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ENCCEJA Ciências / Ciências da Natureza e suas Tecnologias Livro do Professor / Ensino Fundamental e Médio Ciencias.pmd 11/7/2003, 09:06 1

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ENCCEJA

Ciências / Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Livro do Professor / Ensino Fundamental e M

édio

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República Federativa do BrasilLuiz Inácio Lula da Silva

Ministério da Educação – MECCristovam Buarque

Secretaria Executiva do MECRubem Fonseca Filho

Instituto Nacional de Estudos ePesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEPOtaviano Augusto Marcondes Helene

Diretoria de Avaliação para Certificação de CompetênciasDirce Gomes

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Brasília

MEC/INEP

2003

Ciências

Ciências da Natureza

e suas TecnologiasLivro do Professor

Ensino Fundamental e Médio

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Coordenação Geral do ProjetoMaria Inês Fini

Coordenação de Articulação de Textos do Ensino FundamentalMaria Cecília Guedes Condeixa

Coordenação de Articulação de Textos do Ensino MédioZuleika de Felice Murrie

Coordenação de Texto de ÁreaEnsino FundamentalCiênciasMaria Terezinha FigueiredoEnsino MédioCiências da Natureza e suas TecnologiasGhisleine Trigo Silveira

Leitores Críticos

Área de Psicologia do DesenvolvimentoMárcia Zampieri TorresMaria da Graça Bompastor Borges DiasLeny Rodrigues Martins TeixeiraLino de Macedo

Área de CiênciasÁrea de Ciências da Natureza e suas TecnologiasLuis Carlos de MenezesLuiz Roberto Moraes PitomboRegina Cândida Ellero Gualtieri

Diretoria de Avaliação para Certificação de Competências (DACC)Equipe TécnicaMaria Inês Fini – DiretoraAlessandra Regina Ferreira AbadioAndréia Correcher PittaAndré Ricardo de Almeida da SilvaAugustus Rodrigues GomesCélia Maria Rey de CarvalhoDavid de Lima SimõesDenise Pereira FraguasDorivan Ferreira GomesÉrika Márcia Baptista CaramoriFernanda Guirra do AmaralFrank Ney Souza LimaIldete FurukawaIrene Terezinha Nunes de Souza InacioJane Hudson AbranchesKelly Cristina Naves PaixãoMarcio Andrade MonteiroMarco Antonio Raichtaler do ValleMaria Cândida Muniz TrigoMaria Vilma Valente de AguiarMariana Ribeiro Bastos MigliariNelson Figueiredo FilhoSuely Alves WanderleyTeresa Maria Abath PereiraValéria de Sperandyo Rangel

CapaMilton José de Almeida (a partir de desenhos deLeonardo da Vinci)

Coordenação EditorialZuleika de Felice Murrie

© O MEC/INEP cede os direitos de reprodução deste material às Secretarias de Educação, que poderão reproduzi-lo respeitandoa integridade da obra.

C569 Ciências: ciências da natureza e suas tecnologias : livro do professor : ensinofundamental e médio / Coordenação Zuleika de Felice Murrie . - Brasília :MEC : INEP, 2002.168p. ; 28cm.

ISBN 85-296-0027-4.

1. Biologia (Ensino médio). 2. Química (Ensino médio). 3. Ciências (Ensinofundamental). I. Murrie, Zuleika de Felice.

CDD 574

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SUMÁRIO

I. AS BASES EDUCACIONAIS DO ENCCEJAI. AS BASES EDUCACIONAIS DO ENCCEJAI. AS BASES EDUCACIONAIS DO ENCCEJAI. AS BASES EDUCACIONAIS DO ENCCEJAI. AS BASES EDUCACIONAIS DO ENCCEJA....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................99999A. A PROPOSTA DO ENCCEJA PARA A CERTIFICAÇÃO

DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................................14B. A PROPOSTA DO ENCCEJA PARA A CERTIFICAÇÃO

DO ENSINO MÉDIO .......................................................................................................18II. EIXOS CONCEITUAIS QUE ESTRUTURAM O ENCCEJAII. EIXOS CONCEITUAIS QUE ESTRUTURAM O ENCCEJAII. EIXOS CONCEITUAIS QUE ESTRUTURAM O ENCCEJAII. EIXOS CONCEITUAIS QUE ESTRUTURAM O ENCCEJAII. EIXOS CONCEITUAIS QUE ESTRUTURAM O ENCCEJA ............................................................................................................................................................................... 2323232323

A. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS .....................................................................................24B. AS ORIGENS DO TERMO COMPETÊNCIA ..................................................................27C. AS COMPETÊNCIAS DO ENEM NA PERSPECTIVA DAS

AÇÕES OU OPERAÇÕES DO SUJEITO .........................................................................31III. AS ÁREAS DO CONHECIMENTO CONTEMPLADAS NO ENCCEJAIII. AS ÁREAS DO CONHECIMENTO CONTEMPLADAS NO ENCCEJAIII. AS ÁREAS DO CONHECIMENTO CONTEMPLADAS NO ENCCEJAIII. AS ÁREAS DO CONHECIMENTO CONTEMPLADAS NO ENCCEJAIII. AS ÁREAS DO CONHECIMENTO CONTEMPLADAS NO ENCCEJA ...................................................................... 3939393939

CIÊNCIAS - Ensino Fundamental ................................................................................39CIÊNCIAS DA NATUREZA - Ensino Médio ................................................................51

IV. AS MATRIZES QUE ESTRUTURAM AS AVALIAÇÕESIV. AS MATRIZES QUE ESTRUTURAM AS AVALIAÇÕESIV. AS MATRIZES QUE ESTRUTURAM AS AVALIAÇÕESIV. AS MATRIZES QUE ESTRUTURAM AS AVALIAÇÕESIV. AS MATRIZES QUE ESTRUTURAM AS AVALIAÇÕES ............................................................................................................................................................................... 6363636363CIÊNCIAS - Ensino Fundamental ................................................................................64CIÊNCIAS DA NATUREZA - Ensino Médio ................................................................70

V. ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO DO PROFESSORV. ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO DO PROFESSORV. ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO DO PROFESSORV. ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO DO PROFESSORV. ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO DO PROFESSOR

CIÊNCIAS - Ensino Fundamental ................................................................................77CIÊNCIAS DA NATUREZA - Ensino Médio ...........................................................119

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III. As áreas do conhecimento contempladas no ENCCEJA

I. As bases educacionais do ENCCEJA

Os brasileiros têm ampliado suaescolaridade. É o que demonstra o Censo2000, em recente divulgação feita peloInstituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). O principal fato acomemorar é a ampla freqüência àsescolas do nível fundamental que, noano 2000, acolhiam 94,9% das criançasentre 7 e 14 anos. Pode-se afirmar,portanto, que o Ensino Fundamental, noBrasil, é quase universal para a faixaetária prevista e correspondente. Alémdisso, comparando-se dados de 1991 e2000, há crescimento na freqüênciaescolar em todos os grupos de idade.

Persiste, entretanto, um contingentepopulacional jovem e adulto que carece daformação fundamental. Segundo o referidoCenso, 31,2% da população brasileira commais de 10 anos de idade tem apenas até 3anos de estudo; logo, cerca de um terçodos brasileiros (mais de 50 milhões depessoas) não concluíram nem a primeiraparte do Ensino Fundamental. Essescidadãos que não tiveram possibilidadesde completar seu processo regular deescolarização, em sua maioria, já sãoadultos, inseridos ou não no mundo dotrabalho, e têm constituído diferentessaberes, por esforço próprio, em respostaàs necessidades da vida. Nesse sentido,assinala-se, nos termos da Lei, o direito acursos com identidade pedagógica própriaàqueles que não puderam completar aalfabetização, mas, que, ao pertencerem aum mundo impregnado de escrita,

envolveram-se, de alguma forma, empráticas sociais da língua. É desse modoque se pode entender que o analfabetopossui um certo conhecimento daslinguagens, ao assistir a um telejornal(que usa, em geral, a linguagem escrita,oralizada pelos locutores), ao ditar umacarta, ao apoiar-se numa lista mental deprodutos a serem comprados ou aoreconhecer placas e outros sinais urbanos.Evidencia-se, assim, importância dereconhecer, como ponto de partida, que oestilo de vida nas sociedades urbanasmodernas não permite grau zero deletramento.

Há uma possibilidade de “leitura domundo” em todas as pessoas, até paraaquelas sem nenhuma escolarização.

O Censo Escolar realizado pelo Inepindica um total de 3.410.830 matrículasem cursos de Educação de Jovens eAdultos (EJA) em 1999. Desse total, maisou menos 1.430.000 freqüentam cursoscorrespondentes ao segundo segmento doensino fundamental, de 5ª a 8ª série.Nesses cursos, encontra-se um públicovariado e heterogêneo, uma importantecaracterística da EJA. Entre eles, há umaparcela dos jovens de 15 a 17 anos deidade freqüentando a escola e que,segundo o IBGE, representa quase 79%da população dessa faixa. Os demais21%, por diversos motivos, masprincipalmente por pressões oucontingências socioeconômicas,deixaram precocemente o ambienteescolar.

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Livro do Professor

1 Índice de Desenvolvimento Humano, indicador estabelecido pelo Programa de Desenvolvimento Humano daUNESCO, que considera a esperança de vida ao nascer, o nível educacional e o PIB per capita.

2 Programa do governo federal de gerenciamento intensivo de ações e programas federais de infra-estruturasocial, de combate à exclusão social e à pobreza e de redução das desigualdades regionais pela melhoria dascondições de vida nas áreas mais carentes do Brasil.

Sendo dever dos poderes públicos e dasociedade em geral oferecer condiçõespara a retomada dos estudos em salasde aula, destinadas especificamente ajovens e adultos, diversos projetos têmsido desenvolvidos no âmbito dogoverno federal. Para atender osmunicípios do Norte e Nordeste combaixo IDH,

1 o Ministério da Educação

(MEC) é parceiro no Projeto Alvorada,2

organizando o repasse de verbas aEstados e Municípios. Em apoio aoprojeto, a Coordenadoria de Educaçãode Jovens e Adultos (COEJA), daSecretaria do Ensino Fundamental (SEF–MEC), tendo como parceira a AçãoEducativa, organização nãogovernamental de reconhecidaexperiência no campo de formação dejovens e adultos, apresentou PropostaCurricular para Educação de Jovens eAdultos, 1º Segmento, que visa aoprograma Recomeço – Supletivo deQualidade. Além disso, em resposta àsdemandas dos sistemas públicos(estaduais e municipais) que aderiramaos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCN) em ação, a mesma COEJApromoveu a formulação e vemdivulgando uma Proposta Curricularpara a EJA de 5ª a 8ª série,fundamentada nos ParâmetrosCurriculares Nacionais desse segmento.O Programa Alfabetização Solidária, porsua vez, foi lançado em 1997 e relata aalfabetização de 2,4 milhões de jovensem 2001. Em 2002, encontra-se em2.010 municípios. Caracteriza-se por serum trabalho de ação conjunta entrediferentes parceiros, coordenados pororganização não governamental, e queinclui universidades, estados,municípios, empresas e até pessoas

físicas interessadas em colaborar.

Os objetivos desses programas ouprojetos são oferecer vagas e subsidiarprofessores que trabalham com oscidadãos que não puderam iniciar ouconcluir seus estudos em idade própriaou não tiveram acesso à escola. Emconjunto com diversas outras iniciativasde organizações não-governamentais(ONGs), universidades ou outras formasde associação civil respondem ao enormedesafio de minimizar os efeitos daexclusão do Ensino Fundamental,fenômeno histórico em nosso país quehoje está sendo superado na faixa etáriacorrespondente. Contudo, mais do queem razão do número de alunos em salasde aula (ainda pequeno, considerando-seo enorme contingente de jovens eadultos não-escolarizados), tais ações dogoverno e da sociedade civil têmoferecido educação aos cidadãos maisafastados da cultura letrada, por viveremem lugares quase isolados do nosso país-continente ou por estarem desenraizadosde sua cultura de origem, habitando asperiferias das grandes cidades.

Já nos primeiros artigos da Lei deDiretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB) de 1996, valorizam-se aexperiência extra-escolar e o vínculoentre a educação escolar, o mundo dotrabalho e a prática social.

Esse fato sinaliza o rumo que aeducação brasileira já vem tomando emarca posição quanto ao valor doconhecimento escolar, voltado para opleno desenvolvimento do educando, seupreparo para o exercício da cidadania, esua qualificação para o trabalho (Artigo2). Essas orientações são reiteradas emmuitas outras partes da mesma Lei,como nas diretrizes para os conteúdos

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

curriculares da educação básica,anunciadas no seu Artigo 27,destacando-se a primeira delas, quepreconiza a difusão de valoresfundamentais ao interesse social, aosdireitos e deveres dos cidadãos, derespeito ao bem comum e à ordemdemocrática.

Ainda outros documentos do Ministérioda Educação, como os ParâmetrosCurriculares Nacionais, para os níveisFundamental e Médio, a PropostaCurricular da EJA (5ª a 8ª série) e aMatriz de Competências e Habilidades doExame Nacional do Ensino Médio(ENEM), abordam o currículo escolar,integrado por competências ehabilidades dos estudantes, ou norteadopor objetivos de ensino/aprendizagem,em que os conteúdos escolares sãoplurais e só têm sentido e significado semobilizados pelo sujeito doconhecimento: o estudante. Pode-sereconhecer, no conjunto dessesdocumentos e em cada um deles,esforços coletivos por um melhor emaior comprometimento dacomunidade escolar brasileira com umnovo paradigma pedagógico. Umparadigma multifacetado, comocostuma acontecer com as tendênciassociais em construção, diverso em suasnomenclaturas e que se vale denumerosas pesquisas, em diferentescampos científicos, muitas ainda emfase de produção e consolidação.

Esse rico cenário acadêmico precisaainda ser mais eficazmente disseminadono ambiente complexo e plural daeducação brasileira. Mesmo assim, oconjunto dos documentos queestruturam e orientam a EducaçãoBásica no Brasil é coeso em seus

propósitos e conceitos centrais: adifusão dos valores de justiça social edos pressupostos da democracia, orespeito à pluralidade, o crédito àcapacidade de cada cidadão ler einterpretar a realidade, conforme suaprópria experiência.

Respondem por um paradigma comlastro nos legados de Jean Piaget ePaulo Freire, verificando-se, com eles,que é necessário disseminar aspedagogias que buscam promover odesenvolvimento da inteligência e aconsciência crítica de todos osenvolvidos no processo educativo,tendo, na interação social e no diálogoautêntico, o mais importanteinstrumento de construção doconhecimento. Um paradigma comdenominações variadas, pois usufrui dediferentes vertentes teóricas, mas comalgo em comum: a crítica à tradição docurrículo enciclopédico, centrado emconhecimentos sem vínculo com aexperiência de vida da comunidadeescolar e na crença de que a aquisiçãodo conhecimento dispensa o exercício dacrítica e da criação por parte de quemaprende. Mas é essa tendência que aindaorienta a maioria dos currículospraticados e, conseqüentemente, osexames de acesso a um nível escolar oupara certificação.

Os exames de certificação para osjovens e adultos não constituemexceção, uma vez que, na sua maioria,submetem os alunos a provas massivas,sem o correspondente cuidado com aqualidade do ensino e o respeito com oeducando, como se encontra assinaladonas Diretrizes Curriculares Nacionais daEducação de Jovens e Adultos(DCNEJA). Por outro lado, recomenda-

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Livro do Professor

se que o estudante da EJA, com amaturidade correspondente, devaencontrar, nos cursos e nos examesdessa modalidade, oportunidades parareconhecer e validar conhecimentos ecompetências que já possui. A mesmaDiretriz prevê a importância daavaliação na universalização daqualidade de ensino e certificação deaprendizagem, ao apontar que osexames da EJA devem primar pelaqualidade, pelo rigor e pela adequação.

A proposta do Exame Nacional deCertificação de Competências de Jovense Adultos (ENCCEJA) busca satisfazeresses fundamentos político-pedagógicos, expressos de forma maisabrangente na Lei maior da educaçãobrasileira, e, de modo mais detalhado oucom ênfases especiais, nas Diretrizes,Parâmetros e outros referenciais que acontemplam, inclusive, o DocumentoBase do Exame Nacional do EnsinoMédio (ENEM).

Baseados na experiência dosespecialistas e nesses documentos,buscou-se identificar conteúdos emétodos para a construção de umquadro de referências atualizado eadequado ao ENCCEJA. Um dosresultados do processo são as Matrizesde Competências e Habilidades, emnível de Ensino Fundamental e em nívelde Ensino Médio.

As Matrizes de Competências eHabilidades constituem referencial deexames mais significativos para oparticipante jovem ou adulto, maisadequados às suas possibilidades de ler ede interagir com os problemascotidianos, com o apoio doconhecimento escolar.

Embora que não seja possível, em âmbitonacional, prever a enorme gama deconhecimentos específicos estruturadosem meio à vivência de situaçõescotidianas, procurou levar emconsideração que o processo deestruturação das vivências possibilitaaquisições lógicas de pensamento que sãouniversais para os jovens e adultos e quese, de um lado, devem ser tomadas comoponto de partida nas diversasmodalidades de ofertas de ensino paraessa população, de outro, devemparticipar do processo de avaliação paracertificação.

Desse modo, objetivou-se superar aconcepção de estruturação de provasfundamentadas no ensino enciclopedista,centradas em conteúdos fragmentados edescontextualizados, quase sempreassociados ao privilégio da memória sobreo estabelecimento de relações entreidéias. Ainda que se reconheça oinequívoco papel da memória para oconhecimento de fenômenos, das etapasdos processos, ou mesmo, de teorias, épreciso considerar, nas referências deprovas, bem como na oferta de ensino, asmúltiplas capacidades de operar cominformações dadas. Ou seja, está-sevalorizando a autonomia do estudante emler informações e estabelecer relações apartir de certos contextos e situações. E,assim, o exame sinaliza e valoriza umcidadão mais apto a viver num mundo emconstantes transformações, onde éimportante possuir estratégias pessoais ecoletivas para a solução de problemas,fundamentadas em conhecimentosbásicos de todas as disciplinas ou áreas daeducação básica.

O processo de elaboração das Matrizes deCompetências e Habilidades do ENCCEJA,

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

Fundamental e Médio teve como metaprincipal garantir uma proposta decontinuidade e coerência entre o que seestabeleceria para os exames em nívelde Ensino Médio ou Fundamental.Dessas etapas resultaram a definição dasquatro áreas dos exames e um conjuntode proposições para cada uma delas,que foram também reconsideradas à luzdas Diretrizes Curriculares Nacionais daEJA (DCNEJA), das políticaseducacionais vigentes em âmbitofederal e nas propostas estaduais, a fimde organizar os quadros de referênciados exames.

As Matrizes de referência para a prova decada área ou disciplina foram organizadasem torno de nove competências amplas,por sua vez, desdobradas em habilidadesmais específicas, resultantes daassociação desses conteúdos gerais àscinco competências do ENEM. Ascompetências já definidas para o ENEMcorrespondem aos eixos cognitivosbásicos, a ações e operações mentais quetodos os jovens e adultos devemdesenvolver como recursos mínimos queos habilitam a enfrentar melhor o mundoque os cerca, com todas as suasresponsabilidades e desafios.

Nas Matrizes do ENCCEJA, osconteúdos tradicionais das ciências, daarte e da filosofia são denominadoscompetências de área, à semelhança dosconceitos já consagrados na reforma doensino médio, porque já demonstramaglutinar articulações de sentido esignificação, superando o mero elencode conceitos e teorias. Essascompetências, em cada área, foramsubmetidas ao tratamento cognitivo das

competências do sujeito doconhecimento e permitiram a definiçãode habilidades específicas queestabelecem as ações ou operações quedescrevem desempenhos a seremavaliados nas provas. Nessa concepção,as referências de cada área descrevemas interações mais abrangentes oucomplexas (nas competências) e as maisespecíficas (nas habilidades) entre asações dos participantes, que são ossujeitos do conhecimento, com osconteúdos disciplinares, selecionados eorganizados a partir dos referenciaisadotados.

Para a elaboração das competências doEnsino Médio, foram consideradas ascompetências por área, definida pelasDiretrizes do Ensino Médio. Constituiu-se um importante desafio à elaboraçãodas matrizes do ENCCEJA para o EnsinoFundamental, especificamente no quediz respeito à definição das competênciasgerais das áreas. Isso porque, para oEnsino Fundamental, os ParâmetrosCurriculares Nacionais (PCN) e asDiretrizes Curriculares Nacionais trazemoutra abordagem, não tendo incorporadoa discussão mais recente, que visa àdeterminação de competências ehabilidades de aprendizagem comoproduto da escolarização, ainda quepreservem e ampliem consideravelmenteoutros elementos didático-pedagógicosdo mesmo paradigma.

Os documentos legais permitiramconstruir matrizes semelhantes para oENCCEJA - Ensino Fundamental, apesarde oferecerem contribuições distintaspara a configuração das competências ehabilidades a serem avaliadas.

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Livro do Professor

A. A PROPOSTA DO ENCCEJAPARA A CERTIFICAÇÃO DOENSINO FUNDAMENTAL

Considerando-se a população que nãocompletou seus estudos do nívelfundamental, é possível aventar aexistência de significativo número depessoas desejosas de recuperar oreconhecimento social da condiçãoletrada, obtendo certificação deconhecimentos por meio de ExameSupletivo do Ensino Fundamental.

Essas pessoas, tendo-se afastado daescola há bastante tempo ou mesmotendo retomado estudos parciais deforma esporádica, continuaramaprendendo pela prática de leitura eanálise de textos escritos, de cálculos eoutros estudos em situações específicasde seu interesse. Participam de meiosinformais, eventuais, ou mesmo,incidentais de educação com diferentespropósitos. Por exemplo, em cursosoferecidos por empresas para capacitaçãode pessoal, em grupos de estudocomunitários, ou mesmo, através deprogramas educativos na TV, no rádioou outras mídias. Assim, são capazes deleitura autônoma para efeito de lazer,demandas do exercício da cidadania oudo trabalho. Desse modo, lêem revistasesportivas e folhetos de instruçãotécnica, programas de candidatos acargos eletivos e publicações vendidasem banca de jornal que dão instruçõespara a realização de muitas atividades.Além disso, calculam para fins decompra e venda, analisam situações dequalidade de vida (ou sua carência).

Logo, já são leitores do mundo,superaram um estágio de decifração decódigos da língua materna, ao qual

pertence um número maior debrasileiros. Esses jovens e adultos, játrabalhadores com experiênciaprofissional, leitores, participantes devias informais da educação, comexpectativa de melhor posicionamentono mercado de trabalho e/ou daretomada dos estudos em nível médio,precisam ter reconhecidos e validadosos seus conhecimentos. Para eles, foielaborado o ENCCEJA, correspondenteao nível fundamental.

Tendo a LDB diminuído a idade mínimapara a certificação por meio de examessupletivos, instalou-se uma questãocontraditória na educação nacional, poisé supostamente desejável apermanência dos jovens de 15 anos naescola, a fim de desenvolver suascapacidades e compartilharconhecimentos, com o apoio e amediação da comunidade escolar.Entretanto, alguns precisaraminterromper os estudos por motivoscontingenciais e financeiros, pormudança de domicílio ou para ajudar afamília, entre outros motivos. Alémdisso, como já apontado nas DiretrizesCurriculares Nacionais para Educação deJovens e Adultos (DCNEJA), há aquelesque, mesmo tendo condiçõesfinanceiras, não lograram êxito nosestudos, por razões de carátersociocultural. Para esses jovens, acertificação do Ensino Fundamental pormeio do ENCCEJA significa apossibilidade de retomar os estudos nomesmo nível que seus coetâneos, nãosofrendo outras penalidades alémdaquelas já impostas por suas condiçõesde vida até então.

As Diretrizes do Ensino Fundamentalcontribuem diretamente para a seleção de

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

conteúdos a serem avaliados peloENCCEJA de, pelo menos, duas maneiras.

Primeiramente, ao esclarecer a naturezados conteúdos mínimos referentes àsnoções e conceitos essenciais sobrefenômenos, processos, sistemas eoperações que contribuem para aconstituição de saberes, conhecimentos,valores e práticas sociais indispensáveisao exercício de uma vida de cidadaniaplena, e, depois, ao recomendar: aoutilizar os conteúdos mínimos, jádivulgados inicialmente pelos ParâmetrosCurriculares Nacionais, a serem ensinadosem cada área de conhecimento, éindispensável considerar, para cadasegmento (Educação Infantil, 1ª a 4ª e 5ª a8ª séries), ou ciclo, que aspectos serãocontemplados na intercessão entre asáreas e aspectos relevantes da cidadania,tomando-se em conta a identidade daescola e de seus alunos, professores eoutros profissionais que aí trabalham.Decorre que também a EJA doFundamental deve considerar os aspectospróprios da identidade do jovem e adultoque retoma a escolarização, tanto paraefeito de cursos, como para exames. Poroutro lado, corrobora a referência aosconteúdos (conceitos, procedimentos,valores e atitudes) debatidos nos PCN de5ª a 8ª série (subsidiários à PropostaCurricular da EJA), na escolha dosconteúdos do ENCCEJA do EnsinoFundamental.

A segunda linha de contribuições resideno levantamento do rol de aspectos davida cidadã que devem estar articuladosà base nacional comum, quais sejam: asaúde, a sexualidade, a vida familiar esocial, o meio ambiente, o trabalho, aciência e a tecnologia, a cultura e as

linguagens. Ressalte-se que essesaspectos guardam evidente proximidadecom os Temas Transversais,desenvolvidos no PCN do EnsinoFundamental: Ética, Meio Ambiente,Saúde, Orientação Sexual, Trabalho eConsumo, e Pluralidade Cultural.

Com os mesmos propósitos, estudaram-setambém os textos da V ConferênciaInternacional sobre Educação deAdultos, com uma orientação temáticade mesma natureza que os PCN e DCNdo Ensino Fundamental. Isso pode serexemplificado pela menção especial dostemas I, IV e VI.

I- Educação de adultos e democracia: oEducação de adultos e democracia: oEducação de adultos e democracia: oEducação de adultos e democracia: oEducação de adultos e democracia: odesafio do século XXI. desafio do século XXI. desafio do século XXI. desafio do século XXI. desafio do século XXI. Algunscompromissos desse tema: desenvolverparticipação comunitária, favorecendocidadania ativa; sensibilizar com relaçãoaos preconceitos e à discriminação noseio da sociedade; promover uma culturada paz, o diálogo intercultural e osdireitos humanos;IV- A educação de adultos, igualdade eA educação de adultos, igualdade eA educação de adultos, igualdade eA educação de adultos, igualdade eA educação de adultos, igualdade eeqüidade nas relações entre homem eeqüidade nas relações entre homem eeqüidade nas relações entre homem eeqüidade nas relações entre homem eeqüidade nas relações entre homem emulher e a maior autonomia damulher e a maior autonomia damulher e a maior autonomia damulher e a maior autonomia damulher e a maior autonomia damulher. mulher. mulher. mulher. mulher. Esse tema tem como um doscompromissos: promover a capacitação eautonomia das mulheres e a igualdadedos gêneros pela educação de adultos,entre outros.

VI- A educação de adultos em relaçãoA educação de adultos em relaçãoA educação de adultos em relaçãoA educação de adultos em relaçãoA educação de adultos em relaçãoao meio ambiente, à saúde e àao meio ambiente, à saúde e àao meio ambiente, à saúde e àao meio ambiente, à saúde e àao meio ambiente, à saúde e àpopulação. população. população. população. população. Esse tema tem comocompromissos: promover a capacidade ea participação da sociedade civil emresponder e buscar soluções para osproblemas de meio ambiente e dedesenvolvimento, estimular oaprendizado dos adultos em matéria depopulação e de vida familiar, reconhecer

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Livro do Professor

o papel decisivo da educação sanitária napreservação e melhoria da saúde pública eindividual, assegurar a oferta de programasde educação adaptados à cultura local e àsnecessidades específicas, no que se refere àatividade sexual.Todas essas recomendações foramconsideradas para a seleção de valores econceitos integrados às competências ehabilidades organizadoras do ENCCEJA doEnsino Fundamental. Já para a definição doescopo e redação das competências dasáreas e disciplinas, consideraram-seespecialmente os objetivos gerais paraensino e aprendizagem delineados naProposta Curricular da EJA (5ª a 8ª série) deMatemática, Língua Portuguesa, CiênciasNaturais, História e Geografia, e osobjetivos gerais de todo o EnsinoFundamental dos PCN e dos TemasTransversais.

Assim, foram constituídas as referênciaspara as provas de:

1- Língua Portuguesa, Artes, LínguaEstrangeira e Educação Física, sendo astrês últimas áreas de conhecimentoconsideradas sob a ótica da constituiçãodas linguagens e códigos, não comoconteúdos conceituais isolados paraavaliação;

2- Matemática;

3- História e Geografia;

4- Ciências Naturais.

A Matriz para o ENCCEJA concorre para apromoção de provas que dêemoportunidade para jovens e adultosaproveitarem o que aprenderam na vidaprática, trabalhando com aspectos básicosda vida cidadã, como a tomada de decisõese a identificação e resolução de problemas,a descrição de propostas e a comparaçãoentre idéias expressas por escrito,

considerando valores e direitos humanos.Tais ações ou operações do participanteestão representadas na Matriz doENCCEJA, nas diferentes habilidades.

Não se deve supor, contudo, que umaprova organizada a partir de habilidades(articulações entre operações lógicas comconteúdos relevantes) negligencie asexigências básicas de conteúdos mínimos ea capacidade de ler e escrever.

Para o participante da prova, éimprescindível a prática autônoma daleitura, que possibilita a percepção depossíveis significados e a construção deopiniões e conhecimentos ao ler um texto,um esquema ou outro tipo de figura.

Espera-se, de fato, que o jovem e o adulto,ao certificarem-se com a escolaridadefundamental pelo ENCCEJA, já estejamlendo autonomamente, com certa fluência,a partir de sua experiência com textosdiversos, em situações em que faça sentidoler e escrever. Cabe a eles construir ossentidos de um texto, ao colocar emdiálogo seus próprios conhecimentos demundo e de língua, como usuários dela, eas pistas do texto, oferecidas pelo gênero,pela situação de comunicação e pelasescolhas do autor:

Nessa perspectiva, entende-se que ler não é

extrair informação, decodificando letra por letra,

palavra por palavra. Trata-se de uma atividade

que implica estratégias de seleção, antecipação,

inferência e verificação, sem as quais não é

possível pro ficiência. É o uso desses

procedimentos que possibilita controlar o que

vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante

de dificuldades de compreensão, avançar na

busca de esclarecimentos, validar no texto

suposições feitas.(Brasil, c2000, v.2, p.69, 7º parágrafo)

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

Devem-se considerar, entretanto,diferentes níveis de proficiência na leiturados códigos e linguagens queconstituem as informações da realidade.A meio termo da formação básica, naconclusão do Ensino Fundamental, ostextos lidos ou formulados peloestudante da EJA já evidenciam umavisão de mundo um tanto complexa,ainda que expressa em discurso maissintético, mais direto, com muitosnomes do cotidiano preservados eelementos do senso comum, secomparados com produções do estudanteem nível de Ensino Médio.

É a partir dessas concepções de leitura queas provas são elaboradas, comopossibilidades de abordagem pedagógicadas competências e habilidades doENCCEJA na avaliação para certificação.Para tanto, os textos oferecidos emquestões de prova são rigorosos do pontode vista conceitual, ao observarem osmarcos teóricos de referência em cada áreade conhecimento. Contudo, procura-sedelimitar cuidadosamente a diversidade dovocabulário utilizado, além da magnitudeda rede conceitual empregada e dasoperações lógicas exigidas. Isso porque oparticipante precisa de situaçõesadequadas para estabelecer relações maisabrangentes e mais próximas das teoriascientíficas. Não se pode perder de vistaque, em nível fundamental, ele necessitade orientação clara e concisa, além de umtempo maior para a observação dasrepresentações de fenômenos, para ascomparações, as análises, a produção desínteses ou outros procedimentos.

Com esses cuidados, é desejável proporaos jovens e adultos uma variedade dequestões, envolvendo temas das áreas deconhecimento, sempre explicitandoconceitos mais complexos e

problematizando-os para que, por meioda reflexão própria, ele reconheça o quejá sabe e estabeleça conexões com oconhecimento novo apresentado. Assim,para enfrentar situações-problema, sãomobilizados elementos lógicospertinentes ao raciocínio científico etambém ao cotidiano, podendo explorarinterações entre fatos e/ou idéias, paraentre eles estabelecer relações causais,espaço-temporais, de forma e função, ouseqüenciando grandezas.

Não se pode perder de vista, tampouco, oexercício simplificado da metacogniçãopor parte daqueles que poucofreqüentaram a escola. Não é de se esperarque possam raciocinar com desenvolturasobre a estrutura do conhecimento em si,uma qualidade intelectual daqueles quefreqüentaram a escola (Oliveira, 1999).Respeitar essa característica representauma exigência para a formulação de umaprova em que se reconhecem aspossibilidades intelectuais dos cidadãosque não tiveram oportunidade de exercitara compreensão dos objetos deconhecimento descontextualizada de suasligações com a vida imediata.

Portanto, sem perder de vista apluralidade das realidades brasileiras e adiversidade daqueles que buscam acertificação nesse nível de ensino,propõe-se uma prova que apresenta umatemática atualizada, em nível pertinenteaos jovens e adultos que, para realizá-la,se inscrevem. Deve representar umdesafio consistente mas possível,exeqüível e motivador, para que osparticipantes exercitem suaspotencialidades lógicas e sua capacidadecrítica em questões de cidadania,reconhecendo e formulando valoresessenciais à cultura brasileira, ao convíviodemocrático e ao desenvolvimentopessoal.

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Livro do Professor

B. A PROPOSTA DO ENCCEJAPARA CERTIFICAÇÃODO ENSINO MÉDIO

Pode-se afirmar que são múltiplos ediversos os fatores que estimulam abusca de certificação do ensino médio naEducação de Jovens e Adultos.

Dentre eles, destaca-se a exigência domundo do trabalho, pois, atualmente, anecessidade da certificação no ensinomédio se faz presente em diferentesatividades e setores profissionais.Ressaltam-se, também, os fatorespessoais da busca do cidadão pelacertificação: a vontade de continuar osestudos e a vontade política de obter odireito da cidadania plena. Essesaspectos são mais significativos doponto de vista daqueles que discutem aEducação de Jovens e Adultos paracertificação no ensino médio. Ela édirecionada para jovens e adultos commais de dezenove anos que, por motivosdiversos, não puderam freqüentar aescola no seu tempo regular.

Tal fato é previsto na LDB 9.394/96quando considera o ensino médio comoetapa final da educação básica e a EJAcomo uma das modalidades deescolarização. O direito políticosubjetivo do cidadão de completar essaetapa e, por sua vez, o dever de ofertaeducacional pública que permita superaras diferenças e aponte para umaeqüidade possível são princípios quenão podem ser relegados, como afirmao Parecer da Câmara de EducaçãoBásica do Conselho Nacional deEducação - Parecer CNE/CEB 11/2000,Diretrizes Curriculares Nacionais para aEducação de Jovens e Adultos:

Desse modo, a função reparadora da EJA,

no limite, significa não só a entrada no

circuito dos direitos civis pela restauração

de um direito negado: o direito a uma

escola de qualidade, mas também o

reconhecimento daquela igualdade

ontológica de todo e qualquer ser humano.

Desta negação, evidente na história

brasileira, resulta uma perda: o acesso a

um bem real, social e simbolicamente

importante. Logo, não se deve confundir a

noção de reparação com a de suprimento.

É muito provável que, com as elevadastaxas de repetência e evasão nas últimasdécadas do século XX, muitos alunosque não tiveram sucesso no sistemaeducacional regular optem por essamodalidade de ensino. Soma-se a essefato o difícil acesso à escola básica pormotivos socioeconômicos diversos.

Segundo o IBGE, em 1999, havia cercade 13,3% de analfabetos acima de 15anos. Em 2000, a distorção idade/série,no ensino médio, de acordo com dadosdo MEC/INEP, é da ordem de 50,4%. Nomesmo ano, os dados registram,aproximadamente, 3 milhões de alunosmatriculados em cursos da EJA. A ofertada Educação de Jovens e Adultos para oensino médio (EM) está principalmentea cargo dos sistemas estaduais, emparceria, muitas vezes, com redesprivadas.

Nesse sentido, as Secretarias deEducação têm-se mobilizado para criaruma rede de atendimento e umaproposta de escola média coerente comas necessidades previstas para essapopulação, diversificando oatendimento no País.

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

Deve ser também ressaltada aimportância da avaliação e certificaçãonessa modalidade de ensino. De acordocom o Art. 10 da Resolução CNE/CEB 1/2000, que estabelece as diretrizescurriculares nacionais para a Educaçãode Jovens e Adultos: no caso de cursossemi-presenciais e a distância, os alunossó poderão ser avaliados, para fins decertificados de conclusão, em examessupletivos presenciais oferecidos porinstituições especificamente autorizadas,credenciadas e avaliadas pelo poderpúblico, dentro das competências dosrespectivos sistemas...

O Exame Nacional de Certificação deCompetências de Jovens e Adultos doEnsino Médio (ENCCEJA/EM) estáarticulado tanto para atender a essaprerrogativa quanto para responder àdemanda, em sintonia com a lógica daavaliação nacional. Nesse sentido, oENCCEJA/EM constitui umapossibilidade de avaliação que, aomesmo tempo, respeita a diversidade eestabelece uma unidade nacional, aoapontar o que é basicamente requeridopara a certificação no ensino médio quefaz parte atualmente da educação básica.

A Constituição de 1988, no Inciso II doArt. 208, já apontava para a garantia dainstitucionalização dessa etapa deescolarização como direito de todocidadão. A LDB estabeleceu, por sua vez,a condição em norma legal, quandoatribuiu ao EM o estatuto de educaçãobásica (Art. 21), definindo suasfinalidades, ou seja, desenvolver oeducando, assegurar-lhe a formaçãocomum para o exercício da cidadania efornecer-lhe meios para progredir notrabalho e em estudos posteriores. (Art.22)

Por sua vez, o Art. 4º da ResoluçãoCNE/CEB 1/2000 diz que as DiretrizesCurriculares Nacionais (DCN),estabelecidas na Resolução CNE/CEB 3/98e vigentes a partir da sua publicação, seestendem para a modalidade daEducação de Jovens e Adultos noensino médio, sua organização eprocessos de avaliação.

A direção curricular proposta pelasDCN-EM destaca o desenvolvimento decompetências e habilidades distribuídasem áreas de conhecimento: Linguagens,Códigos e suas Tecnologias, CiênciasHumanas e suas Tecnologias, Ciências daNatureza e Matemática e suasTecnologias. O caráter interdisciplinardas áreas está relacionado ao contextode vida social e de ação solidária,visando à cidadania e ao trabalho.

Vale a pena lembrar que a LDB é a basedas DCNEM. No Art. 36, a LDB destacaque o currículo do ensino médio deveobservar as seguintes diretrizes: aeducação tecnológica básica; acompreensão do significado da ciência,das letras e das artes; o processohistórico de transformação da sociedadee da cultura; a língua portuguesa comoinstrumento de comunicação, acesso aoconhecimento e exercício da cidadania.

Além disso, dois aspectos merecemmenção especial, pois marcam adiferença em relação à organizaçãocurricular do ensino médio: o eixo datecnologia e dos processos cognitivosde compreensão do conhecimento.

Assim, a caracterização das áreas procuraser uma forma de estabelecer relaçõesinternas e externas entre osconhecimentos, de abordá-los sob oângulo das correspondências próprias àsua divulgação para o público que

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necessita dos saberes escolares para avida social, o trabalho, a continuidadedos estudos e o desenvolvimento pessoal.

A definição na LDB do que é próprio aosensinos fundamental e médio não écolocada como forma de ruptura, mas simde aprofundamento (compreensão) econtexto (produção e tecnologia). Se, noensino fundamental, o caráter básico dossaberes sociais públicos foi desenvolvido,cabe, no ensino médio, aprofundá-los ou,então, desenvolvê-los. Essa consideração,para EJA/EM, se deve ao fato de que acertificação no ensino médio não está, porlei, atrelada à certificação no ensinofundamental, havendo, no entanto, umacontinuidade entre as duas etapas daeducação básica. De qualquer forma, aotérmino do EM, espera-se que o cidadãotenha desenvolvido competênciascognitivas e sociais inseridas em umdeterminado sistema de valores e juízos,ou seja, aquele referente à ética e aomundo do trabalho.

No caso do público participante da EJA/EM, isso se torna mais evidente. Aidade, a participação no mundo dotrabalho, as responsabilidades sociais ecivis são outras, diferentes daquelas dosalunos da escola regular que sepreparam para a vida. O público da EJA/EM está na vida atuando comotrabalhador, pai de família, provedor.Entretanto, se o ponto de partida édiferente, o ponto de chegada não o é.Ao final do EM, espera-se que essepúblico possa dar continuidade aosestudos com qualificação, disputar umaposição no mercado de trabalho eparticipar plenamente da cidadania,compartilhando os princípios éticos,políticos e estéticos da unidade e dadiversidade nacionais, colocando-se

como ator no contexto de preservação etransformação social.

A noção de desenvolvimento eavaliação de competências podepermitir alguma compreensão desseprocesso de diversidade e unidade.

O foco sobre a noção de competência,nos documentos oficiais referentes àeducação básica e no discurso acadêmicoeducacional, principalmente a partir de1990, instaura um eixo parareestruturação dos conteúdos escolares ede suas formas de transmissão eavaliação, ou seja, é uma proposta demudança que procura aproximar aeducação escolar da vida socialcontemporânea. Nessa proposta,destaca-se a perspectiva daflexibilização da organização daeducação escolar, em respeito àdiversidade e identidade dos sujeitos daaprendizagem. Quais são ascompetências comuns que devem sersocializadas para todos? A resposta aessa pergunta fundamenta a educaçãobásica. Em seqüência, há outra questãonão menos relevante: como avaliá-las?

O respeito à diversidade não deve seridentificado com o caos. Daí, anecessidade da responsabilização políticae institucional em traçar um fiocondutor que delimite os saberes e ascompetências gerais com os quais todoe qualquer processo deve comprometer-se, principalmente o de avaliação.

As diretrizes legais para a organizaçãoda educação básica estão expressas emum conjunto de princípios que indica atransição de um ensino centrado emconteúdos disciplinares (didáticos)seriados e sem contexto para um ensinovoltado ao desenvolvimento de

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

competências verificáveis em situaçõesespecíficas. A avaliação assume umpapel fundamental nessa perspectiva,definindo o sentido da escolarização.

A ação prevista pelos sujeitos envolvidosna educação básica extrapoladeterminados padrões de pensamento atéentão valorizados pela escolarizaçãoacrítica (identificar, reproduzir,memorizar, repetir) e aponta para anecessidade de a escola sistematicamenterealizar, em situações de aprendizagem, odesenvolvimento de movimentos depensamento mais complexos (analisar,comparar, confrontar, sintetizar). Talproposição, amparada pelos estudos daPsicologia Cognitiva, Sociologia,Lingüística, Antropologia, exerce umefeito de reestruturação na Didática. Osaber, que por si só já é ação do sujeito,ganha o status de uma intenção racional eintelectual situada socialmente. O sujeitodesse saber é compreendido como um serúnico no contexto social. O saber fazerenvolve o conhecimento do contexto, dasideologias e de sua superação, em prol deuma democracia desejada, para que ohomem possa conquistar de fato seusdireitos.

O poder público e a administraçãocentral assumem a responsabilidade deindicar a formação requerida para ossujeitos na educação básica, namodalidade de EJA/EM, e mais, propõemformas de avaliação das aprendizagens.

A avaliação é assumida como diálogocom a sociedade, garantindo o direitodemocrático da população interessada emsaber o que de fato deve ser aprendido (eaquilo que deveria ter sido aprendido),para que possa compreender a função do

processo educativo e exigir os direitos deuma educação de qualidade para todos.Educação básica e avaliação, portanto,têm por objetivo promover a eqüidade naparticipação social.

A proposta do ENCCEJA paracertificação do Ensino Médio assumeparte desse papel institucional,procurando, por meio de uma provaescrita, aferir, em condições observáveise com exigências definidas, ascompetências previstas para a educaçãobásica.

O foco do ENCCEJA é a situação-problema para cuja resolução oparticipante deve mobilizar saberescognitivos e conceituais (competências).

A aprendizagem é destacada comoreferência à autonomia intelectual dosujeito ao final da educação básica,mediada pelos princípios da cidadania edo trabalho, na atualidade. Ascompetências para a participação socialincluem a criatividade, a capacidade desolucionar problemas, o senso crítico, ainformação, ou seja, o aprender aconhecer, a fazer, a conviver e a ser.

A Matriz de Competências indicada paraa avaliação do ENCCEJA/EM é umproduto de discussão coletiva deinúmeros profissionais da educação,buscando contemplar os princípioslegais que regem a educação básica(Brasil,1999a; Brasil,1996; CNE, 1998;CNE, 2000).

O ENCCEJA/EM está estruturado com baseem Matrizes de referência que considerama associação de cinco competências dosujeito com nove competências previstasna Base Nacional Comum para as áreas deconhecimento (Linguagens, Códigos e suasTecnologias; Ciências Humanas e suas

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Livro do Professor

Tecnologias; Ciências da Natureza eMatemática e suas Tecnologias), cujoscruzamentos definem as habilidades aserem avaliadas. As competênciascognitivas básicas a serem avaliadas são: odomínio das linguagens, a compreensãodos fenômenos, a seleção e organização defatos, dados e conceitos para resolverproblemas, a argumentação e a proposição.

Essas competências cognitivas sãoarticuladas com os conhecimentos ecompetências sociais construídos erequeridos nas diferentes áreas, tendo por

referência os sujeitos/interlocutores daaprendizagem que se apropriam dosconhecimentos e os transpõem para a vidapessoal e social. No elenco das habilidadesde cada área, estão valorizadas asexperiências extra-escolares e os vínculosentre a educação, o mundo do trabalho eoutras práticas sociais, de tal maneira que oexame, estruturado a partir das matrizes,não perca de vista a pluralidade derealidades brasileiras e não deixe deconsiderar a diversidade de experiênciasdos jovens e adultos que a ele sesubmetem.

BIBLIOGRAFIA

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OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1999. 111p. (Pensamento e ação no magistério).

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II. Eixos conceituais queestruturam o ENCCEJA

O ENCCEJA se vincula a um conceitomais estrutural e abrangente dodesenvolvimento da inteligência econstrução do conhecimento. Essaconcepção, de inspiração fortementeconstrutivista, acha-se já amplamentecontemplada nos textos legais queestruturam a educação básica no Brasil.

Tais concepção privilegia a noção de quehá um processo dinâmico dedesenvolvimento cognitivo mediado pelainteração do sujeito com o mundo que ocerca. A inteligência é encarada não comouma faculdade mental ou como expressãode capacidades inatas, mas como umaestrutura de possibilidades crescentes deconstrução de estratégias básicas de açõese operações mentais com as quais seconstroem os conhecimentos.

Nesse contexto, o foco da avaliaçãorecai sobre a aferição de competências ehabilidades com as quais transformamosinformações, produzimos novosconhecimentos, reorganizando-os emarranjos cognitivamente inéditos quepermitem enfrentar e resolver novosproblemas.

Estudos mais avançados sobre a avaliaçãoda inteligência, no sentido da estruturaque permite aprender, ainda são poucopraticados na educação brasileira.

Ressalte-se, também, que a própriadefinição de inteligência e a maneiracomo tem sido investigada constituempontos dos mais controvertidos nas áreasda Psicologia e da Educação. O que se

constata é que alguns pressupostosaceitos no passado tornaram-segradativamente questionáveis e, atémesmo, abandonados diante deinvestigações mais cuidadosas.

Em que pese os processos avaliativosescolares no Brasil caracterizarem-se,ainda, por uma excessiva valorização damemória e dos conteúdos em si, aospoucos essas práticas sustentadas pelapsicometria clássica vêm sendosubstituídas por concepções maisdinâmicas que, de um modo geral, levamem consideração os processos deconstrução do conhecimento, oprocessamento de informações, asexperiências e os contextos socioculturaisnos quais o indivíduo se encontra.

A teoria de desenvolvimento cognitivo,proposta e desenvolvida por Jean Piagetcom cuidadosa fundamentação em dadosempíricos, empresta contribuições das maisrelevantes para a compreensão da avaliaçãoque se estrutura com o ENCCEJA.

Para Piaget (1936), a inteligência é um“termo genérico designando as formassuperiores de organização ou deequilíbrio das estruturas cognitivas (…) ainteligência é essencialmente umsistema de operações vivas e atuantes”.Envolve uma construção permanente dosujeito em sua interação com o meiofísico e social. Sua avaliação consiste nainvestigação das estruturas doconhecimento que são as competênciascognitivas.

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Para Piaget, as operações cognitivaspossuem continuidade do ponto de vistabiológico e podem ser divididas emestágios ou períodos que possuemcaracterísticas estruturais próprias, asquais condicionam e qualificam asinterações com o meio físico e social.

Deve-se ressaltar que o estágio dedesenvolvimento cognitivo quecorresponde ao término da escolaridadebásica no Brasil denomina-se período dasoperações formais, marcado peloadvento do raciocínio hipotético-dedutivo.

É nesse período que o pensamentocientífico torna-se possível,manifestando-se pelo controle devariáveis, teste de hipóteses, verificaçãosistemática e consideração de todas aspossibilidades na análise de umfenômeno.

Para Piaget, ao atingir esse período, osjovens passam a considerar o real comouma ocorrência entre múltiplas eexaustivas possibilidades. O raciocíniopode agora ser exercido sobreenunciados puramente verbais ou sobreproposições.

Outra característica desse período dedesenvolvimento, segundo Piaget,consiste no fato de as operações formaisserem operações à segunda potência, ouseja, enquanto a criança precisa operardiretamente sobre os objetos,estabelecendo relações entre elementosvisíveis, no período das operaçõesformais, o jovem torna-se capaz deestabelecer relações entre relações.

As operações formais constituem,também, uma combinatória que permiteque os jovens considerem todas aspossibilidades de combinação de

elementos de uma dada operação mentale sistematicamente testem cada umadelas para determinar qual é acombinação que os levará a um resultadodesejado.

Em muitos dos seus trabalhos, Piagetenfatizou o caráter de generalidade dasoperações formais. Enquanto asoperações concretas se aplicavam acontextos específicos, as operaçõesformais, uma vez atingidas, seriam geraise utilizadas na compreensão de qualquerfenômeno, em qualquer contexto.

As competências gerais que sãoavaliadas no ENCCEJA estão estruturadascom base nas competências descritas nasoperações formais da Teoria de Piaget,tais como a capacidade de considerartodas as possibilidades para resolver umproblema; a capacidade de formularhipóteses; de combinar todas aspossibilidades e separar variáveis paratestar a influência de diferentes fatores; ouso do raciocínio hipotético-dedutivo,da interpretação, análise, comparação eargumentação, e a generalização dessasoperações a diversos conteúdos.

O ENCCEJA foi desenvolvido com basenessas concepções, e procura avaliar paracertificar competências que expressamum saber constituinte, ou seja, aspossibilidades e habilidades cognitivaspor meio das quais as pessoas conseguemse expressar simbolicamente,compreender fenômenos, enfrentar eresolver problemas, argumentar e elaborarpropostas em favor de sua luta por umasobrevivência mais justa e digna.

A. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Desde o princípio de sua existência ohomem enfrentou situações-problemapara poder sobreviver e, ainda, em seu

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II. Eixos conceituais que estruturam ENCCEJA

estado mais primitivo, desprovido dequalquer recurso tecnológico, já buscavaconhecer a natureza e compreender seusfenômenos para dominá-la e assimgarantir sua sobrevivência como espécie.No entanto, à medida que, em seuprocesso histórico, foi alcançandoformas mais evoluídas de organizaçãosocial, seus problemas de sobrevivênciaimediata foram sendo substituídos poroutros. A cada novo passo de evolução,o homem superou certos problemasabrindo novas possibilidades de melhorqualidade de vida, mas, ao mesmotempo, abriu as portas para novosdesafios, importantes para suacontinuidade e sobrevivência.

A história do homem registra oenfrentamento de contínuos desafios esituações-problema, sempre superadosem nome de novas formas deorganização social, política, econômica ecientífica, cada vez mais evoluídas ecomplexas. Pode-se dizer que oenfrentamento de situações-problemaconstitui uma condição que acompanhaa vida humana desde sempre.

Cada vez mais tecnológica e globalizada,a sociedade que atravessou os portais doséculo XXI convida o homem àresolução de grandes problemas emvirtude das contínuas transformações emtodas as áreas do conhecimento. Exige,ainda, constantes atualizações, seja nomundo do trabalho ou da escola, seja noritmo e nas atribuições de enfrentamentodo cotidiano da vida, como, também,uma outra qualidade de respostas, àproporção que assume característicasbem diferenciadas daquelas queanteriormente percorreram a história.

Durante muitos séculos, o homem, pararesolver problemas, contou com a

possibilidade de se orientar a partir dosconhecimentos que haviam sidoconstruídos e adquiridos no passado, àmedida que ele podia contar com atradição ditada pelos hábitos e costumesda sociedade de sua época, com aquiloque sua cultura já determinava comocerto. As características culturais, sociais,morais e religiosas, entre outras,serviam-lhe como referências,indicando-lhe caminhos ou respostas.

Dessa maneira, ele orientava seupresente pelo passado, tendo no passadoo organizador de suas novas ações.Como resultado, ele podia planejar seufuturo como se este já estivesse escrito edeterminado em função de suas açõespresentes.

O avanço tecnológico dos dias atuaisdesencadeou uma nova ordem detransformações sociais, culturais,políticas e econômicas, imprimindo aomundo novas relações numa velocidadetal, que traz para o homem, neste século,uma outra necessidade: a de se pautarnão só nas referências que o passadooferece como garantias ou tradições,mas, também, naquilo que diz respeitoao futuro.

Quanto mais as sociedadescontemporâneas avançam em seusconhecimentos tecnológicos ecientíficos, mais distanciado parece estaro homem de sua humanidade. Quantomais conforto e comodidade a vidamoderna pode oferecer, mais seacentuam as diferenças sociais, culturaise econômicas, criando verdadeirosabismos entre os povos e entre aspopulações de um mesmo país. Quantomais se conhece e se aprende, mais ficadistanciada uma boa parte da populaçãomundial do acesso à escolaridade, de

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modo que, muito antes de se erradicar oanalfabetismo da face da Terra, já há apreocupação com a exclusão digital.Quanto mais se vivencia a globalização,mais complicadas ficam as possibilidadesde entendimento e comunicação, pois osideais e valores – que preconizam aliberdade do homem, a solidariedadeentre os povos, a convivência entre aspessoas e o exercício de uma verdadeiracidadania – não correspondem a açõesconcretas e efetivas. Dessa forma, omundo se debate entre guerras,terrorismo, drogas, doenças, ignorância emiséria. Essa é a natureza das situações-problema que o homem contemporâneoenfrenta. Então, como preparar ascrianças e jovens com condições paraque possam aprender a enfrentar esolucionar tais problemas, superando-osem nome de um futuro melhor?

Pensando na educação dessas crianças ejovens, tal realidade traz sériasimplicações e a necessidade deprofundas modificações no âmbitoescolar. Cada vez mais é preciso que osalunos saibam como aprender, comocompreender fatos e fenômenos, comoestabelecer suas relações interpessoais,como analisar, refletir e agir sobre essanova ordem de coisas. Hoje, porexemplo, um conhecimento científico,uma tecnologia ensinada na escola érapidamente substituída por outra maismoderna, mais sofisticada e atualizada,às vezes, antes mesmo que os alunostenham percorrido um único ciclo deescolaridade. Dessa maneira, vivem-setempos nos quais os mais diferentespaíses revisam seus modeloseducacionais, discutem e implementamreformas curriculares que sejam maisapropriadas para atender às demandas

da sociedade contemporânea, umasociedade que, em termos deconhecimento, está aberta para todos ospossíveis, para todas as possibilidades.

O homem do século XXI, portanto, estádiante de quatro grandes situações-problema que implicam necessidades deresolução: aprender a conhecer,aprender a ser, aprender a fazer eaprender a conviver. Como conhecer ouadquirir novos conhecimentos? Comoaprender a interpretar a realidade emum contexto de contínuastransformações científicas, culturais,políticas, sociais e econômicas? Comoaprender a ser, resgatando a suahumanidade e construindo-se comopessoa? Como realizar ações em umaprática que seja orientadasimultaneamente pelas tradições dopassado e pelo futuro que ainda não é?Como conviver em um contexto detantas diversidades, singularidades ediferenças e em que o respeito e o amorestejam presentes?

Em uma perspectiva psicológica, e,portanto, do desenvolvimento, conhecere ser são duas formas de compreensão, àmedida que se expressam como maneirasde interpretar ou atribuir significados aalgo, de saber as razões de algo, doponto de vista do raciocínio e dopensamento, exigindo do ser humano aconstrução de ferramentas adequadas auma leitura compreensiva da realidade.Fazer e conviver são formas derealizaçâo, pois se expressam comoprocedimentos, como ações que visam aum certo objetivo. Por sua vez, realizare conviver implicam que o ser humanosaiba escrever o mundo, construindomodos adequados de proceder em suasações. Por isso, é preciso que preparemos

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II. Eixos conceituais que estruturam ENCCEJA

as crianças e jovens para um mundoprofissional e social que os coloquecontinuamente em situações de desafio,as quais requerem cada vez maissaberes de valor universal que ospreparem para serem leitores de ummundo em permanente transformação.É preciso, ainda, que os preparemoscomo escritores de um mundo que pedea participação efetiva de todos os seuscidadãos na construção de novosprojetos sociais, políticos e econômicos.

Portanto, do ponto de vistaeducacional, tais necessidades implicamo compromisso com uma revisãocurricular e pedagógica que supere omodelo da simples memorização deconteúdos escolares que hoje se mostrainsuficiente para o enfrentamento darealidade contemporânea. Os novostempos exigem um outro modeloeducacional, voltado para odesenvolvimento de um conjunto decompetências e de habilidades essenciais,a fim de que crianças e jovens possamefetivamente compreender e refletirsobre a realidade, participando e agindono contexto de uma sociedadecomprometida com o futuro.

B. AS ORIGENS DO TERMOCOMPETÊNCIA

O sentido original da palavracompetência é de natureza jurídica, ouseja, diz respeito ao poder que tem umacerta jurisdição de conhecer e decidirsobre uma causa. Gradativamente, osignificado estendeu-se, passando otermo a designar a capacidade dealguém para se pronunciar sobredeterminado assunto, fazer determinadacoisa ou ter capacidade, habilidade,aptidão, idoneidade.

Recentemente, competência tornou-seuma palavra difundida, com freqüência,nos discursos sociais e científicos.Entretanto, Isambert-Jamati (1997)afirma que não se trata simplesmente demodismo porque o caráterrelativamente duradouro do uso dessanoção e a existência de uma certacongruência em relação ao seusignificado, em esferas como as daeducação e do trabalho, podem serreveladores de mudanças na sociedade ena forma como um grupo social partilhacertos significados. Nesse sentido, otermo competência não é só reveladorde certas mudanças como também podecontribuir para modelá-las, ou seja,comparece no lugar de certas noções,ao mesmo tempo em que modifica seussignificados. Pode-se dizer que, nogeral, o termo competência vemsubstituindo a idéia de qualificação nodomínio do trabalho, e as idéias desaberes e conhecimento no campo daeducação.

As razões da invasão do termocompetência, segundo Tanguy (1997),nas diferentes esferas da atividade social,são difíceis de precisar, embora, no casoda educação e do trabalho, possam estarassociadas a uma série de movimentosgeradores de concepções nesses doiscampos, bem como das inter-relaçõesentre eles. Dentre tais concepções oucrenças, podemos destacar: necessidadede superar o aspecto da instrução peloda educação; reconhecimento daimportância do poder do conhecimentopor todos os meios sociais e de que atransmissão do conhecimento não étarefa exclusiva da escola;institucionalização e sistematização deprincípios sobre formação contínua fora

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do âmbito escolar; exigência de superara qualificação profissional precária emecânica; necessidade de rever o ensinodisciplinar e o saber academicista oudescontextualizado; preocupação decolocar o aluno no centro do processoeducativo, como sujeito ativo.

A intervenção desses elementos sobre aproblemática da formação eaprendizagens profissionais, além danecessidade de novas adaptações aomundo do trabalho e da escola,acabaram por proporcionar umaapropriação geral da noção decompetência em vários países,provavelmente na expectativa deatribuir novos significados às noçõesque ela pretende substituir nasatividades pedagógicas. Maisespecificamente, no entanto, essereferencial sobre a noção decompetência tem-se imposto nasescolas, inicialmente, por meio daavaliação. Essas inter-relaçõesproduziram uma contaminação designificados, e o termo competênciapassou a ser usado com freqüência nosistema educativo, no qual ganhououtras conotações.

Dado esse caráter polissêmico da noçãode competência, trata-se de precisar emque sentido pretendemos utilizá-la.

A NOÇÃO DE COMPETÊNCIA: A QUE SE APLICA?

Embora o uso do termo competência sejacomum, é difícil precisar o seusignificado. Se tentarmos descrever umadas nossas competências,conseguiremos, no máximo, elencar umasérie de ações que realizamos paraenfrentar uma situação-problema, taiscomo uma análise de fenômeno, um atode leitura, ou a condução de um

automóvel. Mesmo tendo consciênciadessa série, não conseguiremos encontraralgo que possa traduzir a totalidadedesses atos.

Por outro lado, do ponto de vistaexterno, quando observamos os outros,conseguimos, com relativa facilidade,concluir sobre a existência desta oudaquela competência. Ao fazê-lo, noentanto, ultrapassamos a mera descriçãodos atos, significando que aquela sériede ações é interpretada na sua totalidadeou no conjunto que a traduz. Supõe-se,portanto, que há algo interno quearticula e rege as ações, possibilitandoque sejam eficazes e adequadas àsituação, conforme descreve Rey (1998).

Ao observarmos um bom patinador nogelo, diz o autor, bastam alguns minutospara concluirmos se ele sabe patinar, ouseja, se ele é competente. Em outraspalavras, interpretamos que a sucessãode seus movimentos não é meramenteuma série qualquer, mas que ela écoordenada por um princípio dominadopelo sujeito, residindo aí suacompetência. Ao atribuirmos esse poderao patinador, assumimos a idéia de queseus futuros movimentos serãoprevisíveis, no sentido de que serãoadequados e eficazes.

O que o autor quer mostrar é que acompetência revela um poder interno e sedefine pela anterioridade, ou seja, apossibilidade de enfrentar uma situaçãoproblema está, de certa forma, dada pelascondições anteriores do sujeito. Aomesmo tempo, essa previsibilidade dá-nosa impressão de continuidade. Acompetência não é algo passageiro, é algoque parece decorrer natural eespontaneamente.

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II. Eixos conceituais que estruturam ENCCEJA

Em síntese, a idéia de competênciaretrata dois aspectos antagônicos massolidários, que podem ser traduzidos devárias maneiras: interno e externo,implícito e explícito, o da visibilidadesocial e o da organização interna, o quena ação é observável e maisestandardizado e o que é mais ligado aosujeito, portanto, singular e obscuro.

Esses aspectos podem ser encontradosnas teorias que fundamentam a noçãode competência, as quais abordam essaquestão em dois pólos opostos. Noprimeiro pólo, estão as teorias que usamo termo competência como referência aatos observáveis ou comportamentosespecíficos, empregados, sobretudo, naformação profissional e na concepção daaprendizagem por objetivos. No segundopólo encontram-se, autores queanalisam as capacidades do sujeitoresultantes de organização interna enão-observáveis diretamente:

Assim, tanto a competência é concebida

como uma potencialidade invisível,

interna, pessoal, susceptível de engendrar

uma infinidade de “performances”, tanto

ela se define por componentes

observáveis, exteriores, impessoais.(Rey, 1998, p.26)

Esses dois sentidos do termocompetência são usados e convivemalternadamente, tanto no mundo dotrabalho como no mundo da escola.

A concepção de competência comocomportamento é a manifestação de ummodelo teórico que guarda parentescocom o behaviorismo, o qual temembasado o uso da noção decompetência de duas formas. No sentido

mais restrito, competência é tida comocomportamento objetivo e observável eque se realiza como resposta a umasituação. Essa forma de entendercompetência se manifesta no campo daformação profissional quando pressupõeque a cada posto de trabalhocorresponda uma lista de tarefasespecíficas. No campo da educação, essanoção de competência compareceassociada à pedagogia por objetivos(Bloom,1972 e Mager, 1975), cuja idéiacentral é a de que, para ensinar, é precisotraçar objetivos claros e específicos, semambigüidades, de tal forma que oprofessor possa prever que seus alunosserão capazes de alcançá-los. Para tanto,as competências devem-se confundircom o comportamento observável. Talconcepção está, portanto, diretamenteassociada às idéias de performance eeficácia (Ropé e Tanguy, 1997), bemcomo acaba por fomentar a elaboraçãode listagens de comportamentosexigíveis em diferentes níveis dosprogramas de ensino. Na medida em quea competência se reduz aocomportamento observável, elimina-sedo mesmo o seu caráter implícito.

Esse mesmo modelo, no sentido maisamplo, toma uma outra forma: a da açãofuncional, ou seja, ser competente não éapenas responder a um estímulo e realizaruma série de comportamentos, mas,sobretudo, ser capaz de, voluntariamente,selecionar as informações necessárias pararegular sua ação ou mesmo inibir asreações inadequadas. Na realidade, essaconcepção pretende superar a falta desentido produzida na consecução deobjetivos. Ao introduzir a idéia definalidade ao comportamento, fato que apedagogia por objetivos desconsiderou,

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acentua-se que, subjacente a umcomportamento observável, consciente ouautomaticamente, existe uma organizaçãorealizada pelo sujeito, da qual se depreendea existência de um equipamento cognitivoque organiza, seleciona e hierarquiza seusmovimentos em função dos objetivos aalcançar. Em outras palavras, acompetência não é redutível aoscomportamentos estritamente objetivos,mas está vinculada sempre a uma atividadehumana que, ligada à escola ou aotrabalho, caracteriza-se por sua relaçãofuncional a tais atividades definidassocialmente.

Em síntese, embora existam essasvariações no sentido de competênciacomo comportamento, em ambos ela évista no seu caráter específico edeterminado: no primeiro caso, é limitadapelos estímulos que a provocam; nosegundo, pela função que apresenta nasituação ou contexto que a exige.

Como já dissemos, um outro pólo daanálise teórica sobre competência não aidentifica com comportamento; ela éconsiderada como uma capacidade geralque torna o indivíduo apto adesenvolver uma variedade de açõesque respondem a diferentes situações.Competência, nesse caso, refere-se aofuncionamento cognitivo interno dosujeito. Essa concepção de competênciafoi formulada em contraposição à idéiade competências como comportamentosespecíficos, a partir das teorias decompetência lingüística, proposta porChomsky (1983) e da auto-regulação dodesenvolvimento cognitivo, propostapor Piaget (1976). Embora divergindo arespeito da origem das competênciascognitivas, esses autores têm emcomum a crença de que nenhum

conhecimento é possível sem haver umaorganização interna.

Para Chomsky (1983), a competêncialingüística não se confunde comcomportamento. Ela deriva de um poderinterno (núcleo fixo inato), expresso porum conjunto de regras do qual o sujeitonão tem consciência, que possibilita aprodução de comportamentos lingüísticos.

Na abordagem piagetiana, a idéia decompetência está atrelada à organizaçãointerna e complexa das ações humanas,mas, diferentemente de Chomsky,Piaget (1983) discorda do caráter inatodessa organização e enfatiza a suadimensão adaptativa. Sustenta que aprogressividade do desenvolvimentomental se apóia em um processo deconstrução, no qual interferem omínimo de “pré-formações” e o máximode auto-organização. A competência,nesse sentido, diz respeito à construçãoendógena das estruturas lógicas dopensamento que, à medida que seestabelecem, modificam o padrão daação ou adaptação ao meio e queMalglaive (1995) denomina de estruturadas capacidades.

A abordagem piagetiana, comosabemos, teve como preocupaçãomostrar as estruturas lógicas comouniversais. Mesmo afirmando que todoconhecimento se dá em um contextosocial e descrevendo o papel dainteração entre os pares comofundamental para o desenvolvimento doraciocínio lógico, essa investigação nãoprivilegiou a forma de atuação docontexto social ou das situações nodesenvolvimento das competênciascognitivas. A partir de contribuições dasociologia e da antropologia, váriosestudos têm sido realizados no sentido

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II. Eixos conceituais que estruturam ENCCEJA

de mostrar as relações entre contextosculturais e cognição, conforme descritopor Dias (2002). Nesse sentido, valeressaltar as reflexões de Bordieu (1994),quando afirma que a compreensão não ésó o reconhecimento de um sentidoinvariante, mas a apreensão dasingularidade de uma forma que sóexiste em um contexto particular.

COMPETÊNCIAS COMO MODALIDADES

ESTRUTURAIS DA INTELIGÊNCIA

A ressignificação da noção competência– nos meios educacionais e acadêmicos –está muito provavelmente atrelada ànecessidade de encontrar um termo quesubstituísse os conceitos usados paradescrever a inteligência, os quais semostraram inadequados, quer pelaabrangência, quer pela limitação. Noprimeiro caso, sabemos das dificuldadesde trabalhar com termos comocapacidade para expressar aquilo quedeve ser objeto de desenvolvimento, atémesmo porque essa idéia carregaconotações de aptidão, difíceis deprecisar. No segundo caso, a vinculaçãoda inteligência à aquisição decomportamentos produziu uma visãopontual e molecular que reduz odesenvolvimento a uma listagem desaberes a serem adquiridos. Comocontraponto, a noção de competênciasurgiu no discurso dos profissionais daeducação como uma forma decircunscrever o termo capacidade ealargar a idéia de saber específico.

Nesse sentido, o construtivismocontribuiu, de forma significativa, parapensar a inteligência humana comoresultado de um processo de adaptaçõesprogressivas, portanto não polarizado nomeio ou nas estruturas genéticas. Poroutro lado, o conceito de operações

mentais permite colocar a aprendizagemno contexto das operações e não apenasno do conhecimento ou docomportamento.

C. AS COMPETÊNCIAS DO ENEMNA PERSPECTIVA DAS AÇÕES OUOPERAÇÕES DO SUJEITO

Considerando as características domundo de hoje, quais os recursoscognitivos que um jovem, concluinte daeducação básica, deve ter construído aolongo desse período? A matriz decompetências do ENEM expressa umahipótese sobre isso, ou seja, assume opressuposto de que os conhecimentosadquiridos ao longo da escolarizaçãodeveriam possibilitar ao jovem domíniode linguagens, compreensão defenômenos, enfrentamento de situações-problema, construção de argumentaçõese elaboração de propostas. De fato, taiscompetências parecem sintetizar osprincipais aspectos que habilitariam umjovem a enfrentar melhor o mundo, comtodas as suas responsabilidades edesafios. Quais são as ações e operaçõesvalorizadas na proposição dascompetências da matriz? Como analisaresses instrumentos cognitivos em suafunção estruturante, ou seja,organizadora e sistematizadora de umpensar ou um agir com sentidoindividual e coletivo? Em outraspalavras, o que significam dominar efazer uso (competência I); construir,aplicar e compreender (competência II);selecionar, organizar, relacionar,interpretar, tomar decisões, enfrentar(competência III); relacionar, construirargumentações (competência IV);recorrer, elaborar, respeitar e considerar(competência V)?

DOMINAR E FAZER USO

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A competência I tem como propósitoavaliar se o estudante demonstra“dominardominardominardominardominar a norma culta da LínguaPortuguesa e fazer usofazer usofazer usofazer usofazer uso da linguagemmatemática, artística e científica”.

Dominar, segundo o dicionário, significa“exercer domínio sobre; ter autoridadeou poder em ou sobre; ter autoridade,ascendência ou influência total sobre;prevalecer; ocupar inteiramente”. Fazeruso, pois, é sinônimo de dominar, já queexpressa ou confirma seu exercício naprática.

Dominar a norma culta tem significadosdiferentes nas tarefas de escrita ouleitura avaliadas. No primeiro caso, odomínio da norma culta pode serinferido, por exemplo, pela correção daescrita, coerência e consistência textual,manejo dos argumentos em favor dasidéias que o aluno quer defender oucriticar. Quanto às tarefas de leitura, taldomínio pode ser inferido pelacompreensão do problema eaproveitamento das informaçõespresentes nos enunciados das questões.

Além disso, sabemos hoje que o mundocontemporâneo se caracteriza por umapluralidade de linguagens que seentrelaçam cada vez mais. Vivemos naera da informação, da comunicação, dainformática. Basicamente, todas asnossas interações com o mundo social,com o mundo do trabalho, com asoutras pessoas, enfim, dependem dessamultiplicidade de linguagens para quepossamos nos beneficiar das tecnologiasmodernas e dos progressos científicos,realizar coisas, aprender a conviver, etc.

Dominar linguagens significa, portanto,saber atravessar as fronteiras de umdomínio lingüístico para outro. Assim,

tal competência requer do sujeito, porexemplo, a capacidade de transitar dalinguagem matemática para a linguagemda história ou da geografia, e dessas,para a linguagem artística ou para alinguagem científica. Significa ainda sercompetente para reconhecer diferentestipos de discurso, sabendo usá-los deacordo com cada contexto.

O domínio de linguagens implica umsujeito competente como leitor domundo, ou seja, capaz de realizarleituras compreensivas de textos que seexpressam por diferentes estilos decomunicação, ou que combinemconteúdos escritos com imagens,charges, figuras, desenhos, gráficos, etc.Da mesma forma, essa leituracompreensiva implica atribuirsignificados às formas de linguagem quesão apropriadas a cada domínio deconhecimento, interpretando seusconteúdos. Ler e interpretar significaatribuir significado a algo, apropriar-sede um texto, estabelecendo relaçõesentre suas partes e tratando-as comoelementos de um mesmo sistema.

Dominar linguagens implica ainda umsujeito competente como escritor darealidade que o cerca, um sujeito quesaiba fazer uso dessa multiplicidade delinguagens para produzir diferentestextos que comuniquem uma proposta,uma reflexão, uma linha deargumentação clara e coerente.

Por isso, dominar linguagens implicatrabalhar com seus conteúdos nadimensão de conjecturas, proposições esímbolos. Nesse sentido, a linguagemconstitui o instrumento mais poderosode nosso pensamento, à medida que elalhe serve de suporte.

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Por exemplo, pensar a realidade comoum possível, como é próprio doraciocínio formal (Inhelder e Piaget,1955), seria impraticável sem alinguagem, pois é ela que nos permitetransitar do presente para o futuro,antecipando situações, formulandoproposições. Não seria possível tambémfazer o contrário, transitar do presentepara o passado, que só existe como umalembrança ou como uma imagem. Damesma maneira, raciocinar de umaforma hipotético-dedutiva tambémdepende da linguagem, pois sem ela nãoteríamos como elaborar hipóteses, idéiase suposições que existem apenas em umplano puramente representacional evirtual.

CONSTRUIR, APLICAR E COMPREENDER

O objetivo da competência II é avaliar se oestudante sabe “construirconstruirconstruirconstruirconstruir e aplicaraplicaraplicaraplicaraplicarconceitos das várias áreas doconhecimento para a compreensãocompreensãocompreensãocompreensãocompreensão defenômenos naturais, de processoshistórico-geográficos, da produçãotecnológica e das manifestaçõesartísticas”.

Construir é uma forma de domínio que,no caso das questões das provas, podeimplicar o exercício ou uso de muitashabilidades: estimar, calcular,relacionar, interpretar, comparar, medir,observar etc. Em quaisquer delas, odesafio é realizar operações quepossibilitem ultrapassar uma dadasituação ou problema, alcançandoaquilo que significa ou indica suaconclusão. Construir, portanto, éarticular um tema com o que qualificasua melhor resposta ou solução, tendoque, para isso, realizar procedimentosou dominar os meios requeridos,considerando as informaçõesdisponíveis na questão.

Hoje, a compreensão de fenômenos,naturais ou não, tornou-seimprescindível ao ser humano que sequer participante ativo de um mundocomplexo, onde coabitam diferentespovos e nações, marcados por umaenorme diversidade cultural, científica,política e econômica e, ao mesmo tempo,desafiados para uma vida em comum,interdependente ou globalizada.

Compreender fenômenos significa sercompetente para formular hipóteses ouidéias sobre as relações causais que osdeterminam. Ou seja, é preciso saber queum dado procedimento ou ação provocauma certa conseqüência. Assim, se odesmatamento desenfreado ocorre emtodo o planeta, é possível supor que esseevento, em pouco tempo, causarádesastres climáticos e ecológicos, porexemplo.

Além disso, a compreensão defenômenos requer competência paraformular idéias sobre a explicação causalde um certo fenômeno, atribuindosentido às suas conseqüências. Voltandoao exemplo anterior, não basta ao sujeitoconstruir e aplicar seus conhecimentospara saber que as conseqüências dodesmatamento serão os desastresclimáticos ou ecológicos, mas é precisotambém que ele compreenda as razõesque esse fato implica, ou seja, queestabeleça significados para ele.

Para isso, é necessário determinarrelações entre as coisas, inferir sobreelementos que não estão presentes emuma situação, mas que podem serdeduzidos por aquelas que ali estão,trabalhar com fórmulas e conceitos.Nesse sentido, também fazemos uso dalinguagem, à medida que formulamoshipóteses para compreender umfenômeno ou fato, ou elaboramos

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conjecturas, idéias e suposições emrelação a ele. Nesse jogo de elaboraçõese suposições, trabalhamos, do ponto devista operatório, com a lógica dacombinatória (Inhelder e Piaget, 1955), apartir da qual é preciso considerar, aomesmo tempo, todos os elementospresentes em uma dada situação.

SELECIONAR, ORGANIZAR, RELACIONAR,INTERPRETAR, TOMAR DECISÕES E ENFRENTAR

SITUAÇÕES-PROBLEMA

O objetivo da Competência III é avaliarse o aluno sabe “selecionarselecionarselecionarselecionarselecionar, organizarorganizarorganizarorganizarorganizar,relacionarrelacionarrelacionarrelacionarrelacionar, interpretarinterpretarinterpretarinterpretarinterpretar dados einformações representados de diferentesformas, para tomar decisõestomar decisõestomar decisõestomar decisõestomar decisões e enfrentarenfrentarenfrentarenfrentarenfrentarsituações-problemasituações-problemasituações-problemasituações-problemasituações-problema”.

Talvez a melhor forma de analisarmos asações ou operações avaliadas nessacompetência seja fazermos a leitura emsua ordem oposta: enfrentar umasituação-problema implica selecionar,organizar, relacionar e interpretar dadospara tomar uma decisão. De fato, assimé. Tomar uma decisão implica fazer umrecorte significativo de uma realidade, àsvezes, complexa, ou seja, que pode seranalisada de muitos modos e que podeconter fatores concorrentes, no sentidode que nem sempre é possível darprioridade a todos eles ao mesmotempo. Selecionar é, pois, recortar algodestacando o que se considerasignificativo, tendo em vista um certocritério, objetivo ou valor. Além disso,tomar decisão significa organizar oureorganizar os aspectos destacados,relacionando-os e interpretando-os emfavor do problema enfrentado.

Reparem que enfrentar uma situação-problema não é o mesmo que resolvê-la. Ainda que nossa intenção, diante de

um problema ou questão, seja encontrarou produzir sua solução, a ação ouoperação que se quer destacar é a desaber enfrentar, sendo o resolver, porcerto, seu melhor desfecho, mas não oúnico. Ou seja, o enfrentamento desituações-problema relaciona-se àcapacidade de o sujeito aceitar desafiosque lhe são colocados, percorrendo umprocesso no qual ele terá que vencerobstáculos, tendo em vista um certoobjetivo. Quando bem sucedido nesseenfrentamento, pode-se afirmar que osujeito chegou à resolução de umasituação-problema. Produzir resultadoscom êxito no contexto de uma situação-problema pressupõe o enfrentamento damesma. Pressupõe encarar dificuldades eobstáculos, operando nosso raciocíniodentro dos limites que a situação noscoloca. Tal como em um jogo detabuleiro, enfrentar uma partidapressupõe o jogar dentro das regras − ojogar certo −, sendo as regras aquilo quenos fornecem as coordenadas e oslimites para nossas ações, a fim depercorrermos um certo caminho durantea realização da partida. No entanto, nemsempre o jogar certo é o suficiente paraque joguemos bem, isto é, para quevençamos a partida, seja porque nossoadversário é mais forte, seja porque nãosoubemos, ao longo do caminho,colocar em prática as melhoresestratégias para vencer. (Macedo, Pettye Passos, 2000)

Da mesma maneira, uma situação-problema traz um conjunto deinformações que, por analogia, funcionamcomo as regras de um jogo, as quais, demaneira explícita, impõem certos limitesao jogador. É a partir desse dado real − asregras − que o jogador enfrentará o jogo,

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II. Eixos conceituais que estruturam ENCCEJA

mobilizando seus recursos, selecionandocertos procedimentos, organizando suasações e interpretando informações paratomar decisões que considere as melhoresnaquele momento.

Tendo em vista esses aspectos, o que acompetência III busca valorizar é apossibilidade de o sujeito, ao enfrentarsituações-problema, considerar o realcomo parte do possível (Inhelder ePiaget, 1955). Se, para ele, asinformações contidas no problema foremconsideradas como um real dado quedelimita a situação, pode transformá-loem uma abertura para todos os possíveis.

RELACIONAR E ARGUMENTAR

O objetivo da competência IV é verificarse o aluno sabe “relacionarrelacionarrelacionarrelacionarrelacionar informações,representadas em diferentes formas, econhecimentos disponíveis em situaçõesconcretas, para construirconstruirconstruirconstruirconstruirargumentaçãoargumentaçãoargumentaçãoargumentaçãoargumentação consistente”.

Relacionar refere-se às ações ouoperações por intermédio das quaispensamos ou realizamos uma coisa emfunção de outra. Ou seja, trata-se decoordenar pontos de vista em favor deuma meta, por exemplo, defender oucriticar uma hipótese ou afirmação. Paraisso, é importante sabermos descentrar,ou seja, considerar uma mesma coisasegundo suas diferentes perspectivas oufocos. Dessa forma, a conclusão ousolução resultante da prática relacionalexpressa a qualidade do que foi analisado.Saber construir uma argumentaçãoconsistente significa, pois, saber mobilizarconhecimentos, informações, experiênciasde vida, cálculos, etc. que possibilitemdefender uma idéia que convence alguém(a própria pessoa ou outra com quemsediscute) sobre alguma coisa.

Consideremos que convencer significavencer junto, ou seja, implica aceitarque o melhor argumento pode vir demuitas fontes e que nossas idéias departida podem ser confirmadas oureformuladas total ou parcialmente nojogo das argumentações. Assim, saberargumentar é convencer o outro ou a simesmo sobre uma determinada idéia.Convencer o outro porque, quandoadotamos diferentes pontos de vistasobre algo, é preciso elaborar a melhorjustificativa para que o outro apóienossa proposição. Convencer a simesmo porque, ao tentarmos resolverum determinado problema,necessitamos relacionar informações,conjugar diversos elementos presentesem uma determinada situação,estabelecendo uma linha deargumentação mental sem a qual setorna impossível uma soluçãosatisfatória. Nesse sentido, construirargumentação significa utilizar a melhorestratégia para apresentar e defenderuma idéia; significa coordenar meios efins, ou seja, utilizar procedimentos queapresentem os aspectos positivos daidéia defendida.

Por isso, a competência IV é muitovalorizada no mundo atual, tendo emvista que vivemos tempos nos quais associedades humanas, cada vez maisabertas, perseguem ideais de democraciae de igualdade. Em certo sentido, a vidapede o exercício dessa competência, poishoje a maioria das situações queenfrentamos requerem que saibamosconsiderar diversos ângulos de umamesma questão, compartilhandodiferentes pontos de vista, respeitando asdiferenças presentes no raciocínio decada pessoa. De certa forma, essa

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competência implica o exercício dacidadania, pois argumentar hoje se referea uma prática social cada vez maisnecessária, à medida que temos queestabelecer diálogos constantes,defender idéias, respeitar e compartilhardiferenças.

RECORRER, ELABORAR, RESPEITAR E CONSIDERAR

O objetivo da competência V é valorizar apossibilidade de o aluno “recorrerrecorrerrecorrerrecorrerrecorrer aosconhecimentos desenvolvidos na escolapara elaboraçãoelaboraçãoelaboraçãoelaboraçãoelaboração de propostas deintervenção solidária na realidade,respeitandorespeitandorespeitandorespeitandorespeitando os valores humanos econsiderandoconsiderandoconsiderandoconsiderandoconsiderando a diversidadesociocultural”.

Recorrer significa levar em conta assituações anteriores para definir oucalcular as seguintes até chegar a algoque tem valor de ordem geral. Uma dasconseqüências, portanto, da recorrência ésua extrapolação, ou seja, podermosaplicá-la a outras situações ou encontraruma fórmula ou procedimento quesintetiza todo o processo. Elaborarpropostas, nesse sentido, é uma forma deextrapolação de uma recorrência. Proporsupõe tomar uma posição, traduzir umacrítica em uma sugestão, arriscar-se asair de um papel passivo. Por extensão,acarreta a mobilização de novasrecorrências, tornando-se solidário, issoé, agindo em comum com outras pessoasou instituições. Este agir em comumimplica aprender a respeitar, ou seja,considerar o ponto de vista do outro,

articular meios e fins, pensar e atuarcoletivamente.

A sociedade contemporânea diferencia-se de outras épocas por suastransformações contínuas em todos ossetores. Dessa maneira, as mudançassociais, políticas, econômicas, científicase tecnológicas de hoje se fazem comuma rapidez enorme, exigindo dohomem atualizações constantes. Nãomais é possível que solucionemos osproblemas apenas recorrendo aosconhecimentos e à sabedoria que ahumanidade acumulou ao longo dostempos, pois estes muitas vezes semostram obsoletos. A realidade nosimpõe hoje a necessidade de criar novassoluções a cada situação queenfrentamos, sem que nos pautemosapenas por esses saberes tradicionais.

Por essas razões, elaborar propostas éuma competência essencial, à medidaque ela implica criar o novo, o atual.Mas, para criar o novo, é preciso que osujeito saiba criticar a realidade,compreender seus fenômenos,comprometer e envolver-se ativamentecom projetos de natureza coletiva. Valedizer que tal competência exige acapacidade do sujeito exercerverdadeiramente sua cidadania, agindosobre a realidade de maneira solidária,envolvendo-se criticamente com osproblemas da sua comunidade, propondonovos projetos e participando dasdecisões comuns.

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I. As bases educacionais do ENCCEJA

O papel de Ciências Naturais no Enccejaestá diretamente relacionado àrelevância social do conhecimentocientífico e à importância da articulaçãodesses conhecimentos, colaborandopara que os cidadãos estejam mais bempreparados para enfrentar os desafios deuma sociedade em mudança contínua.

As produções da Ciência e daTecnologia estão intimamenterelacionadas às modificações no mundoem que vivemos. São determinantes daqualidade de vida dos povos, estandointeiramente relacionadas aos seusprocessos políticos, históricos e culturais.

É necessário que amplos setores dapopulação tenham acesso aoconhecimento científico, tanto paraparticiparem mais ativamente dessasmodificações, como para compreenderemos fenômenos observáveis no mundo eno universo. Devem ainda ter aoportunidade para se desenvolver comocidadãos capazes de enfrentar desafiosintelectuais, obtendo satisfação quandoestabelecem relações para o

enfrentamento de problemasrelacionados à sua vida ou quandoimaginam e elaboram propostaspossíveis para superação de dificuldadesdo mundo. Portanto, o conhecimentocientífico é um elemento chave nacultura geral dos cidadãos.

A sociedade tem tomado consciência decomo é importante o conhecimentocientífico na vida diária. Considera-se queesse conhecimento é fundamental para atomada de decisões em relação àprevenção e manutenção da saúdeindividual, familiar e coletiva, bem comopara a incorporação de atitudesresponsáveis quanto à sexualidade epaternidade, quanto ao consumo demateriais, alimentos e objetos adequadosàs necessidades e quanto às interaçõescom o ambiente em direção à preservaçãoe manutenção para o bem comum.

Os conceitos envolvidos noconhecimento científico são produtos deuma elaboração contínua apropriadosde forma individualizada, considerandoo repertório de vivências e de estruturas

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cognitivas de cada cidadão. Adquirirconceitos ajuda a compreender omundo, desde que eles sirvam paraexplicar variados contextos vivenciadospelos cidadãos, sejam particulares,como membros de uma comunidadedefinida no tempo e no espaço, sejamgerais, como habitantes de um planetaque se situa no Universo.

A aquisição de conceitos científicos ésem dúvida importante, mas não é aúnica finalidade da aprendizagemcientífica, que deve proporcionar aoscidadãos conhecimentos e instrumentosconsistentes, para que adquiramsegurança na hora de debater certostemas da atualidade. Saber interpretar omundo de forma científica é lançar mãode instrumentos de análise objetiva,reconhecendo-se os vários fatores erelações que explicam fenômenosnaturais e cotidianos; é aproveitarinformações diversas para explicar asdiferentes manifestações de um mesmofenômeno. Mas é também sabertransferir informações adquiridas econceitos construídos para novassituações, de forma criteriosa.

Do mesmo modo, como lembram Nieda eMacedo (1997), não se pode dissimular opapel de instrumento de opressão que aciência pode adquirir em determinadassituações, o que coloca a necessidade daeducação crítica para seu enfrentamento.(p. 22) Propagar o conhecimentocientífico-objetivo como o únicopossível para explicar os fenômenosnaturais, e o cientista como cidadãoneutro, acima de qualquer interesseindividual ou político, pode reforçartanto o sentimento de impotência doscidadãos para a participação naresolução de problemas sociais, como o

caráter místico do “cientista” e daquiloque é “cientificamente comprovado”,apresentando-os como signos de umainquestionável verdade. Ao contrário, oconhecimento científico éconstantemente modificado, ampliadoou mesmo superado. Propagar a ciênciacomo atividade humana, passível deerros e subjetividades, favorece acompreensão do seu caráter histórico,dinâmico e motivador – um esforçocoletivo e social para acumularconhecimento sobre a natureza.

Como a produção do conhecimentocientífico e tecnológico é constante,suas implicações no cotidiano tambémo são, e os cidadãos necessitamdesenvolver habilidades que lhesproporcionem o aprendizadopermanente, com as quais possamelaborar suas visões sobre o mundo,refletindo sobre o significado dastransformações e permitindo oaprimoramento dos valores fundados nadignidade e solidariedade humanas.

É necessário integrar jovens e adultosnesse processo para que participem comcondições eqüitativas às dos cidadãosque freqüentaram escola em idadeadequada. Para isso, é importante quese considerem os estudantes jovens eadultos do Ensino Fundamental comocapazes, respeitando suas diferenças,especificidades e necessidades. Muitosdeles são trabalhadores, com largaexperiência profissional; outros, alijadosda escola com pouca idade, mantêm aexpectativa de (re)inserção no mercadode trabalho qualificado.

Conforme afirmam os Parâmetros emAção (Brasil, 1999), do ponto de vistasocioeconômico, o público dosprogramas da EJA constitui, no geral,

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III. A Área de ciência da natureza no ENCCEJA

um grupo bastante homogêneo: sãotrabalhadores com ocupação poucoqualificada, recebem baixos salários ouestão desempregados, moram emcondições precárias etc. Já do ponto devista sociocultural, apresentamcaracterísticas bastante heterogêneas,pois trazem consigo uma bagagem deconhecimentos adquiridos ao longo dehistórias de vida bastante diversas. Umhomem agricultor nos seus quarentaanos, por exemplo, apresentacomponentes culturais bem diversos deum jovem trabalhador da construçãocivil. (Brasil, 1999, p. 22)

Embora de forma diversificada, jovens eadultos, a partir de sua própria vivência,sabem relacionar causas e efeitos defenômenos naturais corriqueiros, suaregularidade em função do tempo ou deoutras condições, sabem fazer funcionarvários aparelhos e objetos que sãoprodutos da tecnologia, reconhecem ascondições de funcionamento do seupróprio corpo, identificam umavariedade de seres vivos em seusambientes, selecionam materiais emfunção da sua utilidade, interpretaminformações básicas sobre a preservaçãoda saúde e da vida. Ainda que esparsos e,muitas vezes, desarticulados, são saberesque devem ser levados em conta parasua aprendizagem de ciências.

O PAPEL DA APRENDIZAGEM

NA AVALIAÇÃO

O Encceja é um instrumento deavaliação, um momento especial noprocesso de formação de jovens eadultos que realizam experiências deaprendizagem de forma independentedaquela oferecida pela educação regular,embora nela se apóiem em termoscurriculares e de materiais didáticos.

Na educação formal, para aprenderCiências Naturais é oferecido para jovense adultos um ensino que, habitualmente,segue o mesmo caminho daqueledestinado aos outros estudantes, ou seja,os mesmos conteúdos estudados noscursos superiores são simplificados eabordados linearmente. A concepção quetem prevalecido na prática das escolas éa passagem de um conjunto definido eimutável de informações, encadeadas doponto de vista da lógica do acúmulo deconhecimentos. Baseia-se na passividadedos estudantes que recebem informaçõescodificadas como necessárias para osucesso nos exames e que permitem oprosseguimento dos estudos. Sãoconteúdos desprovidos de significadopara as experiências de vida, abordadosde forma fragmentada. Permanecemdesvinculados dos jovens e adultos, nãoconstituindo instrumentos para suainserção participativa nas mudanças domundo contemporâneo.

O Encceja baseia-se em concepções deaprendizagem que se opõem a essas,desenvolvidas nas últimas décadas noBrasil e no mundo.

Desde os anos sessenta, é forte a crítica àaprendizagem mecânica e repetitiva deCiências, dada a ineficácia de seusresultados. As propostas educacionais ecurriculares dos últimos vinte anos,elaboradas por educadores que refletemsobre a prática pedagógica, consideram queaprender significa compreender e, paraisso, é condição indispensável estabelecerrelações significativas com novosconteúdos a partir do que já se sabe. Alémdisso, essas propostas apontam para ocuidado com a aprendizagem superficialdos conceitos se não se levarem em contaoutras variáveis, como as afetivas e sociais.

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De acordo com os PCN para CiênciasNaturais (Brasil, 1998), para pensar sobreo currículo e sobre o ensino de CiênciasNaturais o conhecimento científico éfundamental, mas não suficiente. Éessencial considerar o desenvolvimentocognitivo dos estudantes, relacionado àssuas experiências, sua idade, suaidentidade cultural e social, e osdiferentes significados e valores que asCiências Naturais podem ter para eles,para que a aprendizagem sejasignificativa. (ibid., p.27)

O que se coloca atualmente comopreocupação central para a aprendizagemé que os conteúdos de Ciências Naturaisnecessitam ser organizados em torno deproblemas concretos, próximos dosestudantes, e que sejam relevantes parasua vida pessoal e comunitária. Alémdisso, é necessário selecionar um númerolimitado de conceitos, levar em conta aaquisição de procedimentos e atitudespara interpretar os fenômenos de formamais criteriosa do que o pensamentocotidiano, provocar contínuas reflexõessobre as concepções envolvidas nainterpretação dos fenômenos e criar umambiente de respeito e de valorização dasexperiências de jovens e adultos para suaaprendizagem, o que facilita a motivação,o aprofundamento, a autonomia e a auto-estima. Assim, tem-se fortalecido muito aimportância do contexto para aaprendizagem, de modo que o conteúdofaça sentido para o estudante. Paraoferecer contexto ao estudo dedeterminado assunto, conjuntos deconteúdos são organizados em temas detrabalho que, conforme a PropostaCurricular para a Educação de Jovens eAdultos (2002, p. 93), são contextosaglutinadores de fatos e conceitos

científicos, desenvolvidosconcomitantemente a valores, atitudes eprocedimentos (ou habilidades), sendouma alternativa à visão acumulativa deconteúdos estratificados.

CONTEÚDOS DO ENCCEJA

Em conformidade com a concepção deaprendizagem ativa do estudante que deveser sujeito de seu próprio processo deconhecimento, exames de avaliação nãodevem ter como meta a aferição dacapacidade de memorização de conteúdosou de operação de meros raciocínioslógicos sobre conteúdos sem significado. OEncceja estabelece, assim, como objetos deavaliação, as competências e habilidadesdesenvolvidas pelos estudantes, a partir deconteúdos científicos contextualizados emsuas vivências, permitindo compreensãoampla dos fenômenos naturais e dasproduções tecnológicas.

Contextualizar os conteúdos de Ciências,não significa usar os exemplos docotidiano, da vida e do mundo, parailustrar o conhecimento científico, masao contrário, significa lançar mão doconhecimento científico acumulado paracompreender os fenômenos naturais,conhecer o mundo, o ambiente, paracompreender o próprio corpo, a dinâmicada natureza, do céu, da Terra...

São valorizados os conteúdos necessáriospara que os cidadãos interpretem astransformações do ambiente e ampliemsua compreensão sobre as condiçõesnecessárias para a saúde e a sexualidade,no âmbito individual e coletivo. Sãoquestões do ambiente e da saúde,fortemente vinculadas aodesenvolvimento econômico-social e queconsideram a não-degradação do planeta,nas quais são valorizadas mudanças nos

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III. A Área de ciência da natureza no ENCCEJA

modos de produção e de consumo nosentido ético para as interações entre o serhumano e a natureza.

É necessário estabelecer relações entreos recursos minerais e energéticos, oscombustíveis, as matas, os ciclos demateriais e os seres vivos, para que asintervenções humanas no ambienteocorram de forma a não o depredar,como base do desenvolvimentosustentável. Devem ser desenvolvidosargumentos para mudanças nos modosde consumo, valorizando-se as atitudesindividuais e coletivas adequadas emrelação aos materiais consumidos nosalimentos, no vestuário, na construçãode casas, nos transportes e aquelesdescartados no lixo.

Em relação à saúde, são privilegiadas asatitudes responsáveis e solidárias nosentido da expansão das condições desaúde física, mental e ambiental, atravésda compreensão das bases de umaalimentação adequada; da co-responsabilidade na procriação e nosmétodos anticoncepcionais para homense mulheres; da prevenção de AIDS eoutras doenças; das condições humanasde trabalho e moradia.

Esses conteúdos estão selecionados emfunção dos interesses e necessidade dosjovens e adultos, lembrando ainda queeles estão inseridos em uma sociedadeque faz exigências que precisam sercompreendidas de forma consciente.

Além disso, os conteúdos consideram osestudantes e os diferentes segmentos deensino, preocupação que não estápresente em muitos materiais didáticosde Ciências. Por exemplo, seconsiderarmos apenas um tópico – ascélulas – podemos encontrá-lo em

sumários de livros de EnsinoFundamental, de Ensino Médio, degraduação de áreas biológicas ou pós-graduação. Mas o que se pretende emcada segmento? O que é levado emconta sobre as necessidades dosestudantes para aprendizagem sobrecélulas no ensino fundamental? Em vezde se considerar as células como oobjeto de estudo, é mais significativoabordar a existência e a variedade decélulas no contexto do funcionamentodos organismos, na importância da suadescoberta somente após a invenção domicroscópio ou na fecundação dascélulas reprodutoras.

Considera-se também que, no decorrer dahistória da humanidade, teorias econceitos científicos aceitos por muitosanos são revistos ou superados a partir denovos conhecimentos; outros sãoampliados ou até mesmo retomados.Atualmente, a Ciência é concebida comoum corpo de conhecimentos que sedesenvolve e dirige a investigaçãocientífica, estando em perpétua revisão ereconstrução. Isso confere à Ciência umcaráter dinâmico, mais ainda naatualidade, quando muito doconhecimento produzido é divulgadocom uma velocidade impressionante,quase instantânea. A Ciência é tambémuma forma de resolver problemas, umempreendimento coletivo que seguemetodologias variadas. Uma atividadeque se desenvolve a cada momentohistórico, envolvida e contaminada porseus valores, sujeita a interesses sociais eparticulares, dificilmente mantendo-seneutra. Disto decorre o reconhecimentode que é necessário, permanentemente,buscar-se o conhecimento e, sobretudo,de que aprender a buscar o conhecimento

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científico (nos livros, nos jornais, embiblioteca ou na Internet) é umacompetência importante a serdesenvolvida por quem aprende Ciências.

Esses são alguns dos pressupostos queestão expressos nas competências ehabilidades do Encceja. São escolhasque mudam o foco da abordagem dosconceitos científicos relativizados emfunção das prioridades a seremavaliadas, embora sejam fundamentaispara a compreensão de temas relevantesdo ponto de vista social e para odesenvolvimento do estudante.

A questão do rigor nos conceitos daCiência é muito complexa e aindapouco amadurecida, principalmentepara o Ensino Fundamental. Muitasvezes se coloca o dilema: como abordarnas avaliações temas relevantes doponto de vista social e de compreensãodo mundo, se são necessáriascompreensões de conceitos complexos?Para responder a esse dilema, ascontradições são muitas, de váriasordens, e demonstram perspectivasdiferentes de educadores em relação aoestudante. De um lado, os educadoresque privilegiam o rigor a qualquer custocolocam os estudantes em planosubalterno aos conceitos. Isso determinaseleção a priori daqueles poucosestudantes que, por diversas razões,conseguem compreendê-los da formamais correta segundo o conhecimentomais atualizado. Por outro lado, oseducadores que se animam com osprogressos dos estudantes nas relaçõesque estabelecem, mesmo que sejaconsolidando conceitos errôneos,podem comprometer a compreensão dotema abordado, perpetuando, ainda que

inadvertidamente e com intençõestotalmente contrárias, a condição deignorância e impedindo umaparticipação efetiva do cidadão naresolução de algum problema.

Por exemplo, para se avaliar anecessidade da construção de umausina com energia nuclear, pode-sesupor que seja necessário abordar ofenômeno das reações de fissão nonúcleo atômico com conseqüenteliberação de energia e as conseqüentesdegenerações ao nível dos genes, o queé totalmente inadequado para o EnsinoFundamental. Pode-se supor, por outrolado, que basta comparar a usinanuclear a uma termelétrica a carvão, emtermos da quantidade de energiagerada, para a compreensão doproblema. Seria mais adequado epossível ao estudante do EnsinoFundamental avaliar as várias fontes deenergia da região da usina, anecessidade de energia adicional, asquantidades de energia geradas pordiversos meios e as conseqüências dereações nucleares no organismohumano e dos demais seres vivos daregião, identificando diferenças entreacidentes que geram queimaduras eaqueles que geram doenças oumutações degenerativas que serãopassadas aos descendentes. Tudo issoampliaria seus conceitos de fontes deenergia, de reações nucleares e deprocessos genéticos, não sendonecessário compreender a teoriaatômico-molecular e a estrutura dosgenes, o que é adequado somente apartir do Ensino Médio.

Nesse sentido, a alternativa maisadequada para o Ensino Fundamental é

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III. A Área de ciência da natureza no ENCCEJA

aquela que considera o estudante emaproximação ao rigor, abordandoconceitos em vários contextos e devariadas formas, apontando caminhosem direção ao rigor, mas sem chegar atéele. Isso não significa baratear,caricaturar ou vulgarizar os conceitos,mas saber que o caminho até se chegarao rigor é longo e árduo. Essa questãoilustra e corrobora a opção do Enccejapela matriz de competências ehabilidades. Assim, são privilegiadoscomo aspectos importantes:

• a abordagem dos seres vivosrelacionados aos ambientes em quevivem, utilizando a classificaçãobiológica como referência para acompreensão da diversidade e dascaracterísticas adaptativas e não comoobjeto em si mesmo;

• o corpo humano em suas relaçõescom outros seres vivos e com asquestões de alimentação, saúde esexualidade, abordando os sistemas defuncionamento necessários para acompreensão dos temas, e não umconjunto de aparelhos que funcionamde forma autônoma;

• a abordagem das transformações edos fenômenos físicos, seus elementose suas manifestações em produtos datecnologia e em outras situações docotidiano (incluindo o conhecimentodo Universo), utilizando fórmulasmatemáticas quando foremnecessárias para a compreensão dofenômeno e do mundo, e não aocontrário;

• transformações químicas e ocomportamento de substâncias,utilizando nomes populares, traduzidosem nomes científicos e fórmulas

químicas na medida da necessidadepara a compreensão de fenômenos docotidiano e não para descrever oselementos da tabela periódica.

A MATRIZ DE CIÊNCIAS

NATURAIS DO ENCCEJA

A matriz de Ciências Naturais doEncceja traduz seus objetivos daaprendizagem em competênciascognitivas gerais e aplicadas adiferentes conteúdos científicos. Emcada competência, as habilidadesexplicitam aspectos particulares.

O desdobramento das váriascompetências em habilidades significa aarticulação entre os saberes científicosdiversos, que incluem: informações econceitos envolvidos em fenômenosnaturais e tecnológicos; procedimentospara relacionar informações e construirconceitos a partir de variadaslinguagens (imagens, esquemas, tabelas,gráficos, diferentes tipos de texto...);análises de problemas e propostas paracotejar custos e benefícios em favor dapromoção da saúde coletiva e dodesenvolvimento sustentável;valorização de propostas solidárias.

Claro que é difícil corresponder à grandediversidade de interesses, percursosescolares, pontos de partida e contextosde alunos de um universo tão abrangentee diferenciado como é o público da EJA.O exame organiza os conteúdos em tornode situações concretas, próximas erelevantes para a vida pessoal ecomunitária do cidadão; propõe ainvestigação de problemas, através deprocedimentos e atitudes científicas, e,ainda de formas criteriosas para seinterpretar os fenômenos naturais e osprodutos tecnológicos do cotidiano.

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Livro do Professor - Ciências Ensino Fundamental

As competências e habilidadesexpressam na matriz um caráter geral,compatível com princípios deinterdisciplinaridade em relação àsciências naturais, como a física, aquímica, a biologia, a geologia, e decontextualização em relação à realidadehistórica, social e econômica,considerando-se a efetiva relação doscidadãos da EJA com o mundo dotrabalho. Nesse sentido, o temaespecífico do trabalho, em suas relaçõescom as tecnologias e a vida, éespecificamente tratado. Ascompetências são aprendizadosconstruídos, que só se revelam como tal(isto é, como aprendizagem) quandoaquele que aprendeu é capaz demobilizar os conhecimentos em umasituação real. É por essa razão (porquesó se aprende e só se percebe oaprendido na situação) que o contexto ea interdisciplinaridade são essenciais.

As competências em Ciências Naturaissão as que se seguem.

1. Compreender a ciência comoatividade humana, histórica, associada aaspectos de ordem social, econômica,política e cultural.

A história da Ciência contribui paraexplicitar sua dimensão humana eentender seu envolvimento cominteresses pessoais, políticos, éticos eculturais; amplia a compreensão dosconteúdos científicos e lhes dásignificado. Não se trata de apresentaruma caricatura da história da Ciência,mas uma proposição transversal quecontextualiza vários conhecimentoscientíficos. Se, por um lado, a história daCiência não é um conteúdo quenormalmente faz parte da cultura geral

de jovens e adultos, por outro lado, podeser compreendida com algumafacilidade, pois eles já têm maiorvivência da passagem do tempo. Não seespera que os estudantes resolvamcontrovérsias históricas, mas quecomecem a pensar na evolução social dealguns problemas científicos, analisandodiferentes explicações que tiveram emdiferentes épocas, dependendo do tipode sociedade, das condições econômicas,do regime político, das crençasreligiosas; que comecem a valorizar maisas perguntas e que relativizem melhor asverdades científicas. É necessário que osestudantes se aproximem da idéia de quea Ciência é um processo em contínuaevolução e construção, gerado a partir deproblemas que mostram uma buscaconstante para a interpretação domundo, o que evidencia a grandezadesse empreendimento humano.

2. Compreender conhecimentoscientíficos e tecnológicos como meiospara suprir necessidades humanas,identificando riscos e benefícios de suasaplicações.É muito importante perceber os riscos eos benefícios das práticas científico-tecnológicas, desenvolvendo umaopinião cada vez mais fundamentada arespeito da utilização de determinadastecnologias, inclusive podendo optarconscientemente por elas.

Sem dúvida, os avanços da ciência e datecnologia, especialmente nos doisséculos passados, foram extraordinários,trazendo inúmeros benefícios para ahumanidade. Mas, ao mesmo tempo emque ocorrem tantas transformações e omundo avança, essas mesmasconquistas trazem novos problemas.

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III. A Área de ciência da natureza no ENCCEJA

Nesse sentido, espera-se que oestudante seja capaz de perceber asvantagens e desvantagens dosconhecimentos científicos e suasaplicações, seus benefícios e riscos,analisando e considerando oenvolvimento de inúmeras variáveis epontos de vista. Ou seja, pretende-seque ele seja capaz de identificar pontospositivos e negativos em diferentescontextos nos quais os conhecimentoscientíficos são aplicados.

3. Compreender a natureza como umsistema dinâmico e o ser humano, emsociedade, como um de seus agentes detransformações.

A visão imutável do ambiente é contráriaà natureza dinâmica dos ecossistemas,que pode ser compreendida pelaexistência de relações entre todos os seresvivos (inclusive o ser humano) e osdemais componentes da natureza, tendoem vista o equilíbrio dos sistemas naturaise a continuidade da vida na Terra.

Espera-se, portanto, que o estudante sejacapaz de compreender que os seres vivosse constituem como populações diversasem diferentes ambientes, que interagementre si e com os outros elementos,como ar, solo, água, e se relacionam comfatores variados, como: umidade,insolação, calor, luz, som, vários tipos depoluição e contaminação, tendocaracterísticas próprias que lhesconferem vantagem adaptativa.

Além disso, pretende-se que o estudantecompreenda que as intervenções do serhumano implicam alterações nosambientes, tomando consciência daimportância de atitudes que visem àconservação dos ecossistemas noaproveitamento sustentável dos seusrecursos materiais e energéticos.

4. Compreender a saúde como bempessoal e ambiental que deve serpromovido por meio de diferentesagentes, de forma individual e coletiva.

Saúde é um bem pessoal e ambiental, quedeve ser promovido por meio de diferentesagentes, de forma individual e coletiva. Hádiferentes dimensões da saúde, além daprevenção e tratamento de doenças: umaalimentação adequada, educação,habitação, condições de saneamento einstalações domésticas, um bom ambientede trabalho seguro e saudável, lazer edivertimento.

Questões relacionadas com a segurançado trabalhador e com possíveis açõessolidárias para melhoria das condiçõesde vida são temas que permitem aocidadão rever o seu papel na conquistae manutenção de sua saúde e daquelesque o cercam.

5. Compreender o próprio corpo e asexualidade como elementos derealização humana, valorizando edesenvolvendo a formação de hábitosde autocuidado, de auto-estima e derespeito ao outro.Essa competência privilegia oestabelecimento das relações entre asfunções e os processos do corpo, nosquais as estruturas e seus nomes não sãoum objeto de estudo em si mesmas, maslocalizam onde tudo isso acontece. Aconcepção é do corpo humano como umsistema integrado, que interage com oambiente e que reflete a história de vidado sujeito. A alimentação criteriosa,bem como os cuidados médicos e aadição de medicamentos, são atitudesde cuidado com o próprio corpo, quepodem ser determinantes namanutenção da saúde.

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• Esta concepção redimensiona adiscussão da sexualidade humana edas questões de gênero. Assim, deve-se levar em conta que tão importantequanto a explicação biológica dossistemas reprodutores e dos métodosanticoncepcionais, é o exame dadiversidade de valores, crenças ecomportamentos relativos àsexualidade.

6. Aplicar conhecimentos e tecnologiasassociadas às ciências naturais emdiferentes contextos relevantes paraa vida.

É importante reconhecer a Ciência comoatividade humana e empreendimentosocial, e o cientista, como trabalhador,situados em um mundo real, concreto ehistoricamente determinado.

São muitas as interações diárias que setêm na vida e no trabalho com produtosutilizados para a alimentação, higiene,limpeza, cura de doenças. Exercitandoesta competência, os estudantestrabalhadores podem identificar ecomparar diferentes materiais eprodutos, analisar seu impacto notrabalho e no consumo e sua relaçãocom a qualidade de vida, o meioambiente e a saúde, identificandoproblemas e possíveis soluções.

7. Diagnosticar problemas, formularquestões e propor soluções a partir deconhecimentos das ciências naturais emdiferentes contextos.

As diferentes Ciências utilizam-se dediferentes métodos de investigação,sendo impreciso definir as etapas de ummétodo científico único e igualmentesignificativo para todas as Ciências esuas diferentes abordagens. Muitasmetodologias vão sendo criadas; às

vezes, confundem-se com as própriaspesquisas. Apesar disso, são constantesna prática científica procedimentos deobservação, de experimentação, deelaboração de hipóteses, de comparaçãoe busca de critérios nos resultados.

Deve-se considerar que diagnosticarproblemas, elaborar perguntas e pensarem hipóteses, buscando-se solução paraproblemas identificados, são tarefascotidianas para cidadãos adultos, aindaque, muitas vezes, não se saiba nomearesses procedimentos.

8. Compreender o Sistema Solar em suaconfiguração cósmica e a Terra em suaconstituição geológica e planetária.

Compreender o Universo, projetando-separa além do horizonte terrestre, paradimensões maiores de espaço e detempo, pode nos dar novo significadoaos limites do planeta Terra, de nossaexistência no cosmos, ao passo que,paradoxalmente, as váriastransformações que ocorrem em nossoplaneta e as relações entre os várioscomponentes do ambiente terrestrepodem dar a dimensão da nossa enormeresponsabilidade pela biosfera, nossodomínio de vida, fenômenoaparentemente único no Sistema Solar,ainda que se possa imaginar outrasformas de vida fora dele.

A estrutura interna da Terra é dinâmica,originando vulcões, terremotos edistanciamento entre os continentes, oque altera constantemente o relevo e acomposição das rochas e da atmosfera.Portanto, as paisagens, tal como aspercebemos, representam apenas ummomento dentro do longo e contínuoprocesso de transformação pelo qualpassa a Terra, em uma escala de tempo

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de muitos milhares, milhões e bilhõesde anos: é a escala de tempo geológico,como é hoje conhecida. É necessáriocompreender a possibilidade deintervenção humana nas catástrofes enas modificações das paisagens, nosentido solidário e de preservação/recuperação de ambientes.

9. Reconhecer na natureza e avaliar adisponibilidade de recursos materiais eenergéticos e os processos para suaobtenção e utilização.São muitas as conexões entre CiênciasNaturais, Tecnologia e Meio Ambiente,compreendidos não apenas em seuscomponentes físicos e biológicos, mastambém na dinâmica social, cultural ehistórica. . . . . É importante reconhecer o serhumano como parte integrante danatureza e relacionar sua ação às

mudanças nas relações entre os seresvivos e à alteração dos recursos e ciclosnaturais. Ao abordar os limites dessesrecursos e as alterações nosecossistemas, deve-se analisar o futurodo planeta, da vida, e a necessidade deplanejamento a longo prazo.

Para um cidadão atuante no seu meio, énecessário reconhecer que os desgastesambientais estão ligados aodesenvolvimento econômico, e queestes estão relacionados a fatorespolíticos e sociais; discutir as bases paraum desenvolvimento sustentável,analisando soluções tecnológicaspossíveis na agricultura, no manejoflorestal, na diminuição do lixo, nareciclagem de materiais, na ampliaçãodo saneamento básico ou no controle depoluição.

BIBLIOGRAFIA

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Nas últimas décadas, as Ciências daNatureza impregnaram a vida social e avida dos cidadãos de tal forma que nãohá possibilidade de decodificar a culturacontemporânea sem o aporte de seusconhecimentos. Esse fato temfuncionado como o argumento diantedo qual todos se curvam: auniversalização da cultura científica etecnológica é uma questão decidadania.

Paralelamente, estudos têm mostrado,com uma certa regularidade, que osaber científico “passa mal” (Giordan,2000), isso porque ou ele permanececomo algo externo às pessoas, tendendoa ser facilmente esquecido, ou,principalmente, porque raramente é útil,ou seja, não chega a ser mobilizado naprática da vida cotidiana.

Tais pesquisas sugerem ainda que, naárea do ensino de Ciências da Natureza,vive-se uma estranha contradição:embora a sociedade se “cientificize” cadavez mais, a população escolarizada careceainda de uma autêntica cultura científica,

particularmente na área da saúde − cujosconhecimentos, ou ausência deles, têmimpactos consideráveis na sua vidapessoal − e também na área das questõesenergéticas, indiscutivelmente relevantesna esfera de sua vida socioeconômica

3.

Embora tradicionalmente a escola médiareserve espaço considerável aosconteúdos de anatomia e fisiologiahumanas, quantos alunos consegueminterferir adequadamente em acidentescada vez mais comuns, como asfixia,alergia, desmaio, fraturas? Quantosdecifram um rótulo de alimento,selecionando o mais conveniente a umadeterminada circunstância? Quantosconseguem decifrar uma conta de luz eoptar por soluções domésticas quereduzam o consumo de eletricidade?Quantos conseguem decifrar asinformações de um manual de aparelhoeletrodoméstico? Quantos têm clarezasobre as vantagens e os impactosambientais associados à tecnologia?Quantos conseguem colocar em prática asestratégias mais adequadas à preservação

3 A este respeito, Giordan (2000) relata inúmeros casos nos quais as explicações de alunos para ofuncionamento do seu corpo são basicamente as mesmas, independentemente de sua escolaridade (primária ousuperior). O mesmo acontece quando se trata de explicar fenômenos físicos bastante comuns no cotidiano daspessoas, tais como a geração e transmissão de energia, o aproveitamento doméstico da eletricidade, ofuncionamento de aparelhos, entre outros fenômenos.

CIÊNCIAS DA NATUREZA

Ciências da Natureza — Ensino MédioGhisleine Trigo Silveira

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ambiental? Em outras palavras, vivemosem uma sociedade eficiente eextremamente rápida para produzirconhecimentos e tecnologia, mas queainda enfrenta dificuldades paraassegurar que a ciência que se aprende naescola contribua para situar osindivíduos no mundo científico etecnológico.

Pode-se dizer que tal situação é bastantecomplexa e polêmica, embora haja umacerta unanimidade de que o pontocentral desse dilema reside na maneiracomo o aluno tende a ser envolvido noprocesso de alfabetização científica. Deum lado, e em muitos casos, ele é otípico “presente-ausente”: ele está lá,mas raramente pode contar o que sabeou acredita saber e o que realmente énecessário que ele saiba. Decodificar earticular essas duas realidades – eis aí odesafio que a educação científica tem aresolver. Por outro lado, parece existirum razoável consenso sobre o que sequer que o aluno saiba, ou seja,privilegia-se a aquisição do sabercientífico, o que corresponde a umaaprendizagem de atitudes, de posturas ede alguns grandes conceitos. Da mesmaforma, não há muita controvérsia quantoao resultado concreto dessasaprendizagens: o desenvolvimento dacriatividade, prontidão e flexibilidadepara o enfrentamento dos desafios deuma sociedade em contínuodesenvolvimento.

ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA:EXPLICITANDO ATITUDES E POSTURAS

A despeito do fosso que se costumaabrir entre o discurso pedagógico e aprática escolar, espera-se que osconhecimentos científicos contribuam

para que as pessoas possam serelacionar mais adequadamente com anatureza, com o seu corpo, com oplaneta e com a cultura contemporânea;espera-se, ainda, que elas sefamiliarizem com a metodologiacientífica, fortalecendo uma atitudecrítica e racional frente às situações, oque é fundamental para cidadãoscapazes de tomar suas própriasdecisões.

Segundo Nieda (1997), entre outrosaspectos, o ensino de Ciências daNatureza deve ter como preocupaçãoum aluno que apresente:

• a curiosidade frente a um fenômenonovo ou a um problema inesperado;

• o interesse pelas questões relativas aoambiente e sua conservação;

• o espírito de iniciativa e de tenacidade;

• a confiança em si mesmo;

• o espírito crítico, que supõe não secontentar com uma atitude passivafrente a uma “verdade revelada einquestionável”;

• a flexibilidade intelectual;

• o rigor metódico;

• a habilidade para enfrentar assituações de mudança;

• o respeito pelas opiniões alheias, aargumentação na discussão das idéiase a adoção de posturas próprias emum ambiente tolerante e democrático.

No entanto, apesar da existência desserelativo consenso de que essas são ascompetências que devem ser asseguradasaos alunos, a prática de sala de aulatende a se orientar muito mais pelosconteúdos a serem abordados do quepropriamente pelas competências quetais conteúdos permitem desenvolver.

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Esse desafio é antigo e conhecido: comoabandonar a lógica ditatorial das listasintermináveis de conteúdos em favor doque faz sentido para o aluno? Ao queparece, os Parâmetros CurricularesNacionais (PCN) optaram pela única saídapossível: tratar apenas do que se querdesenvolver, em termos de competênciascompetênciascompetênciascompetênciascompetênciase habilidadese habilidadese habilidadese habilidadese habilidades – e não da explicitação de“conteúdos” cognitivos.

UMA RELEITURA DOS PCNDA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA –PARÂMETROS PARA O ENSINO

E PARA A AVALIAÇÃO

Embora os PCN tratem especificamentedo ensino – e não propriamente deavaliação – o fato de terem optado pelaexplicitação de competências ehabilidades concorre para que sejamtambém um referencial básico quando setrata de definir critérios de avaliação daaprendizagem.

Com efeito, os PCN apresentam umaproposta capaz de responder às definiçõeslegais da LDB/96 e às diretrizescurriculares para o Ensino Médiodetalhadas na Resolução CNE/98, querecomendam uma nova postura didática:a necessidade de orientar o aprendizadopara uma maior contextualização, umaefetiva interdisciplinaridade e umaformação humana mais ampla, bem comouma maior relação entre teoria e práticano próprio processo de aprendizado.(CNE,1998a)

Nesse sentido, postulam um“aprendizado ativo”, por meio dodesenvolvimento de atividadessignificativas que avancem para além daobservação, das medidas e da meraobservância de “receitas” para“descobrir” princípios científicos.

Ou seja, atividades que envolvam osalunos em discussões coletivas. Issoporque, segundo essas diretrizescurriculares, os alunos alcançam oaprendizado em um processo complexo,de elaboração pessoal, para o qual oprofessor e a escola contribuempermitindo ao aluno comunicar-se,situar-se em seu grupo, debater suacompreensão, aprender a respeitar e afazer-se respeitar; dando-lheoportunidade de construir modelosexplicativos, linhas de argumentação einstrumentos de verificação decontradições; criando situações em queo aluno é instigado ou desafiado aparticipar e questionar; valorizando asatividades coletivas que propiciem adiscussão e a elaboração conjunta deidéias e de práticas; desenvolvendoatividades lúdicas, nas quais o alunodeve-se sentir desafiado pelo jogo doconhecimento e não somente pelosoutros participantes.Portanto, a experimentação évalorizada, desde que permita ao alunoa tomada de dados significativos, comas quais possa verificar ou proporhipóteses explicativas e,preferencialmente, fazer previsões sobreoutras experiências não realizadas.(Brasil, 1998 b)

A resolução de problemas é apontadacomo uma importante estratégia deensino, no entendimento de que oconfronto dos alunos com situações-problema compatíveis com os recursosde que dispõem ou que são oferecidos aeles permitem que eles: aprendam adesenvolver estratégias deenfrentamento, planejando etapas,estabelecendo relações, verificando

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regularidades, fazendo uso dos próprioserros cometidos para buscar novasalternativas; adquiram espírito depesquisa, aprendendo a consultar, aexperimentar, a organizar dados, asistematizar resultados, a validarsoluções; desenvolvam sua capacidadede raciocínio, adquirindo autoconfiançae sentido de responsabilidade; e,finalmente, ampliem sua autonomia ecapacidade de comunicação e deargumentação. (Brasil, 1998 b)

Finalmente, deve-se reconhecer aimpossibilidade de assegurar umaefetiva aprendizagem científica sem quese leve em conta o conhecimento préviodo aluno, considerando que oaprendizado da ciência é um processode transição da visão intuitiva, de sensocomum ou de auto-elaboração, para avisão de caráter científico construídapelo aluno, como produto do embate devisões. (ibid., 1998 b).

Além de promover uma nova posturadidática que recomenda a utilização deuma grande variedade de linguagens erecursos, de meios e de formas deexpressão, as diretrizes curriculares sãoenfáticas quanto à necessidade deintroduzir novos e mais significativosconteúdos, sendo que a tecnologia é, longede qualquer outro, um conteúdo a sernecessariamente incorporado no EnsinoMédio, numa perspectiva que ultrapasse oestágio de falar sobre ela.

4 Assim, ao invés

de recorrerem às tradicionais listas deconteúdos, indicam critérios para a suaseleção. Conteúdos que tenham seu pontode partida no universo vivencial comum dealunos e professores, da comunidade emgeral; que permitam uma investigação domeio natural ou social real.

Em síntese, as Diretrizes CurricularesNacionais para o Ensino Médio propõemuma releitura do sentido tradicionalmenteatribuído aos conteúdos do ensino: sãoinformações, procedimentos e atitudes,mas são também habilidades,competências e valores. Aliás, esta é umaclara opção por um aprendizado comcaráter prático e crítico, que concorra paraa construção de uma cultura mais ampla,desenvolvendo nos educandos ascompetências e habilidades necessáriaspara:

• a interpretação de fatos naturais;

• a compreensão de procedimentos eequipamentos do cotidiano social eprofissional;

• a articulação de uma visão do mundonatural e social;

• o convívio harmônico com o mundoda informação;

• o entendimento histórico da vidasocial e produtiva;

• a percepção evolutiva da vida, doplaneta e do cosmos.

Neste cenário, o aprendizado disciplinarem Biologia deve assegurar acompreensão da unidade da vida, o queimplica a compreensão do surgimento eda evolução da vida nas suas diversasformas, o entendimento dos ecossistemasatuais como resultado da intervençãohumana, de caráter social e econômico,assim como dos ciclos de materiais efluxos de energia, bem como oentendimento do funcionamento doorganismo humano e de suas interaçõescom o meio físico, econômico e social.

No caso da Física, deve contribuir paraque os estudantes compreendam tanto a

4 Além de assegurar que os alunos se familiarizem com determinados aparatos tecnológicos e reconheçam asinegáveis contribuições da tecnologia para a melhoria da qualidade de vida contemporânea, trata-se de quepossam avaliar também os inúmeros problemas que ela acarreta. Desde a introdução de uma infinidade deprodutos tecnológicos absolutamente dispensáveis no cotidiano das pessoas, ao impacto ambiental produzido pelodescarte dos resíduos dessa “tecnologização”, até o fosso criando entre os que têm e os que não têm acesso àstecnologias – sejam pessoas ou países -, são questões que devem ser discutidas com os alunos de Ensino Médio.

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geração de energia nas estrelas ou oprincípio de conservação que explica apermanente inclinação do eixo derotação da Terra relativamente ao seuplano de translação, quanto a operaçãode um motor elétrico ou de combustãointerna, ou os princípios que presidem asmodernas telecomunicações, ostransportes, a iluminação e o uso clínico,diagnóstico ou terapêutico das radiações.

O estudo da Química, por sua vez, devepermitir que ela seja reconhecida nosalimentos e medicamentos, nas fibrastêxteis e nos corantes, nos materiais deconstrução e nos papéis, noscombustíveis e nos lubrificantes, nasembalagens e nos recipientes,contribuindo para a utilização competentee responsável desses materiais ereconhecendo as implicaçõessociopolíticas, econômicas e ambientaisdo seu uso.

5

O fato é que o aprendizado das Ciênciasda Natureza, mais do que pressupor ainteração entre os saberes disciplinares daárea, se deve dar em estreita proximidadecom as demais áreas. Tarefa difícil,quando o desafio é ultrapassar o nível dodiscurso e assegurar que esta proximidadeocorra em situação de sala de aula,especialmente se o viés da formaçãouniversitária fortalece a visão disciplinar –como seria o esperado – poucoenfatizando a necessária transposiçãodidática dos saberes disciplinares que sãotrabalhados no Ensino Médio.

Neste particular, os ParâmetrosCurriculares Nacionais lançam mão deuma estratégia bastante adequada: ascompetências e habilidades específicasda área de Ciências da Naturezacompõem a categoria investigação e

compreensão científica e tecnológica; asdemais competências e habilidades daárea são classificadas em categorias queexpressam competências e habilidadesespecíficas de Linguagens e Códigos eCiências Humanas.

Dessa maneira, a categoriarepresentação e comunicação reúnecompetências e habilidades em Ciênciae Tecnologia associadas à área deLinguagens e Códigos; por sua vez, acategoria contextualização socioculturale histórica reúne competências ehabilidades em Ciência e Tecnologiaassociadas a Ciências Humanas.Não é demais conferir como osParâmetros Curriculares Nacionaisclassificam as competências ehabilidades da área de Ciências daNatureza segundo essa tipologia.

REPRESENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Desenvolver a capacidade decomunicação.

• Ler e interpretar textos de interessecientífico e tecnológico.

• Interpretar e utilizar diferentes formasde representação (tabelas, gráficos,expressões, ícones...).

• Exprimir-se, oralmente, com correçãoe clareza, usando a terminologiacorreta.

• Produzir textos adequados para relatarexperiências, formular dúvidas ouapresentar conclusões.

• Utilizar as tecnologias básicas deredação e informação, comocomputadores.

• Identificar variáveis relevantes eselecionar os procedimentos necessáriospara a produção, análise e interpretaçãode resultados de processos e

5 Embora haja um documento específico para ensino de Matemática, deve-se registrar que é fundamental acontribuição dos conhecimentos matemáticos para a área de Ciências da Natureza, tanto sob o ponto de vistainstrumental quanto sob o ponto de vista formativo.

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experimentos científicos e tecnológicos.

• Identificar, representar e utilizar oconhecimento geométrico paraaperfeiçoamento da leitura, dacompreensão e da ação sobre a realidade.

• Identificar, analisar e aplicarconhecimentos sobre valores de variáveis,representados em gráficos, diagramas ouexpressões algébricas, realizando previsãode tendências, extrapolações einterpolações e interpretações.

• Analisar qualitativamente dadosquantitativos representados gráfica oualgebricamente relacionados a contextossocioeconômicos, científicos oucotidianos.

INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO

Desenvolver a capacidade de questionarprocessos naturais e tecnológicos,identificando regularidades, apresentandointerpretações e prevendo evoluções.Desenvolver o raciocínio e a capacidade deaprender.

• Formular questões a partir de situaçõesreais e compreender aquelas jáenunciadas.

• Desenvolver modelos explicativos parasistemas tecnológicos e naturais.

• Utilizar instrumentos de medição e decálculo.

• Procurar e sistematizar informaçõesrelevantes para a compreensão dasituação-problema.

• Formular hipóteses e prever resultados.

• Elaborar estratégias de enfrentamento dasquestões.

• Interpretar e criticar resultados a partir deexperimentos e demonstrações.

• Articular o conhecimento científico etecnológico numa perspectiva

interdisciplinar.

• Entender e aplicar métodos eprocedimentos próprios das CiênciasNaturais.

• Compreender o caráter aleatório e nãodeterminístico dos fenômenos naturais esociais e utilizar instrumentos adequadospara medidas, determinação de amostras ecálculo de probabilidades.

• Fazer uso dos conhecimentos da Física, daQuímica e da Biologia para explicar omundo natural e para planejar, executar eavaliar intervenções práticas.

• Aplicar as tecnologias associadas àsCiências Naturais na escola, no trabalho eem outros contextos relevantes para suavida.

CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL

Compreender e utilizar a ciência, comoelemento de interpretação e intervenção, e atecnologia como conhecimento sistemáticode sentido prático.• Utilizar elementos e conhecimentos

científicos e tecnológicos paradiagnosticar e equacionar questões sociaise ambientais.

• Associar conhecimentos e métodoscientíficos com a tecnologia do sistemaprodutivo e dos serviços.

• Reconhecer o sentido histórico da ciênciae da tecnologia, percebendo seu papel navida humana em diferentes épocas e nacapacidade humana de transformar omeio.

• Compreender as ciências comoconstruções humanas, entendendo comoelas se desenvolveram por acumulação,continuidade ou ruptura de paradigmas,relacionando o desenvolvimentocientífico com a transformação dasociedade.

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• Entender a relação entre odesenvolvimento de Ciências Naturais eo desenvolvimento tecnológico eassociar as diferentes tecnologias aosproblemas que se propuser solucionar.

• Entender o impacto das tecnologiasassociadas às Ciências Naturais, na suavida pessoal, nos processos deprodução, no desenvolvimento doconhecimento e na vida social.

COMPETÊNCIAS DA ÁREA

DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

E SUAS TECNOLOGIAS PARA

A EDUCAÇÃO DE JOVENS

E ADULTOS DO ENSINO MÉDIO

O Parecer CEB nº 15/98 e a Resolução CEBnº 03/98 indicam que, no Ensino Médio, aEducação de Jovens e Adultos deveráatender aos saberes das áreas curricularesde Linguagens e Códigos, de Ciências daNatureza e Matemática, de CiênciasHumanas e suas respectivas tecnologias.

Isso posto, trata-se de ter clareza de queos alunos da EJA são diferentes dosalunos do Ensino Médio regular. Aliás,segundo o Parecer CEB nº 11/2000, elessão jovens e adultos, muitos delestrabalhadores, maduros, com largaexperiência profissional ou comexpectativa de (re)inserção no mercadode trabalho e com um olhar diferenciadosobre as coisas da existência.

Ao que tudo indica, contemplar essadiferença implica desenvolver anecessária clareza quanto ao universo devida dessa clientela. Quando a tarefa éavaliar alunos da EJA, mais do que essaclareza, exige-se sensibilidade paraprivilegiar recortes temáticos,procedimentos, problemas, competênciase habilidades que lhes sejam familiares e

que agreguem qualidade à sua vidacotidiana. Nesse sentido, a avaliaçãoelaborada para a EJA tem comofundamento as competências cognitivasbásicas relacionadas àquelas indicadaspelos PCN, resultando nove competênciaspara a área de Ciências da Natureza e suasTecnologias no Ensino Médio.

Embora as competências do ENCCEJA(INEP, 1998c) para o Ensino Fundamentalsejam bastante próximas àscompetências do ENCCEJA para o EnsinoMédio, há diferenças que precisam serapontadas. Em primeiro lugar, embora oENCCEJA do Ensino Médio privilegieuma concepção de áreaáreaáreaáreaárea das Ciências daNatureza, há competências específicaspara as disciplinas de Química, Física eBiologia, o que não acontece no EnsinoFundamental. Um outro ponto refere-seao destaque especial à compreensão doSistema Solar que, no EnsinoFundamental, é objeto de uma das novecompetências, o que não acontece noEnsino Médio. Finalmente, vale lembrarque, enquanto no Ensino Fundamental acompreensão do corpo e da sexualidadeintegram uma competência específica,no Ensino Médio, esses mesmos aspectosforam incorporados à competência maisampla que se refere à saúde. Além dessasdiferenças, é óbvio que as situaçõesapresentadas aos participantes doENCCEJA - Ensino Médio poderão ter umgrau de complexidade maior que asapresentadas aos participantes doENCCEJA - Ensino Fundamental.

1. Compreender as ciências comoconstruções humanas, relacionando odesenvolvimento científico ao longo dahistória com a transformação dasociedade.

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Embora a ciência seja apresentada aoestudante, em muitas circunstâncias,como um conjunto de verdadesinquestionáveis, expressas emconhecimentos acabados e definitivos,há um número considerável depublicações destinadas ao Ensino Médioque a apresentam como uma“construção humana”.

Para avaliar se o participante doENCCEJA desenvolveu esta competência,ele será convidado a decodificar fases daevolução, ao longo do tempo, a dardiferentes explicações e/ou soluções paradeterminados problemas enfrentadospelo ser humano, sempre tendo comocontexto a história do desenvolvimentodas sociedades, ou seja, da política, daeconomia e da cultura.

Tomando-se como exemplo a evoluçãodos conhecimentos sobre a saúde e adoença, algumas questões básicaspodem ser levantadas: como o homemencarou a doença ao longo do tempo?Como se protegeu dela, antes da“descoberta” dos micróbios? Qual o“caminho” percorrido pela ciência desdea descoberta dos micróbios até aprodução das vacinas? E da produçãodas vacinas à prevenção das doenças?Qual o impacto das vacinas na melhoriada qualidade de vida?

6

É claro que não se pretende que oscandidatos demonstrem conhecimentosde História ou Filosofia da Ciência, masque possam demonstrar que têm umavisão “humanizada” das ciências,conseguindo identificar interessesparticulares, éticos, culturais e políticosque estão (ou estiveram) envolvidos noprocesso do desenvolvimento científico,ao longo do tempo.

2. Compreender o papel das tecnologiasassociadas às ciências naturais, nosprocessos de produção e nodesenvolvimento econômico e socialcontemporâneo.

Da mesma maneira que se espera que oseducandos encarem a ciência como umaatividade humana, é imperativo quetenham compreensão semelhante arespeito da tecnologia.

Espera-se, portanto, que os candidatospossam esclarecer princípios gerais detecnologias razoavelmente difundidas,ressaltando seus benefícios e impactos,também numa perspectiva histórica.Assim, por exemplo, que mudançaseconômicas e sociais se associam aoadvento das máquinas a vapor? O quedizer do impacto do rádio ou da televisãona vida moderna? Como os diferentesconhecimentos sobre processosbiológicos foram (e ainda são) aplicadosna produção e conservação de alimentos?

3. Identificar a presença e aplicar astecnologias associadas às ciências naturaisem diferentes contextos relevantes parasua vida pessoal, como casa, escola etrabalho.

Assegurada a compreensão do papel dastecnologias na vida produtiva eeconômica, o desafio é que os educandospossam conhecer como algumastecnologias funcionam, por que foraminventadas, quais suas contribuições,limites e impactos ao meio ambiente.

Para avaliar esta competência, oscandidatos serão confrontados comsituações do cotidiano nas quais devemreconhecer os conhecimentos científicos“embutidos” em aparelhos como o rádio,o forno de microondas etc., emmedicamentos de uso corriqueiro, na

6 É necessário ter clareza de que estes e os demais exemplos foram incluídos apenas a título de ilustração decomo as competências podem ser solicitadas aos participantes do ENCCEJA. Ainda que os temas tenham sidoselecionados com base no critério da relevância e da sua presença no cotidiano das pessoas, há muitos outrosassuntos que atendem também a esses mesmos critérios, razão pela qual insistimos que não podem serencarados como conteúdos que serão obrigatoriamente incluídos na referida avaliação.

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produção e conservação de alimentos,entre tantos outros assuntos. Além desse“reconhecimento”, devem demonstrar quesão capazes de utilizar os conhecimentoscientíficos para resolver questões do seucotidiano: Como usar determinadoaparelho para assegurar melhorperformance e menor custo? Comoreconhecer agravos causados pelatecnologia? Como se proteger de riscos àsaúde gerados pelas diferentes tecnologias?

4. Associar alterações ambientais aprocessos produtivos e sociais, einstrumentos ou ações científico-tecnológicas à degradação epreservação do ambiente.

Embora tecnologia seja, para muitos,sinônimo de progresso e de bem-estar, éfundamental que os participantes doENCCEJA possam problematizarprocessos produtivos mais amplos,reconhecendo o seu impacto ambiental.

Para tanto, serão confrontados comsituações (textos, ilustrações, tabelas e/ou gráficos) que relatem alteraçõesambientais, para que “reconheçam” osconhecimentos de física, química ebiologia nelas embutidos, bem comosua interação com os processosprodutivos e sociais mais amplospresentes na dinâmica ambiental.

Assim, por exemplo, espera-se que osestudantes decodifiquem situaçõescomo a extração de recursos minerais, aprodução e o tratamento de lixodoméstico e industrial, a reciclagem demateriais, o desmatamento, entre tantasoutras; além disso, que identifiquem osimpactos ambientais dessas práticas,bem como reconheçam propostas maisviáveis para minimizá-los.

5. Compreender organismo humano esaúde, relacionando conhecimentocientífico, cultura, ambiente e hábitosou outras características individuais.

O cidadão brasileiro goza de saúde?Como responder a esta pergunta a partirda “leitura” de alguns indicadores desaúde, comumente divulgados em jornaisde ampla circulação? Quais complicaçõespode enfrentar um trabalhadorsubmetido a substâncias tóxicas,radiações, excesso de ruído? Como atuarnos locais de trabalho para assegurarmelhores condições de segurança? E oque fazer para proteger o organismo dedoenças sexualmente transmissíveis?Fumar prejudica a saúde?

Espera-se que o candidato possademonstrar essas competências, sempre emconfronto com situações concretas,mobilizando conhecimentos variados pararesolvê-las – sobre o corpo, sobre o meioambiente, sobre matemática, entre outros.

6. Entender métodos e procedimentospróprios das ciências naturais e aplicá-los a diferentes contextos.

Quando se pretende que os estudantesencarem as ciências como umaprodução humana, pretende-se,igualmente, que compreendam que autilização de técnicas e processos paraestabelecer e resolver problemas não éprerrogativa dos cientistas. Comefeito, toda vez que temos umproblema para resolver – um aparelhoque deixou de funcionar, uma dorsúbita em alguma parte do corpo, semnenhuma razão aparente, chegar a umlugar da cidade pelo caminho maiscurto – estamos usandoprocedimentos científicos.

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Espera-se, portanto, que os candidatosestejam familiarizados comprocedimentos próprios das ciências, oque não significa que se esteja fazendoalusão a um único método científico.Para tanto, serão desafiados ainterpretar e sistematizar informações,ler gráficos, comparar hipóteses,estabelecer relações entre dados,generalizar, entre outros procedimentos.

Serão selecionadas, mais uma vez,situações do cotidiano nas quais estesprocedimentos são efetivamentedemandados: a “leitura” de resultado deum exame simples de sangue, adecodificação de tabelas que aparecemem jornais de grande circulação, asinformações de rótulos de alimentos, ainterpretação de um manual de aparelhoeletrodoméstico, entre tantas outrassituações possíveis.

7. Apropriar-se dos conhecimentos dafísica para compreender o mundo naturale para interpretar, avaliar e planejarintervenções científico-tecnológicas nomundo contemporâneo.

Espera-se que os candidatos, além dedominar conteúdos de Física, possam“reconhecê-los” nas mais diversassituações. Como funciona um aparelhodoméstico? Que procedimentos adotarquando se quer reduzir a contribuiçãoda geladeira ou do chuveiro na elevaçãoda conta de eletricidade? Como reduziro nível de ruído de uma residência oude uma fábrica? Como avaliar o impactode uma batida de automóvel, a umacerta velocidade?

Também, neste caso, os estudantes serãoconfrontados com situações do cotidiano –e convidados a mobilizar conhecimentos

físicos, entre outros, para explicá-las,entender possíveis impactos, proporsoluções, se for o caso.

8. Apropriar-se dos conhecimentos daquímica para compreender o mundonatural e para interpretar, avaliar eplanejar intervenções científico-tecnológicas no mundo contemporâneo.

Trata-se de uma réplica da competênciaanterior, mas se quer avaliar se oestudante consegue mobilizar osconhecimentos químicos parainterpretar situações do cotidiano. Oque acontece, por exemplo, emindústrias de transformação deminerais? Qual o possível impactoambiental dessas indústrias e as formasde minimizar os danos ambientais queelas causam? Como se dá a extração depetróleo? Como se obtêm os seus váriossubprodutos? Estes são apenas algunsdos exemplos de problemas que osalunos serão convidados a resolver,mobilizando conhecimentos de química.Mais uma vez, deve ficar claro que nãose trata de usar exemplos do cotidianopara ilustrar o conhecimento químico,mas de lançar mão dos conhecimentosquímicos para compreender fenômenosnaturais, conhecer o ambiente,reconhecer propostas mais adequadasde preservação ambiental.

9. Apropriar-se dos conhecimentos dabiologia para compreender o mundonatural e para interpretar, avaliar eplanejar intervenções científico-tecnológicas no mundo contemporâneo.

A exemplo das competências anteriores,o estudante deverá mobilizarconhecimentos de disciplinas da áreaCiências da Natureza – neste caso, os de

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61

III. A Área de ciência da natureza no ENCCEJA

Biologia – para decodificar o mundonatural e as tecnologias que têm porbase tais conhecimentos.

Como interpretar a extrema diversidadede manifestações da vida no planeta?Como reconhecer prováveis fatores dedesequilíbrio ambiental e proporintervenções para minimizá-lo? Estas,entre inúmeras outras situações, serãoapresentadas aos participantes, sempreno sentido de convidá-los a resolverproblemas que demandem a mobilizaçãode conhecimentos biológicos.

Finalmente, é necessário enfatizar queessas competências serão avaliadas pormeio de situações que privilegiemconteúdos relevantes sob o ponto devista da vivência dos alunos, conteúdosque digam respeito ao saber-fazer (lertextos diversos, gráficos, tabelas,imagens, ilustrações, bulas, rótulos,propor intervenções, avaliar impactos),enfim, conteúdos que façam diferença –e para melhor – na vida concreta dessesalunos.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico.Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio. Brasília, DF: MEC, 1998.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (Brasil). Câmara de Educação Básica. Parecer nº 15,de junho de 1998. Diretrizes curriculares manuais para o ensino médio. Documenta,Brasília, DF, n. 441, p. 3-71. jun. 1998.

GIORDAN, A.; VECCHI, G. L’enseignement scientifique: comment faire pour que çamarche? Paris: Z’editions et Delagrave, 2000.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. ENEMENEMENEMENEMENEM - ExameNacional do Ensino Médio: documento básico. Brasília, DF, 1998.

NIEDA, J.; MACEDO, B. Un currículo científico para estudiantes de 11 a 14 años.Santiago, Chile: Unesco, 1997.

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62

Livro do Professor

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IV. As matrizes que estruturam as avaliações

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

CI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultada Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazer

uso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensmatemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística e

científica.científica.científica.científica.científica.

CII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas do

conhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para acompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenos

naturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processoshistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, da

produção tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasmanifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.

H1 - Identificar e descreverdiferentes representações dos

fenômenos naturais, a partir daleitura de imagens ou textos.

H2 - Relacionar diferentesexplicações propostas para ummesmo fenômeno natural, na

perspectiva histórica doconhecimento científico.

H6 - Observar e identificar, emrepresentações variadas, fontes

e transformações de energiaque ocorrem em processosnaturais e tecnológicos.

H7 - Identificar processos esubstâncias utilizados na

produção e conservação dosalimentos, e noutros produtos

de uso comum, avaliandoriscos e benefícios dessa

utilização para a saúde pessoal.

H11 – Descrever e comparardiferentes seres vivos que

habitam diferentes ambientes,segundo suas características

ecológicas.

H12 – Identificar, em situaçõesreais, perturbações ambientaisou medidas de recuperação.

F1 - Compreender aF1 - Compreender aF1 - Compreender aF1 - Compreender aF1 - Compreender aciência como atividadeciência como atividadeciência como atividadeciência como atividadeciência como atividade

humana, histórica,humana, histórica,humana, histórica,humana, histórica,humana, histórica,associada a aspectos deassociada a aspectos deassociada a aspectos deassociada a aspectos deassociada a aspectos de

ordem social, econômica,ordem social, econômica,ordem social, econômica,ordem social, econômica,ordem social, econômica,política e cultural.política e cultural.política e cultural.política e cultural.política e cultural.

F2 - CompreenderF2 - CompreenderF2 - CompreenderF2 - CompreenderF2 - Compreenderconhecimentos científicos econhecimentos científicos econhecimentos científicos econhecimentos científicos econhecimentos científicos e

tecnológicos como meiostecnológicos como meiostecnológicos como meiostecnológicos como meiostecnológicos como meiospara suprir necessidadespara suprir necessidadespara suprir necessidadespara suprir necessidadespara suprir necessidadeshumanas, identificandohumanas, identificandohumanas, identificandohumanas, identificandohumanas, identificando

riscos e benefícios de suasriscos e benefícios de suasriscos e benefícios de suasriscos e benefícios de suasriscos e benefícios de suasaplicações.aplicações.aplicações.aplicações.aplicações.

F3 - Compreender a naturezaF3 - Compreender a naturezaF3 - Compreender a naturezaF3 - Compreender a naturezaF3 - Compreender a naturezacomo um sistema dinâmico ecomo um sistema dinâmico ecomo um sistema dinâmico ecomo um sistema dinâmico ecomo um sistema dinâmico eo ser humano, em sociedade,o ser humano, em sociedade,o ser humano, em sociedade,o ser humano, em sociedade,o ser humano, em sociedade,como um de seus agentes decomo um de seus agentes decomo um de seus agentes decomo um de seus agentes decomo um de seus agentes de

transformações.transformações.transformações.transformações.transformações.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1064

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65

IV. As matrizes de ciência da natureza que estruturam as avaliações do ENCCEJA

CV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidospara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostasde intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária narealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando os

valores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos econsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidade

sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.

CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,relacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados einformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados dediferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomar

decisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentarsituações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.

CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,representadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentes

formas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construir

argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.

H3 - Associar determinadastransformações culturais emfunção do desenvolvimento

científico e tecnológico.

H4 - Selecionar argumentoscientífico-tecnológicos que

pretendam explicar fenômenossociais, econômicos e

ambientais do passado e dopresente.

H5 - Identificar propostassolidárias de intervençãovoltadas à superação de

problemas sociais, econômicosou ambientais.

H8 - Associar a solução deproblemas da comunicação,

transporte, saúde (comoepidemias) ou outro, com o

correspondentedesenvolvimento científico e

tecnológico.

H9 - Reconhecer argumentospró ou contra o uso de

determinadas tecnologias parasolução de necessidadeshumanas, relacionadas a

saúde, moradia, transporte,agricultura etc.

H10 – Selecionar, dentre asdiferentes formas de se obter

um mesmo recurso material ouenergético, as mais adequadas

ou viáveis para suprir asnecessidades de determinada

região.

H13 - Relacionar transferênciade energia e ciclo de matéria a

diferentes processos(alimentação, fotossíntese,

respiração e decomposição).

H14 - Relacionar, no espaço ouno tempo, mudanças na

qualidade do solo, da água oudo ar às intervenções humanas.

H15 – Propor alternativas deprodução que minimizem os

danos ao ambiente provocadospor atividades industriais ou

agrícolas.

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66

Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

CI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultada Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazer

uso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensmatemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística e

científica.científica.científica.científica.científica.

CII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas do

conhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para acompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenos

naturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processoshistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, da

produção tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasmanifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.

H16 - Identificar e interpretar avariação dos indicadores desaúde e de desenvolvimentohumano, a partir de dadosapresentados em gráficos,

tabelas ou textos discursivos.

H17 - Associar a qualidade devida, em diferentes faixas

etárias e em diferentes regiões,a fatores sociais e ambientais

que contribuam para isso.

H21 - Representar (localizar,nomear, descrever) órgãos ousistemas do corpo humano,

identificando hábitos demanutenção da saúde, funções,disfunções ou doenças a eles

relacionadas.

H22 - Associar sintomas dedoenças a suas possíveiscausas ou a resultados de

testes e diagnósticos simples,prevenindo-se contra a

automedicação e valorizandoo tratamento médico

adequado.

H26 - Associar procedimentos,precauções ou outras

informações expressas emrótulos, bulas ou manuais deprodutos de uso cotidiano acaracterísticas de substâncias

que os constituem.

H27 - Examinar a possívelequivalência da composição de

produtos de uso cotidiano(limpeza doméstica, higiene

pessoal, alimentos,medicamentos ou outros).

F4 - Compreender a saúdeF4 - Compreender a saúdeF4 - Compreender a saúdeF4 - Compreender a saúdeF4 - Compreender a saúdecomo bem pessoal ecomo bem pessoal ecomo bem pessoal ecomo bem pessoal ecomo bem pessoal e

ambiental que deve serambiental que deve serambiental que deve serambiental que deve serambiental que deve serpromovido por meio depromovido por meio depromovido por meio depromovido por meio depromovido por meio dediferentes agentes, dediferentes agentes, dediferentes agentes, dediferentes agentes, dediferentes agentes, de

forma individual eforma individual eforma individual eforma individual eforma individual ecolet iva.colet iva.colet iva.colet iva.colet iva.

F5 - Compreender o próprioF5 - Compreender o próprioF5 - Compreender o próprioF5 - Compreender o próprioF5 - Compreender o própriocorpo e a sexualidade comocorpo e a sexualidade comocorpo e a sexualidade comocorpo e a sexualidade comocorpo e a sexualidade como

elementos de realizaçãoelementos de realizaçãoelementos de realizaçãoelementos de realizaçãoelementos de realizaçãohumana, valorizando ehumana, valorizando ehumana, valorizando ehumana, valorizando ehumana, valorizando e

desenvolvendo a formaçãodesenvolvendo a formaçãodesenvolvendo a formaçãodesenvolvendo a formaçãodesenvolvendo a formaçãode hábitos de auto-cuidado,de hábitos de auto-cuidado,de hábitos de auto-cuidado,de hábitos de auto-cuidado,de hábitos de auto-cuidado,

de auto-estima e dede auto-estima e dede auto-estima e dede auto-estima e dede auto-estima e derespeito ao outro.respeito ao outro.respeito ao outro.respeito ao outro.respeito ao outro.

F6 - AplicarF6 - AplicarF6 - AplicarF6 - AplicarF6 - Aplicarconhecimentos econhecimentos econhecimentos econhecimentos econhecimentos e

tecnologias associadas àstecnologias associadas àstecnologias associadas àstecnologias associadas àstecnologias associadas àsciências naturais emciências naturais emciências naturais emciências naturais emciências naturais emdiferentes contextosdiferentes contextosdiferentes contextosdiferentes contextosdiferentes contextos

relevantes para a vida.relevantes para a vida.relevantes para a vida.relevantes para a vida.relevantes para a vida.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1066

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67

IV. As matrizes de ciência da natureza que estruturam as avaliações do ENCCEJA

CV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidospara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostasde intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária narealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando os

valores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos econsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidade

sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.

CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,relacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados einformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados dediferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomar

decisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentarsituações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.

CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,representadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentes

formas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construir

argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.

H18 - Relacionar a incidênciade doenças ocupacionais,degenerativas e infecto-

contagiosas a condições quefavorecem a sua ocorrência.

H19 - Comparar argumentossobre problemas de saúde dotrabalhador decorrentes desuas condições de trabalho.

H20 - Comparar e selecionaralternativas de condições de

trabalho e/ou normas desegurança em diferentescontextos, valorizando o

conhecimento científico e obem-estar físico e mental de sipróprio e daqueles com quem

convive.

H23 - Relacionar saúde comhábitos alimentares, atividadefísica e uso de medicamentos eoutras drogas, considerandodiferentes momentos do ciclo

de vida humano.

H24 - Analisar o funcionamentode métodos anticoncepcionais e

reconhecer a importância dealguns deles na prevenção de

doenças sexualmentetransmissíveis, considerando

diferentes momentos dodesenvolvimento sexual epsíquico do ser humano.

H25 - Selecionar e justificarpropostas em prol da saúde

física ou mental dos indivíduosou da coletividade, em

diferentes condições etárias,culturais ou socioambientais.

H28 – Comparar, entre diversosbens de consumo, o maisadequado a determinada

finalidade, baseando-se empropriedades das substâncias

(e/ou misturas) que osconstituem, ou outras

características relevantes.

H29 - Selecionar testes decontrole ou outros parâmetros

de qualidade de produtos,conforme determinados

argumentos ou explicações,tendo em vista a defesa do

consumidor.

H30 - Diagnosticar situaçõesdo cotidiano em que ocorrem

desperdícios de energia oumatéria, e propor formas de

minimizá-las.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1067

Page 70: Ciencias Completo

68

Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

CI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultada Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazer

uso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensmatemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística e

científica.científica.científica.científica.científica.

CII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas do

conhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para acompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenos

naturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processoshistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, da

produção tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasmanifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.

H31 – Reconhecer nalinguagem corrente

informações científicasapresentadas em diferenteslinguagens (matemática,artística ou científica) a

respeito de processos naturaisou induzidos pela atividade

humana.

H32 - Relacionarcomportamento de variáveis à

explicação de determinadofenômeno natural, a partir de

uma situação concreta expressaem linguagem matemática ou

outra.

H36 - Reconhecer e/ouempregar linguagem científica(nomes, gráficos, símbolos e

representações) relativa à Terrae ao sistema solar.

H37 - Relacionar diferentesfenômenos cíclicos como dia-noite, estações do ano, climase eclipses aos movimentos da

Terra e da Lua.

H41 - Identificar finalidades,riscos e benefícios dos

processos de obtenção derecursos materiais e

energéticos, apresentados emgráficos, figuras, tabelas ou

textos.

H42 - Relacionar diferentesrecursos naturais – seres vivos,materiais ou energia - a bens

de consumo utilizados nocotidiano.

F7 - DiagnosticarF7 - DiagnosticarF7 - DiagnosticarF7 - DiagnosticarF7 - Diagnosticarproblemas, formularproblemas, formularproblemas, formularproblemas, formularproblemas, formularquestões e proporquestões e proporquestões e proporquestões e proporquestões e propor

soluções a partir desoluções a partir desoluções a partir desoluções a partir desoluções a partir deconhecimentos dasconhecimentos dasconhecimentos dasconhecimentos dasconhecimentos das

ciências naturais emciências naturais emciências naturais emciências naturais emciências naturais emdiferentes contextos.diferentes contextos.diferentes contextos.diferentes contextos.diferentes contextos.

F8 -Compreender oF8 -Compreender oF8 -Compreender oF8 -Compreender oF8 -Compreender oSistema Solar em suaSistema Solar em suaSistema Solar em suaSistema Solar em suaSistema Solar em sua

configuração cósmica e aconfiguração cósmica e aconfiguração cósmica e aconfiguração cósmica e aconfiguração cósmica e aTerra em sua constituiçãoTerra em sua constituiçãoTerra em sua constituiçãoTerra em sua constituiçãoTerra em sua constituição

geológica e planetária.geológica e planetária.geológica e planetária.geológica e planetária.geológica e planetária.

F9 - Reconhecer naF9 - Reconhecer naF9 - Reconhecer naF9 - Reconhecer naF9 - Reconhecer nanatureza e avaliar anatureza e avaliar anatureza e avaliar anatureza e avaliar anatureza e avaliar adisponibilidade dedisponibilidade dedisponibilidade dedisponibilidade dedisponibilidade de

recursos materiais erecursos materiais erecursos materiais erecursos materiais erecursos materiais eenergéticos e os processosenergéticos e os processosenergéticos e os processosenergéticos e os processosenergéticos e os processos

para sua obtenção epara sua obtenção epara sua obtenção epara sua obtenção epara sua obtenção eutil ização.util ização.util ização.util ização.util ização.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1068

Page 71: Ciencias Completo

69

IV. As matrizes de ciência da natureza que estruturam as avaliações do ENCCEJA

CV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidospara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostasde intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária narealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando os

valores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos econsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidade

sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.

CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,relacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados einformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados dediferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomar

decisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentarsituações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.

CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,representadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentes

formas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construir

argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.

H33 – Combinar leituras,observações, experimentações e

outros procedimentos paradiagnosticar e enfrentar um

dado problema.

H34 – Analisar o uso deprocedimentos, de

equipamentos ou dosresultados por eles obtidos,para uma dada finalidade

prática ou a investigação defenômenos.

H35 – Compararprocedimentos propostos para

o enfrentamento de umproblema real, decidindo os

que melhor atendem aointeresse coletivo, utilizando

informações científicas.

H38 - Fazer previsões sobremarés, eclipses ou fases da Lua

a partir de uma dadaconfiguração das posições

relativas da Terra, Sol e Lua ououtras informações dadas.

H39 - Analisar argumentos querefutam ou aceitam conclusões

apresentadas sobrecaracterísticas do planeta Terra.

H40 - Estabelecer relaçõesentre informações para explicar

transformações naturais ouinduzidas pelas atividades

humanas como maremotos,vulcões, enchentes,desertificação, etc.

H43 – Investigar o significadoe a importância da água e de

seu ciclo em relação acondições socioambientais

H44 – Comparar, entre osvários processos de

fracionamento de misturasexistentes na natureza, os maisadequados para se obterem os

produtos desejados.

H45 – Analisar propostas parao uso de materiais e recursosenergéticos, tendo em vista odesenvolvimento sustentável,

considerando-se ascaracterísticas e

disponibilidades regionais (desubsolo, vegetação, rios,

ventos, oceanos, etc.)

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1069

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70

Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

CI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultada Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazer

uso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensmatemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística e

científica.científica.científica.científica.científica.

CII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas do

conhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para acompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenos

naturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processoshistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, da

produção tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasmanifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.

H1 - Identificar transformaçõesde idéias e termos científico-

tecnológicos ao longo dediferentes épocas e entre

diferentes culturas.

H2 – Utilizar modeloexplicativo de determinada

ciência natural paracompreender determinados

fenômenos.

H6 – Identificar diferentesondas e radiações, relacionado-

as aos seus usos cotidianos,hospitalares ou industriais.

H7 – Relacionar ascaracterísticas do som a suaprodução e recepção, e ascaracterísticas da luz aosprocessos de formação de

imagens.

H11 - Utilizar terminologiacientífica adequada para

descrever situações cotidianasapresentadas de diferentes

formas.

H12 - Interpretar edimensionar circuitos elétricos

domésticos ou em outrosambientes, considerandoinformações dadas sobre

corrente, tensão, resistência epotência.

M1 - Compreender asM1 - Compreender asM1 - Compreender asM1 - Compreender asM1 - Compreender asciências como construçõesciências como construçõesciências como construçõesciências como construçõesciências como construçõeshumanas, relacionando ohumanas, relacionando ohumanas, relacionando ohumanas, relacionando ohumanas, relacionando o

desenvolvimento científicodesenvolvimento científicodesenvolvimento científicodesenvolvimento científicodesenvolvimento científicoao longo da história com aao longo da história com aao longo da história com aao longo da história com aao longo da história com a

transformação da sociedade.transformação da sociedade.transformação da sociedade.transformação da sociedade.transformação da sociedade.

M2 - Compreender o papelM2 - Compreender o papelM2 - Compreender o papelM2 - Compreender o papelM2 - Compreender o papeldas ciências naturais e dasdas ciências naturais e dasdas ciências naturais e dasdas ciências naturais e dasdas ciências naturais e das

tecnologias a elastecnologias a elastecnologias a elastecnologias a elastecnologias a elasassociadas, nos processosassociadas, nos processosassociadas, nos processosassociadas, nos processosassociadas, nos processos

de produção e node produção e node produção e node produção e node produção e nodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimento

econômico e socialeconômico e socialeconômico e socialeconômico e socialeconômico e socialcontemporâneo.contemporâneo.contemporâneo.contemporâneo.contemporâneo.

M3 - Identificar a presençaM3 - Identificar a presençaM3 - Identificar a presençaM3 - Identificar a presençaM3 - Identificar a presençae aplicar as tecnologiase aplicar as tecnologiase aplicar as tecnologiase aplicar as tecnologiase aplicar as tecnologiasassociadas às ciênciasassociadas às ciênciasassociadas às ciênciasassociadas às ciênciasassociadas às ciênciasnaturais em diferentesnaturais em diferentesnaturais em diferentesnaturais em diferentesnaturais em diferentes

contextos relevantes paracontextos relevantes paracontextos relevantes paracontextos relevantes paracontextos relevantes parasua vida pessoal.sua vida pessoal.sua vida pessoal.sua vida pessoal.sua vida pessoal.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1070

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71

IV. As matrizes de ciência da natureza que estruturam as avaliações do ENCCEJA

CV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidospara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostasde intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária narealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando os

valores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos econsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidade

sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.

CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,relacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados einformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados dediferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomar

decisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentarsituações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.

CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,representadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentes

formas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construir

argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.

H3 - Associar a solução deproblemas de comunicação,transporte, saúde, ou outro,

com o correspondentedesenvolvimento científico e

tecnológico.

H4 - Confrontar diferentesinterpretações de senso comum

e científicas sobre práticassociais, como formas de

produção, e hábitos pessoais,como higiene e alimentação.

H5 - Avaliar propostas oupolíticas públicas em que

conhecimentos científicos outecnológicos estejam a serviçoda melhoria das condições de

vida e da superação dedesigualdades sociais.

H8 – Analisar variáveis comopressão, densidade e vazão de

fluidos para enfrentar situaçõesque envolvam problemas

relacionados à água ou ao arem processos naturais e

tecnológicos.

H9 - Comparar exemplos deutilização de tecnologia em

diferentes situações culturais,avaliando o papel da

tecnologia no processo social eexplicando transformações de

matéria, energia e vida.

H10 - Analisar propostas deintervenção nos ambientes,

considerando as dinâmicas daspopulações, associando garantiade estabilidade dos ambientes eda qualidade de vida humana a

medidas de conservação,recuperação e utilização auto-sustentável da biodiversidade.

H13 - Relacionar informaçõespara compreender manuais de

instalação e utilização deaparelhos ou sistemas

tecnológicos de uso comum.

H14 - Comparar diferentesinstrumentos e processos

tecnológicos para identificar eanalisar seu impacto no trabalhoe no consumo e sua relação com

a qualidade de vida.

H15 – Selecionarprocedimentos, testes de

controle ou outros parâmetrosde qualidade de produtos,conforme determinados

argumentos ou explicações,tendo em vista a defesa do

consumidor.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1071

Page 74: Ciencias Completo

72

Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

CI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultada Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazer

uso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensmatemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística e

científica.científica.científica.científica.científica.

CII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas do

conhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para acompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenos

naturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processoshistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, da

produção tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasmanifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.

H16 - Identificar e descreverprocessos de obtenção,

utilização e reciclagem derecursos naturais e matérias-

primas.

H17 - Compreender aimportância da água para a

vida em diferentes ambientes,em termos de suas

propriedades químicas, físicase biológicas, identificando

fatos que causamperturbações em seu ciclo.

H21 - Interpretar e relacionarindicadores de saúde e

desenvolvimento humano,como mortalidade, natalidade,

longevidade, nutrição,saneamento, renda e

escolaridade, apresentados emgráficos, tabelas e/ou textos.

H22 - Reconhecer osmecanismos da transmissão davida e prever a manifestaçãode características dos seresvivos, em especial, do ser

humano.

H26 - Relacionar informaçõesapresentadas em diferentes

formas de linguagem erepresentação usadas nas

Ciências, como textodiscursivo, gráficos, tabelas,

relações matemáticas oulinguagem simbólica.

H27 - Analisar e preverfenômenos ou resultados deexperimentos científicos,

organizando e sistematizandoinformações dadas.

M4 - Associar alteraçõesM4 - Associar alteraçõesM4 - Associar alteraçõesM4 - Associar alteraçõesM4 - Associar alteraçõesambientais a processosambientais a processosambientais a processosambientais a processosambientais a processosprodutivos e sociais, eprodutivos e sociais, eprodutivos e sociais, eprodutivos e sociais, eprodutivos e sociais, einstrumentos ou açõesinstrumentos ou açõesinstrumentos ou açõesinstrumentos ou açõesinstrumentos ou ações

científico-tecnológicos àcientífico-tecnológicos àcientífico-tecnológicos àcientífico-tecnológicos àcientífico-tecnológicos àdegradação e preservaçãodegradação e preservaçãodegradação e preservaçãodegradação e preservaçãodegradação e preservação

do ambiente.do ambiente.do ambiente.do ambiente.do ambiente.

M5 - CompreenderM5 - CompreenderM5 - CompreenderM5 - CompreenderM5 - Compreenderorganismo humano e saúde,organismo humano e saúde,organismo humano e saúde,organismo humano e saúde,organismo humano e saúde,relacionando conhecimentorelacionando conhecimentorelacionando conhecimentorelacionando conhecimentorelacionando conhecimento

científico, cultura,científico, cultura,científico, cultura,científico, cultura,científico, cultura,ambiente e hábitos ouambiente e hábitos ouambiente e hábitos ouambiente e hábitos ouambiente e hábitos ououtras característicasoutras característicasoutras característicasoutras característicasoutras características

individuais.individuais.individuais.individuais.individuais.

M6 - Entender métodos eM6 - Entender métodos eM6 - Entender métodos eM6 - Entender métodos eM6 - Entender métodos eprocedimentos próprios dasprocedimentos próprios dasprocedimentos próprios dasprocedimentos próprios dasprocedimentos próprios dasciências naturais e aplicá-ciências naturais e aplicá-ciências naturais e aplicá-ciências naturais e aplicá-ciências naturais e aplicá-los a diferentes contextos.los a diferentes contextos.los a diferentes contextos.los a diferentes contextos.los a diferentes contextos.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1072

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73

IV. As matrizes de ciência da natureza que estruturam as avaliações do ENCCEJA

CV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidospara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostasde intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária narealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando os

valores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos econsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidade

sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.

CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,relacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados einformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados dediferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomar

decisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentarsituações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.

CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,representadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentes

formas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construir

argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.

H18 - Analisar perturbaçõesambientais, identificando

fontes, transporte e destinosdos poluentes e prevendo

efeitos nos sistemas naturais,produtivos e sociais.

H19 - Analisar aspectos éticos,vantagens e desvantagens dabiotecnologia (transgênicos,

clones, melhoramentogenético, cultura de células),considerando as estruturas eprocessos biológicos neles

envolvidos.

H20 - Relacionar atividadessociais e econômicas –

comércio, industrialização,urbanização, mineração e

agropecuária – com asprincipais alterações nos

ambientes brasileiros,considerando os interessescontraditórios envolvidos.

H23 - Associar os processosvitais do organismo humano

(defesa, manutenção doequilíbrio interno, relações como ambiente, sexualidade, etc.) a

fatores de ordem ambiental,social ou cultural dos

indivíduos, seus hábitos ououtras características pessoais.

H24 - Avaliar a veracidade eposicionar-se criticamente

diante de informações sobresaúde individual e coletivarelacionadas a condições de

trabalho e normas desegurança.

H25 - Analisar propostas deintervenção social

considerando fatoresbiológicos, sociais e

econômicos que afetam aqualidade de vida dos

indivíduos, das famílias e dascomunidades.

H28 - Selecionar, emcontextos de risco à saúde

individual e coletiva, normasde segurança, procedimentos econdições ambientais a partir

de critérios científicos.

H29 - Avaliar a adequação adeterminadas finalidades desistemas ou produtos como

águas, medicamentos ealimentos, a partir de suas

características físicas,químicas ou biológicas.

H30 - Selecionar métodos ouprocedimentos próprios das

Ciências Naturais quecontribuam para diagnosticarou solucionar problemas deordem social, econômica ou

ambiental.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1073

Page 76: Ciencias Completo

74

Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

CI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultaCI - Dominar a norma cultada Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazerda Língua Portuguesa e fazer

uso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensuso das linguagensmatemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística ematemática, artística e

científica.científica.científica.científica.científica.

CII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarCII - Construir e aplicarconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas doconceitos das várias áreas do

conhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para aconhecimento para acompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenoscompreensão de fenômenos

naturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processosnaturais, de processoshistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, dahistórico-geográficos, da

produção tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasprodução tecnológica e dasmanifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.manifestações artísticas.

H31 - Descrever e compararcaracterísticas físicas e

parâmetros de movimentos deveículos, corpos celestes e

outros objetos em diferenteslinguagens e formas de

representação.

H32 - Reconhecer grandezassignificativas, etapas e

propriedades térmicas dosmateriais relevantes paraanalisar e compreender os

processos de trocas de calorpresentes nos sistemas naturais

e tecnológicos.

H36 - Reconhecer e utilizarcódigos e nomenclatura daquímica para caracterizarmateriais, substâncias e

transformações químicas e paraidentificar suas propriedades.

H37 - Caracterizar materiais,substâncias e transformações

químicas, identificandopropriedades, etapas,

rendimentos e taxas de suaobtenção e produção;implicações sociais,

econômicas e ambientais.

H41 – Identificar e descreverdiferentes representações de

fenômenos biológicos, a partirde textos e imagens.

H42 - Associar característicasgerais e adaptações dos

grandes grupos de animais eplantas com o seu modo de

vida e seus limites dedistribuição nos diferentesambientes, em especial nos

ambientes brasileiros.

M7 - Apropriar-se deM7 - Apropriar-se deM7 - Apropriar-se deM7 - Apropriar-se deM7 - Apropriar-se deconhecimentos da físicaconhecimentos da físicaconhecimentos da físicaconhecimentos da físicaconhecimentos da física

para compreender opara compreender opara compreender opara compreender opara compreender omundo natural e paramundo natural e paramundo natural e paramundo natural e paramundo natural e parainterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar eplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervenções

científico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nomundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.

M8 - Apropriar-se deM8 - Apropriar-se deM8 - Apropriar-se deM8 - Apropriar-se deM8 - Apropriar-se deconhecimentos da químicaconhecimentos da químicaconhecimentos da químicaconhecimentos da químicaconhecimentos da química

para compreender opara compreender opara compreender opara compreender opara compreender omundo natural e paramundo natural e paramundo natural e paramundo natural e paramundo natural e parainterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar eplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervenções

científico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nomundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.

M9 - Apropriar-se deM9 - Apropriar-se deM9 - Apropriar-se deM9 - Apropriar-se deM9 - Apropriar-se deconhecimentos da biologiaconhecimentos da biologiaconhecimentos da biologiaconhecimentos da biologiaconhecimentos da biologia

para compreender opara compreender opara compreender opara compreender opara compreender omundo natural e paramundo natural e paramundo natural e paramundo natural e paramundo natural e parainterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar einterpretar, avaliar eplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervençõesplanejar intervenções

científico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nocientífico-tecnológicas nomundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.mundo contemporâneo.

CiÍncias da Natureza 39-75.pmd 11/7/2003, 09:1074

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IV. As matrizes de ciência da natureza que estruturam as avaliações do ENCCEJA

CV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosCV - Recorrer aosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidosconhecimentos desenvolvidospara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostaspara elaboração de propostasde intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária nade intervenção solidária narealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando osrealidade, respeitando os

valores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos evalores humanos econsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidadeconsiderando a diversidade

sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.sociocultural.

CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,CIII - Selecionar, organizar,relacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados erelacionar, interpretar dados einformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados deinformações representados dediferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomardiferentes formas, para tomar

decisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentardecisões e enfrentarsituações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.situações-problema.

CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,CIV - Relacionar informações,representadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentesrepresentadas em diferentes

formas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosformas, e conhecimentosdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesdisponíveis em situaçõesconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construirconcretas, para construir

argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.argumentação consistente.

H33 - Utilizar leis físicas paraprever e interpretar

movimentos e analisarprocedimentos para alterá-losou avaliá-los, em situações deinteração física entre veículos,

corpos celestes e outrosobjetos.

H34 - Comparar e avaliarsistemas naturais e tecnológicos

em termos da potência útil,dissipação de calor e

rendimento, identificando astransformações de energia ecaracterizando os processospelos quais elas ocorrem.

H35 - Analisar diversaspossibilidades de geração de

energia para uso social,identificando e comparando asdiferentes opções em termos deseus impactos ambiental, social

e econômico.

H38 - Identificar implicaçõessociais, ambientais e/ou

econômicas na produção ou noconsumo de eletricidade, dos

combustíveis ou recursosminerais, em situações queenvolvam transformações

químicas e de energia (a partir depetróleo, carvão, biomassa, gás

natural, e dispositivos comopilhas e outros tipos de baterias).

H39 - Relacionar a importânciasocial e econômica da eletricidade,

dos combustíveis ou recursosminerais, identificando e

caracterizando transformaçõesquímicas e de energia envolvendo

fontes naturais (como petróleo,carvão, biomassa, gás natural, edispositivos como pilhas e outrostipos de baterias), identificando

riscos e possíveis danosdecorrentes de sua produção e uso.

H40 - Analisar propostas deintervenção ambiental,

aplicando conhecimentoquímico, observando riscos e

benefícios.

H43 - Prever ou interpretarresultados que se apliquem à

indústria alimentícia, agricultura,saúde individual /coletiva,

produção de medicamentos,decomposição de matéria

orgânica, ciclo do nitrogênio eprodução de oxigênio, a partir da

descrição de experimentos outécnicas envolvendo a utilizaçãode vírus, bactérias, protozoários,

algas ou fungos.

H44 - Comparar argumentosem debate, ao longo do tempo,

sobre a evolução dos seresvivos.

H45 - Avaliar propostas dealcance individual ou coletivo,

identificando aquelas quevisam à preservação e àimplementação da saúdeindividual, coletiva ou do

ambiente

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Page 78: Ciencias Completo

CiÍncias da Natureza 76-168.pmd 11/7/2003, 09:1076

Page 79: Ciencias Completo

Neste bloco são apresentadas sugestões de trabalhopara que o professor possa orientar-se no sentido de

favorecer aos seus alunos o desenvolvimento dascompetências e habilidades que estruturam a

avaliação do ENCCEJA –––––Ciências – Ensino Fundamental.Ciências – Ensino Fundamental.Ciências – Ensino Fundamental.Ciências – Ensino Fundamental.Ciências – Ensino Fundamental.

Estes textos complementam o material de orientaçãode estudos dos estudantes, e ambos podem ganhar seu

real significado se incorporados à experiência doprofessor e à bibliografia didática já consagrada nesta

área.

CiênciasEnsino Fundamental

Capítulos I ao IX

V. Orientação para o trabalho do professor

CiÍncias da Natureza 76-168.pmd 11/7/2003, 09:1077

Page 80: Ciencias Completo

78

CiÍncias da Natureza 76-168.pmd 11/7/2003, 09:1078

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79

COMPREENDER A CIÊNCIA COMO ATIVIDADE HUMANA,HISTÓRICA, ASSOCIADA A ASPECTOS DE ORDEM SOCIAL,ECONÔMICA, POLÍTICA E CULTURAL.

Vivemos em um mundo em permanentetransformação. Modificam-se o meioambiente, os instrumentos e as técnicaspara as mais diversas finalidades. Valoreshumanos são questionados. É possívelcompreender esse turbilhão detransformações? Como fazer frente àsnovas demandas do dia-a-dia? Mais doque nunca, impõe-se a exigência daformação crítica dos cidadãos, de modoque compreendam seus próprios pontosde vista em face dos demais, sendodotados de critérios e conhecimentospara melhor questionar as vantagens e asdesvantagens das muitas novidades quelhes chegam, valorizando a flexibilidadedo raciocínio, mas não abrindo mão devalores humanos básicos.

O que o ensino de Ciências tem a vercom essas necessidades? Pouco, seconsiderarmos as ciências naturaisexclusivamente como conjunto deregras e definições, úteis, quem sabe, seo próprio sujeito relacionar oconhecimento escolar, livresco, comsuas questões impostas pela vida.

Muito, se trabalharmos a área deCiências como espaço privilegiado paraa circulação e discussão de informaçãorelevante, para a construção dashabilidades de ler e compreender omundo, em suas várias manifestaçõesrelacionadas aos fenômenos naturais etransformações promovidas pelastecnologias. Portanto, a tarefa deconhecer as relações entre ciência,tecnologia e sociedadeinscreve-se no processo de educaçãopermanente que caracteriza a Educaçãode Jovens e Adultos.

A primeira competência da Matriz doENCCEJA, área de Ciências, no ensinofundamental, aborda um aspectoessencial para a aprendizagem desejada:considerar a ciência um fazer humano.Um fazer histórico, conexo às realidadesculturais diversas; um processo longo,coletivo e muitas vezes crivado pelapolêmica. Um conhecimento que, se emalguns casos está sempre sendoconfirmado, em outros, está inacabadoe se renova em meio a intenso processo

A ciência éatividade humanaCecília Condeixa

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo I

CiÍncias da Natureza 76-168.pmd 11/7/2003, 09:1079

Page 82: Ciencias Completo

80

Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

produtivo. Algo que está bem distantedos estereótipos mais conhecidos,como o “homem de avental brancoem seu laboratório”, distante dascrises do mundo, ou quem sabe o“cientista maluco”, tanto que quaseninguém o compreende, com suasequações complicadas.

Na Matriz do ENCCEJA, a compreensãodas Ciências Naturais como fazerhistórico é proposta para EnsinoFundamental e Ensino Médio, mediantecompetências e habilidades queimplicam conteúdos com diferentesníveis de complexidade. Para oFundamental, a primeira aproximaçãoaos conteúdos busca evidenciar aexistência de fenômenos diversos,estudados por diferentes Ciências, e aconstrução histórica das explicaçõessobre os fenômenos, relacionada àcultura de época, o que inclui osconceitos anteriores e possibilidadestécnicas. Considera, portanto, que asteorias foram e são elaboradas emresposta a motivações sociais.

Mas é preciso informar sobre as disputasentre teorias para o estabelecimento demétodos e conceitos, pois, de modogeral, o estudante costuma ver oconhecimento científico como algopronto e acabado. Além disso, éimportante que o estudante reconheça aparticipação de diferentes procedimentose métodos nas ciências, desde aimaginação sobre o que não é conhecido,a nomeação dos fenômenos, até aidentificação de regularidades e aformulação de teoria geral.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAA primeira habilidade identificar edescrever diferentes representações dosfenômenos naturais a partir da leitura deimagens ou textos destaca um requisitobásico, mas não exclusivo das ciências:“Identificar e descrever diferentesrepresentações dos fenômenos naturaisa partir da leitura de imagens outextos”. Isso porque essa habilidade fazparte do nosso cotidiano, em diferentescontextos, pois fazer perguntas ebuscar respostas sobre os fenômenosnaturais é próprio do ser humano.

Neste capítulo, o estudante é estimuladoa refletir sobre sua própria possibilidadede observar, discriminar, nomear eperguntar sobre fenômenos, além detrabalhar com um texto para exercitar ahabilidade. Propõe-se a listagem defenômenos naturais envolvidos na lidadas profissões. Numa sala de aula, aconstrução coletiva dessa lista é ummomento interessante paraproblematização com diferentesobjetivos. Por exemplo, pode-se agrupá-los em “formas de energia”, “seres vivose ambiente”, “materiais”, ou outrosconjuntos. Pode-se estabelecer relaçõesentre os fenômenos e as tecnologiasenvolvidas para sua manipulação, ouainda informar a respeito das ciênciasdedicadas ao estudo dos fenômenoscitados. Note que a apresentação dosfenômenos e as representações correlatascontinuam a ser feitas nodesenvolvimento do capítulo, para alémdo subtítulo “nomes e descrições dos

CiÍncias da Natureza 76-168.pmd 11/7/2003, 09:1080

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81

V. Orientação para o trabalho do professor

fenômenos naturais”, dedicado commaior ênfase à habilidade.

Os textos abaixo dos subtítulos Embusca de explicações sobre osfenômenos naturais e Culturae compreensão do mundo, hoje e nopassado procuram apresentar aspectossignificativos da História da Ciência(seus procedimentos próprios eresultados conceituais) e relaçõesentre ciência, tecnologia e sociedadeem dois casos específicos, naAstronomia e na Microbiologia.

Sob o primeiro subtítulo, o texto teminício buscando-se traçar distinçãoentre as explicações mitológicas (nãocientíficas) e aquelas já marcadas porcaracterísticas do pensamentocientífico, neste caso, o pensamento deAristóteles sobre o Universo, queexplica a natureza por si só, sem orecurso de mitos ou deuses. Éinteressante que, em sala de aula, oprofessor problematize com a classe ofato de ainda hoje as superstições eoutras manifestações da cultura popularnortearem opções no comportamentopara a saúde, destacando que ainda sepreservam crenças não científicas.

O texto progride refletindo-se sobre aprodução de teorias e as disputas entre oGeocentrismo e o Heliocentrismo,apresentando-se a Revolução Científicapromovida por Copérnico e Galileu comomomento fundante da Ciência Moderna.Depois, são apresentadas, sob o mesmoenfoque, as disputas entre a teoria dageração espontânea e a Biogênese dePasteur. Nos dois casos, é destacado o

papel do desenvolvimento tecnológico emassociação ao científico. O estudante éconvidado a participar dessesconhecimentos por meio de diferentesatividades de observação, registro e análisede informações oferecidas, inclusive, emtestes. Desse modo, além de obterconhecimento teórico específico, oestudante vivencia a habilidade relacionardiferentes explicações propostas para ummesmo fenômeno natural, em diferentesépocas ou culturas e a habilidade associardeterminadas transformações da culturahumana em função do desenvolvimentocientífico e tecnológico. Nesse mesmocontexto, também é trabalhada ahabilidade selecionar argumentoscientífico-tecnológicos que pretendamexplicar fenômenos sociais, econômicos eambientais do passadoe do presente. Assim, a questão daargumentação consistente com asobservações é tratada no âmbito daAstronomia e da Microbiologia.

A habilidade identificar propostassolidárias de intervenção voltadas àsuperação de problemas sociais,econômicos ou ambientais éespecificamente abordada no subtítulofinal do capítulo: Ciência e Tecnologiapara examinar propostas e resolverproblemas. Neste trecho o estudanteacompanha certos aspectos do debatesobre o lixo, para julgar atitudes oupropostas individuais e coletivas,apresentadas em situações-problema.

Em sala de aula, com o intuito deampliar o estudo das relações

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

destacadas nas habilidades acimamencionadas, é recomendável otrabalho com notícias de jornal. Éinteressante discutir os limites éticos,econômicos e tecnológicos relativos aodesenvolvimento de vários camposcientíficos, direta ou indiretamenterelacionados ao cotidiano, observando-se as vantagens e desvantagens das

inovações tecnológicas e científicas,destacando-se os argumentos pró econtra diferentes posições. Nessasdiscussões, é fundamental que os alunosvenham a compreender que asdiferentes opiniões podem ser baseadasou não no conhecimento científico,delimitadas ou não por preceitos éticos.

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V. Orientação para o trabalho do professor

Ciência a tecnologia:benefícios e riscoSonia Salem

A ciência e a tecnologia têm realizadomudanças profundas no mundo em quevivemos. A aplicação em larga escala dosconhecimentos nascidos nas ciências e odesenvolvimento da tecnologia trouxeramincontáveis transformações e melhoriasna qualidade de vida humana em todos osseus campos: na saúde, na agricultura,nos transportes, nas comunicações, naindústria, na cultura. A erradicação demuitas doenças, a possibilidade de reduzira fome, o frio, as barreiras devidas àsdistâncias são conquistas que vieram dosconhecimentos científicos. O mesmo sepode dizer dos processos, técnicas,máquinas e os mais diversos objetos deuso cotidiano, desde a canetaesferográfica às redes de informação porcomputadores, o rádio e a televisão, osgravadores, as copiadoras, os discoscompactos, os eletrodomésticos.Registrem-se, ainda, os avanços nocampo diagnóstico da medicina,nas técnicas e instrumentos agrícolas,na produção e conservação de alimentos,na utilização das mais variadas fontesde energia.

Contudo, sabemos que, junto com essesganhos e benefícios, vieram problemascomplexos e desequilíbrios de todaordem. Novas doenças, armas químicas,biológicas e nucleares capazes deaniquilar povos inteiros, o emprego deagrotóxicos e pesticidas nocivos àsaúde humana e de outros animais, ouso de aditivos químicos nos alimentos,a geração do lixo atômico, oesgotamento de recursos naturais nãorenováveis, problemas ambientaisdiversos são exemplos não menosimportantes ou sérios que os benefíciostrazidos pela ciência e tecnologia.

Mas, se, por um lado, estamos imersosnesse mundo em constantestransformações, são muitos os que nãousufruem de seus benefícios e, mais queisso, não têm a possibilidade decompreendê-las, julgá-las e sobre elasinterferir. Além disso, é comum adesconfiança e até mesmo a rejeição atudo que vem da ciência, devido aotemor das conseqüências nefastas quepode trazer à humanidade. E é aqui

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo II

COMPREENDER CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS

COMO MEIOS PARA SUPRIR NECESSIDADES HUMANAS,IDENTIFICANDO RISCOS E BENEFÍCIOS DE SUAS APLICAÇÕES.

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

que a educação científica tem umimportante papel.

Todas essas transformações a que ocidadão “assiste”, ora deslumbrado, oraassustado, envolvem conhecimentos,costumes, atitudes, linguagens, técnicase visões de mundo. Por isso,compreendê-las é mais que assistir aelas ou vivenciá-las. A capacidade decrítica, de julgamento e de intervençãonão pode ser adquirida sem oconhecimento.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAA segunda competência da matriz doENCCEJA, da área de Ciências no EnsinoFundamental, tem em vista umcomponente importante desseconhecimento: promover a capacidade doaluno de identificar a presença da ciênciae da tecnologia na vida humana, seja emâmbito doméstico, do cotidiano, seja emâmbito social e global, além de apontaros aspectos positivos e negativos dessesconhecimentos, de modo a propiciar areflexão sobre esse embate que faz daciência e tecnologia “facas de doisgumes”. E, nessa discussão, conscientizá-lo de que não se trata simplesmente dedefender ou atacar a ciência, mas de que acompreensão de alguns de seusfundamentos básicos – conceitos,linguagens, técnicas – permite que sejacapaz de ler, ouvir, interpretar, criticar,debater e intervir no mundo em que vive.

Os possíveis temas e áreas abarcados nodesenvolvimento dessa competência

são muitos: saúde, agricultura, moradia,transporte, comunicações, energia,entre outros. Elegemos nesse capítuloalguns desses temas para trabalhar ascinco habilidades propostas. Contudo,cabe lembrar que se trata de umaorientação de estudos cujos temas,contextos e atividades propostos devemser compreendidos como exemplos oureferências no desenvolvimento dessacompetência e, portanto, sãonecessários muitos outros exemplos,assim como o desenvolvimento deoutras atividades, além das propostas.

No primeiro tópico, Energia e suastransformações, em um contextorelacionado ao consumo de energiaelétrica no cotidiano, enfatizam-seaspectos da linguagem científica econceitos básicos relacionados àsdiferentes formas de energia e suastransformações. A leitura e construçãode tabelas, a nomenclatura e significadode diferentes formas de energia e suastransformações em aparelhos elétricos,a compreensão das variáveis e docálculo do consumo de eletricidadedoméstico são atividades aqui propostasque visam desenvolver habilidades deaprendizado e uso da linguagemcientífica. Estas têm como finalidade,compreender e enfrentar situaçõescotidianas vivenciadas pelos alunos epelos cidadãos nos dias de hoje.

O segundo tópico, A Conservação dosAlimentos, constitui o tema central. Oenfoque é dado na compreensão dediferentes técnicas de conservação enos seus fundamentos básicos,

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V. Orientação para o trabalho do professor

associados às formas de inibir odesenvolvimento de microorganismos.Para isso, destaca-se a importância daobservação de diferentes tipos dealimentos, das formas caseiras utilizadaspara prolongar seu armazenamento edas informações constantes nos rótulosde produtos industrializados. Sãoobservações que auxiliam acompreensão dos procedimentos ecuidados a serem tomados na produçãoe no consumo de alimentos. A temáticaenvolve, ainda, a discussão dasvantagens e dos riscos associados aoemprego de aditivos nos alimentos: aspesquisas, os limites do conhecimento eas polêmicas sobre o assunto. E, comisso, a importância da informação, daconscientização e formas de fiscalizaçãoe defesa do consumidor.

Meios de transporte foi a temáticaproposta no terceiro tópico para que oaluno possa, com um conjunto de dadose informações de diferentes naturezas,organizar e identificar variáveisrelevantes na escolha de máquinas eveículos em dadas situações.Novamente, as informações e conceitosapresentados procuram possibilitar suareflexão sobre as vantagens edesvantagens na opção tanto individualquanto coletiva por diferentes meios ousistemas de transporte.

No quarto tópico, Meios de Comunicação,discutem-se os ganhos possibilitados pelaevolução dos meios de comunicação,fornecendo-se algumas noções econceitos básicos sobre o “transporte” deinformação através das ondas

eletromagnéticas. Não há necessidade dese aprofundar, aqui, esses conceitos, masalguma noção de como “funcionam” ossistemas de comunicação, tão presentesno mundo contemporâneo, podempossibilitar, por exemplo, umacompreensão sobre os riscos à saúdeadvindos de sua utilização. Para isso sãoapresentados exemplos de argumentaçãopresentes na mídia que mostram o atualdebate sobre os possíveis problemasgerados pelo emprego intensivo dasondas de rádio-freqüência usadas emtelecomunicações. Havendo possibilidade,a ampliação desse tema para umadiscussão sobre os usos e riscos dasradiações de maior freqüência –ultravioleta, raio-X e gama –, fazendo-seuso de informações que os alunos possamtrazer, seria uma ótima contribuição parao desenvolvimento da habilidade que aquise pretende enfocar, a da argumentação.

Finalmente, no último tópico Fontes deEnergia: qual a melhor? retoma-se otema da energia, agora enfocando suasfontes e as diferentes formas de geraçãopara uso social. A partir de informaçõesbásicas sobre as origens da energia que“consumimos” e sobre o funcionamentode usinas geradoras de eletricidade,convencionais e alternativas, pretende-semostrar que todas, de algum modo,apresentam vantagens e desvantagens denaturezas diversas, ou seja, de que nãoexiste “a melhor” alternativa e que aopção de modelos energéticos em cadaregião ou país deve considerar todos osaspectos envolvidos – ambientais,econômicos, políticos e socioculturais. Otexto do aluno, também aqui, pode ser

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

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enriquecido com informações e análisesque podem ser encontradas nasreferências bibliográficas sugeridas,

assim como em inúmeras publicaçõescomo jornais, revistas e sites na Internet.

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V. Orientação para o trabalho do professor

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Disponível em: <http://www.transporte.gov.br

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

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V. Orientação para o trabalho do professor

Compreender a natureza epreservar a vidaJosé Trivellato Junior

Reconhecer que o ser humano é o servivo que mais interfere no ambiente éum pré-requisito para a sobrevivênciada nossa própria espécie. Os danosambientais provocados nos últimosséculos degradou grandes áreas doplaneta. A tomada de consciência e aação de todos os bilhões de habitantes,particularmente os do nosso país, sãotambém responsabilidade de todos osníveis de ensino.

Nesse sentido, essa competência é parteintegrante importante do programacurricular dos estudantes de EJA, e opapel do professor (facilitador daaprendizagem dos conteúdos da área deCiências Naturais e suas tecnologias),como um provocador e coordenador dediscussões que geram aprendizagem, éfundamental para aflorar a consciênciade todos quanto à necessidade depreservação e uso racional do ambiente.

A natureza é um sistema dinâmico edeve ser trabalhado, em situaçõesescolares, de forma que os estudantescompreendam as relações entre os seresvivos (incluindo a si próprios) e os

demais componentes ambientais(aspectos físicos, químicos, geológicos,climáticos etc.). Devemos tomarcuidado para não apresentarmos osseres vivos e os demais componentes doambiente como recursos que estãodisponíveis para o uso irrestrito dasociedade humana. As condições devida da população dependem,obrigatoriamente, dos recursosmateriais (vivos e não vivos) que sãoretirados do ambiente, muitos dos quaissão processados nas indústrias. O usoque fazemos dos recursos disponíveisvai continuar, mas o que podemos fazerpara explorá-los de maneira racional?

Ressaltar a importância dos seres vivos edos aspectos físicos do ambiente namanutenção do equilíbrio dosecossistemas tem como perspectiva acontinuidade da vida na Terra. Reduzir oantropocentrismo dos estudantes trazbenefícios, na medida em que altera asatitudes individuais e coletivas na buscade alternativas viáveis para aconservação da biodiversidade dosecossistemas, ao mesmo tempo que

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo III

COMPREENDER A NATUREZA COMO UM SISTEMA DINÂMICO EO SER HUMANO, EM SOCIEDADE, COMO UM DE SEUS AGENTES

DE TRANSFORMAÇÕES.

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permite aos estudantes se perceberemcomo elementos do ambiente. Também éimportante enfatizar que as tecnologiastêm um forte poder de transformação dascondições de vida do ser humano e doambiente, e, por isso mesmo, devem serutilizadas tanto para satisfazernecessidades imediatas da populaçãocomo para recuperar ecossistemasdegradados pela ação humana. As açõespedagógicas dos facilitadores daaprendizagem devem valorizar osaspectos citados, os quais envolvemimportantes conceitos científicosrelacionados à área das CiênciasNaturais.

Não podemos esperar que os estudantes,logo na primeira página do capítulo,sejam colocados diante dos problemasmais complexos que a sociedadeenfrenta hoje. As situações e descriçõespropostas no texto procuram partir deum nível de complexidade pequeno paraoutro mais abrangente e propiciar aosestudantes momentos de reflexão quefavoreçam o pensar na natureza comoestrutura dinâmica e fortementeinfluenciada pela ação humana.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAA habilidade descrever e comparardiferentes seres vivos que habitamdiferentes ambientes, segundo suascaracterísticas descreve diferentes seresvivos segundo suas característicasbiológicas, relacionando-as àscaracterísticas ambientais. Os exemplosescolhidos mostram alguns organismos

que estão adaptados ao ambiente emque vivem. Podemos pensar napossibilidade de desaparecimento demuitas espécies (empobrecimento dabiodiversidade) na medida em que osecossistemas são drasticamentealterados. Reconhecer a integração einterdependência que há entre os seresvivos é um importante passo para acompreensão do equilíbrio dinâmicoque há nos ecossistemas.

Com isso, os estudantes são estimuladosa perceber que compartilhamos comoutros seres os mesmos espaços e que amanutenção da biodiversidade dependetambém do nosso conhecimento sobreos ambientes naturais.

A habilidade identificar, em situaçõesreais, pertubações ambientais oumedidas de recuperação procuradesenvolver a reflexão sobreperturbações ambientais provocadas pornós, ao mesmo tempo que levanta asdiversas possibilidades de remediação(recuperação) do ambiente produzidaspelo conhecimento científico. Nessahabilidade, os estudantes analisamcomo a perturbação de áreas naturaisprovoca impactos em diferentescomunidades. O exemplo utilizadorefere-se à Mata Atlântica e salienta osaspectos históricos que levaram àperturbação ambiental. Os estudantesaprendem diversos conceitosimportantes da Ecologia (ecossistema,controle biológico, relação presa-predador, dinâmica de populações) erefletem sobre as formas de evitarmosfuturos problemas ambientais.

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V. Orientação para o trabalho do professor

Na habilidade relacionar transferênciade energia e ciclo de matéria adiferentes processos, o enfoque está nasrelações entre a transferência de energiae o ciclo da matéria com processoscomo respiração, fotossíntese edecomposição. A Floresta Amazônicaoferece as informações que estimulamos estudantes a selecionar, organizar einterpretar dados de diferentes formas,utilizando-se de cadeias alimentares etextos descritivos. Além disso, osproblemas ambientais são o mote paraos estudantes exercitarem a cidadaniana medida em que desenvolvem opensamento crítico para a tomada dedecisões frente a impactos ambientaisde natureza semelhante.

A habilidade relacionar, no espaço e notempo, mudanças na qualidade do solo,da água ou do ar às intervençõeshumanas é trabalhada a partir doimpacto que a cultura de cana-de-açúcar causou no ambiente nos últimosséculos. Apesar da importância doaçúcar e do álcool, obtidos dasplantações, para a economia (energia ealimento), a substituição da mata nativapor essa cultura provocou a poluição daágua, do ar e do solo ao redor dasusinas, além da perda de fertilidade degrandes áreas de terra agriculturáveis. Otexto apresenta as causas desse impactoe suas conseqüências para o ambiente. Oestudante é levado a pensar em

possibilidades de produção agrícolacom o mínimo de impacto na natureza.

Finalmente, a habilidade proporalternativas de produção queminimizem os danos ao ambienteprovocados por atividades industriaisou agrícolas procura estimular osestudantes a pensar em propostas quepromovam a exploração dos recursosnaturais de forma sustentável. Nessaperspectiva, o texto apresenta váriosdanos ambientais (nas dimensõeseconômicas, sociais, históricas eculturais) provocados pelo cultivoextensivo de cana-de-açúcar, ao mesmotempo em que demonstra como o usode tecnologia “limpa” (tecnologiaambiental) e o conhecimento científicocontribuem para a manutenção de umaeconomia estável com o mínimo deprejuízo ambiental.

Outras atividades econômicas(industriais e/ou agrícolas), assim comooutros exemplos de seres vivos deecossistemas brasileiros que sofrem aação humana, podem ser utilizados parase desenvolverem as habilidades do EJAde Ciências Naturais propostas nessecapítulo. Além disso, os conceitostrabalhados auxiliam na compreensãoda natureza como um sistema dinâmico,inserindo os seres humanos comoagentes transformadores e parteintegrante do ambiente.

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V. Orientação para o trabalho do professor

A saúde é umdireito do cidadãoMaria Augusta Querubim

A saúde é um direito do cidadão, mas,para que um cidadão possa exercer osseus direitos, ele tem que conhecerquais são eles. Quando se fala em saúde,poucos são os cidadãos que a enxergamalém da dimensão de ausência dedoenças. Quase ninguém imagina que asaúde, para ser alcançada e mantida,não depende apenas de atendimentomédico ou hospitalar, mas também desalários adequados para cobrir o custode vida, educação, transporte, prazer deviver, alimentação adequada, moradia,água encanada e esgoto. Além disso,ainda poderíamos citar roupas para sevestir, segurança, lazer, um local detrabalho saudável e um ambiente sempoluição.

O recorte sobre os aspectos da saúdecontemplado neste capítulo tem comofio condutor a história de umpersonagem, o Beto. Diferentes situaçõesvividas por ele servem de trampolim paraa abordagem dos assuntos selecionados.

Uma discussão sobre saúde permite nãosó a abordagem dos aspectos a ela

relacionados, como uma transcendênciano que se refere à relação comorganismos internacionais como aOrganização Mundial de Saúde e aOrganização das Nações Unidas.Inteirar-se da existência desses órgãos econhecer algumas de suas deliberaçõesampliam os horizontes dosconhecimentos dos estudantes.

A reflexão sobre o que é ter saúde equais os procedimentos para mantê-la emelhorá-la eleva o estudante à condiçãode sujeito. Uma discussão em gruposobre o tema saúde, que respeite evalorize a realidade local da comunidadeem que o estudante vive, abre um espaçoprecioso que permite, além de umaaprendizagem participativa, conhecer ecompreender pontos de vista diferentesdo seu, bem como reconhecer e respeitaras limitações do outro e administrarsituações de conflito.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAO passo seguinte ao entendimento da

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo IV

COMPREENDER A SAÚDE COMO BEM PESSOAL E AMBIENTAL

QUE DEVE SER PROMOVIDO POR MEIO DE DIFERENTES

AGENTES, DE FORMA INDIVIDUAL E COLETIVA.

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

importância das atitudes pessoais napromoção da saúde individual é adiscussão das ferramentas disponíveispara se avaliar a saúde, ou seja, para seconhecer como anda o estado de saúdeda população da qual você faz parte.

A análise dos indicadores de saúdecontempla a habilidade da matriz doENCCEJA que focaliza a capacidade deidentificar e interpretar a variaçãodos indicadores de saúde e dodesenvolvimento humano (taxas demortalidade infantil, estado nutricional,expectativa de vida, perfis de morbidadee mortalidade, saneamento básico,distribuição de renda ou níveis deescolaridade). A compreensão de comose avalia a saúde da população passapela forma adequada de representação. Ocapítulo procura mostrar como se faz aleitura de uma tabela, qual o significadodos dados nela apresentados e comoessas informações podem serrepresentadas na forma de gráfico. Emsala de aula, atividades envolvendo, porexemplo, a análise de diversos dadosoficiais de Censo 2000 propiciam odesenvolvimento e o exercício dacapacidade de fazer comparações entrevariáveis diferentes, descobrir relações ede transpor o que foi aprendido parasituações novas.

Importante, também, é mostrar aoestudante que existem diferentes tiposde representações gráficas e discutirqual a mais adequada para mostrar umainformação particular.

A capacidade de estabelecer relaçõesentre variáveis também está relacionada à

habilidade associar a qualidade de vida,em diferentes regiões, a fatores sociais eambientais que contribuam para isso. Estahabilidade associa a longevidade humanaou a mortalidade precoce em diferentesregiões a possíveis fatores sociais eambientais que contribuam para isso.Aqui, é aconselhável uma abordagemmultidisciplinar que saliente os reflexos,sobre as condições e duração de vida dapopulação, de aspectos relacionados coma seca, a desnutrição ou a falta detrabalho.

Um assunto de grande interesse doestudante são as doenças, e a relaçãoentre a incidência de doenças econdições que favorecem a suaocorrência está destacada nahabilidade relacionar a incidência dedoenças ocupacionais, degenerativas einfecto-contagiosas a condições quefavorecem a sua ocorrência. O capítulocita diferentes tipos de doenças eapresenta tabelas com as doençasinfecto-contagiosas mais comunscausadas por vírus e bactérias e como sedá a transmissão e a profilaxia.Entretanto, é na sala de aula que seoportuniza a discussão sobre asverdades e os mitos sobre as doenças,suas causas e as formas de prevenção etratamento, com valorização dasatitudes individuais e coletivas. Éimportante que se abra uma discussãosobre o que é vacinação e qual a suaimportância; quando se usa vacina equando o soro é mais indicado; quandose usam antibióticos e os efeitos dautilização indiscriminada desse tipo de

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V. Orientação para o trabalho do professor

medicamento. Quando o assunto édoença, é necessário que se estabeleça,na classe, um clima de confiança erespeito para a discussão de dúvidas dosestudantes, principalmente aquelasrelacionadas com as doençassexualmente transmissíveis.

Um ponto que deve ficar claro para oestudante é que nem todas as doençassão causadas por micróbios e quemuitas doenças graves são decorrentesdas sobrecargas, das tensões e doshábitos da vida nas grandes cidades.Vale enfatizar que muitos dos fatoresque as condicionam podem sercontrolados com pequenas mudançasnos hábitos diários, como parar defumar, cuidar da alimentação, praticaratividade física etc.

Um enfoque destacado neste capítuloé a relação entre saúde e trabalho,com abordagem de dois aspectosfundamentais, as doenças relacionadasao trabalho e a segurança no trabalho.Neste contexto, as habilidadesdestacadas são:

• • • • • escolher argumento mais adequadopara relacionar problema de saúde dotrabalhador com informações sobresuas condições de trabalho; e

• • • • • comparar e selecionar alternativas decondições de trabalhoe/ou normas de segurança emdiferentes contextos, valorizando oconhecimento científico e o bem-estarfísico e mental de si próprio edaqueles com quem convive.

No que se refere às doençasocupacionais, são relatadas condições

de trabalhos insalubres, os malesdecorrentes dessas condições e osdireitos dos trabalhadores relativos aum ambiente de trabalho saudável eseguro. Tendo em vista os estudantesde EJA, torna-se necessário garantir umespaço, em sala de aula, para que oestudante emita opiniões, relatehistórias de sua vida pessoal, discutacom seus colegas, troque experiênciase reflita sobre as suas condições detrabalho.

O mesmo procedimento se aplicaquando está em pauta a segurança notrabalho. Um aspecto que deve serdiscutido entre os estudantes é odireito, garantido pela ConstituiçãoFederal, a equipamentos de segurançaindividual, específicos para cada tipo deatividade. A utilização de notícias dejornal ou revistas como fatordesencadeador de discussões ouatividades traz como benefícioadicional a instalação do hábito daleitura. Procure, também, incentivar osestudantes a fazer o registro escrito desuas opiniões; muito útil naconsolidação do trabalho em equipe é acriação de textos coletivos. Aproposição, pelos estudantes, de temaspara discussão cria compromisso com aatividade registrar.

Por fim, o capítulo faz menção àimportância das ações solidárias namelhoria das condições de vida doscidadãos. Participar de associações demoradores e defender ações que seconsideram justas é um exercício decidadania. Incentive nos estudantes a

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

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reflexão sobre a responsabilidade decada um no bem-estar coletivo, o quecada um pode fazer sozinho ou comoutros para melhorar as condições de

vida na sua comunidade. Procurereforçar a importância da participaçãoativa e civilizada nas reivindicações deseus direitos junto aos órgãos públicos.

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V. Orientação para o trabalho do professor

Conhecendo e respeitandoo próprio corpoMaria Aparecida Lico

Esse capítulo foi elaborado com oobjetivo de estimular os estudantes aolhar para o próprio corpo, procurandoconhecê-lo melhor e respeitá-lo mais.

Acreditamos que o estudo se torna realquando conseguimos aplicar o quelemos, vemos e percebemos em nossopróprio corpo. Sabemos que essa não éuma tarefa fácil, precisamos deconhecimento e treino para realizá-la.Buscando concretizar o trabalho,pensamos em situações que acontecemcom freqüência e que possibilitam oquestionamento, a opinião pessoal e atomada de decisão.

Na discussão das questões, o professorpode valorizar as diversas opiniões eestimular discussões para que as idéiasamadureçam. Não se deve procurar umaresposta correta nesses casos, porqueopinião é valor, não é conceito.

O ponto de partida para estudar o corpofoi a região do abdômen. O abdômenabriga muitos órgãos, é possível tocá-lo,escutar seus ruídos, vê-lo mudar deforma em determinadas situações.

Motivos que, por si sós, fazem essa partedo corpo ser uma das mais conhecidas,mesmo que superficialmente.

Conhecer o que faz bem e o que podefazer mal ao corpo levou às questões daauto-medicação, alimentação adequadae inadequada, uso de drogas. Osassuntos ligados à sexualidade ocupamgrande parte do capítulo porque sãoimportantes sob diversos aspectos.Pensar sobre a própria sexualidadepromove o auto-conhecimento.As modificações do corpo da mulherdurante a gravidez permitem diversasdiscussões sobre os órgãos do abdômene do organismo em geral. A sexualidadeenvolve escolhas, gera prazer econflitos. Por esses motivos, seu espaçofoi privilegiado.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAPara contemplar a habilidade,escolhemos o aparelho reprodutorfeminino e centramos as atividades nasobservações de figuras. O estudante,

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo V

COMPREENDER O PRÓPRIO CORPO E A SEXUALIDADE COMO

ELEMENTOS DE REALIZAÇÃO HUMANA, VALORIZANDO EDESENVOLVENDO A FORMAÇÃO DE HÁBITOS DE AUTO-CUIDADO, DE AUTO-ESTIMA E DE RESPEITO AO OUTRO.

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

então, é convidado a localizar, nomear edescrever órgãos ou sistemas do corpohumano como referência paraidentificar hábitos de manutenção dasaúde, funções ou disfunções a elesrelacionadas. Iniciar o capítulo porsituações referentes aos aparelhosreprodutores permitiu abordar aimportância da nomenclatura correta,uma vez que os órgãos genitais têmtantos nomes populares, e nomeá-losinadequadamente pode criar situaçõesconstrangedoras.

As atividades iniciais trabalham ainibição que o tema provoca eprocuram discutir esse comportamentoque é natural, mas pode sermodificado, facilitando oesclarecimento de dúvidas. A gravidezé uma situação que aparece para incluirmais um órgão no abdômen, o útero, e,nesse período, esse órgão cresce. Oestudante é solicitado a pensar no quedeve mudar, no que acontece com ocrescimento do útero, e nasconseqüências para os outros órgãos daregião.

Essas situações motivam atividades deobservação de figuras. Elas sãoimportantes e indispensáveis no estudodo corpo humano, mas não é fácil fazeruma boa análise de figura. As atividadesseguintes exigem essa observação, e,assim, as funções dos órgãosobservados vão sendo colocadas. Asatividades que abordam questõespolêmicas, envolvendo crenças e tabusrelacionados ao fluxo menstrual e àmasturbação, devem ser discutidas, paraque os esclarecimentos sejam

apresentados. A forma como a propostaé trabalhada introduz os nomes dosórgãos e mostra sua localização, semque seja necessária uma descrição paraa compreensão das funções. O caminhopercorrido nessa parte do trabalhojustifica o nome dado como subtítulo:Da sexualidade ao corpo todo.

Abordagens semelhantes podemcomplementar esse capítulo, com ênfasenos órgãos do tórax, por exemplo,enfocando problemas respiratórios ecardíacos. O importante é que acompreensão do corpo seja o prioritárioe não a memorização dos nomes, apenas.

A habilidade sugere associar sintomas dedoenças a suas possíveis causas ouresultados de testes diagnósticossimples, prevenindo-se contra aautomedicação e valorizando otratamento médico. Temos situações quefazem o estudante pensar nos Avisos queo corpo nos dá e no tipo de solução quemuitas vezes levam as pessoas a colocara saúde em risco com a automedicação eo abuso de medicamentos.

O texto narrativo informa e questiona,através de atividades de análise epedidos de posicionamentos.Destacamos aqui a relevância daatividade que sugere a interpretação dotexto O uso de medicamentos. Nessaatividade o motorista tem umapreocupação com as outras pessoas,motoristas e pedestres.Se um motorista dirige um carro semestar com as condições de atenção econcentração perfeitas, coloca em risconão só a sua vida. Esse é o aspectocentral da atividade.

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V. Orientação para o trabalho do professor

A falta de hábito da leitura das bulasdos remédios é comum na população. Éinteressante promover, nas aulas, aleitura de bulas de remédios que ospróprios estudantes usam, para seconstatarem as informações que não sãolidas normalmente. Vídeos depropaganda podem ser discutidos nasaulas. Deve-se observar tanto oconteúdo dessas propagandas deremédio como a atitude dos atletas quenão aceitam fazer esse tipo depropaganda. Não foi por acaso a escolhade um fato real, ocorrido com um atletamédico.

Para desenvolver a habilidaderelacionar saúde com hábitosalimentares e atividade física,considerando diferentes momentos dociclo de vida humano, são abordadasquestões sobre o desperdício dealimentos e iniciativas de combate àfome para introduzir o papel dosnutrientes no nosso corpo. Muitasinformações estão colocadas emtabelas para trabalhar nas atividadesessa forma de leitura. O estudante,então, terá de selecionar informações,analisar, interpretar e tirar conclusõescom base nos dados que coletou, queestão disponíveis. Há muitos tipos detabelas com informações sobrealimentos e seus nutrientes, gasto deenergia em diferentes atividadesfísicas. É possível, então, organizaroutros exercícios com dietas maisregionais, para que cada grupo deestudantes possa pensar na suasituação real de alimentação e esforçofísico diários.

Analisar o funcionamento dos métodosanticoncepcionais e reconhecer aimportância de alguns deles naprevenção de doenças sexualmentetransmissíveis, considerando diferentesmomentos do desenvolvimento sexual epsíquico do ser humano é o que propõeoutra habilidade.

No capítulo, a abordagem ganhou otítulo Evitando a gravidez indesejada eprotegendo-se de doenças paraestabelecer oposição imediata aos dadosestatísticos sobre a porcentagem departos em adolescentes no ano de 2001,em relação ao total de partos noshospitais públicos. Se nosso país temmais mães adolescentes, podemosconcluir que essa população não estáevitando a gravidez e nem seprotegendo das doenças sexualmentetransmissíveis...

Para falar dos métodos anticoncepcionais,é necessário que o estudante entenda afecundação nas tubas uterinas e em queponto do processo cada método age. Otexto No Tempo de Nossas Bisavós tratada emancipação da mulher com ainvenção da pílula anticoncepcional e asmudanças de comportamento decorrentesdo fato. Casos familiares podem estimulara discussão da mudança de valores comoa virgindade, entre outros. As atividadessão de reflexão sobre a importância doautoconhecimento e das opções quedevem ser feitas sobre o métodoanticoncepcional a ser escolhido e algunsproblemas de saúde que impedem a livreescolha. Em cada um dos textos sobre osmétodos anticoncepcionais é enfatizado

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

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que os métodos não protegem contra asDST, e apenas a camisinha é segura paraesse fim. Construir no calendário um ciclomenstrual permite que os estudantesvisualizem as suas etapas e percebam aimportância desse conhecimento.

Fechando a abordagem sobre oconhecimento e o respeito ao própriocorpo, são mostrados alguns problemascausados pelas drogas. Esse é um dostemas da habilidade, selecionar ejustificar propostas em prol da saúdefísica ou mental dos indivíduos ou dacoletividade, em diferentes condiçõesetárias, culturais ou socioambientais.O resultado de uma pesquisa comjovens que acreditam que a maconhanão é uma droga, por ser uma erva,levou ao alerta sobre o grande númerode espécies de plantas venenosas quetemos em nosso país. Esse fato permiteuma pesquisa sobre os exemplares

comuns na região para uma prevençãoefetiva de acidentes com plantasvenenosas. Além disso, desmistifica acrença de que “o que é natural não fazmal à saúde”. Algumas drogas sãomencionadas, e seus efeitos noorganismo citados para informação ealerta. Nesse assunto, o que sugerimoscomo atividade é a opinião pessoal eum posicionamento sobre textosveiculados por jornais e revistas.

Acreditamos que a forma e o conteúdoapresentados dessa maneira darão aoestudante bons motivos para acharimportante conhecer e respeitaro seu corpo.

O professor deve orientar as discussõespara não haver imposição de conduta eesclarecer, ao máximo, tudo o que forquestionado pelos estudantes.

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Um bom cidadãosabe escolherNelson Orlando Beltran

Numa sociedade moderna como esta emque vivemos atualmente, em que osavanços tecnológicos permitem umagrande variedade de escolhas dosprodutos que consumimos, a capacidadede escolher bem torna-se cada vez maisimportante e mais difícil. Hoje em dia,um cidadão educado deve perceber queem cada escolha que ele faz, mesmo umaescolha que possa aparentar poucaimportância, como a compra de umfrasco de produto de limpeza, de umalimento ou de outro produto qualquer,pode estar beneficiando ou prejudicandoa sua saúde ou a saúde do planeta.

A aplicação de conhecimentos dasciências naturais pode ajudar muito nacapacidade de escolher bem.

Ter conhecimentos sobre as composiçõesde produtos de limpeza dá maiores opçõesde escolha; compreender as razões dasrecomendações e precauções para o seuuso ajuda a evitar prejuízos e acidentes.

Dar oportunidade para o aluno perceberas relações entre aquilo que ele estudanas aulas de ciências, a natureza e a suaprópria vida estimula o estudo.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIACom essas preocupações e pensando nascompetências e nas habilidades a seremdesenvolvidas no estudo do capítulo, foiescolhido, num primeiro momento, oestudo de folheto distribuído pelaOrganização Mundial de Saúde adiversos órgãos públicos e privados quepudessem interferir no tratamento daágua distribuída à população.

Essa escolha, além de propiciar umestudo sobre uso de um produto paradiversas finalidades, tais como alvejantede roupas, desinfecções de vasossanitários, de caixas d’água e da própriaágua, enseja também a discussão doconceito e do estigma que se tem dassubstâncias químicas. Isso porque ocloro, que é uma substância venenosa jáutilizada até em guerras, se empregado, éeficaz para diversos outros usos que nosbeneficiam. Além disso, o cloro é umasubstância que é produzida pela indústriaquímica, ela não é encontrada pronta nanatureza. É uma substância química

APLICAR CONHECIMENTOS E TECNOLOGIAS ASSOCIADAS

ÀS CIÊNCIAS NATURAIS EM DIFERENTES CONTEXTOS

RELEVANTES PARA A VIDA.

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo VI

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

industrializada, produzida através deuma reação química. Uma substânciaquímica venenosa, produzida porindústrias químicas, que, se bemutilizada, é eficaz no combate à cólera!

Essa escolha traz a discussão de umasituação na qual o conhecimentoquímico ajuda a resolver um problemado dia-a-dia das pessoas. É importanteque outros exemplos sejam discutidoscom os estudantes.

Como o desinfetante com cloro maisacessível (mais fácil de ser comprado,mais barato) é encontrado na águasanitária ou água de lavadeira, umproduto de limpeza utilizado na maioriadas casas, fica claro também que aquímica (mesmo a química dos produtosindustriais) está presente no cotidianodas pessoas.

É preciso aprender também que tudo oque conhecemos do mundo material,até mesmo nossos alimentos, é formadopor substâncias e, se são substâncias,são substâncias químicas! Essadiscussão é fundamental no sentido dese superar o senso comum de muitaspessoas que acham que “tudo que é eque contém química faz mal”.

Nossos alunos poderão verificar que osrótulos dos produtos de limpeza e deoutros produtos trazem muitasinformações úteis. Uma delas é que,dependendo da finalidade para a qual seusa o produto, deve-se prepará-lo dediferentes maneiras. Umas vezes maisconcentrado, outras vezes mais diluído.Aprenderão também a respeito doscuidados e das precauções que se deve

ter com os produtos, refletindo sobre ascausas dessas precauções. Por que razãoo frasco não é transparente? Por que nãopode ser deixado à luz do sol? Por quenão deve ser deixado aberto? E outras.

Algumas atividades serão realizadas paraajudar a desenvolver essas habilidades deleitura e interpretação dos rótulos.Podem ser analisados muitos rótulos queos próprios alunos tragam.

Uma atividade muito proveitosa éuma experiência simples, porém muitointeressante e fácil de ser realizadaem casa.

A experiência está proposta da maneiramais simples possível, porém pode-sepensar em explorá-la mais. Podem serusadas várias concentrações para a águade cloro (água sanitária), estudando asinfluências que a concentração podeexercer na corrosão. Pode-se tambémvariar a temperatura inicial da água decloro, aquecendo-a ou resfriando-a,estudando assim as influências datemperatura numa reação química.Podem-se utilizar pregos diferentes, dediversas procedências e diversostamanhos. Várias outras propostas paraa mesma experiência podem ser feitas.Sempre vai ser uma escolha doprofessor, porém não se deve perder devista que o importante é que oexperimento proposto sejainvestigativo; é interessante que tenhauma pergunta a ser respondida e quetambém possa gerar muitas outras.

No estudo do uso da água sanitária paradescontaminar água não tratada osestudantes terão oportunidade de

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V. Orientação para o trabalho do professor

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A análise de rótulos de alimentos e asdiversas atividades para suainterpretação permitirão uma boadiscussão sobre as dietas alimentares eas diversas escolhas que podem serfeitas numa alimentação. Sempre é bomlembrar que a prescrição de dietas deveser feita por profissionais preparados,como médicos e nutricionistas.

Os alunos poderão refletir sobre aconveniência do uso dos plásticos oudos vidros nas embalagens dosprodutos. O texto do capítulo não tem,é claro, a pretensão de esgotar oassunto a respeito de diversos aspectosque devem ser considerados quando apessoa se depara com uma decisãocomo essa. O texto traz algumasinformações e procura levantar algumasdiscussões. Porém, seria interessanteestimular os alunos a buscar maisinformações sobre a produção, areciclagem e o destino que se dá aosmateriais usados nas embalagens, nãosó de plásticos e de vidros comotambém de metais e de papel.

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Conhecimento científico:importante aliado da populaçãoMargareth Artacho

Este capítulo tem por meta a construçãode procedimentos de observação domundo cotidiano, utilizando oconhecimento científico para analisarsituações, formular questões e proporencaminhamentos/soluções que apontemno sentido de melhor qualidade de vida einserção no mundo tecnológico que seafigura no século XXI.

A metodologia tradicional utilizada parao ensino das Ciências não dá conta desseolhar crítico sobre o mundo, tornandonecessários outros recursos. Sequisermos que o aluno olhe fatos efenômenos criticamente, precisamospropor tal atitude; para tanto asatividades se alicerçam em situações-problema reais que precisam serinvestigadas e respondidas de modosatisfatório.

A investigação desencadeada leva àbusca de informações, utilizandomodalidades textuais diversas, desdeobras de arte até as mais tradicionais,como textos narrativos, tabelas eesquemas explicativos. Essas

informações, organizadas e refletidascom o objetivo explícito de responder auma questão real, constituem o acervode conhecimentos que estamospropondo ao aluno. Surge, então, anecessidade de fazer o registro dasconclusões.

Finalmente, é proposta a volta àsituação-problema, ou a aplicação doconhecimento estudado em novasituação como instrumento deampliação e consolidação doconhecimento recém-construído. Oretorno às hipóteses iniciais também ésolicitado, pois, quando o alunocompara seu conhecimento (ouexplicações dadas) ao iniciar o estudocom o que passa a saber após estudar otema proposto, ele poderá constatar suaevolução, o que pode gerar impactopositivo em estudantes com auto-estima baixa.

É esperado que, ao final do capítulo, oaluno identifique informaçõescientíficas, veiculadas em diferentesrepresentações, relacionando-as com

DIAGNOSTICAR PROBLEMAS, FORMULAR QUESTÕES EPROPOR SOLUÇÕES A PARTIR DE CONHECIMENTOS DAS

CIÊNCIAS NATURAIS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo VII

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

fatos do seu dia-a-dia. É esperado queele valorize a atitude de analisarinformações e formular hipóteses natomada de decisões, compreendendoque conhecimentos científicos podem edevem ser usados no interesse de umdeterminado modo de produção, como,por exemplo, bens de consumo e/ou emprocedimentos de preservação da saúde.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIASob o título Olhando o mundo eaprendendo Ciências Naturais sãodesenvolvidas cinco atividades quepretendem sinalizar ao aluno que épossível aprender Ciências de um modovivo e real, fugindo dos padrõestradicionais do falar sobre alguma coisafria e distante em um vocabulário poucofamiliar. Observando fatos cotidianos, épossível colher informações que, aoserem investigadas com o auxílio detextos diversificados, explicam omundo onde vivemos, sinalizandoalternativas para garantir a vida comqualidade. Utilizar informaçõescientíficas para entender o mundo podeser um importante aliado na construçãode uma sociedade mais justa e solidária.

É importante destacar que mapas, tabelas,gráficos, desenhos, quadros e textosescritos são considerados modalidadestextuais ou simplesmente textos.

As atividades 1 e 2 propõem aobservação de duas expressõesartísticas (desenho e música) comofonte de informações sobre a seca no

Nordeste brasileiro. A situação-problema indicada é explicar por que aágua é tão importante que chega aobrigar as pessoas a abandonarem seusentes queridos, partindo rumo a umlugar distante e desconhecido. Por quenão vivemos, nem biológica nemsocialmente, sem água?

A atividade 3, além de voltar à leiturado desenho, propõe a leitura de mapas elegendas, a comparação de informaçõese o estabelecimento de conclusões egeneralizações iniciais. Explicita queexistem duas categorias deentendimento de um texto: a leitura doque está explícito e do que pode serconcluído, se o aluno relacionar o queestá lendo com o que já sabe,distinguindo, assim, entendimento einterpretação de textos.

As atividades 4, 5 e 6 introduzem otexto narrativo e o esquema explicativo,modalidades textuais clássicas dasCiências Naturais. Esses são textos queexplicitam a importância da água para avida, fornecendo elementos pararesponder à situação-problema inicial.Estamos, portanto, amealhando eorganizando informação para construirconhecimentos.

Finalmente, em Registrando algumasconclusões, é feito o registro dasconclusões, que nada mais é do que oconhecimento que nos propusemosconstruir juntamente com o aluno.

Sempre que possível, propor a aplicaçãodesse conhecimento em outras situaçõespode ser excelente aliado do processoensino-aprendizagem. Por exemplo,

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V. Orientação para o trabalho do professor

investigar animais – como o rato canguru– que vivem em ambientes secos podeampliar e consolidar o conhecimentorecém-construído.

Sob o título Mais conforto e tranquilidadeno nosso dia-a-dia são desenvolvidas trêsatividades que pretendem discutir com oaluno o uso que se faz dos materiais e dosequipamentos com a intermediação doconhecimento científico. Reconhecerfenômenos naturais e induzidos pelaatividade humana, bem como combinarleituras, observações e experimentaçõespara diagnosticar e solucionarproblemas continuam objetos dessasatividades.

Essa unidade se inicia ressaltando arelação histórica entre seres humanos esua necessidade de prever o tempoatmosférico, mostrando que na maioriadas vezes essa prática se pauta naobservação de fenômenos da natureza.É importante ressaltar a diferença entretempo, tempo atmosférico e climaatmosférico. Normalmente, chamamosde tempo o tempo cronológico, o passardos dias, anos, séculos. Tempoatmosférico são as condições climáticasatuais, e as condições climáticas maiscomuns em uma determinada regiãoconstituem o seu clima atmosférico.

Destaca-se que atualmente a previsãodo tempo se pauta em medidasmedidasmedidasmedidasmedidas dascondições climáticas, contextualiza anecessidade de construção deinstrumentos precisos de medidas e suaorganização em estaçõesmeteorológicas localizadas em diversospontos do mundo.

Leitura de imagens, legendas, execuçãode experimentos e registro deobservações em tabela são os recursosutilizados como fonte de informaçõespara o entendimento (coleta eorganização de informações paraconstrução de conhecimentos) docomportamento observado nos gases ena maioria dos líquidos, no sentido dese expandirem e contraírem, conformerecebem ou perdem calor. A água éexceção à regra e isso pode serobservado facilmente colocando umagarrafa plástica totalmente cheia em umcongelador. Se se tampar a garrafa, eleracha; se se deixar aberta, a águacongelada ultrapassa o limite da bocada garrafa.

O conhecimento (aplicação deconhecimento sobre fenômenos naturaisna construção de equipamentos) podeser aplicado, estudando-se ostermostatos. A dilatação dos sólidos nãoé utilizada em termômetros, mas emtermostatos, instrumentos que ligam edesligam aparelhos de ar condicionadoou ferro elétrico, quando esquentam ouesfriam demais. Para manter a faixa detemperatura estável, metais sãoacoplados à chave de contato dessesaparelhos. Assim, quando atingem certadilatação pelo calor, desligam a chave.Por outro lado, ao atingir certacontração pela falta de calor, acionam achave, ligando o aparelho.

A situação-problema proposta paradiscutir a importância de considerar asvariáveis da análise de fenômenos ouprocedimentos é a efervescência

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As atividades se encerram retomandohipóteses formuladas previamente.Essa prática permite ao aluno adquirirconsciência da evolução do seuconhecimento. É o saber que sabe,fundamental na construção deauto-imagem positiva.

A escolha de procedimentos e/ou açõesna prevenção à dengue é a situação-problema apresentada. As fontes deinformações utilizadas são notícias dejornais e revistas de grande circulação efolheto de divulgação produzido peloMinistério da Saúde. Esse materialpretende estimular o entendimento deque, para resolver o problema dadengue (e outras doenças), é necessárioassociar ações diversas. Nesse caso, aprodução de conhecimento pelacomunidade científica, o papel dosgovernos na divulgação dessasinformações e na implementação deações de controle de epidemias, anecessidade de a população buscar eassumir novas atitudes frente aoconhecimento aprendido, conjugandoações individuais e coletivas sempreque necessário. Esses são osinstrumentais propostos na construçãode atitudes de prevenção à saúde.

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Disponível em: <http://www.saúde.gov.br>. Acesso em maio: 2002.

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Falando do nosso planetae do universoRicardo Rechi Aguiar

Olhar para o céu sempre causou fascínioe curiosidade. Desde a Antigüidade, o serhumano busca explicações para asorigens do Universo e para os fatos desuas vidas nos fenômenos celestes. AAstronomia, que nasceu junto com aAstrologia, com o passar do tempo foi-sediferenciando desta outra para tornar-seuma das mais importantes áreas dasciências naturais da atualidade.

Desde a invenção do telescópio, noséculo XVII, até a entrada em atividadedo primeiro telescópio espacial, oHubble, em 1990, a visão que ahumanidade possui do universo mudoumuito. Pudemos ver que alguns astrosque achávamos serem estrelas eram naverdade galáxias, aglomerados demilhões de estrelas, e, atualmente,temos constatado a existência de outrosplanetas, girando ao redor de estrelas,muito além do nosso sistema solar,mostrando que não somos uma exceção,mas parte da regra.

O conhecimento humano aumentoumuito, e nosso papel e importância

dentro do Universo foram ficando maisclaros com o passar do tempo: vivemosem um planeta especial e nós, assimcomo toda a vida existente na Terra,somos muito especiais.

Cabe, então, a cada um de nós, perceberessa importância e cuidar para que oequilíbrio, que mantém o ambiente e avida em nosso planeta, não sejaquebrado. É a busca pelo despertar dessaconsciência que norteia o texto.

Este capítulo pretende promover umadiscussão sobre algumas característicasprincipais de nosso planeta e sua relaçãocom o Sistema Solar do qual faz parte.

Tenta, também, através da seleção,organização e interpretação deinformações que lhe são apresentadasdas mais variadas formas, fazer oestudante construir novos conceitos eaplicá-los em situações-problemarelacionadas a fenômenos celestes eterrestres que fazem parte de nossodia-a-dia.

Finalmente, procura levar seu leitor aelaborar uma visão cósmica da Terra

COMPREENDER O SISTEMA SOLAR EM SUA

CONFIGURAÇÃO CÓSMICA E A TERRA EM SUA

CONSTITUIÇÃO GEOLÓGICA E PLANETÁRIA.

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo VIII

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

como parte de um grande Universo e desua importância, até agora singular,enquanto planeta que permite osurgimento e a manutenção da vida.

Foram utilizadas, para atingir essesobjetivos, situações do cotidiano equestões envolvendo curiosidadesligadas a certos fenômenos celestes eterrestres. Sabemos que muitas outrasabordagens poderiam ser feitas e muitosoutros fenômenos poderiam serdiscutidos, mas nossa escolha procurouestabelecer um equilíbrio entre trêsfatores: a matriz de competências doENCCEJA, os conhecimentos adquiridospelo estudante no seu dia-a-dia e/ou emcursos que porventura tenha feito e oespaço de que dispúnhamos para essasdiscussões neste capítulo. Foi a relaçãoentre esses três elementos que norteounossa escolha temática.

Cada subtítulo é iniciado com umasituação-problema ou uma questãosobre o fenômeno que será abordado.Segue-se um pequeno texto ou umaatividade que procura explorar oassunto, sempre provocando no leitoruma reflexão mais aprofundada dotema. Algumas questões, intituladasPara Pensar, estão espalhadas no meiodos subtítulos e procuram levar oestudante a reflexões que mostram aamplitude de abrangência do fenômenoestudado.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAOs dois primeiros subtítulos procuramtrabalhar os elementos principais da

habilidade reconhecer e/ou empregarlinguagem científica (nomes, gráficos,símbolos e representações) relativa àTerra e ao sistema solar.

O professor pode, a partir da Atividade2 e da Tabela 1, montar um esquematridimensional do sistema solar, usandosementes ou frutos para explorar ostamanhos dos astros que o compõem.O Sol não precisaria ser representadoneste esquema, mas poder-se-ia teridéia de sua dimensão quandocomparado à Terra (ele é 109 vezesmaior). Ainda poderia ser feita umapesquisa sobre outros astros do sistemasolar que não foram abordados notexto, como cometas, asteróides esatélites naturais.

É apresentado um conjunto de conceitosimportantes para o desenvolvimento dotema como planisfério, órbita, período derevolução, escala etc. Essa linguagem éfundamental para que o estudante possaentender artigos de jornais e revistas, mastambém é importante por ajudar a criaruma visão espacial e representativa daTerra e do sistema solar.

A habilidade relacionar diferentesfenômenos cíclicos como dia-noite,estações do ano, climas e eclipses aosmovimentos da Terra e da Lua étrabalhada nos subtítulos Meio-dia noBrasil = Meia-noite no Japão e Em queano nós estamos..

Optou-se por abordar o dia e o ano, osprincipais fenômenos cíclicos que fazemparte de nossa vida, nesses subtítulos.Partindo desses fenômenos, procuramoslevar o estudante a perceber sua relação

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V. Orientação para o trabalho do professor

com os movimentos de rotação etranslação da Terra.

O subtítulo As fases da Lua busca, atravésde uma discussão sobre as fases da Lua,abordar a habilidade fazer previsões sobremarés, eclipses ou fases da Lua a partir deuma dada configuração das posiçõesrelativas da Terra, Sol e Lua ou outrasinformações dadas.O texto procura trabalhar de forma apermitir que o estudante possainterpretar dados e fazer previsões sobreesse fenômeno. Tabelas de fases da Luaestão presentes em diversos jornais erevistas. Tais materiais poderiam serutilizados pelo professor para explorarmais profundamente os fenômenosestudados e/ou para observar ecomparar os diferentes tipos de formasgráficas que são usadas por essas mídiaspara representá-los.

Propomos que o estudante façaobservações do céu noturno e tracerelações entre elas e o que foi discutido notexto, ou seja, tente relacionar a fase daLua que ele observou com a posição delaao redor da Terra. Esse tipo de relação não

é fácil de ser feita e muitas vezes levatempo até que uma pessoa consiga realizá-lo. É necessário que tais observações sejamfeito periodicamente, para que sedesenvolva uma prática observacional. Oprofessor pode estimular os estudantes aque pratiquem tais observações.

Discussões sobre planetas extra-solarese vida fora da Terra são os temasdesenvolvidos no subtítulo Muito alémdo Sistema Solar, que tenta, atravésdeles, trabalhar a habilidade apontarargumentos para refutar ou aceitarconclusões apresentadas sobrecaracterísticas do planeta Terra.Finalmente, a habilidade estabelecerrelações entre informações para explicartransformações naturais ou induzidaspelas atividades humanas é discutida nosubtítulo Um Planeta Dinâmico.

Procura-se, com a análise dos efeitos deterremotos e enchentes, que o leitor possaestabelecer tais relações. Espera-se que, apartir daí, ele consiga elaborar propostasde intervenção solidária em sua realidade,que possam minimizar os efeitos nocivosde transformações naturais ou induzidaspelas atividades humanas.

BIBLIOGRAFIA

GLEISER, M. A dança do universo: dos mitos de criação ao big bang. São Paulo:Companhia das Letras, 1997. 434p.

GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA. Leituras de Física: mecânica. SãoPaulo, 1991. Leituras 27 a 34. Disponível em: http://www.if.usp.br/gref/

KUHN, T. S. A revolução copernicana: a astronomia no desenvolvimento dopensamento ocidental. Tradução de Marília Costa Fontes. Lisboa: Ed. 70, 1990. 330p.

MATSUURA, O. T. Atlas do universo. São Paulo: Scipione, 1996. 78p., il.

SAGAN, C. Contato: romance. Tradução de Donaldson M. Garchagen. São Paulo:Companhia das Letras, 1997. 416p.

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

SITES NA INTERNET

Índice brasileiro de busca de páginas de astronomia. Disponível em: <http://www.astronomos.com.br>.

Setor Astronomia CDCC – USP/SC. Disponível em: <http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/observat.htm>.

Instituto Astronômico e Geofísico - USP. Disponível em: <http://www.iag.usp.br>.

Departamento de Astronomia – UFRGS. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/ast/>.

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Disponível em: <http://www.inpe.br>.

Museu de Astronomia e Ciências Afins - RJ. Disponível em: <http://www.mast.br>.

NASA (Agência Espacial Norte-Americana), infelizmente a maioria de suas páginasestá em inglês. Disponível em: <http://www.nasa.gov>.

Olimpíada Brasileira de Astronomia. Disponível em: <http://www2.uerj.br/~oba/>.

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V. Orientação para o trabalho do professor

Recursos da naturezaMiguel Thompson Rios

Um dos principais fatores que explicamo sucesso evolutivo da nossa espécie é acapacidade que temos de manipular osrecursos naturais. A partir dodesenvolvimento de diferentestecnologias nos capacitamos a extrairda natureza substâncias químicaselaboradas ao longo de milhões de anos,minerais dos mais variados utilizadoscomo matéria-prima para a produção debens de consumo ou a utilização departes de plantas e animais naalimentação, vestuário, na construçãode moradias, entre outras funções. Mastodo esse conhecimento e aparentedomínio dos fenômenos naturais nãoforam suficientes para prever e evitar adegradação do ambiente em quevivemos e o esgotamento de recursosvitais para a nossa sobrevivência e a deoutras espécies, como a água e o solo.Diante da conscientização desses riscos,novas estratégias de obtenção derecursos vêm sendo desenvolvidas,ainda que de maneira tímida, visando aodesenvolvimento sustentável das

nações. Nessa nova relação com anatureza, a importância da formação deum cidadão consciente e crítico dessesproblemas é fundamental, visando àformação de uma sociedade mais atentaao futuro do planeta, se não poraltruísmo, pela necessidade pragmáticade preservarmos o ambiente paragarantir também o futuro da nossaespécie.

Para que essa nova maneira de enxergara natureza se estabeleça, é precisoconhecer os processos de obtençãodesses recursos, os riscos embutidosnesses processos e os benefíciosimediatos e futuros que serão obtidospor todas as pessoas.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIADiariamente, os meios de comunicaçãotrazem informações sobre os problemasambientais decorrentes da intervençãohumana. Também são noticiadasinformações sobre a descoberta de

Ciências - Ensino FundamentalCapítulo IX

RECONHECER NA NATUREZA E AVALIAR A DISPONIBILIDADE

DE RECURSOS MATERIAIS E ENERGÉTICOS E OS PROCESSOS

PARA SUA OBTENÇÃO E UTILIZAÇÃO.

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

novas fontes de recursos, como novasjazidas de petróleo ou sítios demineração. Em um mundo onde otempo é um dos recursos maisescassos, aprender a ler gráficos,tabelas, figuras e textos de maneiraobjetiva e rápida é uma habilidademuito importante para nos mantermosinformados e podermos produzir umacrítica bem embasada. Dessa forma, oprimeiro capítulo dessa apostilapropõe-se ajudar o estudante aidentificar finalidades, riscos ebenefícios dos processos de obtençãode recursos materiais e energéticos,apresentados em gráficos, figuras,tabelas e textos. Uma das formas maisestimulantes para o desenvolvimentodessa habilidade é o uso de artigos derevistas e jornais, o que tambémcontribui para o desenvolvimento daleitura de publicações informativas,fornecendo repertório para que oestudante possa elaborar opiniões demaneira mais embasada.

Evidentemente, para que possamosentender o quanto da natureza estásendo consumida em nosso dia-a-dia, émuito importante que possamosrelacionar diferentes recursos naturais –seres vivos, materiais ou energia – abens de consumo utilizados nocotidiano. Ao estimular a observaçãodos objetos usados em nosso dia-a-dia,facilmente é possível detectar as origensmateriais desses objetos. Assim, além daapostila, é muito importante que setrabalhe com textos de jornais e revistasem busca de informações sobre a

utilização da natureza pelosseres humanos.

Como exemplo de recurso vital que sevem esgotando, coloca-se a água,comprometendo a qualidade de toda avida no planeta. Assim, compreender osignificado e a importância da água,bem como de seu ciclo e sua relaçãocom condições socioambientais torna-se uma prioridade de todas as pessoas.A partir desse conhecimento, visa-seestimular a mudança de comportamentoem relação à quantidade e à formacomo a água é consumida. Aoreconhecer que a qualidade da água éfator preponderante para a manutençãoda saúde, pretende-se que o estudantereflita e mude seu comportamento maisresponsável frente a esse recurso,visando à utilização da água.

Por outro lado, ao reconhecer anatureza como fonte de matéria eenergia para os seres humanos,conhecer alguns dos processos químicosnecessários para a extração desubstâncias da natureza deve ser umadas prioridades da educaçãofundamental. Dessa forma, o aluno deveser capaz de escolher, entre os váriosprocessos de fracionamento de misturasexistentes na natureza, aqueles maisadequados para obter os produtosdesejados. Conhecendo algumas dessastécnicas, em diferentes contextos, osalunos podem levantar argumentos paradefender a utilização de umadeterminada técnica em detrimento deoutra. Nesse sentido, a extração de ouronos garimpos é utilizada como exemplo

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V. Orientação para o trabalho do professor

de inadequação das técnicas defracionamento para o ambiente e para asaúde de toda a população. Por outrolado, o processo de purificação da águaapresenta técnicas de fracionamento demisturas úteis para que o tratamento deágua seja adequado à distribuição e aoconsumo da mesma em todas as casas.

Ampliando a noção de utilização dosrecursos naturais e a busca de umarelação mais harmônica do ser humanocom o seu meio, finaliza-se o capítulocom a apresentação de possibilidades demanejo sustentável do ambiente. Comesse intuito, pretendeu-se desenvolver ocapítulo a partir da descrição decaracterísticas e disponibilidadesregionais (de subsolo, de vegetação,rios, ventos, oceanos etc), bem comoelaborar propostas de uso de materiais erecursos energéticos, tendo em vista odesenvolvimento sustentável.

Para situar estratégias simples desustentabilidade ambiental, estimulou-se a procura de informações sobre oassunto no ambiente próximo doestudante. O conhecimento da técnicade rotação de cultura, comum empequenas e grandes plantações, visa aoreconhecimento da possibilidade de

aplicar estratégias simples para obterbens da natureza, sem esgotá-los. Aidentificação das reservas extrativistas ede suas comunidades associadaspermite que o estudante entenda quenem sempre a relação ser humano-natureza é daninha. A atual deterioraçãoambiental está muito mais relacionada àforma de consumo dos bens naturais doque propriamente à simples extraçãodos recursos ambientais. É o que sepode constatar conhecendo um poucodas comunidades tradicionais, como osseringueiros e os pescadores. Alémdesses exemplos, deve ser destacada aimportância da preservação dabiodiversidade ambiental através deelos entre a natureza e nossa culturamais tradicional, como o consumo doschás caseiros utilizados desde os nossosantepassados e das frutas típicas denossa região.

Ao longo de todo o capítulo sãodiscutidos exemplos de utilizaçãoadequada e inadequada dos recursosnaturais, empregando-se os mais variadosprocedimentos para, enfim, contribuirpara uma visão crítica do estudante sobreessa relação e a formação de valores queentrem em consonância com a defesa domeio ambiente e da qualidade de vida detodos.

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Ensino FundamentalLivro do Professor - Ciências

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V. Orientação para o trabalho do professor

Neste bloco, são apresentadas sugestões de trabalhopara que o professor possa orientar-se no sentido de

favorecer aos seus alunos o desenvolvimento dascompetências e habilidades que estruturam a avaliação

do ENCCEJA – Ciências da Natureza e suasCiências da Natureza e suasCiências da Natureza e suasCiências da Natureza e suasCiências da Natureza e suasTecnologias – Ensino Médio.Tecnologias – Ensino Médio.Tecnologias – Ensino Médio.Tecnologias – Ensino Médio.Tecnologias – Ensino Médio.

Estes textos complementam o material de orientaçãode estudos dos estudantes, e ambos podem ganhar seu

real significado se incorporados à experiência doprofessor e à bibliografia didática já consagrada nesta

área.

Ciências da NaturezaEnsino Médio

Capítulos I ao IX

V. Orientação para o trabalho do professor

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

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V. Orientação para o trabalho do professor

O conteúdo do capítulo está relacionadoao desenvolvimento de habilidades ecompetências no campo das Ciências daNatureza, Matemática e suastecnologias. No sentido de darsignificado à aprendizagem que se vaipromover, o capítulo foi elaborado demodo a desenvolver, nos estudantes doensino médio, atitudes que contemplema seguinte competência: compreenderas ciências como construções humanas,relacionando o desenvolvimentocientífico ao longo da história com atransformação da sociedade.

Tomadas como referencial as habilidadescognitivas definidas para o ENEM emantidos, aqui, os princípios dainterdisciplinaridade e da aprendizagembaseada em experiências quefundamentam os Parâmetros CurricularesNacionais, a competência acima definidadá lugar às seguintes habilidades:

• • • • • Identificar transformações de idéias etermos científico-tecnológicos aolongo de diferentes épocas e entrediferentes culturas.

• • • • • Utilizar modelo explicativo dedeterminada ciência natural paracompreender determinados fenômenos.

• • • • • Associar a solução de problemas decomunicação, transporte, saúde ououtro, com o correspondentedesenvolvimento científico etecnológico.

• • • • • Confrontar diferentes interpretaçõesde senso comum e científicas sobrepráticas sociais, como formas deprodução e hábitos pessoais, comohigiene e alimentação.

• • • • • Avaliar propostas ou políticaspúblicas em que conhecimentoscientíficos ou tecnológicos estejam aserviço da melhoria das condições devida e da superação de desigualdadessociais.

O texto foi organizado em itens,conforme descrito a seguir. A escolhadesta forma de organização estábaseada nas seguintes considerações:

• O estudo do capítulo deve serrealizado em cerca de dez horas.

A Ciência como construçãohumanaDora Shellard Corrêa

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo I

COMPREENDER AS CIÊNCIAS COMO CONSTRUÇÕES HUMANAS,RELACIONANDO O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO AO LONGO

DA HISTÓRIA COM A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE.

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

• A denominação de cada um doscapítulos é, intimamente, relacionadacom os assuntos que nele serãoabordados e pretende fixar a atenção eatrair o aluno para a exposição e oestudo que deve realizar.

• A competência e as habilidades dizemrespeito ao aprimoramento da atitudecientífica, fazendo com que o alunoaprenda a reproduzir, articular erefletir sobre o conteúdo científico depráticas que compõem sua experiênciade vida pessoal e coletiva.

Os itens são os seguintes:

• O nosso dia-a-dia com a ciência etecnologia.

• Os sinais da ciência.

• Os usos da ciência.

• A circulação e a difusão da ciência.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAO item O nosso dia-a dia com a ciência e atecnologia é organizado para ofereceruma abordagem geral da competência. Elese utiliza da descrição de uma situaçãocotidiana – a chegada à residência, o atode acender luzes ou o ato de alimentação.

Depois de indicar a familiaridade dessasações e desses atos, e lembrar sua quaseperfeita identidade formal com aquelespraticados pelos antepassados maisdistantes, inicia-se a demonstração doseu caráter absolutamente distinto eexplica-se isso, mostrando o papeldesempenhado pelo conhecimentocientífico. Como exemplo, mostrar-se-áa natureza da diferença entre iluminar o

ambiente com lâmpadas elétricas e comoutras fontes de luz, (desde os lampiõesa gás até os archotes da Idade Média eas fogueiras da pré-história).

Ao mesmo tempo em que se descrevemesses e outros exemplos, e para exibir oseu efetivo significado, são introduzidose explicados conceitos científicos pormeio de uma abordagem histórica quepermitirá evidenciar a diferença que ossepara cada vez mais das simplespalavras da linguagem natural.

Neste capítulo, a idéia básica é dotar oleitor de um mínimo de habilidades queo capacitem a compreender e utilizarconceitos científicos de forma adequadae nos estritos limites do domínio deaplicação que a eles dão validade.

O item Os sinais da Ciência é dedicadoao desenvolvimento das habilidades.

Assim, um dos seus objetivos é despertara atenção para os meios que a ciênciautiliza para selecionar seus interesses epara expressar o resultado de seutrabalho. Foi dividido em dois subitens:As linguagens e códigos da ciência e Oscaminhos da ciência. Cada um deles temum contexto que remete o estudante aosos objetivos do item. As situaçõesTratando a TerraTratando a TerraTratando a TerraTratando a TerraTratando a Terra e AmbienteAmbienteAmbienteAmbienteAmbienteSaudávelSaudávelSaudávelSaudávelSaudável são apropriadas para tratar dasfórmulas, dos símbolos e dasrepresentações de fenômenos e deresultados de investigação.Determinação de Paternidade ouDeterminação de Paternidade ouDeterminação de Paternidade ouDeterminação de Paternidade ouDeterminação de Paternidade ouMaternidadeMaternidadeMaternidadeMaternidadeMaternidade e O Vôo das AvesO Vôo das AvesO Vôo das AvesO Vôo das AvesO Vôo das Aves foramutilizadas para relacionar o conhecimentocientífico à interpretação de fenômenosnaturais. Especial atenção foi dedicada à

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V. Orientação para o trabalho do professor

construção de uma explicação detalhada edidática do modo de produção deprocedimentos, métodos e técnicas queasseguram à ciência sua efetividade e aoconhecimento científico suaprogressividade e sua cumulatividade.

No item Os usos da ciência, pretendeu-sesituar a ciência como forma decompreensão da realidade e, com isto,contemplar as habilidades. Para tratar doassunto, a forma de abordagem escolhidaestá contida em quatro perguntas cujasrespostas levam à construção dashabilidades propostas. Vale ressaltar que,propositadamente, a argumentação quetrata sobre a produção de alimentos foidesdobrada para contemplar conteúdosreferentes a investimentos em ciências e aproblemas que podem ocorrer quando suaaplicação favorece interesses econômicos.

O objetivo básico do item A circulação e adifusão da ciência é mostrar – mais umavez utilizando exemplos simples edidáticos – que a ciência se constitui emuma fonte privilegiada e essencial demeios e instrumentos, cuja utilização eaplicação são indispensáveis para a vidacontemporânea e para o bem-estar daspessoas. O uso adequado desses meios edesses instrumentos, porém, tem comocondição necessária a participação efetivade toda a sociedade na formulação depolíticas que os englobem. Pretendemostrar, também, que essa participaçãosó pode ser efetiva, se todos os atoressociais envolvidos puderem intervir emigualdade de condições de educação e deconhecimento.

As habilidades desenvolvidas nestecapítulo são essenciais para o

desenvolvimento de outras habilidadese outros conteúdos mais específicos,relacionados aos temas da ciência queusualmente, são estudados em Biologia,Física e Química.

Ao professor responsável pelodesenvolvimento de tópicos queresultem no desenvolvimento dacompetência deste capítulo –reconhecer, interpretar e avaliar dadoscientíficos e tecnológicos – sugere-seque leve em consideração as seguintesobservações:

• Estudos e pesquisas, em geral, sãofocalizados para descobrir a função desistemas, vivos, físicos ou projetados.

• Princípios, conceitos e conhecimentosorientam a informação científica.

• Conhecimento histórico e atualinfluenciam o planejamento, ainterpretação e a avaliação de novosestudos. Tornar estes caminhoscompreensíveis é o desafio que se fazao professor.

• Problemas atuais são ótima fonte paramotivar discussões e elaborarquestões compreensíveis.

O gradativo envolvimento do aluno,inclusive pela realização de práticas, émuito importante para favorecer acompreensão.

Discussões de grupo com os alunos pararesponder a questões como a abaixo oucomparar respostas são essenciais para acompreensão e o desenvolvimento deatitudes baseadas em informaçãocientífica. São perguntas como: O quevocê sabe sobre...?

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências da natureza, matemática e suastecnologias. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>, acessado em: abril 2001.

BRANCO, S. M. Evolução das espécies: o pensamento científico, religioso e filosófico.São Paulo: Moderna, 2001.

CHASSOT, A. I. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 2002. (Polêmica).

LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade a fora.São Paulo: Ed. Unesp, 2000. 438 p. (Biblioteca Básica). Tradução de Ivone C. Benedetti.

MATOS, J. A. M. P. Química nova na escola, n. 6, p. 20–22, 1997.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. Exame Nacional doEnsino Médio: ENEM. Brasília, DF: MEC, 2000-2001.

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PEREIRA, L. V. Seqüenciaram o genoma humano... E agora? São Paulo: Moderna,2001.

SE/CENP/DRHU/SP. Normas para Realização de Exames Supletivos: ensino fundamentale médio. DOE, n.203, p.16-18, 2001.

TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. S. O azul do planeta. São Paulo:Moderna, 2001.

Outros exemplos:

Que explicações você pode dar a partirdos dados do gráfico ou tabela.....?

Há surpresas neles? Como você se senteem relação a estes dados? (Você confianeles?)

Há quanto tempo se conhece talsituação, fenômeno, teoria?

Por que ele (ou ela) é tão importante?

Como foi esclarecida (o)?

Há mais detalhes que ainda precisam seresclarecidos?

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O papel das tecnologiasno mundo contemporâneoEraldo Rizzo

Trabalhar com educação de jovens eadultos requer, por parte do educador,plena consciência de que asexperiências pessoais, partilhadas noconvívio sociocultural, por parte doseducandos, é de uma riqueza incrível.Diariamente, todas as pessoas sedefrontam com situações e novidadesque as desafiam, requerendo delasatitudes concretas, posturas e opiniões.Nesta demanda, habilidades específicassão requeridas, junto de competênciasmais amplas que favorecem maioresdisponibilidades de instrumentais queatendam a cada desafio específico,como desafios sociopolíticos, culturais,ambientais e educacionais e do mundodo trabalho. Cada experiência vivida erefletida favorece a construção da visãode mundo do educando, desde que elaseja ponto de partida, matéria-prima,para uma reelaboração doconhecimento que o capacite a dar umpasso além.

Este capítulo pretende contribuir nestatarefa de trazer, para o plano dareflexão sistemática, as experiências

vividas no dia-a-dia por todos nós. Mas,para sermos justos em almejar ummínimo sonho de sucesso, nesta nobre eárdua tarefa, precisamos delimitar oespectro de experiências possíveis,focalizando nosso objeto de estudo,bem como o enfoque dado no olhar aele despendido. Aqui pretendemosrefletir sobre o importante edeterminante papel das tecnologiasassociadas às Ciências Naturais, nodesenvolvimento socioeconômicocontemporâneo, instigando o leitor atodo momento com atividades que ofaçam buscar a relação do assuntotratado com sua vida.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAO ritmo acelerado das grandestransformações da história, nos últimos50 anos, pode ser sentido,particularmente, ao ouvirmos daspessoas mais velhas como era ocotidiano em sua mocidade: meios detransporte, formas de comunicação,

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo II

COMPREENDER O PAPEL DAS CIÊNCIAS NATURAIS E DAS

TECNOLOGIAS A ELAS ASSOCIADAS, NOS PROCESSOS DE

PRODUÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

CONTEMPORÂNEO.

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

como se dava a educação, o que faziampara se divertir etc. Comparando com osdias de hoje, o contraste fica evidente, eo que mais o evidencia é, seguramente,o desenvolvimento tecnológico peloqual passamos e que afetou a forma devida de nossa sociedade pós-industrial.

É nesse clima de nostalgia que ocapítulo se inicia, usando como “fundomusical” a música Anos Dourados, deTom Jobim e Chico Buarque. Asatividades da introdução forampensadas com o intuito de inserir oleitor no contexto reflexivo daRevolução Tecnológica Contemporânea.Nostalgia e pós-modernidade dão o tomda dualidade ‘benefícios X desafios’,decorrente deste desenvolvimentovertiginoso. Algumas situações queapresentam essas duas faces sãoapresentadas aqui e serão maisfortemente resgatadas na quinta partedeste capítulo, quando situaçõesconcretas e desafiadoras do campo e dacidade são apresentadas.

A terceira atividade da introdução,Navegando num oceano de ondaseletromagnéticas, dá o gancho parainiciar o desenvolvimento da primeiraparte do capítulo, que tem comoassunto o espectro eletromagnético,numa abordagem que visa favoreceruma reflexão sobre a origem dossignificados das palavras empregadasno uso de diversos aparelhostecnológicos, com base em ondaseletromagnéticas. O título Navegandonum oceano de ondas eletromagnéticasjá pretende apresentar o roteiro daviagem pretendida: partindo das ondas

de rádio e televisão, passando peloforno de microondas, lâmpadas deinfravermelho para fisioterapias, oespectro da luz visível, os cuidados a setomar com os raios ultravioletasprovenientes do Sol e dos bronzeadoresartificiais, as radiografias de raios X atéchegar a radioterapias que usam aradiação gama, junto de seus riscos ebenefícios. Procurou-se proporcionarum passeio por todo o espectroeletromagnético, adotando o sentido docrescimento da freqüência das ondas,grandeza trabalhada junto dos conceitosde detecção e blindagem das radiações.

O professor pode se valer de outrosexemplos não explorados em cadafaixa de radiação que tenham sidoobjeto de experiências ou curiosidadesdos alunos. Conceitos comocomprimento de onda e velocidade depropagação das ondas em diversosmeios não foram abordados por nãoserem passíveis de experiências diretaspor parte dos educandos, nãoapresentando ganhos significativosquanto à normatização semântica combase científica, desejada neste pontodo texto.

A segunda parte do capítulo, Som e luzsegundo Antônio Inácio, aborda asteorias científicas do som e da luz,apresentando as diversas aplicaçõestecnológicas decorrentes dessesconhecimentos. Isso é feito de formapeculiar neste texto, valendo-se de umpersonagem fictício que, com umaatitude pró-ativa frente a uma situaçãoaparentemente pouco interessante,

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percebe a importância de umconhecimento mais aprofundado destesdois fenômenos físicos fundamentaispara a comunicação humana. Som e luzsegundo Antonio Inácio dá um tom maisromanesco para esta parte do capítulo,quebrando a cadência informativa daparte anterior. Partindo da questão dapoluição sonora, conceitos comodecibéis, ruídos toleráveis para oorganismo, ultra-sonografia, bem comoas diversas tecnologias para searmazenarem sons, são abordados numfluxo contínuo. Nesse fluxo, a luz étratada do ponto de vista da ópticageométrica da formação de imagens.A máquina fotográfica e o olho sãocomparados e os cuidados com os olhosganham destaque no final desta parte.

A terceira parte, Fluidos sagrados e suasaplicações tecnológicas, vale-se de umasituação problema mais que imaginativa.Ela é vivenciada por diversas pessoasindependente de sua condição social: odrama das enchentes nas grandes cidades.O tema Fluidos sagrados e suas aplicaçõestecnológicas tenta trazer ao planoreflexivo a dualidade “banalização Xsagrado”, sendo este sagrado associado aovital. Água e ar, como os representantesvitais dos fluidos, são os focos principaisdessa abordagem que mescla saneamentoa soluções tecnológicas com basescientíficas para questões ambientais queenvolvem os dois fluidos. Reportagens dejornal formam a base da discussão daabordagem da água, tendo conceitoscomo vazão e densidade, com abordagensespeciais para favorecimento do

entendimento das reportagens e de outrassituações que nos desafiam nas cidades.Abordando o ar de forma menosambiental e mais biológica, a propriedadefísica da pressão auxilia o entendimentode outras propriedades dos fluidos.

A questão energética, tão presentecomo desafio tecnológico de nossostempos, é o objeto de estudo da quartaparte, Matéria da vida transformada emenergia: A biomassa, tendo o foco naprodução de energia elétrica, mas comuma fonte alternativa: a biomassa. Atransformação de vida, matéria eenergia é, sinteticamente, abordada naseção a Matéria da vida transformadaem energia: A biomassa. Essa discussãobusca esclarecer o conceito debiomassa, problematizando seus usossob o aspecto socioambiental e sob aexigência de maior diversificação dasfontes, visando à maior produção deenergia elétrica para favorecer odesenvolvimento socioeconômico dopaís. Gráficos, tabelas e dadosinformativos abastecem o leitor desubsídios para imergir nestaproblemática que não tem nada desimplificado. Essa parte do texto éeminentemente tecnológica, visto queos processos de obtenção de energia emlarga escala demandam equipamentos eestruturas desenvolvidas capazes degarantir eficácia. Nenhuma opinião éaqui fechada, evidenciando o aspectodo processo de construção que forma asbases de um posicionamento menosemocional e baseado no senso comum,e mais criterioso, científico e sistêmico.

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HELP! Sistema de Consulta Interativa. São Paulo: Klick, 1995. V. Ciência e Tecnologia.

O capítulo finaliza com a seçãoprovocativa de título Por um mundomais harmonioso, que propõe apredisposição de mergulhar mais fundonas questões que tenham as dinâmicasdas populações, estabilidade ambientale qualidade de vida como resultados deações sociopolíticas. Diante desituações que ocorrem no mundo real,o leitor é provocado a analisarpropostas de intervenção que levemem consideração ações de cunhosolidário, sem visar aoassistencialismo, mas baseadas emelementos de análise de cada caso.Uma visão unilateral e pontual nãopossibilita a proposição de açõesverdadeiramente eficazes para questõessociais. Qualquer ação que visa proporintervenções solidárias na realidade,deve levar em conta que estamosimersos num mundo interligado,interconectado e interrelacionado.Estamos como numa rede interligada,onde a ação de um interfere na vida deoutros próximos e mesmo não tãopróximos. Na era da informaçãoglobalizada, isso se torna mais verdadeque nunca, principalmente pensando

na extinção das fronteiras dosmercados consumidores.Algumas situações problemas, comalguns parâmetros relevantes, sãoapresentadas para instigar anecessidade de busca de maisinformações sobre cada questão,mostrando a necessidade de a pessoamanter-se informada e devidamenteformada.

Todas as partes receberam um“tratamento musical” julgado apropriado,que visa aclimatar as abordagens numcontexto mais cultural, dando aosconhecimentos científicos, além dopragmatismo e de sua aplicabilidadecotidiana, uma dimensão de expressãoartística capaz de transcender para o beloe o agradável. Dessa forma, ainterdisciplinaridade é tangenciada com aproposta de uma construção de visão demundo mais orgânica, interrelacionada econexa, diferente do pragmatismotradicional que privilegiava oconhecimento segmentado e desconexo,contribuindo, assim, com uma formaçãocidadã mais apropriada às exigências deum mundo contemporâneo em constantetransformação.

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V. Orientação para o trabalho do professor

KUPSTAS, M. (Org.). Ciência e tecnologia: em debate. São Paulo: Moderna, 1998.

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SOARES, P. T. O mundo das cores. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1991. 56 p.

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V. Orientação para o trabalho do professor

A ciência e a tecnologia são partes davida cotidiana de uma pessoa. Elasestão no alimento que consumimos, nocopo em que servimos a bebida, noremédio que utilizamos na doença, natelevisão que nos informa sobre oúltimo acontecimento, no ônibus quenos transporta ao trabalho, na lâmpadaque ilumina à noite, no caderno em queanotamos o recado, no telefone quediminui a distância entre amigos, enfim,estão em todas as coisas que fazemparte de nosso dia-a-dia e que ampliamnossas ações.

Assim, os conhecimentos científicos etecnológicos que estão na base dessesprodutos são as ferramentas que nosajudam a solucionar problemas queaparecem em nosso cotidiano, comoentender o funcionamento de aparelhosdomésticos para utilizá-los de formamais eficiente, usar critérios tecno-científicos para a aquisição de produtose também compreender os elementoséticos e sociais envolvidos em todo oprocesso de fabricação desses produtos.

Conhecer a totalidade de conhecimentoscientíficos desenvolvidos até hoje é umatarefa impossível, entretanto, devemoster o conhecimento científico básico paraque possamos participar da sociedade deforma mais consciente e atuante.

Neste capítulo, entre os conhecimentosdas ciências da natureza necessáriospara a formação científica básica,privilegiamos os conteúdosrelacionados à eletricidade, que está nabase dos aparelhos eletrodomésticos.Para uma melhor compreensão daabrangência da competência desejada,porém, outros conteúdos, comoprodutos químicos, remédios e códigosde barra, comparecem como exemplos.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAA introdução do capítulo A tecnologia emnosso dia-a-dia trata da contextualizaçãodo tema, ressaltando a importância dacompreensão da tecnologia envolvida emnossa vida e o seu papel na mudança davisão de mundo.

A tecnologiaem nosso dia-a-diaYassuko Hosoume

IDENTIFICAR A PRESENÇA E APLICAR AS TECNOLOGIAS

ASSOCIADAS ÀS CIÊNCIAS NATURAIS EM DIFERENTES

CONTEXTOS RELEVANTES PARA SUA VIDA PESSOAL.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo III

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O item As formas de comunicaçãoe os significados científicos discute aquestão da linguagem no cotidiano,destacando a dinâmica da incorporaçãode palavras ou expressões provenientesdo uso de novos objetos tecnológicos ea compreensão científica dos signos decomunicação. A compreensão dossímbolos de placas, código de cor,códigos de barra e informações emeletrodomésticos são exemplos dahabilidade. Um outro exemplo dessahabilidade é a compreensão científicadas palavras ou expressões utilizadas nocotidiano com significados diferentesdaqueles da ciência, como “peso de70kg”, “chocolate dá força” ou “o calorestá demais”.

O item Redescobrindo o circuitoelétrico residencial é umaprofundamento conceitual específicoque se inicia com a problemática damedida de consumo mensal de energia echega às leis básicas da eletrodinâmicae ao entendimento do sistema elétricode uma residência. Esseencaminhamento é um exemplo dahabilidade. Existem várias outrassituações-problema que podem sertratadas com o objetivo de atingir essahabilidade. Um exemplo é a discussãosobre o perigo das “gambiarras” (váriasligações residenciais clandestinas de umúnico ponto de um poste); um outro é odimensionamento do circuitoresidencial para solucionar o problemade queda do disjuntor.

O item A importância das informaçõestécnicas e científicas destaca a

utilização adequada de aparelhos ousistemas tecnológicos de uso comumexige cuidados que são fundamentadosem conhecimentos científicos. Váriosdesses cuidados são apontados emManuais de instalação, instruções que agrande maioria dos consumidoresdesconhece. Em A importância dasinformações técnicas e científicas,analisamos as informações contidas nomanual de um eletrodoméstico de altapotência, procurando compreenderalgumas de suas recomendações,utilizando os conhecimentos científicosadquiridos no item anterior. A consultade um Manual para o uso mais corretode um eletrodoméstico é exemplo dahabilidade.

O item As duas faces da tecnologiadestaca, indiscutivelmente, que asnovas tecnologias trazem melhorias naqualidade de vida, mas muitas delasvêm acompanhadas de conseqüênciasque precisam ser explicitadas para queseus valores não sejam compreendidosparcialmente. Esse aspecto datecnologia é discutido no item As duasfaces da tecnologia, no qual se discute oimpacto da nova tecnologia decomunicação no trabalho, como umexemplo da habilidade.

O item Algumas pistas naaquisição de produtos apresenta umasituação-problema bastante comum emnosso cotidiano é a aquisição deprodutos como alimentos, vestuários,material de cozinha, eletrodomésticos,remédios, móveis etc. O que devemosanalisar na hora da compra, além da

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V. Orientação para o trabalho do professor

forma de pagamento? Depende doproduto que se está comprando. Noitem Algumas pistas na aquisição deprodutos, são abordados algunsparâmetros técnicos e éticos envolvidosna compra de remédios eeletrodomésticos, como exemplos dahabilidade. Um outro exemplo dessahabilidade seria a análise dosparâmetros de qualidade de produtos dealimentação: a quantidade do produto,os ingredientes, a composiçãonutricional, o período de validade etc.

O desenvolvimento do conteúdo básicode eletrodinâmica, que está no itemRedescobrindo o circuito elétricoresidencial, parte da análise da correnteque se estabelece num circuito,mostrando que ela depende, apenas, dapotência do aparelho e da tensão defuncionamento, que são característicasde fabricação do aparelho. Assim comoelas, a resistência do aparelho tambémjá está definida.

Nessa discussão, não se está levando emconta a dissipação de energia nos fiosdo aparelho e nem nos de ligação. Essaperda de energia, nos fios da instalaçãoelétrica, é analisada no item seguinte,durante a discussão sobre o perigo dacorrente elétrica elevada.

Essa forma de desenvolver o conteúdonão deixará dúvidas sobre a solução dequestões que relacionam dissipação deenergia e resistência do aparelho. Umexemplo muito comum de raciocínio,que as formas tradicionais deencaminhamento não conseguem fazercompreender, é o de que devemosdiminuir a resistência de um chuveiropara aumentar a temperatura da água.Geralmente, as pessoas aprendemerroneamente que, para aumentar adissipação de energia, devemosaumentar a resistência.

O capítulo foi desenvolvido de forma aestabelecer um diálogo constante com oleitor. Procurou-se, sempre quepossível, colocar perguntas para que oleitor se situe na problemática que estásendo tratada e as respostas àsperguntas são parte dodesenvolvimento do conteúdo. Paramuitas perguntas, não existem respostasno capítulo, mas sãobastante simples.

Embora as respostas às questõespropostas nas atividades estejamapresentadas no final do capítulo, assoluções devem ser elaboradas peloleitor, pois é na tentativa de respondera elas que a aprendizagem ganhamais consistência.

BIBLIOGRAFIA

LUNGARZO, C. O que é ciência. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Primeiros Passos).

MEDEIROS, J. A.; MEDEIROS, L. O que é tecnologia. São Paulo: Brasiliense, 1989.(Primeiros Passos).

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

ALVES, R. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:Brasiliense, 1981.

KUPSTAS, M. (Org.). Ciência e tecnologia: em debate. São Paulo: Moderna, 1998.

HOROWICZ, R. J. Luz, Cores... ação: a ótica e suas aplicações tecnológicas. São Paulo:Moderna, 1999.

GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA - Física 2: Ótica: 2.Eletromagnetismo. São Paulo: Edusp, 1991. v. 3.

INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - IDEC. Revista Consumidor.

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V. Orientação para o trabalho do professor

O capítulo faz uma discussão, semesgotá-la, sobre desenvolvimentosocial, sua dependência de recursosnaturais e suas implicações ambientais.A discussão acontece através da óticada ciência.

Situações-problema relacionadas aolixo, à água e à biotecnologia sãocriadas para permitir ao leitordesenvolver as competências ehabilidades da matriz.

Para tanto, são trabalhadas questõescomo obtenção de papel e metais, suautilização e os impactos ambientaisdecorrentes desses processos, bemcomo a necessidade, a importância e osprocessos de reciclagem.

O assunto “água” é abordado enfocandoa relação consumo/obtenção/poluição.

A biotecnologia é tratada como sendouma tentativa da ciência (isto é, do serhumano) de responder às mudanças enecessidades crescentes e aceleradas dasociedade, em obter recursos naturais.Explicitam-se, assim, as relações dabiotecnologia com os interesses

pessoais e institucionais.

Neste capítulo, são abordados ediscutidos os seguintes assuntos:

• Produção e reciclagem de alumínio ede papel.

• Poluição da água e DBO.

• Volatilidade e pressão máxima devapor.

• Relação entre característicasmacroscópicas e macroscópicas damatéria.

• Manipulação genética e Alimentos e Alimentos e Alimentos e Alimentos e Alimentostransgênicos.transgênicos.transgênicos.transgênicos.transgênicos.

Esses conhecimentos foram escolhidospor causa de sua relevância para oestudo do tema Meio ambiente eSociedade; não obstante, outrosconhecimentos podem ser trabalhados apartir do tema.

Sugere-se que o professor faça umaleitura integral do capítulo antes deutilizá-lo. Isso facilitará o planejamentode estratégias e a reunião de tudo o quefor necessário para o melhoraproveitamento do capítulo.

Assim caminha ahumanidadeJorge Lampe Junior

ASSOCIAR ALTERAÇÕES AMBIENTAIS A PROCESSOS

PRODUTIVOS E SOCIAIS, E INSTRUMENTOS OU AÇÕES

CIENTÍFICO-TECNOLÓGICOS À DEGRADAÇÃO EPRESERVAÇÃO DO AMBIENTE.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo IV

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DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAA atividade Reflita e responda visa aavaliar os conhecimentos prévios doaluno a respeito dos assuntos tratadosno capítulo e servir, também, dereferência para avaliar odesenvolvimento do aluno, quando essaatividade for comparada com aatividade de auto-avaliação, no final docapítulo.

O objetivo da atividade Materiaisdiferentes, propriedades diferentes éfazer o aluno relacionar as propriedadesdo alumínio às vantagens que eleoferece em aplicações industriais e, comisso, fazer com que o aluno comece aperceber os motivos da crescenteutilização e extração desse metalna atualidade.

Duas propriedades do alumínio que oaluno pode citar são: a leveza eresistência à corrosão. As justificativaspara essa escolha são as vantagens queelas oferecem para a indústria, taiscomo, a economia no custo detransporte e a durabilidade, pois osprodutos feitos com ele demoram maispara estragar, “enferrujar”.

A atividade Flandres X Alumínio visa areforçar o desenvolvimento dahabilidade (já mobilizada) de relacionaras propriedades do alumínio àsvantagens que ele oferece emaplicações industriais.

Os três fatores podem ser, por exemplo: aleveza, a maleabilidade e a resistência àcorrosão. As justificativas são as vantagenscorrespondentes, indicadas na tabela.

A atividade Jazidas brasileiras debauxita mobiliza a habilidade deidentificar dados dispostos em mapas econtribui para o desenvolvimento dacapacidade de entender,qualitativamente, dados quantitativosrelacionados a questões ambientais.

São quatro os estados brasileiros quepossuem reservas de bauxita – Pará,Amazonas, Roraima e Minas Gerais. OPará é o estado que possui o maiornúmero de jazidas de bauxita, cinco aotodo, e os demais estados possuemapenas uma jazida cada.Conseqüentemente, o estado que sofreo maior impacto ambiental por conta daextração de bauxita é o Pará.

A atividade Maior rendimento, menordestruição do ambiente visa a levar oaluno a perceber que a Ciência e aTecnologia podem ajudar a minimizaros efeitos negativos do crescimento edesenvolvimento das sociedades sobreo meio ambiente e teve por resposta, 20milhões de toneladas de bauxita.

A atividade Ductibilidade em ação temdupla função, servir para fixar oconceito de ductibilidade e paradesenvolver no aluno a habilidade deidentificar a etapa do processo deprodução de latas de alumínio em que aductibilidade se faz necessária. Oobjetivo aqui é levar o aluno a entenderque as propriedades de um determinadomaterial estão intimamente ligadas àsaplicações na indústria.

A etapa do processo de produção delatas de alumínio onde se verifica aimportância da ductibilidade é a etapa

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V. Orientação para o trabalho do professor

de número 2. A ductibilidade é apropriedade de se permitir esticar semse quebrar. Sendo o alumínio maisdúctil do que o flandres, ele nãonecessita de tanta pressão para seresticado e conseqüentemente, a prensarequer menos energia. Portanto, aalternativa mais acertada é a (b).

O objetivo da atividade Quem reciclamais? é desenvolver a capacidade deleitura de gráficos. Para isso, o aluno élevado a analisar e a identificar, nográfico, os países que mais reciclaramlatas de alumínio nos anos de 1991 e de1999, além de ter que identificar o país(ou continente) que teve o maioraumento na sua taxa de reciclagem, noperíodo de 1991 a 1999.

Em ordem crescente de capacidade dereciclagem no ano de 1991, os países(continente) devem ser organizados daseguinte maneira: Europa < Brasil <Japão < EUA.

No ano de 1999, a ordem deve ser:Europa < EUA < Japão e Brasil.

O país que teve o maior aumento emsua capacidade de reciclagem noperíodo de 1991 a 1999 foi o Brasil,visto que o Brasil em 1991 estavareciclando cerca de 38% das latas dealumínio e, em 1999, passou para 78%.

Na atividade Envolvidos na reciclagem,o mais importante é fazer o alunoperceber que o processo de reciclagemde latas de alumínio é um sistemacomplexo que envolve a participação devários outros segmentos da sociedade enão só a indústria, existindo entre eles

uma interdependência. Para isso, oaluno é levado a analisar e a identificar,no esquema de reciclagem de latas dealumínio, a etapa que envolve essesoutros segmentos sociais, e a refletirsobre as possíveis conseqüências da nãoparticipação desses segmentos.

A participação dos outros segmentos dasociedade no processo de reciclagemocorre na etapa de número 2.

O objetivo principal da atividade Osbenefícios da reciclagem é estimular odesenvolvimento do pensamentocrítico. Não obstante, o aluno deveexpor sua opinião a respeito do assuntotratado na atividade por escrito –através da elaboração de um pequenotexto. Com isso, a atividade contribui,também, para exercitar e/oudesenvolver a sua capacidade desintetizar e expor idéias, de maneiraclara e concisa.

Sugerimos que se dedique uma atençãoespecial a essa atividade,acompanhando de perto os alunos,durante a sua realização.

Use essa atividade como um dosinstrumentos de avaliação. Peça que osalunos (individualmente ou em grupo)a façam em uma folha avulsa e aentreguem no final da aula.

Contudo, o aluno deve perceber queexistem interesses pessoais e institucionaisenvolvidos na reciclagem e que, portanto,não são só a sociedade e o meio ambienteque se beneficiam da reciclagem.

A atividade Dê sua opinião tem oobjetivo de levar o aluno a perceber que

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existem alternativas para minimizar osefeitos prejudiciais do crescimento edesenvolvimento social.

Duas alternativas que podem ser citadascomo sendo importantes para minimizaros possíveis problemas são:desenvolvimento e uso de novosprodutos para substituir oscombustíveis fósseis. Outra alternativa éo uso racional desses combustíveis.

Uma das maiores dificuldades do alunobrasileiro, do ensino médio, é a leitura,não só de texto, mas de imagens,tabelas, mapas, gráficos. Daí aimportância da atividade Indicador dedesenvolvimento para contribuir com odesenvolvimento da capacidade de ler einterpretar as informações dispostas emgráficos. Por isso, é recomendável quese dedique uma atenção especial a ela,ajudando os alunos a analisarem e aidentificarem as informações contidasno gráfico.

Professor, se houver tempo, você podeenriquecer a atividade promovendo, apartir do gráfico, um debate sobre arelação entre o desenvolvimento deuma nação e o aumento de consumo e,conseqüentemente, o aumento daexploração dos recursos naturais.

Colocando os países em ordemcrescente de desenvolvimento,(econômico) obtém-se: China < Brasil <Inglaterra < Alemanha < Japão < EUA.Desses países o que tem maior consumoper capita é os EUA e o que tem menorconsumo é a China.

A atividade Consumindo oxigênio (O2)tem o objetivo de levar o aluno a

perceber o impacto ambiental damatéria orgânica (resto de alimentos,esgotos, efluentes de granjas, entreoutros) sobre as águas e quebrar oparadigma de que a poluição, de umamaneira geral, é sempre causada por“produtos químicos”.

O volume de água do rio necessário paraestabilizar os 10m3

de esgoto é de 800m3

(800.000 litros). O efeito, em curto prazo,do despejo de esgoto (com alta DBO) nosrios é, normalmente, a proliferação demicroorganismos aeróbios, o queconsome uma grande quantidade deoxigênio da água e, conseqüentemente,causa a morte de peixes e outros seresaquáticos, por asfixia.

A realização de experimentos facilita oentendimento de conceitos que se querdesenvolver. Por isso, é aconselhávelrealizar o experimento proposto naatividade Verificando na prática.Contudo, se não for possível o próprioaluno fazer (em casa ou na escola), sugiroque o professor faça em sala. O objetivoprincipal, aqui, é contribuir para oentendimento de um dos efeitos dosresíduos sólidos (poluentes) e solúveissobre as águas – abaixamento da pressãomáxima de vapor.

O nível do líquido no sistema contendoapenas água abaixa mais do que o níveldo sistema contendo água com açúcar.Esse fenômeno ocorre por conta de suapressão máxima de vapor ser maior doque a do solvente na solução. Ou seja, osolvente puro evapora-se com maiorfacilidade quando puro, do que quandoestá em solução.

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V. Orientação para o trabalho do professor

O objetivo da atividade Fazendo contas élevar o aluno a fazer uma regra de trêspara determinar a potabilidade de umadeterminada amostra de água e, comisso, contribuir para o desenvolvimentoda idéia de proporcionalidade.

Professor, você pode enriquecer essaatividade propondo outras situações(parecidas) para que o aluno perceba que,apesar do aumento ou diminuição nasquantidades das substâncias envolvidas,elas mantêm a proporção entre si.

A água que contêm 0,010mg demercúrio dissolvidos em 5l dessa águanão pode ser considerada potável,segundo os padrões de potabilidade,porque a concentração de mercúrionessa água é de 0,002mg por litro.

Com a atividade Fazendo previsões, oaluno deve perceber que o aumentopopulacional e o desenvolvimentofazem com que as sociedades passem anecessitar de mais recursos naturais(alimentos, água potável e bens deconsumo) e, conseqüentemente, podemprovocar alterações prejudiciais ao meioambiente, gerando implicações sociais eeconômicas a médio e longo prazo.

Com a atividade Problemas ambientaispodem aumentar ou diminuir conformeos interesses, o aluno deve perceber,com clareza, que os problemasambientais – poluição das águas, dosolo e do ar, devastação de áreas demata nativa etc – não são, apenas,conseqüências inevitáveis docrescimento e desenvolvimento social,mas também resultado dos interessescontraditórios envolvidos.

O objetivo da atividade Riscos damanipulação genética é desenvolver opensamento crítico por meio da análisede um trecho de um artigo de jornalsobre o consumo de alimentostransgênicos.

Professor, se houver tempo e interessedos alunos, você pode enriquecer essaatividade promovendo um debate sobreo assunto pedindo para os alunosexporem suas escolhas.

A atividade E você, o que acha?, alémde contribuir para o desenvolvimentodo pensamento crítico, também visaao desenvolvimento da capacidade desintetizar e expor com clareza asidéias por escrita.

Uma das maiores dificuldades do alunobrasileiro, do ensino médio, é aprodução de texto. Daí a importânciadessa atividade, para contribuir com odesenvolvimento dessa capacidade.

Essa atividade pode ser usada comoinstrumento de avaliação. Para isso,peça que os alunos, individualmente ouem grupo, a entreguem no final da aula.

A atividade Quanto você aprendeu? é deauto-avaliação e tem o objetivo depermitir aos alunos verificarem o seudesenvolvimento. Estimule-os a fazer.Assim eles poderão se sentir co-responsáveis pela sua aprendizagem.

1. A reciclagem não elimina anecessidade de extrair recursosnaturais em função do aumentopermanente de demandadesses recursos.

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2. Os alimentos transgênicos jácausaram problemas, no Japão, em1998, contudo, não se sabe ao certose eles ainda oferecem algum risco aquem os consome.

3. As causas da fome mundial vão alémda produção insuficiente dealimentos. Muitas são suas causas euma das principais é a má distribuiçãode renda.

4. A poluição de rios, lagos, açudes eigarapés afeta o ciclo da água,porque diminui a pressão máxima devapor da água, dificultando suaevaporação.

5. Resposta pessoal.

6. A poluição das águas interfere naqualidade dos alimentos, porque osanimais bebem água poluída e osvegetais são irrigados com essa água,causando a sua contaminação.

O professor deve evitar a avaliaçãobaseada apenas na reprodução doconhecimento, para determinar umconceito final, em detrimento de uma

efetiva verificação do desenvolvimentoou não de uma aprendizagemsatisfatória.

Recomendamos, então, que asavaliações sejam feitas:

• observando-se os alunos, durante aaplicação das atividades; e/ou

• utilizando questões do ExameNacional de Certificação deCompetências da Educação de Jovense Adultos (ENCCEJA); e/ou

• com uma ficha de avaliação (vejamodelo sugerido abaixo), que pode sercomparada com uma fichasemelhante, só que preenchida peloaluno. Dessa forma, ele se sentirá maisresponsável pelo seu desempenho eaprendizado. É importante comparar aavaliação do professor com essa feitapelo aluno e discutir os resultados;

• recolhendo, a cada atividade, otrabalho de um ou dois gruposdiferentes.

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V. Orientação para o trabalho do professor

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As condiçõesde saúde no BrasilBeatriz Castellani

O que se pretende, no capítulo,é que o leitor compreenda o organismohumano e a saúde de forma maisabrangente, relacionandoconhecimento, cultura, ambiente eoutras características individuais.

De acordo com essa concepção, a saúdenão é apenas ausência de doença, masestá relacionada aos condicionantesbiológicos, do ambiente e do meiosocioeconômico e cultural. Portanto,aspectos individuais e coletivos precisamser considerados. Da mesma forma, oorganismo humano também é analisadode forma integrada, desde suaorganização celular até a maneira comoatua no ambiente e é, ao mesmo tempo,influenciado por ele. Procuramos partir deexemplos concretos e utilizar situações-problema para que o leitor participeefetivamente do aprendizado e procure atodo momento, posicionar-se criticamentesobre os temas tratados. Essa proposta deaprendizagem e a visão de saúde,discutida anteriormente, perpassa os cincoitens que agora passamos a discutir maisdetalhadamente.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAComo no item Brasil: um país decontrastes, a habilidade a sertrabalhada é o domínio das váriaslinguagens, inclusive a matemática,usamos textos, gráficos com cálculos etabelas para interpretar e analisar dadosrelativos a indicadores de saúde e dedesenvolvimento humano,principalmente relacionados ao Brasil,embora os registros sejam inadequados.Precisamos fazer opções em função doespaço e escolhemos dois indicadoresde saúde que são a mortalidade infantile a esperança de vida ao nascer, paradiscutir mais detalhadamente. Afinalidade dessa discussão é quepercebam como esses índices expressamuma série de condições que variam nasdiferentes regiões do país.

Procuramos também analisar a posiçãodo Brasil no mundo, de acordo com oÍndice de Desenvolvimento Humano dasNações Unidas. É importante quepercebam que esse índice é a soma de

COMPREENDER ORGANISMO HUMANO E SAÚDE,RELACIONANDO CONHECIMENTO CIENTÍFICO,CULTURA, AMBIENTE E HÁBITOS OU OUTRAS

CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo V

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três indicadores: O PIB per capita, onível de escolaridade e a esperança devida ao nascer. Um país pode ter um PIBalto como o Brasil, mas se seus outrosíndices não são bons, sua classificaçãopode cair. No caso citado da Venezuela,ela tem um PIB 5 vezes menor que o doBrasil , mas sua população é mais de 5vezes menor que a nossa, o que faz adiferença, porque o índice adotado é oPIB per capita. Seus índices deescolaridade e esperança de vidatambém são um pouco melhores que osnossos. O texto escolhido para severificar a compreensão refere-se àvisão dos economistas e estudiosos eafirma que não basta transferir recursose terra aos mais carentes, mas é precisoaumentar as políticas sociais quemelhorem outras condições, como as desaúde, habitação e saneamento básico.

A habilidade a ser trabalhada no item

O mecanismo de herança dascaracterísticas é o reconhecimento dosmecanismos de transmissão da vida,utilizando conceitos de várias áreas.Optamos por discutir a clonagem, que,além de ser um tema atual, propiciaoportunidade para a compreensão decomo as características sãotransmitidas. É importante que osleitores percebam que os clones existemnormalmente, na natureza.Conhecimentos científicos sobreGenética conduziram a tecnologiasutilizadas para a produção de clones apartir de células de animais adultos. Nãopretendemos discutir, em detalhes, osmecanismos de transmissão das

características, apenas localizá-lo nacélula, mostrando que os genes juntocom o meio ambiente determinam oaparecimento de características noindivíduo. Um exemplo é a clonagem daDolly, que herda suas características dacélula mamária com núcleo, quetransmite a programação genética, nocaso fornecida pela ovelha 1.

Na parte final, abre-se espaço para umadiscussão ética sobre a utilização dosdois tipos de clonagem, mostrando quehá vários fatores envolvidos (culturais,científicos, religiosos e até econômicos)porque ela pode trazer lucros, em suaaplicação, para casais que não podemter filhos por métodos naturais, para acura de doenças e até para milionáriosexcêntricos que querem clonar seusbichos de estimação.

Escolhemos o tema, Gravidez naadolescência: um problema de saúdepública, para mostrar que processosvitais do organismo humano como asexualidade sofrem a influência defatores biológicos, psicossociais,econômicos e culturais, entre outros.Inicialmente, mostramos um panoramade quanto esse tipo de gravidez, nafaixa de 14 a 19 anos, representa nototal do Brasil. As mesmas diferençasregionais aparecem nesses casos,mostrando que em regiões maiscarentes essas taxas são maiores,provavelmente pela dificuldade doacesso a informações e falta deatendimento médico. Há muitas causasque podem estar levando a um índicemaior de jovens grávidas. Usamos o

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V. Orientação para o trabalho do professor

caso de Daiane, uma jovem da periferiaurbana, para exemplificar, mas não sepode afirmar que ela represente todo ouniverso de mães adolescentes. O casofoi usado para que, no final, o leitorconsiga perceber a influência dos váriosaspectos em uma questão de saúdepública: sociais, econômicos, culturais,psicológicos, de atenção à saúde. Éimportante que ele compreenda que,para propor ações em saúde pública, épreciso levar em consideração os váriosaspectos envolvidos. A sexualidade, porpreconceitos e tabus, deixa muitasvezes de ser discutida nas famílias e naescola, e é exacerbada na mídia,trazendo mais dúvidas para oadolescente, que, além de tudo, portemor deixa de procurar os órgãos deatendimento à saúde . Esse tema ébastante polêmico e há opiniõesdiferenciadas sobre ele. É importantepermitir que se faça um debate sobre otema, mediado pelo professor, mas semque ele coloque sua opinião pessoal.

No item A saúde do trabalhador, aquestão da contaminação por chumbo foiescolhida como tema para exemplificar ainfluência do ambiente na determinaçãoda saúde, em especial no ambiente detrabalho. A partir de informações sobrecondições de trabalho e normas desegurança, o leitor, colocado em umasituação concreta, poderá posicionar-secriticamente.

Com relação à ação do chumbo, éimportante que perceba que acontaminação se dá de formadiferenciada de acordo com a idade,

estado de saúde, nutrição da pessoa, porexemplo. A falta de ferro e cálcio nanutrição pode prejudicar, porque apessoa contaminada já está com baixoteor de hemoglobina e seus ossos retêmchumbo em lugar de cálcio. Por essemesmo motivo e também pela falta devitamina D, crianças contaminadasnesse período de crescimento têm seusossos e dentes prejudicados. Uma outraquestão que pode ser discutida é a dapassagem do chumbo pela cadeiaalimentar, acumulando-se mais nosúltimos elos dessa cadeia, porque ochumbo fica retido no organismo e étransmitido de um elo para o outro dacadeia alimentar.

No item Reduzir, Reutilizar, Reciclar:uma possível solução, o lixo, um graveproblema ambiental foi escolhido comotema para se formular uma proposta deintervenção, no sentido de se chegar auma melhor qualidade de vida. Para sechegar a formular uma proposta deintervenção, é preciso conhecer o tema.Algumas sugestões são lançadas para sepensar na redução e deposição do lixo deforma a afetar o menos possível oambiente. Trabalhamos mais com o lixodomiciliar e o caminho que ele percorre.No final, são adicionados quadrinhos comalgumas propostas sobre o lixo, para queos coloquem na seqüência correta ediscutam os níveis de responsabilidadedas diversas instâncias envolvidas.

Reutilização e Redução são as primeiras,abrangendo ações individuais dacomunidade e até do Governo, por meiode políticas e leis que estimulem a

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redução do lixo nas indústrias.

Coleta seletiva e reciclagem vêm aseguir. Também dependem de açõesindividuais, como a separação nas casasdo lixo a ser reciclado. Mas cabe àPrefeitura realizar a coleta seletiva eencaminhar os produtos recicláveis parausinas de triagem.

A compostagem, passo seguinte,depende tanto dos órgãos do Governo,construindo usinas desse tipo, quantoda separação, nas residências e outroslocais, do lixo orgânico a ser enviadopara se transformar em adubo. O queresta será encaminhado para o aterrosanitário, que deve ser construído emsubstituição aos lixões.

O trabalho com a comunidade é o inícioe o mais fundamental, porque muitas dasações propostas dependem

exclusivamente dele, inclusive exigindoque os órgãos públicos dêem maisatenção ao problema e promovampolíticas que avancem no sentido de sedar um melhor tratamento para o lixo. Énosso dever e direito promover açõesindividuais e coletivas, a fim de melhoraras condições de saúde. Qualquerproposta de intervenção precisa levar emconsideração todos os níveis envolvidose a responsabilidade que cabe a cada um.É bom lembrar que o problema não estáapenas no lixo domiciliar, porque apopulação também precisa mudar seushábitos de lançar lixo nas ruas, terrenosbaldios e rios, o que provoca enchentes,poluição e transmissão de doenças.

De qualquer forma, todo o capítulo foielaborado no sentido de que os leitoresconsigam desenvolver competências ehabilidades necessárias para solucionarquestões em todo momento de sua vida.

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V. Orientação para o trabalho do professor

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V. Orientação para o trabalho do professor

Em busca do conhecimento:o fazer científicoOlga Aguilar Santana

A competência relacionada a estecapítulo diz respeito ao entendimentode métodos e procedimentos própriosdas ciências naturais e as suasaplicações a diferentes contextos.

Na introdução discute-se o tema dotítulo, não com o objetivo de sedesenvolver o histórico da produçãocientífica, mas de se fazer um breveapanhado sobre o assunto. Deve-sechamar a atenção para a relação citadaentre os magos e os cientistas, os quais,de certa forma, através do método deobservação contínua, podiam, com opassar do tempo, relacionar osprocedimentos eficazes.

É importante que fique claro que essesprocedimentos não envolvem umaseqüência determinada e nemacontecem todos juntos nosmecanismos das descobertas einvenções.

Procuramos usar, no capítulo,informações e problemas, para seremanalisados pelos leitores, que seencontram à disposição na mídia, na

internet, no supermercado, nos jornais ounas residências. Nossa função foiaproximar as informações do leitor paraque ele pudesse decodificá-las e usá-las,pensando nas suas necessidades, nosentido de chegar ao conhecimento,melhorando sua qualidade de vida, a dasoutras pessoas e, também, a do ambiente.

Quando o leitor tem dados para ler eexaminar, esquemas para interpretar,tabelas etc, ele precisa ter claro que sãodocumentos que fornecem uma ououtra informação e que com as váriasinformações fornecidas ele pode ou nãochegar a um conhecimento. Essesinstrumentos são, portanto, limitados ese complementam.

O leitor precisa identificar se o conceitotrabalhado está explícito ou não eprocurar reconhecê-lo, se for o caso.Deve estar atento a detalhes, escalas,comentários, legendas, unidades edados numéricos para que possa“enxergar” as informações que lhe sãoapresentadas, relacionando-as parapoder emitir opiniões ou resolver as

ENTENDER MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

PRÓPRIOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS EAPLICÁ-LOS A DIFERENTES CONTEXTOS.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo VI

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questões propostas nas atividades.

Assim, a cada habilidade trabalhada,deu-se maior destaque a um ou outroaspecto dos procedimentos científicos.O conteúdo escolhido é só um meiopara que pudéssemos desenvolver essashabilidades. A estratégia usada foi a dese lançar desafios constantes parasensibilizar os leitores na busca dedados e informações para que pudessemresponder aos problemas propostos. Aconversa com o leitor é constante,procurando colocá-lo sempre no meiodas questões propostas, para nãoparecer que os problemas discutidosestão longe da sua realidade.

Como o objetivo do capítulo eratrabalhar as habilidades, talvez haja anecessidade de se retomar um ou outroconceito para que possam refletir melhorsobre os documentos apresentados.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIANa parte Lendo o mundo na linguagemda ciência, o objetivo é habilitar o aluno arelacionar as informações apresentadasem diferentes linguagens. Desse modo,queremos que ele perceba como deveproceder para “ler” gráficos, imagens eoutros tipos de textos e, assim, obter osdados e as informações de que precisapara responder aos desafios propostos.Uma outra estratégia usada aqui foimostrar que um documento poderesponder a algum desafio, masnormalmente, pode criar outro oudespertar a curiosidade por outro. Muitasvezes, mesmo não se tendo domínio

completo do conceito abordado, só ainterpretação do documento por si só, já ésuficiente para responder à questãoproposta. Fizemos isso para mostrar aimportância de buscar informações (nocaso nas várias linguagens) na tentativade se chegar a um conhecimento.

Chame a atenção dos alunos, mostrandoque cada documento tem umapeculiaridade própria e também umamaneira específica de se trabalhar comele. Fomos propondo, ao longo docapítulo, exemplos de como procederem cada uma dessas formas deapresentar dados e informações.

Também foi intencional mostrar queuma linguagem ora responde, orapropõe, ora esclarece uma questão. Aoutilizá-la, precisamos identificar qual afunção principal a que ela se propõe.

No item Experimentando e analisando,especificamente, se trabalhou comexperimentos, procurando mostrar osignificado dos resultados obtidos pormeio de experimentos controlados,bem como o papel e o limite dessesexperimentos na explicação de umconceito.

Trabalhamos com o conceito denutrição vegetal usando experimentosdiferentes, para que o leitor percebaque eles se completam e, assim,consiga chegar a um conhecimentomais abrangente sobre o tema. Deveperceber também que, com o passar dotempo e as novas descobertas, essesconhecimentos mudam.

Dessa maneira, acompanhando oraciocínio ele interage com o

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V. Orientação para o trabalho do professor

conhecimento o tempo todo, nummovimento dinâmico de aprendizagem.Desse movimento saem as previsões,novas hipóteses e explicações paranovos fatos.

No item Pelos caminhos da água, ahabilidade a ser trabalhada é selecionarprocedimentos e normas de segurançaquanto às condições ambientais, emcontextos de risco à saúde individual ecoletiva, a partir de critérios científicos.Escolhemos uma discussão envolvendoo caminho da água na natureza, não doponto de vista do ciclo hidrológico, massim, do ponto de vista ambiental. Dessemodo, discutimos a importância dotratamento da água e procuramosidentificar responsabilidades noscuidados com a água para facilitar nossadiscussão sobre possíveis intervençõesno processo.

Não entramos no conceito de poluiçãomais abrangente, por acharmos maisadequado, segundo nosso objetivo, aidentificação de como, e por que a águafica poluída e, principalmente, doscritérios científicos que são usados paraconstatarmos isso.

Procure trabalhar a tabela fornecida comos IQA de alguns pontos de São Paulo(Estado), mostrando a localização dessespontos de coleta num mapa erelacionando esses pontos com o que háao redor deles.

Na análise dos histogramas juntamentecom o das questões propostas e ailustração apresentada, sugerimos umadiscussão sobre a relação da água dosrios com o esgoto lançado nela e o uso

dessa mesma água como manancial,quando ela vai parar em outro lugar,como é o caso do Reservatório deGuarapiranga, por exemplo. Abra adiscussão para os alunos pensarem emoutras ações que poderiam serintensificadas, como o menor uso defertilizantes químicos, por exemplo, e amaior aceitação de adubos naturais.

Na parte Pesquisando um problemabrasileiro: saneamento básico,aproveitamos o mesmo tema paradesenvolver a habilidade seguinte:selecionar métodos e procedimentospróprios das Ciências Naturais quecontribuam para diagnosticar ousolucionar problemas de ordem social,econômica ou ambiental.Aqui, através de informaçõesestatísticas e suas interpretações,propomos uma discussão sobre ascondições de saneamento básico noBrasil e a incidência de doençasinfecciosas e parasitárias.

Apesar de não abordarmos o problemado lixo no país, o saneamento básico édiscutido como uma das condições paraa diminuição da mortalidade infantil.Invista um tempo para discussões sobreintervenções que poderiam ser feitaspara que se melhore a situação dasregiões mais críticas do país e, também,para a questão formulada no final destaparte do capítulo.

No item Investigando alimentos,escolhemos trabalhar a habilidade deavaliar a adequação de produtosalimentícios (principalmente osindustrializados) a partir de suas

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características químicas e biológicas,do ponto de vista social e da saúde,porque consideramos ser de extremaimportância e utilidade para umavida saudável.

Identificar características dos alimentos,ingredientes, aditivos alimentares,quantidade de calorias e outrassubstâncias são habilidades que precisamser treinadas e usadas, constantemente,como rotina. A nossa intenção é fazercom que o leitor se familiarize com essasinformações e perceba se elas são ou nãoadequadas para atingir os objetivos a quese propõe.

As atividades exigem cálculos simples ea compreensão de que as informaçõesalimentares devem aparecer,normalmente, em todos os alimentos.Envolvem também questão de saúde,porque determinadas dietas não podemconter determinados nutrientes;portanto, saber identificá-los éfundamental.

Sugerimos que se retome a função dosnutrientes, caso considere necessário,assim como funções e características deoutros aditivos. Com a nova legislaçãopara rotulagem de alimentos, énecessário se estar mais atento àsinformações nutricionais contidas nosrótulos, assim como outras informações.

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V. Orientação para o trabalho do professor

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Conhecimentos físicose a vida atualMarcelo Boneti

O capítulo trabalha comos conceitos físicos da mecânica,termodinâmica e energia. Ele é divididoem uma introdução e cinco partes paradesenvolver competências ehabilidades distintas.

Na introdução, apresentamos os tópicostrabalhados no capítulo juntamente comalgumas propostas de ampliação daproposta. Vamos trabalhar com ascompetências em cinco momentosdistintos: linguagem; contextualizaçãoe desenvolvimento conceitual;enfrentamento de situações e tomada dedecisões; estabelecimento de relaçõescausais para uma argumentaçãoconsistente; e proposição deintervenções solidárias baseadas emconhecimentos desenvolvidos.

Num primeiro momento, estamospreocupados com a linguagem daciência, a construção do vocabulário edas representações científicas, dasrelações, dos conceitos, da possibilidadede leitura de tabelas, de gráficos, para oentendimento dos parâmetros quedescrevem os movimentos.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIANeste capítulo, centramos nossadiscussão na construção do vocabulárioe do conceito de tempo, de espaço e develocidade, ou seja, a construção, arepresentação e as diferentes escalas detempo e de espaço e suas medidas. Nãoexploramos outras representações,como gráfico, tabelas e relações entreoutras variáveis do movimento; sãocoisas que você pode fazer.

Essas discussões devem ser expandidaspara outras formas de representação eoutros conceitos científicosrelacionados ao movimento, comoforça, energia, potência, trabalho,aceleração, movimento, figuras,desenhos esquemáticos e fotografiasestroboscópicas.

Não é uma questão de fazer o alunoestudar transformação de unidades, nemde trazer unidades mortas ou sistemasnão usuais de unidades, o que sepretende é que o aluno interaja com osistema de unidade, buscando,

APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS DA FÍSICA PARA

COMPREENDER O MUNDO NATURAL E PARA INTERPRETAR,AVALIAR E PLANEJAR INTERVENÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo VII

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

efetivamente unidades que estejamadequadas à escala do objeto do qual sepretende obter alguma informação.Atividades como ir a um supermercadoobservar unidades de grandezas como amassa, o volume e área, podem sermuito instigantes. Medir o tempo, opeso, a energia, procurar mapas dobairro, cidade, estado ou país, para verum mesmo lugar em diferentes escalasde distância são importantes para essaconstrução da linguagem.

Lembre-se, professor, de que nós nãoconseguimos usar as palavras cujosignificado não conhecemos. O alunotambém não consegue usar as unidades,se não souber o seu significado.Construa esse significado com ele.

Num segundo momento, queremosconstruir e aplicar conceitos de váriasáreas do conhecimento, com ênfase nosconhecimentos científicos para acompreensão dos fenômenos,identificando características histórico-geográficas da produção tecnológica.

Fizemos uma discussão sobre oconceito de calor e as formas detransmissão de energia térmica,observando como esses conceitosexplicam as trocas de energia térmicaem sistemas tecnológicos como osexistentes em nossa cozinha e, emsistemas naturais, como a atmosfera.Podemos identificar outras variáveis dosprocessos de troca de calor, comotemperatura, calor específico, calorlatente, além de outras propriedadestérmicas. Também podemos observar asetapas nos processos de troca de calor,

diagramas de fase, diagramas detransformação gasosas. Estes conceitosnão foram abordados nesse capítulo epodem ser analisados sob o prisma daconstrução e aplicação dos conceitosexplicando os fenômenos naturais.

Esse momento é interessante paraconstruir as relações entre os conceitos,trata-se das amarras para tecer nossarede da ciência. Quanto mais relaçõestivermos, mais confiáveis serão nossosconhecimentos. Entender a relação entrecondutividade térmica e resistênciaelétrica ou entre o estado físico damatéria e a condutividade térmica,fortalece os conhecimentos adquiridos.

Nosso terceiro momento é deenfrentamento de situações e tomada dedecisões. As teorias científicas nosajudam a tomar algumas decisões,prever alguns problemas e algumassoluções. Discutimos as Leis deConservação do Momento Linear e asLeis de Newton, prevendo dificuldadese produzindo soluções em três casos:num acidente de carro, num parque dediversões e no espaço. Essas mesmasleis podem ser mais aprofundadas,analisando outros movimentos maiscomplexos, como o movimento dosbarcos, dos aviões, dos dirigíveis e dosbalões.

Podemos ampliar o conhecimento,de forma análoga, para as Leis dasRotações (momento angular, porque,órbita dos planetas) e Leis de Kepler,que ajudam a prever e achar soluçõespara alterar ou avaliar brinquedos deparques de diversões, bumerangues,

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V. Orientação para o trabalho do professor

vôos de helicópteros, sistemasgirodirecionais, rodas de bicicletas,peões etc.

Bem mais ousado é o vôo que se podefazer para conhecer outras teorias comoa quântica, que pode ajudar a entender ainteração física no mundo microscópico,ou a relatividade, que pode ajudar cominterações do mundo extragaláctico ecom o mundo das altas energias.

O quarto momento é para estabelecerrelações causais, relacionar asinformações e construir umaargumentação consistente. Para isso,abordamos a questão da evoluçãotecnológica e científica, que possibilitoua troca do trabalho animal pelo trabalhodas máquinas. As máquinas térmicasderam início à nossa sociedadeindustrial. O trabalho animal foisubstituído por máquinas com pioresrendimentos, mas muito mais potentese que podiam fazer coisas que osanimais não conseguiam. Elaspromovem desemprego, desmatamento,desertificação, assoreamento e muitosoutros desequilíbrios ecológicos. Essaargumentação pode ser enriquecida coma abordagem dos processos químicos ebiológicos, da inserção dananotecnologia que trabalha commáquinas em tamanho molecular, dosrato-robôs, que são parte animal e partemáquina, das redes neurais, enfim, hámuitas tentativas em criar uma máquinacom características animais.

O quinto momento é um momento deproposição, de análise daspossibilidades de geração de energia

para o uso social. No capítulo,abordamos a energia elétrica, asdiversas formas de geração, os impactosambientais causados, os rendimentos,alguns custos de geração e adistribuição desigual dessa energia.

Pode-se ainda explorar maisespecificamente os poluentesatmosféricos, discutir o efeito estufa e oburaco na camada de ozônio, a chuvaácida, o tratamento de resíduos e areciclagem.

Os impactos econômicos foram poucoexplorados. Seria interessante umaanálise dos custos de implantação dasusinas geradoras de energia elétrica. Oacordo com o gás da Bolívia e aprivatização do setor são algumasformas de se abordar esse tema sob oprisma dessa competência. Nóspriorizamos os processo de produção eos principais impactos ambientais.Também pode ser feita uma análise dadistribuição da energia nos diversossetores da sociedade.

Outro tema que pode ser exploradonessa perspectiva é o transporte.Grande parte da energia produzida nomundo é utilizada em transporte.As cidades grandes, com seuscongestionamentos, crescimentodesordenado e falta de planejamento,são sorvedouros de energia emtransportes e grandes poluidoras. Apossibilidade de planejar intervençõessolidárias pode trazer conceitoscriativos para a solução desseproblema.

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Um olhar sobre as tecnologias depropulsão, os motores elétricosabastecidos por painéis solares, osmotores com célula de combustível e oscarros a ar comprimido, mostra queexistem muitas tecnologias paraimpulsionar os veículos.Osequipamentos de transportes públicos,como ônibus, metrôs, trens podem terinterligações. Dessa forma, podemosmelhorar o consumo de energia e otransporte, abordando as questõeseconômicas e sociais dos meios detransporte.

Todos os conteúdos de mecânica,termodinâmica e energia, que sãoabordados na escola regular tradicional,também estão presentes nessa proposta,entretanto, adotamos outro enfoque.Estamos preocupados com ascompetências e habilidades que osestudantes jovens e adultos têm e nasque ainda precisam ser maisdesenvolvidas, utilizando para isso esseconhecimento.

A proposta é interdisciplinar e tem comofoco as competências, não os conteúdos.Esteja com esse pensamento presente,quando estiver preparando suas aulas.

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V. Orientação para o trabalho do professor

Química, naturezae tecnologiaNatalina Sicca

Neste capítulo, serão tratados diferentesprocessos que envolvem transformaçõesda matéria, a produção de novosmateriais, o envolvimento energéticonesses processos e o comprometimentoambiental com o descarte de produtosno ambiente.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIADevemos criar situações para que oaluno desenvolva as habilidadesreferentes à competência, ou seja:

• • • • • Reconhecer e utilizar códigos enomenclatura da química paracaracterizar materiais, substâncias etransformações químicas e paraidentificar suas propriedades.

• • • • • Caracterizar materiais, substânciasquímicas e transformações químicas,identificando propriedades, etapas,rendimentos e taxas de obtenção eprodução e implicações sociais,econômicas e ambientais.

• • • • • Identificar implicações ambientais e/ou econômicas na produção ou noconsumo de eletricidade, doscombustíveis ou recursos minerais, emsituações que envolvamtransformações de energia (a partir dopetróleo, carvão, biomassa, gásnatural e dispositivos, como pilhas eoutros tipos de baterias).

• • • • • Relacionar a importância social eeconômica da eletricidade, doscombustíveis ou recursos minerais,identificando e caracterizandotransformações químicas e energiaenvolvendo fontes naturais (comopetróleo, carvão, biomassa, gásnatural e dispositivos como pilhas eoutros tipos de baterias), identificandoriscos e possíveis danos decorrentesde sua produção e uso.

• • • • • Analisar propostas de intervençãoambiental aplicando conhecimentoquímico, observando riscos ebenefícios.

APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS DA QUÍMICA

PARA COMPREENDER O MUNDO NATURAL E PARA

INTERPRETAR, AVALIAR E PLANEJAR

INTERVENÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS NO

MUNDO CONTEMPORÂNEO.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo VIII

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

No capítulo, optou-se pela escolha deum tema geral que possibilitassemúltiplos arranjos, a formação de umarede de conceitos, tal que o aluno possase apropriar dos conhecimentos daquímica para compreender o mundonatural e para interpretar, avaliar eplanejar intervenções científico-tecnológicas no mundo contemporâneo.Compreendemos que é sua tarefa aopção de seguir a ordem apresentada ouestabelecer outras ordens, derivadas doseu modo de conceber o ensino. Assituações problemáticas foramencadeadas desse modo, porqueentendemos que é importante que oaluno perceba que os objetos sãoprodutos do trabalho humano e dasrelações produtivas que resultam dele,que, por sua vez, são produtos dasrelações sociais. Concebemos ainda que,no ensino, é importante que o alunoperceba as diferentes relações entre osconceitos, entre os fenômenos, entre anatureza e a sociedade, entreos conhecimentos da química e deoutras disciplinas.

Desse modo, escolhemos um recursonatural, o cobre, e estabelecemossituações problemáticas quepossibilitam alinhavar os conceitosquímicos ao mesmo tempo em que sevai tecendo o caminho do cobre, desdea natureza até o retorno à mesma.

A metodologia empregada foiorganizada de modo a possibilitar que oaluno fosse construindo uma teia deconceitos químicos alinhavados deacordo com a situação problemática. Oeixo organizador foi a compreensão da

relação ciência-tecnologia e suaimportância para a formação docidadão, de modo a evidenciar acontribuição da química para tal.

A primeira situação problemática temcomo objetivo o desenvolvimento dahabilidade. Está fundada na concepçãode que o cobre é um recurso natural eque é extraído pelo homem para umadeterminada finalidade. Optou-se porestabelecer um caminho que vai do usodo referido metal, pois é mais próximodo conhecimento do aluno, para suaextração na natureza.

Essa trajetória possibilita que o alunoconstrua os conceitos detransformações químicas, indicando asmodificações e permanências, indodas evidências para as explicações.Para tal, partiu-se de um processosimplificado, mais antigo, que tinhamenor grau de elaboração, mas quepossibilitou que partíssemos dasevidências do fenômeno para o nívelexplicativo. Organizaram os conceitosde modo a gerar a necessidade de serecorrer à lei de Lavoisier, aosconceitos de substâncias e materiais.Nesse momento, objetivou-se mostrarque as explicações científicas foramposteriores às técnicas.

A segunda problemática foi construídapara que o aluno se aproxime dahabilidade que está voltada para arepresentação por meio da linguagemcientífica. Inicia-se pela representaçãodas substâncias e passa pelarepresentação das transformações, ondese estabelece uma ponte para que sediscutam as propriedades, já no caso

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V. Orientação para o trabalho do professor

ampliando o horizonte para os metais.A seqüência entre as habilidades sejustifica numa postura de que oscódigos que utilizamos passam a tersentido se nos apropriarmos dosconceitos que eles representarão.

Concebemos, porém, que a teia deconceitos depende da situação que seapresenta na relação professor-aluno.

Em seguida, tendo em vista ahabilidade, optou-se por focalizar umdos processos atuais de obtenção docobre, um recurso mineral, a partir deminérios sulfetados. Nesse processo,vamos identificando as diferentes fasese os diferentes tipos de produto obtido,ou seja, desde a extração até o refino dometal. A trajetória evidencia a procurado homem por obter o cobre com maiorporcentagem de pureza. Essa situação-problema procura identificarimplicações ambientais e a questão dasaúde do trabalhador nessa cadeiaprodutiva.

A quarta situação-problema tem emvista a discussão da habilidade. Nessemomento, espera-se que se focalize oenvolvimento energético nastransformações químicas, em especial asreações de combustão. Anuncia-se que

as transformações químicas podemfornecer ou consumir energia.Estabelecem-se relações entre diferentescombustíveis, comparando o podercalorífico dos mesmos.

Nessa fase, já utilizamos a linguagemcientífica para representar osfenômenos. Já vai sendo encaminhada aquinta situação, que está voltadaessencialmente para o problemaambiental.

A quinta situação deve ser desenvolvidade modo a ser discutida a poluiçãoambiental no processo metalúrgico.Para construí-la, partimos deprovidências tomadas por metalúrgicasno Brasil e no mundo. Escolhe-se comofoco a liberação do dióxido de enxofre,procurando-se evidenciar produção ereaproveitamento, sempre chamando aatenção para o rendimento dosprocedimentos.

O problema do consumo e descarte vaicolocar o ponto final da trajetória docobre, que termina, outra vez, nanatureza ou é reintroduzido na cadeiaprodutiva.

Entendemos que essa metodologia podeser utilizada com diferentes materiais.

BIBLIOGRAFIA

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V. Orientação para o trabalho do professor

Biodiversidadee meio ambienteBruno Coutinho

O capítulo tem por objetivo explicitar osentido das habilidades descritas nacompetência acima. Isto envolve acompreensão do recorte temáticoadotado e de algumas formas possíveisde se desenvolverem essas habilidades.

Esta competência está associada aosgrandes objetos das ciências biológicas:os níveis de organização e a diversidadeda vida, as interações biológicas eambientais, suas transformações aolongo da história da Terra e as relaçõescontemporâneas entre sociedadee natureza.

A intenção do capítulo é estimular oestudante a compreender o mundonatural, decodificando a linguagemque a Biologia utiliza para representarfenômenos biológicos: construindoconceitos, interpretando dados,comparando argumentos e elaborandopropostas de intervenção nomundo atual.

Considerando que a vida no planeta temuma história de transformações e omeio ambiente é um espaço produzido

pelas atividades humanas, pretende-semostrar que natureza e sociedade sãoconceitos que não se dissociam.

Para tanto, a Biodiversidade é o fiocondutor da discussão ao longo docapítulo: O que é? Como se organiza?Como se desenvolve? Como esteve eestá distribuída no planeta? Qual é a suaimportância ecológica, econômica esocial? Qual é o papel do homem(exploração, utilização, destruição econservação), os seus modos deapropriação da natureza e reflexos dissona sociedade.

O capítulo está dividido em duas partes:

• Biodiversidade: onde são abordadasquestões relacionadas a sua estruturae seu funcionamento.

• Meio ambiente: onde são abordadasquestões relativas à importância dabiodiversidade para a natureza esociedade, aos problemas ambientaisgerados pela atividade humana, àutilização dos recursos naturais e àsalternativas para solução deproblemas ambientais.

APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS DA BIOLOGIA PARA

COMPREENDER O MUNDO NATURAL E PARA INTERPRETAR,AVALIAR E PLANEJAR INTERVENÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO.

Ciências da Natureza e suas TecnologiasEnsino Médio - Capítulo IX

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

As questões centrais que permeiam adiscussão sobre a biodiversidade sãolevantadas, no texto, como situações-problema. Para resolvê-las junto com oestudante, são construídos conceitos aolongo do capítulo e propostasatividades que apoiam odesenvolvimento das habilidades e abusca de respostas.

Todos os temas e conceitos apresentadossão essenciais para o desenvolvimentodas habilidades e devem ser aprofundadosem consultas a livros didáticos,publicações técnicas, revistas, jornais,internet, documentários em vídeo etc.

DESENVOLVENDO ACOMPETÊNCIAA habilidade exige que o estudanteperceba fenômenos biológicos emdiversas formas de representação dosmesmos. Para desenvolvê-la, énecessário que o estudante façaassociações cognitivas e interprete osfenômenos biológicos descritos emforma de textos e imagens (gráficos,figuras, fotografias).

O recorte temático dessa habilidadeapresenta caráter bastante abrangentedentro do universo de conceitos e temasda Biologia. Nesse sentido, osfenômenos biológicos a sereminterpretados poderão variar desde aescala molecular até a escala de biomas,utilizando as interações etransformações nas estruturas vivas.

Todo o capítulo está relacionado comfenômenos biológicos e foram utilizadostextos e imagens para auxiliar o

estudante na interpretação dos mesmos.

A habilidade apresenta um recortetemático amplo, porém bem definido,referente às características gerais eadaptações dos grandes grupos deanimais e plantas. O desenvolvimentodesta habilidade consiste na construçãoe aplicação de conceitos para acompreensão de fenômenos naturais -neste caso, associando característicasgerais e adaptações dos seres vivos comseus modos de vida e limites dedistribuição geográfica.

As adaptações dos seres vivos frente àscondições ambientais são vistas desde aescala global até o interior da florestaamazônica, tendo como eixo dediscussão a estrutura e o funcionamentoda biodiversidade.

Distribuição geográfica dabiodiversidade inicia a construção daresposta para a pergunta: Como estádistribuída a biodiversidade? Essesubcapítulo pretende chamar a atençãodo estudante, para o fato de que asespécies não estão distribuídasaleatoriamente, no planeta: elaspossuem adaptações específicas paracontextos ambientais específicos.

Em Florestas Tropicais procura-semostrar as associações entre este biomae o clima e direciona o estudante paraestudar a biodiversidade na florestaamazônica. Em seguida, o textoapresenta a floresta amazônica e osdemais biomas brasileiros, chamando aatenção do estudante para os de maiordiversidade de espécies e fazendoassociações entre as adaptações gerais

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V. Orientação para o trabalho do professor

dos grandes biomas frente aos domíniosclimáticos do Brasil.

A vida na floresta procura desenvolver ahabilidade mais especificamente,mostrando um pouco da estrutura e dofuncionamento da floresta amazônica.Neste item, o estudante é convidado arefletir sobre a diversidade de habitatsno interior da floresta, sobre ascomplexas relações entre os organismose o ambiente e, por conseqüência, nadiversidade de possibilidades deadaptações para a enorme diversidadede espécies que vivem na floresta.

A habilidade envolve a compreensão dautilização de recursos naturais vivos(neste caso, vírus, bactérias,protozoários, algas e fungos) embenefício das atividades produtivas dasociedade. O desenvolvimento destahabilidade se detém na interpretação deresultados de experimentos envolvendotais recursos que se apliquem àsatividades humanas: selecionar,organizar, relacionar e interpretar dadose informações para tomar decisõesfrente a situações-problema.

Por estar relacionada com a utilizaçãode recursos naturais, esta habilidadeé abordada em A utilização sustentáveldos recursos naturais, onde se pretendemostrar a importância dosmicroorganismos do solo na ciclagemde nutrientes na floresta e a utilizaçãodestes na produção agrícola e narecuperação de áreas degradadas. Nestecapítulo, limitou-se a importância dosmicroorganismos nestes aspectos;porém, é necessário que se considere a

importância de fungos, bactérias, algase protozoários também na indústriafarmacêutica e alimentícia.

A habilidade contém recorte temáticoreferente à evolução dos seres vivos. Odesenvolvimento desta habilidadeconsiste em relacionar informaçõesrepresentadas em diferentes formas econhecimentos disponíveis paraconstruir argumentações consistentes,comparando argumentos em debate,ao longo do tempo, sobre a evoluçãodos seres vivos.

Breve história da vida e Evolução sãodedicados a esta habilidade. Em umabreve história da vida, procura-serelacionar informações sobre o passadoda vida com sua diversificação até osdias atuais. A intenção é atentar para ofato de que as espécies evoluem; que,apesar de grandes eventos de extinçãoem massa, a biodiversidade aumentoudo início da vida até hoje, e que oevento de extinção em massa quevivido hoje tem relação com asatividades humanas.

Em seguida, são apresentadas algumasteorias evolutivas mais discutidas nasciências biológicas. Procura-se oferecerpara o estudante “ferramentas” para queele possa construir argumentaçãoconsistente sobre essas teorias e sobre oque sabemos, hoje, a respeito daevolução das espécies.

O capítulo se encerra com o problemaatual da perda acelerada debiodiversidade devido aos modos deprodução humanos e chama a atenção doestudante para a necessidade de seinvestir em novas tecnologias que

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Ensino MédioLivro do Professor - Ciências da Naturezae suas Tecnologias

proporcionem a utilização auto-sustentável dos recursos naturais paratermos um meio ambiente mais saudável.

O recorte temático da habilidadelida com questões relativas ao meioambiente. Para o desenvolvimento destahabilidade, é necessário que o estudanterecorra aos conhecimentosdesenvolvidos para elaborar propostasde intervenção solidária na realidade,avaliando propostas de alcanceindividual e/ou coletivo e identificandoaquelas que visam à preservação,conservação e implementação de saúdeindividual, coletiva e/ou ambiental.

O capítulo aborda esta habilidade namedida que apresenta os problemasrelacionados à perda de biodiversidadee discute possíveis soluçõesrelacionadas com conservação ealternativas de utilização auto-sustentável de recursos naturais.

A perda da biodiversidade dá umpanorama global desse problema e traza discussão para a realidade brasileira.Relaciona-se perda de área de habitatsnaturais em alguns biomas brasileiros econseqüente perda de biodiversidadecom o histórico de ocupação e com osmodelos de produção atuais dessasáreas. Este culmina nas ameaças sobre abiodiversidade da floresta amazônica,exercidas pelo extrativismo predatóriode madeira e pelo avanço demonoculturas sobre as florestas.

Em A utilização sustentável dosrecursos naturais, o estudante éestimulado a confrontar diversas formasde se utilizar economicamente a região

da floresta amazônica e a compreenderque é possível fazer utilizaçãosustentável dos recursos florestais embases sociais, com investimentos emciência e tecnologia, educação, saúde evalorização das culturas locais.

Este capítulo foi construído com afinalidade de dar subsídios ao estudantepara desenvolver as cinco habilidadesreferentes à competência. Estacompetência envolve um universomuito amplo de questões: portanto, abiodiversidade (por ser um enormecampo de investigações) foi utilizadacomo objeto de estudo.

Para o desenvolvimento da habilidade,foram utilizados textos, figuras, imagens,gráficos em todos os subcapítulos e emalgumas atividades propostas como formade auxiliar o estudante na identificaçãoe descrição dos fenômenos biológicosrepresentados ao longo do capítulo.

A questão “Como a biodiversidade estádistribuída no planeta?” e outrasquestões relativas a adaptações emescalas de biomas e espécies sãoabordadas no desenvolvimento dahabilidade.

A habilidade recebe atenção somente nofinal do capítulo onde se ressalta aimportância ecológica e social dabiodiversidade de microorganismos. Foiutilizado como exemplo o uso demicroorganismos na agricultura e narecuperação de áreas degradadas.

Para o desenvolvimento da habilidade,foram mostradas várias teoriasevolutivas desenvolvidas ao longo dahistória, que constroem o nosso

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V. Orientação para o trabalho do professor

conhecimento atual sobre evolução dasespécies. A discussão sobre mudançasque ocorrem nos ambientes e nadiversidade de espécies é o ponto departida para a habilidade. Para estahabilidade, os capítulos foram

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