ciencias sociais

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Título : Apresentação da disciplina Conteúdo : Caro aluno,  Seja bem vindo.   Nesta disciplina estaremos tratando de assuntos como os fundamentos da sociedade capitalista, as  principais interpretações teóricas sobre o mundo moderno e os problemas centrais da atualidade, como a globalização, transformações no mundo do trabalho e a dificuldade do exercício da cidadaniao mundo atual, com o objetivo principal de contribuir para que você compreenda, sob a  perspectiva científica, a sociedade em que vive, e é nossa expectativa que você aprenda bastante.  Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos duas horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana.  Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e,  para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você perceberá isso, ao longo dos estudos.  Assuntos Leitura Fundamental Leitura complementar 1. Introdução ao pensamento científico sobre o social. COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da Sociedade. 3ª. Ed. São Paulo: Moderna, 2005 p. 28 a 72 2.Transformações sociais do século XVIII MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. 57ª.ed. São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 07 a 33 http://www.urutagua.uem.br//ru09_sociedade.htm  3. Três visões sobre a sociedade moderna: positivismo, materialismo histórico-dialético e racionalismo. COSTA: 2005, p. 81 a 135 MARTINS.:2005 p. 34 a 71 http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs  _00_11/rbcs11_01.htm http://www.dominiopublico.gov.br/download/text /cv000042.pdf  http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagu a/article/view/4775/4046  http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagu a/article/view/4775/4046  4. A formação do capitalismo no Brasil VITA, Álvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática, 1989 pag. 132 a 145  COSTA. op. cit. (p.190 a 206) 5. A globalização e suas conseqüências BARBOSA, Alexandre. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2003 VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. Rio de Janeiro: Record, 2004 (p. 69 a 109) 6.Transformações no trabalho ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 14a. ed. São Paulo: Cortez, Campinas: UNICAMP, 2010 (p. 49 a 62) http://www.polis.org.br/utilitarios/editor2.0/UserFil es/File/trabalho%20escravo[1].pdf 7. Política e relações de poder VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Record, 2001 http://www.urutagua.uem.br/013/13goncalves.ht m 8. Problemas urbanos e lutas sociais VIEIRA, Liszt. Op. cit p. 43 a  68 et 110 a  126. VITA, 1989 p. 228 a 243 et p. 132 a 145  http://www.espacoacademico.com.br/056/56per eira.htm FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia. São Paulo: Atlas, 2001 p. 146 a 155

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Título : Apresentação da disciplina

Conteúdo :

Caro aluno, 

Seja bem vindo.  Nesta disciplina estaremos tratando de assuntos como os fundamentos da sociedade capitalista, as principais interpretações teóricas sobre o mundo moderno e os problemas centrais da atualidade,como a globalização, transformações no mundo do trabalho e a dificuldade do exercício dacidadaniao mundo atual, com o objetivo principal de contribuir para que você compreenda, sob a

 perspectiva científica, a sociedade em que vive, e é nossa expectativa que você aprenda bastante. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que vocêdedique ao menos duas horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos erealizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que

estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e,

 para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimovocê deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essacompreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você perceberáisso, ao longo dos estudos. 

Assuntos Leitura Fundamental Leitura complementar 

1. Introdução ao pensamento científicosobre o social.

COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da Sociedade. 3ª. Ed.São Paulo: Moderna, 2005 p. 28 a 72

2.Transformações sociais do século XVIII MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. 57ª.ed. São Paulo:Brasiliense, 2001, p. 07 a 33

http://www.urutagua.uem.br//ru09_sociedade.htm

 3. Três visões sobre a sociedademoderna: positivismo, materialismohistórico-dialético e racionalismo.

COSTA: 2005, p. 81 a 135MARTINS.:2005 p. 34 a 71

http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs

 _00_11/rbcs11_01.htm 

http://www.dominiopublico.gov.br/download/text/cv000042.pdf 

 http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagua/article/view/4775/4046

 http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Urutagu

a/article/view/4775/4046 4. A formação do capitalismo no Brasil VITA, Álvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática,

1989 pag. 132 a 145  COSTA. op. cit. (p.190 a 206)

5. A globalização e suas conseqüências BARBOSA, Alexandre. O mundo globalizado: política, sociedade eeconomia. São Paulo: Contexto, 2003

VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. Rio deJaneiro: Record, 2004 (p. 69 a 109)

6.Transformações no trabalho ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre asmetamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 14a. ed. SãoPaulo: Cortez, Campinas: UNICAMP, 2010 (p. 49 a 62)

http://www.polis.org.br/utilitarios/editor2.0/UserFiles/File/trabalho%20escravo[1].pdf  

7. Política e relações de poder VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Record,2001 http://www.urutagua.uem.br/013/13goncalves.ht

m

8. Problemas urbanos e lutas sociais VIEIRA, Liszt. Op. cit p. 43 a 68 et 110 a 126.

VITA, 1989 p. 228 a 243 et p. 132 a 145

 http://www.espacoacademico.com.br/056/56per eira.htmFERREIRA, Delson. Manual de Sociologia. São

Paulo: Atlas, 2001 p. 146 a 155

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B - Avaliações Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo avocê tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas,dentro dos períodos específicados. Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações érealizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinason-line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada

avaliação não são a s repetições dos exercícios da auto-avaliação. Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os assuntos que serão requeridos em cada umadas avaliações às quais você estará sujeito: 

Conteúdos a serem exigidos nas avaliações

 

Avaliações Assuntos Exercícios de auto-avaliação

 NP1 Do assunto 01 até 04 Todos os exercícios destas unidades

 NP2 Do assunto 04 até o final Todos os exercícios destas unidades

Substitutiva Toda a matéria Todos os exercícios

Exame Toda a matéria Todos os exercícios

 Título : Introdução ao pensamento científico sobre o social - 1° bimestreConteúdo :

 

1. Introdução ao pensamento científico sobre o social: Renascimento e Ilustração

  Nesta unidade, temos como objetivo compreender os fundamentos sob os quais ocapitalismo se desenvolveu na Europa a partir do século XVI. Para isso, vamos analisar dois

movimentos intelectuais que levaram a mudança de mentalidade na época e propiciaram odesenvolvimento da sociedade moderna: o Renascimento e a Ilustração. Com a analise do  pensamento de autores como Rousseau, Maquiavel e Comte, é possivel compreender astransformações sociais que culminaram com a formação do mundo moderno, capitalista, que é oque pretendemos analisar no decorrer deste curso.

A partir do século XV significativas mudanças ocorrem na Europa, que culminaram com acrise do sistema feudal. Inicia-se uma nova era não só para a organização do trabalho, oconhecimento humano também sofre modificações. O ser humano deixa de apenas explicar ouquestionar racionalmente a natureza, para se preocupar com a questão de como utilizá-la melhor.Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e aobservação são fundamentais, aparece neste momento, representada pelo pensamento de Maquiavel(1469-1527), Galileu Galilei (1564-1642), Francis Bacon (1561-1626), René Descartes (1596-1650).

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O pensamento social do Renascimento se expressa na criação imaginária de mundos ideaisque mostrariam como a realidade deveria ser, sugerindo, entretanto, que tal sociedade seriaconstruída pelos homens com sua ação e não pela crença ou pela fé.

Thomas Morus (1478-1535) em A Utopia defende a igualdade e a concórdia. Concebe ummodelo de sociedade no qual todos têm as mesmas condições de vida e executam em rodízio osmesmos trabalhos.

Maquiavel em sua obra O Príncipe afirma que o destino da sociedade depende da ação dosgovernantes. Analisa as condições de fazer conquistas, reinar e manter o poder. A importância dessaobra reside no tratamento dado ao poder, que passa a ser visto a partir da razão e da habilidade dogovernante para se manter no poder, separando a análise do exercício do poder da ética.

Segundo (COSTA: 2005,p.35) as idéias de Thomas Morus e Maquiavel expressam osvalores de uma sociedade em mudança, portadora de uma visão laica* da sociedade e do poder.

Com a Ilustração*, as idéias de racionalidade e liberdade se convertem em valoressupremos. A racionalidade aqui é compreendida como a capacidade humana de pensar e escolher.Liberdade significa que as relações entre os homens deveriam ser pautadas na liberdade contratual,

no plano político isto significa a livre escolha dos governantes, colocando em xeque o poder dosmonarcas. Os filósofos iluministas concebiam a política como uma coletividade organizada econtratual. O poder passa a ser visto como uma construção lógica e jurídica.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) em sua obra O contrato social, afirma que a base dasociedade estava no interesse comum pela vida social, no consentimento unânime dos homens emrenunciar as suas vontades em favor de toda a comunidade (COSTA: 2005, p. 48). Rousseauidentificou na propriedade privada a fonte das injustiças sociais e defendeu um modelo de sociedade

 pautada em princípios de igualdade.

Diferentemente de Rousseau, John Locke (1632-1704) reconhecia entre os direitosindividuais e o respeito à propriedade. Defendia que os princípios de organização social fossem

codificados em torna de uma Constituição.Concluímos que a sociologia pré-científica é caracterizada por estudos sobre a vida social

que não tinham como preocupação central conhecer a realidade como ela era, e sim propor formasideais de organização social. O pensamento filosófico de então, já concebia diferenças entreindivíduo e coletividade, e como afirma (COSTA:2005, p.49) “Mas, presos ainda ao princípio da

individualidade, esses filósofos entendiam a vida coletiva como a fusão de sujeitos, possibilitada

 pela manifestação explícita das suas vontades”.

 

Questão:

O renascimento é considerado um dos mais importantes momentos da história do Ocidente,entendido como o momento da ruptura entre o mundo medieval, com características de sociedadeagrária, estamental, teocrática e fundiária e o mundo moderno, urbano, burguês e comercial. Neste

 período emerge um novo pensamento social que tem por base:

 

a-) Estímulo ao individualismo, rejeição ao pensamento religioso, valorização da razão.

 b-) Estímulo à atrividade agrária, rejeição do pensamento racional e valorização da igreja.

c-) Estímulo à vida coletiva, rejeição ao pensamento religioso e valorização das práticasconsideradas mágicas.

d-) Estímulo ao individualismo, rejeição ao pensamento racional e valorização da igreja.

e-) Estímulo a atividade manufatureira, rejeição ao pensamento científico e valorização do

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 pensamento mágico.

Alternativa correta: A

2. O pensamento científico sobre o Social

A preocupação em conhecer e explicar os fenômenos sociais sempre foi uma preocupaçãoda humanidade. Porém a explicação com base científica é fruto da sociedade moderna, industrial ecapitalista. A Sociologia como ciência, surgiu no século XIX e significou que o pensamento sobre osocial se desvinculou das tradições morais e religiosas, Como afirma (COSTA: 2005, p.18).

 

“Tornava-se necessário entender as bases da vida social humana e da organização da

  sociedade, por meio de um pensamento que permitisse a observação, o controle e a formulação de explicações plausíveis, que tivessem credibilidade num mundo pautado pelo

racionalismo”.

 

Augusto Comte (1798-1857) foi o autor que desenvolveu pela primeira vez, reflexões sobreo mundo social sob bases científicas. Para este autor, o papel da Sociologia seria conhecer as leissociais para poder prever os fenômenos e agir com eficácia. (QUINTANEIRO. 2007 p. 19); Em umcontexto de grande desenvolvimento das ciências físicas e biológicas, se inspirou no avanço dosconhecimentos sobre o corpo humano para traçar analogia entre o corpo humano e uma corpo

 social. Em sua análise compreendia a sociedade como um grande organismo, no qual cada parte possui uma função específica. e o bom funcionamento do corpo social depende da atuação de cadaórgão. Esta ideia é passível de ser exemplificada em nosso cotidiano se observamos as relações detrabalho em uma empresa, onde cada um depende do trabalho do outro e o bom funcionamento da

organização é identificado na interrelação do trabalho de diferentes indivíduos.Segundo Comte, ao longo da história a sociedade teria passado por três fases: a teológica, a

metafísica e a científica. Concebia a fase teológica como aquela em que os homens recorriam àvontade de deus para explicar os fenômenos da natureza. A segunda fase, o homem já seria capaz deutilizar conceitos abstratos, mas é somente na terceira base, que corresponde à sociedade industrial,que o conhecimento passa a se pautar na descoberta de leis objetivas que determinam os fenômenos.

Comte procurou estudar o que já havia sido acumulado em termos de conhecimentos emétodos por outras ciências como a matemática, biologia, física, para saber quais deles poderiamser utilizados na sociologia.

O conhecimento sociológico permite ao homem transpor os limites de sua condição particular   para percebê-la como parte de uma totalidade mais ampla, que é o todo social. Isso faz dasociologia um conhecimento indispensável num mundo que, à medida que cresce, mais diferencia eisola os homens e os grupos entre si.

 

Questão:

O despontar da Sociologia no século XIX significou o aparecimento da preocupação dohomem com o seu mundo e a sua vida em grupo, numa nova expectativa, livre das tradições moraise religiosas provocando assim, uma preocupação com as regras que organizavam a vida social que,se observadas e apreendidas, poderiam dar a este homem explicações razoáveis que tornassem

 possível prever e controlar os fenômenos sociais. Resultando assim: 

a-) na possibilidade de se poder intervir conscientemente nos processos, tanto para reforçá-los

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como para negá-los, dependendo dos interesses em jogo; 

 b-) no tratamento das questões relativas à vida social, como temas do senso comum e não deinteresse do cientista; 

c-) na definição do objeto de estudo da Sociologia 

d-) na criação de um vocabulário próprio com conceitos que designam aspectos precisos davida social; 

e-) numa indagação a respeito de como as sociedades devem se organizar para serem tão perfeitas quanto possível. Alternativa correta: A 

Título : Tranformações do capitalismo no século XVIII - 1o. bimestre

Conteúdo :

 

1. – Transformações sociais do século XVIII: Revolução Francesa

 Nesta unidade nosso objetivo é compreender a maneira como o capitalismo se afirmou como

modo de organização social a partir do século XVIII. Para isso recorreremos a análise das

revoluções burguesas[1] pela capacidade de provocar as mudanças que puseram fim ao sistemafeudal. A importância dessas revoluções é que estimularam o desenvolvimento do capitalismo,

 pondo fim às monarquias absolutistas e contribuíram para a eliminação de barreiras que impediam

o livre desenvolvimento econômico.

As idéias propagadas pelo iluminismo, conduziram a crítica ao pensamento teológico e o

avanço do pensamento racional, contribuindo para mudança dos costumes e do pensamento da

época. Buscava-se transformar não só o pensamento, mas a própria sociedade, criticando os

fundamentos da sociedade feudal. Autores como Rousseau, Montesquieu procuravam mostrar comoa sociedade feudal era injusta e irracional, impedindo o exercício da liberdade humana.

No final do século XVIII a monarquia francesa procurava garantir os privilégios da nobreza,

que não pagava impostos e possuía o direito de receber tributos, em um contexto no qual crescia a

miserabilidade do povo. A burguesia também se opunha ao regime monárquico, pois este, não

 permitia a livre constituição de empresas, impedindo a burguesia de realizar seus interesses

econômicos.

Em 1789, com a mobilização das massas em torno da defesa da igualdade e da liberdade, a

  burguesia toma o poder e passou a atuar contra os fundamentos da sociedade feudal. Procura

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organizar o Estado de forma independente do poder religioso e promove profundas inovações na

área econômica ao criarem medidas para favorecer o desenvolvimento de empresas capitalistas.

Dentre as mudanças significativas impostas pela Revolução Francesa, vale destacar a promulgação

de uma legislação que limitava o poder da família,proibindo os abusos da autoridade paterna. Os

 bens da Igreja foram confiscados e a educação deixa de ser controlada pela Igreja e se tornaobrigação do Estado.

As massas que participaram da revolução, logo foram surpreendidas pelas medidas da

 burguesia, que proibiram as manifestações populares e os movimentos contestatórios passam a ser 

reprimidos com violência.

 

Questão:

Podemos dizer que a Revolução Francesa (1789) foi um fato histórico crucial para odesenvolvimento e consolidação do mundo moderno, tendo em vista que:

 

a) Teve como principal conseqüência a centralização do poder da igreja católica,que terminou firmando-se como a principal instituição responsável pelo controle dopoder político, antes muito diluído entre as famílias nobres que governavam aEuropa.

b) Criou condições para a separação definitiva, no mundo ocidental, entre Estado(política) e Igreja (religião), de modo que os fatos políticos passaram a ser 

entendidos como fenômenos sociais definidos pelo jogo de forças entre indivíduose grupos que formam uma dada sociedade. Em outras palavras, consolidou apolítica como ação livre de qualquer tipo de influência mágica ou mística, seja nacondução e sentido dos acontecimentos, seja na legitimação do poder.

c) Criou as condições de florescimento da moderna indústria, tendo em vista que,pela primeira vez na história, combinou-se, no ambiente de trabalho, emprego detecnologia (máquinas) e organização racional dos trabalhadores no processo fabril.

d) Abriu espaço para uma série de movimentos de caráter conservador, quebuscavam a restauração dos princípios da sociedade feudal

e) Foi responsável pela consolidação de uma nova forma de governo, conhecidocomo monarquia constitucional, em que a figura do rei perdeu poder de decisãopolítica e, em seu lugar, entrou a figura do primeiro-ministro.

Alternativa correta: B

2. Transformações do capitalismo no século XVIII: Revolução Industrial

A revolução industrial eclodiu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Ela

significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor, e aperfeiçoamento dos métodos produtivos. A revolução nasceu sob a égide da liberdade: permitir aos empresários industriais que

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desenvolvessem e criassem novas formas de produzir e enriquecer.

Desde modo, a revolução industrial constitui uma autêntica revolução social que se

manifestou por transformações profundas na estrutura institucional, cultural, política e social.

O desenvolvimento de técnicas leva os empresários a incrementar o processo produtivo e

aumentar as taxas de lucro. Isto leva os empresários a se interessar cada vez mais pelo

aperfeiçoamento das técnicas de produção, visando produzir mais com menos gente. A relação de

classes que passa a existir entre a burguesia e os trabalhadores é orientada pelo contrato – o que

 permite inferir que a liberdade econômica e a democracia política – temos o trabalhador livre para

escolher um emprego qualquer e o empresário livre para empregar quem desejar.

(MEKSENAS:1991, p. 47) , ela significou uma profunda transformação na maneira dos homens se

relacionarem.

Aspectos importantes da Revolução Industrial

1. A produção passa a ser organizada em grandes unidades fabris, onde predomina uma intensa

divisão do trabalho.

2. Aumento sem precedentes na produção de mercadorias.

3. Concentração da produção industrial em centros urbanos.

4. Surgimento de um novo tipo de trabalhador: o operário

A revolução industrial desencadeou uma maciça migração do campo para cidade, tornando

as áreas urbanas o palco de grandes transformações sociais. Formam-se as multidões que revelam

nas ruas uma nova face do desenvolvimento do capitalismo: a miserabilidade.

No interior das fábricas as condições de trabalho eram ruins. As fábricas não possuíam

ventilação, iluminação e os trabalhadores eram submetidos à jornadas de trabalho de até 16 horas

 por dia. Era usual nas fábricas a presença de mulheres e crianças a partir de 5 anos atuando na linha

de produção. Quanto aos homens, amargavam a condição de desemprego.

Os problemas sociais inerentes à Revolução Industrial foram inúmeros: aumento da

  prostituição, suicídio, infanticídio, alcoolismo, criminalidade, violência, doenças epidêmicas,

favelas, poluição, migração desordenada.

Por fim, é preciso esclarecer que os problemas acima expostos são típicos da sociedade

capitalista. Tornando a vida em sociedade altamente complexa, por isso precisamos de uma ciência

 para compreender os nexos que ligam a realidade.

Questão:

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 Podemos apontar como consequência da Revolução Industrial: a-) O decréscimo da população urbana, que era explorada no penoso trabalho daindústria. 

b-) A humanização imediata das relações de trabalho, principalmente no que se refere asalários, condições de higiene e jornada de trabalho.

c-) O crescente controle por parte do operário do conjunto do processo produtivo,impedindo a fragmentação do saber e a alienação. d-) O desenvolvimento da urbanização, dos transportes, das comunicações e da produçãoem série. e-) Fim da exploração dos operários urbanos e o nascimento das ideias socialistas.

Alternativa correta: D

Texto base: MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia.São Paulo: Brasiliense, 1992.

[1] As revoluções burguesas foram: Revolução Gloriosa (1680) na Inglaterra, a Revolução Francesa

(1789), a Independência Americana (1776) e a Revolução Industrial inglesa a partir de 1750.Enfocaremos em nosso curso somente as Revoluções Francesa e Industrial por constituírem as duasfaces de um mesmo processo: a consolidação do regime capitalista moderno.

Título : As principais contribuições teóricas das Ciências Sociais - 1o. bimestre

Conteúdo :

 1. As contribuições de Émile Durkheim e Max Weber

O objetivo desta unidade é compreender as diferentes contribuições teóricas das Ciências Sociais para a

compreensão da sociedade moderna. É importante compreender como estes conceitos permanecem atuais e  podem ser aplicados para estudar os fenômenos contemporâneos.

Outro elemento importante deste conteúdo é compreender que existem diferentes princípios explicativos para

a sociedade capitalista, evidenciando o grau de complexidade do mundo moderno.

Os três teóricos clássicos da sociologia: Durkheim, Weber e Marx criaram concepções norteadoras para a

observação social e seguramente pode-se afirmar que qualquer estudo sociológico vai, invariavelmente, ter 

uma filiação clara a um destes modelos teóricos ou a aspectos combinados destes modelos.

Émile Durkheim (1858-1917) foi o criador do organicismo ou funcionalismo, pois comparou a sociedade aum organismo vivo. Para ele, assim como no organismo, em que cada órgão tem que cumprir a sua função

 para que o todo se mantenha saudável, na vida social cada indivíduo deve cumprir a sua função, do contrário

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a sociedade ficará doente, ou seja, entrará num estado patológico.

Durkheim desenvolveu conceitos fundamentais para a compreensão da vida social como: fatos sociais, que

 podem ser normais ou patológicos; coerção social; solidariedade mecânica e orgânica. A importância da obra

de Durkheim é identificar como o social se sobrepõe ao individual restringindo a possibilidade de exercício

da liberdade.

Para Max Weber (1864-1920) as instituições produzidas pelo capitalismo, como a grande empresa,

constituíam clara organização racional que desenvolvia suas atividades dentro de um padrão de precisão e

eficiência. O capitalismo lhe parecia à expressão da modernização e de racionalização do homem ocidental,

 porém ele alertou para os perigos dessa racionalização crescente que leva a excessiva especialização a um

mundo cada vez mais tecnicista e artificial e a deterioração das relações humanas e dos aspectos existenciais

do indivíduo. Para Weber esse sistema cria a burocracia, que é um dos principais problemas gerados pelo

capitalismo. Além disso, Max Weber volta sua reflexão para a análise das subjetividades humanas analisando

a importância do protestantismo no desenvolvimento da sociedade capitalista.

 

Questão:

 

Leia com atenção a frase a seguir: "Se não me submeto às convenções mundanas; se, ao me vestir, não levo em consideração os usos

 seguidos em meu país e na minha classe, o riso que provoco, o afastamento em que os outros meconservam, produzem os mesmos efeitos de uma pena propriamente dita (...) Não sou obrigado a

 falar o mesmo idioma que meus compatriotas, nem empregar as moedas legais; mas é impossível agir de outra maneira (...) Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar utilizando processos e

técnicas do século passado; mas, se o fizer, terei a ruína como resultado inevitável". (DURKHEIM:

1985, p.02)

A frase acima expressa a relação entre o indivíduo e a sociedade, que podem ser compreendida:AA sociedade moderna nasceu sob o princípio da liberdade e da individualidade, por isso é garantido

em todas as instâncias da vida, a livre expressão de idéias e ações.BExiste uma imposição do social sobre o individual, pois quando nascemos já encontramos umasociedade pronta com regras e valores que devemos seguir.CExiste o domínio do individual sobre o social tendo em vista que a sociedade é constituída deindivíduos livres e soberanos.DExiste uma imposição do social sobre o individual porque a democracia ainda não se manifestacomo um valor universal.E

Existe uma imposição do individual sobre o social pois ainda existem ditadores em vários países domundo.

Alternativa correta: B

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2. A contribuição teórica de Karl Marx

Karl Marx (1818-1883) é um pensador que exerceu grande influência sobre os movimentos

 políticos do século XX. O conjunto de sua obra guarda atualidade pela crítica que faz ao modo de

organização social do mundo moderno. Segundo Marx, as sociedades, assim como tudo o que vive

traz em si o gérmen da sua própria destruição. A história dos sistemas e modos de produção é uma

constante superação do velho pelo novo, segundo ele o declínio dos sistemas sociais se dá no seu

 próprio interior, quando os indivíduos ao repetir suas formas vão recriando e transformando seu

funcionamento.

Karl Marx demonstra que nos diferentes períodos históricos esse processo produtivo sempre foi

organizado com base na exploração de uma classe sobre a outra. Por esse motivo Marx cunhou

uma frase que se tornou famosa: “A história da humanidade é a história da luta de classes”.

O processo de extração da mais-valia que foi descrito por Marx no princípio do capitalismo se dá da

mesma maneira atualmente. O trabalho do proletário (mão-de-obra assalariada) engrossa o lucro da

 burguesia (industriais que investem na produção) a medida que o trabalhador nunca ganha o salário

condizente com a sua produtividade, os salários são sempre mantidos o mais baixos possível. Uma

forma de manter os salários baixos é a existência do desemprego e a tecnologia que gradativamente

vai tomando conta dos processos produtivos, desta maneira há sempre mais profissionais procurando emprego do que cargos à disposição.

A análise da obra de Karl Marx é fundamental para a compreensão das desigualdades sociais, um

dos problemas centrais do mundo contemporâneo pois mostra como a riqueza produzida pelos

trabalhadores é apropriada pela classe dominate.

Karl Marx desenvolveu conceitos importantes como ideologia, concebida como um sistema de

inversão da realidade, em que as ideais da classe dominante aparecem como as ideias dominantes de

uma época. Para ele, a ideologia burguesa tem como objetivo fazer com que as pessoas não

 percebam que a sociedade é dividida em classes sociais, atuando para a manutenção das estruturas

sociais.

Desenvolveu o conceito de alienação que faz com que o trabalhador perca a consciência da sua

realidade concreta, não se percebendo como o verdadeiro produtor das riquezas. O trabalhador 

 passa a ser controlado externamente, pelo seu patrão, que determina o seu salário, a sua jornada. A

alienação política, que significa que o trabalhador não se vê como agente capaz de intervir nos

rumos políticos da sociedade.

Conceitos como ideologia e alienação possibilitam a compreensão das razões pelas quais os

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oprimidos não se rebelam contra o sistema, pois o sistema de dominação e introjetado na suas

cabeças, que passam a ver com naturalidade a desigualdade e a opressão, dificultando os processos

de transformação social.

 

Questão:

Com o objetivo de entender o capitalismo, Karl Marx, proporcionou à sociologia uma grandecomtribuição com novos conceitos, que seriam de extrema importância para os estudos dasociedade. Sendo assim, um deles é chamado de ALIENAÇÃO que é:

A a condição que o ser humano alcança quando vive em razão do dinheiro, condição análoga a deum viciado. B a visão utópica da vida em sociedade C a implantação do comunismo, como solução

 para uma sociedade justa e igualitária. D um distúrbio mental ocasionado pelos altos índices de produtos nocivos à saúde das pessoas que trabalhavam nas indústrias sustentadas pelo capitalismo.E a separação do homem de seus meios de produção, dos frutos de seu trabalho, e também vida

 política, em razão da imposição do mundo capitalista

Alternativa correta: E

Texto base:

COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3a.ed. São Paulo: Moderna, 2005

FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: dos clássicos à Sociedade da Informação. São Paulo:Atlas, 2001

Título : A formação da sociedade capitalista no Brasil - 1º bimestre

Conteúdo :

1. A formação da sociedade capitalista no Brasil

O objetivo desta unidade é refletir sobre a maneira como o Brasil foi

inserido no mundo capitalista, e a partir daí , identificar as causas da

dependência externa.

  A sociedade brasileira se formou a partir do processo de expansão do

capitalismo europeu a partir do século XV. No início todas as relações

comerciais eram voltadas para a metrópole e aqui se mantinha relações

sociais baseadas na escravidão.

  Somente no século XIX, com a abolição da escravidão e a chegada de um grande

contingente de imigrantes é que se introduziu o trabalho livre. Com o ciclo do café,

outras atividades econômicas se desenvolveram como: transporte ferroviário, o

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sistema bancário, pequenas indústrias de alimentos e têxteis, que dinamizaram a vida

nas áreas urbanas

Vários estudos indicam que o processo de industrialização do Brasil esteve ligado ao

desenvolvimento da economia cafeeira no Estado de São Paulo.

O processo de industrialização teve início com a introdução do trabalho livre e com o grande

surto migratório que o país viveu no século XIX, que gerou um mercado consumidor de produtos

industriais.

Segundo (VITA: 1989,p. 137) a forma como os negócios do café se organizaram, possibilitou

a formação de uma ‘consciência burguesa’  entre os fazendeiros. Pois o capital acumulado no café

era utilizado na diversificação das atividades econômicas. Desde modo, o capital acumulado com a

venda do café era investido em outra atividade que possibilitasse a obtenção de lucro.

Já no início dos anos 20, grandes empresas norte-americanas instalaram filiais no Brasil. Ford,

Firestone, Armour, IBM etc. (NOVAES:1984 p.117). Com a crise mundial do início dos anos 30, a

economia brasileira deixa de ser voltada para a exportação e se apóia na interiorização e na

industrialização. Porém, somente na década de 50, com a chegada de um grande número de

empresas estrangeiras, que buscam produzir para o mercado externo, o desenvolvimento industrial

ganha forte impulso.

Questão:

Em deterrminados países, como o Brasil, a formação de uma indústria local de bensde consumo dependeu de recursos acumulados com a exportação agrária. A sociólogaCristina Costa , em relação a este processo afirma: "Um caso típico, neste sentido,ocorrido no Brasil, foi a industrialização de São Paulo, que, sem a concorrência dos

 produtos europeus, pôde se desenvolver com a utilização do capital gerado pela

exportação do café". Esta colocação está relacionada:A Aos momentos iniciais do processo de formação da sociedade capitalista no Brasil,

 principalmente, a partir do início do século XX.B Ao processo de globalização da economia brasileira, iniciado após a industrializaçãoda década de 50.C Ao momento gerado pela 2a. Guerra Mundial, independente do que ocorreu no setor 

agrário nacional.D Ao processo de desenvolvimento da agricultura brasileira que sempre possuiu

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características de desenvolvimento capitalista.EAo processo de industrialização atual, incentivado pelas exigências da globalizaçãoda economia.

Alternativa correta: A

2. O capitalismo dependente

 

O grau de dependência que a economia brasileira têm com relação às potências estrangeiras

  pode ser compreendido a partir da análise do modelo de desenvolvimento industrial que o país

teve, onde se privilegiou a indústria de bens de consumo em detrimento na indústria de bens decapital.

Outro aspecto que merece ser mencionado à respeito da dependência estrangeira, diz

respeito à ausência de produção de tecnologia no país, que optou por um modelo de

desenvolvimento industrial marcado tanto pela dependência tecnológica como pela de capital

estrangeiro. [1]

  Uma das mais importantes teorias explicativas para a dependência estrangeira,

surgiu no encontro de exilados de diversos regimes ditatoriais que proliferavam na

América Latina. Destaca-se nos estudos sobre a dependência, a obra Dependência e

desenvolvimento na América Latina de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto. É a

obra que teve maior repercussão das Ciências Sociais em nível internacional.

A obra destaca a natureza política e social do desenvolvimento na América Latina

e trata das particularidades do desenvolvimento do capitalismo na América Latina. A

constituição social do povo brasileiro, que tem uma burguesia nacional de origem agrária,

colocou a burguesia internacional como o principal agente do desenvolvimento

capitalista brasileiro. Para não correr os riscos inerentes ao empreendedorismo, a

burguesia nacional optou por sua aliança com o capital internacional e forte dependência

do Estado.

A obra aponta a fragilidade do povo brasileiro, com uma elite que atua como agente

dependente do capitalismo internacional e do Estado. Quanto ao povo, a ausência de

uma consciência de classe (veja conteúdo sobre Karl Marx) dada a situação inicial de um

povo escravo e sem terra, atua como mero figurante ou espectador nas principais

decisões sobre os destinos do país. Assim é exposta a fragilidade da sociedade civil, o

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povo age como massa e a elite como agente dos interesses internacionais.

  Por fim ,a obra nos permite compreender a dependência das elites empresariais

do Estado e do capilismo internacional e do povo como agente passivo. Esta fragilidade

da sociedade civil, contribuiu para o fortalecimento do Estado, que assumiu entre nós a

função centralizadora e agente patrocinador do desenvolvimento econômico.

Questão:

ENADE 2000 - Após a Segunda Grande Guerra, muitos países em desenvolvimento, sobretudo osda América Latina, adotaram um modelo de desenvolvimento que ficou conhecido comoindustrialização por substituição de importações. Esse modelo se caracterizava por:A

Incorporar uma estratégia de orientação do desenvolvimento  para fora, ou seja, em direção ao mercado internacional.

B

Praticar elevado grau de subsídios à exportação de produtos manufaturados com o objetivo de estimular a produção interna destes bens.

C

Conceder elevados incentivos à exportação de insumos e produtos intermediários, como forma deestimular a produção doméstica de bens finais.

D

Utilizar barreiras comerciais para dificultar a importação de bens manufaturados e,conseqüentemente, estimular a produção interna destes bens.

EIncentivar as importações de bens de consumo final de alto conteúdo tecnológico, no lugar dasimportações de produtos de baixo conteúdo tecnológico, com o intuito de modernizar a indústriadoméstica

Alternativa correta: E

4.3. Referências Bibliográficas: 

 NOVAIS, Carlos E. Capitalismo para principiantes. 8ª. Ed. – São Paulo: Ática, 1984.

 

SINGER, Paul. A formação da classe operária. 5ª ed. São Paulo: Atual; Campinas: Editora daUNICAMP, 1988.

VITA, Álvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática, 1989.

 

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[1] Não é possível pensar no processo de industrialização brasileiro, sem levar em conta o processode expansão das empresas européias e norte-americanas no pós-guerra.

Título : A globalização e suas consequências - 2o. bimestre

Conteúdo :

1. O que é globalização

 Nesta unidade, nosso objetivo é compreender sob diversos ângulos o fenômenoda globalização e refletir sobre seus impactos na economia e nas novas formas desociabilidade.

  O que denominamos contemporaneamente por globalização é compreendido por 

ORTIZ: 1994, como um processo de "mundialização do capitalismo" que envolveuma grande diversidade de aspectos de natureza cultural, social, econômica e política.

  O capitalismo passa por uma série de transformações no final do século XX, por 

um processo de liberalização comercial que levou à uma maior abertura das

economias nacionais resultando em mudanças nos processos de trabalho, hábitos de

consumo, configurações geográficas e geopolíticas, poderes e práticas do Estado.

  No plano econômico a globalização conduziu à abertura comercial , com aredução das barreiras aos fluxos globais de capitais. A expansão de empresas

multinacionais que passam a ocupar posições estratégicas na produção e distribuição

de mercadorias para todo o planeta. A busca por novos mercados, conduz às empresas

a fusões e aquisições que refletem diretamente sob as condições de trabalho.

A globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo

como modo de produção e como processo civilizatório de alcance mundial. Nocotidiano, a globalização se manifesta de maneira mais visível, nas ampliação da

circulação d e eficiência no processamento de informações, com satélites,

informática, telefonia fixa e móvel. Além disso, aumenta a eficiência e rapidez dos

transportes aéreos, supernavios e trens de alta velocidade.

 Neste surto de universalização do capitalismo o desenvolvimento adquire novo

impulso, com base em novas tecnologias, criação de novos produtos e mundializaçãode mercados. A globalização é marcada pela transição de um modelo de organização

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fordista*  para um modelo toyotista, que (HARVEY:1992) denomina passagem para

um regime de acumulação flexível.

Eis algumas característica do regime de acumulação flexível:

1. Flexibilidade dos processos de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo.

2. Ampliação do setor de serviços

3. Níveis relativamente altos de desemprego estrutural

4. Rápida destruição e reconstrução de habilidades e ganhos modestos.

5. Retrocesso do poder sindical.

Questão:

”Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao

constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a

torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras. Os baixos preços

de seus produtos são artilharia pesada que destrói todas as muralhas da

China e obriga a capitularem os bárbaros mais tenazmente hostis aos

estrangeiros. Sob pena de morte, ela obriga todas as nações a adotarem o

modo burguês de produção, constrange-as a abraçar o que ele chama

civilização, isto é, a se tornarem burguesas. Em uma palavra, cria um mundo

à sua imagem e semelhança.” 

  (MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista.

“Obras Escolhidas”. São Paulo, Alfa-Ômega, 1953. p.25. v.1.)

 

O fenômeno da globalização não é tão recente no mundo capitalista, pois a

partir da análise do texto acima, escrito há 160 anos atrás, já fora identificado

a gênese deste fenômeno, que tem as seguintes características:

a) fortalecimento dos movimentos sindicais, num grave acirramento do

conflito de classes.

b) aumento da intervenção do Estado na economia e garantia de emprego

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para todos

c) política de bem-estar social e fortalecimento do poder dos sindicatos dos

trabalhadores

d) diminuição do comércio internacional e crescimento da autonomia daseconomias locais

e) grande expansão das trocas comerciais entre os países.

Alternativa correta: E - O texto trata da expansão das atividades comerciais

pelo planeta desde o século XVIII.

 

2. A globalização e suas consequências

A mundialização dos mercados envolve um amplo processo de redistribuição

das empresas por todo mundo. As empresas passam por processos de reestruturação

  para adaptar-se as novas exigências de produtividade, agilidade, capacidade de

inovação e competitividade.

  A globalização envolve ampla transformação na esfera do trabalho, modificam-

se as técnicas produtivas, as condições jurídicas, políticas e sociais. A busca de mão

de obra barata faz com que as grandes companhias busquem força de trabalho em

todos os cantos do mundo, levando o desemprego à escala global.

  As grandes empresas transnacionais operam em todo o planeta. Elas vendem as

mesmas coisas em todos os lugares através da criação de produtos universais.

Para os executivos das grandes companhias há necessidade de distanciamento

de suas culturas particulares e seu comprometimento se volta para a competição

global. A busca por eficiência e produtividade se torna uma obsessão social. (cf.

ORTIZ: 1993, p. 153)

  O sistema financeiro global passa por um processo de reorganização. O

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mercado de ações, mercados futuros, de acordos de compensação recíproca de taxas

de juros e moedas, ao lado da acelerada mobilidade geográfica de fundos, significa a

criação de um único mercado mundial de dinheiro e crédito. (HARVEY: 1992, p.

152).Desde modo, o sistema financeiro mundial fugiu do controle coletivo, o que

levou ao fortalecimento do capital financeiro.

As novas tecnologias têm contribuído para que as fronteiras culturais, lingüísticas percam o

sentido e para que se adote o inglês como língua oficial dos negócios internacionais.Os meios de

comunicação baseados na eletrônica, tem contribuído para agilizar o mundo dos negócios em escala

 jamais conhecida.

  Por ser um processo ainda não concluso, há dificuldade de captar a

natureza das mudanças que estamos vivenciando. Há análises que

enfatizam os elementos positivos destacando a expansão dos meios de

comunicação e do consumo. Aqueles que se voltam para análise dos

aspectos negativos, afirmam que a globalização só tem favorecido os países

desenvolvidos. Enfatizam o crescimento das desigualdes sociais entre os

países e crise de poder políticos nos países, que perdem autonomia para a

condução das atividades econômicas e sofrem pressão dos movimentos

sociais e ONG's que transformam reivindicações locais em movimentos de

pressão internacional.

Questão:

“... cabe lembrar que os problemas que afetam a humanidade e o planeta

atravessam fronteiras e tornam-se globais com o processo de globalização

que se acelera [...]. Questões como produção, comércio, capital financeiro,

migrações, pobreza, danos ambientais, desemprego, informatização,

telecomunicações, enfim, as grandes questões econômicas, sociais,

ecológicas e políticas deixaram de ser apenas nacionais, tornaram-se

transnacionais. É nesse contexto que nasce hoje o conceito de cidadão do

mundo, de cidadania planetária, que vem sendo paulatinamente construída

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 pela sociedade civil de todos os países, em contraposição ao poder político

do Estado e ao poder econômico do mercado”.(VIEIRA, Liszt. Cidadania e

Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2005 p. 32)

Ao identificar a necessidade de ampliação da cidadania para uma dimensão

planetária, constata-se que vivenciamos uma crise dos Estados Nacionais.

Identifique as afirmativas que indicam a crise dos Estados Nacionais:

 

I. Os Estados enfraquecem à medida que não podem mais

controlar dinâmicas que extrapolam seus limites territoriais.

II. Fortalecimento de instituições multilaterais – Banco Mundial e

FMI, cujo poder reside na influência que exercem sobre os agentes

financeiros internacionais.

III. O Estado perde poder de controle sobre o espaço público com

a expansão das ONGs internacionais que influenciam as

orientações políticas globais.

IV. As ameaças ao ecossistema global e os perigos de

desestabilização política de dimensão mundial, devido às

crescentes desigualdades sociais, acabam por exigir novas

instâncias de decisão.Estão corretas as afirmativas

 

a-) I, III e IV

b-) I, II, III e IV

c-) II e IIId-) II e IV

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e-) I e III

 

Alternativa correta B: Todas as afirmativas acima correspondem a indícios da

crise do Estado Nacional no processo de globalização. Há perda do controlepolítico, econômico e social sobre os territórios.

Referências Bibliográficas

 

BARBOSA, Alexandre. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo. 2ª ed.

São Paulo: Contexto, 2003.

HARVEY, David. Condição pós-moderna. 14ª ed. São Paulo: Loyola, 2005.

 

IANNI, Octavio. Teorias da Globalização. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

ORTIZ, Renato. Mundialização da Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

 

Fordismo:produção padronizada de bens de consumo.

 Título : Transformações do Trabalho - 2o. bimestre

Conteúdo :

1. Transformações no mundo do trabalho

O objetivo deste conteúdo e refletir sobre as transformações do trabalho no

contexto de globalização e reestruturação do sistema produtivo.

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  As mudanças na organização dos processos de trabalho já mencionadas na

unidade anterior conduziram a uma nítida redução do trabalhador fabril em função da

automação, da robótica e da microeletrônica.

Na área rural, há redução do número de empregos oferecidos, tendo em vista a

crescente mecanização das atividades agrárias, o que tem conduzido ao crescimento sem

precedentes da população nas áreas urbanas.

Tanto no campo quanto na cidade, há o crescimento da presença feminina no

mercado de trabalho, que segundo pesquisas realizadas pela DIEESE, entre 2009 e

2010, ganham em média 76% do salário pago dos homens.[1] 

A análise das transformações no mundo do trabalho remonta ao início dos anos

1970, quando o modelo fordista de produção começa apresentar declínio: queda da taxa

de lucro, alavancada pelo aumento do preço da mão-de-obra e pelas lutas sociais

ocorridas nos anos 1960. Têm início o processo de flexibilização da produção, o

toyotismo, modelo de organização da produção que abrange os sistemas just in time,

controle de qualidade da produção e polivalência de tarefas, com terceirização e

subcontratação de trabalhadores.

Neste novo contexto, não há a certeza do lucro, pois todos os empresários têm

acesso às tecnologias, o que torna a concorrência agressiva e avançada. Surge então a

necessidade de redução de gastos e modelos de gestão mais enxutos. Os investimentos

futuros terão efeitos racionalizadores, deste modo, os crescentes investimentos em

processos de automação e informatização, têm contribuindo para o aumento vertiginoso

do desemprego.

 

Questão:

Especialmente nos países subdesenvolvidos, é comum encontrarmos parte significativa

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da população vivendo de biscates ou de empregos de ocasião. Como explicar essas

tendências de aumento do desemprego e a expansão da informalidade?

 

I.Elas se devem à aplicação de medidas de abertura de mercado.

II.Elas se devem ao processo de privatização, que gera mais desemprego.

III.Essas tendências acontecem devido à inovação tecnológica.

IV.Elas ocorrem devido a mudanças na legislação trabalhista que passam a permitir o

trabalho temporário.

 

Assinale a alternativa correta:

 

a-) Apenas as alternativas I e IV estão corretas.

b-) Apenas as alternativas II e III estão corretas.

c-) Apenas as alternativas III e I estão erradas.

d-) Apenas as alternativas I e II estão corretas.

e-) I, II, III e IV estão corretas

A alternativa correta E. Todas as afirmativas expressam as razões para o crescimento do

desemprego no mundo atual.

 

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2. A precarização das relações de trabalho

 

As transformações que conduziram à flexibilização dos processos de trabalho (just

in time), nos contratos de trabalho (terceirização) além da descentralização do processo

produtivo levaram as empresas a investirem em automação. A redução de chefias

intermediárias tem resultado na diminuição do número de trabalhadores empregados.

Diante deste contexto, as empresas mudam o perfil do trabalhador desejado. O

novo quadro do mercado de trabalho requer um trabalhador de perfil polivalente,

altamente qualificado, com maior grau de responsabilidade e de autonomia.

O trabalhador necessário no mercado deve desenvolver sua criatividade, reciclar-

se permanentemente, possuir flexibilidade intelectual nas situações de constante

mudança, capacidade de análise e comunicação. Deve ter atitudes de participação,

cooperação e multifuncionalidade.

As transformações ocorridas no trabalho, não são apenas consequências dos

novos padrões tecnológicos, mas são determinadas também através das mudanças

ocorridas na política, na economia e na sociedade, re-configurando os que vivem do

trabalho: diminuição do operariado, o crescimento dos trabalhadores no setor de serviços

e a terceirização, produzindo uma maior segmentação e pulverização dos trabalhadores.

Entre as ocupações não-organizadas, destaca a crescente quantidade de

trabalhadores temporários, de meio período, freelancers, autônomos, via correio

eletrônico (e-mails), contratados e representantes independentes, além daquelas

ocupações com ganhos flutuantes atrelados aos índices de desempenho, enterrando de

vez a idéia de um futuro previsível assentado no emprego estável.

Antunes (2002) considera que a precarização do trabalho levou a mutações onde

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poucos se especializaram e muitos ficaram sem qualificação suficiente para introduzir-se

nesse mercado de trabalho, engrossando a fila dos desempregados, gerando uma classe

de trabalhadores fragmentada e dividida entre trabalhadores qualificados e

desqualificados, do mercado formal e informal, jovens e velhos, homens e mulheres,

estáveis e precários, imigrantes e nacionais etc, sem falar nas divisões que decorrem da

inserção diferenciada dos países e de seus trabalhadores na nova divisão internacional

do trabalho. Este processo conduziu a destruição e/ou precarização, sem paralelos em

toda era moderna.

Questão:

 

A transformação no sistema de acumulação do sistema capitalista no final do século XX, que passou de ummodelo fordista para um modelo de acumulação flexível impôs profundas transformações na esfera domercado de trabalho. Assinale a alternativa que corresponde a estas transformações.

 

A

crescimento dos empregos na área industrial, investimento em novas tecnologias e profissionais com maior flexibilidade intelectual

B

crescimento dos empregos nas áreas de serviços, redução do emprego rural e necessidade deprofissionais com flexibilidade intelectual.

C

crescimento dos empregos na área industrial, ampliação da presença feminina no mercado de trabalho eexpansão do trabalho precário.

D

crescimento dos empregos temporários, crescimento do emprego na área rural e ampliação da presençafeminina no mercado de trabalho.

E crescimento dos empregos nas áreas de serviços, profissionais com maior flexibilidade intelectual eampliação dos direitos dos trabalhadores assalariados.

Aternativa correta: B - As transformações no mundo do trabalho conduziram ao crescimento dosempregos nas áreas de serviços, redução do emprego rural e necessidade de profissionais comflexibilidade intelectual.

Título : Política e relações de poder: participação política e direitos do cidadão - 2o.

bimestreConteúdo :

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1. Política, Poder e Estado

Nesta unidade, nosso objetivo é possibilitar ao estudante refletir sobre a

complexidade do sistema político, discutindo seus fundamentos e

refletindo sobre a política como prática social.

A palavra política entrou para o vocabulário do homem comum

designando a atividade de um grupo social pouco confiável: os políticos

profissionais. Porém é preciso esclarecer que todos nós somos seres políticos e

que política diz respeito a uma comunidade organizada, formada por cidadãos.

Segundo (ARENDT: 2003, 21) “a política trata da convivência entre

diferentes.”  Desde modo, todos estão envolvidos na política, mesmo aqueles

que não querem saber e viram as costas para as decisões que interferem nas

suas vidas.

O exercício do poder implica em uma relação de mando e obediência e se

fundamenta na imposição de uma vontade sobre as outras vontades. O poder 

não está circunscrito somente no âmbito do Estado. As relações de poder estão

presentes em todas as relações sociais. Por exemplo, na família, sempre existe

a figura de alguém que exerce o poder. Nas empresas todas as relações são

marcadas por hierarquia.

O Estado é uma instituição criada pelo homem com o intuito de proteger 

os homens uns dos outros. O Estado exerce seu poder através do uso das

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armas e das leis.

Max Weber define o Estado como uma estrutura política que tem o

monopólio do uso legítimo da força física em determinado território. O Estado é

visto como uma relação de homens dominando homens, por meio da violência

considerada legítima.

Para que o Estado cumpra suas funções de garantir a ordem, proteger a

sociedade para que ela não se desfaça é necessário não apenas o exercício do

poder, mas a legitimidade, que provém da aceitação da sociedade.

Exercício

O ESTADO se define por:

I. Um conjunto de instituições pública (leis, recursos, serviços) e sua

administração pelos cidadãos.II. A razão do Estado de ser do Estado , é assegurar que cada cidadão tenhauma vida digna de ser humano.

III. O Estado atua como representante do poder legítimo e pelo uso domonopólio legítimo da força.

IV. É concebido como uma entidade cuja legitimidade se baseia narepresentatividade dos interesses da elite política.

a-) Nenhuma alternativa está corretab-) Todas as alternativas estão corretas

c-) Somente as alternativas I, II e IV estão corretas

d-) Somente as alternativas II, III e IV estão corretas

e-) Somente a alternativa IV está incorreta

Alternativa correta: E - O Estado deve representar os interesses da maioria

da população de um páis e nãi de uma minoria.

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2. Democracia, cidadania e participação política

O conceito de democracia surgiu na Grécia antiga e significa que todo o

poder deve emanar o cidadão. Ou seja, é um tipo de governo que nasce do

povo e tem como objetivo atender aos interesses do povo.

A base da democracia encontra-se no reconhecimento das coisas

públicas, separadas dos interesses particulares. Deste modo, aquele que ocupa

o poder o faz como representante do povo e como tal não é proprietário do

poder, tendo em vista que a democracia pressupõe a rotatividade do poder.

O exercício da democracia requer o reconhecimento do valor da coisa

pública, separada dos interesses particulares, é a aceitação do conflito como

expressão das diferenças de opiniões existentes na sociedade.

De uma forma mais específica, em nossa sociedade a democracia se

manifesta através de um sistema eleitoral onde o povo escolhe seus

representantes. Outro elemento fundamental do regime democrático é a

liberdade de ir e vir, a liberdade de expressão e de organização.

Por cidadania entende-se o direito de qualquer membro da sociedade de

participar da vida pública. Segundo o artigo 5º. da Constituição Brasileira,

somos todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se a todos o direito à vida, à liberdade, a igualdade, a segurança e a

propriedade.

Ninguém escapa da política, quem não se envolve diretamente nos

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acontecimentos são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois

todo ato humano em sociedade é político, inclusive o ato de omissão.

Observamos no exercício político brasileiro, candidatos se vangloriarem

por serem éticos, como se esta fosse uma virtude rara, quando todos aqueles

que se propõem a atuar na esfera pública deveriam se ater aos princípios

éticos. Portanto, não podemos confundir política com troca de favores, tráfico de

influência e ausência de princípios. Estes fatos expressam desvios do sentido

da política.

A participação política não se restringe ao voto em período eleitoral.

Existem outras formas de exercício político como sindicatos e movimentos

sociais. Ninguém escapa da política, quem não se envolve diretamente nos

acontecimentos são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois

todo ato humano em sociedade é político, inclusive o ato de omissão.

Exercício:

Um dos pilares da organização política da sociedade moderna foi formulado

no Iluminismo (séc. XVIII) é a idéia de cidadania, que se expressa:

I. No acesso à decisão política, eleição de representantes e

participação ativa na condução da vida pública. 

II. Liberdade de opinião, de associação e também de decisão

política.

 

III. Liberdade de consciência, de expressão, opinião e

associação, bem como o direito à igualdade e o direito de

propriedade que se encontra na base da moderna economia.

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IV. Respeito e participação nas decisões da sociedade para

melhorar suas vidas e a de outras pessoas

 

Assinale a alternativa correta:

 

a-) I, II e III estão corretas

b-) II, III e IV estão corretas

c-) I, II e III estão corretasd-) I, II, III e IV estão corretas

e-) I III e IV estão corretas

 

A alternativa D é a correta, pois todas as afirmativas acima dizem respeito ao

exercício da cidadania na sociedade moderna.

Para a compreensão desta unidade recomenda-se a leitura da Parte I do livro:

VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização. 5a. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2001

Título : Problemas urbanos e lutas sociais - 2º bimestre

Conteúdo :

1. A cidade e seus problemas

 Nesta unidade nossos objetivos se voltam para a compreensão e análise dos

principais problemas ligados ao espaço urbano. Definir e identificar os novos movimentossociais; Discutir o papel dos movimentos sociais nos processos de mudança econservação social; Refletir sobre as novas formas de associação estimuladas pelasnovas tecnologias;

A cidade é considerada um espaço privilegiado para análise da mudança social. A

formação da multidão é um fenômeno das áreas urbanas, gerando a exposição das

necessidades das massas despossuídas.

A concentração de pessoas nas áreas urbanas gera efeitos devastadores: a formação

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de bairros periféricos. Mostrando as duas faces do desenvolvimento econômico: a

opulência e a miséria.

Segundo a ONU, em 2007, a população urbana se igualou à população rural no

mundo. O processo de urbanização é visto por especialistas como inevitável e cabe às

cidades se preparem para receber a população rural que cada vez mais tende a deixar o

campo.[1]

O processo de urbanização é uma manifestação da modernização da sociedade, que

passa por uma transição do rural para o urbano-industrial. Os migrantes, de um modo

geral, buscam progresso através da mobilidade social oferecida pela urbanização.

Os problemas nas áreas urbanas não inúmeros, desde ausência de um planejamento

urbano que permita receber os contingentes populacionais que leva a formação de bairros

periféricos onde os serviços públicos são ausentes. As condições de moradia são

precárias e as distâncias dos bairros centrais são grandes*.

A violência tem se constituído em um dos principais problemas das áreas urbanas.

Assaltos e crimes, que apontam para condições degradantes da vida urbana matando ou

mutilando, têm sido freqüentes em muitas cidades. Esta situação provoca insegurança

social, destruição ou depredação física e profundos abalos morais, além dos custos

elevados com serviços policiais e equipamentos de segurança.

 

Questão:

O crescente processo de urbanização produz efeitos devastadores para a qualidade de

vida da maioria da população, colocando em evidência a opulência e a miséria. Sobre o

processo de urbanização é correto afirmar:

 

a-) A urbanização é fruto do processo de expansão das fronteiras agrícolas, que tem

conduzido a população a buscar bairros periféricos das cidades, onde a oferta de trabalho

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informal tem crescido.

b-) A urbanização é uma manifestação da crise social que a humanidade vive, que ao

concentrar grandes contingentes populacionais objetiva preservar o meio ambiente.

c-) A urbanização é um fenômeno que tem sido controlado pelo governo, com o intuito de

liberar mais áreas para o crescimento da produção de biocombustíveis e alimentos.

d-) A urbanização é uma manifestação da modernização da sociedade que passa por uma

transição do rural para o urbano, paradoxalmente os migrantes buscam mobilidade social

e melhoria na qualidade de vida.

e-) A urbanização é um fenômeno mundial que tem conduzido a humanidade a

experimentar a vivencia democrática em cidades globais.

A alternativa correta é D. O crescente processo de urbanização do país é fruto não só da

expulsão do homem do campo, como também da busca por melhoria nas condições de

vida que conduzem amplos contingentes populacionais para as cidades. Nas áreas

urbanas esta população não tem acesso aos empregos formais e aos serviços públicos

necessários para manutenção de uma vida digna.

2. Movimentos da sociedade em rede

Por movimentos sociais entendem-se as “ações de grupos sociais organizados que

buscam determinados fins estabelecidos coletivamente e tem como objetivo mudar ou

manter as relações sociais. (FERREIRA, 2001, p146).

Há uma tendência em nossa sociedade de criminalizar em termos éticos, ou em

termos políticos, os grupos de se organizam em defesa de seus interesses. Porém é

preciso considerar que os movimentos sociais procuram interferir na elaboração das

políticas públicas econômicas, sociais etc, algo que o indivíduo isoladamente não

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conseguiria.

Há uma diversidade de movimentos que atuam na sociedade, como ecológicos,

feministas, pacifistas, anti-racistas, que surgiram na Europa, e ganham cada vez mais

espaço na América Latina.

Os movimentos sociais podem ser divididos em dois tipos: os movimentos que

buscam a emancipação e os movimentos que buscam a manutenção da ordem existente.

Exercem maior influência na sociedade os movimentos que se organizam em

busca da emancipação. Como exemplo citamos o Movimento dos Trabalhadores Rurais

Sem-Terra, Comitê em Defesa dos Direitos Humanos, o Fórum Social Mundial, o

movimento hippie, o movimento estudantil.

SANTOS (2001) chama atenção para o que denomina “os novos movimentos

sociais” que identificam novas formas de opressão que não estão baseadas

exclusivamente nas relações econômicas, como os movimentos contra o machismo, o

racismo, pacifismo. Desde modo, a atuação dos movimentos não está pautada

exclusivamente na luta econômica, na busca do bem-estar material.

Os movimentos sociais contemporâneo podem ser divididos em movimentos de

interesses específicos de um grupo social, como o de mulheres, negros etc. Há também

os movimentos de interesses difusos, como a ecologia e o pacifismo. Lutando por causas

subjetivas, buscam emancipação pessoal e não social, por isso um certo distanciamento

do Estado, partidos e sindicatos.

SANTOS (2001) analisa que os novos movimentos sociais atuam em estruturas

descentralizadas, não hierárquicas e fluídas. Daí uma preferência pela ação política não

institucional, dirigida a opinião pública com vigorosa utilização dos meios de comunicação

de massa.

  Questão:

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3-) Há uma diversidade de movimentos sociais que atuam na sociedade, como

ecológicos, feministas, pacifistas, anti-racistas. Por movimentos sociais, entende-se:

a-) Ações de grupos sociais organizados que buscam determinados fins estabelecidos

coletivamente.

b-) Ações de indivíduos revoltados que buscam determinados fins estabelecidos

coletivamente.

c-) Ações do governo que visam elevar a qualidade de vida da população nas regiões

onde há desmatamento, assassinos de mulheres e gangues organizadas.

d-) Ações de grupos delinqüêntes que buscam a desestabilização da ordem democrática.

e-) Ações de grupos sociais específicos, que tem como objetivo tomar o poder político e

instaurar no país um governo que defenda o meio ambiente, as mulheres, os negros e os

índios.

Alternativa correta: A Todos os seguimentos da sociedade podem ser organizar em grupos

coletivos para a defesa dos seus interesses.