cinco sÉculos de cartografiaº 1 – a... · celebrando-se agora o quinto centenário do...

31
AGRUPAMENTO DE ESTUDOS DE CARTOGRAFIA ANTIGA CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA E CARTOGRAFIA ANTIGA SECÇÃO DE LISBOA CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIA DAS ILHAS DE CABO VERDE POR A. TEIXEIRA DA MOTA JUNTA DE INVESTIGAÇÕES DO ULTRAMAR LISBOA 1961

Upload: others

Post on 10-Mar-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

AGRUPAMENTO DE ESTUDOS DE CARTOGRAFIA ANTIGA

CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA E CARTOGRAFIA ANTIGA

S E C Ç Ã O D E L I S B O A

C I N C O S É C U L O S D E C A R T O G R A F I A D A S I L H A S D E C A B O V E R D E

P O R

A . T E I X E I R A D A M O T A

J U N T A D E I N V E S T I G A Ç Õ E S D O U L T R A M A R

L I S B O A • 1 9 6 1

Page 2: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

A. TEIXEIRA DA MOTA

Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga, Secção de Lisboa

Celebrando-se agora o quinto centenário dodescobrimento do arquipélago de Cabo Verde,vem a propósito apresentar algumas espéciescartográficas que lhe dizem respeito e foram tra-çadas ao longo dos cinco séculos decorridos.

Desde as primeiras cartas náuticas onde fi-gura o arquipélago até aos mais modernos levan-tamentos hidrográficos, organizou-se uma pe-quena selecção em que, por um lado, através derepresentações das ilhas, se procura caracterizarvárias épocas da história da cartografia, e, pelooutro, evocar alguns episódios da longa e aciden-tada vida da província desde o início do seu po-voamento.

B bem conhecida a discussão à volta dos des-cobridores das ilhas ocidentais do arquipélagode Cabo Verde — António de Noli, Luís de Cada-mosto e Diogo Gomes. Uma carta régia de 3 deDezembro de 1460 indica já os seus nomes: SamJacóbo (Santiago), [Sam] Fellipe (Fogo), DeIas Mayaes (Maio), Sam \Christovam (Boavista)e Lana (Sal).

No que respeita às restantes ilhas, vêm pelaprimeira vez referidas numa carta régia de 19de Setembro de 1460, com os nomes Brava, SamNycollao, Sam Vicente, Rasa, Branca, Santa Lu-zia, SantAntónio, dizendo-se noutra carta, de 29de Outubro de 1462, que o seu descobridor foiDiogo Afonso.

Cadamosto, que deve ter estado nas ilhasorientais, regressou de Portugal a Veneza em1463, sendo natural que levasse consigo qualquercarta portuguesa contendo já o arquipélago. Ocerto é que as primeiras representações destevêm nos atlas de Benincasa a partir de 1468.

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

ESTAMPA I — Atlas de 1468, pertencenteao príncipe di Trabia e Butera, Paler-mo. Uma das cartas, com a costa afri-cana desde o Cauo bianco até fallolu,contém quatro ilhas orientais do arqui-pélago: Isola de Sal, Ya. de bonau, Ya.de mais e Ya. de San Jac°. - bonauista.

ESTAMPA II — Atlas de 1468, perten-cente ao Museu Britânico (Add. Ms.6390), Londres. Uma das cartas, coma costa africana desde o cauo biancoaté ao cauo mesurado, contém, alémdas quatro ilhas que vêm no atlas dePalermo, mais as seguintes: San vi-cenço, San nicolo, braua e San felippe.

ESTAMPA III — Atlas de 1469, perten-cente à Biblioteca Ambrosiana (S. P.II, 6), Milão. Numa carta da ÁfricaOcidental abrangendo sensivelmente amesma área que a anterior, contémmais três ilhas do que esta. Mais cor-rectamente é dado o nome de Ya. bran-ca à que está junto de san nicolo, se-guindo-se para norte a Fa. de Sta. Lú-cia e duas outras sem nome (certa-mente S. Vicente e Santo Antão).

As representações das ilhas de Cabo Verdecontidas noutros atlas de G. Benincasa até 1480incluem-se nos três tipos indicados, por vezescom ligeiras variantes que não parece terem sig-nificado especial (a). Ê mesmo plausível supor

(i) Parte delas vêm em Foutoura da Costa. Cartas dasIlhas de Cabo Verde de Valentim Fernandes, Lisboa, 1939.

11

Page 3: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

que Benincasa tivesse utilizado um único protó-tipo português, do qual extraiu mais ou menosilhas, de acordo com a sua situação em relaçãoà margem esquerda das cartas, que por vezescorta o arquipélago.

O desenho do arquipélago aparece já bastantemais correcto numa carta de Soligo de c. 1486,numa carta de Pêro Reinei de c. 1485-1490 e noplanisfério de Cantino de 1502 (2). Encontra-sedepois em numerosas cartas náuticas do Atlân-tico do século xvi.

Valentim Fernandes, ampliando-as natural-mente de uma carta náutica, desenhou no seuconhecido códice (agora em Munique) dez dasilhas de Cabo Verde, dando porém apenas a no-menclatura costeira de uma delas (3) :

ESTAMPA IV — Ilha de Santiago, segundoValentim Fernandes, 1506-1508, ten-do-se conservado até hoje uma partedos nomes que ele indica.

A partir de fins do século xvi, o arquipélago,que já antes era bastante frequentado por na-vios espanhóis, no caminho para a América e Pa-cífico, ou então para comerciarem, sobretudo emescravos, passa a ser procurado por Ingleses,Holandeses e Franceses, que por vezes, em actosde guerra ou pirataria, atacam as povoações e osnavios fundeados nos portos ou navegando nasproximidades.

Um exemplo foi o da esquadra inglesa de 23navios e 2300 homens, que, sob o comando deFrancis Drake, aportou em Novembro de 1585 àilha de Santiago, aí desembarcando 600 homensque tomaram e saquearam a cidade da RibeiraGrande (4).

ESTAMPA V — Saint lago, gravura, atri-buída a Jodocus Hondius, no livro deW. Bigges: A summarie and true dis-course of Sir Frances Drake West In-dian voyage, Londres, 1589. Esta curio-sa gravura contém, ao que julgamos, a

(2) Para as representações de Soligo e Cantino verFontoura da Costa, ob. cit. A carta de Pêro Reinei, recen-temente descoberta e cuja data se indica provisoriamente,será reproduzida no V volume de Portugaliae Monumento,Gartographica.

(3) O Manuscrito «Valentim Fernandes», Lisboa, 1940,com as reproduções de todos os desenhos, que tambémvêm e são estudados em Fontoura da Costa, ob. cit.

(4) Sobre esta expedição de Drake, ver Irene A.Wright: Further English voyages to Spanish America158S-1591i, Hakluyt Society, 2nd series, n° XCIX, London1951, com reproduções dos mapas e plantas do livro deBigges e uma nota a seu respeito, p. XIII.

mais antiga representação, hoje conhe-cida, da cidade da Ribeira Grande,sendo de notar que nela já figura tam-bém a povoação da Praia. Acompanhaa gravura uma extensa legenda expli-cativa, a qual reproduzimos a seguir naíntegra, dado o seu evidente interesse.De destacar que no vale da Ribeira «dogrow both many excellent hearbs andsundry most delicate fruites, as Dates,Coches nuttes, Plantens, Orenges, Le-mons, Sugercanes and diuers others»;já se fizera, portanto, uma larga intro-dução de espécies vegetais exóticas,uma das características mais salientesda colonização portuguesa nos tró-picos :

LEGENDA

A The place where the whole Fleete first ankered.B The place where the Pinnaces and Shipboates did set

the souldiers on shore, which might be some fiuemiles from the towne of S. lago.

C The way which the army did passe ouer the moun-taines.

D A large plaine and place where the army was mar-tialled in order of battell, and so marched towards thetowne.

E A troupe of shot sent before the vantgard to discouer.F A troupe of shot belonging to the vantgard, and was

lead a little before the squadron of pikes of the saidvantgard.

G- The squadron of pikes which had the vantgard, whichsquadron with the troupes of shot belonging vnto itconsisted of three companies.

H Two troupes of shot which marched as the right wingor flanke of the vantgard.

I Two troupes of shot marching on the left wing orflancke of the vantgard.

K A troupe of shot being also of the vantgard and fol-lowed the pikes.

L The first troupe of shot belonging to the battell, andis the lesser of the twaine that marche before, appoint-ed expresly to discouer and to take knowledge of anything before.

M The seconde troupe of shot being the greater belong-ing to the maine battell, and marched next before thesame.

N Troupes of shot belonging to the maine battell.O The great squadron of pikes which caried the place

of maine battell, which with the troupes of shot be-longing vnto it, consisted of foure companies of onehundred and fifty men to each ensigne.

P The squadron of pikes which made the riergard,which with the troupes of shot thereunto belonging,consisted of three enseignes or companies.

Q Troupes of shot belonging- to the riergard.R A place fortified without the towne of Saint lago, by

the Which we entred the same being vpon a high hillor mountaine> and easily ouerlooking all the towne,vnto the which towne from thence there lieth a way bythat sloping parte of the hill which is towardes thesea, but the rest of the said towne lieth in a lowbottome, a valley betweene two hils and the hils beingcliffed on bothe sides of the said valley which valleycontinueth a great way vp into the country, in thewhich valley dooth grow many pleasaunt fruites,which are watered at pleasure by meanes of a smallfine broocke of running water issuing out of the moun-taines of the Island country.

12 Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 4: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Gabo Verde

S The valley aforesaid wherein do grow both manyexcellent hearbs and sundry most delicate fruites, asDates, Coches nuttes, Plantens, Orenges, Lemons, Su-gercanes and diuers others.

T The market place.V The Church.X The midle platforme, standing to the sea warde fur-

nished with very good artillery.Y The platforme on the west part of the towne furnished

in like sort.7i The platforme on the East part well planted with

great ordinance as the rest.AA A place vpon the height of the mountaine standing

on the west side of the valley, and was fortified asthe other ouer against it by the which we entred.

BB A little Chappell that stoode on the point of landon the West side of Saint lago.

GC The towne people being Portingals and flying fromthence.

DD The way which we marched into the country to-wardes the village called Saint Domingo, where itwas said the Bishop and gouernours were fled, butvpon our approche thitherwardes, they also fledfrom thence before vs.

EE The village of Saint Domingo being twelue Englishmiles, that is, six leagues of France distant fromSaint lago into the hart of the Island country.

FF The towne of Prayo standing by the sea side, whichvpon our going a way was burned with fire as thetowne of Saint lago was.

GG The purtraicture of a flying fish, drawne very liketo the liuing fish, wherof we saw great store, andhad many by falling into the ships, for they fly notaboue ten or twelue score paces and so fall into thesea againe, out of the which they rise & take theirflight comonly in flocks together when they behardly chased, and euen ready to be deuoured of theDolphin and a fish called Bonito. This picture ofthe flying fish is well nigh as big as the liuing fish,of which kind there hath not beene sene any in myknowledge to carry aboue double the lengh of thispictured fish.

Os Holandeses, sobretudo na fase de expan-são da sua Companhia das índias Ocidentais,também se interessaram pelo arquipélago, poiseste era um importante ponto de escala para oBrasil e servia de base para um activo comérciodos Portugueses com a Guiné.

Um dos maiores cartógrafos holandeses doséculo xvn, Hessel Gerritsz, trabalhando paraaquela Companhia, embarcou para o Brasil noZutphen, navio da esquadra de Adriaen JanszPater, e esteve no arquipélago nos fins do 1628,tendo os Holandeses atacado Santiago sem su-cesso.

Em resultado dessa viagem escreveu HesselGerritsz dois valiosos roteiros, que se conservamno Rio de Janeiro e na Haia. Este último contémuma descrição das ilhas de Cabo Verde, com cin-quenta e duas vistas da costa e esboços de car-tas das ilhas e portos. Delas se dão, a seguir,dois exemplos (5).

(5) Sobre a multiforme actividade de Hessel Gerritsz,ver Johannes Keuning: «Hessel Gerritsz», in Imago Mun-ãi, vol. VI, pp. 49-66 (roteiros da viagem de 1628 a pp. 63--64), Stockolm, 1949.

ESTAMPA VI—7. de St. Tiago de Cabo Ver-de (Praya)f Isle fogho. Isle Brauo,Algemeen Rijksarchief, Haia (Buitenl.Kaarten, atlas x, fols. 44-45).

ESTAMPA VII—Ilha de Mayo, Idem, foi. 49.

Também os Franceses por várias vezes de-sembarcaram nas ilhas e aí praticaram assaltose actos de guerra. O Sul de Santiago, com as po-voações da Ribeira Grande e da Praia, era a zonamais atingida pelas depredações. De um destesassaltos, que não pudemos por ora identificar(mas que deve ter tido lugar no século xvm),parece ser testemunho um desenho «fait par lêSr. Pitton Ingenieur Volontaire», no qual clara-mente se indica o local do desembarque, a lesteda Praia, e os caminhos seguidos até à RibeiraGrande, falando-se no «battaillon» e nos «grena-diers» :

ESTAMPA VIII — Plan de Ia Ville et dêsforts de Uisle de St. lago et de lev cotejusque au fort de Ia praiye, Bibliothè-que Nationale, Paris (Depot, 120.7.9D).

O século xvm é o século de oiro da cartogra-fia francesa, que ocupa então o primeiro lugarna Europa. Além de grandes geógrafos, comoDelisle e D'Anville, a França produziu notabilís-simos hidrógrafos. Resolvia-se então o célebreproblema das longitudes, o que acarretou umarenovação e intensificação dos levantamentoshidrográficos, em que se distinguiram os Fran-ceses.

É exemplo disso uma estampa da Voyage faitpar Ordre du Rói en 1768 et 1769 (tome I, plan-che m), obra cujo autor não identificámos, e naqual se contém uma carta geral do arquipélago(com indicação das observações de longitudes porcronometres), um plano do porto da Praia e vis-tas deste último e da ilha de Maio:

ESTAMPA IX — Carte reduite dês lies duCap-Vert ãressée sur de NouvellesObservations par Mr. d'Eveux de Fleu-rieu, 1772. Plan de Ia Rode de Ia Prayapar Mr. d'Apres de Manevillete, 1763.Vue de 1'Ile de Mai. Vue de Ia Rade deIa Praya.

O século xvm é um período de decadência nacartografia náutica portuguesa, sendo em nú-mero reduzido as espécies desse tipo e dessaépoca que nos chegaram, indício evidente de que

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961 13

Page 5: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

os nossos marinheiros, para a sua navegação, re-corriam sobretudo a cartas estrangeiras (6). Po-dem no entanto apontar-se algumas cartas náu-ticas portuguesas do arquipélago. A que se in-dica a seguir em primeiro lugar é manuscrita erepresenta as ilhas de Santa Luzia, S. Vicentee parte de Santo Antão, contendo, em legenda àparte, a nomenclatura costeira. Está desenhadaà maneira holandesa, com as vistas de costa re-batidas ao longo da linha do litoral. A que seindica em segundo lugar é uma carta geral doarquipélago, gravada, contendo em legenda algu-mas indicações sobre a navegação e a referênciaexpressa à escala que os navios estrangeiros comdestino ao Índico costumavam fazer no porto daPraia para aí «refrescar e fazer carnes»;

ESTAMPA X — [Carta das Ilhas de SantaLuzia, São Vicente e parte de SantoAntão], Manuel Isidoro Marques, 1768,Mandado fazer pelo Dezor. João GomesFerreira, Ouvidor Geral que foi dasIlhas de Cabo Verde, Gabinete de Es-tudos Históricos de Fortificação eObras Militares, Lisboa.

ESTAMPA XI — Plano das Ilhas de CaboVerde tirado por Francisco Ant°. Ca-bral Anno de 1790, Gabinete de Estu-dos Históricos de Fortificação e ObrasMilitares, Lisboa (4225/1, 1A-9-13).

O século xvin é, na história da cartografiaportuguesa, o período áureo dos engenheiros mi-litares, que nos legaram uma quantidade apre-ciável de levantamentos topográficos do ultra-mar. Devem-se-lhe as quatro espécies seguintes:

ESTAMPA XII — S. Vicente, Biblioteca Pú-blica Municipal do Porto (pasta 24,fl. 27). Faz parte de uma colecção deseis cartas do arquipélago, de que sóesta tem título, e apenas esta e a doSal têm nomenclatura, muito densaaliás. Sem data, mas provavelmente defins do século xvm. Sem autor, mas oestilo e a letra apresentam afinidadescom obras de António Carlos Andreis,autor da planta reproduzida na estam-pa xv. Na realidade, conhece-se umrequerimento (de 1779) deste capi-

tão (que esteve em Bissau em 1765e em Cabo Verde desde 1766 a 1779pelo menos), do qual se conclui quenão só trabalhou nas obras de fortifi-cação do arquipélago e respectivos la-vantamentos e desenhos, mas tambémnas «cartas das dez ilhas ditas, cujosrascunhos tão somente pode o suppli-cante fazer, em razão da falta de meyosconducentes, e indispensáveis para aspor em limpo» (7); este facto junta-seassim à semelhança de estilo apontadaacima, fazendo crer que o autor dascartas das ilhas, agora no Porto, foiAntónio Carlos Andreis.

ESTAMPA XIII — [Sal]. Da série indicadaa propósito da estampa anterior (pas-ta 24, fl. 25).

ESTAMPA XIV — Planta da Cidade da Ri-beira Grande da Ilha de Cabo Verde,com as suas fortificaçoens, e o estadodelas e da sua Artilharia, Arquivo His-tórico Ultramarino, Lisboa (Cabo Ver-de, Ene. IV, 71). Sem data, mas refere--se a ela um ofício de Manuel Gonçal-ves de Carvalho, datado da RibeiraGrande, 24 de Junho de 1769.

ESTAMPA XV — Planta da Cidade da Ri-beira-Grande da Ilha de Santiago deCabo Verde em cuia planta se vê ex-pressadas as vocaçoens dos templos;nomes dos bairros, e ruas; como tam-bém o destino dos principais edeficios,e a quem pertencião; tudo porem noestado em que se achava em 1778, porAntónio Carlos Andreis, Gabinete deEstudos Históricos de Fortificação eObras Militares, Lisboa (1198/1A-9--13). Tem a um canto um Mappa dosBairros, ruas, habitaçoens e habitado-res da \Cidade, do qual se verifica quetinha então 787 habitantes (495 livrese 292 escravos).

O século xix é o período áureo da hidrografiainglesa. O aumento do comércio marítimo e acrescente expansão ultramarina, tão ligados ao

(6) Exceptua-se no entanto o caso das costas do Bra-sil, de que nos chegou um número apreciável de levanta-mentos portugueses.

14

(7) Sousa Viterbo, Diccionário Histórico e Documen-tal dos Architectos, Engenheiros e Constructors Portu-gueses ou ao serviço de Portugal, vol. I, pp. 28-30, Lisboa,1899.

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 6: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

desenvolvimento da marinha britânica, têm oseu natural reflexo na extraordinária obra hidro-gráfica então levada a cabo por todo o mundo eno renome de que continuam a gozar as cartasdo Almirantado.

Logo no primeiro quartel do século xix se ve-rifica a actividade dos hidrógrafos ingleses noarquipélago de Cabo Verde. São disso exemploas três cartas seguintes, levantadas em 1819 e1820 por oficiais do H. M. 8. Leven, Captn. D. E.Bartholomew:

ESTAMPA XVI — An Orometric Survey ofBonavista (one of the Cape Verde Is-lands) by Lieut8. Vidal and Mudge}

1819.

ESTAMPA XVII — A Survey of St. Nicholas(One of the Cape Verde Islands) byMr. E. B. Durnford, Mitt1., 1820.

ESTAMPA XVIII—A Plan of Porto Grande,in the Island of St. Vincent (one ofthe Cape Verde Islands) surveyed byLieut8. Vidal & Mudge, assisted by Mr.E. P. Durnford, Midn., 1820 (8).

Durante o século xix fundam-se novas povoa-ções no arquipélago de Cabo Verde, intensifica-sea colonização em várias ilhas anteriormente de-sabitadas, ou quase, e desenvolvem-se as obraspúblicas. Tais factos tiveram o natural reflexona evolução cartográfica do arquipélago, do quese dão alguns exemplos.

Em 1840 o governador-geral João de FontesPereira de Melo nomeou o seu filho e ajudantede ordens, tenente António Maria de Fontes Pe-reira de Melo, para levantar plantas hidrográfi-cas do arquipélago e ocupar-se de vários assun-tos de obras públicas. Este assentara praça naArmada e frequentara a Academia dos Guardas--Marinhas, tirando a seguir o curso de Engenha-ria na Academia de Fortificação, transformadalogo em Escola do Exército. Reunia por isso es-peciais condições para tal encargo, e até 1842,além dos planos dos portos da Fajã de Agua,Praia e S. Vicente, levantou mais a planta se-guinte (°).

ESTAMPA XIX—Planta do Porto da Furnana Ilha Brava levantada no anno de1840 por A. M. F. P. M., Arquivo His-tórico Ultramarino, Lisboa.

O jovem tenente, que iria ser um dos maisnotáveis homens públicos portugueses do século,ocupa assim também um lugar na história dacartografia cabo-verdiana.

Outro oficial, também dado à política (ondenão foi porém tão feliz como Fontes Pereira deMelo) e que deixou o seu nome vinculado à car-tografia de Cabo Verde, foi José Joaquim Lopesde Lima, oficial da Armada. No livro i dos En-saios sobre a Statistica das Possessões Portugue-sas no Ultramar, dedicado às ilhas de Cabo Ver-de e Guiné, saído em 1844, além de planos hidro-gráficos do Porto da Praia e Porto Grande deS. Vicente, levantados por ele em 1827 (e aindacom as vistas de costa rebatidas, à maneira ho-landesa), apresenta a seguinte carta geral, ba-seada nas cartas hidrográficas inglesas:

ESTAMPA XX — Carta Hydrographica doArchipelago de \Cabo-Verde, publicadapor José Joaquim Lopes de Lima doConselho de S. M. F., Capitão de Fra-gata da Armada Portuguesa em 18^4-

(8) Os exemplares reproduzidos, todos das primeirasedições, são os do arquivo do Hidrographic Department,Admiralty, Londres.

(9) V. Sena Barcelos, Subsídios para a História de CaboVerde e Guiné, parte IV, pp. 267-268, Lisboa, 1910.

Sena Barcelos, oficial da Armada, natural dailha Brava, destacou-se também ao serviço doarquipélago. Historiador infatigável, foi autordos extensos Subsídios para a História de CaboVerde e Guiné, cujos seis volumes saíram de 1899a 1912 e continuam a ser a principal fonte para ahistória das duas províncias. Mas, além do valiosoRoteiro do Archipelago de Cabo Verde, 1892,ilustrado com cartas de todas as ilhas, Sena Bar-celos fez ainda o levantamento de vários portosdo arquipélago, como o do Porto Grande de S. Vi-cente, Porto da Ponta do Sol (Santo Antão),Porto de Santa Maria (Sal) , Porto Inglês (Maio) ,Porto de Santiago, Porto da Preguiça (S. Nico-lau), Porto da Furna (Brava), Porto da Ribeirada Barca (Santiago), Porto de Sal Rei (Boa-vista), Porto da Praia (Santiago), Porto do Tar-rafal (Santiago), e ainda o seguinte:

ESTAMPA XXI — Plano hydrographico dosportos da Villa de S. Filippe e de N.a

S.a da Encarnação, Ilha do Fogo, 1900.A estampa reproduz o desenho origi-nal, de M. Dinis, que serviu para agravura da carta impressa e se encon-

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961 15

Page 7: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Gabo Verde

tra na Junta de Investigações do Ul-tramar (pasta 26, Fogo 2). Neste orga-nismo estão também arquivados osoriginais dos levantamentos, da mãode Sena Barcelos.

Todos estes planos levantados por Sena Bar-celos foram editados pela Comissão de Carto-grafia, criada em 1883, organismo que veio coor-denar e impulsionar os levantamentos hidrográ-ficos e topográficos do Ultramar, e ao qualsucedeu, em 1936, a Junta de Investigações doUltramar.

Sob a égide destas instituições a cartografiado arquipélago teve um grande progresso, sendoeditadas numerosas cartas novas (10). Dão-se aseguir alguns espécimes (uma das mais antigas

(!Q) A sua lista vem no Catálogo das Cartas Existen-tes na Junta de Investigações do Ultramar, l.B parte (Pro-víncias Ultramarinas Portuguesas, Cartas Impressas),Centro de Documentação Científica Ultramarina, Lisboa,1960. As cartas manuscritas (muitas das quais são os le-vantamentos originais e os desenhos que serviram para agravura) constam do Catálogo das Cartas Existentes naJunta de Investigações do Ultramar, 2.tt parte (ProvínciasUltramarinas Portuguesas, Cartas Manuscritas), Secçãode Cartografia Antiga, Lisboa, 1960.

e uma das mais modernas cartas topográficas, eo mais moderno plano hidrográfico):

ESTAMPA XXII — Carta da Ilha do Sal(Cabo Verde), 1887. Coordenada porErnesto de Vasconcelos.

ESTAMPA XXHI — Carta da Ilha de S. Vi-cente, 1932. Carta levantada em 1920pelo Com. Filipe de Carvalho, e actua-lizada e completada em 1931 pela Mis-são Geográfica de Cabo Verde.

ESTAMPA XXIV — Erquipélago de CaboVerde — Costa Noroeste da Ilha deSantiago — Porto do Tarrafal. Levan-tado pela Missão Hidrográfica do Ar-quipélago de Cabo Verde, 1958.

Desde os atlas de Benincasa de 1468 (comelementos, relativos ao descobrimento das ilhas,de c. 1460) até este plano de 1958 decorreramcinco séculos de evolução cartográfica, de queas duas dúzias de espécies atrás indicadas cons-tituem breve testemunho.

16 Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 8: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde ESTAMPA I

Gracioso Benincasa, 1468 (Príncipe di Trabia e Butera, Palermo)

Garcia de Orta (.Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 9: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

ESTAMPA II MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Gabo Verde

Gracioso Benincasa, 1468 (British Museum, Londres)

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 10: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da. — Cinco séculos de cartografia das ilhas cte Cabo Verde • ESTAMPA III

Gracioso Benincasa, 1469 (Biblioteca Ambrosiana, Milão)

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 11: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

ESTAMPA IV MOTA, A. Teixeira da —Cinco séculos de cartografia das Ilhas de Cabo Verde

Valentim Fernandes, 1506-1508 (Staadtabibliothek, Munique)

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n." 1): 11-16, 1961

Page 12: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Anónimo — Jodocus Hondius, 1589; gravura

gs>

>sRoP&p

2S'ooOo05.

g<>J

OCo

&TO

|^+o<0~iâaB,aCo

<g«

r00

aCO

Q&o

CO-i%Cb

MmH

ifl><!

Page 13: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

ESTAMPA VI MOTA, A. Teixeira d. — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

Hessel Gerritsz, 1628 (Algemeen Rijksarchief, Haia)

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 14: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde ESTAMPA VII

Hessel Gerritsz, 1628 (Algemeen Rijksarchief, Haia)

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 15: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Sr. Pitton, século XVIII (Bibliothèque Nationale, Paris)

H

l

ítiM

go*3_>

>HlO)

»oR'te&s»lSs'oo05ffi,Cl

£OCo

ACs

a•̂o

<c

la,

<•»,f-j

la,03

g<yo

T̂O-iaO)

Page 16: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

D'Eveux de Fleurieu, 1772: D'Après de Manevillete, 1763; gravura

H

%>g•fl!»M

• X

Page 17: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

ESTAMPA X MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

Manuel Isidoro Marques, 1768 (Gabinete de Estudos Históricos de Fortificaçãoe Obras Militares, Lisboa)

Garcia, de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 18: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da—Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde ESTAMPA XI

Francisco António Cabral, 1790; gravura

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 19: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Anónimo — António Carlos Andreis, fins do século XVIII (Biblioteca Pública Municipal do Porto)

K091-3

íbM

Page 20: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Gabo Verde ESTAMPA XIII

Anónimo--António Carlos Andreis, fins do século XVIII (BibliotecaPública Municipal do Porto)

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n." 1): 11-16, 1961

Page 21: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Anónimo, 1769 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa)

awggT)>

MM

<1

Page 22: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

António Carlos Andreis, 1778 (Gabinete de Estudos Históricos de Fortificação e Obras Militares, Lisboa)

Page 23: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Vidal and Mudge, 1819

Page 24: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Durnford, 1820

Page 25: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Vidal, Mudge and Durnford, 1820

•a* t i , ,0,1.

** ^.-.,::. -\ ••""'"-.

.,'" ,

', rtj^HPORTO GRANDE

sjff í-sfer

/,rM,#rjj»- .V P/-yr* *'r. „ ,., • j .-..-.v -',,-„! íuía*̂

--,.-•• - . - . ,.'',"•.., - ' ..,--?..' ; .i?ií-.í,-- -. •-. •., .!-

V1 '/ ftí*rKptKf Mrf

*s ft *í ,;" r. -" i1 í, •*' . -í,;-«"/" f •*' (« .- «.•„',£ n-,' «Ff MK í á

ISfO

Page 26: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

António Maria Fontes Pereira de Melo, 1840 (Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa)

Page 27: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das Ilhas de Cabo Verde ESTAMPA XX

H

P-Ji-T*:;- •••; ,-..''.

fW« *. M«,i.*M «j

fípííA<IÔ é* (Í4W-®trò«.'.._. J

- • / ' , J /f ff$fS--* M -^yflltt» f't ^~f f M(t

José Joaquim Lopes de Lima, 1844

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): H-16, 1961

Page 28: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

ESTAMPA XXI MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde

OfKANfi ATI.ASTlt* SOKTfc

ILHA D8 F8ÍG-: - \ .

;

Sena Barcelos, 1900

Garcia de Orta (Lisboa), vol. 9 (n.° 1): 11-16, 1961

Page 29: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

MOTA, A. Teixeira da — Cinco séculos de cartografia das ilhas de Cabo Verde ESTAMPA XXII

QARTOCRAPHIA

CARTA

Ernesto de Vasconcelos, 1887

Garcia, de Orta (Lisboa), vol. 9 (n." 1): 11-16, 1961

Page 30: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Missão Geográfica de Cabo Verde, 1932

Page 31: CINCO SÉCULOS DE CARTOGRAFIAº 1 – A... · Celebrando-se agora o quinto centenário do descobrimento do arquipélago de Cabo Verde, ... vios espanhóis, no caminho para a América

Missão Hidrográfica do Arquipélago de Cabo Verde, 1958