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Cidadão e o (seu?) Sistema de Saúde Constantino Sakellarides Novembro 2010

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Cidadãoe o (seu?) Sistema de Saúde

Constantino SakellaridesNovembro 2010

Cidadão e o Sistema de Saúde

Retórica ocasional bem sonante?ou

Ponto de partida para a reconfiguração do contrato social da saúde?

Princípios do contrato social da saúde

• Solidariedade (redistribuição)Pagar de acordo com o rendimento

Receber de acordo com a necessidade

Princípios do contrato social do Estadodo bem-estar

• Solidariedade (redistribuição)Pagar de acordo com o rendimento

Receber de acordo com a necessidade

• Previdência (pré pagamento)Pagar quando jovem, robusto e são

Receber quando idoso, frágil e doente

Princípios do contrato social do Estadodo bem-estar

• Solidariedade (redistribuição)Pagar de acordo com o rendimento

Receber de acordo com a necessidade

• Previdência (pré pagamento)Pagar quando jovem, robusto e são

Receber quando idoso, frágil e doente

• Coesão social (inclusão)

Para todos - Ninguém é excluído

Desafios da actualidade

- Evolução dos sistemas de saúde

- Pressões pós contratualistas

- Alterações no contexto social e económico

- Fragilização institucional do contrato social

- Concepções do Estado

Cenários para o futuro

Cenário 1: Contratualismo residual (estagnação conflitual): Fazer pequenas alterações incrementais num “Estado Social” conservador e defensivo;

+ “cortes cegos”

Cenário 2: Pós Contratualismo: desarticular, mais ou menos progressivamente, os sistemas de protecção social em saúde;

Cenários para o futuro

Cenário 1: Contratualismo residual (estagnação conflitual): Fazer pequenas alterações incrementais num “Estado Social” conservador e defensivo;

Cenário 1: Contratualismo residual (estagnação conflitual): Fazer pequenas alterações incrementais num “Estado Social” conservador e defensivo;

Cenário 2: Pós Contratualismo: Desarticular, mais ou menos progressivamente, os sistemas de protecção social da saúde;

Cenários para o futuro

Cenário 3: Novo contrato social para a saúde: Reforçar os valores da “sociedade do bem-estar”, reconfigurando as suas instituições a partir de novas plataformas deliberativas, reincorporando as pessoas no seu contrato social da saúde.

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

Cidadão

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

Cidadão

12. Boa Governança

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

1. Orçamento da saúde

2. Regulação em saúde

3. Inovação em saúde

4. Contratualização do desempenho

5. Garantias anuais

6. Auditoria eda qualidade e

publicitação7. Desenvolvimentoorganizacional

9. Profissões da saúde

10. Estratégias locais de saúde

11. Capacitação eEscolha

Cidadão

8. Processos de cuidados de saúde

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

1. Orçamento da saúde

5. Garantias anuais

10. Estratégias locais de saúde

11. Capacitação eEscolha

Cidadão

8. Processos de cuidados de saúde

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

1. Orçamento da saúde

Cidadão

Estado

“Doente” Médico

Seguro Doença

autoridade de saúde

Bismarck: “Seguro-doença” social (público)Alemanha, 1883

• mútuas• seguros privados

• benemerência

(e empregador)

Solução política com pressupostos

– económicos

– culturais

Contribuições

Governo

CidadãoComunidade

Sistema prestadorprofissionais

Administração

ADSE

Beveridge: Serviço Nacional de Saúde(Sul da Europa 1978-86)

Subsistemas

Seguros privadosautoridade de saúde

OGE

impostos

• Em 1979, passamos do “seguro-doença” público para o financiamento pelo OGE e para um SNS, por boas razões

• Mas ao fazê-lo perdemos alguma coisa – a ligação “segurado/segurador” que nunca mais recuperamos

Orçamento (político) da saúde

DimensãoPercentagem do OGE para a saúde: 18%? 20%? 22%? 26%?Percentagem da riqueza (PIB) investida na saúde: 8%? 10%? 11%? 12%? 15%?

Orçamento (político) da saúde

DimensãoPercentagem do OGE para a saúde: 18%? 20%? 22%? 26%?Percentagem da riqueza (PIB) investida na saúde: 8%? 10%? 11%? 12%? 15%?

Distribuição 1Promoção da saúde ?Prevenção? Diagnóstico e tratamento? Reabilitação?

Distribuição 2Cuidados de saúde primários? Hospitais? C. Continuados? S. Pública?

Distribuição 3Recursos humanos, tecnológicos, medicamentos? Instalações? Transportes?

Distribuição 4Publico? Privado? Social?

Orçamento (político) da saúde

DimensãoPercentagem do OGE para a saúde: 18%? 20%? 22%? 26%?Percentagem da riqueza (PIB) investida na saúde: 8%? 10%? 11%? 12%? 15%?

Distribuição 1Promoção da saúde ?Prevenção? Diagnóstico e tratamento? Reabilitação?

Distribuição 2Cuidados de saúde primários? Hospitais? C. Continuados? S. Pública?

Distribuição 3Recursos humanos, tecnológicos, medicamentos? Instalações? Transportes?

Distribuição 4Publico? Privado? Social?

DesempenhoResultados/por Euro investido?

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

5. Garantias anuais

Cidadão

Lei de garantias

Lei n.º 41/2007, D.R. n.º 163, Série I de 2007-08-24 AR

Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde

………..

2 — A Carta dos Direitos de Acesso define:

a) Os tempos máximos de resposta garantidos;

b) O direito dos utentes à informação sobre esses tempos.

3 — A Carta dos Direitos de Acesso é publicada anualmente em anexo à portaria que fixa os tempos máximos garantidos.

4 — A Carta dos Direitos de Acesso é divulgada no portal da saúde e obrigatoriamente afixada em locais de fácil acesso e visibilidade em todos os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde, bem como em todos os que

tenham convencionado a prestação de cuidados de saúde aos seus utentes.

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

Cidadão

8. Processos de cuidados de saúde

Processo de cuidados de saúde

Das organizações de saúdeAos processos de cuidados

Processo de cuidados de saúde RESULTADOS

Health care delivery systems“value chains” Michael Porter

Managing knowledge

Informing

Measuring

Accessing

Preventing

Diagnosing

Preparing

Intervening

Recovering

rehabilitating

Value

for people

health

results

for

unit of

cost

Importância do “processo de cuidados”: Continuidade e qualidade; protecção e promoção; cadeia de valor

Sistemas de informação: “Processos” tangíveis e geríveis

Centralidade do cidadão (e não nos serviços):Literacia em saúde - aprender a navegar o sistema de saúde

Sistemas de informação de saúde centrados no cidadão

Personalização dos cuidados de saúde:Na convergência da genómica com as novas TICs

Europa - Mobilidade transfronteiriça na saúde:Reforçada pela nova directiva da EU

EUA - 54 biliões $ para a informação de saúde:Influencia global

Factores que favorecem a transição “serviços” “processos de cuidados”

Das organizações de saúdeAos processos de cuidados

Registo de saúde electrónicoInformação clínica centrada no cidadão gerida pelos

profissionais de saúde

C. Continuados H. de Dia H. 24h Internamento

Centro

de

Saúde

HOSPITAL

Consultas Externas

Urgências

TEC

DiagnósticoBloco

Operatório

C. Intensivos

TEC

Terapêutica

Centro de atendimento

à distancia

Walk in

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

11. Capacitação eEscolha

Cidadão

Contrato Social

“…acordo entre os governados sobre o conjunto de

regras segundo as quais devem ser governados”

“…acordo mutuamente benéfico através do qual

consentimos em limitar algumas das nossas

prerrogativas individuais”

“…acordo sobre aspectos fundamentais do bem-estar

social compatível com o crescimento económico, que

implicam estabilidade e amplos consensos na sua

evolução.

Regime democrático

Protecção social

Capacidade de tomar decisões inteligentes/informadas

sobre a saúde na vida de todos-os-dias

Contrato social: “…porque não nos sentamos todos para conversar? ”

Fonte: EAA, 2006

CIDADÃOSistemas personalizados de informação de saúde

Informação

InformaçãoInformação

Informação

Extraído de uma apresentação de K. Mandl, Escola Nacional de Saúde Pública, Junho 2010

Segurança e informação de saúde

Direito à informação de saúde

Gestão personalizada da informação de saúde

Literacia em saúde: aprender a decidir informadamente

Investigação em saúde: Clínica + comportamentos + genética X

Gestão personalizada da informação de saúde

Gestão personalizada da informação de saúde

Sistemas personalizados de informação de saúdeObjectivos

1. GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE SAÚDERecolher, anotar, organizar, guardar, processar informação de saúde

2. COMUNICAÇÃOInteragir com outros

3. LITERACIA EM SAÚDEUtilizar informação inteligentemente nas decisões do dia-a-dia relativas à saúde

4. EMPOWERMENTReposicionar o cidadão nos sistemas de sistema de saúde

Das organizações de saúdeAos processos de cuidados

Registo de saúde electrónicoInformação clínica centrada no cidadão gerida pelos

profissionais de saúde

Sistemas personalizados de

informação de saúdeGeridos pelas pessoas

Sistemas personalizados de

informação de saúdeGeridos pelas pessoas

Registo de saúde electrónicoInformação clínica gerida pelos

profissionais de saúde

REDES SOCIAISWEB 2.O

Sistemas personalizados de

informação de saúdeGeridos pelas pessoas

PORTAISGestão translacional

do conhecimento

Registo de saúde electrónicoInformação clínica gerida pelos

profissionais de saúde

New England Journal of Medicine, April 2008

Extraído de uma apresentação de K. Mandl, Escola Nacional de Saúde Pública, Junho 2010

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

10. Estratégias locais de saúde

Cidadão

Plano Nacional de Saúde

Só existirá de facto quando for servir de referencia e estímulo

ao desenvolvimento de estratégias locais de saúde

Estratégias locais de saúde:

Conjunto de metas de saúde

Exprimem um compromisso entre os subscritores locais do

“contrato social”

Estratégias locais de saúde:

Conjunto de metas de saúde

Exprimem um compromisso entre os subscritores locais do

“contrato social”

Organizados em parcerias sustentadas

Actividade efectivas que contribuem para a realização dos

compromissos assumidos

Utilizam eficientemente os recursos mobilizáveis

Estratégias locais de saúde:

Conjunto de metas de saúde

Exprimem um compromisso entre os subscritores locais do

“contrato social”

Organizados em parcerias sustentadas

Actividade efectivas que contribuem para a realização dos

compromissos assumidos

Utilizam eficientemente os recursos mobilizáveis

Avaliam conjuntamente os resultados – realização das metas

– como fonte de aprendizagem cooperativa

Estratégias locais de saúde:

Conjunto de metas de saúde

Exprimem um compromisso entre os subscritores locais do

“contrato social”

Organizados em parcerias sustentadas

Actividade efectivas que contribuem para a realização dos

compromissos assumidos

Utilizam eficientemente os recursos mobilizáveis

Avaliam conjuntamente os resultados – realização das metas

– como fonte de aprendizagem cooperativa

Um motor local de mudança (local change engine)

Parceiros

Metas

RecursosAcções

efectivas

Avaliação

Saúde

Contexto

Estratégias locais de saúde

Metas como

compromissos

Parcerias sustentáveis Programa 1Programa 2

Programa 3Programa 4

Programa 5

Análise da efectividade

das intervenções

Contrato social: “…porque não nos sentamos todos para conversar? ”

12. Boa Governança

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃOGOVERNAÇÃO

1. Orçamento da saúde

2. Regulação em saúde

3. Inovação em saúde

4. Contratualização do desempenho

5. Garantias anuais

6. Auditorias de qualidade

7. Desenvolvimentoorganizacional

9. Profissões da saúde

10. Estratégias locais de saúde

11. Capacitação

Cidadão

Recursos da SaúdeTransparência

Informaçãocomunicação

ResultadosExpectativas

MetasAvaliação do impacto

8. Processos de cuidados de saúde

CapacitaçãoLiteraciaInclusão

Co-deliberação

O que pensam os Europeus

A ideia de protecção social, segundo a qual, cada um paga de acordo com o seu rendimentos, ao longo da vida, para receber quando precisa, continua a merecer apoio maioritário entre os europeus.

O que pensam os Europeus

Estes reconhecem que, baixo crescimento económico, desemprego, envelhecimento, e fortes pressões dos fornecedores de bens, serviços e tecnologias da saúde, tornam hoje a aplicação destes princípios mais difícil. Temem que sejam obrigados a pagar cada vez mais, por cada vez menos.

O que pensam os Europeus

Estes reconhecem que, baixo crescimento económico, desemprego, envelhecimento, e fortes pressões dos fornecedores de bens, serviços e tecnologias da saúde, tornam hoje a aplicação destes princípios mais difícil. Temem que sejam obrigados a pagar cada vez mais, por cada vez menos.

O que pensam os Europeus

Receiam que falte aos seus governantes (e aos governados) a cultura, a imaginação e a vontade necessárias para canalizar para soluções de interesse comum, o enorme potencial de inteligência, conhecimento e inovação disponíveis na sociedade actual.

Coulter and Magee, “The European Patient of the Future” (2003)