classificação das fitofisionomias da américa do sul cisandina

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Artigo recebido em 09/2008. Aceito para publicação em 03/2009. 1 Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas, Depto. Botânica, Av. Antônio Carlos 6627, Pampulha, 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected]. RESUMO (Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina tropical e subtropical: proposta de um novo sistema – prático e flexível – ou uma injeção a mais de caos?) O presente trabalho propõe um novo sistema de nomenclatura e classificação fisionômico-ecológica para a vegetação da América do Sul tropical e subtropical a leste dos Andes. A formulação do sistema procura desempenhar o papel de ferramenta da linguagem técnica e científica, mas também resistiu a trazer mais uma visão pessoal sobre as variações da vegetação. Desta maneira, o foco foi para a comunicação pela via da articulação prática e flexível de um conjunto de símbolos. Esta abordagem contrasta com aquelas que associam a precisão da linguagem a uma série de definições rígidas. Por outro lado, a formulação procurou também evitar excessos de liberdade para não perder o alvo prático em meio à anarquia. Foi por esse motivo que a proposta utilizou como ponto de partida o sistema mais familiar ao meio acadêmico: a classificação do IBGE para a vegetação brasileira. Entre as propostas de melhoria destacam-se as possibilidades de combinar símbolos para atender a uma ampla variação da escala espacial e respectivos níveis de detalhamento e de escolher apenas os símbolos com maior poder de descrição em cada caso. Palavras-chave: vegetação, fitofisionomia, classificação, nomenclatura, América do Sul. ABSTRACT (Classification of vegetation physiognomies of tropical and subtropical cis-Andean South America: proposal of a practical and flexible new system or an additional injection of chaos?) The present contribution offers a new system of physiognomic and ecologic classification and nomenclature for the vegetation of tropical and subtropical South America east of the Andes. The formulation of the system seeks to provide a role as a tool in technical and academic language, but resists bringing another personal view of vegetation variations. Hence, the focus was on communication by means of a practical and flexible arrangement of a set of symbols. This approach contrasts with those which associate precision of language with a series of rigid definitions. On the other hand, the system also tries to keep a distance from overindulging in liberty which avoids missing the practical outcome as a consequence of anarchy. This is why the starting-point of this proposal was the most familiar system among academics and technicians: the IBGE classification of Brazilian vegetation. Among proposed upgrades are the possibility of arranging symbols to suit a wide variation of spatial scales and respective levels of details and choosing only symbols with higher power of description in each case. Key words: vegetation, plant physiognomies, classification, nomenclature, South America. ARTIGO DE REVISÃO: CLASSIFICAÇÃO DAS FITOFISIONOMIAS DA AMÉRICA DO SUL CISANDINA TROPICAL E SUBTROPICAL: PROPOSTA DE UM NOVO SISTEMA PRÁTICO E FLEXÍVEL OU UMA INJEÇÃO A MAIS DE CAOS? Ary T. Oliveira-Filho 1 INTRODUÇÃO Como seres de linguagem que somos, precisamos continuamente manter e reformular sistemas de símbolos que procurem representar, na dimensão subjetiva, os elementos da realidade experimentada que serão empregados na comunicação intersubjetiva e nas elaborações individuais e coletivas sobre esta mesma realidade. Traço fundador de uma evolução cultural e histórica, que transcendeu drasticamente a biológica, a linguagem se desdobrou em vários sistemas de símbolos destinados a atender uma variada gama de demandas da espécie humana. A ciência moderna é um destes sistemas e seu impacto sobre a vida das pessoas foi tamanho que arriscamos a afirmar que a aceitação de seus enunciados tem se aproximado, muitas vezes, da fé depositada em verdades reveladas. Formulada para ser uma abordagem à realidade empírica pelas vias da lógica racional, a ciência tem também a

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Page 1: Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina

Artigo recebido em 09/2008. Aceito para publicação em 03/2009.1Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas, Depto. Botânica, Av. Antônio Carlos 6627,Pampulha, 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected].

RESUMO

(Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina tropical e subtropical: proposta de um novosistema – prático e flexível – ou uma injeção a mais de caos?) O presente trabalho propõe um novo sistema denomenclatura e classificação fisionômico-ecológica para a vegetação da América do Sul tropical e subtropicala leste dos Andes. A formulação do sistema procura desempenhar o papel de ferramenta da linguagemtécnica e científica, mas também resistiu a trazer mais uma visão pessoal sobre as variações da vegetação.Desta maneira, o foco foi para a comunicação pela via da articulação prática e flexível de um conjunto desímbolos. Esta abordagem contrasta com aquelas que associam a precisão da linguagem a uma série dedefinições rígidas. Por outro lado, a formulação procurou também evitar excessos de liberdade para nãoperder o alvo prático em meio à anarquia. Foi por esse motivo que a proposta utilizou como ponto de partidao sistema mais familiar ao meio acadêmico: a classificação do IBGE para a vegetação brasileira. Entre aspropostas de melhoria destacam-se as possibilidades de combinar símbolos para atender a uma ampla variaçãoda escala espacial e respectivos níveis de detalhamento e de escolher apenas os símbolos com maior poder dedescrição em cada caso.Palavras-chave: vegetação, fitofisionomia, classificação, nomenclatura, América do Sul.

ABSTRACT

(Classification of vegetation physiognomies of tropical and subtropical cis-Andean South America: proposalof a practical and flexible new system or an additional injection of chaos?) The present contribution offers anew system of physiognomic and ecologic classification and nomenclature for the vegetation of tropical andsubtropical South America east of the Andes. The formulation of the system seeks to provide a role as a toolin technical and academic language, but resists bringing another personal view of vegetation variations.Hence, the focus was on communication by means of a practical and flexible arrangement of a set of symbols.This approach contrasts with those which associate precision of language with a series of rigid definitions.On the other hand, the system also tries to keep a distance from overindulging in liberty which avoids missingthe practical outcome as a consequence of anarchy. This is why the starting-point of this proposal was themost familiar system among academics and technicians: the IBGE classification of Brazilian vegetation.Among proposed upgrades are the possibility of arranging symbols to suit a wide variation of spatial scalesand respective levels of details and choosing only symbols with higher power of description in each case.Key words: vegetation, plant physiognomies, classification, nomenclature, South America.

ARTIGO DE REVISÃO:

CLASSIFICAÇÃO DAS FITOFISIONOMIAS DA AMÉRICA DO SUL CISANDINA

TROPICAL E SUBTROPICAL: PROPOSTA DE UM NOVO SISTEMA – PRÁTICO EFLEXÍVEL – OU UMA INJEÇÃO A MAIS DE CAOS?

Ary T. Oliveira-Filho1

INTRODUÇÃO

Como seres de linguagem que somos,precisamos continuamente manter e reformularsistemas de símbolos que procurem representar,na dimensão subjetiva, os elementos da realidadeexperimentada que serão empregados nacomunicação intersubjetiva e nas elaboraçõesindividuais e coletivas sobre esta mesma realidade.Traço fundador de uma evolução cultural ehistórica, que transcendeu drasticamente a

biológica, a linguagem se desdobrou em váriossistemas de símbolos destinados a atender umavariada gama de demandas da espéciehumana. A ciência moderna é um destessistemas e seu impacto sobre a vida daspessoas foi tamanho que arriscamos a afirmarque a aceitação de seus enunciados tem seaproximado, muitas vezes, da fé depositada emverdades reveladas. Formulada para ser umaabordagem à realidade empírica pelas vias dalógica racional, a ciência tem também a

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‘virtude’ de ser uma construção assumidamentefalível. No entanto, muitas vezes preferimosafastar da visão esta falibilidade para gozarmoscom a ilusão de que é possível controlar intotum a realidade por meio do exercício do saber.É por este motivo que, nas sociedades laicaspós-modernas, a falibilidade inerente à ciênciapesa no ar como um desconfortável não-dito portrás da chancela de autoridade a ela conferidapela mídia e pelo Estado (Bauman 2001).

Estou cada dia mais convicto daimportância de profanarmos a burka com quemuitos insistem em vestir a ciência paraesconder o tentador segredo de sua beleza: o‘pecado’ da falibilidade. A virtude pecadora daciência é saber que seu saber sempre faltarápara com a Verdade, em seu sentido absoluto,mesmo sendo ela tão fiel à busca desta mesmaVerdade, a qual escapará para sempre paraalém das fronteiras de suas construçõesimaginárias. Não há como simbolizar arealidade empírica sem apontar para odesconhecido, além disso, na comunicação dequalquer saber, algo do próprio simbólicotambém sempre escapará (Forbes et al. 2005).É por isso que acredito na importância de expora beleza nua de uma ciência falha exatamentepara proteger uma das mais valiosasconstruções da espécie humana contra umaeventual pecha de prostituta e mistificadora,que cairia melhor no terreno das doutrinas.

Justificadamente, o leitor talvez se perguntequal é o motivo para eu recorrer a este discursotão filosófico sobre o lugar da ciência paraintroduzir um texto que propõe um novo sistemade nomenclatura e classificação para avegetação da América do Sul tropical esubtropical a leste dos Andes. Não teria sidomelhor apresentar um histórico dos sistemasde classificação no Brasil e países vizinhos efalar de suas vantagens e desvantagens? Nãoquis fazê-lo e explico meus motivos. Primeiro,há excelentes revisões no tema – como as deRizzini (1976), Fernandes & Bezerra (1990),IBGE (1992) e Fernandes (2000) – e não creioque lhes posso acrescentar algo de relevante.O motivo principal deriva, no entanto, de meuolhar crítico sobre algumas das posturas quetemos diante de nosso próprio saber científico.

Depois de quase 30 anos de trabalho comciência da vegetação, não tenho nenhum pudorem dizer que tenho reconhecido amiúde, entrenós, os traços de uma fantasia onde noscolocamos ora no papel de fiel submisso, orano de sacerdote pernóstico. Lamentavelmente,perdem com isso, o aprendiz e o usuário danomenclatura e classificação da vegetação;perdem-se em um carrascal espinhoso ondeprolifera uma babel de símbolos, ícones eindicadores, movida por estéreis reivindicaçõesde autoridade e votos de fidelidade. Perde-seaí, por fim, a busca de uma linguagem eficientepara comunhão de abstrações.

A dificuldade de lidar com o falível daciência e com a impossibilidade de representare, muito menos, comunicar ‘a’ verdade variamuito entre os cientistas. Minha hipótese, nãoverificada, é de que esta dificuldade é maior nasáreas que procuram sistematizar a representaçãosimbólica de realidades empíricas complexas,como a cosmologia, a economia, a climatologiae a fitogeografia. Às vezes, penso ver aí nossatentativa obsessiva de controlar uma totalidadeindomável capturando com palavras asminúcias de suas partes. O aparente caos dassingularidades no tempo e no espaço amedrontae desafia um desejo sempre frustrado deonisciência e onipotência. Este desejoimpossível de elevar o saber ao estatuto deVerdade às vezes parece transparecer emcertos discursos. Vamos a um exemplo:

“Isto [a metodologia fitossociológica] daráuma resposta científica sobre cada ambientebiótico, que, quando somado aos conhecimentossobre os ambientes abióticos, explicará quasetudo sobre a ecologia regional, indicando oDomínio Florístico a que pertence aassociação” (IBGE 1992).

Neste extrato do ‘Manual técnico davegetação brasileira’, que traz a chancela doEstado, a “resposta científica” confere autoridadepara elevar o saber e, no “explicará quasetudo”, o entusiasmo pelo saber mostra sua faceperigosa. No trecho, o saber só foi salvo porum ‘quase’ de alienar-se no precipício da Verdade,ou pior, tornar-se suspeito de impostura.

A história da ciência da vegetação foi

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marcada durante muito tempo por ácidascontrovérsias sobre a melhor forma dedomesticar seu mistério com palavras.Algumas destas controvérsias, inclusive, eramclaramente movidas pela transferência deidealismos humanos para a natureza, comoaconteceu no debate sobre o conceito de‘associação’ porque este comportaria umaimagem ‘clementsiana’ da vegetaçãoequiparável a organismos coerentementediscretos e previsíveis (Kent & Coker 1992).Os detratores da associação preferemperceber a vegetação como singularidadesmuito menos previsíveis e cuja ordem instávelemerge continuamente da dinâmica interativadas populações. A associação foi adotada comounidade fundamental da vegetação pela escolafitossociológica de Zürich-Montpellier (Braun-Blanquet 1979) e por seus seguidores, que vêmadotando e reformulando até hoje um complexoe rígido código de nomenclatura sintaxonômica(Weber et al. 2000). No entanto, há quemquestione se há necessidade de tais códigos ese a rigidez e complexidade, de fato,incrementam a precisão (Julve 1997). Mucina(1997) argumenta que o conflito entre umarígida precisão e um uso amigável (user-friendliness) que permita mais liberdadecientífica perde o alvo da objetividade danomenclatura, que é o principal pré-requisitopara sua aceitação.

Até hoje fico um tanto perplexo com oclima de convicção de controvérsias do tipo“a Mata Atlântica ‘inclui’ ou ‘não inclui’ asflorestas estacionais” como se fosse possívelhaver um ‘certo’ e um ‘errado’. Melhor seriase nossa convicção se voltasse para asimplicidade nuclear da questão: ‘nomes’ e‘atributos’ da vegetação são signos lingüísticos,abstrações construídas por nós – enquantosujeitos na procura do conhecimento sobre oobjeto vegetação – para que estes signosoperem como ferramentas úteis na comunicação.Na linguagem, signos são também símbolos,porque o que caracteriza o símbolo é a radicaldiferença entre seus dois elementos: osignificante (signans), seu veículo material,como os termos ‘Mata Atlântica’ e ‘florestasestacionais’, e o significado (signatum), o

objeto ausente que é veiculado, como o recortede vegetação em questão. Nossa imersão nalinguagem é tão profunda que, muitas vezes,cometemos o equívoco de exercer o juízo derealidade a partir da própria linguagem. Assim,perdemos a noção de que não há identidadeentre significante e significado, mas umarelação dependente do universo simbólico a quepertencem (Saussure 1970). Os significantesempregados para tratar a vegetação (comotudo mais) serão sempre incapazes de veicularcom absoluta precisão a realidade de estruturascomplexas e absolutamente singulares noespaço e no tempo. A questão, portanto, é denatureza semiológica e não epistemológica e,no exemplo acima, refere-se à eficiência dossignificantes ‘Mata Atlântica’ e ‘florestasestacionais’ em significar os recortes de vegetaçãopara certo universo de usuários. Trata-se maisda busca de um consenso por negociação doque de uma disputa entre juízos pessoais. Faltaa objetividade apontada por Mucina (1997).

Nomear e classificar a vegetaçãoenvolveria, portanto, os três campos dasemiologia discriminados por Morris (1946). Asemântica trataria de relacionar os símbolosaos objetos designados por eles, a sintaxetrataria de organizar a articulação entre ossímbolos de um sistema e a pragmática seocuparia da relação do sistema com osusuários. Em minha opinião, podemos creditargrande parte da dificuldade de lidar com certossistemas de classificação da vegetação aoexcesso de rigor semântico e sintático emdetrimento do aspecto pragmático. Por outrolado, a reação a este rigor excessivo surge,muitas vezes, no uso caótico de símbolos e oresultado é o que temos diante de nós: umababélica anarquia e sua parceira predileta, atirania. Faço, portanto, um convite paraabrirmos mão dos excessos de autoridade nocampo da semântica e sintaxe para passarmosa criticar, rejeitar ou reformular nossasabstrações sobre as complexas expressões davegetação com base em uma perspectiva maispragmática. Valorizemos mais a utilidade eeficiência dos símbolos em seu poder dedescrever e comunicar o que supomosconhecer. Foi com espírito pragmático que

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ousei fazer a presente proposta: buscar oprático e flexível no exercício da simbolizaçãode padrões gerais das variações fisionômicase florísticas da vegetação em articulação comvariáveis ambientais e espaciais.

CONCEPÇÃO E FUNDAMENTOS

A presente proposta de classificação foiprimeiramente disponibilizada ao público em2007 pela internet (Oliveira-Filho 2007). Suaconcepção foi, no entanto, elaborada ao longode muitos anos e um tanto incidentalmenteporque não foi um alvo de trabalho durante amaior parte do tempo de elaboração. O sistemafoi surgindo na medida em que fui consolidandouma nomenclatura e classificação fisionômico-ecológica para a vegetação das mais de 1000áreas que integram o banco de dados TreeAtlan1.0 cuja descrição e histórico podem serencontrados no referido sítio da internet. Aevolução do sistema pode ser encontrada nanomenclatura empregada nas publicaçõesadvindas de análises florísticas efitogeográficas do TreeAtlan 1.0 (Oliveira-Filho& Ratter 1995; Oliveira-Filho & Fontes 2000;Oliveira-Filho et al. 2005, 2006; Oliveira-Filho2006; Almeida-Neto et al. 2008). Durante oprocesso, foi necessário travar contato com ababel semântica e sintática referente àvegetação que era encontrada na próprialiteratura-fonte e nas informações de registrodos espécimes nos herbários. Como eranecessário tratar as fitofisionomias das áreasconstantes no banco de dados com umalinguagem única com base em critériosecológicos, logo ficou claro para mim queprecisava buscar uma abordagem pragmática,porém organizada, para que o futuro usuárionão se perdesse no uso da semântica e sintaxe.

É importante salientar aqui que não partide um vazio conceptual na elaboração dapresente proposta. Seu ponto de partida foi,decididamente, a ‘Classificação fisionômico-ecológica das formações neotropicais’ queVeloso & Góes-Filho (1982) elaboraram paraatender ao Projeto RADAM na década de 70e que foi consolidada por Veloso et al. (1991)na ‘Classificação da vegetação brasileira,

adaptada a um sistema universal’. Maisconhecido como Classificação do IBGE, devidoà sua adoção pela máquina estatal (IBGE1992), este sistema tornou-se também o maisutilizado pela academia. Esta adesãocertamente aconteceu devido a um acréscimoem objetividade (sensu Mucina 1997) emrelação às classificações então disponíveis.Certamente contribuiu para isso o criteriosotrabalho da equipe coordenada pelo Dr.Henrique Pimenta Veloso, que integrouaspectos fitogeográficos, fisionômicos,ecológicos, florísticos e fitossociológicos, alémde ter procurado desembaraçar o matagalterminológico nacional e internacional. Aoadotar a Classificação do IBGE comoplataforma da presente proposta, tive aintenção de partir da rede de símbolos maisamplamente assimilada pelos usuários paraaprimorá-la sem subvertê-la. Passo então asalientar o que muda na presente proposta.

Para atender aos objetivos cartográficosdo Projeto RADAM, a ClassificaçãoFitogeográfica do IBGE terminou por operarcom três leituras da vegetação, as quais variamcom a escala de trabalho: (a) a ClassificaçãoFlorística, com base no endemismo de famílias,gêneros, espécies e variedades, que operapotencialmente em todas as escalas de trabalho;(b) a Classificação Fisionômico-ecológica,derivada do sistema de Veloso & Góes-Filho(1982), que opera em escalas entre 1:10.000.000e 1:250.000; e (c) a Classificação Fitossociológico-biológica, com base na nomenclaturasintaxonômica de Braun-Blanquet (1979), quedeveria operar nas escalas entre 1:100.000 e 1:1.A despeito desta complexidade, o que vingouna prática é a Classificação Fisionômico-ecológica, com as dificuldades de aplicação àsescalas acima de 1:250.000. Para sanar estadificuldade, sem recorrer à fitossociologia, apresente proposta permite ajustar a escalaespacial e respectivo nível de detalhamento atéas minúcias topográficas, geológicas epedológicas do terreno onde estas se refletemna vegetação, preservando a leitura fisionômico-ecológica da vegetação. Na medida em queaumentamos a escala e o detalhamento, podemosir simplesmente acrescentando atributos

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hierárquicos progressivamente, mas tambémpodemos omitir alguns. Nestas duas operaçõesreside a essência do que chamo aqui de maiorflexibilidade, no espírito de valorização dapragmática.

A título de exemplo, imaginemos umafaixa de floresta com 25 m de largura alojadaem um fundo de vale nos sopés da serra dosPirineus, Goiás, cercada de savanas (cerrado).Na Classificação do IBGE, esta floresta seriaabsorvida em uma subformação da savana pormeio da extensão ‘com floresta de galeria’.Na presente proposta, não só passa a sertratada como ‘floresta latifoliada estacional’,mas também poderia ser fracionada em duasfitofisionomias, de acordo com o regime derenovação foliar: ‘floresta latifoliada estacionalsemideciduifólia tropical inferomontana’ e‘floresta latifoliada estacional perenifóliatropical inferomontana’. Refinando ainda mais,pela via do substrato, a primeira poderiaacrescida do atributo ‘de encosta’ e a segundapoderia ser dividida em ‘ripícola’ e ‘paludícola’.Neste ponto, pode ser útil omitir atributosdispensáveis no contexto. No exemplo, setratamos de ‘florestas’ em Goiás, as categorias‘latifoliada’ e ‘tropical’ podem ser eliminadassem prejuízo de informação, e a nomenclaturafoge do risco de produzir cadeias de símbolosobrigatoriamente muito longas, o que édesnecessário e nada pragmático.

Para expandir a leitura fisionômico-ecológica, a proposta dispensou as leiturasfitogeográficas e florísticas do IBGE. Por outrolado, isto criou um sistema mais simples quantoaos critérios e que se presta como ferramentavaliosa para os próprios estudos fitogeográficose florísticos. Como os critérios são fisionômico-ecológicos, uma mesma fitofisionomia pode serencontrada em mais de uma região fitogeográfica.Se este aspecto for relevante para o usuário,ele poderá combinar o presente sistema comuma classificação fitogeográfica de suaescolha. No exemplo acima, se o usuário queinformar que as florestas estão inseridas namatriz savânica do Brasil Central, ele podeescolher um dos sistemas fitogeográficosdisponíveis. No caso, poderia ser a regiãoflorística do Brasil Central sensu Veloso et al.

(1991), o bioma Cerrado sensu IBGE (2004) ouo domínio do Cerrado sensu Coutinho (2006).Escolhida a última, a fitofisionomia ficaria como‘floresta estacional perenifólia inferomontanapaludícola do domínio do Cerrado’.

Da mesma maneira, aspectos florísticosconsiderados relevantes pelo usuário tambémpodem ser acrescentados. No exemplo acimapoderíamos acrescentar, ao final do nome,‘com palmeirais de Mauritia flexuosa’. Esterecurso pode ser muito útil no caso defitofisionomias tipicamente monodominantes,como a floresta de pau-roxo (Peltogynegracilipes), o carandazal e o carnaubal (deCopernicia spp.), o cambarazal (de Vochysiadivergens) e o acurizal (de Attalea phalerata).A presença de uma ou mais espéciesfisionomicamente marcantes também pode sersalientada, como as florestas com sororoca(Phenakospermum guianense) e com tabocasou taquaras (Guadua spp. ou Merostachys spp.).

Outro aspecto em que a proposta sedistingue do sistema do IBGE é a padronizaçãosemântica pela raiz latina e o aportuguesamentode palavras e termos da língua inglesa. Esta éa razão do uso de ‘pluvial’ em vez de ‘ombrófilo’,de ‘superomontana’ ao invés de ‘alto-montana’,‘arbustal’ ao invés do infame ‘escrube’ (scrub)e ‘nanofloresta’ para evitar a tradução de elfinou dwarf-forest para uma cômica floresta deduendes, anõezinhos ou sacis. No entanto,também fizemos uma necessária concessão àlíngua inglesa. Toda a nomenclatura do presentesistema apresenta seu correspondente na línguafranca da Ciência. Isto levou, em certos casos,a não ‘traduzir’ para não ‘trair’, como no casodos pisos altitudinais. Os nomes em portuguêsforam diretamente derivados daquelesempregados pelo IBGE, mas os correspondentesem inglês não os traduzem. Assim, inferomontanae superomontana correspondem a lowerhighlands e upper highlands ao invés de lowermontane e upper montane porque estes últimossão tradicionalmente associados na língua inglesaa altitudes bem mais elevadas do que asencontradas no espaço geográfico em questão.A assessoria recebida para as línguas latina einglesa é referida nos agradecimentos.

Por outro lado, em sintonia com o objetivo

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do IBGE de ‘adaptar a um sistema universal’,deixamos de fora termos consagrados dovernáculo, mas cujo uso é restrito a um âmbitogeográfico particular. Refiro-me aqui afitofisionomias importantes, como o chaco, ocerrado, a caatinga, a restinga e a campinarana.O usuário é encorajado aqui a ser flexível einformativo, podendo associar explicativamentetais nomes quando for pertinente. O nome‘cerrado’, por exemplo, pode ser associadoàs savanas do Brasil Central e Bolívia oriental,mas não deve ser estendido aos llanos daVenezuela ou enclaves de savana daAmazônia. Outros termos da mesma estirpemerecem cuidado extra, pois são imprecisos,como ‘mata seca’; nomeiam coisas diferentesem regiões diferentes, como acontece com‘carrasco’ e ‘igapó’; ou então reúnem umconjunto de fitofisionomias muito variáveis,como ‘campo rupestre’, ‘restinga’ e ‘campinarana’.Nada impede, no entanto, que nomes comoestes também sejam usados em um manuscritocomo alternativos após terem sido associadosa determinadas fitofisionomias.

Nos casos onde o vernáculo refere-se aum conjunto de fitofisionomias cujo ponto deunião se dá em certos atributos em comum ousuário pode se valer da flexibilidade do sistemapara ‘amarrar’ um conjunto de fitofisionomiasem um só nome. Por exemplo, o ‘campo rupestre’de certa área pode corresponder a um conjuntode fitofisionomias descrito como: ‘nanofloresta,arbustal, savana arbustivo-arbórea e arbustiva,campina lenhosa e campina estacionaissuperomontanas rupícolas areno-quartzíticas’. Oaspecto pragmático é coroado com a possibilidadede apresentar o nome longo apenas na primeiravez e substituí-lo, no restante do texto, por umaversão mais curta. No exemplo acima, depois dedevidamente definido, o nome ‘campo rupestre’pode ser usado no restante do texto.

O resultado: uma proposta de sistemade classificação da vegetação

O espaço geográfico para o qual apresente proposta foi desenvolvida, a Américado Sul cisandina tropical e subtropical (Fig. 1),compreende todo o território do Brasil,

Paraguai, Uruguai, Guiana Francesa, Surinamee Guiana, mas exclui o Chile e parte do territóriodos outros seis países sul-americanos. Esteperfil deixa claro que a utilidade potencial daproposta é mesmo para o território brasileiro.No entanto, permite também incluir extensõescompletas de fitofisionomias compartilhadascom os países vizinhos do Brasil, como, porexemplo, os trechos de floresta estacionalsemideciduifólia do Domínio Atlântico queocorrem no sudeste do Paraguai e nordesteda Argentina, ou os pequenos trechos denanofloresta rigidifoliada do Domínio do Chacoque ocorrem no Mato Grosso do Sul.

A classificação começa diretamente dasfitofisionomias propriamente ditas, definidas poraspectos topológicos da massa vegetal (Tab.1). Estas estão organizadas em cinco grandesconjuntos: as fitofisionomias florestais, arbustivas,savânicas, campestres e de origem humana. Arigor, as fitofisionomias desérticas estão ausentesnesta parte do continente. Os quatro primeirosconjuntos são definidos pela participação dasformas de crescimento arbórea, arbustiva,subarbustiva e herbácea na massa vegetal.

Figura 1 – Abrangência geográfica do presente sistemade classificação fitofisionômica: América do Sul cisandinatropical e subtropical evidenciada pelo traço mais escuro.Figure 1 – Geographic boundaries of the presentclassification of vegetation physiognomies: tropical andsubtropical regions of the cisandine South America areevidenciated by the darker line.

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Tabela 1 – Fitofisionomias básicas e seus respectivos critérios descritivos conforme proposto pelopresente sistema de classificação.Table 1 – Basic vegetation physiognomies and their respective descriptive criteria, as proposed by the present classificationsystem.

1. FITOFISIONOMIAS FLORESTAIS: Caracterizam-se pela predominância do componente arbóreo nabiomassa. Seus troncos formam o esqueleto da floresta e suas copas formam um dossel mais ou menoscontínuo com alturas variando entre 3 e 30 m, exceto nas clareiras formadas por queda de árvores. Árvoresemergentes podem alcançar 60 m de altura.1. FOREST PHYSIOGNOMIES: Characterized by the predominance of trees in biomass. Tree trunks make up the skeletonof the forest and their crowns build a more or less continuous canopy with heights varying between 3 and 30 m, except intreefall gaps. Emergent trees may reach 60 m in height.

1.1. Floresta latifoliada: As árvores são latifoliadas em sua quase totalidade e formam um dossel de 5 a30 m de altura, embora árvores emergentes esparsas possam alcançar até 60 m. Lianas e epífitas podemser relevantes, mas sua contribuição para a biomassa varia muito.1.1. Broadleaved forest: Nearly all trees are broadleaved and make up a canopy above 5 m and up 30 m in height,although scattered emergent trees may reach up to 60 m. Climbers and epiphytes may be relevant, but their contributionto the biomass varies widely.

1.2. Floresta mista lati-aciculifoliadas: Uma única espécie arbórea aciculifoliada, Araucaria angustifolia,constitui mais de 50% das copas do dossel e alcança alturas de até 30 m. As demais espécies sãolatifoliadas, exceto Podocarpus lambertii que também pode ser abundante.1.2. Mixed needle-broadleaved forest: A single needle-leaved tree species, Araucaria angustifolia, makes up morethan 50% of canopy crowns, and may reach 30 m in height. The other tree species are broadleaved, except forPodocarpus lambertii that may be also abundant.

1.3. Floresta rigidifoliada: Árvores, arbustos e subarbustos decíduos e rigidifoliados (esclerófilos ouespinescentes) misturam-se a plantas suculentas, a maioria cactos, para compor um dossel aberto com 5a 15 m de altura. Ocorrem ainda plantas epífitas, saxícolas e herbáceas efêmeras.1.3. Stiff-leaved forest: Stiff-leaved (sclerophyllous) deciduous trees, shrubs and subshrubs intermixed with succulent plants,mostly cacti, form an open canopy at 5 to 15 m in height. Epiphytes and rupicolous or ephemeral herbs may also occur.

1.4. Nanofloresta latifoliada: As árvores são latifoliadas em sua quase totalidade e formam um dosselbaixo, de 3 a 5 m de altura. Árvores mais altas e espalhadas podem emergir do dossel. Trepadeiras, epífitase caméfitas podem ser relevantes.1.4. Broadleaved dwarf-forest: Nearly all trees are broadleaved and form a low canopy, between 3 and 5 m in height.Scattered taller trees may emerge from the canopy. Climbers, epiphytes and chamaephytes may be relevant.

1.5. Nanofloresta rigidifoliada: Árvores, arbustos e subarbustos decíduos e rigidifoliados (esclerófilosou espinescentes) misturam-se a plantas suculentas, a maioria cactos, para compor um dossel aberto com3 a 5 m de altura. Ocorrem ainda plantas epífitas, saxícolas e herbáceas efêmeras.1.5. Stiff-leaved dwarf-forest: Stiff-leaved (sclerophyllous) deciduous trees, shrubs and subshrubs intermixed with succulentplants, mainly cacti, form an open canopy at 3 to 5 m in height. Epiphytes and rupicolous or ephemeral herbs may also occur.

Detalhes adicionais são acrescentados paradiscriminar as fitofisionomias, particularmenteas variações de altura, densidade e proporçõesdas formas de crescimento, bem como a texturaconferida pelos padrões da folhagem. Isto incluifolhas largas e planas (latifoliadas); acículas,como nos pinheiros (aciculifoliadas); ou entãoenrijecidas ou espinescentes (rigidifoliadas). Aalteração da cobertura vegetal pelo homemimpõe um conjunto adicional de fitofisionomias,que inclui a vegetação cultivada, degradada ou

em regeneração. Tais fitofisionomias sãodiscriminadas e detalhadas primariamente pelamodalidade de intervenção do homem e não peloclima, substrato e topologia da massa vegetal,como nos demais casos.

Uma vez definida uma fitofisionomia (deorigem não humana), podem ser agregados aela até cinco atributos hierárquicos: regimeclimático, regime de renovação foliar, domíniotérmico, faixa altitudinal e substrato. Estes sãoatribuídos de uma maneira interativa que não

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Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

2. FITOFISIONOMIAS ARBUSTIVAS: Caracterizam-se pela massa fechada de arbustos cujos caules formamo esqueleto do arbustal e as copas uma superfície mais ou menos contínua e uniforme entre 1 e 3 m de altura.Podem ocorrer árvores e arbustos altos (> 3 m) e emergentes.2. SHRUBLAND PHYSIOGNOMIES: Characterized by a packed mass of shrubs with their stems making up the skeletonof the scrub and their crowns a more or less even and continuous surface at 1 to 3 m in height. Emergent trees and taller shrubs(> 3 m) may occur.

2.1. Arbustal latifoliado:Arbustos e subarbustos latifoliados formam uma massa vegetal de aparênciamais ou menos contínua e uniforme, mas não há manta herbácea revestindo o solo. Pode haver umaexpressiva biomassa de trepadeiras e epífitas.2.1. Broadleaved scrub:Broadleaved shrubs and subshrubs make up a plant mass with a more or less continuous and uniformappearance, but there is no herb mat covering the soil. There may be a conspicuous biomass of climbers and epiphytes.

2.2. Arbustal rigidifoliado:Arbustos e subarbustos decíduos e rigidifoliados se misturam a plantas suculentas,cactos essencialmente, para formar uma cobertura vegetal mais ou menos uniforme e contínua. Ocorrem aindaplantas saxícolas e herbáceas efêmeras, mas estas raramente formam revestimentos contínuos e duradouros.2.2. Stiff-leaved scrub:Stiff-leaved and deciduous shrubs and subshrubs intermixed with succulent plants, mainly cacti,forming a more or less uniform and continuous plant mass. Rupicolous and ephemeral plants may also occur but theyrarely form a continuous and lasting plant cover.

3. FITOFISIONOMIAS SAVÂNICAS: Caracterizam-se pela contribuição de dois componentes na biomassa:o lenhoso, formado por árvores e arbustos latifoliados, e o campestre, composto por subarbustos e ervas. Acontribuição de cada componente é muito variável, ocasionando grande variação fisionômica. O componentecampestre é, ao mesmo tempo, altamente inflamável e resistente ao fogo; o lenhoso é menos resistente. Sãoincluídas aqui as fitofisionomias de cerrado sensu lato, mas há savanas na América do Sul que não devem serchamadas de cerrado.3. SAVANNA PHYSIOGNOMIES: Characterized by the contribution of two main components to plant biomass: the woodycomponent includes broadleaved trees and shrubs, and the bushy component includes subshrubs and herbs. The contribution ofeach component varies widely, giving rise to a striking physiognomic variation. The bushy component is, at the same time,highly inflammable and resistant to fire, but the woody component is less resistant. Most physiognomies of ‘cerrado’vegetation are included here, but there are South American savannas that should not be referred to as ‘cerrado’.

3.1. Savana de murundus:Campo graminoso estacionalmente saturável onde agrupamentos de árvores earbustos crescem exclusivamente sobre montes de terra (murundus) arredondados, com 1 a 30 m dediâmetro e até 1 m de altura.3.1. Earth-mounds savanna (‘murundus’):Seasonally saturated grassland where clumps of trees and shrubs growexclusively on round earth-mounds (‘murundus’), of 1 to 30 m diameter and up to 1 m in height.

3.2. Savana florestada:O componente lenhoso predomina na biomassa, com árvores formando um dosselquase contínuo sobre arbustos esparsos, enquanto o componente campestre ocorre em manchas esparsasno sub-bosque.3.2. Forested savanna:The woody component prevails in total biomass, with trees making up a nearly continuouscanopy over scattered shrubs, while the bushy component occurs as sparse patches in the understory.

3.3. Savana arbóreo-arbustiva:O componente lenhoso predomina na biomassa, mas as árvores nãoformam um dossel contínuo, os arbustos são abundantes e o componente campestre forma uma coberturavegetal quase contínua.3.3. Parkland savanna:The woody component prevails in total biomass, but the trees do not make up a continuouscanopy, shrubs are abundant and the bushy component forms a nearly continuous plant cover.

3.4. Savana arbustiva:O componente lenhoso é constituído principalmente de arbustos; árvores sãomuito raras. O componente campestre também é expressivo e forma uma cobertura vegetal quase contínua.3.4. Shrubland savanna:The woody component is mainly composed of shrubs; trees are very rare. The bushy

component is also significant and forms a nearly continuous plant cover.

4. FITOFISIONOMIAS CAMPESTRES: Caracterizam-se pelo predomínio dos componentes herbáceo esubarbustivo na biomassa, formando um relvado com fisionomia muito variável, entre compacta e contínuaaté rala e descontínua. Pode haver variações fisionômicas ligadas às flutuações do ambiente.4. GRASSLAND PHYSIOGNOMIES: Characterized by the predominance of herbs and subshrubs in biomass, forming aremarkably variable physiognomy, from thick and continuous lawns to patchy tufts. There may be physiognomic variationslinked to environmental fluctuations.

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Classificação de fitofisionomias

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

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4.1. Campina lenhosa:Subarbustos latifoliados ou rigidifólios e ervas de vida curta a perenes compõemuma sinúsia mais ou menos contínua. Podem ocorrer ainda arbustos esparsos e árvores isoladas.4.1. Bushy grassland:Stiff- or broadleaved subshrubs and short-lived to perennial herbs make up a more or lesscontinuous plant cover. Scattered shrubs and isolated trees may also occur.

4.2. Campina:Ervas de vida curta a perenes formam uma sinúsia compacta a esparsa. Podem ocorrersubarbustos e arbustos espalhados, mas árvores são muito raras ou faltam por completo.4.2. Grassland:Short-lived to perennial herbs make up a dense to sparse synusia. Scattered shrubs and subshrubs may alsooccur, but trees are very rare or lack completely.

5. FITOFISIONOMIAS DE ORIGEM HUMANA: Caracterizam-se pela predominância de espéciesdomesticadas e ruderais na cobertura vegetal causada pela intervenção humana na paisagem.5. MAN-MADE PHYSIOGNOMIES: Characterized by the predominance of domesticated and ruderal species in plant masscaused by human intervention in the landscape.

5.1. Áreas cultivadas:Áreas em pleno cultivo para agricultura, pastagem, recuperação, estética, recreaçãoetc. Podem apresentar níveis variados de degradação ambiental.5.1. Cultivated areas:Areas under current cultivation for crops, pasture, rehabilitation, aesthetics, recreation etc. Mayshow different levels of environmental degradation.

5.2. Áreas degradadas:Áreas degradadas por atividades humanas desvinculadas do cultivo da terra, como oextrativismo, a mineração, a recreação, a indústria, o descarte de lixo, a circulação de pessoas e veículos etc.5.2. Degraded areas:Areas degraded by human activities unrelated to land cultivation, such as collecting, mining,recreation, industry, garbage dumping, traffic of people and vehicles etc.

5.3. Áreas em regeneração:Áreas em regeneração espontânea ou facilitada após terem sido degradadaspelo homem. Geralmente, as fitofisionomias expressam fases de sucessão primária ou secundária.5.3. Regenerating areas:Areas undergoing spontaneous or facilitated regeneration after being degraded by man.Vegetation physiognomies generally express phases of either primary or secondary succession.

Tabela 2 – Domínio térmico e faixa altitudinal, terceiro e quarto atributos hierárquicos,respectivamente, e sua definição baseada na latitude e altitude.Table 2 – Thermal realm and elevation range, third and fourth hierarchical attributes, respectively, and their definitionbased on both latitude and altitude.

(*) < 20 km da costa, substrato arenoso; < 20 km from seashore, sandy substrate.(**) não-costeira; non-coastal.

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Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

segue a linearidade hierárquica do sistema.Desta maneira, os primeiros a serem atribuídossão o terceiro e o quarto, ou seja, o domíniotérmico (tropical ou subtropical) e a faixaaltitudinal (costeira, de baixada, inferomontana

ou superomontana) combinando dados delatitude e altitude (Tab. 2).

Segue-se então o primeiro atributo, oregime climático, definido para cada faixaaltitudinal com base na duração da estação

Tabela 3 – Regime climático, primeiro atributo hierárquico, e sua definição para cada faixa altitudinalcom base nas médias da duração da estação seca, precipitação anual, amplitude térmica anual e nadistância do oceano.Table 3 – Climatic regime, first hierarchical attribute, and its definition for each altitudinal belt based on the mean durationof the dry season, annual rainfall and annual thermal range, and on the distance from the ocean.

Faixa altitudinal Duração da Precipitação Amplitude Precipitação RegimesAltitudinal belt estação seca anual (mm) térmica anual** horizontal*** climáticos

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(*) Extraída de diagramas de Walter.Extracted from Walter diagrams.

(**) Diferença entre o maior e o menor valor das médias mensais dos máximos e mínimos da temperatura diária.Difference between the largest and lowest values of monthly means of maximum and minimum daily temperatures.

(***) Proporção da precipitação que ocorre devido à interceptação de água no contato das nuvens com a vegetação.Proportion of precipitation that takes place caused by water interception in the contact of cloud with the vegetation.

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Classificação de fitofisionomias

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

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seca, precipitação anual, amplitude térmicaanual e precipitação horizontal (Tab. 3), aprimeira delas extraída de diagramas de Walter(1985). Disso resultam os cinco regimesclimáticos: litorâneo, pluvial, nebular, estacionale semi-árido (a rigor, não temos o árido noespaço geográfico em questão).

O segundo atributo, o regime derenovação foliar, reflete o regime climático e,de acordo com as oscilações de temperaturae/ou precipitação, temos proporçõesdiferentes de perda e renovação da massafoliar, nas fitofisionomias semideciduifóliase deciduifólias, ou da parte epigéia dasplantas ou de plantas inteiras, nas fitofisionomiasalternifólias e brevifólias (Tab. 4).

O último atributo, o do substrato,pretende descrever variações dasfitofisionomias que respondem às variaçõesda disponibilidade de água e nutrientesminerais para as plantas devido àscaracterísticas do substrato (Tab. 5). Os 16adjetivos se dividem em cinco grupos deacordo com a profundidade do solo(tenuissólico e crassissólico), textura dosubstrato (terroso, arenoso, pedregoso erupícola), status nutricional do substrato(pauperinútrico, mesonútrico, uberinútrico),

posição topográfica (de cumeada, encosta etalvegue) e regime de drenagem (ripícola,vargedícola, freatícola e paludícola). Osadjetivos podem ser utilizados de maneiramais ou menos flexível, pois admitemcombinações e novidades. Por exemplo,podemos atribuir a uma ‘campina estacionalde baixada’ os substratos ‘vargedícola’,‘arenícola’ e ‘pauperinútrica’ e dispensarcomo redundantes ou irrelevantes osadjetivos ‘de talvegue’ e ‘crassissólica’. Poroutro lado, a uma ‘campina lenhosa rupícola’pode-se acrescentar o adjetivo ‘serpentina’(derivado de rochas com alta concentraçãode metais pesados), mesmo que este nãoesteja incluído aqui.

Na Tabela 6 são relacionadas váriasfitofisionomias resultantes de combinaçõesque considerei como as mais comuns combase no que penso saber sobre a vegetação.No campo substrato, listei alguns adjetivos quejulguei relevantes em cada caso. Nãoreproduzi aí os nomes em inglês, que podemser obtidos por tradução direta das tabelasanteriores. O número de combinações édeveras grande: 202, descontadas asvariações do substrato. É grande o contrastecom as 28 formações propriamente ditas do

Tabela 4 – Regimes de renovação foliar, segundo atributo hierárquico, e seus critérios de definição.Table 4 – Leaf flush regime, second hierarchical attribute, and its definition criteria.

Renovação foliar Critérios de definiçãoLeaf Flush Definition criteria

Perenifólio Menos de 30% da massa foliar é liberada na estação seca e ou fria.Evergreen Less than 30% of leaf mass deciduous in the dry and/or cold season.

Semideciduifólio Entre 30 e 60% da massa foliar é liberada na estação mais seca e/ou fria.Semideciduous Between 30 and 60% of leaf mass deciduous in the dry and/or cold season.

Deciduifólio Mais de 60% da massa foliar é liberada na estação seca e/ou fria.Deciduous More than 60% of leaf mass is deciduous in the dry and/or cold season.

Alternifólio Predomínio de plantas anuais ou perenes com alternância de fases dormentes subterrânease epigéias vegetativas.

Alternate Predominance of annual plants or perennials with alternate subterranean dormant and above ground

vegetative phases.

Brevifólio Predomínio de plantas efêmeras ou com fase subterrânea dormente de longa duração.Ephemeral Predominance of ephemerals or perennials with long-lasting subterranean dormant phases.

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Tabela 5 – Substrato, quinto atributo hierárquico, e seus critérios de definição.Table5 – Substrate, fifth hierarchical attribute, and its definition criteria.

Substrato Critérios de definiçãoSubstrate Definition criteria

Tenuissólico* Solos rasos (0,1 a 0,5 m de profundidade) formados sobre rocha matriz ou saprolito.Shallow soils* Shallow soils (0.1 and 0.5 m of depth) formed over bedrock or saprolite.

Crassissólico* Solos profundos (> 0,5 m de profundidade) formados sobre rocha matriz ou saprolito.Deep soils* Deep soils (> 0.5 m of depth) formed over bedrock or saprolite.

Terroso Mais de 95% da fração mineral são partículas de argila ou silte (< 64 µm).Soily More than 95% of the mineral fraction are particles of either clay or silt (< 64 µm).

Arenoso Mais de 95% das partículas são de areia (64 µm a 2 mm); depósitos consolidados ouinstáveis.

Sandy More than 95% of particles are sand (64 µm to 2 mm); deposits are consolidated or unstable.

Pedregoso Mais de 95% dos sólidos são pedregulhos (2 a 60 mm).Gravelly More than 95% of solids are gravel (2 to 60 mm).

Rupícola* Rochas nuas afloradas ou fragmentadas (> 60 mm) com sedimentos sobre ou entre asrochas.

Rocky* Bare rock outcrops or fragmented rocks (> 600mm) with sediments over or among rocks.

Pauperinútrico Níveis baixos de nutrientes minerais (V < 25%). (V = saturação por bases)Dystrophic Low levels of mineral nutrients (V < 25%). (V = saturation of bases)

Mesonútrico Níveis intermediários de nutrientes minerais (25 < V < 50%).Mesotrophic Intermediate levels of mineral nutrients (25 < V < 50%).

Uberinútrico Níveis altos de nutrientes minerais (V > 50%).Eutrophic High levels of mineral nutrients (V > 50%).

Cumeada Sítios elevados onde se encontram as vertentes opostas de morros, montanhas e planaltos.Ridge Topmost sites where meet the opposing slopes of hills, mountains and plateaux.

Encosta Sítios em declive entre o fundo do vale e a cumeada; divididos em terços baixo, meio e alto.Slope Inclined sites between valley bottoms and ridges; divided into low, mid and top sections.

Talvegue Sítios no fundo de vales, associados ou não a fontes de água.Thalweg Lowermost sites of valleys, associated or not to water sources.

Ripícola Margens úmidas a saturadas de riachos e lagos; não sujeitas a inundações periódicas.Riverine Humid to saturated flanks of creeks and lakes; not liable to floods.

Vargedícola** Terraços ou planícies periodicamente inundáveis pela extrusão dos rios ou avanço das marés.Floodplain** Periodically flooded terraces and plains through river overflow or rising tides.

Freatícola** Vales e encostas periodicamente saturadas pelo afloramento do lençol freático.Marshy** Valleys and slopes periodically saturated by outcropping water table.

Paludícola** Baixios permanentemente saturados devido à drenagem obstruída.Swampy** Permanently saturated hollows due to obstructed drainage.

(*) Referências à rocha matriz poderão ser seguidas de caracterização litológica: calcária, granítica (de inselberg), basáltica,quartzítica, arenítica, ferruginosa etc. / References to the bedrock may be followed by lithologic characterization: calcareous,granitic (for inselbergs), basaltic, quartzitic, ferruginous etc.(**) O prefixo ‘salobro-’ é acrescentado nas confluências de rio e mar. / The prefix ‘brackish’ is added to river-sea confluences.

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Classificação de fitofisionomias

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rica

, de

cum

eada

, de

apre

sent

a dé

fice

de á

gua

expr

essi

vosu

pero

mon

tana

enco

sta

e ri

píco

lana

est

ação

sec

a, m

as a

bund

ânci

ade

nut

rien

tes

min

erai

s.su

btro

pica

lde

bai

xada

cras

siss

ólic

a, t

erro

sa e

ped

rego

sa,

Com

uns e

ntre

as fl

ores

tas p

erifé

ricas

subm

onta

nade

cum

eada

, de

enco

sta,

rip

ícol

aao

Dom

ínio

do

Cha

co, o

nde

see

varg

edíc

ola

alte

rnam

inve

rnos

frio

s e

seco

s e

infe

rom

onta

nacr

assi

- e

tenu

issó

lica

, ter

rosa

eve

rões

que

ntes

com

pre

cipi

taçã

osu

pero

mon

tana

pedr

egos

a, d

e cu

mea

da, d

e en

cost

am

oder

ada.

e ri

píco

lase

mi-

árid

ade

cidu

ifól

iatr

opic

alde

bai

xada

cras

siss

ólic

a, te

rros

a, u

beri

nútr

ica,

Oco

rrem

nos

Dom

ínio

s da

Caa

tinga

subm

onta

nade

cum

eada

e e

ncos

ta, v

arge

díco

lae

Cha

co o

nde

o dé

fice

de

água

no

e fr

eatí

cola

solo

é s

ever

o, m

as n

utri

ente

sin

fero

mon

tana

cras

siss

ólic

a, te

rros

a, u

beri

nútr

ica,

min

erai

s e

água

são

abu

ndan

tes

supe

rom

onta

nade

cum

eada

e e

ncos

ta, r

ipíc

ola

na e

staç

ão c

huvo

sa.

e fr

eatí

cola

subt

ropi

cal

de b

aixa

dacr

assi

ssól

ica,

ter

rosa

e p

edre

gosa

,C

omun

s no

Cha

co s

ubtr

opic

al,

subm

onta

nade

cum

eada

e e

ncos

ta, r

ipíc

ola

eon

de a

est

ação

sec

a e

fria

éva

rged

ícol

ase

vera

, mas

o e

stoq

ue d

e ág

ua n

oin

fero

mon

tana

cras

si-

e te

nuis

sóli

ca, t

erro

sa e

solo

é a

bund

ante

na

esta

ção

supe

rom

onta

nape

dreg

osa,

de

talv

egue

, rip

ícol

ach

uvos

a e

quen

te.

e fr

eatí

cola

Flor

esta

mis

ta la

ti-ne

bula

rpe

reni

fólia

trop

ical

supe

rom

onta

nacr

assi

ssól

ica,

terr

osa,

de

cum

eada

,A

s fl

ores

tas

de a

rauc

ária

acic

ulif

olia

dasu

btro

pica

lsu

pero

mon

tana

de e

ncos

ta, d

e ta

lveg

ue, r

ipíc

ola

conc

entr

am-s

e na

s te

rras

alt

as d

aes

taci

onal

pere

nifó

liasu

btro

pica

lsu

bmon

tana

cras

siss

ólic

a, te

rros

a, d

e cu

mea

da,

Reg

ião

Sul

do

Bra

sil e

no

sul d

ain

fero

mon

tana

de e

ncos

ta, d

e ta

lveg

ue,

serr

a da

Man

tiqu

eira

. Não

Fit

ofis

iono

mia

s

Atr

ibut

os h

ierá

rqui

cos

Cas

os e

xem

plar

es e

nom

esR

egim

eR

enov

ação

Dom

ínio

Faix

aSu

bstr

atos

mai

s com

uns

alte

rnat

ivos

mai

s com

uns

clim

átic

ofo

liar

térm

ico

altit

udin

al

Page 15: Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina

Classificação de fitofisionomias

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

251

supe

rom

onta

nari

píco

la, v

arge

díco

laes

taçã

o se

ca, m

as a

ste

mpe

ratu

ras

de i

nver

no s

eap

roxi

mam

de

0°C

.

Flor

esta

rigi

difo

liada

sem

i-ár

ida

deci

duif

ólia

trop

ical

de b

aixa

dacr

assi

- e

tenu

issó

lica

, ped

rego

sa e

Man

chas

de

caat

inga

e c

haco

com

subm

onta

nate

rros

a, u

beri

nútr

ica,

de

enco

sta

port

e de

flo

rest

a, c

omun

s na

sin

fero

mon

tana

e ta

lveg

ue, f

reat

ícol

a e

ripí

cola

.ca

lhas

e b

aixa

das

com

est

oque

sde

águ

a du

rado

uros

.su

btro

pica

lde

bai

xada

cras

siss

ólic

a, t

erro

sa, d

e en

cost

a e

Man

chas

de

chac

o su

btro

pica

l com

subm

onta

nata

lveg

ue, u

beri

nútr

ica,

frea

tíco

la,

port

e de

flor

esta

, not

adam

ente

nas

infe

rom

onta

nari

píco

la e

var

gedí

cola

calh

as e

bai

xada

s in

term

iten

tes

ou a

lagá

veis

.

Nan

oflo

rest

ali

torâ

nea

pere

nifó

liatr

opic

alco

stei

racr

assi

- e

tenu

issó

lica

,A

s na

nofl

ores

tas

da r

esti

nga

emla

tifol

iada

subt

ropi

cal

cost

eira

rupí

cola

, are

nosa

,ge

ral o

corr

em so

bre

solo

s ras

os n

osse

mid

ecid

uifó

liatr

opic

alco

stei

rapa

uper

inút

rica

, var

gedí

cola

cost

ões

roch

osos

ou

sobr

esu

btro

pica

lco

stei

rae

palu

díco

lade

pósi

tos

de a

reia

pro

fund

os, m

asde

cidu

ifól

iatr

opic

alco

stei

racr

assi

- e

tenu

issó

lica

,m

enos

pro

tegi

dos

dos

vent

os e

rupí

cola

e a

reno

sasa

lsug

em q

ue a

s fl

ores

tas.

pluv

ial

pere

nifó

liatr

opic

alde

bai

xada

cras

si-

e te

nuis

sóli

ca, a

reno

sa,

Nos

clim

as p

luvi

ais d

os D

omín

ios

subm

onta

napa

ludí

cola

, pau

peri

nútr

ica,

Atl

ânti

co e

Am

azôn

ico,

as

infe

rom

onta

nafr

eatí

cola

e v

arge

díco

lana

nofl

ores

tas

ocor

rem

sob

subt

ropi

cal

de b

aixa

daco

ndiç

ões

estr

essa

ntes

subm

onta

napr

omov

idas

pel

o su

bstr

ato

raso

,in

fero

mon

tana

aren

oso

e/ou

sat

urad

o. N

aA

maz

ônia

, for

mam

um

a da

sfi

sion

omia

s da

cam

pina

rana

.ne

bula

rpe

reni

fólia

trop

ical

supe

rom

onta

nacr

assi

- e

tenu

issó

lica

, pal

udíc

ola

Oco

rrem

ass

ocia

das

àsu

btro

pica

lsu

pero

mon

tana

e fr

eatí

cola

nebu

losi

dade

e a

o su

bstr

ato

raso

e/ou

sat

urad

o.es

taci

onal

sem

idec

idui

fólia

trop

ical

de b

aixa

dacr

assi

- e

tenu

issó

lica

, are

nosa

,N

os c

lim

as e

stac

iona

is d

ossu

bmon

tana

pedr

egos

a, p

aupe

rinú

tric

a,D

omín

ios A

tlânt

ico,

Am

azôn

ico,

infe

rom

onta

nava

rged

ícol

a e

palu

díco

lado

Cer

rado

e d

os L

lano

s, a

ssu

pero

mon

tana

nano

flor

esta

s se

mid

ecid

uifó

lias

Fit

ofis

iono

mia

s

Atr

ibut

os h

ierá

rqui

cos

Cas

os e

xem

plar

es e

nom

esR

egim

eR

enov

ação

Dom

ínio

Faix

aSu

bstr

atos

mai

s com

uns

alte

rnat

ivos

mai

s com

uns

clim

átic

ofo

liar

térm

ico

altit

udin

al

Page 16: Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina

252 Oliveira-Filho, A. T.

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

subt

ropi

cal

de b

aixa

daoc

orre

m s

ob c

ondi

ções

subm

onta

naes

tres

sant

es p

rom

ovid

asin

fero

mon

tana

loca

lmen

te p

elo

subs

trat

o ra

so,

supe

rom

onta

naar

enos

o e/

ou s

atur

ado,

gera

lmen

te p

obre

em

min

erai

s.de

cidu

ifól

iatr

opic

alde

bai

xada

tenu

issó

lica

, rup

ícol

a, p

edre

gosa

,N

os c

lim

as e

stac

iona

is d

ossu

bmon

tana

mes

onút

rica

e u

beri

nútr

ica

Dom

ínio

s Atlâ

ntic

o, A

maz

ônic

o,in

fero

mon

tana

do C

erra

do e

dos

Lla

nos,

as

supe

rom

onta

nana

nofl

ores

tas

deci

duif

ólia

ssu

btro

pica

lde

bai

xada

ocor

rem

sob

con

diçõ

essu

bmon

tana

estr

essa

ntes

pro

mov

idas

infe

rom

onta

nalo

calm

ente

pel

o su

bstr

ato

raso

,su

pero

mon

tana

pedr

egos

o ou

roc

hoso

,su

pero

mon

tana

gera

lmen

te ri

co e

m m

iner

ais.

Nan

oflo

rest

ase

mi-

árid

ade

cidu

ifól

iatr

opic

alde

bai

xada

tenu

issó

lica

, rup

ícol

a, p

edre

gosa

eF

itof

isio

nom

ias

pred

omin

ante

sri

gidi

folia

dasu

bmon

tana

terr

osa,

ube

rinú

tric

a e

nos

Dom

ínio

s da

Caa

ting

a e

infe

rom

onta

nam

eson

útri

ca, d

e cu

mea

da e

Cha

co (j

unta

men

te c

om o

ssu

pero

mon

tana

enco

sta

ou c

rass

issó

lica

, ar

enos

aar

bust

ais)

, sob

cli

ma

sem

i-ár

ido

subt

ropi

cal

de b

aixa

dae

paup

erin

útri

cos,

de

cum

eada

ee

solo

s ra

sos

e ri

cos

em m

iner

ais

subm

onta

naen

cost

aou

are

noso

s e

mai

s pr

ofun

dos,

infe

rom

onta

napo

rém

mai

s po

bres

em

min

erai

s.su

pero

mon

tana

FIT

OFI

SIO

NO

MIA

S A

RB

UST

IVA

S

Arb

usta

l lat

ifol

iado

lito

râne

ope

reni

fólio

trop

ical

cost

eiro

tenu

i- e

cra

ssis

sóli

co, r

upíc

ola,

Os

arbu

stai

s da

rest

inga

em

ger

alsu

btro

pica

lco

stei

roar

enos

o, p

aupe

rinú

tric

o, d

eoc

orre

m so

bre

os c

ostõ

es ro

chos

osse

mid

ecid

uifó

liotr

opic

alco

stei

rocu

mea

da e

enc

osta

ou s

obre

dep

ósit

os d

e ar

eia

mai

ssu

btro

pica

lco

stei

ropr

ofun

dos,

mas

mai

s in

stáv

eis

ede

cidu

ifól

iotr

opic

alco

stei

rom

enos

pro

tegi

dos

dos

vent

os e

sals

ugem

que

as

nano

flor

esta

s.

Fit

ofis

iono

mia

s

Atr

ibut

os h

ierá

rqui

cos

Cas

os e

xem

plar

es e

nom

esR

egim

eR

enov

ação

Dom

ínio

Faix

aSu

bstr

atos

mai

s com

uns

alte

rnat

ivos

mai

s com

uns

clim

átic

ofo

liar

térm

ico

altit

udin

al

Page 17: Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina

Classificação de fitofisionomias

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

253

pluv

ial

pere

nifó

liotr

opic

alde

bai

xada

tenu

i- e

cra

ssis

sóli

co, r

upíc

ola,

Nos

cli

mas

plu

viai

s do

ssu

bmon

tano

aren

oso,

de

cum

eada

, enc

osta

eD

omín

ios A

tlânt

ico

e Am

azôn

ico,

infe

rom

onta

nota

lveg

ue, f

reat

ícol

a e

varg

edíc

ola

os a

rbus

tais

oco

rrem

sob

subt

ropi

cal

de b

aixa

daco

ndiç

ões

estr

essa

ntes

subm

onta

nopr

omov

idas

pel

o su

bstr

ato

raso

,in

fero

mon

tano

aren

oso

e/ou

sat

urad

o. N

aA

maz

ônia

, for

mam

um

a da

sfi

sion

omia

s da

cam

pina

rana

.ne

bula

rpe

reni

fólio

trop

ical

supe

rom

onta

note

nuis

sóli

ca, r

upíc

ola,

de

cum

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,O

corr

em a

ssoc

iado

s à

subt

ropi

cal

supe

rom

onta

noen

cost

a e

talv

egue

, pal

udíc

ola

ene

bulo

sida

de e

ao

subs

trat

o ra

sofr

eatíc

ola

e/ou

sat

urad

o.es

taci

onal

sem

idec

idui

fólio

trop

ical

de b

aixa

date

nui-

e c

rass

issó

lico

, are

noso

,N

os c

lim

as e

stac

iona

is d

ossu

bmon

tano

pedr

egos

o, p

aupe

rinú

tric

o, d

eD

omín

ios A

tlânt

ico,

Am

azôn

ico,

infe

rom

onta

nocu

mea

da, e

ncos

ta e

tal

vegu

e,do

Cer

rado

e d

os L

lano

s, o

ssu

pero

mon

tano

varg

edíc

ola

e pa

ludí

cola

arbu

stai

s se

mid

ecid

uifó

lios

subt

ropi

cal

de b

aixa

daoc

orre

m s

ob c

ondi

ções

subm

onta

noes

tres

sant

es p

rom

ovid

asin

fero

mon

tano

loca

lmen

te p

elo

subs

trat

o ra

so,

supe

rom

onta

noar

enos

o e/

ou s

atur

ado,

gera

lmen

te p

obre

em

min

erai

s.de

cidu

ifól

iotr

opic

alde

bai

xada

tenu

issó

lico

, rup

ícol

a, p

edre

goso

,N

os c

lim

as e

stac

iona

is d

ossu

bmon

tano

mes

onút

rico

e u

beri

nútr

ico,

de

Dom

ínio

s Atlâ

ntic

o, A

maz

ônic

o,in

fero

mon

tano

cum

eada

e e

ncos

tado

Cer

rado

e d

os L

lano

s, o

ssu

pero

mon

tano

arbu

stai

s de

cidu

ifól

ios

ocor

rem

subt

ropi

cal

de b

aixa

daso

b co

ndiç

ões

estr

essa

ntes

subm

onta

nopr

omov

idas

loca

lmen

te p

elo

infe

rom

onta

nosu

bstr

ato

raso

, pe

dreg

oso

ousu

pero

mon

tano

roch

oso,

ger

alm

ente

rico

em

min

erai

s.A

rbus

tal

sem

i-ár

ido

deci

duif

ólio

trop

ical

de b

aixa

date

nuis

sóli

co, r

upíc

ola,

ped

rego

so,

Fit

ofis

iono

mia

s pr

edom

inan

tes

rigi

difo

liado

subm

onta

naub

erin

útri

co e

mes

onút

rico

, de

nos

Dom

ínio

s da

Caa

ting

a e

infe

rom

onta

nacu

mea

da e

enc

osta

ou

Cha

co (j

unta

men

te c

om a

ssu

pero

mon

tana

cras

siss

ólic

o, a

reno

so e

nano

flore

stas

), so

b cl

ima s

emi-á

rido

Fit

ofis

iono

mia

s

Atr

ibut

os h

ierá

rqui

cos

Cas

os e

xem

plar

es e

nom

esR

egim

eR

enov

ação

Dom

ínio

Faix

aSu

bstr

atos

mai

s com

uns

alte

rnat

ivos

mai

s com

uns

clim

átic

ofo

liar

térm

ico

altit

udin

al

Page 18: Classificação das fitofisionomias da América do Sul cisandina

254 Oliveira-Filho, A. T.

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

subt

ropi

cal

de b

aixa

dapa

uper

inút

rico

s, d

e cu

mea

da e

e so

los

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s ou

roc

ha e

xpos

ta,

subm

onta

naen

cost

ari

cos

em m

iner

ais

ou a

reno

sos

ein

fero

mon

tana

mai

s pr

ofun

dos,

por

ém m

ais

supe

rom

onta

napo

bres

em

min

erai

s.

FIT

OFI

SIO

NO

MIA

S SA

NIC

AS

Sav

ana

dees

taci

onal

sem

idec

idui

fólia

trop

ical

de b

aixa

dacr

assi

ssól

ica,

mes

onút

rica

eC

omun

s na

s sa

vana

sm

urun

dus

varg

edíc

ola

sete

ntri

onai

s, n

as p

laní

cies

de

Pant

anal

subm

onta

nacr

assi

ssól

ica,

pau

peri

nútr

ica

ein

unda

ção

do A

ragu

aia

ein

fero

mon

tana

frea

tícol

ae

nos

brej

os d

e en

cost

aS

avan

a fl

ores

tada

esta

cion

alse

mid

ecid

uifó

liatr

opic

alde

bai

xada

cras

siss

ólic

a, a

reno

saC

erra

dões

‘dis

tróf

icos

’ de

vale

ssu

bmon

tana

paup

erin

útri

ca d

e ta

lveg

ue, r

ipíc

ola

aren

osos

úm

idos

das

tra

nsiç

ões

infe

rom

onta

naen

tre

cerr

ado

e fl

ores

tas

amaz

ônic

as e

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Classificação de fitofisionomias

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

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Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

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Classificação de fitofisionomias

Rodriguésia 60 (2): 237-258. 2009

257

IBGE, mas isto resulta do aumento do poderdescritivo e do maior nível de detalhamentoda presente proposta. As ferramentas sãonumerosas, mas o usuário raramente precisade todas elas.

COMENTÁRIO FINAL

Confesso que me pareceu, a princípio,uma temeridade propor (mais) um sistema declassificação e nomenclatura para a nossavegetação. Lembrava-me o tempo todo de umdesabafo de George Eiten (1992) quandolamentou a inutilidade de propor sistemas declassificação da vegetação “porque ninguémvai usar”. Acho que talvez seja muito: sei decolegas que têm usado nas aulas e adisponibilização na internet conta com poucomais de um ano. Também me preocupava apossibilidade de o sistema injetar mais caos naBabel e daí, na minha preguiça de participarde debates sobre uso de palavras. Apesardessas angústias inúteis, ofereço aqui minhacontribuição, não sabendo, obviamente, se vaise tornar uma ferramenta útil, um estorvoadicional ou então mais palavras caídas novazio. Mas, como me desejou alguém muitoquerido em uma mensagem de Ano Novo, fui“fiel ao meu desejo”, neste caso o desejo debuscar, sem esperança a verdade da Natureza.Como disse Multatuli (1861) em suas cartasde amor:

“Há uma poesia magnífica em retirar ascastas vestes da natureza, em investigar suasformas, em examinar suas proporções, emapalpar seu corpo, em penetrar no útero daverdade. Tal é a volúpia (...). E – tolo que sou!Sou seu namorado. (...) Vi seus tornozelos,seus joelhos, mesmo, de vez em quando, seusquadris e sua cintura... (...). Mas logo ela meafasta, sílfide que é, vaga-lume, cortesã,virgem... e com tudo isso, a grande e poderosaÍsis, a Jeová-Mulher, que é, foi e será imutável,intocável, indestrutível: o Ser, a Verdade”

AGRADECIMENTOS

Foram fundamentais para a conclusão dopresente trabalho as consultas à Profa LeniraZakhia de Seixas, sobre o uso da raiz latina na

terminologia, e as observações do Dr. NigelTaylor sobre a equivalência de alguns termosna língua inglesa. O Dr. Nigel Taylor e o Dr.Marcelo Cabido, grandes conhecedores dasmúltiplas faces da vegetação tropical, fizeramcomentários ao manuscrito como um todo, os quaisforam aproveitados integralmente. Tambémcontribuíram para melhorar o manuscrito asvaliosas críticas do Dr. João Renato Stehmann,Dr. Márcio Werneck e Dr. Marco Aurélio LeiteFontes. A todos, minha gratidão.

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