ciências no ensino fundamental

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  • CINCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

    AutoresAna Maria da Silva Arruda Ftima Teresa Braga Branquinho Shirley Neves Bueno

    Janeiro de 2006

    CINCIAS DA NATUREZA E MATEMTICA

  • Cincias no Ensino Fundamental 117

    Cincias da Natureza e Matemtica

    O PAPEL DAS CINCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

    A imprensa escrita ou falada, diariamente, veicula temas relacionados cincia que desa am a nossa compreenso, mas que reconhecemos serem importantes para nossa vida (construo de oleodutos, buracos na camada de oznio, alimentos transgnicos, etc.). Como participar da escolha dos rumos de nossa sociedade se no compreendermos os conceitos cient cos envolvidos e os fatores que esto in uenciando uma determinada realidade?

    Ns, professores, podemos aproveitar a curiosidade natural dos alunos para despertar o interesse por cincia, incentivando o questionamento sobre o que ouvem ou lem na mdia. Mas h ainda que se considerar a importncia das Cincias em diversas outras questes, que nem sempre esto em evidncia no noticirio, mas que so fundamentais para a formao do indivduo. Por exemplo, o conhecimento do prprio corpo e a compreenso das mudanas que nele ocorrem na adolescncia, os cuidados necessrios para a preveno de doenas, os riscos da automedicao e os cuidados que devemos ter com a segurana ao lidar com a rede eltrica ou com foges a gs.

    Em um processo que se inicia no ensino fundamental e que se prolonga pela vida toda, as Cincias contribuem para a compreenso da realidade que nos cerca. Aprender Cincias aprender uma forma de pensar que deve contribuir para ampliar nossa capacidade de ter uma viso crtica acerca da realidade que vivemos: so necessrias a apropriao de conceitos cient cos, a compreenso dos mtodos de produo deste conhecimento e a re exo sobre como as produes da Cincia so rotineiramente utilizadas em nossa sociedade.

    Os produtos das Cincias vo se transformando em tecnologias, e alterando o mundo continuamente (comunicao via satlite, energia nuclear, inseminao arti cial, etc.). Na distribuio de seus benefcios e malefcios vemos relaes com a Geopoltica, com a poltica ambiental e a de sade e com a Economia. O estudo de Cincias no ensino fundamental deve ajudar o aluno a compreender conceitos cient cos bsicos e a estabelecer relaes entre estes e o mundo em que ele vive, levando em conta a diversidade dos contextos fsico e cultural em que ele est inserido. Ainda que seja necessrio considerar as especi cidades, devemos agir no sentido que todos os alunos tenham as mesmas possibilidades de acesso aos saberes cient cos e tecnolgicos.

    Se o progresso e os benefcios do desenvolvimento cient co no atingem igualmente a todos, se grupos (como as comunidades indgenas e outros) convivem com outros tipos de saberes

  • 118 Ensino Fundamental

    sobre a natureza e a sade, se nos damos conta que os resultados da cincia esto presentes em praticamente todas as nossas atividades, importante que nossos estudantes se familiarizem com as questes da cincia desde o ensino fundamental, para que a deciso sobre seu uso (que envolve a avaliao de riscos e benefcios) no seja exclusiva de cientistas, polticos e empresrios. Os possveis efeitos sobre o ambiente, a sade e sobre os rumos da sociedade que decorrem das novas descobertas da Cincia so pouco conhecidos, discutidos e compreendidos no meio social. No entanto, se os estudantes forem alfabetizados em Cincia, poderemos re etir e atuar de forma mais consciente e tica em questes que envolvem riscos scio-ambientais e para a sade provenientes, por exemplo, de terapias genticas, consumo de alimentos transgnicos e utilizao de energia nuclear, fazendo frente s polticas de laboratrios e grupos com grandes interesses econmicos.

    Dessa forma, devemos adotar prticas didticas que permitam ao estudante construir e elaborar seus conhecimentos de forma cienti camente adequada, tornando clara a maneira como o conhecimento cienti co produzido e valorizando a compreenso de conceitos.

    necessrio levar nossos alunos a compreender que o conhecimento cient co o resultado de um longo processo histrico, que inclui erros e acertos e produz verdades provisrias. Com isso, eles podero perceber que os produtos gerados pelo saber cient co so resultado de uma combinao entre natureza e cultura (como o so os objetos culturais produzidos por qualquer sociedade) e que os recursos da tecnologia so parte dessa nossa cultura cient ca. A constante transformao do conhecimento cient co e da tecnologia nos leva ainda a considerar fundamental desenvolver em nossos alunos a postura de que continuaro a aprender por toda a vida.

    Buscamos construir uma proposta de educao em Cincia que contribua para criar no aluno um conjunto de atitudes que permitam a melhoria de sua vida cotidiana, atitudes que o levem a enfrentar os problemas com maiores possibilidades de sucesso e atitudes de valorizao de sua sade e da sua comunidade. Procuramos, tambm, desenvolver uma viso em relao ao ambiente, utilizao dos recursos tecnolgicos e das conquistas da cincia e tambm em relao s demais culturas que seja mais democrtica e adequada aos novos tempos de preocupao ecolgica.

  • Cincias no Ensino Fundamental 119

    Cincias da Natureza e Matemtica

    ESTRUTURA CURRICULAR

    Flexibilidade seria uma das palavras-chave para de nir esta proposta de contedos, partindo do princpio que cada escola pode ser considerada um espao nico. Na elaborao desta proposta, foram feitas opes. Outras, certamente, seriam possveis. Apresentamos contedos selecionados como fundamentais e sugestes de temas de aprimoramentos, mas a habilidade do professor, as reaes dos alunos, o tempo disponvel e as situaes que se apresentam no cotidiano das salas de aula determinaro at onde se poder chegar.

    Inicialmente, precisamos romper com a abordagem em Cincias no Ensino Fundamental na qual, por exemplo, elementos qumicos parecem no ter qualquer relao com seres vivos, que, por sua vez, no tm nada a ver com a energia. Busca-se, ento, uma viso mais global e sistmica da Cincia, como discutido por Chassot (1995), que a rma que em Cincias existem condies para a realizao de um trabalho muito integrado.

    A proposta aqui apresentada para o ensino de Cincias deve contribuir para a compreenso de que a natureza um sistema dinmico, baseado em transformaes de matria e energia e que a vida tambm se organiza atravs destes processos.

    Esta proposta tambm inclui algumas sugestes de atividades, que podem complementar aquelas que j so desenvolvidas pelos professores e que devem ser adequadas realidade e ao contexto da escola.

    Estrutura Curricular para a 5 Srie do Ensino Fundamental

    O Universo, sob a perspectiva macroscpica, o ponto de partida para o estudo e a compreenso dos fenmenos biolgicos, fsicos e qumicos relativos vida no nosso planeta. A partir da deve-se chegar ao estudo do ambiente microscpico, das diferentes partculas que compem a matria, valorizando o processo dinmico de conservao e de transformao dos materiais da natureza, do qual o homem participa ativamente. Como tema norteador para esta srie prope-se: O Planeta Terra Ambiente de Interao Scio-Ambiental, que ser dividido em dois grandes temas: o Universo e os reservatrios de materiais: solo, ar e gua.

    O Universo, o Sistema Solar e a Terra

    Partindo do macrocosmo (tema tambm tratado pela Geogra a e que, portanto, se bene ciaria se houver a possibilidade de um planejamento conjunto), chegaremos ao estudo do microcosmo terrestre em toda sua complexidade.

    Principais conceitos a serem estudados:

    O Universo e o Sistema Solar corpos celestes que os constituem.

    A comparao entre os planetas do Sistema Solar os planetas e suas caractersticas.

  • 120 Ensino Fundamental

    O movimento de rotao o estudo dos dias e das noites. A Lua caractersticas, movimentos e fases. O movimento de translao e a inclinao do eixo imaginrio da Terra sua relao com as estaes do ano.

    Os eclipses do Sol e da Lua.

    As zonas climticas como conseqncia da forma esfrica da Terra e de como os raios solares atingem o planeta, propiciando distribuio da luz e do calor de forma diferenciada conseqncias das zonas climticas para a vida no planeta.

    As caractersticas da Terra que possibilitaram o desenvolvimento da vida.

    gua, Ar e Solo: Grandes Reservatrios de Materiais

    A Terra o nico planeta conhecido por ns que apresenta as condies necessrias (atmosfera, gua nos trs estados fsicos, solo, luz e calor) para a manuteno da vida como a identi camos. Essas condies so decorrentes da posio do nosso planeta em relao ao Sol e dos diversos materiais necessrios para a formao da vida que se encontram presentes na gua, no ar e no solo.

    Principais conceitos a serem estudados: Introduo aos conceitos de matria e energia a relao destes conceitos com a vida. Algumas propriedades dos materiais: massa, extenso, volume, etc. A organizao da matria construindo modelos, introduo linguagem qumica. A relao entre matria e energia.

    As transformaes da matria.

    Os diferentes tipos de materiais presentes na gua, no ar e no solo.

    importante ressaltar que a introduo das primeiras idias sobre matria e energia antecipam conceitos desenvolvidos mais profundamente pela Fsica e pela Qumica. Estas idias daro suporte aos contedos das sries posteriores, pois esto relacionadas dinmica da vida no planeta.

    A gua

    O surgimento da gua sobre a superfcie do planeta ainda em formao provocou grandes transformaes. Alm de criar condies para o surgimento da vida, as intensas chuvas que caram sobre a Terra in uenciaram o resfriamento e o processo de desgaste da superfcie, possibilitando o processo de formao do relevo da Terra.

  • Cincias no Ensino Fundamental 121

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Principais conceitos a serem estudados:

    A formao dos oceanos na Terra primitiva.

    O papel da gua na formao do relevo.

    gua e vida.

    As caractersticas fsico-qumicas da gua: propriedades da gua, seus estados fsicos e o ciclo da gua.

    A importncia da gua na histria da humanidade.

    As bacias hidrogr cas de nio, formao, importncia scio-ambiental das bacias hidrogr cas - a trajetria da gua e a interferncia humana, as alteraes dos cursos dos rios, represamento, assoreamento, turvao, contaminao, poluio e desequilbrios ambientais.

    O tratamento da gua e suas conseqncias para a sade.

    O Ar

    A compreenso de que estamos rodeados por uma camada de ar, a atmosfera, e a elaborao de conceitos como o de presso atmosfrica so muito importantes para que possamos compreender uma srie de fenmenos que ocorrem na natureza, como ventos e combusto e ainda o papel de funes vitais, como a respirao.

    Principais conceitos a serem estudados

    A formao da atmosfera: composio da atmosfera primitiva e suas transformaes at os dias atuais.

    As propriedades do ar e sua relao com a vida.

    A composio da atmosfera camadas.

    A formao dos ventos e sua importncia para a compreenso da eroso.

    O papel da atmosfera no desenvolvimento e manuteno da vida no planeta.

    Os problemas de poluio do ar, efeito estufa e degradao da camada de oznio suas conseqncias para os seres vivos.

    A qualidade do ar e seus efeitos na sade.

    O Solo

    O solo um dos elementos fundamentais para a manuteno do equilbrio da biosfera e est estreitamente ligado ao desenvolvimento de diversas formas de vida.

    Principais conceitos a serem estudados:

    A origem e formao da crosta terrestre.

    Os diferentes tipos de solo sua formao e principais caractersticas.

  • 122 Ensino Fundamental

    Os minerais, minrios e combustveis.

    Os mtodos de conservao do solo utilizados pelo homem: irrigao, drenagem, correo de pH, adubao, arao etc.

    O papel do homem na degradao e na conservao do solo.

    As agresses ao solo e suas conseqncias para o ambiente: desmatamento, queimada, eroso, deserti cao, contaminao, poluio etc.

    importante discutir com os alunos que recursos como gua doce, ar, solo, minerais no so inesgotveis. Lev-los a compreender que a atmosfera e os oceanos tm capacidade limitada para absorver resduos e recicl-los, a conhecer alternativas naturais e tecnolgicas para a preservao do meio ambiente e debater sua importncia para a manuteno dos recursos do planeta.

    Sugestes de Temas para Aprimoramento

    Evoluo das concepes sobre a formao e evoluo do universo e do Sistema Solar; os modelos geocntrico, heliocntrico e atuais teorias para a formao de sistemas planetrios e do Universo.

    Principais constelaes observveis do Hemisfrio Sul: em algumas revistas educacionais e livros so apresentadas algumas das principais constelaes que podem ser vistas no cu em cada estao. A observao das constelaes e a veri cao das mudanas que vo ocorrendo ao longo das estaes contribuem para a compreenso dos movimentos da Terra.

    Introduo ao conceito de gravidade.

    O sistema de medidas do universo macroscpico ao universo microscpico.

    Relaes entre o tempo csmico e o tempo biolgico.

    Relaes da diversidade ambiental com as zonas climticas e com a biodiversidade.

    Estudo de ecossistemas brasileiros.

    Materiais sintticos: fabricao, usos e problemas relacionados a decomposio plsticos, tecidos, borrachas, supercondutores.

    Empuxo e vasos comunicantes.

    As cores do cu as ondas luminosas e as cores.

    Estudo de algumas mudanas metereolgicas.

    Fontes alternativas de energia: energia solar, elica, das mars, etc.

  • Cincias no Ensino Fundamental 123

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Estrutura Curricular para a 6 Srie do Ensino Fundamental

    Sugerimos para 6 srie o eixo temtico A vida na Terra: os seres vivos e o ambiente. A compreenso do fenmeno da vida na Terra, as relaes entre os seres vivos, inclusive o Homem, e destes com os demais componentes (gua, luz, ar, solo) do ambiente possibilitam o entendimento do equilbrio dinmico que caracteriza os sistemas vivos.

    Origem da Vida

    Para estudar a biodiversidade, devemos partir da histria geolgica da Terra e da vida, tendo como foco a sua origem e a sua evoluo no nosso planeta.

    Principais conceitos a serem estudados:

    As diferentes explicaes sobre a existncia da vida e do ser humano.

    A origem da vida, a organizao dos materiais, os elementos qumicos dispersos na atmosfera inicial.

    O desenvolvimento da vida e a expanso pelos ecossistemas aquticos e a conquista do ambiente terrestre.

    Introduo s teorias evolutivas.

    A importncia dos fsseis: marcos do processo evolutivo. Estudo da seleo natural atravs de evidncias adaptativas e das relaes entre o sucesso reprodutivo de uma espcie e sua adaptao ao ambiente.

    Biodiversidade

    O estudo das caractersticas dos principais grupos de seres vivos deve se estabelecer de forma comparativa, ressaltando-se a noo de interao e integrao entre sistemas e rgos e o meio ambiente, possibilitando a compreenso da importncia do equilbrio que caracteriza os sistemas vivos.

    Principais conceitos a serem estudados:

    Sistemtica e classi cao: uma tentativa de ordenar a diversidade.

    Caractersticas dos seres vivos.

    Classi cao em reinos e principais categorias taxionmicas.

    A diversidade biolgica:

    - Evoluo, organizao, adaptaes. - Caractersticas gerais dos principais grupos nos diversos reinos (Monera, Protista; Fungi, Vegetal e Animal); caractersticas dos vrus e conseqncias para a sade. - Importncia ecolgica. - Importncia econmica e o impacto da ao humana e manejos sustentados. - Seres vivos e sade.

  • 124 Ensino Fundamental

    Ecologia

    O equilbrio dinmico da vida uma das idias centrais a serem desenvolvidas. A necessidade dos seres vivos obterem nutrientes e metaboliz-los, estabelecendo relaes alimentares entre os mesmos, e as interaes nos diferentes ecossistemas so essenciais para o equilbrio do planeta.

    Principais conceitos a serem estudados:

    O Sol fonte externa constante de energia, essencial para a vida no planeta.

    Fotossntese: assimilao da energia radiante e transformao em energia qumica base para a cadeia alimentar.

    Respirao: estratgia de obteno de energia para os processos celulares.

    A importncia dos decompositores para o uxo de matria nos ecossistemas.

    Cadeias e teias alimentares e outras relaes biolgicas.

    Os ecossistemas como sistemas abertos, compostos por elementos biticos e abiticos que interagem atravs de um ciclo de materiais e de um uxo de energia.

    Os fatores que interferem no equilbrio das populaes: abiticos (salinidade, temperatura, quantidade de oxignio, tipos e quantidades de nutrientes, grau de acidez, ndice pluviomtrico etc.) e biticos (parasitismo, predatismo, competio etc.).

    Os desequilbrios ambientais causados pela interferncia humana: chuva cida, efeito estufa, destruio da camada de oznio e deserti cao.

    importante priorizar os aspectos regionais na discusso de questes ambientais brasileiras, tendo em vista a possibilidade de interveno dos alunos na busca de solues e alternativas para os problemas scio-ambientais.

    Sugestes de Temas para Aprimoramento

    Evoluo dos sistemas de classi cao e sua relao com o contexto histrico, social e cultural.

    Histria evolutiva: os diversos perodos, suas caractersticas ambientais e seres vivos.

    Ciclo astronmico, sazonalidade e sua in uncia sobre a vida do homem.

    Controle biolgico.

    Plantas medicinais, biopirataria e patentes.

    Organismos geneticamente modi cados: transgnicos importncia econmica; impacto ambiental; riscos para a sade.

    Transformaes ambientais, seres em risco de extino e projetos de conservao.

  • Cincias no Ensino Fundamental 125

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Estrutura Curricular para a 7 Srie do Ensino Fundamental

    O principal tema de estudo desta srie o ser humano. Propomos uma aborgagem do corpo e da sade como um todo, integrado por dimenses biolgicas, afetivas e sociais. Como eixo temtico para esta srie, sugerimos: O Homem: ser biolgico e scio-cultural.

    importante enfatizar que o conhecimento dos princpios bsicos do funcionamento do corpo humano leva valorizao dos cuidados para com a sade. Algumas questes so imprescindveis realidade atual e devem estar presentes ao longo desta srie (e das demais): aquelas relativas sade em geral, sexualidade, ao uso e abuso de drogas, que interferem no ser humano em sua dimenso social e relacionam-se com questes relativas cultura, s relaes interpessoais e familiares e s perspectivas de integrao no mundo do trabalho e na participao como cidados.

    Origem da Espcie

    O Homem integra a natureza. A lentido das adaptaes biolgicas, em contraste com a rapidez das adaptaes culturais, esto relacionadas sobrevivncia da espcie humana.

    Principais conceitos a serem estudados:

    O surgimento e a histria evolutiva da espcie humana.

    A espcie humana na pr-histria e mudanas sociais e culturais que levaram ao surgimento do homem moderno.

    A adaptao da espcie humana ao ambiente.

    Organizao do Corpo

    A elaborao de modelos simples de diferentes estruturas e sistemas do corpo humano facilita o entendimento dos mecanismos que permitem a permanente interao do Homem com o meio externo a ele.

    Principais conceitos a serem estudados:

    Organizao celular.

    Da clula ao organismo.

    A Manuteno da Espcie

    O estudo da reproduo humana e da sexualidade uma tima oportunidade de discutir com os alunos hbitos fundamentais para a sade fsica e mental do jovem, ajudando a prevenir doenas sexualmente transmissveis e a gravidez na adolescncia.

  • 126 Ensino Fundamental

    Principais conceitos a serem estudados:

    A reproduo como caracterstica principal para a vida, manuteno e evoluo das espcies.

    Os processos assexuais e sexuais: comparao das estratgias de reproduo de outros seres vivos e da espcie humana (a existncia de clulas especializadas para a reproduo os gametas, fecundao interna ou externa ao corpo, as vrias formas para o desenvolvimento do embrio).

    Fases da vida.

    Adolescncia um perodo de grandes transformaes psicolgicas e fsicas.

    Os rgos reprodutores, a fecundao, a gravidez e o parto.

    Sexualidade, vida e sade.

    Doenas sexualmente transmissveis.

    Planejamento familiar, mtodos anticoncepcionais.

    As bases da hereditariedade: os genes e as caractersticas.

    O Homem As Funes de Nutrio e de Relao

    Os materiais do meio entram no nosso organismo, sofrem transformaes, ajudam a constituir o corpo e, modi cados, retornam ao ambiente. As funes de nutrio (alimentao, digesto, respirao, circulao e excreo), assim como as funes de relao (sistema endcrino, sistema nervoso, rgos dos sentidos) integram o Homem ao ambiente e devem ser compreendidas em suas dimenses bioqumicas e biofsicas.

    A origem e evoluo dos sistemas nos animais fundamentam o estudo dos sistemas no homem. O estudo da anatomia deve estar intimamente relacionado com a siologia.

    Principais conceitos a serem estudados:

    Alimento garantia de energia para o funcionamento do organismo.

    A importncia da gua e das substncias nutritivas: seu papel na manuteno da vida.

    Digesto: processos de quebra dos alimentos e de absoro.

    - Digesto mecnica e qumica.

    - O papel dos diversos rgos e estruturas.

    Respirao: liberao de energia para o organismo.

    - O papel dos diversos rgos e estruturas.

    - Respirao e produo de energia.

    - A qualidade do ar e a sade.

  • Cincias no Ensino Fundamental 127

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Circulao e sangue:

    - O estudo do sangue: constituio, coagulao, grupos sanguneos e sade.

    - O papel do corao e a circulao sangunea.

    - O papel do sistema circulatrio e sua relao com os demais sistemas.

    - O sistema linftico.

    Excreo: a eliminao dos produtos do metabolismo.

    - O papel dos diversos rgos e estruturas.

    - O papel do suor.

    - O equilbrio qumico do corpo.

    O sistema nervoso

    - O funcionamento dos neurnios e das bras nervosas.

    - O papel dos diversos rgos e estruturas.

    - Re exos: ato re exo, re exo e arco re exo.

    O sistema sensorial

    - Os rgos dos sentidos e seu papel na vida do homem.

    - O caminho da viso, da audio, do olfato, do tato e do paladar devem ser estudados enfatizando a relao entre os fenmenos qumicos, fsicos e biolgicos.

    O sistema endcrino

    - O papel dos diversos rgos e estruturas.

    O Sistema de Defesa

    Neste tema, estuda-se o sistema imunolgico como responsvel pelas respostas do organismo a agentes estranhos atravs de clulas e substncias que se mobilizam para a eliminao ou neutralizao desses agentes.

    Principais conceitos a serem estudados:

    As clulas responsveis pela defesa natural do organismo.

    O desenvolvimento das vacinas, soros e de medicamentos defesas arti ciais.

  • 128 Ensino Fundamental

    As Relaes entre Ossos e Msculos

    O estudo do equilbrio do corpo humano levando ao reconhecimento do sistema motor como uma das grandes adaptaes dos animais ao ambiente. Busca-se ainda o entendimento das relaes entre ossos e msculos e tambm os motivos para o deslocamento humano.

    Principais conceitos a serem estudados:

    O sistema sseo estrutura ssea e articulaes.

    O sistema muscular siologia muscular e ao mecnica dos msculos.

    Alteraes nos msculos e ossos.

    Sugestes de Temas para Aprimoramento

    Origem e evoluo dos sistemas anatomia e siologia comparadas.

    Anorexia e bulimia: distrbios fsico-emocionais.

    Complementos alimentares: necessidades e problemas decorrentes de seu uso sem orientao.

    Aditivos qumicos corantes, conservantes e aromatizantes.

    Desnutrio e obesidade.

    Decifrando e controlando os genes.

    A hipertenso arterial e os problemas renais.

    A doao de sangue e de rgos.

    O uso de drogas lcitas e ilcitas seus efeitos no organismo, problemas sociais implicados no consumo e comercializao.

    Os problemas da viso e as lentes cncavas e convexas.

    A prtica de exerccios fsicos para manuteno da sade integral.

    Diabetes; hipo e hipertireoidismo.

    Clonagem.

    Evoluo dos papis sociais do homem e da mulher na comunidade e sociedade.

  • Cincias no Ensino Fundamental 129

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Estrutura Curricular para a 8 Srie do Ensino Fundamental

    Como tema norteador para esta srie propomos: Matria e energia: transformaes atravs dos fenmenos qumicos, fsicos e biolgicos. O tema da oitava srie sugere o estudo das transformaes que ocorrem na atmosfera, na litosfera, na hidrosfera e na biosfera, sejam elas fenmenos naturais ou induzidas pelas atividades humanas. O tema permite ainda a discusso com os alunos da necessidade de investimentos para preservar o ambiente em geral e, em particular, os ambientes regionais nos quais estamos inseridos.

    Os Mtodos da Cincia

    Como discutido na introduo, a Cincia no somente um conjunto de conhecimentos que vo se acumulando, mas sim uma forma de estudar e interpretar o mundo, empregando determinados procedimentos, que podem variar em funo do objeto a ser estudado.

    Principais conceitos a serem estudados:

    O papel da Cincia.

    Os mtodos da Cincia.

    Cincia, Tecnologia e Sociedade.

    O Estudo dos Materiais

    O Homem procura compreender as transformaes pelas quais passa a matria, para reproduzi-las e criar benefcios para a humanidade. O estudo da estrutura molecular e atmica dos materiais da natureza uma importante ferramenta para a compreenso de vrios fenmenos.

    Principais conceitos a serem estudados:

    Uma viso geral da matria

    - Organizao.

    - Propriedades gerais e espec cas.

    - Propriedades fsicas, qumicas e biolgicas.

    - Os estados fsicos da matria.

    - Mudanas de estado da matria e fatores que as in ueciam (temperatura, presso, etc.).

    A diversidade de elementos qumicos e a necessidade de classi cao

    - Evoluo dos modelos atmicos.

  • 130 Ensino Fundamental

    Os nomes e os smbolos dos elementos.

    A organizao da tabela peridica.

    A ligao qumica.

    Os ciclos biogeoqumicos e a vida na Terra.

    As Substncias da Natureza

    Principais conceitos a serem estudados:

    As misturas e as combinaes.

    - Os processos de separao das misturas da natureza, nas fbricas, nos laboratrios, nas residncias e no interior dos seres vivos.

    A qumica do cotidiano: substncias sintticas na agricultura, nos alimentos, nos remdios, nos produtos de limpeza e nos produtos de higiene.

    A qumica e a poluio.

    Os combustveis fsseis.

    - As transformaes qumicas para a produo de energia.

    A Energia No se Cria, s se Transforma

    O conceito de energia exigir do aluno um longo investimento de tempo e esforo, no qual novas interpretaes (mais complexas) vo se somando s anteriores (mais simples). A escolha de exemplos conectados realidade fundamental na construo deste conceito..

    Principais conceitos a serem estudados:

    Energia: conceito e propriedades.

    Fora

    - Noes intuitivas de fora e velocidade.

    - Fora e movimento: foras alteram a velocidade dos corpos.

    - Fora como interao: o princpio da ao e reao.

    Energia Mecnica

    - O trabalho como uma forma de transformao da energia.

    - A potncia como a capacidade de realizar trabalho.

    - As mquinas realizam trabalho: alavancas, cunhas, roldanas e mquinas complexas.

    - Energia potencial e energia cintica.

  • Cincias no Ensino Fundamental 131

    Cincias da Natureza e Matemtica

    A Energia se Propaga

    Principais conceitos a serem estudados:

    Som rudo, emisso e propagao atravs de um meio material, percepo auditiva; medidas de intensidade; infra-som, ultra-som; eco, sonar, poluio sonora.

    Luz propagao da luz; fontes de luz; re exo; a luz e a viso; espelhos, lentes e prismas; refrao; luz e cor composio da luz; eclipses, arco-ris etc.

    Calor trocas de energia entre sistemas, estados da matria, mudanas de estado, conceitos de temperatura e presso.

    Noes de Eletricidade desequilbrio entre carga positiva e carga negativa.

    A Energia do Sol se Transforma

    Principais conceitos a serem estudados:

    O Sol como fonte primria de energia que se transforma em outras formas de energia: luminosa, qumica, trmica, eltrica e mecnica.

    A fotossntese e respirao: transformaes energticas essenciais para a manuteno da vida no planeta.

    - Fluxo de energia nos seres vivos.

    - Pirmide de energia.

    Sugestes de Temas para Aprimoramento

    Os grupos das bases, dos xidos, dos cidos e dos sais.

    O papel dos combustveis na sociedade.

    As alteraes ambientais.

    A formao dos combustveis fsseis e sua relao com a extino das espcies.

    Campo gravitacional.

    O uso e a produo de pigmentos do homem pr-histrico aos dias de hoje.

    As iluses de tica.

    Eletricidade e Magnetismo: Eletrosttica; corrente eltrica; circuito eltrico, condutores e isolantes; pilhas; o impulso nervoso; eletrom; A Terra como um m natural.

    A Cincia e a Revoluo Industrial.

    O protocolo Kioto e a poluio.

  • 132 Ensino Fundamental

    SUGESTES METODOLGICAS

    O conjunto de sugestes metodolgicas apresentadas aqui poder ajudar o professor a colocar em prtica algumas das idias contidas nesse documento, atravs atividades a serem desenvolvidas durante as aulas de cincias.

    Estas sugestes no pretendem esgotar os contedos propostos, nem tampouco propem-se como as nicas formas de desenvolver os temas apresentados. Elas esto baseadas em atividades realizadas com nossos alunos, que podem e devem ser modi cadas a partir das experincias pessoais de cada professor e em funo das mltiplas realidades que so encontradas nas escolas em nosso estado.

    Atividades para as Aulas de Cincias

    O Sistema Solar

    fundamental privilegiar atividades de observao dos movimentos aparentes do Sol, o que contribuir para que os alunos elaborem suas prprias explicaes para os fenmenos observados. Para isso, podem ser feitas algumas atividades, como por exemplo:

    a construo de relgios de Sol no ptio da escola, ou ainda usar o mastro da bandeira da escola para construir um modelo maior, quando isso for possvel;

    a utilizao de modelos do sistema Terra, Lua e Sol um importante recurso para o professor, pois permite a simulao dos movimentos de rotao e translao, a partir de materiais concretos, como bolas de isopor e lanterna, ou mesmo representaes feitas pelos alunos. Alm de introduzir de forma simples a idia de um modelo para o estudo de fenmenos, estas atividades facilitam a compreenso de fenmenos como eclipses, fases da Lua e estaes do ano;

    a construo de maquetes ou modelos do Sistema Solar pelos alunos permite integrao com Matemtica e com Geogra a, por exemplo, pois nesta tarefa imprescindvel o trabalho com escalas e a construo do globo terrestre com seus continentes, alm dos modelos dos demais planetas do sistema solar e do prprio Sol.

    primordial estabelecer um ambiente de discusso e troca entre o professor e seus alunos, no qual as dvidas e concepes emergentes do trabalho e da observao sejam usadas como ponto de partida para que esses negociem suas prprias interpretaes, com a superviso do professor, buscando a construo de novos conceitos pelo grupo e a integrao de diferentes saberes.

  • Cincias no Ensino Fundamental 133

    Cincias da Natureza e Matemtica

    O Estudo da Reproduo

    Esta atividade pode ser utilizada tanto em turmas de 6 como de 7 srie. Podemos comear o estudo de sistemas reprodutores partindo de uma atividade prtica na qual o aluno dever separar e identi car as partes da or do Hibisco (brinco-de-princesa, mimo-de-vnus ou papoula).

    Para isso ser necessrio o seguinte material: papel ofcio; ta durex ; or do Hibisco (brinco-de-princesa, mimo-de-vnus ou papoula) e lupa de mo.

    A atividade deve ser realizada, preferencialmente, com a turma dividida em grupos.

    1 etapa Conversa informal com os alunos, perguntando quais ores eles conhecem, quem gostaria de conhecer uma or por dentro, e outras questes que possam surgir a partir da conversa com a turma.

    2 etapa Apresentao e descrio da or: Qual a sua cor? Ela tem cheiro? Que partes diferentes ela tem?

    3 etapa O trabalho em conjunto:

    mostrar as peas verdes mais externas.

    retirar e colar com ta adesiva.

    retirar e colar uma ptala grande e colorida.

    retirar as outras ptalas coloridas.

    observar a or sem as ptalas.

    mostrar os gros de plen (bolinhas amarelas) e colar.

    cortar transversalmente o ovrio da or, para cada grupo, e chamar a ateno para o fato desta parte se transformar em fruto.

    observar com a lupa, os vulos (futuras sementes) dentro da parte cortada e colar.

    Podemos utilizar uma folha com quatro retngulos verticais com os seguintes ttulos: parte verde (spalas), parte colorida (ptalas), parte masculina (gros de plen) e parte feminina (ovrio com vulos). Esse material poder ser utilizado para iniciar uma comparao entre a funo dos rgos reprodutores, seu funcionamento e sua anatomia, entre diferentes grupos de seres vivos.

    Devemos orientar a discusso sobre a relao entre a forma e a produo de substncias que atraem diferentes polinizadores e disperso de sementes, comparando o que ocorre na natureza e os processos tecnolgicos desenvolvidos e utilizados pelo homem ao longo da histria da agricultura e sua relao com a prpria histria da espcie humana.

  • 134 Ensino Fundamental

    Terrrio

    A construo e o acompanhamento de um Terrrio uma atividade que se desdobra em diferentes discusses e pode ser realizada em diferentes sries, dependendo dos temas selecionados pelo professor.

    O Terrrio um excelente modelo da biosfera, onde reproduzimos em pequena escala alguns dos principais fenmenos que nela ocorrem. O professor deve, desde o incio dos trabalhos, lvar o aluno a re etir sobre como devem mont-lo e como os seres podem ser manter vivos durante um perodo muito longo, num ambiente fechado. Para construo de um Terrrio simpli cado podemos utilizar um vidro de maionese ou similar, uma garrafa PET, ou mesmo um aqurio. Podemos oferecer aos alunos cascalho (pedrinhas), areia, argila, terra preta, ramos de plantas de pequeno porte (como jibia), para montarem seus Terrrios, que podem ser feitos individualmente ou em grupo.

    importante que se marque num caderno de observaes, ou mesmo no prprio Terrrio com o auxlio de uma etiqueta, a data em que ele foi fechado, e as observaes freqentes devem ser registradas. Para estabelecer comparaes e levantar hipteses, o ideal que mais de um Terrrio seja montado com o material coletado pelos alunos e colocado em locais diferentes. Por exemplo: podem ser usados vidros ou garrafas PET com coloraes diferentes; Terrrios similares podem ser submetidos a diferentes condies de iluminao: um recebendo sol diretamente, outro na sombra e outro ainda em local iluminado, mas no exposto ao sol.

    O que poder ser observado e discutido?

    A quantidade de gua nas paredes do recipiente, as folhas que caem e so decompostas no solo, o aumento do tamanho e do nmero de vegetais etc. Pois, embora no se possa ver os ciclos, importante discutir com os alunos a razo pela qual plantas e/ou animais sobrevivem ou morrem. Aps cerca de 15 dias, espera-se que o Terrrio apresente alteraes. importante orientar os alunos para que registrem sempre suas observaes e incentivar a formulao de hipteses.

    Cadeia Alimentar

    Solicite aos alunos para que desenhem ou tragam guras de animais e de plantas, escolhendo, cada um animal diferente. Apresentar algumas questes, tais como: O que seu animal come? Quem come seu animal? Caso os alunos no saibam as respostas, deve-se valorizar mtodos como a busca atravs de pesquisas bibliogr cas e entrevistas.

    Os alunos podem colar as guras medida que respondam s perguntas e, a partir delas ligarem com um trao quelas que se relacionam. Isso possibilitar o inter-relacionamento entre os diversos animais, e entre esses e os vegetais.

    Utilizando uma variedade de exemplos, deve-se formar uma teia alimentar e lev-los a compreender que a transferncia de alimentos (energia) originada nas plantas, atravs de uma srie de organismos que, repetidamente se alimentam e servem de alimento para outros,

  • Cincias no Ensino Fundamental 135

    Cincias da Natureza e Matemtica

    recebeu o nome de cadeia alimentar e a teia alimentar nada mais do que a inter-relao de vrias cadeias alimentares.

    Essa atividade pode ainda ser desenvolvida, no ptio da escola, utilizando um rolo de barbante e guras de animais, plantas e decompositores. Cada aluno dever representar um ser vivo, segurando uma das guras, e a ponta do barbante deve ser entregue, inicialmente, a um aluno que representa um vegetal. A partir da, o barbante vai sendo desenrolado passando pelos diversos consumidores, decompositores e voltando ao incio da cadeia.

    Tanto em sala como no ptio, importante destacar a visualizao da teia que vai se formando, pois isto possibilita a discusso, por exemplo, dos problemas que so ocasionados em todo meio ambiente a partir da extino de uma espcie, ou ainda com a introduo de um predador que compete com outros consumidores locais e no sofre a ao de outro predador.

    A Utilizao de Jogos no Ensino: um Exemplo

    A explorao do aspecto ldico uma das tcnicas que pode facilitar a elaborao de conceitos, desde que acompanhada de subsdios para a interpretao do jogo.Um dos cuidados necessrios ao se aplicar um jogo veri car se as regras foram plenamente compreendidas e se os objetivos propostos esto bem esclarecidos.

    Um exemplo: Regras do Jogo do Come-Come

    1) O nmero total de participantes dever ser distribudo da seguinte forma: 40% representar as plantas; 30% representar os gafanhotos e 30% representar os sapos.

    2) Todos os participantes devem usar uma ta colorida para identi cao: VERDE para as plantas; AMARELA para os gafanhotos e VERMELHA para os sapos.

    3a) Dentro de uma determinada rea, os participantes devem se posicionar da seguinte forma: as plantas cam no crculo externo; os gafanhotos dentro deste crculo e os sapos na posio mais interna.

    4a) Cada gafanhoto deve correr para apanhar uma planta e, ao mesmo tempo, evitar ser apanhado por um sapo. O sapo por sua vez, corre para apanhar o gafanhoto que s pode se defender abaixando-se (e assim no sendo pegos pelos sapos). As plantas no se movem.

    5a) O professor responsvel por dar um sinal ao incio e ao trmino de cada rodada, onde os alunos podero se mover livremente, com exceo das plantas. Tambm deve cuidar para que os alunos troquem de ta colorida a cada rodada, se for necessrio.

    6a) Os gafanhotos e os sapos que no comerem sero plantas na prxima rodada, assim como as prprias plantas que no foram apanhadas. Os gafanhotos e os sapos que apanharam seu alimento voltam como eles prprios na prxima rodada.

  • 136 Ensino Fundamental

    7a) As plantas capturadas passam a ser gafanhotos e os gafanhotos capturados passam a ser sapos na prxima rodada.

    Ao nal de cada rodada, cada participante dever registrar a sua mudana de posio, e o nmero de plantas, gafanhotos e sapos deve ser registrado em um quadro que poder ser transformado em gr cos, ao nal da atividade, facilitando a interpretao do que ocorreu nessa simulao. Aps a participao no jogo devemos discutir com os alunos o que representam as regras do jogo, comparando-as com o que ocorre na natureza. O jogo pode ser repetido com condies iniciais diferentes e os resultados de novas simulaes registrados e comparados.

    A Importncia do Meio Ambiente

    Os PCNs sugerem atividades que podem ser adaptadas para as diferentes realidades escolares e permitem o estudo de temas de grande importncia para a formao do aluno.

    Utilizando revistas e jornais velhos, pea aos alunos que recortem guras para serem coladas em cartazes distintos: um representando o ambiente onde eu vivo e o outro representando o ambiente onde eu gostaria de viver.

    Durante o trabalho de colagem e aps a sua concluso, devem ser discutidos os seguintes temas, entre outros que surgirem na turma:

    As diferenas entre os ambientes nos cartazes elaborados.

    A realidade que vivemos e os nossos sonhos.

    O que podemos fazer para transformar nossa realidade.

    Qual o ambiente ideal para todos os seres vivos?

    Aditivos Qumicos nos Alimentos

    Esta atividade pode ser utilizada em turmas de 7 e de 8 srie.

    Os aditivos alimentares so substncias que associadas aos alimentos podem preserv-los, mas podem tambm provocar certas modi caes da cor, do sabor, da consistncia e ainda de outros aspectos. A necessidade de armazenamento e estocagem de alimentos conduziram ao uso desses produtos qumicos, embora se saiba que a preservao de alimentos to antiga quanto a prpria histria. Exemplos disso so as especiarias como o cravo, a canela e o louro, alm dos processos que utilizam a fumaa, o frio, o acar e o sal para conservar os alimentos por mais tempo.

    Atualmente, as indstrias utilizam-se de centenas de aditivos, para no s aumentar a conservao dos alimentos, como tambm acentuar a sua cor e o seu sabor. A discusso deste tema apresenta aspectos importantes e polmicos, que transparecem em questes que podem ser propostas aos alunos ou em questes por eles elaboradas.

  • Cincias no Ensino Fundamental 137

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Como exemplo podemos citar:

    As pessoas costumam ler o que est impresso nas embalagens?

    Conhecem o signi cado dos cdigos que aparecem nas embalagens dos alimentos?

    Costumam veri car se a embalagem est em perfeitas condies?

    Colorao e aroma so fatores importantes para um alimento saudvel?

    Este trabalho prope no s uma anlise da presena de aditivos nos alimentos, como o questionamento sobre o seu uso, alm de ter como objetivo identi car os aditivos alimentares atravs dos cdigos de rotulagem e classi c-los segundo suas caractersticas.

    O material necessrio para a realizao desta atividade composto por embalagens, rtulos, tampas e selos de alimentos.

    E os procedimentos necessrios so os seguintes:

    Fazer um levantamento, em casa, dos alimentos consumidos.

    Reunir 10 embalagens, tampas, selos, rtulos e traz-las para a sala de aula.

    Identi car os aditivos que aparecem nas embalagens.

    Relacion-los num quadro composto por duas colunas: Alimentos/Aditivos.

    Classi car os aditivos e veri car o signi cado de cada cdigo na classi cao de aditivos da legislao brasileira.

    Algumas questes que podem ser analisadas:

    a) Que tipos de alimentos analisados apresentam maior nmero de aditivos?

    b) Que tipos de alimentos analisados apresentam menor nmero de aditivos?

    c) Quais os aditivos que aparecem com maior freqncia nos alimentos?

    d) Qual a funo dos aditivos encontrados?

    e) Todos os aditivos so realmente necessrios?

  • 138 Ensino Fundamental

    Projetos Interdisciplinares

    Projeto 1: o Universo, o Sistema Solar e a Vida

    Desde os primrdios da humanidade, o ser humano interessa-se por observar o cu e vem elaborando diversas explicaes para os fenmenos que observa.

    O uso de textos com lendas e explicaes de diversos grupos culturais, alm de explicaes elaboradas pela Cincia em diferentes etapas da histria, permitir tratar no apenas do tema transversal Pluralidade Cultural, como tambm discutir a transitoriedade do conhecimento cient co.

    O desenvolvimento do tema poder ser feito em parceria com professores de outras disciplinas, como Lngua Portuguesa, Geogra a, Histria ou Artes, entre outros. A teatralizao das diversas explicaes pode ser um recurso bastante interessante pois permite que os alunos montem seus prprios textos, cenrios, etc.

    Projeto 2: gua Suporte para a Vida: a Qualidade da gua em nosso Municpio

    Esta sugesto pode ser melhor aproveitada como um projeto interdisciplinar com carter longitudinal, ou seja, envolvendo alunos de todas as sries do terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental. Alm da ligao com as demais disciplinas do currculo, este projeto permite a explorao da importncia da gua para cada um dos temas norteadores do estudo de Cincias propostos neste documento. Assim, a gua, que inicialmente seria um dos temas de estudo da 5 srie, volta a ser considerada em sua ligao com os seres vivos, com os recursos planetrios, com os problemas de sade ou poluio, etc.

    Alguns dos fatos que devem ser considerados em um projeto com este so:

    a gua um dos elementos indispensveis ao ecossistema do Planeta Terra.

    97% de toda gua existente salgada guas dos mares e dos oceanos que, alm de serem os termostatos do Planeta, so sua maior fonte de oxignio, devido fabricao intensa desta substncia feita por sua rica ora, via fotossntese.

    o restante da gua do planeta constitudo de gua doce, da qual apenas 0,03% esto diretamente disponveis para o uso do homem nos rios, lagos e subsuperfcies.

    Em todos os casos, quer se re ram gua salgada, quer doce, os cuidados na preservao so necessrios para a vida das geraes que viro, pois estamos fazendo uso de patrimnio que tambm lhes pertence.

    Como propostas de trabalho centrais para este projeto, sugerimos:

  • Cincias no Ensino Fundamental 139

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Descobrir a(s) principal(is) fonte(s) de gua em seu municpio.

    Veri car como a ocupao desordenada do solo afeta estas fontes considerar no apenas o solo urbano mas tambm as atividades rurais.

    Pode-se discutir que atividades rurais, realizadas sem critrios apropriados de proteo ambiental, resultam quase sempre na retirada da cobertura vegetal e demasiada exposio dos solos aos fenmenos meteorolgicos, tornando-se uma das principais causas da acelerao do processo erosivo de bacias hidrogr cas. Tambm podem ser considerados os problemas relativos poluio industrial; ao esgoto sanitrio; a existncia de lixes nas margens dos rios; o uso indevido e no controlado de agrotxicos; a no reutilizao da gua tratada, alm de, se for o caso, a escassez de chuvas na regio.

    Outro importante tema de debate que a poluio oriunda de indstrias e atividades agrcolas altera as caractersticas da gua, tornando-a invivel para a sobrevivncia dos animais que dela dependem.

    Como roteiro de trabalho para grupos espec cos de alunos, sugerimos:

    a) Pesquise nos endereos eletrnicos (citados nas referncias bibliogr cas) e em outros, quais o(s) rio(s) que abastece(m) seu municpio;

    b) Identi que os principais problemas que existem ao longo do curso do rio e que o atingem;

    c) Faa uma exposio da:

    - importncia do rio, de sua fauna e ora para a populao. - poluio no rio e o comprometimento do abastecimento de gua.

    d) Veri que que solues esto sendo adotadas e/ou que alternativas deveriam estar sendo buscadas para a resoluo desses problemas.

    e) Que instituies (pblicas, privadas, no-governamentais, etc) esto envolvidas na busca das solues dos problemas identi cados em sua regio.

    Projeto 3: o Valor de uma Pergunta na Educao em Cincia

    O objetivo das idias que se seguem valorizar a pergunta, a dvida, a hiptese ou o problema, desde que bem formulados, como estratgia para o processo ensinoaprendizagem em Cincias. Dito de outra forma, quando uma pergunta bem formulada tem-se um bom instrumento para organizar a informao sobre determinado assunto disponvel em diversas fontes. Atividades como esta ajudam os alunos a reconhecer um tema de estudo.

    Por exemplo, meio ambiente ou gua so assuntos gerais, mas se formulada a questo: Qual a relao entre a qualidade da gua de S. Aleixo e a sade dos moradores?, ento tem-se um tema e, assim, uma direo para organizar as informaes espec cas que devem ser buscadas para respond-la.

  • 140 Ensino Fundamental

    Resta saber agora como ajudar nossos alunos a formular uma questo que justi que a busca de informaes a partir de temas gerais e, em seguida, decidir que tipo de informaes devem ser reunidas, organizando as etapas dessa busca. Os itens a seguir sugerem como isso pode ser feito. Ilustraremos a aplicao das idias discutidas aqui com o exemplo proposto.

    a) Procurar palavras-chave relativas ao assunto escolhido, com base em notcias de jornal, revistas, introduo de livros, etc.

    b) Formular perguntas simples utilizando uma, duas ou trs dessas as palavras-chave em cada pergunta, cujas respostas sejam do tipo sim, no, talvez ou no sei.

    c) Escolher uma dentre as perguntas formuladas cuja resposta seja no sei ou talvez.

    d) Transformar a pergunta em uma a rmativa que deixa dvida - uma hiptese iniciando a frase com a expresso Pode ser que...

    No exemplo de pergunta acima, a hiptese poderia ser formulada assim: Pode ser que haja relao entre a qualidade da gua de S. Aleixo e a sade dos moradores.

    A seguir, apresentamos os passos adequados para buscar as informaes a m de con rmar ou no a hiptese.

    Etapas para a Busca de Informaes

    A formulao do problema como uma a rmativa que deixa dvida vai nortear a redao do tema espec co da pesquisa a ser realizada e do objetivo geral, isto , daquilo que se quer alcanar depois de reunidas as informaes necessrias con rmao ou no da hiptese.

    1. Objetivo Geral:

    Para enunci-lo, substitui-se a expresso Pode ser que... da a rmativa que deixa dvida enunciada, por um verbo. Esse verbo deve traduzir uma ao cujo resultado palpvel, como por exemplo, listar, de nir, descrever, identi car, avaliar, comparar e evidenciar.

    No exemplo dado, o objetivo geral poderia ser formulado da seguinte maneira:

    Descrever a relao entre a qualidade da gua de S. Aleixo e a sade dos moradores.

    Os dois prximos passos nalizam a etapa de como organizar a busca das informaes, pois de nem o qu e como fazer.

    2. Objetivos Espec cos:

    So formulados a partir das mesmas palavras ou expresses-chave, pois estas traduzem o tema de estudo. Estes objetivos de nem os resultados a serem obtidos em etapas intermedirias, necessrias para a consecuo do Objetivo Geral

  • Cincias no Ensino Fundamental 141

    Cincias da Natureza e Matemtica

    No exemplo dado:

    Objetivo espec co 1Listar os parmetros que de nem a qualidade da gua considerada boa para o uso domstico.

    Objetivo espec co 2Veri car a qualidade da gua disponvel para uso em S. Aleixo.

    Objetivo espec co 3 Descrever as doenas mais comuns relacionadas gua que afetam a sade dos moradores.

    3. Procedimentos espec cos:

    So relacionados com os objetivos, e de nem as aes a serem realizadas. No exemplo:

    Procedimento espec co 1

    Para realizar o objetivo espec co 1, ser necessrio fazer consultas bibliogr cas.

    Procedimento espec co 2

    Para realizar o objetivo espec co 2, ser necessrio fazer coleta de amostras da gua em diferentes pontos e posterior anlise das amostras em laboratrio, com orientao e apoio de tcnicos especializados.

    Procedimento espec co 3

    Para realizar o objetivo espec co 3, ser necessrio uma consulta a documentos veri cando e anotando dados dos arquivos do posto de sade, seguido de entrevistas com enfermeiros e mdicos.

    Os procedimentos que viabilizam a consecuo dos objetivos variam, assim, com cada um dos objetivos. A consecuo de cada objetivo rene o conjunto de informaes necessrias a formulao da concluso que se deseja chegar sobre aquilo que est expresso no objetivo geral. Essa sugesto metodolgica permite que os alunos elaborem juzos sobre a realidade, a partir de conceitos discutidos nas aulas de cincias.

    4. Elaborao de planos de ao

    Uma das questes que inquietam os alunos (e professores) a necessidade de dar um sentido ao conhecimento adquirido. importante perceber que o conhecimento pode ajudar a resolver questes de ordem prtica, melhorar a qualidade de vida, ampliar a conscincia sobre a realidade, permitindo aes transformadoras. Por isso, sugerimos a elaborao de planos-de-ao. Tais planos so construdos a partir da reunio de informaes, como foi exposto no item anterior. No caso do exemplo dado, poderamos esperar um documento com aes planejadas para erradicar os fatores de poluio que afetam os moradores de S. Aleixo. Um plano de ao deve conter as seguintes partes:

    a) Descrio da situao atual, a situao que se pretende alterar.

    b) Identi cao da comunidade envolvida.

    c) De nio dos objetivos que se pretende atingir e que caracterizam a mudana para a situao desejada.

  • 142 Ensino Fundamental

    d) De nio dos procedimentos que viabilizam o alcance dos objetivos.

    e) Descrio dos resultados esperados.

    No exemplo, um plano de ao possvel seria:

    a) Situao Atual: A comunidade de Santo Aleixo, assim como os turistas, vm degradando o ecossistema local utilizando-o de forma pouco adequada, despejando lixo prximo s cachoeiras, caando animais da reserva e poluindo as guas dos rios. Esse comportamento indica que pouca importncia tem sido dada preservao do ambiente natural.

    b) Identi cao da Comunidade: Comunidade de Santo Aleixo 2 distrito de Mag e turistas que visitam a reserva.

    c) Objetivos que se pretende atingir:

    1) Reconhecer a reserva orestal e a comunidade de Santo Aleixo para posterior elaborao de uma estratgia de ao voltada para o turismo ecolgico na regio.

    2) Identi car lideranas locais, sobretudo moradores que conheam bem a regio para ajudar na elaborao de uma trilha ecolgica.

    3) Elaborar aes educativas, em parceria com as lideranas, para conscientizar a comunidade quanto importncia da reserva orestal na vida de Santo Aleixo e para elaborar a trilha educativa.

    4) Formar agentes ambientais multiplicadores que mantenham a trilha e acompanhem moradores e turistas durante o percurso que leva s cachoeiras.

    d) De nio dos procedimentos:

    1) Visita ao local.

    2) Entrevistas com moradores para identi cao da relao que mantm com reserva.

    3) Elaborao da trilha.

    4) Formulao e implementao de um curso de 20 horas para a formao dos agentes ambientais responsveis pela trilha.

    e) Resultados Esperados: Implantao da trilha ecolgica em parceria com a comunidade local e ampliao da conscincia dos usurios sobre a importncia da preservao do meio ambiente para a qualidade de vida em Santo Aleixo.

  • Cincias no Ensino Fundamental 143

    Cincias da Natureza e Matemtica

    REFERNCIAS DE APOIO

    Livros

    BIZZO, N. Cincias: fcil ou difcil? Coleo Palavra de Professor. So Paulo: Editora tica, 2000.

    BORGES, R. M. R. Em debate: cienti cidade e educao em cincias. Porto Alegre: SE/CECIRS, 1996.

    BRANCO, S.M. Ecologia da cidade. Coleo desa os. So Paulo: Editora Moderna, 2003.

    CANIATO, R. Com Cincia na educao. Campinas: Papirus, 1992.

    CHASSOT, A.I. Alfabetizao cient ca: questes e desa os para a educao. Iju: UNIJU, 2000.

    DELIZOICOV, D. ; ANGOTTI, J.A. e PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Cincias: fundamentos e mtodos. Coleo Docncia em Formao. So Paulo: Editora Corts, 2002.

    FRACALANZA, H; AMARAL, I.A. & GOUVEIA, M. S. F. O ensino de Cincias no primeiro grau. So Paulo: Atual, 1986. As crianas e seus mundos.

    FEEMA. FUNDAO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE. Conceitos Bsicos de Meio Ambiente. Rio de Janeiro, 1990.

    GADOTTI, M. Pensamento pedaggico brasileiro. So Paulo: Ed. tica, 1991.

    GASPAR, A. Experincias de Cincias para o primeiro grau. Coleo na sala de aula. So Paulo: Editora tica, 1990.

    GONICK, L. A histria do universo em quadrinhos: do Big-bang at o surgimento do homem. Rio de Janeiro: Xenon Editora, 1992. (vol.1)

    HAMBURGER, A.I. & LIMA, E. C. A. S. O ato de ensinar Cincias. Em Aberto. Braslia: ano 7, n. 40, 1988.

    LUFIT, M. Cotidiano e educao em qumica. Iju: UNIJU, 1988.

    MACEDO, M.F.G. e BARBOSA, A.L.F. Patentes, pesquisa e desenvolvimento: um manual de propriedade intelectual. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000.

    MACHADO, A. M. Gente, bicho, planta: o mundo me encanta. 5 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

    MINAYO, M.C. e MIRANDA, A.C. Sade e ambiente sustentvel: estreitando ns. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002.

    PETRONI, S. (coord.) Dinmica do corpo humano: ensino de Cincias. Iju: Unijui Editora, 1988.

    RIFKIN, J. O sculo da biotecnologia: a valorizao dos genes e a reconstruo do mundo. So Paulo: Editora Makron Book, 1999.

    SENAC e EDUCAO AMBIENTAL Recursos hdricos: o Brasil tenta cuidar de suas guas. Rio de Janeiro: SENAC/DN, ano 9, n 3, set/dez, 2000

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    SENAC & EDUCAO AMBIENTAL. As doenas do mau desenvolvimento. v. 8, n: 1, 1999.

    TELAROLLI JUNIOR, R. Epidemias no Brasil: uma abordagem biolgica e social. Coleo Desa os. So Paulo: Editora Moderna, 2003.

    TRIVELATO, S.L.F. (coord.) Biologia para o cidado do sculo XXI. So Paulo: FEUSP,1999.

    WILSOM, E.O. (org.) Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

    Revistas e Outras Publicaes

    Cincia Hoje e Cincia Hoje das Crianas. Revistas da SBPC.

    Cincia Hoje na Escola. Livros elaborados a partir da seleo de reportagens da revista Cincia Hoje das Crianas. SBPC

    Galileu Galilei. Revista da Editora Globo.

    Nova Escola. Revista da Editora Abril.

    Scienti c American Brasil.

    Superinteressante. Revista da Editora Abril.

    Endereos de Interesse na Internet

    www.biologia.ufrj.br

    www.sciam.com.br

    www.rioparaibadosul.blogger.com.br

    www.feema.rj.gov.br/bacia_paraiba_do_sul.htm

    www.gpca.com.br/gil/curtas.htm#A66

    www2.uol.com.br/ambienteglobal/site/artigos/ultnot/ult864u66.shl

    www.geo scal.eng.br/paraibassoreado.htm

    www.saneamentobasico.com.br/editor/

    www.hidro.ufrj.br/pbsul/rh-hidro.htm

    www.sunearth.gsfc.Nasa.gov/eclipse

  • BIOLOGIA NO ENSINO MDIO

    AutoresElci Oliveira Sampaio de SouzaElizabeth Silveira e SilvaSimone Souza Dottori

    Janeiro de 2006

    CINCIAS DA NATUREZA E MATEMTICA

  • Biologia no Ensino Mdio 147

    Cincias da Natureza e Matemtica

    INTRODUO: POR QUE ENSINAR BIOLOGIA?

    Governo testa terapia de clulas troncoSe experincia nacional for bem sucedida, tratamento ser adotado no SUS

    Imprensa local, 25/09/2004

    Droga que desliga gene bloqueia cncer Experincia oferece esperana de novos tratamentos

    Imprensa local, 12/10/2004

    Mundo perde a cada 13 minutos uma espcie

    Estudo do Fundo Mundial para natureza diz que a populao mundial gasta mais recursos do que o planeta oferece

    Imprensa local, 23/10/2004

    Notcias como essas so veiculadas diariamente nos meios de comunicao, e dessa forma que o ensino de Biologia deve buscar dar signi cado ao conhecimento cient co, instrumentalizando o aluno para que ele, diante de situaes reais, seja capaz de se posicionar, ou, pelo menos, de elaborar argumentos fundamentados a favor e contra os fatos apresentados. Trata-se, portanto, de organizar o conhecimento de uma forma contextualizada, a partir de situaes de aprendizagem que partam de vivncia e referncias do aluno, e que lhe permita adquirir um instrumental para agir em diferentes situaes do cotidiano, ampliando a compreenso sobre a realidade.

    Desta forma, a reorganizao curricular que proposta neste documento apresenta para as trs sries do ensino mdio um programa dividido em seis temas que contemplam os conceitos essenciais e imprescindveis tanto compreenso dos problemas atuais quanto preparao dos alunos que aspiram o ingresso na Universidade.

  • 148 Ensino Mdio

    1a srie:

    Tema 1 A vida e sua organizao

    Tema 2 - A interao entre os seres vivos

    2a srie:

    Tema 3 A diversidade da vida

    Tema 4 A diversidade dos processos vitais

    3a srie:

    Tema 5 A gentica e a manipulao gnica

    Tema 6 - A origem dos seres vivos

    Os temas a serem desenvolvidos encontram-se bastante detalhados, visando facilitar o caminhar do professor, e esto sempre associados a situaes concretas, problematizadas de tal forma que o conhecimento contribua efetivamente tanto para o exerccio consciente e responsvel da cidadania e para o desempenho de atividades pro ssionais, quanto para o prosseguimento dos estudos no mbito do 3o grau.

    Ao nal de cada tema so apresentados aprimoramentos que, sempre que possvel, devero ser trabalhados pelo professor visando ampliar os conhecimentos e incentiv-los a buscar novas informaes sobre cada assunto tratado.

    Para que seja possvel atingir com sucesso os objetivos propostos faz-se necessrio que o professor se empenhe em criar condies para que o aluno desenvolva uma autonomia no pensar e no agir, que saiba dosar o volume de informaes que devem ser transmitidas, ao invs de sobrecarreg-lo com idias inertes, e que use uma terminologia adequada, pois a rigorosamente espec ca e tcnica para o especialista, e insistir nela no Ensino Mdio favorecer a tendncia para confundir o nome com o conhecimento.

    O ensino de Biologia, se bem orientado pelo professor, criar no aluno atitudes de inestimvel utilidade na vida comum, atitudes que o levaro a enfrentar os problemas com maiores possibilidades de sucesso, tornando-o mais livre, mais consciente e mais feliz.

  • Biologia no Ensino Mdio 149

    Cincias da Natureza e Matemtica

    ESTRUTURA CURRICULAR

    Estrutura Curricular para a 1a Srie do Ensino Mdio

    Tema 1 A vida e sua Organizao

    A nalidade deste tema a caracterizao dos sistemas vivos. Os alunos devero perceber que os seres vivos apresentam semelhanas na sua constituio e funcionamento, mas, simultaneamente, esto expostos a mecanismos que determinam uma imensa diversidade da vida.

    Identi car a organizao celular como caracterstica fundamental de todas as formas vivas, utilizando a observao de fotos e/ou material biolgico ao microscpio ptico.

    Identi car a clula como sistema que troca substncias com o meio, obtm energia e se reproduz.

    Conhecer os diferentes nveis de organizao da vida, da clula biosfera, identi cando-os atravs de ilustraes.

    Reconhecer a fotossntese e a respirao como processos de transformao de energia fundamentais vida.

    Reconhecer a importncia da nutrio, auttrofa e hetertrofa, como fonte de matria-prima e energia para o crescimento e o funcionamento dos organismos.

    Diferenciar a reproduo assexuada e sexuada.

    Identi car a reproduo sexuada como fonte de variabilidade gentica, contrapondo-a ocorrncia de clones naturais, como a produo de plantas por mudas e o nascimento de gmeos univitelnios.

    Reconhecer o DNA como substncia que constitui o material hereditrio de todos os seres vivos.

    Reconhecer a ocorrncia de mutao como fonte de diversidade gentica, relacionando-a ao surgimento de caractersticas diferentes dentro de uma mesma populao.

    Relacionar mutao, reproduo sexuada e seleo natural para explicar a evoluo dos seres vivos.

  • 150 Ensino Mdio

    Aprimoramentos

    Diferenciar o transporte passivo e ativo, atravs de experimentos simples.

    Reconhecer a fermentao como processo primitivo de obteno de energia e suas aplicaes no cotidiano.

    Identi car os principais tipos de substncias encontradas nos organismos vivos (gua, sais minerais, carboidratos, protenas, lipdios) reconhecendo as suas principais funes.

    Tema 2 A Interao entre os Seres Vivos

    Os seres vivos e o meio interagem entre si, formando um sistema nico e dinmico, cujo equilbrio est constantemente ameaado. O objetivo deste tema proporcionar a compreenso de que as intervenes ocorridas neste sistema podem gerar modi caes nas interaes existentes, ocasionando danos por vezes irreparveis e cujas conseqncias ameaam a vida no planeta. Assim, fundamental proporcionar ao aluno informaes que permitam seu posicionamento crtico e sua participao perante as questes de ordem ambiental.

    Caracterizar um ecossistema, identi cando a dependncia existente entre os componentes biticos e abiticos de um ambiente conhecido (jardim, parque, praia).

    Realizar pesquisa sobre diferentes ecossistemas (jardim, parque, praia) identi cando a in uncia da luz, gua e temperatura nos organismos.

    Identi car as relaes alimentares existentes entre os organismos de um ecossistema, interpretando e/ou construindo esquemas representativos de cadeias ou teias alimentares.

    Reconhecer as relaes alimentares como formas de transferncia de matria e energia dentro do ecossistema.

    Reconhecer que a transferncia de energia ocorre de maneira unidirecional, isto , h uma perda de energia a cada transferncia de nvel tr co.

    Reconhecer que a alimentao vegetariana permite a disponibilidade de alimento para maior nmero de pessoas.

    Construir esquemas que mostram o deslocamento de determinados materiais (gua, carbono, hidrognio e nitrognio) entre o mundo orgnico e inorgnico, evidenciando seu carter cclico.

    Representar gra camente as transferncias de matria e energia nos ecossistemas.

    Identi car o papel dos decompositores na reciclagem da matria, usando como estratgia a construo de uma composteira.

  • Biologia no Ensino Mdio 151

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Identi car as relaes existentes entre os seres vivos de um ecossistema, reconhecendo que tais tipos de interaes resultam da adoo de um critrio arti cial criado pela cincia.

    Identi car atravs de representaes gr cas as relaes ecolgicas que ocorrem entre determinados tipos de seres vivos.

    Reconhecer que a ao humana pode desequilibrar o ritmo de trocas de materiais com o ambiente, gerando alteraes (efeito estufa, destruio da camada de oznio, diminuio da taxa de oxignio, eutro cao) que ameaam a integridade dos ecossistemas.

    Identi car as fontes promotoras dessas alteraes, propor e avaliar medidas que minimizem seus efeitos, distinguindo as de responsabilidade individual e as de responsabilidade coletiva e do poder pblico.

    Atravs da leitura de textos publicados em jornais e revistas reconhecer a importncia da preservao da biodiversidade e sua relao com a biopirataria e direitos de propriedade sobre o patrimnio gentico.

    Aprimoramentos

    Caracterizar os biomas brasileiros, relacionando suas condies abiticas com as espcies neles existentes.

    Distinguir, dentre os fatores determinantes dos tamanhos das populaes, os que promovem o seu crescimento daqueles que promovem a sua reduo.

    Comparar curvas de crescimento de populao de pases industrializados com a de pases em desenvolvimento, identi cando a relao entre a taxa de natalidade e a de mortalidade em ambos os casos.

    Reconhecer que as populaes humanas apresentam uma grande complexidade de fatores que interferem no seu crescimento.

  • 152 Ensino Mdio

    Estrutura Curricular para a 2a Srie do Ensino Mdio

    Tema 3 A Diversidade da Vida

    No tema proposto pretende-se que o estudante possa compreender a diversi cao das espcies como resultado de um processo evolutivo, identi cando os diversos graus de complexidade dos seres vivos.

    de fundamental importncia observar que a interveno humana tem reduzido essa diversidade, ameaando a sobrevivncia da prpria vida no planeta.

    Identi car, atravs de esquemas e fotos, as principais diferenas entre a clula procariota e eucariota.

    Identi car, atravs de esquemas e fotos e/ou observao de material vivo, as principais diferenas entre as clulas animais e as vegetais.

    Identi car os processos de obteno de energia pelos seres vivos (fotossntese e respirao celular) como processos oriundos de transformao da energia solar.

    Reconhecer as principais caractersticas dos representantes de cada um dos cinco Reinos, identi cando especi cidades relacionadas s condies ambientais.

    Pesquisar a importncia das bactrias e fungos na indstria de produo de alimentos e farmacutica.

    Interpretar gr cos e tabelas sobre a incidncia de doenas causadas por bactrias, protozorios e fungos, associando-as as condies de saneamento bsico e identi car as formas de preveno.

    Comparar a estrutura viral e a estrutura celular, estabelecendo a sua relao de dependncia e identi cando as principais doenas produzidas por vrus.

    Realizar um levantamento de dados sobre a incidncia do vrus HIV na populao do nosso estado relacionando-a com as formas de contgio e de preveno.

    Aprimoramentos

    Reconhecer a importncia da classi cao biolgica para a organizao e compreenso da enorme diversidade dos seres vivos, percebendo-a como uma tentativa de estabelecer o grau de parentesco entre os seres vivos e que no passa de uma idia que, como toda idia, tem suas limitaes.

    Realizar pesquisa sobre as mudanas de critrios de classi cao dos seres vivos ocorridas atravs dos tempos.

    Analisar, atravs de gr cos e tabelas, a in uncia dos fatores que interferem no processo de fotossntese.

  • Biologia no Ensino Mdio 153

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Tema 4 A Diversidade dos Processos Vitais

    O desenvolvimento do tema sugerido dever permitir ao aluno a compreenso das funes vitais bsicas, realizadas por diferentes estruturas, rgos e sistemas, comparando os processos que permitem a adaptao da vida aos diversos meios. Ao abordar as funes vitais bsicas importante dar destaque ao corpo humano, focalizando as relaes que se estabelecem entre diferentes aparelhos e sistemas e entre o corpo e o ambiente. Tal equilbrio confere integridade ao corpo humano, preservando o equilbrio dinmico que caracteriza o estado de sade. de grande importncia frisar que cada pessoa nica e deve-se, portanto, estimular o desenvolvimento de atitudes de respeito ao prprio corpo e ao do outro.

    Identi car os processos de obteno e transformao de matria-prima para a construo do corpo e energia para a realizao de suas atividades (nutrio digesto respirao).

    Identi car os principais problemas relacionados nutrio analisando dados sobre a obesidade e a desnutrio, apresentando gr cos e tabelas.

    Identi car os principais problemas relacionados ao sistema digestrio como: vmito, priso de ventre e diarria.

    Relacionar os efeitos do fumo e da poluio do ar na sade do sistema respiratrio, utilizando anlise de gr cos e dados publicados em jornais e revistas.

    Identi car o processo da circulao sangnea como responsvel pela distribuio de substncias para todas as partes do corpo, bem como pelo recolhimento de resduos que se formam no metabolismo celular.

    Relacionar o tecido sangneo com a defesa do corpo atravs da leitura de um hemograma.

    Identi car a importncia dos processos arti ciais de defesa do organismo soro e vacina.

    Coletar dados entre os moradores da regio para identi car os efeitos do sedentarismo e da nutrio na sade do corao, apresentando os resultados atravs de gr cos e tabelas.

    Reconhecer a excreo como o processo que retira do sangue: resduos produzidos pelas clulas e substncias estranhas ao corpo.

    Reconhecer, atravs de modelos, as estruturas relacionadas ao processo da reproduo humana e as modi caes cclicas do sistema reprodutor feminino.

    Relacionar os avanos cient cos com a gravidez assistida e gravidez mltipla.

    Discutir a gravidez na adolescncia e as formas de contracepo e de preveno das principais doenas transmitidas sexualmente.

    Reconhecer que os hormnios so substncias lanadas no sangue e que in uenciam na atividade de vrios rgos, sendo responsveis pela auto-regulao do organismo.

    Reconhecer os mecanismos de ao da insulina e da reposio hormonal no corpo humano.

  • 154 Ensino Mdio

    Identi car que a integrao entre os diversos rgos do nosso corpo e a percepo do mundo exterior dependem da coordenao realizada pelo sistema nervoso.

    Realizar um levantamento de informaes para identi car os efeitos das drogas psicotrpicas e do lcool no organismo humano.

    Aprimoramentos

    Associar a ao do sistema imune aos processos de rejeio que podem ocorrer nos transplantes de rgos.

    Identi car os mecanismos utilizados pelos animais para suprir seu organismo de oxignio e de remover o dixido de carbono.

    Identi car os mecanismos utilizados pelo nosso organismo na conteno das hemorragias.

  • Biologia no Ensino Mdio 155

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Estrutura Curricular para a 3a Srie do Ensino Mdio

    Tema 5 A Gentica e a Manipulao Gnica

    Neste tema abordamos a natureza qumica do material hereditrio, o modo de ao deste material e os mecanismos bsicos de sua transmisso ao longo das geraes.

    O conhecimento da estrutura molecular da vida e dos mecanismos de perpetuao permite aos alunos um posicionamento criterioso, relativo ao conjunto das construes e intervenes humanas que tm ocorrido na atualidade, como as tecnologias de clonagem, engenharia gentica e outras ligadas manipulao do DNA.

    Identi car os cromossomos como as estruturas responsveis pelo material hereditrio das clulas, atravs de fotos e representaes esquemticas, bem como, relacionar a funo do ncleo no controle das caractersticas com o processo de clonagem de clulas.

    Descrever o mecanismo bsico de duplicao do DNA, atravs da construo e manipulao de modelos.

    Identi car o gene como um trecho da molcula de DNA que se expressa atravs da produo de protenas e que estas so responsveis por todas as caractersticas genticas dos seres vivos.

    Analisar esquemas que relacionem a molcula de DNA aos diferentes tipos de molculas de RNA e o mecanismo da sntese de protenas.

    Reconhecer a diviso celular por mitose como o processo de reproduo celular que no altera a bagagem gentica da clula, ocorrendo durante o crescimento do indivduo e na renovao celular do corpo.

    Reconhecer a diviso celular por meiose como o processo responsvel pela produo de gametas com o nmero cromossomial reduzido metade, para que este nmero se restabelea no zigoto.

    Relacionar o processo meitico com a variabilidade gentica das espcies que apresentam reproduo sexuada.

    Identi car algumas caractersticas de animais e plantas distinguindo as hereditrias das adquiridas.

    Reconhecer que durante o desenvolvimento do indivduo, o potencial gentico (gentipo) recebido dos pais no o nico fator atuante, pois o meio ambiente tambm exerce in uncia na formao das caractersticas (fentipo).

  • 156 Ensino Mdio

    Analisar, a partir de resultados de cruzamentos, os princpios bsicos que regem a transmisso de caractersticas hereditrias condicionadas por um par de alelos (1a lei de Mendel).

    Analisar alguns aspectos da gentica humana que causam distrbios metablicos como a fenilcetonria e reconhecer a importncia do teste do pezinho, obrigatrio por lei e realizado gratuitamente nos servios pblicos de sade nos primeiros dias aps o nascimento.

    Analisar a transmisso hereditria dos grupos sangneos do sistema A, B, O e do fator Rh e suas incompatibilidades nas transfuses de sangue e na comunicao materno-fetal.

    Relacionar a diferena entre os dois sexos com os cromossomos sexuais e compreender que em todos os mamferos o sexo determinado no momento da fecundao, pelo tipo de cromossomo sexual (X ou Y) presente no espermatozide.

    Identi car, a partir da leitura de textos de divulgao cient ca ou entrevistas com pro ssionais da rea, a participao da engenharia gentica na produo de plantas e animais transgnicos, de hormnios, vacinas e medicamentos, bem como na deteco precoce de doenas genticas e testes de DNA para os casos de determinao de paternidade e investigao criminal.

    Proceder anlise desses fazeres humanos, identi cando aspectos ticos, morais, polticos e econmicos envolvidos na produo cient ca e tecnolgica, bem como na sua utilizao.

    Avaliar a importncia do Projeto Genoma Humano, listando seus objetivos.

    Aprimoramentos

    Reconhecer que o nmero, o tamanho e a forma dos cromossomos so constantes para os indivduos de uma espcie e qualquer alterao nos cromossomos considerada uma mutao ou aberrao cromossmica, geralmente afetando o funcionamento celular e causando doenas.

    Relatar, a partir de uma leitura de referncia, as hipteses antigas sobre o processo de formao de novos indivduos at a descoberta dos gametas em 1675 pelo holands von Leeuwenhoeck.

    Reconhecer que divises mitticas descontroladas podem resultar em processos patolgicos conhecidos como cnceres.

    Relacionar o processo de quimioterapia, que consiste em atacar as clulas cancerosas que esto em constantes divises, com seus efeitos colaterais em clulas com elevada taxa de multiplicao como os glbulos vermelhos (anemia) e as clulas do bulbo capilar (queda de cabelos)

    Analisar textos histricos para identi car concepes pr-mendelianas sobre a hereditariedade.

  • Biologia no Ensino Mdio 157

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Identi car que a cor de pele na espcie humana deve-se no apenas maior ou menor exposio ao sol, mas tambm herana quantitativa.

    Reconhecer outras caractersticas humanas que apresentem grande variedade de fentipos, sendo condicionada por herana quantitativa.

    Resolver questes simples, que envolvam a interao de dois pares de genes que determinam maior ou menor produo de melanina.

    Identi car, a partir de estudos de textos didticos cient cos, as principais tecnologias utilizadas pela engenharia gentica para transferir o DNA de um organismo para outro, utilizando enzimas de restrio, vetores e clonagem molecular.

    Tema 6 Origem e Evoluo dos Seres Vivos

    Neste tema so abordadas as escolas de pensamento que geraram diferentes idias sobre o surgimento da vida na Terra. importante relacion-las ao momento histrico em que foram elaboradas, reconhecendo os limites de cada uma delas na explicao do fenmeno.

    A teoria sinttica de evoluo utilizada para explicar como as espcies se transformam ao longo do tempo, e por que a sobrevivncia de cada tipo de ser vivo est relacionada s adaptaes que ele apresenta no ambiente em que vive.

    Este tema dos mais instigantes, pois permite que atravs de leituras e debates em aula os alunos se posicionem, confrontando diferentes explicaes sobre o assunto, de natureza cient ca, de ordem religiosa, de consenso popular, entre outras.

    Reconhecer que at meados do sculo XIX muitos cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente atravs da matria bruta.

    Avaliar a importncia das experincias dos cientistas F. Redi e L. Pasteur e analisar os argumentos utilizados por eles na construo da idia da biognese.

    Reconhecer que, nas condies da Terra primitiva, as associaes entre molculas formavam substncias cada vez mais complexas, que resultaram na formao de sistemas qumicos nos mares primitivos e possivelmente originaram os primeiros seres vivos.

    Comparar as idias evolucionistas dos cientistas J. B. Lamarck e C. Darwin, identi cando as semelhanas e diferenas.

    Explicar o processo de evoluo dos seres vivos, considerando os mecanismos de mutao, recombinao gnica e seleo natural.

    Identi car que a observao da anatomia e siologia de um ser vivo revela adaptaes que garantem sua sobrevivncia em determinado ambiente.

  • 158 Ensino Mdio

    Reconhecer que o ser humano vem, deliberadamente, selecionando as variedades de animais e plantas com as caractersticas genticas que lhe interessam, fazendo reproduzir as de sua preferncia.

    Apontar benefcios e prejuzos da transformao do ambiente e da adaptao das espcies animais e vegetais aos interesses da espcie humana.

    Reconhecer luz do conhecimento cient co que, apesar das semelhanas, o ser humano no descende de espcies semelhantes s espcies dos macacos atuais, mas ele e outros antropides de hoje descendem do mesmo ancestral.

    Distinguir atravs de fotos, esquemas ou vdeos as principais diferenas entre o ser humano e os demais primatas, como a capacidade de se apoiar e se locomover sobre os membros posteriores por perodos prolongados e o polegar em oposio aos outros dedos, entre vrias outras; reconhecer as vantagens que essas diferenas proporcionaram adaptao do homem ao ambiente.

    Construir a rvore logentica dos homindeos, baseando-se em dados recentes sobre os ancestrais do ser humano.

    Reconhecer o papel desempenhado pelo desenvolvimento da inteligncia, da linguagem e da aprendizagem na evoluo do ser humano.

    Identi car que a evoluo cultural resultante da capacidade que o homem possui de transmitir os comportamentos aprendidos, e que a evoluo biolgica decorre de alteraes na freqncia dos genes.

    Aprimoramentos

    Avaliar que os cientistas Oparin e Haldane, para elaborar suas hipteses sobre a origem da vida, recorreram a diferentes campos do conhecimento como a Geologia, a Fsica e a Astronomia.

    Analisar a hiptese heterotr ca, identi cando a provvel evoluo das vias metablicas nos seres vivos.

    Construir explicaes sobre o que poderia determinar a formao de novas espcies, numa populao em certas condies de isolamento geogr co e reprodutivo.

    Avaliar que na espcie humana no faz sentido falar em raas, uma vez que no houve entre os indivduos atuais isolamento geogr co por tempo su ciente para formar raas ou subespcies.

    Identi car que a idia de raa pura, alm de absurda indesejvel, pois resultaria em indivduos geneticamente muito parecidos, o que ameaaria sua sobrevivncia pela pequena variabilidade gentica entre eles.

  • Biologia no Ensino Mdio 159

    Cincias da Natureza e Matemtica

    SUGESTES METODOLGICAS

    O aprendizado signi cativo dinmico e coletivo e requer parcerias entre o professor e os alunos e dos alunos entre si. Atividades de pesquisa bibliogr ca, seminrios, experimentos e estudos do meio, entre outras estratgias pedaggicas, podem tornar altamente dinmico e motivador um curso de Biologia.

    Para cada tema, sugerimos algumas atividades que, somadas quelas que o professor j realiza, podem motivar os estudantes e ajud-los a adquirir os conhecimentos e as habilidades desejadas.

    Tema 1 A Vida e sua Organizao

    Construir um modelo da molcula de DNA utilizando diversos tipos de material: papel, isopor, bala de jujuba, massa de modelar, arame, etc.

    Realizar experimento: demonstrando a osmose em ovos de codorna

    Material: quatro ovos de codorna; um recipiente mdio (tigelinha, prato fundo, etc.); dois copos de vidro; gua ltrada; vinagre branco; acar de cana (sacarose); etiquetas de papel.

    Procedimento:

    1- Colocar o vinagre no recipiente e mergulhar os ovos, de modo a cobri-los completamente. Deix-los assim por cerca de 24 horas ou at a total remoo da casca calcria. Lavar bem sob gua corrente.

    2- Colocar gua nos copos, at cerca de metade da capacidade. Em um deles dissolver 5 ou 6 colheres de sopa de acar, preparando uma soluo altamente concentrada, viscosa como calda de doce. O outro car apenas com gua. Etiquetar os copos, identi cando as solues que eles contm.

    3- Colocar dois ovos com a casca calcria removida em cada soluo. Observar a forma e a consistncia deles a cada duas horas. Anotar os resultados.

    Depois de observar o que ocorre nessa demonstrao de osmose, interessante transferir um dos ovos murchos da soluo de acar para o copo de gua ltrada, e um dos ovos inchados da gua ltrada para a soluo aucarada. Anotar os resultados.

    Tema 2 A Interao entre os Seres Vivos

    Pesquisar em jornais, revistas, internet, etc as medidas propostas por governos e sociedade civil para a preservao ou recuperao dos ecossistemas brasileiros, e promover debates com as informaes obtidas.

  • 160 Ensino Mdio

    Identi car o destino do lixo domiciliar na comunidade e, posteriormente, propor uma campanha de conscientizao para a coleta seletiva do lixo.

    Pesquisar em jornais e revistas exemplos reais de habitats atualmente ameaados, indicando suas caractersticas principais, localizao e fatores de ameaa.

    Realizar um painel traando um breve histrico do avano da poluio (no sculo XX ou desde a Revoluo Industrial). Pode-se destacar, dentro dessa atividade, a histria dos inseticidas, dentre os quais o DDT, que talvez seja uma das mais documentadas.

    Pesquisar a histria da Revoluo Verde na agricultura, apontando benefcios e desvantagens.

    Fazer um pequeno levantamento dos parques e reservas do Brasil, descrevendo as espcies que protegem e os problemas que essas reas hoje enfrentam.

    Confeccionar um jornal ecolgico: os alunos podem pesquisar o tema em jornais, revistas, livros, lmes, etc., e criar matrias informativas para os colegas.

    Trabalhar com tabelas e gr cos sobre populao mundial:

    A partir da tabela Populao, rea e Densidade Populacional no Mundo, construir um gr co de pizza ou de torta representando a populao de alguns pases em relao ao total da populao mundial. Cada grupo de estudantes deve escolher cinco pases diferentes, de modo a comparar e discutir as diferenas. Podem ser feitos gr cos de pizza da rea que cada pas ocupa no total das terras habitveis no planeta, o que permite inferir dados sobre sua densidade populacional. Os alunos devem ser orientados a legendar corretamente os gr cos. Incluir dados numricos nas legendas, alm de facilitar a visualizao, fornece uma leitura mais precisa dos gr cos.

    Tabela: Populao, rea e Densidade Populacional no Mundo 1997

    Pases selecionados Populao total (em milhes de pessoas)

    % da populao mundial

    Taxa de crescimento anual (em %)1980-1997

    rea total (em milhares de km2)

    % da rea mundial

    Densidade populacional (em hab./km2)

    Mundo 5.825 100,00 1,6 133.870 100,00 43,51Brasil 160 2,75 1,7 8.547 6,38 18,72frica do Sul 38 0,65 0,65 2,0 1.221 31,12Alemanha 82 1,41 0,3 3.567 2,66 22,99Argentina 36 0,62 1,5 2.780 2,08 12,95Austrlia 19 0,33 1,4 7.741 5,78 2,45Bolvia 8 0,14 2,8 1.099 0,82 7,28Canad 30 0,52 1,1 9.971 7,45 3,01Chile 15 0,26 1,8 757 0,57 19,82China 1.227 21,60 1,3 9.597 7,17 127,85Colmbia 38 0,65 1,8 1.139 0,85 33,37

  • Biologia no Ensino Mdio 161

    Cincias da Natureza e Matemtica

    Pases selecionados Populao total (em milhes de pessoas)

    % da populao mundial

    Taxa de crescimento anual (em %)1980-1997

    rea total (em milhares de km2)

    % da rea mundial

    Densidade populacional (em hab./km2)

    Coria (Repblica da) 46 0,79 1,1 99 0,07 463,43Espanha 39 0,67 0,3 506 0,38 77,08EUA 268 4,60 1,0 9.364 6,99 28,62Frana 59 1,01 0,5 552 0,41 106,98Holanda 16 0,27 0,8 41 0,03 391,77ndia 961 16,50 2,0 3.288 2,46 292,31Indonsia 200 3,43 1,8 1.812 1,35 110,38Itlia 57 0,98 0,1 301 0,23 189,20

    Japo 126 2,16 0,4 378 0,28 333,51Mxico 95 1,63 2,1 1.958 1,46 43,51Nigria 118 2,03 3,0 924 0,69 127,74Paraguai 5 0,09 3,1 407 0,30 12,29Peru 25 0,43 2,3 1.285 0,96 19,45Portugal 10 0,17 0,0 92 0,07 108,72Reino Unido 59 1,01 0,3 245 0,18 240,93Sucia 9 0,15 0,7 450 0,34 20,00Uruguai 3 0,05 0,0 177 0,13 16,91Venezuela 23 0,39 2,5 912 0,68 25,22

    Tema 3 A Diversidade da Vida

    Coordenar com os alunos uma pesquisa sobre:

    a) comportamento relacionado AIDs.

    b) nvel de conhecimento da sndrome pela populao.

    O trabalho pode ser feito entre os alunos da escola e entre os moradores da regio.

    Dependendo dos resultados obtidos, outras atividades podem ser planejadas pelos organizadores, como, por exemplo, uma campanha educativa com palestras, elaborao de cartazes, painis, folhetos explanativos, etc.

    Realizar experimento:

    A ascenso de bolinha de massa fazendo po

    Aps preparao da massa utilizando fermento biolgico, separar uma poro de massa em forma de uma bola pequena e mergulhar num recipiente com gua, aguardando que ela suba para a superfcie. Discutir com os alunos a razo da alterao de densidade ocorrida na bola.

    Trabalhar com tabelas e gr cos em sade:

  • 162 Ensino Mdio

    Aids cresce entre negros e pardos mais pobres Imprensa local, 01/12/04

    BRASLIA. O Boletim Epidemiolgico da Aids 2004, divulgado ontem pelo Ministrio da Sade, revela que a epidemia est crescendo entre a populao negra e parda de baixa escolaridade e renda baixa. O boletim mostra que, em 2000, quando foram coletados dados por raa pela primeira vez, 13,2% das mulheres e 11,2% dos homens infectados naqu