circulaÇÃo de larga escala do oceano dirigida pelo vento

9
6/17/10 1 CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO 1. Modelo de Sverdrup 2. Modelo de Stommel 3. Modelo de Munk 4. Modelo de Fofonov DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 6 CONTEÚDO DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 6 Análise do padrão de circulação horizontal em relação a distribuição média dos vento MODELO DE SVERDRUP (1947) Demonstrou como um fluxo quase geostrófico sobre a maior parte dos oceanos pode ser balanceada pelo estresse imposto pelo vento. No entanto, esse fluxo não descreveu um padrão de circulação fechada; MODELO DE STOMMEL (1948) Mostrou que a variação latitudinal da componente vertical do vetor da rotação da Terra é essencial para fechar a circulação. Nesse caso, foram reproduzidas as correntes de contorno oeste, regiões de alta vorticidade relativa; MODELO DE MUNK (1950) Explicou com maiores detalhes a circulação geral dos oceanos através do uso de dados de estresse do vento mais realísticos e pela inclusão do atrito lateral na forma newtoniana. MODELOS DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 6 Considere as equações do movimento: Assuma o fluxo estacionário: MODELO DE SVERDRUP DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 6 MODELO DE SVERDRUP • Termos não-lineares pequenos, •Fricção lateral negligenciável, isto é, as derivadas horizontais são muito menores que as verticais, DINÂMICA FÍSICA DO OCEANO – AULA 6 MODELO DE SVERDRUP Com essas simplificações o conjunto de equações do movimento se reduzem a Balanço geostrófico + Balanço de Ekman Balanço apresenta derivadas de primeira e segunda ordem limitações na implementação de CC

Upload: felipesmag

Post on 05-Jul-2015

701 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Oceanografia física.1. Modelo de Sverdrup2. Modelo de Stommel3. Modelo de Munk4. Modelo de Fofonov

TRANSCRIPT

Page 1: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

1

CIRCULAÇÃO  DE  LARGA  ESCALA  DO  OCEANO    DIRIGIDA  PELO  VENTO  

1.  Modelo  de  Sverdrup  2.  Modelo  de  Stommel  3.  Modelo  de  Munk  4.  Modelo  de  Fofonov  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  6  

CONTEÚDO

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  6  

Análise do padrão de circulação horizontal em relação a distribuição média dos vento

MODELO DE SVERDRUP (1947) Demonstrou como um fluxo quase geostrófico sobre a

maior parte dos oceanos pode ser balanceada pelo estresse imposto pelo vento. No entanto, esse fluxo não descreveu um padrão de circulação fechada; MODELO DE STOMMEL (1948)

Mostrou que a variação latitudinal da componente vertical do vetor da rotação da Terra é essencial para fechar a circulação. Nesse caso, foram reproduzidas as correntes de contorno oeste, regiões de alta vorticidade relativa; MODELO DE MUNK (1950)

Explicou com maiores detalhes a circulação geral dos oceanos através do uso de dados de estresse do vento mais realísticos e pela inclusão do atrito lateral na forma newtoniana.

MODELOS  

DINÂMICA  FÍSICA  DO  OCEANO  –  AULA  6  

Considere as equações do movimento:

Assuma o fluxo estacionário:

MODELO  DE  SVERDRUP  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

•  Termos não-lineares pequenos,

• Fricção lateral negligenciável, isto é, as derivadas horizontais são muito menores que as verticais,

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

Com  essas  simplificações  o  conjunto  de  equações  do  movimento  se  reduzem  a  

Balanço geostrófico + Balanço de Ekman

Balanço apresenta derivadas de primeira e segunda ordem limitações na implementação de CC

Page 2: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

2

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  AS CONSIDERAÇÕES DE SVERDRUP NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

1.  Sverdrup  integra  verCcalmente  as  equações  anteriores:    Possível  lidar  com  o  caso  geral  de  um  oceano  baroclínico  sem  a  

especificação  detalhada  da  distribuição  verCcal  de  densidade;  

2.  Profundidade  intermediária  do  oceano,  o  gradiente  de  pressão  horizontal  desaparece:    Gradientes  de  pressão  barotrópicos  e  baroclínicos  são  

balanceados;    Velocidade  horizontal  deve  se  anular  antes  de  aCngir  o  fundo  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

Onde  P  é  uma  nova  função.  

Os  limites  são  atribuídos  de  tal  forma  que  uz=-d e vz=-d são nulos enquanto d é pequeno o suficiente para não ser influenciado pela topografia de fundo.  

AS INTEGRAIS DE SVERDRUP

Representam  as  componentes  do  transporte  líquido  de  massa  pelas  correntes,  desde  que  as  velocidades  horizontais    desaparecem  em,  e  abaixo,  de  z=-­‐d.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

CONDIÇÕES DE CONTORNO

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

         Assumindo-­‐se  água  homogênea            em  balanço  hidrostáCco,  a  relação            fornece  o  transporte  de  massa  das            correntes  dirigidas  pelo  vento.  

Diferenciando  as  equações  acima  inversamente  e  subtraindo  os  termos,  obtem-­‐se  a  EQUAÇÃO  DE  TENDÊNCIA  DE  VORTICIDADE:  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

Io  termo:  considera  a  mudança  de  vorCcidade  devido  ao  fluxo  meridional;  

IIo  termo:  mudança  de  vorCcidade  pelo  estreitamento    devido  a  divergência  horizontal  no  transporte  de  massa;  

IIIo  termo:  vorCcidade  induzida  pelo  rotacional  do  vento.

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

Adicionalmente:  Considere  condição  de  equilíbrio  constante:  

   não  há  convergência  e  divergência  de  massa  a  não  ser  que  o  fluxo  ocorra  sobre  um  fundo  de  profundidade  variável,  isto  é,  

Considere  ainda  que                                                      e  d=  constante.  

EQUAÇÃO  DA  CONTINUIDADE  INTEGRADA  VERTICALMENTE.  

Page 3: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

3

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  

EQUAÇÃO  DO  ROTACIONAL  DE  SVERDRUP.  

Onde,  

EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE INTEGRADA VERTICALMENTE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  

EQUAÇÃO DO ROTACIONAL DE SVERDRUP

•   A  equação  explicita  o  balanço  entre  a  vorCcidade  planetária  devido  aos  movimentos  na  direção  meridional  e  o  rotacional  do  stress  do  vento.    

•   FISICAMENTE:  se  o  estado  de  equilíbrio  é  especificado  e  nenhum  mecanismo  de  fricção  é  assimilado  para  dissipar  vorCcidade,  água  fluindo  para  o  norte,  por  exemplo,  adquirirá  vorCcidade  relaCva  negaCva  devido  ao  aumento  da  vorCcidade  planetária  em  direção  ao  norte.  Isso  acontecerá  se  não  houver  nenhuma  outra  fonte  de  vorCcidade  relaCva.  Assim,  é  claro  que  nenhuma  mudança  em  vorCcidade  relaCva  pode  ocorrer  num  ponto  se  água  for  advectada  conCnuamente  do  sul  para  aquele  ponto,  caso  seja    adicionada  vorCcidade  relaCva  posiCva  a  parCr  do  estresse  do  vento,  e  ela  conCnuar  sendo  advectada  para  o  norte.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DO

ROTACIONAL DE SVERDRUP

•   Assumindo,  por  simplicidade,  que  os  ventos  sejam  zonais,  isto  é,  τy=0,  a  equação  do  rotacional  de  sverdrup  se  resume  a:  

           Qual  o  valor  de  df/dy?            Observe  a  figura  abaixo:      

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DO

ROTACIONAL DE SVERDRUP

•   Como  df/dy  pode  ser  representado  por  

Já  que    

               

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DO

ROTACIONAL DE SVERDRUP

•   Que  torna  Sy  igual  a:  

•   E,  pelo  uso  da  condição  de  não-­‐divergência:  

• Tem-­‐se:  

989703518

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DO

ROTACIONAL DE SVERDRUP

•   Para  obter-­‐se  a  solução  da  equação  considere  a  figura  abaixo:  

O  transporte  integrado  Sy  é  determinado  pela  integração  da  equação  anterior  usando  a  CC  cinemáCca  em  x=0    u=0    Sx=0.  

Page 4: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

4

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DO

ROTACIONAL DE SVERDRUP

•   O  resultado  final  é:  

onde Sx é a componente zonal do transporte de massa através de uma coluna de profundidade d e unidade de largura num ponto com coordenada x = -L e latitude θ (unidade de [massa[tempo/[comprimento]).

É aparente que Sx está relacionado com o valor médio do gradiente e da curvatura do estresse do vento zonal na direção norte-sul entre o ponto em questão e a costa oeste.  

989703518

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  SVERDRUP  APLICAÇÃO DA TEORIA DE

SVERDRUP POR STOMMEL

 Considere  um  oceano  homogêneo,  limitado  por  uma  costa  leste  e  sob  a  ação  de  um  estresse  de  vento  zonal  (Figura  abaixo).      Nessa  camada  superficial  há  o  transporte  na  camada  de  Ekman  proporcional  a  intensidade  do  vento.  Abaixo  da  camada  de  Ekman  ate  o  fundo  do  oceano  a  velocidade  verCcal  diminui  linearmente  até  zero.    

Um  sistema  de  corrente  geostrófica  constante  pode  ser  construído  de  forma  que  ele  se  ajusta  ao  campo  de  convergência  e  divergência  em  função  da  variação  do  parâmetro  de  Coriolis.    

               

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL  O MODELO DE STOMMEL

Sverdrup:    Física  básica:    balanço  entre  a  adição  da  vorCcidade  local  adicionada  pelo  vento  com  o  transporte  de  massa  na  direção  norte-­‐sul  na  presença  de  um  parâmetro  de  Coriolis  variável.  

Deficiências:  1.   O  não  fechamento  dos  oceanos  porque  as  condições  de  contorno  

somente  eram  válidas  em  uma  das  bordas;  2.   A  não  inclusão  dos  fortes  gradientes  horizontais  do  fluxo.  

As  observações  oceanográficas  mostravam  que  as  correntes  do  lado  oeste  dos  oceanos  eram  bastante  intensas  (ex.,  Corrente  do  Golfo,  Corrente  de  Kuroshio,  Corrente  das  Agulhas)  e  somente  em  1948  foi  que  Stommel  reconheceu  que  as  regiões  onde  elas  ocorrem  são  caracterizadas  por  alta  vorCcidade  relaCva.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   O MODELO DE STOMMEL

INTENSIFICAÇÃO DAS CORRENTES

Solução:    

Para  entender  fisicamente  o  fenômeno  da  intensificação  das  correntes  da  borda  oeste  deve  ser  adicionado  na  equação  de  Sverdrup  a  fricção.    

A  fricção  pode  ser  no  fundo  ou  lateral.    

 No  primeiro  caso,  se  for  assumido  um  nível  de  não  movimento  em  alguma  profundidade  antes  do  fundo,  então  a  fricção  no  fundo  é  zero  (referente  a  região  de  interesse,  ou  seja,  a  camada  mais  superfcial).    

 A  fricção  lateral  seria  aquela  realizada  contra  a  parede  dos  oceanos.                  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A VORTICIDADE DAS FORÇANTES

ESTRESSE DO VENTO

Sob  a  ação  deste  padrão  de  vento,  o  oceano    tenderá  a  rodar    anCciclonicamente,      produzindo  vorCcidade    negaCva.    

No  entanto,  a  vorCcidade  absoluta  do  fluxo  deve  ser  conservada,  independentemente  da  variação  na  vorCcidade  planetária  em  função  do  deslocamento  da  parcela  do  fluido  para  o  norte.    

               

Von Schwind, 1980

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A VORTICIDADE DAS FORÇANTES

FLUXO DA ÁGUA

No modelo de Sverdrup (HN) uma parcela de fluido movendo-se do sul para o norte tende a desenvolver vorticidade relativa negativa enquanto que o oposto desenvolve uma vorticidade relativa positiva.

Problema:

A circulação dos oceanos demanda continuidade, isto é, em média a quantidade de agua que flui para o norte deve fluir para o sul e a vorticidade líquida adicionada pelo vento não pode ser balanceada pelo transporte meridional líquido de fluido como previsto pelo modelo de Sverdrup.

Portanto: É necessário que apareca um outro mecanismo que anule a vorticidade adicionada pelo vento.    

               

Page 5: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

5

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   ESQUEMA DE STOMMEL

Se a fricção lateral atuar ao longo da borda norte-sul, então vorticidade relativa positiva (ζ+) é introduzida na circulação geral e consequentemente contrapõe a vorticidade negativa introduzida pelo vento.  

               

Fonte: von Schwind, 1980

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   ESQUEMA DE STOMMEL

ESTIMATIVA RELATIVA DA VORTICIDADE

Tendência da vorticidade em um oceano com circulação assimétrica, isto é, maiores Velocidades no lado oeste dos oceanos.

Tendência de vorticidade

Correntes Norte (oeste)

Correntes Sul (leste)

Estresse do vento -1.0 -1.0

Fricção +10.0 +0.1

Planetária -9.0 +0.9

Total 0.0 +0.0

A velocidade e o cisalhamento do fluxo é grande e a tendência da vorticidade relativa e friccional é bastante aumentada.

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A SOLUÇÃO DE STOMMEL

Coordenadas e bordas do oceano retangular usado no modelo de Stommel. Fonte: von Schwind, 1980.

Oceano  homogêneo  e  quando  em  repouso  possui  profundidade  D.  Na  presença  de  correntes  a  profundidade  aumenta  em  h(x,y)  e  a  profundidade  total  é  D+h.  Os  ventos  são  zonais  de  forma  que:    

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A SOLUÇÃO DE STOMMEL

Coordenadas e bordas do oceano retangular usado no modelo de Stommel. Fonte: von Schwind, 1980.

Oceano  homogêneo  e  quando  em  repouso  possui  profundidade  D.  Na  presença  de  correntes  a  profundidade  aumenta  em  h(x,y)  e  a  profundidade  total  é  D+h.  Os  ventos  são  zonais  de  forma  que:    

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A SOLUÇÃO DE STOMMEL

EQUAÇÕES

+ Ξx

+ Ξy

Os  termos  adicionais  impedem  que  o  oceano  fique  acelerado.  

A  componente  z    é  hidrostáCca.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A SOLUÇÃO DE STOMMEL

BALANÇO DE VORTICIDADE

Integrando  as  equações  dede  –D  até  0;  subsCtuindo  a  equação  hidrostáCca;  simplificando  os  termos  de  atrito,  obtém-­‐se  o  balanço  da  vorCcidade:  

Balanço de Sverdrup Fricção lateral de Stommel

Como  o  fluxo  é  bidimensional  e  incompressível,  é  possível  definir  as  linhas  de  corrente  e  obter  a  solução  impondo  que  não  há  fluxo  perpendicular  às  bordas.  

Page 6: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

6

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  STOMMEL   A SOLUÇÃO DE STOMMEL

BALANÇO DE VORTICIDADE

Integrando  as  equações  dede  –D  até  0;  subsCtuindo  a  equação  hidrostáCca;  simplificando  os  termos  de  atrito,  obtém-­‐se  o  balanço  da  vorCcidade:  

Stommel resolveu o problema Com os seguintes parâmetros: λ= 104 km; b= 6300 km; D=200 m. F= 1 dina/cm2 e R = 0,02.

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

No  modelo  de  Stommel,  o  atrito  lateral  foi  imposto  como  um  valor  constante.  Além  disso,  o  oceano  foi  assumido  como  homogêneo.  

No  modelo  de  Munk,  o  transporte  integrado  é  manCdo  (como  Sverdrup),  o    que  torna  possível  a  invesCgação  de  um  caso  geral  de  um  oceano  baroclínico  sem  a  necessidade  de  especificar  a  natureza  da  distribuição  verCcal  de  densidade  e  corrente.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

EQUAÇÕES

O  sistema  de  equações  é  similar  ao  adotado  por  Stommel.    

A única diferença é que foi incluída uma forma mais realística para os termos de fricção lateral.

Assim, espera-se obter uma representação mais realística da corrente na borda oeste dos oceanos.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

EQUAÇÃO DA VORTICIDADE

De  acordo  com  a  solução  de  Sverdrup  (feita  anteriormente)  todos  os    componentes  das  equação  devem  ser  integrados  desde  –D  até  0.    (ver  a  solução  de  Sverdrup).  

A  peculiaridade  ocorre  para  os  termos  de  atrito  lateral.  

Neste  caso,  será  preciso  considerar  que  AH  =  ρΚH    e  assumir  que  o  valor  de    ΚH    é  constante.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

EQUAÇÃO DA VORTICIDADE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

EQUAÇÃO DA VORTICIDADE

Munk  assumiu  que  o  atrito  lateral  poderia  ser  aproximado  por:  

O  que  resultaria  nas  seguintes  expressões:  

Page 7: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

7

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

EQUAÇÃO DA VORTICIDADE

As  equações  finais  ficaram:  

Calculando-­‐se  as  linhas  de  corrente;    

fazendo  a  diferenciação  cruzada  e  Subtraindo  as  componentes,  resulta:  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

EQUAÇÃO DA VORTICIDADE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  

OS MODELO DE SVERDRUP, STOMMEL E MUNK

EQUAÇÕES DA VORTICIDADE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   O MODELO DE MUNK

SOLUÇÕES

De  acordo  com  as  soluções  de  Munk,  o  oceano  poderia  ser  dividido  em    3  seções:    

 PORÇÃO  OESTE    PORÇÃO  CENTRAL    PORÇÃO  LESTE.  

Cada  um  dessas  seções  possui  uma  solução  específica.  

Munk  escreveu  as  soluções  em  termos  de:  

 χ  (proporcional  ao  transporte    integrado  de  massa  na  direção  norte-­‐sul    entre  x=0  e  x=x1)  e      χ’  (proporcional  a  velocidade  do  transporte).  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

PORÇÃO OESTE

A  solução  para  a  porção  oeste  é:  

As  soluções  representam  ondas  levemente  amortecidas,  cujo  comprimento  de  onda  (L)  é:  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

PORÇÃO OESTE

Page 8: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

8

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

PORÇÃO OESTE

A feição mais marcante é a existência de uma contracorrente a leste da corrente de contorno oeste. A localização e os valores destas feições foram determinadas por Munk (ver trabalho original J. Meteor. Vol.7 (79-93) - 1950).

A partir da formulação foi determinado que a contracorrente tem magnitude de 17% da corrente de contorno de oeste.

Munk ressaltou a concordância entre observações in situ com os resultados teóricos, sendo que os valores típicos para a largura da corrente de oeste e para as contracorrentes estão em torno de 200 km e 250 km, respectivamente.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

PORÇÃO OESTE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

PORÇÃO CENTRAL

No meio do oceano, a oscilação já foi plenamente amortecida e o balanco é meramente o balanço de Sverdrup e representa o balanço entre o fluxo geostrófico e a deriva do vento.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

PORÇÃO LESTE

A  solução  para  a  porção  leste  pode  ser  representada  pela  soma  de  duas  curvas:  

Munk  se  referiu  a  essa  região  como  uma  zona  de  subsidência  exponencial  cuja  largura  efeCva  corresponde  a  cerca  de  200  km  para  um  valor  de  KH  =  5x10-­‐7cm2seg-­‐1  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  MUNK   SOLUÇÕES DO MODELO DE MUNK

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV   O MODELO DE FOFONOV

O PAPEL DA NÃO-LINEARIDADE Para  analisar  o  papel  da  não  linearidade  partamos  do  modelo  de  Stommel,  mas  incluindo  o  termo  não  linear.  

R  –  coeficiente  de  fricção  dividido  por  D.  Modelo  é  barotrópico.  

Tendo  em  mente  que  o  produto  das  quanCdades  verCcalmente  mediadas  não  é  igual  a  média  verCcal  desses  termos,  não  é  possível  integrar  o  modelo  na  verCcal  (como  anteriormente),  sendo  necessário  obter  a  equação  da  vorCcidade  a  parCr  das  equações  acima.  

Page 9: CIRCULAÇÃO DE LARGA ESCALA DO OCEANO DIRIGIDA PELO VENTO

6/17/10

9

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV   O MODELO DE FOFONOV

EQUAÇÃO DA VORTICIDADE

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV   O MODELO DE FOFONOV

SOLUÇÃO DA EQ. VORTICIDADE A  análise  da  equação  acima  será  feita  a  parCr  do  escalonamento  das  variáveis,  de  acordo  com:  

O  que  resulta  em:  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV  

Onde  os  termos  não  linearesão  expressos  adimensionalmente  por:  

O MODELO DE FOFONOV SOLUÇÃO DA EQ. VORTICIDADE

Como  o  número  de  Rossby  contempla  o  efeito  da  não  linearidade?  Isso  pode  ser  domonstrado  se  o  número  de  Rossby  for  re-­‐escrito  na  forma  de:    

Se  considerarmos  somente  a  borda  oeste  e  negligenciarmos  o  estresse  do  vento,  obtém-­‐se:  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV   O MODELO DE FOFONOV

SOLUÇÃO DA EQ. VORTICIDADE

Quando  Ro  =  0  (Solução  de  Stommel)  a  qual  confirma  que  a  taxa  de  dissipação  da  vorCcidade  relaCva  negaCva  na  borda  oeste  e  balanceada  pela  advecção  em  direção  ao  norte  da  vorCcidade  planetária.    

Quando  os  efeitos  não  lineares  são  incluídos,  na  metade  sul  da  camada  limite  oeste  a  advecção  em  direção  norte  da  vorCcidade  relaCva  negaCva,  Roζz,  tenderá  a  reduzir  a  taxa  de  dissipação.    

Esta  redução  é  possível  se                                diminuir,  o  que  implica  que  a  camada  limite  deve  se  tornar  mais  larga  nesta  região.  Em  algum  ponto  ao  norte  da  laCtude  média,  a  vorCcidade  negaCva  deve  comecar  a  aumentar  a  parCr  de  seu  grande  valor  negaCvo  (uma  vez  que  ela  deve  ser  próximo  de  zero  no  interior)  e  o  sinal  de                                                                                    mudará  de  sinal  de  negaCvo  para  posiCvo.    

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV   O MODELO DE FOFONOV

SOLUÇÃO DA EQ. VORTICIDADE

Isso  requer  que  -­‐εζz  aumente,  o  que  pode  praCcamente  ser  acompanhado  de  um  estreitamento  da  camada  de  borda.    

O  efeito  final  é  o  aparecimento  de  uma  assimetria  no  fluxo,  com  maior  dissipação  ocorrendo  na  metade  norte.  

Se  o  numero  de  Rossby  aumenta,  a  assimetria  norte-­‐sul  é  intensificada,  e  a  região  de  máximo                      é  deslocada  para  o  norte,  e  a  dissipação  de  vorCcidade  ocorre  próximo  ao  limite  superior  esquerdo  do  modelo.    

Se  Ro  é  muito  grande  de  modo  que  o  fluxo  não  pode  dissipar  toda  a  vorCcidade  antes  de  chegar  na  borda  norte,  o    fluxo  para  leste  conCnua  como  uma  corrente  de  borda  intensa.  

DINÂMICA  FÍSICA    DO  OCEANO  –  AULA  6  MODELO  DE  FOFONOV   O MODELO DE FOFONOV

SOLUÇÃO DA EQ. VORTICIDADE

Fonte:  von  Schwind,  1980