chs 2014 - apostila de estado sociedade e polícia

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 1 UNIDADE 1  SOCIEDADE TEORIA NA PRÁTICA Com base na reportagem publicada na revista Sociologia, sobre maioridade penal no Brasil, levantar discussão sobre os pontos a seguir e relacionar com a temática tratada até aqui: - MAIORIDADE PENAL - Questões para discussão • Como esta temática é vista no Brasil?  • Quais as variáveis que influenciam na discussão sobre a redução da maioridade penal no Brasil?  • Em geral, qual é o posicionamento demonstrado pela população?  • Qual a posição do Estado nessa discussão ? • Como essa temática é tratada em outros países? • O que impede que o país adote a maioridade penal?  • A redução da maioridade penal no Brasil traria que consequências sociais?  O HOMEM E SUA COMPLEXIDADE: UM OBJETO A SER INVESTIGADO O homem sempre despertou o interesse dos cientistas, seja por sua complexidade fisiológica ou pelos seus mais diferentes tipos de ARRANJOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. O ser humano é realmente um componente importante na estrutura da natureza, pois além de ser parte dela, é também seu maior transformador, enquanto ser vivo. O HOMEM EM SUA TOTALIDADE: UM SER “BIOPSICOSOCIAL”  A humanidade possui necessidades inerentes a sua espécie e, para satisfazê-las, historicamente ela intervém na natureza buscando suprir essas necessidades. No entanto, não o faz de maneira solitária. Apesar da possibilidade de viver isoladamente não ser impossível, ela é, pelo menos, improvável. O ser humano é inerentemente social, ou seja, precisa estar em contato com outros semelhantes para viver e reproduzir sua espécie. Nesse convívio ele se constrói enquanto ser humano, desenvolvendo aptidões físicas, psíquicas e sociais. O SER INDIVIDUAL E O SER SOCIAL Um indivíduo que, ao viver dentro de um contexto grupal, em companhia de seus semelhantes, está envolvido de um conjunto de elementos que influenciam diretamente sobre o seu comportamento. SER INDIVIDUAL: está relacionado a estados mentais do individuo e a sua vida pessoal; SER SOCIAL: representa a sociedade agindo sobre o individuo, ou seja, sistemas de ideias que imprimem em uma pessoa características que são do grupo. O INDIVÍDUO EM SOCIEDADE De acordo com Norbert Elias, uma criança é mais maleável e adaptável que um adulto e, não só isso, ela tem essa particularidade pois para se adaptar ao meio social em que vive outro individuo precisa orientá-la nesse processo de adaptação. A criança precisa da sociedade para que possa ser tornar uma pessoa adulta. Não há dúvida de que cada ser humano é criado por outros que existiam antes dele; sem dúvida, ele cresce e vive como parte de uma associação de pessoas, de um todo social - seja este qual for. Mas isso não significa nem que o indivíduo seja menos importante do que a sociedade, nem que ele seja um "meio" e a sociedade, o "fim". (Norbert Elias) A SOCIEDADE E A FORMAÇÃO O INDIVÍDUO Ao nascer, o homem será inserido em um SISTEMA que prescinde a sua existência e no qual estará imerso e deverá corresponder a fim de que conviva bem com os demais. Em palavras mais diretas, o indivíduo viverá em sociedade, ou seja, será parte de um coletivo de indivíduos que tem suas regras, instituições, crenças, linguagem e outros signos estabelecidos historicamente. O sociólogo Emile Durkheim chama isso de “FATO SOCIAL” que pode ser definido como:  “...maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem. Emile Durkheim. CONSCIÊNCIA COLETIVA E ORDEM SOCIAL Na visão de Durkheim, a ideia de coletividade social está vinculada a formação de uma consciência coletiva, ou seja, parâmetros socialmente definidos e aceitos por um grupo e que, ao serem incorporados, favorecerão à manutenção da ordem social, sobretudo pela manutenção da moral, conceito que para o autor está relacionado a um conjunto de normas que prescrevem a conduta dos indivíduos em sociedade. Logo: A consciência coletiva, quanto mais forte for, maior coesão gera entre os participantes de um grupo. A individualização e a diferenciação social, reduzem essa coesão, já que ressaltam o que é particular em detrimento do que é coletivo. CONTRADIÇÕES E TRANFORMAÇÃO SOCIAL Em Durkheim, conflitos e desordens são desencadeados pela AUSÊNCIA DE NORMAS SOCIAIS ou desrespeito às que já existem. Mas, por outro lado, também é possível pensar na perspectiva de que essas divergências são a causa da transformação social ao longo da história: A eminência latente da ordem permanece explodindo nos conflitos, antagonismos e crises sociais que propiciam a desintegração das velhas formas de vida e a gestação de novas. A sociedade pressupões assim um incessante movimento de ordem-desordem- reorganização. A vida social dos seres humanos é repleta de contradições, tensões e explosões. O declínio alterna-se com a ascensão, a guerra com a paz, as crises com os surtos de crescimento. A vida dos seres humanos em comunidade certamente não é harmoniosa. (Norbert Elias). DIFERENÇAS SOCIAIS: ENTRE O FAMILIAR E O ESTRANHO “Presos a uma única cultura, somos não apenas cegos a dos outros, mas míopes quando se trata da nossa [...] o conhecimento da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento de outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única.” [...]

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Apostila do Curso de Habilitação de Sargentos da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo - PMES. 2014.

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Um conjunto de sanções, específicas durante o processo de socialização e seus mecanismos, que agem desde cedo para incutir na personalidade valores, normas e modelos normativos, conformando a capacidade individual de estabelecer juízos morais. Nesse mister avulta, em primeiro lugar, a ação de instituições como a família e outras formadas por laços de parentesco e afetividade. Depois, as organizações formais (escola, igreja, etc.), por intermédio de seus agentes, profissionais especializados na criação, aplicação e transmissão de padrões sociais. No viés da descentralização democrática da gestão pública, uma acepção usual é que, o controle social diz respeito ao direito que o cidadão tem de participar dos destinos da nação. Esse direito humano à participação se insere em uma concepção política que envolve o fato de que a sociedade deve participar da vida pública para além do já consolidado direito à representação. Quando falamos nesse tipo de CONTROLE SOCIAL, trabalhamos basicamente com cinco questões [...] Esses cinco elementos que estruturam o conceito de controle social das políticas públicas são: Direito de participar na: Elaboração  – Deliberação – Monitoramento – Avaliação – Implantaçao: DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
 
 
TEORIA NA PRÁTICA
Com base na reportagem publicada na revista Sociologia, sobre maioridade penal no Brasil,
levantar discussão sobre os pontos a seguir e relacionar com a temática tratada até aqui:
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
• Como esta temática é vista no Brasil?
• Quais as variáveis que influenciam na discussão sobre a redução da
maioridade penal no Brasil?
• Qual a posição do Estado nessa discussão?
• Como essa temática é tratada em outros países?
• O que impede que o país adote a maioridade penal?
• A redução da maioridade penal no Brasil traria que consequências sociais?
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
 
O HOMEM E SUA COMPLEXIDADE: UM OBJETO A SER INVESTIGADO
O homem sempre despertou o interesse dos cientistas,
seja por sua complexidade fisiológica ou pelos seus mais
diferentes tipos de ARRANJOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS.
O ser humano é realmente um componente importante
na estrutura da natureza, pois além de ser parte dela, é
também seu maior transformador, enquanto ser vivo.
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
A humanidade possui necessidades inerentes a sua espécie e, para
satisfazê-las, historicamente ela intervém na natureza buscando suprir
essas necessidades. No entanto, não o faz de maneira solitária. Apesar
da possibilidade de viver isoladamente não ser impossível, ela é, pelo
menos, improvável.
 
social, ou seja, precisa estar em
contato com outros semelhantes
Nesse convívio ele se constrói
enquanto ser humano,
desenvolvendo aptidões físicas,
psíquicas e sociais.
 
O SER INDIVIDUAL E O SER SOCIAL Um indivíduo que, ao viver dentro de um contexto grupal, em companhia de seus
semelhantes, está envolvido de um conjunto de elementos que influenciam diretamente
sobre o seu comportamento.
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
PMES - CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
SER INDIVIDUAL: está relacionado a estados mentais do individuo e a sua vida pessoal;
 
O INDIVÍDUO EM SOCIEDADE
De acordo com Norbert Elias, uma criança é mais maleável e adaptável
que um adulto e, não só isso, ela tem essa particularidade pois para se
adaptar ao meio social em que vive outro individuo precisa orientá-la
nesse processo de adaptação. A criança precisa da sociedade para que
possa ser tornar uma pessoa adulta.
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
PMES - CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
 
A SOCIEDADE E A FORMAÇÃO O INDIVÍDUO
Ao nascer, o homem será inserido em um SISTEMA que prescinde
a sua existência e no qual estará imerso e deverá corresponder a
fim de que conviva bem com os demais. Em palavras mais diretas,
o indivíduo viverá em sociedade, ou seja, será parte de um
coletivo de indivíduos que tem suas regras, instituições, crenças,
linguagem e outros signos estabelecidos historicamente.
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
PMES - CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
“...maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem.” 
Emile Durkheim
CONSCIÊNCIA COLETIVA E ORDEM SOCIAL
Na visão de Durkheim, a ideia de coletividade social está vinculada a formação de uma
consciência coletiva, ou seja, parâmetros socialmente definidos e aceitos por um grupo
e que, ao serem incorporados, favorecerão à manutenção da ordem social, sobretudo
pela manutenção da moral, conceito que para o autor está relacionado a um conjunto
de normas que prescrevem a conduta dos indivíduos em sociedade. Logo:
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
A consciência coletiva, quanto mais forte for, maior coesão gera entre os participantes de um grupo.
 
desencadeados pela AUSÊNCIA DE NORMAS
SOCIAIS ou desrespeito às que já existem. Mas, por
outro lado, também é possível pensar na
perspectiva de que essas divergências são a causa
da transformação social ao longo da história:
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
PMES - CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
A eminência latente da ordem permanece explodindo nos conflitos, antagonismos e crises sociais que propiciam a desintegração das velhas formas de vida e a gestação de novas. A sociedade pressupões assim um incessante movimento de ordem-desordem-reorganização.
 
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
PMES - CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
“Presos  a uma única cultura, somos não apenas cegos a dos outros, mas míopes quando se trata da nossa [...] o conhecimento da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento de outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única.”  [...] “aquilo que, de fato, caracteriza a unidade do homem [...] é a sua aptidão praticamente infinita para inventar modos de vida e formas de organização social extremamente diversos” 
(François Laplantine)
Nenhuma sociedade é igual a outra. Os indivíduos que
compões os mais diversos grupos sociais também não são
iguais entre si, mas estão imersos num mesmo conjunto de
códigos comuns que foram estabelecidos socialmente e que
irão definir parâmetros morais, culturais, políticos.
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
Unidade 2 - ESTADO
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
CONCEITO DE ESTADO
É a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público/comum, com governo próprio e território determinado.
CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
 
Sob o aspecto da época do surgimento do Estado existem três posições fundamentais:
1- O Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu visto que o homem desde que vive na terra está integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento social de todo o grupo;
2- Outros autores defendem que a sociedade existiu sem o Estado durante um certo período e depois, por diversos motivos, foi se constituindo o Estado para atender às necessidades dos grupos sociais;
3- Alguns autores somente admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características bem definidas, o que só ocorreu a partir do século XVII.
CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
ESTADO, SOCIEDADE E POLÍCIA
originária DO ESTADO:
a formação natural, que afirma que o Estado se formou
naturalmente e não por ato voluntário;
a formação contratual, afirmando que um acordo de
vontades de alguns homens ou de todos que levou à
criação do Estado.
 
Nascida entre o fim da Idade Média e o início da Idade
Moderna, esta teoria contradizia a teoria teológica,
buscando destacar valores humanos laicos de religiosos.
A tese de seus defensores era que o EST DO TINH
ORIGEM N S EXIGÊNCI S D N TUREZ HUM N
, de
 
EMERGE DA PRÓPRIA NECESSIDADE DE
COEXISTÊNCIA DO HOMEM EM SOCIEDADE. Este
convívio era percebido como um aperfeiçoamento natural da
vida comum.
 Ao ESTADO, portanto, caberia apenas NORMATIZAR o que
 já era próprio ao ser humano e de tornar exigíveis princípios
como a solidariedade e a fraternidade.
Outro propósito do Estado seria o de
salvaguardar o bem comum
 
 
 
 política foi criada a partir da celebração de
um CONTRATO SOCIAL firmado entre os
homens, em busca de HARMONIA, PAZ,
SEGURANÇA  e PROTEÇÃO DE
 
instituiu a sociedade política
dotado de poder”  (Bastos, 2004, p.
56).
 
SEUS DIREITOS NATURAIS em
dando cada um o todo inteiro, a
condição passa a ser igual para
todos e sendo assim ninguém terá
interesse em torná-la onerosa aos
outros”.
 
"O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe."
"O homem nasce livre, e em toda parte é posto a ferros. Quem se julga o senhor dos
outros não deixa de ser tão escravo quanto eles."
"É somente um incumbência, um cargo, pelo qual simples empregados
[governantes] do soberano [povo] exercem em seu nome o poder de que os faz
depositários, e que ele pode limitar, modificar e reivindicar quando lhe aprouver."
ROUSSEAU 
 
aparecimento do Estado existem
 
Agostinho e Jaques Bossuet.
de Deus e que, portanto, o Estado era
criação divina, bem como todas as demais
coisas.
 
DA PREEMINÊNCIA DOS MAIS FORTES SOBRE OS
MAIS FRACOS, vez que os primeiros impõem sua vontade
aos mais fracos utilizando o Estado para alcançar este
propósito. O estado seria, portanto, não mais que um
instrumento de dominação.
 
Os principais defensores desta teoria foram Jean Bodin e Luwig Gumplowicz.
CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
 
FAMÍLIA. Por meio de sua expansão compõe-se
uma sociedade política, na qual o poder estatal é
exercido pelo chefe da família (um poder
patriarcal, portanto) que teria por princípio a
transferência do poder divino para si, na pessoa
do pai, fundando-se em características divinas.
DOUTRINA DA TEORIA FAMILIAR
 
 
CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
1) O Estado Oriental, Antigo ou Teocrático: Antigas civilizações no Oriente ou do Mediterrâneo.
2) O Estado Grego: A característica fundamental é a cidade-Estado, a  polis, cujo ideal era a autossuficiência, a autarquia.
3) O Estado Romano; A família é a base da organização, dando-se aos descendentes dos fundadores do Estado privilégios especiais.
4) O Estado Medieval: A caracterização se dá pelo Cristianismo, invasões dos bárbaros e o feudalismo.
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
Três são os elementos do Estado: Povo ou população, o território e o governo.
Povo 
Território 
GOVERNO OU PODER POLÍTICO
I - POVO  –  É a população do Estado, considerada pelo aspecto puramente jurídico.
II - TERRITÓRIO: É a base espacial do poder  jurisdicional do Estado onde este exerce o poder coercitivo estatal sobre os indivíduos humanos.
III - GOVERNO  –  É o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração pública.
 
População representa a massa total dos indivíduos que
vivem dentro dos limites territoriais de um país, incluindo os
nacionais e os não nacionais.
Povo, no sentido amplo, genérico, equivale à população. Mas,
no sentido estrito, qualificativo, condiz com o conceito de
Nação: povo brasileiro; povo italiano, etc.
Raça é a unidade bio-antropológica.
DIFERENÇA ENTRE POPULAÇÃO, POVO E RAÇA.
 
 
O Estado, como SOCIEDADE POLÍTICA, tem um fim geral,
constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais
sociedades, situadas num determinado território, possam atingir
seus respectivos fins (manter a ordem, assegurar a defesa, e
promover o bem-estar e o progresso da
sociedade).
Assim, conclui-se que o fim do Estado é o BEM COMUM,
entendido este como conjunto de todas as condições de vida que
possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da
personalidade humana. 
Assim, as funções do Estado são todas as ações
necessárias a execução do bem comum.
• Função Legislativa
• Função Executiva
• Função Judiciária
 
ESTADO MODERNO E A DEMOCRACIA - O Estado Democrático
moderno, noção de governo do povo, nasceu das lutas contra o
absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos
naturais da pessoa humana. Daí a grande influência dos
 jusnaturalistas, como Locke e Rousseau.
Três grandes movimentos político-sociais conduziram ao Estado Democrático:
 
CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS - 2014
a) REVOLUÇÃO INGLESA  –  que teve sua expressão mais significativa no Bill
of Rights de 1689. Houve a intenção de estabelecer limites ao poder
absoluto do monarca e a influência do protestantismo, ambos
contribuindo para a afirmação
dos direitos naturais dos indivíduos, nascidos livres e iguais, justificando o
poder da maioria, que deveria exercer o poder legislativo assegurando a
liberdade dos cidadãos;
Declaração de Independência das treze colônias americanas em 1776;
 
c) REVOLUÇÃO FRANCESA  –  que teve sobre os demais
a virtude de dar universalidade aos seus princípios, os
quais foram expressos na Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão em 1789, sendo evidente a
influência de Rousseau. Além de se oporem ao
governo absolutista, os líderes franceses enfrentavam
uma grande instabilidade interna, que deveria também
ser trabalhada.
Esta situação favoreceu o aparecimento da ideia de
nação, como centro unificador de vontades e de
interesses. Também a situação religiosa favoreceu
fortemente o movimento visto que na França a igreja e
o Estado eram inimigos, o que influenciou para que a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em
1789, tomasse um cunho universal, sem as limitações
impostas pelas lutas religiosas locais.
 
a) SUPREMACIA DA VONTADE POPULAR: a participação popular no governo,
suscitando acesas controvérsias e dando margem às mais variadas experiências,
tanto no tocante à representatividade, quanto à extensão do sufrágio e aos
sistemas eleitorais e partidários;
b) PRESERVAÇÃO DA LIBERDADE: poder de fazer tudo o que não incomodasse o
próximo, bem como o poder de dispor de sua pessoa e de seus bens, sem
qualquer interferência do Estado;
c) IGUALDADE DE DIREITOS: proibição de distinções no gozo de direitos,
sobretudo por motivos econômicos ou de discriminação entre classes.
Três pontos fundamentais dos ESTADOS DEMOCRÁTICOS:
 
 
social é visto como:
incutir na personalidade valores, normas e modelos normativos,
conformando a capacidade individual de estabelecer juízos
morais.
Nesse mister avulta, em primeiro lugar, a ação de instituições
como a família e outras formadas por laços de parentesco e
afetividade. Depois, as organizações formais (escola, igreja, etc.),
por intermédio de seus agentes, profissionais especializados na
 
cidadão tem de participar dos destinos da
nação. Esse direito humano à participação se
insere em uma concepção política que envolve
o fato de que a sociedade deve participar da
vida pública para além do já consolidado
direito à representação.
trabalhamos basicamente com cinco questões [...]
Esses cinco elementos que estruturam o conceito de controle
social das políticas públicas são:
DIREITO DE PARTICIPAR NA:
 
conceito de controle social coexiste em duas acepções.
A primeira exerce influência no âmbito prático-operacional,
do fazer próprio da polícia.
A segunda forma surge mais recentemente como controle
de resultados e orçamento alocados para a sua obtenção.
 
erigidos com as sociedades
governos exercem poder pelo
imposição de valores e costumes, o
aspecto normativo ganha maior
em sociedade, regulamentando
“ordem  normativa”  que funciona
como um amálgama, promovendo
com o costume instituído.
punir aqueles que desviam da norma social, inibindo,
assim, os comportamentos desviantes.
ser utilizados no processo que se conforma
desde a identificação do criminoso à sua
punição?
 
 
 
direito exclusivo de prescrever e em consequência
 proibir ou permitir a violência  (a função ideal do
monopólio é a ausência de toda violência efetiva).
Monopólio é, portanto, o direito exclusivo de definir e
de distinguir por meio de prescrições e de
autorizações a coerção legítima e a coerção ilegítima
(PINHEIRO, 2002, p.333).
A expressão “monopólio da violência legítima”, já bastante estudada no
 
 
[...] A violência ter sido banida do domínio da vida
privada  – se comparada, por exemplo, com o seu
cultivo deliberado pelos cavaleiros medievais – é a
parte menos importante da história. Mais
importante é a mudança nos métodos de governar,
que passaram para uma forma de administração
quase completamente civil e pacífica. A força física,
ou foi quase totalmente banida ou foi
cuidadosamente escondida na administração da
usti a criminal ... BITTNER, 2003, . 242 .
 
pública, ele deve ser o protetor e o
garante de todas as liberdades (PINHEIRO, 2002,
p. 333).
por um lado, como detentor do monopólio
da violência, o Estado deve impor
limitações a seus poderes e ações;
 
INSTITUIÇÕES ESTATAIS QUE
fisionomia de um subsistema de normas (o
Direito) sustentado pela autoridade de outro
(o Estado), cujos agentes e equipamentos
aplicam a lei, e, ao fazê-lo, criam Direito  – 
as funções de investigar e acusar, por
exemplo, ficam a cargo de pessoas
especializadas, funcionários públicos
seu exercício residual – onde, de acordo
com as circunstâncias, parecesse
funcionários autorizados, isto é, para a
polícia como nós a conhecemos (BITTNER,
2003, p. 243).
POLÍCIA NA SOCIEDADE ATUAL TRAZ
UM QUESTIONAMENTO IMPORTANTE?
 julgar qualquer tipo de prática institucional, inclusive
a da polícia, exige a solução de um problema
logicamente prioritário. Isto é, ntes é necessário que
sej conhecido o que necessit ser feito para que
alguém possa se aventurar a dizer omo
deve ser feito.
No caso da polícia isso coloca a exigência de se
 
Acerca do papel desempenhado cotidianamente pela polícia nota-se, um clichê
perene do debate acerca do papel da polícia tem sido se ela deve ser considerada
mais como uma força, com a função principal de aplicar a lei criminal, ou como
um serviço, acalmando um mar de problemas sociais. O que desencadeou o
debate foi a “descoberta” empírica de que a polícia (contrariamente à mitologia
popular) não funciona, na maior parte das vezes, como combatente do crime ou
como aplicadora da lei, mas, ao invés, como provedora de uma série de serviços
para os membros da população, numa variedade de serviços que supera todas
as descrições (REINER, 2004, p.163).
 
solicitações de serviços e ao realizar o
patrulhamento rotineiro, o que o policial faz, em
nome da polícia é prevenção, restando poucas as
situações em que se solicita, de modo emergencial,
sua face operacional repressiva, menos ainda a busca
espontânea por crimes flagrantes e delitos de toda
ordem.