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29 de agosto a 04 de setembro de 2016 Cinemateca Museu de Arte Moderna MAM/RJ Com alegria apresentamos a segunda edição do Festival Internacional de Cinema Experimental DOBRA. Aqui estamos novamente, às margens da Baía de Guanabara, este ano na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, para mais uma vez abrir espaço para um cinema de invenção e resistência, afirmando a potencia de criação das artes fílmicas. Conclamamos um cinema de desobediência técnica, que se apropria da multiplicidade de materiais e instrumentos que nos foram dados pelos cem anos de cinema, de todo o desmonte do arsenal videográfico e da indústria da imagem de celuloide, para quebrar os pressupostos da produção industrial e devolver ao público uma experiência cinemática que é pura criação de arte. Dobra segue apostando na permanência do meio fílmico e apresenta um cinema onde os atravessamentos de meios e técnicas fazem a crítica dos imperativos industriais. Um cinema impuro, feito por artistas que perturbam as diretrizes tecnológicas de incontáveis maneiras e com toda a liberdade que pressupõe a atividade criadora. Um cinema que não se subordina aos padrões impostos pelo mainstream e pela indústria do entretenimento. O cinema das dobras que invocamos afirma as conexões entre outras artes e acolhe as diferentes linguagens, está além de categorias e atualiza práticas e plásticas. Em 2016, Dobra reúne obras fílmicas que ampliam o jogo sensorial das imagens em movimento e aprofundam a reflexão a cerca do mundo contemporâneo. Num percurso de atravessamentos que supera barreiras entre o dentro e o fora, a programação dessa segunda edição perpassa Américas e Europa, descolonizando a travessia do Atlântico e reinventando a ordenação entre norte e sul. Compreendemos o cinema experimental como um nó disciplinar, capaz de acolher todas as transplantações plásticas e poéticas, um cinema de provocação, que engaja a imagem em movimento de maneira criativa, desorganizando e reorganizando os seus componentes. Em 2016 Dobra conta com a luminosa colaboração de alguns curadores convidados, Rita Piffer, Courtney Fellion, Lili White, Gondwana Antropoceno, Florencia Incarbone, Sebastian Wiedemann e do grupo RISCO, que há mais de um ano vem construindo uma importante cena de exibição para o cinema experimental na cidade do Rio de Janeiro. Trazemos também Luis Macías e Adriana Vila, fundadores do Crater Lab em Barcelona, para a performance de abertura e a realização de uma oficina prática de revelação experimental em 16mm. Tendo a primavera diante de nós, Dobra resiste as tempestades dos últimos tempos e se afirma como um Festival Internacional de Cinema Experimental em sintonia com a lógica do alargamento do campo da arte. Trabalhamos para ampliar os espaços de resistência e rebeldia em relação a padrões ordenadores para a expressão artística e pretendemos colocar o cinema no centro desse jogo. Arte do movimento e da montagem, o cinema experimental está sempre ativando a superfície do grande lago da arte, movendo suas águas e se dobrando em ondas, que nos brindam com surpreendentes formas de vida e afetos sensíveis. Vamos em frente! Abraços redobrados, Cristiana Miranda Curadora

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29 de agosto a 04 de setembro de 2016Cinemateca Museu de Arte Moderna MAM/RJ

Com alegria apresentamos a segunda edição do Festival Internacional de Cinema Experimental DOBRA. Aqui estamos novamente, às margens da Baía de Guanabara, este ano na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, para mais uma vez abrir espaço para um cinema de invenção e resistência, afirmando a potencia de criação das artes fílmicas.

Conclamamos um cinema de desobediência técnica, que se apropria da multiplicidade de materiais e instrumentos que nos foram dados pelos cem anos de cinema, de todo o desmonte do arsenal videográfico e da indústria da imagem de celuloide, para quebrar os pressupostos da produção industrial e devolver ao público uma experiência cinemática que é pura criação de arte.

Dobra segue apostando na permanência do meio fílmico e apresenta um cinema onde os atravessamentos de meios e técnicas fazem a crítica dos imperativos industriais. Um cinema impuro, feito por artistas que perturbam as diretrizes tecnológicas de incontáveis maneiras e com toda a liberdade que pressupõe a atividade criadora. Um cinema que não se subordina aos padrões impostos pelo mainstream e pela indústria do entretenimento.

O cinema das dobras que invocamos afirma as conexões entre outras artes e acolhe as diferentes linguagens, está além de categorias e atualiza práticas e plásticas. Em 2016, Dobra reúne obras fílmicas que ampliam o jogo sensorial das imagens em movimento e aprofundam a reflexão a cerca do mundo contemporâneo. Num percurso de atravessamentos que supera barreiras entre o dentro e o fora, a programação dessa segunda edição perpassa Américas e Europa, descolonizando a travessia do Atlântico e reinventando a ordenação entre norte e sul.

Compreendemos o cinema experimental como um nó disciplinar, capaz de acolher todas as transplantações plásticas e poéticas, um cinema de provocação, que engaja a imagem em mov imento de manei ra c r ia t iva , desorganizando e reorganizando os seus componentes.

Em 2016 Dobra conta com a luminosa colaboração de alguns curadores convidados, Rita Piffer, Courtney Fellion, Lili White, Gondwana Antropoceno, Florencia Incarbone, Sebastian Wiedemann e do grupo RISCO, que há mais de um ano vem construindo uma importante cena de exibição para o cinema experimental na cidade do Rio de Janeiro. Trazemos também Luis Macías e Adriana Vila, fundadores do Crater Lab em Barcelona, para a performance de abertura e a realização de uma oficina prática de revelação experimental em 16mm.

Tendo a primavera diante de nós, Dobra resiste as tempestades dos últimos tempos e se afirma como um Festival Internacional de Cinema Experimental em sintonia com a lógica do alargamento do campo da arte. Trabalhamos para ampliar os espaços de resistência e rebeldia em relação a padrões ordenadores para a expressão artística e pretendemos colocar o cinema no centro desse jogo. Arte do movimento e da montagem, o cinema experimental está sempre ativando a superfície do grande lago da arte, movendo suas águas e se dobrando em ondas, que nos brindam com surpreendentes formas de vida e afetos sensíveis.

Vamos em frente!Abraços redobrados,

Cristiana MirandaCuradora

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Panorama: Impurezas e Desobediência, o Dentro e o Fora do Cinema Experimental.

01 de setembro

Pure Virtual Function , Péter Lichter

(Hungária, 35mm/Digital. 3min, 2015)

Uma meditação abstrata sobre a representação da violência, a conexão entre agressão virual e real. O filme é feito a partir de tiras de película de 35mm pintadas a mão, e som gravados na guerra do Iraque.

Vende – se carne humana, sobre aquilo que nos diz respeito,

Cristiana Miranda

(BRASIL, 16mm/Digital, 07'07”, 2016)

As estátuas romanas do Jardim Suspenso do Valongo escondem histórias de sangue e morte. Um jardim à sete metros do chão, às margens do morro da Conceição. Feito de longas escadas no estilo Napoleão III, ornamentado com estátuas que vigiam as curvas da Guanabara, Baía que a cidade insiste em ocupar. Um monumento para uma cidade de escravos. Cobrindo as estátuas romanas com palha de Omulú, divindade africana cultuada no candomblé brasileiro, interogamos as narrativas simbólicas das tantas opressões que nos constituem, a violência cotidiana de venerar símbolos distantes que nos foram impostos. Um gesto de enfrentamento e revelação.

História de Abraim, Otavio Cury

(Brasil, Digital, 12'27'',2015 )

O encontro inesperado de Abraim Joaquim Guariba, 75, com o diretor Otavio Cury. As conversam revelam memórias de um homem que foi trocado por uma vaca quando era criança e sua luta ao longo de 4 décadas por uma terra para o seu povo Macuxi.

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Kbela, Yasmim Thayná

(Brasil, Digital, 23min,2015)

Um olhar sensível sobre a experiência do racismo vivido cotidianamente por mulheres negras. A descoberta de uma força ancestral que emerge de seus cabelos crespos transcedendo o embraquecimento. Um exercício subjetivo da autorepresentação e empoderamento.

F – Line, Silvia Turchin

(EUA, 16mm/Digital, 08'58”, 2014)

F-Line é um documentário sensorial que explora o passado etéreo dos bondes de São Francisco. Filmado em celulóide, F-Line incorpora de um modo textural um modo de perceber essas relíquias e examina os traços misteriosos do tempo que flutuam além da superfície. Ao remover temporariamente o véu do presente, o filme possibilita que o espectador experimente o mundo latente da memória pessoal num espaço público.

Faded color, Rosalena Brady

(EUA, 16mm/Digital, 04'16”, 2013)

Filme alquímico criado para reprogramar o efeito de auto-ativação feito por comerciais de beleza. Utiliza gestos corporais repetitivos para desconstruir o corpo da mulher mostrado num comercial de tintura de cabelo. Através da transformação química, a cor desgastada simboliza o paradoxo da beleza. O filme de 16mm foi processado a mão com aditivo do tintura de cabelo Clairol Shade#2.

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Batagur Baska, Bernd Lutzeler e Guido Möbius

(Alemanha, Super 8/35mm, 07'07”, 2016)

Eles estão aqui todos os dias. Eles vêm de longe e sem objetivo. Eles não se conhecem e não vão se conhecer. Eles carregam dispositivos para otimizar sua experiência. Eles engajam-se no mundo através de um pequeno quadro. Eles acreditam que esse momento permanecerá memorável.

Transverso, Mariana Bley

(Brasil, Digital, 14', 2015)

Atenta à substancia do tempo, aquele que é acidental é até vir a ocorrer. Ali, nada está separado, nem nós mesmos nem as coisas. Transverso é um filme-ensaio sobre o tempo.

Los (De)pendientes, Sebastian Wiedemann

(Colombia, Digital, 24', 2016)

O filme é um esforço em trazer as imagens do cinema político argentino para um estado de catástrofe, onde a as forças vitais emergem dos interstícios. Tentando liberar as imagens da moral, tentando formar uma nova imagem das pessoas. Busca por uma nova imagem de pensamento para as pessoas no documentário argentino. Reciclar imagens como possibilidade de uma segunda vida para essas pessoas, um renascimento no regime cinemático.

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O Sonho de Sara, Gabraz Sanna e Sara não tem nome

(Brasil, Digital, 08':11”, 2014)

Numa estrada deserta um carro atravessa a paisagem. A narrativa onírica se reduz ao umbigo do sonho, onde as imagens imergem no desconhecido.

Metamorfose de Narciso ou Uma cebola na cabeça,

Duo Strangloscope e Ángel Rueda

(Brasil, Super 8mm/Dupla Projeção, 5min., 2016)

Sinopse roubada: O que é que tem este rapaz para se ver ao espelho todo o dia? Uma cebola na cabeça. O homem converte-se em vegetal pelo sono pesado da fadiga e os deuses pela hipnose transparente de suas paixões. Mas tu, Narciso, formado por temerosas manifestações perfumadas de adolscência trasnparente, tu dormes como uma flor de água. Narciso, na sua imobilidade, absorvido pelo seu reflexo com a lentidão digestiva das plantas carnívoras, torna-se invisível. Dele só fica a curva alucinante de brancura da sua cabeça, a cabeça de novo mais delicada, a cabeça sustentada na ponta dos dedos da mão insensata, da mão terrível, da mão coprofágica, da mão mortal do seu próprio reflexo. Quanto esta cabeça se fender, quando esta cabeça se rachar, quando esta caneça se despedaçar violentamente, será a flor, o novo Narciso, Leandro - o nosso amor.

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Performance: Até o silêncio traz a tempestade

01 de setembro

A tempestade exala através de nós e dos ramos descobertos (cada um e todos), a fim de que possamos tomar emprestada a sua pura e permanente virtude. Perguntamos a nós próprios se as cidades têm ouvido a simplicidade de sua história, apesar de sua solidão. No entanto, elas não foram filtradas pelo fluxo desaguante da noite. Agora elas rastejam. Perecíveis, tardias e permanentes, a terra nunca discute. Ela não tem argumentos. Na discórdia, esperamos descobrir sua resposta, como refugiados na ilusória armadilha da ilusão. Agora sabemos que a tempestade se foi. Mas não acreditamos nisso.

Um performance de Luis Macías e Adriana Vila Guevara. Um set de projetores de slide 35mm, 16 mm (feitas com processamento manual, experimentos fotoquímicos e impressão em copiadora óptica quadro a quadro) combinado com som criado por Alfredo Costa Monteiro, a partir de gravações acústicas e eletrônicas, numa experimentação única. Uma experiência sensorial exorbitante na sua relação com a natureza: hipnótico sutis e violentos.

Adriana Vila: 2 projetores 16mm

Luis Macias: 4 projetores de slides

Adriana Vila e Luis Macías são um duo de artistas que explora o filme e seus dispositivos. Suas performances de cinema expandido envolvem um alto grau de improvisação, usando composição e explorações formais com a intensidade da luz, da vibração do som, suas instabilidades e fantasmagorias. Trabalham juntos desde 2010, mostrando seus trabalhos em Festivais e Centros Culturais nos Estados Unidos, Europa e América Latina.

Adriana Guevara e Luis Macías

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ANOTHER EXPERIMENT BY WOMEN FILM FESTIVAL (AXW)

(AXWFF gives women's work a real time & place in NYC)

02 de Setembro

Desde 2010, AXWFF fomenta um verdadeiro espaço para mulheres apresentarem seus filmes na cidade de Nova York. Muito desses trabalhos apresentam temas e assuntos poucos abordados pela grande mídia, feitos por mulheres e meninas com histórias completamente distintas. Muitas vezes subjetivos e realizados num processo orgânico ao corpo, esses filmes dividem a "experiência humana", numa filosofia análoga a proposta de Lygia Clark e dos artistas neo-concretos brasileiros, onde os espectadores-participantes são como antropológos responsáveis pela maneira como adentram em cada novo mundo criado pelas cineastas.

O filme experimental dá espaço para a mente do espectador participar, engajando ativamente na experiência de assistir um filme. Geralmente feito por uma pessoa, o processo experimental aproxima as suas realizadoras das pintoras e poetas. Cada filme tem uma linguagem própria, podendo girar em torno de um sentimento apenas. Assim como o curta-metragem que é uma forma de arte em si, os filmes experimentais permanecem de certa forma invisíveis para o público, sufocados pelas restrições financeiras de exibição. Geralmente são apresentados em ambientes acadêmicos, ou em nichos específicos. Ter acesso a trabalhos experimentais feitos por mulheres ainda é um evento raro.

Cada um dos programas do AXWFF é curado de forma a posicionar cada filme em suprema importância, e desenhado para falar e dividir um tópico que os trespassa, criando uma textura particular para cada um dos line-ups. Além das exibições na sala de cinema, o AXW expandiu-se para o mundo virtual http://axwonline.com),( formando uma plataforma que torna seus programas acessíveis globalmente. Os filmes arquivados nessa plataforma apresentam a expressão livre de mulheres, suas respostas a situações que elas consideram importantes, e se opõe a premissa histórica de negligência e esquecimento dos trabalhos artísticos feitos por mulheres.

Obrigada pela participação, espero que apreciem a exibição!

Lili White, diretora e curadora da AXW

SURFACE — FEELING / SUPERFÍCIE — SENTIMENTO

A cadeia de filmes entitulada SUPERFÍCIE — SENTIMENTO apresenta texturas que podemos quase tocar. Muitos dos filmes trazem imagens de água, esse elemento quase invisível quando ocorre dentro do nosso corpo, e que também pertence ao mundo de fora.

Os filmes desse programa são sobre a conexão entre a vida interior e pessoal no encontro com o mundo social e material. Como tal, formam uma base de novas “auto-imagens”, divididas por indivíduos, criando uma nova teia de conexões da qual todos podemos participar. Essa teia nos leva a uma jornada, desde visões abstrastas, sentimentos de ansiedade, até sublimes estados de aceitação, e sempre apresentados por destemidos pontos de vista.

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ANATOMY OF A POEM, (EUA, Computação Gráfica, 3min32'', 2012, ),

De Rebecca Ruige Xu, é baseado no famoso e ancestral poema oriental “Bebendo Sozinha na Luz da Noite”, de Li Bai. A caligrafia chinesa ilustra formas que começam como simples desenhos lineares, e desenvolve-se em uma forma de arte que é valorada por revelar a as marcas de quem as desenha. Xu repensa esses valores. Ela traduzi as rimas e as prosódias tonais do poema em música/som e gráficos simultaneamente. O ritmo da “escrita”e os tons vocais conferem novos sentidos ao poema, através da tecnologia e imaginação.

THE FUTURE IS YOU (EUA, MiniDV/Digital, 8min45'', 2009)

No filme, filtros transforman os edifícios e parques de NYC depois de 9/11 em um movimento mutante. A trilha sonora sugere um clima de alarme.

LIGHT STREAMING (EUA, 16mm/Digital, 7min., 2012)

No filme de Kathleen Rugh, a luz e o fluir das águas ligam paisagens isoladas. Um movimento gentil, feito com a câmera ou entre planos editados, forma uma espécide de devaneio, nos provocando a relaxar.

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HULL (EUA, 16mm/Digital, 7min.22'', 2013),

A cineasta Tara Merenda Nelson explora a jornada física e mental de um traumático evento cirúrgico centrado na sua abilidade de gerar um filho. Ela cria imagens para dar forma a percepção que age como memória da cirurgia mau sucedida. Fertilidade é um assunto pertinente a vida das mulheres e que constantemente molda sua identidade e como a sociedade as vê.

DISPLACEMENT, (Croácia, Digital, 7min20'', 2012), de Lilian Resnick.

Trata da ideia do tempo. Múltiplas camadas do rosto refletem incertezas, ela senta no presente, enquanto o passado e o futuro fluem através dela.

DAMN YOU VOUGUE, (Brasil, Digital, 11min, 2014), de Júlia Portella e Melina Schleder.

É uma exploração contemporânea de auto-imagem, dos desejos de uma mulher ser amada e aceita, não importando o que esta “em voga”. Os seus outros personagens interiores participam do drama, transformando o humor negro com largas pinceladas de colorido.

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LOST IN A GLASS OF WATER (Itália, Digital, 2min., 2014).

De um ponto de vista misterioso, onde imagens são filmadas pela água. Os cores de edição nos levam a questões ambientais – o que dividimos, como nos influencia, e como julgamos nossa ação no mundo.

GHOST SYNDROME (Brasil, 16mm/Digital, 8min, 2013).

De Rita Piffer, é um retrato de uma marroquina imigrante nos Estados Unidos. O imagério da agúa age como uma liberação, em conjunto com a voz em off sobre as percepções sobre gênero, e a experiência de viver num entre culturas culturas.

PUSH / PULL / RECOVER (EUA, 16mm/Digital, 3min40'', 2013), de Terra Long.

Foi feito em Cuba, um filme pintado a mão. É uma meditação em como usar a respiração enquanto se nada. Pensado na piscina como contêiner do corpo, e Cuba uma ilha contida em um imenso corpo de água. Nos leva do pessoal para um universo vasto.

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WORM.Filmwerkplaats

02 de Setembro

WORM.Filmwerkplaats é um coletivo e espaço de trabalho baseado em Rotterdam. Gerenciado por artistas e dedicado ao filme celuloide como máteria viva e expressiva. É voltado para cineastas interessados na celulóide não somente como mídia para suas ideias, mas sim como um material que ativamente forma e distorce seus pensamentos, imagens e sons. www.filmwerkplaats.org

Apophenia

– de Yoana Buzova 16mm transferido para digital, 16:9 , b&w, sound, 3.5 min, 2014

Apophenia é uma assemblagem de filmes achados manipulados. É uma reflexão da experiência de ver texturas e conexões em data aleatória. Um círculo de máquinas criadas pelos homens existe ao redor da terra. Entre elas, satélites secretos, cosmonautas perdidos e objetos que quietos flutuam no espaço, muito provavelmente permanecendo em órbita pelos próximos bilhões de anos.

Dust Poetry

- de Nan Wang 16mm e digital, 16:9, 9 min, sound, 2013

Dust Poetry é um filme de nove minutos composto por 700 frames de poeira que venho coletando no meu quarto, e seis minutos que revelam pequenas plantas e insetos que coletei em meu jardim. A beleza de pequenos materiais abandonados sempre me fascinou. Eu tento imaginar suas memórias e emoções. Os sons gravados simulam sua linguagem e poesia. O trabalho busca construir uma outra realidade através da poeira, que para além do cotidiano, reflete nosso mundo fragmentado e caótico.

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Quintal - de Bernardo Zanotta 16mm transferido para Digital, b&w, sound, 8min55s 2015 Quintal é um tributo ao curta metragem Pátio (1959) de Glauber Rocha. Um homem e uma mulher são jogados no espaço de um quintal; os dois personagens se desenvolvem lentamente. Se distanciam um do outro. Olham um para o outro. O homem introduz um elemento inexistente na trama original, o peixe. Obssessão, jogo e sonho avançam a narrativa. [com Leandro Lefa e Camila Rosa, assistência de direção: Vitória Monteiro].

Ed in the Forest – de Marcy Saude 16mm, b&w, silent, 3 min, 2014Cicely, Alaska, uma realização de tendências utópicas; fragmentos de literatura sci-fi feminista; um breve sonho diurno de cultura pop e mundos paralelos onde salários não existem; uma bolex e um sorriso vencedor.

ai mi! - de Klara Ravat 16mm, color, silent, 1 min, 2012 Inspirado pela música do compositor medieval e poeta francês Guillaume de Machaut, ai mi! é a representação de três personagens populares da Idade Média, o papa, o músico e o arcanjo, todos sob o controle feminino.

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NYC - de Jutu van der Made 16mm, b&w, 1.5 min, silent, 2012 Um diário visual de minha residência em Nova Iorque no verão de 2012. Gravado com uma câmera pinhole 16mm à manivela em filme AGFA ST8, pois gosto do alto-contraste e da imprevisibilidade que o uso do pinhole proporciona, criando um ritmo único que opera como música silenciosa.

Rode Molen - de Esther Urlus 16mm, 5 min, optical sound (por Matt Kemp), color, 2013 Uma pesquisa em têcnicas de impressão cinematográficas. O ponto de partida para o filme são as pinturas de moinhos por Piet Mondriaan, em específico o Rode Molen (em holândes: moinho vermelho). No filme, a cor é criada por diferentes exposições através de diferentes máscaras utilizadas durante o processo de impressão. Ao depender da técnica de revelação, as cores se misturam de duas formas: aditiva ou subtrativa.

Utrecht 03 & 04 - de Daan de Bakker 16mm, 5min, silent, 2010 Dois pequenos retratos de uma cidade.

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Konrad & Kurfurst - de Esther Urlus 16mm, colour, sound, 7 min, 2013/14Uma reencenação fictícia dos cinco minutos de um evento que ocorreu nas Olímpiadas de Berlim em 1936. Feito com emulsão artesanal e colorido com a ajuda de publicações técnicas do cinema primitivo. A emulsão caseira serve como frágil metáfora para o heroísmo de Konrad e seu cavalo Kurfurst. Caindo de seu cavalo ele se tornou um herói nacional, mas aos olhos da história, um antí-heroi.

Balga – de Lichun Tseng, 16mm, 5min, silent, 2012 Este filme é inspirado por uma planta nativa Australiana, a Grass Tree. Eu fuí atraída pelo crescimento lento destas plantas, suas figuras espetáculares e a maneira em como sua existência unífica a terra e as pessoas. Filme preto e branco de alto-contraste foi utilizado para capturar e documentar o movimento da Grass tree na tentativa de refletir sua poesia visual. Seu nome científico é Xanthorrhoea preissii, mas os nativos também a chamam Balga.

Flow - de Lichun Tseng 16mm, b&w , optical sound, 17min, 2013Mudança é um processo, o ponto inicial e o ponto final. E se tudo fosse fluído, que sentido poderia ser derivado da interconexão de todas as coisas? Refletindo nas relações entre fluidez, mudança, observação e ritmo de imagens em movimento. Integrando e desenvolvendo um espaço poético para a contemplação e meditação entre o vazio e o sólido; movimento e inércia; expansão e retração; força e delicadeza.

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O OCULTO PESSOAL por HÄXÄN Film Festival03 de setembro de 2016

HÄXÄN é um festival da Baía de São Francisco, na California, que apresenta artistas emergentes explorando conexões místicas e psíquicas através de experimentações em filme e vídeo. Criado em 2014, o festival tece ressonâncias entre artistas trabalhando numa diversa gama sobre temas e estéticas do oculto, desde o kitsch new age até o sagrado e o mitológico. Os filmes investigam o mágico e o oculto, a subversão de papéis de gêneros masculino e feminino através do ritual e do misticismo, e as conexões com a terra e o natural em uma era cada vez mais digital. Os artistas dessa programação exploram as aplicações metafísicas de filme e vídeo ao mesmo tempo que perpassam a metamorfose do espaço do sagrado em um mundo globalizado e virtual. Os cineastas apresentados nessa edição conversam tanto com o oculto na história, quanto elaboram e imaginam novas possibilidades. Dessa forma, o festival HÄXÄN celebra a arte da bruxaria e o do Oculto Pessoal em suas formas infinitas.Curadoras do Festival: Courtney Fellion, Phaedra Restad, Hannah Schulman.

Ross Meckfessel, “The Invocation of Uzi”2014, 5min, USA, Super 8mmDocumentário sobre a filmagem de “Uzi's Party”, um drama adolescente por Lyra Hill.

Kathleen Quillian, “Fin de Siècle”2011, 8 min., USA, digital video“Fin de Siècle” revela as dimensões metafísicas de Era Vitoriana e examina as preocupações propagadas daquele tempo sobre superstição, novidades, espiritualidade e morte.

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Natalie Tsui, “Virgo (Horoscope Series)”2014, 3 minutes, USA, digital videoPredições astrológicas provindas de imagens de arquivo.

Karissa Hahn, “Before the Portrait”2013, 2 minutes, USA, 16mm to DigitalUma reconstituição ficcional do quadro “A Sereia” pintado por John William Waterhouse em 1901. O retrato de uma criatura imóvel idelizada em imagens de feminidade.

Nazare Soares, “Trapped Between Frames”2015, 11 minutes, UK, 16mm, VHS , HDUm filme estereoscópico feito para a instalação Ming I Darkening of The Light, por Nazare Soares em colaboração com os artistas de som Laila Hansen e Andre Stuart-Buttle

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Sarah Brady, “Monoliths”2015, 5min, USA, HDMeditação usando sinestesia de chacras para prover balanço e cura espiritual. Cara cor é uma onda viajando pelo espaço natural. As cores mudam dependendo da onde de luz e da frequência de som. Essas ondas e essas frequências ativam os chacras.

Penny Van Hazelberg, “Inner Palace”2014, 4min, Australia, VHSUma experiência em misticisimo e new wave transcultural, esse filme explora uma alternativa profunda em hibridismo religioso e fantasias cult.

Leyla Rodriguez, “The Separation Loop”2015, 4min, Germany, Super 8, HDNesse curta-metragem, a artista tenta conciliar complicadas relações entre dois mundos. Dá identidade única aos seus personagens, que experimentam a natureza e consequência de deslocamento involuntário

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Laura Conway, “They Run!”2015, 4min, USA, digital animationReconstituição visual do romance “As Brumas de Avalon”, de 1983, de Marion Zimmer Bradley. É uma defesa de Morgana, a amante, meia irmã, e vilificada princesa da lenda do mundo de Arthur.

Anna Winter, “dreamwind me please”2015, 3 min, USA, 16mmTerror noturno ritualizado em experimento de erradicação guiado pelas vozes de Iggy Pop e Diana Ross.

Leslie Supnet, “Second Sun”2014, 3min, Canada, 16mm to HDUm imaginar pós-apocalíptico do nascimento de um novo sol.

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Risco Cinema03 de setembro de 2016

Iniciamos este texto com uma constatação: o cinema experimental é mal conhecido e divulgado no Brasil. Não cabe nestas linhas apontar os motivos, que seriam muitos. Por mais que talentosos artistas e cineastas buscaram e continuem buscando práticas que fujam dos modelos hegemônicos, seus lugares em nossa história remetem à margem da margem, utilizando uma expressão de Décio Pignatari. Se, de modo geral, o cinema nacional sofreu ao longo de sua história diversos momentos de intermitência em sua produção, o experimental foi ainda mais esporádico. Cabe indicar que nos referimos especificamente quando dedicado às investigações de novas constituições de imagens e sons, sem vinculá-los, primordialmente, ao privilégio da narração.

Apesar dos desfavorecimentos serem muitos, identificamos a existência de pessoas interessadas em conhecer, discutir e realizar outras posturas cinematográficas. Esse desejo é uma questão crescente, e acreditamos que não só em nosso contexto. As novas tecnologias e formas de comunicação facilitaram novas maneiras de produção, bem como a constituição de redes, o acesso às obras por meio da internet favorecendo o conhecimento de um repertório que muitas vezes se manteve totalmente desconhecido dos interessados. Essa conjuntura permitiu uma maior visibilidade do cinema experimental.

Desde 2015, o Risco Cinema vem realizando uma série de atividades na cidade do Rio de Janeiro com intuito de promover a divulgação e reflexão sobre o assunto. Foram propostas sessões, mostras, debates, cursos e palestras, propiciando uma via entendimento de sobre o abrangente experimental estrangeiro e nacional. Tem sido um trabalho pedregoso, a passos curtos, desbravando caminhos. A busca por interlocutores tem se mostrado uma solução para contornar as inúmeras adversidades. Nos sentimos honrados com o convite do Dobra para juntarmos forças e contribuir para mais um canal de divulgação para esta sessão especial.

Nessa oportunidade, o Risco Cinema apresenta, juntamente com Hambre | espacio cine experimental, uma itinerância da Bienal de la Imagen en Movimiento - BIM, que é realizada originalmente na Argentina. Com foco no percurso experimental da América Latina, mas não só, é um programa composto por trabalhos realizados entre 2009 e 2014, com produções da Argentina, Brasil, Colômbia, México e Reino Unido, que indicam algumas tendências e estilos de criação contemporânea. Assim, oferecemos mais uma janela para que juntos possamos assistir e discutir novos modos de imagens.

Lucas MurariLuiz GarciaLuiz Giban

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VER - Panorama de Criação Latino-Americana.

Os programas de cinema e vídeo que integram VER estão conformados por obras participantes do Prêmio Norberto Griffa à Criação Audiovisual Latino-americana, que se outorga no marco da Bienal de la Imagen en Movimiento (BIM) que é organizada pelo Centro de Pesquisas Audiovisuais CONTINENTE da Universidade Nacional de Tres de Febrero, Argentina. VER se propõe a circulação de peças de vídeo e cinema experimental em diferentes espaços de exibição de diversas latitudes, com o objetivo de levar o audiovisual latino-americano a novas audiências.

Em HAMBRE | espacio cine experimental acreditamos fortemente na necessidade de proliferação de redes que ampliem as possibilidades para um território fértil e ao mesmo tempo nômade para o cinema experimental contemporâneo. No Brasil RISCO CINEMA tem sido nosso grande parceiro, acolhendo mostras de filmes de cineastas e coletivos como Scott Barley e Experimental Film Society. Nesta oportunidade a contive do Dobra e por um mutuo interesse nas expressões latino-americanas, compartilhamos com o público carioca esta apresentação RISCO/HAMBRE de VER Panoramas da criação audiovisual latino-americana, cuja linha curatorial deliberadamente se distancia do vococentrismo e na ausência de uma voz guia, prefere se perder na invenção de novos olhares (VER) onde a dimensão material, física, sensorial e contemplativa das sonoridades e visualidades ganha uma outra potência que abre caminhos impensados para uma nova imagem do cinema experimental latino-americano.

Sebastian Wiedemann + Florencia Incarbone

Curadores Hambre

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OAXACA TOHOKU, de Pablo Mazzolo 35mm / 11'35'' / Argentina / 2012 El 11 de Marzo de 2011 se produjo un terremoto en la costa de la región de Tohoku, Japón. La ruptura de las placas pacífica y norteamericana se expandió en un área de 100.000 Km2. Del otro lado del Pacífico, en la zona costera de Oaxaca (México), comenzaba un alerta máxima de tsunami.

S/T (cazadores), de Christian Delgado Video Standard / 1'56'' / Argentina / 2009 Atardecer en un día de cacería.

Los puntos internos, de Sergio Subero 16mm / 3'11'' / Argentina Diario fílmico en el que el proceso de la mirada es interno: el “ver” como impresión. Una pulsión a sentir la luz no solo como radiación o color, sino también como calor. Los ojos como ventanas entrecerradas.

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Deshoras, Toia Bonino HD / 5' / Argentina / 2012La cámara se acomoda y, como si fuera un escenario, las vacas ingresan a escena con su característica cadencia. Después deja su lugar de espectador principal para registrar lo imposible, la mirada de la vaca. La cámara colocada sobre el animal choca contra los cuernos de otra vaca, huele y arranca pasto, respira, se mueve e impide que miremos desde ella. Finalmente atardece, y los dos puntos de vista, humano y animal, incongruentes, convergen enfrentados en el ojo de la vaca que llora exhibiendo el reflejo de la autora frente a ella.

Sin Titulos, Juan Sorrentino Digital / 8'40'' / Argentina / 2009La cámara sigue a un lienzo blanco por un prado con árboles. El lienzo se detiene en ciertos lugares, enmarcando ramas, pastos, sombras, trozos de bosque. Propone esos "sin titulo" por algunos segundos y luego continúa su búsqueda de propuestas, como un cerebro creativo en busca de nuevos proyectos.

Fui a Capadocia e lembrei de voce, Larissa Figueiredo HD / 9' / Brasil / 2013 Quería volar;usted me sugirió que tenía raíces. Me cansé de ser un turista. decidí volver. Llego ahora.

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Windmills , Roberto Niño Betancourt HD / 7'40'' / Colombia / 2014 Herón de Alejandría inventó el molino el siglo I d. c en Grecia. Este invento revolucionario es el punto de partida para la realización de este documental observacional que explora los Países Bajos: un territorio perfectamente organizado delineado por canales que cuidadosamente dividen las llanuras verdes en las que se encuentra el ganado. Una tierra conquistada al océano por el hombre y su técnica. El viaje evoluciona a partir de ambientes puros y naturales, como el mar y los bosques, hacia el medio ambiente intervenido por el hombre, quien explota sus recursos para garantizar su supervivencia. El molino se convierte en el protagonista de la trama ya que representa la columna vertebral de la evolución tecnológica, que modificó los paisajes naturales de manera definitiva. Las huellas dejadas en el camino son el único indicio de la presencia del hombre en el relato. Será la naturaleza la que se revele a sí misma mientras experimenta su continua transformación.

Fragmentos de Domingo, de Benjamin Ellenberger Super8mm / 3' 13'' / Argentina / 2013 Sinopsis Este film nace por el simple deseo de capturar, documentar, guardar la luz de un espacio cotidiano que en poco tiempo dejaría de habitar intentando que algo de aquella atmósfera quede impregnado en las imágenes.

Solitude, Pablo Mollenhauer HD / 11' 51'' / UK / 2014 La película toma la forma de una estructura hecha mediante conexiones materiales y sensoriales. Luz y duración, sonido y visión son entrelazados a través del aparato de grabación cinematográfica para revelar vínculos entre los ritmos de la ciudad y la naturaleza, lo humano e inhumano. La película es una yuxtaposición de dos mundos sensoriales que convergen en un lugar del suburbio de Londres. Este lugar de soledad, en el patio trasero de la maquinaria productiva de la gran ciudad, constituye una metáfora de nuestra relación contemporánea con la existencia y la muerte.

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Mi Horizonte, Carlos Marulanda HD / 5' 51'' / Argentina / 2013 SAtravés de las experiencias personales de habitar una ciudad vista desde lo íntimo de los recuerdos, se presenta la unión de dos perspectivas de la silueta de una ciudad; desde el campo y desde la urbe, lugares contrapuestos geográficamente y unidos en una misma experiencia de texturas visuales y ambientes sonoros. Mi horizonte es una exploración plástica de la memoria y del tiempo.

Fe, Juan Pablo Villegas HD / 2'36 / México / 2012 Fe –un video que toma su nombre del símbolo químico del fierro, sin excluir su obvia connotación religiosa- es una obra que busca hacer visible lo invisible por medio de la observación del efecto que tiene el electromagnetismo sobre la limadura de hierro. Utiliza el conocimiento científico para atrapar lo impalpable: la energía misma. Es una búsqueda de darle vida a lo inerte, con los ecos metafísicos del tributo a un Dios creador, uniendo lo arcaico con lo progresista.

Abecedario/B, do Colectivo Los Ingrávidos16mm-HD / 04' 55'' / México, 2014 Abecedario es un intento por transformar la experiencia cinematográfica en una muerte fílmica, en una ejecución fílmica. La experiencia audiovisual de la actual guerra civil mexicana.

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Longa-Metragem03 de setembro

“O Espelho”de Rodrigo LimaHD, 2015, Rio de JaneiroUm homem é misteriosamente chamado à porta de entrada de uma casa de campo abandonada. Uma mulher emerge da lama, do fundo de um lago. Os dois se aproximam e um feitiço é lançado. Juntos, eles experimentam os encantos da alucinação da memória e dos sonhos. Uma recriação do conto homônimo de Machado de Assis.

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O real tomado como processo materia l, dinâmico e não linear se dá poragenciamentos de estruturas com consistências singulares.Matéria-energía-informação em fluxo.Rochas, ventos, germes, palavras (filmes?) seriam vias diversas de um fluxo único da matéria energia que expressa a si mesma. (M.Delanda).

No passo bio/geo/socio/lógico desse mundo o metal- material da acumulação originária - ente desse complexo sistema terra operou como um atrator estabilizando fluxos, dan do base material para relações e equivalências entre entes dissemelhantes: o dinheiro. Operação intensificada , transformada num

complexo fluxo totalizante, variável e abstra to:

o capital .

O sistema-terra saturado, seus corpos exaustos e des ejantes indicam um limite, apontam o dedo - Polegarzinha? (M.Serres)

- para uma mudança crítica em curso/fluxo - antipolítica?

- uma bifurcação.

Os corpos - materiais estáveis desse complexo sistema - de ordem finita (tempo de vida, de sono, capacid ade de concentração e cognição) se vêem expostos/atravessados por elementos de tendência infinita: valor .

A abstraç ão, responsável pela produção do valor no sistema (semio)capitalista se radicaliza ao perder completamente sua base material.

Nela se ignora a corporalidade do trabalhador, bem como a qualidade e a utilidade do objeto resultante do trabalho. O modo de produção contemporân eo do capitalismo se instaura portanto na dimensão imaterial no qual " todo ato de transformação pode ser substituído por informação e o processo de trabalho se realiza através da recombinação de signos" .

O programa proposto : _ _f i n _ _ _

é parte de uma pesquisa -prática em curso .

Ele propõe dar visibilidade as consistências , as formas de viver, de se alienar e de resistir no (semio)capitalismo. Convida a todos a entrar num jogo d e forca -

violento e infantil-

em que independent e do resultado estamos todos -

terranos e mundanos - implicados.

_ _ f i n _ _ _ opera como um exclamação, reminiscência ou ritornelo para um diálogo chave tra zido por Waman Puma de Ayala no "El Primer nueva coronica y buen gobierno (1612-1615)".

Nele um índio (Wayna Qhapaq) pergunta a um "branco" (Candia) - nesse caso um espanhol - mas que podria ser qualquer i nimigo (não indio) - ou qualquer um do "nosso" povo da mercadoria (D.Kopenawa):

-Wayna Qhapaq: ¿kay quritachu mikhunki? (Comes esse ouro?)

- Candia: Esse ouro comemos.

...

Programa _ _ f i n _ _ _

por Ж

Reprodução: El Primer nueva coronica y buen gobierno (1612-1615) p.343

04 de setembro

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Kapital - Issac Julien. 31', Reino Unido, 2014. Kapital é um trabalho de duas telas centrado em torno de uma conversa na Hayward Gallery, Londres entre Julien e o renomado acadêmico marxista David Harvey (autor do livro " Enigma do Capital"). Julien começa o filme perguntando porque o capital é tão difícil de ser representado, pegunta a que Harvey responde primorosamente " da mesma forma que apenas podemos intuir que a gravidade existe por seus efeitos, apenas podemos intuir que o capital existe por seus efeitos". Organizado como parte de um seminário chamado Coreografando o Capital [Choreographing Capital] organizado pelo artista na Hayward Gallery em 2012, o evento teve intervenções notáveis de teóricos, críticos e curadores como Stuart Hall, Paul Gilroy, Irit Rogoff e Colin MacCabe. Julien sempre trabalhou em colaboração, conversas e intercâmbios mas esta é a primeira vez que ele abriu seu complexo e rigoroso processo de pesquisa que subjaze seu método de trabalho.

"Schismes" - Yann Beauvais. 7 ', Brasil, 2014. Protestos em diferentes países são confrontados com o discurso de alguns políticos perpetuando o velho colonialismo e respostas para um mundo que eles não entendem mais.

" I Live in Fear- Record of a Living Being After March 11 - Nina Fischer & Maroan el Sani. 29' , Alemanha, 2014.Em Aichi no Japão, convidamos refugiados que escaparam dos efeitos do desastre nuclear em Kukushima e atores para uma exibição do filme de Akira Kurosawa " Anatomia do Medo" (1955), para reavaliarem a questão trazida por Kurosawa depois dos testes com armas nucleares no Atol de Bikini na década de 50. A sessão se seguiu por uma discussão e uma oficina de improviso focada na exploração dos medos e incertezas em torno da catástrofe nuclear e da ameaça da radiação.

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"Portrait of Karl Marx as a young god" [ Retrato de Karl Marx como umjovem deus] - Gernot Wieland00'59 segundos, Alemanha, 2009.O filme ""Portrait of Karl Marx as a young god" consiste em colagens de desenhosque são apresentados como um slideshow com comentários em off. As imagens dão a ver reminiscências especificas da história recente da Alemanha, enquanto os comentários em off estendem e contraem essas imagens com múltiplas interpretações. O trabalho de Gernot Wieland fusiona conhecimento acumulado, formas narrativa associativa e contextos fantásticos em arranjos fílmicos que estabelecem relações diretas entre a arte e a realidade. Ele usa a construção de mundos paralelos autônomos como uma estratégia artística para desenvolver variadas e diferentes formas de "miniaturas fictícias ". P. Grzonka.Essas " miniaturas fictícias " são tratadas como documentações que nunca ocorreram, mas que também poderiam ter acontecido.

" ES - Estado Evangélico " - Alice Dalgarondo & Antonia Cattan. 25', Brasil - Alemanha, 2015. O retrocesso pelo qual o país - Brasil- passa é explicitado por um retrocesso midiático: imagens pobres, pixeladas e fragmentadas. O que representaria o progresso em propagandas governamentais aparece no vídeo como o anúncio de uma catástrofe, onde grandes obras de infraestrutura desenham um Brasil desértico.

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Performance: Nosotros

04 de setembro

Ação lúdica, ritual em imagens de vida transitória

livre de memória e de um corpo.

Fluxo como estrutura circular não linear,

destruição de camadas de projeção.

isso (não) é um filme de sk8

"no soy - no hay yo - siempre somos

nosotros ". O Paz.

Fernado Akira e eprr

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Longa-Metragem04 de setembro

“Angelus Novus”Duo Strangloscope (Rafael Schlichting & Cláudia Cárdenas)HD, 2016, Santa Catarina, BRA partir do delírio, da mística e do devaneio, romper com a lógica de uma narratividade historicista e positivista. Buscar, na aventura mesma do experimentalismo cinematográfico, um tempo espaço imagem em que o Angelus Novus seja um chamado ao risco e á ruptura com a lógica linear da acachapante contação de histórias críveis. Pelo incrível!!!! - grita o Angelus Novus.

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Créditos:

Concepção e Organização:

Cristiana Miranda, Hernani Heffner

Curadoria:

Cristiana Miranda

Curadores convidados:

Courtney Fellion, Phaedra Restad, Hannah

Schulman, Lili White, Gondwana Antropoceno,

Rita Piffer

Produção:

Sabrina Bitencourt, Diana Iliescu, Cristiana Miranda,

Rita Piffer, Hernani Heffner

Tradução de textos:

Cristiana Miranda, Rita Piffer, Gondwana

Antropoceno

Projeto gráfico:

Pablo Souza, Lucas Pires e Jader Monteiro

Legendagem Eletrônica:

Silêncio Multimídia

Apoio institucional:

Cinemateca MAM, Hambre | espacio cine

experimental, Universidade Estácio de Sá, Nicole

Brenez

Site:

Heraldo HB

Agradecimentos especiais:

Nicole Brenez, Esther Urlus

Superintendência do Audiovisual - SEC/RJ [Lia

Bahia] Vilacine | Cine Joia [Raphaael Camacho,

Raphael Aguinaga, Joseane Aguinaga, Betania

Furtado e Equipe Vilacine]

Agradecimentos:

Antonio Carlos Kern

Sady Bianchini

Alice Gonzaga

Mate com Angu

Duo Strangloscope

[Cláudia Cárdenas & Rafael Schlichting]

Sebastian Wiedeman

Lucas Murari

Luiz Cláudio da Costa

Luiz Garcia

Ricardo Cota

Susana Oliveira Dias

Carol Silveira

e a todos os realizadores.

Produção e realização:

Coletivo Dobra

Apoio:

Cineclube Mate Com Angu

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