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Ciclos EconômicosProsperidade e Recessão

Capítulo 8 (ABD)Prof. Alexandre Nunes – Esalq/USP

CICLOS ECONÔMICOS

“Ciclos econômicos são um tipo de flutuação encontrada na atividade econômica dos países que organizam seu trabalho principalmente em atividades empresariais.

Um ciclo consiste em expansões ocorridas, quase que ao mesmo tempo em muitas atividades econômicas, seguidas por recessões, contrações e retomadas similarmente generalizadas que se fundem na fase de expansão do próximo ciclo;

... essa sequencia de mudanças é recorrente (costuma acontecer) mas não periódica; a duração dos ciclos varia entre 1 e 12 anos.”

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Ciclos econômicos

• Atividade econômica agregada

– Importante acompanhar mais do que um indicador (PIB, produção industrial, emprego, bolsa de valores etc.)

• Expansões e contrações

• Co-movimento

– Atinge vários setores da economia

• Recorrente, mas não periódico

– Não se trata de sazonalidade

• Persistência

– Uma vez iniciada uma recessão a economia tende a ficar em recessão

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O que é um ciclo econômico?


– A atividade econômica agregada diminui em uma contração ou recessão até atingir um mínimo

– Se a recessão é particularmente grave, torna-se depressão

– Uma sequencia completa de declínio seguido por recuperação, medido pico a pico ou de mínimo a mínimo é um ciclo econômico

Representação esquemática do ciclo econômico

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tP T P

contração expansão

Trajetória de crescimento (normal) de longo prazo

Atividade econômicareal

Nível de atividade

Picos Mínimos



– Observe que ciclos econômicos são desvio meramente temporários da trajetória de crescimento normal da economia

– Contudo, parte das perdas e dos ganhos do produto que ocorrem durante um ciclo econômico pode torna-se permanente



– Os picos e os mínimos do ciclo econômico são conhecidos como pontos críticos

– Queremos identificar quando eles acontecem

– Nos EUA, os pontos críticos são oficialmente determinados pelo Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos do NBER


• Co-movimento

– Expansões e contrações ocorrem quase que simultaneamente em muitas atividades econômicas

– Co-movimento é tendência de muitas variáveis econômicas deslocaram-se conjuntamente de um modo previsível durante o ciclo


• O ciclo econômico é recorrente mas não é periódico

– recorrente significa que o padrão de contração–mínimo–expansão–pico ocorre em um loop contínuo (repetidamente nas economias industriais)

– Por não ser periódico, não acontece em intervalos previsíveis ou regulares


• O ciclo econômico é persistente

– A duração de um ciclo econômico pode variar muito e prever sua duração pode ser muito difícil

– No caso de uma recessão, a economia tende a continuar em contração por um período de tempo e vice-versa, assim....

• Declínios são seguidos por outros declínios; crescimento é seguido de mais crescimento

• Por causa dessa persistência, analisar os pontos críticos é crucial para entender os ciclos econômicos

O ciclo econômico norte-americano: registro histórico

1. Período pré–Primeira Guerra Mundial

• Recessões foram frequentes de 1865 a 1917

– 338 meses de contração e 382 meses de expansão

– A mais longa contração registrada durou 65 meses, de outubro de 1873 a março de 1879


2. A Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial

– A pior contração econômica foi a Grande Depressão de 1930

– O PIB real caiu em aproximadamente 30% do pico em agosto de 1929 para o mínimo em março de 1933

– A taxa de desemprego cresceu de 3% para quase 25%

– Milhares de bancos faliram, o mercado de ações entrou em colapso, muitos fazendeiros faliram e o comércio internacional foi interrompido


3. Ciclos econômicos após a Segunda Guerra Mundial– De 1945 a 1970 houve cinco contrações moderadas

– A expansão de maior duração neste período registrou 106 meses, de fevereiro de 1961 a dezembro de 1969

– Alguns economistas chegaram a considerar que o ciclo econômico havia acabado

– Entretanto, em 1973, com o choque do petróleo devido ao aumento dos preços pela Opep, de repente houve uma recessão, levando o PIB real a declinar em 3%, a taxa de desemprego aumentar para 9%, e a inflação a crescer acima de 10%


3. Ciclos econômicos após a Segunda Guerra Mundial

– A recessão de 1981–1982 também foi severa, com a taxa de desemprego acima de 11%, mas a inflação diminuiu de 11% para menos de 4%

– As recessões de 1990–1991 e 2001 foram moderadas e curtas, mas as recuperações foram lentas e irregulares

– Crise de 2008 até 2015


• Os ciclos econômicos norte-americanos estão menos severos?– Os economistas acreditam que os ciclos econômicos

após a Segunda Guerra Mundial não foram tão ruins quanto os de antes

• A duração média de contrações antes de 1929 era de cerca de 21 meses, comparados aos 11 meses depois de 1945

• A duração média de expansões antes de 1929 era de 25 meses, comparados aos 50 meses depois de 1945


• Devemos mesmo nos preocupar com os ciclos econômicos?

• Robert Lucas (Universidade de Chicago): NÃO

• Todos os ciclos econômicos são parecidos– Assim, para o teóricos, sugere-se que exista uma

explicação unificada dos ciclos econômicos, baseada mais nas leis gerais que governam as economias de mercado do que em características políticas ou institucionais especificas

– Ademais, eles vão sempre acontecer

Ciclos econômicos (DIREÇÃO)

• Direção do movimento cíclico:

– Variáveis (macroeconômicas) pró-cíclicas

• Aquelas que se movem na mesma direção da atividade econômica agregada.– Ex: Produção industrial ↑, emprego ↑

– Variáveis contra-cíclicas

• Movem-se na direção oposta da atividade econômica agregada.– Ex: Produção industrial ↑, desemprego ↓

– Variáveis acíclicas

• Não exibem padrão claro durante o ciclo econômico.– Ex: taxas de juros reais

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Ciclos econômicos (MOMENTO)

• Momento dos pontos críticos da variável (picos e mínimos) em relação aos pontos críticos do ciclo econômico:– Variáveis antecedentes

• Picos e mínimos ocorrem antes dos picos e mínimos correspondentes do ciclo econômico

– Ex: Produtividade industrial, oferta da moeda (antes)

– Variáveis coincidentes

• Picos e mínimos ocorrem aproximadamente ao mesmo tempo que os picos e mínimos correspondente do ciclo econômico

– Ex: Produção industrial, consumo, emprego (tudo ao mesmo tempo)

– Variáveis defasadas (Bernanke, retardado)

• Picos e mínimos tendem a ocorrer após os picos e mínimos correspondentes do ciclo econômico.

– Ex: Inflação alta (desequilibro fiscal, antes).

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Datação dos ciclos

• Estabelecer cronologias de referência para os ciclos econômicos

– Nos EUA o NBER (National Bureau of EconomicResearch) data os ciclos desde 1854

• http://www.nber.org/cycles/cyclesmain.html

– No Brasil, existem vários trabalhos de datação dos ciclos

• (Chaveut 2000;2002; Duarte, Issler e Spacov, 2004; CODACE/IBRE/FGV)

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Ciclos econômicos

• Como prevê-los??

• Quedas das bolsas valores podem ajudar a prever recessões???

• Nosso interesse não é saber apenas o que acontece durante os ciclos mas também por que acontecem

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Datação dos ciclos

• Vários métodos

– The Conference Board

• Utiliza média aritmética de séries padronizadas

– Stock e Watson (vários trabalhos)

• Fatores dinâmicos

• Séries de tempo longas

• Identificação de componentes não-observáveis comuns

– Chaveut (vários trabalhos para o Brasil)

• Cadeias de Markov e mudanças de regime

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Fatos do ciclo econômico nos Estados Unidos

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Ciclos na economia brasileira (sombreado registra apenas o período de queda do PIB, recessões)

PIB trimestral – (1980:T1 a 2010:T3) – média 1995 = 100.Fonte: IBGE/IPEADATA.

Crise da dívida

Sarney-Collor

Crise doMéxico

Nasdaq-WTC

Lula2002

Crise americana

Crise cambial

Ciclos na economia brasileira

Fonte: Chaveut, Marcelle. A monthly indicator of brazilian GDP. (September 2000). UCR Department of Economics Working Paper. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=253713 or doi:10.2139/ssrn.253713

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Ciclos na economia brasileira

Fonte: CODACE/IBRE/FGV.

Análise do ciclo econômico: apresentação preliminar

• O que explica as flutuações do ciclo econômico?

– 2 componentes principais das teorias de ciclo econômico

• Uma descrição dos choques na DA e OA

• Um modelo de como a economia responde aos choques

– 2 principais teorias do ciclo econômico

• Teoria clássica

• Teoria keynesiana

– As duas teorias são estudadas na estrutura demanda agregada-oferta agregada (DA-OA)

Análise do ciclo econômico

• Demanda agregada e oferta agregada (Relembrando)

– O modelo tem três componentes principais; todos representados graficamente (P, Y)

• Curva da demanda agregada

• Curva da oferta agregada de curto prazo

• Curva de oferta agregada de longo prazo


Clássico

keynesiano


• Demanda agregada e oferta agregada: (Relembrando)

– Curva da demanda agregada

• Mostra a quantidade de bens e serviços demandados (Y) para qualquer nível de preços (P)

• P mais alto significa menos demanda agregada (Ymais baixo), portanto a curva da demandaagregada é inclinada para baixo


• Demanda agregada e oferta agregada: (Relembrando)

– Curva da oferta agregada

• A curva da oferta agregada mostra quanto produto os produtores estão dispostos a oferecer para qualquer nível de preços dado

• A curva de oferta agregada de curto prazo é horizontal; os preços e salários são fixos no curto prazo

• A demanda agregada assume o papel principal para a determinação de Y– Modelo Keynesiano

• As empresas estão dispostas a ofertar qualquer quantidade por esse nível de preço.


• Demanda agregada e oferta agregada: (Relembrando)– Curva de oferta agregada

• A curva de oferta agregada de longo prazo é vertical para o produto em situação de pleno emprego– Preços são então ajustados (flexíveis) até que a quantidade

agregada de produto ofertado se iguale ao nível de pleno de emprego.

– Estoque dos fatores de produção ditam o nível de Y

– Modelo Clássico

• Caso Intermediário (Blanchard)– Uma situação que a oferta agregada nem esteja fixa em um

nível de preços, nem seja imóvel no nível de pleno emprego.


BlanchardOA

Clássico

keynesiano


• Choques na demanda agregada (Relembrando)

–Um choque na demanda agregada é uma alteração que desloca a curva da demanda agregada

– Exemplo: um choque negativo na demanda agregada (como demonstrado na figura seguinte)

A curva da demanda agregada desloca-se para baixo e para a esquerda

Dois equilíbrios (Curto Prazo e Longo Prazo)



O equilíbrio de curto prazo ocorre onde a curva da demanda agregada intercepta a curva de oferta agregada de curto prazo; o produto cai, o nível de preços permanece inalterado

Se considerar a rigidez, estamos no modelo keynesiano

Equilíbrio em F


keynesiano



O equilíbrio de longo prazo ocorre onde a curva da demanda agregada intercepta a curva de oferta agregada de longo prazo; o produto retorna ao seu patamar original, o nível de preços cai

Sem rigidez, estamos no modelo Clássico

Equilíbrio em H


Clássico


• Choques na demanda agregada

– Quanto tempo leva para alcançar o longo prazo?

• Pela Teoria clássica: preços ajustam-se rapidamente

– Portanto as recessões duram curtos períodos

–Não há necessidade da intervenção do governo

• Teoria keynesiana: preços (e salários) ajustam-se lentamente

–O ajuste deve levar anos

– Portanto, o governo deve combater as recessões tomando ações para elevar a curva da demanda agregada e não deixar Y cair tanto.


• Choques na oferta agregada

– Os clássicos entendem os choques na oferta agregada como a principal causa das flutuações no produto

– Um choque na oferta agregada é um deslocamento na curva de oferta agregada de longo prazo

– Alguns fatores que causam choques na oferta agregada são alterações na produtividade ou na oferta de trabalho


• Choques na oferta agregada– Exemplo: um choque negativo na oferta agregada (como

demonstrado na Figura a seguir)• Um choque na oferta agregada reduz o produto em pleno

emprego, deslocando a curva da oferta agregada de longo prazo para a esquerda

• O novo equilíbrio tem um produto mais baixo e um nível de preços mais alto

• Portanto uma recessão seria acompanhada de um nível de preços mais alto

– Keynesianos também reconhecem a importância dos choques na oferta; e também aceitam as conclusões dos clássicos

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