ciclo de seminarios apostila 1 - instrumentos para viabilizar as políticas públicas
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Organização Social (OS) e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) - Instrumentos para Viabilizar as Políticas Públicas apostila1 do ciclo de seminariosTRANSCRIPT
Seminário I
OS | Oscip
ciclo de semináriosNOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
CaracterizaçãoLegislação
Leis Federais, Estaduais e MunicipaisGlossário
Governo do Estado de São Paulo
Secretaria de Economia e Planejamento
Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam
José Serra
Francisco Vidal Luna
Felipe Soutello
Seminário I — Organização Social (OS) e Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip):
Instrumentos para viabilizar as Políticas Públicas?
São Paulo, 2007
Caracterização
Legislação
Leis Federais, Estaduais e Municipais
Glossário
Coordenadoria de Gestão de Políticas Públicas (Cogepp): Fátima Fernandes de Araújo
Equipe técnica: Carlos Corrêa Leite
Fátima Fernandes de Araújo
Isabete Gabriel da Silva
Maria do Carmo M. T. Cruz
Vera Martins da Silva
Colaboração técnico-jurídica: Luciana Temer
Levantamento da legislação: Berenice T. Mastro
Assessoria de Comunicação: Roberto Mencarini
Projeto gráfico, diagramação e arte-final: Jorge Monge e Marina Brasiliano
Tiragem: 150 exemplares
APRESENTAÇÃOA reforma promovida pelo governo federal, a partir de 1995, preconizada pelo Plano Diretor
da Reforma do Aparelho do Estado, criou novos modelos organizacionais como instrumentos
para viabilizar políticas públicas. Entre eles, estão os modelos de Organização Social (OS) e
de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
No final da década de 1990, esses arranjos organizacionais passaram a ser reproduzidos pe-
los governos estaduais e municipais. Na nova concepção, o Estado deixa de ser o responsável
direto pelo desenvolvimento econômico e social, pela via da produção de bens e serviços,
para fortalecer-se na função de promotor e regulador. E como promotor desses serviços, o
Estado continua a subsidiá-los, ao mesmo tempo em que mantém o controle social, garantindo
a participação da sociedade.
Passados 11 anos da criação dos novos modelos de parceria para a prestação de serviços pú-
blicos, é importante analisar os resultados obtidos; a efetividade dos mecanismos de controle
existentes; as possibilidades de avanço; e as ameaças, que podem até mesmo inviabilizar as
parcerias em funcionamento.
Assim, com o intuito de refletir sobre o tema, a Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam – Cen-
tro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal, tem a honra de realizar, em conjunto
com a Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa da Cidadania, o seminário Organização
Social (OS) e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip): Instrumentos para
Viabilizar as Políticas Públicas? Trata-se do primeiro, de um ciclo de seminários, que abordará
os avanços e desafios colocados pelos novos modelos organizacionais aos municípios pau-
listas e conta com o apoio da Secretaria de Economia e Planejamento (SEP) e das Cidades
Parceiras (Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto, São Caetano do Sul, São José dos Campos e
Sorocaba).
Para auxiliar na reflexão sobre o tema, colocamos à disposição dos participantes o trabalho
realizado em 2006, para a SEP, no âmbito do projeto Planejamento e Formas Organizacionais
das Políticas Públicas Municipais/Regionais. O material inclui uma caracterização das OSs
e Oscips, glossário, resumo da legislação existente sobre o tema, e principais leis federais,
estaduais e municipais. O segundo caderno traz, além das apresentações dos palestrantes,
artigos disponibilizados por estes; todos especialistas no assunto.
Esperamos, assim, contribuir para um maior entendimento das mudanças em curso, bem como
para o esclarecimento de dúvidas e aprofundamento do debate quanto às parcerias entre Es-
tado e sociedade civil.
Felipe Soutello
Presidente da Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Caracterização de Oscip ........................................................... 9
Caracterização de OS .............................................................. 25
Base Legal de Oscip .................................................................. 41
Base Legal de OS .................................................................... 45
Legislação Básica de Oscip ....................................................... 47
Lei l 9.790, de 23/3/99 .................................................... 47
Decreto 3.100, de 30/6/99............................................... 54
Lei 11.598, de 15/12/03 .................................................. 64
Decreto do Município de São Paulo 46.979, de 6/2/06 ..... 68
Legislação Básica de OS .......................................................... 71
Lei Federal 9.637, de 15/5/98 .......................................... 71
Lei Complementar Estadual 846, de 4/6/98 ..................... 81
Lei do Município de São Paulo 14.132, de 24/1/06 .......... 88
GLOSSÁRIO
�
CARACTERIZAÇÃO DE OSCIP
É uma qualificação, dada pelo Poder Público, através do Ministério da Justiça, às pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins econômicos/lucrativos, cujos objetivos sociais e normas
estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei Federal 9.790/99 e Decreto Federal
3.100/99.
A qualificação permite celebrar um ajuste, denominado Termo de Parceria, com o Poder Públi-
co, visando desenvolver projetos ou atividades complementares às que originalmente consti-
tuem responsabilidade daquele Poder.
Os Estados e municípios regulamentam, no seu âmbito, a relação de parceria, através de lei
e/ou decreto.
Área(s) de Atuação/Finalidade(s)
A qualificação somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins eco-
nômicos/lucrativos, cujos objetivos sociais tenham, pelo menos, uma das seguintes finalida-
des:
• promoção da assistência social (art. 3º da Lei Orgânica de Assistência Social - Loas);
• promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
• promoção gratuita da educação;
• promoção gratuita da saúde;
• promoção da segurança alimentar e nutricional;
• defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
• promoção do voluntariado;
• promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
• experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternati-
vos de produção, comércio, emprego e crédito;
• promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar;
• promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros
valores universais; e
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
• estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação
de informações e conhecimentos técnicos e científicos.
Qualquer alteração da finalidade ou do regime de funcionamento da organização, que implique
mudança das condições que instruíram sua qualificação, deverá ser comunicada ao Ministério
da Justiça, acompanhada de justificativa, sob pena de cancelamento da qualificação.
Legislação Básica
Deve existir uma lei para regulamentar a relação do Poder Público em cada esfera de governo.
Federal
• Lei Federal 9.790, de 23/3/19 (criação da Oscip).
• Decreto Federal 3.100, de 30/06/99, republicado em 30/7/99 (regulamentação).
Estadual
• Lei Estadual 11.598, de 15/12/03 (regulamentação).
Municipal – São Paulo
• Decreto Municipal 46.979, de 6/2/06 (regulamentação).
• Portaria 54/06 da Secretaria Municipal de Gestão.
Quem Pode se Qualificar?
Podem se qualificar organizações da sociedade civil de direito privado, sem fins econômicos/
lucrativos, com objetivos sociais e normas estatutárias que atendam aos requisitos da Lei
Federal 9.790/99.
Organização sem fins econômicos/lucrativos é aquela que não distribui, entre os seus só-
cios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu
patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente
na consecução do respectivo objeto social.
A qualificação, desde que todos os requisitos sejam cumpridos, não pode ser negada à enti-
dade porque é ato vinculado.
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Quem não Pode se Qualificar?
• sociedades comerciais;
• sindicatos, associações de classe ou de representação de categoria profissional;
• instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
• organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
• entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de associados ou sócios;
• entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
• instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
• escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
• organizações sociais;
• cooperativas;
• fundações públicas;
• fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou
por fundações públicas;
• organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro
nacional.
Requisitos para Qualificação
Deve ser encaminhado ao Ministério da Justiça um requerimento solicitando a qualificação e
apresentar os seguintes documentos:
• estatuto registrado em cartório;
• ata de eleição de sua atual diretoria;
• balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
• declaração de isenção do imposto de renda; e
• inscrição no cadastro nacional da pessoa jurídica (CNPJ).
As entidades devem ser regidas por estatutos cujas normas tratem (Lei 9.790/99, art. 4o):
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• a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eco-
nomicidade e da eficiência;
• a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obten-
ção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência
da participação no respectivo processo decisório;
• a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar
sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimo-
niais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
• a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei 9.790/99, preferencial-
mente que tenha o mesmo objeto social da extinta;
• a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída pela
Lei 9.790/99, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos
durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa
jurídica qualificada nos termos da Lei 9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo
objeto social;
• a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efe-
tivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos,
respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região corres-
pondente a sua área de atuação;
• as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão,
no mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasilei-
ras de Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal,
ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se
as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposi-
ção para exame de qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o
caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme pre-
visto em regulamento;
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos
pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme deter-
mina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.
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Responsável pela Qualificação
O Ministério da Justiça qualifica as entidades (Lei Federal 9.790/00, art. 5o).
O Município e o Estado de São Paulo regulamentam o Termo de Parceria no seu âmbito.
Prazos e Validade da Qualificação
A validade da qualificação é indeterminada e a sua manutenção ocorre quando os
requisitos permanecem.
A renovação é anual às Oscips beneficiárias de doações feitas por empresas; as doações rea-
lizadas a essas entidades podem ser deduzidas na apuração do lucro real e da base de cálculo
da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 13 da Lei 9.249/95.
Após a entrada do requerimento o Ministério da Justiça tem 30 dias para deferimento ou não
do requerimento; ato que será publicado no Diário Oficial da União no prazo máximo de 15
dias da decisão. Deverão constar da publicação do indeferimento as razões pelas quais foi
denegado o pedido. Em caso de deferimento, o Ministério tem até 15 dias para fornecer o
certificado de qualificação (Decreto 3.100, art. 4o).
Desqualificação/Extinção
A desqualificação ocorre a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo
ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla
defesa e o devido contraditório (Lei 9.790/99, art. 7o).
Qualquer cidadão, desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, respeita-
das as prerrogativas do Ministério Público, pode requerer, judicial ou administrativamente, a
perda da qualificação (Lei 9.790, art. 8o).
A Lei 9.790/99 previa que as primeiras Oscips qualificadas, após cinco anos, quando revali-
dassem a qualificação teriam que optar por ser Oscip ou por outro título (utilidade pública e/ou
certificado de entidade beneficente de assistência social, emitido pelo CNAS).
Instrumento de Parceria
O instrumento destinado à formação de vínculo de cooperação entre o Poder Público e a
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Oscip é o Termo de Parceria. É um acordo firmado para execução de um projeto ou programa
de trabalho de interesse do poder público e de acordo com o seu objeto social.
O Termo de Parceria estabelece os direitos, responsabilidades e obrigações das partes sig-
natárias (Executivo e Oscip).
Elementos Mínimos/Cláusulas Obrigatórias do Instrumento de Parceria (Termo de Parceria)
Federal
São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:
a) a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela
Oscip;
b) a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos
de execução ou cronograma;
c) a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem
utilizados, mediante indicadores de resultado;
d) a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipu-
lando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das
remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vincula-
dos ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores;
e) a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais
a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução
do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das metas propostas
com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e recei-
tas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no item “d”;
f) a de publicação, na imprensa oficial do município, do Estado ou da União, conforme o
alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Oscip, de extrato do Termo
de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo sim-
plificado estabelecido no regulamento da Lei 9.790/99, contendo os dados principais da
documentação obrigatória do item “e”, sob pena de não liberação dos recursos previstos
no Termo de Parceria.
Estadual
Deve ter as seguintes cláusulas obrigatórias:
a) de objeto, que deverá conter a especificação detalhada do programa de trabalho
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proposto pela Oscip;
b) de estipulação de metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de
execução;
c) de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utili-
zados, mediante indicadores de resultados;
d) de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulan-
do item por item as categorias contábeis usadas pela organização e detalhamento das re-
munerações e benefícios de pessoal a serem pagos com recursos oriundos ou vinculados
ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados ou consultores;
e) de estabelecimento das obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as
quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a
execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico de metas pro-
postas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e
receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no item d;
f) de publicação na Imprensa Oficial do Estado do resumo do Termo de Parceria, contendo
demonstrativo de sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabe-
lecido na Lei federal 9.790, de 23/3/99, contendo os dados principais da documentação
obrigatória do item “e”, sob pena de não liberação dos recursos previstos no Termo de
Parceria.
Municipal – São Paulo
As cláusulas essenciais são as estabelecidas pelo § 2o do artigo 10 da Lei Federal 9.790/99
(vide item Federal)
Processo de Elaboração e Aprovação do Instrumento de Parceria
Federal
A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas
Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de governo
(Lei 9.790, art. 10, § 1o)
Os Conselhos de políticas Públicas/setoriais devem aprovar o termo de Parceria. O Conselho
de Política Pública terá o prazo de 30 dias, contado a partir da data de recebimento da consul-
ta, para se manifestar sobre o Termo de Parceria, cabendo ao órgão estatal responsável, em
última instância, a decisão final sobre a celebração do respectivo Termo de Parceria (Decreto
3.100, art. 10o).
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
O órgão estatal responsável pela celebração do Termo de Parceria verificará previamente o
regular funcionamento da organização (Decreto 3100, art. 9o).
Estadual
Antes da celebração do Termo de Parceria, deverá o órgão da administração estadual interes-
sado na assinatura do instrumento verificar se a qualificação de Organização da Sociedade
de Interesse Público ainda tem validade, bem como se não existe processo administrativo
no Ministério da Justiça solicitando o cancelamento da qualificação da entidade interessada.
Municipal – São Paulo
O Termo de Parceria padrão poderá ser ajustado às necessidades específicas de cada órgão
da Administração Direta, mediante prévia anuência e orientação da Secretaria Municipal de
Gestão, respeitadas as cláusulas essenciais.
Os titulares dos órgãos da Administração Direta devem autorizar a gestão compartilhada de
projeto previamente definido, justificando sua necessidade e oportunidade. Também devem
designar Comissão Especial para proceder ao concurso de projetos das Oscips e homologar
sua decisão; aprovar o Programa de Trabalho; designar Comissão de Avaliação para o acom-
panhamento e a fiscalização da execução de cada Programa de Trabalho; e celebrar Termo
de Parceria, observadas as disposições dos §§ 1o e 2o do artigo 1o do Decreto municipal
46.979/06.
Somente poderão participar da gestão compartilhada de projetos as Oscips que não estejam
em mora com a prestação de contas de recursos recebidos de outras esferas de Governo e
que não tenham sido declaradas inidôneas pela Administração Pública ou punidas com sus-
pensão do direito de firmar parcerias ou outros ajustes com a Prefeitura do Município de São
Paulo.
Controle e Avaliação do Cumprimento do Instrumento de Parceria Interno
Federal - Interno
O Conselho setorial deve também acompanhar os Termos de Parceria e poderá formular even-
tuais recomendações ou sugestões que deverão ser encaminhadas ao órgão estatal parceiro,
para adoção de providências que entender cabíveis. Entretanto, o acompanhamento e a fisca-
lização por parte do Conselho de Política Pública não pode introduzir nem induzir modificação
das obrigações estabelecidas pelo Termo de Parceria celebrado (Decreto 3100, art 17).
O acompanhamento e fiscalização devem ser feito por órgão do Poder Público da
área de atuação correspondente à atividade fomentada e pelo Conselho de Políti-
cas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de
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governo (LeiFederal 9.790, art . 11).
A prestação de contas relativa à execução do Termo de Parceria, perante o órgão estatal
parceiro, deve demonstrar a correta aplicação dos recursos públicos recebidos. Deve apre-
sentar os documentos: relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo
comparativo entre as metas propostas e os resultados alcançados; demonstrativo integral da
receita e despesa realizadas na execução; parecer e relatório de auditoria (casos previstos no
art. 19); e entrega do extrato da execução física e financeira.]Deve ser formada uma comissão
de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro do Executivo e a Oscip (Lei
Federal 9.790, art.11).
A comissão deve monitorar o Termo de Parceria, analisar os resultados atingidos com a exe-
cução do Termo de Parceria e elaborar relatório conclusivo sobre a avaliação procedida à
autoridade competente (Lei Federal 9.790, art. 11, § 2o).
Os Termos de Parceria estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na le-
gislação.
A Oscip indicará, para cada Termo de Parceria, pelo menos um dirigente, que será responsável
pela boa administração dos recursos recebidos (Decreto 3.100, art. 22).
Em caso de irregularidade ou ilegalidade na parceria a comissão de avaliação ou o órgão do
Poder Público deve dar ciência da irregularidade ou ilegalidade ao Tribunal de Contas e ao
Ministério Público. Se não o fizer poderá ser penalizado por responsabilidade solidária (Lei
9.790, art. 12). Caso haja indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem
pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-
Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos
bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público
ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público,
além de outras medidas consubstanciadas (Lei 9.790, art. 13).
A Oscip indicará, para cada Termo de Parceria, pelo menos um dirigente, que será responsável
pela administração dos recursos recebidos.
Estadual - Interno
A execução do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada pelo órgão da Administra-
ção Estadual signatário do instrumento, que a qualquer momento poderá requisitar informa-
ções e a devida prestação de contas.
A prestação de contas, que deverá ser realizada anualmente e ao término do Termo de Par-
ceria, deve ser instruída com os seguintes documentos: relatório anual de execução de
atividades;demonstração do resultado do exercício;balanço patrimonial;demonstração das ori-
gens e aplicações dos recursos;demonstração das mutações do patrimônio social; parecer e
relatório de auditoria (em casos necessários).
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Para a prestação de contas, por parte da Oscip perante o órgão estadual parceiro, da correta
aplicação dos recursos públicos recebidos e do adimplemento do objeto do Termo de Parceria,
deverá apresentar os documentos: relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parce-
ria, contendo comparativo entre metas propostas e os resultados alcançados; demonstrativo
integral da receita e despesa realizada na execução do Termo de Parceria;parecer e relatório
da auditoria, quando necessária;entrega do extrato de execução física e financeira.
Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria que tomarem conhecimento de qual-
quer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela or-
ganização parceira, deverão representar imediatamente ao Tribunal de Contas e ao Ministério
Público, sob pena de responsabilidade solidária.
Municipal - Interno
Aos titulares dos órgãos da Administração Direta compete: autorizar a gestão compartilhada
de projeto previamente definido, justificando sua necessidade e oportunidade; designar Co-
missão Especial para proceder ao concurso de projetos das Oscips e homologar sua decisão;
aprovar o Programa de Trabalho; designar Comissão de Avaliação para o acompanhamento e
a fiscalização da execução de cada Programa de Trabalho; celebrar Termo de Parceria, obser-
vadas as disposições do decreto; autorizar a prorrogação do prazo dos ajustes, na forma da
legislação pertinente, desde que devidamente caracterizada a necessidade.
A Comissão de Avaliação deverá encaminhar, ao titular do órgão, relatórios bimestrais conclu-
sivos sobre as avaliações procedidas.Será responsável pelo acompanhamento dos resultados
alcançados, a partir das metas e indicadores constantes do Programa de Trabalho.
A Comissão de Avaliação será composta por no mínimo três membros e designada pelo titular
do órgão da Administração Direta que celebrou o Termo de Parceria.
A Oscip indicará pelo menos um representante responsável pela boa administração e aplica-
ção dos recursos recebidos, cujo nome constará do extrato do Termo de Parceria a ser publi-
cado no Diário Oficial da Cidade.
Externo
Deverá ser realizada auditoria independente da aplicação dos recursos do Termo de Parceria
quando o montante de recursos for maior ou igual a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) ou
quando a Oscip tiver vários Termos de Parceria com um ou mais órgãos estatais e cuja soma
ultrapasse esse valor.
A auditoria independente deverá ser realizada por pessoa física ou jurídica habilitada pelos
Conselhos Regionais de Contabilidade.
O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre acesso pú-
blico a todas as informações pertinentes às Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público (art. 17)
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
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As Oscips devem prestar contas e comprovar a correta aplicação dos recursos repassados à
ela (Decreto 3.100, art. 11). As prestações de contas anuais serão realizadas sobre a totali-
dade das operações patrimoniais e resultados das Oscips e incluirá os seguintes documentos:
relatório anual de execução de atividades; demonstração de resultados do exercício; balanço
patrimonial; demonstração das origens e aplicações de recursos; demonstração das muta-
ções do patrimônio social; notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário;
e parecer e relatório de auditoria.
As Oscips também estão sujeitas aos controles dos Tribunais de Contas, respectivos, Legis-
lativo e Ministério Público.
Composição da Comissão de Avaliação
Federal
A comissão é composta de comum acordo entre o órgão parceiro do Executivo e a Oscip. A
Comissão deverá ser composta por:
• dois membros do respectivo Poder Executivo;
• um da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; e
• um membro indicado pelo Conselho de Política Pública da área de atuação correspondente,
quando houver.
Estadual
A execução do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada pelo órgão da Administra-
ção Estadual, mas não menciona a formação da Comissão de Avaliação e a sua composição.
Municipal – São Paulo
Os titulares dos órgãos da Administração Direta são responsáveis por designar Comissão de
Avaliação para o acompanhamento e a fiscalização da execução de cada Programa de Trabalho
com as Oscips.
Não é definida a sua composição no Decreto municipal.
Processo de Seleção da Oscip
Federal
Antes da celebração do Termo de Parceria o órgão da administração estatal interessado na
assinatura do instrumento deverá verificar se a qualificação da Oscip ainda tem validade, bem
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
como se não há processo administrativo no Ministério da Justiça solicitando o cancelamento
da qualificação.
A escolha poderá ser feita por meio de publicação de edital de concursos de projetos pelo
órgão estatal parceiro.
No edital deve constar a especificação técnica do bem, do projeto, da obra ou do serviço a
ser obtido ou realizado por meio do Termo de Parceria. O edital deve apresentar:
• prazos, condições e forma de apresentação das propostas;
• especificações técnicas do objeto do Termo de Parceria;
• critérios de seleção e julgamento das propostas;
• datas para apresentação de propostas;
• local de apresentação de propostas;
• datas do julgamento e data provável de celebração do Termo de Parceria; e
• valor máximo a ser desembolsado.
A Oscip deverá apresentar seu projeto técnico e o detalhamento dos custos a serem realiza-
dos na sua implementação ao órgão estatal parceiro.
Na seleção e no julgamento dos projetos, levar-se-ão em conta: o mérito intrínseco e ade-
quação ao edital do projeto apresentado; a capacidade técnica e operacional da candidata; a
adequação entre os meios sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados; o ajustamento
da proposta às especificações técnicas; a regularidade jurídica e institucional da Oscip; e a
análise dos documentos referidos.
O órgão estatal parceiro designará a comissão julgadora do concurso, que será composta,
no mínimo, por um membro do Poder Executivo, um especialista no tema do concurso e um
membro do Conselho de Política Pública da área de competência, quando houver.
Não há limite de Termos de Parceria firmado com cada Oscip. Desde que haja capacidade
operacional a Oscip pode firmar mais do que um Termo de Parceria.
Estadual
Não trata do processo de seleção
Municipal – São Paulo
A escolha da Oscip dar-se-á mediante concurso de projetos, a ser realizado pelo órgão inte-
ressado da Administração Direta, observadas as normas gerais da Lei Federal nº 8.666, de
21 de junho de 1993, e respectivas alterações (Decreto 46.979, art.2o).
O concurso de projetos somente poderá ser dispensado se a entidade enquadrar-se nas
hipóteses previstas nos artigos 24 e 25 da Lei Federal 8.666, de 1993, obedecidos os
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
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requisitos e formalidades neles estabelecidos.
A Secretaria Municipal de Gestão deverá definir e implantar o Cadastro Municipal Único das
Oscips aptas ao desenvolvimento, em regime de cooperação, de projetos com a Prefeitura.
A partir de sua implantação, o cadastramento constituirá pré-requisito para a seleção das
Oscips e o estabelecimento de vínculos com a Administração Municipal, em regime de coope-
ração, visando o desenvolvimento de programas e projetos de gestão que se coadunem com
suas finalidades.
O Concurso de Projetos será realizado por Comissão especialmente designada pelo titular do
órgão interessado em firmar Termo de Parceria, e será composta por no mínimo 3 membros
(Portaria 54/06, SMG).
Estrutura Organizacional e Corpo Diretivo
Cada Oscip tem uma estrutura organizacional própria.
Os servidores públicos podem participar da composição de conselho de Organização da So-
ciedade Civil de Interesse Público, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a qual-
quer título (Lei Federal 10.539, art. 4o.).
Recursos Humanos
• Regime de emprego: CLT
• Não é permitida a cessão de servidores às Oscips.
• Direção pode ser remunerada
• Servidores públicos podem participar do conselho, mas é vedada a percepção de remune-
ração ou subsídio, a qualquer título.
Os administradores estão sujeitos à lei de improbidade administrativa quando manejarem bens
e recursos públicos
Recursos Financeiros
Os recursos financeiros das Oscips são provenientes recursos do Poder Público pro-
venientes dos Termos de Parcerias, de auxílios, contribuições e subvenções con-
cedidas por entidades públicas ou particulares, doações, operações de crédito,
22
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
saldos dos exercícios anteriores, entre outros.
A liberação de recursos financeiros necessários à execução do Termo de Parceria far-se-á em
conta bancária específica, a ser aberta em banco a ser indicado pelo órgão estatal parceiro.
A liberação de recursos para a implementação do Termo de Parceria obedecerá ao respectivo
cronograma, salvo se autorizada sua liberação em parcela única.
Patrimônio
Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo
de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade (Lei Federal 9.790, art. 15).
Se a entidade perder a qualificação como Oscip ou for extinta deverá os bens adquiridos com
os Termos de Parceria serem repassados a outra Oscip com a mesma finalidade/área de atu-
ação.
A Lei Estadual e o Decreto Municipal não tratam desta questão.
Compras de Bens e Serviços
Para obras públicas, serviços e compras, com os recursos públicos dos Termos de Parceria,
a Oscip deve ter um regulamento que discipline os procedimentos. Em até 30 dias, após assi-
natura do Termo de Parceria, deve ser publicado o regulamento próprio contendo os procedi-
mentos que a Oscip adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras
com emprego de recursos provenientes do Poder Público (Lei Federal, art. 14o.).
Decreto Federal 5.504, de 5/8/05 estabelece a exigência de utilização do pregão, preferen-
cialmente na forma eletrônica, para Oscips nas contratações de bens e serviços comuns,
realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União.
A Lei estadual de São Paulo não trata deste aspecto.
Controle Social
O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre acesso pú-
blico a todas as informações pertinentes às Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público (Lei Federal 9.790, art. 17o).
A Oscip deve dar publicidade ao relatório de atividade e às demonstrações financeiras.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
23
Qualquer cidadão que tomar ciência de malversação de bens ou recursos públicos poderá
representar ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, para que estes tomem as medidas
administrativas e judiciais cabíveis.
Federal
Os Conselhos de políticas Públicas/setoriais devem aprovar o termo de Parceria e acompa-
nhar o Termo de Parceria. O Conselho de Política Pública terá o prazo de trinta dias, contado
a partir da data de recebimento da consulta, para se manifestar sobre o Termo de Parceria,
cabendo ao órgão estatal responsável, em última instância, a decisão final sobre a celebração
do respectivo Termo de Parceria.
O Conselho deve também acompanhar os termos de parceria e poderá formular eventuais
recomendações ou sugestões que deverão ser encaminhadas ao órgão estatal parceiro, para
adoção de providências que entender cabíveis.
Estadual
A Lei estadual não trata dos Conselhos.
Municipal – São Paulo
O Decreto não trata dos Conselhos.
Considerações
Pode receber do Poder Público alguns benefícios como:
• firmar termo de parceria e receber recursos orçamentários e, eventualmente, bens públi-
cos, para desenvolvimento de atividades;
• remuneração de dirigentes;
• dedução do imposto de renda as doações a elas efetuadas por pessoas jurídicas tributadas
pelo regime de lucro real (Lei Federal 9.249/95, art. 13, § 2o.); e
• recebimento de bens móveis da União considerados antieconômicos ou irrecuperáveis
(Decreto Federal 4.507/02).
25
CARACTERIZAÇÃO DE OS
É um modelo de parceria entre Estado e sociedade.
É um modelo de organização pública não-estatal, constituído por pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos/econômicos (ex.: fundações ou associações) qualificadas pelo Po-
der Público, sob certas condições, previstas expressamente em lei para fomento e execução
de atividades de interesse público.
Entidades qualificadas como Organizações (OS) ficam declaradas como entidades de interes-
se social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.
As três esferas de governo reconhecem, cada uma no seu âmbito, as OSs qualificadas pela
União, Estados, Distrito Federal e municípios, como entidades de interesse social e utilidade
pública, desde que haja reciprocidade e não contrariem os preceitos das legislações referen-
tes à constituição de OS.
Embora constituam uma inovação institucional, não representam uma nova figura jurídica.
Área (s) de atuação
Atividades estatais publicizáveis (não exclusivas do Estado), mas de interesse estratégico
do Estado.
Federal
Ensino, pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.
Estadual
Saúde e Cultura
Municipal – São Paulo
Saúde
Legislação básica
Cada ente deve estabelecer legislação própria.
Federal
Lei Federal 9.637, de 15/5/98.
26
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Estadual
Lei complementar 846, de 4/6/98 e Decreto 43.493, de 29/9/98 ( área da cultura).
Municipal – São Paulo
Lei 14.132, de 24/1/06, e Decreto 47.012, de 21/2/06
Quem pode se qualificar?
Pessoas jurídicas de direito privado (fundações ou associações civis) sem fins lucrativos/eco-nômicos, atuantes nas áreas previstas em lei, portadoras dos requisitos previstos em lei e
com aprovação, quanto à pertinência da qualificação, da autoridade estatal competente.
(No caso de organizações públicas, elas devem ser extintas e, em seus lugares, criadas enti-
dades de direito privado sem fins lucrativos e só depois pleitear a qualificação como OS.)
Quem não pode se qualificar?
Organizações ou órgãos públicos e entidades com fins econômicos.
Requisitos para qualificação
Federal
I - Comprovar o registro de seu ato constitutivo:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com obrigatoriedade de investimento, de seus excedentes
financeiros, no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior e de direção,
de um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto,
asseguradas, àquele, composição e atribuições normativas e de controle básicas pre-
vistas nesta lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de represen-
tantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profis-
sional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
27
f ) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios finan-
ceiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou parcela do patrimônio líquido em qualquer hi-
pótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas ati-
vidades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização
social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios, na proporção dos recursos
e bens por estes alocados;
II – Haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como orga-
nização social, do ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do ministro da Administração Federal e Reforma
do Estado.
Estadual
I - Comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos;
b) finalidade não-lucrativa, com obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de ter, a entidade, como órgãos de deliberação superior e de
direção, um conselho de administração e uma diretoria, definidos nos termos do esta-
tuto, assegurado àquele, composição e atribuições normativas e de controle básicos
previstos nesta lei complementar;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de membros
da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria da entidade;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial do Estado, dos relatórios finan-
ceiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou parcela do patrimônio líquido, em qualquer hi-
28
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
pótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas ati-
vidades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização
social qualificada, no âmbito do Estado, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio
do Estado, na proporção dos recursos e bens por este alocados;
II – Ter a entidade recebido aprovação em parecer favorável quanto à conveniência e à
oportunidade de sua qualificação como OS, do secretário de Estado da área correspon-
dente e do secretário da Administração e Modernização do Serviço Público.
Somente serão qualificadas como OS as entidades que, efetivamente, comprovarem possuir
serviços próprios de saúde, há mais de cinco anos.
Cultura - nas áreas museológica e arquivística, ter efetiva atuação nos últimos três anos.
Municipal - São Paulo
I - Comprovar o registro de seu ato constitutivo:
a ) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) participação, no órgão colegiado de deliberação superior e de direção, de um con-
selho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas
àquele, composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta
lei;
d) participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representante dos em-
pregados da entidade e de membros de notória capacidade profissional e idoneidade
moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial do Município, dos relatórios
financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou parcela do patrimônio líquido em qualquer hi-
pótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
2�
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas ati-
vidades em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização
social qualificada no âmbito do Município de São Paulo, da mesma área de atuação, ou
ao patrimônio do município, na proporção dos recursos e bens por ele alocados nos
termos do contrato de gestão;
II – Haver aprovação, quanto ao cumprimento integral dos requisitos para qualificação do
secretário ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente
ao seu objeto social, bem como do secretário municipal de Gestão;
Somente serão qualificadas como OS as entidades que, efetivamente, comprovarem o desen-
volvimento de atividade na área de saúde há mais de cinco anos.
Responsável pela Qualificação
Federal
• ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao
seu objeto social e do ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado
(atual Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão)
Estadual
• secretário de Estado da área correspondente e do secretário de Administração e Moderni-
zação do Serviço Público
Municipal - São Paulo
• secretário ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente
ao seu objeto social e do secretário de Gestão
Prazos e Validade da Qualificação
Indefinido
Desqualificação e Extinção
• o Poder Público pode proceder à desqualificação da entidade como OS, quando verificado
descumprimento do contrato de gestão;
30
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
• a desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de am-
pla defesa;
• a desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à OS,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Instrumento de Parceria
• contrato de gestão.
Processo de Elaboração e Aprovação do Instrumento de Parceria
Federal
• o contrato de gestão será elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade super-
visora e a OS, discriminando as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder
Público e da OS;
• o contrato de gestão deve ser submetido, após aprovado pelo Conselho de Administração
da entidade, ao ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente às
atividades fomentadas;
• a OS que absorver atividades de entidade federal extinta no âmbito da Saúde, deve consi-
derar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estadual
• é dispensável a licitação para a celebração do contrato de gestão;
• a OS de saúde deve observar os princípios do SUS;
• a celebração dos contratos, com dispensa de licitação, será precedida de publicação da
minuta do contrato de gestão e de convocação pública das OSs, através do Diário Oficial
do Estado, para que todas as interessadas em celebrá-lo possam se apresentar;
• o Poder Público dará publicidade da decisão de firmar cada contrato de gestão, indicando
as atividades que devem ser executadas e das entidades que manifestarem interesse na
celebração de cada contrato de gestão;
• contrato de gestão celebrado pelo Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da
Saúde ou da Cultura, conforme sua natureza e objeto, discriminará as atribuições, respon-
sabilidades e obrigações do Poder Público e da entidade contratada e será publicado, na
íntegra, no Diário Oficial.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
31
• o contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação do Conselho de Administração,
ao secretário de Estado da área competente.
Municipal - São Paulo
• é dispensável a licitação para a celebração do contrato de gestão;
• o Poder Público dará publicidade da decisão de firmar cada contrato de gestão, indicando
as atividades que devem ser executadas;
• a celebração do contrato de gestão será precedida de processo seletivo, quando houver
mais de uma entidade qualificada para prestar o serviço objeto da parceria, nos termos do
regulamento;
• o contrato de gestão celebrado pelo município discriminará as atribuições, responsabilida-
de e obrigações do Poder Público e da entidade contratada e será publicado na íntegra no
Diário Oficial do município;
• o contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação do Conselho de Administração,
ao secretário municipal de Saúde, bem como à respectiva comissão de Avaliação, prevista
nesta lei.
Elementos Mínimos do Instrumento de Parceria (Contrato de Gestão)
Federal
Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, e economicidade e, também, os seguintes preceitos:
• especificação do programa de trabalho proposto pela OS, as metas a serem atingidas e
os respectivos prazos de execução, bem como a previsão expressa dos critérios objeti-
vos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade
e produtividade;
• estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qual-
quer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das OS, no exercício de
suas funções;
Os ministros ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade devem definir as
demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
Estadual
Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios inscritos no artigo
37 da CF e no artigo 111 da CE-SP e, também, os seguintes preceitos:
32
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
• especificação do programa de trabalho proposto pela OS, estipulação das metas a serem
atingidas e respectivos prazos de execução, bem como a previsão expressa dos critérios
objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de quali-
dade e produtividade;
• estipulação dos limites e critérios para a despesa com remuneração e vantagens de qual-
quer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das OS, no exercício de
suas funções;
• atendimento exclusivo aos usuários do SUS, no caso das OS de saúde.
O secretário de Estado competente deve definir as demais cláusulas dos contratos de gestão
de que for signatário.
Municipal - São Paulo
Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios inscritos no artigo
37 da CF e no artigo 81 da LOM de São Paulo e, também, os seguintes preceitos:
• especificação do programa de trabalho proposto pela OS; as metas a serem atingidas e
respectivos prazos de execução, quando for pertinente; bem como a previsão expressa
dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicado-
res de qualidade e produtividade;
• estipulação dos limites e critérios para a despesa com remuneração e vantagens de qual-
quer natureza a serem percebidos pelos dirigentes e empregados das OS, no exercício de
suas funções.
• o secretário municipal de Saúde deve definir as demais cláusulas dos contratos de que
for signatário.
Controle e Avaliação do Cumprimento do Instrumento de Parceria
Federal
• a execução do contrato de gestão será fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da
área de atuação correspondente à atividade fomentada;
• a entidade qualificada apresentará, ao órgão do Poder Público, ao final de cada exercí-
cio, ou a qualquer tempo, um relatório de execução, contendo comparativos de me-
tas e resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas correspondente ao
exercício financeiro;
• os resultados devem ser analisados periodicamente, por comissão de avaliação, indica-
da pela autoridade supervisora da área correspondente, e composta por especialistas
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
33
de notória capacidade e adequada qualificação;
• os responsáveis pela fiscalização do contrato de gestão darão ciência, ao Tribunal de Con-
tas da União, de qualquer irregularidade na utilização dos recursos públicos destinados à
OS, sob pena de responsabilidade solidária.
Estadual
A execução do contrato de gestão será fiscalizada pelo secretário de Saúde e pela Secretaria
da Cultura, nas áreas correspondentes.
• o contrato de gestão deve prever a possibilidade de o Estado requerer , a qualquer tempo,
relatório de execução do contrato de gestão, contendo comparativos de metas, resultados
e prestação de contas correspondente ao exercício financeiro, assim como publicação
no DOE;
• os resultados atingidos serão analisados periodicamente, por comissão de avaliação indi-
cada pelo secretário de Estado competente, composta por profissionais de notória espe-
cialização, que emitirão relatório conclusivo à autoridade e aos órgãos de controle interno
e externo do Estado;
• os responsáveis por fiscalizar o contrato de gestão darão ciência, ao Tribunal de Contas e
ao Ministério Público, de qualquer irregularidade na utilização dos recursos públicos desti-
nados à OS, sob pena de responsabilidade solidária;
• o balanço e demais prestações de contas da OS devem, necessariamente, ser publicados
no Diário Oficial do Estado e analisados pelo Tribunal de Contas do Estado.
Municipal
• o secretário de Saúde presidirá uma comissão de avaliação, a qual será res-
ponsável pelo acompanhamento e execução dos contratos de gestão. A entida-
de qualificada apresentará, à comissão de avaliação, ao término de cada exercí-
cio ou a qualquer momento, relatório de execução, contendo comparativos de
metas e resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas correspondente ao
exercício financeiro;
• a comissão deve encaminhar, à autoridade supervisora, relatório conclusivo sobre a ava-
liação procedida.
Os responsáveis pela fiscalização do contrato de gestão darão ciência, ao Tribunal de Contas
do Município, de qualquer irregularidade na utilização dos recursos públicos destinados à OS,
sob pena de responsabilidade solidária.
O balanço e as demais prestações de contas da OS devem, necessariamente, ser publicados
no Diário Oficial do Município e analisados pelo Tribunal de Contas do Município.
34
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Composição da Comissão de Avaliação
• a lei não especifica quais serão os membros da comissão de avaliação;
• a comissão deve ser indicada pela autoridade supervisora da área correspondente, com-
posta por especialistas de notória capacidade e adequada qualificação.
Estadual
Na área da saúde, será composta, dentre outros, por:
• dois integrantes indicados pelo Conselho Estadual de Saúde;
• dois membros integrantes da Comissão de Saúde e Higiene da Assembléia Legislativa.
Na área da Cultura:
• cinco profissionais de notória especialização e idoneidade moral, membros
da comunidade;
• três funcionários da pasta;
• um membro do Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do
Estado de São Paulo (Condephaat).
Municipal - São Paulo
A comissão de saúde será composta, além do presidente, por:
• dois membros da sociedade civil, escolhidos dentre os membros do Conselho Municipal de
Saúde ou dos Conselhos Gestores dos equipamentos incluídos nos Contratos de Gestão,
quando existirem, ou pelo prefeito;
• um membro indicado pela câmara municipal;
• três membros indicados pelo Poder Executivo, com notória capacidade e adequada qualifi-
cação.
Processo de Seleção da OS
Federal
• O Poder Público diretamente.
Estadual
• Convocação pública.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
35
Municipal - São Paulo
• Processo seletivo.
Estrutura Organizacional e Corpo Diretivo
Obrigatoriedade de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um con-
selho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, assegurados àquele
atribuições e composição previstos em lei.
Composição do Conselho de Administração da OS Federal
Federal
• 20% a 40% de membros natos, representantes do Poder Público, definidos pelo estatuto
da entidade;
• 20% a 30% de membros natos representantes de entidade da sociedade civil, definidos
pelo estatuto;
• até 10%, no caso de associações civis, de membros eleitos dentre os membros
ou associados;
• de 10% a 30% de membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre pessoas
de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
• Os representantes do Poder Público, mais os da entidade, devem corresponder a mais de
50% do conselho;
• O mandato deve ser de quatro anos, com direito a uma recondução, sendo que metade dos
membros terá apenas dois anos, no primeiro mandato.
Estadual
• Até 55%, no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou
os associados;
• 35% de membros eleitos pelos demais integrantes do Conselho, dentre pessoas de notó-
ria capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
• 10% de membros eleitos pelos empregados da entidade;
• Os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho não poderão ser consangüíneo
ou afins até o terceiro grau do governador, vice-governador e secretários de Estado;
36
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
O mandato será de quatro anos, com direito a uma recondução, sendo que metade dos mem-
bros terá penas dois anos no primeiro mandato.
Municipal
• Até 55%, no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou os asso-
ciados;
• 35% de membros eleitos pelos demais integrantes do Conselho, dentre pessoas de notó-
ria capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
• 10% de membros eleitos pelos empregados da entidade.
O mandato será de quatro anos, com direito a uma recondução, sendo que metade dos mem-
bros terá penas dois anos no primeiro mandato.
Recursos Humanos
Conselheiros e Diretores:
• Os conselheiros não devem receber remuneração por esta atividade. entretanto podem
receber ajuda de custo, por reunião, da qual participem.
• Os conselheiros devem renunciar ao assumirem funções executivas na diretoria da OS.
• Diretores e conselheiros da OS não poderão exercer outra atividade remunerada, com ou
sem vínculo empregatício, na mesma entidade (Estado e Município de São Paulo).
• Conselheiros, administradores e dirigentes das OSs de saúde é vedado exercer cargo de
chefia ou função de confiança no SUS (Estado de São Paulo).
• Os diretores podem receber remuneração desde que a entidade qualificada como OS não
seja de utilidade pública.
Servidores:
• O regime de contratação é o celetista por meio de seleção pública.
• É permitida a cessão de servidores públicos às OSs com ônus para a origem.
• Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor afastado,
qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela OS.
• Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente pela OS a servidor
afastado com recursos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a hipótese de adi-
cional relativo ao exercício de função de direção e assessoria.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
37
• O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer jus no órgão de origem,
(quando ocupante de cargo de primeiro ou segundo escalão na OS - União).
• O servidor afastado perceberá as vantagens do cargo a que fizer jus no órgão de origem
(Município de São Paulo).
Recursos Financeiros
• Serão destinados às OSs recursos orçamentários necessários ao cumprimento do contra-
to de gestão.
• São assegurados às OSs os créditos previstos no orçamento e as respectivas liberações
financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão.
Bens e Patrimônio
• É permitida a cessão de bens públicos à OS para realização do contrato de gestão;
• É dispensada licitação para destinação de bens do estado às OSs, mediante permissão de
uso, conforme cláusula expressa do contrato de gestão;
• Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados por outros de igual
ou maior valor, desde que os novos bens integrem o patrimônio do ente, com prévia avalia-
ção e expressa autorização do Poder Público.
• É proibida a distribuição de bens ou parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese,
inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da
entidade.
• Em caso de desqualificação ou extinção da OS haverá incorporação integral do patrimônio,
dos legados ou das doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes finan-
ceiros decorrentes de suas atividades ao patrimônio de outra OS qualificada no âmbito
do ente, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados.
• É vedada a celebração de contrato de gestão para destinação, total ou parcial, de bens
públicos de qualquer natureza, que estejam ou estiveram, ao tempo da publicação desta lei,
vinculados à prestação de serviços de assistência a saúde (Estado de São Paulo).
• A cessão de bens públicos às OSs não poderá recair em estabelecimentos de saúde do
Estado, em funcionamento (Estado de São Paulo).
38
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Compras de Bens e Serviços
A OS define e publica na imprensa e no DO do ente (Estado e Município de São Paulo), no
prazo de 90 dias contados da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio com os
procedimentos que adotará para contratação de obras e serviços, bem como para compras
com emprego de recursos provenientes do Poder Público.
Há obrigatoriedade de licitação, de preferência na forma de pregão eletrônico, para compras
de bens e serviços com recursos repassados voluntariamente pela União. (Decreto Federal
5.504/05)
Controle Externo
Federal
Não especifica, entretanto, os órgãos de controle externo do Executivo são naturalmente o
TCU e o Congresso Nacional.
Estadual
Assembléia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado.
Municipal
Câmara Municipal e Tribunal de Contas do Município.
Controle Social
As Comissões de Avaliação são compostas de forma a propiciar a participação de membros
da sociedade, especialistas das áreas cujas atividades são objeto do contrato de gestão.
Outras Considerações
A figura da OS surgiu com o Plano de Publicização do governo federal que visava “enxu-
gar órgãos ou instituições da administração pública federal”. A lei federal prevê a substi-
tuição das estruturas governamentais por instituições de caráter privado, do terceiro
setor, com o repasse das atividades por eles desenvolvidas às novas organizações. O Es-
tado se mantêm presente na condução da nova instituição por meio da participação de
membros do governo no conselho de Administração.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
3�
Nos governos estadual e municipal de São Paulo as OSs ganham contornos mais “indepen-
dentes”, pois não visam o enxugamento de organizações do setor público, mas apenas o re-
passe de atividades à instituições do terceiro setor. O Estado não está presente na condução
dessas organizações. Sua presença é apenas através do contrato de gestão e na fiscalização
do cumprimento do contrato.
41
BASE LEGAL DE OSCIP
Federal
Emenda Constitucional 19, de 4/6/98
• Altera o artigo 70 da Constituição Federal e disciplina que, prestará contas, qualquer pes-
soa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou adminis-
tre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária
Lei 9.790, de 23/3/99
• Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
como organizações da sociedade civil de interesse público, institui e disciplina o termo de
parceria e dá outras providências.
Lei 9.249, de 26/12/95, art. 13, § 2º, inciso II.
• Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas e no artigo 13 coloca as
doações que poderão ser deduzidas às Oscips.
Lei 9.985, de 18/7/00, art. 30
• Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e estabelece que as
Oscips poderão geri-las.
Lei 10.539, de 23/9/02, art. 4o.
• Permite a participação de servidores públicos na composição de conselho de Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público, vedando a percepção de remuneração ou subsí-
dio, a qualquer título.
Lei 10.637, de 30/12/02, art. 34
• Estabelece que a opção pela remuneração dos dirigentes da Oscip não impede que sejam
deduzidas as doações feitas a estas entidades na forma do art. 13 da Lei 9.249/95, desde
que atendidos os requisitos legais para tanto.
Decreto 3.100, de 30/6/99, republicado em 30/7/99.
• Regulamenta a Lei 9.790, de 23/3/99, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, como Oscip, institui e disciplina o Termo de Parceria,
e dá outras providências.
Decreto 4.340, de 22/8/02 , arts. 21 a 24
• Regulamenta a Lei 9.985, de 18/7/00, que dispõe sobre o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), e trata da gestão compartilhada
42
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
deunidade de conservação por Oscip e do termo de parceria.
Decreto 4.507, 11/12/02, art. 15, parágrafo único.
• Regulamenta, no âmbito da Administração Pública Federal, o reaproveitamento, a movi-
mentação, a alienação e outras formas de desfazimento de material; no art. 15, parágrafo
único, estabelece as Oscips que poderão ser beneficiadas com a doação.
Decreto 5.504, de 5/8/05, art. 1o, § 5o.
• Estabelece a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica,
para Oscips nas contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de
transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou
instrumentos congêneres, ou consórcios públicos.
Medida Provisória 2.113-32, de 21/6/01, art. 59.
• Estabelece que as Oscips poderão ser beneficiárias das doações que poderão ser deduzi-
das do Imposto de Renda.
MP 2.158-35 (em tramitação), de 24/9/02, arts. 59 e 60.
• Estabelece a possibilidade de que as doações feitas por empresas a entidades qualificadas
sejam deduzidas na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social so-
bre o lucro líquido, na forma do art. 13 da Lei 9.249/95 e dispõe sobre a necessidade de
renovação anual da qualificação como Oscip a essas entidades beneficiárias.
MP 2.172-32/01 (em tramitação), art. 4º.
• Exclui as Oscips que se dedicam a sistemas alternativos de crédito das disposições relati-
vas à pratica de usura.
MP 2.216-37/01 (em tramitação), art.18.
• Estabelece que pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com
base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Oscips, desde que atendidos
os requisitos, assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até cinco anos.
Portaria 361, do Ministério da Justiça, 27/7/99.
• Dispõe sobre o procedimento de qualificação como Oscip junto ao Ministério da Justiça.
Portaria 30, da Secretaria Nacional de Justiça, de 20/6/05.
• Determina aproveitamento de documentos em novos pedidos de qualificação como Oscip
feitos por entidade que teve um pedido anterior indeferido.
Portaria 31, da Secretaria Nacional de Justiça, de 20/6/05.
• Delega competência ao diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação para
opinar nos processos de utilidade pública e Oscips nos casos de deferimento das qualificações.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
43
Portaria Interministerial 217, de 30/7/06, art. 1º, parágrafo único.
• Dispõe sobre limites, prazos e condições para a execução do Decreto 5504, de 5/8/05 e
estabelece que até 31 de dezembro de 2006,o uso obrigatório do pregão, preferencialmen-
te na forma eletrônica, na contratação de bens e serviços comuns não se aplica quando
o beneficiário da transferência for uma Oscip desde que tenha regulamento próprio para
contratação de bens serviços, nos termos da Lei 9.790/99, e da Lei 9.637/98, respecti-
vamente, respeitados os princípios da Lei 8.666/93, e se destine a ações de segurança
alimentar e de combate à fome, bem como àquelas de apoio a projetos produtivos em
assentamentos constantes do Plano Nacional de Reforma Agrária ou financiadas com re-
cursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza; ou ao atendimento dos programas
de educação básica.
Estadual
Lei Complementar 709, de 24/1/93.
• Dispõe sobre a competência do TCE para fiscalizar as contas das entidades do terceiro
setor que mantêm contratos de gestão e instrumentos congêneres com os governos do
estado e municípios.
Lei 11.598, de 15/12/03.
• Estabelece disposições relativas às organizações da sociedade civil de interesse público e
institui o termo de parceria.
Decreto 48.766, de 30/6/04.
• Institui o Programa de Gestão Compartilhada de Unidades de Conservação do Estado de
São Paulo por Oscips e aprova modelo-padrão de Termo de Parceria.
Resolução 9/05 do Tribunal de Contas do Estado.
• Estabelece as diretrizes do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo acerca da fiscali-
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado e municípios
para possibilitar acompanhamento da execução de Termos de Parceria.
Municipal – São Paulo
Decreto municipal 46.979, de 6/2/06.
• Dispõe sobre o fomento à execução de atividades de interesse público, com base na Lei
federal de 23/3/99, que regula a qualificação de pessoas jurídicas de direito de privado não
lucrativos, como Oscip.
44
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Portaria 54/06, da Secretaria Municipal de Gestão.
• Dispõe sobre normas aos Termos de Parceria a serem celebrados com Oscips, bem como
o acompanhamento e fiscalização dos referidos ajustes.
45
BASE LEGAL DE OS
Federal
Constituição Federal de 1988, arts. 70 e 175
• Dispõe sobre a organização e funcionamento das administrações públicas.
Emenda constitucional 19, de 4/6/98 (art. 12 – dá nova redação ao art. 70 da CF).
• Dispõe sobre a prestação de contas de entidades públicas ou privadas, que utilizem ou
administrem bens ou valores pelos quais a União responda.
Lei 9.637, de 15/5/98.
• Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Progra-
ma Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absor-
ção de suas atividades por organizações sociais.
Decretos 5.504, de 5/8/05, art. 1o, § 5o.
• Dispõe sobre a exigência de processo de licitação pública para obras, compras, serviços
e alienações com os recursos ou bens repassados voluntariamente pela União.
Estadual
Lei 846, de 4/6/98.
• Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais e dá outras providên-
cias. ( áreas de saúde e cultura).
Decreto 43.493, de 29/9/98.
• Dispõe sobre a qualificação das organizações sociais da área da cultura e dá outras provi-
dências correlatas.
Decreto 49.343, de 24/1/05.
• Dispõe sobre as Coordenadorias da Secretaria da Saúde (delega as contratações, controle
e avaliação dos contratos de gestão com as OSs).
Lei Complementar 971, de 10/1/05.
• Altera a redação do inciso IV do artigo 8o da Lei Complementar 846, ampliando o atendi-
mento das OSs de Saúde aos usuários do Instituto de Assistência Médica ao Servidor
Público Estadual (Iamspe).
Lei Complementar 709, de 24/1/93.
• Dispõe sobre a competência do TCE para fiscalizar as contas das entidades do terceiro
46
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
setor que mantêm contratos de gestão e instrumentos congêneres com os governos do
estado e municípios.
Resolução 9/05 do TCE.
• Dispõe sobre as diretrizes do TCE para acompanhamento e fiscalização de contratos de
gestão e instrumentos congêneres.
Municipal - SP
Lei 14.132, de 24/1/06.
• Dispõe sobre a qualificação de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais
cujas atividades sejam dirigidas à saúde.
Decreto 47.012, de 21/2/06.
• Regulamenta disposições da Lei 14.132, relativas à qualificação de entidades sem fins lu-
crativos como organizações sociais e sua desqualificação.
47
LEGISLAÇÃO BÁSICA DE OSCIP
LEI FEDERAL 9.790, DE 23/3/99
Regulamento
Dispõe acerca da qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo
de Parceria, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I - DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE
CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
Artigo 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Pú-
blico as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos
objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta lei.
§ 1o Para os efeitos desta lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de
direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, dire-
tores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos,
dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante
o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo
objeto social.
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos
requisitos instituídos por esta lei.
Artigo 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no
artigo 3o desta lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e
visões devocionais e confessionais;
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um cír-
culo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema
financeiro nacional a que se refere o artigo 192 da Constituição Federal.
Artigo 3o A qualificação instituída por esta lei, observado em qualquer caso, o princí-
pio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das organizações,
somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação
das organizações de que trata esta lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alter-
nativos de produção, comércio, emprego e crédito;
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
4�
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de
outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divul-
gação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às ativi-
dades mencionadas neste artigo.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas con-
figura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas,
por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de
serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do
setor público que atuem em áreas afins.
Artigo 4o Atendido o disposto no artigo 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessa-
das sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e da eficiência;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a
obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decor-
rência da participação no respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para
opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações
patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido
será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta lei, preferencialmente
que tenha o mesmo objeto social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída
por esta lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos
durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa
jurídica qualificada nos termos desta lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto so-
cial;
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que
atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços espe-
cíficos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região
50
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
correspondente a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determi-
narão, no mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasilei-
ras de Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal,
ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se
as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposi-
ção para exame de qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o
caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme pre-
visto em regulamento;
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos
pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme deter-
mina o parágrafo único do artigo 70 da Constituição Federal.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de
conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a percepção de
remuneração ou subsídio, a qualquer título (incluído pela Lei 10.539, de 2002).
Artigo 5o Cumpridos os requisitos dos artigos 3o e 4o desta lei, a pessoa jurídica de
direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta
lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias
autenticadas dos seguintes documentos:
I - estatuto registrado em cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda;
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.
Artigo 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da Justiça
decidirá, no prazo de 30 dias, deferindo ou não o pedido.
§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de 15 dias da de-
cisão, certificado de qualificação da requerente como Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
51
§ 2o Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1o, dará ciência da decisão,
mediante publicação no Diário Oficial.
§ 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando:
I - a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no artigo 2o desta lei;
II - a requerente não atender aos requisitos descritos nos artigos 3o e 4o desta lei;
III - a documentação apresentada estiver incompleta.
Artigo 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Pú-
blico, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de
iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o
devido contraditório.
Artigo 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro
ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte
legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por
esta lei.
CAPÍTULO II - DO TERMO DE PARCERIA
Artigo 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível
de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da So-
ciedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as
partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no artigo 3o
desta lei.
Artigo 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos, responsabilida-
des e obrigações das partes signatárias.
§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Po-
líticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis
de governo.
§ 2o São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:
I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela
52
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;
II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos
prazos de execução ou cronograma;
III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a se-
rem utilizados, mediante indicadores de resultado;
IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento,
estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o deta-
lhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos
oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consul-
tores;
V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as
quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a
execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das metas
propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos
gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas
no inciso IV;
VI - a de publicação, na imprensa oficial do município, do Estado ou da União, confor-
me o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de demons-
trativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido
no regulamento desta lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória
do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria.
Artigo 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada
por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e
pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes,
em cada nível de governo.
§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser analisados
por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Organi-
zação da Sociedade Civil de Interesse Público.
§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a
avaliação procedida.
§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que trata
esta lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
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Artigo 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conheci-
mento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem
pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo
e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.
Artigo 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo 12 desta lei, havendo indícios
fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela
fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União, para que
requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e
o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que
possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras
medidas consubstanciadas na Lei 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei Complementar
64, de 18 de maio de 1990.
§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos artigos 822 e
825 do Código de Processo Civil.
§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos
da lei e dos tratados internacionais.
§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos
bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades
sociais da organização parceira.
Artigo 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de 30 dias, contado
da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que
adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de
recursos provenientes do Poder Público, observados os princípios estabelecidos no inciso
I do artigo 4o desta lei.
Artigo 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da ce-
lebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.
CAPÍTULO III - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-partidário ou elei-
torais, sob quaisquer meios ou formas.
54
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Artigo 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados,
livre acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público.
Artigo 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com
base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público, desde que atendidos os requisitos para tanto exigidos, sendo-
lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até dois anos contados da
data de vigência desta lei. (Vide Medida Provisória 216-37, de 2001)
§ 1o Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação
prevista nesta lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia automática de suas
qualificações anteriores. (Vide Medida Provisória 2.216-37, de 2001)
§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica perderá
automaticamente a qualificação obtida nos termos desta lei.
Artigo 19. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 30 dias.
Artigo 20. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Independência e 111o da República.FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Renan Calheiros Pedro Mallan Ailton Barcelos Fernandes Paulo Renato Souza Francisco Dornelles Waldeck Ornélas José Serra Paulo Paiva Clovis de Barros Carvalho Este texto não substitui o publicado no DOU de 24/03/1999
DECRETO 3.100, DE 30/6/99
Regulamenta a Lei 9.790, de 23 de março de 1999, que dispõe acerca da qualificação
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
55
de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da So-
ciedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 84, incisos
IV e VI, da Constituição, DECRETA:
Artigo 1o O pedido de qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público será dirigido, pela pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos que preen-
cha os requisitos dos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da lei n. 9.790, de 23 de março de 1999, ao
Ministério da Justiça por meio do preenchimento de requerimento escrito e apresentação
de cópia autenticada dos seguintes documentos:
I - estatuto registrado em cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda; e
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CGC/CNPJ).
Artigo 2o O responsável pela outorga da qualificação deverá verificar a adequação
dos documentos citados no artigo anterior com o disposto nos artigos 2º, 3º e 4º da Lei n.
9.790, de 1999, devendo observar:
I - se a entidade tem finalidade pertencente à lista do artigo 3º daquela lei;
II - se a entidade está excluída da qualificação de acordo com o artigo 2º daquela lei;
III - se o estatuto obedece aos requisitos do artigo 4º daquela lei;
IV - na ata de eleição da diretoria, se é a autoridade competente que está solicitando a
qualificação;
V - se foi apresentado o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício;
VI - se a entidade apresentou a declaração de isenção do imposto de renda à Secretaria da
Receita Federal; e
VII - se foi apresentado o CGC/CNPJ.
56
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Artigo 3o O Ministério da Justiça, após o recebimento do requerimento, terá o prazo
de 30 dias para deferir ou não o pedido de qualificação, ato que será publicado no Diário
Oficial da União no prazo máximo de 15 dias da decisão.
§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de 15 dias da
decisão, o certificado da requerente como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público.
§ 2o Deverão constar da publicação do indeferimento as razões pelas quais foi denegado o
pedido.
§ 3o A pessoa jurídica sem fins lucrativos que tiver seu pedido de qualificação indeferido
poderá reapresentá-lo a qualquer tempo.
Artigo 4o Qualquer cidadão, vedado o anonimato e respeitadas as prerrogativas do
Ministério Público, desde que amparado por evidências de erro ou fraude, é parte legítima
para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação como Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público.
Parágrafo único. A perda da qualificação dar-se-á mediante decisão proferida em processo
administrativo, instaurado no Ministério da Justiça, de ofício ou a pedido do interessado, ou
judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, nos quais serão assegurados a ampla
defesa e o contraditório.
Artigo 5o Qualquer alteração da finalidade ou do regime de funcionamento da organi-
zação, que implique mudança das condições que instruíram sua qualificação, deverá ser
comunicada ao Ministério da Justiça, acompanhada de justificativa, sob pena de cancela-
mento da qualificação.
Artigo 6o Para fins do artigo 3º da Lei n. 9.790, de 1999, entende-se:
I - como Assistência Social, o desenvolvimento das atividades previstas no artigo 3º da Lei
Orgânica da Assistência Social;
II - por promoção gratuita da saúde e educação, a prestação destes serviços realizada pela
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público mediante financiamento com seus
próprios recursos.
§ 1o Não são considerados recursos próprios aqueles gerados pela cobrança de ser-
viços de qualquer pessoa física ou jurídica, ou obtidos em virtude de repasse ou arre-
cadação compulsória.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
57
§ 2o O condicionamento da prestação de serviço ao recebimento de doação, contra-
partida ou equivalente não pode ser considerado como promoção gratuita do serviço.
Artigo 7o Entende-se como benefícios ou vantagens pessoais, nos termos do inciso II
do artigo 4o da Lei n. 9.790, de 1999, os obtidos:
I - pelos dirigentes da entidade e seus cônjuges, companheiros e parentes colaterais ou
afins até o terceiro grau;
II - pelas pessoas jurídicas das quais os mencionados acima sejam controladores ou dete-
nham mais de 10% das participações societárias.
Artigo 8º Será firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Orga-
nizações da Sociedade Civil de Interesse Público, Termo de Parceria destinado à formação
de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de
interesse público previstas no artigo 3º da Lei n. 9.790, de 1999.
Parágrafo único. O órgão estatal firmará o Termo de Parceria mediante modelo padrão pró-
prio, do qual constarão os direitos, as responsabilidades e as obrigações das partes e as
cláusulas essenciais descritas no artigo 10, § 2º da Lei n. 9.790, de 1999.
Artigo 9º O órgão estatal responsável pela celebração do Termo de Parceria verificará
previamente o regular funcionamento da organização.
Artigo 10. Para efeitos da consulta mencionada no artigo 10, § 1º, da Lei n. 9.790,
de 1999, o modelo a que se refere o parágrafo único do artigo 8º deverá ser preenchido e
remetido ao Conselho de Política Pública competente.
§ 1o A manifestação do Conselho de Política Pública será considerada para a tomada de
decisão final em relação ao Termo de Parceria.
§ 2o Caso não exista Conselho de Política Pública da área de atuação correspondente, o
órgão estatal parceiro fica dispensado de realizar a consulta, não podendo haver substitui-
ção por outro Conselho.
§ 3o O Conselho de Política Pública terá o prazo de 30 dias, contado a partir da data de
recebimento da consulta, para se manifestar sobre o Termo de Parceria, cabendo ao órgão
estatal responsável, em última instância, a decisão final sobre a celebração do respectivo
Termo de Parceria.
§ 4o O extrato do Termo de Parceria, conforme modelo constante do Anexo I
deste decreto, deverá ser publicado pelo órgão estatal parceiro no Diário Oficial,
58
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
no prazo máximo de 15 dias após a sua assinatura.
Artigo 11. Para efeito do disposto no artigo 4º, inciso VII, alíneas “c” e “d”, da Lei n.
9.790, de 1999, entende-se por prestação de contas a comprovação da correta aplicação
dos recursos repassados à Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
§ 1o As prestações de contas anuais serão realizadas sobre a totalidade das operações
patrimoniais e resultados das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
§ 2o A prestação de contas será instruída com os seguintes documentos:
I - relatório anual de execução de atividades;
II - demonstração de resultados do exercício;
III - balanço patrimonial;
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos;
V - demonstração das mutações do patrimônio social;
VI - notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário; e
VII - parecer e relatório de auditoria nos termos do artigo 19 deste decreto, se
for o caso.
Artigo 12. Para efeito do disposto no § 2o, inciso V, do artigo 10 da Lei n. 9.790, de
1999, entende-se por prestação de contas relativa à execução do Termo de Parceria a
comprovação, perante o órgão estatal parceiro, da correta aplicação dos recursos públicos
recebidos e do adimplemento do objeto do Termo de Parceria, mediante a apresentação
dos seguintes documentos:
I - relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo entre
as metas propostas e os resultados alcançados;
II - demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execução;
III - parecer e relatório de auditoria, nos casos previstos no artigo 19; e
IV - entrega do extrato da execução física e financeira estabelecido no artigo 18.
Artigo 13. O Termo de Parceria poderá ser celebrado por período superior ao do
exercício fiscal.
§ 1o Caso expire a vigência do Termo de Parceria sem o adimplemento total do seu objeto
pelo órgão parceiro ou havendo excedentes financeiros disponíveis com a Organização da
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
5�
Sociedade Civil de Interesse Público, o referido Termo poderá ser prorrogado.
§ 2o As despesas previstas no Termo de Parceria e realizadas no período compreendido
entre a data original de encerramento e a formalização de nova data de término serão con-
sideradas como legítimas, desde que cobertas pelo respectivo empenho.
Artigo 14. A liberação de recursos financeiros necessários à execução do Termo de
Parceria far-se-á em conta bancária específica, a ser aberta em banco a ser indicado pelo
órgão estatal parceiro.
Artigo 15. A liberação de recursos para a implementação do Termo de Parceria obede-
cerá ao respectivo cronograma, salvo se autorizada sua liberação em parcela única.
Artigo 16. É possível a vigência simultânea de um ou mais Termos de Parceria, ainda
que com o mesmo órgão estatal, de acordo com a capacidade operacional da Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público.
Artigo 17. O acompanhamento e a fiscalização por parte do Conselho de Política Pú-
blica de que trata o artigo 11 da Lei n. 9.790, de 1999, não pode introduzir nem induzir
modificação das obrigações estabelecidas pelo Termo de Parceria celebrado.
§ 1o Eventuais recomendações ou sugestões do Conselho sobre o acompanhamento dos
Termos de Parceria deverão ser encaminhadas ao órgão estatal parceiro, para adoção de
providências que entender cabíveis.
§ 2o O órgão estatal parceiro informará ao Conselho sobre suas atividades de acompanha-
mento.
Artigo 18. O extrato da execução física e financeira, referido no artigo 10, § 2º, inciso
VI, da Lei n. 9.790, de 1999, deverá ser preenchido pela Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público e publicado na imprensa oficial da área de abrangência do projeto, no
prazo máximo de 60 dias após o término de cada exercício financeiro, de acordo com o
modelo constante do Anexo II deste decreto.
Artigo 19. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deverá realizar audi-
toria independente da aplicação dos recursos objeto do Termo de Parceria, de acordo com
a alínea “c”, inciso VII, do artigo 4o da Lei n. 9.790, de 1999, nos casos em que o montante
60
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
de recursos for maior ou igual a R$ 600.000,00.
§ 1o O disposto no caput aplica-se também aos casos onde a Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público celebre concomitantemente vários Termos de Parceria com um
ou vários órgãos estatais e cuja soma ultrapasse aquele valor.
§ 2o A auditoria independente deverá ser realizada por pessoa física ou jurídica habilitada
pelos Conselhos Regionais de Contabilidade.
§ 3o Os dispêndios decorrentes dos serviços de auditoria independente deverão ser inclu-
ídos no orçamento do projeto como item de despesa.
§ 4o Na hipótese do § 1o, poderão ser celebrados aditivos para efeito do disposto no pará-
grafo anterior.
Artigo 20. A comissão de avaliação de que trata o artigo 11, § 1º, da Lei n. 9.790, de
1999, deverá ser composta por dois membros do respectivo Poder Executivo, um da Orga-
nização da Sociedade Civil de Interesse Público e um membro indicado pelo Conselho de
Política Pública da área de atuação correspondente, quando houver.
Parágrafo único. Competirá à comissão de avaliação monitorar a execução de Termo
de Parceria.
Artigo 21. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público fará publicar na im-
prensa oficial da União, do Estado ou do município, no prazo máximo de 30 dias, contado a
partir da assinatura do Termo de Parceria, o regulamento próprio a que se refere o artigo 14
da Lei n. 9.790, de 1999, remetendo cópia para conhecimento do órgão estatal parceiro.
Artigo 22. Para os fins dos artigos 12 e 13 da Lei n. 9.790, de 1999, a Organização
Sociedade Civil de Interesse Público indicará, para cada Termo de Parceria, pelo menos um
dirigente, que será responsável pela boa administração dos recursos recebidos.
Parágrafo único. O nome do dirigente ou dos dirigentes indicados será publicado no extrato
do Termo de Parceria.
Artigo 23. A escolha da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, para
a celebração do Termo de Parceria, poderá ser feita por meio de publicação de edital de
concursos de projetos pelo órgão estatal parceiro para obtenção de bens e serviços e para
a realização de atividades, eventos, consultorias, cooperação técnica e assessoria.
Parágrafo único. Instaurado o processo de seleção por concurso, é vedado ao Poder
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
61
Público celebrar Termo de Parceria para o mesmo objeto, fora do concurso iniciado.
Artigo 24. Para a realização de concurso, o órgão estatal parceiro deverá preparar, com
clareza, objetividade e detalhamento, a especificação técnica do bem, do projeto, da obra
ou do serviço a ser obtido ou realizado por meio do Termo de Parceria.
Artigo 25. Do edital do concurso deverá constar, no mínimo, informações sobre:
I - prazos, condições e forma de apresentação das propostas;
II - especificações técnicas do objeto do Termo de Parceria;
III - critérios de seleção e julgamento das propostas;
IV - datas para apresentação de propostas;
V - local de apresentação de propostas;
VI - datas do julgamento e data provável de celebração do Termo de Parceria; e
VII - valor máximo a ser desembolsado.
Artigo 26. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deverá apresentar
seu projeto técnico e o detalhamento dos custos a serem realizados na sua implementação
ao órgão estatal parceiro.
Artigo 27. Na seleção e no julgamento dos projetos, levar-se-ão em conta:
I - o mérito intrínseco e adequação ao edital do projeto apresentado;
II - a capacidade técnica e operacional da candidata;
III - a adequação entre os meios sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados;
IV - o ajustamento da proposta às especificações técnicas;
V - a regularidade jurídica e institucional da Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público; e
VI - a análise dos documentos referidos no artigo 11, § 2o, deste decreto.
Artigo 28. Obedecidos aos princípios da administração pública, são inaceitáveis como
critério de seleção, de desqualificação ou pontuação:
I - o local do domicílio da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ou a exi-
62
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
gência de experiência de trabalho da organização no local de domicílio do órgão parceiro
estatal;
II - a obrigatoriedade de consórcio ou associação com entidades sediadas na localidade
onde deverá ser celebrado o Termo de Parceria;
III - o volume de contrapartida ou qualquer outro benefício oferecido pela Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público.
Artigo 29. O julgamento será realizado sobre o conjunto das propostas das Organiza-
ções da Sociedade Civil de Interesse Público, não sendo aceitos como critérios de julga-
mento os aspectos jurídicos, administrativos, técnicos ou operacionais não estipulados no
edital do concurso.
Artigo 30. O órgão estatal parceiro designará a comissão julgadora do concurso, que
será composta, no mínimo, por um membro do Poder Executivo, um especialista no tema
do concurso e um membro do Conselho de Política Pública da área de competência, quan-
do houver.
§ 1o O trabalho dessa comissão não será remunerado.
§ 2o O órgão estatal deverá instruir a comissão julgadora sobre a pontuação pertinente a
cada item da proposta ou projeto e zelará para que a identificação da organização propo-
nente seja omitida.
§ 3o A comissão pode solicitar ao órgão estatal parceiro informações adicionais sobre os
projetos.
§ 4o A comissão classificará as propostas das Organizações da Sociedade Civil de Interes-
se Público obedecidos aos critérios estabelecidos neste decreto e no edital.
Artigo 31. Após o julgamento definitivo das propostas, a comissão apresentará, na
presença dos concorrentes, os resultados de seu trabalho, indicando os aprovados.
§ 1o O órgão estatal parceiro:
I - não examinará recursos administrativos contra as decisões da comissão julgadora;
II - não poderá anular ou suspender administrativamente o resultado do concurso nem
celebrar outros Termos de Parceria, com o mesmo objeto, sem antes finalizar o pro-
cesso iniciado pelo concurso.
§ 2o Após o anúncio público do resultado do concurso, o órgão estatal parceiro o homologará, sen-
do imediata a celebração dos Termos de Parceria pela ordem de classificação dos aprovados.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
63
Artigo 32. O ministro de Estado da Justiça baixará portaria no prazo de 15 dias, a partir
da publicação deste decreto, regulamentando os procedimentos para a qualificação.
Artigo 33. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 30 de junho de 1999; 178º da Independência e 111º da República. Fernando Henrique Cardoso Paulo Affonso Martins de Oliveira Pedro Parente Clovis de Barros CarvalhoDOU, 13/7/1999
ANEXO I
(Nome do Órgão Público)
Extrato de Termo de parceria
Custo do projeto:
Local de realização do projeto:
Data de assinatura do TP:___/___/___ Início do projeto: ___/___/___ Término ___/___/___
Objeto do Termo de Parceria (descrição sucinta do projeto):
Nome da Oscip:
Endereço:
Cidade: UF: CEP:
Tel.: Fax: E-mail:
Nome do responsável do projeto:
Cargo/Função:
ANEXO II
(Nome do Órgão Público)
Extrato de Relatório de Execução Física e Financeira de Termo de Parceria
Custo do projeto:
Local de realização do projeto:
64
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Data de assinatura do TP ___/___/___ Início do projeto ___/___/___ Término ___/___/____
Objetivos do projeto:
Resultados alcançados:
Custos de implementação do projeto
Categorias de despesa
Previsto
Realizado
Diferença
Totais:
Nome da Oscip:
Endereço:
Cidade: UF: CEP:
Tel.: Fax: E-mail:
Nome do responsável do projeto:
Cargo/Função:
LEI 11.598, de 15/12/03
Estabelece disposições relativas às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1o Fica instituído, no âmbito do Estado, o Termo de Parceria, instrumento pas-
sível de ser firmado entre os entes da Administração Estadual e as entidades qualifica-
das como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, destinado à formação
de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades
de interesse público discriminadas no artigo 3º da Lei Federal n. 9.790, de 23 de março
de 1999.
Artigo 2o O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
65
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, devidamente qualificada nos termos
da Lei Federal n. 9.790, de 23 de março de 1999, discriminará direitos, responsabilidades
e obrigações dos signatários.
Artigo 3o São cláusulas obrigatórias do Termo de Parceria:
I - de objeto, que deverá conter a especificação detalhada do programa de trabalho propos-
to pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;
II - de estipulação de metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de
execução;
III - de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem uti-
lizados, mediante indicadores de resultados;
IV - de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipu-
lando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e detalhamento das
remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos com recursos oriundos ou vincula-
dos ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados ou consultores;
V - de estabelecimento das obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as
quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a
execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico de metas pro-
postas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e
receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no inciso IV;
VI - de publicação na Imprensa Oficial do Estado do resumo do Termo de Parceria, conten-
do demonstrativo de sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado esta-
belecido na Lei Federal n. 9.790, de 23 de março de 1999, contendo os dados principais da
documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos previstos
no Termo de Parceria.
Artigo 4o A execução do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada pelo órgão
da Administração Estadual signatário do instrumento, que a qualquer momento poderá re-
quisitar informações e a devida prestação de contas.
Artigo 5o A prestação de contas, que deverá ser realizada anualmente e ao término do
Termo de Parceria, deve ser instruída com os seguintes documentos:
I - relatório anual de execução de atividades;
II - demonstração do resultado do exercício;
66
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
III - balanço patrimonial;
IV - demonstração das origens e aplicações dos recursos;
V - demonstração das mutações do patrimônio social;
VI - parecer e relatório de auditoria nos termos do artigo 13, se for o caso.
Parágrafo único Para efeito do disposto no caput deste artigo, entende-se por prestação
de contas a comprovação, por parte da Organização perante o órgão estadual parceiro, da
correta aplicação dos recursos públicos recebidos e do adimplemento do objeto do Termo
de Parceria, mediante apresentação dos seguintes documentos:
1. relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo
entre metas propostas e os resultados alcançados;
2. demonstrativo integral da receita e despesa realizada na execução do Termo de
Parceria;
3. parecer e relatório da auditoria, quando necessária;
4. entrega do extrato de execução física e financeira previsto no inciso VI
do artigo 3o.
Artigo 6o Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria que tomarem co-
nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de
origem pública pela organização parceira, deverão representar imediatamente ao Tribunal
de Contas e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.
Parágrafo único - Qualquer cidadão que tomar ciência de malversação de bens ou recursos
públicos poderá representar ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, para que estes
tomem as medidas administrativas e judiciais cabíveis.
Artigo 7º Caso a Organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da cele-
bração do Termo de Parceria, será este gravado com cláusula de inalienabilidade.
Artigo 8º Antes da celebração do Termo de Parceria, deverá o órgão da adminis-
tração estadual interessado na assinatura do instrumento verificar se a qualificação de
Organização da Sociedade de Interesse Público ainda tem validade, bem como se não
existe processo administrativo no Ministério da Justiça solicitando o cancelamento da
qualificação da entidade interessada.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
67
Artigo 9o Qualquer mudança no estatuto da entidade realizada posteriormente à assi-
natura do Termo de Parceria deverá ser comunicada imediatamente ao órgão estadual.
Artigo 10. Caso o Termo de Parceria termine sem o adimplemento total do objeto ou
havendo excedentes financeiros disponíveis com a Organização, poderá o referido Termo
ser prorrogado.
Artigo 11. A movimentação dos recursos destinados ao cumprimento do Termo de
Parceria deverá ser feita em conta corrente específica, a ser aberta em instituição financei-
ra indicada pelo órgão estadual parceiro.
Artigo 12. A liberação de recursos para execução do Termo de Parceria deverá ser
realizada de acordo com o cronograma apresentado.
Artigo 13. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público deverá realizar audi-
toria independente da aplicação dos recursos objetos do Termo de Parceria, nos casos em
que o valor do dispêndio seja igual ou superior a R$ 600.000,00.
Artigo 14. Aplicam-se, no que couber ao âmbito estadual, as disposições da Lei Fe-
deral n. 9.790, de 23 de março de 1999 e do Decreto Federal n. 3.100, de 30 de junho de
1999.
Artigo 15. As despesas decorrentes da implantação desta lei correrão por conta das
dotações orçamentárias, suplementadas se necessário.
Artigo 16. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposi-
ções em contrário.
Palácio dos Bandeirantes, aos 15 de dezembro de 2003.Geraldo AlckminAlexandre de MoraesSecretário da Justiça e da Defesa da CidadaniaEduardo Refinetti GuardiãSecretário da Fazenda
68
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Gabriel Benedito Issaac ChalitaSecretário da EducaçãoLuiz Roberto Barradas BarataSecretário da SaúdeAndréa Sandro CalabiSecretária de Economia e PlanejamentoCláudia Maria CostinSecretária da CulturaJosé GoldembergSecretário do Meio AmbienteMaria Helena Guimarães de CastroSecretária de assistência e Desenvolvimento SocialArnaldo MadeiraSecretário - Chefe da Casa CivilPublicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 15 de dezembro de 2003.
DECRETO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 46.979, DE 6/2/06
Dispõe acerca do fomento à execução de atividades de interesse público, com base na Lei Fe-
deral 9.790, de 23 de março de 1999, que regula a qualificação de pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
JOSÉ SERRA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são con-
feridas por lei,
CONSIDERANDO a necessidade de estimular, no âmbito da Administração Pública Municipal,
a adoção de formas inovadoras de gestão, com vistas à plena realização do princípio da efi-
ciência, dotando as políticas públicas e os objetivos estratégicos estabelecidos para os seus
diferentes setores da necessária agilidade e eficácia, bem como de procedimentos, critérios e
instrumentos que propiciem a solução mais adequada e vantajosa, tanto no tocante ao contro-
le público da prestação de contas, como na avaliação dos resultados alcançados,
Decreta:
Artigo 1o Ficam reconhecidas, no âmbito do Município de São Paulo, as entidades
qualificadas pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público - Oscips, aptas ao desenvolvimento, em regime de cooperação, de projetos perti-
nentes às áreas enumeradas no artigo 3º da Lei Federal 9.790, de 23 de março de 1999.
§ 1o A formalização da gestão compartilhada dos projetos se dará por Termo de Parceria,
conforme minuta padrão constante do Anexo Único deste decreto.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
6�
§ 2o O Termo de Parceria referido no § 1º deste artigo poderá ser ajustado às necessidades
específicas de cada órgão da Administração Direta, mediante prévia anuência e orientação
da Secretaria Municipal de Gestão, respeitadas as cláusulas essenciais estabelecidas pelo
§ 2o do artigo 10 da Lei Federal 9.790, de 1999.
Artigo 2o Para os fins deste decreto, a escolha da Oscip dar-se-á mediante concurso
de projetos, a ser realizado pelo órgão interessado da Administração Direta, observadas as
normas gerais da Lei Federal 8.666, de 21 de junho de 1993, e respectivas alterações.
Parágrafo único. O concurso de projetos somente poderá ser dispensado se a entidade
enquadrar-se nas hipóteses previstas nos artigos 24 e 25 da Lei Federal 8.666, de 1993,
obedecidos os requisitos e formalidades neles estabelecidos.
Artigo 3o Somente poderão participar da gestão compartilhada de projetos as Oscips
que não estejam em mora com a prestação de contas de recursos recebidos de outras es-
feras de governo e que não tenham sido declaradas inidôneas pela Administração Pública
ou punidas com suspensão do direito de firmar parcerias ou outros ajustes com a Prefeitura
do Município de São Paulo.
Artigo 4o Aos titulares dos órgãos da Administração Direta compete:
I - autorizar a gestão compartilhada de projeto previamente definido, justificando sua neces-
sidade e oportunidade;
II - designar Comissão Especial para proceder ao concurso de projetos das Oscips e homo-
logar sua decisão;
III - aprovar o Programa de Trabalho;
IV - designar Comissão de Avaliação para o acompanhamento e a fiscalização da execução
de cada Programa de Trabalho;
V - celebrar Termo de Parceria, observadas as disposições dos §§ 1º e 2º do artigo 1º des-
te decreto;
VI - autorizar a prorrogação do prazo dos ajustes, na forma da legislação pertinente, desde
que devidamente caracterizada a necessidade.
Parágrafo único. A Comissão de Avaliação deverá encaminhar, ao titular do órgão, relató-
rios bimestrais conclusivos sobre as avaliações procedidas.
Artigo 5o Incumbirá à Secretaria Municipal de Gestão definir e implantar o Cadastro
70
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Municipal Único das Oscips interessadas, no prazo máximo de 180 dias contados da data
de publicação deste decreto.
Parágrafo único. A partir de sua implantação, o cadastramento a que se refere o caput des-
te artigo constituirá pré-requisito para a seleção das Oscips e o estabelecimento de víncu-
los com a Administração Municipal, em regime de cooperação, visando o desenvolvimento
de programas e projetos de gestão que se coadunem com suas finalidades.
Artigo 6o A Secretaria Municipal de Gestão editará as instruções complementares
necessárias ao cumprimento deste decreto.
Artigo 7o As despesas decorrentes da execução deste decreto correrão à conta das
dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Artigo 8o Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Prefeitura do Município de São Paulo, aos 6/2/06, 453º da fundação de São Paulo. José Serra, prefeito Januario Montone, secretário municipal de Gestão Publicado na Secretaria do Governo Municipal, em 6/2/06. Aloysio Nunes Ferreira Filho, secretário do Governo Municipal
DECRETO 46.979, DE 6/2/06
RETIFICAÇÃO
da publicação do dia 7/2/06
No Anexo Único do
Leia-se como segue e não como constou:
No Preâmbulo
A PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, por intermédio do... (Órgão), com sede na
... (endereço completo), neste ato representado pelo ... (Titular do Órgão), ... (nome e qualifi-
cação) doravante denominada PARCEIRO PÚBLICO...
Na CLÁUSULA SÉTIMA - Subcláusula Terceira
... existindo ou não excedentes financeiros repassados à Oscip,...
71
LEGISLAÇÃO BÁSICA DE OS
LEI 9.637, DE 15/5/98
Dispõe sobre a qualificação de entidades como a qualificação de entidades como organiza-
ções sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e enti-
dades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras
providências
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-
ciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I - DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Seção I - Da Qualificação
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurí-
dicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio
ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo
anterior habilitem-se à qualificação como organização social:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de
direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do esta-
tuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas
previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de represen-
tantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profis-
sional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios
72
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas ati-
vidades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização
social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos
e bens por estes alocados;
II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como orga-
nização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e
Reforma do Estado.
Seção II - Do Conselho de Administração
Art. 3o O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser
o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualifica-
ção, os seguintes critérios básicos:
I - ser composto por:
a) 20% a 40% de membros natos representantes do Poder Público, definidos pelo
estatuto da entidade;
b) 20% a 30% de membros natos representantes de entidades da sociedade civil,
definidos pelo estatuto;
c) até 10%, no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou
os associados;
d) 10% a 30% de membros eleitos pelos demais integrantes do conse-
lho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida
idoneidade moral;
e) até 10% de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo estatuto;
II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter mandato
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de quatro anos, admitida uma recondução;
III - os representantes de entidades previstos nas alíneas “a” e “b” do inciso I devem cor-
responder a mais de 50% do Conselho;
IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois
anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;
V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem direito a
voto;
VI - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e, extra-
ordinariamente, a qualquer tempo;
VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que, nesta condição,
prestarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual partici-
pem;
VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade devem re-
nunciar ao assumirem funções executivas.
Art. 4o Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser atribui-
ções privativas do Conselho de Administração, dentre outras:
I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;
II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;
IV - designar e dispensar os membros da diretoria;
V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;
VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade por maioria,
no mínimo, de dois terços de seus membros;
VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutu-
ra, forma de gerenciamento, os cargos e respectivas competências;
VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento pró-
prio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras, serviços,
compras e alienações e o plano de cargos, salários e benefícios dos empregados da enti-
dade;
IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os re-
latórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria;
X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa.
Seção III - Do Contrato de Gestão
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas
à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às
áreas relacionadas no art. 1o.
Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade
supervisora e a organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obriga-
ções do Poder Público e da organização social.
Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho
de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área
correspondente à atividade fomentada.
Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguin-
tes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação
das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão
expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante
indicadores de qualidade e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de
qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações
sociais, no exercício de suas funções.
Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atua-
ção da entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que
sejam signatários.
Seção IV - Da Execução e Fiscalização do Contrato de Gestão
Art. 8o A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será fiscalizada
pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
75
§ 1o A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público supervisora
signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, conforme
recomende o interesse público, relatório pertinente à execução do contrato de gestão, con-
tendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acom-
panhado da prestação de contas correspondente ao exercício financeiro.
§ 2o Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser anali-
sados, periodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela autoridade supervisora
da área correspondente, composta por especialistas de notória capacidade e adequada
qualificação.
§ 3o A comissão deve encaminhar à autoridade supervisora relatório conclusivo sobre a
avaliação procedida.
Art. 9o Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao to-
marem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou
bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da
União, sob pena de responsabilidade solidária.
Art. 10. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo anterior, quando assim exigir
a gravidade dos fatos ou o interesse público, havendo indícios fundados de malversação
de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão
ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou à Procuradoria da entidade para que
requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o
seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que
possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825
do Código de Processo Civil.
§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos
da lei e dos tratados internacionais.
§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos
bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades
sociais da entidade.
76
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Seção V - Do Fomento às Atividades Sociais
Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como
entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.
Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e
bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as
respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto
no contrato de gestão.
§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato
de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde
que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social.
§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispen-
sada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de
gestão.
Art. 13. Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados por
outros de igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o patrimônio
da União.
Parágrafo único. A permuta de que trata este artigo dependerá de prévia avaliação do bem
e expressa autorização do Poder Público.
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organi-
zações sociais, com ônus para a origem.
§ 1o Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor cedi-
do qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.
§ 2o Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por organização
social a servidor cedido com recursos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a
hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária de direção e assessoria.
§ 3o O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer juz no órgão de origem,
quando ocupante de cargo de primeiro ou de segundo escalão na organização social.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
77
Art. 15. São extensíveis, no âmbito da União, os efeitos dos arts. 11 e 12, § 3o, para
as entidades qualificadas como organizações sociais pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação local não contrarie
os preceitos desta Lei e a legislação específica de âmbito federal.
Seção VI - Da Desqualificação
Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas no
contrato de gestão.
§ 1o A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de
ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamen-
te, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
§ 2o A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à
utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
CAPÍTULO II - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias contado
da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os procedimentos que
adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de
recursos provenientes do Poder Público.
Art. 18. A organização social que absorver atividades de entidade federal extinta no
âmbito da área de saúde deverá considerar no contrato de gestão, quanto ao atendimento
da comunidade, os princípios do Sistema Único de Saúde, expressos no art. 198 da Cons-
tituição Federal e no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Art. 19. As entidades que absorverem atividades de rádio e televisão educativa po-
derão receber recursos e veicular publicidade institucional de entidades de direito público
ou privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e
projetos, vedada a veiculação remunerada de anúncios e outras práticas que configurem
comercialização de seus intervalos. (Regulamento)
78
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Art. 20. Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa Nacional de
Publicização - PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios para a qualificação
de organizações sociais, a fim de assegurar a absorção de atividades desenvolvidas por
entidades ou órgãos públicos da União, que atuem nas atividades referidas no art. 1o, por
organizações sociais, qualificadas na forma desta Lei, observadas as seguintes diretrizes:
I - ênfase no atendimento do cidadão-cliente;
II - ênfase nos resultados, qualitativos e quantitativos nos prazos pactuados;
III - controle social das ações de forma transparente.
Art. 21. São extintos o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, integrante da estrutura
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, e a Fundação
Roquette Pinto, entidade vinculada à Presidência da República.
§ 1o Competirá ao Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado supervisionar
o processo de inventário do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a cargo do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, cabendo-lhe realizá-lo para
a Fundação Roquette Pinto.
§ 2o No curso do processo de inventário da Fundação Roquette Pinto e até a assinatura
do contrato de gestão, a continuidade das atividades sociais ficará sob a supervisão da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
§ 3o É o Poder Executivo autorizado a qualificar como organizações sociais, nos termos
desta Lei, as pessoas jurídicas de direito privado indicadas no Anexo I, bem assim a permi-
tir a absorção de atividades desempenhadas pelas entidades extintas por este artigo.
§ 4o Os processos judiciais em que a Fundação Roquette Pinto seja parte, ativa ou passi-
vamente, serão transferidos para a União, na qualidade de sucessora, sendo representada
pela Advocacia-Geral da União.
Art. 22. As extinções e a absorção de atividades e serviços por organizações sociais
de que trata esta Lei observarão os seguintes preceitos:
I - os servidores integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e das entidades extintos
terão garantidos todos os direitos e vantagens decorrentes do respectivo cargo ou empre-
go e integrarão quadro em extinção nos órgãos ou nas entidades indicados no Anexo II,
sendo facultada aos órgãos e entidades supervisoras, ao seu critério exclusivo, a cessão
de servidor, irrecusável para este, com ônus para a origem, à organização social que vier a
absorver as correspondentes atividades, observados os §§ 1o e 2o do art. 14;
II - a desativação das unidades extintas será realizada mediante inventário de seus bens
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
7�
imóveis e de seu acervo físico, documental e material, bem como dos contratos e convê-
nios, com a adoção de providências dirigidas à manutenção e ao prosseguimento das ativi-
dades sociais a cargo dessas unidades, nos termos da legislação aplicável em cada caso;
III - os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às unidades
extintas, serão utilizados no processo de inventário e para a manutenção e o financiamento
das atividades sociais até a assinatura do contrato de gestão;
IV - quando necessário, parcela dos recursos orçamentários poderá ser reprogramada,
mediante crédito especial a ser enviado ao Congresso Nacional, para o órgão ou entidade
supervisora dos contratos de gestão, para o fomento das atividades sociais, assegurada a
liberação periódica do respectivo desembolso financeiro para a organização social;
V - encerrados os processos de inventário, os cargos efetivos vagos e os em comissão
serão considerados extintos;
VI - a organização social que tiver absorvido as atribuições das unidades extintas poderá
adotar os símbolos designativos destes, seguidos da identificação “OS”.
§ 1o A absorção pelas organizações sociais das atividades das unidades extintas efetivar-
se-á mediante a celebração de contrato de gestão, na forma dos arts. 6o e 7o.
§ 2o Poderá ser adicionada às dotações orçamentárias referidas no inciso IV parcela dos
recursos decorrentes da economia de despesa incorrida pela União com os cargos e fun-
ções comissionados existentes nas unidades extintas.
Art. 23. É o Poder Executivo autorizado a ceder os bens e os servidores da Fundação Roquet-
te Pinto no Estado do Maranhão ao Governo daquele Estado.
Art. 24. São convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória n. 1.648-7, de
23 de abril de 1998.
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 15 de maio de 1998; 177o da Independência e 110o da República.Fernando Henrique Cardoso Pedro Malan Paulo Paiva José Israel Vargas Luiz Carlos Bresser Pereira Clovis de Barros Carvalho
80
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
ANEXO I
(Lei 9.637, de 15/5/98)
ÓRGÃO E ENTIDADE
EXTINTOS
ENTIDADE AUTORIZADA A
SER QUALIFICADA
REGISTRO CARTORIAL
Laboratório Nacional de Luz
Síncrotron
Fundação Roquette Pinto
Associação Brasileira de
Tecnologia de Luz Síncrotron
(ABTLus)
Associação de Comunicação
Educativa Roquette Pinto
(ACERP)
Primeiro Ofício de Registro
de Títulos e Documentos da
Cidade de Campinas - SP,
Ordem 169.367, averbado
na inscrição 10.814, Livro
A-36, fls 01.
Registro Civil das Pessoas
Jurídicas, Av. Pres. Roo-
sevelt, 126, Rio de Janeiro
- RJ, apontado sob a Ordem
624.205 do protocolo do Li-
vro A n. 54, registrado sob
a Ordem 161.374 do Livro
A n. 39 do Registro Civil
das Pessoas Jurídicas.
ANEXO II
(Lei 9.637, de 15/5/98)
ÓRGÃO E ENTIDADE EXTINTOS QUADRO EM EXTINÇÃO
Laboratório Nacional de Luz SíncrotronConselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq)
Fundação Roquette PintoMinistério da Administração Federal e
Reforma do Estado
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
81
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 846, DE 4/6/98
Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais e dá outras
providências
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte
lei complementar:
CAPÍTULO I - DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Seção I - Da Qualificação
Artigo 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas ju-
rídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à saúde e à
cultura, atendidos os requisitos previstos nesta lei complementar.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito privado cujas atividades sejam dirigidas
à saúde e à cultura, qualificadas pelo Poder Executivo como organizações sociais, serão
submetidas ao controle externo da Assembléia Legislativa, que o exercerá com o auxílio do
Tribunal de Contas do Estado, ficando o controle interno a cargo do Poder Executivo.
Artigo 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo
anterior habilitem-se à qualificação como organização social:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de ter a entidade, como órgãos de deliberação superior e de
direção, um conselho de administração e uma diretoria, definidos nos termos do esta-
tuto, assegurado àquele composição e atribuições normativas e de controle básicos
previstos nesta lei complementar;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de membros
da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria da entidade;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial do Estado, dos relatórios finan-
ceiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
82
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
g) em caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas ati-
vidades, em caso de extinção ou desqualificação da entidade, ao patrimônio de outra
organização social qualificada no âmbito do Estado, da mesma área de atuação, ou ao
patrimônio do Estado, na proporção dos recursos e bens por este alocados;
II - ter a entidade recebido aprovação em parecer favorável, quanto à conveniência e opor-
tunidade de sua qualificação como organização social, do Secretário de Estado da área
correspondente e do Secretário da Administração e Modernização do Serviço Público.
Parágrafo único. Somente serão qualificadas como organização social, as entidades que,
efetivamente, comprovarem possuir serviços próprios de assistência à saúde, há mais de
cinco anos.
Seção II - Do Conselho de Administração
Artigo 3o O Conselho de Administração deve estar estruturado nos termos do respec-
tivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os
seguintes critérios básicos:
I - ser composto por:
a) até 55 % no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou
os associados;
b) 35% de membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre pessoas de
notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
c) 10% de membros eleitos pelos empregados da entidade;
II - os membros eleitos ou indicados para compor o conselho que não poderão ser parentes
consangüíneos ou afins até o terceiro grau do governador, vice-governador e secretários
de Estado, terão mandato de quatro anos, admitida uma recondução;
III - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois
anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;
IV - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem direito a voto;
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
83
V - o conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano, e extraor-
dinariamente, a qualquer tempo;
VI - os conselheiros não receberão remuneração pelos serviços que, nesta condição, pres-
tarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem; e
VII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade devem renun-
ciar ao assumirem às correspondentes funções executivas.
Artigo 4o Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser incluí-
das entre as atribuições privativas do conselho de administração:
I - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
II - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;
III - designar e dispensar os membros da diretoria;
IV - fixar a remuneração dos membros da diretoria;
V - aprovar os estatutos, bem como suas alterações, e a extinção da entidade por maioria,
no mínimo, de dois terços de seus membros;
VI - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutu-
ra, o gerenciamento, os cargos e as competências;
VII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento pró-
prio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras e serviços,
bem como para compras e alienações, e o plano de cargos, salários e benefícios dos em-
pregados da entidade;
VIII - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os
relatórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria; e
IX - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos
financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa.
Artigo 5o Aos conselheiros, administradores e dirigentes das organizações sociais
da saúde vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único
de Saúde (SUS).
Seção III - Do Contrato de Gestão
Artigo 6º Para os efeitos desta lei complementar, entende-se por contrato de gestão
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização
social, com vistas à formação de uma parceria entre as partes para fomento e execução de
atividades relativas à área da saúde ou da cultura.
§ 1o dispensável a licitação para a celebração dos contratos de que trata o caput deste
artigo.
§ 2o A organização social da saúde deverá observar os princípios do Sistema Único de
Saúde, expressos no artigo 198 da Constituição Federal e no artigo 7º da Lei n. 8.080, de
19 de setembro de 1990.
§ 3o A celebração dos contratos de que trata o caput deste artigo, com dispensa da rea-
lização de licitação, será precedida de publicação da minuta do contrato de gestão e de
convocação pública das organizações sociais, através do Diário Oficial do Estado, para que
todas as interessadas em celebrá-lo possam se apresentar.
§ 4o O Poder Público dará publicidade:
I - da decisão de firmar cada contrato de gestão, indicando as atividades que deverão
ser executadas; e
II - das entidades que manifestarem interesse na celebração de cada contrato
de gestão.
§ 5o vedada a celebração do contrato previsto neste artigo para a destinação, total ou
parcial, de bens públicos de qualquer natureza, que estejam ou estiveram, ao tempo da
publicação desta lei, vinculados à prestação de serviços de assistência à saúde.
Artigo 7o O contrato de gestão celebrado pelo Estado, por intermédio da Secretaria
de Estado da Saúde ou da Cultura conforme sua natureza e objeto, discriminará as atribui-
ções, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da entidade contratada e será
publicado na íntegra no Diário Oficial.
Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação do Conselho
de Administração, ao Secretário de Estado da área competente.
Artigo 8o Na elaboração do contrato de gestão devem ser observados os princípios
inscritos no artigo 37 da Constituição Federal e no artigo 111 da Constituição Estadual e,
também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, estipulação das
metas a serem atingidas e respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa
dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicado-
res de qualidade e produtividade;
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
85
II - estipulação dos limites e critérios para a despesa com a remuneração e vantagens de
qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações
sociais, no exercício de suas funções;
III - atendimento à disposição do § 2o do artigo 6o desta lei complementar; e
IV - atendimento exclusivo aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), no caso das
organizações sociais da saúde.
Parágrafo único. O Secretário de Estado competente deverá definir as demais cláusulas
necessárias dos contratos de gestão de que for signatário.
Seção IV - Da Execução e Fiscalização do Contrato de Gestão
Artigo 9o A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será fis-
calizada pelo Secretário de Estado da Saúde ou pela Secretaria de Estado da Cultura, nas
áreas correspondentes.
§ 1o O contrato de gestão deve prever a possibilidade de o Poder Público requerer a apre-
sentação pela entidade qualificada, ao término de cada exercício ou a qualquer momento,
conforme recomende o interesse público, de relatório pertinente à execução do contrato
de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados al-
cançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao exercício financeiro,
assim como suas publicações no Diário Oficial do Estado.
§ 2o Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão serão analisados, pe-
riodicamente, por comissão de avaliação indicada pelo Secretário de Estado competente,
composta por profissionais de notória especialização, que emitirão relatório conclusivo, a ser
encaminhado àquela autoridade e aos órgãos de controle interno e externo do Estado.
§ 3o A comissão de avaliação da execução do contrato de gestão das organizações sociais
da saúde, da qual trata o parágrafo anterior, compor-se-á, dentre outros membros, por dois
integrantes indicados pelo Conselho Estadual de Saúde, reservando-se, também, duas vagas
para membros integrantes da Comissão de Saúde e Higiene da Assembléia Legislativa e
deverá encaminhar, trimestralmente, relatório de suas atividades à Assembléia Legislativa.
Artigo 10. Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recur-
sos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas e ao Ministério Público, para as providências relativas aos respectivos âmbitos
de atuação, sob pena de responsabilidade solidária.
86
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Artigo 11. Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical parte
legítima para denunciar irregularidades cometidas pelas organizações sociais ao Tribunal
de Contas ou à Assembléia Legislativa.
Artigo 12. O balanço e demais prestações de contas da organização social devem,
necessariamente, ser publicados no Diário Oficial do Estado e analisados pelo Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo.
Seção V - Do Fomento às Atividades Sociais
Artigo 13. As entidades qualificadas como organizações sociais ficam declaradas como
entidades de interesse social e utilidade pública para todos os efeitos legais.
Artigo 14. Às organizações sociais serão destinados recursos orçamentários e, even-
tualmente, bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 1o Ficam assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as
respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto
no contrato de gestão.
§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato
de gestão, parcela de recursos para fins do disposto no artigo 16 desta lei complementar,
desde que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social.
§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, consoante
cláusula expressa do contrato de gestão.
§ 4o Os bens públicos de que trata este artigo não poderão recair em estabelecimentos de
saúde do Estado, em funcionamento.
Artigo 15. Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser substituídos por
outros de igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o patrimônio do
Estado.
Parágrafo único. A permuta de que trata o caput deste artigo dependerá de prévia avaliação
do bem e expressa autorização do Poder Público.
Artigo 16. Fica facultado ao Poder Executivo o afastamento de servidor para as orga-
nizações sociais, com ônus para a origem.
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
87
§ 1o Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor afas-
tado qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.
§ 2o Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por organização
social a servidor afastado com recursos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a
hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária de direção e assessoria.
Artigo 17. São extensíveis, no âmbito do Estado, os efeitos dos artigos 13 e 14, §
3o, para as entidades qualificadas como organizações sociais pela União, pelos Estados,
Distrito Federal e municípios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação local
não contrarie as normas gerais emanadas da União sobre a matéria, os preceitos desta lei
complementar, bem como os da legislação específica de âmbito estadual.
Seção VI - Da Desqualificação
Artigo 18. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social quando verificado o descumprimento das disposições contidas no con-
trato de gestão.
§ 1o A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de
ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamen-
te, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
§ 2o A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e do saldo remanescente
dos recursos financeiros entregues à utilização da organização social, sem prejuízo das
sanções contratuais penais e civis aplicáveis à espécie.
CAPÍTULO II - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 19. A organização social fará publicar na imprensa e no Diário Oficial do Estado,
no prazo máximo de 90 dias contados da assinatura do contrato de gestão, regulamento
próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços,
bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.
Artigo 20. Os Conselheiros e Diretores das organizações sociais, não
poderão exercer outra atividade remunerada com ou sem vínculo empregatício, na mesma
entidade.
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Artigo 21. Nas hipóteses de a entidade pleiteante da habilitação como organização so-
cial existir há mais de cinco anos, contados da data da publicação desta lei complementar,
fica estipulado o prazo de dois anos para adaptação das normas do respectivo estatuto ao
disposto no artigo 3o, incisos de I a IV.
Artigo 22. Fica acrescido parágrafo ao artigo 20 da Lei Complementar 791, de 9 de
março de 1995, do seguinte teor:
“§ 7o À habilitação de entidade como organização social e à decorrente relação de parceria
com o Poder Público, para fomento e execução de atividades relativas à área da saúde, nos
termos da legislação estadual pertinente, não se aplica o disposto no § 5º deste artigo.”
Artigo 23. Os requisitos específicos de qualificação das organizações sociais da área
de cultura serão estabelecidos em decreto do Poder Executivo, a ser editado no prazo de
60 dias a contar da publicação desta lei complementar.
Artigo 24. Esta lei complementar entrará em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 4 de junho de 1998Mário CovasYoshiaki Nakano, secretário da FazendaJos da Silva Guedes, secretário da SaúdeAntonio Angarita, respondendo pelo Expediente da Secretaria da CulturaFernando Gomez Carmona, secretário da Administração e Modernização do Serviço PúblicoFernando Leça, secretário-Chefe da Casa CivilAntonio Angarita, secretário do Governo e Gestão EstratégicaPublicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 4/6/98.
LEI DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 14.132, DE 24/1/06
Dispõe acerca da qualificação de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais.
JOSÉ SERRA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são confe-
ridas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 3 de janeiro de 2006, decretou
e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1o O Poder Executivo qualificará como organizações sociais pessoas jurídicas
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de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à saúde, atendidos
os requisitos previstos nesta lei.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito privado cujas atividades sejam dirigidas
àquelas relacionadas no caput deste artigo, qualificadas pelo Poder Executivo como organi-
zações sociais, serão submetidas ao controle externo da Câmara Municipal, que o exerce-
rá com o auxílio do Tribunal de Contas do Município, ficando o controle interno a cargo do
Poder Executivo.
Artigo 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo
1o desta lei habilitem-se à qualificação como organização social:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselho de administra-
ção e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição
e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta lei;
d) participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes dos
empregados da entidade e de membros de notória capacidade profissional e idoneida-
de moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial do Município, dos relatórios
financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma
do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que
lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas ati-
vidades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização
social qualificada no âmbito do Município de São Paulo, da mesma área de atuação, ou
ao patrimônio do município, na proporção dos recursos e bens por ele alocados nos
termos do contrato de gestão;
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II - haver aprovação, quanto ao cumprimento integral dos requisitos para sua qualificação,
do secretário ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspon-
dente ao seu objeto social, bem como do secretário municipal de Gestão.
Parágrafo único. Somente serão qualificadas como organização social as entidades que,
efetivamente, comprovarem o desenvolvimento da atividade descrita no caput do artigo 1º
desta lei há mais de cinco anos.
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Artigo 3o O conselho de administração deve estar estruturado nos termos do respectivo es-
tatuto, observados, para fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes
critérios básicos:
I - ser composto por:
a) 55% , no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou os
associados;
b) 35% de membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre pessoas de
notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
c) 10% de membros eleitos pelos empregados da entidade;
II - os membros eleitos ou indicados para compor o conselho terão mandato de quatro
anos, admitida uma recondução;
III - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois
anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;
IV - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem direito
a voto;
V - o conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e, extraor-
dinariamente, a qualquer tempo;
VI - os conselheiros não receberão remuneração pelos serviços que, nesta condição, pres-
tarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem;
VII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade devem renun-
ciar ao assumirem as correspondentes funções executivas.
Artigo 4o Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser incluí-
das, dentre as atribuições privativas do conselho de administração, as seguintes:
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I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;
II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;
IV - designar e dispensar os membros da diretoria;
V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;
VI - aprovar os estatutos, bem como suas alterações, e a extinção da entidade por maioria,
no mínimo, de dois terços de seus membros;
VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutu-
ra, o gerenciamento, os cargos e as competências;
VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento pró-
prio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras e serviços,
bem como para compras e alienações, e o plano de cargos, salários e benefícios dos em-
pregados da entidade;
IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os re-
latórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria;
X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos
financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa.
DO CONTRATO DE GESTÃO
Artigo 5o Para os efeitos desta lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas
à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividade relativa à
relacionada em seu artigo 1o.
§ 1o É dispensável a licitação para a celebração dos contratos de que trata o caput deste
artigo, nos termos do artigo 24, inciso XXIV, da Lei Federal n. 8.666, de 21 de junho de
1993, com a redação dada pela Lei Federal n. 9.648, de 27 de maio de 1998.
§ 2o O Poder Público dará publicidade da decisão de firmar cada contrato de gestão, indi-
cando as atividades que deverão ser executadas, nos termos do artigo 1º desta lei.
§ 3o A celebração do contrato de gestão será precedida de processo seletivo, quando hou-
ver mais de uma entidade qualificada para prestar o serviço objeto da parceria, nos termos
do regulamento.
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Artigo 6o O contrato de gestão celebrado pelo município discriminará as atribuições,
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da entidade contratada e será publica-
do na íntegra no Diário Oficial do Município.
Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação do Conselho
de Administração, ao Secretário Municipal de Saúde, bem como à respectiva Comissão de
Avaliação prevista no artigo 8°.
Artigo 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios
inscritos no artigo 37 da Constituição Federal e no artigo 81 da Lei Orgânica do Município
de São Paulo e, também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, estipulação
das metas a serem atingidas e respectivos prazos de execução, quando for pertinente,
bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem
utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;
II - estipulação dos limites e critérios para a despesa com a remuneração e vantagens de
qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações
sociais, no exercício de suas funções.
Parágrafo único. O Secretário Municipal de Saúde deverá definir as demais cláusulas ne-
cessárias dos contratos de gestão de que for signatário.
DA EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO
Artigo 8o O Secretário Municipal de Saúde presidirá uma Comissão de Avaliação, a
qual será responsável pelo acompanhamento e fiscalização da execução dos contratos de
gestão celebrados por organizações sociais no âmbito de sua competência.
§ 1o A Comissão de Avaliação será composta, além do presidente, por:
I - dois membros da sociedade civil, escolhidos dentre os membros do Conselho Mu-
nicipal de Saúde ou dos Conselhos Gestores dos equipamentos incluídos nos Contra-
tos de Gestão, quando existirem, ou pelo prefeito;
II - um membro indicado pela Câmara Municipal de São Paulo e
III - três membros indicados pelo Poder Executivo, com notória capacidade e adequada
qualificação.
§ 2o A entidade qualificada apresentará à Comissão de Avaliação, ao término de cada exer-
cício ou a qualquer momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente
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à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas
com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao
exercício financeiro.
§ 3o Sem prejuízo do disposto no § 2o, os resultados atingidos com a execução do contrato
de gestão devem ser analisados, periodicamente, pela Comissão de Avaliação prevista no
caput.
§ 4o A Comissão deverá encaminhar à autoridade supervisora relatório conclusivo sobre a
avaliação procedida.
§ 5o O Poder Executivo regulamentará a instalação e o funcionamento da Comissão de
Avaliação.
Artigo 9o Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao to-
marem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou
bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do
Município e ao Ministério Público, para as providências relativas aos respectivos âmbitos
de atuação, sob pena de responsabilidade solidária.
Artigo 10. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo 9º desta lei, quando as-
sim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público, havendo indícios fundados de
malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização
representarão ao Ministério Público e comunicarão à Procuradoria Geral do Município para
que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade
e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que
possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
Artigo 11. Até o término de eventual ação, o Poder Público permanecerá como deposi-
tário e gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e zelará pela continuidade
das atividades sociais da entidade.
Artigo 12. O balanço e demais prestações de contas da organização social devem,
necessariamente, ser publicados no Diário Oficial do Município e analisados pelo Tribunal
de Contas do Município de São Paulo.
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DO FOMENTO ÀS ATIVIDADES SOCIAIS
Artigo 13. As entidades qualificadas como organizações sociais ficam declaradas como
entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.
Artigo 14. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e
bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as
respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto
no contrato de gestão.
§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato
de gestão parcela de recursos para compensar afastamento de servidor cedido, desde que
haja justificativa expressa da necessidade pela organização social.
§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispen-
sada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de
gestão.
Artigo 15. Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados por
outros de igual ou maior valor, desde que os novos bens integrem o patrimônio do municí-
pio.
Parágrafo único. A permuta a que se refere este artigo dependerá de prévia avaliação do
bem e expressa autorização do Poder Público.
Artigo 16. Fica facultado ao Poder Executivo o afastamento de servidor para as orga-
nizações sociais, com ônus para a origem.
§ 1o Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor afas-
tado qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.
§ 2o Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por organização
social a servidor afastado com recursos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a
hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária de direção e assessoria.
§ 3o O servidor afastado perceberá as vantagens do cargo a que fizer jus no órgão de ori-
gem.
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Artigo 17. São extensíveis, no âmbito do Município de São Paulo, os efeitos do artigo
13 e do § 3o do artigo 14, ambos desta lei, para as entidades qualificadas como organi-
zações sociais pela União, pelos Estados, Distrito Federal e municípios, quando houver
reciprocidade e desde que a legislação local não contrarie as normas gerais emanadas da
União sobre a matéria, os preceitos desta lei, bem como os da legislação específica de
âmbito municipal.
Artigo 18. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social quando verificado o descumprimento das disposições contidas no con-
trato de gestão.
§ 1o A desqualificação será precedida de processo administrativo, conduzido por Comissão
Especial a ser designada pelo Chefe do Executivo, assegurado o direito de ampla defesa,
respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos
ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
§ 2o A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e do saldo remanescente
dos recursos financeiros entregues à utilização da organização social, sem prejuízo das
sanções contratuais, penais e civis aplicáveis à espécie.
Artigo 19. A organização social fará publicar na imprensa e no Diário Oficial do Mu-
nicípio, no prazo máximo de 90 dias, contados da assinatura do contrato de gestão, re-
gulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras
e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder
Público.
Artigo 20. Os conselheiros e diretores das organizações sociais não poderão exercer
outra atividade remunerada, com ou sem vínculo empregatício, na mesma entidade.
Artigo 21. Na hipótese de a entidade pleiteante da habilitação como organização social
existir há mais de cinco anos, contados da data da publicação desta lei, fica estipulado o
prazo de quatro anos para adaptação das normas do respectivo estatuto ao disposto no
artigo 3o, incisos I a IV, desta lei.
Artigo 22. Sem prejuízo do disposto nesta lei, poderão ser estabelecidos em decreto
outros requisitos de qualificação de organizações sociais.
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 23. (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)
Artigo 24. (VETADO)
§ 1° (VETADO)
I - (VETADO)
II - (VETADO)
III - (VETADO)
IV - (VETADO)
§ 2° (VETADO)
Artigo 25. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 24/1/06, 452º da fundação de São Paulo. José Serra, prefeito Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 24/1/06. Aloysio Nunes Ferreira Filho, secretário do Governo Municipal
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GLOSSÁRIO
Administração Centralizada: É constituída por órgãos da estrutura estatal responsável pela
formulação de políticas e prestação de serviços públicos, podendo realizá-los diretamente,
por seus órgãos ou indiretamente, por terceiros.
Administração Descentralizada: Conjunto de entidades públicas, dotadas de personalida-
de jurídica própria, que integram a administração dos entes federados, compreendendo
autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista e fundações instituídas e
mantidas pelo poder público. Em geral, tem autonomia administrativa para a execução de
suas atividades.
Administração Patrimonialista: Caracteriza-se pelo fato do aparelho do Estado funcionar
como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuírem
status de nobreza real. A res pública não é diferenciada da res principis.
Administração Pública Burocrática: Caracteriza-se pelo formalismo, impessoalidade, orga-
nização hierárquica, ênfase nos controles internos como forma de combate a possíveis
desvios dos agentes públicos. Os controles administrativos estão sempre a priori.
Administração Pública Gerencial: Enfatiza a busca de resultados, em termos de eficiência e
qualidade, maior autonomia dos administradores na gestão dos recursos para a obtenção
de metas estabelecidas a priori.
Agência de Desenvolvimento: Entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos/econômi-
cos, utilizada para a gestão cooperada de um território, entre municípios, iniciativa pri-
vada, universidades, entre outros e o Estado, visando a promoção do desenvolvimento
local/regional.
Agência Executiva: Qualificação concedida a autarquias e fundações públicas responsá-
veis por atividades e serviços exclusivos do Estado. Essa qualificação permite que elas
ingressem em um regime especial, usufruindo de determinadas vantagens prevista
em legislação.
Agência Reguladora: Autarquia, criada por lei, com maior autonomia administrativa e financei-
ra que as demais autarquias e mandato fixo de seus dirigentes, para regular as atividades
objeto de concessões de serviços públicos às empresas privadas.
Aparelho do Estado: É a administração pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura or-
ganizacional do Estado, em seus três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e nos
três níveis de governo (União, Estados e municípios). Abrange o corpo dirigente, os ser-
vidores públicos, força militar e policial, recursos financeiros, equipamentos e instalações
e normatizações.
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Associação Civil: Pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos/lucrativos, que
se forma pela reunião de pessoas em prol de objetivos comuns, sem interesse de dividir
resultado financeiro entre elas.
Atividade Exclusiva de Estado: É aquela atividade que só o Estado pode realizar. É o poder
extroverso do Estado (poder de constituir unilateralmente obrigações para terceiros, com
extravasamento de seus próprios limites) – o poder de regulamentar, fiscalizar e fomentar.
Autarquia: Pessoa de direito público interno com autonomia administrativa e orçamentária,
mas com os mesmos privilégios da Administração direta, constituída para desempenhar, de
forma descentralizada, serviços, funções e atividades do ente que as criou. Submete-se a
controle para verificação de sua atuação, cumprimento de sua finalidade e conduta de seus
dirigentes.
Autarquia de Regime Especial: Autarquia com poderes e privilégios maiores do que os con-
cedido às autarquias em geral. As autarquias em regime especial criadas possuem diretoria
colegiada, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes.
Autorização Pública: Ato administrativo, que pode ocorrer nos casos: em que particulares
precisam de autorização/licença para praticar determinadas atividades, como produção e
comercialização de armas, exploração de recursos naturais; autorização para uso de bem
público; e autorização de serviço público.
Auxílio: Transferências, previstas em lei, destinadas a cobrir despesas de capital de entidades
privadas sem fins lucrativos/econômicos.
Certificado ou Título: Documento concedido pelo Poder Público às pessoas jurídicas de di-
reito privado sem fins lucrativos/econômicos ou autarquias e fundações. O título permite a
diferenciação da entidade que o possui, inserindo-a num regime jurídico especial, demons-
trando à sociedade que a mesma possui credibilidade. A titulação facilita a captação de
investimentos privados e a obtenção de financiamento; o acesso a benefícios fiscais e a
recursos públicos; e a utilização de incentivos fiscais pelos doadores.
Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) (antigo Certificado de
Entidade de Fins Filantrópicos - Ceff): É um título concedido pelo Conselho Nacional
de Assistência Social (CNAS) às entidades que atuem nas áreas de proteção à família,
à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; amparo a criança e ao adolescente
carente; promoção de ações de prevenção, habilitação, reabilitação e integração à vida
comunitária de pessoas portadoras de deficiências; promoção gratuita da assistência edu-
cacional ou de saúde; promoção da integração ao mercado de trabalho; promoção do de-
senvolvimento da cultura; promoção do atendimento e do assessoramento aos benefícios
da Lei Orgânica da Assistência Social e a defesa e a garantia dos seus direitos. Para ob-
tenção do título a organização deve estar constituída e efetivamente em funcionamento,
no mínimo, há três anos; estar previamente inscrita no Conselho Municipal de Assistência
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Social do município de sua sede se houver, ou no conselho Estadual de Assistência Social;
estar previamente registrada no CNAS; aplicar suas rendas, recursos e eventual resultado
no território nacional e na manutenção de seus objetivos; aplicar as subvenções e doações
recebidas nas finalidades a que estejam vinculadas; aplicar, em gratuidade, pelo menos
20% de sua receita, cujo montante nunca será inferior à isenção de contribuições sociais
usufruídas; não remunerar dirigentes; não distribuir resultados, bonificações, dividendos,
participações ou parcela do patrimônio, sob nenhuma forma; e possuir o Título de Utilidade
Pública. O Cebas possibilita a isenção da cota patronal do INSS e de outras contribuições
sociais (CPMF, CSL, PIS, Cofins).
Comissão de Avaliação: Órgão do Poder Executivo, formado por pessoas indicadas ou elei-
tas, para monitoramento e avaliação de uma determinada política pública ou de algum
ajuste realizado entre o Poder Público e uma instituição. Os membros desta comissão são
nomeados pelo Poder Executivo.
Concessão Administrativa: É a delegação da execução de serviço, na forma autorizada por
lei e regulamentada pelo Executivo, mediante o contrato de prestação de serviços de que
a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva obra ou forne-
cimento e instalações de bens (Lei Federal 11.079, de 30/12/04).
Concessão de Serviço Público: É a delegação da prestação de serviços, feita pelo poder con-
cedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas, que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e prazo
determinado (Lei Federal 8.987/95). É formalizada por um contrato administrativo pelo qual
o poder público transfere a execução de um serviço, precedida ou não de obra, para o setor
privado. A concessão é prevista na Constituição Federal, no art. 175, sendo que a União
estabelece normas gerais (Lei Federal 8.987, de 13/2/95). Cada esfera de governo tem
competência própria para regular a questão, obedecendo as regras gerais. No Estado de
São Paulo, a concessão é definida pela Lei 7.835, 8/5/92.
Concessão Patrocinada: É a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que
trata a Lei Federal 8.987, de 13/2/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada
do usuário, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. A contri-
buição do Poder Público só começa com o início do serviço, mesmo que parcialmente. O
Poder Público pode entrar, sem autorização legislativa específica, com até 70% do total
da remuneração do parceiro privado, podendo usar: ordem bancária, cessão de créditos
não-tributários, outorga de direitos e outros mecanismos definidos em lei. O projeto poderá
ser financiado por terceiros – figura do financiador. Para o gerenciamento do projeto, há a
necessidade de criação de uma sociedade de propósito específico – SPE. É obrigatório que
o parceiro público ofereça garantias ao parceiro privado, em função de suas obrigações. Há
previsão de compartilhamento de riscos e de ganhos econômicos entre os parceiros (Lei
Federal 11.079/04).
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ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
Conselho Consultivo: Órgão de aconselhamento superior da instituição composto por mem-
bros eleitos ou nomeados, representativos da organização, do Poder Público e/ou da so-
ciedade.
Conselho de Administração: Órgão máximo de administração, responsável por traçar a po-
lítica geral da organização, zelar por sua boa execução, aprovar regulamentos e normas,
definir as condições para admissão e exclusão de sócios, entre outras. O Conselho de
Administração tem também a responsabilidade de eleger/nomear a diretoria executiva.
Conselho de Políticas Públicas/Gestor: Órgão do Poder Executivo, criado por lei, que tem a
competência de formular, monitorar, fiscalizar e avaliar a implementação de política pública.
É formado por representantes do poder público e da sociedade civil, constituindo-se em um
espaço público de articulação. Cada política pública deve ter o seu conselho. A composi-
ção, o papel e as atribuições devem seguir as diretrizes da Constituição Federal e das leis
federais e estaduais das respectivas áreas e peculiaridades locais.
Conselho Fiscal: Órgão da instituição responsável por fiscalizar os atos dos administradores
e o cumprimento dos deveres legais e estatutários da instituição.
Consórcio Público: Entidade constituída como associação pública ou pessoa jurídica de di-
reito privado, sem fins econômicos/lucrativos por entes da federação (União, Estados,
Distrito Federal e municípios) para a realização de objetivos comuns aos entes consorcia-
dos, institucionalizada pela Lei Federal 11.107, de 6/4/05. A União somente participará de
consórcios públicos em que também façam parte os Estados em cujos territórios estejam
situados os municípios consorciados. O consórcio público será constituído por contrato
cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções, aprovado pelo
Legislativo.
Contrato: É todo e qualquer ajuste entre órgãos e entidades da administração pública e parti-
culares em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculos e estipulação de
obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Contrato de Gestão: É um instrumento firmado entre órgãos do poder público (agências,
consórcios públicos, autarquias, etc.) ou entre o poder público e entidade qualificada como
OS para fomento e execução de serviços públicos não exclusivos do Estado. O Contrato
de Gestão deve prever metas e prazos de execução, critérios de avaliação e produtividade
mediante indicadores de qualidade e produtividade.
Contrato de Programa: Instrumento no qual são constituídas e reguladas as obrigações de
cunho operacional que um ente da Federação constitui para com outro ente ou para com
consórcio público, no âmbito de gestão associada em que haja a prestação de serviços
públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens ne-
cessários à continuidade dos serviços transferidos.
Contrato de Rateio: Instrumento de formalização de repasse de recursos públicos dos entes
ciclo de seminários NOVOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
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consorciados ao consórcio público. O Contrato de Rateio deve ser formalizado em cada
exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior aos das dotações orçamen-
tárias previstas.
Contrato de Repasse: É um instrumento de operacionalização das transferências voluntárias
da União para Municípios, destinado à execução de programas e projetos governamentais
da União. Essas transferências são realizadas por intermédio de instituições financeiras ofi-
ciais federais (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), que atuam como mandatárias
da União.
Contribuições: Transferências correntes ou de capital previstas em lei concedidas por entes
governamentais a entidades sem fins lucrativos/econômicos, independentemente de con-
traprestação direta em bens ou serviços.
Controle Social: Conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem a participação da
sociedade na definição, na implementação, no acompanhamento e na avaliação da gestão
das políticas públicas. A legislação prevê diversos espaços formais de participação da so-
ciedade como os conselhos gestores de políticas públicas, as conferências, as audiências
públicas, entre outros.
Convênio: Acordo firmado com entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e or-
ganizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes.
A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração
Pública (disciplinada pela Lei Federal 8.666/93, art. 116) depende de prévia aprovação do
plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo,
as seguintes informações: identificação do objeto a ser executado; metas a serem atingi-
das; etapas ou fases de execução; cronogramas financeiro e de execução; entre outros.
Cooperativa de Inclusão Social e Prestação de Serviço Públicos: Associação volun-
tária de pessoas para a promoção de trabalho e renda visando à inclusão social dos
seus membros.
Cooperativa: Associação voluntária de pessoas, constituída por membros de um determinado
grupo econômico, social, ou profissional que, ao atuar com base em princípios de ajuda
mútua e reciprocidade, busca desempenhar determinada atividade econômica em benefício
comum.
Descentralização Administrativa: Transferência de autoridade e responsabilidade a outros
níveis da organização ou a outras organizações. Refere-se a um sistema de gestão, por
meio do qual o exercício das funções de administração é desempenhado por vários orga-
nismos, com autonomia para administrar. Do ponto de vista jurídico faz-se distinção entre
os conceitos descentralização e desconcentração. Nessa perspectiva, a descentralização
pressupõe o repasse de serviços ou atribuições, por outorga ou delegação, a outras orga-
nizações (autarquias, entidades paraestatais, empresas, etc.) ou outros níveis de governo.
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O processo de descentralização como estratégia governamental recoloca cada ente fede-
rativo em seu espaço de atuação. A descentralização pressupõe a busca de especialização
da execução dos serviços, a proximidade dos fatos/problemas às pessoas, maior rapidez
e objetividade nas decisões.
Desconcentração: Do ponto de vista jurídico é a transferência de atividades ou serviços, que
a organização executa centralizadamente, a outros órgãos da mesma entidade, sem, entre-
tanto, repasse de autoridade.
Desregulação: Redução do intervencionismo do Estado nas atividades econômicas privadas.
É a ampliação da liberdade de atuação do cidadão, especialmente no domínio econômico,
diminuindo-se as restrições a sua atuação ou limitando-se os monopólios de modo a per-
mitir que as empresas privadas atuem em regime de competição em alguns setores, antes
monopolizados. Implica também na substituição de uma regulação por outra.
Diretoria Colegiada Executiva: Órgão máximo de direção, composto por conselheiros ou
diretores, sendo um deles o seu presidente ou o diretor-geral ou o diretor-presidente, de
acordo com lei específica ou estatuto de cada entidade. No caso de agência executiva, o
presidente ou o diretor-geral ou o diretor-presidente será nomeado pelo Executivo, dentre
os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria, respectivamente, e investido na função
pelo prazo fixado no ato de nomeação.
Empresa Pública: Pessoa jurídica de direito privado, autorizada por lei especifica, a se consti-
tuir com capital exclusivamente público para realizar atividades de interesse da Administra-
ção instituidora nos moldes da iniciativa particular.
Entidade de Crédito Comunitário: Entidade civil, sem fins lucrativos/econômicos, constituída
para apoiar as microfinanças e os micro empreendimentos, visando o desenvolvimento
local/social.
Entidade Filantrópica: Organização que se dedica à prestação de serviços de caráter assis-
tencial e direto às populações em situação de vulnerabilidade social, e possuem o Certifi-
cado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas).
Estado: Organização burocrática que detém o monopólio legítimo de uso da força (coerção),
do poder de legislar e de tributar a população de um determinado território. O Estado é,
portanto, a única estrutura organizacional que possui o poder extroverso, ou seja, o poder
de constituir unilateralmente obrigações para terceiros, com extravasamentos dos seus
próprios limites.
Estatuto social: Documento que registra as características e o conjunto de regras de uma
instituição. O estatuto deve dispor sobre o nome ou denominação social; endereço da
sede; finalidade (missão) e objetivos sociais; duração (pode ser indeterminada); direitos e
deveres; modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrati-
vos; modo de representação; fontes de recursos; entre outros.
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Fundação Privada: Pessoa jurídica, constituída a partir de patrimônio destinado por uma pes-
soa física ou jurídica de direito privado, com finalidade perene, definida pelo instituidor, nas
áreas religiosa, moral, cultural ou de assistência social. Não tem proprietário, titular ou
sócios, sendo seu patrimônio gerido por curadores. Sua criação e funcionamento serão
aprovados e fiscalizados pelo Ministério Público.
Fundação Pública: Organização integrante da administração indireta, instituída por lei especí-
fica e mantida pelo Poder Público,com autonomia administrativa e patrimônio próprio, sujei-
ta às normas e regras da administração pública. Realiza atividades não lucrativas e atípicas
do Poder Público, mas de interesse coletivo, como educação, cultura e pesquisa.
Gestão: Conjunto de ações que se utiliza de métodos e técnicas e da articulação de recursos
humanos, materiais, financeiros e tecnológicos, consubstanciando-se em atividades de pla-
nejamento, execução, monitoramento e avaliação das ações para realização de objetivos.
Gestão Associada: É a atuação conjunta da União, Estados, Distrito Federal e municípios, por
intermédio dos órgãos da administração direta ou indireta, para gestão de serviços públi-
cos, por meio de convênios de cooperação ou consórcios públicos.
Gestão Compartilhada: É a atuação da União, Estados e/ou municípios, em conjunto com a
sociedade civil, para gestão de assuntos de interesse do Estado. Os diversos entes e insti-
tuições participam da formulação, implementação, monitoramento e avaliação das políticas
públicas.
Gestão Integrada: É a atuação conjunta das diversas áreas, de um mesmo nível de governo,
na formulação, implementação, monitoramento e avaliação de uma política pública.
Governo: Conjunto de pessoas que exercem o poder político e que determinam a orientação
política de uma determinada sociedade. O poder de governo, sendo habitualmente insti-
tucionalizado na sociedade moderna, está normalmente associado à noção de Estado. No
regime constitucional, a instância máxima de autoridade, exercida pelo chefe do Executivo,
pelos corpos Legislativos e pelos órgãos Judiciários, submete-se hierarquicamente aos
princípios e normas fundamentais da Constituição. Na sociedade brasileira o vocábulo go-
verno também é utilizado para designar o Poder Executivo (União, Estados e municípios).
Imunidade Tributária: Vedação constitucional de tributação de determinadas pessoas, bens,
serviços ou atividades. Por estar prevista na Constituição Federal não pode ser revogada,
nem mesmo por Emenda Constitucional. Abrange: patrimônio, renda ou serviços, uns dos
outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos
(inclusive suas fundações), das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos; livros, jornais, periódicos e o papel
destinado à sua impressão, com as extensões e restrições previstas nos parágrafos 2º, 3º
e 4º do art. 150 da CF (atividades econômicas lucrativas).
Intersetorialidade: É a articulação conjunta de distintos setores na busca de caminhos, na
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ação concreta, para a resolução de problemas complexos, extrapolando assim, os resulta-
dos da atuação de cada setor individualmente.
Isenção Tributária: Dispensa legal do tributo devido, concedida por lei ordinária, pelo ente
com poder tributante. É uma liberalidade fiscal concedida a certas pessoas, bens, serviços
ou atos reputados de interesse público e, por isso mesmo, aliviados do encargo tributário.
A isenção reconhece a incidência do tributo, mas dispensa o pagamento desde que ocor-
ram as circunstância de direito e de fato que legitimam a liberação do tributo. A isenção
se caracteriza como renúncia ou favor legal do Estado e pode ser revogada a qualquer
tempo.
Núcleo Estratégico de Governo: Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que
define as leis e as políticas públicas e cobra o seu cumprimento; é onde as decisões es-
tratégicas são tomadas. É constituído pelos Poderes Legislativo, Judiciário, e no Poder
Executivo, pelo seu representante eleito, primeiro escalão, assessorias e responsáveis
pela formulação e avaliação de políticas públicas. Sua concepção surgiu no Plano Diretor
da Reforma do Aparelho Estado de 1995.
Organização da Sociedade Civil (OSC) ou Organização Não-Governamental (ONG):
Entidades da Sociedade Civil sem fins lucrativos/econômicos e com finalidade pública.
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip): É uma qualificação, dada pelo
Poder Público, às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos/lucrativos,
cujos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por lei.
Essa qualificação permite celebrar um ajuste, denominado Termo de Parceria, com o Poder
Público, visando desenvolver projetos ou atividades complementares às que originalmente
constituem responsabilidade daquele Poder.
Organização Não Governamental (ONG)/Entidade Social: Entidades da Sociedade Civil sem
fins lucrativos/econômicos e com finalidade pública.
Organização sem Fins Econômicos/Lucrativos: Instituição que não distribui, entre os seus
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais exce-
dentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parce-
las do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica
integralmente na consecução do respectivo objeto social.
Organização Social (OS): Entidade civil sem fins lucrativos, qualificada pelo Poder Público,
mediante diretrizes e requisitos definidos em lei, com o objetivo de celebrar Contrato de
Gestão com o mesmo, a fim de prestar serviços públicos não exclusivos, mas de interesse
do Estado.
Órgão Gestor: Área/setor da administração responsável pela gestão de uma política pública,
envolvendo as atividades de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação.
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Oscip – vide Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Parceria: Forma de sociedade que, sem criar uma nova pessoa jurídica, é organizada entre os
setores público e privado, para a consecução de fins de interesse público. Nela existe a co-
laboração entre o poder público e a iniciativa privada nos âmbitos social e/ou econômico,
para satisfação de interesses públicos, ainda que, do lado do particular possa se objetivar
o lucro. O vocábulo parceria também significa sociedade, isto é, reunião de duas ou mais
pessoas que investem capital e trabalho para alcançar objetivos comuns.
Parceria Público-Privada (PPP): Modalidade de associação entre o setor público e o privado,
caracterizada juridicamente como um contrato administrativo de concessão, que visa à
execução do serviço público, precedido ou não de obras. As PPPs incluem as concessões
patrocinadas e as concessões administrativas. A Lei Federal 11.079, de 30/12/2004, es-
tabelece normas gerais para União, Estados e municípios e também regulamenta as PPPs
federais.
Permissão de Serviço Público: Delegação, unilateral, discricionária e precária, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente, por meio de licitação, à pessoa física ou
jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (federal): Documento que define objetivos
e estabelece diretrizes para a Reforma da Administração Pública Brasileira, apresentado
em 1995.
Primeiro Setor: Categoria de organizações diretamente vinculadas ao Estado, como órgãos e
agências governamentais.
Privatização: É, em sentido amplo, um conjunto de decisões que compreende as atividades
de desregulação ou liberação de determinados setores econômicos; a transferência de
propriedades de ativos, através de ações, bens, etc.; a promoção da prestação e gestão
privada de serviços públicos; e a introdução de mecanismos e procedimentos de gestão
privada no marco das empresas das demais entidades públicas. No sentido restrito (Lei
Federal 9.491, de 9/9/97) é a transferência de ativos ou de ações de empresas estatais
para o setor privado. Neste caso, há uma transferência integral de serviços para a iniciativa
privada que passa a ter controle total sobre eles, cessando com isto, a responsabilidade
do Estado para com esses serviços.
Protocolo de intenções: É um ajuste preliminar celebrado por entes da Federação, órgãos, e
entidade do Poder Público, ou entre estes e outras organizações, para demonstrar a inten-
ção de formalizar um acordo para realização de objetivos de interesse comum dos partíci-
pes. O protocolo de intenções deve contemplar cláusulas tais como: finalidade, partícipes,
prazo de duração, entre outras.
Publicização: Transferência de serviços não exclusivos, mas de interesse do Estado, do setor
público estatal para o público não estatal (entidades sem fins econômicos/lucrativos).
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Qualificação: Reconhecimento pela autoridade competente, mediante o cumprimento de re-
quisitos previamente definidos, de entidade sem fins lucrativos ou autarquia e fundação
para a prestação de serviços públicos, não exclusivos do Estado.
Reforma do Aparelho do Estado: Mudança no funcionamento do aparelho do Estado, ou seja:
mudança nas leis, nas rotinas, na cultura e no comportamento na administração pública.
Reforma do Estado: Projeto amplo de mudança no que diz respeito às várias áreas do gover-
no e ainda ao conjunto da sociedade brasileira. Para a implementação de uma Reforma do
Estado é necessário que seja, previamente, redefinido o seu papel.
Regulação: Definição das normas e procedimentos de conduta, de fiscalização, de repressão,
de punição e resolução de conflitos nas concessões e prestações de serviços públicos.
Requisitos Básicos para Qualificação: Condições, pré-estabelecidas pelo Poder Público, que
as instituições que almejam um título/qualificação devem cumprir.
Segundo Setor: Conjunto de organizações empresariais regidas pela racionalidade do lucro.
Também conhecido como iniciativa privada, setor privado e mercado.
Serviço Social Autônomo: Entidade de direito privado, sem fins lucrativos/econômicos e de
interesse coletivo, criado por lei, que atua como ente de cooperação com o Poder Público,
caracterizado como órgão para-administrativo. É uma entidade de colaboração, que tem
proximidade com o Poder Público, sem estar inserido na sua estrutura organizacional; não
compõe a administração direta, indireta ou fundacional.
Serviços Exclusivos do Estado: Serviços que só o Estado pode realizar, pois, envolvem o
poder extroverso do Estado – o poder de regular, fiscalizar e fomentar.
Serviços Não Exclusivos do Estado: Atividades que não requerem o Poder de Estado, mas
são de seu interesse. O Estado executa-as simultaneamente com entidades privadas e
sem fins econômicos. Ele se mantém na execução das mesmas, pois são atividades que
envolvem direitos humanos fundamentais ou economias relevantes que não podem ser
apropriadas pelo mercado (saúde, educação, centros de pesquisa, museu, etc.).
Setor Estatal: Categoria de organizações diretamente ou indiretamente vinculadas ao Estado,
como órgãos, fundações, autarquias e agências governamentais.
Setor Privado: Conjunto de organizações empresariais regidas pela racionalidade do lucro ou
por entidades da sociedade civil privadas, sem fins econômicos/lucrativos.
Setor Público Não Estatal: Conjunto de organizações da sociedade civil, sem fins econômi-
cos/lucrativos, que atuam em atividades públicas não exclusivas do Estado, podendo atuar
de forma concorrente ou concomitante à atuação do Estado.
Sociedade de Economia Mista: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-
do, criada por lei, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
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anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria ao Estado.
Sociedade de Propósito Específico – Parceria Público-Privada (PPP): Empresa constituída
pela(s) organização (ões) vencedora(s) do processo de licitação para a concessão de ser-
viço público, precedido ou não de obras, na modalidade de PPP (Lei Federal 11.079/04).
Sua finalidade é de implantar e gerir o projeto vencedor de parceria, regulado por contrato
administrativo de concessão.
Sociedade: Conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes e
que interagem entre si constituindo uma comunidade.
Subdisiariedade: Princípio pelo qual o Estado deve abster-se de exercer atividades que o par-
ticular tem condições de exercer por sua própria iniciativa e com seus próprios recursos,
entretanto; o Estado deve fomentar, coordenar, fiscalizar a iniciativa privada, de tal modo
a permitir que os particulares, sempre que possível, obtenham sucesso na condução de
seus empreendimento. No âmbito do Poder Público, uma atividade não deve ser desem-
penhada por uma esfera maior de governo quando uma menor pode executá-la. O Estado
deve priorizar a sua atuação nas atividades que só a ele compete realizar tais como dirigir,
vigiar e reprimir.
Subvenção: Transferência, prevista em lei, destinada a cobrir despesas de custeio operacional
de entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos de caráter assistencial ou cultural.
Terceirização: Transferência da execução de atividades secundárias, assessórias, ou seja,
aquelas que não fazem parte das atividades principais da organização, à outra instituição
pública ou privada, mediante contrato ou convênios.
Terceiro Setor: Conjunto de organizações privadas, sem fins econômicos/lucrativos, cuja atu-
ação é dirigida a finalidades coletivas ou públicas. Entre essas organizações, destacam-
se as não-governamentais, fundações de direito privado, entidades de assistência social
e de benemerência, entidades religiosas e as associações culturais e educacionais. De
modo geral, essas entidades são criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária,
dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e
expandindo seu sentido para outros domínios. A palavra é uma tradução de Third Sector,
utilizado nos Estados Unidos para definir as diversas organizações sem vínculos diretos
com o Primeiro Setor (Estado) e o Segundo Setor (Mercado).
Termo de Parceria: Ajuste, criado por lei, destinado à formação de vínculo de cooperação
entre o Poder Público e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). É
um acordo firmado para execução de um projeto ou programa de trabalho de interesse do
Poder Público e de acordo com o objeto social da Oscip. O Termo de Parceria estabelece
direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias (Executivo e Oscip). É uma
alternativa aos ajustes tradicionais (contrato, convênio, etc.).
Título de Utilidade Pública: Certificado concedido pelas administrações federal, estaduais
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e/ou municipais às associações e fundações, de direito privado e sem fins lucrativos/eco-
nômicos, não mantidas pelo Poder Público. As organizações a serem certificadas podem
atuar nas áreas de interesse público tais como educação, pesquisa científica, cultura, assis-
tência social, saúde, meio ambiente, esportes e lazer, entre outras. Para obtenção do Título
de Utilidade Pública a entidade deve ter personalidade jurídica constituída no país; estar
em contínuo funcionamento por pelo menos três anos; não remunerar seus dirigentes; não
distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob
nenhuma forma; comprovar idoneidade dos diretores; publicar anualmente a demonstração
de receitas e despesas do período anterior. Esse título, concedido pela União, confere
alguns benefícios fiscais à organização e aos seus doadores tais como: a possibilidade de
receber doações de pessoas jurídicas, dedutíveis até o limite de 2% do lucro operacional;
a possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis, administrados
pela Secretaria da Receita Federal; o acesso a subvenções e auxílios da União Federal e
suas autarquias; a autorização para realizar sorteios; a possibilidade de receber receitas
das Loterias Federais; juntamente com o Certificado de Entidade Beneficente de Assistên-
cia Social (Cebas) e outros documentos, e a possibilidade de isenção da cota patronal ao
INSS e de outras contribuições sociais (CPMF, CSL, PIS e Cofins). No âmbito federal, a
utilidade pública é regulamentada pela Lei Federal 91/35 e Decretos Federais 50.517/61
e 3.415/00.
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DICIONÁRIO Wikipidia - Disponível em: <www.wikipidia.com.br>. Acesso em: diversos dias.
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