civil ii - aula 2

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Aula 2 – Direito Civil II Classificação do Negócio Jurídico Negócios – Podem ser encarados e agrupados por classes, c/ diversidade de regimes legais, segundo vários critérios. Em geral consideram-se: números de declarantes; vantagens p/ as partes; momento da produção dos efeitos; modo de existência; formalidades a observar; números de atos necessários; modificações q podem produzir; modo de obtenção de resultado, etc. Unilaterais, bilaterais e plurilaterais – Qto ao número de declarantes ou manifestações de vontade necessárias ao seu aperfeiçoamento, os negócios jurídicos classificam-se em unilaterais, bilaterais e plurilaterais. Unilaterais – São aqueles q aperfeiçoam-se com uma única manifestação de vontade, como ocorre c/ o testamento, codicilo, renúncia de dtos, na procuração, nos títulos de créditos, na confissão de dívidas, renúncia a herança, etc. Subdivisão – Subdividem em receptivos : aqueles em q a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do destinatário p/ produzir efeitos, como ocorre na denúncia ou risilição de contratos, revogação de mandato, etc. Não receptivos : aqueles q o conhecimento por parte de outras pessoas é irrelevante, como no testamento, na confissão de dívida, etc. Bilaterais – Se perfazem c/ duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto. Essa coincidência chama-se consentimento mútuo ou acordo de vontades, q se verifica nos contratos em geral. Subdivisão – Simples e sinalagmáticos. Simples: Somente uma das partes aufere vantagens, enqto a outra arca c/ o ônus, como ocorre na doação, no comodato. Sinalagmáticos: há reciprocidade de dtos e obrigações, estando as partes em igualdade de condições. EX: compra e venda. Pessoas – Podem existir várias pessoas no polo ativo e tb no polo passivo, s/ q o contrato deixe de ser bilateral pela existência de duas partes, pois, não se confundem. As vezes a

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Aula 2 Direito Civil II Classificao do Negcio JurdicoNegcios Podem ser encarados e agrupados por classes, c/ diversidade de regimes legais, segundo vrios critrios. Em geral consideram-se: nmeros de declarantes; vantagens p/ as partes; momento da produo dos efeitos; modo de existncia; formalidades a observar; nmeros de atos necessrios; modificaes q podem produzir; modo de obteno de resultado, etc.Unilaterais, bilaterais e plurilaterais Qto ao nmero de declarantes ou manifestaes de vontade necessrias ao seu aperfeioamento, os negcios jurdicos classificam-se em unilaterais, bilaterais e plurilaterais.Unilaterais So aqueles q aperfeioam-se com uma nica manifestao de vontade, como ocorre c/ o testamento, codicilo, renncia de dtos, na procurao, nos ttulos de crditos, na confisso de dvidas, renncia a herana, etc.Subdiviso Subdividem em receptivos: aqueles em q a declarao de vontade tem de se tornar conhecida do destinatrio p/ produzir efeitos, como ocorre na denncia ou risilio de contratos, revogao de mandato, etc. No receptivos: aqueles q o conhecimento por parte de outras pessoas irrelevante, como no testamento, na confisso de dvida, etc.Bilaterais Se perfazem c/ duas manifestaes de vontade, coincidentes sobre o objeto. Essa coincidncia chama-se consentimento mtuo ou acordo de vontades, q se verifica nos contratos em geral.Subdiviso Simples e sinalagmticos. Simples: Somente uma das partes aufere vantagens, enqto a outra arca c/ o nus, como ocorre na doao, no comodato. Sinalagmticos: h reciprocidade de dtos e obrigaes, estando as partes em igualdade de condies. EX: compra e venda.Pessoas Podem existir vrias pessoas no polo ativo e tb no polo passivo, s/ q o contrato deixe de ser bilateral pela existncia de duas partes, pois, no se confundem. As vezes a noo de parte se confunde c/ pessoa, como na hiptese de um indivduo q aluga seu imvel a outro. EX: Qdo duas ou mais pessoas vende um imvel a outra ou outras pessoas. (Vendedor e comprador)Plurilaterais So contratos q envolvem mais de duas partes, como nos contratos c/mais de dois scios e os consrcios de bens mveis e imveis. As deliberaes nesses casos decorrem de um intercmbio de declaraes convergentes, unanimes, mas da soma de sufrgios, ou seja, deciso da maioria, como sucede nas deliberaes societrias, resultantes de assembleia geral de acionistas e dos credores q deliberem no processo de concurso.Gratuitos e onerosos, neutros e bifrontes Essa a classificao qto as vantagens patrimoniais. Gratuitos: Uma s das partes aufere vantagens ou benefcios doao, comodato; Onerosos: ambos os contratantes aufere vantagens, as quais corresponde a um sacrifcio ou contraprestao, impe nus e ao mesmo tempo vantagens compra e venda, locao, etc. Onerosos Podem ser comutativos (so os de prestaes certas e determinadas em relao as vantagens e sacrifcios contrato de seguro, o segurando celebra p/ acobertar riscos) e aleatrios (caracterizam-se pela incerteza p/ as duas partes sobre as vantagens e sacrifcios contrato de risco contrato de seguro p/ a seguradora pois, o pagto ou de indenizao depende de um fato eventual) Bilateral Todo negcio bilateral, pq a prestao de uma das partes envolve uma contraprestao da outra. Mas nem todo ato bilateral e oneroso, como o contrato de doao e o comodato.Neutros H negcios q podem ser enquadrados na categoria de onerosos nem gratuitos, pois, lhe falta a atribuio patrimonial. So os negcios neutros e se caracterizam pela destinao dos bens. Enquadram nessa modalidade os negcios q tm por finalidade a vinculao de um bem, como o q o torna indisponvel, inalienvel, incomunicvel, como o bem de famlia.Bifrontes So os contratos q podem ser onerosos e gratuitos, segundo a vontade das partes, como o mtuo, o mandato, o depsito. A converso s se torna possvel se o contrato definido na lei como negcio gratuito, pois a vontade das partes pode transformar um contrato oneroso em gratuito, visto q subverteria sua causa.Inter vivos e causa mortis Leva-se em conta o momento da produo dos efeitos. Inter vivos: Destinam-se a produzir os efeitos desde logo, estando as partes vivas, como a promessa de compra e venda, locao, casamento. Mortis causa: so negcios destinados a produzir efeitos aps a morte do agente, testamento, doao p/ depois da morte do doador. Seguro de vida negcio inter vivos, em q o evento morte funciona como termo. q a morte somente torna mortis causa o negcio jurdico qdo compe o seu suporte ftico, o evento morte pressuposto necessrio. Principais e acessrios Qto ao modo de existncia. Principais: tem existncia prpria, dependem da existncia de outro contrato compra e venda, locao, permuta. Acessrios: Tm existncia subordinada do contrato principal, como se d c/ o penhor e a hipoteca. A natureza a mesma do principal, extinta a obrigao no principal extingue-se o acessrio.Derivados ou subcontrato Tm por objeto dtos estabelecidos em outro contrato, denominado bsico ou principal sublocao, subempreitada. dependente de outro contrato base. Difere do acessrio pela circunstncia de o derivado participar da prpria natureza do dto versado no contrato-base. Um dos contratantes transfere a terceiro s/ se desvincular a utilidade correspondente a sua posio contratual.Solenes e solenes Formalidade. Solenes: So os negcios q devem obedecer a forma prescrita em lei p/ se aperfeioarem. A forma exigida como condio de validade do negcio. EX: escritura pblica na alienao de imvel acima de certo valor art. 108 CC; o acento de casamento art. 1536 CC. solenes: os negcios so realizados de forma livre, basta o consentimento p/ sua formao, como contrato de locao. Os contratos tm forma livre, salvo expressas excees art. 107 do CC.Simples, complexos, coligados Nmero de atos necessrios. Simples: negcios q se constituem por um ato nico. Complexo: Resultam da fuso de vrios atos, compe-se de vrias declaraes de vontades, q se completam, emitidas pelo mesmo sujeito (objetiva) ou (subjetiva), p/ a obteno dos efeitos pretendidos na sua unidade. EX: alienao de imveis prestaes.Coligado O negcio complexo nico e se confunde c/ o negcio coligado, q se compe de vrios outros como ex. o arrendamento de posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locao de bombas, de comodato de rea p/ funcionamento de lanchonete, fornecimento de combustvel. H multiplicidade de negcios.Dispositivos e obrigacionais Modificaes q podem produzir. Dispositivos: Utilizados pelo titular p/ alienar, modificar ou extinguir dtos. Pode o titular de um dto de natureza patrimonial dispor, se p/ tanto tiver capacidade, de seus dtos, como por ex. a remisso de dvida, constituir usufruto em favor de 3.Disposio Alguns tem poder de disposio, mas apenas de administrao. O cnjuge, por ex., tem titularidade de dtos patrimoniais e dto compartilhado de administrao dos bens do casal, mas est legitimado a deles dispor nos casos especficos da lei, s/ o consentimento de seu cnjuge art. 1647 CC.Obrigacionais So negcios jurdicos obrigacionais os que, por meio de manifestaes de vontade, geram obrigaes para uma ou para ambas as partes, possibilitando a uma delas exigir da outra o cumprimento de determinada prestao, como sucede nos contratos em geral. Frequentemente o negcio dispositivo completa o obrigacional. A alienao de uma propriedade, de natureza dispositiva, que se consuma com o registro do ttulo ou da tradio, precedida do contrato de compra e venda, de natureza obrigacional, pelo qual o adquirente se obriga a pagar o preo e o alienante a entregar a coisa objeto do negcio.Negcio fiducirio aquele em que algum, o fiduciante, transmite um direito a outrem, o fiducirio, que se obriga a devolver esse direito ao patrimnio do transferente ou a destin-lo a outro fim. Caracteriza-se pela circunstncia de que o meio utilizado transcende o fim perseguido, no se compatibilizando o aspecto econmico com o aspecto jurdico do negcio, como ocorre, por exemplo, quando algum transmite a propriedade de um bem com a inteno de que o adquirente o administre, obtendo dele o compromisso, por outro negcio jurdico de carter obrigacional, de lhe restituir o bem vendidoElementos Esses negcios compem-se de dois elementos: a confiana e o risco. A transmisso da propriedade, quando feita ao fiducirio para fins de administrao, verdadeira. Tanto que, se o fiducirio recusar-se a restituir o bem, caber ao fiduciante somente pleitear as perdas e danos, como consequncia do inadimplemento da obrigao de o devolver. EX: alienao fiduciria em garantia, pela qual uma das partes transfere outra a propriedade de coisa mvel ou imvel, como garantia de pagamento de obrigao contratual.Negcio simulado o que tem a aparncia contrria realidade. Embora nesse ponto haja semelhana com o negcio fiducirio, as declaraes de vontade so falsas. As partes aparentam conferir direitos a pessoas diversas daquelas a quem realmente os conferem. Ou fazem declaraes no verdadeiras, para fraudar a lei ou o Fisco.Validade (art. 104 CC) O negcio simulado no , portanto, vlido. O Cdigo retirou-o do rol dos defeitos do negcio jurdico, em que se encontrava no diploma de 1916 (arts. 102 a 105), deslocando-o para o captulo concernente invalidade do negcio jurdico, considerando-o nulo (art. 167).

Incapacidade relativa A incapacidade relativa de uma das partes no pode ser invocada pela outra em benefcio prprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisvel o objeto do direito ou da obrigao comum.Impossibilidade do objeto A impossibilidade inicial do objeto no invalida o negcio jurdico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condio a que ele estiver subordinado.Declarao de vontade A validade da declarao de vontade no depender de forma especial, seno quando a lei expressamente a exigir.Escritura pblica No dispondo a lei em contrrio, a escritura pblica essencial validade dos negcios jurdicos que visem constituio, transferncia, modificao ou renncia de direitos reais sobre imveis de valor superior a trinta vezes o maior salrio mnimo vigente no Pas.Instrumento pblico No negcio jurdico celebrado com a clusula de no valer sem instrumento pblico, este da substncia do ato.Autor da vontade A manifestao de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de no querer o que manifestou, salvo se dela o destinatrio tinha conhecimento.Silncio O silncio importa anuncia, quando as circunstncias ou os usos o autorizarem, e no for necessria a declarao de vontade expressa.Inteno (Interpretao) da vontade Nas declaraes de vontade se atender mais inteno nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Os negcios jurdicos devem ser interpretados conforme a boa-f e os usos do lugar de sua celebrao. Os negcios jurdicos benficos e a renncia interpretam-se estritamente.