clarinete - histÓria e evoluÇÃo

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Breve história da evolução do clarinete (página parcialmente em construção)

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Page 1: CLARINETE - HISTÓRIA E EVOLUÇÃO

Breve história da evolução do clarinete(página parcialmente em construção)

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SOPRANO em SibSOPRANO EM

Do

REQUINTA em

Mib

SOPRANO em La

SOPRANO EM Sib

SOPRANO EM Do SOPRANO EM Do SOPRANO EM Sib

SOPRANO EM Sib

ano 1815meados do séc.

XIXano

1875-77final

do séc. XIXanos 1850-

1860começo séc. XX começo séc. XX ano 1945-48

década

de '40

sistema de 9 chaves

sistema de 12 chaves

sistema Müller

sistema Albert

sistema Bohem

sistema Albert sistema full-Albert sistema full-Bohemsistem

a Öhler

Thomas Key anônimoGautot Ainé

Ferdinand Roth

Buffet Crampon

Egid Glassl V. Kohlert Sohne Amati / KrasliceRudolf Uebel

London / Inglaterra AlemanhaParis / França

Milano / Itália

Paris / França

Komotau / Bohemia Checoslováquia ChecoslováquiaAlema

nha

O clarinete surgiu a partir de uma peculiar flauta doce cujo som é emitido por uma palheta de cana fixada a um acessório chamado BOQUILHA, que vibra ao receber o fluxo do ar impelido pelo assoprar do músico. Este clarinete primordial era chamado CHALUMEAU. Era tocado exclusivamente no registro natural (o que até hoje é chamado no clarinete, registro de chalumeau) pois o invento da chave de registro se deu somente no começo do século XVIII.

Johann Cristoph Denner (1655-1707) ao introduzir a chave de registro definiu o novo instrumento, agora chamado definitivamente CLARINETE. A chave de registroampliou as capacidades sonoras do chalumeau estendendo a escala que pode ser tocada. Ao fazer isto porém, tornou-se evidente uma peculiaridade deste instrumento: tocar uma qualquer nota nos dois registros produz sons distantes não de uma oitava, como acontece na flauta doce, mas de uma oitava mais uma quinta(12 tons, escala duodecima). Esta característica do clarinete faz com que mude a relação tom/semitom de cada orifício ao mudar do registro, assim como a escala natural que o instrumento toca ao mudar de registro. O problema do posicionamento e diâmetro da furação, e a necessidade de se introduzir um coerente número e posicionamento de chaves para a execução de notas afinadas em várias escalas foi um problema técnico impossível de ser resolvido pelos construtores

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de instrumentos do século XVIII, e por um século o projeto acústico do clarinete se manteve quase inalterado (de Denner até a invenção do novo sistema de chaves de Ivan Müller, em 1810).

O clarinete ancestral, com estes problemas de projetação em aberto, dificultava muito a interpretação musical pois a compensação da altura das notas obtida pela embocadura do interprete e/ou com compensações no dedilhado, era extremamente complexa. Apesar disto, mas não sem muito esforço, músicos excelentes conseguiram interpretações corretas das composições que começaram a ser dedicadas a este instrumento, fazendo com que sua popularidade se expandisse.

O sucesso do clarinete ancestral, não obstante seus problemas, si deve a algumas características que o fazem radicalmente diferente da flauta doce:

(1) a variação da intensidade sonora é grande, e controlável pelo interprete;

(2) é possível variar a altura das notas não mais somente com a passagem do dedo pelos orifícios, mas também controlando a pressão do lábio na palheta.

São possíveis com o clarinete, então, as variações de altura e intensidade que proporcionam as nuances interpretativas e ornamentais (portamentos, vibratos, etc.)necessárias á execução da música romântica e á expressão plena da emoção do interprete.

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clarinete soprano em Sib - sistema de 9 chaves

AUTOR: Thomas Key - London  / CHARING CROSS / símbolo do unicórnio (marcado na campana e nos corpos superior e inferior)

ÉPOCA: 1815 (margem de erro de 1-2 anos no máximo)

MATERIAIS: corpo em boxwood; anéis em marfim (presas de elefante); chaves e molas em latão (liga de cobre e zinco) 

OBSERVAÇÕES: instrumento tem um peculiar sistema de afinação entre o corpo superior e o barrilete, composto por um tubo de madeira com rosca que se encaixa na rosca interna do corpo superior. O orifício de registro comunica com o externo através de um orifício no tubo de afinação.

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Um dos primeiros problemas a serem resolvidos pelos construtores deste instrumento foi reduzir a complexidade na execução dos semitons na escala cromática - diatônica. Os dedos humanos são somente dez, portanto insuficientes para tampar tantos orifícios quantos necessários para uma escala de 12 notas e seus semitons. É evidente que mostrou-se necessária a introdução de algum recurso mecânico, e este foi a CHAVE.

A Chave é composta por um pedaço de metal fixado a uma protuberância do tubo - antigamente feita da mesma madeira do tubo - através de um eixo de metal (FOTO AO LADO, letra B)

A chave é formada de um lado do eixo por uma chapa (FOTO AO LADO, letra A) sob a qual será fixado um material macio (geralmente couro) que vedará o orifício do tubo, e do outro lado a alavanca que permitirá ao dedo do músico de aciona-la (FOTO AO LADO, letra C).

A chave está pressionada sobre o buraco, fechando-o, porquê sofre a ação de uma mola fixada nela (FOTO AO LADO, letra D).

As chaves são naturalmente em posição FECHADA para vedar o buraco em espera que a partitura diga ao interprete de executar um Bemol ou Sustenido (na escala natural do instrumento), momento no qual esta chave será aberta.

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Descobriu-se em seguida que uma chave pode também estar em posição natural ABERTA, aguardando que o interprete a feche podendo aumentar assim a extensão do instrumento nos tons graves (FOTO AO LADO)

A evolução do clarinete começa então com o aumento do número de chaves para facilitar cada vez mais as passagens de semitons. Nascem assim os clarinetes de 5, 6, 8, até 9 chaves(raros são clarinetes pré-Müller com 12 chaves).

Este princípio básico, se levado ao extremo, vem a se deparar com outro problema: mais orifícios são abertos no tubo, mais fácil é para o ar escapar por eles provocando vazamentos ao ponto de deixar facilmente o instrumento inutilizável.

Para resolver este problema se tentou por algum tempo colocar anéis metálicos na borda interna dos buracos para proporcionar maior vedação (FOTO AO LADO, letra O). O problema porém continuava, porquê após certo uso, logo os vazamentos voltavam a aparecer.

A solução era aquela do interprete apertar cada vez mais a chave para alcançar a vedação desejada, o que porém provocava menor agilidade na execução.

Este problema tinha de ser resolvido.

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Outro grande problema a ser resolvido era a entonação: os orifícios abertos no tubo não estão em sua posição acusticamente ideal para a execução de uma escala com perfeita entonação e intensidade constante, mas em posição compatível com a forma da mão humana cujos dedos irão tampá-los.

Um exemplo em particular: o dedo mindinho da mão direita é mais curto e fino que os outros dedos, enquanto o esquema acústico do instrumento exigiria um orifício mais distante e mais largo dos outros. Na FOTO AO LADO vemos como a solução tecnicamente possível naquela época foi simplesmente deixar a boca do orifício mais próximo do dedo engrossando o diâmetro local do tubo de madeira.

Este problema, em definitiva, é irresolvível se não com algum recurso técnico que faça em modo de adaptar artificialmente a forma da mão á posição natural dos orifícios do instrumento, como a prolongar ou encurtar o tamanho dos dedos compativelmente ao projeto acústico do instrumento.

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clarinete soprano em Dó - sistema de 12 chaves

AUTOR: anônimo  / Alemanha

ÉPOCA: meados do século XIX

MATERIAIS: corpo de ébano; anéis, chaves e molas em alpaca

Este belo exemplar mostra a evolução das soluções tecnológicas acessórias em um clarinete cujo conceito acústico permanece o mesmo de todos aqueles anteriores ás inovações de Müller.

Na FOTO AO LADO vemos os orifícios principais: é evidente o diâmetro quase igual de todos eles, e a distância quase regular entre eles. As razões deste projeto acústico são ditadas simplesmente pela forma da mão do interprete, e não por questões acústicas.

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Toquei pessoalmente este clarinete. Manter a afinação é simplesmente impossível se tocado como qualquer clarinete moderno: por vezes a nota emitida é desafinada por baixo, outras vezes por cima da frequência exata. É necessária uma compensação no dedilhado (como por exemplo acontece na emissão do Fá nas flautas doces barrocas) além de uma compensação na pressão da palheta. Cada nota exige do interprete uma "asset" único que ele terá de memorizar, entre dedilhado e pressão do lábio. Somente longos anos de treinamento prepararão o interprete para tocar este clarinete sem desafinar.

Note-se também na FOTO AO LADO o orifício do dedo mindinho da mão direita, ainda obtido com uma "chaminé" de madeira (como no clarinete acima apresentado) para aproximá-lo ao dedo do interprete.

INOVAÇÕES:

1) na FOTO AO LADO, as chaves feitas de alpaca (liga de metal mais rígido e indeformável que o latão)

ainda os eixo são de feitos por uma barra do mesmo metal

ainda as molas - do mesmo material que as chaves - são parafusadas ás próprias chaves.

2) na FOTO AO LADO, as colunetas são de metal parafusadas no corpo, não mais de madeira.

3) na FOTO AO LADO, a disposição, agora definitiva, desta dupla de chaves. Todos

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os clarinetes a partir de agora terão esta dupla assim posicionada, mesmo que em seguida tenham sido "automatizadas" (opção que permite com um único movimento abrir as duas chaves ao mesmo tempo através do cruzamento das hastes - falarei sobre isto no clarinete seguinte).

4) na FOTO AO LADO, chave de registro invertida (evita a obturação do orifício por causa do acúmulo de água no fundo do interior do tubo. O orifício é aberto na parte superior do tubo, e não mais na parte inferior, aonde ha o escorrimento por gravidade da água. a água se cria no interior do tubo pela condensação do ar impedido no interior do instrumento pelo assoprar do músico)

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5) na FOTO AO LADO, a invenção mais importante: a SAPATILHA.

Com este recurso foi possível solucionar o problema do vazamento de ar pelos orifícios, e produzir assim um clarinete com 12 chaves.

Falarei em detalhes desta genial invenção na apresentação do seguinte clarinete.

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clarinete requinta em Mib - sistema Müller / 13 chaves

AUTOR: Gautrot Ainé - Breveté / Paris / símbolo do fabricante com âncora e letras 'G' e 'A' inseridos em moldura oval (marcado na campana)

ÉPOCA: 1875-1877

MATERIAIS: corpo de ébano; anéis e chaves em alpaca (liga de cobre, prata, zinco, níquel, entre outros); molas de aço

BOQUILHA: original de ébano

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Em 1809-10 nasce o clarinete de 13 chaves, obra revolucionária de Iwan Müller (1786-1854), o maior salto evolutivo deste instrumento e base propelente de toda evolução sucessiva.

Müller teve não uma, mas duas idéias geniais: A primeira começou a solucionar o problema da relação física conflitual entre a mão do interprete e o projeto acústico do clarinete. A segunda foi o invento de uma tipo de conjunto chave/sapatilha que resolvesse o problema dos vazamentos em clarinetes com muitas chaves.

A solução do primeiro problema possibilitou colocar os orifícios em posição mais natural, proporcionando uma entonação mais precisa em mais de um registro. Isto facilitou em uma só vez o dedilhado - não precisando mais esticar exageradamente os dedos das mãos - e a embocadura - não precisando mais compensar exageradamente os erros de entonação do instrumento.

Na FOTO AO LADO podemos observar como o dedo mindinho da mão direita foi "prolongado" alguns centímetros através de um novo tipo de chave, em posição natural ABERTA como o era o orifício da nota grave dos instrumentos anteriores. Müller deve ter simplesmente se perguntado: porquê tinha de ser mesmo um dedo a fechar um orifício, e não algo diferente, por exemplo uma chave? Este dilema de solução aparentemente simples, demorou quase um século para ser resolvido...

Este recurso foi também aplicado em outros instrumentos. O sistema Siccama (FOTO

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ABAIXO), inventado em 1842, conseguiu pela primeira vez afinar uma flauta em todos os registros, utilizando este particular tipo de chave que permitiu colocar os orifícios em posição acusticamente perfeita.

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O segundo problema, a vedação perfeita dos orifícios para aumentar o número de chaves sem prejudicar a coluna de ar do instrumento, exigiu uma solução um pouco mais complexa: Müller inventou a Sapatilha.

A sapatilha trabalha com o conceito do COLCHÃO DE AR: ao apertar uma bexiga, como o ar interno não tem para onde ir pressiona as paredes internas da bexiga na tentativa de encontrar um novo equilíbrio com a consequente modificação da forma da bexiga. A sapatilha de Müller, ao ser pressionada pela chave contra os aros do orifício, preenche o espaço em sua volta moldando-se á forma do aro, vedando-o com perfeição.

Para construir esta sapatilha pegou um material impermeável muito fino e macio(primeiramente couro, depois intestinos de animal), o encheu de feltro de lã bem macio, e amarrou a extremidade formando uma "bolinha", como uma pequena bexiga. Para que a chave pudesse conter esta bolinha, Müller modificou-a moldando a extremidade que irá apertar a sapatilha na forma de meia-esfera. Nasce assim o COPINHO moderno das chaves. Esta forma arredondada primordial é chamada de saltspoon keyhead (cabeça de chave "colher de sal"), sucessivamente modificando-se levemente, diminuindo sua curvatura em consequência da menor espessura das sapatilhas modernas até assumir a forma atual, ligeiramente arredondada ou ligeiramente cônica.

Na FOTO AO LADO vemos nosso belo clarinete com sua bela chave com saltspoon keyheadcontendo a mais bela ainda sapatilha feita sob o primeiro design de Iwan Müller. Em baixo na foto, a parte posterior da sapatilha retirada de sua chave (note-se o barbante amarrando o revestimento), e a sapatilha aberta para mostrar sua parte

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interna.

Na FOTO AO LADO vêm-se também outras inovações deste clarinete: uma guia de metal (a seta a indica) fixada ao corpo do clarinete para guiar a chave na posição exata em cima do orifício, para evitar que ao ser acionada pelo dedo, nem sempre com força perpendicular á excursão natural da chave, se force o eixo de fixação da chave criando com o passar do tempo, um jogo.

Outra melhoria é o eixo com rosca (a seta a indica), permite uma fixação mais precisa da chave á coluneta. Este porém pode oxidar, e eu pessoalmente ainda acho a barrinha de alpaca ou latão, o melhor sistema para fixar as chaves ás colunetas.

As molas das chaves já são feitas com material diferente, o aço, mais apropriado para esta função (a seta a indica).

Outra importante inovação foi o sistema automático de chaves mostrado na FOTO AO LADO. As chaves deste clarinete não usam ainda as molas tipo agulha presas ás colunetas, invento de L. A. Buffet em 1837, mas sim ainda as mesmas molas fixadas ás chaves usadas no inteiro instrumento.

Este recurso será usado em seguida em TODOS os clarinetes, independentemente do sistema ser Albert, Bohem ou Öhler.

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clarinete soprano em La - sistema Albert / 12 chaves, 2 aneis

AUTOR: Ferdinand Roth - Milano  / simbolo da lira em cima / símbolo da estrela em baixo (marcado na campâna, no barrilete e nos corpos superior e inferior) - Ferdinand Roth nasceu em 1815 em Adorf, na Alemanha, e morreu em 1898 em Milão, na Itália. Fundou a PREMIATA FABBRICA em Milão. Ente vários de seus feitos em campo musical, fabricou os trompetes para a opera Aida sob as instruções pessoais de Verdi.

ÉPOCA: final do século XIX

MATERIAIS: corpo de ébano; anéis e chaves em alpaca (liga de cobre, prata, zinco, níquel, entre outros) banhadas em níquel; molas de aço em sua maioria fixadas ás chaves, em outros casos fixadas nas colunetas.

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(texto em breve)

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clarinete soprano em Sib - sistema Bohem / 17 chaves, 6 aneis

AUTOR: Buffet Crampone Cie. - A Paris  / Breveté SGDG

DESCRIÇÃO: obra raríssima - um dos primeiros clarinetes sistema Bohem da história. Este exemplar foi produzido entre a década de '50 e '60 do século XIX. 

BOQUILHA: original de madeira   (perfeito estado), com braçadeira em metal

CARACTERÍSTICAS: Copinhos das chaves estilo "saltspoon". As molas são parcialmente fixadas ás colunetas, e parcialmente ás chaves. Os anéis foram substituído. Provavelmente passou por um antigo restauro, no qual foram colocados três anéis de metal em três chaminés.

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(texto em breve)

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clarinete soprano em Dó - sistema Albert / 12 chaves, 2 aneis

AUTOR: Egid Glassl - Komotau / BOHMEN (Bohemia)

ÉPOCA: Rarío exemplar produzido no começo do século XX, cuja peculiaridade é um projeto de chaves que mistura recursos de diferentes épocas.

BOQUILHA: original de madeira (ébano ou palissander), com braçadeira e cobreboquilha de metal

MATERIAIS: corpo de madeira (ébano ou palissander) ; anéis e chaves em alpaca (liga de cobre, prata, zinco, níquel, entre outros); molas de aço.

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Este clarinete bastante peculiar é a demonstração viva que a evolução do clarinete nunca foi linear e absolutamente coerente. Todo sistema de chaves tem suas vantagens e desvantagens, e alguns fabricantes optaram por incluir em seus instrumentos recursos de diversas origens e épocas, considerando vantajosa uma nova relação de equilíbrio entre vantagem/desvantagem de cada artifício técnico.

O exemplo mais famoso disto é um clarinete produzido dela famosa fabricante Buffet Crampon em 1895, em que o corpo superior havia um chaveamento sistema Albert puro, e o corpo inferior um chaveamento Bohem com aneis sistema Albert.  Hoje em dia este resultado seria considerado um instrumento Frankenstein, mas o clarinete usado atualmente não é nada mais que o resultado de uma evolução cheia de experimentações, tentatívas e erros, idéias boas e inovadoras, e muito, mas muito trabalho.

Precisamos lembrar também que nem sempre os clarinetes modernos são melhores que os clarinetes antigos, acreditando no MITO POSITIVISTA que o novo suplanta o antigo por EVOLUÇÃO LINEAR  provocado pelo forte (= "melhor") que suplanta o fraco (= "pior"): ha muitos compromissos entre custo e benefício na indústria moderna (assim como no mercado global), que muitas vezes chega a ser verdade o contrário, ou seja, muitos dos recursos do passado que resultaram no ápice da perfeição, hoje em dia não são mais usados por causa do custo de produção o da matéria prima, ou da dificuldade técnica na reprodução em série deste recurso. Ha sob este aspecto também outras questões relativas por exemplo á QUALIDADE EQUANTIDADE DAS MATERIAS PRIMAS DISPONÍVEIS, ao conceito de  OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA, á STANDARTIZAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO DA PRODUÇÃO, áCONCORRÊNCIA DAS CORPORATIONS EM MERCADOS ABERTOS em sistema deCÂMBIO MANIPULADO E DIREITOS TRABALHISTAS E

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NORMAS AMBIENTAIS DESIGUAIS, á CONCORRÊNCIA DESLEAL DA RENDA FINANCEIRA EM RELAÇÃO Á PRODUÇÃO INDUSTRIAL, entre outras, que influem fortemente na qualidade da produção de instrumentos musicais na época post-industrial do post-capitalismo globalizado, mas creio que não seja apropriado me delongar sobre estes aspectos neste texto.

Entremos nos detalhes deste clarinete.

(texto em breve)

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clarinete de soprano em Sib - sistema full-Albert

AUTOR: V. Kohlert Sohne (filho de Vicenta Kohlert)Graslitz (cidade da fábrica)Czecho-Slovakia (país de fabricação: Checoslováquia)C (afinação em Do)251430 (número de série)

BOQUILHA: ORIGINAL, da mesma madeira do corpo (ébano)

ÉPOCA: começo do século XX

MATERIAIS: corpo de ébano; anéis e chaves em alpaca (liga de cobre, prata, zinco, níquel, entre outros) banhadas em níquel; molas de aço azul tipo agulha.

RECURSOS: sistema Albert completo, proporcionando diversas digitações alternativas, e compensações de afinação ao variar dos registros. Uma verdadeira obra de arte. Dois parafusos para a sincronização das chaves. 4 roletes. Chave de registro invertida ("wrap-around"). 

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(texto em breve)

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clarinete soprano em Sib - sistema full-Bohem

AUTOR: Amati - Kraslice / Chekoslováquia - número de série 16352

ÉPOCA: produzido entre 1945 e 1948

BOQUILHA: original de madeira (ébano ou palissander), com braçadeira e cobreboquilha de metal

MATERIAIS: corpo de madeira (ébano); campana e barrilete de hard-rubber; anéis e chaves em alpaca (liga de cobre, prata, zinco, níquel, entre outros) banhadas em níquel; molas de aço azul.

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(texto em breve)

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clarinete soprano em Sib - sistema Öhler

AUTOR: "original G. Rudolf Uebel" / made in Germany - número de série 5034

Gerhard Rudolf Uebel (1915-1991) era membro da lendária família de lhutiers em atividade desde 1878. Arthur Uebel foi um dos únicos três discípulos de Oskar öhler (1858-1936), o pai deste inovador sistema de chaves. 

ÉPOCA: produzido na década de '40 do século XX

BOQUILHA: original de madeira (ébano) - não acompanha braçadeira já que na Alemanha ainda usa-se o barbante para segurar a palheta.

MATERIAIS: corpo de madeira (ébano); anéis e chaves em alpaca banhadas em prata; molas de aço azul.

RECURSOS: 5 parafusos de regulagem da sincronia das chaves; roletes nas chaves acionadas pelos dedos mindinhos; chave na campana.

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(texto em breve)

O sistema öhler permite a execução da escala cromática em degraus de QUARTOS DE TOM, e mantém a afinação perfeita em todos os registros graças a imúmeros sistemas automáticos de compensação (17 chaves e 6 aneis somente sincronizam 28 orifícios).Trata-se de um dos melhores e mais completos sistemas de chaves já inventados.

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CLARINETE ALTO

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Localização

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Nova Aparecida