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4/2016 Mirandela, 16 de maio de 2016
OLIVEIRA OLHO-DE-PAVÃO (Spilocaea oleagina)
A precipitação anormalmente registada nesta época na região de Trás-os-Montes e a temperatura amena, têm contribuído para o desenvolvimento do olho-de-pavão que, nas situações e variedades mais atacadas, está a provocar uma desfolha bastante intensa.
O ataque é mais notado em zonas mais húmidas, onde os compassos de plantação são mais apertados e em variedades mais sensíveis recentemente introduzidas em cultura na região.
Folhas de oliveira com olho de pavão
Ataques intensos na primavera podem originar uma diminuição do vigor vegetativo, a diminuição da produção e o enfraquecimento da árvore.
Nesta altura, a estimativa do risco consiste na observação de 20 folhas por árvore retiradas dos quatro quadrantes da árvore, em 20 árvores ao acaso.
Será necessário tratar se for atingido o nível económico de ataque, que é de 5 a 10 % de folhas com manchas.
Nesta época do ano, os fungicidas autorizados, aconselhados para o combate ao olho-de-pavão, são à base de cresoxime-metilo (STROBY WG), difenoconazol (SCORE 250 EC) ou tebuconazol (FRUTOP 25 EW, TEBUTOP GOLD, AKORIUS, RIZA, ORIUS 20 EW, GLORIA 20, FOLICUR, ENIGMA).
Armadilha tipo delta para traça da oliveira
TRAÇA DA OLIVEIRA
(Prays oleae)
Muitas variedades e olivais encontram-
se no estado fenológico D1 a D2, em que os
botões florais já apresentam uma coloração
branco-amarelada. A partir de agora começa a
haver risco de ataques de traça nas flores
(geração antófaga), pelo que deve ser
reforçada a vigilância, realizando contagens
diariamente dos adultos capturados nas
armadilhas com feromona sexual.
De momento, o nível económico de
ataque é de capturas diárias superiores a 15
traças, a partir do qual se justifica tratar.
Mais tarde, a estimativa do risco deverá ser
feita por observação de inflorescências atacadas,
informação que será comunicada oportunamente.
Estado fenológico D1-D2
ALGODÃO DA OLIVEIRA
(Euphyllura olivina)
É um inseto picador-sugador que se alimenta
da seiva das plantas. Esta praga da oliveira
geralmente não causa prejuízos. Este ano temo-la
observado em locais mais húmidos e em olivais com
mais biomassa e ainda em olivais ou árvores que não
foram podados.
Com o evoluir do tempo e do
desenvolvimento das oliveiras, a praga acaba por
desaparecer, mesmo sem se realizar qualquer
tratamento.
Algodão da oliveira
Apenas se justificará tratar em situações
pontuais de ataques muito fortes. Deve, para isso,
proceder-se à estimativa do risco, observando 120
inflorescências ao acaso, duas por árvore, em 60
árvores. Se 25% estiverem atacadas, justificar-se-á a
aplicação de um inseticida adequado.
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AMENDOEIRA CANCRO DE FUSICOCCUM (Fusicoccum
amygdali)
As condições meteorológicas verificadas este
ano nas regiões transmontanas de produção
tradicional de amêndoa, prolongadamente chuvosas e
com temperatura amena, favorecem as infeções e o
desenvolvimento desta doença. Os sintomas visíveis
são raminhos a secar ou já secos e cancros em
desenvolvimento nos ramos mais grossos, com
formação de gomose. Estes cancros desenvolvem-se
normalmente a partir de feridas naturais (cicatrizes
deixadas pela queda das folhas e frutos) ou acidentais
(podas, vento granizo).
Fusicoccum na Amendoeira
Em condições muito favoráveis, esta doença
pode desenvolver-se rapidamente, originando no
pomar um aspeto geral de queima.
Os fungicidas à base de cobre autorizados
para o combate a esta doença devem ser utilizados
no final do ciclo vegetativo, a partir do início da
queda natural das folhas.
Nesta altura e tendo em conta o fraco
vingamento de frutos, seria de toda vantagem
proceder a uma poda de limpeza, retirando o maior
número de raminhos atacados e que não tenham
frutos e se possível queimar.
Esta limpeza poderá ser feita a partir de agora
e até à altura da colheita, aproveitando os períodos
em que não haja na exploração outros trabalhos
prioritários para realizar.
A poda geral ou poda de renovação, deverá
ser feita sempre que possível imediatamente a seguir
à colheita, ainda com as árvores em atividade
vegetativa, o que facilitará a cicatrização das feridas e
dificultará a entrada de novas infeções.
NOTA: As queimas de lenha de poda
requerem uma autorização prévia. Este ano, podem-
se fazer fogueiras nas propriedades, livremente, até
31 de maio. Depois dessa data, deve ligar para o
número de telefone 117 e pedir informações sobre as
autorizações necessárias.
CAROCHO NEGRO
(Capnodis tenebrionis)
Esta praga está presente na região, atacando
principalmente as prunóideas (amendoeira, cerejeira
e pessegueiro). Os danos mais importantes são os
causados pelas larvas que, ao perfurarem e
alimentarem-se da madeira, na zona do colo e raiz,
podem levar a árvore à morte.
A praga tem maior severidade em anos de
fraca pluviosidade e verões quentes. Contudo, este
ano e nesta altura, já se observa a presença de adultos
na vegetação destas fruteiras.
Não existem inseticidas autorizados para o
combate a esta praga na amendoeira. Podem, no
entanto, ser utilizados outros meios de luta
igualmente eficazes no controlo da praga, tais como:
Luta biológica – incremento e proteção das aves
insetívoras (colocação de ninhos artificiais,
racionalização do uso de herbicidas, etc.), proteção e
construção de refúgios e locais de procriação para
pequenas cobras, lagartos e mamíferos insectívoros
(ouriços cacheiros, musaranhos, toupeiras, morcegos),
aplicação de nematodes entomoparasitas.
Luta cultural – utilização de tela ou plástico em redor
do colo das fruteiras e no tronco, captura de adultos
nas horas de maior calor, arranque e destruição das
árvores infestadas com larvas, regas frequentes e
prolongadas no período de postura. Em virtude de as
larvas neonatas serem muito sensíveis ao
encharcamento do solo, as regas frequentes
funcionam como luta preventiva.
Larva “cabeça de martelo” de Capnodis tenebrionis
(60 a 70 mm)
Inseto adulto de Capnodis tenebrionis
(15 a 25 mm)
Responsável pela Estação de Avisos da Terra Quente
João Ilídio Lopes