cÁlculo financeiro · problemas no âmbito do cálculo financeiro e distinguir, clarificar e...
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CÁLCULO FINANCEIRO
APLICADO ÀS CIÊNCIAS
EMPRESARIAIS
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
VOLUME I
JOÃO CALDEIRA
CARLA MARTINHO
EDIÇÕES FINTEXT, LDA
É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer forma ou meio, esta
obra, sendo as transgressões passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor.
FICHA TÉCNICA:
Título: Cálculo Financeiro Aplicado às Ciências Empresariais – Exercícios Resolvidos – Volume I
Autores: João Caldeira, Carla Martinho
Capa: Renato Pires
©Edições Fintext, Lda
1ª Edição
Lisboa, 2019
Impressão e Acabamentos: Europress – Editores e Distribuidores de Publicações, Lda
Depósito Legal: […]
ISBN: 978-989-54394-0-9
EDIÇÕES FINTEXT, LDA
Tel.: 968 257 312
e-mail: [email protected]
www.fintext.pt
Website desenvolvido por Simdea® – https://simdea.pt/
Cálculo Financeiro Aplicado às Ciências Empresariais v
Índice
INTRODUÇÃO _______________________________________________________ 1
I – CONCEITOS BÁSICOS FUNDAMENTAIS _________________________________ 3
Breve Enquadramento Teórico ___________________________________________________ 5
1.1. Bases de Cálculo para Contagem de Prazos ____________________________________ 6
II – REGIME DE JURO SIMPLES __________________________________________ 7
Breve Enquadramento Teórico ___________________________________________________ 9
2.1. Valor Acumulado; Juro Acumulado _________________________________________ 12
2.2. Taxas Equivalentes em Regime de Juro Simples _______________________________ 12
2.3. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 13
2.4. Valor Acumulado; Juro Acumulado _________________________________________ 14
2.5. Taxas Brutas e Taxas Líquidas ______________________________________________ 15
2.6. Valor Atual – Desconto por Dentro _________________________________________ 17
2.7. Valor Atual – Desconto por Dentro _________________________________________ 17
2.8. Valor Atual – Desconto por Dentro _________________________________________ 18
2.9. Valor Atual – Desconto por Fora ____________________________________________ 19
2.10. Valor Atual – Desconto por Fora ____________________________________________ 20
2.11. Valor Atual – Desconto por Fora ____________________________________________ 21
2.12. Valor Atual e Valor Acumulado – Desconto por Dentro e Desconto por Fora ________ 21
2.13. Equivalência de Capitais – substituição de um conjunto de capitais por outro conjunto
de capitais (desconto por dentro e desconto por fora) __________________________ 23
2.14. Equivalência de Capitais – substituição de um conjunto de capitais por outro conjunto
de capitais (desconto por dentro e desconto por fora) __________________________ 25
2.15. Equivalência de Capitais – substituição de um conjunto de capitais por outro conjunto
de capitais (desconto por fora) _____________________________________________ 26
2.16. Equivalência de Capitais – Capital Comum: substituição de um conjunto de capitais por
um único capital substituto (desconto por dentro e desconto por fora) ____________ 28
2.17. Equivalência de Capitais – Vencimento Comum (desconto por dentro e desconto por
fora) __________________________________________________________________ 30
vi Cálculo Financeiro Aplicado às Ciências Empresariais
2.18. Equivalência de Capitais – Vencimento Médio, Capital Comum e Vencimento Comum
(desconto por fora) ______________________________________________________ 32
2.19. Equivalência de Capitais – Taxa Média ______________________________________ 35
2.20. Equivalência de Capitais – Taxa Média e Capital Comum (desconto por fora) _______ 36
2.21. Desconto Bancário de Uma Letra ___________________________________________ 38
2.22. Desconto Bancário de K Letras de Igual Valor Nominal _________________________ 40
2.23. Desconto Bancário de K Letras de Igual Valor Nominal _________________________ 41
2.24. Financiamento Titulado por Livrança com Encargos Postecipados ________________ 42
2.25. Financiamento Titulado por Livrança: Encargos Postecipados; Encargos Antecipados _ 44
2.26. Financiamento de Curto Prazo _____________________________________________ 45
III – REGIME DE JURO COMPOSTO ______________________________________ 47
Breve Enquadramento Teórico __________________________________________________ 49
3.1. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 51
3.2. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 51
3.3. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 52
3.4. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 54
3.5. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 54
3.6. Valor Acumulado; Juro do Período; Juro Acumulado ___________________________ 55
3.7. Taxas Equivalentes em Regime de juro Composto _____________________________ 56
3.8. Taxas Nominais e Taxas Efetivas ___________________________________________ 59
3.9. Taxas Nominais e Taxas Efetivas ___________________________________________ 61
3.10. Taxas Nominais e Taxas Efetivas ___________________________________________ 62
3.11. Valor Acumulado ________________________________________________________ 62
3.12. Valor Atual e Desconto ___________________________________________________ 63
3.13. Valor Atual e Desconto ___________________________________________________ 64
3.14. Equivalência de Capitais – substituição de um conjunto de capitais por outro conjunto
de capitais _____________________________________________________________ 65
3.15. Equivalência de Capitais – Capital Comum: substituição de um conjunto de capitais por
um único capital substituto _______________________________________________ 66
3.16. Equivalência de Capitais – Vencimento Comum _______________________________ 67
3.17. Equivalência de Capitais – Taxa Média ______________________________________ 68
Cálculo Financeiro Aplicado às Ciências Empresariais vii
3.18. Aplicação Financeira de Capitalização Automática (taxa variável) _________________ 69
3.19. Aplicação Financeira de Capitalização Automática (taxa variável) _________________ 70
3.20. Aplicação Financeira de Capitalização Automática (taxa variável) _________________ 72
IV – RENDAS _______________________________________________________ 75
Breve Enquadramento Teórico __________________________________________________ 77
4.1. Rendas Imediatas, Postecipadas, Temporárias de Termos Constantes _____________ 81
4.2. Rendas Imediatas, Postecipadas, Temporárias de Termos Constantes _____________ 82
4.3. Rendas Imediatas, Postecipadas, Temporárias de Termos Constantes _____________ 82
4.4. Rendas Imediatas, Antecipadas, Temporárias de Termos Constantes ______________ 83
4.5. Rendas Imediatas, Antecipadas, Temporárias de Termos Constantes ______________ 85
4.6. Rendas Imediatas, Antecipadas, Temporárias de Termos Constantes ______________ 87
4.7. Rendas Imediatas, Antecipadas, Temporárias de Termos Constantes ______________ 89
4.8. Rendas Diferidas, Temporárias de Termos Constantes __________________________ 93
4.9. Rendas Diferidas, Temporárias de Termos Constantes __________________________ 95
4.10. Rendas Diferidas, Temporárias de Termos Constantes __________________________ 98
4.11. Rendas Diferidas, Temporárias de Termos Constantes __________________________ 99
4.12. Rendas Temporárias de Termos Variáveis em Progressão Aritmética _____________ 101
4.13. Rendas Temporárias de Termos Variáveis em Progressão Aritmética _____________ 105
4.14. Rendas Temporárias de Termos Variáveis em Progressão Geométrica e em Progressão
Aritmética ____________________________________________________________ 108
4.15. Rendas Temporárias de Termos Variáveis em Progressão Geométrica ____________ 113
4.16. Rendas Perpétuas de Termos Constantes ___________________________________ 116
4.17. Rendas Perpétuas de Termos Constantes ___________________________________ 118
4.18. Rendas Perpétuas de Termos Variáveis em Progressão Geométrica e em Progressão
Aritmética ____________________________________________________________ 121
V – REEMBOLSO DE EMPRÉSTIMOS ____________________________________ 125
Breve Enquadramento Teórico _________________________________________________ 127
5.1. Amortização de Capital e Pagamento de Juros na Totalidade na Maturidade do
Empréstimo ___________________________________________________________ 131
5.2. Amortização de Capital na Totalidade na Maturidade do Empréstimo e Pagamento de
Juros à Cabeça (antecipados) _____________________________________________ 132
viii Cálculo Financeiro Aplicado às Ciências Empresariais
5.3. Amortização de Capital na Totalidade na Maturidade do Empréstimo e Juros Pagos
Escalonadamente (antecipados e postecipados) – Sistema Americano ____________ 133
5.4. Capital Amortizado Escalonadamente e Juro Pago na Totalidade no Final do Prazo _ 135
5.5. Capital Amortizado Escalonadamente e Juro Pago na Totalidade Antecipadamente _ 136
5.6. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Hamburguês ___________________ 138
5.7. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Hamburguês ___________________ 140
5.8. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Hamburguês – com Carência de Capital143
5.9. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Hamburguês – com Carência de Capital
e Juro ________________________________________________________________ 146
5.10. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Francês _______________________ 149
5.11. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Francês – com Carência de Capital _ 152
5.12. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Francês – com Carência de Capital e
Juro _________________________________________________________________ 156
5.13. Capital e Juro Pago Escalonadamente – Sistema Hamburguês e Sistema Francês ___ 160
5.14. Locação Financeira _____________________________________________________ 168
5.15. Locação Financeira _____________________________________________________ 174
5.16. Capital e Juro pago Escalonadamente – Sistema Francês – com Taxa Variável ______ 178
5.17. Fundo de Amortização __________________________________________________ 182
5.18. Fundo de Amortização __________________________________________________ 186
5.19. Plano Poupança Reforma (PPR) ___________________________________________ 191
5.20. Taxa Anual de encargos Efetiva Global (TAEG) _______________________________ 196
VI – O CÁLCULO FINANCEIRO E A ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ______________ 199
Breve Enquadramento Teórico _________________________________________________ 201
6.1. Valor Atual Líquido (VAL), Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) e Payback _________ 203
6.2. Valor Atual Líquido, Taxa Interna de Rendibilidade e Payback __________________ 207
FORMULÁRIO ______________________________________________________ 213
1
INTRODUÇÃO
Este livro tem como objetivo principal proporcionar aos estudantes, profissionais e a todos os
interessados um conjunto de exercícios e casos práticos resolvidos, enquadrados na área das
ciências empresariais, que lhes permitam, de uma forma clara e objetiva, desenvolver os seus
conhecimentos em cálculo financeiro em termos práticos e adquirir competências sobre esta
temática.
Apresenta-se previamente um breve enquadramento teórico sobre estas matérias, apenas no
sentido de facilitar a compreensão dos exercícios e a sua resolução, não se procurando, porque
não é esse o objetivo da obra, desenvolver conceitos de natureza teórica e concetual de
matemática financeira, nomeadamente a dedução das fórmulas utilizadas nem observar, do
ponto de vista técnico, o rigor em termos de terminologia.
Com efeito, o livro apresenta um conjunto de exercícios que procuram abranger os diversos
problemas no âmbito do cálculo financeiro e distinguir, clarificar e elucidar, sempre numa
perspetiva prática, a especificidade de cada exercício com breves comentários quanto às
questões essenciais, por vezes menos evidentes para os estudantes.
Sublinha-se que as propostas de resolução apresentadas são, no entendimento dos autores, as
que parecem mais óbvias, não esgotando outras possíveis resoluções que naturalmente
conduziriam aos mesmos resultados.
É nossa convicção que este trabalho irá ao encontro das expetativas dos alunos e de todos os
interessados em consolidar e aprofundar conhecimentos e competências sobre esta temática
numa perspetiva prática aplicada às ciências empresariais, e que pretendam clarificar conceitos,
por vezes considerados abstratos e mistificados.
Os autores, enquanto Professores do ISCAL, não poderão deixar de apresentar um
agradecimento especial aos alunos pelo incentivo à elaboração deste compêndio, o que
constituiu a nossa primeira e principal motivação. Agradecemos também a todos os professores
que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho. A todos o nosso
muito obrigado.
III – Regime de Juro Composto 65
3.14. Equivalência de Capitais – substituição de um conjunto de capitais por outro conjunto de capitais
Para liquidar uma dívida, uma empresa tem contratado os seguintes pagamentos:
€ 12.500 a 1 mês; € 10.000 a 7 meses; € 7.500 a 1 ano; € 5.000 a 17 meses.
Assuma agora que, por falta de liquidez no curto prazo pretende substitui-los por 4 pagamentos semestrais de igual valor nominal, vencendo-se o primeiro daqui a 5 meses. Assumindo uma TAN de 4%, convertível trimestralmente, calcule o valor de cada um dos novos pagamentos.
𝑇𝐴𝑁 = 4%, 𝑚 = 4
Para se obter o valor dos capitais substitutos têm que se reportar todos os capitais ao mesmo momento temporal. Assim, para formular a equação, iguala-se o valor atual dos capitais originais ao valor atual dos capitais substitutos. Assim, através da equação de equivalência de capitais em regime de juro composto:
∑𝑀𝑠
(1 + 𝑖)𝑛𝑠
𝑘
𝑠=1
= ∑𝑀′𝑠
(1 + 𝑖)𝑛′𝑠
𝑝
𝑠=1
Tem, no entanto, de se calcular antecipadamente uma taxa efetiva. Vamos calcular uma taxa anual efetiva, pelo que tem que se tratar o fator tempo também em anos.
(1 + 𝑖) = (1 +𝑖𝑚
𝑚)
𝑚
⇔
⇔ (1 + 𝑖) = (1 +0,04
4)
4
⇔
⇔ 𝑖 = (1 + 0,01)4 − 1 ⇔
⇔ 𝑖 = 4,06%
66 III – Regime de Juro Composto
Voltando à equivalência de capitais:
12.500
(1 + 0,0406)1
12⁄+
10.000
(1 + 0,0406)7
12⁄+
7.500
(1 + 0,0406)12
12⁄+
5.000
(1 + 0,0406)17
12⁄=
= 𝑀′
(1 + 0,0406)5
12⁄+
𝑀′
(1 + 0,0406)11
12⁄+
𝑀′
(1 + 0,0406)17
12⁄+
𝑀′
(1 + 0,0406)23
12⁄⇔
⇔ 12.458,61 + 9.770,50 + 7.207,35 + 4.725,87= 0,9836𝑀′ + 0,9642𝑀′ + 0,9452𝑀′ + 0,9266𝑀′ ⇔
⇔ 34.162,34 = 3,8195𝑀′ ⇔
⇔ 𝑀′ =34.162,34
3,8195⇔
⇔ 𝑀′ = 8.944,30
3.15. Equivalência de Capitais – Capital Comum: substituição de um conjunto de capitais por um único capital substituto
Pretende-se substituir por um único capital os seguintes:
€ 10.000 a 3 meses; € 11.000 a 9 meses; € 13.000 a 15 meses; € 16.000 a 21 meses.
Calcule para uma TAN de 6%, convertível quadrimestralmente, o valor desse pagamento único se o seu prazo de vencimento for 1 ano.
𝑇𝐴𝑁 = 6%, 𝑚 = 3
Para se obter o valor dos capitais substitutos tem que se reportar todos os capitais ao mesmo momento temporal. Assim, para formular a equação, iguala-se o valor atual dos capitais originais ao valor atual dos capitais substitutos, que neste caso é apenas um.
Tem, no entanto, de se calcular antecipadamente uma taxa efetiva. Vamos calcular uma taxa anual efetiva, pelo que tem que se tratar o fator tempo também em anos.
Ao se considerar o prazo como ‘meses’/12 está-se a
transformar o prazo em anos, uma vez que a taxa é
anual. Alternativamente poder-se-ia transformar a
taxa em mensal (taxa equivalente mensal) e a partir
daí trabalhar diretamente com o prazo em meses.
III – Regime de Juro Composto 67
(1 + 𝑖) = (1 +𝑖𝑚
𝑚)
𝑚
⇔
⇔ (1 + 𝑖) = (1 +0,06
3)
3
⇔
⇔ 𝑖 = (1 + 0,02)3 − 1 ⇔
⇔ 𝑖 = 6,12%
Equivalência de Capitais:
∑𝑀𝑠
(1 + 𝑖)𝑛𝑠
𝑘
𝑠=1
= ∑𝑀′𝑠
(1 + 𝑖)𝑛′𝑠
𝑝
𝑠=1
10.000
(1 + 0,0612)3
12⁄+
11.000
(1 + 0,0612)9
12⁄+
13.000
(1 + 0,0612)15
12⁄+
16.000
(1 + 0,0612)21
12⁄=
𝑀′
(1 + 0,0612)12
12⁄
⇔ 9.852,58 + 10.520,64 + 12.069,60 + 14.420,13 = 𝑀′
(1 + 0,0612)1⇔
⇔ 46.862,94 = 𝑀′
1,0612⇔
⇔ 𝑀′ = 49.731,33
3.16. Equivalência de Capitais – Vencimento Comum
Suponha que tem um conjunto de quatro capitais de € 400, € 800, € 1.600 e € 3.200, vencíveis daqui a 1, 3, 5 e 7 meses, respetivamente.
Pretende substitui-los por um capital de € 6.200 e saber qual o prazo de vencimento comum deste capital, considerando uma TAE de 3% e o regime de juro composto.
𝑇𝐴𝐸 = 3%
Ao se considerar o prazo como ‘meses’/12 está-se a transformar o
prazo em anos, uma vez que a taxa é anual. Alternativamente
poder-se-ia transformar a taxa em mensal (taxa equivalente
mensal) e a partir daí trabalhar diretamente com o prazo em meses.
Como a taxa de 3% é efetiva já não temos de a calcular (o que seria
necessário caso a taxa fosse nominal com capitalizações intermédias).
68 III – Regime de Juro Composto
Em qualquer exercício de equivalência de capitais têm que se reportar todos os capitais ao mesmo momento temporal. Assim, para formular uma equação de valor, iguala-se o valor atual dos capitais originais ao valor atual dos capitais substitutos que, neste caso, é apenas um, resolvendo posteriormente a equação em ordem à incógnita que, neste caso, é o prazo de vencimento do capital substituto.
∑𝑀𝑠
(1 + 𝑖)𝑛𝑠
𝑘
𝑠=1
=𝑀′𝑠
(1 + 𝑖)𝑛′𝑠
400
(1 + 0,03)1
12⁄+
800
(1 + 0,03)3
12⁄+
1.600
(1 + 0,03)5
12⁄+
3.200
(1 + 0,03)7
12⁄=
6.200
(1 + 0,03)𝑛′⇔
⇔ 399,02 + 794,11 + 1.580,41 + 3.145,30 = 6.200
(1,03)𝑛′⇔
⇔ (1,03)𝑛′ =6.200
5.918,84⇔
⇔ (1,03)𝑛′ = 1,05 ⇔
⇔ 𝑛′ =𝐿𝑛(1,0475)
𝐿𝑛(1,0300)⇔
⇔ 𝑛′ = 1,57 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑛′ = 18,84 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑛′ = 565 𝑑𝑖𝑎𝑠
3.17. Equivalência de Capitais – Taxa Média
Calcule a taxa média a que estão aplicados os seguintes capitais, assumindo um prazo de 3 anos para todos eles e o regime de juro composto:
€ 5.000 à taxa de 4%; € 2.800 à taxa de 6%; € 7.500 à taxa de 5%; € 8.460 à taxa de 8%.
€ 23.760
A Taxa Média é uma taxa de juro única que aplicada aos mesmos capitais durante os mesmos prazos produz o mesmo resultado.
∑ 𝐶𝑠 × (1 + 𝑖𝑠)𝑛𝑠
𝑘
𝑠=1
= ∑ 𝐶𝑠 × (1 + 𝑖)𝑛𝑠
𝑘
𝑠=1
Note-se que, ao estarmos a considerar a taxa de juro anual, o n’
estará em anos. Se fizéssemos “n´/12” na expressão, já obteríamos o
n’ em meses. De qualquer forma, tendo o prazo em anos, basta
multiplicar por 12 e obtém-se o prazo em meses ou multiplicar por
360 e obtém-se o prazo em dias (pegando no prazo em meses, pode-
se multiplicar por 30 – número de dias que tem cada mês – e obtém-
se o prazo em dias também).
III – Regime de Juro Composto 69
5.000 × (1 + 0,04)3 + 2.800 × (1 + 0,06)3 + 7.500 × (1 + 0,05)3 + 8.460 × (1 + 0,08)3 =
= 5.000 × (1 + 𝑖)3 + 2.800 × (1 + 𝑖)3 + 7.500 × (1 + 𝑖)3 + 8.460 × (1 + 𝑖)3 ⇔
⇔ 5.624,32 + 3.334,84 + 8.682,19 + 10.657,16 = (1 + 𝑖)3 × (5.000 + 2.800 + 7.500 + 8.460) ⇔
⇔ 28.298,52 = (1 + 𝑖)3 × 23.760 ⇔
⇔ (1 + 𝑖)3 =28.298,52
23.760⇔
⇔ 𝑖 = (28.298,52
23.760)
13⁄
− 1 ⇔
⇔ 𝑖 = 6,00%
3.18. Aplicação Financeira de Capitalização Automática (taxa variável)
Considere um investimento de € 50.000 a dois anos com as seguintes caraterísticas:
Regime de juro composto Juro líquido capitalizado semestralmente (retenção na fonte à taxa de 28%) Taxa de juro variável anual nominal bruta convertível semestralmente indexada à
EURIBOR 6M, com um spread aditivo de 0,2% Prémio de permanência semestral de 0,15%, a partir do segundo semestre do
investimento, inclusive, aplicável à taxa anual nominal bruta em vigor em cada semestre EURIBOR 6M aplicável sucessivamente nos quatro semestres do investimento: 1,2%;
1,4%; 1,1%; 0,75%.
Calcule o valor final obtido nesta aplicação financeira.
𝐶0 = 50.000
𝑛 = 2 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 4 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑠
Juro capitaliza semestralmente
𝑇𝐴𝑁𝐵 = 𝐸𝑈𝑅𝐼𝐵𝑂𝑅 6𝑀 + 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑, 𝑚 = 2
𝑃𝑟é𝑚𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑃𝑃) = 0,15%/𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒, 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑟 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒
𝐸𝑈𝑅𝐼𝐵𝑂𝑅 6𝑀: 1º 𝑆𝑒𝑚 = 1,2%; 2º 𝑆𝑒𝑚 = 1,4%; 3º 𝑆𝑒𝑚 = 1,1%; 4º 𝑆𝑒𝑚 = 0,75%
𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑 = 0,2%
𝑡 = 28%
70 III – Regime de Juro Composto
𝑇𝐴𝑁𝐵 = 𝐼𝑛𝑑𝑒𝑥𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑
𝑇𝐴𝑁𝐿 = (𝑇𝐴𝑁𝐵 + 𝑃𝑃) × (1 − 𝑡)
𝑇𝑆𝐸𝐿 =𝑇𝐴𝑁𝐿
2
𝑀 = 𝐶0 × (1 + 𝑖1) × (1 + 𝑖2) × (1 + 𝑖3) × (1 + 𝑖4) ⇔
⇔ 𝑀 = 50.000 × (1 + 0,00504) × (1 + 0,0063) × (1 + 0,00522) × (1 + 0,00396) ⇔
⇔ 𝑀 = 51.033,85
3.19. Aplicação Financeira de Capitalização Automática (taxa variável)
Suponha que pretende investir a quantia de € 100.000 a 2 anos. O seu gestor de conta propôs-lhe a seguinte aplicação financeira, com a qual concordou:
(i) 60% do capital: Aplicado num depósito a prazo a 6 meses, remunerado à taxa fixa anual nominal
bruta de 6%, convertível semestralmente O valor líquido do depósito é renovado semestralmente, agora a uma taxa variável
anual nominal bruta convertível semestralmente, indexada à EURIBOR 6M, com um spread aditivo de 0,5%
Considere que no final de cada semestre o banco lhe faz uma retenção na fonte de 28% dos juros brutos, para efeitos de IRS
As taxas EURIBOR 6M utilizáveis para os 2º, 3º e 4º semestres da aplicação foram, respetivamente, 2,1%, 2,3% e 2,2%
(ii) Os restantes 40% são investidos num fundo de investimento escolhido por si, que produzirá uma remuneração anual efetiva líquida de 3%.
Assumindo o regime de juro composto, calcule o resultado líquido da aplicação financeira no final dos 2 anos.
𝐶0 = 100.000 ⟶ {
(𝑖) 60% (60.000)𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙
(𝑖𝑖) 40% (40.000) 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑓𝑖𝑥𝑎
𝑛 = 2 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 4 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑠
𝑡 = 28%
Indexante Spread TANB PP TANL TSEL
1º Sem 1,20% 0,20% 1,40% 0,00% 1,0080% 0,5040%
2º Sem 1,40% 0,20% 1,60% 0,15% 1,2600% 0,6300%
3º Sem 1,10% 0,20% 1,30% 0,15% 1,0440% 0,5220%
4º Sem 0,75% 0,20% 0,95% 0,15% 0,7920% 0,3960%
Uma vez que a Taxa de Juro Anual Nominal é convertível semestralmente
(m = 2), para se obter uma taxa efetiva semestral (subperíodo de
conversão da taxa anual), basta dividir a Taxa Nominal por 2 (m).
III – Regime de Juro Composto 71
(i) Juro capitaliza semestralmente
Condições 1º Semestre
𝑇𝐴𝑁𝐵 = 6%, 𝑚 = 2
Condições 2º - 4º Semestre
𝑇𝐴𝑁𝐵 = 𝐸𝑈𝑅𝐼𝐵𝑂𝑅 6𝑀 + 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑, 𝑚 = 2
𝐸𝑈𝑅𝐼𝐵𝑂𝑅 6𝑀: 2º 𝑆𝑒𝑚 = 2,1%; 3º 𝑆𝑒𝑚 = 2,3%; 4º 𝑆𝑒𝑚 = 2,2%
𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑 = 0,5%
𝑇𝐴𝑁𝐵 = 𝐼𝑛𝑑𝑒𝑥𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑
𝑇𝐴𝑁𝐿 = 𝑇𝐴𝑁𝐵 × (1 − 𝑡)
𝑇𝑆𝐸𝐿 =𝑇𝐴𝑁𝐿
2
𝑀(𝑖) = 𝐶0(𝑖)
× (1 + 𝑖1) × (1 + 𝑖2) × (1 + 𝑖3) × (1 + 𝑖4) ⇔
⇔ 𝑀(𝑖) = 60.000 × (1 + 0,0216) × (1 + 0,00936) × (1 + 0,01008) × (1 + 0,00972) ⇔
⇔ 𝑀(𝑖) = 63.100,81
(ii) 𝑇𝐴𝐸𝐿 = 3%
𝑀(𝑖𝑖) = 𝐶0(𝑖𝑖)
× (1 + 𝑖)𝑛 ⇔
⇔ 𝑀(𝑖𝑖) = 40.000 × (1 + 0,03)2 ⇔
⇔ 𝑀(𝑖𝑖) = 42.436,00
𝑀 = 𝑀(𝑖) + 𝑀(𝑖𝑖) ⇔
⇔ 𝑀 = 63.100,81 + 42.436,00 ⇔
⇔ 𝑀 = 105.536,81
Indexante Spread TANB TANL TSEL
1º Sem 6,00% 4,3200% 2,1600%
2º Sem 2,10% 0,50% 2,60% 1,8720% 0,9360%
3º Sem 2,30% 0,50% 2,80% 2,0160% 1,0080%
4º Sem 2,20% 0,50% 2,70% 1,9440% 0,9720%
Uma vez que a Taxa de Juro Anual Nominal é convertível semestralmente
(m = 2), para se obter uma taxa efetiva semestral (subperíodo de
conversão da taxa anual), basta dividir a Taxa Nominal por 2 (m).