ciência a favor da natureza

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Ciência a favor da natureza Processos químicos que combatem a poluição é foco de estudo de pesquisadora da UNESP Biorremediação foi fundamental na recuperação de vale na Arábia Saudita. Foto: Matthew Teller Bauru, 1 de Junho de 2012 O meio ambiente é assunto constante nos dias de hoje. Seja na mídia, nas conversas entre as pessoas ou até mesmo nos discursos políticos. A preocupação com o futuro do planeta é evidente. Enquanto alguns ainda usam o discurso verde somente como uma forma de marketing, muitos avanços foram alcançados. Seja na forma de pensar da nossa sociedade ou como as novas tecnologias e pesquisas despontam nesta área. A ciência também está preocupada com o meio ambiente Além de buscar não poluir, é preciso limpar o que já está sujo. E, um método encontrado pela ciência para esta limpeza, é a biorremediação. Países europeus e os EUA investem pesado neste sistema que, basicamente, consiste em um processo em que organismos vivos, como plantas, são usados para remover ou reduzir poluentes no ambiente. Aqui no Brasil, em Bauru, interior de São Paulo, a Faculdade de Ciências (FC) da UNESP também pesquisa sobre esta forma de ajudar o meio ambiente. O método utilizado por aqui é a utilização de materiais nanoestruturados. A professora Sandra Regina Rissato, do departamento de Química da FC, explica que as nanoestruturas são mais eficientes neste combate à poluição, pois, como são menores, elas tem um poder de absorção e oxidação maior. Além disso, o custo deste processo de biorremediação, ainda em fase de desenvolvimento em laboratório, é menor.

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Ciência a favor da natureza

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Page 1: Ciência a favor da natureza

Ciência a favor da natureza

Processos químicos que combatem a poluição é foco de estudo de pesquisadora da UNESP

Biorremediação foi fundamental na recuperação de vale na Arábia Saudita. Foto: Matthew Teller

Bauru, 1 de Junho de 2012

O meio ambiente é assunto constante nos dias de hoje. Seja na mídia, nas conversas entre as pessoas ou até mesmo

nos discursos políticos. A preocupação com o futuro do planeta é evidente.

Enquanto alguns ainda usam o discurso verde somente como uma forma de marketing, muitos avanços foram

alcançados. Seja na forma de pensar da nossa sociedade ou como as novas tecnologias e pesquisas despontam nesta

área.

A ciência também está preocupada com o meio ambiente

Além de buscar não poluir, é preciso limpar o que já está sujo. E, um método encontrado pela ciência para esta

limpeza, é a biorremediação.

Países europeus e os EUA investem pesado neste sistema que, basicamente, consiste em um processo em que

organismos vivos, como plantas, são usados para remover ou reduzir poluentes no ambiente.

Aqui no Brasil, em Bauru, interior de São Paulo, a Faculdade de Ciências (FC) da UNESP também pesquisa sobre esta

forma de ajudar o meio ambiente. O método utilizado por aqui é a utilização de materiais nanoestruturados.

A professora Sandra Regina Rissato, do departamento de Química da FC, explica que as nanoestruturas são mais

eficientes neste combate à poluição, pois, como são menores, elas tem um poder de absorção e oxidação maior.

Além disso, o custo deste processo de biorremediação, ainda em fase de desenvolvimento em laboratório, é menor.

Page 2: Ciência a favor da natureza

Segundo Sandra, os custos de aplicação são reduzidos devido à utilização das nanoestruturas de Ferro metálico e de

Dióxido de Titânio.

A preocupação é com você também!

O foco da pesquisa desenvolvida na UNESP é a remediação de amostras contaminadas com Poluentes Orgânicos

Persistentes (POPs). E o que isso tem a ver com você? Simples, não é preciso viver ao lado de uma indústria química

para se contaminar, a poluição e as toxinas podem estar em qualquer lugar.

Os POPs, uma vez liberados na natureza, podem viajar por quilômetros, mantendo sua capacidade de contaminação.

Ao se acumularem no corpo do ser humano, esses tóxicos atacam os sistemas reprodutivo, nervoso e imunológico,

podendo causar até mesmo câncer.

E o processo de biorremediação desenvolvido pelo Laboratório de Química Analítica e Materiais Avançados da

UNESP combina alta eficiência, rapidez e baixo custo no combate a estas toxinas nocivas ao ser humano, garante a

professora.

Alternativas como esta estão sendo testadas pelo mundo. A biorremediação está auxiliando na recuperação do vale

Wadi Hanifah, situado na capital da Arábia Saudita, por exemplo. O sucesso do projeto por lá já faz com que

cientistas estudem formas de ampliar a aplicação desta tecnologia.

Por João Paulo Monteiro Santos