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Silvia Lane e o Projeto do ‘Compromisso Social da Psicologia’ A professora Sílvia Tatiana Maurer Lane tem uma trajetória de vida profissional, no campo da Psicologia Social, que faz dia uma das mais importantes influencias no desenvolvimento de um novo projeto para a Psicologia: o projeto do compromisso social. (p.46) Silvia Lane foi guiada pelo princípio de que o conhecimento produzido deveria sempre ser útil para a transformação da realidade na direção da criação de condições dignas de vida para todos. (p.47) Trabalho coletivo, consciência crítica e atenção permanente e comprometida com as urgências e necessidades da população se puseram como pedras fundamentais da transformação da Psicologia e, não há dúvida, da importância da Sílvia Lane neste caminhar. (p.47) Ter a realidade material como parâmetro era quase uma obsessão para Sílvia Lane, que considerava necessário tomá- la como referência para a produção da ciência. A realidade deveria ser critério para a produção da ciência. A realidade deveria ser critério para análise da importância e fidedignidade de dados que as pesquisas produziram e não o contrário. (p.48) Sua preocupação básica em construir uma psicologia social voltada para a realidade brasileira e latino-americana, com vistas a contrubuir para a superação das desigualdades e das situações de opressão, demandava uma construção teórica

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Silvia Lane e o Projeto do Compromisso Social da PsicologiaA professora Slvia Tatiana Maurer Lane tem uma trajetria de vida profissional, no campo da Psicologia Social, que faz dia uma das mais importantes influencias no desenvolvimento de um novo projeto para a Psicologia: o projeto do compromisso social. (p.46)Silvia Lane foi guiada pelo princpio de que o conhecimento produzido deveria sempre ser til para a transformao da realidade na direo da criao de condies dignas de vida para todos. (p.47)Trabalho coletivo, conscincia crtica e ateno permanente e comprometida com as urgncias e necessidades da populao se puseram como pedras fundamentais da transformao da Psicologia e, no h dvida, da importncia da Slvia Lane neste caminhar. (p.47)Ter a realidade material como parmetro era quase uma obsesso para Slvia Lane, que considerava necessrio tom-la como referncia para a produo da cincia. A realidade deveria ser critrio para a produo da cincia. A realidade deveria ser critrio para anlise da importncia e fidedignidade de dados que as pesquisas produziram e no o contrrio. (p.48)Sua preocupao bsica em construir uma psicologia social voltada para a realidade brasileira e latino-americana, com vistas a contrubuir para a superao das desigualdades e das situaes de opresso, demandava uma construo terica que permitisse compreender o homem como participante do processo social. (p.49)O trabalho social iniciado no curso de graduao da PUC-SP, o desenvolvimento das pesquisas no curso de ps-graduao e as relaes na Amrica Latina se uniram enquanto aspectos fundamentais para a construo da nova perspectiva em Psicologia Social. (p.49)A partir do materialismo histrico e dialtico, Lane produziu, ento, uma nova psicologia social, cujo objetivo em vez de relaes interpessoais e influncias sociais, como propunha a psicologia social tradicional, seria o homem como ser histrico, a dialtica entre indivduo e sociedade, o movimento de transformao da realidade. O objetivo era compreender o indivduo em relao dialtica com a sociedade; a constituio histrica e social do indivduo e os elementos que explicam os processos de conscincia e alienao; e as possibilidades de ao do indivduo frente as determinaes sociais. (p.50)Alm disso esse mtodo considera que sujeito e objeto esto em relao dialtica, portanto no h neutralidade no conhecimento, h sempre uma inteno dosujeito sobre o objeto. (p.50)Silvia Lane, seus alunos e colaboradores se voltaram, dessa forma, para a tarefa de construir uma alternativa terica que estivesse consoante com os problemas enfrentados no cotidiano da realidade brasileira. (p.50)Uma pessoa a sntese do particular e do universal, ou seja, sua individualidade se constitui, necessariamente, na relao objetiva com o seu meio fsico, geogrfico, histrico e social, que iro atravs de suas aes, desenvolver, o psiquismo humano constitudo, fundamentalmente, pelas categorias: conscincia, atividade e afetividade[...]. (Lane, 2002, p. 12 apud p.52)Indivduo e Sociedade so inseparveis, segundo a dialtica, pois o particular contem em si o universal, deste modo, se desejarmos conhecer cientificamente o ser humano, necessrio considera-lo dentro do contexto histrico, inserido em um processo constante de subjetivao/objetivao. (Lane, 2002, p. 12 apud p.52)A compreenso dos aspectos psicolgicos como constitudos em uma dialtica subjetividade-objetividade traz a possibilidade de superar explicaes que apenas justapes indivduo e sociedade e permite que, ao se falar do sujeito, fale-se, necessariamente, da realidade social da qual participa. E compreender que ambos, sujeito e sociedade esto em um movimento que tem por base as contradies do processo histrico, significa poder apontar as possibilidades de transformao.(p.52)A linguagem, produo ao mesmo tempo social e individual expresso da sntese e do movimento entre sujeito e realidade. Significado e sentido, como unidade de contrrios, ao mesmo tempo revelam e possibilitam e concretizam a dialtica subjetividade-objetividade.(p.53) necessrio compreender o que impede e o que permite ao homem agir para transformar a realidade de forma libertadora e emancipadora. (p.53)Coerente com a viso de que o conhecimento e a inteno prtica em relao ao objeto no se separam, Silvia Lane nos deixou desafios: avanar na pesquisa sobre a maneira como os indivduos se implicam ou no com sua prpria realidade comprimisso tico de quem se dedica Psicologia.(p.53)Nessa perspectiva, o psiclogo social no seria somente aquele que trabalharia com problemas ou situaes de carter social ou grupal. Um psiclogo clnico (em atendimento individual, em consultrio particular), seria tambm um psiclogo social. Para isso, bastaria que ele procedesse em seu trabalho ao exerccio de contextualizao do seu cliente no seu momento social e histrico. Na medida em que as fontes explicativas e os resultados obtidos tivessem um carter de habilitao de cada pessoa para atuar e transformar sua realidade (isto , participar dos processos de transformao, esse trabalho poderia ser considerado como de psicologia social. (p.54)A ateno ao contexto do fazer humano foi uma forma de insrir no campo de viso da psicologia aquilo que nos anos setenta era chamado de realidade brasileira. Diante do reconhecimento de que a psicologia se desenvolvera quase sempre sem atentar para as necessidades, virtudes e problemas vividos pela maioria da populao brasileira, o contexto a que se deveria dar ateno era o contexto econmico, histrico e social onde viviam os brasileiros. (p.54)A nica certeza de que nunca abriu mo foi a da necessidade da produo de uma cincia como compromisso social. Nunca se importou com rtulos e cm passeios por diferentes teorias, porque buscava outra coisa: um conhecimento capaz de falar da vida vivida e de apresentar possibilidades de contribuio para a transformao das condi~~oes de vida na busca da dignidade. Qualquer tema poderia ser eixo das pesquisas que seus orientandos traziam, mas todos deveriam lhe responder: qual a realidade que quero contribuir para mudar? (p.55)

Referncia:BOCK, Ana Mercs Bahia et al . Slvia Lane e o projeto do "Compromisso Social da Psicologia".Psicol. Soc., Porto Alegre , v. 19,n. spe2, 2007 . Disponvel em . accessado em 02 Dez. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822007000500018.

Slvia Tatiana Maurer Lane (1933-2006) e a tica do conhecimentoPara Slvia, toda a Psicologia seria social, j que o ser humano se constitui no social, sendo produto e produtor da histria, a partir do domnio dos instrumentos de trabalho e do desenvolvimento da linguagem. (p.157)Essa idia de que o conhecimento leva necessariamente ao transformadora, prxis, em busca de uma vida mais plena e satisfatria em termos ticos atravessa toda a obra de Slvia na rea da Psicologia Social, e a marca que a distingue. (p.157)Na Introduo, Slvia critica a Psicologia como cincia positivista, que trata do indivduo abstrato, que apenas responde aos estmulos ambientais como um autmato, e prope considerar que o ser humano traz consigo uma dimenso que no pode ser descartada, que a sua condio social e histrica, sendo tambm dotado de criatividade, o poder de transformao da sociedade por ele construda (Lane, 1984, p.12) (p.158)O desejo de Slvia construir uma Psicologia Social que focalize a busca de solues para as questes sociais de seu tempo, atravs do conhecimento concreto das condies de vida e da realidade psicossocial da populao brasileira, especialmente das classes de baixa renda. (p.158)

RefernciaCampos, R.H.F. e Guedes, M.C. (2006). Slvia Tatiana Maurer Lane (1933-2006) e a tica do conhecimento.Memorandum, 10,157-161. Retirado em02 Dez., do World Wide Web: http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a10/camposguedes01.htm

Psicologia Social: O homem em movimentoParte 1 Introduo: A Psicologia Social e uma nova concepo do homem para a PsicologiaO primeiro passo para a superao da crise foi constatar a tradio biolgica da Psicologia, em que o indivduo era considerado um organismo que interage com o meio fsico, sendo que os processos psicolgicos (o que ocorre dentro dele) so assumidos como causa, ou uma das causas que explicam o seu comportamento. (p.11)Porm o homem fala, pensa, aprende e ensina, transforma a natureza; o homem cultura, histria. Este homem biolgico no sobrevive por si e nem uma espcie que se reproduz tal e qual, com variaes decorrentes de clima, alimentao, etc. O seu organismo uma infra-estrutura que permite o desenvolvimento de uma superestrutura que social e, portanto, histrica. (p.12)No discutimos a validade das leis de aprendizagem; indiscutvel que o reforo aumenta a probabilidade da ocorrncia do comportamento, assim como a punio extingue comportamentos, porm a questo que se coloca porque se aprende certas coisas e outras so extintas, porque objetos so considerados reforadores e outros punidores? Em outras palavras, em que condies sociais ocorre a aprendizagem e o que ela significa no conjunto das relaes sociais que definem concretamente o indivduo na sociedade em que ele vive. (p.12)Um outro ponto de desafio para a Psicologia Social se colocava diante dos conhecimentos desenvolvidos sabemos das determinaes sociais e culturais de seu comportamento, porm onde a criatividade, o poder de transformao da sociedade por ele construda. Os determinantes s nos ensinavam a reproduzir, com pequenas variaes, as condies sociais nas quais o indivduo vive. (p.12)A afirmativa de que o positivismo, na procura da objetividade dos fatos, perdera o ser humano decorreu de uma anlise crtica de um conhecimento minucioso enquanto descrio de comportamentos que, no entanto, no dava conta do ser humano agente de mudana, sujeito da histria. O homem ou era socialmente determinado ou era causa de si mesmo: sociologismo vs biologismo? Se por um lado a psicanlise enfatizava a histria do indivduo, a sociologia recuperava, atravs do materialismo histrico, a especificidade de uma totalidade histrica concreta na anlise de cada sociedade. Portanto, caberia Psicologia Social recuperar o indivduo na interseco de sua histria com a histria de sua sociedade apenas este conhecimento nos permitiria compreender o homem enquanto produtor da histria. (p.12-13)Na medida em que a histria se produz dialeticamente, gera uma contradio fundamental, que ao ser superada produz uma nova sociedade, qualitativamente diferente da anterior. Porm, para que esta contradio no negue a todo momento a sociedade que se produz, necessria a mediao ideolgica, ou seja, valores, explicaes tidas como verdadeiras que reproduzam as relaes sociais necessrias para a manuteno das relaes de produo. (p.13)Nesta tradio e no entusiasmo de descrever o homem enquanto um sistema nervoso complexo que o permitia dominar e transformar a natureza, criando condies sui-generis para a sobrevivncia da espcie, os psiclogos se esqueceram de que este homem, junto com outros, ao transformar a natureza, se transformava ao longo da histria. (p.13-14)Se o homem no for visto como produto e produtor, no s de sua histria pessoal mas da histria de sua sociedade, a Psicologia estar apenas reproduzindo as condies necessrias para impedir a emergncia das contradies e a transformao social. (p.15)Das crticas feitas detectamos que definies, conceitos e constructos que geram teorias abstratas em nada contriburam para uma pratica psicossocial. Se nossa meta atingir o indivduo concreto, manifestao de uma totalidade histrico-social, temos de partir do emprico (que o positivismo to bem nos ensinou a descrever) e, atravs de anlises sucessivas nos aprofundarmos, alm do aparente, em direo a esse concreto e para tanto necessitamos de categorias que a partir do emprico (imobilizado pela descrio) nos levem ao processo subjacente e real compreenso do Indivduo estudado. (p.16)[...] a sua participao, as suas aes, por estar em grupo, dependem fundamentalmente da aquisio da linguagem que preexiste ao indivduo como cdigo produzido historicamente pela sua sociedade (langue), mas que ele apreende na sua relao especfica com outros indivduos (parole). Se a lngua traz em seu cdigo significados, para o indivduo as palavras tero um sentido pessoal decorrente da relao entre pensamento e ao, mediadas pelos outros significativos. (p.16)Assim, a atividade implica aes encadeadas, junto com outros indivduos, para a satisfao de uma necessidade comum. Para haver este encadeamento necessria a comunicao (linguagem) assim como um plano de ao (pensamento), que por sua vez decorre de atividades anteriormente desenvolvidas. (p.16)Refletir sobre uma atividade realizada implica repensar suas aes, ter conscincia de si mesmo e dos outros envolvidos, refletir sobre os sentidos pessoais atribudos s palavras, confront-las com as consequncias geradas pela atividade desenvolvida pelo grupo social, e nesta reflexo se processa a conscincia do indivduo, que indissocivel enquanto de si e social. (p.16-17)A conscincia da reproduo ideolgica inerente aos papeis socialmente definidos permite aos indivduos no grupo superarem suas individualidades e se conscientizarem das condies histricas comuns aos membros do grupo, levando0os a um processo de identificao e de atividades conjuntas que caracterizam o grupo com unidade. (p.17)A partir de um enfoque fundamentalmente interdisciplinar, o pesquisador-produto-histrico parte de uma viso de mundo e do homem necessariamente comprometida e neste sentido no h possibilidade de se gerar um conhecimento neutro, nem um conhecimento do outro que no interfira na sua existncia. (p.18)Toda a psicologia social. Esta afirmao no significa reduzir as reas especficas da Psicologia Psicologia Social, mas sim cada uma assumir dentro da sua especificidade a natureza histrico-social do ser humano. Desde o desenvolvimento infantil at as patologias e as tcnicas de interveno, caractersticas do psiclogo, devem ser analisadas criticamente luz desta concepo do ser humano a clareza de que no se pode conhecer qualquer comportamento humano isolando-o ou fragmentando-o, como se este existisse em si e por si. (p.19)

RefernciaLANE, S.T.M. A Psicologia Social e uma nova concepo do homem para a Psicologia. p.10-19. In: CODO, W. e LANE, S.T.M (Orgs.). Psicologia Social o homem em movimento. Editora Brasiliense So Paulo. 8 Ed. 220p.

Linguagem, pensamento e representaes sociais

(...) partimos do pressuposto que a linguagem se originou na espcie humana como consequncia da necessidade de transformar a natureza, atravs da cooperao entre os homens, por meio de atividades produtivas que garantissem a sobrevivncia do grupo social. (p.32)A linguagem, como produto de uma coletividade, reproduz atravs dos significados das palavras articuladas em frases os conhecimentos falsos ou verdadeiros e os valores associados a prticas sociais que se cristalizaram; ou seja, a linguagem reproduz uma viso de mundo, produto das relaes que se desenvolveram a partir do trabalho produtivo para a sobrevivncia do grupo social. (p.32-33)A anlise que Leontiev faz da aprendizagem da lngua materna aponta para dois processos que se interligam necessariamente: se, por um lado, os significados atribudos s palavras so produzidos pela coletividade, no seu processar hhistrico e no desenvolvimento de sua conscincia social, e como tal, se subordinam s leis histrico-sociais, por outro, os significados se processam atravs de atividades e pensamentos de indivduos concretos e assim se individualizam, se subjetivam, na medida em que retornam para a objetividade sensorial do mundo que os cerca, atravs das aes qe eles desenvolvem concretamente. (p.33-34)Desta forma os significados produzidos historicamente pelo grupo social adquirem, no mbito do indivduo, um sentido pessoal, ou seja, a palavra se relaciona com a realidade, com a prpria vida e com os motivos de cada indivduo. (p.34)A criana ao falar reproduz a viso de mundo de seu grupo social, assim como a ideologia que permeia e mantm as relaes sociais desse grupo, e levada a agir de forma a no perturbar a ordem vigente, caso contrrio ela ser considerada um anormal, um marginal e como tal afastada do convvio social. (p.34)Todo este processo de reproduo das relaes sociais est baseado em como a criana ao falar constri suas representaes sociais, entendidas como uma rede de relaes que ela estabelece, a partir de sua situao social, entre significados e situaes que lhe interessam para sua sobrevivncia. (p.35)Por outro lado, as prticas, as percepes, os conhecimentos se transformam quando so falados e a prpria representao de si mesmo s ocorre atravs da linguagem interiorizada das recordaes e dos projetos. (p.36)A ao de falar implica relaes de posies e a lngua se representa como resultado e como matria-prima do processo discursivo. A relao da linguagem como matria-prima do processo discursivo. A relao da linguagem com o real necessariamente sofre a mediao das posies sociais de grupo e/ou classe social e portanto um discurso est sempre em confronto com um mundo j repleto de significaes sempre j orgenado, sempre j socialmente arrumado; um mundo que o efeito de uma produo social dos sentidos, que reproduz inevitavelmente a produo material, e pela insero de cada indivduo, corpo e alma, neste universo semiolgico (FLAHAULT, 1978, p.85). (p.37).Compreender representaes sociais implica ento conhecer no s o discurso mais amplo, na situao que define o indivduo que as produz. (p.37)Concluindo, para conhecermos as representaes sociais de um indivduo necessrio, atravs dos atos ilocutrios explcitos e implcitos, definirmos o lugar que ele ocupa em relao aos outros (os que se limitam com ele), e atravs do discurso como seu espao se constitui nesta relao, enquanto realidade subjetiva que se insere no real, socialmente representado e reproduzindo em termos de todo mundo. (p.38)

RefernciaLANE, S.T.M. Linguagem, pensamento e representaes sociais. p.10-19. In: CODO, W. e LANE, S.T.M (Orgs.). Psicologia Social o homem em movimento. Editora Brasiliense So Paulo. 8 Ed. 220p.