo Cine Gazetinha, nascido em 1967

Variados eventos já marcaram presença no es-paço. Antes da exibição do filme “Coco Chanel & Igor Stravinsky”, a Cia. Tribo da Dança recriou parte da “Sagração da Primavera”, balé de 1910 — com música composta por Stravinsky — que figu-ra, nas palavras dele, “uma cena de ritual pagão em que uma virgem eleita para o sacrifício dan-ça até morrer". Exposições fotográficas também

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ganharam — e continuam ganhando — destaque, dentre elas a que comemorou, em 2010, os 130 Anos da Imigração Libanesa no Brasil, além de Visões andinas: Deserto do Lipez, uma série de fotografias que retratam a beleza e a diversidade de um dos lugares mais lindos do mundo. Visões Andinas traz imagens registradas em 2008, durante uma viagem pelo Chile, Bolívia e Peru, numa altitude entre 2 mil e 7 mil metros. Essa é uma das atuais exposições, mas as novidades são constantes: o pri-meiro Ciclo Ciné-Club, em parceria com a Aliança Francesa, traz filmes que mostram diferentes olhares sobre o feminino. As exibições são matutinas e presenteiam os cinéfilos com um delicioso café da manhã.

O Ciclo Ciné-Club confirma a vocação do Reserva Cultural como cinema do circuito alternativo, vocação essa que remon-ta a 2005, quando, em 10 de junho, foi inaugurado pelo distri-buidor independente Jean Thomas Bernardini, seu criador. A ideia de criar o Reserva já havia nascido há algum tempo em sua mente. Há 23 anos, ele viaja pelo mundo em busca de fil-mes de arte, e 10 anos atrás percebeu que o mercado exibidor de cinema começava a se perguntar se valia a pena manter o público para as obras alternativas e criar um espaço para tal. A experiência de Jean como distribuidor lhe indicava que esse nicho tinha mercado, mas seu público, cosmopolita e aprecia-dor do cinema independente, não abriria mão do conforto, se-gurança, qualidade da programação e sossego, fora do agito dos cinemas de shopping.

CINEMAS de RUA: a ARTE de uma LUTA

Em entrevista ao Click Paulista, Jean Thomas Bernardini fa-lou sobre seu cinema, inclusive sobre o projeto arquitetônico, da KN Associados, escritório com larga experiência em proje-tos corporativos, como grandes lojas e espaços comerciais em shopping centers — como a refinada Trussardi, as livrarias Sa-raiva e Senac, a Tok&Stok, entre outras marcas. “Eu pedi para eles criarem um espaço onde as pessoas teriam outras opções,

Foto: http://www.lgphotography.fr/visoesandinas/slides/DSC08225.html

Imagem de Laurent Guerinaud, parte da exposição Visões Andinas: Deserto de Lipez, em cartaz no Reserva

Grupo que encenou um trecho de A Sagração da Primavera, antes de exibição de filme

para poderem permanecer por mais tempo. Em uma cidade grande como São Paulo, não dá mais para as pessoas pegarem um carro, demorarem no trajeto, gastarem com estacionamento e correrem risco de assalto para irem ao cinema e voltarem para casa. Essa é a vantagem do shopping center, que tem segurança e praça de alimentação, onde podem comer alguma coisa. Aqui, recriamos um mini-shopping, porque há uma livraria, um café, uma boulangerie francesa que vende croissants e um restaurante. Então, as pessoas que aqui vêm podem ficar por horas: elas não vêm só para ver o filme, pois virou um lugar de encontro”.

Os diferenciais do Reserva são acompanhados por uma restrição, que, para 72% do seu público, é uma vantagem: não vender pipoca. Esse foi o desejo dos potenciais frequentadores do espaço, revelado em uma pesquisa realizada antes da inauguração. O maior incômodo era o barulho intermitente da gu-loseima, que os cinéfilos pesquisados dispensavam.

O mesmo cuidado com os desejos do público está refletido na programação, cujos filmes são escolhidos a dedo pelo proprietário, que viaja o mundo para visitar inúmeros festivais de cinema. “Normalmente, trago filmes premiados, porque o público daqui é muito antenado. Não adianta tra-zer filmes com ar comercial, pois eles não caem no gosto do público do Reserva. Os frequentadores querem autenticidade, o que é ótimo, e assim cor-respondemos. Então, vejo o panorama do cinema o ano inteiro. Naturalmente, por conhecer cinema, não raro trago filmes de difícil entendimento e compreensão, mas que valem a pena porque são obras de arte, das quais o público gosta e, por isso, comparece ao cinema. Talvez seja esse o diferen-

Foto: www.reservacultural.com.br

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cial que nos leva a ganhar, quase todos os anos, o título de sala de exibição com a melhor programa-ção de São Paulo”, reforça Jean Thomas, em alu-são à avaliação anual feita pelo Guia da Folha, do jornal Folha de São Paulo – este ano, a avaliação foi publicada no final de fevereiro. As instalações do Reserva também receberam menção honrosa do jornal O Estado de São Paulo: “sala confortá-vel, com lugares para deficientes na última fila.”

A opinião dos frequentadores não só ratifica as avaliações desses jornais paulistanos, como também deixa evidentes as diferenças entre ci-nemas que trabalham com filmes comerciais para o grande público — os famosos blockbusters — e os cinemas que apresentam o cinema de arte. O professor universitário Henrique Soares Carneiro justifica sua preferência pelo Reserva Cultural: “Eu prefiro mil vezes este circuito mais alternati-vo, de países pouco conhecidos, documentários... Primeiro porque os filmes que passam não são tão comerciais, e segundo porque eu odeio ambiente de shopping, que parece uma gaiola, não dá nem para saber se chove ou faz sol.”

Soma-se à variedade e ao ineditismo da pro-gramação regular de filmes – além de filmes pouco conhecidos e pérolas como “Mulher”, de 1931, um dos clássicos do acervo da Cinédia (estúdio de ci-nema pioneiro no Brasil, que preserva a memória do cinema brasileiro), há exibições exclusivas de tempos em tempos, como foi o caso do brasilei-ro “Rinha”, em 2009 –, a participação em festivais de cinema. Um exemplo foi a participação na 16ª edição do festival internacional de documentários

Jean Thomas Bernardini, proprietário do Reserva Cultural

É Tudo Verdade — It’s All True, que, neste ano, ocorreu de 31/03 a 10/04. O festival atraiu pessoas de todo o Brasil, como o orientador social soteropolitano Roque Fernandes, que veio ao Reserva pela segunda vez: “Estou vendo a mostra É Tudo Verdade — It’s All True 2011. Meu grupo tem pessoas de todo o Brasil: Bahia, Maranhão, Roraima, Rio de Janeiro etc., que vieram exclusivamente para isso. A gente trabalha com cinema também”, completa Roque.

Por ocasião do festival, o Click Paulista teve a chance de entrevistar duas cineastas, Denise Wyllie e Clare O´Hagan, que juntas fizeram o filme “Primeiras Trevas” (First Darkness), e acompanhavam sua exibição durante o evento. Primeiras Tre-vas é um curta de arte extremamente profundo, que aborda a jornada de Denise Willy, após a perda de um grande amigo. Por meio da pintura, ela mostra seu inverno interior, e com isso acaba redescobrindo a vida. “É uma história sobre perda, sobre como você pode se recuperar disso e ter esperança [...] Eu falei com o meu coração”, frisou Denise. O curta recebeu, em Mô-naco, o prêmio Angel Film, por melhor música original e melhor curta-metragem de arte.

Com um caleidoscópio de eventos de altíssima qualidade, curiosidades e achados como o curta “Primeiras Trevas” e uma arquitetura aconchegante, não há como resistir a frequentar o Reserva Cultural, tão sedutor como o pain au chocolat do seu Café Pain de France e os pratos ricamente decorados do Re-serva Bistrô, cujas grandes janelas oferecem uma vista privile-giada da Avenida Paulista. Num tempo em que raramente nos permitimos uma pausa, nada melhor do que assistir a um bom filme e sorver um delicioso café, enquanto se aprecia o movi-mento da via mais agitada da cidade.

SERVIÇO:Segunda a sexta, das 12h30 às 22h / Sábado, das 12h30 às 00h00 / Domingo, das 12h30min às 22h.

Foto: divulgação

O Reserva Bistrô tem no cardápio pratos da culinária francesa

Foto: www.knassociados.com.br

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Dentre as opções, nas salas de cinema da região da Paulista, chama atenção o filme Rio, animação produzida pela 20th Cen-tury Fox, em parceria com o Blue Sky Studios. A diversão está garantida ao acompanhar as aventuras de uma arara azul que migra do interior dos Estados Unidos, onde vive confortavel-mente, para o Rio de Janeiro, onde esbarra em redes de vôlei, homens sem camisa, mulheres popozudas e vôos de asa delta. A trilha sonora é do brasileiro Sérgio Mendes.

As Mães de Chico Xavier - Drama, 110 min. - Classificação Indicativa 12 anos O filme espírita tem roteiro adaptado do livro de Marcel Souto Maior, "Por Trás do Véu de Ísis". Três mães: Ruth — cujo filho enfrenta prob-lemas com drogas —, Elisa — que tenta superar a perda do filho —, e Lara — uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada —, cruzam-se quando recebem conforto de Chico Xavier e reencon-tram a esperança de vida.

Bruna Surfistinha - Drama, 109 min. - Classificação Indicativa 16 AnosBruna Surfistinha conta a história de Raquel Pacheco, jovem de classe mé-dia paulistana, que vira garota de programa. Ela adota o nome de Bruna Surfistinha e transforma-se em uma celebridade nacional ao contar suas aventuras sexuais em um blog na internet.

Esposa de Mentirinha - Comédia, 116 min. - Classificação Indicativa 12 AnosAdam Sandler é um cirurgião plástico de caso com uma professora mais jovem. Para encobrir uma mentira ele pede que sua assistente, Jennifer Aniston, finja ser a esposa de quem ele está se divorciando. Depois de algumas mentiras, os filhos da sua assistente também acabam envolvidos, e todos vão para um fim de semana no Havaí que mudará suas vidas.

Fúria Sobre Rodas - Aventura, 105 min. - Classificação Indicativa 16 AnosO filme narra a história de Milton, um criminoso que sai da prisão para uma última chance de redenção. Ele precisa acabar com um culto de magia negra liderado pelo assassino da sua filha, Jonas King. Tem três dias para deter os assassinos, antes que também sacrifiquem sua neta, em uma noite de lua cheia.

Malu de Bicicleta - Comédia, 90 min. - Classificação Indicativa 14 AnosO filme, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, narra a história de Luiz Mario, um empresário da noite paulistana e bon vivant, que tem vários ro-mances tórridos, e não se envolve emocionalmente em nenhum. Até que um dia, de passagem pelo Rio de Janeiro, apaixona-se perdidamente pela ca-rioca Malu, que o atropela de bicicleta na ciclovia do Leblon.

Rio - Infantil, 96 min. - Classificação Indicativa LivreBlu, uma arara, macho, domesticada que nunca aprendeu a voar, vive pacata-mente com sua dona, Linda. Eles acreditam que Blu seja o último exemplar de sua espécie, mas descobrem a existência de Jade, a última ararinha fêmea, que mora no Rio de Janeiro, e partem para o Brasil, para encontrá-la.

Sem Limites - Ação, 105 min. - Classificação Indicativa 14 AnosO escritor Eddie está em uma crise criativa. Um velho amigo lhe apresenta um remédio revolucionário, e sua vida muda instantaneamente: ele se lembra de tudo que já leu, ouviu ou viu em toda sua vida, aprende línguas, faz cálculos, consegue ler e escrever muito rapidamente. Eddie vira o rei de Wall Street, e chama a atenção do empresário Carl Van Loon, que o contrata para fechar um dos maiores negócios da história.

Sexo Sem Compromisso Comédia Romântica, 108 min. - Classificação Indicativa 14 AnosAdam e Emma resolvem ter uma relação amigável, baseada em sexo sem compromisso, alimentada pela atração física. Mas a relação evolui para um ro-mance, a amizade entra em jogo.

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