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Page 1: CIÊNCIA POLÍTICA - igepp.com.br · política: Aparelhos Repressivos do Estado e Aparelhos Ideológicos do Estado . Nas democracias liberais modernas, o Aparelho do Estado compreende:
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CIÊNCIA POLÍTICA Weber e a dominação racional legal com quadro

burocrático. Os quadros e meios administrativos do

Estado. Relações entre política e administração;

limites e possibilidades de atuação da esfera

pública na produção e regulação de bens públicos;

instituições não governamentais e o exercício do

poder público. A estruturação dos aparelhos de

Estado no Brasil

Prof.a Dr.a Maria das Graças Rua

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A dominação racional legal com quadro

burocrático

A burocracia, como quadro administrativo da dominação racional-legal, está associada a uma concepção de poder definido como a capacidade de uma pessoa ou grupo impor sua própria vontade a outros, neutralizando a expressão da vontade de seu oponente.

A burocracia é um tipo de quadro administrativo que tem como base uma noção de instrumental de poder (meios administrativos) e pressupõe a existência de uma desigualdade entre os indivíduos: há os que mandam e os que obedecem.

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O domínio organizado demanda uma administração contínua e exige que a conduta humana seja condicionada à obediência aos portadores do poder legítimo;

O quadro administrativo representa a organização do domínio político, sendo legitimado e limitado pela obediência;

A recompensa material e a honraria social são meios para incentivo dos interesses pessoais do quadro e decisivo para solidariedade entre o quadro executivo e o detentor do poder

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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A força física é vista como um meio exclusivo do Estado, e a violência é considerada legítima pelos dominados;

Para que o Estado exista, é necessário que os dominados obedeçam à autoridade alegada pelos detentores do poder, pela consideração da sua legitimidade.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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O detentor do poder deve sempre ter a obediência dos quadros, das autoridades ou de qualquer um, através de delegação de poder executivo a pessoas que não são seus donos e que usariam os meios materiais de administração dirigidos pelo senhor.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA

a) Formalização: regras definidas e protegidas da

alteração arbitrária ao serem formalizadas por escrito:

leis. Existe um «princípio de competências da autoridade,

ordenado segundo regras fixas»; isto é, as competências

são delimitadas estatutariamente;

b) Divisão do trabalho: cada elemento do grupo tem uma

função específica, não havendo conflitos na atribuição de

competências.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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c)Existe uma hierarquia de funções e de níveis de autoridade,

acompanhada de diferenças nas recompensas materiais e

simbólicas (status). O trabalho se rege por uma “ética da

obediência”.

d)  Impessoalidade: os funcionários limitam-se cumprir as suas

tarefas, segundo procedimentos padronizados, podendo serem

substituídos por outros, pois o sistema funcionará tanto com uma

pessoa como com outra. (previsibilidade) Além disso, operam sem

se envolver em relações pessoais nem com relação à chefia, nem

com relação ao públicouniversalidade da norma

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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e)Todas as atividades são registradas em documentos escritos;

f) Competência Técnica e Meritocracia: a escolha e promoção dos

funcionários depende de seu mérito e capacidades – havendo

necessidade de procedimentos de avaliação objetivos.

A função burocrática «pressupõe normalmente uma formação

profissional intensa».

A mesma função absorve a vida do funcionário. Ao desempenhá-

la, este aprende as regras do funcionamento da burocracia, o

que «representa uma aprendizagem técnica especializada».

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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g) Separação entre a propriedade e a atividade administrativa, entre o ambiente doméstico e o local de trabalho: os funcionários exercem suas atividades em local definido pela organização a que servem, limitam-se a administrar os meios de trabalho - não os possuem. Pelo seu trabalho, recebem remuneração fixa, em meio monetário, determinada segundo sua atribuições, seus conhecimentos e suas responsabilidades. O emprego é normalmente estável e as possibilidades de promoção baseiam-se em fatos normalmente calculáveis e previsíveis.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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A administração burocrática «sucede à administração dos notáveis», onde «o soberano fazia executar as suas medidas por intermédio da sua corte pessoal, dos seus companheiros de mesa e dos fiéis da corte».

Sua origem encontra-se em órgãos colegiados, que deliberavam em sessão contínua, e cujo núcleo era constituído por funcionários e ex-funcionários, que dominavam o conhecimento especializado e que formaram estruturas duradouras, independentes da pessoa.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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«A razão decisiva dos avanços da organização burocrática foi, desde sempre, a sua superioridade puramente técnica em relação a qualquer outra forma de organização», devido à «precisão, rapidez, ausência de ambiguidade, manejo de documento, continuidade, discrição, unidade, subordinação estrita, redução de conflitos, [...]» de que dá prova.

A eliminação, no seu seio, das relações pessoais, o caráter calculável e previsível dos resultados das suas atividades, tornaram-na um instrumento racional ao serviço do Estado e das empresas e um organismo social perfeitamente identificado com um movimento de racionalização crescente na moderna sociedade capitalista.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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Weber não procura tanto formular um conceito de burocracia enquanto categoria social, mas sim, caracterizar um tipo de funcionamento ou de organização que impregna, com maior ou menor intensidade, as atividades sociais do mundo moderno.

A burocracia é um atributo dessas atividades, ou uma forma que "as pode moldar — uma forma susceptível de ser aplicada a diversos «conteúdos».

É aplicável tanto à administração estatal, como às empresas ou aos partidos políticos; e, do mesmo modo, pode ser inserida nos mais diversos regimes políticos: monarquia absoluta, regime parlamentar, «socialismo de estado» (Weber prevê explicitamente esta última hipótese).

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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BUROCRATIZAÇÃO processo histórico de mudança da organização baseada em valores e ação (a chamada autoridade tradicional) para uma organização orientada para os objetivos e ação (chamada legal-racional).

WEBER o resultado é uma "noite polar de frio glacial" na qual a crescente burocratização da vida humana coloca o homem numa gaiola de ferro de regras e de controle racional.

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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Organização burocrática aquela que se baseia num sistema formal-impessoal.

Preocupação de WeberO surgimento do Estado Burocrático poderia levar à renúncia à responsabilidade pela liderança política e à usurpação das funções políticas por parte dos administradores.

A questão é o contraste e a tensão entre a racionalidade substantiva da busca de interesses e a racionalidade instrumental-formal do exercício da autoridade

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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WEBER põe em evidência os riscos da desintegração entre política e administração, processo de inversão da racionalidade burocrática, cuja tendência ao absolutismo burocrático ameaça a legitimidade do Estado.

Quando esse controle não ocorre, a burocracia usurpa o processo de decisão política de acordo com sua tendência fundamental ... de transformar todos os problemas políticos em problemas administrativos”

WEBER para que a democracia possa persistir é essencial que os dominados (burocratas) continuem subordinados aos dominadores (políticos).

Weber e a dominação racional

legal com quadro burocrático

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Relações entre política e

administração

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• Embora a burocracia seja sempre um ator central na tomada de decisões, o seu papel é mais proeminente em alguns contextos e políticas.

• Em certos casos, os agentes burocráticos elaboram as suas alternativas e controlam o processo de formulação, exibindo elevado grau de autonomia.

• Ao mesmo tempo, quando as suas preferências não implicam confronto com os interesses privados, buscam constituir alianças estratégicas com este último, inclusive no interior do próprio governo, na forma de anéis burocráticos, que constituem um recurso político essencial às disputas interburocráticas.

Relações entre Política e Administração

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• Em outros contextos, os burocratas não apenas formulam propostas adversas aos interesses privados, como também são capazes de impor a estes últimos as suas preferências, destacando-se pelo seu isolamento e pela absoluta exclusão dos atores privados.

• Em outros casos, ainda, burocracia passa a adotar comportamentos típicos dos políticos, substituindo a ênfase nos argumentos técnicos pela atuação estratégica junto aos atores relevantes e tomando decisões orientadas por concepções políticas mais amplas e não voltadas exclusivamente para interesses setoriais e imediatos.

Relações entre Política e Administração

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G. PETERSA burocracia é capaz de se tornar governo porque apresenta os seis pré-requisitos para que um grupo ou indivíduo

seja capaz de prover governo:

1-a capacidade de formular intenções políticas,

2-de ajustar suas intenções a procedimentos governamentais já estabelecidos,

3-de competir pelo preenchimento de cargos governamentais,

4-de ocupar posições centrais no governo;

5-a posse de qualificações de comando ou gerenciamento das atividades governamentais; e

6-a capacidade de controlar a implementação das decisões públicas.

SÓ LHE FALTA A CAPACIDADE DE CONSTRUIR CONSENSOS AMPLOS, PORQUE SUA LÓGICA É SEMPRE SETORIAL

Relações entre Política e Administração

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Paradigma agente x principal As transações sociais entre atores na esfera tradicional do Estado e do mercado podem ser enfocados a partir de uma relação tipo contratado (agente) e contratante (principal) (MELO, 1996).

Requisitos de inserção e regulação são tratados enquanto interdependência sistêmica de três espécies de relação:

I)entre Estado (burocracia e sistema político) e agentes econômicos:

II)entre políticos e burocratas;

III)entre cidadãos e políticos

Relações entre Política e Administração

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Como assegurar que o contratado (agente, burocracia) tenha autonomia para agir em nome do contratante (cidadão, político) sem, contudo, usar essa autonomia para privilegiar seu interesse em detrimento do interesse do contratante?

Peter Evans para que as agências governamentais ganhem eficácia e sejam capazes de realizar transformações, devem estar imersas em uma densa rede de relações sociais que as vinculam aos seus aliados na sociedade a partir de objetivos de mudança.

Relações entre Política e Administração

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PETER EVANS, 1989Autonomia Inserida elevada

capacidade governativa relacionada à implementação de

projetos de desenvolvimento, caracterizada por um alto

grau de cooperação de atores privados mediante fraca

supervisão política

Esta seria a forma de assegurar a democracia, fazendo

com que a burocracia atue no interesse dos cidadãos, sem

que venha a se tornar governo, em substituição aos

políticos.

Relações entre Política e Administração

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Tipos de Integração entre política e administração:

(i)integração competitiva, poliarquia presidencialista

norte-americana, onde o congresso compete com e influencia a administração;

(ii) integração cooperativa, poliarquias parlamentaristas européias, onde a administração é formada de dentro do parlamento.

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Tipos de Integração entre política e administração: ausência de integração, com as seguintes possibilidades:

(1)captura, situação de pouca autonomia burocrática e excessiva regulação política, padrão tipicamente clientelista;

(2)insulamento, situação de excessiva autonomia burocrática e baixa regulação política, que pode resultar em auto-orientação ou alianças espúrias do tipo anéis burocráticos.

Relações entre Política e Administração

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Anéis Burocráticos (FHC) Mecanismo pelo qual o sistema político compreende vínculos entre as burocracias pública e privada, de forma que partes da primeira são capturadas pelo sistema de interesses privado ao mesmo tempo que partes do setor privado se aliam a segmentos da burocracia pública, fazendo com que determinados interesses da sociedade civil passem a existir dentro do Estado.

(3)situação de paralisia, na qual a ação burocrática perde autonomia, não se insere e não está politicamente regulada.

Relações entre Política e Administração

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Os quadros e meios

administrativos do Estado.

O aparato de segurança

pública

O quadro administrativo

público

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Aparelho do Estado é o conjunto dos organismos do Estado. É o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, que asseguram a satisfação das necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações. Compreende o aparato de segurança pública e o quadro administrativo público. MARXISMOconjunto de instituições da superestrutura, mediante as quais a classe dominante exerce a dominação política: Aparelhos Repressivos do Estado e Aparelhos Ideológicos do Estado

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Nas democracias liberais modernas, o Aparelho do Estado compreende: a)Núcleo Estratégico ou Governo cúpula dos três poderes, que exerce o poder soberano e imperativo do Estado; b)Aparelho ou Quadro administrativo públicoconjunto dos órgãos e instituições de que dispõe o Estado para implementar seus comandos; c)Aparato de segurança pública força policial(responsável pela ordem interna) e militar(encarregada da defesa externa).

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Os meios administrativos do Estado podem ser:

Meios políticos: a direção ou comando; a coordenação;

o controle

Meios profissionais: atividades de pesquisa, previsão,

planejamento, organização, orçamentação,

assessoramento em geral

Meios físicos: pessoal, instalações, recursos

financeiros, equipamentos, material de consumo,

documentação

Meios psicológicos: as relações humanas e as

relações públicas

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LIMITES E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DA ESFERA PÚBLICA NA PRODUÇÃO E REGULAÇÃO DE

BENS PÚBLICOS

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O monopólio do uso legítimo da força é o elemento distintivo do Estado, que tem como função primeira a manutenção da lei, da ordem e da paz, que são fundamentais para a persistência de relações estáveis dentro de qualquer sociedade política.

Igualmente essencial é o papel do Estado capitalista na proteção do direito à propriedade e aos contratos legitimamente celebrados entre os cidadãos Este é o seu maior limite

Possibilidades de atuação na produção e regulação dos bens públicos:

(1) a provisão dos serviços de “Bem-Estar”: tais como educação, saúde pública, aposentadoria, seguro desemprego e habitação. .

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(2) a regulação da economia: que varia de incentivos ao desenvolvimento industrial, mediante subsídios e concessões tributárias, ao envolvimento direto no processo produtivo mediante a propriedade pública de certas empresas.

(3) atividades regulatórias destinadas a limitar o impacto coletivo, potencialmente negativo, dos comportamentos individuais: vão desde as formas básicas de controle social, exigidas em sociedades mais simples, até a prevenção das consequências de certas atividades econômicas, em especial, a proteção ambiental, a proteção do consumidor e o controle de monopólios e cartéis.

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INSTITUIÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS E O EXERCÍCIO DO PODER PÚBLICO.

Instituições não governamentais formas associativas diversas que podem atuar em defesa dos interesses coletivos: além das ONGs, conselhos, conferências, fóruns, etc

a expressão ‘público não-estatal’ define com maior precisão do que se trata: são organizações ou formas de controle ‘públicas’ porque estão voltadas ao interesse geral; são ‘não-estatais’ porque não fazem parte do aparato do Estado, seja porque não utilizam servidores públicos ou porque não coincidem com os agentes políticos tradicionais.

O que é estatal é, em principio, público. O que é público pode não ser estatal, se não faz parte do aparato do Estado.

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A estruturação dos aparelhos

de Estado no Brasil • A aula que se segue foi extraída/adaptada do texto de “Brasil: 200 anos de

Estado; 200 anos de administração pública; 200 anos de reformas”, Frederico Lustosa da Costa, RAP, 2008. http://www.scielo.br/pdf/rap/v42n5/a03v42n5

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• A Administração colonial portuguesa até 1808.

Em princípio, a administração colonial estava organizada em

quatro níveis — as instituições metropolitanas, a administração

central, a administração regional e a administração local.

A administração central contemplava tanto a esfera propriamente

administrativa quanto a judiciária, com sua complexa

distribuição de encargos, sujeita a superposições e conflitos de

competência. (...) A administração central às vezes se confundia

com a administração local.

Isso não quer dizer que não tenha havido um processo de gradual

racionalização do governo colonial ao longo de três séculos. A

partir da administração pombalina, pouco a pouco, o empirismo

paternalista do absolutismo tradicional foi sendo substituído pelo

racionalismo típico do despotismo esclarecido. Essa mudança se

expressava principalmente nos métodos e processos de trabalho

que davam lugar à emergência de uma burocracia.

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1930: A “burocratização” do Estado nacional

A burocracia está no horizonte da administração pública que se

consolida de forma lenta e superficial nos primeiros 100 anos de

história do Brasil independente.Vai encontrar seu ponto de

inflexão e aceleração na Revolução de 1930.

Sob o impulso de superação do esquema clientelista e anárquico

de administração oligárquica, o governo de Getúlio Vargas iniciou

uma série de mudanças que tinham pelo menos duas vertentes

principais (Lima Junior, 1998):

i)estabelecer mecanismos de controle da crise econômica,

resultante dos efeitos da Grande Depressão, iniciada em 1929, e

subsidiariamente promover uma alavancagem industrial;

ii)promover a racionalização burocrática do serviço público, por

meio da padronização, normatização e implantação de

mecanismos de controle, notadamente nas áreas de pessoal,

material e finanças.

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O Departamento Administrativo do Serviço Público (1938)

O Dasp foi efetivamente organizado em 1938, com a missão de

definir e executar a política para o pessoal civil, inclusive a

admissão mediante concurso público e a capacitação técnica do

funcionalismo, promover a racionalização de métodos no serviço

público e elaborar o orçamento da União. O Dasp tinha seções

nos estados, com o objetivo de adaptar as normas vindas do

governo central às unidades federadas sob intervenção.

Inspirava-se no modelo weberiano de burocracia e tomava

como principal referência a organização do serviço civil

americano.

Estava voltada para a administração de pessoal, de material e

do orçamento, para a revisão das estruturas administrativas e

para a racionalização dos métodos de trabalho.

A ênfase maior era dada à gestão de meios e às atividades de

administração em geral, sem se preocupar com a racionalidade

das atividades substantivas.

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A reforma administrativa do Estado Novo foi o primeiro esforço

sistemático de superação do patrimonialismo

uma ação deliberada e ambiciosa no sentido da burocratização

do Estado brasileiro, que buscava introduzir no aparelho

administrativo do país a centralização, a impessoalidade, a

hierarquia, o sistema de mérito, a separação entre o público e o

privado.

Visava constituir uma administração pública mais racional e

eficiente, que pudesse assumir seu papel na condução do

processo de desenvolvimento, cujo modelo de crescimento,

baseado na industrialização via substituição de importações,

supunha um forte intervencionismo estatal e controle sobre as

relações entre os grupos sociais ascendentes — a nova

burguesia industrial e o operariado urbano (Marcelino, 1987).

.

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O Nacional-Desenvolvimentismo e a Administração Paralela

Do ponto de vista institucional, a década que vai de 1952 a 1962

se caracteriza por uma crescente cisão entre:

• (i)a administração direta, entregue ao clientelismo e submetida,

cada vez mais, aos ditames de normas rígidas e controles, e

• (ii)a administração descentralizada (autarquias, empresas,

institutos e grupos especiais ad hoc), dotados de maior

autonomia gerencial e que podiam recrutar seus quadros sem

concursos, preferencialmente entre os formados em think

thanks especializados, remunerando-os em termos compatíveis

com o mercado.

Constituíram-se assim “ilhas de excelência” no setor público

voltadas para a administração do desenvolvimento, enquanto se

deteriorava o núcleo central da administração.

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JK estratégia para a administração e a operacionalização do

Plano de Metas. criou um órgão diretamente subordinado à

Presidência da República, o Conselho do Desenvolvimento, que

iria coordenar o detalhamento e a execução do plano.

Tendo como secretário-executivo o presidente do BNDE, e

reunindo todos os ministros, os chefes dos gabinetes civil e

militar e o presidente do Banco do Brasil, o conselho constituiria

uma administração paralela com autonomia de decisão suficiente

para viabilizar a realização dos projetos.

O Conselho de Desenvolvimento atuava através de grupos

executivos, aos quais cabia a responsabilidade pela concessão

de incentivos ao setor privado para que as metas de que tratavam

fossem atingidas.

O mais conhecido de todos foi o Grupo Executivo da Indústria

Automobilística (GEIA). A coordenação dos investimentos do

setor público era atribuição do BNDE.

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Manutenção de práticas clientelistas, que negligenciavam a

burocracia existente, além da falta de investimento na sua

profissionalização.

A cada desafio surgido na administração do setor público,

decorrente da própria evolução socioeconômica e política do

país, a saída utilizada era sempre a criação de novas estruturas

alheias à administração direta e o conseqüente adiamento da

difícil tarefa de reformulação e profissionalização da burocracia

pública existente (Torres, 2004:151).

A modernização autoritária (1964 a 1979)

Logo no seu início o governo militar instituiu a Comestra

(Comissão Especial de Estudos da Reforma Administrativa), com

o objetivo de proceder ao “exame dos projetos elaborados e o

preparo de outros considerados essenciais à obtenção de

rendimento e produtividade da administração federal” (Wahrlich,

1974:44).

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O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967

Do trabalho dessa comissão e das revisões que se seguiram em

âmbito ministerial resultou a edição do Decreto-Lei nº 200, de 25

de fevereiro de 1967 uma espécie de lei orgânica da

administração pública, fixando princípios, estabelecendo

conceitos, balizando estruturas e determinando providências.

1-A administração pública deveria se guiar pelos princípios do

planejamento, da coordenação, da descentralização, da

delegação de competência e do controle.

2- Estabelecia a distinção entre a administração direta — os

ministérios e demais órgãos diretamente subordinados ao

presidente da República — e a indireta, constituída pelos

órgãos descentralizados — autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

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3- Fixava a estrutura do Poder Executivo federal, indicando os

órgãos de assistência imediata do presidente da República e

distribuindo os ministérios entre os setores político, econômico,

social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos

essenciais comuns aos diversos ministérios.

4-Desenhava os sistemas de atividades auxiliares, pessoal,

orçamento, estatística, administração financeira, contabilidade e

auditoria e serviços gerais.

5-Definia as bases do controle externo e interno. Em sexto,

indicava diretrizes gerais para um novo plano de classificação de

cargos.

6-Estabelecia normas de aquisição e contratação de bens e

serviços.

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Apesar de grande parte não ter sido implementada, é certo que o

Decreto-Lei nº 200 contribuiu para a consolidação do modelo de

administração para o desenvolvimento no Brasil.

Outras iniciativas de reforma entre 1979 e 1982:

a desburocratização e a desestatização. De iniciativa do Poder

Executivo, os dois programas foram concebidos de forma a

atender objetivos complementares que seriam o aumento da

eficiência e eficácia na administração pública e o fortalecimento

do sistema de livre empresa.

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• A reforma administrativa da Nova República

Sequelas negativas do Decreto-Lei 200:

i)O ingresso de funcionários sem concurso público permitiu a

reprodução de velhas práticas patrimonialistas e fisiológicas.

ii)A negligência com a administração direta — burocrática e rígida

— que não sofreu mudanças significativas na vigência do

decreto, enfraqueceu o núcleo estratégico do Estado, fato

agravado pelo senso oportunista do regime militar que deixou de

investir na formação de quadros especializados para os altos

escalões do serviço público.

Governo Sarney Comissão Geral do Plano de Reforma

Administrativa que pouco mais fez que racionalizar os meios

administrativos.

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CF-1988, no anseio de reduzir as disparidades entre a

administração central e a descentralizada, acabou por eliminar a

flexibilidade com que contava a administração indireta. foi

equiparada, para efeito de mecanismos de controle e

procedimentos, à administração direta.

A reforma do governo Collor (1990)

“Essa reforma tinha o objetivo de “racionalização do setor

público, recuperando-se a capacidade de gestão e controle de

suas atividades”.

O saneamento da ação devia contemplar a “correção das

distorções e ineficiência embutidas que deram causa à

desarticulação interna, com a prevalência de unidades

descentralizadas e o crescimento exagerado do corporativismo”.

“A apropriação do Estado por segmentos de sua própria

burocracia contrapõe-se aos interesses globais da sociedade”,

segundo o documento Diretrizes de ação do governo Collor.”

Resultou apenas em caos e desmonte da máquina pública.

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A reforma Bresser (1995) – PDRAE:

O Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado tinha como

proposta explícita inaugurar a chamada “administração

gerencial”, partindo da premissa de que a crise latino-americana

era uma crise do Estado. A reforma do Estado, portanto, deve ser

entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado,

que deixava de ser o responsável direto pelo desenvolvimento

econômico e social, para se tornar seu promotor e regulador.

O Estado assume um papel menos executor ou prestador direto

de serviços mantendo-se, entretanto, no papel de regulador e

provedor destes. Nesta nova perspectiva, busca-se o

fortalecimento das suas funções de regulação e de

coordenação, particularmente no nível federal, e a progressiva

descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das

funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e

de infra-estrutura

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Para realizar tarefa de tal envergadura, o PDRAE assinalava ser

necessário:

* a redefinição dos objetivos da administração pública, voltando-a

para o cidadão-cliente;

* o aperfeiçoamento dos instrumentos de coordenação, formulação e

implementação e avaliação de política públicas;

* a flexibilização de normas e a simplificação de procedimentos;

* o redesenho de estruturas mais descentralizadas;

* o aprofundamento das idéias de profissionalização e de permanente

capacitação dos servidores públicos.

A administração pública gerencial volta-se para:

* a definição precisa dos objetivos que o administrador público

deverá atingir em sua unidade;

* a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos

humanos, materiais e financeiros que lhe foram colocados à

disposição;

* o controle ou cobrança a posteriori dos resultados.

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Propunha-se que a administração pública fosse permeável à

maior participação dos agentes privados e das organizações da

sociedade civil, deslocando-se a ênfase dos procedimentos

(meios) para os resultados (fins). De acordo com o plano, também

haveria que se distinguir ainda três níveis de atuação do Estado:

• * central ou estratégico, incumbido de formular, supervisionar e

avaliar a implementação das políticas públicas compostas pelo

governo, a cúpula dos três poderes da República e o Ministério

Público;

• * descentralizado, responsável pela execução das políticas e

atividades exclusivas, como regulação, fiscalização,

segurança, previdência básica;

• * de funções não-exclusivas do Estado, no qual bens e

serviços públicos em hospitais, escolas, centros culturais e

centros de pesquisa podem ser fornecidos por organizações

estatais ou da sociedade civil — associações sem fins

lucrativos e mesmo empresas privadas — sujeitas ao controle

social.

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A reforma, proposta no PDRAE pode ser interpretada em cinco diretrizes principais:

1- institucionalização, considera que a reforma só pode ser concretizada com a alteração da base legal, a partir da reforma da própria Constituição;

2-racionalização, para aumentar a eficiência, por meio de cortes de gastos, sem perda de “produção”, fazendo a mesma quantidade de bens ou serviços (ou até mesmo mais) com o mesmo volume de recursos;

3-flexibilização, para oferecer maior autonomia aos gestores públicos na administração dos recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, estabelecendo o controle e cobrança a posteriori dos resultados;

4-publicização, que constitui uma variedade de flexibilização baseada na transferência para organizações públicas não-estatais de atividades não exclusivas do Estado (devolution), sobretudo nas áreas de saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia e meio ambiente;

5-desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação.