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CIDADES GLOBAIS Ao falar sobre o nascimento, crescimento e transformação das cidades no livro “Cities in Evolution” (1915), o escocês Patrick Geddes definiu, pela primeira vez, o conceito da “Cidade Global” como uma região economicamente preponderante do Estado-Nação, conectada a outras cidades do mundo de forma a, como afirmou Hall, “manifestar os interesses políticos e econômicos do governo nacional” (1966, 1984). Todavia, Hall é considerado o ‘pai’ do termo “Cidades Globais” por tê-las definido através de diversos espectros de ação que tenderiam a crescer em importância. “São centros de poder político, tanto nacional como internacional, e de organização governamental; centros de comércio nacional e internacional, agindo como entrepostos para seus países e às vezes para países vizinhos; ainda, centros bancários, de seguros e serviços financeiros em geral; centros de atividade profissional avançada, na medicina, no direito, em estudo avançado, e de aplicação de conhecimento científico na tecnologia; centros de acúmulo de informação e difusão através da mídia de massa; centros de consumo, sejam de artigos de luxo a uma minoria ou de produtos de produção em massa; centros de artes, cultura, entretenimento e de atividades auxiliares relacionadas.” (Hall, 1997) Sobre tal definição espacial das Cidades Globais, Brenner e Keil argumentam, na introdução da coletânea “The Global City Reader”, que até meados da década 70 “geógrafos urbanos (...) assumiram que o território nacional era a escala primária nas quais hierarquias e sistemas urbanos estavam assentados”. O crescimento da importância da economia política no mundo (decorrente dos diversos fatos da década de 70, desde as crises econômicas em escala mundial como as novas formas de pensar o poder e a interdependência) seria o principal motivo para a introdução de um viés mais econômico às análises urbanas. Contudo, a década de 80 e a nova distribuição internacional do trabalho, são marcadas pela desindustrialização ou desimportância de antigos complexos urbanos e Instituto de Relações 1

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CIDADES GLOBAIS

Ao falar sobre o nascimento, crescimento e transformação das cidades no livro “Cities in Evolution” (1915), o escocês Patrick Geddes definiu, pela primeira vez, o conceito da “Cidade Global” como uma região economicamente preponderante do Estado-Nação, conectada a outras cidades do mundo de forma a, como afirmou Hall, “manifestar os interesses políticos e econômicos do governo nacional” (1966, 1984). Todavia, Hall é considerado o ‘pai’ do termo “Cidades Globais” por tê-las definido através de diversos espectros de ação que tenderiam acrescer em importância.

“São centros de poder político, tanto nacional como internacional, e de organização governamental; centros de comércio nacional e internacional, agindo como entrepostos para seus países e às vezes para países vizinhos; ainda, centros bancários, de seguros e serviços financeiros em geral; centros de atividade profissional avançada, na medicina, no direito, em estudo avançado, e de aplicação de conhecimento científico na tecnologia; centros de acúmulo de informação e difusão através da mídia de massa; centros de consumo, sejam de artigos de luxo a uma minoria ou de produtos de produção em massa; centros de artes, cultura, entretenimento e de atividades auxiliares relacionadas.”

(Hall, 1997)

Sobre tal definição espacial das Cidades Globais, Brenner e Keil argumentam, na introdução da coletânea “The Global City Reader”, que até meados da década 70 “geógrafos urbanos (...) assumiram que o território nacional era a escala primária nas quais hierarquias e sistemas urbanos estavam assentados”.

O crescimento da importância da economia política no mundo (decorrente dos diversos fatos da década de 70, desde as crises econômicas em escala mundial como as novas formas de pensar o poder e a interdependência) seria o principal motivo para a introdução de um viés mais econômico às análises urbanas.

Contudo, a década de 80 e a nova distribuição internacional do trabalho, são marcadas pela desindustrialização ou desimportância de antigos complexos urbanos e Instituto de Relações Internacionais emergência de novas localidades vitais ao funcionamento da economia mundial.

Nesse contexto, teóricos não mais conseguem explicar os fenômenos econômicopolítico-sociais de regiões locais sem recorrer a uma visão mais global dos acontecimentos, sendo John Friedmann o primeiro a repensar as relações das cidadesentre si e sua importância para o mundo. Friedmann, escrevendo com Wolff (1982), argumenta que “Cidades Globais são os centros controladores da economia global e a emergência da Cidade Global está acompanhada da emergência do sistema global de relações econômicas”. Já em “The World City Hypothesis” propõe que a questão fundamental das pesquisas sobre Cidades Globais é analisar a organização espacial da nova divisão internacional do trabalho mais que apenas classificá-las ou não por importância. Argumenta que as novas configurações sistêmicas estariam levando a uma nova configuração econômica que Castells caracterizou como a mudança mais significativa desde a Revolução Industrial dois séculos antes (Castells, 1989): uma nova rede global com grande grau hierárquico em que Londres, Nova Iorque e Tóquio seriam os articuladores maiores. Sobre as “Cidades Globais” em si, Friedmann propõe que a grande força dessas cidades se encontra em setores tais quais as corporações financeiras

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globais, transporte e comunicação e serviços, acumulando e concentrando grande parte do capital global e grande fluxo migratório.(Friedmann, 1986).

Nesse mesmo sentido, já na década de 90, a radicalização da revolução científico-tecnológica e as novas possibilidades espaciais na escala produtiva levaram a complementos às hipóteses de Friedmann. Saskia Sassen, um dos maiores nomes desse período, reafirma a dispersão espacial de antigos centros produtivos para lugares com maior especialização produtiva. Assim, o que Friedmann considerava como um dos setores em crescimento de relevância na economia global, os serviços, passa a ser o ponto de concentração e competição nos termos de Sassen – firmas jurídicas, propaganda, relações públicas, imobiliárias, turismo e entretenimento, por exemplo.

Outros teóricos complementam Friedmann e Sassen. Beaverstock et al (2002) afirmam que o sucesso ou não de uma Cidade Global se baseia na virtude de seu lugar nas relações dentro da rede das Cidades Globais, esta mantida tanto por atores públicos (cidades, Estado) como por privados (firmas, setores) e formada pelo fluxo de pessoas, bens, capitais e idéias. Uma diferença substancial de Friedmann e Sassen é a concepção da rede não como uma luta competitiva entre as cidades, o que beneficiaria os investidores, mas a quantidade e qualidade de conexões entre essas, levando a uma concepção que perpassaria a rede, chegando a uma verdadeira “sociedade de cidades”, em que o resultado das sinergias criativas levaria à competitividade.

Taylor segue caminho semelhante ao propor que a construção e reconstrução da rede de “Cidades Globais” são descritas em esferas diferentes, mas complementares, da rede de Estados, a primeira como recipiente do espaço econômico, a segunda do espaço político. Assim, passam de atividades estritamente interestatais para trans ou supra-estatais. Como grande inovação às teorias passadas, contudo, apresenta um terceiro espaço onde a dinâmica da rede se apresenta, somando-se ao espaço da rede e dos agentes (as cidades): as instituições dentro das cidades. Conclui de forma similar à de Friedmann, observando que as novas redes supra-estatais acirram a lógica hierárquica.Esse, inclusive, foi o ponto principal na categorização feita pelo Globalizaion and World Cities Study Group & Network, no GaWC Research Bulletin 5 (Beaverstock et al, 1999). Baseado em pesquisas realizadas anteriormente por teóricos e na disposição de diversas firmas de serviços nas cidades, um ranking em que as cidades recebem

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pontuações de 1 à 12 do quanto “globais” são foi calculado e são dividas em quatro diferentes escalas de “global”.

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Críticas aos conceitos de “Cidade Global”Ainda que esteja plenamente desenvolvida, ou mesmo haja uma grande corrente

de pensamento que possa ser considerada como principal, a teoria das “Cidades Globais” obteve avanços consideráveis em uma discussão recente, em especial dada à efemeridade de sua base investigativa a partir dos anos 70 e as bruscas mudanças com a globalização. Todavia, os teóricos enveredam sempre pelo mesmo caminho: uma rápida tentativa de explanação do conceito de “Cidades Globais”, a conceituação da rede dessas cidades e a interação das cidades e da rede por si só ou com os Estados – sempre enfatizando a relevância econômica acima de qualquer outro aspecto.

O grande problema, olhando sob a perspectiva da Análise de Política Externa, é que há pouca ou nenhuma problematização do conceito dado das “Cidades Globais”. De certa forma, aqueles que trabalham com o tema acabam sempre por retomar o conceito de Hall, alterando-o de acordo com suas próprias contribuições.

Assim, a lógica do pensar o que é uma “Cidade Global” é replicada e, quando muito, reformada. Isso, por si só, não seria um problema, dado que o conceito de Hall e todos aqueles subseqüentes dão conta de explanar o mundo e são coesos com suas hipóteses e observações. A questão ocorre quando essa conceituação não é capaz de explanar o mundo ou parte dele.

A existência de uma variada gama de fóruns internacionais exclusivamente de atores subnacionais como a United Cities and Local Governments (UCLG)2, em âmbito global, ou as Euro e Mercocidades, em âmbito regional; o espantoso e crescente número de cidades-irmãs ou gêmeas3; ou mesmo a existência de um fórum de conversa desses atores dentro das Nações Unidas (UN-HABITAT), organização eminentemente estatal desde sua criação, mostram que ainda que haja algum ator amplamente ativo em qualquer um dos exemplos anteriores, ainda assim pode não ser enquadrado como uma “Cidade Global” nos termos apresentados anteriormente.

A aplicação dessas definições à realidade desses atores subnacionais esquecese, portanto, da vontade política desses atores. Por vontade política entendo como a ação efetiva dos governos subnacionais em escopo transnacional sem, a despeito de ou complementar à interferência do Estado em que o ator se insere com o intuito de promover seus próprios interesses – ou seja, o que Panayotis Soldatos introduziu ao debate acadêmico sob o termo paradiplomacia.

De forma similar aos governos nacionais, os subnacionais também agem enviando delegações oficiais, assinando acordos ou memorandos de entendimento ou participando de organizações com outros governos subnacionais Ainda assim, a ação exterior de governos subnacionais pode e deve ser estudado utilizando o arcabouço das Relações Internacionais na Análise de Política Externa por conta de sua semelhança com entidades nacionais. Dessa necessidade, recorro ao conceito de “paradiplomacia” para a defesa do ponto.

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ParadiplomaciaOs teóricos de Relações Internacionais iniciam, na década de 80, seus estudos

sobre o impacto das unidades subnacionais e, por conseqüência, das “Cidades Globais”, nas relações internacionais. A partir da diferenciação do mesmo Soldatos entre segmentação funcional e territorial da política externa das unidades a serem trabalhadas, é possível diferenciar atividades externas de governos nacionais e subnacionais: ao mesmo tempo em que apresentam compromisso com sua população, nacional ou regional, e, por tal, semelhanças no aparato burocráticoinstitucional com que lidam com a política externa, não há possibilidade de que governos subnacionais possam lidar de altas políticas tal como fazem os governos nacionais.

Hocking (2004 [1997]), Paquin (2004) e Salomón & Nunes (2007) partem dessa idéia e resgatam o conceito de atores condicionados ou livres de soberania de James Rosenau e se utilizam de um meio termo, atores mistos, para descrever tais entidades subnacionais; ou seja, atores que têm responsabilidades inerentes à sua população e seu território, como os Estados no qual estão inseridos, mas que, por não compartilharem das exatas obrigações ou competências que esses Estados, não possuem as mesmas responsabilidades, o que os oferece maior grau de liberdade e características mais próximas a atores não-nacionais, como ONGs ou empresas multinacionais. Como consequência

“a facilidade de formar todo tipo de redes, com objetivos pontuais ou a largo prazo, mais gerais ou mais específicos, com governos do mesmo nível ou com outros atores e a atividade destacada de muitas autoridades locais em foros predominantemente nãogovernamentaissão mais detectáveis.”

(Salomón, 2007)

Além disso, novas práticas tendem a ser criadas e copiadas, por não haver antecedentes históricos nos quais o aparato burocrático desses governos podem se basear. Há, assim, um aparato pautado nos já historicamente existentes dos Estados nos quais os atores se inserem, mas constantemente atualizados para que se adéqüem às suas próprias nuances. Nesse ponto, porém, é necessário que se enalteça uma característica bastante distinta dos atores subnacionais: diferentemente dos Estados que, por maior ou menor, mais ou menos poderosos que sejam sempre possuem as mesmas características (ainda que não haja consenso sobre quais seriam essas) – soberania, monopólio da violência dentro de seu território, população etc. Por outro lado, a categoria “atores subnacionais” abarca desde vilas até macrorregiões, passando por cidades, províncias, estados, levando, por consequência, a uma diferenciação nos objetivos e meios para alcançá-los.

Os objetivos vão pelo mesmo caminho. Além da luta por maior voz e autonomia nos fora internacionais, como a própria ONU, proposta por muito dos atores mais ativos em organizações transnacionais, há diferenciação dos próprios objetivos entre os diferentes atores. Há casos em que regiões de histórico separatista, como Québec, Flandres ou Barcelona, utiliza-se de suas prerrogativas paradiplomáticas como forma de distanciamento e busca por maior autonomia com relação ao Estado em que estão inseridos. Outros, como Paris ou, em certa medida, Rio de Janeiro, adotam estratégias de reconhecimento internacional, aumento de soft power, como forma de atração para turismo. Casos mais comuns em países em desenvolvimento é a utilização de estratégias

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como forma de atração de investimento e captação de recursos, como o exemplo de Porto Alegre e Rio Grande do Sul demonstrado por Salomón & Nunes (2007).Ainda assim, cônscios dessas diferenças, vê-se a possibilidade real de se analisar, baseado nas contribuições das Relações Internacionais, a ação dos atores subnacionais, e, consequentemente, das “Cidades Globais”.

“Cidades Globais” e Relações InternacionaisConsiderando, portanto, a vontade política, a ação das cidades como estratégia

de auto-inserção global das unidades subnacionais, a definição de “Cidades Globais” oferecida por Hall, Friedmann ou Sassen torna-se incompleta ou míope – desconsidera-se, por inteiro, o quão engajada é a localidade no cenário global e, mais importante, o quanto isso é fruto de seu próprio movimento, e não mera consequência da rede financeira, econômica ou comercial mundial.

É claro que desconsiderar o trabalho anterior desses teóricos seria um erro ainda maior: há de se pensar que “centros de comércio nacional e internacional, agindo como entrepostos para seus países e às vezes para países vizinhos”, a análise da nova divisão internacional do trabalho, ou a dispersão de antigos centros produtivos concomitante à concentração dos serviços nas “Cidades Globais” são essenciais para a compreensão dessas cidades e seu papel no mundo. É inconcebível desconsiderar Nova Iorque, Londres ou Tóquio como “Cidades Globais” tão somente por sua ação não tão efetiva como a de Barcelona ou Québec em fora mundiais de governos subnacionais. Portanto, eliminar o trabalho anterior dos teóricos das “Cidades Globais” não seria o ideal, mas a inclusão da perspectiva das Relações Internacionais, justapondo às mesmas, seria uma alternativa válida para uma conceituação menos problemática do termo.

Outro problema a ser explicitado nesse ponto é a inexistência de uma base de dados de governos subnacionais capaz de mensurar suas disposições para ações externas – não havendo, por consequência, trabalhos acadêmicos com esse objetivo; quando muito, o fazem apresentando dados de duas ou mesmo uma localidade, caso de Lin (2008). Mais que isso, ainda que essa base exista e que os dados possam ser compilados e comparados, a recorrente questão de quais os dados a serem utilizados, em qual medida utilizá-los e, principalmente, como contatená-los com os dados trabalhados pelos teóricos das “Cidades Globais” supracitados.

Por outro lado, a justaposição das ideias permitirá, por exemplo, creditar à Barcelona a definição de “Cidade Global”, soma de sua posição relevante na rede financeira e de serviços espanhola, européia e internacional, como cidade Gama na lista de Beaverstock et al (1999) por exemplo, e, ao mesmo tempo, sua reiterada e planejada inserção em diversos fora mundiais de governos subnacionais; ao mesmo tempo, iria diminuir uma possível “pontuação” de Bruxelas ou Zurique por ambas serem cotadas como Beta na lista supracitada tão somente pela grande concentração de representações internacionais (sendo a sede da UE), seja por ser sede de diversos dos maiores bancos internacionais, mas, ao mesmo tempo, sem nenhuma tentativa por parte de seus governos de ação externa – ou seja, “Cidades Globais” que são não mais que receptáculos de instituições, essas sim, globais.

Para tal, uma sugestão simples, porém efetiva, poderia ser a utilização dos dados do UN-HABITAT e, em especial, da CGLU, que a despeito da alimentação de dados feita de seus membros, não produziu qualquer material comparativo e analítico nesse sentido.6 A quantidade de investimento direto recebida por cada ator subnacional, sua presença nos diferentes fora internacionais, quantidade e qualidade de acordos bilaterais com cidades-irmãs são algumas das possíveis variáveis a serem utilizadas.

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NOVA IORQUE

Nova Iorque  é a cidade mais populosa dos Estados Unidos e o centro da Região Metropolitana de Nova Iorque, uma das áreas metropolitanas mais populosas do mundo. É também a terceira cidade mais populosa da América, atrás de São Paulo e Cidade do México. A cidade exerce um impacto significativo sobre o comércio, finanças, mídia, arte, moda,pesquisa, tecnologia, educação e entretenimento de todo o planeta. Nova York abriga a sede da Organização das Nações Unidas(ONU) sendo um importante centro para assuntos internacionais e amplamente considerada como a capital cultural do mundo. A cidade também é referida como Cidade de Nova York (em inglês: New York City) para distingui-la do estado de Nova York, do qual faz parte.

Localizada em um dos maiores portos naturais do mundo, Nova York é composta por cinco boroughs: Bronx, Brooklyn, Manhattan,Queens e Staten Island. Com uma população que, de acordo com o Censo dos Estados Unidos de 2010, atinge 8.175.133 habitantes,distribuídos em uma área de terra de apenas 784 km². Nova York é a grande cidade mais densamente povoada dos Estados Unidos e a segunda localidade mais densamente povoada do estado de Nova Iorque. Com cerca de 800 idiomas diferentes falados em seu território, Nova York é a cidade com a maior diversidade linguística do mundo. A população da Região Metropolitana de Nova York é a maior dos Estados Unidos, estimada em cerca de 18,9 milhões de pessoas distribuídas em cerca de 17.400 km².

New York tem suas raízes na sua fundação em 1624 como um posto de comércio por colonos da República Holandesa, sendo nomeada Nova Amsterdã, em 1626. A cidade e seus arredores foram tomadas pelo Reino da Inglaterra em 1664 e seu nome foi alterado para Nova York, depois que o rei Carlos II da Inglaterra concedeu as terras para seu irmão, o Duque de York. Nova York serviu como a capital dos Estados Unidos de 1785 até 1790, sendo a maior cidade do país desde 1790. A Estátua da

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Liberdade recebeu milhões de imigrantes que vieram para a América de navio no final do século XIX e início do século XX.

Muitos distritos e pontos turísticos de Nova York se tornaram bem conhecidos graças aos seus quase 50 milhões de visitantes anuais. A Times Square, batizada de "a encruzilhada do mundo", é a região iluminada onde se concentram os famosos teatros da Broadway, sendo um dos cruzamentos de pedestres mais movimentados do mundo  e um importante centro da indústria do entretenimento mundial. A cidade abriga algumas das pontes, arranha-céus e parques de maior renome no mundo. O distrito financeiro de Nova Iorque, ancorado por Wall Street em Lower Manhattan, atua como a capital financeira do mundo e é o lar da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a maior bolsa de valores do planeta pelo total de capitalização de mercado de suas empresas listadas.

O mercado imobiliário de Manhattan está entre os mais valorizados e caros do mundo. A Chinatown de Manhattan incorpora a maior concentração de chineses do ocidente. Ao contrário da maioria dos sistemas de metrô do mundo, oMetropolitano de Nova Iorque é projetado para fornecer o serviço 24 horas por dia, 7 dias por semana.  Inúmeros colégios e universidades estão localizados em Nova York, incluindo a Universidade de Colúmbia, a Universidade de Nova York e a Universidade Rockefeller, que estão classificadas entre as 100 melhores do mundo.

Governo e política

Sede da prefeitura da cidade

Desde a sua consolidação em 1898, a cidade de Nova York tem sido um município metropolitano com uma forma de governo prefeito-conselho de governo "forte". O governo de Nova York é mais centralizado do que o da maioria das outras cidades dos Estados Unidos. Em Nova York, o governo central é responsável pela educação pública, instituições correcionais, bibliotecas, segurança pública, lazer, saneamento, abastecimento de água e serviços de bem-estar. O prefeito e os vereadores são eleitos para mandatos de quatro anos. O Conselho da Cidade de Nova York é um órgãounicameral composto de 51 membros do Conselho, cujos distritos são definidas por limites geográficos da população. O prefeito e os vereadores são limitados a três períodos consecutivos de quatro anos de mandato, mas podem ser eleitos novamente após uma pausa de quatro anos.

O prefeito atual é Michael Bloomberg, um ex-democrata, ex-republicano (2001-2008) e atual político independente. Bloomberg é conhecido por tomar o controle do sistema da cidade, a educação, do estado rezoneamento, desenvolvimento econômico, gestão fiscal, som e uma agressiva política de saúde pública. Em seu segundo mandato, ele fez reformas educacionais, redução da pobreza e as criou um estrito controle de armas, sendo essas as prioridades centrais de sua administração..[128] Juntamente com o

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prefeito de Boston, Thomas Menino, em 2006 fundou a Coalizão de Prefeitos Contra Armas ilegais, uma organização com o objetivo de "fazer a segurança pública, obtendo armas ilegais das ruas." O Partido Democrata detém a maioria das repartições públicas. Em novembro de 2008, 67% dos eleitores registrados na cidade são democratas. A cidade de Nova York não elege um republicano em uma eleição estadual ou presidencial desde 1924.

New York é a mais importante fonte de arrecadação de fundos políticos nos Estados Unidos, sendo que quatro dos cinco principais códigos postais no país para contribuições políticas estão em Manhattan. O CEP superior, 10.021 no Upper East Side, gerou mais dinheiro para as campanhas presidenciais de 2004 de George W. Bush e John Kerry. A cidade tem um forte desequilíbrio de pagamentos com os governos nacionais e estaduais. Nova York recebe 83 centavos em serviços para cada $ 1 que envia ao governo federal em impostos (ou anualmente envia 11,4 bilhões dólares mais do que recebe de volta). A cidade também envia um adicional de 11 bilhões de dólares a cada ano para o estado de Nova York do que recebe de volta.

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LOS ANGELES

Los Angeles é a segunda cidade mais populosa dos Estados Unidos[1]depois de Nova York. Com uma população de 3 792 621 habitantes, segundo o censo de 2010, é a cidade mais populosa do estado da Califórnia e do oeste dos Estados Unidos. Além disso, a cidade se estende por 1 302 km² no sul da Califórnia e é classificada como a 13ª maior área metropolitana do mundo, com 17,7 milhões de pessoas espalhadas por grande parte do litoral sul da Califórnia. A área metropolitana Los Angeles-Long Beach-Santa Ana abriga 12 828 837 habitantes. Los Angeles é também a sede do condado de Los Angeles, o mais populoso e um dos condados mais multiculturais dos Estados Unidos. Os habitantes da cidade são referidos como "Angelenos".

Los Angeles foi fundada em 4 de setembro de 1781, pelo governador espanhol Felipe de Neve como El Pueblo de Nuestra Señora la Reina de los Angeles del Río de Porciúncula (A Vila de Nossa Senhora, Rainha dos Anjos do Rio de Porciúncula). Tornou-se parte doMéxico, em 1821, após sua independência da Espanha. Em 1848, no final da Guerra Mexicano-Americana, Los Angeles e o resto daCalifórnia foram adquiridos como parte do Tratado de Guadalupe Hidalgo, tornando-se parte dos Estados Unidos, o México manteve o território de Baja California. Los Angeles foi incorporado como município em 4 de abril de 1850, cinco meses antes da Califórnia tornar-se um estado estadunidense.

Muitas vezes, conhecida por suas iniciais, "LA", e apelidada de "Cidade dos Anjos", Los Angeles é um centro mundial de negócios,comércio internacional, entretenimento, cultura, mídia, moda, ciência, tecnologia e educação. É o lar de instituições de renome cobrindo um vasto leque de campos profissionais e culturais e é um dos motores mais importantes da economia dos Estados Unidos.

Em 2008, Los Angeles foi classificada a oitava cidade mais economicamente

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poderosa do mundo pela Forbes.com, e a terceira nos EUA, atrás apenas de Nova Iorque e Chicago, fato pelo qual é considerada um dos maiores e mais importantes centros financeiros do mundo.

Como a sede de Hollywood, é conhecida como a "Capital Mundial do Entretenimento", a líder mundial na criação de filmes, produção detelevisão, videogames e música gravada. A importância do setor de entretenimento para a cidade levou muitas celebridades à Los Angeles e seus subúrbios.

Região metropolitana

Los Angeles é a sede de condado do Condado de Los Angeles, o condado mais populoso dos Estados Unidos, com um total de 10 179 716 habitantes. São 88 cidades, todas parte da região metropolitana de Los Angeles, das quais dez possuem mais do que 100 mil habitantes. Long Beach,Glendale e Santa Clarita são as cidades mais populosas e importantes do condado. Muitas cidades do condado estão completamente cercadas pela cidade de Los Angeles, caso de West Hollywood, Westwood, San Pedro e Culver City. Outras estão cercadas por Los Angeles e pelo Oceano Pacífico, como Santa Mônica e Torrance.

A região metropolitana de Los Angeles é composta pelos condados de Los Angeles, Riverside e Orange, que possuem quatro grandes aglomerações urbanas distintas: Los Angeles-Long Beach, Condado de Orange, Riverside-San Bernadino e o Condado de Ventura. No total, são 12 146 000 habitantes e 4 319,9 km² de área urbanizada, o que torna a região metropolitana de Los Angeles a segunda mais habitada dos Estados Unidos, a terceira mais habitada da América do Norte, bem como uma das maiores do mundo.

Política

Los Angeles é a administrada por um prefeito e por um Conselho composto de 15 membros, um de cada um dos 15 distritos de Los Angeles. O prefeito é eleito pelos eleitores da cidade para mandatos de até quatro anos de duração. Os eleitores de cada um dos distritos elegem um representante para o Conselho da cidade, para mandatos de até quatro anos de duração. Outros oficiais são diretamente escolhidos pelo prefeito, como um posto encarregado de administrar o sistema judiciário da cidade e garantir que as leis da cidade sejam cumpridas pelos habitantes da cidade.

O governo municipal de Los Angeles têm mostrado-se ineficiente em algumas áreas, o que fez com que os distritos de Hollywood e Vale de San Fernando buscassem independência em 2002, embora não tendo sucesso, alegando que a municipalidade de

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Los Angeles prefere concentrar sua atenção em áreas mais densamente povoadas da cidade, como o centro da cidade, negligenciando áreas de menor densidade populacional. Para tornar mais efetiva o governo municipal, o Conselho municipal de Los Angeles têm promovido a formação de Conselhos regionais, tendo sido proposto em 1996 e aprovado em 1999.

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SÃO PAULO

São Paulo é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Sudeste e tem por limites os estados de Minas Gerais a norte e nordeste, Paraná a sul, Rio de Janeiro a leste e Mato Grosso do Sul a oeste, além do Oceano Atlântico a sudeste. É dividido em 645 municípios e sua área total é de 248 209,426 km², o que equivale a 2,91% da superfície do Brasil. Sua capital é o município de São Paulo e seu atual governador é Geraldo Alckmin.

Por ser o estado com o maior PIB do país, representando cerca de 33,5% do total de riquezas produzidas no Brasil, São Paulo é conhecido como a "locomotiva do Brasil". Além do grande poder econômico, o estado possui índices sociais relativamente bons, tais como o terceiro maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o segundo maior PIB per capita, a segunda menor taxa de mortalidade infantil e a quarta menor taxa de analfabetismo entre as unidades federativas do Brasil.

Com mais de 41 milhões de habitantes, o que equivale a cerca de 22% da população brasileira, São Paulo é o estado mais populoso doBrasil e a terceira unidade política mais populosa da América do Sul, sendo superada somente pelos demais estados do país em conjunto e pela Colômbia, e à frente de todos os demais países sul-americanos. Sua população é uma das mais diversificadas da nação edescende principalmente de portugueses, que descobriram o Brasil e instalaram os primeiros assentamentos europeus no estado de São Paulo, e de italianos, que começaram a emigrar para o país no fim do século XIX; também descende de ameríndios, africanos, além de outras grandes correntes migratórias, como árabes, alemães, espanhóis e japoneses e chineses.

Industrialização e Metropolização

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Edifício Altino Arantes, em São Paulo, inaugurado em 1947 é uma expressão da pujança

econômica do estado na época.

Após a Primeira Guerra Mundial, o cultivo do café começa a enfrentar crises de excesso de oferta e concorrência de outros países. O cultivo começa a ser controlado pelo governo, a fim de evitar crises e fazendas fecham, levando imigrantes em direção a São Paulo, onde se tornam operários. Pressões políticas exigindo o fim do predomínio da elite cafeeira paulista surgem e movimentos artísticos como a Semana de 1922 propagam novas ideias sociais e econômicas. A imigração externa começa a se enfraquecer e greves anarquistas e comunistas rebentam em São Paulo enquanto impérios industriais como o de Matarazzo são formados.

Em 1930 o café entra em sua derradeira crise com a Grande Depressão, o colapso dos preços externos dos grãos e a Revolução de 1930, que retira os paulistas do poder. Dois anos depois, em 1932, São Paulo combate Getúlio Vargas na Revolução Constitucionalista, em uma tentativa de retomar o poder perdido, porém é derrotado militarmente. A crise do café se amplifica e o êxodo rural em direção à cidade de São Paulo esvazia o interior do estado. No período do Estado Novo com Ademar de Barros como governador do estado e Prestes Maia prefeito da cidade de São Paulo, o estado entra em uma nova fase de desenvolvimento com a construção de grandes rodovias e usinas hidrelétricas.

A Segunda Guerra Mundial interrompe as importações de produtos e a indústria paulista inicia um processo de substituição de importações, passando a produzir no estado os produtos até então importados. O processo intensifica-se no governo de Juscelino Kubitschek, que lança as bases da indústria automotiva no ABC paulista.

Para suprir a mão de obra necessária, o estado passa a receber milhões de nordestinos, que substituem os antigos imigrantes, que agora passam a compor a classe média paulista, como operários. Este rápido aumento populacional promove um processo de metropolização, onde a cidade de São Paulo se aglomera com as cidades vizinhas, formando a Região Metropolitana de São Paulo.

Nas décadas de 1960 e 1970 o governo estadual promove diversas obras que incentivam a economia do interior do estado, esvaziado desde a crise do café em 1930. A abertura e duplicação da Via Dutra (BR-116) recupera e industrializa o Vale do Paraíba, que se concentra em torno da indústria aeronáutica de São José dos Campos. Para o Oeste, a implantação do Aeroporto Internacional de Viracopos, a criação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a abertura de rodovias como a Rodovia Anhanguera e Bandeirantes e Rodovia Washington Luís o implemento de técnicas modernas de produção, em especial da cana-de-açúcar e de seu subproduto,

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o álcool combustível, levam novamente o progresso às regiões de Campinas, Sorocaba, Central, Ribeirão Preto e Franca.

Este processo de recuperação econômica do interior intensifica-se a partir da década de 1980, quando inúmeros problemas urbanos, como violência,poluição e ocupação desordenada, afligem a Região Metropolitana de São Paulo. Entre 1980 e 2000 a grande maioria dos investimentos realizados no estado foi feita fora da capital, que passa de uma metrópole industrial para um polo de serviços e finanças. O interior torna-se industrializado e próspero, em especial entre os eixos Campinas - Piracicaba - São Carlos - Ribeirão Preto - Sorocaba - São José dos Campos - Taubaté. Entretanto, mesmo com o enriquecimento e industrialização do interior, outros estados passam a ter uma taxa de crescimento econômico ainda mais elevada que São Paulo, principalmente as regiões Sul e Centro-Oeste. Atualmente, ainda que o crescimento não seja mais tão alto e haja concorrência de outros estados, São Paulo é o principal polo econômico e industrial da América do Sul, sendo o maior mercado consumidor do Brasil.

Política

Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado.

Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O estado de São Paulo, assim como em uma república, é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e outros tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas decisões do governo através de referendos eplebiscitos.

A atual constituição do estado de São Paulo foi promulgada em 1989, acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais.

O poder executivo paulista está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser reeleito para mais um mandato. Sua sede é o Palácio dos Bandeirantes, que desde 19 de abril de 1964 é sede do governo paulista e

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residência oficial do governador. Desde o começo do período republicano, assumiu pela primeira vez o governo do estado a junta governativa paulista de 1889, que esteve no poder entre 16 de novembro e 14 de dezembro de 1889. Depois, Prudente de Morais, que era membro da junta, assumiu o cargo após ser nomeado para a função. Foi apenas no ano de 1891 onde ocorreu a posse do primeiro governador eleito pelo Congresso Constituinte, Américo Brasiliense de Almeida Melo. Nos últimos anos, o cargo de governador tem sido exercido por Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, paulista natural de Pindamonhangaba. Ele foi eleito no primeiro turno das eleições 2010, com 50,63% dos votos válidos, equivalente a 11 519 934 votos, derrotando os candidatos Aloizio Mercadante (8 016 866 votos, 35,23%) e Celso Russomanno (1 233 897 votos, 5,42%), sucedendo Alberto Goldman, que assumiu o cargo em 2 de abril de 2010, após a renúncia do governador José Serra para se candidatar à presidência da república. Além do governador, há ainda no estado a função de vice-governador, que substitui o governador caso este renuncie sua posição, seja afastado do poder ou precise afastar-se do cargo temporariamente. Atualmente, o cargo é exercido por Guilherme Afif Domingos.

Palácio da Justiça, sede do poder judiciário do estado.

O poder legislativo de São Paulo é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, localizado no Palácio 9 de Julho. Ela é constituída por 94 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação paulista é de três senadores e setenta deputados federais.

O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais brasileiras, sendo composto por desembargadores, juízes e ministros. Atualmente, a maior corte do Poder Judiciário paulista é o Tribunal de Justiça de São Paulo, localizada no Palácio da Justiça, no centro de São Paulo.

Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, listando os estados com o maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. São Paulo ocupa a terceira posição na lista, com 55 parlamentares cassados, atrás somente de Minas Gerais (71 cassações) e do Rio Grande do Norte (60 cassações). Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o estado de São Paulo possuía, em dezembro de 2011, 30 318 024 eleitores, o que representa 22,316% dos eleitores do Brasil.

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Economia

Um dos centros financeiros de São Paulo na região do Brooklin Novo.

O PIB de São Paulo é o maior do país, destacando-se na área de prestação de serviços. De acordo com dados relativos a 2008, o PIB paulista era de 1 003 016 mil, enquanto o PIB per capita era de 24 457 reais.

O estado possui uma economia diversificada. As indústrias metal-mecânica, de álcool e de açúcar, têxtil, automobilística e de aviação; os setores de serviços e financeiro; e o cultivo de laranja, cana de açúcar e café formam a base de uma economia que responde por cerca de um terço doPIB brasileiro, algo em torno de 550 bilhões de dólares na paridade de poder de compra. Além disso, o estado oferece boa infraestrutura para investimentos, devido às boas condições das rodovias. A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo é a segunda maior bolsa de valores do mundo, em valor de mercado.

Apesar de continuar crescendo economicamente e de seu PIB ter alcançado um trilhão de reais em 2010 (o maior do país), o estado de São Paulo perdeu parte de sua participação no PIB nacional devido, principalmente, a uma tendência histórica de desconcentração econômica e de diminuição das desigualdades regionais do Brasil. Em 1990 o estado respondia por 37,3% do produto interno bruto do Brasil. Em 2008, a participação na produção total de bens e serviços do país foi de 33,1%.

Setor primário

Laranjal em Avaré.

O setor primário é o menos relevante para a economia paulista. Em 2004, esse setor representava 6,5% da economia de todo o estado. Segundo o IBGE, em 2009 o estado possuía um rebanho de 11 197 605 bovinos, 380 333 equinos, 60 572 bubalinos, 7 432 asininos, 43 988 muares, 1 938 647suínos, 62 436 caprinos, 452 681 ovinos, 49 590 codornas, 581 coelhos e 229 068 136 aves, entre estas 43 490 833 galinhas e 184 577 303 galos, frangos e pintinhos. Em 2009, o estado produziu 1 583 882 mil de litros de leite de 1 426 860 vacas. Foram produzidos 854 890 dúzias de ovos de galinha

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e 2 103 341 quilos de mel-de-abelha. Na lavoura temporária são produzidos abacate, algodão herbáceo, arroz, batata-doce, cana-de-açúcar,fava, feijão, fumo, girassol, mamona, mandioca, melancia, melão, milho, sorgo e tomate. Já na lavoura permanente produzem-se abacate, banana,borracha, cacau (na forma de amêndoas), café, caqui, chá-da-Índia, coco-da-baía, figo, goiaba, laranja, limão, maçã, manga, maracujá, noz, palmito,pera, pêssego, tangerina, urucum e uva. Já na lavoura temporária, produzem-se abacaxi, algodão herbáceo, alho, amendoim, arroz, batata-doce,batata-inglesa, cana-de açúcar, cebola, ervilha, feijão, fumo, girassol, mamona, mandioca, melancia, melão, milho, soja, tomate, trigo e triticale.

Quanto à extração vegetal, produzem-se carvão vegetal, lenha, madeira em tora e palmito. Na silvicultura, produzem-se, além de carvão vegetal e madeira em tora, o papel, a celulose, folhas de eucalipto e resina.

Setor secundário

Este é o segundo setor que tem mais relevância no papel econômico do estado, onde 46,3% das riquezas produzidas provêm do setor secundário (2004). São Paulo contribuía, em 2004, com apenas 30,9% do PIB nacional. Após a crise de 1929, em Nova Iorque, o café deu lugar às indústrias, que fizeram São Paulo permanecer na liderança da indústria nacional até hoje. Seus principais polos industriais são:

Embraer E-190, jato desenvolvido pela empresa Embraer que está sediada em São José dos

Campos.

Região Metropolitana de São Paulo: maior polo de riqueza nacional, a região possui um polo industrial extremamente diversificado com indústrias de alta tecnologia e indústrias automobilísticas, situadas principalmente na região do ABC. Atualmente a metrópole está passando por uma transformação econômica, deixando seu forte caráter industrial e passando para o setor de serviços.

Vale do Paraíba: possui indústrias do ramo aeroespacial, como a Embraer, indústrias automobilísticas nacionais, como a Volkswagen e a General Motors e indústrias de alta tecnologia. Também estão presentes as indústrias de eletroeletrônicos, têxtil e química.

Região Metropolitana de Campinas: conhecida como "Vale do Silício brasileiro" devido à grande concentração de indústrias de alta tecnologia, como a Lucent Technologies, IBM, Compaq e Hewlett-Packard (HP), pricipalmente nas cidades de Campinas, Indaiatuba e Hortolândia, a região possui um forte e diversificado polo indústrial, com indústrias automobilísticas, indústrias petroquímicas como a REPLAN, em Paulínia e indústrias têxteis, especialmente nas cidades de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d'Oeste.

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Região Administrativa Central: situada no centro do estado, onde se localizam as cidades de São Carlos e Araraquara, constitui um importante polo de alta tecnologia, com indústrias de diferentes áreas, como a fábrica da Volkswagen motores, Faber-Castell, Electrolux, Tecumseh eHusqvarna.

Mesorregião de Piracicaba: situada ao lado da Região Metropolitana de Campinas, onde se localizam importantes municípios, como Piracicaba, Limeira e Rio Claro, essa região é caracterizada pela presença de empresas de biotecnologia, cultivo de cana-de-açúcar e produção de biocombustível.

Setor terciário

Painel da BM&FBovespa.

Este setor é o que rende a maior parte de riquezas no estado, sendo, portanto, o mais relevante para a economia paulista. Em 2004, representava 47,2% das riquezas produzidas no estado. Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) realizada pelo IBGE em 2008, existiam no estado 337 404empresas, das quais 77 381 eram empresas locais.

Em 31 de dezembro de 2008, trabalharam para todas essas empresas 3 398 630 trabalhadores, que totalizavam ao todo uma receita bruta de332 037 629 mil reais, juntos com salários e outras remunerações que somavam um total de 55 776 765 reais.

Em São Paulo, existiam, em 2009, 6 799 agências (instituições financeiras), que renderam R$ 629 778 361 mil em operações a crédito, R$ 1 455 408mil em depósitos à vista do governo, R$ 63 578 709 mil em depósitos à vista privados, R$ 111 117 420 mil em poupança, R$ 339 504 965 mil em depósitos a prazo e R$ 7 856 565 mil reais em obrigações por recebimento.

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LONDRES

Londres é a capital e a maior e mais importante cidade da Inglaterra e do Reino Unido. Por dois milênios, foi um grande povoado e sua história remonta à sua fundação pelos romanos, quando foi nomeada Londinium. O centro de Londres, a antigaCity of London, também conhecida como The Square Mile ("a milha quadrada") ou The City, mantém suas fronteiras medievais. Pelo menos desde o século XIX, o nome "Londres" se refere à metrópole desenvolvida em torno desse núcleo. Hoje, a maior parte dessaconurbação constitui a região da Grande Londres, cuja área administrativa tem seu próprio prefeito eleito e assembleia.

Londres é uma Cidade Global Alfa ++ (ao lado de Nova York e Tóquio), e um dos maiores, mais importantes e influentes centros financeiros do mundo. O centro de Londres abriga a sede de mais da metade das 100 melhores companhias do Reino Unido (o índice FTSE 100) e mais de 100 das 500 maiores da Europa. Londres possui forte influência na política, finanças, educação,entretenimento, mídia, moda, artes e cultura em geral, o que contribui para a sua posição global. É um importante destino turístico para visitantes nacionais e estrangeiros. Londres sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1908, 1948 e 2012. Londres possui quatroPatrimônios Mundiais: a Torre de Londres, o sítio do acordo histórico de Greenwich, o Royal Botanic Gardens, Kew e o sítio que compreende o Palácio de Westminster, Abadia de Westminster e a Igreja de Santa Margarida.

Londres tem uma gama diversa de povos, culturas e religiões e mais de 300 idiomas são falados em seu território. Em julho de 2007, a população oficial era de 7.556.900 habitantes dentro dos limites de Londres, tornando-se o município mais populoso da União Europeia. Sua área urbana (a segunda maior da UE) tem uma população de 8.278.251 habitantes, enquanto a região metropolitana(a maior da UE) tem uma população total (rural e urbana) estimada entre 12 milhões e 14 milhões de habitantes. O Metrô de Londres, administrado pela Transport for London, é a mais extensa rede ferroviária subterrânea do mundo, o Aeroporto de Londres Heathrow é o

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aeroporto mais movimentado do mundo em número de passageiros internacionais ] e o espaço aéreo da cidade é o mais movimentado do qualquer outro centro urbano do mundo.

Política

A prefeitura de Londres.

A administração de Londres é dividida em dois níveis. Um chamado de "Autoridade para a Grande Londres" e outra composta pelos 33 distritos (ou bairros). A Greater London Authority (GLA) é responsável pelo desenvolvimento da cidade, pelos serviços policiais, serviços de transporte, da luta contra incêndios e desenvolvimento económico. É composta pelo prefeito e assembleia de Londres. Os 33 distritos são compostos por 32 "boroughs" (também chamado de "councils") e mais a City. Eles são responsáveis por serviços sociais, escolares entre outros. A City tem sua própria força policial, a City of London Police independente do resto da força policial da cidade.

A GLA fica a cargo do prefeito. O atual prefeito de Londres é Boris Johnson, também jornalista, do Partido Conservador (eleito em 2008). Londres também é a capital administrativa do Reino Unido. Sua sede fica no Palácio de Westminster.

Economia

Setor financeiro

A Cidade de Londres é o maior centro financeiro do planeta. A região é sede da Bolsa de

Valores de Londrese Lloyd's of London.

Londres é um dos três principais centros financeiros do mundo, sendo o principal centro financeiro na Europa e o centro líder em negociações

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na moeda do Euro, mesmo estando o Reino Unido fora do Euro. Os serviços financeiros, empregando 311.200 pessoas na região central de Londres, geraram em 1999 uma renda líquida de £ 31,2 bilhões no exterior. Em Londres existem mais de 480 bancos estrangeiros. A Bolsa de Valores de Londres é uma das maiores bolsas do mundo e a Bolsa de Metais de Londres (em inglês: London Metal Exchange) é a maior bolsa de metais do mundo e o centro mundial de negociação de metais não-ferrosos. A mais importante bolsa de energia da Europa, a Bolsa Internacional de Petróleo (em inglês: IPE - International Petrol Exchange), está localizada em Londres.

Os três arranha-céus mais altos da cidade, que juntos formam o centro financeiro de Canary

Wharf. O local é a sede de empresas como oHSBC.

Por cima, Londres é:

O maior centro mundial de administração de fundos O centro líder em administração de carteiras não nacionais para clientes no

exterior. O maior mercado de moeda estrangeira O maior mercado de balcão do mundo em negociação de derivativos e o

segundo maior em negociação de futuros e opções em bolsa, através da Bolsa de Futuros Financeiros Internacionais de Londres (LIFFE) ver Contrato de futuros

O centro mundial para a negociação de derivativos em Euro O maior mercado internacional de seguros (Lloyd's of London) e o principal

centro de perícia para o mercado de resseguro mundial O maior centro internacional para o mercado de títulos internacionais O centro global de compensação para negociações internacionais em metais

preciosos, como ouro e prata.

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PARIS

Paris é a capital e a mais populosa cidade da França, bem como a capital da região administrativa de Île-de-France. A cidade se situa num dos meandros do Sena, no centro da bacia parisiense, entre os confluentes do Marne e do Sena rio acima, e do Oise e do Sena rio abaixo. Como a antiga capital dum império estendido pelos cinco continentes, ela é hoje a capital do mundo francófono.

A posição de Paris numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração duma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades da França ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias e uma catedral. Ao longo do século XII, Paris se tornou um dos primeiros focos europeus do ensino e da arte. Ao fixar-se o poder real na cidade, sua importância económica e política não cessou de crescer. Assim, no início do século XIV, Paris era a mais importante cidade de todo o mundo ocidental.

No século XVII, ela era a capital da maior potência política europeia; no século XVIII, era o centro cultural da Europa, e no século XIX, era a capital da arte e do lazer, a Meca da Belle Époque. Sua arquitetura, seus parques, suas avenidas e seus museus fazem-na, pelo ano de 2004, a cidade mais visitada do mundo francófono, com cerca de 25 milhões de turistas, aproximadamente 500 000 a mais do que em 2003, segundo a Secretaria de Turismo e de Congressos de Paris.[2] As margens parisienses do Sena foram inscritas, em 1991, na lista doPatrimónio Mundial da UNESCO.

Paris é a capital económica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária — um hub da rede aérea francesa e europeia — fazem-na um ponto de convergência para os transportes internacionais. Essa situação resultou duma longa evolução, em particular das concepções centralizadoras das monarquias e das repúblicas, que dão um papel considerável à capital do país e nela tendem a concentrar ao extremo todas as instituições. Desde os anos 1960, os governos sucessivos têm

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desenvolvido políticas de desconcentração e de descentralização a fim de reequilibrar o país.

Abrigando numerosos monumentos, por seu considerável papel político e econômico, Paris é também uma cidade importante na história do mundo. Símbolo da cultura francesa, a cidade atrai quase trinta milhões de visitantes por ano, ocupando também um lugar preponderante no mundo da moda e do luxo.

Em 2007, a população intra-muros (dentro do limite dos antigos muros) de Paris era de 2 193 031 habitantes pelo recenseamento doINSEE.[3] Porém, ao longo do século XX, a área metropolitana de Paris, se desenvolveu largamente fora dos limites da comuna original. A Grande Paris é, com seus 11 836 970 habitantes, uma das maiores aglomerações urbanas da Europa e da União Europeia. Com um PIBde US$813.364 milhões a Região Parisiense é um ator econômico europeu de primeira grandeza, sendo a primeira região econômica europeia. O grande problema aconteceu no dia de hoje : A Grande Greve.

Paris e a sua periferia

Imagem de satélite da aglomeração parisiense vista por satélite. Distingue-se claramente a

expansão da urbanização ao longo dos vales e das grandes vias de comunicação.

Entre 1870 e 1940, a capital da França ganha pouco a pouco um novo rosto: Paris dá lugar à "Grande Paris". A organização administrativa de Paris conheceu sob Napoleão III uma adaptação à evolução demográfica. Mas a cidade permanece restrita somente ao espaço delimitado pelo Muro de Thiers, a saber, os limites de 1860, sem que a administração evoluísse adiante. Efetivamente, Paris, sobrepovoada, é incapaz de abrigar a significativa imigração provicial. As comunas periféricas absorvem então o excesso da expansão demográfica ligada ao êxodo rural e ao crescimento económico da cidade. A noção contemporânea de "subúrbio" faz a sua aparição.

Doravante, fala-se menos de Paris que da região parisiense. Devido a serem os subúrbios até então largamente negligenciados, novos problemas, como o de transportes, neles aparecem. Em 1961, à demanda do General de Gaulle, Paul Delouvrier planifica enfim a evolução urbana e elabora a construção de cinco novas cidades-satélite e da rede de RER (Rede Expressa Regional). Mas essa mudança importante não é acompanhada pela criação duma autoridade unitária — pelo contrário, os três departamentos que englobavam a Grande Paris foram divididos em 1968 em oito (Seine-et-Marne intocado; Seine em Paris, Hauts-de-Seine, Seine-Saint-Denis e Val-de-Marne; e Seine-et-Oise em Essonne, Val-d'Oise e Yvelines).[19] Essa divisão pode ter

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aproximado a administração dos cidadãos, mas dispersa recursos fiscais e competência política. Enquanto que a população da comuna de Paris esteve estagnada por um longo tempo antes de retomar o crescimento nos últimos anos, a população suburbana cresce sem parar desde o fim do século XIX e totalizando na virada do século XXI mais de 80 % da população da Grande Paris.

Bairros belos e "bairros sensíveis"

A geografia social da aglomeração parisiense é decalcada sobre as grandes tendências da cidade dentro dos seus limites intra-muros desenhados durante o século XIX: as classes abastadas se acham no oeste e no sudoeste, nos arrondissements onde mais se ouve falar de crimes do que nos bairros ditos "sensíveis", das classes populares, no norte e no leste. Os outros setores são habitados pelas classes médias, havendo porém exceções ligadas ao sítio e à história de cada comuna: pode-se citar Saint-Maur ao leste e Enghien-les-Bains ao norte, que acolhe uma população ditosa.

Os conjuntos habitacionais foram edificados nos anos 1960 e nos anos 1970 a fim de abrigar rapidamente e por um baixo custo uma população em rápida expansão. Uma certa mistura social lá existia originalmente, mas a concessão de propriedade (aberta às classes médias a partir dos anos 1970), a sua tosca qualidade de construção e a sua má inserção no tecido urbano contribuíram para que deles desertassem todos quantos podiam e para ali fosse atraída uma população sem muita escolha: a proporção de imigrantes pobres lá é enorme.

Encontram-se os "bairros sensíveis" nos arrondissements do norte, onde raramente se ouve falar de crimes e confusões, dando-se o mesmo no leste,[20] notavelmente nas vizinhanças de Goutte d'Or e de Belleville. No subúrbio norte de Paris, os bairros são essencialmente concentrados numa grande partição do departamento de Seine-Saint-Denis e em menor medida ao leste do Val-d'Oise. Outros, mais esparsos, se acham por exemplo no vale do Sena, acima de Évry e de Corbeil-Essonnes (dentro do departamento de Essonne), e abaixo de Mureaux e de Mantes-la-Jolie(dentro do departamento de Yvelines), ou ainda nas cidades-satélite.

Em 27 de outubro de 2005, dois jovens, perseguidos pela polícia, falecem acidentalmente em Clichy-sous-Bois (Seine-Saint-Denis). Esse evento engatilha as revoltas espetaculares que se propagam rapidamente pelos vários subúrbios pobres através do país. A violência urbana pouco concerne os bairros centrais. As confusões, relatadas pela imprensa de numerosos países, dizem respeito, por um lado, ao estado de revolta latente dentro de certos bairros de população minoritária, tipicamente pobre e mal integrada, e por outro lado, ao sucesso discutível da "política de reintegração regional" em seu esforço para impedir esse conflito.[21]

Ausência de ligações comunitárias

A ausência duma organização administrativa gerindo a "Grande Paris", à parte de considerações históricas e políticas, é atualmente um dos maiores problemas da aglomeração parisiense.

Os limites comunais atuais resultam de tradições históricas, anacrónicas (ou correspondentes a uma topografia que perdeu o significado conforme a aglomeração se fundia). As populações tem, porém, as mesmas necessidades administrativas, as mesmas preocupações económicas e sociais. Todavia, cada comuna é administrativa e fiscalmente independente. A organização das necessidades coletivas (transporte, habitação, etc), que de longe excedem o âmbito comunal ou até o departamental, não

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tem de fato nenhuma autoridade na escala da aglomeração como um todo. A região Île-de-France compreende a metrópole de Paris, mas não é adequada para a administração dessa zona urbana, visto que 80 % da região ainda é de zona rural.

O fisco local é muito concentrado em certas comunas onde há muitas empresas e moradores abastados (caso típico de Neuilly-sur-Seine, na qual o reinvestimento fiscal beneficia uma população das mais ricas da França e numerosas empresas, tudo isso não possuindo mais que 2,8 % das habitações sociais).[23] As comunas de população mais modesta não conseguem ter solvência fiscal sozinhas (Clichy-sous-Bois é assim uma das comunas mais pobres da França; ela tem o duplo problema de uma população desfavorecida e de recursos fiscais muito limitados, vivendo essencialmente dos repasses fiscais do Estado).

Essa dificuldade é o que deu origem à Conferência metropolitana da aglomeração parisiense, que se reuniu pela iniciativa da cidade de Paris pela primeira vez na prefeitura de Vanves em 7 de julho de 2006, depois que o vice-prefeito Pierre Mansat renovou o diálogo entre Paris e as comunas ao longo do Sena. O presidente da República Nicolas Sarkozy também tratou do problema em seu discurso de 26 de junho de 2007, criticando o projeto do Esquema Diretor da Região Île-de-France (SDRIF) e apresentando a sua alternativa de repensar "a organização governamental" e criar uma comunidade urbana — significando de fato a visão duma retomada da administração às mãos do Estado, o que não deixou de provocar numerosas reações dentre os representantes locais da aglomeração.[28] Em 18 de março de 2008, Christian Blanc foi nomeado "secretário de Estado a cargo do desenvolvimento da Região da Capital".

Política

Desde a lei de 10 de julho de 1964 sobre a reorganização da região parisiense, que entrou completamente em vigor em 1 de janeiro de 1968, a cidade de Paris é a um só tempo um departamento e uma comuna. De 1790 até a lei de 1964, Paris era a sede do departamento de Seine.

Contrariamente às outras metrópoles francesas, o Fisco considera Paris e o subúrbio como unidades totalmente separadas. Faz-se preciso clarificar que o território da Cidade de Paris na verdade não cobre senão o centro da metrópole, em contraste com as demais metrópoles do mundo.

O departamento de Paris não tem nenhuma subdivisão senão a única comuna da qual se compõe. A comuna é dividida em 20 arrondissements de freguesia criados quando da extensão territorial de 1860, em substituição aos 12 antigos arrondissements que existiam de 11 de outubro de 1795 até 1860. A comuna (ou conselho - município não é um termo muito apropriado devido as diferenças) também se divide em 21 freguesias (distritos não é um termo muito apropriado por haver algumas diferenças) eleitorais. Os arrondissements de Paris correspondem a uma divisão administrativa que decompõe a comuna de Paris em vinte arrondissements de freguesias. Estes vinte arrondissements estão distribuídos segundo uma espiral que se desenvolve no sentido dos ponteiros do relógio a partir de um ponto central da cidade localizado no Louvre (1º arrondissement).

É assim que os números mais baixos correspondem a arrondissements mais centrais e números maiores a arrondissements mais distantes do centro.

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Cada arrondissement é gerido por um conselho de arrondissement com funcionamento semelhante ao conselho municipal mas com poderes mais limitados.

Economia

Paris, como o resto da Île-de-France mas de maneira ainda mais marcada, é mais rica e mais terceirizada que a média francesa. A aglomeração parisiense é todavia claramente menos especializada economicamente que outros grandes centros econômicos mundiais, notadamente Londres, sua grande rival na Europa, que é particularmente dinâmica no setor financeiro. Todavia, segundo Éric Le Boucher, a Île-de-France conhece um declínio econômico e perdas de emprego: "nenhuma região-capital do mundo perde tantos empregos como Paris, obscurecida por seu passado brilhante, mal governada, fragmentada em seus egoísmos, anêmica, sem haver se inscrito resolutamente na competição mundial entre as métropoles do século XXI. O arquitetoJean Nouvel mostra as mesmas inquietudes e estima que seja imperativo que Paris evolua, "sob pena de se transformar em cidade-museu".

Ao se tratar da rivalidade entre Paris e Londres, John Ross, conselheiro econômico do prefeito de Londres, estima em 2008 no The Economist que Paris perdeu há muito tempo a competição econômica com Londres: "Nós não nos consideramos como em competição com Paris, nós já ganhamos esse combate. Nós nos medimos contra Nova Iorque". Essa afirmação é testemunha da agudeza da rivalidade entre as grandes metrópoles mundiais e especialmente entre Londres e Paris, assim como das disputas de comunicação que rodeiam essa concorrência para atrair para atrair as perspectivas de investimentos associados. The Economist ajunta que Londres ultrapassa desde então Paris em quase todos os grandes indicadores econômicos. Todavia, Paris dispõe de mais m² de escritório que a capital londrina (nisto se inclui o espaço requerido pelos bancos), um número maior de grupos do Fortune 500 nela tem suas sedes, a Île-de-France se impõe como a primeira região europeia, à frente da Grande Londres, em número de empregos criados pelas implantações internacionais em 2007e por fim a capital francesa emite a cada ano mais patentes que a capital inglesa e dispõe de uma maior proporção de pesquisadores na sua mão-de-obra. Neste momento, o PIB por paridade do poder de compra da aglomeração parisiense, estimada em 460 mil milhõesPE/bilhõesPB de dólares, é comparável, ou até mesmo superior ao de Londres. Essas comparações devem ser tomadas com prudência, os perímetros considerados não são sempre os mesmos: assim, a Grande Londres, com 7 517 700 habitantes, não representa a totalidade da aglomeração londrina.

O maior setor econômico é o turismo de lazer (cafés, hotéis, restaurantes e serviços relacionados) e o profissional (salão, congresso, etc). Ela enfrenta a concorrência emergente das cidades do Leste e do Sul Europeu que são por vezes mais baratas. Assim, Madrid é uma concorrente séria no turismo de lazer, Viena e Milão o são no turismo profissional. Paris dispõe de uma rede hoteleira muito diversificada, a um custo menor que várias outras capitais no setor de duas e três estrelas e se beneficia ainda de sua reputação no setor de elegância, luxo, perfumes, moda egastronomia.

Paris continua sendo de longe o departamento que agrupa mais empregos na região com cerca de 1 650 600 em 2004, ou seja, 31 % dos empregos privados da região, à frente de Hauts-de-Seine com 848 200 empregos (16 %).

Os salários parisienses (19 euros por hora por ano, em 2002) são ligeiramente superiores à média regional (18,2 euros) e largamente superiores à média nacional (13,1 euros). Entretanto, essa diferença se explica essencialmente pela forte sobre-

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representação dos quadros gerenciais que constituem 25 % dos assalariados. A cidade se caracteriza sobretudo por sua forte desigualdade social: os 10 % dos assalariados mais bem pagos ganha quatro vezes mais que os 10 % menos bem pagos, o que está um pouco acima da média regional (3,7), mas é bastante superior à disparidade constatada no resto da França (2,6). Semelhantemente, as desigualdades geográficas aparecem no próprio seio da cidade: o salário horário médio oferecido no 8° arrondissement (24,2 euros) é superior em 82 % ao do 20° arrondissement (13,3 euros). Contrariamente, as disparidades salariais homem-mulher que ocupam idênticas posições profissionais não passa de 6 % em Paris contra 10 % no resto da França.

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MILÃO

Milão é uma comuna italiana, capital da região da Lombardia, província de Milão, com cerca de 1 308 735 habitantes. A área urbana de Milão é a quinta maior da União Européia, com uma população estimada em 4 300 000 habitantes. ARegião metropolitana de Milão é a maior e mais populosa da Itália, com uma população estimada em 7 400 000 habitantes de acordo com as estimativas da OCDE.

Em termos europeus, a área metropolitana de Milão cobre uma área territorial equivalente à de Paris com uma população de mais de sete milhões de habitantes. Esta área encontra-se com os critérios das áreas estatísticas combinadas (CSAs) dos Estados Unidos. Pela população, Milão é a segunda maior cidade italiana e a terceira maior área metropolitana da União Européia.

A cidade foi fundada sob o nome de Mediolanum pelos ínsubres, um povo celta.Posteriormente, foi capturado pelos romanos em 222 a.C., tornando-se assim

muito bem sucedida sob o Império Romano. Mais tarde, Milão foi governada por Visconti, Sforza, os espanhóis em 1500 e os austríacos em 1700. Em 1796, Milão foi conquistada por Napoleão I, que fez dela a capital do seu Reino de Itália em 1805. Durante operíodo romântico, Milão foi um importante centro cultural na Europa, atraindo vários artistas, compositores e importantes figuras literárias. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi gravemente afetada pelos bombardeios dos Aliados, e após a ocupação alemã em 1943, Milão tornou-se o principal centro da resistência italiana. Apesar disso, Milão viu um pós-guerra, o crescimento econômico, atraindo milhares de imigrantes do sul da Itália e do exterior.

Uma cidade internacional e cosmopolita, 13,9% da população de Milão é de origem estrangeira. A cidade continua sendo um dos principais centros transportacionais e industriais da Europa e é um dos mais importantes centros da União Européia para negócios e finanças, com a sua economia sendo uma das mais ricas do mundo, tendo

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um PIB de US$ 115 bilhões. A área metropolitana de Milão tem o PIB mais elevado da Europa: US$ 241.2 bilhões (estimativas de 2004). Milão também tem um dos maiores PIBs da Itália (per capita), cerca de € 35.137, que representa 161,6% da média do PIB per capita da UE. Além disso, Milão é a 11ª cidade mais cara do mundo para funcionários expatriados. A cidade também tem sido classificada como sendo uma das mais poderosas e influentes do mundo.

Milão é conhecida mundialmente como a capital do design, com maior influência global no comércio, na indústria, música, desporto, literatura,arte e mídia, tornando-se uma das cidades principais do mundo. A metrópole é especialmente famosa por suas casas e lojas de moda (como a Via Montenapoleone) e a Galleria Vittorio Emanuele na Piazza Duomo (o shopping mais antigo do mundo). A cidade tem um rico patrimônio cultural e possui uma culinária riquíssima em pratos variados (é o lar de inúmeros pratos famosos, como o bolo de Natal e Panetone). A cidade tem um musical particularmente famoso, principalmente operística, por tradição, é a casa de vários compositores importantes (como Giuseppe Verdi) e teatros (como o Teatro alla Scala).

Milão é também conhecida por conter vários museus importantes, universidades, academias,palácios, igrejas e bibliotecas (tais como a Academia de Brera e o Castello Sforzesco) e dois clubes de futebol mundialmente conhecidos:Associazione Calcio Milan e Football Club Internazionale Milano. Isso faz de Milão um dos mais populares destinos turísticos da Europa, com mais de 1,914 milhão de turistas estrangeiros na cidade em 2008. A cidade sediou a Exposição Universal de 1906 e será a sede daExposição Universal de 2015.

Economia

Milão é um dos principais centros financeiros e de negócios da Europa. A cidade é a sede da Bolsa de Valores Italiana (o Piazza Affari) e sua área metropolitana é uma zona industrial de vanguarda. A Fiera Milano é um centro de exposições e feira de comércio notável. Este complexo moderno, no subúrbio noroeste de Milão é o maior projeto de construção aberto da Europa, fazendo da Fiera Milano o maior complexo de feiras e exposições do mundo. Milão, em conjunto com Paris, é uma das capitais mundiais da moda. A cidade é também uma das cidades mais ricas na união européia.

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TÓQUIO 東京

Tóquio  é a capital e uma das 47 províncias do Japão. Situa-se em Honshu, a maior ilha do arquipélago. Tóquio possui 12 790 000 habitantes, cerca de 10% da população do país, e a Região Metropolitana de Tóquio possui mais de 37 milhões de habitantes, o que torna a aglomeração de Tóquio, independentemente de como se define, como a área urbana mais populosa do mundo. Tóquio é famosa pela Torre de Tóquio. Foi fundada em 1457, com o nome de Edo ou Yedo. Tornou-se a capital do Império em 1868 com a actual designação. Sofreu grande destruição duas vezes; uma em 1923, quando foi atingida por um terremoto; e outra em 1944 e 1945, quando bombardeios americanos destruíram grande parte da cidade, sendo que no total foi destruída 51% de sua área e mataram mais de 150 mil pessoas.

Embora Tóquio seja considerada o maior e mais importante centro financeiro do mundo (ao lado de Nova York e Londres[10]), e uma "Cidade Global Alfa++", ela não é, tecnicamente, uma cidade. Não há no Japão uma cidade chamada "Tóquio". Na verdade, Tóquio é designada como uma metrópole ( 都  to?),[11] similar a uma prefeitura do Japão (県  ken?), e é constituída de 23 bairros (区  ku?), 26 cidades primárias (市  shi?), cinco cidades secundárias ( 町  cho ou machi?) e oito vilas diferentes ( 村  son ou mura?). Cada uma delas possui um governo que opera no nível regional. Também fazem parte de Tóquio pequenas ilhas no Oceano Pacífico, localizadas a mais de mil quilômetros sul, nos subtrópicos. Tóquio é uma das 47 províncias do Japão.

Mais de oito milhões de pessoas vivem dentro dos 23 distritos autônomos que constituem a parte central de Tóquio. Estes 23 distritos definem a "Cidade de Tóquio", na opinião da maioria dos especialistas e outras pessoas, possuindo 8 340 000

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habitantes. A população de Tóquio aumenta em 2,5 milhões ao longo do dia, devido aos estudantes e trabalhadores de prefeituras vizinhas, que vão à Tóquio para estudar e trabalhar. A população total dos bairros de Chiyoda, Chuo e Minato, que compõem a região central de Tóquio, e onde está localizado o principal centro financeiro do país, é de menos de 300 mil habitantes; porém, mais de dois milhões de pessoas trabalham na região.

Tóquio é o principal centro político, financeiro, comercial, educacional e cultural do Japão. Assim sendo, Tóquio possui a maior concentração de sedes de empresas comerciais, instituições de ensino superior, teatros e outros estabelecimentos comerciais e culturais do país. Tóquio também possui um sistema de transporte público altamente desenvolvido, com numerosas linhas de trens, metrô e de ônibus, bem como o Aeroporto Internacional de Tóquio.

História

Apesar que desde tempos antigos existiam pequenas populações e templos nas colinas cercando a Baía de Tóquio (東京湾  Tōkyō-wan), se considera que a fundação formal de Tóquio foi em 1457, quando um membro do clã Uesugi (上杉氏  Uesugi-shi), Dōkan Ōta (太田 道灌 Oota Doukan)construiu o Castelo de Edo (江戸城 Edo-jō), assim a área que rodeava o castelo começou a se chamar Edo (江戸  literalmente "estuário"?). Shogunato Tokugawa (徳川幕府 Tokugawa bakufu) , que havia tomado o castelo em 1590 e que tinha o controle quase absoluto do Japão, estabeleceu seu governo em Edo, em 1603, isso deu início ao Período Edo (江戸時代  Edo-jidai), na história japonesa. Edo cresceu e por volta do século XVIII se tornou uma das cidades mais populosas do mundo com mais de 1 milhão de habitantes. A nobreza, junto com o Imperador do Japão, permaneceram em Quioto, que seguiu sendo a capital oficial, porém apenas de maneira protocolar.

Tokugawa Ieyasu.

Edo sofreu inumeráveis desastres, entre os que se encontram centenas de incêndios, destacando-se o Grande Incêndio de Edo (Edo Taika) de 1657, onde morreram aproximadamente cem mil pessoas. A razão dos constantes incêndios era que todas as casas de Edo eram machiyas (町屋/町家?) ou casas urbanas de madeira. Outros desastres que sofreu Edo foram à erupção do Monte Fuji em 1707, o Terremoto do Grande Edo em 1855e outros terremotos menores em 1703, 1782 e 1812.

Em 1853, o comandante americano Matthew Perry desembarcou na Baía de

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Tóquio, à frente de uma frota de quatro navios de guerra, como um enviado do governo americano, com a missão de instituir relações diplomáticas e comerciais entre o Japão e os Estados Unidos. Perry voltou a Tóquio no ano seguinte, em 1854, à frente de uma frota maior do que a anterior, e assinou um tratado diplomático entre os líderes de governo do Japão. No ano seguinte, o Japão assinaria tratados de cunho diplomático com outros países da Europa, marcando o início da influência da cultura ocidental em todo o país.

Aos fins de 1868, como o caso do shogunato em todo m Japão e o inicio da Restauração Meiji, o Imperador se mudou ao Castelo Edo, convertendo noPalácio Imperial do Japão e estabeleceu a mesma alteração de nome de Edo para Tóquio, "a capital do leste". No entanto, o Imperador não deixou estabelecido de maneira legal que Tóquio era a nova capital do Japão, pelo que se crê popularmente que Kioto seria a capital oficial ou co-capital do país. Em 1871 aboliram-se os han ou feudos, e formalmente criaram-se as prefeituras, entre elas a Prefeitura de Tóquio; e ao ano seguinte a prefeitura expandiu-se ha área ocupada pelos 23 Barrios Especiais que atualmente possui.

Visão de Odaiba em Tóquio.

A partir de 1872, começou a construir-se a primeira linha de metropolitano ligandoTóquio com Yokohama e entre 1885 e 1925 construiu-se a Linha Yamanote, linha de metropolitano urbano que é a mais importante de Tóquio na atualidade. Em 1889estabeleceu-se a Cidade de Tóquio (東京市  Tōkyō-shi) com 15 bairros, logo em 1893 os distritos de Tama que uniram-se a prefeitura. Em 1914inaugurou-se a Estação de Tóquio e em 1927 inaugurou o primeiro metrô subterrâneo na Linha Ginza.

O Grande terremoto de Kanto (関東大震災  Kantō daishinsai) golpeou Tóquio em 1923, com um saldo de aproximadamente 140.000 pessoas mortas e desaparecidas, 300 mil residências destruídas chegando a 3,4 milhões o número de vítimas do desastre em toda a Região de Kanto. Depois da tragedia iniciou-se um plano de reconstrução que não pode ser completado devido a seu alto custo. Tóquio foi lentamente reconstruída ao longo dos próximos 15 anos. Neste período, bairros vizinhos a Tóquio começaram a desenvolver-se. Em 1932, outros distritos, cidades e vilas vizinhas foram anexadas a Tóquio, formando o seu atual limite municipal. Em 1936 inaugurou-se o edifício da Kokkai (Dieta do Japão); também nesse mesmo ano ocorreu o Incidente de 26 de fevereiro (二・二六事件  Ni-niroku jiken), no que 1.500 oficiais do exército japonês ocuparam o edifício da Kokkai, o Kantei(Residência do primeiro-ministro) e outros lugares de Tóquio numa intenção de golpe de Estado, que foi sufocado três dias depois. Já durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, o governo japonês decidiu instituir a Província Metropolitana de Tóquio, também conhecida simplesmente como Tóquio,

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que nesse momento consistia em 35 Bairros. A partir desta iniciativa extinguiu-se aquilo que era conhecido como Cidade de Tóquio (東京市 Tōkyō-shi).

Tóquio depois de intenso bombardeio realizado pelos Estados Unidos no fim da

Segunda Guerra Mundial.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Tóquio foi intensamente bombardeada a partir de 1942 até 1945. A causa disto, em 1945 a população de Tóquio era a metade que em 1940. Os bombardeios mais pesados atingiram Tóquio em 1944 e 1945, destruindo aproximadamente um terço da cidade, e matando aproximadamente 150 mil pessoas. Milhões de pessoas decidiram abandonar Tóquio. Esta tinha cerca de 7,3 milhões de habitantes em1940; no final da guerra, a população havia caído pela metade, para cerca de 3,5 milhões. Ao terminar a guerra, em setembro de 1945, Tóquio foi ocupada militarmente e passou a ser governada pelas Forças Aliadas. O general Douglas MacArthur estabeleceu os quartéis da ocupação no que atualmente é o edifício DN Tower 21 (anteriormente conhecido como Dai-Ichi Seimei), em frente ao Palácio Imperial. Na segunda metade doséculo XX, Estados Unidos aproveitou Tóquio como um centro importante de logística durante as guerras da Coréia e Vietnam. Na atualidade, onde permanecem sobe controle estadunidense a Base Aérea de Yokota e algumas poucas instalações militares menores.

Tóquio City Hall.

Tóquio foi novamente reconstruída após o fim da guerra. Porém, esta reconstrução foi desorganizada. Prédios e vias públicas foram simplesmente construídas onde havia espaço. Poucos anos após o fim da guerra, Tóquio novamente vibrava como

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um centro comercial, e sua população começou a crescer novamente. Em 1947 Tóquio foi reestruturada com a redução de 35 para 23 bairros. Tóquio experimentou o chamado "milagre econômico" durante as décadas de 1950 e 1960. Em 1954 criou-se a segunda linha de metrô com a Linha Marunouchi e em 1961 com a Linha Hibiya.

Em um espaço de 15 anos, a população de Tóquio triplicara, chegando a nove milhões em 1960. Este rápido crescimento eventualmente tornou a Região Metropolitana de Tóquio a área urbana mais habitada do mundo. Em 1958 construiu-se a Torre de Tóquio e em 1964 inaugurou-se a primeira linha de Shinkansen (Tokaido Shinkansen), coincidindo com a celebração dos Jogos Olímpicos de Tóquio.[28] Esta prosperidade transformou um país devastado pela guerra na segunda economia do mundo em menos de 20 anos. Durante este período, o governo japonês deu prioridade para a Infra-estrutura e indústrias de manufatura. Como resultado, Japão dominou um amplo ranking de indústrias como a do aço, a automobilística, desemicondutores e eletrodomésticos.

Em 1966, um plano diretor foi instituído em Tóquio, com o objetivo de minimizar vários de seus problemas. Sistemas de metrô e de trens foram expandidos, leis contra indústrias poluidoras foram instituídas e melhorou-se o sistema de saneamento básico. Muitos arranha-céus foram construídos neste período. Para tentar reduzir a superpopulação da região, o governo japonês incentivou a construção de novas cidades suburbanas, em torno de Tóquio.

Nos anos seguintes Tóquio cresceu em extensão; foram devolvidas ao Japão as ilhas Ogasawara em 1968 e a Base Aérea de Tachikawa em 1977. Durante a década de 1970 houve uma migração masiça que fazia as cidades, e seguiam a Tóquio em especial. Em 1978 inaugurou-se o Aeroporto Internacional de Narita, que prestou apoio para o Aeroporto Internacional de Tóquio, o qual serviria principalmente a voos nacionais. A grande população em Tóquio (que se convirteu na cidade mais povoada do mundo em 1965) derivou em um burbuja económica que explodiu na década de 1990, mais precisamente dos anos de 1991 até o ano 2000, causando uma recessão durante toda essa década, chamada também a A década perdida (失われた 10 年  Ushinawareta Jūnen).

Tóquio atualmente.

Na década de 1990, o problema da poluição atmosférica havia sido minimizado, e os principais objetivos do plano diretor haviam sido alcançados. Porém, continuam a ser grandes problemas em Tóquio a altíssima densidade populacional e o alto valor do terreno, na região.

Em 20 de março de 1995 a cidade concentrou a atenção dos meios internacionais sobre o atentado terrorista do culto Aum Shinrikyo no sistema de trens subterrâneos de Tóquio. Nele morreram doze pessoas e milhares foram afetadas pelo gás nervoso Sarín.

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Apesar disso, Tóquio continuou crescendo; em 1991 construiu-se o Tōchō ou Tóquio City Hall e em 1993 inaugurou-se a Rainbow Bridge sobre a Baía de Tóquio. Isto, contudo fez que Tóquio fosse uma das cidades mais dinâmicas do planeta com um amplo ganho de atividades sociais e econômicas, em conjunto com o boom de inversões a finais do século XX, provavelmente a maior que se tem conhecido na história. Como resultado, a cidade conta com maior quantidade de edifícios modernos que Londres ou Nova Iorque. Também em Tóquio se têm executado projetos para ganhar terras ao mar. Aonde esta prática realiza-se desde vários séculos, na atualidade executa-se em grande escala; entre estas áreas sobressai Odaiba (お台場 ). Outros projetos urbanos recentes incluem o Jardim de Ebisu, a ilha Tennozu, o Shiodome, Roppongi Hills e Shinagawa.

Política

Tóquio City Hall.

Tóquio não é tecnicamente uma cidade, mas sim, uma das 47 províncias do Japão. Ela está dividida em 23 bairros e 39 cidades e vilasdiferentes. Cada uma delas possuem poderes municipais, cada uma delas com seus próprios prefeitos e assembleias municipais. Porém, deve-se notar que o governo provincial de Tóquio limita os poderes destes governos locais. Este governo cria leis que valem para todas os distritos e cidades de Tóquio e têm o poder de anular quaisquer leis aprovadas por um dessas subdivisões regionais. O governo provincial também é responsável pelo fornecimento de cobertura policial na cidade, embora outros serviços públicos sejam de responsabilidade regional, tal como os sistemas de saneamento básico, por exemplo. Cada uma dessas subdivisões regionais também é obrigada a fornecer estes serviços públicos.

Os habitantes de Tóquio elegem um governador para mandatos de quatro anos de duração. Leis provinciais são discutidas e aprovadas por uma Assembleia Metropolitana. Seus 127 membros são eleitos pela população da província para mandatos de quatro anos de duração. Cada distrito, cidade ou vila que faz parte da província de Tóquio possui ao menos um representante na assembleia.

Um dos métodos arrecadação de fundos dá-se através de impostos de propriedade. Cada distrito, cidade ou vila pode criar impostos locais para a manutenção dos serviços realizados por tais subdivisões provinciais. Elas também recebem verbas da província de Tóquio, que, por sua vez, recebe verbas diretamente do governo de Tóquio.

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Economia

Interior da Bolsa de Valores de Tóquio.

Tóquio é a cidade com maior produto interno bruto (PIB) (medido pelo seu poder de compra) do mundo, calculado em 2008 em US$1,4 trilhão; Se fosse um país independente, a Tóquio seria, efetivamente, a 12a maior economia do mundo, a frente de países como Espanha, Canadá e Austrália.

Hoje, como um centro financeiro de alcançe global, a capital japonesa possui um grande centro internacional de finanças, escritórios centrais de diversas companhias, bancos e seguradoras, e vários pontos de conexão de companhias de transporte, publicações e difusão do Japão.

Vista panoramica de Shinjuku, no coração de Tóquio, considerado o centro financeiro do

mundo.

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Tóquio é o principal centro financeiro da Ásia. Tóquio foi descrita por Saskia Sassen como um dos três "centros de comando" para a economia mundial, juntamente com a Nova Iorque e Londres. Esta cidade é considerada um cidade global alfa +, listados pelo inventário da GaWC de 2008. A Bolsa de Valores de Tóquio é uma das mais dinâmicas do mundo. A maioria das instituições financeiras do país, e também multinacionais, tem sua sede em Tóquio, tanto é, que em 2008 verificou-se que das empresas cotadas na Global 500, 47 são baseados em Tóquio, quase duas vezes maior do que o terceiro colocado que é a cidade de (Paris). A Bolsa de Tóquio também é a segunda maior bolsa de valores do mundo, com uma capitalização de mercado de mais de 549,7 trilhões de yens em Dezembro de 2006.

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Banco do Japão.

Muitas das maiores companhias de eletrônica do Japão fabricam seus produtos em Tóquio, que em sua maioria exportam-se para outros países. Entre elas, destacam a Sony, Toshiba e Hitachi. A imprensa também é uma das principais indústrias da cidade. A maioria das empresas de imprensa e publicação do Japão estam radicadas em Tóquio, assim como a maior parte das revistas e periódicos publicados na prefeitura.

Outras indústrias importantes são a petroquímica, fabricação de automóveis, madeireira e telefones movéis. Outros grandes centros industriais localizados na região metropolitana de Tóquio são Yokohama e Kawasaki, ambas grandes produtoras de navios, produtos petroquímicos, automóveis e produtos do ferro e do aço.

Durante o crescimento centralizado da economia japonesa depois da Segunda Guerra Mundial, muitas companhias moveram seus escritórios centrais de cidades como Osaka, que é a capital histórica do comércio, para Tóquio, numa intenção de obter um melhor acesso ao governo. Esta tendência começou lentamente a fazer crescer a população em Tóquio, junto com o custo de vida para se viver na capital.

Durante catorze anos seguidos, Tóquio foi eleita pela "Economist Intelligence Unit" como a cidade mais cara (ou de custo de vida mais alto) no mundo, tudo isso num período que terminava em 2006. No resultado de 2010 Tóquio ficou em segundo lugar em estudo divulgado pela empresa de consultoria "Mercer", ficando atrás apenas de Luanda, Angola.

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PEQUIM 北京

Pequim é a capital e a segunda maior cidade da República Popular da China. Pequim, cujo nome em mandarim significa, literalmente, Capital do Norte, foi durante séculos, a mais populosa cidade do mundo, contando, hoje, com cerca de 10,3 milhões de habitantes (dados de 2010). Situada ao norte do país, Pequim é famosa pela Cidade Proibida(em mandarim, 紫禁城; zǐ jìn chéng), um conjunto de palácios dos imperadores chineses construído no século XV. A cidade foi capital do Império Chinês de 1421 a 1911. Em 1912, a capital foi transferida para Nanquim, e Pequim tomou o nome de Beiping (Wade-Giles: Peiping) (literalmente "Paz do Norte", em mandarim); Ocupada pelos japoneses entre 1937 e 1945, Pequim tornou-se a capital da República Popular da China em 1949, com a denominação atual.

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Região Metropolitana

Vista das cidades "Pequim" e "Tianjin", NASA.

Pequim detém de uma das maiores densidades populacionais do planeta, abrigando cerca de 10,3 milhões de habitantes dentro de seus limites. Sua região metropolitana é a 12ª mais populosa da Terra, contando com 17.234.087 habitantes.

Política

O sistema político de Pequim é estruturado num sistema de governo duplo como todas as outras instituições governamentais da República Popular da China. O prefeito de Pequim é a autoridade máxima no governo da cidade. Como a cidade é uma municipalidade administrada pelo governo federal,o prefeito possui o mesmo nível na ordem de precedência dos governadores das províncias.Entretanto,no sistema duplo de governo de Pequim,o prefeito está abaixo do que o Secretário do Comitê Municipal de Pequim do Partido Comunista.

Economia

Centro financeiro de Pequim.

Pequim é um dos maiores e mais importantes centros financeiros da China. Como uma cidade historicamente industrial, hoje, cerca de 73,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade vem da atividade industrial terciária. Isso contribuiu para que Pequim, em 2009, fosse sede de 41 das 500 maiores empresas mundiais (e mais de 100 das maiores empresas da China) segundo a revista americana Fortune, estando em segundo lugar na lista das cidades que sediam o maior número de empresas entre as 500 maiores do mundo da época, sendo superada somente por Tóquio.

As atividades financeiras é outro motor da economia de Pequim. No final de 2007, as 751 organizações financeiras sediadas na capital chinesa geraram uma

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arrecadação de CNY126,2 bilhões para o governo local, cerca de 11% de todo a arrecadação bruta extraídas de atividades financeiras no país, naquele período. Essas atividades são responsáveis por 13,8% da economia de Pequim, mais do que qualquer outra cidade da China.

Em 2009, o produto interno bruto nominal de Pequim chegou a CNY1,3 trilhão, sendo seu PIB nominal per capita no mesmo período de CNY78,1 mil. Em 2008, por sua vez, o PIB nominal da capital chinesa foi de CNY1,1 trilhão (cerca de US$174 bilhões), com um crescimento econômico de 10,1% entre 2008 e 2009. Em 2008 o PIB nominal per capita foi de CNY68 mil, tendo crescido 6,2% em relação a 2008.

Em 2009, as ativadas industriais primárias, secundárias e terciárias geraram uma arrecadação bruta de CNY11,8 bilhões, CNY274,3 bilhões e CNY900,4 bilhões, respectivamente. O centro financeiro da cidade, concentrado principalmente na área central de Guomao, é um dos principais centros comerciais da China, concentrando diversas empresas, escritórios comerciais e shoppings centers. Já o Zona Financeira de Pequim, nas áreas de Fuxingmen e Fuchengmen, é um dos mais tradicionais centros financeiros da China. A área de Zhongguancun, conhecida como "Vale do Silício chinês", abriga diversas industriais relacionadas a alta-tecnologia, como a informática, além de, mais recentemente, a produtos farmaceuticos. Do mesmo modo, a área de Yizhuang, na parte sudoeste da periferia da cidade, é sede de inúmeras industrias ligadas a tecnologia de informação, de produtos farmaceuticos e petroquímicos. A cidade também possuí outros diversificados parques industriais, como os de Yongle e Tianzhu.

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SINGAPURA

Singapura, oficialmente República de Singapura, é uma cidade-Estado localizada na ponta sul da Península Malaia, no Sudeste Asiático, a 137 quilômetros ao norte do equador. Um país insular constituído por 63 ilhas, é separado daMalásia pelo Estreito de Johor, ao norte, e das Ilhas Riau (Indonésia) pelo Estreito de Singapura, ao sul. Singapura é altamente urbanizado, mas quase metade do seu território é coberto por vegetação. No entanto, mais terras estão sendo criadas para o desenvolvimento por meio de aterramento marítimo.

Singapura tinha sido uma parte de diversos impérios locais desde que foi habitada no século II d.C. A Singapura moderna foi fundada como um posto comercial da Companhia das Índias Orientais por Sir Stamford Raffles em 1819 com a permissão do Sultanato de Johor. Osbritânicos obtiveram a soberania completa da ilha em 1824 e a cidade se tornou um dos Estabelecimentos dos Estreitos britânicos em 1826. Singapura foi ocupada pelo Império do Japão na Segunda Guerra Mundial e voltou ao domínio britânico após a guerra. Tornou-se auto-governada internamente em 1959. O território uniu-se a outros ex-territórios britânicos para formar a Malásia em 1963 e tornou-se umEstado totalmente independente dois anos mais tarde após a separação da Malásia.

Desde então, teve um aumento maciço em termos de riqueza e é um dos quatro Tigres Asiáticos. A economia depende fortemente da indústria e dos serviços. O país é um líder mundial em diversas áreas: é o quarto principal centro financeiro do mundo, o segundo maior mercado de jogos de casino e o terceiro maior centro de refinação de petróleo do mundo. O porto da cidade é um dos cinco portos mais movimentados do mundo. O país é o lar do maior número de famílias milionárias em dólares per capita do planeta. O Banco Mundial considera a cidade como o melhor lugar no mundo para se fazer negócios. O país tem o terceiro maior PIB per capita por paridade do poder de compra do mundo, tornando Singapura um dos países mais ricos do planeta.

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A cidade é uma república parlamentar com um sistema Westminster de governo unicameral. O Partido de Ação Popular (PAP) ganhou todas as eleições desde a concessão britânica de autonomia interna em 1959. O sistema legal de Singapura tem suas bases no sistema da common law inglesa, mas modificações foram feitas a ela ao longo dos anos, como a remoção de julgamento por júri. A imagem popular do PAP é a de um governo forte, experiente e altamente qualificado, apoiado por um serviço especializado civil e um sistema de educação com ênfase na realização e na meritocracia. No entanto, o partido é visto por alguns eleitores, críticos da oposição e observadores internacionais como sendo autoritário e demasiado restritivo quanto a liberdade individual.

Cerca de 5 milhões de pessoas vivem em Singapura, dos quais 2,91 milhões nasceram no local. A maioria da população é descendente dechineses, malaios e indianos. Há quatro línguas oficiais: inglês, chinês, malaio e tâmil. Um dos cinco membros fundadores da Associação de Nações do Sudeste Asiático, Singapura também abriga a Secretaria da APEC e é membro da Cúpula do Leste Asiático, do Movimento dos Países Não-Alinhados e da Commonwealth.

Política

Istana, residência oficial e escritório do presidente.

Parlamento de Singapura.

Singapura é uma democracia parlamentar com um sistema Westminster de governo parlamentarista unicameral representando diferentes circunscrições. A maior parte do poder executivo cabe ao Conselho de Ministros, chefiado pelo Primeiro-Ministro, atualmente Lee Hsien Loong. Ao cargo de Presidente de Singapura, historicamente cerimonial, foi concedidos alguns poderes de veto a partir de 1991, por algumas decisões-chave, tais como o uso das reservas nacionais e da nomeação de cargos judiciais. Embora a posição deve ser eleito pelo voto popular, apenas a eleição de 1993foi contestada até a data. O ramo legislativo do governo é o Parlamento.

Os membros eleitos do Parlamento servem como uma ponte entre a comunidade e o Governo, garantindo que as preocupações dos seus eleitores sejam ouvidas no

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Parlamento. O atual Parlamento possui 94 deputados, sendo composto por 84 membros eleitos do Parlamento, uma NCMP e nove membros nomeados.

O Partido de Ação Popular (PAP) é o partido no poder em Singapura desde que o auto-governo foi alcançado. Há vários partidos da oposição em Singapura, os mais notáveis são o Partido dos Trabalhadores de Singapura, o Partido Democrático de Singapura (SDP) e a Aliança Democrática de Singapura (SDA). A Economist Intelligence Unit descreve Singapura como um regime "híbrido" de elementos democráticos e autoritários. A Freedom House classifica o país como "parcialmente livre". Embora as eleições gerais sejam isentos de irregularidades e fraudes eleitorais, o PAP foi criticado por alguns por manipular o sistema político através da utilização de censura, gerrymandering e difamação civil contra políticos da oposição.

Singapura tem uma economia de mercado bem sucedida e transparente. Empresas estatais são dominantes em diversos setores da economia local, como a comunicação social, serviços públicos e transporte público. Singapura tem sido consistentemente avaliada como o país menos corrupto da Ásia e entre os dez mais livre de corrupção do mundo, de acordo com Transparência Internacional.

Embora as leis de Singapura sejam herdadas do Reino Unido e da Índia britânica e incluam muitos elementos do direito comum Inglês, o governo também tem seguido a linha de não seguir alguns elementos dos valores democráticos liberais. Não há julgamentos e há leis que restringem a liberdade de expressão que podem produzir má vontade ou causar desarmonia dentro da sociedade multirracial e multi religiosa de Singapura. A atividade criminosa é geralmente punida com pesadas sanções, incluindo multas pesadas ou cárcere, e também existem leis que permitem a pena capital em Singapura por homicídio qualificado e tráfico de drogas. O governo de Singapura alega que o país tem o direito soberano de determinar o seu próprio sistema judicial e impor o que ele vê como uma punição adequada, incluindo a pena capital para os crimes com uma maior gravidade.

Subdivisões

A Singapura é uma cidade-estado insular. O país está dividido em 5 regiões, que são subdivididas em áreas de planejamento urbano.

Economia

Centro financeiro de Singapura à noite.

Singapura tem uma economia altamente desenvolvida baseada no mercado, que historicamente girava em torno do entreposto comercial, em outras palavras, uma enorme economia de exportação, dependente da exportação de mercadorias para

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outros países. Juntamente com Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan, Singapura é um dos quatro Tigres Asiáticos. A economia (que entre 1966 e 1990 cresceu, em média, 8,5% ao ano) depende fortemente da exportação e refino de produtos importados, especialmente na indústria transformadora. A indústria constituía 26% do PIBde Singapura em 2005. A indústria de transformação é bem diversificada, contando com os setores de eletrônica, refino de petróleo, produtos químicos, engenharia mecânica e ciências biomédicas. Em 2006, Singapura produziu cerca de 10% da produção mundial de wafer de fundição. Singapura tem um dos portos mais movimentados do mundo e é o quarto maior centro de negociação de câmbio do mundo depois de Londres,Nova York e Tóquio.

Singapura foi avaliada como o país com o maior número de empresas de economia familiar em todo o mundo, com milhares de expatriados estrangeiros a trabalhar em empresas multinacionais. Singapura é também considerado como um dos principais centros de financiamento da região e do mundo. Além disso, a cidade-estado também emprega dezenas de milhares de trabalhadores colarinho branco estrangeiros de todo o mundo.

Como resultado da recessão global e uma crise no setor de tecnologia, o PIB do país contraiu 2,2% em 2001. O Economic Review Committee (ERC) foi criado em dezembro de 2001, e recomendou várias mudanças de política com vista à revitalização da economia. Singapura já se recuperou da recessão, em grande parte devido às melhorias na economia mundial, a economia de Singapura cresceu 8,3% em 2004, 6,4% em 2005 e 7,9% em 2006. Em 19 de agosto de 2007, o Primeiro-Ministro Lee Hsien Loong anunciou que a economia de Singapura deve crescer pelo menos 4-6% anualmente durante os próximos 5-10 anos.

Vista do centro financeiro de Singapura à noite, com destaque para o Marina Bay

Sands e a Singapore Flyer, a maior roda-gigante do mundo.

O PIB per capita em 2006 foi de US$ 29,474. Em setembro de 2007, a taxa de desemprego era de 1,7%, o mais baixo em uma década, tendo melhorado antes da crise mundial ter chegado a Ásia. O emprego continuou a crescer fortemente e a economia manteve sua rápida expansão. Nos três primeiros trimestres de 2007, 171.500 novos empregos foram criados, o que é próximo do valor de 176.000 alcançado em 2006. Em 2007, a economia de Singapura cresceu 7,5% e atraiu um recorde S$16 bilhões (US$ 10,6 bilhões) dos investimentos em ativos fixos na fabricação e projetos de geração de S$ 3 bilhões (US$ 2b, € 1.6b) da despesa total de negócios nos serviços. Singapura introduziu um Imposto sobre Mercadorias e Serviços (GST - sigla em inglês) com uma taxa inicial de 3% em 1 de abril de 1994, criando um aumento substancial da receita do governo de S$ 1,6 bilhão (US$ 1B, € 800m) e estabilizando as finanças públicas. A GST passivo foi aumentado para 4% em 2003, para 5% em 2004 e

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7% em 1 de julho de 2007. Devido à recessão econômica, a economia de Singapura cresceu apenas 1,1% no

ano de 2008, muito inferior ao esperado de 4,5% para 6,5% de crescimento, enquanto a taxa de desemprego foi para 2,8%.

Singapura é um popular destino turístico, contribuindo para a importância desse tipo de indústria. O total de visitantes em 2007 foi de 10,2 milhões de pessoas. Para atrair mais turistas, o governo decidiu legalizar o jogo e permitiu que dois resorts casino se desenvolvessem na Marina Sul e em Sentosa, em 2005. Para competir com os rivais regionais, como Bangkok, Hong Kong, Tóquio e Xangai, a área da cidade foi transformada em um dos lugares mais emocionantes do país, iluminando prédios públicos e comerciais.

O Singapore Food Festival é realizado todo mês de julho para celebrar a culinária de Singapura. Outros eventos anuais incluem o Singapore Sun Festival, o Christmas Light Up e o Singapore Jewel Festival. Singapura está se promovendo como um centro de turismo médico: cerca de 200.000 estrangeiros procuram atendimento médico há cada ano e o objetivo é servir um milhão de pacientes estrangeiros por ano até 2012 e gerar US$ 3 bilhões em receitas.

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SYDNEY

Sydney é a cidade mais populosa da Austrália, com uma população, em sua área metropolitana, de aproximadamente 4,28 milhões de pessoas (estimativa 2006). É a capital do estado de Nova Gales do Sul e foi o local escolhido para a primeira colônia britânica no país. Foi criado em 1788 em Sydney Cove por Arthur Phillip, líder da Primeira Frota da Grã-Bretanha. Um residente da cidade é referido como um Sydneysider. Está localizada a 300 km da capital do país, Camberra.

Sydney está situada na costa sudeste da Austrália. A cidade é construída em torno de Port Jackson, que inclui Sydney Harbour, levando para a cidade do apelido, o "Cidade Porto". Sydney é muita conhecida pela Opera House e pela Harbour Bridge, além de suas praias. A área metropolitana é rodeada por parques nacionais, e contém muitas baías, rios e enseadas. É considerada como uma cidade global beta pelo inventário da Loughborough University de 1999. A cidade já sediou importantes eventos de repercussão internacional, seja em âmbito esportivo, político ou cultural, como, por exemplo, os Jogos do Império Britânico de 1938, os Jogos Olímpicos de Verão de 2000 e a Copa do Mundo de Rugby de 2003. Em Setembro de 2007, a cidade recebeu os líderes dos 21 membros da APEC e em julho de 2008 sediou Jornada Mundial da Juventude de 2008. O principal aeroporto de Sydney é o Aeroporto de Sydney.

Sydney é uma das mais multiculturais cidades do mundo, o que reflete o seu papel como um importante destino imigratório na Austrália. Segundo o levantamento Mercer sobre custo de vida, Sydney é a mais cara cidade da Austrália e a 15ª mais cara do planeta.

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Política

Sede do município da Cidade de Sydney.

Com exceção do Conselho do Condado de Cumberland (1945–1964), nunca existiu uma entidade única de governo local que englobou a área metropolitana de Sydney. É o governo estadual de Nova Gales do Sul que controla diretamente a administração da área metropolitana no que se refere, por exemplo, aos transportes públicos, às vias de comunicação principais, ao controle do tráfego, ao policiamento, ao ensino e ao planejamento de grandes infraestruturas.

A área metropolitana está dividida em 38 zonas de administração local nas quais o governo estadual delega alguns poderes mais locais como, por exemplo, o planejamento urbano e a coleta de lixo. Estas zonas, as chamadas Local Government Areas (LGA), são governadas por conselhos locais eleitos.

A Cidade de Sydney (City of Sydney) propriamente dita é uma das 38 LGA. Inclui o centro financeiro os subúrbios mais centrais, tal como South Sydney. A cidade é governada pelo Lord Mayor de Sydney e por um conselho local. O Lord Mayor é,o representante de toda a área metropolitana, como foi, por exemplo, o caso durante a realização dos Jogos Olímpicos de 2000 .

Economia

Centro financeiro de Sydney a partir de Balmain.

Os maiores setores econômicos de Sydney, conforme medido pelo número de pessoas empregadas, incluem bens e serviços prestados às empresas, comércio, indústria, saúde e serviços comunitários. Desde a década de 1980, os postos de trabalho foram transferidos para a produção de serviços e setores de informação. Sydney é responsável por aproximadamente 25% do total do PIB do país. A Australian Securities Exchange e o Reserve Bank of Australia estão localizados

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em Sydney, assim como a sede de 90 bancos e mais de metade das principais companhias da Austrália, além das sedes regionais de cerca de 500 empresas multinacionais. Das dez maiores corporações da Austrália (com base nas receitas), quatro têm sede em Sydney (Austrália Caltex, o Commonwealth Bank,Westpac e Woolworths). A Fox Studios Austrália possui grandes estúdios de cinema na cidade. A Sydney Futures Exchange (SFE) é uma das maiores da região em futuros financeiros e opções de intercâmbio, com 64,3 milhões de contratos negociados em 2005. É o 12 º maior mercado futuro do mundo e o 19.º maior incluindo opções.

A cidade possui a maior mediana da renda familiar de qualquer grande cidade da Austrália (US$ 42 559 PPC). Em de 2004, a taxa de desemprego foi de 4,9% em Sydney. Segundo o levantamento The Economist Intelligence Unit's Worldwide sobre custo de vida, Sydney é a 16.ª cidade mais cara do mundo, enquanto a UBS classifica a cidade como Sydney 15ª no mundo em termos de lucro líquido. Em 20 de Setembro de 2007, Sydney tinha maior preço médio de casas do que qualquer outra capital australiana, US$ 559.000. Sydney também tem a maior renda média em preços do qualquer outra cidade, 450 dólares australianos por semana. Um relatório publicado pela OCDE em Novembro de 2005, mostra que a Austrália tem os mais altos preços de habitação do mundo ocidental quando medido rendimentos com aluguéis. Sydney é classificada como uma cidade global "beta" pela Globalization and World Cities Study Group and Network.

Sydney recebeu 7,8 milhões de visitantes domésticos e 2,5 milhões de visitantes internacionais em 2004.

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JOANESBURGO

Joanesburgo ou Johannesburgo  é a maior cidade da África do Sul. Com cerca de 5,3 milhões de habitantes, é a quarta maior do continente africano (superada pelo Cairo, Lagos e Kinshasa), e é a capital da província de Gauteng bem como sede da Corte Constitucional Sul-africana. Está a uma altitude de 1 753 metros acima do nível do mar. Foi fundada em 1886 com a descoberta de ouro na zona. Em 1900 tinha já 100 mil habitantes. É o maior centro industrial e financeiro do país.

Joanesburgo tem uma das 40 maiores áreas metropolitanas do mundo, e é uma cidade global. Apesar de às vezes ser confundida como capital da África do Sul, a cidade não é um dos centros políticos (apesar de Pretória, pertencer a sua região metropolitana).

Os habitantes locais apelidaram a cidade com o nome de "Jo'burg", "Jozi" e "eGoli". Devido à proximidade da cadeia de colinas deWitwatersrand, ricas em minerais, Joanesburgo é um centro de ouro e diamante em larga-escala.

De acordo com o censo de 2001, a população da cidade supera os três milhões. A área urbana é de 1644 km², resultando numa densidade de apenas 1,962 hab/km². Já a população da região metropolitana da Grande Joanesburgo chega a oito milhões. É em Joanesburgo que fica atownship de Soweto, que ficou famosa por conta do apartheid.

O maior e mais movimentado aeroporto da África é o Aeroporto Internacional de Joanesburgo que, por conta disso, serve como principal portal de entrada para toda a parte meridional do continente africano.

Política

A cidade de Joanesburgo faz parte do Município Metropolitano de Joanesburgo, que é o seu órgão de governo local.

Turismo

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Joanesburgo não é tradicionalmente conhecido como um destino turístico, mas a cidade é um ponto de escala de voos para Cidade do Cabo, Durban e oParque Nacional Kruger. Consequentemente, a maioria dos visitantes estrangeiros da África do Sul passam por Joanesburgo pelo menos uma vez, que lidera no desenvolvimento de mais atrações turísticas. Trabalhos recentes se concentraram em torno dos museus de história do país, tais como o Museu do Apartheid e o Museu Hector Pieterson. Gold Reef City, um grande parque de diversões no sul do distrito de Central Business, também é um importante destino para os turistas da cidade. O Zoológico de Joanesburgo é um dos maiores do país.

A cidade tem vários museus de arte, como a Galeria de Arte de Joanesburgo, que se destaca com paisagens da África do Sul e da Europa e com pinturas figurativas. O Museu da África abrange a história de Joanesburgo, assim como uma grande coleção de arte rupestre. O complexo do Market Theatre alcançou notoriedade nas décadas de 1970 e 1980 e é hoje um centro da dramaturgia moderna sul-africana.

Há, também, uma vasta indústria em torno dos distritos visitados, como Soweto e Alexandra. A maioria dos visitantes de Soweto vão para ver o Museu de Mandela, que está situado na antiga casa de Nelson Mandela.

O Berço da Humanidade (Patrimônio Mundial) está a 25 quilômetros a noroeste da cidade. O sítio arqueológico de Sterkfontein é famoso por ser o mais rico sítio de hominídeos e por ter produzido o primeiro adulto Australopithecus africanus e o primeiro esqueleto quase completo de um Australopithecine anterior.

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