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Page 1: CIDRAES RetRospetiva - OFICINAS DO CONVENTO · No Japão faz e expõe cerâmica até 1995, trabalhando na Universidade de Arte de Kanazawa e no Centro de Artes Tradicionais de Utatsuyama

EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA E WORKSHOP NO TELHEIRO

CIDRAESRetRospetiva

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1945 nasce em Elvas, Alentejo, Portugal.1970 Arquiteto pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Bolsa do Governo Japonês de pós--graduação sobre a habitação tradicional e a arquitetura da madeira, na Universidade de Kyushu.1972 inicia a cerâmica no Japão frequentando ateliers de vários ceramistas.1973 parte para o Brasil e em 1974 na Bahia com mais 3 artistas forma o grupo Takê e cria objetos de som em bambu e outros materiais naturais.1975 monta atelier coletivo de cerâmica no ex-matadouro de Cunha. 1984 muda para seu novo atelier no Alto do Cajuru.1987 monta o Departamento de Cerâmica do AR.CO em Lisboa, que dirige até 1990 quando parte para o Japão de novo, com uma bolsa da Fundação Japão.No Japão faz e expõe cerâmica até 1995, trabalhando na Universidade de Arte de Kanazawa e no Centro de Artes Tradicionais de Utatsuyama. A partir de 1993 dedica-se sobretudo ao ensino do Design e Arquitetura na KIDI, filial

japonesa da Parsons School of Design de NY, até 2002. Aí, como Diretor do Primeiro Ano, estrutura os programas de Humanidades, Desenho Técnico e Design Digital.Depois de uma breve passagem lecionando na Universidade de Xangai volta para seu atelier de Cunha em Novembro de 2002.2004 volta a lecionar por um mês na Univ. de Xangai.2005 coordena “30 anos de forno Noborigama”, I Festival de Cerâmica de Cunha.2006 é co-fundador da Cunhacerâmica, Associação dos Ceramistas de Cunha.2009 a 2013 é membro fundador e Presidente do Conselho Superior do ICCC Instituto Cultural da Cerâmica de Cunha.2004 a 2013 executa projetos de arquitetura alternativa, sobretudo de habitação em Cunha e também de fornos Noborigama.Dedica-se além disso à produção e execução com instrumentos de percussão em cerâmica.

alberto cidraes | ARQUITETO E CERAmISTA

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joão marques | vEREADOR DA CULTURA DA CmmN

A receção do ceramista Alberto Cidaes, e a abertura dos espaços expositivos com a presente exposição, representam várias dimensões da dinâmica da criação artística em montemor-o-Novo.

No primeiro plano, a oportunidade de apreciar uma retrospetiva de um ceramista da dimensão do Alberto Cidaes, expondo desta forma um percurso de investigação e criação, assim como uma evolução dialéctica da estética, que nos permite alimentar o inquestionável legado que a criação artística, em particular a cerâmica, tem trazido até este lugar.

No segundo plano, a formação e a oportunidade de aprendizagem que se dinamizaram na Oficina O Som da Cerâmica, realizada no Telheiro da Encosta do Castelo, que desta forma cumpre a sua função de espaço de criação, reflexão e diálogo, formação e produção, sedimentando os argumentos que justificaram a sua recuperação, bem a atual dinamização desenvolvida pelas Oficinas do Convento.

No terceiro plano, a relação. Esta é uma exposição que vem na sequência de anteriores, originadas pelas relações criadas pela escultora virgínia Fróis com outros escultores e ceramistas do outro lado do Atlântico, que tem permitido um intercâmbio de experiências e saberes, cunhando desta forma o argumento fundamental para que outros projetos e relações possam acontecer sobre estas pontes agora lançadas.

Fica o convite à apreciação das peças apresentadas, e à reflexão sobre as mesmas e ao percurso que originou a sua existência.

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TORRE-PAGODEGrêsInsituto de Utatsuyama1994

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virginia fróis | ESCULTORA

Das coisas passadas extraímos o alimento futuro.

Ir e voltar um movimento no espaço com as estórias. Estar de novo. Um outro ver, um profundo sentir. Um reencontro com o Alberto, construído com fragmentos da sua vida feita de deslumbramentos, como antecipação do futuro. Duas cidades onde nos encontramos, Cunha e montemor-o-Novo, num desejo de viagens e de transmissão de conhecimento que faremos acontecer.

No inicio foi o som. O som dos potes, o som do vazio, um movimento para o ar que a precursão procura num bater atento, uma escuta.Um pote de terra duas vezes queimada, três vezes ouvida, uma sonoridade crua grave e profunda, depois uma outra final operada pelo fogo transformando a terra em cerâmica, um som mais agudo e límpido quase um sino.Talvez o homem tenha sido primeiro estimulado pelos sons da terra, sons que não se sabe de onde ecoam, estalidos, rumores, talvez esse medo ancestral que transportamos como alerta vital tenha estado na origem da tentativa de explicar o mundo, da invenção dos deuses, por isso a necessidade dos xamanes, talvez a arte contribua para a mediação.A Oficina O Som da Cerâmica, devolveu aos que participaram nessa escuta, numa sintonia sem palavras. Os sons dos potes, do sopro, do ressoar dos espaços o sentido de grupo. Corpos que procuram um pulsar... Em dezembro na sala do capítulo a beleza das coisas simples do nosso Convento.

voltar, recolher o disperso, adormecido, encostado num canto de uma casa antiga e depois lavado, ressurgido do pó e novamente mostrado. vários grupos vários momentos da obra de Alberto Cidraes, paragens nas viagens com a mão na massa, transmissões do aprendido. Portugal talvez com um ponto de origem... agora talvez o Brasil? A exposição dará a ver, nos três núcleos das obras expostas: na Galeria municipal Elmos e Casas e no Centro Interpretativo do Castelo, Taças e Objectos geométricos. Todas estas séries de cerâmicas corresponderam a um deixar-se levar pelo momento, pelo modelar intuitivo do barro. Todas elas são habitáculos do corpo dos líquidos e do ar, vasos onde a alma do ceramista se abrigou por um momento na esperança da sua transformação.

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OFICINA Os Sons de Cerâmica

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alberto cidraes | ARQUITETO E CERAmISTA

A presente exposição acontece na sequência da minha vinda a Portugal, e da realização em montemor-o-Novo de uma oficina de instrumentos de som em cerâmica, no espaço do Telheiro Encosta do Castelo, Novembro/Dezembro de 2013.

Esta é uma exposição retrospectiva, cobrindo duas épocas de criação, sobretudo em escultura/cerâmica. A primeira vai de 1987 a 1990, período em que, em parceria com maria Estrela Pais vieira, dei início no Ar.Co de Almada ao Departamento de Cerâmica.

A segunda vai de 1990 a 1995, em Kanazawa, no Japão, para onde me desloquei com uma bolsa de investigação da Fundação Japão. Nesse país, os objetos de cerâmica foram executados na Universidade de Arte de Kanazawa e no Instituto de Artes Tradicionais de Utatsuyama. Os desenhos, também presentes na exposição são dos anos 90, posteriores a 95, quando me encontrava lecionando no Instituto Internacional de Design de Kanazawa (KIDI Parsons).

A cabeça de guerreiro, protegida por elmo, compõe o núcleo central desta mostra e tem sido um tema recorrente no meu trabalho em cerâmica. muitos me perguntam porquê. O belicismo nunca foi parte da minha filosofia de vida, mas interrogando--me, concluo que talvez a razão dessa escolha seja o facto de ter nascido em Elvas, a “Chave do Reino”, cidade fortaleza, dotada da tradicional tarefa de proteger Portugal dos invasores de leste, castelhanos ou não.

Ou então, o facto de ter estudado arquitetura, me levará a ver a cabeça como um edifício dotado de comunicação para o exterior através de janelas/olhos, boca/porta, nariz/chaminé. O elmo seria a primeira camada de uma estrutura de proteção, tipo cebola, sequencialmente, elmo, cabelos, crânio, cérebro, mente, espírito.

A exposição contém outras temáticas, nomeadamente com referências arquitectónicas ou de design. O utilitário, quando presente, nunca é literal, sendo mais uma escultura com apropriação de arquétipos provenientes de objectos de uso.

Fazem parte da exposição também, os objectos de som gerados pelos participantes e por mim, durante a oficina no Telheiro. Esta oficina acontece na decorrência de uma pesquisa sonora em cerâmica, desenvolvida no meu atelier em Cunha, no Brasil, até 2010 focada sobretudo na percussão.

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EREmITéRIOGrêsAr.Co1989

EREmITéRIOGrêsAr.Co1989

SANTUáRIOGrês dourado

Insituto de Utatsuyama1994

TRIGLOOGrês douradoInsituto de Utatsuyama1993

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GUERREIRO Instituto de

UtatsuyamaGrês e vidro

1993

UERREIROInstituto de

UtatsuyamaGrês e vidro

1993

GUERREIRO Instituto de Utatsuyama

Grês e folha de ouro1994

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Guerreiros Grês

Ar.Co e Japão

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CABEçAGrêsAr.Co1989

CABEçAGrêsInstituto de Utatsuyama1993

JARROGrês douradoInstituto de Utatsuyama1994

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CABEçAGrêsInstituto de Utatsuyama1993

GUERREIROGrês douradoInstituto de Utatsuyama1994

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vASOGrêsInstituto de Utatsuyama1994

vASOGrês douradoInstituto de Utatsuyama1994

PRATOGrês pintado

Instituto de Utatsuyama1994

GALOTAGrêsInstituto de Utatsuyama1994

CHAwANGrêsInstituto de Utatsuyama1994

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vASOGrêsInstituto de Utatsuyama1993

BULEGrêsInstituto de Utatsuyama1993

TRIâNGULOGrês Ar.Co1989

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FICHA TéCNICA

PROGRAmAçÃO / CURADORIAvirginia Fróis

DESIGN Joana Torgal

FOTOGRAFIAJoana Torgal . Rodolfo Pimenta . virginia Fróis

PRODUçÃO E mONTAGEm DA EXPOSIçÃOGaleria municipal de montemor-o-NovoAlberto Cidraes . vasco da Silva . Nuno Lemos

OFICINA O SOM DA CERÂMICA

FORmADORAlberto Cidraes

PARTICIPANTESAna Escobar Teixeira . Ana Cardoso . Graça Pires . Helena CastelaJuliana Silvério . mariana Stoffel . Nelson Cacete

DOCUmENTAçÃO AUDIOvISUALPedro Grenha

ACTIvIDADE REALIZADA NO TELHEIROwww.oficinasdoconvento.com/?p=3571

AGRADECImENTOSAo vereador João marques pela atenção ao longo de todo o processo , assim como, à coordenação do Centro Juvenil, pelo acolhimento.

mONTEmOR-O-NOvO . PORTUGAL . 2014

CONTATOS

ALBERTO [email protected]

www. cidraes.com

OFICINAS DO [email protected]

www.oficinasdoconvento.comT. (+351) 266 899 824

Convento de São Francisco7050-160 montemor-o-Novo

CâmARA mUNICIPAL DE [email protected]

www.cm-montemornovo.ptT. (+351) 266 989 100F. (+351) 266 877 096

Largo dos Paços do Concelho7050-127 montemor-o-Novo

CENTRO INTERPRETATIvO DO CASTELOPOSTO DE TURISmO

turismo_dcdj@ cm-montemornovo.ptT. (+351) 266 898 193F. (+351) 266 877 096

Largo Calouste Gulbenkian7050-192 montemor-o-Novo

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